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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Produtividade e valor nutritivo do Capim elefante cv. IRI-381 submetido a
diferentes níveis de adubação nitrogenada e lotação animal
DIEGO LOIOLA DOURADO
RECIFE – PE 2012
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DIEGO LOIOLA DOURADO
Produtividade e valor nutritivo do Capim elefante cv. IRI-381 submetido a
diferentes níveis de adubação nitrogenada e lotação animal
Orientador: Prof. José Carlos Batista Dubeux Júnior
Co-orientadores: Prof. Alexandre Carneiro Leão de Mello
Profa. Mércia Virginia Ferreira dos Santos
RECIE – PE
2012
Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Zootecnia, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Zootecnia (Área de concentração: Forragicultura).
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DIEGO LOIOLA DOURADO
PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM ELEFANTE CV. IRI-381
SUBMETIDO A DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA E
LOTAÇÃO ANIMAL
Dissertação defendida e aprovada pela Comissão Examinadora em 30 de março de 2012
Orientador:
____________________________________________________________
José Carlos Batista Dubeux Jr., PhD
Comissão Examinadora:
____________________________________________________________ Mario de Andrade Lira,PhD
___________________________________________________________ Divan Soares da Silva,DS
____________________________________________________________
Marcio Vieira da Cunha, DS
RECIFE - PE Março - 2012
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FICHA CATALOGRÁFICA
D739p Dourado, Diego Loiola Produtividade e valor nutritivo do capim-elefante cv. IRI- 381 submetido a diferentes níveis de adubação nitrogenada e lotação animal / Diego Loiola Dourado. -- Recife, 2012. 59f. : il. Orientador: José Carlos Batista Dubeux Júnior. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Zootecnia, Recife, 2012. Referências.
1. Lotação 2. Nitrogênio 3. Pastagem 4. Pecuária I. Dubeux Júnior, José Carlos Batista II. Título
CDD 636
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OFEREÇO
Para toda minha Família, meu pai, Adimailton Dourado Lima, minha mãe, Adenildes Gonçalves Loiola Dourado, minha irmã, Bruna Soraya Loiola
Dourado, meus irmãos Tercio Loiola Dourado e Bruno Loiola Dourado, minha noiva Carla Jane Souza do Carmo, meus queridos sobrinhos, Guilherme, Pedro
e Lorena, enfim a todos os amigos e toda a minha família, por todo o amor, carinho, apoio, conselhos e todo incentivo que sempre passaram, pois sem
eles, não teria conseguido.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha vida, por tudo que tenho recebido, mesmo sem
merecer, por toda a proteção, por ser o Onipresente em minha vida e por ter
permitido realizar esse objetivo, sou eternamente grato.
A UFRPE, pela oportunidade e oferecer todas as condições para a
realização do curso.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico -
CNPq, pela concessão da bolsa de estudo e apoio financeiro a realização da
pesquisa.
Ao Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e seus funcionários, pelo
apoio e toda estrutura que foi fundamental na execução do experimento.
Ao meu orientador José Carlos Batista Dubeux Júnior, meus co-
orientadores Alexandre Carneiro Leão de Mello e Mércia Virginia Ferreira dos
Santos e todos os professores, pela contribuição na minha formação durante o
curso. A Poliana, pela sua participação no inicio da pesquisa.
Aos meus amigos e colegas, por toda a força, conselho e incentivo que
sempre me deram durante todo o curso.
A todos que de forma direta ou indireta contribuíram para realização
desse trabalho.
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BIOGRAFIA DO AUTOR
Diego Loiola Dourado, filho de Adimailton Dourado Lima e Adenildes
Gonçalves Loiola Dourado, nascido em João Dourado, interior da Bahia. Filho
de agricultor cresceu em contato com o campo, sempre desfrutando do ar puro,
do convívio com a natureza, da paz, do contato com a terra, sempre
valorizando a vida dura do ambiente rural. Concluiu o ensino médio em escola
publica até ingressar no ano 2005 no Campus III, da Universidade do Estado
da Bahia – UNEB, em Juazeiro-BA, concluindo com muito orgulho em 2009, a
graduação em Engenharia Agronômica. Ainda em 2009 teve a oportunidade de
lecionar disciplinas na área agronômica na formação de técnico agropecuário
no Centro Territorial de Educação Profissional – CETEP, na cidade de Irecê-
BA. No ano de 2010, ingressou no Programa de Pós Graduação do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco –
UFRPE, em Recife-PE, submetendo-se à defesa da dissertação em março de
2012, concluindo o curso de Mestrado em Zootecnia na área de concentração
de Forragicultura.
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .................................................................................... 09 LISTA DE TABELAS .................................................................................... 11 RESUMO....................................................................................................... 13 ABSTRACT .................................................................................................. 15 1 – Introdução............................................................................................... 17 2 – Revisão de Literatura..............................................................................
19
2.1 – CAPIM ELEFANTE.............................................................................. 19 2.1.1 – ORIGEM, TAXONOMIA E CARACTERIZAÇÃO .............................. 19 2.1.2 – UTILIZAÇÃO .................................................................................... 20 2.1.3 – CULTIVAR IRI-381............................................................................ 21 2.1.4 – ADUBAÇÃO NITROGENADA .......................................................... 22 2.1.5 – TAXA DE LOTAÇÃO ANIMAL ......................................................... 24
3 – Material e Métodos............................................................................... 26 4 – Resultados e Discussão....................................................................... 32 5 – Conclusões.......................................................................................... 52 6 – Referências Bibliográficas.................................................................... 53
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Capítulo I
Lista de Figuras
Figura 1. Dados pluviométricos mensais nos anos de 2009 e 2010. (Fonte:
ITEP – 2011).
Figura 2 – Índice de Área Foliar (IAF) e Interceptação Luminosa (IL) do pré-pastejo em pastagens de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes taxas de lotação (2; 3,9; 5,8 UA/ha) na Zona da Mata Pernambucana; média de três adubações nitrogenadas, três blocos e quatro ciclos de pastejo.
Figura 3 – Índice de Área Foliar (IAF) e Interceptação Luminosa (IL) do pré-pastejo em pastagens de capim elefante cultivar IRI-381, submetidas a diferentes níveis de adubação e taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Figura 4 – Relações entre Interceptação Luminosa (IL) x Índice de Área Foliar
(IAF); IAF x Altura Média da Planta; IL x Altura Média da Planta em pastagem de Capim elefante cultivar IRI - 381 submetidas a diferentes níveis de adubação e taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Figura 5 – Ângulo Foliar médio do pré pastejo em pastagens de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Figura 6 – Índice de Área Foliar do pós pastejo em pastagens de capim
elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes taxas de lotação (2; 3,9; 5,8 UA/ha) na Zona da Mata Pernambucana.
Figura 7 – Interceptação Luminosa do pós pastejo em pastagens de capim
elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes taxas de lotação (2; 3,9; 5,8 UA/ha) na Zona da Mata Pernambucana; 2009 - 2010.
Figura 8 - Teor de nitrogênio (%) em amostras de pastejo simulado de capim
elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha). Figura 9 - Teor de fósforo (%) em amostras de pastejo simulado de capim
elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha) nos dois anos de pastejo (2009 – 2010). Figura 10 - Teor de K em amostras de pastejo simulado de capim elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha) nos dois anos de pastejo.
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Figura 11 - Porcentagem da DIVMS em amostras de pastejo simulado de
capim elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha) nos dois anos de pastejo.
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Capítulo I
Lista de Tabelas
Tabela 1. Características químicas do solo no local do experimento na camada de 0-20cm. Tabela 2 - Lâmina foliar (kg de MS/ha) do pré pastejo de capim-elefante
cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
Tabela 3 - Lâmina foliar (kg de MS/ha) do pós pastejo de capim-elefante
cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
Tabela 4 – Relação folha-caule do pré pastejo de capim-elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
Tabela 5 – Relação folha-caule do pós pastejo de capim-elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
Tabela 6 – Porcentagem de solo descoberto em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Tabela 7 – Participação do Capim elefante na composição botânica em
pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Tabela 8 - Participação do Capim Braquiária na composição botânica em
pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana em 2009.
Tabela 9 - Participação do Capim Braquiária na composição botânica em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana em 2010.
Tabela 10 - Participação de outras espécies na composição botânica em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Tabela 11- Teores de nitrogênio (%) nas amostras de pastejo simulado sob o efeito dos dois anos de pastejo (2009 e 2010) e dos quatros meses de pastejo (maio, junho, julho e agosto).
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Tabela 12. Teores (%) de cinzas nas amostras de pastejo simulado sob o
efeito dos dois anos de pastejo (2009 e 2010) e dos quatros ciclos de pastejo (Jul, Ago, Set e Out).
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RESUMO
O manejo de uma pastagem depende de vários fatores, dentre eles da
reposição de nutrientes ao sistema e da taxa de lotação animal utilizada. A
reposição dos nutrientes ao sistema vai depender das condições do solo e da
exigência nutricional das espécies, enquanto que o manejo deverá ser
realizado de acordo com a espécie forrageira, do animal e das condições
físicas e estruturais da pastagem. Essa pesquisa avaliou o capim elefante sob
condições de pastejo e sob diferentes níveis de adubação nitrogenada e
lotação animal. O experimento foi conduzido na Estação Experimental do
Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), ao longo de duas estações de
crescimento. O objetivo foi avaliar o efeito de três lotações animais (2; 3,9 e 5,8
UA/ha) e três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg N/ha/ano) sobre
características qualitativas e quantitativas do capim elefante cv. IRI-381. Foi
utilizado delineamento experimental em blocos ao acaso com parcelas
subdivididas, tendo como parcela principal a lotação animal e, a subparcela, os
níveis de adubação nitrogenada. Como variáveis quantitativas foram avaliadas
a massa de forragem pré pastejo, a composição botânica e a cobertura do solo.
Para as variáveis qualitativas foram determinados os teores de MS e MO de
amostras coletadas do padrão médio de cada subparcela. Em amostras de
pastejo simulado determinaram-se os teores de N, P, K e a digestibilidade in
vitro da matéria seca (DIVMS). Também foi avaliado o índice de área foliar,
interceptação luminosa e ângulos foliares médios do pasto no pré e pós
pastejo. A adubação nitrogenada ao nível de 300 kg de N/ha/ano, associada à
taxa de lotação de 2 UA/ha proporcionaram os maiores valores de massa de
forragem no pré pastejo. O IAF pós pastejo foi influenciado pelas diferentes
14
taxas de lotação, sendo os valores médios reduzidos com o aumento da taxa
de lotação e o decorrer das duas estações de pastejo. A altura da planta não
pode ser considerada um bom indicativo para se correlacionar com a
interceptação luminosa em pastagem de capim elefante, devido ao baixo valor
de R2 observado (0,0126). O aumento da taxa de lotação proporcionou
decréscimo na participação do capim elefante na composição botânica da
pastagem. O aumento dos níveis de adubação nitrogenada proporcionou
teores mais altos de nitrogênio nas amostras de pastejo simulado. O valor
nutritivo do capim elefante IRI - 381 sofreu influência direta da adubação
nitrogenada e das diferentes taxas de lotação, com teores mais altos dos
nutrientes na dosagem de 300 kg de N/ha e na menor taxa de 2 UA/ha, ao
longo do tempo nas condições de pastejo na Zona da Mata Pernambucana.
15
ABSTRACT
Pasture management depends on several factors, including the replacement of
the nutrient and adopted stocking rate. Replacement of nutrients to the system
will depend on soil conditions and nutritional requirements of the species and
management must be carried through in accordance with the forage, animal
and pasture conditions. This study evaluated elephant grass under grazing
conditions and managed under different N fertilization and stocking rates. The
experiment was carried out at the Experimental Station of the Agronomic
Institute of Pernambuco (IPA) during two growing seasons. The objective was
to evaluate the effect of three stocking rates (2, 3.9 and 5.8 AU / ha) and three
nitrogen levels (0, 150 and 300 kg N / ha / year) on qualitative and quantitative
response variables of elephant grass cv. IRI-381 pastures. The experimental
design used was randomized blocks with split plots. Stocking rate was the main
plot and N fertilization level the split-plot. The following quantitative variables
were evaluated: pre-grazing herbage mass, botanical composition and soil
cover. Qualitative variables determined included DM and OM samples collected
from representative samples from each subplot. The N, P, K in plant tissues, as
well as the „in vitro‟ dry matter digestibility (IVDMD) were determined from hand-
plucked samples. Leaf area index (LAI), light interception (LI) and leaf angles
(LA) were evaluated at pre- and post-grazing. Nitrogen fertilization at 300 kg N /
ha at 2 AU / ha resulted in the highest values of herbage mass. Post-grazing
LAI was affected by stocking rate, decreasing its value with increasing stocking
rate over the course of two years of grazing. Plant height cannot be considered
a good indicator to correlate with light interception on grazed elephant grass
pastures due to low R2=0.0126. The increase in stocking rate provides a
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decrease in the presence of elephant grass in the botanical composition.
Increasing N fertilization level results in higher plant tissue N concentration in
hand-plucked samples. Nutritive value of elephant grass IRI - 381 suffered
direct influence of nitrogen fertilization and different stocking rates, with higher
levels of nutrients in the dosage of 300 kg N / ha and the lowest rate of 2 AU /
ha, over time in grazing conditions in the „Zona da Mata‟ of Pernambuco.
17
1 - Introdução
A produtividade da pecuária a pasto está diretamente relacionada com o
potencial das forrageiras exploradas, sua adaptabilidade ao ecossistema e,
principalmente, com o manejo adotado. É comum se observar maiores
produtividades e desempenhos animais nos primeiros anos após o
estabelecimento da pastagem, contundo, com o decorrer do tempo,
usualmente, devido a manejo deficiente, ocorre queda de produtividade,
havendo o surgimento de plantas indesejáveis e/ou áreas de solo descoberto
(Boddey et al., 2004). Existem hoje no Brasil milhões de hectares de pastagens
degradadas, sendo a causa principal a queda na fertilidade do solo e o manejo
inadequado, especialmente decorrente do superpastejo (Miles et al., 2004).
De maneira geral, observa-se que, nos sistemas de produção de
ruminantes a pasto no Brasil não se vem dando muita atenção ao manejo das
pastagens sejam elas cultivadas ou nativas. Na maioria dos casos são
adotadas altas taxas de lotação, que resultam em baixo desempenho animal e
acelerada degradação das pastagens. A eficiência do sistema se dá a partir da
adoção da taxa de lotação compatível com a capacidade de suporte da
pastagem.
A produtividade de uma pastagem pode ser substancialmente melhorada
com o incremento de fertilizantes, principalmente os nitrogenados, pois
proporciona, nos processos de crescimento e desenvolvimento, um aumento
expressivo no fluxo de tecidos (Simon e Lemaire, 1987; Duru e Ducrocq, 2000).
Fatores como baixa disponibilidade e ciclagem ineficiente de nitrogênio (N)
também são considerados como responsáveis pela redução na produtividade
das pastagens (Sollenberger et al., 2002; Dubeux et al., 2004). Segundo
18
Ribeiro (1999), o valor nutritivo das plantas forrageiras sofre variação de acordo
com seu desenvolvimento morfológico e fisiológico, podendo ser avaliada por
meio de análises químicas e bromatológicas, além da avaliação da
digestibilidade. Fatores climáticos, fertilidade do solo, adubação e manejo são
componentes que influenciam o valor nutritivo das plantas forrageiras (Werner
et al., 1967; Van Soest, 1994; Erdman, 1993).
Entre as principais espécies forrageiras mais cultivadas hoje no Brasil, o
capim elefante se destaca pelo seu alto potencial produtivo, que o torna capaz
de suportar elevadas taxas de lotação (Lopes et al., 2005). Andrade et al.
(2003), avaliando a resposta do capim elefante a adubação nitrogenada,
observaram que essa fertilização proporcionou incrementos lineares na
produção de matéria seca de lâminas foliares do capim elefante na estação
chuvosa e, na relação lâmina/colmo, apenas na estação seca do ano.
Segundo Mello et al. (2002), o capim elefante, apesar de utilizado
tradicionalmente na forma de capineira, tem mostrado excelente desempenho
quando utilizado sob pastejo. De acordo com os mesmos autores, o
desenvolvimento de programas de melhoramento visando à obtenção de
cultivares que apresentem características desejáveis para a utilização sob
pastejo, constitui uma importante demanda do setor pecuário.
O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de três lotações animais (2,
3,9 e 5,8 UA/ha) e três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg
N/ha/ano), sobre características quantitativas e estruturais de pastagens de
capim elefante cv. IRI-381.
19
2 - Revisão de Literatura
2.1 – Capim elefante
2.1.1 - Origem, taxonomia e caracterização
Capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma espécie
forrageira que se destaca pelo elevado acúmulo de forragem por unidade de
área. Essa forrageira teve seu potencial identificado, inicialmente, no ano de
1905, pelo Coronel Napier de Bulawayo, recomendando a utilização da espécie
forrageira ao Departamento de Agricultura da Rodésia (Gonçalves e Menezes,
1982). No Brasil, essa espécie só foi introduzida por volta do ano de 1920,
através de mudas provenientes dos Estados Unidos introduzidas no Estado do
Rio Grande do Sul. Posteriormente, mudas de duas variedades adquiridas no
Estado de São Paulo, provenientes de Cuba, foram difundidas por todo
território brasileiro (Veiga, 1985; Faria, 1993).
Esta espécie é uma gramínea perene, possui raízes rizomatosas, de
hábito de crescimento cespitoso e de porte variável. Originária da África, em
vales férteis, com bons índices pluviométricos, caracteriza-se como uma planta
tropical que apresenta adaptações às mais diversas condições edafoclimáticas
do Brasil (Queiroz Filho et al., 1998). Esta adaptação, aliada ao potencial de
produção de biomassa, tem promovido sua larga utilização nas mais diversas
regiões do país, sendo utilizada tanto sob a forma de capineira, como em
regime de pastejo (Santos et al., 2001). Trata-se de uma das espécies
forrageiras tropicais com maior eficiência no aproveitamento da radiação solar,
apresentando alta eficiência na utilização de água e nutrientes, o que resulta
20
em elevada capacidade de produção de forragem (Jacques, 1994;
Campos,1999).
O capim elefante é uma espécie alógama e de fácil propagação
assexuada, possibilitando uma seleção e fixação de características que se
destaquem em um genótipo mantido através da clonagem. Características
como produtividade, produção de folhas, ciclo, recuperação pós-desfolha,
perfilhamento, relação folha/colmo, composição química e digestibilidade,
evidenciam o potencial dessa espécie. Vale ressaltar que a interação entre
genótipo, ambiente e manejo pode afetar essas características (Pereira et al.,
2001; Pereira, 1993).
2.1.2 – Utilização
O capim elefante é considerado uma das mais importantes forrageiras
tropicais, com grande capacidade fotossintética, o que o leva a responder
favoravelmente a adubação. Apresenta elevado potencial de produção de
biomassa, sendo uma espécie de fácil adaptação aos diversos ecossistemas e
de boa aceitação pelos animais. Diante dessas características, o capim
elefante vem sendo uma das gramíneas mais recomendadas e difundidas para
a formação de capineiras no Brasil, no entanto, pode ser utilizado de outras
formas, como sob pastejo, para produção de feno e de silagem.
Segundo Mello et al. (2010), nas duas últimas décadas, a produção de
capim elefante sob pastejo ganhou destaque no cenário nacional, considerando
que esse sistema de produção pode oferecer menores custos de produção.
Além de redução no custo da colheita, o pastejo pode resultar na melhoria da
21
produção subseqüente, em quantidade e qualidade da forragem (Nascimento
Jr. e Vilela, 1981).
A utilização do capim elefante sofre influência direta de diferentes
aspectos morfofisiológicos. Na exploração sob pastejo, por exemplo, dentre
outras características, é preciso que a cultivar escolhida possua um elevado
número de brotações basilares e axilares e touceiras mais abertas (Pereira,
2000). Sabe-se que a produtividade das pastagens é decorrente da produção
de biomassa, a qual irá definir a capacidade de suporte da pastagem. Este
aporte de biomassa é uma resposta das plantas à fertilidade do solo, associada
à época, intensidade e ao intervalo entre pastejo (Corsi e Nascimento Júnior,
1986).
2.1.3 – Cultivar IRI-381
Atualmente, o capim elefante se apresenta como uma espécie forrageira
que reúne desejáveis características produtivas e nutricionais, quando
comparada a outras gramíneas tropicais. Dentro de um amplo cenário de
genótipos existente dessa espécie, se torna necessário a busca de um
genótipo que reúna as características desejáveis que proporcionem a
maximização na sua exploração como forrageira.
Segundo Lira et al. (2010), o padrão da variabilidade genética existente
dentro do germoplasma tem forte influência na escolha de genótipos que
garantam o sucesso de um sistema produtivo. Assim, no abranger dos mais
variados grupos de genótipos de capim elefante, o clone IRI-381 se apresenta
com grande potencial produtivo, sendo muito utilizado tanto na forma de
22
pastejo, como na forma de capineira. Silva (2008), avaliando as características
de clones de capim elefante na Zona da Mata Pernambuco, percebeu que,
entre os clones testados, o IRI-381 apresentou elevada produção, com uma
produção de matéria seca em torno de 1,8 t MS/ha/60 dias de lâmina foliar e
3,4 t MS/ha/60 dias de colmo. Cunha et al. (2011), associando características
morfológicas e produtivas de clones de capim elefante na Zona da Mata
Pernambucana, obtiveram uma produção média de matéria seca em torno de
5277 kg/ha/corte para o clone IRI-381.
Avaliando alguns genótipos de Pennisetum sp., Silva et al. (2008)
observaram que, entre os genótipos estudados, o clone IRI 381 apresentou o
maior número de lâminas foliares por perfilho, nas condições da Zona da Mata
de Pernambuco. Cunha (2006), avaliando os fatores relacionados à eficiência
de pastejo de alguns genótipos de Pennisetum sp. no período seco do ano,
também na Zona da Mata de Pernambuco, demonstrou que o IRI-381 e o
Elefante B apresentaram alta densidade de lâmina foliar verde, baixa
porcentagem de material senescente e alta densidade de perfilhos basais
remanescentes e de novos perfilhos aéreos.
2.1.4 – Adubação Nitrogenada
De maneira geral, a pastagem é um dos principais componentes e a
forma mais barata na dieta de bovinos, sendo a base da sustentação da
maioria do efetivo da pecuária de corte de todo o Brasil. A adubação em
pastagens, principalmente a nitrogenada, é do um dos principais fatores
determinantes na produtividade, sendo o nitrogênio um dos nutrientes mais
relevantes para o aumento da produção. Dentre os elementos essenciais de
23
fundamental importância para o metabolismo das plantas, o nitrogênio atua
como constituinte de moléculas de proteínas, coenzimas, ácidos nucléicos,
citocromos, clorofila, polissacarídeos entre outras. Assim, adubação
nitrogenada influencia não só a produtividade como também na qualidade da
forragem (Sabata e Mason, 1992; Landry e Delhaye, 1993; Zhang et al., 1994).
O nitrogênio é geralmente considerado o nutriente mais limitante para o
crescimento de plantas no seu ambiente natural (Franco e Döbereiner, 1994).
Apesar da abundância de nitrogênio na atmosfera terrestre, as plantas e
animais não conseguem utilizar este elemento diretamente, onde para a
incorporação e disponibilidade desse nutriente ao sistema só se torna possível
a partir de aplicação de compostos nitrogenados ou via fixação biológica.
Vários trabalhos mostram respostas significativas de gramíneas
forrageiras quando realizada a adubação nitrogenada. Paciullo et al. (1998),
trabalhando com adubação nitrogenada em Capim elefante, perceberam que
houve aumento linear no rendimento forrageiro total com a adubação
nitrogenada. Andrade et al. (2000) observaram influência positiva na produção
de matéria seca do capim elefante com o incremento crescente da adubação
nitrogenada. Segundo Andrade et al. (2003), a adubação nitrogenada
proporcionou incrementos lineares na produção de matéria seca de lâminas
foliares do capim elefante na estação chuvosa e, na relação lâmina
foliar/colmo, apenas na estação seca do ano. Cruz et al. (2010), avaliando o
efeito da adubação nitrogenada em capim elefante, observaram resposta
significativa do crescimento linear na altura e na produção da forragem.
24
2.1.5 – Taxa de Lotação Animal
Adotar o manejo adequado de uma pastagem é uma das tarefas mais
difíceis que produtores e técnicos da área encontram na atividade pecuária.
Quando esse sistema é bem manejado, possibilita a maximização na
produtividade do sistema, obtendo-se um equilíbrio entre os fatores produção
de forragem e conversão em produto animal.
Segundo Carnevalli et al. (2001), um dos principais problemas no
manejo de pastagem é conciliar uma taxa de lotação que resulte em alto
desempenho por animal com uma que resulte em melhor desempenho por
unidade de área. Assim, a combinação desses fatores não é facilmente
encontrada em sistemas de produção nos quais o desempenho animal diminui
constantemente com o aumento nas taxas de lotação.
Segundo Mott (1960), taxa de lotação é definida como o número de
animais por unidade de área, não apresentando relação com a disponibilidade
de forragem. Essa relação é um componente de fundamental importância para
a sustentabilidade produtiva de uma pastagem, pois irá adequar o consumo
animal de acordo com a produção da pastagem.
A partir dos problemas decorrentes de um manejo inadequado, passa a
ser um desafio para os profissionais da área de Forragicultura desenvolver
sistemas de exploração que reduzam a degradação da vegetação e
conseqüentes perdas de solo e da biodiversidade, de tal forma que possam ter
um aproveitamento eficiente dos benefícios do ecossistema da pastagem
(Kemp e Michalk, 2005).
25
O efeito da lotação sobre as características morfológicas da pastagem é
determinante para a eficiência do processo do pastejo, pois a produção do
tecido foliar das gramíneas é um processo contínuo regulado pelos fatores
externos e ambientais, como clima e temperatura. O acúmulo do tecido foliar
na planta proporciona a senescência e deposição no solo, assim a eficiência do
pastejo dependerá do manejo da pastagem, no qual deve buscar o melhor
aproveitamento do tecido foliar produzido, maximizando o rendimento da
forragem produzida (Santos et al., 2004). Cunha et al. (2007), avaliando a
eficiência de pastejo entre alguns genótipos de capim elefante, observaram
maior eficiência para o genótipo IRI-381. Lira (2009), avaliando o
comportamento de novilhas submetidas a pastagens de capim elefante na
Zona da Mata Pernambucana, percebeu que, com o avançar dos dias de
pastejo, ocorreu decréscimo da atividade de pastejo alto, sendo compensada
pelo pastejo baixo, decorrente da diminuição da altura do dossel e da
diminuição de folhas verdes nas partes mais altas da planta.
A busca do pastejo ótimo está determinada pelo manejo adequado de
pastagens com animais e forrageiras, buscando atender as exigências
nutricionais do animal, mantendo o sistema de produção estável. O consumo
de pasto é praticamente definido pela disponibilidade de forragem em certo
momento, tendo uma variação inversamente proporcional com a taxa de
lotação da pastagem. Assim, o rendimento de uma forragem define a
capacidade de suporte animal e a taxa de lotação determina a pressão de
pastejo a que a pastagem é submetida.
26
3 - MATERIAL E MÉTODOS
Descrição do local da pesquisa
O experimento foi realizado na Estação Experimental do Instituto
Agronômico de Pernambuco (IPA), localizada no município de Itambé-PE. Este
município localiza-se na microrregião fisiográfica da Zona da Mata Seca do
Estado de Pernambuco. O tipo climático é sub-úmido megatérmico, segundo a
classificação de Thornthwaite. A precipitação média anual é de 1.300 mm,
caracterizada por uma distribuição temporal irregular (Figura 1). O solo é
predominantemente ARGISSOLO VERMELHO–AMARELO, textura franco-
argilo-arenoso, com relevo plano a suave-ondulado (EMBRAPA, 2006).
A área experimental apresenta histórico com outras pesquisas, onde, no
período de 1977 a 1980, foram conduzidos ensaios experimentais com sorgo;
no período de 1981 a 2001, experimentos com Brachiaria decumbens; no
período de 2001 a 2006, ensaios experimentais com clones de capim elefante;
do ano de 2006 até o presente experimento ensaios com o clone IRI-381 de
capim elefante.
27
Figura 1. Dados pluviométricos mensais nos anos de 2009 e 2010.(Fonte:
ITEP, 2011).
Tratamentos e delineamento experimental
Os tratamentos testados foram três lotações animais (2, 3,9 e 5,8 UA/ha)
e três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg N/ha/ano), repetidos
três vezes, em um delineamento de blocos casualizados em parcelas
subdivididas. A parcela principal foi constituída pela lotação animal e, a
subparcela, pelo nível de adubação nitrogenada. As unidades experimentais
foram constituídas de piquetes com área de 833 m2 por parcela principal,
sendo a subparcela formada por 1/3 desta área.
Manejo experimental e variáveis avaliadas
O experimento foi realizado durante duas estações de pastejo, sendo as
avaliações realizadas do início da estação de crescimento das forrageiras até
quando houve massa de forragem suficiente para realização dos pastejos,
28
inicialmente prevista, em média, de 1500 a 2000 kg de massa verde seca/ha.
Não houve avaliação, adubação ou entrada de animais no período de déficit
hídrico, ficando todos os piquetes em descanso.
O ciclo de pastejo foi de 35 dias, sendo 34 dias de descanso e um dia de
permanência na época chuvosa. A lotação foi fixa, sendo constituída pelos
tratamentos experimentais (2, 3,9 e 5,8 UA/ha). Foram utilizadas vacas
bimestiças (5/8 Holandês x Zebu) provenientes do rebanho experimental do
IPA, com peso vivo médio de 436 kg.
A fonte de adubação nitrogenada utilizada foi uréia, sendo realizadas
adubações após cada ciclo de pastejo. Foram realizadas cinco aplicações
iguais durante o período chuvoso de cada estação de crescimento. Foram
realizadas análises químicas de amostras de solo na profundidade de 0 a 20
cm, no laboratório de fertilidade de solo do IPA. O resultado das análises
(Tabela 1) demonstrou não haver necessidade de aplicação do P, K e calcário
nas parcelas experimentais. As parcelas eram providas de bebedouros e
cochos de sal mineral.
Tabela 1. Características químicas do solo no local do experimento na camada
de 0-20 cm.
pH P Na+ K+ Ca+2 + Mg+2
Ca+2 Al+3 H + Al C.O.
1 M.O.2
água-1:2,5
mg/dm³ ----------------------(cmolc/dm³)---------------------- -----g/kg-----
5,7 19,3 0,2 0,4 4,7 2,9 0,1 5,4 18 34,9
¹C.O. = carbono orgânico; ²M.O. = matéria orgânica.
A massa de lâminas foliares foi determinada imediatamente antes e da
entrada e após a saida dos animais (pré e pós pastejo) nos piquetes, sendo
29
utilizado o método de dupla amostragem. Em cada unidade experimental, a
massa de lâmina foliar foi determinada em duas áreas de 1 m2 cada, onde
foram também tomadas as alturas médias. A forragem contida na área de 1 m2
foi cortada rente ao solo e, posteriormente, pesadas para obtenção da massa
total. Após as pesagens, foram retiradas sub-amostras para separação manual
das frações colmo + bainhas + inflorescências e de lâminas foliares de uma
das amostras cortadas estabelecendo a relação folha/caule. A altura média das
plantas em cada parcela foi tomada em 40 pontos da pastagem, a partir do
nível do solo até a altura média das plantas no pré pastejo. As equações de
regressão foram estimadas com base nas alturas das plantas e massa de
forragem. A massa de lâmina foliar (kg de MS/ha) foi estimada considerando as
proporções de lâmina foliar verde e seca, com base na matéria seca destes
componentes. Desta forma, foi possível a obtenção de equações de regressão
relacionando a massa de forragem com a altura média das plantas, dentro de
cada subparcela com os diferentes níveis de adubação, considerando, em
média, os maiores valores de R2.
Além da massa pré e pós de Lâmina Foliar, em cada ciclo de pastejo, as
seguintes variáveis foram avaliadas: relação folha/caule, cobertura do solo,
índice de área foliar (IAF), interceptação luminosa (IL), ângulos foliares médios,
acumulo de massa de lâmina foliar, taxa de acúmulo e relação folha/caule pré e
pós pastejo. O IAF, IL e ângulos foliares médios foram determinados
utilizando-se um analisador de dossel LI-COR, modelo LAI 2000 (LI-COR,
Lincoln, Nebraska, EUA), que permite amostragens rápidas e não destrutivas
(Welles e Norman, 1991). O aparelho é constituído de uma unidade de controle
30
e de um sensor em formato de uma barra articulada. A técnica consiste
basicamente da combinação de uma medição do “brilho do céu” (“sky
brightness”), realizada com o sensor nivelado acima do dossel, com uma série
de medições tomadas sob o dossel. As medições foram realizadas nos dias
referentes ao pré e pós pastejo, em três pontos representativos da condição
média da pastagem em cada subparcela. Foram tomadas três medições abaixo
do dossel para cada leitura acima. As leituras abaixo do dossel foram
realizadas localizando o sensor em três pontos ao redor da base da touceira a
10 cm do solo.
A composição botânica da pastagem foi avaliada no início e final do ano
experimental, tanto na primeira como na segunda estação de crescimento,
utilizando-se o método do peso seco escalonado (Mannetje e Haydock, 1963).
Aleatoriamente foram escolhidos 40 pontos em cada subparcela e, em
cada ponto, foram anotados os componentes presentes numa área de 1 m²,
delimitada por um quadrado de plástico PVC, atribuindo-se a participação de
70, 21 e 9% para aqueles componentes cuja participação estivessem em 1º, 2º
e 3º lugar. A cobertura do solo foi determinada paralelamente à composição
botânica do pasto, sendo analisada através de avaliações visuais da
porcentagem de área de solo descoberto no quadrado de 1 m² de área,
considerando-se apenas áreas com todo o material de solo à mostra,
desconsiderando-se áreas com serrapilheira. Essa avaliação foi realizada no
mesmo momento da avaliação da composição botânica nos mesmos 40 pontos
escolhidos em cada subparcela.
31
As amostras para determinação do valor nutritivo foram coletadas por
meio da técnica de pastejo simulado, realizada sempre antes da entrada dos
animais nos piquetes. As amostras eram coletadas simulando-se o bocado de
um animal, coletando-se bainha e lâmina foliar. A cada ciclo de pastejo foram
coletadas amostras de pastejo simulado, que foram pesadas, acondicionadas
em sacos de papel e levadas a estufa de ventilação forçada, a 65 ºC por 72
horas, até atingir peso constante, sendo, posteriormente, pesadas para
determinação da matéria seca.
Foram determinados os teores de MS, cinzas e MO de amostras
representativas coletadas em cada subparcela. Os teores de N, P, K nos
tecidos vegetais, bem como a digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMS)
foram determinados a partir de amostras coletadas por meio do pastejo
simulado. Após secas na estufa, as amostras para composição química foram
moídas em peneira de malha de 1 mm e as de digestibilidade em peneira de
malha de 2 mm, sendo utilizada as metodologias de análises descritas por
Silva e Queiroz (2002).
Foram realizadas análises de variância, bem como comparação de
médias dos tratamentos. Foi utilizado o PROC MIXED do SAS (SAS, 1996).
Foram considerados efeitos fixos os fatores adubação, lotação animal, ciclo
(meses) e ano de avaliação, além de suas interações. Foram considerados
como efeitos aleatórios os blocos e a interação dos mesmos com os efeitos
fixos. Médias foram comparadas por meio do procedimento PDIFF do SAS
ajustado para Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Para respostas
quantitativas foram realizadas análises de regressão para cada variável de
32
resposta de interesse, quando esses fatores (adubação e lotação) foram
significativos (P < 0,05) pelo teste F.
4 - Resultados e Discussão
Os valores de massa de lâminas foliares do pré pastejo apresentaram
interação entre anos de pastejo e níveis de adubação (Tabela 2). Houve efeito
linear (P=0,0225) no ano de 2010 entre os níveis de adubação, apresentando
aumento proporcional em relação aos níveis crescentes de adubação. Isso
demonstra a importância do incremento de nitrogênio no sistema, onde a
concentração de nitrogênio no tecido foliar é influenciada a partir da
disponibilidade desse nutriente no solo (Killorn e Zourarakis, 1992). Com isso,
além de participar do metabolismo das plantas, o nitrogênio atua como
constituinte molecular nos tecidos da planta, sendo relevante para o aumento
na produção. Assim, com a adição de 300 kg de N/ha pode-se recomendar
uma taxa de lotação de 5,8 UA/ha/ano, pois a taxa de lotação não apresentou
diferença significativa.
Tabela 2 - Lâmina foliar (kg de MS/ha) do pré pastejo de capim elefante cultivar
IRI-381, submetido a diferentes níveis de adubação e taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
No pós pastejo, a massa de lâmina foliar sofreu influência significativa
das diferentes taxas de lotação testadas, apresentando efeito linear negativo
Adubação 2009 2010 Erro Padrão Pr > |t|
0 7889,87 10012 3655,96 0,5629
150 19121 11825 3735,85 0,0536
300 10769 18560 3655,96 0,0355
Efeito NS L*
Erro Padrão 5442,82 2381,55
33
(P=0,0171), ou seja, houve redução na massa de lâmina foliar pós pastejo com
o aumento da taxa de lotação (Tabela 3). Esse efeito, já era esperado, pois,
sabendo que a lâmina foliar é o componente estrutural da planta mais
consumido pelos animais e que o consumo de forragem por área é o produto
do consumo por animal e o número de animais por unidade de área, então,
quanto maior for a taxa de lotação em uma mesma área, espera-se também
uma redução na massa de lâmina foliar. Os valores médios de acúmulo e taxa
de acúmulo de lâminas foliares não apresentaram efeito significativo dos
tratamentos testados, apresentando uma média de 16.648 kg/ha e 375,95
kg/dia, respectivamente. De maneira geral, os valores tanto de massa de
lâmina foliar, como acúmulo e taxa de acúmulo apresentaram valores elevados.
Esse resultado possivelmente ocorreu em função de uma superestimativa da
metodologia utilizada, provavelmente pela reduzida área da unidade amostral.
Tabela 3 - Lâmina foliar (kg de MS/ha) do pós pastejo de capim elefante cultivar IRI-381, submetido a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
*5% Probabilidade (P<0,05).
Na relação folha/caule do pré pastejo, foi observada interação entre os
anos e os meses de pastejo (Tabela 4). De maneira geral, o segundo ano de
pastejo apresentou menor relação folha/caule, apresentando diferença
significativa (P< 0,05) entre as médias. No primeiro ano de pastejo, houve
Lotação animal (UA/ha) Lâmina Foliar Pós pastejo
2 6078,49
3,9 2543,19
5,8 1670,27
Efeito L*
Erro padrão 741,27
34
diferença significativa (P < 0,05) entre os meses de pastejo, onde o ultimo mês
(Agosto), apresentou a menor relação folha/caule.
Tabela 4. Relação folha/caule do pré pastejo de capim elefante cultivar IRI-381,
submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
Médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem significativamente (P > 0,05) pelo PDIFF ajustado para Tukey.
No pós pastejo, a relação folha/caule apresentou interação tripla entre
ano, mês e níveis de adubação (Tabela 5). No primeiro ano de pastejo houve
efeito quadrático (P=0,0805) no primeiro mês de pastejo. Ainda no primeiro ano
de pastejo, ocorreu diferença significativa entre as médias nos níveis de 150 e
300 kg de N/ha, reduzindo a relação no ultimo mês de pastejo.
Tabela 5. Relação folha-caule do pós pastejo de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
Médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem significativamente (P > 0,05) pelo PDIFF ajustado para Tukey.
Avaliação 2009 2010 Pr > |t|
Maio 1,31 AB 0,73 A < 0,0001
Junho 1,08 B 0,51 A 0,0002
Julho 1,5 A 0,58 A < 0,0001
Agosto 0,75 C 0,56 A 0,1805
Kg de N/há
2009 0 150 300 Efeito
Maio 0,3589 A 0,2529 B 0,7403 A Q (P=0,0805)
Junho 0,4164 A 0,5749 A 0,8473 A NS (P=0,1187)
Julho 0,4147 A 0,3846 AB 0,1793 B NS (P=0,2451)
Agosto 0,2444 A 0,3009 B 0,1508 B NS (P=0,5538)
Kg de N/há
2010 0 150 300 Maio 0,2453 A 0,2293 A 0,169 A NS (P=0,6983)
Junho 0,1165 A 0,0997 A 0,093 A NS (P=0,7355)
Julho 0,1885 A 0,2363 A 0,1636 A NS (P=0,7799)
Agosto 0,2091 A 0,1686 A 0,1681 A NS (P=0,6367)
35
Para a variável cobertura do solo, houve efeito entre os anos e entre os
meses (Tabela 6). Pode-se observar que houve diferença significativa entre os
anos, onde, no primeiro ano de pastejo, houve maior porcentagem de solo
descoberto. Essa resposta se atribui à maior presença de plantas invasoras no
segundo ano, ocupando assim a área de solo descoberto. Quando se compara
o efeito entre a primeira (Abril) e a segunda (Setembro) avaliação dentro de
cada ano de pastejo, percebeu-se que, na segunda avaliação, houve maior
proporção de solo descoberto, pois os efeitos evidentes dos tratamentos
resultaram na menor cobertura do solo da pastagem. Vale ressaltar que,
mesmo na condição de maior porcentagem de solo descoberto (em torno de
5%), houve reduzida exposição do solo à erosão, podendo ser considerado um
resultado satisfatório para a conservação do solo. Esse resultado ocorreu
devido à infestação de planta invasora ser, em sua grande maioria, por capim
braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.), sendo essa bastante agressiva,
ocupando boa parte do solo descoberto.
Tabela 6. Porcentagem de solo descoberto em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação, na Zona da Mata Pernambucana.
Ano % SD Erro Padrão Avaliação % SD Erro Padrão
2009 5,1 A 0,4
Abril 3,5 B 0,4
2010 2,9 B 0,4 Setembro 4,5 A 0,4 Letras maiúsculas comparam médias dentro da mesma coluna, pelo Teste deTukey, a 5% de probabilidade. SD = solo descoberto
Além do capim elefante e capim braquiária a composição botânica da
pastagem foi composta por espécies, consideradas indesejáveis. A
participação do capim elefante na composição botânica da pastagem estudada
apresentou interação entre ano e épocas de avaliação (Tabela 7). Pode-se
36
observar que, no primeiro ano de pastejo, não houve diferença significativa
entre as avaliações. Já no segundo ano, observou-se diferença significativa na
participação do capim elefante na composição botânica da pastagem. Esse
resultado mostra que, com as condições impostas nesse trabalho, de maneira
geral, no segundo ano de pastejo ocorreram condições desfavoráveis para o
desenvolvimento dessa espécie na Zona da Mata pernambucana, pois ficou
evidente o aumento significativo das espécies invasoras. Dentre as espécies
catalogadas ao longo das duas estações de pastejo, o capim braquiária
aparece com maior destaque, haja vista ser uma espécie bastante agressiva no
que diz respeito à competição por água e nutrientes no solo. Para a
participação da braquiária na composição botânica da pastagem houve
interação entre ano, mês de avaliação e lotação (Tabelas 8 e 9). No primeiro
ano de pastejo não houve influência significativa dos tratamentos para a
participação do capim braquiária (Tabela 8), porém, pode-se observar que
houve influência significativa entre as taxas de lotação (Tabela 9), observando-
se relação direta e positiva entre o aumento da taxa de lotação e a participação
do capim braquiária.
Tabela 7 – Participação do capim elefante na composição botânica em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Avaliação 2009 2010
% CB Erro Padrão % CB Erro Padrão
Abril 91,5 Aa 2,7 91,0 Aa 3,2
Setembro 92,2 Aa 2,7 76,5 Bb 2,9 Letras maiúsculas comparam médias dentro da mesma coluna, pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
37
Tabela 8 - Participação do Capim braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.) na
composição botânica em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana em 2009.
Letras maiúsculas comparam médias dentro da mesma linha e letras minúsculas comparam as médias dentro da mesma coluna ao nível de 5% de probabilidade ao teste de Tukey.
Tabela 9. Participação do capim braquiária (Brachiaria decumbens Stapf.) na composição botânica em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana em 2010.
Letras maiúsculas comparam médias dentro da mesma linha e letras minúsculas comparam as médias dentro da mesma coluna ao nível de 5% de probabilidade ao teste de Tukey-kramer.
A participação das outras espécies catalogadas no experimento
apresentou comportamento diferente durante os dois anos de pastejo,
ocorrendo diferença significativa entre as duas avaliações apenas na primeira
estação de crescimento (Tabela 10). Esse comportamento pode ser explicado
a partir da análise da participação do capim braquiaria, pois não foi observada
diferença significativa em sua participação em relação aos demais
componentes no primeiro ano, permitindo o aparecimento de outras espécies
na pastagem. Já no segundo ano, o capim braquiária se apresentou mais
Lotação (UA/ha/ano) abr/09 Erro Padrão set/09 Erro Padrão
2 1,9Aa 4,3 2Aa 4,3
3,9 5,7Aa 4,3 4,1Aa 4,3
5,8 2,1Aa 4,3 6,9Aa 4,3
Lotação (UA/ha/ano) Abr/10 Erro Padrão Set/10 Erro Padrão
2 3,6Ba 4,3 10,3Ab 4,3
3,9 6,8Ba 4,3 29,4Aa 4,3
5,8 9,5Aa 4,3 19,8Aab 4,3
38
agressivo, ocupando mais espaço e dificultando o aparecimento da outras
espécies consideradas invasoras.
Tabela 10 - Participação de outras espécies na composição botânica em pastagem de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Avaliação Ano P < |t|
2009 2010 0,0007
Abril 5,2 A 2,2 A 0,0038
Setembro 3,4 B 3,7 A 0,7077
Erro padrão 0,6 0,7
Letras maiúsculas comparam médias dentro da mesma coluna ao nível de 5% de probabilidade ao teste de Tukey.
O IAF e a IL do pré pastejo foram influenciados pela interação entre ano
e lotação animal (Figura 2). Pode-se observar efeito linear (P<0,10) para a IL,
sendo os valores dessas duas variáveis menores, à medida que se aumentou a
taxa de lotação, mostrando efeito residual ao longo do tempo, uma vez que no
primeiro ano (2009) de pastejo não houve influência significativa.
39
Figura 2 – Índice de área foliar (IAF) e interceptação luminosa (IL) no pré-
pastejo em pastagens de capim elefante cultivar IRI-381, submetidas a diferentes taxas de lotação (2; 3,9; 5,8 UA/ha) na Zona da Mata Pernambucana; média de três adubações nitrogenadas, três blocos e quatro ciclos de pastejo.
O IAF e a IL também foram influenciados pela interação entre ano e
meses de avaliação (Figura 3). Observou-se que as variações nas condições
ambientais nas diferentes épocas do ano influenciam as características
estruturais da pastagem de capim elefante.
NS
NS
NS
L**
40
Figura 3. Índice de área foliar (IAF) e interceptação luminosa (IL) no pré-
pastejo em pastagens de capim elefante cultivar IRI-381, submetidas a diferentes níveis de adubação e taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
As correlações entre IL e IAF, IAF e altura da planta e IL e altura da
planta estão descritas na Figura 4. Pode-se observar que houve forte
associação entre IL e IAF, sendo observado R2 de 0,94. Já a correlação entre
altura e IAF (R2 = 0,01) e altura com IL (R2 = 0,01) apresentaram valores muito
baixo do R2. Esse resultado evidencia que, para condições de pastejo de capim
elefante na Zona da Mata Pernambucana, a altura da planta não foi um bom
indicativo para estabelecer decisões de manejo de utilização da pastagem,
41
baseando-se no critério de determinação do momento de utilização da
forragem pela IL. Esse comportamento pode ser explicado pela ampla variação
das características estruturais das touceiras da pastagem de capim elefante.
Dessa forma, tanto podem ocorrer touceiras altas e pouco densas, como
também touceiras baixas e com elevada densidade de folhas e, portanto, com
elevados valores de IAF e IL.
Figura 04 – Correlações entre interceptação luminosa (IL) x índice de área foliar (IAF); IAF x altura média da planta; IL x altura média da planta em pastagem de capim elefante cultivar IRI - 381 submetidas a diferentes níveis de adubação e taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
42
O ângulo médio foliar das plantas no pré pastejo foi influenciado pela
interação entre anos e meses de avaliação (Figura 5). Pode-se observar
comportamento bastante heterogêneo para essa variável, provavelmente
influenciado pelas diferentes condições entre as avaliações e estações de
pastejo. Se considerar a IL da folha o comportamento do ângulo foliar tem
implicação direta na interceptação luminosa do dossel, pois, quanto mais
inclinada for a folha, menor será a interceptação luminosa da planta.
Figura 05 – Ângulo foliar médio no pré pastejo em pastagens de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes níveis de adubação e diferentes taxas de lotação na Zona da Mata Pernambucana.
Para o IAF no pós pastejo, foram observadas interações entre ano e
mês e ano e lotação (Figura 6). Na Figura 6A observa-se que as taxas de
lotação influenciaram significativamente o IAF do pós pastejo no ano de 2010,
pois, à medida que se aumentou a taxa de lotação, os valores de IAF
decresceram lineamente (P<0,0269). Essa resposta já era esperada, pois à
medida que se aumenta a taxa de lotação, eleva-se também a intensidade de
43
pastejo e, conseqüentemente, reduz-se a parte aérea da planta, sobretudo o
número de folhas. Na Figura 6B pode-se observar interação entre as taxas de
lotação e os ciclos de pastejo, ocorrendo grande variação entre os valores de
IAF do pós pastejo ao longo das avaliações. Acredita-se que essa variação se
deu em decorrência das diferentes condições climáticas ao longo de todo o
período experimental.
Figura 6. Índice de área foliar no pós pastejo em pastagens de capim elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes taxas de lotação (2; 3,9; 5,8 UA/ha) na Zona da Mata Pernambucana.
Para a IL no pós pastejo, foi observada interação entre ano, avaliação e
lotação (Figura 7). No primeiro ano de pastejo, não ficou evidenciada elevada
A
L*
NS* NS*
L*
A
B
44
variação da IL, porém, no segundo ano de pastejo, uma variação considerável
foi observada. Esse resultado pode ser explicado pela intensificação do pastejo
ao longo do tempo, além da variabilidade climática ocorrida ao longo do ano.
Observou-se também que, apesar da grande variação, ficou evidenciado que,
no final do experimento, quanto maior a taxa de lotação menor foi a IL do
pasto.
Figura 7. Interceptação luminosa no pós pastejo em pastagens de capim
elefante cultivar IRI-381, submetidos a diferentes taxas de lotação (2; 3,9; 5,8 UA/ha) na Zona da Mata Pernambucana, 2009 - 2010.
Para os teores de N da forragem, houve interação entre taxas de lotação
e níveis de adubação, observando-se efeito quadrático (P<0,05) dos níveis de
adubação dentro da taxa de lotação de 5,8 UA/ha. Esse resultado mostra que,
NS
NS
NS
45
possivelmente, na maior lotação, o crescimento e desenvolvimento do capim
elefante foram prejudicados, tendo uma distribuição das estruturas da planta
com predominância de um material de menor qualidade, resultando na
resposta quadrática. Também houve efeito quadrático (P<0,05) entre as taxas
de lotação dentro do nível de adubação de 150 kg de N/ha. A partir da Figura
8, pode-se observar elevados valores de nitrogênio (2-3 %), evidenciando ser o
capim elefante uma forragem de valor protéico considerável, quando manejado
nessas condições.
*Significativo ao nível de 5% de probabilidade por meio de contraste ortogonal.
Figura 8. Teor de nitrogênio (%) em amostras de pastejo simulado de capim elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha).
Houve interação entre ano e mês de avaliação para os níveis de
nitrogênio (Tabela 11). Pode-se observar influência significativa dos ciclos de
pastejo sobre os teores de nitrogênio da forragem. Em 2010, os teores de N da
planta foram maiores que em 2009. Esse comportamento ocorreu
possivelmente devido ao efeito residual dos tratamentos, bem como à
reciclagem ocorrida, visto que o somatório da adubação com o incremento das
46
excreções dos animais, provavelmente possibilitou maior disponibilidade no
solo desse nutriente. Saraiva (2010), avaliando a ciclagem de nutrientes em
pastagens de capim elefante na zona da Mata Pernambucana, observou
concentração de N nas fezes de até 21g N/kg MS fecal. Apolinário (2010),
estudando a composição química da serrapilheira da mesma unidade
experimental do presente experimento, observou que, de maneira geral, houve
maior concentração de nitrogênio da serrapilheira no segundo ano de pastejo,
conseqüentemente, diminuindo a relação C:N desse componente e
favorecendo a decomposição da serrapilheira. Os teores de N decresceram ao
longo dos meses de pastejo em 2010, não sendo esse efeito observado em
2009.
Tabela 11 - Teores de nitrogênio (%) nas amostras de pastejo simulado de
capim elefante submetido a níveis de adubação nitrogenada e taxas de lotação; Itambé-PE.
Letras minúsculas dentro de cada coluna diferenciam ao nível de 5 % pelo
LSMEANS/PDIFF ajustado para Tukey.
Para os teores de P na forragem, houve interação tripla entre ano, mês e
lotação (Figura 9). Observou-se que, no primeiro ano, apesar da interação
entre as taxas de lotação e os ciclos de pastejo, os resultados apresentaram
comportamentos semelhantes, ocorrendo reduzida variação, apresentando
Ano
2009 vs. 2010
Ciclo 2009 2010 Erro Padrão Pr > |t|
Maio 2,4 a 3,9 a 0,1 < 0,0001
Junho 2,3ab 3,6b 0,1 < 0,0001
Julho 2,4 a 3,2c 0,1 < 0,0001
Agosto 2,1b 2,8d 0,1 < 0,0001
47
apenas efeito linear positivo (P<0,10) entre as taxas de lotação dentro do mês
de maio. Já no segundo ano de pastejo, percebeu-se um decréscimo nos
teores de P ao longo dos ciclos de pastejo, observando-se efeito quadrático
(P<0,10) entre os meses para a menor taxa de lotação (2 UA/ha).
Figura 9 - Teor de fósforo (%) em amostras de pastejo simulado de capim
elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha) nos dois anos de pastejo (2009 – 2010).
48
Houve interação tripla entre ano, mês e adubação para os teores de K
na forragem (Figura 10). No primeiro ano de pastejo, houve efeito quadrático
(P<0,10) entre as diferentes taxas de lotação para o mês de julho. Já no
segundo ano de pastejo, observou-se efeito quadrático (P< 0,05) entre os
meses de avaliação na ausência de adubação nitrogenada. Houve também
decréscimo com efeito linear (P<0,10) entre as taxas de lotação no mês de
julho para os teores de potássio na forragem.
Figura 10 - Teor de K em amostras de pastejo simulado de capim elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha) nos dois anos de pastejo.
49
Houve interação entre ano e mês nos teores de cinzas da forragem
(Tabela 12). De maneira geral, observa-se diferença significativa entre os
meses de pastejo apenas no último ciclo de pastejo, comportamento observado
nos dois anos de pastejo. Esse resultado possivelmente ocorreu, pois, o último
ciclo de pastejo apresentou o menor índice pluviométrico, resultando em menor
aporte de água no sistema solo-planta, dificultando um maior aporte de
minerais na constituição da célula da planta.
Tabela 12. Teores (%) de cinzas nas amostras de pastejo simulado em dois anos de pastejo (2009 e 2010) e diferentes ciclos de pastejo (Jul, Ago, Set e Out).
Letras minúsculas dentro de cada coluna diferenciam ao nível de 5 % pelo LSMEANS/PDIFF
ajustado para Tukey.
Para a digestibilidade ”in vitro” da MS, houve interação tripla entre ano,
mês e lotação (Figura 11). No primeiro ano de pastejo observou-se interação
entre os ciclos de pastejo com as taxas de lotação, observando-se efeito linear
(P<0,05) entre os meses de pastejo, na menor taxa de lotação (2 UA/ha). Ainda
no primeiro ano de pastejo, observou-se efeito linear (P<0,05) entre as taxas
de lotação para o mês de maio. No segundo ano também se observou
interação entre as taxas de lotação com os ciclos de pastejo, evidenciando-se
efeito linear (P<0,10) entre as taxas de lotação nos meses de maio e julho. De
maneira geral, não ocorreu variação abrupta no comportamento da DIVMS das
Ciclos 2009 2010 Erro padrão 2009 vs 2010
Pr >|t|
Maio 12,9 a 11,3 a 1,1 0,1491
Junho 11,2 a 11,3 a 1,0 0,9228
Julho 11,7 a 10,4ab 1,1 0,2552
Agosto 8,1b 8,8b 1,1 0,5192
50
amostras de pastejo simulado, com os valores médios variando de 43% a 49%.
Dessa forma, esses resultados podem ser considerados baixos para capim
elefante, principalmente quando se considera que foram amostras de pastejo
simulado, com predominância de lâmina foliar, parte mais digestível da planta,
podendo ter influência direta da idade e da cultivar utilizada.
Figura 11 - Porcentagem da DIVMS em amostras de pastejo simulado de
capim elefante sob a influência de três níveis de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N/ha) e três diferentes taxas de lotação (2, 3,9 e 5,8 UA/ha) nos dois anos de pastejo.
51
5 - Conclusões
A metodologia utilizada superestimou os valores de massa de lâminas
foliares, bem como dos seus acúmulos e taxas de acúmulo em pastagem de
capim elefante nas condições da Zona da Mata Pernambucana.
O IAF no pós pastejo sofreu influência direta das diferentes taxas de
lotação, tendo os valores de IAF diminuído com o aumento da taxa de lotação,
ao longo de duas estações de pastejo.
A altura da planta não pode ser considerada um bom indicativo para
correlacionar com a interceptação luminosa em pastagem de capim elefante.
O aumento da taxa de lotação proporcionou decréscimo na participação
do capim elefante e aumento da braquiária na composição botânica da
pastagem.
O valor nutritivo do pasto foi afetado pelo manejo da pastagem, sofrendo
influência direta da adubação nitrogenada e das diferentes taxas de lotação,
com teores mais altos dos nutrientes na dosagem de 300 kg de N/ha e na taxa
de 2 UA/ha, ao longo do tempo, nas condições de pastejo na Zona da Mata
Pernambucana.
52
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