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UNIVERSIDADE TUIUTI PARANÁ
Danielle Falavinha Caddah
Mariângela Gomes Bellegard
DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”
CURITIBA
2008
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DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”
CURITIBA
2008
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Danielle Falavinha Caddah
Mariângela Gomes Bellegard
DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO
ALCANCE DAS MÃOS
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso
de Comunicação Social: Jornalismo da Faculdade de
Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Tuiuti do
Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau
de jornalista.
Professora Orientadora: Ana Maria Melech.
CURITIBA
2008
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................. 9
2.1 O QUE É O BELO ........................................................................................... 9
2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS. ......... 10
2.3 OS PADRÕES DE BELEZA .......................................................................... 13
2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO............................................................. 16
2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA......................................................................... 33
2.5.1 Revistas, publicidade e desfiles de moda como referência do belo. .............. 35
2.5.2 A influência do cinema.................................................................................... 38
2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA ......................................................... 40
2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial ............................................................... 41
2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS......................................................................... 46
2.7.1 Anorexia ..................................................................................................... 49
2.7.2 Bulimia ..................................................................................................... 50
2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão ........................................................ 51
2.8 PROBLEMA .................................................................................................. 53
3 OBJETIVOS..................................................................................................... 54
3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 54
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 54
4 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 55
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 58
5.1 A MÍDIA ......................................................................................................... 58
5.2 A IMAGEM .................................................................................................... 59
5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO ............................................................ 60
5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM.................................................. 61
5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM ..................................................................... 63
5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE.............................................. 66
5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE....................................... 67
5
5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?................................................................. 68
6.0 METODOLOGIA ........................................................................................... 74
6.1 RESULTADOS DA PESQUISA..................................................................... 76
6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA ...................................................................... 78
7.0 DELINEAMENTO DO PROJETO ............................................................... 799
7.1 PROPOSTA ................................................................................................ 799
7.2 PÚBLICO ALVO ............................................................................................ 79
7.3 FORMATO .................................................................................................... 79
7.4 VEICULAÇÃO/ DISTRIBUIÇÃO.................................................................... 80
7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA ......................................................................... 80
7.6 TABELA DE CUSTOS ................................................................................ 81
8.0 CONCLUSÃO ............................................................................................... 82
REFERENCIAS......................................................................................................... 84
ANEXOS ................................................................................................................... 92
1 INTRODUÇÃO
A beleza é comentada há muito tempo. Saber o que é exatamente a
beleza e quem a definiu como é hoje muito relativo. Cada lugar no mundo vê o
belo diferentemente. Entretanto existe na nossa sociedade algo ditando essas
regras de beleza: a mídia. O padrão norte-americano invadiu o mundo e loiras
com seios enormes se revezam em capas de revistas e filmes de Hollywood. A
magreza das modelos de passarelas e os cortes e cores de cabelo das
protagonistas de telenovelas se tornam moda e são copiados em todos os lugares.
O perigo de se conviver com essa imposição do perfeito não é claramente
observado, principalmente pelos jovens, que vêem na televisão uma imitação do
que é o mundo. “O que não passou na Globo não aconteceu”. Cada coisa vista na
televisão é sinônimo de verdade, se dizem que é bonita, é bonita mesmo e se
define o é que mal ou bom. O Brasil não acontece fora da mídia, acontece
primeiro lá dentro para depois vir para as ruas.
As pessoas não querem envelhecer, o seu desejo é ser para sempre lindas
e jovens, ter o nariz daquela atriz ou o corpo modelado da modelo. Regimes,
plásticas e a compra de muitos cosméticos, são coisas muito consumidas
atualmente. A mídia as vende e a sociedade compra e se fantasia com essa
beleza. Doenças psicológicas, depressões, complexos de inferioridade, baixa
auto-estima, neuroses, todas essas coisas são resultados de tentativas de tentar
ser quem não é para se tornar a pessoa que a mídia idealiza como felicidade.
Nesse trabalho, iremos mostrar as influências da mídia na construção dos
mitos de beleza seguidas pela sociedade em todo o último século. E mostrar que
muitas tendências ainda serão criadas e vendidas para essa sociedade, e é
preciso que ela seja absorvida saudavelmente.
ASSUNTO: Documentário
TEMA: A construção dos mitos da beleza
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
A presente delimitação do tema irá abordar os conceitos pré-fabricados de
beleza, a influência da mídia nessa construção e as conseqüências dessa
influência na vida das jovens.
2.1 O QUE É O BELO
A beleza é uma percepção individual caracterizada normalmente pelo que é
agradável aos sentidos. Esta percepção depende do contexto e do mundo de
quem a observa.
Para Voltaire, aquilo que atinge sua finalidade é belo. Pois o entendimento
de belo é relativo, aquilo que pode ser decente no Japão será indecente em
Roma, e aquilo que está na moda em Paris será detestável em Pequim.
(COLEÇÃO OS PENSADORES 1694, p. 110)
Ao longo da história da humanidade as relações com a beleza têm sido
religiosas ou místicas, logo a beleza foi considerada muitas vezes como “aquilo
que se aproxima da Divindade”. É difícil expressar em palavras o que é o “belo”,
mas pode-se afirmar que a beleza é um conjunto de elementos que resultam
naquilo que se considera belo.
Beleza não diz respeito às qualidades dos objetos, mensuráveis, Quantificáveis e normalizáveis. Diz respeito à forma como nos relacionamos com eles. Beleza é relação (entre sujeito e objeto). (DUARTE, 1991, p. 14)
“Ao adquirirmos, por exemplo, um objeto utilitário qualquer (um automóvel,
uma caneta, um cachimbo, uma roupa), além de sua eficiência na função a que
ele presta, preocupamo-nos também com sua aparência, com sua “estética”. É
irrecusável: os objetos não têm apenas utilidade, mas estilo”. (DUARTE, 1991, p.
11)
Para a psicanalista Luciana Oltramari Cezar, “Beleza não é destino, não é
tudo, mas também não pode ser desprezada, sejamos honestos: bem que faz
bem. Já dizia o poeta Vinícius de Moraes, na obra Receita de mulher: "as feias
que me perdoem, mas beleza é fundamental" ou com humor de uma das frases de
Juca Chaves: ‘beleza não põe mesa, mas ninguém come no chão!’”.
2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS.
O que seria do azul se todos gostassem do amarelo? Durante décadas, o
ditado popular não tem sido bem aceito por muitas mulheres. Magro, belo, jovem e
definido, as pessoas investem tempo e dinheiro para conquistar o corpo perfeito.
Ouvimos falar de beleza a toda hora. Qual é o verdadeiro significado de beleza?
Para alguns ela deve seguir normas, leis e formas ideais. Entretanto, quais são os
critérios usados para se definir o belo?
Vamos discutir a questão da beleza sob vários ângulos. Mais do que um
conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma forma de as pessoas se
relacionarem entre si e com o mundo. Revistas, televisão, filmes e comerciais
estão constantemente vendendo imagens irreais de garotas e mulheres que
deveriam ser imitadas. Muitas mulheres hoje tentam chegar ao modo de beleza
determinado pela mídia, uma indústria que determina o que se deve usar, fazer e
ser para se tornar “perfeito”.
Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais
controvérsias do que consenso. Os ideais estéticos variam com o tempo e as
expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a observar as
formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de beleza, uma
mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas corporais e vestes.
Conforme ditado popular, o conceito de beleza residia nos olhos de quem a
observa.
No livro e enciclopédia “Tudo – o livro do conhecimento” (1996, p.85 e 86) o
escritor afirma que na mitologia romana, Vênus era a deusa do amor e da beleza,
presente em todas as civilizações, e que a evolução de sua imagem reflete a das
concepções de beleza. Na pré - história, “Vênus” seria pequena e robusta, como a
mulher troglodita. Entre os antigos gregos, as formas mais estilizadas de Vênus
(chamada Afrodite), obedeciam aos padrões fixados por Pitágoras, o filósofo e
matemático que viveu 500 anos antes de Cristo. O renascimento e os períodos
imediatamente posteriores consagraram o triunfo das curvas bem arredondadas.
Aristóteles afirma em “Arte Retórica e Arte Poética” que o belo não pode
estar em um mundo separado daquilo que é sentido pelo homem, e por isso atribui
à beleza a critérios como proposição, simetria e ordenação. Já no artigo “A beleza
da arte”, de Maria de Fátima Seehagen, vemos que para Platão o belo é o bem, a
verdade, a perfeição. Ele existe em si mesmo separado do mundo sensível. Neste
sentido criticou a arte que se limita a “copiar” a natureza e separando o sentimento
do homem que reside no mundo das idéias. Temos assim em Platão uma
concepção de belo que se afasta da interferência e da participação do juízo
humano, ou seja, o homem tem uma atuação passiva no que se refere ao conceito
de belo: não está sob sua responsabilidade o julgamento do que ele é ou não.
Durante as décadas cada filósofo, arquiteto, poeta, entre outros, tinha sua
própria opinião sobre o assunto. Para Hegel, em “Estética”, a dificuldade de se
estudá-la é o fato de seu objeto, a beleza, ser de ordem espiritual, por não ser de
existência material. “A estética e as questões do belo, nas inquietações
humanas”, de Lúcia de Fátima do Vale, nos diz que Santo Agostinho interpretou a
beleza como todo harmonioso, com unidade, número, igualdade, proporção e
ordem. A beleza do mundo, para ele, nada mais é que o reflexo da suprema
beleza de Deus. Para São Tomé, citado no mesmo artigo, a beleza era
identificada como o bem. Segundo ele, as coisas belas possuem três
características ou condições fundamentais: integridade e perfeição; a proporção
ou harmonia; a claridade ou luminosidade.
Kant, o principal idealizador da estética contemporânea, em seu livro
“Crítica da razão pura”, dizia que os nossos juízos estéticos têm um fundamento
subjetivo, dado que não podem apoiar em conceitos determinados. O critério de
beleza que neles se exprimem é o do prazer desinteressado que suscita a nossa
aceitação.
Assim podemos sentir como, não somente em época diferente, mas por
vezes até dentro de uma mesma cultura, diversos conceitos de beleza entraram
em conflito. O belo é algo que nos agrada, portanto é aquilo desejado por nós.
Quando gostamos de alguma coisa, seja um objeto, um passeio ou até mesmo
uma idéia a desejamos para nós, o mesmo acontece com a beleza, nos agrada
um modo de ser belo e desejamos ser daquele jeito.
2.3 OS PADRÕES DE BELEZA
“Como o conceito de beleza não é um conceito universal e absoluto,
padrões distintos, e às vezes opostos, convivem em épocas semelhantes. Na obra
‘História da Beleza’, Umberto Eco diz que se um marciano tentasse entender o
que é o belo para a humanidade em nosso século ele certamente ficaria confuso.
Nesse ideal de diversas faces, Gisele Bundchen divide passarelas com modelos
extremamente magras. O fato é que desde a década de 60 nunca mais uma
gordinha foi elevada a ícone de beleza. Ser gordo virou quase um pecado na
nossa sociedade e a corrida pelo emagrecimento estimula o desenvolvimento de
doenças, como bulimia e anorexia”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008,
p. 38)
O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de
sucesso, estilo de música, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada um
desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como a moda
atual. Antigamente os padrões eram mais visíveis, porém temos padrões sendo
idealizados todos os dias, por todas as culturas.
Hoje não é somente ser gordo o único problema da mulher, o não aceitar o
envelhecimento do corpo é muito comum.
“A popularização dos procedimentos cirúrgicos possibilita a correção de imperfeições incômodas, mas tem gente exagerando. São recorrentes as noticias de pacientes que morrem depois da milésima tentativa de ficar com a cintura da Barbie ou o rosto da Angelina Jolie”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.39)
Hoje a beleza é plural e se define individualmente. Considera-se às vezes
excessiva a diversidade dos estilos de beleza, de comportamento e de gênero, um
vasto leque de escolhas que se tem de enfrentar para satisfazer o desejo de
parecer único. Ao passo que a primeira metade do século produzia geralmente
apenas um modelo de beleza por época, adotado pela maioria das mulheres. Hoje
cada estilo tem seu mito a ser seguido.
Temos que verificar que podemos modificar o corpo, o rosto e o modo de
viver e de uma hora para outra, a moda pode mudar, a beleza vai ser vista de
outro ângulo e você voltará a estar fora de moda.
Exemplos:
1.300 a.C – A vaidade no antigo Egito: Sobrancelhas raspadas e redesenhadas
olhos contornados eram a moda no Egito Antigo. Um símbolo de beleza é a rainha
Nefertiti (1380 – 1345 a. C)
300 a.C – O costume de pintas as unhas nasceu na China, no século III a.C. As
cores do esmalte indicavam a classe social do indivíduo: os reis pintavam as
unhas de preto, vermelho, dourado e prateado.
5 a.C – A habilidade dos gregos para representar a figura humana fez o seu ideal
de beleza perdurar até nossos dias. Um cânone da perfeição do período clássico é
a escultura Doríforo (5 a.C), de Policleto.
1.483 – Renascimento Italiano: Com a tela “O nascimento de Vênus, Botticelli
imortaliza o ideal de beleza do período renascentista: mulheres bem alimentadas,
como só as nobres conseguiam ser”.
1.742 – As gregas arrancavam os pêlos púbicos com as mãos, enquanto as
árabes preparavam um xampu para extraí-los, técnica semelhante a da cera,
inventada em 1742, em Paris.
1.959 – Ruth Handler, esposa do fundador da Mattel, criou a boneca que se tornou
o símbolo da beleza e juventude. Batizou-a de Barbie, diminutivo de Barbara (filha
do casal).
1960 – O corpo esquelético de Twiggy substituiu o padrão de beleza de Marylin
Monroe, fato que aliado à popularidade da minissaia e do biquíni, dá inicio à
ditadura da magreza.
1980 – A magreza em excesso deixa de ser vista com bons olhos com o aumento
dos casos de AIDS. As pessoas correm para as academias em busca do corpo
ideal.
1999 – Revista Vogue aponta a brasileira Gisele Bundchen como responsável pelo
“retorno do corpo sexy”. Ela marca o fim da tendência de modelos com aspecto
pouco saudável.
(REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.37 a 40)
2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO
(Texto desse item é baseado no livro: A beleza do Século)
1900 – A Revolução Industrial possibilitou a produção em grande escala de bens
de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Em todas as camadas sociais as
pessoas passaram a adotar o estilo europeu para a moda, apenas adaptando-as
para seus climas e crenças religiosas.
“Quanto à mulher, a quem o casal está reservado o
papel mais vistoso de marcar a posição de um par confinado a cores sombrias e roupas quase impraticáveis, ela além das variações que tocam principalmente o colorido dos tipos de tecido e a ornamentação dos vestidos, conserva mais ou menos a silhueta que apresentava desde a Renascença”. (BAUDOT, 34)
O estilo predominante era ainda o rígido estilo vitoriano do fim do século
anterior. As mulheres usavam espartilhos muito justos para conquistar a silhueta
em “S” (busto para frente e quadris para trás).
“(...) cingida num espartilho que apertava a cintura ressaltando seios e nádegas,... Ponto forte dessa silhueta: a estreiteza da cintura: 42 centímetros no caso da cantora Polaire. Algumas chegariam a recorrer ao bisturi para deslocar ou mesmo tirar algumas costelas, a fim de apertar o espartilho (...)” (CHAHINE, 2000, p. 84)
A cintura fina e o cabelo preso no alto da cabeça, fazendo referência ao
espirito esportivo da época, que era andar de bicicleta, foram marcantes para a
década.
Os chapéus eram obrigatórios durante o dia, grandes com véu, enfeitados
de rendas, flores e plumas; se tornaram símbolo de posição social (somente às
operarias saiam de “cabeça descoberta”). (CHAHINE, 2000, p.84) Tudo em prol da
beleza e do charme, o brilho da pele, se tornou a principal preocupação das
mulheres da sociedade. O pó era o cosmético mais usual. (2000, p.83)
O exemplo de mito de beleza da época é Sarah Bernhardt (1844-1923)
atriz francesa.
http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt
(Sarah Bernhardt)
1910 – Com a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando
reflexos na moda. A moda feminina, por exemplo, substituiu os espartilhos pelas
cintas de elástico e as roupas volumosas, optando por modelos e saias às vezes
tão justas que era difícil moverem-se. Nessa época surgiu o soutien criado por
Mary Phelps, as saias tubinhos e blusas decotadas também se generalizaram
(2000, p.97).
um outro estilo na época foi caracterizado pela escassez de produtos
populares, obrigando as pessoas com menos recursos a serem mais simples,
transformando o gosto por roupas práticas e um pouco masculinas uma tendência.
“Da blusa das enfermeiras ás calças das que estão
empregadas nas fabricas de armamento, surge uma nova maneira de se vestir, de comportar-se. Quanto aos lutos que se multiplicam, tudo isso induz, durante a guerra, o uso de tons sombrios e a uma monocrimia que as mulheres da vida não estavam habituadas. Muito naturalmente, as saias, a partir de 1915, começam a descobrir os tornozelos e passaram em seguida à mostra metade da barriga da perna”. (CHAHINE, 2000 60)
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Mary Pickford, uma das
primeiras estrelas de Hollywood e Theda Bara, “A Vamp”, primeira mulher fatal
dos cinemas.
http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg
(Mary Pickford)
1920 – O pós-guerra deixou as mulheres cada vez mais independentes e
decididas, subiram as barras das saias e passaram a usar modelos de vestidos
mais abertos e soltos. A cintura desceu em modelagens de forma reta. Os cabelos
ficaram curtos e os chapéus menores. A maquiagem e os cigarros foram
permitidos.
“Um livro provoca escândalo em 1922: La Garçonne, de Victor Marguerite. Seu romance seria por muito tempo o símbolo de um novo tipo de mulher que usava cabelos curtos e fumava em publico. A heroína aspirava à independência e decepcionada com os homens, levava uma vida sem eles, despreocupava com respeito aos bons costumes”. (BAUDOT, 106)
Os ídolos do cinema representavam todos esses ideais de beleza e
comportamento. Entre todos, os que mais se destacavam foram Clara Bow, Louise
Brooks, Rudolf Valentino e Josephine Baker (Vênus de Ébano).
O gosto por materiais reluzentes se popularizou, assim como pelos tecidos
sintéticos. Já próximo do final da década, os modelos bicolores e a geometria
tornaram-se moda, e Coco Chanel e Madeline Vionnet, com seus estilos
elegantes, ganharam destaque.
“O vestido confortável e marcado por uma cintura baixa desenhava uma silhueta andrógina. A essa liberdade associava-se uma nova imposição: a da magreza a todo custo! Cintas e maiôs elásticos comprimiam os quadris e achatavam os seios”. (BAUDOT, 112)
O exemplo de mito da beleza da época é Louise Brooks, atriz de “Loulou
de Pabst”.
http://dagmarduvall.blogspot.com/
(Louise Brooks)
1930 – Com a economia em caos e a chegada de Hitler ao poder, surgiu um
amplo espaço imaginário para os sonhos e os desejos. Astros como Jean Harlow,
Greta Garbo e Fred Astaire estrelavam filmes falados. As roupas eram brilhantes,
glamurosas, drapeadas e luminosas. As mulheres fatais se enrolavam em fartos
casacos de pele e jóias maravilhosas. A moda passou a criar roupas para todas as
ocasiões, e a continuar as experimentações da década anterior. As cores eram
fatais, incluindo tons fortes como o “shocking pink”. Os cabelos eram cacheados
com pente e cheios de brilhantina.
Nessa época também surgiu o sapato plataforma para as mulheres, e as
sandálias tornaram-se populares, juntamente com as meias de nylon que se
tornou o glamour para as mulheres, tanto para a noite como para o dia. O visual
bronzeado e saudável era uma tendência da moda.
“Vedete absoluta do rosto dos anos 30, o olhar
era objeto de todos os cuidados. A atenção dirigia-se para as sobrancelhas, que eram depiladas, tingidas ou redesenhadas a lápis. A paleta dos artifícios se enriqueceu. Sombras de pálpebras em pó exploravam todos os
matizes, indo dos castanhos aos cinzas, e inclusive ao preto para a noite. As primeiras sombras cremosas em pequenos potes ou em bastões eram espalhadas com o dedo, até a arcada superior, acentuando o convexo de uma pálpebra que devia ser melancólica. Os cílios eram curvados com curvador de cílios, cobertos de rímel. Efeito fatal garantido”. (CHAHINE, 2000, p. 130)
O exemplo de mito de beleza da época é Greta Garbo com sua voz rouca e
sensual se destacou no cinema falado em “Anna Chistie”. Greta era considerada o
supra-sumo da elegância.
http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm
(Greta Garbo)
1940 – A segunda guerra foi marcante para definir o inicio dos anos 40. Devido as
dificuldades, as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas e até mesmo na
guerra, auxiliando seus exércitos. Em uma época de tantas restrições, poucos
recursos e falta de matérias-primas, a moda adaptou-se, optando por roupas
sóbrias, retas, masculinas e sem exageros, com o uso quase obrigatório de
chapéus.
A ordem era reciclar e improvisar, principalmente porque as fábricas
estavam servindo ao exercito. Nos calçados, por exemplo, os saltos não podiam
ultrapassar certo tamanho e a cartela de cores era composta por apenas 7 tons. A
busca por materiais alternativos se intensificou, e descobriu que peles de animais
e madeira poderiam ser aplicadas em solados e calçados.
O cinema continuava popular com suas atrizes sensuais como Lauren
Bacall. Com o final da guerra, a sociedade passou a buscar um novo estilo de
vida, mais tranqüilo, surgiu assim, em 1947 o New Look de Dior, que com saia
ampla e cintura marcada resgatava toda a feminilidade perdida. E no ano anterior
a moda praia é revolucionada por Louis Réard com a invenção do biquíni, que
partiu o maiô em duas peças.
“A beleza, sinônimo de saúde, era considerado dever nacional. As preocupações, as restrições e a angustia ameaçam mais do que nunca vossa beleza. Mais do que nunca, vosso dever é manter-vos em forma, sadias, vigorosas, limpas”, escrevia em setembro de 1912, o redator-chefe da revista feminina Votre Beauté”. (CHAHINE, 2000, p. 138)
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Lauren Bacall, atriz com
cabelos frisados com ferro e disciplinados com bóbis e Lana Turner foram
belezas que contribuíram para criar um novo tipo de mulher.
http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430
(Lauren Bacall)
1950 – Os anos 50 foram tempos de paz, amplamente festejados após as
privações da Segunda Guerra. A moda voltou a buscar a feminilidade, e essa foi a
década do auge do New Look de Dior, com saia ampla e casaquinho ajustado na
altura da cintura. Mais próximo ao fim da década, esse estilo ainda coexistia com
as novidades que antecipavam aos anos 60, como as saias mais justas. Isso
somou a invenção do “stiletto” (salto agulha) por Charles Jourdan, em 1951.
Os criadores abusavam desse conceito até conseguirem salto mais alto. A
cartela de cores era a mais vasta possível, sempre com a intenção de combinar
acessório e peças de roupas dos mesmos tons.
Lado a lado com o desejo de feminilidade estava a busca pela
sensualidade. Atrizes como Marlyn Monroe e Briggite Bardot foram ícones desse
tempo, consagrando-se como divas para a eternidade.
Para obter a cintura fina e os seios altos e redondos das pin-ups americanas, foi adotada a cinta elástica criada por Marcel Rochas – versão moderna do espartilho vitoriano. Com os saltos-agulhas de Roger Vivier nos pés, andava-se com passos curtos.
Desde 1949, o “olho de gazela”, modelado pelas sombras nas pálpebras, o lápis de sobrancelha, o rímel e, sobretudo o delineador, estava na moda. (CHAHINE, 2000 p.152)
As lingeries e roupas de praia seguiam o mesmo espírito nas propagandas
e nas modelagens de tops, calcinhas e maiôs. A intenção era criar uma silhueta
curvilínea, com destaque e volume para o busto (por isso os soutiens dessa época
possuem a forma de cones) e cintura fina, evidenciando a curva dos quadris.
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Grace Kelly cria o estilo
loiro chique é eleita a mulher mais bonita do século. Audrey Hepburn, a
bonequinha de luxo, retorna com o visual “menina” com franja. Ava Gardner, sua
incrível perfeição física e seu senso de provocação deram-lhe o primeiro lugar
entre as morenas místicas. Marilyn Monroe, estrela entre as estrelas, ela seria o
símbolo sexual da década, trazendo junto com a provocação ingênua, um
erotismo devastador e libertador. Brigitte Bardot, protótipo da mulher-criança,
com apenas dezoito anos não procurava parecer mais.
http://web.ukonline.co.uk/audrey-hepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG luishipolito.wordpress.com
(Audrey Hepburn) (Marilyn Monroe)
1960 – O estilo clássico e feminino do início de Jackie Kennedy foi se
transformado aos poucos. As artes buscando uma liberdade de expressão
impulsionaram os Beatles, Bob Dylan, Motown e Andy Warhol. Esses ares
revolucionários também dominaram a moda. Foi nessa década que Mary Quant
lançou a minissaia, enquanto as estampas geométricas inspiradas na Op-Art
coloriam as roupas com todos os tons possíveis e imaginários. Peças de roupas e
objetos inspirados em um futuro espacial também foram grande revolução.
“Como o resto do mundo ocidental, os Estados Unidos seriam seduzidos por esse impulso britânico tão incrivelmente produtivo. O sucesso transformou-se em delirio por ocasião da chegada dos Beatles ou de Twiggy numa América ainda sob a influência de Elvis Presley e dos Beach Boys. Com suas roupas colantes escuras, seu corte “Sasson” e seus olhos redondos carregados de maquiagem, Eddie Sedgwick, a musa de Warhol, tornou-se a imagem de uma jovem geração underground”. (CHAHINE, 2000, p.168)
Os calçados refletiam novas tendências: botas longas e em materiais
inovadores como sintéticos e vinil eram a sensação dos jovens. No final da
década, a camiseta e o jeans já haviam formado uma dupla inseparável, e marcas
especializadas no estilo, como a Levi’s, se sobressaíram.
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Jackeline Kennedy mulher
de Jonh Kennedy. Julie Christie, uma das Chelsea Girls, com silhueta
adolescente, minissaia e pernas compridas, cabelos longos com franja, olhos
ultra-maquiados.
http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/
(Jackeline Kennedy)
1970 – Chocar entes de mais nada era a intenção principal da década de 70. É
por isso que essa época também é marcada por um modo de vestir “tudo junto”.
Para alguns, quanto mais disparate a combinação, melhor.
O movimento hippies, os escândalos políticos e os desarranjos econômicos
semearam uma explosão de elementos criativos para os designes que criavam
com a segurança de um público ansioso por novidades. Outros, entretanto, não
abriram mão do romântico e natural. Seguiam inspirações dos anos 20. Biba,
Ossie Clark e Yves St. Laurent foram expoentes desse estilo.
No final da década, o filme Saturday Night Fever inaugurou a Era Disco.
Apesar de ter pouca duração, seus efeitos podem ser sentidos até hoje. Suas
cores, brilhos, formas são desejos explorados pelos estilistas de todas as décadas
seguintes.
“As pistas de dança, assim, se tornaram grandes passarelas. Camisas de cetim, meia-calça de lurex e roupas à base de lycra eram o uniforme dos baladeiros. O fim da década foi marcado pela ascensão do movimento punk em Londres”. (BATISTA JR, 2008, REVISTA MANEQUIM)
Foi nos anos 70 que os sapatos plataforma voltaram à moda, renovado por
adornos, e unissex. Aliás, o modo unissex de vestir se fortalece no final dos anos
70 e início da próxima década. Shorts curtos, botas de diversos tamanhos, saltos
grossos e acessórios são apenas alguns exemplos desse novo modo de encarar a
vida.
Os exemplos de mitos da beleza da época são: Farah Fawcett, com
cabelos livres e sãos, pele bronzeada ou irisada, lábios brilhantes de gloss, a
beleza dos anos 70 era necessariamente explosiva como a da ela. No Brasil Vera
Fisher conheceu a fama na pornochanchada. Ali começava a sua imagem de
símbolo sexual.
http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html
(Vera Fisher)
1980 – O culto ao corpo foi uma tendência marcante no comportamento das
pessoas nos anos 80, tanto é que levou as calças fuseaux, os tênis e o moletom
para o lado de fora das academias. Os sapatos baixos, como mocassim, também
voltaram embalados por essa tendência.
Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamurosas,
cobertas com jóias e acessórios exagerados e dourados. O jeans alcança seu
ápice, ganhando status.
Mas não bastava ser bem- sucedido e bem- vestido. Nessa década ter um
corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade
pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por
todos os cantos, aonde os freqüentadores iam com suas polainas e collants.
O look “molhado”, conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a
cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos
quanto se conseguia deixá-los.
A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes,
com jogos de tons e contrastes. As mulheres que nesse momento ingressavam no
mercado de trabalho, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros
marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e
drapeados para noite ou o dia.
“A mulher dos anos 80 era vista como uma super
mulher. Empoleirada sobre escarpins, corpo ajustado num tailleur cinza como o terno dos homens de negócios, impecável das unhas a escova, tomava de assalto o mundo do trabalho”. (LANNELONG, 2000, p.192)
A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao
estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo
livre e despudorado. O Punk, o New Age, o Break, o Rock e o Pop também
glorificaram sua influência na cultura e no modo de vida dos mais jovens.
“A beleza virou competição. A época amava o
visual e cuidava de sua aparência. O corpo devia ser perfeito. I want muscles (Quero músculos), canta Diana Ross, e Jane Fonda tornou-se a sacerdotisa da aeróbica. Seus vídeos de ginástica eram disputados (...)”. (LANNELONGUE, 2000, p.194)
Exemplo de mito da beleza da época: Madonna, olhos pintados, cabelos
louros de raízes pretas, penduricalhos, luvas com dedos a mostra, roupa-lingerie,
nada intimidava Madonna. No Brasil Xuxa, em 1982 iniciou sua carreira no
cinema. Logo em seguida tornou-se apresentadora infantil na TV Manchete e se
transformou na “rainha dos baixinhos”, uma figura brasileira que sempre será
lembrada, por sua beleza e trabalho.
http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg
(Xuxa) (Madonna)
1990 – Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda
influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas
segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda
íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e
cores. Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem
harmoniosamente. Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, que impulsionado
pelo rock, influenciaram a moda e o comportamento dos adolescentes com seu
estilo despojado de calças/ bermudões largos e camisas xadrez da região de
Seattle.
A nova tendência provoca escândalos. Atrás de Kate Moss surge uma
geração de modelos magérrimas, Stella Tennant, Judie Kidd, Trish Goff. Essas
garotas consideradas “palito” combinam perfeitamente com a tendência grunge.
Não adotam uma maquiagem escorrida e os cabelos sujos de Courtney Love
(cantora de rock da época), mas todas usam uma tatuagem, novo emblema da
feminilidade. (p. 206)
As mais lúdicas mandam gravar uma borboleta ou uma joaninha no ombro ou na curva dos quadris. (...) Em breve, será a moda das tatuagens removíveis, como desenhos de henas nas mãos e nos pés, decalques para a pele, apliques indianos colados ao longo das sobrancelhas, como fez Madonna. (...) A muda é lúdica e étnica. (...) O corpo torna-se um novo campo de expressão. (LANNELONG, 2000, p. 206)
A globalização está em marcha, graças à internet e os avanços da
comunicação, os efeitos da moda desconhecem fronteiras e diferenças culturais.
“A tendência é unificadora, mas de espírito sereno:
saias nos joelhos, cores neutras, cabelos curtos e maquiagem invisível. (...) Nas capitais da moda, Paris, Nova York, Londres e Milão, as novas heroínas ostentam
uma frieza quase hitchcockiana revistada por Calvin Klein, Prada e Gucci. A loura Gwyneth Paltrow valoriza o vestido bustiê, os ombros graciosos, a risca no meio e a estola em pashmina colocada na dobra do cotovelo”. (LANNELONG, 2000, p.210)
Os exemplos de mitos da beleza da época são: Cindy Crawford e Naomi
Campbell são duas das deusas do inicio dos anos 90. Mas Kate Moss anuncia
uma mudança nas passarelas, a garota palito, com seus 44 quilos e 1,70 m de
altura se torna a heroína das campanhas da Calvin Klein em que garotas e
rapazes ostentam uma beleza andrógina e famélica. Isabela Rosselline, atriz e
Claudia Shiffer modelo.
http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg
(Cindy Crawford) (Claudia Shiffer)
2000 – O século XXI mistura o velho com o novo. Traz novamente os anos 80,
com pitadas dos anos 50 para as vitrines de todo o mundo e busca o novo,
formando assim um novo estilo, que pode agradar a diversas pessoas. Vários
mitos de beleza são lançados, cada um relacionado a pluralidade de estilos
formados nessa época. É justamente nesse momento são realizados os maiores
concurso de moda.
Apesar da diversidade, os movimentos culturais também marcaram a
época, a volta do grunge (inspirado no rock de Seattle), o estilo “clean” (roupas
básicas, ajustadas e com pouca ornamentação) e o estilo esportivo (uso de listras
e inspiração nos esportes, que trouxeram para o dia- a- dia os tecidos
inteligentes).
Cirurgias plásticas são modos naturais de cuidar da saúde e da beleza.
“(...) as estrelas confessam cada vez mais seus
liftings e suas injeções de colágeno. O peeling, o alisamento ou feeling tornam-se quase produtos para o comporto da pele. Os filósofos se debruçam sobre o fenômeno e falam do “dever de ser jovem”. Os médicos dizem que suas pacientes quem aparentar a idade que sentem ter. e todos se perguntam se o terceiro milênio será o da juventude eterna. (LANNELONG, 2000, p.220)
Os exemplos de mitos da beleza da época são: Gisele Bundchen é mito
entre mulheres jovens e mais velhas, modelo internacional é sinônimo de beleza e
sucesso e Aline Morais antagonista da novela das oito da rede Globo, muitas
mulheres seguem seus modos de vestir e cortes de cabelo.
http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.htm http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260
l (Gisele Bundchen) (Aline Morais)
2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA
Mais do que nunca falar de beleza é fato em falar de rock. O mundo da
beleza apropria-se de desfiles dos anos 90 que foram organizados em shows,
enquanto criadores estilistas escolhem estrelas do rock como modelos em suas
propagandas; as cores de linhas de cosméticos traziam nomes de astros e os
artistas da maquiagem buscavam inspiração no gênero musical.
Mas como o rock exerce tamanha influência sobre
o estilo e beleza da virada do século? Com seus artistas, cujo glamour, diversidade, senso de provocação e temas abordados em suas musicas correspondem ao espírito da época. Se um rosto precisa ser belo para seduzir, a beleza, para ser forte, deve ser mais do que uma fachada e simbolizar algo maior, algo que toca a alma. (FAUX, 2000, p.08)
Estrelas do mundo da música como Liz Phair, Jennifer Lopez, Whitney
Houston eram os símbolos espetaculares dos ideais da beleza.
“A música é rica de emoções, pensamentos e paixões do artista, algo que um rosto isoladamente é incapaz de encarnar”. (FAUX, 2000, p.10)
Nos anos 60 surgem os Beatles, naquela época os figurinos e cabelos
usados pelos quatro rapazes de Liverpool eram copiados, por serem novidade. O
estilo de música virou mania, pois ia na contramão de tudo que era ouvido antes.
A simplicidade era uma forma de linguagem e a rebeldia deles virou o estilo da
época.
“(...) a musica, enquanto força social, atingiu seu ápice com a histeria coletiva criada pelos Beatles e os Rolling Stones. Todos os jovens com menos de 30 anos do mundo ocidental, pareceram então adotar swing inglês de Twiggy, de Biba e da King’s Road, as minissaias, os grandes olhos e cílios falsos de Marylin Quant, os cabelos frisados, o corte curtinho e o batom claro, as roupas, os cabelos e a maquiagem se inspiraram no estilo geométrico da pop arte e da op arte de Andy Warhol, Bridget Ridley, David Hockney e Frank Stella. O corte geométrico de Vidal Sassoon, as franjas espessas e compridas, o coque, os olhos aumentados com um triângulo feito com um delineador, os lábios pálidos de contorno nítido, todos faziam parte da aparência”. (FAUX, 2000, p. 09)
A música firmou-se como principal veículo das idéias contestatórias dos
jovens, face à insatisfação provocada pelo sistema cultural, educacional e político
da época.
Surge uma cultura underground, ou contracultura voltada principalmente
para as transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na
busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e para as
pequenas realidades do cotidiano.
“A contracultura incluía o uso de drogas, protestos antiguerra e anticapitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e muito mais. Os Estados Unidos estavam divididos. De um lado estava um grupo de norte-americanos que apoiava o país: adesivos com dizeres "Ame-o ou deixe-o" nos pára-choques e apoio à guerra do Vietnã. Do outro lado estava o grupo de norte-americanos conhecidos como hippies: um termo que se tornou conhecido por volta de 1967”. (BRAIN, site uol) http://pessoas.hsw.uol.com.br/woodstock.htm
O movimento hippie com suas comunidades e passeatas pela paz teve
força a partir de um grande acontecimento que foi o festival Woodstock, em 1969,
com vários shows que marcaram essa era, considerado o mais importante festival
de rock and roll da época.
A música exerce um papel muito importante na vida das pessoas,
sobretudo na dos jovens, pois os ajuda a enfrentar a tensão diária e a evitar a
pressão que eles sofrem. É uma fuga nos momentos de crise.
A cantora Madonna é um exemplo típico da beleza moderna:
“ várias vezes ela se reinventou, bebendo em
fontes tão diversas quando a beleza indiana e as beleza de Hollywood dos anos 30 e 40”. (FAUX, 2000, p.22)
2.5.1 REVISTAS, PUBLICIDADE E DESFILES DE MODA COMO REFERÊNCIA
DO BELO.
Em todos os tempos, a moda impôs seu estilo à beleza, e vice-versa. As
revistas de alta costura apresentavam uma versão de beleza escandalosamente
rica, magra e inacessível para a maioria das mulheres. Essa imagem
desenvolveu-se nos anos 40 e 50. Já nos anos 70 a mulher era vista de forma
evolutiva por essas revistas, pois exerciam uma profissão, atendia ao um único
conceito: o vestido justo e básico. Nos anos 80 e 90 o estilo foi ainda mais longe
com seus básicos chiques fáceis de usar, com um aspecto mais sexy e natural.
O materialismo das revistas e dos comerciais dos anos 80 começou a ser
malvisto. Julgou-se de mal gosto a exibição de riqueza muito ostensiva,
condenada como falta ética. (FAUX, 2000, p.20)
O tom continuou sendo dado pelas top-models, mas numa linha
minimalista, preocupada com as proporções naturais do corpo. O modelo de
mulher exposta a partir de Kate Moss passou a ser criticada por seu corpo
esquelético e frágil, visto como uma publicidade em favor da anorexia e um objeto
de desejo pedófilo.
Um trabalho feito por alunos da Puc de campinas, em 2005, faz referência à
influência da revista “nova” nos padrões de beleza brasileiros. Nesse trabalho eles
analisam algumas edições da revista e afirmam que as fotos em sua grande
maioria apresentam mulheres esguias, morenas de cabelos lisos e compridos, em
geral corpulentas, as poucas imagens mostradas que podem ser consideradas
“feias”, são de tratamento de estética, estilo “antes e depois”. As capas na sua
maioria trazem uma mulher famosa vestida sensualmente com um fundo de cor
única e forte, para chamar a atenção.
Como afirma a primeira diretora de redação da revista, Fátima Ali:
“Ter uma sensação de liberdade do próprio corpo.
Por isso, nas capas de Nova as moças aparecem com as
roupas bem decotadas e às vezes transparentes. As roupas extravagantes vão por conta da idéia de você fantasiar, de você romper aquela idéia certinha do dia-a-dia que você é obrigado a ter, para viver na sociedade. A postura da moça na capa de Nova, que é muito específica da revista, é de uma mulher que olha de frente, encarando quem quer que esteja olhando para a revista, mostrando segurança com esta postura direta, com esse olhar firme. Sempre, porém com certa doçura, os ombros reta, mostrando certa segurança de si própria, o peito aberto sem inibições, que uma moça de braços cruzados eventualmente não mostraria. O rosto de frente, também encarando as pessoas, e não de lado, que traria uma certa brejeirice. Também é uma moça que olha de cima, com presunção, não é uma moça que olha por baixo com timidez. É uma moça segura que encara a vida e as pessoas. Esta é a identificação que a leitora gosta. É isso que ela busca na revista. (Gazeta Mercantil 18/01/1987 apud MIRA 1997 p.202)
A revista influência não só através de fotos como nos textos escritos
associados as fotos. Que mulher não vai querer ter um bumbum durinho como fala
na revista ou uma barriguinha sexy? Os estudantes de Campinas analisaram as
frases:
“Quando palavras relacionadas ao corpo das
mulheres são utilizadas, também é traçado um padrão de beleza a ser buscado pelas leitoras de “Nova”. Por exemplo, quando o termo qualificador se refere aos quadris, foram encontradas expressões como "bumbum em pé", "bumbum-beleza", "bumbum avantajado", "bumbum lisinho" e "bumbum de bebê". Estes termos qualificadores foram citados como bons exemplos, algo que deve ser alcançado pelas mulheres. Ainda referindo-se aos quadris, mas de forma pejorativa, os termos utilizados foram "bumbum flácido" e "bumbum cheio de furinhos". Neste contexto, as matérias aconselham as mulheres que estes são exemplos que devem ser combatidos. Ainda referindo-se a partes do corpo das mulheres, outro exemplo são os termos qualificadores relacionados à barriga. Alguns dos termos encontrados foram "sua barriga vai parecer uma seda", "barriga sexy", "barriga que dá fama", "barriga chapada" e "barriga negativa". Novamente, as matérias utilizaram estes termos como algo a ser alcançado pelas mulheres, dando dicas de dieta e exercícios para que esta forma seja alcançada”. (Trabalho apresentado ao Intercom Júnior, 2005, p.7)
Foi preciso um século para ampliar o leque da beleza até o que ele é hoje:
no momento em que a beleza chega à internet, o fluxo global das idéias, da
informação e da discussão deveria reduzir o tempo necessário a um progresso
exponencial. A beleza ganhou um rosto mais natural, individual, descontraído e
confiante.
2.5.2 A INFLUÊNCIA DO CINEMA
Foi no século XIX que surgiu o cinema, seu objetivo principal era registrar
acontecimentos e narrar histórias. A questão do figurino não era de tamanha
importância, mas a partir do momento em que os filmes passaram a ser
produzidos mais cuidadosamente, esse figurino passou a ter uma grande
importância tanto na função histórica como para dar realismo aos personagens da
trama.
Diretores e produtores passam a lançar figurinos para afirmar personagens, o exemplo de Grace Kelly que foi mitificada por seus trajes claros e luzes diretas. E essas personalidades estereotipadas acabam sendo transformadas em ícones e serem reproduzidos pela moda. (FALCÃO, 2006, p.01)
Nos anos 10 nos últimos brilhos Belle Époque (época de ouro da beleza e
inovação), as moças se inspiravam em fotografias das damas da aristocracia,
penteadas e vestidas segundo a última moda: Cintura fina e uma silhueta em “S”.
Já nos anos 20, em sua forma popular posterior à Primeira Guerra Mundial,
o cinema se impôs como o gênero de distração preferido dos jovens. A
radicalidade da mídia respondeu a da nova tendência: vestidos e cabelos curtos,
maquiagem exagerada e trajes esportivos. Os anos 20 marcaram o inicio do que
consideramos como beleza moderna, e uma delas é a atriz Louise Brooks (a
primeira no cinema a usar cabelos curtos).
Durante trinta anos, Hollywood continuaria a exercer uma influência
preponderante sobre a definição do estilo e beleza. Jamais o estilo e charme
tiveram tanta força.
A sensualidade provocante de Marlene Dietrich ou
de Greta Garbo atingiu uma publicidade internacional. Com um olhar fraco, lábios desenhados, finas sobrancelhas arqueadas e cabelos sedosos determinavam o estilo e beleza daquela década (FAUX, 2000, p.12).
Jean Harlow foi a primeira estrela do cinema a tingir os cabelos de platinum
blonde, lançou com isso, uma tendência para sempre associada com Hollywood e
ainda copiada hoje em dia.
Segundo artigo “Cinema e Moda” de Sarah Falcão, a moda e o cinema têm
um grande elo em comum, eles são vendedores de sonhos. O cinema se
transformou em uma vitrine almejada pelas grandes marcas. “A roupa da
personagem do filme tornou-se um sonho de consumo. Porém o sonho de
consumo de uma forma de vida, não apenas da roupa, que é exatamente o
conceito que as grandes marcas tentam passar. Ao usar o vestido Givernchy, você
não é apenas diva dos cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy,
olhando uma vitrine da Tiffany´s e comendo rosquinhas”. (FALCÃO, 2006, p.01)
Exemplos de “idéias” vendidas pelo cinema:
- O chapéu usado por Indiana Jones no filme de Steven Spilberg fez a fabrica de
chapéus Curry ser a maior vendedora desse artigo até hoje.
- A moda praia começou a ser disseminada, e a praia começou a ser mais
utilizada depois que Brigite Bardot usou um biquíni xadrez que foi muito
copiado no filme “ E Deus criou a mulher”, em 1956.
- Por causa do filme “Os pássaros”. Alexander McQueen criou uma bolsa com o
nome “Novak”, inspirada em Kim Novak, que virou um clássico.
(FALCÃO, 2006, p.01)
2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA
Com o surgimento da mídia como principais agentes para os novos rumos
de uma sociedade de consumo, passam a ver uma grande especulação da beleza
difundida por ela com objetivos meramente comerciais. Segundo artigo
“Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a mídia” de Carlos Eduardo Gomes, a
sociedade incentivada principalmente pelas revistas, TV e cinema, fez a mulher
assumir um duplo papel diante ao público: o de modelo identificador, vista por
outras mulheres e o de desejo, vista por homens. O que acabou enaltecendo não
somente seu tipo físico ideal como também atributos específicos como:
cosméticos, roupas e comportamentos. O telespectador passou a atuar de uma
forma mais ativa, em caráter de identificação com aquele ideal encenado ou
através do simples desejo projetado.
A partir dessa busca por uma imagem idealizada, o indivíduo busca
reconhecimento no outro, ou seja, o seu “eu” não se reconhece enquanto tal,
senão através de sua imagem idealizada por outro. Segundo Paul Schilder, “nossa
própria beleza não contará apenas com a imagem que temos de nós mesmos,
mas também, com a que os outros constróem a nosso respeito, as quais tomarão
de volta. A imagem corporal é o resultado da vida social que temos”.
Quando encontramos pessoas sem muito acesso a informações, vemos um
destaque delas em seguir religiosamente alguns costumes impostos por um
veículo como a televisão, desde a cor do cabelo da mocinha até as gírias mais
marcantes. Pela falta de acesso desse segmento do público, a livros e outros
meios de conhecimento mais seguros, acabam buscando as informações sobre o
mundo e entretenimento exclusivamente na TV. A produção capitalista os mantém
tão bem presos em corpo e alma que eles absorvem sem resistência ao que lhes
é oferecido, acreditando que tudo ali passado é a verdade absoluta.
2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial
The Nielsen Company é uma empresa de informação global e meios de
comunicação com posições de liderança no mercado e marcas reconhecidas em
informação e de marketing (ACNielsen), informação de meios de comunicação
(Nielsen Media Research), exposições comerciais e publicações empresariais
(Billboard, The Hollywood Repórter, Adweek). A empresa privada opera em mais
de 100 países com escritórios centrais no Haarlem, Países Baixos; e Nova York,
Estados Unidos. (www.visa.com.br)
Foi localizado um estudo pela empresa sobre cuidados pessoais: a
utilização de produtos e tratamentos para a saúde e beleza e seu consumo global.
“Em uma sociedade aparentemente obcecada por pessoas bonitas e celebridades;
nas quais modelos impossivelmente magras desfilam em passarelas e imagens
retocadas estampam outdoors e capas de revistas; mais de dois terços dos
consumidores ao redor do mundo concordam que, atualmente, a pressão por uma
boa aparência é muito maior que na época de nossos pais” (NIELSEN, 2007 p.3).
The Nilsen Company pesquisou 25.408 consumidores usuários da Internet
em 46 mercados na Europa, Ásia - Pacifico América do Norte, América Latina e
Oriente Médio, em relação a seus hábitos de compra de produtos de saúde e
beleza e se os consumidores se sentem pressionados para terem uma boa
aparência.
A pressão é particularmente sentida por três quartos dos entrevistados no
final da adolescência e com vinte e poucos anos.
Adolescentes e consumidores com vinte e poucos anos declaram gastar
mais do que costumavam para estar sempre com boa aparência, entretanto no
extremo oposto da escala, quando mais se envelhece menos se gasta. A pesquisa
da Nielsen constatou que quanto mais velho menos interessado estava em investir
para valorizar a aparência.
A pesquisa constatou que as pessoas investem em cuidados pessoais por
muitas razões, mas o fazem principalmente para seu próprio bem-estar. Este é
particularmente o caso de 73% das mulheres e de todos os entrevistados na faixa
etária de 21 a 29 anos.
Três em cada cinco consumidores declaram investir em cuidados pessoais
para se sentirem melhor consigo mesmo, enquanto apenas metade deles declara
fazê-lo para serem atraentes para seus parceiros, e apenas dois em cada cinco
declaram fazê-lo para atrair um novo parceiro.
Enquanto três quartos dos consumidores se sentem pressionados para ter
uma boa aparência, menos da metade declarou se preocupar em procurar
aparentar estilo o tempo todo. As mulheres ficaram igualmente divididas nesta
questão, com 58% dos consumidores na faixa etária entre 21 e 24 anos tendendo
mais a manter seus padrões de estilo pessoais. Quanto mais velho o entrevistado,
menos a tendência de tentar demostrar estilo o tempo todo.
Ao redor do mundo, 87% dos brasileiros declararam se preocupar seu estilo
o tempo todo; seguidos pelos portugueses (79%) e gregos (76%). Na outra ponta
da escala de estilo, quatro em cada cinco pessoas em Hong Kong declaram não
se preocupar com seu estilo o tempo todo.
(Todos os dados desse item foram retirados do The Nielsen Company –
abril/2007)
2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS
Doenças psicológicas são enfermidades da mente. Porém, isso não quer
dizer que não afetem gravemente o corpo físico do indivíduo. Anorexia, bulimia,
depressão, neurose, pânico, entre outros problemas da mente estão relacionados
a um estresse provocado a esse indivíduo. Uma pressão como a feita pela mídia
em relação a como se deve comportar, ser, agir e viver para ser aceito na
sociedade, transforma pessoas saudáveis em pessoas mentalmente doentes, e
futuramente fisicamente enfermas.
Em uma escola, por exemplo, onde dentre todos os alunos magros existe
um único gordinho, normalmente crianças tem a terrível mania de colocar apelidos
nos colegas, e ele logo será chamado de “botijão de gás”, “rolha de poço” e etc.
Crianças sugam as influências muito mais depressa que os adultos e passam a
crescer com aquilo na cabeça; “eu sou gorda, não sou igual aos outros”.
Para a psicóloga Priscila Monaim da Silva, quando acontece algo assim
com uma garota muito jovem, chega uma hora em que ela nem é mais gorda, mas
ainda acha que é por causa da pressão que teve a infância toda.
“Essa ditadura da moda é muito cruel, pois pode
trazer sérios problemas para essa pessoa que ainda está em desenvolvimento. Se a pressão for muito grande quando ela tem, por exemplo, 13 anos, com seus 20 anos ela pode ainda não aceitar o jeito que é. Resultando em uma depressão profunda e graves traumas. A beleza deve estar relacionada com a alma e não com o estereotipo” (Silva, 2008)
Vamos pensar que um individuo assiste TV pelo menos 4 horas por dia, e
nessas 4 horas as jornalistas, as atrizes das novelas, as apresentadoras de
programas e as atrizes de filmes são todas magras, de cabelos lisos e loiros e
todo mundo diz que elas são lindas, isso acontece por tanto tempo que essa
pessoa passa a acreditar que aquilo é o que também acha ser o belo, e como o
ser humano tem a tendência de fazer às coisas para agradar os outros, passa a
querer se tornam igual a eles. Entretanto seu corpo não tem a mesma estrutura e
não pode ficar tão magra. Parar de comer, ou se arrepender de ter comido e
vomitar depois, ou até então, ficar deprimida, porque nunca vai conseguir ser igual
às celebridades, tornam sua mente doente. E a partir daí, seu corpo vai ficando
fraco e doente também, pois não se alimenta direito, não descansa bem e nunca
está bom o suficiente. Este é um quadro que caracteriza uma doença psicológica.
Em entrevista a revista CNR – 3 notícias a nutricionista Dra. Renata David
Kitade afirma que:
O padrão de beleza imposto hoje em dia, principalmente às mulheres, tem limitado hábito alimentar de muitas delas. A magreza é vista pela sociedade como algo belo e adequado, porém é um conceito equivocado. Vários adolescentes acabam adoecendo por conta deste padrão e as famílias, muitas vezes, nem sabem que o filho está doente. O regime, a necessidade de emagrecer, faz com que a pessoa fique debilitada. É quando surge a doença conhecida como Transtorno Alimentar, que necessita de uma equipe multidisciplinar em seu tratamento, com acompanhamento nutricional, terapêutico, psiquiátrico e psicológico. (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)
“O ideal de magreza e a liberação ascética do corpo, na qual podem se
deixar ver a salvaguarda oculta do ego ideal e os efeitos do narcisismo primário
absoluto, é ainda mais coercitiva à medida que no corpo se manifesta o desejo
primitivo de incorporação e identificação primária, face ao qual exerce a função de
contra o investimento: assim, com freqüência, o orgulho anoréxico se inverte em
vergonha bulímica de maneira catastrófica”. (Bernard Brusser, 1999, p 54)
http://www.crn3.org.br/atualidades/revistas/arquivos/edicao_084_entrevista.pdf
2.7.1 Anorexia
Anorexia é uma doença psicológica em que o indivíduo induz a falta de
absorção de alimentos. Uma pessoa anoréxica simplesmente se recusa a comer e
com o tempo passa a não conseguir mais ingerir alimentos, por causa de uma
recusa que seu organismo faz contra o alimento.
A doença ocorre na adolescente após a
puberdade, atingindo mais o sexo feminino. Ocorre uma acentuada perda de peso induzida, e um grande medo intenso de engordar ou de ser gorda. A garota anorexica possui um forte desejo de emagrecer, e acaba com alterações muito acentuadas na imagem corporal e amenorréia, ou seja, uma ausência de menstruação por três meses ou mais. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES, 1998. p.17)
A adolescência é um período de mudanças sociais, emocionais e físicas
importantes (puberdade) e, portanto a jovem terá que se readaptar a sua imagem
corporal, juntamente com sua imagem global e seu papel na sociedade. Nas
jovens que desenvolvem anorexia nervosa, o julgamento de sua imagem corporal
mantém-se alterado, fazendo-a sentir-se com as formas maiores do que são na
realidade.
Com a perda de peso auto-induzida a alteração da imagem corporal das
jovens, contribui para que essas mantenham a dieta iniciada e estas passam a
executar atividade físicas excessivas e/ ou utilizar medicamentos a fim de perder
peso, como laxantes, diuréticos ou moderadores de apetite. Estatísticas
compravam que jovens com anorexia nervosa induzem o vômito para forçar o
emagrecimento. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES,
1998. p.18)
2.7.2 Bulimia
Cerca de 90% dos casos de bulimia são em mulheres, principalmente
aquelas no início da adolescência e jovens entre 20 e 30 anos. Como a anorexia,
a bulimia nervosa apresenta causas complexas, nas quais fatores psicológicos e
socioculturais interagem. A pessoa com esta doença consome uma grande
quantidade de alimento, freqüentemente de forma incontrolável e rápida. Uma
bulímica pode ingerir entre 1000 e 6000 calorias ou mais em um simples e breve
episódio bulímico, a maior parte da comida é constituída de doces, rica em
calorias e com textura que permite que desça rápida e facilmente. Acontece
também um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar
durante os episódios bulímicos. Uma vez ingerido essas calorias a pessoa que
sofre dessa doença sente-se culpa e força o vomito. Uma “falsa solução” que
passa a virar uma mania, um costume e depois se transforma uma obsessão e
uma doença (Fleitlinch e Guimarães, 1998, p. 26 e 27)
Bulímicas se parecem com anoréxicas na sua obsessão por comida, sua
excessiva preocupação com a forma corporal e o peso, assim como com seu
medo de serem ou de se tornarem gordas. Bulímicas podem emagrecer durante a
doença, geralmente seu peso não cai abaixo do mínimo para sua altura e idade. A
forma corporal da bulímica não aparenta ser diferente. Uma pessoa bulímica em
geral é extremamente vaidosa, porém muitas vezes esconde o corpo sob roupas
folgadas, acreditando-se “acima do peso” e tendo vergonha de vestir roupas
apertadas ou de banho. (Cordas e Cobelo, 1998, p. 28)
2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão
Para a nutricionista Renata David Kitade, a necessidade de agradar as
outras pessoas leva o indivíduo à doença e afirma que a participação nessa
vontade de estar dentro dos padrões é muito grande:
Dentro dos aspectos emocionais, a necessidade de
corresponder às expectativas dos outros e o perfeccionismo, como ter um corpo magro e belo seguindo os padrões da nossa sociedade, levam a pessoa a ficar doente. “Os Transtornos Alimentares podem estar ao lado de outros transtornos como depressão e transtorno obsessivo compulsivo. Chamamos isto de comorbidades.O baixo peso também pode causar depressão. Na minha opinião, o trabalho com os Transtornos Alimentares deveria ser muito mais preventivo, com a participação de diversos setores da sociedade e mídia em geral” (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)
Depressão é doença. Não é frescura, pode resultar em graves problemas
para vida, principalmente de um jovem. Deve ser tratada como qualquer outra
enfermidade. O importante é saber definir a diferença entre tristeza e depressão,
se for diagnosticado como depressão, a medicação e tratamento psicológico
devem ser feito com urgência.
Os sintomas mais comuns da depressão são: apagadores, fadiga, dificuldades de concentração, isolamento, dores crônicas e sem motivo clinico, irritabilidade, insônia ou excesso de sono, auto – imagem negativa, falta de apetite e impulsos suicidas. (TELES, p.14).
A ilusão do querer ser grande, o desejo de estar dentro dos padrões sociais
inseridos na nossa sociedade marca profundamente as pessoas, as fazendo sentir
como se estivessem em um buraco vazio, onde se agigantam e agitam os
fantasmas da ansiedade e da depressão. (TELES, p.22)
Se adultos sentem-se envergonhados e vitimas de preconceito em relação
a seus corpos fora do padrão, o que aconteceria com uma criança em formação
físico e intelectual. Cresce o número de “pequenas” vítimas de depressão,
crianças que deveriam estar se divertindo sem muitas preocupações se fecham
em seus mundos por medo da rejeição.
A pessoa pode, na depressão, apresentar uma perda significativa de peso e sucessivos sentimentos de autodepreciação e ameaças ou tentativas de suicídio. A própria depressão e o gesto suicida são uma espécie de pedido de socorro de uma pessoa que não esta suportando “levar a vida” sem ajuda. Geralmente, por trás da depressão está muita frustração, muitos desejos não realizados. (TELES, p.15).
A primeira coisa para que o individuo esteja bem com o mundo e com as
pessoas é estar bem consigo próprio. O que significa gostar de si, de seu corpo,
aceitar-se e ter autoconfiança, algo bastante difícil para o jovem que, nessa fase,
tem um corpo que demora a se definir, tateia num mundo novo e não sabe como
responder às demandas que lhe são feitas. (TELES, p. 35).
2.8 PROBLEMA
Como podemos mostrar ao público os perigos de tentar ser um ícone de
beleza? Como lançar o debate sobre as questões referentes aos padrões de
beleza imposta pela mídia e a interferência deles no comportamento dos jovens.
Como mexer em algo que é muito sensível para todos os seus espectadores?
É muito fácil e simples apontar que a mídia corrompe a percepção da realidade.
Porém a própria admite a situação, e a retrata. A grande questão seria como
entender a co-dependência do ideal de beleza social e a perigosa construção
desse ideal pela mídia regida por padrões econômicos. E como falar a um público
que reconhece o problema mas não sabe superá-lo?
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
- Conscientizar os jovens sobre os padrões de beleza impostos pela mídia.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Apontar alguns mitos da beleza no decorrer da história;
- Apresentar pesquisas sobre mulheres que querer se tornar “perfeita”;
- Mostrar as doenças psicológicas decorrentes desse vício de estar com o corpo
na moda;
- Passar definições dos conceitos do belo;
- Criticar e mostrar a influência dos meios de comunicação na criação dessa
beleza pré-fabricada;
- Mostrar o porquê dessa influência;
- Entender o que as pessoas envolvidas na moda pensam a respeito;
- Apontar algumas situações da história que influenciaram a sociedade;
4 JUSTIFICATIVA
Hoje o padrão proposto pela publicidade e pela mídia é a top model de
figura longilínea e magra, do tipo Gisele Bündchen, Cláudia Schiffer ou Cindy
Crawford, ou estrela de cinema estilo Sharon Stone ou Júlia Roberts. Depois de
várias pesquisas, a equipe constatou que há uma carência de produtos sérios e
aprofundados sobre o assunto, principalmente voltados para o público jovem. É
necessário mostrar todos os problemas que essa compulsão por um corpo
considerado “perfeito”, pode causar.
A pressão social para se atingir esse ideal de beleza é de tal magnitude,
que leva milhões de pessoas no mundo inteiro a gastarem fortunas em cosméticos
ou a recorrerem á cirurgias plásticas e academias como recurso para enquadrar-
se no padrão de beleza imposto pela mídia. Algumas dessas pessoas entram em
grandes dietas passam a ficar sem comer ou vomitam o que comeram. Entram em
grandes depressões e se tornam compulsivas em relação ao corpo perfeito.
Meninas com 10 anos já estão querendo ficar magras a todo custo, mesmo que
sua estrutura corporal não sustente tanta magreza, acabam desenvolvendo
distúrbios como anorexia e bulimia. Essas se tornaram ao longo do tempo as
principais doenças da moda, mulheres doentes por uma beleza pré - fabricada,
doentes por um corpo irreal, sem formas e muitas vezes sem vida. Essas doenças
levam muitas mulheres e meninas à morte.
Segundo Lenita Vennante, professora de Português da 8° e diretora
pedagógica do Colégio Stella Maris, essa influência é vista cada vez mais cedo
dentro das salas de aula;
“Como são muito jovens (13-14 anos) observa-se que apreciam
determinadas artistas, ás vezes imitam-nas na forma de se vestir, falar ou repetem
seus trajeitos. Percebe-se o interesse das meninas em sala de aula, pois trazem
fotos, revistas, conversam e até escrevem seus celebridades preferidas".
Segundo o professor de História da 8º serie do Colégio Stella Maris,
Hor-Meyll T. Leite Junior, o mais interessante é ver as meninas vestidas como
suas personalidades preferidas;
“É visível em sala de aula a busca das meninas por uma beleza fabricada
pela mídia, através de acessórios que compõe o vestuário das celebridades e que
são comercializados como instrumento de beleza, são muito usados nas escolas
principalmente nas meninas de 6°, 7° e 8° series”.
Com esse documentário pretende-se mostrar a influencia do mundo da
moda e da beleza idealizada pela mídia e que a verdadeira forma de belo é
totalmente relativa. Alertando que esse complexo gerado pela mídia ao fazer com
que as pessoas queiram ter um corpo perfeito pode acarretar muitos problemas,
físicos e psicológicos.
A proposta é esclarecer os adolescentes sobre os perigos de acreditar nos
padrões de beleza, que é normalmente um dos primeiros passos para algumas
das terríveis doenças psicológicas de que temos notícia. Se sentir inferior as
outras pessoas, por ser um pouco mais gorda ou mais magra do que o normal,
pode acarretar sérios distúrbios e é exatamente isso que se deve evitar desejar
ser como não é, pode virar um grande problema. E isso não faz sentido, pois
décadas iram se passar e levará com ela, a moda atual, trazendo muita coisa
nova.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para dar sustentação teórica ao projeto experimental “Quero ser Madonna”,
foram utilizadas obras de autores consagrados das áreas específicas que
envolvem o projeto. O embasamento teórico é fundamental para o
desenvolvimento de um trabalho científico, pois dá credibilidade para os assuntos
abordados e comprovam uma pesquisa na área. Para fazer esse trabalho usamos
fundamentações teóricas, as áreas de determinação de imagem, imagem na
comunicação, jornalismo e a imagem e o documentário.
5.1 A MÍDIA
A palavra mídia ou media significa “aquele que está no meio”. Quando nos
referimos aos meios de comunicação estamos associando-os aos instrumentos
que usamos para realizar um processo de comunicação em massa. Como por
exemplo, a Televisão, o rádio, o jornal, revistas, cinema, TV digital, internet e etc.
Segundo a professora Denise Stacheski, mídia é todo o meio (juntamente
com um canal) que transmite uma informação, normalmente com o intuito da
comunicação e do convencimento a outro ponto/receptor.
Uma característica típica dos meios de comunicação de massa é a
possibilidade que apresentam de atingir simultaneamente um grande número de
pessoas. Para alguns, os primeiros meios de comunicação de massa foram os
livros. No século passado onde a mídia se expandiu não havia a ideia de que a
difusão da informação deveria ocorrer em tempo real, mas que deveria haver um
intervalo de tempo limitado entre a emissão da mensagem e a sua recepção.
A imprensa no Brasil teve seu surgimento tardio caracterizado pela
ausência de burguesia e capitalismo. Seu surgimento foi decorrente da chegada
da família real, em 1808 e tinha como objetivo passar as informações do que
acontecia com a realeza, como se fosse um diário. (SEABRA, 2002, pág. 01)
“Sendo que o primeiro jornal do país, o Correio
Braziliense, era editado na Inglaterra e proibido de circular em território nacional. O segundo jornal brasileiro, A Gazeta do Rio de Janeiro era uma espécie de Diário Oficial da Coroa Portuguesa”. (SEABRA, 2002, p.01)
5.2 A IMAGEM
Imagem é a representação gráfica, plástica, fotográfica, cinematográfica e
televisiva de uma pessoa, um objeto ou uma cena (Novo Dicionário Aurélio -
1988).
Não há duvida que a relação com a imagem é muito antiga. A partir de
desenhos rupestres, os antepassados deixaram gravadas as primeiras expressões
de cultura. De lá para cá muitas transformações ocorreram, e a evolução da
imagem foi firmando sua credibilidade.
Com o surgimento da televisão, essa relação (homem e imagem) mudou o
mundo. Tudo que antes era informado pelos jornais, revistas e ouvido pelo rádio,
passa a ganhar vida televisiva e vista como se estivesse acontecendo dentro de
cada casa. O que maravilhou a todos e ganhou a preferência nacional. Hoje
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2002,
cerca de 90% da população brasileira possui uma televisão em casa, e cerca de
150 milhões de brasileiros não têm acesso a outro veiculo de comunicação que
não seja a televisão, e muitos outros mesmo tendo acesso preferem a notícia na
forma televisiva.
“... há uma proporção muito importante de pessoas que não lêem nenhum jornal; que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações. A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das cabeças de uma parcela muito importante da população”. (BORDIEU, 1997. Pág.23)
Eugênio Bucci em “Videologias” mostra uma televisão que revolucionou a
sociedade quando surgiu nos anos 50, e a cada evolução foi se tornando o meio
de comunicação que formava opiniões, e até hoje dita tendências, modas, estilos.
“Foi a televisão que forneceu ao brasileiro a sua auto - imagem”. (BUCCI, 2005,
p.26)
“Pelas novelas, a televisão, além de delimitar o espaço público, começou a alimentar o repertório do espaço privado: olhando para a tela, as mulheres aprenderam a se vestir e os adolescentes aprenderam a namorar; diante da TV, os brasileiros começaram a sonhar seus sonhos modernos”. (BUCCI, 2005)
5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO
Não podemos considerar a imagem como um objeto, nem como um
espaço. Para André Parente é a linguagem que faz da imagem um objeto. “Se a
imagem se torna um objeto, é melhor falar a linguagem que se lhe impõe, e que
diz: eis meu corpo (realidade empírica ou transcendental). Conhecemos a imagem
por esse sinal, em função do que através dela se faz dizer, a imagem como um
lugar próprio, uma idéia distinta”. (PARENTE, 1993. p.29)
“Hoje com a industrialização da imagem, a imagem pensa em nosso lugar. Havíamos feito da imagem nossa morada, doravante ela faz de nós sua morada, uma morada onde o hospede, há muito tempo passou a ser um convidado indesejável. Perdemos de fato a terra, o aqui e agora da experiência sensível, devemos nos conformar com um novo corpo que nos emprestam, com uma roupa de dados que determina as possibilidades de uma ação já programada? “(PARENTE, 1993. p.29)
As noticias antes lidas em linhas sem vida, ganham cores, formas e
movimentos. O que as torna muito mais reais e convincentes. Para Julio Plaza, a
imagem passa a não ter só a função de registrar o imaginário, de significar e de
dar sentido ao mundo, passa a ser usada como meio de registro de conhecimento.
5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM
O estudioso e teórico canadense Marshall Mcluhan quando fala sobre a
mídia, seus impactos e o comportamento do receptor, diz “O comportamento da
TV, é inexplicável para as pessoas condicionadas pelo meio quente do jornal, que
vive do conflito de opiniões e não do envolvimento em profundidade numa
situação”. (MCLUHAN, 1964. p.347)
A televisão está envolvida com as transformações culturais do Brasil, mas
que isso, este é o meio de comunicação de massa responsável por determinar
para o público como seria o “certo” a pensar.
“(...) as instituições dominantes têm de prover e até
mesmo criar as necessidade de multidões e de participantes anônimos da mesma forma que desenvolvem mecanismos eficazes para controlar essas massas humanas, faze-las produzir, consumir e se conformar com seus destinos e sonhos”. (SANTOS, 1999. p.66)
Com base na citação feita por Santos, podemos ver a influência que a mídia
têm sobre o público. Com base nisso pode-se analisar o perfil psicológico do que
se entende como impacto sobre o público, influenciando-os na forma de vida.
Para a apresentadora e jornalista Carla Lima, comportamentos nos quais
achamos que são somente de nossa vontade e não de outras influências, acaba
sendo inserido em nossa vida sem que percebamos e fazendo parte do nosso
cotidiano. “Acaba sendo involuntário, precisamos saber analisar o que é bom e
ruim na televisão”, afirma ela.
Segundo o jornalista e apresentador Gilberto Campos em entrevista para a
nossa equipe, a televisão influência as pessoas por ser o meio mais utilizado das
pessoas que não tem melhores condições:
“(...) quantos dias em uma semana você fica sem
assistir TV? No Brasil a televisão sempre foi uma grande janela para ver o mundo mais de perto. Garantiu informação e entretenimento de forma gratuita. Foi o jornal, o teatro, o cinema, o estádio, até a escola de quem não tinha melhores condições. Até hoje serve de espelho, uma referência para os padrões e comportamentos. Tem, para o futuro, o desafio de disputar esse poder com o avanço da Internet”. (CAMPOS, 2008)
Para Eugênio Bucci e Maria Rita Kehl, a TV une e iguala, no plano do
imaginário, um país cuja realidade é constituída de diferenças, conflitos e
contradições violentas. A TV conseguiu produzir a unidade imaginária onde só
havia disparates materiais. Ela cria um lugar em que o povo gostaria de viver, e
ele por sua vez acredita que aquilo é o que realmente está acontecendo no seu
país, pois é aquilo que a televisão está passando. Sem essa unidade, a televisão,
o Brasil não se reconheceria como Brasil. Ou, pelo menos, não se reconheceria
como o Brasil que tem sido.
“As novelas exercem uma função capital. Foram elas que infundiram nos brasileiros o hábito de ver TV. Ligar a TV todas as noites tornou-se algo tão essencial como jantar todas as noites. Entre os anos 1970 e 1980, as novelas eram capazes de prender mais de 70% dos telespectadores. Eles inventariaram, consolidaram e sistematizaram o repertório da vida privada do brasileiro: vendo novelas, as mulheres de classe média aprenderam a se vestir e a comprar o sofá da sala, as famílias mais pobres tiveram noções de controle de natalidade, os adolescentes aprenderam a namorar” (BUCCI, 2005. p.224)
Segundo a radialista e professora de Rádio e TV, Patricia Brum, tudo aquilo
que é “mostrado” na TV tem uma importância muito maior para nós do que se
fosse apenas dito. Por isso sofremos tal influência. “Damos maior importância
quando um meio de comunicação em massa nos expõe tal problema, coisa que
muitas vezes foge da verdadeira realidade. Somos iludidos por uma falsa
realidade o tempo todo, isto é a televisão”, declara a professora.
5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM
Se antes a fotografia trouxera uma grande alteração na percepção da
informação, a televisão trouxe a dinâmica. Pedro Celso Campos, professor da
UNESP, faz um breve relato da história do Telejornalismo no Brasil. Aponta como
primeiro telejornal brasileiro o Imagens do Dia que nasceu com a TV Tupi de Assis
Chateaubriand (Diários Associados) em 19 de setembro de 1950. Possuía um
formato simples, onde o locutor Rui Resende produzia e redigia as notícias e
algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco, sem som. O
Telejornal durou um ano.
Segundo o professor, o primeiro jornal de sucesso da televisão brasileira foi
o Repórter Esso, também da Tupi. Foi para o ar em 17 de junho de 1953 e
permaneceu até 1970, com sua inesquecível vinheta de abertura (“Aqui fala o seu
Repórter Esso, testemunha ocular da História”), apresentado pelos locutores de
rádio: Kalil Filho e, depois, Gontijo Teodoro.
No final da década de 60, as inovações tecnológicas vindas dos EUA,
transformaram o telejornalismo brasileiro. Criado por Armando Nogueira o Jornal
Nacional, da Rede Globo de Televisão, estreou em 1º de Setembro de 1969,
tornando-se líder de audiência. “O Jornal Nacional foi o primeiro a apresentar
reportagens em cores, o primeiro a apresentar reportagens internacionais via
satélite no instante em que os fatos ocorriam”. (CAMPOS, 2003. p.01)
“Em 1977 a Globo São Paulo colocou no ar um jornal de serviço: Bom Dia São Paulo. Que incorporou novas tecnologias: foi o primeiro a usar a UPJ (Unidade Portátil de Jornalismo) com repórteres entrando ao vivo de vários pontos da cidade, transmitindo informações de serviço como tempo, trânsito, movimentação da cidade, aeroporto etc. O sucesso deu origem ao Bom Dia Brasil, em 1983”. (CAMPOS, 2003. p. 01)
A história do telejornalismo brasileiro destaca, também, o TJ Brasil, lançado
em 4 de setembro de 1988, no Sistema Brasileiro de Televisão- SBT. Também se
inspirou no formato americano ao inovar com a figura do âncora Boris Casoy.
Também em 1997 a televisão brasileira ganhou outro jornal importante, o Jornal
da Band, igualmente influenciado pelos costumes americanos, apresentado por
Paulo Henrique Amorim, com um estilo forte e opinativo, com informações
exclusivas e ao vivo. (CAMPOS, 2003)
A imagem transformou o jornalismo. Com o surgimento das imagens
televisivas e a criação do telejornalismo, a aparência de realidade da imagem
televisiva e a sensação de acesso direto ao mundo, ao vivo e em movimentos, se
tornaram padrão. Guilherme Jorge de Rezende em “telejornalismo no Brasil: um
perfil editorial” analisa a palavra e imagem no telejornalismo. Para ele a ação
hipnótica exercida pela TV pode fazer com que uma pessoa que inicialmente
queria assistir um programa determinado passe a tarde toda vendo toda a
programação da rede. (REZENDE, 2000, p.31).
É necessário lembrar, ainda, que no telejornalismo o papel da palavra é dar
apoio à imagem. O texto só tem sentido quando está casado com a imagem,
quando se relaciona com ela, quando não entra em conflito com ela. Ambos
precisam se completar, ao invés de caminharem em paralelo, pois neste caso um
não faria falta ao outro. (CAMPOS. 2003)
A função do jornalista é transmitir para a sociedade informações do que
está acontecendo no seu cotidiano. A teoria do espelho define o bom jornalista
como um observador desinteressado, que relata com honestidade e equilíbrio tudo
o que vê cauteloso para não emitir opiniões pessoais. (VIZEU, 2005) Depois do
surgimento dos telejornais essa função do jornalista passa a ser muito mais clara,
pois o profissional passa a mostra com imagens o que está ocorrendo, o que faz
ser mais fácil a aceitação e a crença em suas palavras.
5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE
Para se tornar um profissional de jornalismo é preciso ter muita
responsabilidade, pois sua função é passar informações e ser um espelho da
sociedade e do que acontece nela. Mudar ou não opiniões sobre determinados
assuntos e se informar dos acontecimentos do mundo. Por isso a base é a
veracidade passada pelos jornalistas.
“(...) as raízes da responsabilidade estão no fato de
que somos, ao mesmo tempo, seres individuais e sociais cujas decisões e ações inevitavelmente afetarão os demais. O próprio fato de que tem capacidade ou poder de influenciar ou serem influenciados pelos outros, de modo profundo, para o bem ou para o mal, exige que nos comportemos de modo reciprocamente responsável, para que a própria sociedade subsista. Quanto maior for o nosso poder ou capacidade de influenciar os outros, mais pesados serão os nossos deveres morais. Este é o fundamento geral para a noção da responsabilidade”. (HODGES, 1986. p. 19)
Alberto Dines afirma que o esse profissional também exerce um papel de
instrutor, pois como o processo de informar é formador de opinião, o jornalista
passa a ser um educador. (1986 p. 118).
O jornalista é mais que um qualquer na sociedade, ele se torna um
participante ativo na construção da realidade. Para Louis W. Hodges, citado no
projeto de conclusão de curso Documentário: Fala Sério, o jornalista além de
todas essas atribuições, é também um observador.
O jornalismo passa a ser uma profissão social, uma ponte de ligação entre
sociedade e fatos.
“Uma vez que nem todos os cidadãos podem ter acesso direto aos poderes constituídos – executivo, legislativo e judiciário – eles necessitam de alguém que observe em seu lugar como o governo cuida de seus interesses. Jornalistas são aqueles que observam por nós e nos informam sobre os nossos governantes. (...) eles constituem portanto um elo prático vital na cadeia das comunicações”. (HODGES, op.cit., p.24)
Complementando isso, Cremilda Medina define jornalista como um vaso
comunicante. Para ela, o profissional de jornalismo é “o canal por onde passa a
informação, é filtrada e preparada para atingir o maior numero de pessoas
possível”. (MEDINA, 1982, p. 110)
Na opinião da jornalista Simone Bello, a ética deve ser a maior busca do
jornalista de hoje:
“Embora muitos veículos de comunicação tenham esquecido o papel do jornalista é em função da censura. O profissional desta área tem o dever de ser imparcial diante da informação. Mostrar sempre os dois lados da noticia e relatar a população fatos que possam proporcionar e despertar o raciocínio e a reflexão. Melhorar os seus direitos e deveres. Acima de tudo ser ético, buscar sempre a verdade dos fatos, independente de qual seja o interesse do veículo de comunicação onde trabalha”. (BELLO,2008)
5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE
A palavra documentário se refere a documento, que vem do latim “doccere”
que significa ensinar. O documentário ensina através de fatos, imagens e
depoimentos, e constrói assim uma ligação da história com o publico. É um filme
que se propõe como um discurso a respeito do que chama de mundo: que mundo
é esse e como esse discurso se organiza é um problema de cada documentário
individualmente.
“Documentar já é ensinar, mostrar, divulgar,
estabelecer. É assim duplo o comprometimento do documentário sobre o autor com a escola ou com a “instrução informal do povo”: primeiro, por ser documentário, gênero que se afirma instrutivo nos seus propósitos, optar pelo documentário será embarcar na sua proposta educativa (formal ou informal), ou então discuti-la, se é que isso é possível dentro do próprio gênero.” (CESAR, 1980, P.9)
5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?
Documentário se caracteriza pelo compromisso com a realidade, mas assim
como o filme de ficção, ela não representa a realidade nua e crua, ´considerada
uma representação parcial e subjetiva da realidade.
Para Dorival de Paiva Chrispim, produtor do programa Mesa Redonda, da
Tv Transamérica, a definição para documentário é:
“Documentário é um gênero do cinema que tem
como principal característica explorar os detalhes reais. O que não significa dizer que a ficção está proibida. No documentário fatos subjetivos da nossa realidade também pode ser trabalhados, ou seja, como em tudo na vida o que vale mesmo é o talento e criatividade”. (CHRISPIM, 2008)
Uma das definições mais aceitas é que se trata de um gênero audiovisual
que registra situações quotidianas Sivio Darin (2004), cita a definição da Word
Union of Documentary:
“(...) Todo método de registrar em celulóide de qualquer aspecto da realidade interpretada tanto por filmagem fatual quanto por reconstituições sincera e justificável, de modo a apelar seja para a razão ou emoção, com objetivo de estimular o desejo e a ampliação do conhecimento e das relações humanas, como também colocar verdadeiramente problemas e suas soluções nas
esferas das relações econômicas, culturais e humanas”. (DARIN, 2004, p.16)
“O documentário é mais que uma reprodução da realidade, é uma
representação do mundo em que vivemos. Representa uma determinada visão do
mundo, uma visão com a qual talvez nunca tenhamos deparado antes, mesmo
que os aspectos do mundo nela representados nos sejam familiares. Julgamos
uma reprodução por sua fidelidade ao original, porém julgamos uma
representação mais pela natureza do prazer que ela proporciona, pelo valor das
idéias ou do conhecimento que oferece e pela qualidade da orientação ou da
direção, do tom ou do ponto de vista que instila. Esperamos mais da
representação que da reprodução”. (NICHOLS, 2005, p. 47 e 48)
Todo filme é um documentário. Mesmo a mais extravagante das ficções
evidencia a cultura que produziu e reproduz a aparência das pessoas que fazem
parte dela. Para Bill Nichols em a Voz do documentário, “poucos documentaristas
estão preparados para admitir, através do tecido e da textura de sua obra, que
todo filme é uma forma de discurso que fabrica seus próprios efeitos, impressões
e pontos de vista”.
“Na verdade podemos dizer que existem dois tipos de documentários. O documentário de satisfação de desejos: que são os filmes que mostram de forma tangível nossos desejos e sonhos, expressando aquilo que desejamos ou tememos que a realidade seja ou possa vir a ser. Oferecendo-nos mundos a serem explorados ou simplesmente nos deliciar com o prazer de passar do mundo que nos cerca para esses outros mundos de possibilidades distintas, conhecidos por nos como ficção. E o documentário de representação social são os que normalmente chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Torna visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social”. (NICHOLS, 2005, p.26)
Em seu projeto experimental “Y-ATA-OBÁ – O Reinado do Rosário”,
apresentado em novembro de 2000 Luciana Rodrigues d’Anunciação, Jornalista
formada pela UFMG, destaca bem a história do documentário.
“Em 1913, o explorador Robert Flaherty foi
convencido por Sir William Mackensie, seu contratador, a levar uma câmera para registrar sua terceira expedição. Como resultado, quase dez anos depois, em 1922, Nanook of the North, surgiu como o primeiro longa com uma estética própria e capaz de manter uma linha narrativa. Repudiando os pseudo-documentários que eram reconstituições em estúdio ou que tinham o próprio explorador como personagem principal, Flaherty parte da observação para mostrar a vida de uma família esquimó. Seu filme é considerado o ‘protótipo de um novo gênero’”. (ANUNCIAÇÃO, 2000)
Mas como Luciana afirma foi o escocês John Grierson, fundador da escola
documentarista inglesa quem começou a formalizar e normalizar o documentário
enquanto produto, atribuindo-lhe a função social de instrumento de educação das
massas e de formação da opinião pública. Grierson foi crítico, teórico e produtor
de documentários. Em seus artigos fundamentou o que hoje chamamos de
documentário clássico O filme Drifters, de 1929, fala sobre o trabalho dos
pescadores de arenque, é o único dirigido por Grierson.
Entretanto para Vertov, o cinema também tinha a função social de educar, mas
sua estética e temática passavam a quilômetros de distância da proposta de
Grierson. Enquanto o documentário inglês era de propaganda do império, o
cinema soviético, inspirado na arte futurista, era um elogio a tecnologia. Se os
ingleses eram de uma formalidade técnica, os soviéticos tinham no improviso e na
exposição da câmera sua marca. O "Cinema-olho" russo era rigorosamente contra
as encenações e dramatizações, toleradas e largamente utilizadas por Grierson.
Em O Homem da Câmera, realizado também em 1929, Vertov explicita sua visão
sobre o cinema.
Para João Moreira Salles em um encontro com alunos de Comunicação
Social da PUC, registrado no site www.cenaporcena.com.br
“O documentário é um gênero em que você tem a
possibilidade de refletir sobre a realidade de uma maneira delicada, íntima. E o seu público geralmente é um público que está interessado em discutir a realidade que está sendo mostrada. O público de documentário é um público mais qualificado. Mas é um gênero menor, pequeno. No Brasil ele se torna cada vez menor, muito em função da segmentação da televisão brasileira”.
Embora haja muita dificuldade da maioria do publico observar as diferenças
entre documentário e reportagem especial, elas existem. Segundo a professora e
jornalista Sandra Nodari (2004), em artigo publicado na Revista Significação e
citada no projeto Documentário: Fala Sério:
“(...) prova disso é que o Globo Repórter para muitos é considerado um programa de documentários, embora para qualquer pessoa que conheça um pouco mais da linguagem do cinema não seja difícil classificar como reportagens especiais”. (NODARI, 2003, p.167)
Segundo Nichols na história do documentário, podemos identificar no
mínimo quatro estilos, cada um deles com características formais e ideológicas
distintas. O estilo de discurso direto da tradição griersoniana, foi a primeira,
utilizava uma narração quase sempre arrogante. Em muitos casos, essa narração
chegava a dominar os elementos visuais, embora pudesse ser poética e
evocativa.
O segundo, o cinema direto, prometia um aumento do “efeito verdade”
graças à objetividade, ao imediatismo e à impressão de capturar fielmente
acontecimentos ocorridos na vida cotidiana de determinadas pessoas.
Aproveitaram as novas possibilidades técnicas e puderam produzir um diálogo
sincrônico nas locações. Nos filmes de puro cinema direto, o estilo busca tornar-se
“transparente”, como o estilo clássico de Hollywood – captando as pessoas em
ação e deixando que o espectador tire conclusões sobre elas sem a ajuda de
nenhum comentário, implícito ou explícito. (NICHOLS ,2005 pag. 48)
No terceiro estilo existia o discurso direto, onde o personagem ou narrador
falava direto com o espectador, através da câmera, geralmente em forma de
entrevista. E o mais novo dos estilos o documentário auto- reflexivo mistura
passagens observacionais com entrevistas, a voz sobreposta do diretor com
intertítulos, deixando patente o que esteva implícito o tempo todo: o documentário
sempre foi uma forma de re-presentação, e nunca uma janela aberta para a
“realidade”. (NICHOLS, 2005, pag 49)
O documentário, portanto é uma forma de atrair a atenção do publico para o
que está ao redor, por meio de imagens e falas. Compreende-se que o
documentário assume a voz do personagem. Portanto, o jovem deverá sentir-se
fazendo parte dessa criação e a mensagem será melhor interpretada se esse
processo fosse feito.
Utilizar recursos de cor e movimento, aliados a uma linguagem adequada,
são os recursos mais apropriados para uma boa transmissão de mensagens aos
jovens. Um dos meios mais utilizados hoje para se falar com jovens é o vídeo clipe
que se assemelha muito com o documentário pela liberdade de criação que o ator
tem.
Por esses motivos a escolha do documentário para falar com o jovem,
liberdade de imagem, cor e diversão estarão muito presentes no projeto “Quero
ser Madonna”.
6.0 METODOLOGIA
Esse trabalho foi feito em etapas, o objetivo é mostrar passo a passo como
tudo foi selecionado para a construção desse projeto. O tema foi escolhido com a
junção dos gostos e idéias das duas componentes da equipe, uma escolheu a
influência da mídia na sociedade e outra a história da beleza. As idéias foram
unidas e ficamos com o tema a influência da mídia na construção dos mitos da
beleza.
Foram selecionado alguns livros sobre a história da beleza e da moda, dos
autores que mais nos agradou. E uma lista de mitos da beleza desse século, foi
feito, para seguirmos uma idéia do que foi passado em cada época. Uma
pesquisa foi realizada com universitários, mulheres maduras e meninas de ensino
médio acima de 16 anos, perguntado-lhes se elas se sentiam pressionadas pela
mídia sobre seus corpos. A partir das pesquisas foi notado que a grande maioria
das pessoas acreditam que a mídia influência como queremos nosso que corpo
esteja, achamos que o melhor meio de mostrar essa influência fosse através de
um livro reportagem. Porém ao estudar como seria fazer um livro reportagem,
vimos que o melhor meio de falar ao jovem seria um documentário, pois a
linguagem está mais próxima do público.
Foram selecionados alguns documentários para analisar como ele é
construído e entramos em contato com alguns profissionais da área. Definimos por
fim, como objetivo principal, informar a intensidade da influência da mídia no
comportamento das mulheres (meninas). Verificamos também as doenças
psicológicas que essa influência pode acarretar e entramos em contato com
alguns psicólogos.
Foi encontrado uma pesquisa da Nilsen Company e analisamos
comparando com o que tínhamos notado na nossa. Os mitos atuais também foram
encontrados.
Concluímos que as pessoas sabem que são influenciadas mas não
assumem que fazem parte disso. Porém todas elas tem como ideal de beleza
algum mito construído pela mídia.
6.1 RESULTADOS DA PESQUISA
Essa pesquisa foi realizada com 50 pessoas, nas datas de 25 de abril a 12 de
maio de 2008. Os locais onde foi realizada foram:
- Universidade Tuiuti do Paraná
- TV Transamérica
- Companhia de Habitação do Paraná
- Colégio Stella Maris
E os resultados foram que:
1) Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo
esteja?
0
5
10
15
20
25
30
35
40
SIM NÃO
2) Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia?
3) Gostaria de ter a beleza dela?
Legenda: 27 pessoas respondem não; 23 pessoas respondem sim.
0 5 10 15 20 25
Gisele
Aline
Ana Paula
Karina
Marilyn
Penelope
Outros
SIM
NÃO
4) Você acha que está dentro do padrão de beleza?
Legenda: 29 pessoas (de 50 entrevistados) respondem que acham que não estão
nos padrões impostos pela mídia.
6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA
A pesquisa apresenta como resultado que as pessoas sentem a pressão
que é exercida pela mídia para terem o corpo perfeito e dos mitos lançados por
eles. E ainda sim, acreditam que sendo como elas, seria o melhor para suas vidas.
As pessoas de hoje acabam cedendo à idealização dessa beleza pré-fabricada
pela mídia, mesmo não assumindo. A maioria das pessoas que responderam a
pergunta: “Você acredita que seria mais feliz sendo bonita como elas?”,
responderam não, entretanto 5 delas estavam com a franja do mesmo estilo da
Silvia (personagem de Aline Morais em Duas Caras) e outras 4 assumiram estar
fazendo dieta, pois se consideram acima do peso padrão.
A influência é sofrida por todos mais está imposta a tampo tempo na vida
das pessoas que acaba se tornando algo natural e imperceptível.
SIM
NÃO
7. DELINEAMENTO DO PROJETO
7.1 PROPOSTA
O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” terá
duração de vinte minutos, dando abertura a discussão da construção dos mitos de
beleza pela mídia, e proporcionando informações em um curto espaço de tempo e
em uma linguagem simples de fácil entendimento para o publico alvo, não
correndo o risco de tornar-se monótono.
Para garantir a veracidade do conteúdo, foram feitos depoimentos com
profissionais especializados no assunto, além de conter imagens de filmes e
novelas que mudaram o comportamento das mulheres.
7.2 PUBLICO ALVO
O publico alvo desse documentário são jovens, na sua maioria meninas,
entre seus 11 e 18 anos. Idade essa em que estão desenvolvendo não só a parte
física como também seu senso critico, aumentando assim sua vulnerabilidade em
relação as influências ditadas pela sociedade.
7.3 FORMATO
O documentário será uma produção de 20 minutos de duração, que irá suprir
a falta de informação dos jovens sobre a influência da mídia na construção dos
mitos de beleza. A finalidade será mostrar a esses jovens que a beleza não deve
ser algo imposto e sim de cada um.
Esse projeto contará com depoimentos de profissionais relacionados ao
tema, offs com informações, imagens de filmes, novelas e fotografias que mostrem
a influência dessa mídia na formação de comportamento das pessoas e também
terá uma dramatização para facilitar a compreensão do assunto.
7.4 DISTRIBUIÇÃO/ VEICULAÇÃO
O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” será
veiculado no DOC/TV, e deverá se distribuído em todas as escolas publicas de
ensino fundamental e médio do estado. Com proposta de ser vendido juntamente
com jornais diários.
7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA
O custo total para concretização do documentário é de R$ 5.280,30. Este
custo inclui um cinegrafista, um assistente de câmera, um editor de imagens e
dois produtores. Para cobrir gastos, o documentário contará com o patrocínio da
C&A Assessoria em comunicação, Agência de Modelos Luxx Casting, Jean Louis
David Cabeleireiro e Loja Maria Cereja, através da lei de incentivo. Dessa forma, o
projeto é economicamente viável, já que o custo é baixo e existe interesse de
patrocínio.
7.6 TABELA DE CUSTOS:
Equipe técnica/ objetos necessários
Valor Quantidade SUB-TOTAL
1 Cinegrafistas R$ 110,20 15 horas R$1.653,00 1 Assistente de câmera
R$20,00 15 horas R$300,00
1 Editor de imagem R$ 25 (por minuto editado)
40 minutos R$1000,00
4 Atores R$ 30 (por dia) 3 dias R$ 360,00 3 figurantes R$ 10 (por dia 2 dias R$ 60,00 2 Produtoras (jornalistas)
R$ 78,80 (por dia) 10 dias R$1.576,00
Gasolina R$ 2,43 10 litros R$24,30 Refeição R$ 7,00 12 (cinegrafista,
assistente, produtoras, 3 dias)
R$84,00
Gráfica/ cenário R$ 100,00 1 R$150,00 Mini DV R$ 8,00 6 fitas R$48,00 Fantasias R$ 75 1 R$75,00 Equipamento (aluguel)
R$ 150,00 3 dias R$450,00
TOTAL 5.780,30
Possíveis patrocinadores:
C&A ASSESSORIA EM
COMUNICAÇÃO
R$ 1.330,00
AGENCIA LUXX CASTING R$ 1.330,00
LOJA MARIA CEREJA R$ 1.330,00
JEAN LOUIS DAVID CABELEIREIRO R$ 1.330,00
8.0 CONCLUSÃO
O projeto “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” é um
documento visual que nasceu com o propósito de conscientizar os jovens sobre
os padrões de beleza impostos pela mídia e fazê-los conhecer, efetivamente, os
perigos que a busca pelo corpo perfeito pode trazer.
Após a idealização deste projeto, foi possível verificar que ele poderá servir
de apoio para ajudar na formação do pensamento crítico dos jovens a respeito
dos padrões de beleza que servem de referência para eles. Este material trás uma
importante mensagem e pode ser visto em escolas de ensino fundamental e
médio.
Adolescentes e jovens em geral reagiram de forma positiva e com
aprovação ao assistir o documentário parcialmente concluído. Disseram aceitar a
forma como foi exposta a influência da televisão em suas vidas e que apesar
desse assunto ser muito comentado, existe nos meios de comunicação uma
carência de informação voltada ao público jovem.
O que mais se destacou após a conclusão do trabalho é que as pessoas
não aceitam que são diariamente influenciadas, acreditam que são pessoas
felizes e que aprovam a forma como seu corpo é, porém podemos perceber
através da própria aparência que elas tem, que agem de forma contrária, sempre
buscando novas dietas, fórmulas mágicas de beleza e até mesmo intervenções
cirúrgicas para ficar dentro do padrão idealizado como belo. Foi também notado
que as em geral cada vez mais cedo os jovens estão aderindo a medidas radicais
para modificar o seu corpo de forma que fique mais adequado com aquilo que eles
imaginam ser o corpo perfeito.
Se formos analisar, desde os tempos antigos os padrões de beleza se
fizeram presentes. Diferenciando-se por localidades e tempo, o que é bonito na
Índia é esquisito no Brasil, assim como os cabelos usados na década de 80 seria
motivo de gozação nos dias de hoje. Com esse projeto podemos concluir que, as
influências sofridas pela mídia em geral sempre existiu e existira eternamente,
cabe a cada um absorver somente as coisas boas para sua vida, como cuidar bem
de seu corpo sem radicalizar. A beleza verdadeira está dentro de cada um de nós,
ser feliz do jeito que se é.
9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Livros:
ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte poética. 14º edição. Ediouro publicações S.A.
Rio de Janeiro. Tradução de Antonio Pinto de Carvalho.
BAUDOT, François. A moda do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2002.
COSTA, Maria Thereza de Rezende (tradução).
BUCCI, Eugênio; KEHL, Maria Rita. Videologias. Editora Boitempo. São Paulo:
2005.
CABELO; SCHOMER; CORDAS; FLEITLINCH, GUIMARÃES. Anorexia e Bulimia:
o que são? Como ajudar? Um guia de orientação para pais e familiares. Editora
Artmed. Porto Alegre: 1998.
CESAR, Ana Cristina. Literatura não é documento. Editora Funart, Rio de Janeiro:
1980.
DA-RIN, Silvio. Do cinematógrafo ao cinema. Espelho Partido – tradição e
transformação do documentário. Azougue. Rio de Janeiro: 2004
DINES, Alberto. O papel do jornal – uma releitura. Editora Summus. São Paulo:
1986.
DUARTE JUNIOR, João Francisco. O que é beleza. 3º edição. Editora Brasiliense.
São Paulo: 1991.
ECO, Humberto. A história da beleza. Record. São Paulo: 2004.
FAUX; LANNELONG; CHAHINE; NATHILIE; DOROTHY; SCHEFFER. A beleza
do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2000. NEVE, PAULO (TRAD).
HEGEL, G.W.F. Estética. Coleção Filosofia e ensaios. Lisboa Guimarães Editores.
São Paulo: 1993. Tradução de Álvaro Ribeiro; Orlando Vitorino.
KANT. Critica da razão pura. Edições e publicações Brasil editora. São Paulo:
1959.
MEDINA, Cremilda. Notícia: um produto à venda: jornalismo na sociedade urbana
e industrial. 2º edição. Editora Summus. São Paulo: 1988.
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem, 12º
edição. Editora Cultrix. São Paulo: 1964.
NICHOLS, BILL. A introdução ao documentário, tradução Mônica Saddy Martins.
Editora Papirus. São Paulo: 2005.
PLAZA, Julio. Videografia em videotexto. Hucitec. São Paulo: 1986.
PARENTE, André. Imagem e Maquina: a era das tecnologias virtuais. 34 Editora.
Rio de Janeiro: 1993.
REZENDE, Guilherme Jorge. Telejornalismo no Brasil. Editora Summus. São
Paulo: 2000.
SANTOS, José Luiz. O que é cultura. 14º edição. Editora Brasiliense. São Paulo:
1999.
SCHILDER, Paul. A imagem do corpo: as energias construtixms da psique.
Martins Fontes. São Paulo: 1981.
SEABRA , Roberto. Imprensa e Poder. Brasília: Editora UnB, 2002
TELES, Maria Luiza Silveira. O que é depressão. São Paulo: 1992.
URRIBARRI, Rodolfo. Anorexia e bulimia. Editora Escuta. São Paulo: 1999.
VIZEU PEREIRA JUNIOR, Alfredo Eurico. Decidindo o que é noticia. 2º edição.
Editora Edipucrs. Porto Alegre: 2000.
Coleção “Os pensadores”. Volume 23. Abril Cultural. 1º edição. Tradutor Vide
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Sites:
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Artigos:
• FALCÂO, Sarah. Cinema e Moda: Perfeita união. Paraíba: 2006.
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• GOMES, Carlos Eduardo. Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a
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• SEEHAGEN, Maria de Fátima. A beleza na arte.
Disponível em:
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Acessado em: 15/04/2008
• VALE, Lucia de Fátima. A estética e a questão do belo nas inquietações
humanas. Março/2005.
Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/046/46cvale.htm
Acessado em 25/03/2008
Revistas:
• Revista Manequim. Abril/2008
• Revista Significação. 2004
• Revista View Curitiba. Abril/2008
Projetos de Conclusão de Curso:
• Autoras: Clicéia Aparecida Alves e Renata Fonseca Martins. Vídeo
Documentário “Falando Sério”: O jovem estudante na assembléia legislativa
do Paraná. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba: 2005. Orientadora:
Sandra Nodari.
Entrevistas:
• Carla Lima. Apresentadora e jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Denise Stacheski. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008.
• Dorival de Paiva Chrispim. Produtor de programa de Tv. Em entrevista à
equipe. Abril/2008.
• Gilberto Campos. Apresentador e jornalista. Em entrevista à equipe.
Abril/2008
• Hor-Meyll Leite Junior. Professor. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Lenita Vennate. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Patrícia Brum. Radialista e professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Priscila Monaim da Silva. Psicóloga. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Simone Bello. Jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008
Fonte das fotos:
• Sarah Bernhardt
http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt
• Mary Pickford
http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg
• Louise Brooks
http://dagmarduvall.blogspot.com/
• Greta Garbo
http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm
• Lauren Bacall
http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430
• Audrey Hepburn
http://web.ukonline.co.uk/audreyhepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG
• Marilyn Monroe
luishipolito.wordpress.com
• Jackeline Kennedy
http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/
• Vera Fisher
http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html
• Xuxa
http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html
• Madonna
http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg
• CindyCrawford
http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg
• Claudia Shiffer
http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg
• Gisele Bundchen
http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.html
• Aline Morais
http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260
10.0 ANEXOS
10.1 ROTEIRO
TEMPO: 40’30’’
ENFOQUE:
Vamos mostrar nesse documentário que a mídia sempre ditou as regras da
moda e da beleza e para sempre o fará. Cabe a cada pessoa adquirir essa
influência para seu bem e entender que cada pessoa é diferente, possui uma
estrutura diferente e isso não a torna menos que as outras.
SINOPSE:
O documentário ira começar mostrando como a população brasileira
cresceu na frente da televisão. Desde a infância imitasse seus “personagens”
televisivos prediletos, a criança dança com a Xuxa e se transforma em super
heróis enquanto os adolescentes imitam os rebeldes ou se maquiam e desfilam
como as top- models.
Acreditar que não somos influenciados pelo que a mídia quer nos vender é
bobagem. Compramos desde muito pequenos, corpos perfeitos e uma beleza pré-
estabelecida. Ingerimos essa imposição naturalmente por isso ela parece
imperceptível. Nossa personagem é uma adolescente em sua pior fase, o
descobrimento de seu corpo fora do que a mídia diz ser o belo.
Vamos acompanhar a passagem dela por essa fase de aceitação. A
neurose da nossa personagem só acabará quando ela tem como função um
trabalho de escola sobre “o que é ser belo?”.
Em meio a muitos depoimentos de pessoas que viveram e conhecem essa
busca inconstante pela beleza perfeita, pelo corpo escultural e a vida de pop star,
é montando na cabeça do telespectador a idéia principal do documentário, de que
durante séculos e mais séculos fomos influenciados pela mídia em como
gostaríamos de ser e essa influencia nunca acabará. A mídia não é somente um
meio de comunicação e sim um formador de opiniões, idéias e ideologias. Então
cabe a cada um de nós distinguir o que é bom ou mal de seguir para manter
sempre perfeita a nossa saúde física e mental.
PERSONAGENS:
- Fernanda Olejnik. (Aline)
- Julliane Caddah (Mariana).
- Juliana Alcantra (Camila).
- Amanda de Oliveira(Marcia)
- Manuela Bello(bebê)
- Giovanna Martins(criança).
- Erika Camila Wisnienki (pré- adolescente).
- Ana Arivelles (mãe)
- Rafael Mariano (professor)
- Tais Juliana(Natalia)
- Carla Lima e Danielle Caddah (Narrador)
DEPOIMENTOS:
- Lenyara Nogoceke (alguém que já tenha tido anorexia).
- Giane Gaiguer (psicólogo).
- Rubens Portella (professor de história da Arte).
- Vivien Araujo (estilista de moda).
- Tânia Martins (agenciador de modelo).
- Reny Helena Falavinha (aposentada).
- Juliana Garcia(nutricionista)
- Ruth Mara Trentin Morais (professora do ensino fundamental)
- Carlos Alberto Fenner (cirurgião)
- Fernando Gomes (radialista e apresentador de TV)
ENQUETE:
- Carla Lima
- Julliane Caddah
- Sabrina Braga
- Lais Dlugosz
LOCAÇÕES:
- Quarto de uma adolescente.
- Sala de televisão.
- Sala de aula.
- Biblioteca.
IMAGENS:
Filmes:
- Bonequinha de luxo;
- 007 contra o satânico Dr. No;
- O pecado mora ao lado;
- Gilda;
- Os embalos de sábado a noite;
- Juventude Transviada;
- O diabo veste prada;
Novelas:
- Dancyn’ Days;
- Locomotivas;
- Quatro-por-quatro;
- Armação limitada;
- Pigmaleão 70
Outras imagens:
- Slides de fotos dos mitos do século.
- Imagens da menina anoréxica se imaginando gorda no espelho.
- Enquete na rua perguntando “Você influenciada pela mídia” e
simultaneamente provando que sim.
- Fotos de meninas com anorexia, bulimia e doentes.
- Reportagem feita pela Record mostrando que garotas novas tem
interesse em fazer cirurgias plásticas.
MUSICAS:
- - Vogue – Madonna
- Beautiful – Christina Aguilera
- Blue Berre Trele – Huski
- Marroed – Pink Floyd
- My Home Ghost – Huski
- Diamond in the sky – Huski
- Sileit Woods – Huski
- Coravon – Huski
- Hurricone – Bob Dylan
DRAMATURGIA:
Cena 1:
Locação: Quarto de adolescente
Atrizes e personagens: Fernanda – Aline
Ana – Mãe
Imagens: A menina correndo, gritando e bate a porta. A cena acontece na
porta do quarto da menina a mãe de um lado da porta fechada e a filha do
outro. A cena finaliza na parte de dentro do quarto da menina quando ela
chega perto de um pôster da Madonna e diz que quer ser igual a ela.
Texto:
Fer - Não – grita a menina (batendo a porta)
Ana (braba) - Você não pode ficar sem comer Aline, vai acabar doente. –
implora sua mãe.
Fer (gritando) - Você quer que eu fique gorda!!!
Ana ( tentando amenizar) - Não, claro que não. Só quero que seja uma
menina saudável.
Fer - Eu não quero ser saudável quero ser bonita.
Ana - Minha filha entenda... – menina interrompe.
Fer - Não quero entender nada mãe. Não vou comer e pronto.
Ana ( se descontrolando de novo) - Se não sair desse quarto e almoçar vai
ficar de castigo.
Fer - Prefiro ficar aqui dentro a me encher minha barriga dessas calorias.
Ana - Filha não adianta ser bonita e ficar doente. Venha comer, você não
comeu nada hoje.
Fer - E nem vou mãe, hoje farei a dieta da água.
Ana - Você vai ficar doente filha, por favor...
Fer - Não mãe, vou ficar bonita!!!
Quebra para dentro do quarto.
Fer - Como ela pode querer me ver feia e gorda? – olha no espelho
Fer - Eu quero ser como as atrizes de Tv, lindas, magras. Só isso. Que
problema tem nisso?
Fer - Quero que todos me amem. Será que você também não era
compreendida? – falando com o pôster da Madonna. Um dia vou ser igual a
você!
Corre se joga na cama e abre o diário.
Fer - Eu prometo – e abaixa a cabeça sobre o diário.
Cena 2:
Locação: Sala de estar.
Atrizes e personagens: Manuela, Giovanna, Erica, Fernanda – Aline
Imagens: Cena irá mostrar as fases da vida antes de nos tornarmos
adultos, todas elas passadas na frente da televisão.
Parte I: Bebê
Personagens: Manuela - Aline ; e sua mãe.
Locação: Sala de estar
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia do bebê. Um urso
de pelúcia na caixa.
Outros objetos cênicos: brinquedos espalhados no tapete. Um Dvd do show
da Xuxa.
Narração: “Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma
mídia que educa seus cidadãos desde o berço...”
Ação: O bebê assiste ao programa da Xuxa e sua mãe o deixa de pé para
dançar junto com a rainha dos baixinhos.
Tempo: 0’30’’
Parte II: Criança
Personagens: Giovanna Martins.
Locação: Sala de estar.
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. Urso de
pelúcia nos braços da garota.
Outros objetos cênicos: Fantasia de Penelope Charmosa. Um Dvd do
desenho.
Narração: “Passamos a acreditar que celebridades são heróis e imitamos
até mesmo seus passos...”
Ação: Assistindo o desenho da corrida maluca a criança imita todos os seus
movimentos.
Tempo: 0’30’’
Parte III: Pré- adolescente
Personagens: Erica.
Locação: Sala de estar.
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. O urso
de pelúcia sujo sentado na poltrona.
Outros objetos cênicos: Roupa de rebelde. Um Dvd com música do grupo.
Narração: “Eles se tornam nosso sonho de futuro...”
Ação: Um clipe dos rebeldes toca e a menina dança com eles e grita
“lindos”.
Tempo: 0’30’’
Parte IV: Adolescente
Personagens: Adolescente (menina) será a protagonista. Atriz de 13 a 15
anos, de preferencia acima do peso e com cara de mais nova que a idade.
Locação: Sala de estar.
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia com a menina e
seus amigos em uma lanchonete. O urso de pelúcia sem um olho no chão
ao lado da poltrona.
Outros objetos cênicos: Algumas maquiagens no chão, fotos recortadas de
celebridades e um vídeo de um desfile de moda. As roupas dela serão
curtas e coloridas uma franja é um detalhe que poderia a personagem ter.
Narração:”... um sonho irreal, impossível e frustrante de se notar!”
Ação: A adolescente que até então está a cortar suas revistas, vê um
desfile de moda na Tv passa um batom e imita a modelo na passarela.
Tempo: 0’30’’
Texto:
“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que
educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que
celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam
nosso sonho de futuro. Um sonho irreal, impossível e frustrante de se
notar!”
Cena 3:
Locação: Sala de estar, copa, quarto, sala de aula e quadra poliesportiva.
Personagens: Aline, mais duas garotas de 16 anos e a mãe.
Imagens: Dividida em cinco partes.
Parte I: Reunião de meninas.
Imagens: Meninas com revistas e maquiagens no chão da sala. Uma
cortando as revistas e mostrando a modelo e duas brincando de se
maquiar.
Narração: Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-
se uma dependência para pessoas com sua personalidade ainda em
desenvolvimento.
Parte II: Mesa do almoço
Imagens: Mãe servindo comida para menina que empurra o prato. Mãe
tenta convencer a filha que sai correndo da mesa.
Narração: Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem cada vez
mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.
Parte III: Garota na cama cansada
Imagens: Mãe acordando a filha que fica toda mole e não levanta direito.
Narração: cansaço e desanimo...
Parte IV: Garota desinteressada nos estudos.
Imagens: Menina não prestando atenção na aula.
Narração: falta de concentração...
Parte V: Fazendo educação física e sem conseguir correr.
Imagens: Menina sem fôlego para correr.
Narração: e falta de força. São os primeiros problemas causados por uma
alimentação errada.
Texto:
“Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-se uma
dependência para pessoas com sua personalidade ainda em
desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem
cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.
Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os
primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.
Cena 4:
Locação: Sala de aula
Personagens: Mariano - Professor e uns 15 alunos entre idades de 13 a 15
anos.
Imagens: Aula de história; slides de mitos de beleza e história do belo.
Texto:
Professor - Magro, belo, jovem e definido, as pessoas investem tempo e
dinheiro para conquistar o corpo perfeito. Ouvimos falar de beleza a toda
hora. Mais do que um conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma
forma de as pessoas se relacionarem entre si e com o mundo. Revistas,
televisão, filmes e comerciais estão constantemente vendendo imagens
irreais de garotas e mulheres que deveriam ser imitadas.
Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais
controversas do que consenso. Os ideais em estética variam com o tempo
e as expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a
observar as formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de
beleza, uma mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas
corporais e vestes.
O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de
sucesso, estilo de musica, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada
um desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como
a moda atual.
Desde Louise Brooks, Greta Garbo, Grecy Kelly, Audrey Hapburn, Marylin
Morroe, Brigitte Bardot, Jackeline Kennedy, Madonna até Angelina Jolie,
Aline Morais e Gisele Bundchen. Belas mulheres? Com toda a certeza,
mitos consagrados e criados uma mídia que as vende como sua mais
preciosa mercadoria.
Fer – Nossa olha só o nariz dela, um dia vou fazer um igual em mim!
Juh – Neurótica...
Professor - A influência sempre existiu e sempre existirá. Esse é o
mercado que pretende manipular os gostos de uma população consumista.
A pergunta é: Quais os perigos de viver essa busca interminável pelo ideal
de beleza estabelecido pela mídia?”
Juh – O perigo é ficar igual a Aline. (gargalhada)
Professor – Chega de brincadeira e vamos fazer o trabalho.
Cena 5:
Locação: Biblioteca
Atrizes e personagens: Amanda – Marcia
Fer – Aline
Juzinha – Mariana
Juh - Camila
Imagens: Meninas fazendo pesquisa na biblioteca.
Texto:
Fer – Eu acho uma besteira à gente ter que fazer esse trabalho.
Amanda – Besteira porque?
Fer – Qual o problema das pessoas quererem ser bonitas?
Juz – O problema é que elas querem ser como a Tv mostra que elas devem
ser.
Fer – Bom, mas a TV sabe o que é bonito.
Juh – Nossa você entende nada mesmo ne?
Fer – Do que você está falando? Claro que entendo... entendo que vocês
não são nem um pouco vaidosas.
Juz – Não tem nada a ver com vaidade sua abitolada. Você não viu o que o
professor falou, a mídia tenta convencer o povo do que é bonito e o que é
feio.
Fer – Ninguém tenta me convencer de nada. Eu sei o que é ser bonita.
Acho tudo isso uma besteira.
Amanda – Calma gente, Aline pensa assim. Você acha a Marlyn Moroe
bonita?
Fer – Claro! Ela é mito.
Amanda – Mas ela não é magra como a Gisele Bunchder. Então você quer
dizer que a Gisele é que não é bonita?
Fer – Não nada a ver o que você está falando Márcia.
Juh – Lógico que tem a ver sua ignorante. Antes a mídia vendia um corpo
mais escultural e hoje mais magro.
Fer – Não quero mais falar disso se não vamos acabar brigando.
Juz – Já estamos brigando. Não consigo compreender porque tem essa
neurose para ficar magra e tal. Você quer dizer que gordo é feio, que gordo
não vai conseguir nada na vida?
Fer – Gordo é fora de moda e eu não quero ser gorda e pronto.
Juh – Essa guria está me irritando...
Fer – Porque está se irritando Camila? Só porque você nunca vai ser como
as atrizes de televisão?
Juh – Cala essa boca sua Patricinha...
Amanda – Cami, não adianta perder tempo! Essa guria nunca vai mudar,
acha que ficando magra vai fazer ela feliz...! Acredite Aline, eu não sou magra,
nem loira e nem pop star e tenho certeza que sou muito mais feliz que qualquer
uma delas.
Fer – Tem gente que se contenta com pouco...
Juh – Acha que sendo magra vai ser melhor que os outros.
Fer – Chega vocês três. Estão todos contra mim, não estou nem ai... sou eu
quem vou ser top e vocês que vão ser as plebéias...
Juz – Top, então vai fazer o seu trabalho sozinha porque as plebéias estão
fartas da sua idiotice.
Amanda – Otária.
Juh – Bom trabalho BONITA...
Cena 6
Localização: Biblioteca
Atrizes e personagem: Taís: Natalia
Fernanda: Aline
Imagens: As duas meninas na mesa da biblioteca.
Texto:
Tais - Você realmente acredita que esse é o melhor modo de ser feliz?
Fer - Do que você está falando?
Tais - Acredita mesmo que ser magra, famosa e bonita é o único modo de
ser feliz?
Fer - Pode não ser o único mais é o que eu quero para mim.
Tais - Você é daquelas meninas que sonham em ser modelos famosas e
tem certeza que esse é o jeito certo de fazer sucesso, não é?
Fer - Quem é você?
Tais - Eu era como você. Na essência pelo menos éramos iguais. Tinha o
grande sonho de ser uma super estrela, com 5 anos eu era modelo
fotográfica e a medida que fui crescendo passei a desfilar e fazer muitos
comerciais. Mas existe uma época na idade da menina em que seu corpo
está desenvolvendo e você fica com um formato esquisito.
Fer - ... e é exatamente esse formato que eu estou...
Tais – Aos treze anos se é magra. Aí chega os 15, normalmente você dá
uma engordadinha, por causa dos hormônios. Você vai ganhando corpo de
mulher mais os produtores de modelos não entendem isso. Começam as
cobranças, estar magra, bonita, ter a pele perfeita e estar sempre muito
bem arrumada, são requisitos básicos para essa profissão e se tornam uma
obsessão na cabeça das meninas. Como algumas meninas não tem a
estrutura certa para ficar muito magra, tal exigência se torna impossível.
Assim começa a busca por academias, dietas, cirurgias plásticas, uso
abusivo de cosméticos e remédios controlados. “Ser perfeita” acaba então
virando uma doença.
Fer – Doença?
Tais – (sem ouvir a pergunta) Eu evitava comer gorduras de principio, mas
não parecia adiantar, depois massas e outros grãos e a medida que o
tempo foi passando a rotina de me alimentar foi diminuindo, as vezes a
fome era tão grande que chegava a doer o estômago, mas aí era só pensar
em outra coisa. Com o tempo a fome passa, acho que é quando a doença
se instala mesmo. Me sentia gorda, tinha cabeça de gorda. Mas a estrutura
do meu corpo não condizia com o que eu enxergava de mim mesma
Fer – Mas você estava assim tão gorda?
Tais – Não. Muito pelo contrário, eu estava extremamente magra. Eu
conseguia fechar os dedos no meu braço e minha caixa torácica aparecia
quase toda. Hoje vejo as fotos e me considero na época um cadáver com
vida.
Fer – Serio? Mais sua mãe não lhe falava nada? Seus amigos?
Tais – Todos tentavam me ajudar. Minha mãe tentava me forçar comer.
Mas eu fingia que comia e saia da mesa, evitava estar na presença de
comida. Meus amigos tentavam me mostrar como era feio ficar daquele
jeito, mas nada adiantava. Eu estava muito fraca e cansada, nem saia mais
de casa, sentia uma sensação de que podia morrer a qualquer instante. Se
comia, me sentia mal, ruim, e se passava mal tinha certeza que era porque
estava sendo castigada por algo errado que eu fazia.
Fer – Mas o que você fazia de errado era não comer.
Tais – Na minha cabeça errado era comer. Eu sentia que tudo o que eu
comia ficava parado na minha barriga, ficava desesperada, me sentia
obesa. Diminui até mesmo liquido, porque sentia que dilatava meu
estômago. Minha auto–estima estava no chão e a única coisa que eu
pensava era em controlado meu peso. Não conseguia nem pegar em uma
colher de açúcar. Eu achava tudo natural, mas eu estava tão magra que
ninguém mais acreditava que eu ia sobreviver. Tinha noites que eu tinha
que subir a escada com a ajuda da minha mãe, porque minhas pernas não
agüentavam, não menstruava mais, perdi cabelo e tinha varias fraturas pelo
corpo, fiquei muito fraca.
Fer – O que você fez para sair dessa?
Tais – O primeiro passo foi aceitar a doença. Fiz tratamento com psicólogo,
psiquiatra, usava alguns medicamentos que melhoravam meu humor,
diminuía minha ansiedade e me ajudava a ganhar peso, fiz terapia, tive
orientação nutricional e tomei vários remédios. Fui me recuperando aos
poucos, foi um tratamento demorado. Pretendo ainda engordar mais.
Fer – Que bom que deu tudo certo. Mas porque engordar mais, agora que
você está com um peso bom, toda bonitona.
Tais – Isso que eu quero que entenda, não me importo mais com que as
pessoas acham ser um peso bom, quero estar mais gordinha, quero poder
comer tudo que existe, me lambuzar com uma carne cheia de gordura.
Ninguém mais pode controlar minha saúde. E nem a sua querida, ser bonita
não significa ser magra, significa ser você, ser feliz do jeito que você é.
Fer – Pode ser que você tenha razão. Obrigada por me contar sua história.
Tais – Não precisa agradecer se ela te servir de lição, já será uma grade
coisa.
Cena 7:
Localização: Quarto menina
Atrizes e personagens: Fer – Aline
Ana - Mãe
Imagens: Mãe entra no quarto da menina para conversar e mostrar as fotos
da Madonna no dia de hoje.
Texto:
Ana – O que aconteceu filha? Entrou em casa com uma cara preocupada.
Está se sentindo bem?
Fer – Estou me sentindo estranha mãe.
Ana – O que foi que aconteceu?
Fer – Conheci uma menina na biblioteca hoje. Ela me contou a história de
vida dela. Mãe ela só queria ser bonita e acabou ficando muito doente
quase morreu.
Ana – Isso por que ela não comia?
Fer – É mãe, ela chegou até a parar de tomar água, porque achava que
inchava a barriga dela.
Ana – Que horror filha isso é uma doença sabia.
Fer – Agora eu sei mãe, o que mais me deixou assustada é que ela disse
que não enxergava que estava magra, todo mundo via menos ela... para ela
estava extremamente gorda.
Ana – Que história triste filha. Viu só como essa sua mania de ficar magra
pode dar muito problema.
Fer – Eu não estou muito magra né mãe?
Ana – Não querida, você está linda (sorrindo). Mas precisa se alimentar
porque está muito pálida.
Fer – Então vou comer tudo o que você fizer a partir de hoje mãe, eu
prometo.
Ana – Que bom filha, fico muito feliz de você ter descoberto que essa busca
pela beleza pode causar sérios problemas para você. Mas quero te mostrar
algumas fotos que encontrei.
Fer – Fotos?? Fotos de quem?
Ana – Das artistas de televisão que você tanto ama...
Fer – Mas porque mãe?
Ana – Olhe para elas filha! Elas são assim fora dos cinemas e das telas das
televisões, você acredita que consigam ser felizes? Olha essas fotos filhas..
essas mulheres nem são tão bonitas, mas olha o sorriso de felicidade
delas...
Fer – Essas são minhas amigas...
Ana – Olha como elas estão bem nessas fotos. Não são modelos e nem
ganham milhões, mas tem muita gente que as ama assim mesmo. E o
principal filha, os outros as amam porque elas as amam primeiro. Elas
cuidam delas, se alimentam, não se estressam por besteira, estão sempre
com um sorriso no rosto, isso as tornam muito mais bonitas que essas
artistas de TV.
Fer – É... acho que você tem razão...
Ana – Aline, olhe para esse quarto, sempre apaixonada pela Madonna,
querendo se tornar o que ela é...
Fer – Você sabe mãe que sempre quis ser como ela...
Ana – Agora olhe essas fotos filha... Você quer ser como a modelo do
pôster, mas essa Madonna da foto é o que ela é de verdade. Você quer ser
como ela? (mostra as fotos)
Fer – Não!! Nossa mãe, tem certeza que essa é a Madonna?
Ana – Sim filha, é essa a sua divã sem o photoshop das revistas e sem as
super produções de seus shows.
Fer – Nossa eu nunca pensei...
Ana – Aline, olhe para mim... Ser feliz não é ser perfeita e sim fazer a vida
valer a pena, viva, sonhe, ria, coma, corra, brinque filha... a gente só tem
uma vida, é muito desperdício gasta-la com preocupações como a beleza.
Fer – Obrigada mãe...
Ana – Eu te amo filha... (sai)
Mãe sai e fecha a porta.
Fer – Pessoas felizes são bonitas. Ser bela então depende de cada um. Já
sei como fazer meu trabalho!!! (Pega as revistas e as fotos que a mãe
deixou no quarto as olha e sorri)
Cena 8:
Localização: Sala de aula
Atrizes e personagens: Mariano – professor
Fer – Aline
Juz – Mariana
Juh – Camila
Amanda – Márcia
Figurantes.
Imagens: Apresentação de trabalho de Aline, slides de pessoas felizes.
Texto:
Professor – Obrigada Mariana. A próxima é Aline de Oliveira, por favor
venha apresentar seu trabalho.
Juh – Ixe lá vai ela agora. Quero só ver o que ela vai dizer...
Amanda – “A televisão tem razão em ditar o que nós temos que fazer...”
(imitando Aline)
Juz – “Eu vou ser top e vocês plebéias...” (risos)
Professor – Silêncio meninas por favor! Aline pode começar...
Fer – Eu imagino o que todos vocês devem pensar de mim. Devem achar
que sabem o que eu vou dizer aqui...
Juh – É isso mesmo top...
Professor – Camila por favor, sem interrupções.
Fer – Mas dessa vez vocês estão erradas meninas. Para começar vou
colocar algumas fotos aqui... Essa é a Madonna? Ou essa é a Madonna?
Bom as duas são a Madonna, uma produzida e moldada por uma revista
famosa a outra é a mesma da revista mais no seu dia a dia. Essa é a
Márcia? Ou essa é a Márcia? As duas são a Márcia, a diferença dela para
Madonna é que ela está igual nas duas fotos, a Márcia não precisa fingir ser
outra pessoa ela é feliz do jeito que é. E é por isso que tantas pessoas
gostam dela, o Rodrigo, o Manuel, o Carlos... eles gostam dela porque ela é
bonita do jeito dela, e nunca está triste, sempre está alegre e é amiga de
todos.
Professor – É um ótimo exemplo Aline... Pode continuar.
Fer – Mulheres loiras, morenas, altas, baixas, gordas e magras, negras,
orientais, indígenas, mulheres de todas as etnias, de todos os jeitos e
cores, todas elas tem suas qualidades e defeitos. A beleza delas está sua
natureza, na pureza dos traços de cada um. Deus as fez perfeitas em sua
forma física e mental. Influencias todos temos e sempre teremos, cabe a
cada um de nós distinguir o que será bom e ruim para nosso corpo. Não
vou dizer que é para não nos arrumarmos ou não cuidarmos do nosso
corpo e peso, mas tudo que é exagerado é ruim.
Fer - Coma mais frutas e verduras assim não precisará cortar
definitivamente carnes e massas, balanceie sua alimentação não pare de
comer. Faça exercícios físicos mas sempre com orientação de um
profissional, se precisa de remédios que sejam sempre receitados por um
médico. Se arrume, maquie-se , compre roupas novas e corte o cabelo do
jeito que você quiser, seja feliz, mude, se transforme em quem você quiser,
com tanto que isso não altere sua saúde. Nosso corpo é a coisa mais
preciosa que nos temos, podemos enfeitar nossa casa, mas se a
destruímos não teremos onde morar.
Professor – Por favor Aline, conclua seu trabalho agora.
Fer – Tudo bem professor, a partir das minhas pesquisas pude perceber
que a beleza está nos olhos de cada um. Que ser bonito é ser como as
minhas amigas, felizes e amando o que elas são. Não precisamos ir atras
das borboletas, cuidaremos do nosso jardim e elas viram até nós.
(todos aplaudem)
(as meninas levantam e vão abraçar Aline)
Cena 9:
Locação: Quarto de adolescente
Atrizes e personagens: Julliane - Mariana
Imagens: A menina grita e bate a porta. A cena acontece na porta do
quarto, igual a primeira cena do documentário.
Texto:
Juz - Não – grita a menina (batendo a porta)
Textos Off:
Off 1: (Cena 2 dramatização; Entrada 3):
“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que
educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que
celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam
nosso sonho de futuro. Um sonho irreal e se torna frustrante quando notam
que ele é impossível!”
Off 2: (Entrada 5)
Filmes, novelas e propagandas. Mulheres e homens montados passam a
ser seguidos por milhões de espectadores. Qual garota não usou as meias
soquetes que usam em Dancyn’s Days, ou o cabelo igual o de Lucelia
Santos em Locomotivas e de Tonia Carreiro em Pigmaleão 70. Quem não
se apaixonou pelos surfistas Juba e Lula de Armação Limitada ou comprou
saias curtas e blusas estampadas iguais a da Babalu de Quatro por Quatro.
Influência essa que sempre existiu mas que não é aceita como tal.
Off 3: (Cena 3 dramatização; Entrada 8)
“Celebridades viraram mitos e a idealização por suas vidas torna-se uma
dependência para pessoas com sua personalidade ainda em
desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem
cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.
Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os
primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.
Off 4: (Entrada 12)
“ Essa busca incansável pelo corpo perfeito acaba virando doença, o
assunto é comentado em todos os lugares, e mesmo assim cada dia mais
meninas querem virar Giseles e Alines, sem pensar nas conseqüências,
dietas sem orientações, compra excessiva de cosméticos, uso de
medicamentos controlados e muita mais muita cirurgias plásticas”.
Off 5: (Entrada 13)
“Mudar o nariz, os seios, a maça do rosto, ficar sem barriga ou com mais
glúteos. Tudo hoje pode se mudar em uma mesa de cirurgia. Mulheres que
mesmo no auge da sua fama ainda não se contentam com seus corpos,
mulheres comuns e até meninas em fase de desenvolvimento se arriscar
em complicadas sessões para obter o corpo perfeito. As cirurgias plásticas,
os botox, bronzeamentos artificiais, e muitos outros métodos ganharam um
mercado que não pára de crescer”.
Off 6: ( Entrada 18)
“A muito tempo os mitos ou heróis das telas são seguidos, os cinemas
lançavam pessoas que viraram lendas e que mudaram o comportamento de
multidões. Ao usar o vestido Givernchy, você não é apenas diva dos
cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy olhando a vitrine da
Tiffany e comendo rosquinhas. Qual menina não sonhou ser Judy e
namorar o rebelde James Dean com sua jaqueta de couro vermelha, sua
calça jeans e regatas brancas? Dançar nas discotecas com John Travolta
com suas roupas coloridas e grudadas ao corpo em Os embalos de sábado
a noite, ou então quem não se apaixonou e desejou ser Marilyn Monroe
saindo da matinê de cabelos platinados e vestido branco em O pecado
Mora ao lado. E sair do mar com o biquíni e a beleza de Ursula Andress em
007 contra o satânico Dr. No. Ou simplesmente ser uma das assistentes de
Miranda Priestly e trabalhar em uma das revistas de moda mais famosas de
o diabo veste prada.
Assim como Coco Chanel muitas mulheres lançaram moda e viraram uma
marca que todos no mundo conhecem, quem nunca ouviu falar da Colci, da
Dolce Gabanna, da Prada, da Louis Vitton? Marcas lançadas por pessoas e
pessoas lançadas pela mídia para ser moda”.
Off 7: ( Entrada 33)
“ A anos o mundo é assim influenciado, sempre foi e sempre será. Cabe a
cada um de nos, brancos, pardos, negros, orientais aceitar-mos do jeito que
viermos no mundo, não há necessidade de radicalizar, se arrumar faz bem,
trás alegria, saúde, autoconfiança. Mas precisamos aprender a separar o
que nos faz bem ou mal. A beleza depende dos olhos de quem vê, posso
ser bonito no Brasil e feio na Austrália, a beleza depende do lugar, da hora
e da circunstância. Não achamos tão bonito a pessoa a quem amamos, não
porque é mais bonita de fato, mas porque ela nos transmite sentimos que a
faz parecer como tal.
Então transmita beleza, transmita amor, amor pelos outros e para
com você mesmo, assim descobrira o verdadeiro significado do Belo”.
Off 8: (Entrada 34)
“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude
relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia,
meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra
as minhas verdades. Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o
meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não
fosse saudável ... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse
para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje
sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e,
com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e
de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é
onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me
atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu
coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é....
SABER VIVER ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
Não devemos ter medo dos confrontos...
Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."
Chalin Chaplin
Cronograma do Roteiro:
- Cena 1
Imagem: O Grito de “não” e a cena de discussão de mãe e filha na porta.
- Entra o clipê
Imagem: O Clipe com as fotos dos famosos – (a velocidade dele está boa,
só o ultimo slad tem que diminuir a velocidade porque não dá para ler).
- Cena 2
Imagem: A união das cenas da Manu (Bebê), da Giovanna (filha da kelly),
da Erica (dos rebeldes) e da Fernanda que desfila na sala. Todas as
mudanças para a outra idade começa com o quatro e filma em seguida o
bichinho de pelúcia.
Áudio: Off 1.
- Depoimento Fernando Gomes
Imagem: pegar uma parte que ele fale da Tv na vida das pessoas.
- Imagens novelas
Imagem: Abertura do Dancyn’ Days, Locomotivas (Lucelia Santos), Foto
Pigmaleão 70, Armação ilimitada (Kadu Moliterno) e Quatro Por quatro
(Babalo).
Áudio: Off 2.
- Enquete
Imagem: As 4 meninas falando que não são influenciadas pela mídia. (as
fotos das 4 artistas que são parecidas com elas na meia tela junto)
- Depoimento professor Rubens
Imagem: Professor falando o que é um mito de beleza.
- Cena 3 (off)
Imagem: Meninas no quarto cortando fotos; Mãe e filha na mesa.
Áudio: Off 3
- Depoimento Juliana Garcia
Imagem: Nutricionista falando o que uma má dieta pode ocasionar.
- Continuação da cena 3
Imagem: Mãe tentando acordar a filha; menina sem fôlego subindo escada;
menina desconcentrada na escola.
Áudio: Continuação do off 3.
- Depoimento Giane
Imagem: Depoimento da psicóloga quando fala da busca pela beleza.
- Imagens hoje em dia
Imagem: Começo da matéria da Record até a parte que fala das cirurgias.
Áudio: Off 4.
- Fotos de cirurgias plásticas
Imagem: As que estão no CD de fotos as das cirurgias e o antes e depois
dos artistas.
Áudio: Off 5.
- Depoimento cirurgião
Imagem: Pegar a parte que fala do aumento de cirurgias em adolescentes.
- Imagens hoje em dia
Imagem: Entrevista com alunas que querem mudar alguma coisa no corpo.
- Cena 4
Imagem: Sala de aula – trabalho.
- Depoimento professor ensino fundamental
Imagem: Professora dizendo que existe preconceito, e diferenciação das
crianças gordinhas e feias das que fazem sucesso.
- Imagens dos filmes
Imagens dos filmes: Bonequinha de luxo; 007; Gilda; Juventude Transviada;
os embalos de sábado a noite; o pecado mora ao lado; O diabo veste
prada.
Áudio: Off 6.
- Fotos de gente que mudou a moda
Imagem: Fotos nos CD’s, Coco chanel, marcas da moda, bolsas.
Áudio: Continuação do off 6.
- Depoimento Reny
Imagem: Senhora falando como era a moda em sua época, mostrando as
fotos.
- Cena 5
Imagem: Briga das meninas na biblioteca – até a fala “a TV sabe o que é
bonito”.
- Depoimento estilista
Imagem: Depoimento e imagens dela desenhando.
- Continuação cena 5
Imagem: cena 5 até o final.
- Depoimento Tânia Martins
Imagem: Tânia falando do padrão internacional das modelos, imagens das
modelos)
- Cenas desfiles de moda
Imagem: O diabo veste prada.
Áudio: Off da modelo.
- Depoimentos das modelos
Imagens: Duas modelos contando sobre as dificuldades de sua profissão.
- Cena 6
Imagem: Encontro com a menina que teve anorexia – biblioteca.
- Imagens anorexia
Imagem: Colocar um pedaço em quando corre a cena 6.
- Depoimento Lenyara
Imagem: mostrar o começo do depoimento acabar quando ela diz que
achava que estava bem.
- Imagens Cegueira pela estética
Imagem: Menina no espelho se vendo gorda.
Áudio: off de Leny.
- Continuação depoimento Lenyara
Imagem: Depoimento, ela de pé ao lado foto dela antes.
- Cena 7
Imagem: Mãe e filha no quarto – mãe mostra as fotos para a filha.
- Cena 8
Imagem: Apresentação do trabalho – abraço das amigas.
- Clipê
Imagem: Fotos de mulheres comuns – “sempre vai ser assim cabe a nós
nos amar como somos”.
Áudio: Off 7.
- Volta toda a história
Imagem: Rebobinar a fita mas vendo as imagens com off: “Quando me
amei de verdade” Charlin Chaplin.
Áudio: Off 8.
- Cena 9
Imagem: Cena do grito do começo mas com outra menina.
10.2 RELATÓRIO DE PESQUISA
Nome: Idade: 1. Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo
esteja? ( ) Sim ( ) Não 2. Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia? ( ) Penelope Cruz ( ) Marilyn Monroe ( ) Karina Bach ( ) Ana Paula Arosio ( ) Aline Morais ( ) Gisele Budchen ( ) Outros – Qual? 3. Gostaria de ter a beleza dela? ( ) Sim ( ) Não 4. Porque? 5. Você acha que está dentro do padrão de beleza? ( ) Sim ( ) Não 6. Acredita que seria mais feliz se fosse como as artistas de TV?
10.3 PROPOSTA DE PATROCINIO
10.4 FOTOS DE MENINAS COM ANOREXIA
http://wso.williams.edu/orgs/peerh/images/anorexia.jpg http://www.skeptically.org/sitebuildercontent/sitebuilderpictures/anorexia-bikini.jpg
10.5 FOTOS DE CIRURGIAS PLASTICAS
http://oglobo.globo.com/fotos/2006/10/30/30_MHG_ECO_plasticas230.jpg http://www.topnews.in/usa/files/Botox_Injection.jpg
10.6 FOTOS DE MITOS DE BELEZA
http://www.topnews.in/light/files/Angelina-Jolie-1.jpg http://nicedeb.files.wordpress.com/2008/04/brigitte-bardot.jpg
(Angelina Jolie) (Brigitte Bardot)
10.7 FOTOS DA GRAVAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO
UNIVERSIDADE TUIUTI PARANÁ
Danielle Falavinha Caddah
Mariângela Gomes Bellegard
DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”
CURITIBA
2008
2
DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”
CURITIBA
2008
3
Danielle Falavinha Caddah
Mariângela Gomes Bellegard
DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO
ALCANCE DAS MÃOS
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso
de Comunicação Social: Jornalismo da Faculdade de
Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Tuiuti do
Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau
de jornalista.
Professora Orientadora: Ana Maria Melech.
CURITIBA
2008
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................. 9
2.1 O QUE É O BELO ........................................................................................... 9
2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS. ......... 10
2.3 OS PADRÕES DE BELEZA .......................................................................... 13
2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO............................................................. 16
2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA......................................................................... 33
2.5.1 Revistas, publicidade e desfiles de moda como referência do belo. .............. 35
2.5.2 A influência do cinema.................................................................................... 38
2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA ......................................................... 40
2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial ............................................................... 41
2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS......................................................................... 46
2.7.1 Anorexia ..................................................................................................... 49
2.7.2 Bulimia ..................................................................................................... 50
2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão ........................................................ 51
2.8 PROBLEMA .................................................................................................. 53
3 OBJETIVOS..................................................................................................... 54
3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 54
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 54
4 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 55
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 58
5.1 A MÍDIA ......................................................................................................... 58
5.2 A IMAGEM .................................................................................................... 59
5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO ............................................................ 60
5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM.................................................. 61
5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM ..................................................................... 63
5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE.............................................. 66
5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE....................................... 67
5
5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?................................................................. 68
6.0 METODOLOGIA ........................................................................................... 74
6.1 RESULTADOS DA PESQUISA..................................................................... 76
6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA ...................................................................... 78
7.0 DELINEAMENTO DO PROJETO ............................................................... 799
7.1 PROPOSTA ................................................................................................ 799
7.2 PÚBLICO ALVO ............................................................................................ 79
7.3 FORMATO .................................................................................................... 79
7.4 VEICULAÇÃO/ DISTRIBUIÇÃO.................................................................... 80
7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA ......................................................................... 80
7.6 TABELA DE CUSTOS ................................................................................ 81
8.0 CONCLUSÃO ............................................................................................... 82
REFERENCIAS......................................................................................................... 84
ANEXOS ................................................................................................................... 92
1 INTRODUÇÃO
A beleza é comentada há muito tempo. Saber o que é exatamente a
beleza e quem a definiu como é hoje muito relativo. Cada lugar no mundo vê o
belo diferentemente. Entretanto existe na nossa sociedade algo ditando essas
regras de beleza: a mídia. O padrão norte-americano invadiu o mundo e loiras
com seios enormes se revezam em capas de revistas e filmes de Hollywood. A
magreza das modelos de passarelas e os cortes e cores de cabelo das
protagonistas de telenovelas se tornam moda e são copiados em todos os lugares.
O perigo de se conviver com essa imposição do perfeito não é claramente
observado, principalmente pelos jovens, que vêem na televisão uma imitação do
que é o mundo. “O que não passou na Globo não aconteceu”. Cada coisa vista na
televisão é sinônimo de verdade, se dizem que é bonita, é bonita mesmo e se
define o é que mal ou bom. O Brasil não acontece fora da mídia, acontece
primeiro lá dentro para depois vir para as ruas.
As pessoas não querem envelhecer, o seu desejo é ser para sempre lindas
e jovens, ter o nariz daquela atriz ou o corpo modelado da modelo. Regimes,
plásticas e a compra de muitos cosméticos, são coisas muito consumidas
atualmente. A mídia as vende e a sociedade compra e se fantasia com essa
beleza. Doenças psicológicas, depressões, complexos de inferioridade, baixa
auto-estima, neuroses, todas essas coisas são resultados de tentativas de tentar
ser quem não é para se tornar a pessoa que a mídia idealiza como felicidade.
Nesse trabalho, iremos mostrar as influências da mídia na construção dos
mitos de beleza seguidas pela sociedade em todo o último século. E mostrar que
muitas tendências ainda serão criadas e vendidas para essa sociedade, e é
preciso que ela seja absorvida saudavelmente.
ASSUNTO: Documentário
TEMA: A construção dos mitos da beleza
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
A presente delimitação do tema irá abordar os conceitos pré-fabricados de
beleza, a influência da mídia nessa construção e as conseqüências dessa
influência na vida das jovens.
2.1 O QUE É O BELO
A beleza é uma percepção individual caracterizada normalmente pelo que é
agradável aos sentidos. Esta percepção depende do contexto e do mundo de
quem a observa.
Para Voltaire, aquilo que atinge sua finalidade é belo. Pois o entendimento
de belo é relativo, aquilo que pode ser decente no Japão será indecente em
Roma, e aquilo que está na moda em Paris será detestável em Pequim.
(COLEÇÃO OS PENSADORES 1694, p. 110)
Ao longo da história da humanidade as relações com a beleza têm sido
religiosas ou místicas, logo a beleza foi considerada muitas vezes como “aquilo
que se aproxima da Divindade”. É difícil expressar em palavras o que é o “belo”,
mas pode-se afirmar que a beleza é um conjunto de elementos que resultam
naquilo que se considera belo.
Beleza não diz respeito às qualidades dos objetos, mensuráveis, Quantificáveis e normalizáveis. Diz respeito à forma como nos relacionamos com eles. Beleza é relação (entre sujeito e objeto). (DUARTE, 1991, p. 14)
“Ao adquirirmos, por exemplo, um objeto utilitário qualquer (um automóvel,
uma caneta, um cachimbo, uma roupa), além de sua eficiência na função a que
ele presta, preocupamo-nos também com sua aparência, com sua “estética”. É
irrecusável: os objetos não têm apenas utilidade, mas estilo”. (DUARTE, 1991, p.
11)
Para a psicanalista Luciana Oltramari Cezar, “Beleza não é destino, não é
tudo, mas também não pode ser desprezada, sejamos honestos: bem que faz
bem. Já dizia o poeta Vinícius de Moraes, na obra Receita de mulher: "as feias
que me perdoem, mas beleza é fundamental" ou com humor de uma das frases de
Juca Chaves: ‘beleza não põe mesa, mas ninguém come no chão!’”.
2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS.
O que seria do azul se todos gostassem do amarelo? Durante décadas, o
ditado popular não tem sido bem aceito por muitas mulheres. Magro, belo, jovem e
definido, as pessoas investem tempo e dinheiro para conquistar o corpo perfeito.
Ouvimos falar de beleza a toda hora. Qual é o verdadeiro significado de beleza?
Para alguns ela deve seguir normas, leis e formas ideais. Entretanto, quais são os
critérios usados para se definir o belo?
Vamos discutir a questão da beleza sob vários ângulos. Mais do que um
conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma forma de as pessoas se
relacionarem entre si e com o mundo. Revistas, televisão, filmes e comerciais
estão constantemente vendendo imagens irreais de garotas e mulheres que
deveriam ser imitadas. Muitas mulheres hoje tentam chegar ao modo de beleza
determinado pela mídia, uma indústria que determina o que se deve usar, fazer e
ser para se tornar “perfeito”.
Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais
controvérsias do que consenso. Os ideais estéticos variam com o tempo e as
expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a observar as
formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de beleza, uma
mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas corporais e vestes.
Conforme ditado popular, o conceito de beleza residia nos olhos de quem a
observa.
No livro e enciclopédia “Tudo – o livro do conhecimento” (1996, p.85 e 86) o
escritor afirma que na mitologia romana, Vênus era a deusa do amor e da beleza,
presente em todas as civilizações, e que a evolução de sua imagem reflete a das
concepções de beleza. Na pré - história, “Vênus” seria pequena e robusta, como a
mulher troglodita. Entre os antigos gregos, as formas mais estilizadas de Vênus
(chamada Afrodite), obedeciam aos padrões fixados por Pitágoras, o filósofo e
matemático que viveu 500 anos antes de Cristo. O renascimento e os períodos
imediatamente posteriores consagraram o triunfo das curvas bem arredondadas.
Aristóteles afirma em “Arte Retórica e Arte Poética” que o belo não pode
estar em um mundo separado daquilo que é sentido pelo homem, e por isso atribui
à beleza a critérios como proposição, simetria e ordenação. Já no artigo “A beleza
da arte”, de Maria de Fátima Seehagen, vemos que para Platão o belo é o bem, a
verdade, a perfeição. Ele existe em si mesmo separado do mundo sensível. Neste
sentido criticou a arte que se limita a “copiar” a natureza e separando o sentimento
do homem que reside no mundo das idéias. Temos assim em Platão uma
concepção de belo que se afasta da interferência e da participação do juízo
humano, ou seja, o homem tem uma atuação passiva no que se refere ao conceito
de belo: não está sob sua responsabilidade o julgamento do que ele é ou não.
Durante as décadas cada filósofo, arquiteto, poeta, entre outros, tinha sua
própria opinião sobre o assunto. Para Hegel, em “Estética”, a dificuldade de se
estudá-la é o fato de seu objeto, a beleza, ser de ordem espiritual, por não ser de
existência material. “A estética e as questões do belo, nas inquietações
humanas”, de Lúcia de Fátima do Vale, nos diz que Santo Agostinho interpretou a
beleza como todo harmonioso, com unidade, número, igualdade, proporção e
ordem. A beleza do mundo, para ele, nada mais é que o reflexo da suprema
beleza de Deus. Para São Tomé, citado no mesmo artigo, a beleza era
identificada como o bem. Segundo ele, as coisas belas possuem três
características ou condições fundamentais: integridade e perfeição; a proporção
ou harmonia; a claridade ou luminosidade.
Kant, o principal idealizador da estética contemporânea, em seu livro
“Crítica da razão pura”, dizia que os nossos juízos estéticos têm um fundamento
subjetivo, dado que não podem apoiar em conceitos determinados. O critério de
beleza que neles se exprimem é o do prazer desinteressado que suscita a nossa
aceitação.
Assim podemos sentir como, não somente em época diferente, mas por
vezes até dentro de uma mesma cultura, diversos conceitos de beleza entraram
em conflito. O belo é algo que nos agrada, portanto é aquilo desejado por nós.
Quando gostamos de alguma coisa, seja um objeto, um passeio ou até mesmo
uma idéia a desejamos para nós, o mesmo acontece com a beleza, nos agrada
um modo de ser belo e desejamos ser daquele jeito.
2.3 OS PADRÕES DE BELEZA
“Como o conceito de beleza não é um conceito universal e absoluto,
padrões distintos, e às vezes opostos, convivem em épocas semelhantes. Na obra
‘História da Beleza’, Umberto Eco diz que se um marciano tentasse entender o
que é o belo para a humanidade em nosso século ele certamente ficaria confuso.
Nesse ideal de diversas faces, Gisele Bundchen divide passarelas com modelos
extremamente magras. O fato é que desde a década de 60 nunca mais uma
gordinha foi elevada a ícone de beleza. Ser gordo virou quase um pecado na
nossa sociedade e a corrida pelo emagrecimento estimula o desenvolvimento de
doenças, como bulimia e anorexia”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008,
p. 38)
O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de
sucesso, estilo de música, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada um
desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como a moda
atual. Antigamente os padrões eram mais visíveis, porém temos padrões sendo
idealizados todos os dias, por todas as culturas.
Hoje não é somente ser gordo o único problema da mulher, o não aceitar o
envelhecimento do corpo é muito comum.
“A popularização dos procedimentos cirúrgicos possibilita a correção de imperfeições incômodas, mas tem gente exagerando. São recorrentes as noticias de pacientes que morrem depois da milésima tentativa de ficar com a cintura da Barbie ou o rosto da Angelina Jolie”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.39)
Hoje a beleza é plural e se define individualmente. Considera-se às vezes
excessiva a diversidade dos estilos de beleza, de comportamento e de gênero, um
vasto leque de escolhas que se tem de enfrentar para satisfazer o desejo de
parecer único. Ao passo que a primeira metade do século produzia geralmente
apenas um modelo de beleza por época, adotado pela maioria das mulheres. Hoje
cada estilo tem seu mito a ser seguido.
Temos que verificar que podemos modificar o corpo, o rosto e o modo de
viver e de uma hora para outra, a moda pode mudar, a beleza vai ser vista de
outro ângulo e você voltará a estar fora de moda.
Exemplos:
1.300 a.C – A vaidade no antigo Egito: Sobrancelhas raspadas e redesenhadas
olhos contornados eram a moda no Egito Antigo. Um símbolo de beleza é a rainha
Nefertiti (1380 – 1345 a. C)
300 a.C – O costume de pintas as unhas nasceu na China, no século III a.C. As
cores do esmalte indicavam a classe social do indivíduo: os reis pintavam as
unhas de preto, vermelho, dourado e prateado.
5 a.C – A habilidade dos gregos para representar a figura humana fez o seu ideal
de beleza perdurar até nossos dias. Um cânone da perfeição do período clássico é
a escultura Doríforo (5 a.C), de Policleto.
1.483 – Renascimento Italiano: Com a tela “O nascimento de Vênus, Botticelli
imortaliza o ideal de beleza do período renascentista: mulheres bem alimentadas,
como só as nobres conseguiam ser”.
1.742 – As gregas arrancavam os pêlos púbicos com as mãos, enquanto as
árabes preparavam um xampu para extraí-los, técnica semelhante a da cera,
inventada em 1742, em Paris.
1.959 – Ruth Handler, esposa do fundador da Mattel, criou a boneca que se tornou
o símbolo da beleza e juventude. Batizou-a de Barbie, diminutivo de Barbara (filha
do casal).
1960 – O corpo esquelético de Twiggy substituiu o padrão de beleza de Marylin
Monroe, fato que aliado à popularidade da minissaia e do biquíni, dá inicio à
ditadura da magreza.
1980 – A magreza em excesso deixa de ser vista com bons olhos com o aumento
dos casos de AIDS. As pessoas correm para as academias em busca do corpo
ideal.
1999 – Revista Vogue aponta a brasileira Gisele Bundchen como responsável pelo
“retorno do corpo sexy”. Ela marca o fim da tendência de modelos com aspecto
pouco saudável.
(REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.37 a 40)
2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO
(Texto desse item é baseado no livro: A beleza do Século)
1900 – A Revolução Industrial possibilitou a produção em grande escala de bens
de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Em todas as camadas sociais as
pessoas passaram a adotar o estilo europeu para a moda, apenas adaptando-as
para seus climas e crenças religiosas.
“Quanto à mulher, a quem o casal está reservado o
papel mais vistoso de marcar a posição de um par confinado a cores sombrias e roupas quase impraticáveis, ela além das variações que tocam principalmente o colorido dos tipos de tecido e a ornamentação dos vestidos, conserva mais ou menos a silhueta que apresentava desde a Renascença”. (BAUDOT, 34)
O estilo predominante era ainda o rígido estilo vitoriano do fim do século
anterior. As mulheres usavam espartilhos muito justos para conquistar a silhueta
em “S” (busto para frente e quadris para trás).
“(...) cingida num espartilho que apertava a cintura ressaltando seios e nádegas,... Ponto forte dessa silhueta: a estreiteza da cintura: 42 centímetros no caso da cantora Polaire. Algumas chegariam a recorrer ao bisturi para deslocar ou mesmo tirar algumas costelas, a fim de apertar o espartilho (...)” (CHAHINE, 2000, p. 84)
A cintura fina e o cabelo preso no alto da cabeça, fazendo referência ao
espirito esportivo da época, que era andar de bicicleta, foram marcantes para a
década.
Os chapéus eram obrigatórios durante o dia, grandes com véu, enfeitados
de rendas, flores e plumas; se tornaram símbolo de posição social (somente às
operarias saiam de “cabeça descoberta”). (CHAHINE, 2000, p.84) Tudo em prol da
beleza e do charme, o brilho da pele, se tornou a principal preocupação das
mulheres da sociedade. O pó era o cosmético mais usual. (2000, p.83)
O exemplo de mito de beleza da época é Sarah Bernhardt (1844-1923)
atriz francesa.
http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt
(Sarah Bernhardt)
1910 – Com a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando
reflexos na moda. A moda feminina, por exemplo, substituiu os espartilhos pelas
cintas de elástico e as roupas volumosas, optando por modelos e saias às vezes
tão justas que era difícil moverem-se. Nessa época surgiu o soutien criado por
Mary Phelps, as saias tubinhos e blusas decotadas também se generalizaram
(2000, p.97).
um outro estilo na época foi caracterizado pela escassez de produtos
populares, obrigando as pessoas com menos recursos a serem mais simples,
transformando o gosto por roupas práticas e um pouco masculinas uma tendência.
“Da blusa das enfermeiras ás calças das que estão
empregadas nas fabricas de armamento, surge uma nova maneira de se vestir, de comportar-se. Quanto aos lutos que se multiplicam, tudo isso induz, durante a guerra, o uso de tons sombrios e a uma monocrimia que as mulheres da vida não estavam habituadas. Muito naturalmente, as saias, a partir de 1915, começam a descobrir os tornozelos e passaram em seguida à mostra metade da barriga da perna”. (CHAHINE, 2000 60)
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Mary Pickford, uma das
primeiras estrelas de Hollywood e Theda Bara, “A Vamp”, primeira mulher fatal
dos cinemas.
http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg
(Mary Pickford)
1920 – O pós-guerra deixou as mulheres cada vez mais independentes e
decididas, subiram as barras das saias e passaram a usar modelos de vestidos
mais abertos e soltos. A cintura desceu em modelagens de forma reta. Os cabelos
ficaram curtos e os chapéus menores. A maquiagem e os cigarros foram
permitidos.
“Um livro provoca escândalo em 1922: La Garçonne, de Victor Marguerite. Seu romance seria por muito tempo o símbolo de um novo tipo de mulher que usava cabelos curtos e fumava em publico. A heroína aspirava à independência e decepcionada com os homens, levava uma vida sem eles, despreocupava com respeito aos bons costumes”. (BAUDOT, 106)
Os ídolos do cinema representavam todos esses ideais de beleza e
comportamento. Entre todos, os que mais se destacavam foram Clara Bow, Louise
Brooks, Rudolf Valentino e Josephine Baker (Vênus de Ébano).
O gosto por materiais reluzentes se popularizou, assim como pelos tecidos
sintéticos. Já próximo do final da década, os modelos bicolores e a geometria
tornaram-se moda, e Coco Chanel e Madeline Vionnet, com seus estilos
elegantes, ganharam destaque.
“O vestido confortável e marcado por uma cintura baixa desenhava uma silhueta andrógina. A essa liberdade associava-se uma nova imposição: a da magreza a todo custo! Cintas e maiôs elásticos comprimiam os quadris e achatavam os seios”. (BAUDOT, 112)
O exemplo de mito da beleza da época é Louise Brooks, atriz de “Loulou
de Pabst”.
http://dagmarduvall.blogspot.com/
(Louise Brooks)
1930 – Com a economia em caos e a chegada de Hitler ao poder, surgiu um
amplo espaço imaginário para os sonhos e os desejos. Astros como Jean Harlow,
Greta Garbo e Fred Astaire estrelavam filmes falados. As roupas eram brilhantes,
glamurosas, drapeadas e luminosas. As mulheres fatais se enrolavam em fartos
casacos de pele e jóias maravilhosas. A moda passou a criar roupas para todas as
ocasiões, e a continuar as experimentações da década anterior. As cores eram
fatais, incluindo tons fortes como o “shocking pink”. Os cabelos eram cacheados
com pente e cheios de brilhantina.
Nessa época também surgiu o sapato plataforma para as mulheres, e as
sandálias tornaram-se populares, juntamente com as meias de nylon que se
tornou o glamour para as mulheres, tanto para a noite como para o dia. O visual
bronzeado e saudável era uma tendência da moda.
“Vedete absoluta do rosto dos anos 30, o olhar
era objeto de todos os cuidados. A atenção dirigia-se para as sobrancelhas, que eram depiladas, tingidas ou redesenhadas a lápis. A paleta dos artifícios se enriqueceu. Sombras de pálpebras em pó exploravam todos os
matizes, indo dos castanhos aos cinzas, e inclusive ao preto para a noite. As primeiras sombras cremosas em pequenos potes ou em bastões eram espalhadas com o dedo, até a arcada superior, acentuando o convexo de uma pálpebra que devia ser melancólica. Os cílios eram curvados com curvador de cílios, cobertos de rímel. Efeito fatal garantido”. (CHAHINE, 2000, p. 130)
O exemplo de mito de beleza da época é Greta Garbo com sua voz rouca e
sensual se destacou no cinema falado em “Anna Chistie”. Greta era considerada o
supra-sumo da elegância.
http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm
(Greta Garbo)
1940 – A segunda guerra foi marcante para definir o inicio dos anos 40. Devido as
dificuldades, as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas e até mesmo na
guerra, auxiliando seus exércitos. Em uma época de tantas restrições, poucos
recursos e falta de matérias-primas, a moda adaptou-se, optando por roupas
sóbrias, retas, masculinas e sem exageros, com o uso quase obrigatório de
chapéus.
A ordem era reciclar e improvisar, principalmente porque as fábricas
estavam servindo ao exercito. Nos calçados, por exemplo, os saltos não podiam
ultrapassar certo tamanho e a cartela de cores era composta por apenas 7 tons. A
busca por materiais alternativos se intensificou, e descobriu que peles de animais
e madeira poderiam ser aplicadas em solados e calçados.
O cinema continuava popular com suas atrizes sensuais como Lauren
Bacall. Com o final da guerra, a sociedade passou a buscar um novo estilo de
vida, mais tranqüilo, surgiu assim, em 1947 o New Look de Dior, que com saia
ampla e cintura marcada resgatava toda a feminilidade perdida. E no ano anterior
a moda praia é revolucionada por Louis Réard com a invenção do biquíni, que
partiu o maiô em duas peças.
“A beleza, sinônimo de saúde, era considerado dever nacional. As preocupações, as restrições e a angustia ameaçam mais do que nunca vossa beleza. Mais do que nunca, vosso dever é manter-vos em forma, sadias, vigorosas, limpas”, escrevia em setembro de 1912, o redator-chefe da revista feminina Votre Beauté”. (CHAHINE, 2000, p. 138)
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Lauren Bacall, atriz com
cabelos frisados com ferro e disciplinados com bóbis e Lana Turner foram
belezas que contribuíram para criar um novo tipo de mulher.
http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430
(Lauren Bacall)
1950 – Os anos 50 foram tempos de paz, amplamente festejados após as
privações da Segunda Guerra. A moda voltou a buscar a feminilidade, e essa foi a
década do auge do New Look de Dior, com saia ampla e casaquinho ajustado na
altura da cintura. Mais próximo ao fim da década, esse estilo ainda coexistia com
as novidades que antecipavam aos anos 60, como as saias mais justas. Isso
somou a invenção do “stiletto” (salto agulha) por Charles Jourdan, em 1951.
Os criadores abusavam desse conceito até conseguirem salto mais alto. A
cartela de cores era a mais vasta possível, sempre com a intenção de combinar
acessório e peças de roupas dos mesmos tons.
Lado a lado com o desejo de feminilidade estava a busca pela
sensualidade. Atrizes como Marlyn Monroe e Briggite Bardot foram ícones desse
tempo, consagrando-se como divas para a eternidade.
Para obter a cintura fina e os seios altos e redondos das pin-ups americanas, foi adotada a cinta elástica criada por Marcel Rochas – versão moderna do espartilho vitoriano. Com os saltos-agulhas de Roger Vivier nos pés, andava-se com passos curtos.
Desde 1949, o “olho de gazela”, modelado pelas sombras nas pálpebras, o lápis de sobrancelha, o rímel e, sobretudo o delineador, estava na moda. (CHAHINE, 2000 p.152)
As lingeries e roupas de praia seguiam o mesmo espírito nas propagandas
e nas modelagens de tops, calcinhas e maiôs. A intenção era criar uma silhueta
curvilínea, com destaque e volume para o busto (por isso os soutiens dessa época
possuem a forma de cones) e cintura fina, evidenciando a curva dos quadris.
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Grace Kelly cria o estilo
loiro chique é eleita a mulher mais bonita do século. Audrey Hepburn, a
bonequinha de luxo, retorna com o visual “menina” com franja. Ava Gardner, sua
incrível perfeição física e seu senso de provocação deram-lhe o primeiro lugar
entre as morenas místicas. Marilyn Monroe, estrela entre as estrelas, ela seria o
símbolo sexual da década, trazendo junto com a provocação ingênua, um
erotismo devastador e libertador. Brigitte Bardot, protótipo da mulher-criança,
com apenas dezoito anos não procurava parecer mais.
http://web.ukonline.co.uk/audrey-hepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG luishipolito.wordpress.com
(Audrey Hepburn) (Marilyn Monroe)
1960 – O estilo clássico e feminino do início de Jackie Kennedy foi se
transformado aos poucos. As artes buscando uma liberdade de expressão
impulsionaram os Beatles, Bob Dylan, Motown e Andy Warhol. Esses ares
revolucionários também dominaram a moda. Foi nessa década que Mary Quant
lançou a minissaia, enquanto as estampas geométricas inspiradas na Op-Art
coloriam as roupas com todos os tons possíveis e imaginários. Peças de roupas e
objetos inspirados em um futuro espacial também foram grande revolução.
“Como o resto do mundo ocidental, os Estados Unidos seriam seduzidos por esse impulso britânico tão incrivelmente produtivo. O sucesso transformou-se em delirio por ocasião da chegada dos Beatles ou de Twiggy numa América ainda sob a influência de Elvis Presley e dos Beach Boys. Com suas roupas colantes escuras, seu corte “Sasson” e seus olhos redondos carregados de maquiagem, Eddie Sedgwick, a musa de Warhol, tornou-se a imagem de uma jovem geração underground”. (CHAHINE, 2000, p.168)
Os calçados refletiam novas tendências: botas longas e em materiais
inovadores como sintéticos e vinil eram a sensação dos jovens. No final da
década, a camiseta e o jeans já haviam formado uma dupla inseparável, e marcas
especializadas no estilo, como a Levi’s, se sobressaíram.
Os exemplos de mitos de beleza da época são: Jackeline Kennedy mulher
de Jonh Kennedy. Julie Christie, uma das Chelsea Girls, com silhueta
adolescente, minissaia e pernas compridas, cabelos longos com franja, olhos
ultra-maquiados.
http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/
(Jackeline Kennedy)
1970 – Chocar entes de mais nada era a intenção principal da década de 70. É
por isso que essa época também é marcada por um modo de vestir “tudo junto”.
Para alguns, quanto mais disparate a combinação, melhor.
O movimento hippies, os escândalos políticos e os desarranjos econômicos
semearam uma explosão de elementos criativos para os designes que criavam
com a segurança de um público ansioso por novidades. Outros, entretanto, não
abriram mão do romântico e natural. Seguiam inspirações dos anos 20. Biba,
Ossie Clark e Yves St. Laurent foram expoentes desse estilo.
No final da década, o filme Saturday Night Fever inaugurou a Era Disco.
Apesar de ter pouca duração, seus efeitos podem ser sentidos até hoje. Suas
cores, brilhos, formas são desejos explorados pelos estilistas de todas as décadas
seguintes.
“As pistas de dança, assim, se tornaram grandes passarelas. Camisas de cetim, meia-calça de lurex e roupas à base de lycra eram o uniforme dos baladeiros. O fim da década foi marcado pela ascensão do movimento punk em Londres”. (BATISTA JR, 2008, REVISTA MANEQUIM)
Foi nos anos 70 que os sapatos plataforma voltaram à moda, renovado por
adornos, e unissex. Aliás, o modo unissex de vestir se fortalece no final dos anos
70 e início da próxima década. Shorts curtos, botas de diversos tamanhos, saltos
grossos e acessórios são apenas alguns exemplos desse novo modo de encarar a
vida.
Os exemplos de mitos da beleza da época são: Farah Fawcett, com
cabelos livres e sãos, pele bronzeada ou irisada, lábios brilhantes de gloss, a
beleza dos anos 70 era necessariamente explosiva como a da ela. No Brasil Vera
Fisher conheceu a fama na pornochanchada. Ali começava a sua imagem de
símbolo sexual.
http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html
(Vera Fisher)
1980 – O culto ao corpo foi uma tendência marcante no comportamento das
pessoas nos anos 80, tanto é que levou as calças fuseaux, os tênis e o moletom
para o lado de fora das academias. Os sapatos baixos, como mocassim, também
voltaram embalados por essa tendência.
Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamurosas,
cobertas com jóias e acessórios exagerados e dourados. O jeans alcança seu
ápice, ganhando status.
Mas não bastava ser bem- sucedido e bem- vestido. Nessa década ter um
corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade
pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por
todos os cantos, aonde os freqüentadores iam com suas polainas e collants.
O look “molhado”, conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a
cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos
quanto se conseguia deixá-los.
A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes,
com jogos de tons e contrastes. As mulheres que nesse momento ingressavam no
mercado de trabalho, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros
marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e
drapeados para noite ou o dia.
“A mulher dos anos 80 era vista como uma super
mulher. Empoleirada sobre escarpins, corpo ajustado num tailleur cinza como o terno dos homens de negócios, impecável das unhas a escova, tomava de assalto o mundo do trabalho”. (LANNELONG, 2000, p.192)
A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao
estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo
livre e despudorado. O Punk, o New Age, o Break, o Rock e o Pop também
glorificaram sua influência na cultura e no modo de vida dos mais jovens.
“A beleza virou competição. A época amava o
visual e cuidava de sua aparência. O corpo devia ser perfeito. I want muscles (Quero músculos), canta Diana Ross, e Jane Fonda tornou-se a sacerdotisa da aeróbica. Seus vídeos de ginástica eram disputados (...)”. (LANNELONGUE, 2000, p.194)
Exemplo de mito da beleza da época: Madonna, olhos pintados, cabelos
louros de raízes pretas, penduricalhos, luvas com dedos a mostra, roupa-lingerie,
nada intimidava Madonna. No Brasil Xuxa, em 1982 iniciou sua carreira no
cinema. Logo em seguida tornou-se apresentadora infantil na TV Manchete e se
transformou na “rainha dos baixinhos”, uma figura brasileira que sempre será
lembrada, por sua beleza e trabalho.
http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg
(Xuxa) (Madonna)
1990 – Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda
influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas
segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda
íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e
cores. Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem
harmoniosamente. Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, que impulsionado
pelo rock, influenciaram a moda e o comportamento dos adolescentes com seu
estilo despojado de calças/ bermudões largos e camisas xadrez da região de
Seattle.
A nova tendência provoca escândalos. Atrás de Kate Moss surge uma
geração de modelos magérrimas, Stella Tennant, Judie Kidd, Trish Goff. Essas
garotas consideradas “palito” combinam perfeitamente com a tendência grunge.
Não adotam uma maquiagem escorrida e os cabelos sujos de Courtney Love
(cantora de rock da época), mas todas usam uma tatuagem, novo emblema da
feminilidade. (p. 206)
As mais lúdicas mandam gravar uma borboleta ou uma joaninha no ombro ou na curva dos quadris. (...) Em breve, será a moda das tatuagens removíveis, como desenhos de henas nas mãos e nos pés, decalques para a pele, apliques indianos colados ao longo das sobrancelhas, como fez Madonna. (...) A muda é lúdica e étnica. (...) O corpo torna-se um novo campo de expressão. (LANNELONG, 2000, p. 206)
A globalização está em marcha, graças à internet e os avanços da
comunicação, os efeitos da moda desconhecem fronteiras e diferenças culturais.
“A tendência é unificadora, mas de espírito sereno:
saias nos joelhos, cores neutras, cabelos curtos e maquiagem invisível. (...) Nas capitais da moda, Paris, Nova York, Londres e Milão, as novas heroínas ostentam
uma frieza quase hitchcockiana revistada por Calvin Klein, Prada e Gucci. A loura Gwyneth Paltrow valoriza o vestido bustiê, os ombros graciosos, a risca no meio e a estola em pashmina colocada na dobra do cotovelo”. (LANNELONG, 2000, p.210)
Os exemplos de mitos da beleza da época são: Cindy Crawford e Naomi
Campbell são duas das deusas do inicio dos anos 90. Mas Kate Moss anuncia
uma mudança nas passarelas, a garota palito, com seus 44 quilos e 1,70 m de
altura se torna a heroína das campanhas da Calvin Klein em que garotas e
rapazes ostentam uma beleza andrógina e famélica. Isabela Rosselline, atriz e
Claudia Shiffer modelo.
http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg
(Cindy Crawford) (Claudia Shiffer)
2000 – O século XXI mistura o velho com o novo. Traz novamente os anos 80,
com pitadas dos anos 50 para as vitrines de todo o mundo e busca o novo,
formando assim um novo estilo, que pode agradar a diversas pessoas. Vários
mitos de beleza são lançados, cada um relacionado a pluralidade de estilos
formados nessa época. É justamente nesse momento são realizados os maiores
concurso de moda.
Apesar da diversidade, os movimentos culturais também marcaram a
época, a volta do grunge (inspirado no rock de Seattle), o estilo “clean” (roupas
básicas, ajustadas e com pouca ornamentação) e o estilo esportivo (uso de listras
e inspiração nos esportes, que trouxeram para o dia- a- dia os tecidos
inteligentes).
Cirurgias plásticas são modos naturais de cuidar da saúde e da beleza.
“(...) as estrelas confessam cada vez mais seus
liftings e suas injeções de colágeno. O peeling, o alisamento ou feeling tornam-se quase produtos para o comporto da pele. Os filósofos se debruçam sobre o fenômeno e falam do “dever de ser jovem”. Os médicos dizem que suas pacientes quem aparentar a idade que sentem ter. e todos se perguntam se o terceiro milênio será o da juventude eterna. (LANNELONG, 2000, p.220)
Os exemplos de mitos da beleza da época são: Gisele Bundchen é mito
entre mulheres jovens e mais velhas, modelo internacional é sinônimo de beleza e
sucesso e Aline Morais antagonista da novela das oito da rede Globo, muitas
mulheres seguem seus modos de vestir e cortes de cabelo.
http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.htm http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260
l (Gisele Bundchen) (Aline Morais)
2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA
Mais do que nunca falar de beleza é fato em falar de rock. O mundo da
beleza apropria-se de desfiles dos anos 90 que foram organizados em shows,
enquanto criadores estilistas escolhem estrelas do rock como modelos em suas
propagandas; as cores de linhas de cosméticos traziam nomes de astros e os
artistas da maquiagem buscavam inspiração no gênero musical.
Mas como o rock exerce tamanha influência sobre
o estilo e beleza da virada do século? Com seus artistas, cujo glamour, diversidade, senso de provocação e temas abordados em suas musicas correspondem ao espírito da época. Se um rosto precisa ser belo para seduzir, a beleza, para ser forte, deve ser mais do que uma fachada e simbolizar algo maior, algo que toca a alma. (FAUX, 2000, p.08)
Estrelas do mundo da música como Liz Phair, Jennifer Lopez, Whitney
Houston eram os símbolos espetaculares dos ideais da beleza.
“A música é rica de emoções, pensamentos e paixões do artista, algo que um rosto isoladamente é incapaz de encarnar”. (FAUX, 2000, p.10)
Nos anos 60 surgem os Beatles, naquela época os figurinos e cabelos
usados pelos quatro rapazes de Liverpool eram copiados, por serem novidade. O
estilo de música virou mania, pois ia na contramão de tudo que era ouvido antes.
A simplicidade era uma forma de linguagem e a rebeldia deles virou o estilo da
época.
“(...) a musica, enquanto força social, atingiu seu ápice com a histeria coletiva criada pelos Beatles e os Rolling Stones. Todos os jovens com menos de 30 anos do mundo ocidental, pareceram então adotar swing inglês de Twiggy, de Biba e da King’s Road, as minissaias, os grandes olhos e cílios falsos de Marylin Quant, os cabelos frisados, o corte curtinho e o batom claro, as roupas, os cabelos e a maquiagem se inspiraram no estilo geométrico da pop arte e da op arte de Andy Warhol, Bridget Ridley, David Hockney e Frank Stella. O corte geométrico de Vidal Sassoon, as franjas espessas e compridas, o coque, os olhos aumentados com um triângulo feito com um delineador, os lábios pálidos de contorno nítido, todos faziam parte da aparência”. (FAUX, 2000, p. 09)
A música firmou-se como principal veículo das idéias contestatórias dos
jovens, face à insatisfação provocada pelo sistema cultural, educacional e político
da época.
Surge uma cultura underground, ou contracultura voltada principalmente
para as transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na
busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e para as
pequenas realidades do cotidiano.
“A contracultura incluía o uso de drogas, protestos antiguerra e anticapitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e muito mais. Os Estados Unidos estavam divididos. De um lado estava um grupo de norte-americanos que apoiava o país: adesivos com dizeres "Ame-o ou deixe-o" nos pára-choques e apoio à guerra do Vietnã. Do outro lado estava o grupo de norte-americanos conhecidos como hippies: um termo que se tornou conhecido por volta de 1967”. (BRAIN, site uol) http://pessoas.hsw.uol.com.br/woodstock.htm
O movimento hippie com suas comunidades e passeatas pela paz teve
força a partir de um grande acontecimento que foi o festival Woodstock, em 1969,
com vários shows que marcaram essa era, considerado o mais importante festival
de rock and roll da época.
A música exerce um papel muito importante na vida das pessoas,
sobretudo na dos jovens, pois os ajuda a enfrentar a tensão diária e a evitar a
pressão que eles sofrem. É uma fuga nos momentos de crise.
A cantora Madonna é um exemplo típico da beleza moderna:
“ várias vezes ela se reinventou, bebendo em
fontes tão diversas quando a beleza indiana e as beleza de Hollywood dos anos 30 e 40”. (FAUX, 2000, p.22)
2.5.1 REVISTAS, PUBLICIDADE E DESFILES DE MODA COMO REFERÊNCIA
DO BELO.
Em todos os tempos, a moda impôs seu estilo à beleza, e vice-versa. As
revistas de alta costura apresentavam uma versão de beleza escandalosamente
rica, magra e inacessível para a maioria das mulheres. Essa imagem
desenvolveu-se nos anos 40 e 50. Já nos anos 70 a mulher era vista de forma
evolutiva por essas revistas, pois exerciam uma profissão, atendia ao um único
conceito: o vestido justo e básico. Nos anos 80 e 90 o estilo foi ainda mais longe
com seus básicos chiques fáceis de usar, com um aspecto mais sexy e natural.
O materialismo das revistas e dos comerciais dos anos 80 começou a ser
malvisto. Julgou-se de mal gosto a exibição de riqueza muito ostensiva,
condenada como falta ética. (FAUX, 2000, p.20)
O tom continuou sendo dado pelas top-models, mas numa linha
minimalista, preocupada com as proporções naturais do corpo. O modelo de
mulher exposta a partir de Kate Moss passou a ser criticada por seu corpo
esquelético e frágil, visto como uma publicidade em favor da anorexia e um objeto
de desejo pedófilo.
Um trabalho feito por alunos da Puc de campinas, em 2005, faz referência à
influência da revista “nova” nos padrões de beleza brasileiros. Nesse trabalho eles
analisam algumas edições da revista e afirmam que as fotos em sua grande
maioria apresentam mulheres esguias, morenas de cabelos lisos e compridos, em
geral corpulentas, as poucas imagens mostradas que podem ser consideradas
“feias”, são de tratamento de estética, estilo “antes e depois”. As capas na sua
maioria trazem uma mulher famosa vestida sensualmente com um fundo de cor
única e forte, para chamar a atenção.
Como afirma a primeira diretora de redação da revista, Fátima Ali:
“Ter uma sensação de liberdade do próprio corpo.
Por isso, nas capas de Nova as moças aparecem com as
roupas bem decotadas e às vezes transparentes. As roupas extravagantes vão por conta da idéia de você fantasiar, de você romper aquela idéia certinha do dia-a-dia que você é obrigado a ter, para viver na sociedade. A postura da moça na capa de Nova, que é muito específica da revista, é de uma mulher que olha de frente, encarando quem quer que esteja olhando para a revista, mostrando segurança com esta postura direta, com esse olhar firme. Sempre, porém com certa doçura, os ombros reta, mostrando certa segurança de si própria, o peito aberto sem inibições, que uma moça de braços cruzados eventualmente não mostraria. O rosto de frente, também encarando as pessoas, e não de lado, que traria uma certa brejeirice. Também é uma moça que olha de cima, com presunção, não é uma moça que olha por baixo com timidez. É uma moça segura que encara a vida e as pessoas. Esta é a identificação que a leitora gosta. É isso que ela busca na revista. (Gazeta Mercantil 18/01/1987 apud MIRA 1997 p.202)
A revista influência não só através de fotos como nos textos escritos
associados as fotos. Que mulher não vai querer ter um bumbum durinho como fala
na revista ou uma barriguinha sexy? Os estudantes de Campinas analisaram as
frases:
“Quando palavras relacionadas ao corpo das
mulheres são utilizadas, também é traçado um padrão de beleza a ser buscado pelas leitoras de “Nova”. Por exemplo, quando o termo qualificador se refere aos quadris, foram encontradas expressões como "bumbum em pé", "bumbum-beleza", "bumbum avantajado", "bumbum lisinho" e "bumbum de bebê". Estes termos qualificadores foram citados como bons exemplos, algo que deve ser alcançado pelas mulheres. Ainda referindo-se aos quadris, mas de forma pejorativa, os termos utilizados foram "bumbum flácido" e "bumbum cheio de furinhos". Neste contexto, as matérias aconselham as mulheres que estes são exemplos que devem ser combatidos. Ainda referindo-se a partes do corpo das mulheres, outro exemplo são os termos qualificadores relacionados à barriga. Alguns dos termos encontrados foram "sua barriga vai parecer uma seda", "barriga sexy", "barriga que dá fama", "barriga chapada" e "barriga negativa". Novamente, as matérias utilizaram estes termos como algo a ser alcançado pelas mulheres, dando dicas de dieta e exercícios para que esta forma seja alcançada”. (Trabalho apresentado ao Intercom Júnior, 2005, p.7)
Foi preciso um século para ampliar o leque da beleza até o que ele é hoje:
no momento em que a beleza chega à internet, o fluxo global das idéias, da
informação e da discussão deveria reduzir o tempo necessário a um progresso
exponencial. A beleza ganhou um rosto mais natural, individual, descontraído e
confiante.
2.5.2 A INFLUÊNCIA DO CINEMA
Foi no século XIX que surgiu o cinema, seu objetivo principal era registrar
acontecimentos e narrar histórias. A questão do figurino não era de tamanha
importância, mas a partir do momento em que os filmes passaram a ser
produzidos mais cuidadosamente, esse figurino passou a ter uma grande
importância tanto na função histórica como para dar realismo aos personagens da
trama.
Diretores e produtores passam a lançar figurinos para afirmar personagens, o exemplo de Grace Kelly que foi mitificada por seus trajes claros e luzes diretas. E essas personalidades estereotipadas acabam sendo transformadas em ícones e serem reproduzidos pela moda. (FALCÃO, 2006, p.01)
Nos anos 10 nos últimos brilhos Belle Époque (época de ouro da beleza e
inovação), as moças se inspiravam em fotografias das damas da aristocracia,
penteadas e vestidas segundo a última moda: Cintura fina e uma silhueta em “S”.
Já nos anos 20, em sua forma popular posterior à Primeira Guerra Mundial,
o cinema se impôs como o gênero de distração preferido dos jovens. A
radicalidade da mídia respondeu a da nova tendência: vestidos e cabelos curtos,
maquiagem exagerada e trajes esportivos. Os anos 20 marcaram o inicio do que
consideramos como beleza moderna, e uma delas é a atriz Louise Brooks (a
primeira no cinema a usar cabelos curtos).
Durante trinta anos, Hollywood continuaria a exercer uma influência
preponderante sobre a definição do estilo e beleza. Jamais o estilo e charme
tiveram tanta força.
A sensualidade provocante de Marlene Dietrich ou
de Greta Garbo atingiu uma publicidade internacional. Com um olhar fraco, lábios desenhados, finas sobrancelhas arqueadas e cabelos sedosos determinavam o estilo e beleza daquela década (FAUX, 2000, p.12).
Jean Harlow foi a primeira estrela do cinema a tingir os cabelos de platinum
blonde, lançou com isso, uma tendência para sempre associada com Hollywood e
ainda copiada hoje em dia.
Segundo artigo “Cinema e Moda” de Sarah Falcão, a moda e o cinema têm
um grande elo em comum, eles são vendedores de sonhos. O cinema se
transformou em uma vitrine almejada pelas grandes marcas. “A roupa da
personagem do filme tornou-se um sonho de consumo. Porém o sonho de
consumo de uma forma de vida, não apenas da roupa, que é exatamente o
conceito que as grandes marcas tentam passar. Ao usar o vestido Givernchy, você
não é apenas diva dos cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy,
olhando uma vitrine da Tiffany´s e comendo rosquinhas”. (FALCÃO, 2006, p.01)
Exemplos de “idéias” vendidas pelo cinema:
- O chapéu usado por Indiana Jones no filme de Steven Spilberg fez a fabrica de
chapéus Curry ser a maior vendedora desse artigo até hoje.
- A moda praia começou a ser disseminada, e a praia começou a ser mais
utilizada depois que Brigite Bardot usou um biquíni xadrez que foi muito
copiado no filme “ E Deus criou a mulher”, em 1956.
- Por causa do filme “Os pássaros”. Alexander McQueen criou uma bolsa com o
nome “Novak”, inspirada em Kim Novak, que virou um clássico.
(FALCÃO, 2006, p.01)
2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA
Com o surgimento da mídia como principais agentes para os novos rumos
de uma sociedade de consumo, passam a ver uma grande especulação da beleza
difundida por ela com objetivos meramente comerciais. Segundo artigo
“Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a mídia” de Carlos Eduardo Gomes, a
sociedade incentivada principalmente pelas revistas, TV e cinema, fez a mulher
assumir um duplo papel diante ao público: o de modelo identificador, vista por
outras mulheres e o de desejo, vista por homens. O que acabou enaltecendo não
somente seu tipo físico ideal como também atributos específicos como:
cosméticos, roupas e comportamentos. O telespectador passou a atuar de uma
forma mais ativa, em caráter de identificação com aquele ideal encenado ou
através do simples desejo projetado.
A partir dessa busca por uma imagem idealizada, o indivíduo busca
reconhecimento no outro, ou seja, o seu “eu” não se reconhece enquanto tal,
senão através de sua imagem idealizada por outro. Segundo Paul Schilder, “nossa
própria beleza não contará apenas com a imagem que temos de nós mesmos,
mas também, com a que os outros constróem a nosso respeito, as quais tomarão
de volta. A imagem corporal é o resultado da vida social que temos”.
Quando encontramos pessoas sem muito acesso a informações, vemos um
destaque delas em seguir religiosamente alguns costumes impostos por um
veículo como a televisão, desde a cor do cabelo da mocinha até as gírias mais
marcantes. Pela falta de acesso desse segmento do público, a livros e outros
meios de conhecimento mais seguros, acabam buscando as informações sobre o
mundo e entretenimento exclusivamente na TV. A produção capitalista os mantém
tão bem presos em corpo e alma que eles absorvem sem resistência ao que lhes
é oferecido, acreditando que tudo ali passado é a verdade absoluta.
2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial
The Nielsen Company é uma empresa de informação global e meios de
comunicação com posições de liderança no mercado e marcas reconhecidas em
informação e de marketing (ACNielsen), informação de meios de comunicação
(Nielsen Media Research), exposições comerciais e publicações empresariais
(Billboard, The Hollywood Repórter, Adweek). A empresa privada opera em mais
de 100 países com escritórios centrais no Haarlem, Países Baixos; e Nova York,
Estados Unidos. (www.visa.com.br)
Foi localizado um estudo pela empresa sobre cuidados pessoais: a
utilização de produtos e tratamentos para a saúde e beleza e seu consumo global.
“Em uma sociedade aparentemente obcecada por pessoas bonitas e celebridades;
nas quais modelos impossivelmente magras desfilam em passarelas e imagens
retocadas estampam outdoors e capas de revistas; mais de dois terços dos
consumidores ao redor do mundo concordam que, atualmente, a pressão por uma
boa aparência é muito maior que na época de nossos pais” (NIELSEN, 2007 p.3).
The Nilsen Company pesquisou 25.408 consumidores usuários da Internet
em 46 mercados na Europa, Ásia - Pacifico América do Norte, América Latina e
Oriente Médio, em relação a seus hábitos de compra de produtos de saúde e
beleza e se os consumidores se sentem pressionados para terem uma boa
aparência.
A pressão é particularmente sentida por três quartos dos entrevistados no
final da adolescência e com vinte e poucos anos.
Adolescentes e consumidores com vinte e poucos anos declaram gastar
mais do que costumavam para estar sempre com boa aparência, entretanto no
extremo oposto da escala, quando mais se envelhece menos se gasta. A pesquisa
da Nielsen constatou que quanto mais velho menos interessado estava em investir
para valorizar a aparência.
A pesquisa constatou que as pessoas investem em cuidados pessoais por
muitas razões, mas o fazem principalmente para seu próprio bem-estar. Este é
particularmente o caso de 73% das mulheres e de todos os entrevistados na faixa
etária de 21 a 29 anos.
Três em cada cinco consumidores declaram investir em cuidados pessoais
para se sentirem melhor consigo mesmo, enquanto apenas metade deles declara
fazê-lo para serem atraentes para seus parceiros, e apenas dois em cada cinco
declaram fazê-lo para atrair um novo parceiro.
Enquanto três quartos dos consumidores se sentem pressionados para ter
uma boa aparência, menos da metade declarou se preocupar em procurar
aparentar estilo o tempo todo. As mulheres ficaram igualmente divididas nesta
questão, com 58% dos consumidores na faixa etária entre 21 e 24 anos tendendo
mais a manter seus padrões de estilo pessoais. Quanto mais velho o entrevistado,
menos a tendência de tentar demostrar estilo o tempo todo.
Ao redor do mundo, 87% dos brasileiros declararam se preocupar seu estilo
o tempo todo; seguidos pelos portugueses (79%) e gregos (76%). Na outra ponta
da escala de estilo, quatro em cada cinco pessoas em Hong Kong declaram não
se preocupar com seu estilo o tempo todo.
(Todos os dados desse item foram retirados do The Nielsen Company –
abril/2007)
2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS
Doenças psicológicas são enfermidades da mente. Porém, isso não quer
dizer que não afetem gravemente o corpo físico do indivíduo. Anorexia, bulimia,
depressão, neurose, pânico, entre outros problemas da mente estão relacionados
a um estresse provocado a esse indivíduo. Uma pressão como a feita pela mídia
em relação a como se deve comportar, ser, agir e viver para ser aceito na
sociedade, transforma pessoas saudáveis em pessoas mentalmente doentes, e
futuramente fisicamente enfermas.
Em uma escola, por exemplo, onde dentre todos os alunos magros existe
um único gordinho, normalmente crianças tem a terrível mania de colocar apelidos
nos colegas, e ele logo será chamado de “botijão de gás”, “rolha de poço” e etc.
Crianças sugam as influências muito mais depressa que os adultos e passam a
crescer com aquilo na cabeça; “eu sou gorda, não sou igual aos outros”.
Para a psicóloga Priscila Monaim da Silva, quando acontece algo assim
com uma garota muito jovem, chega uma hora em que ela nem é mais gorda, mas
ainda acha que é por causa da pressão que teve a infância toda.
“Essa ditadura da moda é muito cruel, pois pode
trazer sérios problemas para essa pessoa que ainda está em desenvolvimento. Se a pressão for muito grande quando ela tem, por exemplo, 13 anos, com seus 20 anos ela pode ainda não aceitar o jeito que é. Resultando em uma depressão profunda e graves traumas. A beleza deve estar relacionada com a alma e não com o estereotipo” (Silva, 2008)
Vamos pensar que um individuo assiste TV pelo menos 4 horas por dia, e
nessas 4 horas as jornalistas, as atrizes das novelas, as apresentadoras de
programas e as atrizes de filmes são todas magras, de cabelos lisos e loiros e
todo mundo diz que elas são lindas, isso acontece por tanto tempo que essa
pessoa passa a acreditar que aquilo é o que também acha ser o belo, e como o
ser humano tem a tendência de fazer às coisas para agradar os outros, passa a
querer se tornam igual a eles. Entretanto seu corpo não tem a mesma estrutura e
não pode ficar tão magra. Parar de comer, ou se arrepender de ter comido e
vomitar depois, ou até então, ficar deprimida, porque nunca vai conseguir ser igual
às celebridades, tornam sua mente doente. E a partir daí, seu corpo vai ficando
fraco e doente também, pois não se alimenta direito, não descansa bem e nunca
está bom o suficiente. Este é um quadro que caracteriza uma doença psicológica.
Em entrevista a revista CNR – 3 notícias a nutricionista Dra. Renata David
Kitade afirma que:
O padrão de beleza imposto hoje em dia, principalmente às mulheres, tem limitado hábito alimentar de muitas delas. A magreza é vista pela sociedade como algo belo e adequado, porém é um conceito equivocado. Vários adolescentes acabam adoecendo por conta deste padrão e as famílias, muitas vezes, nem sabem que o filho está doente. O regime, a necessidade de emagrecer, faz com que a pessoa fique debilitada. É quando surge a doença conhecida como Transtorno Alimentar, que necessita de uma equipe multidisciplinar em seu tratamento, com acompanhamento nutricional, terapêutico, psiquiátrico e psicológico. (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)
“O ideal de magreza e a liberação ascética do corpo, na qual podem se
deixar ver a salvaguarda oculta do ego ideal e os efeitos do narcisismo primário
absoluto, é ainda mais coercitiva à medida que no corpo se manifesta o desejo
primitivo de incorporação e identificação primária, face ao qual exerce a função de
contra o investimento: assim, com freqüência, o orgulho anoréxico se inverte em
vergonha bulímica de maneira catastrófica”. (Bernard Brusser, 1999, p 54)
http://www.crn3.org.br/atualidades/revistas/arquivos/edicao_084_entrevista.pdf
2.7.1 Anorexia
Anorexia é uma doença psicológica em que o indivíduo induz a falta de
absorção de alimentos. Uma pessoa anoréxica simplesmente se recusa a comer e
com o tempo passa a não conseguir mais ingerir alimentos, por causa de uma
recusa que seu organismo faz contra o alimento.
A doença ocorre na adolescente após a
puberdade, atingindo mais o sexo feminino. Ocorre uma acentuada perda de peso induzida, e um grande medo intenso de engordar ou de ser gorda. A garota anorexica possui um forte desejo de emagrecer, e acaba com alterações muito acentuadas na imagem corporal e amenorréia, ou seja, uma ausência de menstruação por três meses ou mais. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES, 1998. p.17)
A adolescência é um período de mudanças sociais, emocionais e físicas
importantes (puberdade) e, portanto a jovem terá que se readaptar a sua imagem
corporal, juntamente com sua imagem global e seu papel na sociedade. Nas
jovens que desenvolvem anorexia nervosa, o julgamento de sua imagem corporal
mantém-se alterado, fazendo-a sentir-se com as formas maiores do que são na
realidade.
Com a perda de peso auto-induzida a alteração da imagem corporal das
jovens, contribui para que essas mantenham a dieta iniciada e estas passam a
executar atividade físicas excessivas e/ ou utilizar medicamentos a fim de perder
peso, como laxantes, diuréticos ou moderadores de apetite. Estatísticas
compravam que jovens com anorexia nervosa induzem o vômito para forçar o
emagrecimento. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES,
1998. p.18)
2.7.2 Bulimia
Cerca de 90% dos casos de bulimia são em mulheres, principalmente
aquelas no início da adolescência e jovens entre 20 e 30 anos. Como a anorexia,
a bulimia nervosa apresenta causas complexas, nas quais fatores psicológicos e
socioculturais interagem. A pessoa com esta doença consome uma grande
quantidade de alimento, freqüentemente de forma incontrolável e rápida. Uma
bulímica pode ingerir entre 1000 e 6000 calorias ou mais em um simples e breve
episódio bulímico, a maior parte da comida é constituída de doces, rica em
calorias e com textura que permite que desça rápida e facilmente. Acontece
também um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar
durante os episódios bulímicos. Uma vez ingerido essas calorias a pessoa que
sofre dessa doença sente-se culpa e força o vomito. Uma “falsa solução” que
passa a virar uma mania, um costume e depois se transforma uma obsessão e
uma doença (Fleitlinch e Guimarães, 1998, p. 26 e 27)
Bulímicas se parecem com anoréxicas na sua obsessão por comida, sua
excessiva preocupação com a forma corporal e o peso, assim como com seu
medo de serem ou de se tornarem gordas. Bulímicas podem emagrecer durante a
doença, geralmente seu peso não cai abaixo do mínimo para sua altura e idade. A
forma corporal da bulímica não aparenta ser diferente. Uma pessoa bulímica em
geral é extremamente vaidosa, porém muitas vezes esconde o corpo sob roupas
folgadas, acreditando-se “acima do peso” e tendo vergonha de vestir roupas
apertadas ou de banho. (Cordas e Cobelo, 1998, p. 28)
2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão
Para a nutricionista Renata David Kitade, a necessidade de agradar as
outras pessoas leva o indivíduo à doença e afirma que a participação nessa
vontade de estar dentro dos padrões é muito grande:
Dentro dos aspectos emocionais, a necessidade de
corresponder às expectativas dos outros e o perfeccionismo, como ter um corpo magro e belo seguindo os padrões da nossa sociedade, levam a pessoa a ficar doente. “Os Transtornos Alimentares podem estar ao lado de outros transtornos como depressão e transtorno obsessivo compulsivo. Chamamos isto de comorbidades.O baixo peso também pode causar depressão. Na minha opinião, o trabalho com os Transtornos Alimentares deveria ser muito mais preventivo, com a participação de diversos setores da sociedade e mídia em geral” (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)
Depressão é doença. Não é frescura, pode resultar em graves problemas
para vida, principalmente de um jovem. Deve ser tratada como qualquer outra
enfermidade. O importante é saber definir a diferença entre tristeza e depressão,
se for diagnosticado como depressão, a medicação e tratamento psicológico
devem ser feito com urgência.
Os sintomas mais comuns da depressão são: apagadores, fadiga, dificuldades de concentração, isolamento, dores crônicas e sem motivo clinico, irritabilidade, insônia ou excesso de sono, auto – imagem negativa, falta de apetite e impulsos suicidas. (TELES, p.14).
A ilusão do querer ser grande, o desejo de estar dentro dos padrões sociais
inseridos na nossa sociedade marca profundamente as pessoas, as fazendo sentir
como se estivessem em um buraco vazio, onde se agigantam e agitam os
fantasmas da ansiedade e da depressão. (TELES, p.22)
Se adultos sentem-se envergonhados e vitimas de preconceito em relação
a seus corpos fora do padrão, o que aconteceria com uma criança em formação
físico e intelectual. Cresce o número de “pequenas” vítimas de depressão,
crianças que deveriam estar se divertindo sem muitas preocupações se fecham
em seus mundos por medo da rejeição.
A pessoa pode, na depressão, apresentar uma perda significativa de peso e sucessivos sentimentos de autodepreciação e ameaças ou tentativas de suicídio. A própria depressão e o gesto suicida são uma espécie de pedido de socorro de uma pessoa que não esta suportando “levar a vida” sem ajuda. Geralmente, por trás da depressão está muita frustração, muitos desejos não realizados. (TELES, p.15).
A primeira coisa para que o individuo esteja bem com o mundo e com as
pessoas é estar bem consigo próprio. O que significa gostar de si, de seu corpo,
aceitar-se e ter autoconfiança, algo bastante difícil para o jovem que, nessa fase,
tem um corpo que demora a se definir, tateia num mundo novo e não sabe como
responder às demandas que lhe são feitas. (TELES, p. 35).
2.8 PROBLEMA
Como podemos mostrar ao público os perigos de tentar ser um ícone de
beleza? Como lançar o debate sobre as questões referentes aos padrões de
beleza imposta pela mídia e a interferência deles no comportamento dos jovens.
Como mexer em algo que é muito sensível para todos os seus espectadores?
É muito fácil e simples apontar que a mídia corrompe a percepção da realidade.
Porém a própria admite a situação, e a retrata. A grande questão seria como
entender a co-dependência do ideal de beleza social e a perigosa construção
desse ideal pela mídia regida por padrões econômicos. E como falar a um público
que reconhece o problema mas não sabe superá-lo?
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
- Conscientizar os jovens sobre os padrões de beleza impostos pela mídia.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Apontar alguns mitos da beleza no decorrer da história;
- Apresentar pesquisas sobre mulheres que querer se tornar “perfeita”;
- Mostrar as doenças psicológicas decorrentes desse vício de estar com o corpo
na moda;
- Passar definições dos conceitos do belo;
- Criticar e mostrar a influência dos meios de comunicação na criação dessa
beleza pré-fabricada;
- Mostrar o porquê dessa influência;
- Entender o que as pessoas envolvidas na moda pensam a respeito;
- Apontar algumas situações da história que influenciaram a sociedade;
4 JUSTIFICATIVA
Hoje o padrão proposto pela publicidade e pela mídia é a top model de
figura longilínea e magra, do tipo Gisele Bündchen, Cláudia Schiffer ou Cindy
Crawford, ou estrela de cinema estilo Sharon Stone ou Júlia Roberts. Depois de
várias pesquisas, a equipe constatou que há uma carência de produtos sérios e
aprofundados sobre o assunto, principalmente voltados para o público jovem. É
necessário mostrar todos os problemas que essa compulsão por um corpo
considerado “perfeito”, pode causar.
A pressão social para se atingir esse ideal de beleza é de tal magnitude,
que leva milhões de pessoas no mundo inteiro a gastarem fortunas em cosméticos
ou a recorrerem á cirurgias plásticas e academias como recurso para enquadrar-
se no padrão de beleza imposto pela mídia. Algumas dessas pessoas entram em
grandes dietas passam a ficar sem comer ou vomitam o que comeram. Entram em
grandes depressões e se tornam compulsivas em relação ao corpo perfeito.
Meninas com 10 anos já estão querendo ficar magras a todo custo, mesmo que
sua estrutura corporal não sustente tanta magreza, acabam desenvolvendo
distúrbios como anorexia e bulimia. Essas se tornaram ao longo do tempo as
principais doenças da moda, mulheres doentes por uma beleza pré - fabricada,
doentes por um corpo irreal, sem formas e muitas vezes sem vida. Essas doenças
levam muitas mulheres e meninas à morte.
Segundo Lenita Vennante, professora de Português da 8° e diretora
pedagógica do Colégio Stella Maris, essa influência é vista cada vez mais cedo
dentro das salas de aula;
“Como são muito jovens (13-14 anos) observa-se que apreciam
determinadas artistas, ás vezes imitam-nas na forma de se vestir, falar ou repetem
seus trajeitos. Percebe-se o interesse das meninas em sala de aula, pois trazem
fotos, revistas, conversam e até escrevem seus celebridades preferidas".
Segundo o professor de História da 8º serie do Colégio Stella Maris,
Hor-Meyll T. Leite Junior, o mais interessante é ver as meninas vestidas como
suas personalidades preferidas;
“É visível em sala de aula a busca das meninas por uma beleza fabricada
pela mídia, através de acessórios que compõe o vestuário das celebridades e que
são comercializados como instrumento de beleza, são muito usados nas escolas
principalmente nas meninas de 6°, 7° e 8° series”.
Com esse documentário pretende-se mostrar a influencia do mundo da
moda e da beleza idealizada pela mídia e que a verdadeira forma de belo é
totalmente relativa. Alertando que esse complexo gerado pela mídia ao fazer com
que as pessoas queiram ter um corpo perfeito pode acarretar muitos problemas,
físicos e psicológicos.
A proposta é esclarecer os adolescentes sobre os perigos de acreditar nos
padrões de beleza, que é normalmente um dos primeiros passos para algumas
das terríveis doenças psicológicas de que temos notícia. Se sentir inferior as
outras pessoas, por ser um pouco mais gorda ou mais magra do que o normal,
pode acarretar sérios distúrbios e é exatamente isso que se deve evitar desejar
ser como não é, pode virar um grande problema. E isso não faz sentido, pois
décadas iram se passar e levará com ela, a moda atual, trazendo muita coisa
nova.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para dar sustentação teórica ao projeto experimental “Quero ser Madonna”,
foram utilizadas obras de autores consagrados das áreas específicas que
envolvem o projeto. O embasamento teórico é fundamental para o
desenvolvimento de um trabalho científico, pois dá credibilidade para os assuntos
abordados e comprovam uma pesquisa na área. Para fazer esse trabalho usamos
fundamentações teóricas, as áreas de determinação de imagem, imagem na
comunicação, jornalismo e a imagem e o documentário.
5.1 A MÍDIA
A palavra mídia ou media significa “aquele que está no meio”. Quando nos
referimos aos meios de comunicação estamos associando-os aos instrumentos
que usamos para realizar um processo de comunicação em massa. Como por
exemplo, a Televisão, o rádio, o jornal, revistas, cinema, TV digital, internet e etc.
Segundo a professora Denise Stacheski, mídia é todo o meio (juntamente
com um canal) que transmite uma informação, normalmente com o intuito da
comunicação e do convencimento a outro ponto/receptor.
Uma característica típica dos meios de comunicação de massa é a
possibilidade que apresentam de atingir simultaneamente um grande número de
pessoas. Para alguns, os primeiros meios de comunicação de massa foram os
livros. No século passado onde a mídia se expandiu não havia a ideia de que a
difusão da informação deveria ocorrer em tempo real, mas que deveria haver um
intervalo de tempo limitado entre a emissão da mensagem e a sua recepção.
A imprensa no Brasil teve seu surgimento tardio caracterizado pela
ausência de burguesia e capitalismo. Seu surgimento foi decorrente da chegada
da família real, em 1808 e tinha como objetivo passar as informações do que
acontecia com a realeza, como se fosse um diário. (SEABRA, 2002, pág. 01)
“Sendo que o primeiro jornal do país, o Correio
Braziliense, era editado na Inglaterra e proibido de circular em território nacional. O segundo jornal brasileiro, A Gazeta do Rio de Janeiro era uma espécie de Diário Oficial da Coroa Portuguesa”. (SEABRA, 2002, p.01)
5.2 A IMAGEM
Imagem é a representação gráfica, plástica, fotográfica, cinematográfica e
televisiva de uma pessoa, um objeto ou uma cena (Novo Dicionário Aurélio -
1988).
Não há duvida que a relação com a imagem é muito antiga. A partir de
desenhos rupestres, os antepassados deixaram gravadas as primeiras expressões
de cultura. De lá para cá muitas transformações ocorreram, e a evolução da
imagem foi firmando sua credibilidade.
Com o surgimento da televisão, essa relação (homem e imagem) mudou o
mundo. Tudo que antes era informado pelos jornais, revistas e ouvido pelo rádio,
passa a ganhar vida televisiva e vista como se estivesse acontecendo dentro de
cada casa. O que maravilhou a todos e ganhou a preferência nacional. Hoje
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2002,
cerca de 90% da população brasileira possui uma televisão em casa, e cerca de
150 milhões de brasileiros não têm acesso a outro veiculo de comunicação que
não seja a televisão, e muitos outros mesmo tendo acesso preferem a notícia na
forma televisiva.
“... há uma proporção muito importante de pessoas que não lêem nenhum jornal; que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações. A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das cabeças de uma parcela muito importante da população”. (BORDIEU, 1997. Pág.23)
Eugênio Bucci em “Videologias” mostra uma televisão que revolucionou a
sociedade quando surgiu nos anos 50, e a cada evolução foi se tornando o meio
de comunicação que formava opiniões, e até hoje dita tendências, modas, estilos.
“Foi a televisão que forneceu ao brasileiro a sua auto - imagem”. (BUCCI, 2005,
p.26)
“Pelas novelas, a televisão, além de delimitar o espaço público, começou a alimentar o repertório do espaço privado: olhando para a tela, as mulheres aprenderam a se vestir e os adolescentes aprenderam a namorar; diante da TV, os brasileiros começaram a sonhar seus sonhos modernos”. (BUCCI, 2005)
5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO
Não podemos considerar a imagem como um objeto, nem como um
espaço. Para André Parente é a linguagem que faz da imagem um objeto. “Se a
imagem se torna um objeto, é melhor falar a linguagem que se lhe impõe, e que
diz: eis meu corpo (realidade empírica ou transcendental). Conhecemos a imagem
por esse sinal, em função do que através dela se faz dizer, a imagem como um
lugar próprio, uma idéia distinta”. (PARENTE, 1993. p.29)
“Hoje com a industrialização da imagem, a imagem pensa em nosso lugar. Havíamos feito da imagem nossa morada, doravante ela faz de nós sua morada, uma morada onde o hospede, há muito tempo passou a ser um convidado indesejável. Perdemos de fato a terra, o aqui e agora da experiência sensível, devemos nos conformar com um novo corpo que nos emprestam, com uma roupa de dados que determina as possibilidades de uma ação já programada? “(PARENTE, 1993. p.29)
As noticias antes lidas em linhas sem vida, ganham cores, formas e
movimentos. O que as torna muito mais reais e convincentes. Para Julio Plaza, a
imagem passa a não ter só a função de registrar o imaginário, de significar e de
dar sentido ao mundo, passa a ser usada como meio de registro de conhecimento.
5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM
O estudioso e teórico canadense Marshall Mcluhan quando fala sobre a
mídia, seus impactos e o comportamento do receptor, diz “O comportamento da
TV, é inexplicável para as pessoas condicionadas pelo meio quente do jornal, que
vive do conflito de opiniões e não do envolvimento em profundidade numa
situação”. (MCLUHAN, 1964. p.347)
A televisão está envolvida com as transformações culturais do Brasil, mas
que isso, este é o meio de comunicação de massa responsável por determinar
para o público como seria o “certo” a pensar.
“(...) as instituições dominantes têm de prover e até
mesmo criar as necessidade de multidões e de participantes anônimos da mesma forma que desenvolvem mecanismos eficazes para controlar essas massas humanas, faze-las produzir, consumir e se conformar com seus destinos e sonhos”. (SANTOS, 1999. p.66)
Com base na citação feita por Santos, podemos ver a influência que a mídia
têm sobre o público. Com base nisso pode-se analisar o perfil psicológico do que
se entende como impacto sobre o público, influenciando-os na forma de vida.
Para a apresentadora e jornalista Carla Lima, comportamentos nos quais
achamos que são somente de nossa vontade e não de outras influências, acaba
sendo inserido em nossa vida sem que percebamos e fazendo parte do nosso
cotidiano. “Acaba sendo involuntário, precisamos saber analisar o que é bom e
ruim na televisão”, afirma ela.
Segundo o jornalista e apresentador Gilberto Campos em entrevista para a
nossa equipe, a televisão influência as pessoas por ser o meio mais utilizado das
pessoas que não tem melhores condições:
“(...) quantos dias em uma semana você fica sem
assistir TV? No Brasil a televisão sempre foi uma grande janela para ver o mundo mais de perto. Garantiu informação e entretenimento de forma gratuita. Foi o jornal, o teatro, o cinema, o estádio, até a escola de quem não tinha melhores condições. Até hoje serve de espelho, uma referência para os padrões e comportamentos. Tem, para o futuro, o desafio de disputar esse poder com o avanço da Internet”. (CAMPOS, 2008)
Para Eugênio Bucci e Maria Rita Kehl, a TV une e iguala, no plano do
imaginário, um país cuja realidade é constituída de diferenças, conflitos e
contradições violentas. A TV conseguiu produzir a unidade imaginária onde só
havia disparates materiais. Ela cria um lugar em que o povo gostaria de viver, e
ele por sua vez acredita que aquilo é o que realmente está acontecendo no seu
país, pois é aquilo que a televisão está passando. Sem essa unidade, a televisão,
o Brasil não se reconheceria como Brasil. Ou, pelo menos, não se reconheceria
como o Brasil que tem sido.
“As novelas exercem uma função capital. Foram elas que infundiram nos brasileiros o hábito de ver TV. Ligar a TV todas as noites tornou-se algo tão essencial como jantar todas as noites. Entre os anos 1970 e 1980, as novelas eram capazes de prender mais de 70% dos telespectadores. Eles inventariaram, consolidaram e sistematizaram o repertório da vida privada do brasileiro: vendo novelas, as mulheres de classe média aprenderam a se vestir e a comprar o sofá da sala, as famílias mais pobres tiveram noções de controle de natalidade, os adolescentes aprenderam a namorar” (BUCCI, 2005. p.224)
Segundo a radialista e professora de Rádio e TV, Patricia Brum, tudo aquilo
que é “mostrado” na TV tem uma importância muito maior para nós do que se
fosse apenas dito. Por isso sofremos tal influência. “Damos maior importância
quando um meio de comunicação em massa nos expõe tal problema, coisa que
muitas vezes foge da verdadeira realidade. Somos iludidos por uma falsa
realidade o tempo todo, isto é a televisão”, declara a professora.
5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM
Se antes a fotografia trouxera uma grande alteração na percepção da
informação, a televisão trouxe a dinâmica. Pedro Celso Campos, professor da
UNESP, faz um breve relato da história do Telejornalismo no Brasil. Aponta como
primeiro telejornal brasileiro o Imagens do Dia que nasceu com a TV Tupi de Assis
Chateaubriand (Diários Associados) em 19 de setembro de 1950. Possuía um
formato simples, onde o locutor Rui Resende produzia e redigia as notícias e
algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco, sem som. O
Telejornal durou um ano.
Segundo o professor, o primeiro jornal de sucesso da televisão brasileira foi
o Repórter Esso, também da Tupi. Foi para o ar em 17 de junho de 1953 e
permaneceu até 1970, com sua inesquecível vinheta de abertura (“Aqui fala o seu
Repórter Esso, testemunha ocular da História”), apresentado pelos locutores de
rádio: Kalil Filho e, depois, Gontijo Teodoro.
No final da década de 60, as inovações tecnológicas vindas dos EUA,
transformaram o telejornalismo brasileiro. Criado por Armando Nogueira o Jornal
Nacional, da Rede Globo de Televisão, estreou em 1º de Setembro de 1969,
tornando-se líder de audiência. “O Jornal Nacional foi o primeiro a apresentar
reportagens em cores, o primeiro a apresentar reportagens internacionais via
satélite no instante em que os fatos ocorriam”. (CAMPOS, 2003. p.01)
“Em 1977 a Globo São Paulo colocou no ar um jornal de serviço: Bom Dia São Paulo. Que incorporou novas tecnologias: foi o primeiro a usar a UPJ (Unidade Portátil de Jornalismo) com repórteres entrando ao vivo de vários pontos da cidade, transmitindo informações de serviço como tempo, trânsito, movimentação da cidade, aeroporto etc. O sucesso deu origem ao Bom Dia Brasil, em 1983”. (CAMPOS, 2003. p. 01)
A história do telejornalismo brasileiro destaca, também, o TJ Brasil, lançado
em 4 de setembro de 1988, no Sistema Brasileiro de Televisão- SBT. Também se
inspirou no formato americano ao inovar com a figura do âncora Boris Casoy.
Também em 1997 a televisão brasileira ganhou outro jornal importante, o Jornal
da Band, igualmente influenciado pelos costumes americanos, apresentado por
Paulo Henrique Amorim, com um estilo forte e opinativo, com informações
exclusivas e ao vivo. (CAMPOS, 2003)
A imagem transformou o jornalismo. Com o surgimento das imagens
televisivas e a criação do telejornalismo, a aparência de realidade da imagem
televisiva e a sensação de acesso direto ao mundo, ao vivo e em movimentos, se
tornaram padrão. Guilherme Jorge de Rezende em “telejornalismo no Brasil: um
perfil editorial” analisa a palavra e imagem no telejornalismo. Para ele a ação
hipnótica exercida pela TV pode fazer com que uma pessoa que inicialmente
queria assistir um programa determinado passe a tarde toda vendo toda a
programação da rede. (REZENDE, 2000, p.31).
É necessário lembrar, ainda, que no telejornalismo o papel da palavra é dar
apoio à imagem. O texto só tem sentido quando está casado com a imagem,
quando se relaciona com ela, quando não entra em conflito com ela. Ambos
precisam se completar, ao invés de caminharem em paralelo, pois neste caso um
não faria falta ao outro. (CAMPOS. 2003)
A função do jornalista é transmitir para a sociedade informações do que
está acontecendo no seu cotidiano. A teoria do espelho define o bom jornalista
como um observador desinteressado, que relata com honestidade e equilíbrio tudo
o que vê cauteloso para não emitir opiniões pessoais. (VIZEU, 2005) Depois do
surgimento dos telejornais essa função do jornalista passa a ser muito mais clara,
pois o profissional passa a mostra com imagens o que está ocorrendo, o que faz
ser mais fácil a aceitação e a crença em suas palavras.
5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE
Para se tornar um profissional de jornalismo é preciso ter muita
responsabilidade, pois sua função é passar informações e ser um espelho da
sociedade e do que acontece nela. Mudar ou não opiniões sobre determinados
assuntos e se informar dos acontecimentos do mundo. Por isso a base é a
veracidade passada pelos jornalistas.
“(...) as raízes da responsabilidade estão no fato de
que somos, ao mesmo tempo, seres individuais e sociais cujas decisões e ações inevitavelmente afetarão os demais. O próprio fato de que tem capacidade ou poder de influenciar ou serem influenciados pelos outros, de modo profundo, para o bem ou para o mal, exige que nos comportemos de modo reciprocamente responsável, para que a própria sociedade subsista. Quanto maior for o nosso poder ou capacidade de influenciar os outros, mais pesados serão os nossos deveres morais. Este é o fundamento geral para a noção da responsabilidade”. (HODGES, 1986. p. 19)
Alberto Dines afirma que o esse profissional também exerce um papel de
instrutor, pois como o processo de informar é formador de opinião, o jornalista
passa a ser um educador. (1986 p. 118).
O jornalista é mais que um qualquer na sociedade, ele se torna um
participante ativo na construção da realidade. Para Louis W. Hodges, citado no
projeto de conclusão de curso Documentário: Fala Sério, o jornalista além de
todas essas atribuições, é também um observador.
O jornalismo passa a ser uma profissão social, uma ponte de ligação entre
sociedade e fatos.
“Uma vez que nem todos os cidadãos podem ter acesso direto aos poderes constituídos – executivo, legislativo e judiciário – eles necessitam de alguém que observe em seu lugar como o governo cuida de seus interesses. Jornalistas são aqueles que observam por nós e nos informam sobre os nossos governantes. (...) eles constituem portanto um elo prático vital na cadeia das comunicações”. (HODGES, op.cit., p.24)
Complementando isso, Cremilda Medina define jornalista como um vaso
comunicante. Para ela, o profissional de jornalismo é “o canal por onde passa a
informação, é filtrada e preparada para atingir o maior numero de pessoas
possível”. (MEDINA, 1982, p. 110)
Na opinião da jornalista Simone Bello, a ética deve ser a maior busca do
jornalista de hoje:
“Embora muitos veículos de comunicação tenham esquecido o papel do jornalista é em função da censura. O profissional desta área tem o dever de ser imparcial diante da informação. Mostrar sempre os dois lados da noticia e relatar a população fatos que possam proporcionar e despertar o raciocínio e a reflexão. Melhorar os seus direitos e deveres. Acima de tudo ser ético, buscar sempre a verdade dos fatos, independente de qual seja o interesse do veículo de comunicação onde trabalha”. (BELLO,2008)
5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE
A palavra documentário se refere a documento, que vem do latim “doccere”
que significa ensinar. O documentário ensina através de fatos, imagens e
depoimentos, e constrói assim uma ligação da história com o publico. É um filme
que se propõe como um discurso a respeito do que chama de mundo: que mundo
é esse e como esse discurso se organiza é um problema de cada documentário
individualmente.
“Documentar já é ensinar, mostrar, divulgar,
estabelecer. É assim duplo o comprometimento do documentário sobre o autor com a escola ou com a “instrução informal do povo”: primeiro, por ser documentário, gênero que se afirma instrutivo nos seus propósitos, optar pelo documentário será embarcar na sua proposta educativa (formal ou informal), ou então discuti-la, se é que isso é possível dentro do próprio gênero.” (CESAR, 1980, P.9)
5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?
Documentário se caracteriza pelo compromisso com a realidade, mas assim
como o filme de ficção, ela não representa a realidade nua e crua, ´considerada
uma representação parcial e subjetiva da realidade.
Para Dorival de Paiva Chrispim, produtor do programa Mesa Redonda, da
Tv Transamérica, a definição para documentário é:
“Documentário é um gênero do cinema que tem
como principal característica explorar os detalhes reais. O que não significa dizer que a ficção está proibida. No documentário fatos subjetivos da nossa realidade também pode ser trabalhados, ou seja, como em tudo na vida o que vale mesmo é o talento e criatividade”. (CHRISPIM, 2008)
Uma das definições mais aceitas é que se trata de um gênero audiovisual
que registra situações quotidianas Sivio Darin (2004), cita a definição da Word
Union of Documentary:
“(...) Todo método de registrar em celulóide de qualquer aspecto da realidade interpretada tanto por filmagem fatual quanto por reconstituições sincera e justificável, de modo a apelar seja para a razão ou emoção, com objetivo de estimular o desejo e a ampliação do conhecimento e das relações humanas, como também colocar verdadeiramente problemas e suas soluções nas
esferas das relações econômicas, culturais e humanas”. (DARIN, 2004, p.16)
“O documentário é mais que uma reprodução da realidade, é uma
representação do mundo em que vivemos. Representa uma determinada visão do
mundo, uma visão com a qual talvez nunca tenhamos deparado antes, mesmo
que os aspectos do mundo nela representados nos sejam familiares. Julgamos
uma reprodução por sua fidelidade ao original, porém julgamos uma
representação mais pela natureza do prazer que ela proporciona, pelo valor das
idéias ou do conhecimento que oferece e pela qualidade da orientação ou da
direção, do tom ou do ponto de vista que instila. Esperamos mais da
representação que da reprodução”. (NICHOLS, 2005, p. 47 e 48)
Todo filme é um documentário. Mesmo a mais extravagante das ficções
evidencia a cultura que produziu e reproduz a aparência das pessoas que fazem
parte dela. Para Bill Nichols em a Voz do documentário, “poucos documentaristas
estão preparados para admitir, através do tecido e da textura de sua obra, que
todo filme é uma forma de discurso que fabrica seus próprios efeitos, impressões
e pontos de vista”.
“Na verdade podemos dizer que existem dois tipos de documentários. O documentário de satisfação de desejos: que são os filmes que mostram de forma tangível nossos desejos e sonhos, expressando aquilo que desejamos ou tememos que a realidade seja ou possa vir a ser. Oferecendo-nos mundos a serem explorados ou simplesmente nos deliciar com o prazer de passar do mundo que nos cerca para esses outros mundos de possibilidades distintas, conhecidos por nos como ficção. E o documentário de representação social são os que normalmente chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Torna visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social”. (NICHOLS, 2005, p.26)
Em seu projeto experimental “Y-ATA-OBÁ – O Reinado do Rosário”,
apresentado em novembro de 2000 Luciana Rodrigues d’Anunciação, Jornalista
formada pela UFMG, destaca bem a história do documentário.
“Em 1913, o explorador Robert Flaherty foi
convencido por Sir William Mackensie, seu contratador, a levar uma câmera para registrar sua terceira expedição. Como resultado, quase dez anos depois, em 1922, Nanook of the North, surgiu como o primeiro longa com uma estética própria e capaz de manter uma linha narrativa. Repudiando os pseudo-documentários que eram reconstituições em estúdio ou que tinham o próprio explorador como personagem principal, Flaherty parte da observação para mostrar a vida de uma família esquimó. Seu filme é considerado o ‘protótipo de um novo gênero’”. (ANUNCIAÇÃO, 2000)
Mas como Luciana afirma foi o escocês John Grierson, fundador da escola
documentarista inglesa quem começou a formalizar e normalizar o documentário
enquanto produto, atribuindo-lhe a função social de instrumento de educação das
massas e de formação da opinião pública. Grierson foi crítico, teórico e produtor
de documentários. Em seus artigos fundamentou o que hoje chamamos de
documentário clássico O filme Drifters, de 1929, fala sobre o trabalho dos
pescadores de arenque, é o único dirigido por Grierson.
Entretanto para Vertov, o cinema também tinha a função social de educar, mas
sua estética e temática passavam a quilômetros de distância da proposta de
Grierson. Enquanto o documentário inglês era de propaganda do império, o
cinema soviético, inspirado na arte futurista, era um elogio a tecnologia. Se os
ingleses eram de uma formalidade técnica, os soviéticos tinham no improviso e na
exposição da câmera sua marca. O "Cinema-olho" russo era rigorosamente contra
as encenações e dramatizações, toleradas e largamente utilizadas por Grierson.
Em O Homem da Câmera, realizado também em 1929, Vertov explicita sua visão
sobre o cinema.
Para João Moreira Salles em um encontro com alunos de Comunicação
Social da PUC, registrado no site www.cenaporcena.com.br
“O documentário é um gênero em que você tem a
possibilidade de refletir sobre a realidade de uma maneira delicada, íntima. E o seu público geralmente é um público que está interessado em discutir a realidade que está sendo mostrada. O público de documentário é um público mais qualificado. Mas é um gênero menor, pequeno. No Brasil ele se torna cada vez menor, muito em função da segmentação da televisão brasileira”.
Embora haja muita dificuldade da maioria do publico observar as diferenças
entre documentário e reportagem especial, elas existem. Segundo a professora e
jornalista Sandra Nodari (2004), em artigo publicado na Revista Significação e
citada no projeto Documentário: Fala Sério:
“(...) prova disso é que o Globo Repórter para muitos é considerado um programa de documentários, embora para qualquer pessoa que conheça um pouco mais da linguagem do cinema não seja difícil classificar como reportagens especiais”. (NODARI, 2003, p.167)
Segundo Nichols na história do documentário, podemos identificar no
mínimo quatro estilos, cada um deles com características formais e ideológicas
distintas. O estilo de discurso direto da tradição griersoniana, foi a primeira,
utilizava uma narração quase sempre arrogante. Em muitos casos, essa narração
chegava a dominar os elementos visuais, embora pudesse ser poética e
evocativa.
O segundo, o cinema direto, prometia um aumento do “efeito verdade”
graças à objetividade, ao imediatismo e à impressão de capturar fielmente
acontecimentos ocorridos na vida cotidiana de determinadas pessoas.
Aproveitaram as novas possibilidades técnicas e puderam produzir um diálogo
sincrônico nas locações. Nos filmes de puro cinema direto, o estilo busca tornar-se
“transparente”, como o estilo clássico de Hollywood – captando as pessoas em
ação e deixando que o espectador tire conclusões sobre elas sem a ajuda de
nenhum comentário, implícito ou explícito. (NICHOLS ,2005 pag. 48)
No terceiro estilo existia o discurso direto, onde o personagem ou narrador
falava direto com o espectador, através da câmera, geralmente em forma de
entrevista. E o mais novo dos estilos o documentário auto- reflexivo mistura
passagens observacionais com entrevistas, a voz sobreposta do diretor com
intertítulos, deixando patente o que esteva implícito o tempo todo: o documentário
sempre foi uma forma de re-presentação, e nunca uma janela aberta para a
“realidade”. (NICHOLS, 2005, pag 49)
O documentário, portanto é uma forma de atrair a atenção do publico para o
que está ao redor, por meio de imagens e falas. Compreende-se que o
documentário assume a voz do personagem. Portanto, o jovem deverá sentir-se
fazendo parte dessa criação e a mensagem será melhor interpretada se esse
processo fosse feito.
Utilizar recursos de cor e movimento, aliados a uma linguagem adequada,
são os recursos mais apropriados para uma boa transmissão de mensagens aos
jovens. Um dos meios mais utilizados hoje para se falar com jovens é o vídeo clipe
que se assemelha muito com o documentário pela liberdade de criação que o ator
tem.
Por esses motivos a escolha do documentário para falar com o jovem,
liberdade de imagem, cor e diversão estarão muito presentes no projeto “Quero
ser Madonna”.
6.0 METODOLOGIA
Esse trabalho foi feito em etapas, o objetivo é mostrar passo a passo como
tudo foi selecionado para a construção desse projeto. O tema foi escolhido com a
junção dos gostos e idéias das duas componentes da equipe, uma escolheu a
influência da mídia na sociedade e outra a história da beleza. As idéias foram
unidas e ficamos com o tema a influência da mídia na construção dos mitos da
beleza.
Foram selecionado alguns livros sobre a história da beleza e da moda, dos
autores que mais nos agradou. E uma lista de mitos da beleza desse século, foi
feito, para seguirmos uma idéia do que foi passado em cada época. Uma
pesquisa foi realizada com universitários, mulheres maduras e meninas de ensino
médio acima de 16 anos, perguntado-lhes se elas se sentiam pressionadas pela
mídia sobre seus corpos. A partir das pesquisas foi notado que a grande maioria
das pessoas acreditam que a mídia influência como queremos nosso que corpo
esteja, achamos que o melhor meio de mostrar essa influência fosse através de
um livro reportagem. Porém ao estudar como seria fazer um livro reportagem,
vimos que o melhor meio de falar ao jovem seria um documentário, pois a
linguagem está mais próxima do público.
Foram selecionados alguns documentários para analisar como ele é
construído e entramos em contato com alguns profissionais da área. Definimos por
fim, como objetivo principal, informar a intensidade da influência da mídia no
comportamento das mulheres (meninas). Verificamos também as doenças
psicológicas que essa influência pode acarretar e entramos em contato com
alguns psicólogos.
Foi encontrado uma pesquisa da Nilsen Company e analisamos
comparando com o que tínhamos notado na nossa. Os mitos atuais também foram
encontrados.
Concluímos que as pessoas sabem que são influenciadas mas não
assumem que fazem parte disso. Porém todas elas tem como ideal de beleza
algum mito construído pela mídia.
6.1 RESULTADOS DA PESQUISA
Essa pesquisa foi realizada com 50 pessoas, nas datas de 25 de abril a 12 de
maio de 2008. Os locais onde foi realizada foram:
- Universidade Tuiuti do Paraná
- TV Transamérica
- Companhia de Habitação do Paraná
- Colégio Stella Maris
E os resultados foram que:
1) Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo
esteja?
0
5
10
15
20
25
30
35
40
SIM NÃO
2) Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia?
3) Gostaria de ter a beleza dela?
Legenda: 27 pessoas respondem não; 23 pessoas respondem sim.
0 5 10 15 20 25
Gisele
Aline
Ana Paula
Karina
Marilyn
Penelope
Outros
SIM
NÃO
4) Você acha que está dentro do padrão de beleza?
Legenda: 29 pessoas (de 50 entrevistados) respondem que acham que não estão
nos padrões impostos pela mídia.
6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA
A pesquisa apresenta como resultado que as pessoas sentem a pressão
que é exercida pela mídia para terem o corpo perfeito e dos mitos lançados por
eles. E ainda sim, acreditam que sendo como elas, seria o melhor para suas vidas.
As pessoas de hoje acabam cedendo à idealização dessa beleza pré-fabricada
pela mídia, mesmo não assumindo. A maioria das pessoas que responderam a
pergunta: “Você acredita que seria mais feliz sendo bonita como elas?”,
responderam não, entretanto 5 delas estavam com a franja do mesmo estilo da
Silvia (personagem de Aline Morais em Duas Caras) e outras 4 assumiram estar
fazendo dieta, pois se consideram acima do peso padrão.
A influência é sofrida por todos mais está imposta a tampo tempo na vida
das pessoas que acaba se tornando algo natural e imperceptível.
SIM
NÃO
7. DELINEAMENTO DO PROJETO
7.1 PROPOSTA
O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” terá
duração de vinte minutos, dando abertura a discussão da construção dos mitos de
beleza pela mídia, e proporcionando informações em um curto espaço de tempo e
em uma linguagem simples de fácil entendimento para o publico alvo, não
correndo o risco de tornar-se monótono.
Para garantir a veracidade do conteúdo, foram feitos depoimentos com
profissionais especializados no assunto, além de conter imagens de filmes e
novelas que mudaram o comportamento das mulheres.
7.2 PUBLICO ALVO
O publico alvo desse documentário são jovens, na sua maioria meninas,
entre seus 11 e 18 anos. Idade essa em que estão desenvolvendo não só a parte
física como também seu senso critico, aumentando assim sua vulnerabilidade em
relação as influências ditadas pela sociedade.
7.3 FORMATO
O documentário será uma produção de 20 minutos de duração, que irá suprir
a falta de informação dos jovens sobre a influência da mídia na construção dos
mitos de beleza. A finalidade será mostrar a esses jovens que a beleza não deve
ser algo imposto e sim de cada um.
Esse projeto contará com depoimentos de profissionais relacionados ao
tema, offs com informações, imagens de filmes, novelas e fotografias que mostrem
a influência dessa mídia na formação de comportamento das pessoas e também
terá uma dramatização para facilitar a compreensão do assunto.
7.4 DISTRIBUIÇÃO/ VEICULAÇÃO
O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” será
veiculado no DOC/TV, e deverá se distribuído em todas as escolas publicas de
ensino fundamental e médio do estado. Com proposta de ser vendido juntamente
com jornais diários.
7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA
O custo total para concretização do documentário é de R$ 5.280,30. Este
custo inclui um cinegrafista, um assistente de câmera, um editor de imagens e
dois produtores. Para cobrir gastos, o documentário contará com o patrocínio da
C&A Assessoria em comunicação, Agência de Modelos Luxx Casting, Jean Louis
David Cabeleireiro e Loja Maria Cereja, através da lei de incentivo. Dessa forma, o
projeto é economicamente viável, já que o custo é baixo e existe interesse de
patrocínio.
7.6 TABELA DE CUSTOS:
Equipe técnica/ objetos necessários
Valor Quantidade SUB-TOTAL
1 Cinegrafistas R$ 110,20 15 horas R$1.653,00 1 Assistente de câmera
R$20,00 15 horas R$300,00
1 Editor de imagem R$ 25 (por minuto editado)
40 minutos R$1000,00
4 Atores R$ 30 (por dia) 3 dias R$ 360,00 3 figurantes R$ 10 (por dia 2 dias R$ 60,00 2 Produtoras (jornalistas)
R$ 78,80 (por dia) 10 dias R$1.576,00
Gasolina R$ 2,43 10 litros R$24,30 Refeição R$ 7,00 12 (cinegrafista,
assistente, produtoras, 3 dias)
R$84,00
Gráfica/ cenário R$ 100,00 1 R$150,00 Mini DV R$ 8,00 6 fitas R$48,00 Fantasias R$ 75 1 R$75,00 Equipamento (aluguel)
R$ 150,00 3 dias R$450,00
TOTAL 5.780,30
Possíveis patrocinadores:
C&A ASSESSORIA EM
COMUNICAÇÃO
R$ 1.330,00
AGENCIA LUXX CASTING R$ 1.330,00
LOJA MARIA CEREJA R$ 1.330,00
JEAN LOUIS DAVID CABELEIREIRO R$ 1.330,00
8.0 CONCLUSÃO
O projeto “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” é um
documento visual que nasceu com o propósito de conscientizar os jovens sobre
os padrões de beleza impostos pela mídia e fazê-los conhecer, efetivamente, os
perigos que a busca pelo corpo perfeito pode trazer.
Após a idealização deste projeto, foi possível verificar que ele poderá servir
de apoio para ajudar na formação do pensamento crítico dos jovens a respeito
dos padrões de beleza que servem de referência para eles. Este material trás uma
importante mensagem e pode ser visto em escolas de ensino fundamental e
médio.
Adolescentes e jovens em geral reagiram de forma positiva e com
aprovação ao assistir o documentário parcialmente concluído. Disseram aceitar a
forma como foi exposta a influência da televisão em suas vidas e que apesar
desse assunto ser muito comentado, existe nos meios de comunicação uma
carência de informação voltada ao público jovem.
O que mais se destacou após a conclusão do trabalho é que as pessoas
não aceitam que são diariamente influenciadas, acreditam que são pessoas
felizes e que aprovam a forma como seu corpo é, porém podemos perceber
através da própria aparência que elas tem, que agem de forma contrária, sempre
buscando novas dietas, fórmulas mágicas de beleza e até mesmo intervenções
cirúrgicas para ficar dentro do padrão idealizado como belo. Foi também notado
que as em geral cada vez mais cedo os jovens estão aderindo a medidas radicais
para modificar o seu corpo de forma que fique mais adequado com aquilo que eles
imaginam ser o corpo perfeito.
Se formos analisar, desde os tempos antigos os padrões de beleza se
fizeram presentes. Diferenciando-se por localidades e tempo, o que é bonito na
Índia é esquisito no Brasil, assim como os cabelos usados na década de 80 seria
motivo de gozação nos dias de hoje. Com esse projeto podemos concluir que, as
influências sofridas pela mídia em geral sempre existiu e existira eternamente,
cabe a cada um absorver somente as coisas boas para sua vida, como cuidar bem
de seu corpo sem radicalizar. A beleza verdadeira está dentro de cada um de nós,
ser feliz do jeito que se é.
9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Livros:
ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte poética. 14º edição. Ediouro publicações S.A.
Rio de Janeiro. Tradução de Antonio Pinto de Carvalho.
BAUDOT, François. A moda do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2002.
COSTA, Maria Thereza de Rezende (tradução).
BUCCI, Eugênio; KEHL, Maria Rita. Videologias. Editora Boitempo. São Paulo:
2005.
CABELO; SCHOMER; CORDAS; FLEITLINCH, GUIMARÃES. Anorexia e Bulimia:
o que são? Como ajudar? Um guia de orientação para pais e familiares. Editora
Artmed. Porto Alegre: 1998.
CESAR, Ana Cristina. Literatura não é documento. Editora Funart, Rio de Janeiro:
1980.
DA-RIN, Silvio. Do cinematógrafo ao cinema. Espelho Partido – tradição e
transformação do documentário. Azougue. Rio de Janeiro: 2004
DINES, Alberto. O papel do jornal – uma releitura. Editora Summus. São Paulo:
1986.
DUARTE JUNIOR, João Francisco. O que é beleza. 3º edição. Editora Brasiliense.
São Paulo: 1991.
ECO, Humberto. A história da beleza. Record. São Paulo: 2004.
FAUX; LANNELONG; CHAHINE; NATHILIE; DOROTHY; SCHEFFER. A beleza
do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2000. NEVE, PAULO (TRAD).
HEGEL, G.W.F. Estética. Coleção Filosofia e ensaios. Lisboa Guimarães Editores.
São Paulo: 1993. Tradução de Álvaro Ribeiro; Orlando Vitorino.
KANT. Critica da razão pura. Edições e publicações Brasil editora. São Paulo:
1959.
MEDINA, Cremilda. Notícia: um produto à venda: jornalismo na sociedade urbana
e industrial. 2º edição. Editora Summus. São Paulo: 1988.
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem, 12º
edição. Editora Cultrix. São Paulo: 1964.
NICHOLS, BILL. A introdução ao documentário, tradução Mônica Saddy Martins.
Editora Papirus. São Paulo: 2005.
PLAZA, Julio. Videografia em videotexto. Hucitec. São Paulo: 1986.
PARENTE, André. Imagem e Maquina: a era das tecnologias virtuais. 34 Editora.
Rio de Janeiro: 1993.
REZENDE, Guilherme Jorge. Telejornalismo no Brasil. Editora Summus. São
Paulo: 2000.
SANTOS, José Luiz. O que é cultura. 14º edição. Editora Brasiliense. São Paulo:
1999.
SCHILDER, Paul. A imagem do corpo: as energias construtixms da psique.
Martins Fontes. São Paulo: 1981.
SEABRA , Roberto. Imprensa e Poder. Brasília: Editora UnB, 2002
TELES, Maria Luiza Silveira. O que é depressão. São Paulo: 1992.
URRIBARRI, Rodolfo. Anorexia e bulimia. Editora Escuta. São Paulo: 1999.
VIZEU PEREIRA JUNIOR, Alfredo Eurico. Decidindo o que é noticia. 2º edição.
Editora Edipucrs. Porto Alegre: 2000.
Coleção “Os pensadores”. Volume 23. Abril Cultural. 1º edição. Tradutor Vide
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Enciclopédia Tudo: O livro do conhecimento. Isto é. Editora Três. 1996.
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Sites:
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• http://www.crn3.org.br/atualidades/revistas/arquivos/edicao_084_entrevista.pdf
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• http://www.ecibernetico.com.br/colunaradar/Artigos/introducao_telejorna.html
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Artigos:
• FALCÂO, Sarah. Cinema e Moda: Perfeita união. Paraíba: 2006.
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Acessado em: 15/03/2008
• GOMES, Carlos Eduardo. Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a
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Disponível em: http://cadernopensante.blogspot.com/2008/05/perspectiva-
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• SEEHAGEN, Maria de Fátima. A beleza na arte.
Disponível em:
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Acessado em: 15/04/2008
• VALE, Lucia de Fátima. A estética e a questão do belo nas inquietações
humanas. Março/2005.
Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/046/46cvale.htm
Acessado em 25/03/2008
Revistas:
• Revista Manequim. Abril/2008
• Revista Significação. 2004
• Revista View Curitiba. Abril/2008
Projetos de Conclusão de Curso:
• Autoras: Clicéia Aparecida Alves e Renata Fonseca Martins. Vídeo
Documentário “Falando Sério”: O jovem estudante na assembléia legislativa
do Paraná. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba: 2005. Orientadora:
Sandra Nodari.
Entrevistas:
• Carla Lima. Apresentadora e jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Denise Stacheski. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008.
• Dorival de Paiva Chrispim. Produtor de programa de Tv. Em entrevista à
equipe. Abril/2008.
• Gilberto Campos. Apresentador e jornalista. Em entrevista à equipe.
Abril/2008
• Hor-Meyll Leite Junior. Professor. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Lenita Vennate. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Patrícia Brum. Radialista e professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Priscila Monaim da Silva. Psicóloga. Em entrevista à equipe. Abril/2008
• Simone Bello. Jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008
Fonte das fotos:
• Sarah Bernhardt
http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt
• Mary Pickford
http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg
• Louise Brooks
http://dagmarduvall.blogspot.com/
• Greta Garbo
http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm
• Lauren Bacall
http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430
• Audrey Hepburn
http://web.ukonline.co.uk/audreyhepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG
• Marilyn Monroe
luishipolito.wordpress.com
• Jackeline Kennedy
http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/
• Vera Fisher
http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html
• Xuxa
http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html
• Madonna
http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg
• CindyCrawford
http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg
• Claudia Shiffer
http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg
• Gisele Bundchen
http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.html
• Aline Morais
http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260
10.0 ANEXOS
10.1 ROTEIRO
TEMPO: 40’30’’
ENFOQUE:
Vamos mostrar nesse documentário que a mídia sempre ditou as regras da
moda e da beleza e para sempre o fará. Cabe a cada pessoa adquirir essa
influência para seu bem e entender que cada pessoa é diferente, possui uma
estrutura diferente e isso não a torna menos que as outras.
SINOPSE:
O documentário ira começar mostrando como a população brasileira
cresceu na frente da televisão. Desde a infância imitasse seus “personagens”
televisivos prediletos, a criança dança com a Xuxa e se transforma em super
heróis enquanto os adolescentes imitam os rebeldes ou se maquiam e desfilam
como as top- models.
Acreditar que não somos influenciados pelo que a mídia quer nos vender é
bobagem. Compramos desde muito pequenos, corpos perfeitos e uma beleza pré-
estabelecida. Ingerimos essa imposição naturalmente por isso ela parece
imperceptível. Nossa personagem é uma adolescente em sua pior fase, o
descobrimento de seu corpo fora do que a mídia diz ser o belo.
Vamos acompanhar a passagem dela por essa fase de aceitação. A
neurose da nossa personagem só acabará quando ela tem como função um
trabalho de escola sobre “o que é ser belo?”.
Em meio a muitos depoimentos de pessoas que viveram e conhecem essa
busca inconstante pela beleza perfeita, pelo corpo escultural e a vida de pop star,
é montando na cabeça do telespectador a idéia principal do documentário, de que
durante séculos e mais séculos fomos influenciados pela mídia em como
gostaríamos de ser e essa influencia nunca acabará. A mídia não é somente um
meio de comunicação e sim um formador de opiniões, idéias e ideologias. Então
cabe a cada um de nós distinguir o que é bom ou mal de seguir para manter
sempre perfeita a nossa saúde física e mental.
PERSONAGENS:
- Fernanda Olejnik. (Aline)
- Julliane Caddah (Mariana).
- Juliana Alcantra (Camila).
- Amanda de Oliveira(Marcia)
- Manuela Bello(bebê)
- Giovanna Martins(criança).
- Erika Camila Wisnienki (pré- adolescente).
- Ana Arivelles (mãe)
- Rafael Mariano (professor)
- Tais Juliana(Natalia)
- Carla Lima e Danielle Caddah (Narrador)
DEPOIMENTOS:
- Lenyara Nogoceke (alguém que já tenha tido anorexia).
- Giane Gaiguer (psicólogo).
- Rubens Portella (professor de história da Arte).
- Vivien Araujo (estilista de moda).
- Tânia Martins (agenciador de modelo).
- Reny Helena Falavinha (aposentada).
- Juliana Garcia(nutricionista)
- Ruth Mara Trentin Morais (professora do ensino fundamental)
- Carlos Alberto Fenner (cirurgião)
- Fernando Gomes (radialista e apresentador de TV)
ENQUETE:
- Carla Lima
- Julliane Caddah
- Sabrina Braga
- Lais Dlugosz
LOCAÇÕES:
- Quarto de uma adolescente.
- Sala de televisão.
- Sala de aula.
- Biblioteca.
IMAGENS:
Filmes:
- Bonequinha de luxo;
- 007 contra o satânico Dr. No;
- O pecado mora ao lado;
- Gilda;
- Os embalos de sábado a noite;
- Juventude Transviada;
- O diabo veste prada;
Novelas:
- Dancyn’ Days;
- Locomotivas;
- Quatro-por-quatro;
- Armação limitada;
- Pigmaleão 70
Outras imagens:
- Slides de fotos dos mitos do século.
- Imagens da menina anoréxica se imaginando gorda no espelho.
- Enquete na rua perguntando “Você influenciada pela mídia” e
simultaneamente provando que sim.
- Fotos de meninas com anorexia, bulimia e doentes.
- Reportagem feita pela Record mostrando que garotas novas tem
interesse em fazer cirurgias plásticas.
MUSICAS:
- - Vogue – Madonna
- Beautiful – Christina Aguilera
- Blue Berre Trele – Huski
- Marroed – Pink Floyd
- My Home Ghost – Huski
- Diamond in the sky – Huski
- Sileit Woods – Huski
- Coravon – Huski
- Hurricone – Bob Dylan
DRAMATURGIA:
Cena 1:
Locação: Quarto de adolescente
Atrizes e personagens: Fernanda – Aline
Ana – Mãe
Imagens: A menina correndo, gritando e bate a porta. A cena acontece na
porta do quarto da menina a mãe de um lado da porta fechada e a filha do
outro. A cena finaliza na parte de dentro do quarto da menina quando ela
chega perto de um pôster da Madonna e diz que quer ser igual a ela.
Texto:
Fer - Não – grita a menina (batendo a porta)
Ana (braba) - Você não pode ficar sem comer Aline, vai acabar doente. –
implora sua mãe.
Fer (gritando) - Você quer que eu fique gorda!!!
Ana ( tentando amenizar) - Não, claro que não. Só quero que seja uma
menina saudável.
Fer - Eu não quero ser saudável quero ser bonita.
Ana - Minha filha entenda... – menina interrompe.
Fer - Não quero entender nada mãe. Não vou comer e pronto.
Ana ( se descontrolando de novo) - Se não sair desse quarto e almoçar vai
ficar de castigo.
Fer - Prefiro ficar aqui dentro a me encher minha barriga dessas calorias.
Ana - Filha não adianta ser bonita e ficar doente. Venha comer, você não
comeu nada hoje.
Fer - E nem vou mãe, hoje farei a dieta da água.
Ana - Você vai ficar doente filha, por favor...
Fer - Não mãe, vou ficar bonita!!!
Quebra para dentro do quarto.
Fer - Como ela pode querer me ver feia e gorda? – olha no espelho
Fer - Eu quero ser como as atrizes de Tv, lindas, magras. Só isso. Que
problema tem nisso?
Fer - Quero que todos me amem. Será que você também não era
compreendida? – falando com o pôster da Madonna. Um dia vou ser igual a
você!
Corre se joga na cama e abre o diário.
Fer - Eu prometo – e abaixa a cabeça sobre o diário.
Cena 2:
Locação: Sala de estar.
Atrizes e personagens: Manuela, Giovanna, Erica, Fernanda – Aline
Imagens: Cena irá mostrar as fases da vida antes de nos tornarmos
adultos, todas elas passadas na frente da televisão.
Parte I: Bebê
Personagens: Manuela - Aline ; e sua mãe.
Locação: Sala de estar
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia do bebê. Um urso
de pelúcia na caixa.
Outros objetos cênicos: brinquedos espalhados no tapete. Um Dvd do show
da Xuxa.
Narração: “Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma
mídia que educa seus cidadãos desde o berço...”
Ação: O bebê assiste ao programa da Xuxa e sua mãe o deixa de pé para
dançar junto com a rainha dos baixinhos.
Tempo: 0’30’’
Parte II: Criança
Personagens: Giovanna Martins.
Locação: Sala de estar.
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. Urso de
pelúcia nos braços da garota.
Outros objetos cênicos: Fantasia de Penelope Charmosa. Um Dvd do
desenho.
Narração: “Passamos a acreditar que celebridades são heróis e imitamos
até mesmo seus passos...”
Ação: Assistindo o desenho da corrida maluca a criança imita todos os seus
movimentos.
Tempo: 0’30’’
Parte III: Pré- adolescente
Personagens: Erica.
Locação: Sala de estar.
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. O urso
de pelúcia sujo sentado na poltrona.
Outros objetos cênicos: Roupa de rebelde. Um Dvd com música do grupo.
Narração: “Eles se tornam nosso sonho de futuro...”
Ação: Um clipe dos rebeldes toca e a menina dança com eles e grita
“lindos”.
Tempo: 0’30’’
Parte IV: Adolescente
Personagens: Adolescente (menina) será a protagonista. Atriz de 13 a 15
anos, de preferencia acima do peso e com cara de mais nova que a idade.
Locação: Sala de estar.
Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia com a menina e
seus amigos em uma lanchonete. O urso de pelúcia sem um olho no chão
ao lado da poltrona.
Outros objetos cênicos: Algumas maquiagens no chão, fotos recortadas de
celebridades e um vídeo de um desfile de moda. As roupas dela serão
curtas e coloridas uma franja é um detalhe que poderia a personagem ter.
Narração:”... um sonho irreal, impossível e frustrante de se notar!”
Ação: A adolescente que até então está a cortar suas revistas, vê um
desfile de moda na Tv passa um batom e imita a modelo na passarela.
Tempo: 0’30’’
Texto:
“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que
educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que
celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam
nosso sonho de futuro. Um sonho irreal, impossível e frustrante de se
notar!”
Cena 3:
Locação: Sala de estar, copa, quarto, sala de aula e quadra poliesportiva.
Personagens: Aline, mais duas garotas de 16 anos e a mãe.
Imagens: Dividida em cinco partes.
Parte I: Reunião de meninas.
Imagens: Meninas com revistas e maquiagens no chão da sala. Uma
cortando as revistas e mostrando a modelo e duas brincando de se
maquiar.
Narração: Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-
se uma dependência para pessoas com sua personalidade ainda em
desenvolvimento.
Parte II: Mesa do almoço
Imagens: Mãe servindo comida para menina que empurra o prato. Mãe
tenta convencer a filha que sai correndo da mesa.
Narração: Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem cada vez
mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.
Parte III: Garota na cama cansada
Imagens: Mãe acordando a filha que fica toda mole e não levanta direito.
Narração: cansaço e desanimo...
Parte IV: Garota desinteressada nos estudos.
Imagens: Menina não prestando atenção na aula.
Narração: falta de concentração...
Parte V: Fazendo educação física e sem conseguir correr.
Imagens: Menina sem fôlego para correr.
Narração: e falta de força. São os primeiros problemas causados por uma
alimentação errada.
Texto:
“Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-se uma
dependência para pessoas com sua personalidade ainda em
desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem
cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.
Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os
primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.
Cena 4:
Locação: Sala de aula
Personagens: Mariano - Professor e uns 15 alunos entre idades de 13 a 15
anos.
Imagens: Aula de história; slides de mitos de beleza e história do belo.
Texto:
Professor - Magro, belo, jovem e definido, as pessoas investem tempo e
dinheiro para conquistar o corpo perfeito. Ouvimos falar de beleza a toda
hora. Mais do que um conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma
forma de as pessoas se relacionarem entre si e com o mundo. Revistas,
televisão, filmes e comerciais estão constantemente vendendo imagens
irreais de garotas e mulheres que deveriam ser imitadas.
Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais
controversas do que consenso. Os ideais em estética variam com o tempo
e as expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a
observar as formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de
beleza, uma mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas
corporais e vestes.
O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de
sucesso, estilo de musica, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada
um desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como
a moda atual.
Desde Louise Brooks, Greta Garbo, Grecy Kelly, Audrey Hapburn, Marylin
Morroe, Brigitte Bardot, Jackeline Kennedy, Madonna até Angelina Jolie,
Aline Morais e Gisele Bundchen. Belas mulheres? Com toda a certeza,
mitos consagrados e criados uma mídia que as vende como sua mais
preciosa mercadoria.
Fer – Nossa olha só o nariz dela, um dia vou fazer um igual em mim!
Juh – Neurótica...
Professor - A influência sempre existiu e sempre existirá. Esse é o
mercado que pretende manipular os gostos de uma população consumista.
A pergunta é: Quais os perigos de viver essa busca interminável pelo ideal
de beleza estabelecido pela mídia?”
Juh – O perigo é ficar igual a Aline. (gargalhada)
Professor – Chega de brincadeira e vamos fazer o trabalho.
Cena 5:
Locação: Biblioteca
Atrizes e personagens: Amanda – Marcia
Fer – Aline
Juzinha – Mariana
Juh - Camila
Imagens: Meninas fazendo pesquisa na biblioteca.
Texto:
Fer – Eu acho uma besteira à gente ter que fazer esse trabalho.
Amanda – Besteira porque?
Fer – Qual o problema das pessoas quererem ser bonitas?
Juz – O problema é que elas querem ser como a Tv mostra que elas devem
ser.
Fer – Bom, mas a TV sabe o que é bonito.
Juh – Nossa você entende nada mesmo ne?
Fer – Do que você está falando? Claro que entendo... entendo que vocês
não são nem um pouco vaidosas.
Juz – Não tem nada a ver com vaidade sua abitolada. Você não viu o que o
professor falou, a mídia tenta convencer o povo do que é bonito e o que é
feio.
Fer – Ninguém tenta me convencer de nada. Eu sei o que é ser bonita.
Acho tudo isso uma besteira.
Amanda – Calma gente, Aline pensa assim. Você acha a Marlyn Moroe
bonita?
Fer – Claro! Ela é mito.
Amanda – Mas ela não é magra como a Gisele Bunchder. Então você quer
dizer que a Gisele é que não é bonita?
Fer – Não nada a ver o que você está falando Márcia.
Juh – Lógico que tem a ver sua ignorante. Antes a mídia vendia um corpo
mais escultural e hoje mais magro.
Fer – Não quero mais falar disso se não vamos acabar brigando.
Juz – Já estamos brigando. Não consigo compreender porque tem essa
neurose para ficar magra e tal. Você quer dizer que gordo é feio, que gordo
não vai conseguir nada na vida?
Fer – Gordo é fora de moda e eu não quero ser gorda e pronto.
Juh – Essa guria está me irritando...
Fer – Porque está se irritando Camila? Só porque você nunca vai ser como
as atrizes de televisão?
Juh – Cala essa boca sua Patricinha...
Amanda – Cami, não adianta perder tempo! Essa guria nunca vai mudar,
acha que ficando magra vai fazer ela feliz...! Acredite Aline, eu não sou magra,
nem loira e nem pop star e tenho certeza que sou muito mais feliz que qualquer
uma delas.
Fer – Tem gente que se contenta com pouco...
Juh – Acha que sendo magra vai ser melhor que os outros.
Fer – Chega vocês três. Estão todos contra mim, não estou nem ai... sou eu
quem vou ser top e vocês que vão ser as plebéias...
Juz – Top, então vai fazer o seu trabalho sozinha porque as plebéias estão
fartas da sua idiotice.
Amanda – Otária.
Juh – Bom trabalho BONITA...
Cena 6
Localização: Biblioteca
Atrizes e personagem: Taís: Natalia
Fernanda: Aline
Imagens: As duas meninas na mesa da biblioteca.
Texto:
Tais - Você realmente acredita que esse é o melhor modo de ser feliz?
Fer - Do que você está falando?
Tais - Acredita mesmo que ser magra, famosa e bonita é o único modo de
ser feliz?
Fer - Pode não ser o único mais é o que eu quero para mim.
Tais - Você é daquelas meninas que sonham em ser modelos famosas e
tem certeza que esse é o jeito certo de fazer sucesso, não é?
Fer - Quem é você?
Tais - Eu era como você. Na essência pelo menos éramos iguais. Tinha o
grande sonho de ser uma super estrela, com 5 anos eu era modelo
fotográfica e a medida que fui crescendo passei a desfilar e fazer muitos
comerciais. Mas existe uma época na idade da menina em que seu corpo
está desenvolvendo e você fica com um formato esquisito.
Fer - ... e é exatamente esse formato que eu estou...
Tais – Aos treze anos se é magra. Aí chega os 15, normalmente você dá
uma engordadinha, por causa dos hormônios. Você vai ganhando corpo de
mulher mais os produtores de modelos não entendem isso. Começam as
cobranças, estar magra, bonita, ter a pele perfeita e estar sempre muito
bem arrumada, são requisitos básicos para essa profissão e se tornam uma
obsessão na cabeça das meninas. Como algumas meninas não tem a
estrutura certa para ficar muito magra, tal exigência se torna impossível.
Assim começa a busca por academias, dietas, cirurgias plásticas, uso
abusivo de cosméticos e remédios controlados. “Ser perfeita” acaba então
virando uma doença.
Fer – Doença?
Tais – (sem ouvir a pergunta) Eu evitava comer gorduras de principio, mas
não parecia adiantar, depois massas e outros grãos e a medida que o
tempo foi passando a rotina de me alimentar foi diminuindo, as vezes a
fome era tão grande que chegava a doer o estômago, mas aí era só pensar
em outra coisa. Com o tempo a fome passa, acho que é quando a doença
se instala mesmo. Me sentia gorda, tinha cabeça de gorda. Mas a estrutura
do meu corpo não condizia com o que eu enxergava de mim mesma
Fer – Mas você estava assim tão gorda?
Tais – Não. Muito pelo contrário, eu estava extremamente magra. Eu
conseguia fechar os dedos no meu braço e minha caixa torácica aparecia
quase toda. Hoje vejo as fotos e me considero na época um cadáver com
vida.
Fer – Serio? Mais sua mãe não lhe falava nada? Seus amigos?
Tais – Todos tentavam me ajudar. Minha mãe tentava me forçar comer.
Mas eu fingia que comia e saia da mesa, evitava estar na presença de
comida. Meus amigos tentavam me mostrar como era feio ficar daquele
jeito, mas nada adiantava. Eu estava muito fraca e cansada, nem saia mais
de casa, sentia uma sensação de que podia morrer a qualquer instante. Se
comia, me sentia mal, ruim, e se passava mal tinha certeza que era porque
estava sendo castigada por algo errado que eu fazia.
Fer – Mas o que você fazia de errado era não comer.
Tais – Na minha cabeça errado era comer. Eu sentia que tudo o que eu
comia ficava parado na minha barriga, ficava desesperada, me sentia
obesa. Diminui até mesmo liquido, porque sentia que dilatava meu
estômago. Minha auto–estima estava no chão e a única coisa que eu
pensava era em controlado meu peso. Não conseguia nem pegar em uma
colher de açúcar. Eu achava tudo natural, mas eu estava tão magra que
ninguém mais acreditava que eu ia sobreviver. Tinha noites que eu tinha
que subir a escada com a ajuda da minha mãe, porque minhas pernas não
agüentavam, não menstruava mais, perdi cabelo e tinha varias fraturas pelo
corpo, fiquei muito fraca.
Fer – O que você fez para sair dessa?
Tais – O primeiro passo foi aceitar a doença. Fiz tratamento com psicólogo,
psiquiatra, usava alguns medicamentos que melhoravam meu humor,
diminuía minha ansiedade e me ajudava a ganhar peso, fiz terapia, tive
orientação nutricional e tomei vários remédios. Fui me recuperando aos
poucos, foi um tratamento demorado. Pretendo ainda engordar mais.
Fer – Que bom que deu tudo certo. Mas porque engordar mais, agora que
você está com um peso bom, toda bonitona.
Tais – Isso que eu quero que entenda, não me importo mais com que as
pessoas acham ser um peso bom, quero estar mais gordinha, quero poder
comer tudo que existe, me lambuzar com uma carne cheia de gordura.
Ninguém mais pode controlar minha saúde. E nem a sua querida, ser bonita
não significa ser magra, significa ser você, ser feliz do jeito que você é.
Fer – Pode ser que você tenha razão. Obrigada por me contar sua história.
Tais – Não precisa agradecer se ela te servir de lição, já será uma grade
coisa.
Cena 7:
Localização: Quarto menina
Atrizes e personagens: Fer – Aline
Ana - Mãe
Imagens: Mãe entra no quarto da menina para conversar e mostrar as fotos
da Madonna no dia de hoje.
Texto:
Ana – O que aconteceu filha? Entrou em casa com uma cara preocupada.
Está se sentindo bem?
Fer – Estou me sentindo estranha mãe.
Ana – O que foi que aconteceu?
Fer – Conheci uma menina na biblioteca hoje. Ela me contou a história de
vida dela. Mãe ela só queria ser bonita e acabou ficando muito doente
quase morreu.
Ana – Isso por que ela não comia?
Fer – É mãe, ela chegou até a parar de tomar água, porque achava que
inchava a barriga dela.
Ana – Que horror filha isso é uma doença sabia.
Fer – Agora eu sei mãe, o que mais me deixou assustada é que ela disse
que não enxergava que estava magra, todo mundo via menos ela... para ela
estava extremamente gorda.
Ana – Que história triste filha. Viu só como essa sua mania de ficar magra
pode dar muito problema.
Fer – Eu não estou muito magra né mãe?
Ana – Não querida, você está linda (sorrindo). Mas precisa se alimentar
porque está muito pálida.
Fer – Então vou comer tudo o que você fizer a partir de hoje mãe, eu
prometo.
Ana – Que bom filha, fico muito feliz de você ter descoberto que essa busca
pela beleza pode causar sérios problemas para você. Mas quero te mostrar
algumas fotos que encontrei.
Fer – Fotos?? Fotos de quem?
Ana – Das artistas de televisão que você tanto ama...
Fer – Mas porque mãe?
Ana – Olhe para elas filha! Elas são assim fora dos cinemas e das telas das
televisões, você acredita que consigam ser felizes? Olha essas fotos filhas..
essas mulheres nem são tão bonitas, mas olha o sorriso de felicidade
delas...
Fer – Essas são minhas amigas...
Ana – Olha como elas estão bem nessas fotos. Não são modelos e nem
ganham milhões, mas tem muita gente que as ama assim mesmo. E o
principal filha, os outros as amam porque elas as amam primeiro. Elas
cuidam delas, se alimentam, não se estressam por besteira, estão sempre
com um sorriso no rosto, isso as tornam muito mais bonitas que essas
artistas de TV.
Fer – É... acho que você tem razão...
Ana – Aline, olhe para esse quarto, sempre apaixonada pela Madonna,
querendo se tornar o que ela é...
Fer – Você sabe mãe que sempre quis ser como ela...
Ana – Agora olhe essas fotos filha... Você quer ser como a modelo do
pôster, mas essa Madonna da foto é o que ela é de verdade. Você quer ser
como ela? (mostra as fotos)
Fer – Não!! Nossa mãe, tem certeza que essa é a Madonna?
Ana – Sim filha, é essa a sua divã sem o photoshop das revistas e sem as
super produções de seus shows.
Fer – Nossa eu nunca pensei...
Ana – Aline, olhe para mim... Ser feliz não é ser perfeita e sim fazer a vida
valer a pena, viva, sonhe, ria, coma, corra, brinque filha... a gente só tem
uma vida, é muito desperdício gasta-la com preocupações como a beleza.
Fer – Obrigada mãe...
Ana – Eu te amo filha... (sai)
Mãe sai e fecha a porta.
Fer – Pessoas felizes são bonitas. Ser bela então depende de cada um. Já
sei como fazer meu trabalho!!! (Pega as revistas e as fotos que a mãe
deixou no quarto as olha e sorri)
Cena 8:
Localização: Sala de aula
Atrizes e personagens: Mariano – professor
Fer – Aline
Juz – Mariana
Juh – Camila
Amanda – Márcia
Figurantes.
Imagens: Apresentação de trabalho de Aline, slides de pessoas felizes.
Texto:
Professor – Obrigada Mariana. A próxima é Aline de Oliveira, por favor
venha apresentar seu trabalho.
Juh – Ixe lá vai ela agora. Quero só ver o que ela vai dizer...
Amanda – “A televisão tem razão em ditar o que nós temos que fazer...”
(imitando Aline)
Juz – “Eu vou ser top e vocês plebéias...” (risos)
Professor – Silêncio meninas por favor! Aline pode começar...
Fer – Eu imagino o que todos vocês devem pensar de mim. Devem achar
que sabem o que eu vou dizer aqui...
Juh – É isso mesmo top...
Professor – Camila por favor, sem interrupções.
Fer – Mas dessa vez vocês estão erradas meninas. Para começar vou
colocar algumas fotos aqui... Essa é a Madonna? Ou essa é a Madonna?
Bom as duas são a Madonna, uma produzida e moldada por uma revista
famosa a outra é a mesma da revista mais no seu dia a dia. Essa é a
Márcia? Ou essa é a Márcia? As duas são a Márcia, a diferença dela para
Madonna é que ela está igual nas duas fotos, a Márcia não precisa fingir ser
outra pessoa ela é feliz do jeito que é. E é por isso que tantas pessoas
gostam dela, o Rodrigo, o Manuel, o Carlos... eles gostam dela porque ela é
bonita do jeito dela, e nunca está triste, sempre está alegre e é amiga de
todos.
Professor – É um ótimo exemplo Aline... Pode continuar.
Fer – Mulheres loiras, morenas, altas, baixas, gordas e magras, negras,
orientais, indígenas, mulheres de todas as etnias, de todos os jeitos e
cores, todas elas tem suas qualidades e defeitos. A beleza delas está sua
natureza, na pureza dos traços de cada um. Deus as fez perfeitas em sua
forma física e mental. Influencias todos temos e sempre teremos, cabe a
cada um de nós distinguir o que será bom e ruim para nosso corpo. Não
vou dizer que é para não nos arrumarmos ou não cuidarmos do nosso
corpo e peso, mas tudo que é exagerado é ruim.
Fer - Coma mais frutas e verduras assim não precisará cortar
definitivamente carnes e massas, balanceie sua alimentação não pare de
comer. Faça exercícios físicos mas sempre com orientação de um
profissional, se precisa de remédios que sejam sempre receitados por um
médico. Se arrume, maquie-se , compre roupas novas e corte o cabelo do
jeito que você quiser, seja feliz, mude, se transforme em quem você quiser,
com tanto que isso não altere sua saúde. Nosso corpo é a coisa mais
preciosa que nos temos, podemos enfeitar nossa casa, mas se a
destruímos não teremos onde morar.
Professor – Por favor Aline, conclua seu trabalho agora.
Fer – Tudo bem professor, a partir das minhas pesquisas pude perceber
que a beleza está nos olhos de cada um. Que ser bonito é ser como as
minhas amigas, felizes e amando o que elas são. Não precisamos ir atras
das borboletas, cuidaremos do nosso jardim e elas viram até nós.
(todos aplaudem)
(as meninas levantam e vão abraçar Aline)
Cena 9:
Locação: Quarto de adolescente
Atrizes e personagens: Julliane - Mariana
Imagens: A menina grita e bate a porta. A cena acontece na porta do
quarto, igual a primeira cena do documentário.
Texto:
Juz - Não – grita a menina (batendo a porta)
Textos Off:
Off 1: (Cena 2 dramatização; Entrada 3):
“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que
educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que
celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam
nosso sonho de futuro. Um sonho irreal e se torna frustrante quando notam
que ele é impossível!”
Off 2: (Entrada 5)
Filmes, novelas e propagandas. Mulheres e homens montados passam a
ser seguidos por milhões de espectadores. Qual garota não usou as meias
soquetes que usam em Dancyn’s Days, ou o cabelo igual o de Lucelia
Santos em Locomotivas e de Tonia Carreiro em Pigmaleão 70. Quem não
se apaixonou pelos surfistas Juba e Lula de Armação Limitada ou comprou
saias curtas e blusas estampadas iguais a da Babalu de Quatro por Quatro.
Influência essa que sempre existiu mas que não é aceita como tal.
Off 3: (Cena 3 dramatização; Entrada 8)
“Celebridades viraram mitos e a idealização por suas vidas torna-se uma
dependência para pessoas com sua personalidade ainda em
desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem
cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.
Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os
primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.
Off 4: (Entrada 12)
“ Essa busca incansável pelo corpo perfeito acaba virando doença, o
assunto é comentado em todos os lugares, e mesmo assim cada dia mais
meninas querem virar Giseles e Alines, sem pensar nas conseqüências,
dietas sem orientações, compra excessiva de cosméticos, uso de
medicamentos controlados e muita mais muita cirurgias plásticas”.
Off 5: (Entrada 13)
“Mudar o nariz, os seios, a maça do rosto, ficar sem barriga ou com mais
glúteos. Tudo hoje pode se mudar em uma mesa de cirurgia. Mulheres que
mesmo no auge da sua fama ainda não se contentam com seus corpos,
mulheres comuns e até meninas em fase de desenvolvimento se arriscar
em complicadas sessões para obter o corpo perfeito. As cirurgias plásticas,
os botox, bronzeamentos artificiais, e muitos outros métodos ganharam um
mercado que não pára de crescer”.
Off 6: ( Entrada 18)
“A muito tempo os mitos ou heróis das telas são seguidos, os cinemas
lançavam pessoas que viraram lendas e que mudaram o comportamento de
multidões. Ao usar o vestido Givernchy, você não é apenas diva dos
cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy olhando a vitrine da
Tiffany e comendo rosquinhas. Qual menina não sonhou ser Judy e
namorar o rebelde James Dean com sua jaqueta de couro vermelha, sua
calça jeans e regatas brancas? Dançar nas discotecas com John Travolta
com suas roupas coloridas e grudadas ao corpo em Os embalos de sábado
a noite, ou então quem não se apaixonou e desejou ser Marilyn Monroe
saindo da matinê de cabelos platinados e vestido branco em O pecado
Mora ao lado. E sair do mar com o biquíni e a beleza de Ursula Andress em
007 contra o satânico Dr. No. Ou simplesmente ser uma das assistentes de
Miranda Priestly e trabalhar em uma das revistas de moda mais famosas de
o diabo veste prada.
Assim como Coco Chanel muitas mulheres lançaram moda e viraram uma
marca que todos no mundo conhecem, quem nunca ouviu falar da Colci, da
Dolce Gabanna, da Prada, da Louis Vitton? Marcas lançadas por pessoas e
pessoas lançadas pela mídia para ser moda”.
Off 7: ( Entrada 33)
“ A anos o mundo é assim influenciado, sempre foi e sempre será. Cabe a
cada um de nos, brancos, pardos, negros, orientais aceitar-mos do jeito que
viermos no mundo, não há necessidade de radicalizar, se arrumar faz bem,
trás alegria, saúde, autoconfiança. Mas precisamos aprender a separar o
que nos faz bem ou mal. A beleza depende dos olhos de quem vê, posso
ser bonito no Brasil e feio na Austrália, a beleza depende do lugar, da hora
e da circunstância. Não achamos tão bonito a pessoa a quem amamos, não
porque é mais bonita de fato, mas porque ela nos transmite sentimos que a
faz parecer como tal.
Então transmita beleza, transmita amor, amor pelos outros e para
com você mesmo, assim descobrira o verdadeiro significado do Belo”.
Off 8: (Entrada 34)
“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude
relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia,
meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra
as minhas verdades. Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida
fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o
meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não
fosse saudável ... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse
para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje
sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e,
com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e
de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é
onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me
atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu
coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é....
SABER VIVER ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
Não devemos ter medo dos confrontos...
Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."
Chalin Chaplin
Cronograma do Roteiro:
- Cena 1
Imagem: O Grito de “não” e a cena de discussão de mãe e filha na porta.
- Entra o clipê
Imagem: O Clipe com as fotos dos famosos – (a velocidade dele está boa,
só o ultimo slad tem que diminuir a velocidade porque não dá para ler).
- Cena 2
Imagem: A união das cenas da Manu (Bebê), da Giovanna (filha da kelly),
da Erica (dos rebeldes) e da Fernanda que desfila na sala. Todas as
mudanças para a outra idade começa com o quatro e filma em seguida o
bichinho de pelúcia.
Áudio: Off 1.
- Depoimento Fernando Gomes
Imagem: pegar uma parte que ele fale da Tv na vida das pessoas.
- Imagens novelas
Imagem: Abertura do Dancyn’ Days, Locomotivas (Lucelia Santos), Foto
Pigmaleão 70, Armação ilimitada (Kadu Moliterno) e Quatro Por quatro
(Babalo).
Áudio: Off 2.
- Enquete
Imagem: As 4 meninas falando que não são influenciadas pela mídia. (as
fotos das 4 artistas que são parecidas com elas na meia tela junto)
- Depoimento professor Rubens
Imagem: Professor falando o que é um mito de beleza.
- Cena 3 (off)
Imagem: Meninas no quarto cortando fotos; Mãe e filha na mesa.
Áudio: Off 3
- Depoimento Juliana Garcia
Imagem: Nutricionista falando o que uma má dieta pode ocasionar.
- Continuação da cena 3
Imagem: Mãe tentando acordar a filha; menina sem fôlego subindo escada;
menina desconcentrada na escola.
Áudio: Continuação do off 3.
- Depoimento Giane
Imagem: Depoimento da psicóloga quando fala da busca pela beleza.
- Imagens hoje em dia
Imagem: Começo da matéria da Record até a parte que fala das cirurgias.
Áudio: Off 4.
- Fotos de cirurgias plásticas
Imagem: As que estão no CD de fotos as das cirurgias e o antes e depois
dos artistas.
Áudio: Off 5.
- Depoimento cirurgião
Imagem: Pegar a parte que fala do aumento de cirurgias em adolescentes.
- Imagens hoje em dia
Imagem: Entrevista com alunas que querem mudar alguma coisa no corpo.
- Cena 4
Imagem: Sala de aula – trabalho.
- Depoimento professor ensino fundamental
Imagem: Professora dizendo que existe preconceito, e diferenciação das
crianças gordinhas e feias das que fazem sucesso.
- Imagens dos filmes
Imagens dos filmes: Bonequinha de luxo; 007; Gilda; Juventude Transviada;
os embalos de sábado a noite; o pecado mora ao lado; O diabo veste
prada.
Áudio: Off 6.
- Fotos de gente que mudou a moda
Imagem: Fotos nos CD’s, Coco chanel, marcas da moda, bolsas.
Áudio: Continuação do off 6.
- Depoimento Reny
Imagem: Senhora falando como era a moda em sua época, mostrando as
fotos.
- Cena 5
Imagem: Briga das meninas na biblioteca – até a fala “a TV sabe o que é
bonito”.
- Depoimento estilista
Imagem: Depoimento e imagens dela desenhando.
- Continuação cena 5
Imagem: cena 5 até o final.
- Depoimento Tânia Martins
Imagem: Tânia falando do padrão internacional das modelos, imagens das
modelos)
- Cenas desfiles de moda
Imagem: O diabo veste prada.
Áudio: Off da modelo.
- Depoimentos das modelos
Imagens: Duas modelos contando sobre as dificuldades de sua profissão.
- Cena 6
Imagem: Encontro com a menina que teve anorexia – biblioteca.
- Imagens anorexia
Imagem: Colocar um pedaço em quando corre a cena 6.
- Depoimento Lenyara
Imagem: mostrar o começo do depoimento acabar quando ela diz que
achava que estava bem.
- Imagens Cegueira pela estética
Imagem: Menina no espelho se vendo gorda.
Áudio: off de Leny.
- Continuação depoimento Lenyara
Imagem: Depoimento, ela de pé ao lado foto dela antes.
- Cena 7
Imagem: Mãe e filha no quarto – mãe mostra as fotos para a filha.
- Cena 8
Imagem: Apresentação do trabalho – abraço das amigas.
- Clipê
Imagem: Fotos de mulheres comuns – “sempre vai ser assim cabe a nós
nos amar como somos”.
Áudio: Off 7.
- Volta toda a história
Imagem: Rebobinar a fita mas vendo as imagens com off: “Quando me
amei de verdade” Charlin Chaplin.
Áudio: Off 8.
- Cena 9
Imagem: Cena do grito do começo mas com outra menina.
10.2 RELATÓRIO DE PESQUISA
Nome: Idade: 1. Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo
esteja? ( ) Sim ( ) Não 2. Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia? ( ) Penelope Cruz ( ) Marilyn Monroe ( ) Karina Bach ( ) Ana Paula Arosio ( ) Aline Morais ( ) Gisele Budchen ( ) Outros – Qual? 3. Gostaria de ter a beleza dela? ( ) Sim ( ) Não 4. Porque? 5. Você acha que está dentro do padrão de beleza? ( ) Sim ( ) Não 6. Acredita que seria mais feliz se fosse como as artistas de TV?
10.3 PROPOSTA DE PATROCINIO
10.4 FOTOS DE MENINAS COM ANOREXIA
http://wso.williams.edu/orgs/peerh/images/anorexia.jpg http://www.skeptically.org/sitebuildercontent/sitebuilderpictures/anorexia-bikini.jpg
10.5 FOTOS DE CIRURGIAS PLASTICAS
http://oglobo.globo.com/fotos/2006/10/30/30_MHG_ECO_plasticas230.jpg http://www.topnews.in/usa/files/Botox_Injection.jpg
10.6 FOTOS DE MITOS DE BELEZA
http://www.topnews.in/light/files/Angelina-Jolie-1.jpg http://nicedeb.files.wordpress.com/2008/04/brigitte-bardot.jpg
(Angelina Jolie) (Brigitte Bardot)
10.7 FOTOS DA GRAVAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO
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