vila lothammer 05
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Vila Lothammer
PIRATABA, município de TORRES – RS.
Elio E. Müller 5
1914 - 1974
60 anos da entrada das primeiras famílias evangélicas que deram início ao núcleo que resultou
na formação da Vila Lothammer.
FOLHETO POPULAR – VL 5
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® de Elio Eugenio Müller, 1974
Revisão em 1999.
Reservados todos os direitos ao autor.
Para as revisões recebi a ajuda da
Sra. Ingred Luiza Lothammer Eberhardt
que me ajudou a corrigir alguns nomes de pessoas
e ampliar descrição de alguns eventos.
Obrigado.
Novo endereço do autor:
EUO EUGENIO MÜLLER
Rua Guilherme Pugsley 2512, Ap 1003
80600-310 - Curitiba - PR
Fone: (041) 99511741
eliomuller@uol.com.br
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60 anos da chegada
das primeiras famílias...
Em julho de 1974 foram lembrados os 60 anos da entrada do primeiro grupo de famílias evangélicas que deram início ao núcleo comunitário que resultou na Comunidade de Vila Lothammer.
As cinco primeiras famílias foram: Emil Balduin Bauer, Heinrich Dahmer,
Alvício Huff, Jacob Lindt e Peter Lindt. Por volta de 1920 veio Ludwig Lothammer logo seguido de famílias: Otto
Bindemann, Guilherme Brandes. Otto Wagner, Alfredo Wagner, Leopoldo
Schach, Bertholdo Drescher, Guilherme Herr, Kurt Steinbrink, Willy Blume e
Gustavo Blume.
Mais detalhes sobre a história da chegada das primeiras famílias
evangélicas à região de Pirataba, no município de Torres, podem ser
consultadas no folheto de História nº 2, que é um material baseado nas
entrevistas feitas aos mais idosos de Vila Lothammer.
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Culto festivo do dia 28 de julho de 1974. A decisão de festejar os 60 anos criou força em particular pelo fato de
não terem lembrado para realizar a comemoração condigna do cinquentenário,
em 1964.
Assim, fiquei feliz que eles me concederam o reconhecimento de ter
contribuído para que isso ocorresse, pois Lothar Lothammer falou: - “O pastor
Elio nos fez recordar de novo da nossa história, com as perguntas que ele veio
fazendo, desde que aqui chegou, pedindo para lhe contarmos algumas
histórias a respeito do nosso início, aqui”.
Verifiquei portanto de que era um sonho dos integrantes da Comunidade de Vila Lothammer, de realizar uma festa especial para a comemoração, em 1974, desses 60 anos, para lembrar das primeiras famílias que vieram para essa região.
Em virtude do “desastre natural” que foi a grande enchente de março
de 1974 e que assolou toda a região do sul de Santa Catarina e do norte do Rio Grande do Sul, inclusive na sede de Três Forquilhas verificamos que Vila Lothammer também sentiu o abalo.
Já em Santa Catarina a enchente foi bem mais destruidora, pois,
ocorreram 199 mortes. Em virtude dos sofrimentos e grandes perdas materiais de muitas
famílias da região, as festividades foram bem mais discretas também em Vila Lothammer que fica na divisa com Praia Grande – SC e outros municípios duramente atingidos.
Para quem viu de perto os estragos tão próximos da Vila Lothammer,
ralatou que as águas revoltas do Rio Mampituba que passaram próximo de Pirataba carregou para o mar tudo o que encontrava pela frente.
Em consequência, na praia de Torres, até onde se podia avistar, ao
norte como ao sul, estava coberta de detritos: aguapés, ramos, troncos e cadáveres de reses, porcos e galinhas, trazidos pela enchente.
Mesmo assim, não desistimos de realizar uma celebração bastante
singela. Apesar dessa simplicidade do evento pode ser dito que as comemorações foram muito significativas e tocantes. Isso porque a pregação ficou centrada na gratidão a Deus, e para o anúncio da Boa Nova com a notícia de que o socorro divino, naquelas horas de desespero, esteve bem presente e que sempre o será – o DEUS CONOSCO - em todos os tempos e em todos os lugares, para aqueles que o buscam com fé e humildade.
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A festividade da Comunidade ficou aliada ao Dia do Colono, comemorado tradicionalmente no dia 25 de julho.
Vieram autoridades de Torres, Praia Grande e redondezas. Novamente o padre da Comunidade Católica de Pirataba veio no sábado
à noite e aceitou realizar uma breve reflexão bíblica com preces em favor da união das diferentes comunidades de fé em torno do testemunho do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo no lugar onde Deus quer e conta com o serviço de cada qual.
___________________________________________________ Desastres naturais – As enchentes são naturais? As pequenas
inundações nas várzeas dos rios são naturais principalmente no verão quando
ocorrem as chuvas de fim de tarde são, chamadas de “chuvas de verão”. Igualmente as grandes enchentes que ocorrem uma vez a cada 20 ou 30 anos também são
fenômenos naturais provocados por chuvas excepcionais, ou seja, chuvas muito raras
e muito intensas ou contínuas. Mas existe um senão, porque se a cada vez que
ocorre uma chuva mais ou menos forte, também ocorrem enchentes altamente desastrosas, nas cidades, então é pelo fato de alguma coisa estar errada. Vale a
pena pesquisar e fazer um debate a esse respeito.
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Sonhando com a Festa do Centenário. Durante a programação festiva em 1974 surgiu e foi lançada a ideia de
se comemorar com a ênfase almejada, o centenário deste evento, no ano de 2014.
O Sr. Osvaldo Pedro Bauer levantou-se durante o almoço festivo e
argumentou: - “É bem possível que poucos de nós, dos mais velhos, vamos conseguir chegar até 2014. Mas eu dou forças para a ideia de comemorarmos o nosso centenário. Acho importante lembrar o meu pai Emil Balduin Bauer e todos os outros que, com ele, aqui chegaram em 1914 e, os que vieram logo depois. Devemos a eles a nossa existência neste lugar e a nossa gratidão...”.
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As palavras do Sr. Bauer imediatamente foram apoiadas por outros. Por exemplo o presidente da Comunidade, Sr. Waldemar Herr levantou-se e erguendo a mão para o alto, bradou com voz forte o seguinte desafio: - “Está certo, que aqueles de nós, os que ainda estiverem vivos em 2014, que façam a frente para ser realizada a nossa festa do centenário da chegada das primeiras famílias evangélicas, para cá”.
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Uma nova semana de evangelização com o missionário Alcides Jucksch;
Em 1974, agora já pelo quarto ano consecutivo, foi realizada uma
semana de evangelização na Vila Lothammer, conduzida pelo missionário Alcides Jucksch, novamente buscado em São Leopoldo – RS.
- “PARA UMA COMUNIDADE CRISTÃ: – SER EVANGELIZADA É UMA NECESSIDADE E, EVANGELIZAR É A SUA MISSÃO!”, dizia o missionário Alcides
Jucksch.
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As suas pregações eram repletas de exemplos simples do cotidiano da vida, tanto da comunidade bem como do lar e da vida conjugal. Por este motivo todos apreciavam muito tais explanações que colavam fundo na mente e na alma dos ouvintes, pois, semanas e meses depois, pessoas faziam uso de tais exemplos vivos quando desejavam defender ou explicar um ponto de vista sobre a vida espiritual.
Em conversas pessoais do pastor Jucksch comigo, ele enfatizava que o
fato de ser evangelizado para poder evangelizar é o modo de tornar Deus próximo e íntimo dos seus filhos e logo também de aproximar homens e mulheres do seu Deus e Pai, para o servirem, com fidelidade, no local onde foram colocados.
Evangelizar significa ajudar os que querem crer a conhecer, amar e
deixar-se amar por Jesus Cristo, de um modo tal que a vida e a existência de cada um seja permeada pela graça, pela alegria, pela paz e, em última análise, pelo amor de Deus.
Por isso, ser uma comunidade evangelizada e evangelizadora é
essencial. É assim que ela pode e consegue assumir concretamente, na localidade onde ela existe, a função que a ela foi conferida pelo Senhor da Igreja.
Apenas para relembrar o que todos ouviram já através das aulas de
ensino confirmatório e agora nas semanas de evangelização: - Cada batizado recebeu a missão de irradiar a fé que professa, as razões de sua esperança, baseada no amor, ou seja, no serviço bem concreto direcionado a todas as pessoas ao seu redor, sem distinções e sem discriminações.
É assim, através de seus membros, que uma comunidade é inspirada
pelo Evangelho em suas escolhas, na fixação de suas prioridades e no estabelecimento dos seus projetos eclesiais.
Acredito que o missionário Alcides Juscksch foi muito feliz em sua
atividade e, com certeza, contribuiu fortemente para tornar a Comunidade de Vila Lothammer centrada no senhorio de Cristo, onde a união e a comunhão ficaram bem mais palpáveis e visíveis, apesar de diferenças de pensamento que são normais e até de eventuais divergências e desentendimentos.
Felizmente a comunidade sempre conseguiu lidar com essas diferenças
e trabalhar os desentendimentos, para manter o rebanho unido em torno do Bom Pastor, que é Cristo nosso Senhor.
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Pastor Alcides Jucksch, missionário da IECLB.
Conheci o pastor Jucksch, já no tempo da minha adolescência em minha terra
natal, talvez em 1958. Ele veio fazer evangelizações em alguns pontos de nossa
Paróquia. Certo entardecer ele apareceu em nossa casa para a janta, pois, depois ele
teria um estudo bíblico em nossa casa, com famílias da Zona Norte da cidade de
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Panambi - RS. Ele pediu para que a mãe fizesse ovo cozido, servido na casca,
acompanhado de pão caseiro,dizendo que apreciava muito tal alimento. Chamou-me a
atenção que ele ficou depois com a marca amarelada de gema de ovo, colada pouco
acima da boca. Falei à mãe que devíamos avisá-lo desse detalhe para que ele
pudesse limpar a marca. Porém a mãe proibiu que eu falasse algo. Assim ele foi
daquele jeito para dirigir o estudo bíblico que foi em língua alemã. Não consegui
prestar atenção no que ele falava, pois, eu não conseguia tirar os olhos da mancha
amarela, de gema de ovo que ressecou. Parecia que eu tinha que ir até lá e oferecer-
lhe um lenço.
Quando assumi a Paróquia de Tres Forquilhas repleto de temores e com
dificuldades para dar conta de meus afazeres pastorais, eu o convidei para uma
semana de evangelização em Itati. Ele ficou hospedado toda aquela semana em
nossa casa e, todas as noites, depois do programa evangelístico ele sentava comigo e
com Doris para uma conversa bem aberta e muito construtiva e, acima tudo,
abençoada. Fiquei devendo muito a essa dedicação dele e das lições e profundos
ensinamentos que ele me repassou.
Pastor Alcides Jucksch era nascido na cidade de Curitiba – PR, no dia 22 de
agosto de 1912 estudou num seminário para evangelistas na Alemanha e foi ordenado
pastor no ano de 1947. Desde então ele dedicou a sua vida ao anúncio do evangelho,
chamando à conversão.
Ele faleceu no dia 19 de março de 2012, quando faltavam quatro meses para
que ele completasse 100 anos de vida. Ele foi sepultado em Gramado – RS.
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LEMBRETE.
O complexo comunitário da IECLB em Vila Lothammer foi inaugurado no
dia 22 de julho de 1973.
Portanto, em 2013 completam-se 40 anos desse evento e poderá ser
lembrado em algum momento, para render graças a Deus pela sua providência
nestes anos todos.
Acima de tudo sejamos sempre gratos que estas edificações que foram
valiosas e úteis para a edificação do Reino de Deus em Vila Lothammer.
O pastor Augusto Ernesto Kunert enfatizou a importância da gratidão,
em todos os momentos, mesmo em meio aos sofrimentos, males ou morte,
pois que Ele tem cuidado de nós, concedendo as pelas dádivas espirituais e
materiais para servirem de sustentação do rebanho de Cristo.
Elio Eugenio Müller
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