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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
USINA HIDRELÉTRICA FOZ DO CHAPECÓ: REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS
Solano Andreis
Florianópolis / SC 2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
USINA HIDRELÉTRICA FOZ DO CHAPECÓ: REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS
Relatório final apresentado ao Centro de
Ciências Agrárias – CCA, da Universidade Federal de
Santa Catarina - UFSC, como requisito parcial para a
obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.
Autor: Solano Andreis Orientadora: Mônica Aparecida Aguiar dos Santos Supervisores: Moacir Mário Demarco Ederaldo Ribeiro Empresa: ECSA Engenharia Socioambiental S/S
Florianópolis / SC 2008
USINA HIDRELÉTRICA FOZ DO CHAPECÓ:
REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO
E AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS
Por
SOLANO ANDREIS
_________________________________________________________ Presidente: Prof. Mônica Aparecida Aguiar dos Santos
_________________________________________________________ Membro: Prof. Luiz Carlos Pittol Martini
_________________________________________________________ Membro: Prof. Antônio Ayrton Auzani Uberti
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo pela Banca Examinadora, formada por:
ii
Dedico este trabalho a toda minha família pelo apoio, dedicação e confiança que me deram durante o decorrer do curso de Agronomia.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai e minha mãe;
Ao meu irmão Samuel;
A minha namorada Sara;
Aos meus colegas de faculdade;
Aos meus parentes;
Aos meus amigos;
Aos professores do curso de Agronomia;
A Prof.ª Mônica Aparecida Aguiar dos Santos;
Ao Moacir Mário Demarco;
Ao Ederaldo Ribeiro;
Aos colegas de trabalho da ECSA Engenharia Socioambiental Chapecó e
Florianópolis;
A Universidade Federal de Santa Catarina.
iv
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................12. DESCRIÇÃO DA EMPRESA...........................................................................................23. USINA HIDRELETRICA FOZ DO CHAPECÓ ..............................................................4
3.1. Histórico......................................................................................................................43.2. Localização .................................................................................................................53.3. Descrição do Empreendimento...................................................................................5
4. PROGRAMAS E PLANOS PROPOSTOS.......................................................................76. ATENDIMENTO À POPULAÇÃO................................................................................10
6.1. Programa de Comunicação .......................................................................................116.2. Público Alvo .............................................................................................................126.3. Metodologia ..............................................................................................................126.4. Ações.........................................................................................................................13
7. REMANEJAMENTO POPULACIONAL ......................................................................157.1. Público Alvo .............................................................................................................167.2. Metodologia ..............................................................................................................177.3. Ações.........................................................................................................................177.4. Modalidades de Remanejamento ..............................................................................18
8. AVALIAÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS ATINGIDOS.................................................228.1. Critérios e Metodologia ............................................................................................238.2. Pesquisa de Mercado.................................................................................................258.3. Levantamento físico..................................................................................................268.4. Laudo Técnico ..........................................................................................................27
9. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ...............................................................................289.1. Processos...................................................................................................................289.2. Aferição de Mercado.................................................................................................299.3. Opção de Reassentamento ........................................................................................309.4. Entrega de Cartas de Crédito ....................................................................................309.5. Vistorias de Carta de Crédito....................................................................................319.6. Levantamento Físico.................................................................................................329.7. Emissão de Laudos ...................................................................................................33
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................3511. CONCLUSÃO ...............................................................................................................37BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .....................................................................................39
v
LISTA DE ABREVIATURAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AHEFC – Aproveitamento Hidrelétrico Foz do Chapecó APP – Área de Preservação Permanente CAV – Centro de Atendimento ao Visitante CCIR – Certificado de Cadastro de Imóvel Rural CEFC – Consórcio Energético Foz do Chapecó CRI – Certidão de Registro de Imóveis CSE – Cadastro Socioeconômico CPF – Cadastro de Pessoa Física EIA/RIMA – Estudo e Relatório de Impacto Ambiental FT – Força de Trabalho IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural LP – Licença Prévia MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens PBA – Projeto Básico Ambiental PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas RG – Registro Geral UHEFC – Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó
vi
RESUMO
O estágio de conclusão de curso foi realizado junto a empresa ECSA
Engenharia Socioambiental S/S, realizando atividades inerentes ao remanejamento e
avaliação de imóveis da população atingida pelo empreendimento Usina Hidrelétrica
Foz do Chapecó.
A barragem será implantada no rio Uruguai entre os municípios de Alpestre, no
Rio Grande do Sul, e Águas de Chapecó, em Santa Catarina. Doze municípios serão
atingidos pela obra, seja pelos canais de desvio, canteiro de obras, infra-estruturas,
reservatório, entre outros. Para isso muitas áreas deverão ser adquiridas pelo
empreendimento e aproximadamente 2.474 famílias deverão ser remanejadas para
outras áreas.
Todas as etapas da obra devem ser organizadas e sempre mantendo as partes
muito bem informadas, evitando boatos ou mal entendidos que possam provocar
expectativas negativas. Quando as questões sociais e os compromissos são
respeitados, muitas pessoas começam a mudar então sua visão, relacionando a obra
como uma oportunidade de melhorar a situação que vive e não de piorá-la.
O remanejamento populacional é uma etapa muito complicada, visto que os
impactos causados atingem diretamente os seres humanos, suas fontes de renda
para subsistência e desenvolvimento econômico, laços afetivos e culturais.
A avaliação de imóveis é muito útil para determinar o valor mais próximo de
como seria a importância negociada em um mercado competitivo aberto, de compra
justa, onde o comprador e o vendedor estivessem dispostos a negociação sem
estarem pressionados para fazer a mesma. Baseado em metodologia científica é um
forte argumento para as negociações das propriedades, garantindo um valor de
indenização justo para ambas as partes.
Espera-se com esta metodologia de remanejamento, juntamente com outros
programas sociais e ambientais, que a maioria destas famílias atingidas
permaneçam no campo, evitando o êxodo rural.
1. INTRODUÇÃO
O presente estágio foi realizado junto à empresa ECSA Engenharia
Socioambiental S/S, no período de 05 de março a 04 de junho de 2008, totalizando
450 horas. Durante os dois primeiros meses foi realizado no escritório da ECSA no
município de Chapecó e o restante no escritório central em Florianópolis.
As atividades desenvolvidas durante o estágio estão relacionadas aos
processos de atendimento, indenização e remanejamento das pessoas atingidas
pela formação do reservatório e canteiro de obras do empreendimento Usina
Hidrelétrica Foz do Chapecó - UHEFC.
O estágio foi supervisionado por Moacir Mário Demarco e Ederaldo Ribeiro
ambos Diretores Técnicos da empresa. A responsabilidade de orientação ficou a
cargo da Engª Agrônoma Mônica Aparecida Aguiar dos Santos, professora do Centro
de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina.
O objetivo deste trabalho foi de conhecer e acompanhar o processo de
avaliação dos imóveis e o remanejamento das comunidades atingidas pela formação
do reservatório e canteiro de obras da UHEFC, verificar as formas de comunicação
entre o empreendedor e a população atingida e os trabalhos pertinentes que dão
suporte à avaliação e remanejamento das pessoas.
2
2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA
A ECSA Engenharia Socioambiental Sociedade Simples foi criada em maio
de 1999, a partir da terceirização dos serviços prestados pela Centrais Geradoras
do Sul do Brail S/A – GERASUL.
A nova empresa incluiu em sua direção e corpo técnico profissionais que
realizavam essas mesmas atividades na GERASUL e Centrais Elétricas do Sul do
Brasil S/A – ELETROSUL, ou seja, mesmo sendo nova possuía, já na sua
formação, profissionais experientes e competentes em questões socioambientais.
Seu primeiro desafio foi concluir a implantação dos programas ambientais
relativos a Usina Hidrelétrica de Itá e gerenciamento técnico da implantação de
todos os programas ambientais e obras de relocação de infra-estrutura das áreas
atingidas pelo reservatório da mesma usina.
Atualmente a empresa tem profissionais de qualidade que atuam em várias
áreas do conhecimento permitindo a realização de atividades como:
encaminhamento e acompanhamento de processos de licenciamento ambiental
de empreendimentos; Elaboração de Estudos de Impacto Ambiental – EIA, RIMA
e Projeto Básico Ambiental - PBA; Planejamento, gerenciamento e execução de
programas e projetos socioambientais; projetos de engenharia, arquitetura e
urbanismo, vinculados a reassentamentos populacionais e relocação de cidades e
vilas; remanejamento de populações afetadas por obras e empreendimentos
diversos; negociação com a população atingida por obras ou empreendimentos e
as suas entidades representativas; programas de resgate da fauna silvestre e
resgate e manejo da ictiofauna; serviços de levantamentos topo-cadastrais;
avaliação e aquisição de imóveis atingidos por empreendimentos diversos;
levantamentos físicos e cadastrais de imóveis; legalizações patrimoniais.
Com eficiência e competência várias atividades contratadas por
empreendedores, alguns de grande importância, são realizadas com sucesso
mostrando a credibilidade da ECSA Engenharia Sociambiental S/S.
Pode-se citar alguns empreendimentos que a empresa participou ou
participa prestando serviços: UHEs de Baguari (MG), Barra Grande (SC-RS),
Campos Novos (SC), Capim Branco I e II (MG), Bocaina (SC), Cana Brava (GO-
TO), Ita (SC-RS), Machadinho (SC-RS), Monjolinho (RS), Passo Fundo (RS),
3
Quebra Queixo (SC), Salto Osório (PR), Salto Santiago (PR), São Salvador (TO),
Salto Pilão (SC) e Foz do Chapecó (SC-RS); PCHs de Coxilha Rica (SC), Ibirama
(SC), Itararé (SC), João Borges (RS), Pinheiro Rio das Flores (SC) e Santo Cristo
(SC).
Para a Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó os serviços prestados pela ECSA
são descritos a seguir: Elaboração do Projeto Básico Ambiental – PBA;
Atualização do Cadastro Socioeconômico; Estudos de caso para definição e
adequação das famílias atingidas nos critérios de remanejamento; Topografia e
cadastro da área do reservatório, implantação da cota de inundação, cota de APP
e cadastramento fundiário; Pesquisas de mercado para determinação dos valores
básicos unitários para avaliação das propriedades atingidas; Levantamentos
fisicos das propriedades atingidas; Avaliação, negociação, aquisição e legalização
das propriedades atingidas; Aquisição de áreas para reassentamento; Elaboração
de projetos de reassentamento.
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3. USINA HIDRELETRICA FOZ DO CHAPECÓ
O Brasil atualmente gera 100.917.332 kW de potencia e para os próximos
anos está previsto uma adição de 26.892.020 kW na capacidade de geração do
País, proveniente de novos empreendimentos. 76,44% da energia produzida e
41,10 % da energia que está prevista são geradas através de empreendimentos
denominados usinas hidrelétricas, pequenas centrais elétricas e centrais
geradoras hidrelétricas (BIG, 2008).
A Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó é um empreendimento de mais de 2
bilhões de reais que proporcionará uma geração de 855MW de potência
instalada, ajudando a incrementar a capacidade energética do país (FOZ DO
CHAPECÓ, 2008).
É uma obra que propõe a formação de uma represa no leito do Rio Uruguai,
para elevar a cota de água. Devido a essa diferença de altitude é possível
canalizar a água que está em uma cota superior para uma cota inferior, forçando
sua passagem por turbinas, que por sua vez estão acopladas a geradores,
gerando energia elétrica a partir da queda da água
3.1. Histórico
Desde 1966 o trecho do rio Uruguai entre os municípios de Águas de
Chapecó e Alpestre é elemento de interesse devido seu potencial para
aproveitamento hidrelétrico revelado pelo inventário hidro-energético. Em 1984, o
local denominado Foz do Chapecó, se confirmou que era o local de implantação
de melhor aproveitamento energético com menor impacto ambiental.
Hoje, neste trecho, se encontra em instalação a Usina Hidrelétrica Foz do
Chapecó - UHEFC, uma obra realizada pelo Consórcio Energético Foz do
Chapecó – CEFC que é formado pelas empresas Companhia Paulista Força e
Luz - CPFL, Furnas Centrais Elétricas – FURNAS e Companhia Estadual de
Geração e Transmissão de Energia Elétrica – CEEE-GT.
Previamente a iniciação das obras, se fez necessário o licenciamento do
empreendimento perante os órgãos responsáveis.
5
O licenciamento ambiental foi iniciado realizando o chamado EIA/RIMA,
Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental, que leva em
consideração aspectos físicos, bióticos e sócio-econômicos da região.
Nesta etapa foi realizado o diagnóstico da região de abrangência do
empreendimento, denominada de Área de Influência Indireta e da área necessária
ao canteiro de obras, formação do reservatório, extração de material de
construção, entre outros, denominada Área de Influência Direta.
De posse deste documento o empreendedor solicitou a Licença Prévia – LP
e em 13 de dezembro de 2002, após se esclarecer algumas duvidas referentes ao
processo, o IBAMA expediu a LP.
Após este estudo procedeu-se a verificação dos impactos causados ao
território, a fauna, a flora e a sociedade, classificando-os quanto a sua
reversibilidade, temporalidade, permanência, local de ocorrência, possibilidade de
mitigação ou compensação, entre outros, decorrentes da construção da usina.
O Projeto Básico Ambiental - PBA teve o objetivo de detalhar estes
impactos, bem como propor projetos sócio-ambientais para minimizar ou controlar
os mesmos.
Com o cumprimento das condicionantes da LP e aprovação do PBA, em 21
de setembro de 2004 foi expedida a Licença de Instalação que permite o
empreendedor iniciar as obras da UHEFC.
3.2. Localização
A barragem está sendo construída no rio Uruguai, a cerca de 6,5 km a
montante da foz do rio Chapecó, entre os municípios de Águas de Chapecó no
Estado de Santa Catarina e Alpestre no Estado do Rio Grande do Sul, localizado
pelas coordenadas geográficas 27° 08’ 22,75” de latitude sul e 53° 02’ 50,59” de
longitude oeste (FOZ DO CHAPECÓ, 2008).
3.3. Descrição do Empreendimento
Assim que ficar pronto o reservatório armazenará água proveniente de uma
bacia de drenagem de cerca de 53.000 km². O nível máximo do reservatório está
proposto para a altitude de 265m e mínimo para 264m.
6
Sua barragem terá 48 m de altura e 598 m de extensão. Possuirá 15
comportas e vazão máxima de projeto igual a 62.190 m³/s. A casa de força será
equipada com 4 unidades geradoras de 213,75 MW cada, chegando a
capacidade instalada de 855 MW.
Para sua construção prevê-se a utilização de 570.612 m³ de concreto,
6.414.432 m³ de escavação de rocha e 671.708 m3 de escavação em solo.
O lago formado pela construção da represa ocupará uma área de 7920 ha.
Da lâmina de água formada, mais da metade é utilizada atualmente pelo próprio
curso do rio, sendo que as áreas de terras que serão inundadas correspondem a
3920 ha (FOZ DO CHAPECÓ, 2008).
7
4. PROGRAMAS E PLANOS PROPOSTOS
Para a população que deverá desocupar suas terras para a instalação do
empreendimento é difícil compreender os benefícios que ele poderá trazer, pois o
sistema de distribuição de energia interligada adotado pelo país desvincula os
impactos aos benefícios gerados, ou seja, a população local sofre os impactos da
obra e outra população utiliza a energia gerada, sem nada sofrer.
Foram realizadas reuniões nos municípios atingidos envolvendo autoridades,
lideranças, proprietários, não proprietários (arrendatário, assalariado, agregado,
residente, parceiro, etc.), Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB, entre
outros, fundando-se fóruns para discutir que medidas deveriam ser tomadas para
ressarcir, compensar ou atenuar os impactos causados às partes envolvidas.
Dentre os vários os projetos e subprojetos que serão realizados durante a
implantação do empreendimento, pode-se citar:
- Controle de processos erosivos;
- Recuperação de áreas degradadas;
- Investigações minerárias;
- Monitoramento climatológico;
- Monitoramento das condições hidrossedimentológicas;
- Monitoramento sismológico;
- Monitoramento das águas superficiais;
- Monitoramento dos aqüíferos frio e termal;
- Monitoramento das macrófitas aquáticas;
- Implantação da unidade de conservação;
- Conservação e restauração da área de preservação permanente no
entorno do reservatório;
- Manejo e salvamento da flora;
- Monitoramento e salvamento da fauna;
- Monitoramento e salvamento da ictiofauna;
- Monitoramento da produtividade pesqueira e da qualidade do pescado;
- Desmatamento e limpeza;
- Demolição, desinfecção e desinfestação;
- Educação ambiental;
8
- Comunicação social;
- Remanejamento da população;
- Estudo e reorganização das áreas remanescentes;
- Recomposição do território e da infra-estrutura; saúde;
- Apoio à população migrante;
- Apoio às atividades agropecuárias;
- Salvamento arqueológico;
- Preservação do patrimônio histórico, cultural e paisagístico;
- Monitoramento da população remanejada;
- Monitoramento das interferências sobre a população indígena;
- Diretrizes para o plano ambiental de conservação e uso do reservatório;
- Apoio às atividades de turismo e ecoturismo;
- Gerência ambiental.
Todos estes projetos serão realizados buscando minimizar os danos
causados pelo empreendimento, seja na parte social ou ambiental.
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5. MUNICÍPIOS E FAMÍLIAS ATINGIDOS
Com a formação do lago, doze municípios serão atingidos. São eles: Águas
de Chapecó, Guatambu, Caxambu do Sul, Chapecó, Paial e Itá localizados no
Estado de Santa Catarina e Alpestre, Rio dos Índios, Nonoai, Faxinalzinho, Erval
Grande e Itatiba do Sul localizados no Estado do Rio Grande do Sul (FOZ DO
CHAPECÓ, 2008).
A região é caracterizada por pequenas propriedades rurais que desenvolvem
em suas terras atividades de agricultura de subsistência e pecuária de corte e de
leite.
Serão atingidas parcial ou totalmente 1.516 propriedades rurais, sendo 676
localizadas no Estado de Santa Catarina e 840 no Estado do Rio Grande do Sul.
Nessas 1.516 propriedades residem 2.474 famílias segundo o Cadastro
Socioeconômico – CSE, cujo vínculo com essas encontra-se descrito na Tabela 1.
Tabela 1 – Vínculo das famílias com as propriedades atingidas.
Vínculo com a propriedade N° de famílias
Proprietário 1.675
Posseiro 52
Arrendatário 193
Assalariado 14
Agregado 447
Parceiro 52
Residente 17
TOTAL 2.474
Em média tem-se 16 famílias a cada 10 propriedade, muitas na condição de
não-proprietários, entretanto as famílias enquadradas nos critérios do CEFC
serão atendidos pelos programas de reassentamento.
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6. ATENDIMENTO À POPULAÇÃO
Com a implantação de um empreendimento de grande porte, como é a
Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, é esperado que, nos diversos segmentos da
população, se desperte a situação de inquietação, expectativa, ansiedade e
demandas.
Para minimizar estes sentimentos gerados pela implantação da UHFC faz-se
necessário manter a população informada, de forma clara, evitando boatos e
distorções de notícias, evitando provocar expectativas negativas.
A criação de mecanismos de comunicação é uma necessidade para interagir
com a sociedade atingida, de forma a esclarecer suas dúvidas em momento
oportuno e difundir políticas, através de diálogo e negociação.
Os mecanismos de comunicação adotados vão além da forma eletrônica e
impressa, a comunicação interpessoal é muito utilizada, através das conversas,
encontros, visitas dos profissionais de campo ou atendimento nos escritórios.
Ao mesmo tempo, a comunicação interpessoal demanda uma eficiente
comunicação interna que nivele as informações sobre o empreendimento, tendo
os trabalhadores clareza e segurança nas informações transferidas de forma
interpessoal. Quanto mais homogêneas forem as informações e o entendimento
das pessoas internamente ao empreendimento, menores são as distorções da
mesma quando chegam ao público atingido.
É obrigação do empreendedor a transmissão de informações básica, seja
pelo meio de comunicação que for. Quanto mais informados sobre as etapas da
obra e programas ambientais, maior é o entendimento pela população atingida, o
que gera confiança e cooperação com o empreendimento.
As cidades próximas da obra têm sua rotina modificada. O movimento de
pessoa, mercado imobiliário, mercado de trabalho, comércio e serviços são
alteradas devido a introdução de vários profissionais e obras que são realizadas
nestes municípios.
11
6.1. Programa de Comunicação
Em obras anteriores verificou-se que as alterações de infra-estrutura
realizadas durante as construções foram aceitas mais facilmente pela população,
quando a mesma tinha suas questões sociais e os compromissos respeitados.
Muitas pessoas começam a mudar então sua visão, relacionando a obra como
uma oportunidade de melhorar a situação que vive e não de piorá-la.
Com esta finalidade que se criou um Programa de Comunicação Social,
gerando um canal de comunicação entre população atingida e empreendedor,
visando a inserção da comunidade afetada com os processos de modificação do
ambiente e os demais programas ambientais.
Os itens a seguir representam os objetivos que se pretende alcançar com
este programa:
- Esclarecer a população local sobre ações ambientais;
- Fortalecer as representações comunitárias e prefeituras para intermediar
nas negociações, conciliando interesses e viabilizando o andamento dos
mesmos;
- Receber informações das comunidades e suas expectativas;
- Ajudar na adaptação da população às novas condições;
- Melhorar o entendimento entre as partes, evitando informações errôneas
e ambíguas que podem gerar expectativas irreais;
- Manter informada a população quanto a área de abrangência da obra e
suas etapas, as mudanças socioeconômicas que ocorrerão devido a
construção e operação da usina e os programas que ainda serão
desenvolvidos;
- Disseminar políticas e ações que serão feitas para mitigar ou compensar
os danos causados;
- Criação de associações que façam a interlocução das partes atingidas de
caráter oficial;
- Produzir materiais informativos referentes aos maiores anseios, dúvidas
e insatisfações da população atingida;
- Conhecer a os aspectos culturais, sociais e econômicos das
comunidades envolvidas;
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- Promover a importância da obra, focando sua utilidade pública e os
benefícios gerados à população;
- Integrar profissionais, população, poder público, empresas e instituições;
- Articular e apoiar as ações dos programas ambientais;
- Monitorar os resultados das ações deste programa junto ao público alvo.
6.2. Público Alvo
O público alvo deste programa são a população atingida, população local,
poder público, instituições locais, mídia local e programas ambientais.
A população atingida compreende pessoas que mantém vínculo de moradia,
trabalho ou proprietário de propriedades diretamente atingidas pelo
Aproveitamento Hidrelétrico Foz do Chapecó - AHEFC.
População local são denominadas as pessoas que vivem e trabalham na
área do AHEFC, são famílias proprietárias ou não-proprietárias que serão
remanejadas.
O pode público envolve poder executivo, legislativo e judiciário dos
municípios envolvidos.
Instituições locais são compostas de escolas, associações, entidades
ambientalistas, organização da sociedade civil e empresas que atendem ou estão
localizadas na área do AHEFC.
Mídia local são a imprensa escrita, rádio e televisão que atende a região.
Programas ambientais denominam os técnicos e trabalhadores das obras,
oficinas de educação ambiental, entre outras.
6.3. Metodologia
Para o desenvolvimento das ações é necessário que as empresas ligadas
ao empreendimento funcionem como um acelerador dos processos de
comunicação e negociação, atuando junto a forças sociais locais de maneira que
o empreendimento seja entendido como um fator positivo e seja o mais
brevemente viabilizado.
Ao se iniciar os trabalhos, o contato com a população direta ou indiretamente
atingida aumenta e nesse momento os canais de comunicação devem estar
13
abertos, valorizando a sabedoria da população e criando um clima de
cooperação, potencializando os efeitos positivos do empreendimento.
Um Centro de Atendimento ao Visitante – CAV foi criado para servir de base
à equipe de comunicação social que terá como prioridade assegurar a
comunicação entre a comunidade envolvida e o empreendedor, informando
quanto os processos de instalação, andamento e operação da obra e programas
ambientais, evitando conflitos decorrentes de informações diferenciadas.
O CAV funciona como um ponto de apoio e coleta de informações junto a
comunidade, além de reunir dúvidas e encaminhá-las ao empreendedor. Tem
informações sobre a obra, empregos gerados, período de construção,
características técnicas, programas ambientais e atendimento a comunidade
atingida.
6.4. Ações
As ações de comunicação inicial servirão de base para as negociações
futuras. Por tanto as ações de comunicação serão implantadas seguindo as
diretrizes que seguem.
Os procedimentos adotados buscam o melhor diálogo entre os envolvidos no
processo, focando na capacidade de negociação de compromissos, no processo
de constituição de parcerias e na busca de entendimento entre todos.
Pretende-se com isso a participação de pessoas de forma ativa e
progressiva, desenvolvendo o programa plenamente, integrando a sociedade e o
empreendedor.
As ações foram divididas em etapas de acordo com as atividades,
procedimentos, períodos de execução e profissionais envolvidas.
Com a primeira etapa se quer conhecer e pesquisar as características do
público-alvo e da região, para realização do mesmo pretende-se ter contato
permanente com as famílias atingidas, elaborar e aplicar questionários e
entrevistas.
Já no segundo momento seriam divulgados e criados os canais de
comunicação, elaborando, editando e distribuindo boletins informativos;
produzindo, difundindo e acompanhando informações sobre o empreendimento;
manter contato com o público e instituições locais; abrir espaço ao público nos
14
meios de comunicação do empreendimento; promover eventos de caráter
recreativo.
Na terceira etapa busca a consolidação de canais de interação entre o
empreendedor e a sociedade local, para isso se quer incentivar criação de fóruns
de discussão pública; divulgação e esclarecimentos sobre as formas permitidas
de usos do reservatório.
Na quarta e última etapa serão feitos ouvidoria, registro e avaliação das
ações de comunicação social, com a criação do CAV, gravações em vídeos e
registro fotográfico do processo de implantação do empreendimento.
15
7. REMANEJAMENTO POPULACIONAL
Um dos maiores problemas causados pela implantação da usina é o
remanejamento das famílias. Trata-se do deslocamento compulsório das mesmas
devido a necessidade das áreas para a formação do reservatório, canteiro de
obras, bota-fora, canal de adução, exploração de fontes naturais, jazidas e infra-
estrutura.
Compõe também esta área a faixa de preservação permanente nas bordas
do reservatório da ordem de 100 m lineares. Esta faixa deverá ser reflorestada
onde não possuir vegetação condizente e servirá não somente para preservação
do reservatório como também para se adequar as novas condições dos órgãos do
meio ambiente.
Trata-se de um trabalho muito complicado, visto que os impactos causados
atingem diretamente os seres humanos, suas fontes de renda para subsistência e
desenvolvimento econômico, laços afetivos e culturais.
Entretanto a energia elétrica é um fator de maior relevância, pois assegura o
desenvolvimento do país, caracterizando a obra como de interesse social e de
utilidade pública, priorizando o empreendimento em detrimento ao interesse
privado.
Para os proprietários atingidos pelo empreendimento a Constituição Federal
do Brasil assegura a indenização justa e prévia na forma de moeda corrente.
Tendo em vista que muitas pessoas não são proprietárias e da existência de
várias categorias sociais, verificou-se a necessidade de atender essa população
que ficariam fora dos processos de indenização. Por isso se buscou um
tratamento justo que lhes assegurasse, no mínimo, a manutenção da condição
atual ou sempre que possível melhorar a qualidade de vida destas pessoas.
Das situações abordadas surgiram duas linhas de remanejamento adotadas
para a população atingida: indenização em dinheiro, aparados pela lei, aos
proprietários e posseiros de boa fé e reassentamento para as demais famílias que
possuem vínculo comprovado com as propriedades atingidas e que se
enquadram nos critérios adotados pelo Consórcio Foz do Chapecó.
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Existem quatro modalidades de reassentamento: reassentamento rural
coletivo, pequenos reassentamentos, auto-reassentamento e reassentamento em
áreas remanescntes.
O objetivo do remanejamento é minimizar os impactos sobre a população
diretamente atingida, dando condições, no mínimo, iguais ou, sempre que
possível, melhor as que se encontravam. É objetivo também, estimular o vínculo
com a terra, às atividades socioeconômicas e culturais praticadas anteriormente a
obra.
7.1. Público Alvo
As pessoas que serão remanejadas são aquelas que estão nas áreas
atingidas pelo empreendimento seja na condição de proprietário, posseiro,
arrendatário, parceiro, agregado, assalariados e filhos de proprietários e não-
proprietários que mantém vínculo efetivo com a propriedade atingida, essas
pessoas também são chamadas de atingidas (os). Pelas diversas modalidades de
remanejamento, cada uma terá seu público alvo definido conforme suas
peculiaridades.
Para melhor compreender a classificação das pessoas vinculadas os seus
significados serão descritos abaixo:
Proprietário: Dono da terra por titulação.
Posseiro: Ocupante de áreas devolutas, sem titulação.
Arrendatário: Trabalhador rural, com ou sem contrato escrito, que explora a
terra mediante aluguel.
Parceiro: Trabalhador rural, com ou sem contrato escrito, que participa dos
lucros e riscos conforme acerto entre ele e o proprietário da terra.
Agregado: Trabalhador sem terra que vive em propriedade de terceiros com
ou sem remuneração.
Assalariado: Trabalhador que exerce atividade remunerada em propriedade
rural.
17
7.2. Metodologia
O remanejamento levará em conta a realidade das questões
socioeconômicas e impactos sociais que acarretarão aos atingidos. Tem-se a
preocupação com a preservação da cultura e tradição vinculadas a exploração da
área rural, procurando atender os interesses das famílias.
Através do cadastro socioeconômico, que levanta dados sobre o nome,
tempo de residência, sexo, idade, vínculo com a propriedade, atividade principal,
renda, situação jurídica, área do imóvel, área de uso agrícola, pecuária, mata,
reserva legal, benfeitorias, proprietário de outros imóveis, entre outros, serão
identificadas as categorias sociais, suas caracterizações e a definição do perfil
socioeconômico dos atingidos.
Com a definição do perfil e de acordo com critérios foram determinados os
públicos possíveis para cada modalidade de reassentamento.
O enquadramento definitivo do atingido a uma modalidade depende do perfil
socioeconômico que disponibilizará opções de reassentamento e pela escolha do
atingido por uma das opções.
O termo de opção pela modalidade de reassentamento só será feito
posteriormente a apresentação de valores de avaliação patrimonial do imóvel que
o atingido está vinculado.
Tomar-se-á muito cuidado para que em todas as etapas, desde o
levantamento até a negociação, seja de forma participativa e capaz de esclarecer
as dúvidas dos atingidos.
7.3. Ações
As atividades desenvolvidas para a realização do remanejamento
populacional seguem o estabelecimento e a manutenção do diálogo com as
famílias atingidas, através de visitas periódicas às mesmas buscando esclarecer
dúvidas e informá-las sobre os assuntos oportunos.
O Cadastro Socioeconômico sofrerá análises e interpretações para
enquadramento das famílias.
A documentação do imóvel e o histórico das propriedades serão levantados
para melhor compreender o histórico de ocupações e situação dominial da
18
propriedade. O primeiro será realizado através de busca cartorial e documentos
de posse do proprietário e o segundo através de entrevistas com os responsáveis
pela propriedade.
As propriedades e benfeitorias serão avaliadas tecnicamente de acordo com
as normas da ABNT, serão emitidos laudos de avaliação buscando um valor mais
condizente com a realidade do mercado de imóveis.
É disponibilizada também a assistência jurídica para a regularização da
documentação das propriedades, apresentando sugestões e encaminhamento
para efetuar os mesmos.
As atividades necessárias ao andamento dos processos (cadastro,
recolhimento de documentação, termos, autorizações, opções, apresentação de
valores, etc.), que precisam da participação do beneficiário, serão geralmente
realizadas por técnicos que visitam a propriedade onde o mesmo está vinculado.
Isto favorece o atingido que muitas vezes tem uma condição de transporte público
deficitário ou ausente, reduzindo o número de horas disponibilizadas e acelera a
conclusão do processo que é almejado por ambos, empreendedor e atingido.
Posteriormente a isso, define-se a alternativa de negociação e
remanejamento, realizando a aquisição do imóvel e benfeitorias e execução da
modalidade de reassentamento optada.
7.4. Modalidades de Remanejamento
São duas as possibilidades de remanejamento, uma que consiste na
indenização em dinheiro, sendo o proprietário responsável pelo seu
remanejamento e a outra consiste na transferência do atingido à outra
propriedade intermediada pelo Consórcio Foz do Chapecó
7.4.1. Indenização
Consiste no pagamento em dinheiro das terras e benfeitorias existentes na
propriedade atingida pelo AHEFC. Enquadram-se também as áreas isoladas e
áreas remanescentes inviáveis economicamente.
Este tipo de modalidade é direcionada aos proprietários e posseiros de boa
fé, entretanto, se existirem benfeitorias nestas propriedades, referentes a não-
proprietários, elas também serão indenizadas.
19
As avaliações dos imóveis serão realizadas com a utilização do
levantamento físico realizado com o acompanhamento dos proprietários.
7.4.2. Reassentamento
Esta opção facilita o acesso dos pequenos produtores à terra, evitando o
comprometimento socioeconômico e auxiliando-os na reestruturação de suas
atividades produtivas.
As pessoas enquadradas nesta modalidade compreendem os proprietários e
posseiros de boa fé que possuem imóvel de área limitada, e os não proprietários
vinculados às propriedades atingidas que foram identificados no Cadastro
Socioeconômico – CSE de 1999 e revisado em 2002.
Além de se encaixar num dos casos acima, o atingido deve exercer atividade
agropecuária na área, não possuir outra propriedade viável fora da área atingida,
seja vinculado a uma propriedade totalmente atingida ou que seu remanescente
seja inviável economicamente e dependa da propriedade atingida para a sua
sobrevivência.
A participação dos projetos de reassentamento dependerá da Força de
Trabalho – FT, que é um valor numérico correspondente a capacidade e
disponibilidade de realizar trabalho. Através de estudos realizados anteriormente
se chegou a uma tabela de força de trabalho (Tabela 2) e o somatório dos
integrantes da família corresponde a FT da unidade familiar.
Quanto maior a força de trabalho da família maior é seu benefício nos
programas de reassentamento.
Tabela 2 – Força de trabalho padronizada de acordo com a faixa etária das
pessoas integrantes de cada processo de reassentamento.
Faixa Faixa Etária Sexo FT
01 05 a 10 Ambos 0,25
02 11 a 14 Ambos 0,60
03 15 a 60 Ambos 1,00
04 Mais de 60 Ambos 0,50
Para as pessoas que solicitarem o enquadramento nos programas de
reassentamento, mas não foram cadastrados no CSE cabe ao Consórcio Foz do
20
Chapecó fazer um Estudo de Caso para verificar se é comprovada a dependência
e vínculo da parte solicitante.
Os atingidos enquadrados nesta modalidade terão como benefícios comuns
as despesas com escrituras e registro da nova propriedade, despesas de
mudança par o novo local e uma verba de manutenção até que se realize a
primeira safra ou até nove meses pós a transferência para o novo imóvel.
O Reassentamento Rural Coletivo é formado pelo conjunto de no mínimo 20
propriedades, contendo as infra-estruturas necessárias ao acolhimento das
famílias optantes por esta modalidade de reassentamento. O tamanho dos lotes e
das edificações construídas nos mesmos varia de acordo com a FT da família
beneficiada.
Para os Pequenos Reassentamentos, o conjunto de lotes é menor, sendo
necessário no mínimo 5. Nesta modalidade não se prevê a construção de infra-
estruturas e benfeitorias comunitárias, mas sim de benfeitorias e infra-estrutura de
cada lote.
Algumas famílias podem optar pelo Auto-Reassentamento, onde o atingido
recebe um documento (Carta de Crédito) que garante o recurso financeiro para
aquisição de um imóvel compatível com suas necessidades. Fica de
responsabilidade do atingido localizar um imóvel para seu auto-reassentamento.
No Reassentamento em Áreas Remanescentes, os atingidos podem ser
remanejados para as áreas remanescentes após reorganização fundiária das
mesmas.
Os optantes pelo reassentamento também recebem assistência técnica e
social, prestada durante cinco anos para a técnica e um ano para assistência
social.
Quando um atingido é beneficiado com uma das opções de reassentamento,
ele assume uma dívida de ressarcimento pelo imóvel adquirido. Em casos
especiais essa dívida pode ser quitada ou parcialmente quitada, por exemplo, o
atingido na condição de proprietário pode entregar sua propriedade atingida como
forma de pagamento, o falecimento de um beneficiário do casal reduz a dívida a
50%. Para as demais pessoas essa dívida, a qual varia conforme o número de FT
da família, é paga com base em produção (sacas de milho). O prazo de
pagamento é de dez anos com três anos de carência para iniciar o pagamento. O
21
valor máximo pago é de 90 sacos de milho/ano, considerando 5 ou mais o
somatório da FT da família.
22
8. AVALIAÇÃO DOS IMÓVEIS RURAIS ATINGIDOS
Segundo a NBR14653 da ABNT avaliação de bens significa: “Análise
técnica, realizada por engenheiro de avaliações, para identificar o valor de um
bem, de seus custos, frutos e direitos, assim como determinar indicador de
viabilidade de sua utilização econômica, para determinada finalidade, situação e
data”.
Não raramente pessoas, empresas públicas e privadas têm a necessidade
da avaliação de imóveis, buscando definir um valor mais próximo do valor de
mercado real. Buscando a solução da incógnita, engenheiros, arquitetos e
agrônomos dedicam seus estudos e serviços para chegar a um valor consistente
amparados em embasamentos teóricos seguros, entretanto alguns cidadãos
menos informados acreditam serem os corretores os mais competentes (IBAPE,
1974).
A atividade do profissional de engenharia de avaliações consiste na
identificação, interpretação e presunção de diversas informações de um imóvel,
buscando trazer a tona o valor mais aproximado do valor de mercado real. Deve-
se entender a relação dos fatores de influência com o valor das terras e
correlacionar os valores, baseado em princípios de avaliação, ao imóvel em
questão, para que se chegue com mais segurança no valor do imóvel (LIMA, M.
R. C., 2005).
Respeitando a lógica, o avaliador deve chegar a um valor que seja o mais
próximo de como seria a importância negociada em um mercado competitivo
aberto, de compra justa, onde o comprador e o vendedor estivessem dispostos a
negociação sem estarem pressionados para fazer a mesma (CAIRES & CAIRES,
1984).
Um grande número de profissionais está trabalhando e mostrando que existe
fundamento técnico-científico na avaliação de imóveis. Por isso a avaliação
amparada legalmente e tecnicamente, deve ser criteriosamente conduzida por
profissionais habilitados que consigam estudar em plenitude as características
das propriedades e a partir deste estudo permitir a convergência a um valor
(IBAPE, 1974).
23
O valor das propriedades varia de acordo com suas características
intrínsecas, estas por sua vez, sofrem influências de fatores externos. O valor das
propriedades também está relacionado com o mercado agrícola, com as
atividades desenvolvidas no imóvel avaliado e seu contexto na região (LIMA, M.
R. C., 2005).
A terra tem seu valor muito influenciado pela variação dos preços de
commodite, bem como da capacidade produtiva da mesma. Quando o preço do
commodite aumenta, aumentam-se com ele os valores das terras e o inverso
também é verdadeiro. Boas práticas de cultivar o solo, investimentos que ajudam
a incrementar a produção e minimizar o empobrecimento do solo aumentam o
valor da terra. Práticas exploratórias, sem preocupação com a manutenção das
características da fertilidade do solo levam a um valor menor sobre a gleba em
questão (LIMA, M. R. C., 2005).
O preço aplicado em transações comerciais de imóveis é influenciado parte
pelo fator racional e parte influenciada pela emoção, poder de compra, número de
compradores, entre outros. Esta segunda parte pode variar de 10 a 30% do valor
da do imóvel negociado, por isso as avaliações devem ser realizadas utilizando
valores de mercado médios constantes nos preços atuais praticados (LIMA, M. R.
C., 2005).
Os imóveis avaliados pelo CEFC são necessários, em parte ou na sua
totalidade, ao AHEFC. Os valores encontrados pela avaliação nortearão o
processo de negociação com os proprietários e posseiros de boa fé, no caso do
valor da terra e benfeitorias, e de não proprietários, excepcionalmente para a
avaliação de benfeitorias.
8.1. Critérios e Metodologia
Previamente ao processo de avaliação, se faz necessário a demarcação das
propriedades, das cotas de inundação e faixa de preservação permanente a
campo. Esta etapa permite a elaboração correta de plantas cadastrais e
identificação de áreas e benfeitorias atingidas.
Todas as propriedades atingidas serão avaliadas, algumas totalmente, por
serem totalmente atingida ou possuírem área remanescente inviável
24
economicamente, e parcialmente, quando a área remanescente possibilita o
desenvolvimento de atividades que garantam a manutenção da família.
A metodologia utilizada segue as recomendações da Associação Brasileira
de Normas Técnicas, para os imóveis rurais – NBR 14.653, objetivando apurar o
valor de reposição dos bens.
8.1.1. Terra
A avaliação da terra nua será definida pelo Método Comparativo de classe
de aptidão agrícola do solo. O mesmo procedimento será adotado para avaliação
de áreas de posse ou Marinha quando o possuidor for de boa fé.
Os fatores que atuam diretamente no valor da terra são a acessibilidade
(ótima, muito boa, boa, regular e ruim), distância ao centro consumidor (muito
próximo, próximo e distante), nível de manejo (avançado, semi-avançado,
tradicional, primitivo improdutivo), aptidão agrícola (mecanizáveis, agricultáveis
com tração animal, agricultáveis manualmente e inaptas ao cultivo ou
respectivamente Classes A, B, C e D) e tamanho da gleba (quanto maior mais
fácil a mecanização).
8.1.2. Benfeitoria Não Reprodutiva
Para as benfeitorias não reprodutivas (construções) a avaliação é feita pelo
Método de Custo. Nas construções determina-se o Valor de Remoção,
considerando custos de desmontagem, quebra de materiais, transporte e
reconstrução.
As estradas, caminhos, poços d´água, sistema de abastecimento, redes
elétricas, entre outros, são consideradas benfeitorias secundárias e serão
avaliadas pelo seu custo de reposição.
8.1.3. Benfeitorias Reprodutivas
A avaliação das benfeitorias reprodutivas (culturas permanentes) é feita pelo
Método de Custo, acrescido do valor econômico.
As culturas temporárias não são avaliadas quando o atingido é avisado com
antecedência de seis meses da necessidade de desocupação, sendo necessário
um tempo menor para desocupação estas plantações serão indenizadas.
Pesquisas de preços são realizadas para determinar preços de terra nua e
custos de reposição das construções e culturas. Essa pesquisa será realizada
com o acompanhamento de uma equipe representante da população atingida
25
escolhida pelos mesmos. Os dados coletados passarão por tratamento estatístico
para determinação de preços unitários dos bens avaliados.
O levantamento físico da propriedade é realizado com o acompanhamento
do proprietário. Fica a critério do proprietário a verificação e confirmação do
levantamento das terras e benfeitorias para que os mesmos sejam encaminhados
para a avaliação.
Feito o laudo de avaliação baseado nos valores determinados pela pesquisa
de preço, o mesmo é apresentado ao beneficiário para que o analise, critique e
escolha a sua opção de remanejamento.
8.2. Pesquisa de Mercado
A pesquisa de mercado é realizada nos municípios atingidos pelo
empreendimento e nos municípios distantes no máximo 100 km dos mesmos. Os
dados são coletados com o acompanhamento de uma comissão representante
dos atingidos para se ter credibilidade dos valores.
A pesquisa realizada para se obter valores de terra é feita a partir de
informações coletadas em imobiliárias e cartórios, coletando ofertas de venda e
transações realizadas.
Nesta pesquisa são discriminadas as características dos imóveis para,
posteriormente ao tratamento estatístico, aferir os valores de acordo com as
especificações de cada imóvel.
As amostras coletadas são verificadas in loco pela comissão dos atingidos e
pela comissão do CEFC, verificando as características do imóvel como área,
benfeitorias reprodutivas e não reprodutivas, condição de acesso, distância ao
centro consumidor, condições de pagamento e aptidão agrícola do solo.
Através das reuniões entre as partes, desenvolve-se uma Situação
Paradigma que significa idealizar uma propriedade para qual os dados coletados
serão homogeneizados. Esta propriedade tem o seguinte perfil: área de dois
módulos fiscais regionais; acessibilidade boa; distância próxima; classe de solo
mecanizável; nível de manejo tradicional.
Para as benfeitorias não reprodutivas foi realizada a pesquisa no comércio
dos municípios em questão verificando a lista de preços a vista de produtos com
padrões de qualidade determinados, desconsiderando as promoções.
26
Nas benfeitorias reprodutivas foram realizados o levantamento de insumos,
mudas e serviços, bem como o ressarcimento do período sem produção das
mesmas, para idealizar o valor de reposição das culturas.
Os estabelecimentos comerciais pesquisados foram os mais indicados e que
possuíam um volume considerável de comercialização, bem como regularizados
para a comercialização dos produtos. Da mesma maneira que na pesquisa dos
imóveis rurais, houve o acompanhamento da comissão dos atingidos.
A pesquisa possui validade de seis meses, podendo ser prorrogada se for
verificada a pouca oscilação de preço no decorrer deste período.
8.3. Levantamento físico
O levantamento físico tem como finalidade relacionar e descrever as
características do imóvel avaliado.
Uma equipe técnica se desloca até a propriedade que se deseja avaliar,
levando consigo:
- Planta de campo – a planta de campo da propriedade revela: as áreas
(atingida, faixa de APP, remanescente e total) e seus limites; a
localização da cota de inundação e faixa de preservação permanente,
que auxilia na identificação das benfeitorias existentes nas áreas
necessárias ao AHEFC; contém a imagem da propriedade que facilita as
demarcações das classes de solo, estradas, cercas, entre outros, pelo
técnico de campo, que realiza sua medição indiretamente através de
programa de computador.
- Trena – serve para realizar a medição direta das benfeitorias
reprodutivas e não reprodutivas que tenham que ser quantificadas.
Exemplos: dimensões das benfeitorias, estimativa de volume de madeira,
largura e cortes das estradas existentes, volume dos taludes de açudes,
entre outros.
- Máquina fotográfica – é um instrumento importantíssimo para registra as
características intrínsecas a propriedade na forma de imagem, mostrando
os melhoramentos, estados de conservação das benfeitorias, padrão de
benfeitoria, açudes, caixas de água, poços, entre outros.
27
- Formulários – é onde se registra as especificações das benfeitorias
levantadas e as características externas a propriedade (Anexo 4). São
exemplos de benfeitorias e características externas descritas nos
formulários: número de plantas de cada espécie avaliada e as
características de cultivo, melhoramentos da propriedade, dimensões das
casas, galpões, chiqueiros, varandas, etc., metros lineares de canos,
tubos, fios, cercas, taipas, equipamentos a serem removidos como
antenas parabólicas, ordenhadeira, entrada de energia, são também
registrados a distância do centro consumidor, condições de acesso, nível
de manejo da propriedade, entre outras características.
Precede o levantamento físico, a autorização (Anexo 1) do proprietário pela
realização do mesmo, bem como o seu acompanhamento durante o trabalho.
Posteriormente ao trabalho de campo, os formulários são passados a limpo
e as áreas já calculadas de aptidão agrícola são apresentados ao proprietário
que, no caso de concordância da integralidade das benfeitorias levantadas, segue
para a avaliação e emissão do laudo, caso contrário as reivindicações serão
discutidas.
8.4. Laudo Técnico
O laudo técnico une os valores encontrados na pesquisa com as
características da propriedade.
Os valores das terras resultantes da pesquisa definem um valor para uma
situação de referência e este é utilizado para definir valores dos imóveis
avaliados, sendo o valor maior quando a característica do imóvel avaliado for
melhor e menor quando for pior que a da situação de referência ou paradigma.
Para as benfeitorias não reprodutivas, a pesquisa de preço gera uma tabela
com o valor unitário de cada tipo de construção ou item e seus padrões. Sendo
necessário multiplicar a quantidade da benfeitoria com seu respectivo valor
unitário. Para as reprodutivas segue-se o mesmo procedimento, porém os valores
são gerados em outra tabela específica.
O valor total do laudo é composto pela somatória destes três valores citados
acima e são apresentados ao atingido para que escolha sua opção de
remanejamento.
28
9. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades realizadas neste estágio encontram-se contextualizadas com
os assuntos abordados anteriormente, entretanto, os programas são executados
em etapas, algumas vezes por empresas diferentes, o que dificulta um pouco o
entendimento de cada etapa quando são realizadas separadamente.
Na busca de um melhor entendimento das atividades correntes, a primeira
atividade do estágio foi a leitura de textos referentes ao remanejamento da
população e atividades relacionadas aos processos criados para cada
propriedade.
9.1. Processos
Os processos são criados para armazenar informações sobre as
propriedades atingidas durante o período de realização do empreendimento. Para
cada propriedade atingida ao menos um processo é criado, podendo ser iniciados
outros se assim for necessário.
Os processos recebem um código formado por um prefixo “REFC –“
(Reservatório Energético Foz do Chapecó -), uma letra “D” ou “E” que significam,
respectivamente, margem direita (Santa Catarina) ou esquerda (Rio Grande do
Sul) do rio Uruguai, mais um número contendo quatro dígitos, que são numerados
em ordem crescente conforme o afastamento da propriedade em relação ao
canteiro de obras.
A criação do código facilita a busca de informações no banco de dados e
traz informações de localização da propriedade dentro da área do AHEFC.
Compõe o processo: cadastro das pessoas vinculadas à propriedade;
documentação do imóvel e das pessoas vinculadas, bem como, procurações e
documentos judiciais quando existir; autorizações para realização de trabalhos
necessários ao andamento da programação do empreendimento; parecer técnico
sobre o enquadramento ou não do requerente como beneficiário; andamentos
diversos; folhas cadastrais dos beneficiários e proprietários (Anexo 2); relatórios
de visita; levantamento físico; laudo de avaliação; análise documental; certidões
negativas.
29
Nos processos foram realizadas as tarefas de análise documental, que
consistia em verificar se constavam no processo: folhas cadastrais; documentos
pessoais (RG, CPF, certidão de nascimento ou casamento); documentos do
imóvel (ITR, CCIR, CRI); procurações; hipotecas; área do imóvel e a declarada a
Receita Federal; parecer técnico; aprovação de laudos; anuência de terceiros;
aquisição parcial, totalmente atingida, ou parcial mais remanescente; existência
de usufruto.
Este procedimento é posterior a emissão do laudo e anterior à negociação,
ou seja, faz-se uma varredura no processo buscando antecipar possíveis
pendências, que constam nos itens verificados, para que na visita do técnico
responsável pela negociação já seja solicitado a regularização dos mesmos junto
aos órgãos responsáveis.
9.2. Aferição de Mercado
Esta tarefa foi realizada para determinar o valor das terras de outro
empreendimento e não da UHEFC. Nesta ocasião não houve o acompanhamento
das partes atingidas, pois o trabalho de avaliação seria utilizado para verificar
possíveis divergências de preços encontradas por outra prestadora de serviço.
Foram várias as imobiliárias pesquisadas em diferentes municípios da região
do empreendimento. Cada oferta foi registrada em um formulário de pesquisa,
revelando o nome e o endereço do fornecedor das informações.
Foram coletadas 29 (vinte e nove) ofertas imobiliárias, contendo
informações sobre a área, distância do centro consumidor, acesso, valor total,
município, área mecanizada, área de lavoura tração animal, área de lavoura
braçal, floresta secundária, APP, principais culturas da região e da propriedade,
quantidade e qualidade de benfeitorias existentes, disponibilidade de água, luz,
telefone, etc.
Estas ofertas foram repassadas para outro setor da empresa para aplicar os
tratamentos estatísticos necessários e posteriormente disponibiliza os valores
unitários para a realização dos laudos.
30
9.3. Opção de Reassentamento
Nesta atividade o documento de opção de reassentamento é preenchido e
assinado pelo chefe da família. Para isso a propriedade onde se encontra a
família é visitada e o documento apresentado para que o mesmo opte por uma
opção de reassentamento.
O remanejamento populacional é feito através de indenização em dinheiro
ou na forma de reassentamentos.
Os atingidos que se encontram na situação de proprietários têm a
possibilidade de optar por qualquer uma das modalidades, já os não proprietários
optam por uma das quatro alternativas da modalidade de reassentamento. A
escolha é documentada através de um termo de opção.
Anteriormente a opção são apresentados os valores de avaliação para que o
proprietário analise qual das modalidades será correta na sua concepção,
indenização ou reassentamento.
Para que o termo de opção seja feito, um técnico é deslocado até a
propriedade alvo do trabalho, levando o termo de opção impresso. Todas as
opções são elucidadas aos beneficiários e suas dúvidas sanadas, ficando a
critério do mesmo optar por uma das alternativas possíveis, preenchendo o
campo da opção e assinando o documento para que seja válido.
Foi observado que muitos dos atingidos têm definida sua opção
anteriormente à visita do técnico, demonstrando que as modalidades são
discutidas e a informação é transmitida com facilidade entre a população atingida.
O documento da opção assinado é levado ao CEFC para que tome
conhecimento da opção do atingido, dando caminhamento às atividades para que
mais brevemente o remanejamento seja efetuado.
9.4. Entrega de Cartas de Crédito
Nesta tarefa um técnico de campo visita a propriedade do beneficiário
entregando sua Carta de Crédito. A mesma é lida e se houver dúvidas estas são
esclarecidas, enfim a carta é assinada para confirmar sua entrega.
31
Os beneficiários optantes por Auto-Reassentamento recebem uma Carta de
Crédito do CEFC garantindo o recurso financeiro para que o mesmo possa
negociar uma área de seu interesse.
Neste mesmo documento vem discriminado o valor correspondente ao
benefício, bem como a descrição de uma propriedade que servirá de referência
ao atingido.
A propriedade descrita foi idealizada para nortear o atingido durante seu
busca por propriedades abertas a negociação. As características da propriedade
hipotética discriminam áreas de classes de solo, tamanho e divisões da casa,
área de galpões, entre outros, que visam assegurar a viabilidade econômica da
propriedade e desenvolvimento da família.
É informado ao beneficiário que esta propriedade descrita serve como
referência, pois as áreas adquiridas por carta de crédito são sujeitadas a
aprovação do CEFC, se a propriedade for muito diferente da descrita no
documento esta área é reprovada anteriormente a realização de vistoria.
Juntamente com a carta de crédito é entregue uma Proposta de Venda
(Anexo 9) que deverá ser preenchida pelo possível vendedor discriminando os
dados pessoais do vendedor e características da área em negociação, bem como
cópias dos documentos pessoais e do imóvel anexos.
Com a proposta preenchida são analisadas previamente o tamanho do
imóvel que será negociado, se for muito inferior a referência, a proposta já é
descartada, se a área está condizente, a propriedade será vistoriada in loco
verificando se a propriedade tem condições de receber a família atingida ou não.
9.5. Vistorias de Carta de Crédito
Foram realizadas duas vistorias de carta de crédito, que é uma atividade
efetuada quando a Proposta de Venda, entregue junto com a Carta de Crédito, é
enviada ao escritório da empresa devidamente preenchida.
Ao receber a Proposta de Venda, um processo foi iniciado para se alocar as
informações referentes a este remanejamento.
O técnico responsável pela vistoria agenda uma data com o comprador e o
vendedor para a realização da vistoria. É muito importante a presença de ambos,
32
pois o beneficiário terá maior contato com a propriedade e o vendedor poderá
mostrar as qualidades e esclarecer dúvidas da área em negociação.
A vistoria de carta de crédito é realizada através do levantamento da área
negociada. Mapas existentes na propriedade são utilizados como referência, ou
na ausência, um croqui da propriedade é feito em escala, separando as glebas
por aptidão agrícola e uso atual. As benfeitorias são medidas e sua imagem
registrada por meio de fotografia, o acesso e distância também são verificados,
bem como outros fatores julgados importantes.
A documentação pessoal e do imóvel é verificada e se houver alguma
pendência fica de responsabilidade do vendedor a sua regularização.
No escritório as áreas são calculadas, discriminadas e convertidas para uma
classe padrão que será comparada com a área referenciada na Carta de Crédito.
Um relatório de vistoria é feito discriminando todas as benfeitorias e áreas
levantadas, bem como as características da propriedade e realizado um parecer
técnico. Este é anexado ao processo juntamente com os dados coletados, e
enviado ao CEFC para aprovação da área.
9.6. Levantamento Físico
O levantamento físico foi realizado em duas propriedades atingidas
utilizando os critérios e metodologias descritas anteriormente.
Foram utilizados para a realização do levantamento destas propriedades
planta da de campo (Anexo 3), trena, máquina fotográfica e formulários (Anexo 4).
O levantamento foi iniciado percorrendo toda a área classificando a aptidão do
solo (Fig. 1 b; Anexo 5) e utilização do solo, identificando-os na planta de campo
(Fig. 1 a). Durante o trajeto as estradas, cercas, culturas, melhoramentos, poços,
açúdes e demais benfeitorias secundárias existentes foram quantificadas e
registradas nos formulários e por fotografia.
Na continuidade do trabalho foram levantadas, da mesma forma que
anteriormente, as benfeitorias principais como casa, BWC, chiqueiro, galinheiro,
paiol, estrebaria, entre outros.
Todas as atividades realizadas na propriedade foram acompanhadas por um
responsável do imóvel.
33
No término do levantamento, nos deslocamos até o escritório e os
formulários foram passados a limpo, as imagens capturadas foram impressas e
separada a área por aptidão de uso (Fig. 1 c; Anexo 6). Os novos formulários
contendo o levantamento foram apresentados ao proprietário para que o mesmo
verificasse e assinasse o documento se o mesmo estivesse de acordo.
Figura 1 – a) Imagem da propriedade que é levada a campo para facilitar a
identificação das áreas. b) Identificação das glebas feitas a campo pelo técnico. c)
Divisão das glebas em software para cálculo de área.
9.7. Emissão de Laudos
Cada benfeitoria e seus padrões tiveram seus preços unitários estimados.
Estes valores identificados pela pesquisa de preço deram origem a uma lista de
34
preços onde cada benfeitoria, bem como seu padrão, foi identificada por um
código numérico para facilitar o trabalho de lançamento de dados.
O valor total das terras e das benfeitorias avaliadas é dado pela quantidade
de cada objeto avaliado multiplicado pelo seu valor unitário encontrado na lista de
preços gerada pela pesquisa.
Para facilitar este procedimento devido a grande demanda de processos a
serem avaliados, desenvolveu-se um software no qual o avaliador digita o código
do objeto avaliado e a quantidade e o software busca na lista de preços e calcula
o valor de cada item avaliado, faz uma lista dos mesmos e soma todos os valores
determinando o valor do laudo.
Os processos chegam para a avaliação com o levantamento físico pronto,
faz-se o cadastro do processo no banco de dados do programa, descrevendo o
código do processo, nome do proprietário e local.
Posteriormente são lançados os códigos e as quantidades dos itens, cada
qual em seu respectivo local, pois são emitidos três laudos de avaliação (Anexo
7): laudo de terras; laudo de benfeitorias reprodutivas; laudo de benfeitorias não
reprodutivas.
Após lançamento de dados o laudo é impresso e passa por conferência
verificando se todos os dados levantados foram avaliados e vice-versa. Estando
tudo correto os laudos são assinados pelos responsáveis e um resumo de
avaliação (Anexo 8) é feito demonstrando os sub-totais e o total do laudo. Pronta
mais esta etapa os laudos são enviados para o CEFC para sua aprovação e
posterior negociação.
35
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a construção de um grande empreendimento como a Usina Hidrelétrica
Foz do Chapecó muitas pessoas são envolvidas. De uma parte existem diversos
trabalhadores e empresas contratadas para a realização dos programas da obra e
de outra parte temos todas as famílias atingidas, órgãos governamentais e
associações.
Devido a este elevado contingente de pessoas envolvidas é imprescindível
que todas as tarefas sejam realizadas de forma organizada e que todas as
informações sejam repassada a todas as partes envolvidas para que se tenha a
menor distorção possível, evitando gerar expectativas negativas e conflitos entre
as pessoas envolvidas.
O PBA prevê a criação de diversos projetos com a finalidade de minimizar os
impactos causados pela obra. A preocupação com o ressarcimento, diminuição ou
mitigação destes impactos demandam uma grande quantidade de trabalho e
investimentos financeiros. Entretanto as tarefas realizadas atualmente minimizam
a quantidade de conflitos e problemas ambientais, que futuramente seriam mais
complexos e caros de serem solucionados.
A comunicação interpessoal do empreendedor ou das empresas prestadoras
de serviço com os atingidos facilita a difusão de informações para todas as
classes sociais, os possíveis boatos podem ser esclarecidos ou desmentidos e
existe a formação do canal de informação onde o atingido pode comunicar,
através do técnico de campo, o empreendedor de alguma situação pertinente.
Quando os atingidos vão aos escritórios do empreendimento a procura de
informações sobre seus processos como o local e a etapa que se encontra, são
atendidos da melhor forma possível procurando sanar todas as suas dúvidas.
O remanejamento populacional é uma das etapas mais complexas, pois
envolvem diversas culturas, pensamentos, anseios, memórias, sentimentos e
costumes da população atingida, bem como toda a parte física dos imóveis
atingidos. Por isso, são disponibilizadas algumas modalidades de remanejamento,
que são demonstradas aos atingidos com a maior clareza possível, para que o
mesmo faça sua escolha de acordo com suas necessidades.
36
A avaliação dos imóveis auxilia muito na negociação das áreas, pois garante
preço mais próximo do real com fundamentação científica, evitando abusos de
preços que podem beneficiar alguns atingidos e prejudicar outros.
Como regra geral o remanejamento das populações deve, sempre que
possível, melhorar ou no mínimo manter as condições sociais e econômicas da
família atingida.
37
11. CONCLUSÃO
O estágio de conclusão é fundamental para a formação acadêmica e
profissional. O período integral em que são realizadas as atividades nos aproxima
de uma realidade de trabalho, que não seria possível de ser praticada
conjuntamente às outras atividades curriculares no decorrer da graduação.
Como se trata de um empreendimento do tamanho da UHEFC, várias
atividades são realizadas ao mesmo tempo em diversas propriedades e algumas
etapas já foram superadas, portanto, para quem está iniciando, o
acompanhamento e entendimento das atividades realizadas anteriormente,
através de documentos e conversas com as pessoas envolvidas, é de grande
importância para a realização de tarefas futuras.
Ao acompanhar as atividades de remanejamento populacional foi verificada
que as mesmas são realizadas da maneira mais profissional e justa possível,
visando abranger a população de fato atingida pelo empreendimento, dando
condições tão boas quanto ou se não melhores do que as que se encontravam
antes da obra.
Através de visitas aos beneficiários, verificou-se que a comunicação
interpessoal é de extrema importância, muitos tem dificuldades em ler, assimilar
informações ou assinar seu nome, cabendo ao técnico de campo a função de
explicitar as informações e documentos para que os mesmos tomem
conhecimento e fiquem seguros quanto as decisões tomadas.
A definição de preços dos imóveis através de uma metodologia científica,
que avalia o preço separadamente terras, suas características e benfeitorias, é
ideal. Quem tem mais terra e de melhor característica agronômica, com
benfeitorias de boa qualidade recebe um valor maior do que os que têm poucas
terras, quase inaptas ao cultivo e com benfeitorias de má qualidade e
tecnologicamente ultrapassadas. Tem alguma coisa injusta nisto? Para isso
outras opções de remanejamento são oferecidas para quem possui valores de
indenizações muito baixos e a importância a qual o beneficiário terá direito está
de acordo com a força de trabalho de sua família.
É esperado que a quantidade de pessoas que permanecerão na terra será
muito maior do que nos empreendimentos anteriores, devido a metodologia
38
adotada para a realização do remanejamento, bem como todos os programas
sociais e ambientais que são oferecidos, diminuindo o êxodo rural que é um dos
grandes problemas neste tipo de empreendimento.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Avaliação de Bens – NBR 14653. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
BANCO DE INFORMAÇÕES DE GERAÇÃO - BIG. Capacidade de Geração do Brasil. Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, 2008. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.asp> Acessado em: 12/052008.
CAIRES, H. & CAIRES, H. R. Avaliação de Glebas Urbanizáveis. 1 ed.. São Paulo: Editora PINI, 1984. 355p.
CONSÓRCIO ENERGÉTICO FOZ DO CHAPECÓ – CEFC. Aproveitamento Hidrelétrico Foz do Chapcó – Critérios e Procdimentos para Indenizações de Propriedades do AHEFC. 2005.
CONSÓRCIO ENERGÉTICO FOZ DO CHAPECÓ – CEFC. Aproveitamento Hidrelétrico Foz do Chapcó – Procedimentos para Reassentamentos da População Atingida pelo AHEFC. 2005.
CONSÓRCIO ENERGÉTICO FOZ DO CHAPECÓ – CEFC. Aproveitamento Hidrelétrico Foz do Chapcó - Projeto Básico Ambiental – PBA. 2003.
ECSA Engenharia Sócioambiental. ECSA Engenharia Socioambiental. Disponível em: <http//www.ecsa-sc.com.br> Acessado em: 20/05/2008.
FOZ DO CHAPECO. Foz do Chapecó Energia S.A, 2008. Disponível em: <http://www.fozdochapeco.com.br/> Acessado em: 12/05/2008.
INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES PERÍCIAS DE ENGENHARIA – IBAPE. Avaliações para Garantia. São Paulo: Editora Pini Ltda., 1983. 216p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES PERÍCIAS DE ENGENHARIA – IBAPE. Engenharia de Avaliações. São Paulo: Editora Pini Ltda., 1974. 241p.
LIMA, M. R. C. Avaliação de Propriedades Rurais: Manual Básico. 2 ed. rev. e atual. São Paulo: Liv. e Ed. Universitária de Direito, 2005. 287 p.
ANEXOS
Anexo 1
Execução:
AUTORIZAÇÃO DE ACESSO PARA REALIZAÇÃO DE LEVANTAMENTOS
CONSÓRCIO ENERGÉTICO FOZ DO CHAPECÓ, pessoa jurídica de direito privado, produtor independente de energia elétrica, na condição de produtor independente, inscrita no CJPJ/MF sob o nº 04.660.959/0001-04, com sede na Rua Tenente Silveira, 225, 10° Andar, na cidade de Florianópolis, estado de Santa Catarina, na qualidade de empresa responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, necessitando realizar estudos e levantamentos nas propriedades afetadas pelo referido empreendimento, vem solicitar de V.Sa. autorização de acesso à sua propriedade visando à realização das atividades a seguir mencionadas, através de seus empregados, prepostos e/ou empresas contratadas:
1. Levantamentos físicos da propriedade: medição das edificações, identificação e quantificação das culturas permanentes, e identificação e quantificação do uso atual dos solos.
Informamos, por oportuno, que para a realização dos levantamentos físicos retro citados não será necessário nenhum tipo de supressão de vegetação, entretanto torna-se necessária a utilização da propriedade de forma compatível com a atividade a ser exercida, e exclusivamente para fins aqui especificados, zelando pela boa conservação e pelo cumprimento de toda a legislação ambiental pertinente. Sendo o que temos para o momento, e contando com a compreensão de V.Sa., Atenciosamente, .________________________________. P/ Consórcio Energético Foz do Chapecó
AUTORIZAÇÃO Ciente e de acordo com o teor deste documento, AUTORIZO a entrada na minha propriedade, localizada no lugar denominado _______________________________________, município de ___________________________-____, das pessoas e dos equipamentos necessários à realização dos levantamentos e atividades mencionados. __________________________, _____ de _________________ de 2007. ___________________________________________ REFC-___-______ Nome:
Anexo 2
ÁREA TOTAL (ha)
MÓDULO FMP
ÁREA TOTAL (ha)
OBS:
3 - DADOS PARA AVALIAÇÃO
DISTÂNCIA : MUITO PRÓXIMO (Até 5 km) PRÓXIMO (de 6 a 15 km) DISTANTE ( de 16 a 30 km) MUITO DISTANTE (acima de 30 km)
| | | , | | | | IMÓVEL ADQUIRIDO DE :
| | | , | | | |
ÁREA (ha)Nº RECEITA FEDERAL Nº INCRA Nº MOD.
PREPARADO POR
| | | , | | | |
| | | , | | | |
LOCAL
DATA
ACESSIBILIDADE: ÓTIMA MUITO BOA BOA REGULAR RUIM
NÍVEL DE MANEJO: AVANÇADO SEMI-AVANÇADO TRADICIONAL PRIMITIVO IMPRODUTIVO
| | | , | | | |
Execução:
OBRA
UF
SENTENÇA: AUTOS n°___________________ DATA:______________ JUÍZO:______________________________________________________________________________
NÚMERO DO DOCUMENTO
UF
OFÍCIO LIVRO FOLHA
MUNICÍPIO
CONSÓRCIO ENERGÉTICO FOZ DO CHAPECÓ
F O L H A C A D A S T R A L
PACTO ANTENUPCIAL
ESCRITURA REGISTRO N°:________ FLS:_______ LIVRO:_____ DATA:______________ CARTÓRIO: ___________________________________________________________________________________
1 - DADOS DO PROPRIETÁRIO / OCUPANTE
SABE ASSINAR? SIM NÃO
PROFISSÃO CPF/CNPJ
DATA DE NASCIMENTO
UF
NÚMERO DO DOCUMENTO CART. IDENTIDADE C.T.P.S. CARTEIRA PROFISSIONAL
NOME DO PAI NOME DA MÃE
NOME
ÓRGÃO EXPEDIDOR
SE UNIÃO ESTÁVEL: SOLTEIRO SEPARADO JUDICIALMENTE DIVORCIADO VIÚVO
NOME
DATA DE NASCIMENTO
CPF/CNPJ
NATURALIDADE
PROFISSÃO
PAISNACIONALIDADE BRASILEIRA ESTRANGEIRA
CERTIDÃO N°: FLS: LIVRO: DATA: CARTÓRIO:
ÓRGÃO EXPEDIDOR CART. IDENTIDADE C.T.P.S. CARTEIRA PROFISSIONAL
PROPRIETÁRIO/OCUPANTE ÚNICO? SIM NÃO ( EM CASO NEGATIVO, PREENCHER UMA FC PARA CADA PROPRIETÁRIO/OCUPANTE)
Nº PROPRIETÁRIOS/OCUPANTES
ENDEREÇO RESIDENCIAL Nº
CÔ
NJU
GE
MUNICÍPIO TELEFONE
SABE ASSINAR? SIM NÃO
NOME DO ADVOGADO ENDEREÇO TELEFONE
NOME DO PAI NOME DA MÃE
É ESPÓLIO? SIM NÃO
NOME DO INVENTARIANTE
JUÍZO CARTÓRIO
CERTIDÃO N°: FLS: LIVRO: DATA: CARTÓRIO:
2 - DADOS DO IMÓVELDISTRITO MUNICÍPIO COMARCA UF
IDENTIFICAÇÃO FUNDIÁRIA
2.1 - D O C U M E N T O S R E G I S T R A D O S
COMARCA MATRÍCULA/TRANSCRIÇÃO ÁREA (ha)
DENOMINAÇÃO/REGIÃO
| | | , | | | |
| | | , | | | |
| | | , | | | |
NACIONALIDADE BRASILEIRA ESTRANGEIRA
PAíS NATURALIDADE UF
| | | , | | | |
SEQ
ESTADO CIVIL REGIME SOLTEIRO COM.UNIV.BENS CASADO COM.PARCIAL BENS SEP.BENS
SEP.JUDIC. DIVORCIADO
UNIÃO ESTÁVEL DESDE VIÚVO CERTIDÃO N°: FLS: LIVRO: DATA: CARTÓRIO:
Anexo 3
Anexo 4
CULTURAS CULTURAS QUANTIDADE ÁREA PRODUT.
PERMANENTES 1. S/PROD 2.C/PROD. 3.S/PROD 4.C/PROD. 5.S/PROD 6.C/PROD. ANUAIS (Kg) (ha) (Kg/ha)
01 ABACATEIRO 34 AIPIM
02 ABACAXIZEIRO 35 ALGODÃO(CAROÇO)
03 ACEROLA 36 ALHO
04 AMEXEIRA 37 AMENDOIM(CASCA)
05 AMORA 38 ARROZSEQUEIRO
06 BANANEIRA 39 ARROZIRRIGADO
07 CAFEEIRO 40 AVEIA
08 CAQUIZEIRO 41 BATATADOCE
09 CASTANHEIRA 42 BATATAINGLESA
10 CEREJEIRA 43 CEBOLA
11 CITRICAS 44 CENTEIO
12 COCO 45 CEVADA
13 COQUEIRO 46 FEIJÃO DE COR
14 ERVEIRA 47 FEIJÃO PRETO
15 FIGUEIRA 48 FUMO
16 GOIABEIRA 49 GIRASSOL
17 JABOTICABEIRA 50 MAMONA
18 KIWIZEIRO 86 MANDIOCA
19 MACIEIRA 87 MILHO
20 MAMOEIRO 88 RAMI
21 MANGUEIRA 89 SOJA
22 MARACUJA 90 SORGO
23 MARMELEIRO 91 TRIGO
24 NECTARINEIRA 92 TRIGOMOURISCO
25 NESPEREIRA 93 TOMATE
26 NOUGUEIRA
27 PALMITEIRO
29 PEREIRA
30 PESSEGUEIRO
31 SILVESTRES
33 VIDEIRA
1. TRADICIONAL 2.TÉCNIFICADA
52 56
53 57
LOCALIZAÇÃO
ABAIXO DA COTA 265 FAIXA VARIÁVEL
LEVANTAMENTO PARA AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS REPRODUTIVAS
CONSÓRCIO ENERGÉTICOFOZ DO CHAPECÓ
TÉCNIFICADA
ÁREA (ha)
1 ANO 2 ANOS 3 ANOSCÓDIGO PASTAGEMCÓDIGO
TRADICIONAL
ESTRELA AFRICANA
ÁREA REMANESCENTE
NÚMERO DO PROCESSOOBRA
AVEIA/AZEVEM
CANA-DE-AÇUCAR
BENEFICIÁRIO
CÓDIGO CÓDIGOTRADICIONAL TECNIFICADA
ÁREA (ha) - IDADE
NATIVAS 7.MUDAPLANTADA
PROPRIETÁRIO Nº do Laudo
ECSA -
59
54 60
55 61
CÓDIGO
100 63
101 64 BRACHIARIA (B.DECUMBENZ)
PORTE ALTO
CAPIM ELEFANTE
MODELO ECSA-CFC
MELHORAMENTO PARCIAL
PENSACOLA
GRAMA SEMPRE VERDE
KIKUIOPORTE BAIXO/MÉDIO
ÁREA (ha)RECUPERAÇÃO DE SOLO
MELHORAMENTO PARA MECANIZAÇÃO
58 GRAMA JESUÍTA
ADULTAS
62 CAPIM COLONIÃO
CÓDIGO PLANTAS ORNAMENTAISQUANTIDADES DE PLANTAS
MUDAS
Execução:
Quat. Quat.
66
67
68
69
70
71
72
73
111
1 - 2 3 - 4 5 - 6 7 - 8 9 - 10 11 - 12 13 - 14
81
82
84
85
122
123
QUANTIDADE DE PÉS COM IDADE EM ANOS
PINHEIRO - NATIVO
CÓDIGO MADEIRAS PARA BENEFICIAMENTO
CEDRO/LOURO
PINHEIRO
IMBUIA
MADEIRA DE LEI
Sem
CÓDIGO MADEIRAS DE REFLORESTAMENTO
PINHEIRO - REFLORESTAMENTO
EUCALIPTO - REFLORESTAMENTO
PINUS - REFLORESTAMENTO
MADEIRA BRANCA
MADEIRA DE LEI
MADEIRA BRANCA
LENHA
LENHA REFLORESTAMENTO
PINUS
EUCALIPTO
OBSERVAÇÃO
APROVEITAMENTO (m³)
Com
REGULARACESSIBILIDADE
NÍVEL DE MANEJO
AVANÇADO SEMI-AVANÇADO TRADICIONAL PRIMITIVO IMPRODUTIVO
FATORES DE HOMOGENEIZAÇÃO
RUIM
DISTÂNCIA AO CENTRO CONSUMIDOR MAIS PRÓXIMO CONSIDERADA A ............................................................................................................................................................................................................................................
MUITO PRÓXIMO (Até 5 km) PRÓXIMO (de 6 a 15 km) DISTANTE ( de 16 a 30 km) MUITO DISTANTE (acima de 30 km)
ÓTIMA MUITO BOA BOA
DATA
FA FM FD
x x x
LOCAL DATA TÉCNICO RESPONSÁVEL
4 (D) 5 (VP OU VSA)
TOTAL DE: ………………………………………………..…ha, DE TERRAS CLASSIFICADAS DE ACORDO COM A SEGUINTE CAPACIDADE DE USO : Classe
Área
PARA USO DO ESCRITÓRIO
CADASTRO DO PROCESSO
AM 1 (A)
............../.........../.............
OBJETO DO LAUDO
NÚMERO DO LAUDOATRIBUÍDO A
HECTARES
FH = (FA) x (FM) x (FD) =
FATOR DE HOMOGEINIZAÇÃO
................................................................................................ ............................................................................................................................
NÚMERO DO CADASTRONÚMERO DO PROCESSOOBRA
PROPRIETÁRIO
ASSINATURA DO PROPRIETÁRIO
............................................................................................................................................................................ASSINATURA DO BENEFICIÁRIO
............................................................................................................................................................................
Declaro estar de pleno acordo com os termos deste levantamento, realizado por
ocasião do .......................................................................................................................
8 (VSM) em APP
AVALIAÇÃO DE TERRAS
MUNICÍPIO
6 (VSM)
ESTADOLOCALIDADE
2 (B) 3 (C)
............../.........../.............
NOME / ASSINATURA DO TÉCNICO RESPONSÁVEL
............................................................................................................................................................................
LOCAL
....................................................................................................................
FATOR DE HOMOGEINIZAÇÃO
7 (VP OU VSA) em
APP
OBRA
SEQ. OBRA
LOCALIZAÇÃO ABAIXO DA COTA 265 FAIXA VARIÁVEL
ÁREA REMANESCENTE
CONSÓRCIO ENERGÉTICO
FOZ DO CHAPECÓ
LEVANTAMENTO DE BENFEITORIAS
Folha 2
NÚMERO DO LAUDO
PROPRIETÁRIO BENEFICIÁRIO
DESCRIÇÃO DE SERVIÇOS QUANTITATIVO DESCRIÇÃO DE SERVIÇOS QUANTITATIVO P E 16 – CERCAS MB LMC MC 20 - POÇOS
3 fios Arame Farpado Calçada com tijolos
4 fios Arame Farpado Calçado com tubos
5 fios Arame Farpado Sem calçar
6 fios Arame Farpado Com beirado de alvenaria
7 fios Arame Farpado Com beirado de madeira
3 fios Arame Liso Diâmetro:
4 fios Arame Liso Profundidade:
5 fios Arame Liso 21 – CAIXA D’ÁGUA
6 fios Arame Liso Concreto
7 fios Arame Liso Alvenaria de tijolos
3 tábuas 0.15x1” Revestimento interno
4 tábuas 0.15x1” Revestimento externo
5 tábuas 0.15x1” Plástica
Elétrica Fibrocimento
Ripas Fibra de vidro
Bambu Cisterna
Tela Base para caixa d’água (M=madeira; A=Alv)
Taipa de pedra Tanque de alvenaria maciço
Metálica
Palanques: S – Serrados; R – Roliços; L – Lascados; C- Concreto Dimensões: Mourões de concreto
17 – MUROS Altura:
Pré-fabricado 22 – FORNOS
Alvenaria de pedras Alvenaria com argila
Alvenaria de concreto Alvenaria com argila cimento
Alvenaria de tijolos maciços Sobre cepos
Alvenaria de tijolos furados Sobre pilares de alvenaria
Alvenaria de tijolos à vista Com abertura
Alvenaria elementos vazados
Dimensões:
Com revestimento Altura:
Sem revestimento 23 – FOSSA
Revestido
Dimensões: Sem revestimento
18 – CALÇADAS Pré-fabricada
Contrapiso
Cimento alisado Dimensões:
Tijolos acimentado Profundidade:
Cerâmica 24 – ESTRADA
Lajotas Revestida
Cacos Sem revestimento
Trator D-4
Dimensões: Trator D-6
19 – TUBOS PVC E MANGUEIRAS Retro-escavadeira
Rígido subsolo Caminhão basculante
Rígido aparente Caminhão MUNCK
Flexível subsolo Escavação manual
Flexível aparente Dimensões:
Tubos PVC Corte/Aterros aproximados:
Mangueira PVC aparente Horas-trator aproximada:
Mangueira PVC enterrada 25 – CAMPO DE FUTEBOL
Com grama
Sem grama
Alambrado
Terraplanagem
Dimensões:
Legenda: Mourões: MB – madeira branca; LMC – Lasca de Madeira Comercial; MC – Madeira Comercial E – Espaçamento entre Estacas: 2,00m; 2,50m; 3,00m; 3,50m Execução:
FOLHA 02 DESCRIÇÃO DE SERVIÇOS QUANTITATIVO DESCRIÇÃO DE SERVIÇOS QUANTITATIVO
26 – MÃO-DE-OBRA 29 – BUEIROS Carpinteiro Tubos de concreto simples Encanador Tubos de concreto armado Mecânico Pontilhão de madeira Pedreiro Servente Dimensões: Soldador 30 - ESCADAS Técnico em montagem Alvenaria Mão de obra especializada Madeira Ajudante / mão de obra não especializada Ferro Eletricista Número de degraus:
27 – EXTENSÕES / REDE 31 – AÇUDE Extensão telefônica Dimensões Extensão elétrica com fio 1.5 Profundidade Extensão elétrica com fio 2,5 Horas estimadas Extensão elétrica com fio 4 Extensão elétrica com fio 4 Rede baixa tensão poste madeira Dimensões: Rede baixa tensão poste concreto 32 – DIVERSOS Remoção de antena parabólica
28 - LATRINA Cocho Descoberto Em madeira com pintura Cocho Coberto Em madeira sem pintura Bomba Hidráulica – Roda D’Água Em alvenaria com reboco Galinheiro/Viveiro Em alvenaria sem reboco Porteira Fogão de Lenha -Tijolos Adobe Dimensões: Dimensões:
OBSERVAÇÕES
DECLARO ESTAR DE PLENO ACORDO COM OS TERMOS DESTE LEVANTAMENTO. Assinatura Proprietário Assinatura Beneficiário
Local/Data Responsável Técnico Arquivo
Anexo 5
Aptidão Agríco la LegÁrea
Inundada (ha)Faixa
de APP (ha)Á rea
Remanescente (ha) T OT A IS (ha)
M otomecanizáveis A 0,2053 0,2796 0,0000 0,48 49
Tração Animal B 0,3338 0,1399 0,0000 0,47 37
Agricultaveis M anualmente C 0,0000 0,3405 0,0000 0,34 05
Inaptas ao Cultivo D 0,0000 0,0000 0,0000 0,00 00
Vegetação Primária VP 0,0000 0,0000 0,0000 0,00 00
Vegetação Secundária Estágio Avançado VSA 0,0000 0,0000 0,0000 0,00 00
Vegetação Secundária Estágio M édio VSM 0,0000 0,2374 0,0000 0,23 74
T OT A IS 0,5391 0,9974 0,0000 1,5365
CLASSIFICAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA
Anexo 6
Anexo 7
Anexo 8
Anexo 9
PROPOSTA DE VENDA DE IMÓVEL O(s) PROMITENTE(S) VENDEDOR (ES), ______________________________________e ___________
___________________, portador (es) da(s) C.I. (s) nº(s) _____________________, inscrito(s) no CPF sob
o(s) nº(s) __________________________, brasileiro(s), residente(s) e domiciliado(s) no lugar denominado
__________________________, município de _________________________, na qualidade de
proprietário(s) do imóvel registrado sob nº_____________, fls. ________, livro ________, do Cartório do
Registro de Imóveis de ______________________, constituído pelo _____________________________,
situado no município de ____________________, com a área de ________ ha. vem (vêm) propor a venda
do mesmo ao Sr. __________________________, portador da C.I. nº _______________ e à sua mulher
_____________________, portadora da C.I. nº __________________, ambos brasileiros, agricultores ,
inscritos no CPF sob nº _________________ e _________________, residentes e domiciliados no lugar
denominado ____________________, no município de _______________________, eis que cadastrados
junto à Foz do Chapecó Energia S/A como beneficiários do programa de AUTO-REASSENTAMENTO que
está sendo oferecido como opção de relocação à população atingida diretamente pela construção da
Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó.
Declara(m), outrossim, o(s) PROMITENTE(S) VENDEDOR(ES) , que o imóvel ofertado é constituído por
________ ha . de área de lavoura; ___________ ha .de área de pastagem; ________ha. de áreas de
preservação permanente e reserva legal e que sobre o mesmo acham-se edificadas as seguintes
benfeitorias: ____ casa de ______________ com ______ m² ; galpão com ___________ m² ; ____
chiqueiro com ________ m² e ______ aviário com ______ m² , outros:
______________________________.
O valor da presente proposta é de R$______________ (________________________________________
____________________________) e terá validade por 60 (sessenta) dias, contados a partir desta data.
Desde já, fica a Foz do Chapecó Energia S/A, através de seus prepostos, autorizada a adentrar no imóvel para a confirmação das informações aqui prestadas, bem como para realizar os necessários levantamentos, objetivando a aferição do preço aqui proposto. Em caso do imóvel vir a ser aprovado pela Foz do Chapecó Energia S/A, para o fim a que se destina(auto-reassentamento), o(s) PROMITENTE(S) VENDEDOR (ES) obriga(m)-se a assinar a escritura pública no ato do pagamento do preço, que deverá ser efetuado à vista, dentro do prazo acima estipulado, bemcomo a promover(em) a desocupação do mesmo, no prazo máximo de 30( trinta) dias.
____________________________, _____ de _______________ de ________ PROMITENTE(S) VENDEDOR (ES): __________________________________ _____________________________ __________________________________ _____________________________ TESTEMUNHAS: 1ª.__________________________________ 2ª. ____________________________ Nome: Nome: Doc.: Doc.:
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