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INSTITUTO DOCTUMFACULDADES DOCTUM CARATINGA
ARQUITETURA E URBANISMO
RAFAELA MACIEL BRAGANÇA
QUALIFICAÇÃO DOS AMBIENTES DE LAVANDERIA HOSPITALAR E CONTRIBUIÇÃO NO CONTROLE DE INFECÇÃO: UM ESTUDO
SOBRE A LAVANDERIA DO HNSA
CARATINGA2019
RAFAELA MACIEL BRAGANÇA
QUALIFICAÇÃO DOS AMBIENTES DE LAVANDERIA HOSPITALAR E CONTRIBUIÇÃO NO CONTROLE DE INFECÇÃO: UM ESTUDO
SOBRE A LAVANDERIA DO HNSA
Monografia apresentada ao Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Doctum de Caratinga, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientadores: Dr. Rogério Francisco Werly Costa; Me. Marine Luiza de Oliveira Mattos e Prof. Camila Silva.
CARATINGA2019
RAFAELA MACIEL BRAGANÇA
QUALIFICAÇÃO DOS AMBIENTES DE LAVANDERIA HOSPITALAR E CONTRIBUIÇÃO NO CONTROLE DE INFECÇÃO: UM ESTUDO
SOBRE A LAVANDERIA DO HNSA
Monografia apresentada ao Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Doctum de Caratinga, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Comissão examinadora
__________________________
Prof. Dr. Rogério Francisco Werly Costa.
Faculdades Doctum de Caratinga
__________________________
Prof.(a) Camila Alves da Silva
Faculdades Doctum de Caratinga
__________________________
Prof. Maxuell Rodrigues Andrade
Faculdades Doctum de Caratinga
CARATINGA2019
III
Dedico esta monografia aos que me fortaleceram e me acompanharam em
minhas metas, aos meus colegas de curso que por cinco anos fizeram parte da
realização de um sonho. A minha mãe e meu padrasto, que com muito carinho me
ensinaram o caminho da justiça. Meu irmão que sempre teve palavras simples e de
conforto em momentos difíceis e ao meu querido namorado que sempre esteve ao
meu lado e nunca me deixou desistir.
À Deus.
IV
Agradeço aos meus orientadores pela
paciência e grande ensinamentos. Vocês foram por
cinco anos, nossas bases de ensino.
V
“Feliz aquele que transfere o que sabe e
aprende o que ensina.”
Cora Coralina
VI
RESUMO
O presente trabalho apresenta a estrutura organizacional do setor da
lavanderia do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora em Caratinga/MG, na qual
envolve o processamento das roupas sujas que chegam até o setor e após limpas,
são distribuídas em perfeitas condições de higiene e conservação. O HNSA atende
13 municípios da região e tem impacto positivo no atendimento de saúde. Esta
monografia tem como justificativa a adequação das normas que organizam os
setores da lavanderia e confecção do projeto arquitetônico que será aprovado para
melhor qualidade nos atendimentos prestados com devolutiva das roupas limpas e
com o controle de infecção adequado, além disso, a planilha orçamentária
representa um grande desafio para a direção do hospital, sendo 90% dos
atendimentos seres SUS, por ser instituição filantrópica e os 10% em consultas
particulares, neste sentido, o desafio é adequar tal ambiente as normas necessárias
com a falta de repasse de recursos financeiros do estado e de seis dos treze
municípios no qual atende. Para que este objetivo seja alcançado, a metodologia I
aplicada na execução deste trabalho compreende a revisão das normas do
Ministério da Saúde, Manual de Lavanderia Hospitalar, ABNT NB 19 e da ANVISA,
diálogo com os funcionários, profissionais arquitetos atuantes na área de projetos
hospitalares e também com os consultores técnicos que representam as empresas
fornecedoras de maquinário. Já a metodologia II se refere ao projeto que será
elaborado para o trabalho de graduação final II. Sabe-se que todos os setores da
área hospitalar dão o suporte para que este setor funcione com excelência e tal
relevância nos influenciam a pensar na real funcionalidade e importância deste
ambiente no contexto hospitalar, a fim de validar a eficiência do objeto de estudo
capaz de dar a devolutiva em roupas limpas, higienizadas e dentro dos padrões
especificados pelo Ministério da Saúde.
Palavras-Chaves: Lavanderia; infecção hospitalar; processamento de roupas; riscos
ocupacionais.
VII
ABSTRATIC
The present work presents the organizational structure of the laundry sector of
the Hospital Nossa Senhora Auxiliadora in Caratinga / MG, which involves the
processing of dirty clothes that reach the sector and after clean, are distributed in
perfect conditions of hygiene and conservation. Or HNSA serves 13 municipalities in
the region and has a positive impact on health care. This monograph has as
justification the adequacy of the norms that organize the laundry sectors and the
design of the architectural project that will be approved for better quality in the care
provided with the return of clean clothes and with the appropriate infection control,
besides, the budget spreadsheet represents a A great challenge for the hospital
management, being 90% of the consultations being SUS, because it is a
philanthropic institution and the 10% in private consultations, in this sense, the
challenge is to adapt such environment to the necessary norms with the lack of
transfer of state financial resources. and six of the thirteen municipalities in which it
serves. In order to achieve this goal, the methodology I applied in the execution of
this work includes the revision of the Ministry of Health, Hospital Laundry Manual,
ABNT NB 19 and ANVISA rules, dialogue with the staff, professional architects
working in the area of hospital projects. and also with the technical consultants
representing the machinery supplier companies. Methodology II refers to the project
that will be prepared for the final undergraduate work II. It is known that all sectors of
the hospital area support this sector to function with excellence and such relevance
influences us to think about the real functionality and importance of this environment
in the hospital context, in order to validate the efficiency of the study object capable
of give back in clean, sanitized clothing and within the standards specified by the
Ministry of Health.
Key words: Laundry; hospital infection; clothing processing; occupational hazards.
VIII
LISTA DE SIGLAS
HNSA: Hospital Nossa Senhora Auxiliadora;
UTI: Unidade de Terapia Intensiva;
SUS: Sistema Único de Saúde;
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas;
CME: Central de Materiais Esterilizados;
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
TCC: Trabalho de Conclusão de Curso;
PAM: Pronto Atendimento Municipal de Caratinga;
TFG: Trabalho Final de Graduação.
IX
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Monta-carga e elevador de serviço............................................................22
Figura 2: Mapa de Inserção de Caratinga no Estado de Minas Gerais, no Brasil.....34
Figura 3: Hospital Nossa Senhora Auxiliadora..........................................................36
Figura 4: Localização da lavanderia hospitalar..........................................................39
Figura 5: Fluxograma da lavanderia do HNSA..........................................................45
Figura 6: Layout do objeto de estudo........................................................................49
Figura 7: Máquinas de lavar na área limpa com acesso a área suja.........................50
Figura 8: Equipamento existentes que não estão em funcionamento.......................51
Figura 9: Calandra pertencente a lavanderia do HNSA.............................................52
Figura 10: Radiação solar na fachada leste..............................................................53
Figura 11: Aberturas de ventilação existentes...........................................................54
Figura 12: Lavanderia do HNSA................................................................................56
Figura 13: Pisos situados na área limpa da lavanderia do HNSA.............................57
Figura 14: Área interna e externa da lavanderia do HNSA........................................60
Figura 15: Manual de instalação - Secador rotativo...................................................63
X
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Princípios fundamentais na condição da água para lavanderias...............20
Tabela 2: Cidades atendidas pelo HNSA..................................................................37
Tabela 3: Etapas do plano de gerenciamento do processo proposto para a
lavanderia..................................................................................................................40
Tabela 4: Roteiro de inspeção em lavanderia hospitalar...........................................44
Tabela 5: Carga horária semanal de trabalho na lavanderia.....................................59
XI
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Etapas abrangentes do processo de lavanderia.......................................59
XII
SUMÁRIOSUMÁRIO..................................................................................................................121 INTRODUÇÃO.................................................................................................142 EMBASAMENTO TEÓRICO...........................................................................182.1 BREVE HISTÓRICO DA LAVANDERIA HOSPITALAR..................................18
2.2 PROCESSAMENTO DE LAVAGEM DAS ROUPAS.......................................21
2.2.1.......................................................................................COLETA (ÁREA CONTAMINADA)
...................................................................................................................................21
2.2.2................................................................................................................................RECEPÇÃO
...................................................................................................................................22
2.2.3...................................................................................................................................PESAGEM
...................................................................................................................................23
2.2.4..............................................................................................................................SEPARAÇÃO
...................................................................................................................................23
2.2.5....................................................................................................................................LAVAGEM
...................................................................................................................................23
2.3 ÁREA LIMPA...................................................................................................24
2.3.1..................................................................................................................CENTRIFUGAGEM
...................................................................................................................................24
2.3.2.......................................................................................................................CALANDRAGEM
...................................................................................................................................25
2.3.3...............................................................................................SECAGEM EM SECADORAS
...................................................................................................................................25
2.3.4.............................................................................................................................PRENSAGEM
...................................................................................................................................25
2.3.5.............................................................................................................................ESTOCAGEM
...................................................................................................................................25
2.3.6.....................................................................................DISTRIBUIÇÃO DA ROUPA LIMPA
...................................................................................................................................26
2.3.7...................................................................................................................................COSTURA
...................................................................................................................................26
2.4 CONDIÇÕES AMBIENTAIS............................................................................26
XIII
2.4.1.............................................................................................................................ILUMINAÇÃO
...................................................................................................................................27
2.4.2................................................................................................VENTILAÇÃO E EXAUSTÃO
...................................................................................................................................27
2.4.3...........................................................................................MATERIAIS DE ACABAMENTO
...................................................................................................................................27
2.5 PROCESSO DE PLANEJAMENTO EM LAVANDERIA HOSPITALAR..........28
2.5.1.........CONTAMINAÇÃO DAS ÁREAS HOSPITALARES ATRAVÉS DAS ROUPAS
DISTRIBUÍDAS..........................................................................................................29
2.5.2......................CONTROLE ADMINISTRATIVO NA SUPERVISÃO E GESTÃO DOS
MATERIAIS................................................................................................................31
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: LAVANDERIA DO HOSPITAL NOSSA SENHORA AUXILIADORA EM CARATINGA/MG....................343.1 PARORAMA HISTÓRICO DE CARATINGA...................................................34
3.2 HOSPITAL NOSSA SENHORA AUXILIADORA: BREVE HISTÓRICO E A
RELAÇÃO DO MESMO COM AS CIDADES DO ENTORNO...................................35
3.3 OBJETO DE ESTUDO: LAVANDERIA DO HOSPITAL NOSSA SENHORA
AUXILIADORA...........................................................................................................38
4 PROCEDIMENTOS METODÓLOGICOS........................................................424.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 01.......................................................42
4.1.1................................................................................................PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
...................................................................................................................................42
4.1.2.........PESQUISA DE CAMPO E CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
...................................................................................................................................43
4.1.3..............................................CONVIVÊNCIA NO ESPAÇO FÍSICO DA LAVANDERIA
...................................................................................................................................45
4.1.4......................................................................CONVIVÊNCIA COM OS FUNCIONÁRIOS
...................................................................................................................................46
4.1.5.....................................PESQUISA COM PROFISSIONAIS DA ÁREA HOSPITALAR
...................................................................................................................................46
4.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 02.......................................................47
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................485.1 RESULTADOS PROVENIENTE A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA..................48
XIV
5.2 RESULTADOS REFERENTES A PESQUISA DE CAMPO E
CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO......................................................48
5.2.1.....ANALISE DOS EQUIPAMENTOS EXISTENTES NA LAVANDERIA DO HNSA
...................................................................................................................................49
5.2.2.. . .CONDIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO E DE VEDAÇÃO NA LAVANDERIA
DO HOSPITAL NOSSA..............................................................................................52
5.3 RESULTADOS PROVENIENTES A CONVIVÊNCIA NO ESPAÇO DA
LAVANDERIA............................................................................................................55
5.3.1.....................................ANALISE DOS MATERIAIS EXISTENTES NA LAVANDERIA
...................................................................................................................................56
5.4 RESULTADO PROVENIENTE A CONVIVÊNCIA COM OS FUNCIONÁRIOS
58
5.4.1............PERCEPÇÃO DOS RISCOS DIÁRIOS NO TRABALHO DA LAVANDERIA
...................................................................................................................................60
5.5 RESULTADO PROVENIENTE DA PESQUISA COM OS PROFISSIONAIS DA
ÁREA HOSPITALAR.................................................................................................62
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................647 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................65ANEXOS....................................................................................................................67
15
1 INTRODUÇÃO
O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA), fundado no dia 24 de maio de
1917, de abrangência microrregional, atende treze municípios, além da cidade de
Caratinga/MG. A estrutura do hospital conta com aproximadamente 170 leitos,
sendo destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, seis neonatal, e os
demais repartidos entre clínica médica e cirúrgica. A instituição, além de atender aos
populares na unidade física, ainda conta com uma equipe multidisciplinar de trabalho
de humanização com o objetivo de desenvolver uma nova cultura de atendimento
interno e externo, com fatores psicossociais dos indivíduos e a comunicação nas
relações interpessoais em saúde (HNSA, 2019).
Em meados de 2017 o HNSA sofrera com falta de repasses de sete dos treze
municípios atendidos, além do Governo do Estado. Em determinado momento foi
necessária uma intervenção de uma comissão em março de 2017, que assumiu a
administração da unidade de saúde, garantindo a permanência do atendimento. A
gerência do hospital também foi supervisionada pelo estado e orientada pelo
Ministério Público. Basicamente 90% dos atendimentos prestados HNSA são feitos
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que a instituição é filantrópica. Já os
outros 10% são referentes a consultas particulares. Naquele momento a direção
recorreu em busca de apoios de instituições financeiras, empresas doadoras e
assessoria técnica com a faculdade Doctum de Caratinga, garantindo a manutenção
e propostas dinâmicas de atendimento, tanto administrativo e/ou nos serviços
prestados em prol da saúde (HNSA, 2019).
É importante salientar que o HNSA traz benefícios de grande relevância no
atendimento dos pacientes da região. Entretanto, alguns conflitos de cunho político e
financeiro colocam a sociedade como meio e não como finalidade na questão da
existência destas arquiteturas. Em contexto específico, o funcionamento do hospital
está diretamente ligado na eficiência da lavanderia. Visto que, a lavanderia é um dos
principais serviços suporte ao atendimento dos pacientes, sendo responsável pela
distribuição higienizada como fator importante no combate de contaminação.
Segundo Macedo, 2002, um bom sistema de processamento das roupas pode
reduzir o número de infecções hospitalares e ainda no impacto ambiental.
16
Para tanto precisa obter a utilidade necessária de funcionamento aprovado
pelos órgãos de saúde competentes, necessitando de reformas quanto às
necessidades que carecem de ser executadas, com o intuito de adequação nas
normas atuantes regulamentadas e redução nos gastos financeiros de que o hospital
precisa. Uma má qualidade na lavagem das vestes acarretaria um impacto negativo
aos usuários. O intuito é de garantir que a lavanderia não seja um fator direto de
infecções no âmbito hospitalar.
O presente trabalho expõe a relação do hospital com a área da lavanderia,
com intuito de estabelecer um eficaz controle de doenças infectocontagiosas de um
ambiente ao outro, sendo dependente do desempenho de normas técnicas e legais
do Ministério da Saúde (Portaria nº 1.884/GM de 11/11/94) e a cautela de minimizar
a infecção cruzada e o custo operacional, assegurando as condições apropriadas de
trabalho aos colaboradores. É de suma importância que a eficiência de seu
funcionamento contribua diretamente no desempenho do hospital, refletindo
especialmente no controle de infecção. Basicamente, de acordo com o Manual de
Lavanderia é o apoio direto no atendimento dos pacientes, sendo responsável pelo
processamento e distribuição das roupas em perfeitas condições higiênicas, para
cada unidade hospitalar.
A justificativa que sustenta este trabalho é a contribuição para um ambiente
de qualidade e com resultados positivos para todo o ambiente hospitalar, além de
favorecer na manutenção do espaço a fim de preservar as fases do sistema de
lavagem, respeitando cada etapa de sua composição. É importante também que
neste processo esteja apto o gerenciamento individual do setor da lavanderia,
apoiando no planejamento e gestão do ambiente estudado.
Como objetivo geral, este trabalho visa identificar no espaço da lavanderia a
problemática da falta de projeto dentro das normas técnicas e propor soluções, além
de dialogar sobre a importância real da lavanderia hospitalar. Neste sentido, os
objetivos específicos visam analisar criticamente a real viabilidade de reestruturação
do layout e em particular para as adequações as normas responsáveis pelo
funcionamento de uma lavanderia hospitalar, como segue:
Diagnosticar as normas aplicadas – a fim de identificar as questões
que definem as características e condições de saúde e conforto aos
trabalhadores.
17
Fazer pesquisas de campo – levantar dados existentes que definem a
característica do espaço atual: implantação, presença humana,
controle de atividades etc.
Estudar os revestimentos – verificar o tipo de piso escolhido, queda
dos ralos, matérias na área suja e limpa etc.
Estudar o uso dos funcionários – analisar a viabilidade de se propor o
uso adequado dos funcionários da lavanderia e do HNSA.
Fazer o projeto da lavanderia com execução – aplicar o projeto
desenvolvido com base nas regras Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) e Ministério da Saúde.
Os procedimentos metodológicos visam dois processos: O primeiro que é
exploratório e o segundo projetual. A metodologia exploratória baseia-se em
entender o setor da lavanderia, sua funcionalidade, suas normas e sua relação com
o hospital. Neste sentido, faz parte deste processo o estudo do espaço da lavanderia
e seus materiais, pesquisa bibliográfica, diálogo com os funcionários e também com
os consultores técnicos que representam as empresas fornecedoras de maquinário
– secadoras, aparelhos de ar condicionado, exaustores, centrifugas. O segundo
procedimento metodológico visa a elaboração de projeto técnico com base no
aprendizado obtido durante o primeiro procedimento metodológico. Nesta segunda
fase, considera-se reuniões esporádicas com profissionais arquitetos e docentes
com experiência na elaboração e execução de ambientes hospitalares.
Espera-se como resultado deste trabalho alcançar de forma mais abrangente
possível a elucidação quanto a real importância da função de uma lavanderia dentro
do setor hospitalar, a fim de gerar um alerta e especial atenção ao tema. Associado
ao estágio supervisionado espera-se prestar à diretoria administrativa do Hospital
Nossa Senhora Auxiliadora o projeto técnico de reforma da referida lavanderia de
acordo com as normas, que junto ao presente trabalho de conclusão de curso,
complementam o aspecto prático e teórico capazes de devolver ao referido hospital
o benefício esperado pela diretoria no momento em que se decidiu recorrer às
Faculdades Doctum de Caratinga, em especial ao curso de Arquitetura e Urbanismo.
Neste sentido, espera-se também como resultados o benefício à sociedade local e
regional, que no referido trabalho de conclusão de curso e concomitantemente o
referido estágio supervisionado, trazer o conhecimento acerca do que representa o
18
ambiente hospitalar, em especial o espaço da lavanderia, como também a
elaboração e execução da reforma da lavanderia do HNSA, tão importante para o
funcionamento geral do hospital.
Foram possíveis os acessos às áreas de uso restrito ao público, aos
documentos e as áreas internas do HNSA em razão do convenio de estágio com as
Faculdades Doctum de Caratinga e o hospital, sob supervisão técnica do
coordenador do curso de arquitetura e urbanismo Rogério Werly Costa.
19
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Neste capítulo serão abordados temas, como setores de lavanderia
hospitalar, controle de doenças infectocontagiosas, conforto térmico e separação
das áreas de lavanderia com referencial teórico do Ministério da Saúde.
2.1 BREVE HISTÓRICO DA LAVANDERIA HOSPITALAR
Em meio ao século XIX as vestes hospitalares utilizadas pelos pacientes
adoentados eram lavandas na maior parte, fora do ambiente hospitalar, e com a
probabilidade de crescimento no índice de infecção por não existir padrões
adequados para o tratamento específicos das vestes contaminadas. Após diversos
relatos de propagação de doenças, os serviços de lavanderia passaram a ter
cuidados específicos com finalidade de prevenção e controle de infecção (TORRES;
LISBOA, 2001).
No ano de 1984 já era visível a preocupação com os cuidados das vestes
hospitalares, aplicado no Barrack Hospital. A criação da lavanderia resultou em um
aperfeiçoamento dos serviços prestados antes por civis não especializados nos
procedimentos de limpeza e resultavam na devolução de roupas mais suja e com
processos mais demorados. O desenvolvimento do projeto da lavanderia no
Florence Nightingale teve auxilio de engenheiros militares que organizaram as
práticas adequadas de serviço com instalações em caldeiras, solucionando as
maneiras de lavagem com as esposas dos soldados que os acompanham durante a
guerra (LISBOA, 1993).
Também no ano de 1984 o Hospital Lariboissiére, em Paris, teve sua
reorganização planejada com intuito de evitar riscos de contágio aos pacientes. As
divisões dos enfermos tiveram categorias diversificadas para separação em níveis
de baixo, médio e alto risco, as camas que antes era de uso coletivo foram
separadas para uso individual e os serviços complementares tiveram um
reconhecimento em maior ênfase e poder, como farmácia, cozinha, lavanderia e etc
(LISBOA; TORRES, 1999).
Com a evolução nos métodos tecnológicos e profissionais, os hospitais na
atualidade buscam serviços especializados para funções técnicas e administrativas.
20
Segundo Mezzomo (1992), o conhecimento com falta de específicos
aperfeiçoamento leva os instaladores a vulnerabilidade de erros durante a instalação
dos equipamentos, pois se não condizerem com os serviços em seguimento
especifico haverá baixo rendimento trabalhisco.
Segundo Miana (2001), o ser humano elimina até 60.000 bactérias por
minuto, tais bactérias são aderidas às fibras e tecidos, uma vez que agitados, se
espalham e podem espalhar pelo ar e contaminar os pacientes em seu redor. Deste
modo foram aderidos dois princípios que consistem em controlar as possíveis
infecções nas lavanderias hospitalares, sendo eles: não agitar as roupas, pois,
agitando-as o risco de contaminação no ar através da suspensão de partículas e
remoção/destruição de microrganismos contaminantes, são inerentes. O contato
direto também é um contaminador dos equipamentos e uniformes dos profissionais
atuantes no serviço.
Devido os riscos a serem transmitidos no setor da lavanderia, o Ministério da
Saúde (2001) exige uma ‘barreira física’ na separação das áreas de processamento
das roupas por uma parede, minimizando as entradas de microrganismos externos,
podendo ser realizado em soluções arquitetônicas. A necessidade desta barreira
está em áreas críticas e semicríticas e desejáveis nas áreas não críticas.
O Manual de Lavanderia Hospitalar (1986) indica que o setor sujo ou
contaminado seja ampla, com ventilação orientada por meio de dutos dirigidos para
fora do hospital, para evitar contaminação cruzada, o planejamento físico deve
fornecer sanitários e chuveiros próprios para os funcionários com separação por
sexo, evitando que os mesmos passem em demais dependências da unidade sem
contaminação. O planejamento físico também deve seguir as funções da dimensão,
distribuição, localização das instalações, da circulação e do fluxo de serviço
(LISBOA; TORRES, 1999).
Como influente direto, um dos fatores de grande importância no método em
que as roupas são lavadas, é a condição da água. Sendo assim, a análise do fator
das condicionantes da mesma, se torna primordial para o sucesso do serviço.
Segundo Miana (2001), para que sejam atendidos os requisitos, necessitam de três
elementos:
Não conter sais de cálcio e de magnésio.
21
Não conter ferro ou manganês, sendo matérias que amarelam o tecido
e danificam os equipamentos. Feito a eliminação pela filtragem.
Não conter matéria orgânica, podendo ser destruída pela filtragem.
Estas avaliações interferem diretamente na condição em que será entregue
as roupas para a lavagem, tais necessidades refletem na entrega do serviço com
total eficácia no controle de doenças infectocontagiosas. Deve-se sempre observar a
qualidade e segurança dos equipamentos e as variáveis em que estão sujeitos no
decorrer dos usos (MIANA, 2001). Os requisitos citados acima estão descritos de
forma ampla na Tabela 1.Tabela 1: Princípios fundamentais na condição da água para lavanderiasAspecto Límpido e s/ materiais em suspensão
Teor de Sólidos totais 700mg/1, máximo
Teor de Sólidos em
suspensão
inferior a 15mg/1
Dureza até 18 ppm
Alcalinidade livre nula
Alcalinidade total 250mg/1, máximo CaCO3
Matéria orgânica (DCO) 20mg/1 permanganato de potássio
Cloretos 250mg/1, máximo
Sulfatos 250mg/, máximo
pH 6 8,2
Ferro 0,1ppm, máximo
Aspecto Límpido e s/ materiais em suspensão
Manganês 0,05 mg/1, máximo
Cloro <0,05mg/1 (água de abastecimento)
Cobre <0,05mg/1
Fonte: www.diverseylever.com.br
Segundo o Manual de Lavanderia Hospitalar (1986) o esgoto deve ter
capacidade suficiente para receber os afluentes lançados por todas as máquinas de
lavar, sem que haja risco de transbordamento e contaminação dos ambientes. Além
disso, não é permissível que seja utilizada a mesma canalização para ambas as
áreas da lavanderia.
22
O Manual de Lavanderia Hospitalar complementa afirmando que de acordo
com a quantidade de felpa ou demais resíduos que acompanham o fluente, é
necessário que haja uma instalação de caixa de suspensão (ou caixa de gordura)
com um material especifico que retém os fiapos das roupas e assim impedindo o
entupimento da rede de esgoto. Tal material deve ser instalado entre os espaços
limpo e sujo da lavanderia e demais redes de esgoto do hospital.
A norma 19 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ressalta
que os hospitais localizados em lugares inexistentes de rede de esgoto, lançam seus
efluentes em fossa séptica ou no rio após tratamento prévio. Devido ao risco de
contaminação, os efluentes devem ser tratados com cloro (20 a 25 pmm) antes que
lançados no rio. De acordo com a norma, em fossa séptica não pode ser excedido a
capacidade de 75000 litros por dia.
Como forma de contribuição na composição física das lavanderias, os
maquinários e equipamentos são fundamentais no funcionamento adequado do
espaço, na qualidade dos serviços e segurança na utilização do setor da lavanderia.
Os critérios usados na escolha dos equipamentos é a fabricação, terminologia,
instalação, níveis de ruído, segurança das máquinas e amparo em normas da ABNT.
De acordo com o Ministério da Saúde (1995), para melhor qualificar o espaço
da lavanderia e garantir o controle das roupas, é essencial que haja a separação da
área suja, considerada contaminada, onde as roupas usadas são recebidas,
pesadas, separadas de acordo com o grau de sujidade, com o tipo do tecido e
estocadas até o início do processo de lavagem e separação da na área limpa, onde
as roupas são centrifugadas, secas, passadas e armazenada até que sejam
distribuídas.
2.2 PROCESSAMENTO DE LAVAGEM DAS ROUPAS
Os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde determinam que haja dois
ambientes separados: área suja (Contaminada), sendo necessária a pressão
negativa, evitando que assim à propagação de doenças infectocontagiosas, em
razão de, sempre que é aberto, o ar que entra no ambiente contaminado e não ao
contrário, e área limpa, para tratamento das roupas limpas.
23
2.2.1 Coleta (Área contaminada)
O local de área suja deve ter um número reduzido de circulação, sendo
necessário um padrão de horário para recolhimento das roupas, interrompendo as
infecções cruzadas (MIANA, 2001).
É necessário que os fardos de coleta sejam impermeáveis, sendo fechados
com cordão, tiras largas de borracha ou ser costurada na aba superior; se for sacos
plásticos podem ser fechados com um nó (Manual de Lavanderia Hospitalar, 1986).
Para que seja realizado o transporte, temos as seguintes opções:
Pelo tubo de queda;
Monta-cargas;
Por elevador de serviço ou em rampas.
Fonte: Google, 2019
Segundo Karman (1973) os tubos de queda são questionáveis devido a
desvantagens: fonte de aerossóis, dificuldades de limpeza e odores; perigo de
incêndio e acidentes; estragos dos envoltórios e dificuldade no controle de roupa.
Em alguns casos em que são entregues as roupas em sacos plásticos, são
pesados e o resultado é registrado em impresso próprio. É essencial a pesagem
para que haja controle na sobrecarga de peso em maquinas e assim não ter danos
(MIANA, 2001).
2.2.2 Recepção
Figura 1: Monta-carga e elevador de serviço
24
Segundo Mezzomo (1992), a recepção é o local onde as roupas são
recebidas após a coleta das roupas em todo o interior dos ambientes hospitalares
para assim retiradas dos sacos plásticos ou hampers, a fim de serem separadas
pelo tipo de sujidade ou tecido, após ser estocado e pesado até que se inicie o
processo de lavagem. Se tratando de estrutura física, Mezzomo (1992) também
sugere que a mesma deva ser afastada dos locais próximos aos cuidados dos
pacientes, das áreas de preparo de alimentos e da central de esterilização.
2.2.3 Pesagem
O processo de pesagem complementa o processo de separação. Até na
recepção a roupa chega embalada e é direcionada para a pesagem. Após a roupa
ser pesada e agrupada em fardos ou lotes de acordo com a capacidade da máquina,
que em geral é 80% de sua capacidade de lavagem, os responsáveis separam os
pacotes em função do tipo de sujidade, cor e tipo de tecido para que seja realizado a
limpeza (MEZZOMO, 1992; LISBOA; TORRES, 1999).
A importância desta função está diretamente ligada aos custos reduzidos com
as manutenções ou troca de máquinas, pois efetuada com excelência os
equipamentos não sobrecarregam em suas funções e ainda garante que as vestes
estejam complemente limpas e adequadas para reuso (MANUAL DE LAVANDERIA
HOSPITALAR, 1986).
2.2.4 Separação
A separação tem como finalidade registrar os materiais que chegam até a
lavanderia, controlar o peso das roupas que são utilizadas na unidade por fichas
feitas no próprio setor, separar as roupas de acordo com a classificação pelo grau
de sujidade, tecido ou cor, após as classificações, as peças passam pela retirada de
qualquer instrumento cirúrgico ou de qualquer outro objeto que tenha sido
encontrado no meio das vestes e assim deixa-la em condições de ser colocada na
lavadora (KOTAKA, 1989).
2.2.5 Lavagem
25
Segundo o Ministério da Saúde, lavagem é o processo que elimina a sujeira
fixada na roupa levando a redução ao mínimo de seu nível bacteriológico e
proporcionando aspecto e cheiro agradável. Este processo tem início no lado
contaminado da lavanderia. Além disso, foi quantificado para cada área a
porcentagem exata para cada função, sendo: 25% da área total à sala de recepção,
separação, pesagem e lavagem; 45% da área total para secagem, passagem e
dobragem; 30% da área total para armazenamento e distribuição. (MANUAL DE
LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
2.3 ÁREA LIMPA
De acordo com o Manual de Lavanderia, após finalização do ciclo de lavagem
as roupas passam pelos seguintes processos:
Centrifugação;
Calandragem (Equipamento que seca e passa ao mesmo tempo);
Secagem (em secadora);
Prensagem;
Passagem a ferro (uso eventual).
Segundo Miana (2001), a adoção de máquinas extratoras pode eliminar o uso
da centrífuga, além da vantagem em instalação e controlando a umidade nas
proximidades das máquinas.
2.3.1 Centrifugagem
As roupas que foram lavadas serão posicionadas uniformemente dentro da
máquina conforme a capacidade da mesma. É importante que o peso fique
equilibrado para que seja evitado a desregulagem durante o giro de secagem. Caso
haja está sobrecarga, o maquinário sairá fora do eixo levando a desregularem do
equipamento e da roupa, por torção ou repuxo. Em geral, a roupa lavada reduz 60%,
após centrifugada, devido a eliminação da água. Terminada a centrifugagem a roupa
é retirada, selecionadas, colocadas nos carrinhos e encaminhada para a secagem
ou para outro setor específico se necessário (Manual de lavanderia Hospitalar,
1986). Na seleção das roupas, as separações são nos seguintes aspectos:
Tipo de roupa (lençol, toalha, roupa de cama, roupa de vestir, etc);
26
Tipo de tecido (liso, algodão, etc);
Qualidade da limpeza (manchas, resíduos de produtos e outros).
2.3.2 Calandragem
A calandra seca e passa ao mesmo tempo as peças de roupa lisa, como
lençóis, colchas leves e etc, quando aquecida, é operada de forma continua para
evitar desperdício de energia. Geralmente são necessários dois operadores para
colocar a roupa molhada do carrinho e dois para retirar as peças passadas e secas,
os mesmos faram a dobragem das peças. Durante a retirada da roupa da calandra,
é feito a seleção das peças danificadas, as mesmas deverão ser encaminhadas
posteriormente ao setor de costura para reparo ou baixa (MANUAL DE
LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
2.3.3 Secagem em Secadoras
As roupas encaminhadas as máquinas de secar são fraudas, cobertores,
toalhas, roupas de vestir, pelas pequenas como máscaras, botas (pro-pés), gorros e
afins. Depois de secas, as roupas são retiradas da secadora e colocadas em carros
apropriados para que sejam encaminhadas as mesas de dobragem e posterior a
rouparia para repouso. Na seleção, as roupas que estão danificadas são separadas
e encaminhadas ao setor de costura para serem consertadas ou dadas baixa
(MANUAL DE LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
2.3.4 Prensagem
As peças que não são possíveis de serem colocadas em calandras ou as que
possuem detalhes como vinco, são passadas na prensagem. Após passadas, as
mesmas são colocadas em cabideiros e logo encaminhadas para a rouparia
(MANUAL DE LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
2.3.5 Estocagem
27
O setor de estocagem é geralmente realizado pela rouparia. É de
responsabilidade do mesmo o controle das vestes limpas, do estoque e da
distribuição de forma adequada, em qualidade e quantidade. É na rouparia que é
feito o repouso (estocagem) da roupa, costura e distribuição, baixa e
reaproveitamento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1994).
2.3.6 Distribuição da Roupa Limpa
As roupas limpas são recolocadas em estoque como cota fixa, para isso é
necessário um cálculo para a quantidade de veste deixada em cada setor, tais
cálculos são feitos na seguinte idéia: É deixado uma muda de roupa no leito de cada
paciente e uma outra na estante ou no carro-prateleira, que fica na enfermaria, como
estoque é feito a reserva por um dia, enquanto as demais peças estão em
processamento na lavanderia. Está cota fixa é comum que exista em cada unidade,
preestabelecida em função da necessidade estimada (MANUAL DE LAVANDERIA
HOSPITALAR, 1986).
2.3.7 Costura
Segundo Mezzomo (1984), está área direcionada ao acabamento das roupas.
As peças estragadas e que são aproveitáveis são reparadas e recolocadas para
reuso, pode ter uma confecção de peças novas, distribuir as roupas segundo as
necessidades da unidade e também o mantimento do estoque.
Já as peças danificadas não aproveitáveis recebem baixa no estoque e em
alguns casos transformadas em peças uteis para o setor, como por exemplo um
lençol de adulto em lençol de criança ou toalha estragada que pode ser
transformada em luvas de banho (LISBOA, 1999).
2.4 CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Com grande influência na qualidade dos serviços e na qualidade de vida dos
funcionários, as condições ambientais favorecem na prevenção de doenças ou
acidentes de trabalho, uma vez que são medidas coletivas de proteção
(BARTOLOMEU, 1998).
28
O controle e uso adequado da luminosidade, umidade, temperatura,
insolação, ventos dominantes e renovação do ar, contribuem diretamente para o
conforto dos colaboradores. Um ambiente mal iluminado, umidificado, com
temperatura alta ou baixa, problemas de ruídos e vibrações ou escassez/excesso de
iluminação podem ocasionar tontura, dor de cabeça, fadiga, mal-estar e afins,
necessitando ter tratamento acústico e posicionamento adequado dos
equipamentos, sendo eles fixados ao chão a fim de diminuir a transmissão de
vibrações (MANUAL DE LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
2.4.1 Iluminação
A iluminação natural é a mais recomendável devido à melhor eficiência, essa
questão envolve uma melhor separação das peças a serem processadas devido
manchas ou resíduos por meio da indicação visual. Com a luz natural teremos a
fidelidade das cores, que é fundamental. Como complemento a iluminação artificial
ou adoção em horários noturnos, na escolha das luminárias é essencial que sejam
escolhidos nas diversas gramaturas de cor, sendo o mais próximo possível da luz
natural (MANUAL DE LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
2.4.2 Ventilação e Exaustão
O ar deve sempre fluir do lado limpo para o lado sujo. A pressão barométrica
deve ser criada com pressão mais baixa na zona que estará contaminada. Os
sistemas de exaustão de ambos os setores devem ser independentes. A tomada de
ar fresco para a área limpa deverá ser localizada o mais distante das áreas de
incineradoras e caldeiras e de exaustas da área suja da própria lavanderia. As
saídas não devem ser comprometidas de modo a contaminar os serviços
adjacentes. Uma forma mais eficiente é a cortina de água com produtos especiais na
purificação do ar que será lançado na atmosfera, assim será evitado que o mesmo
se torne uma fonte de contaminação (MANUAL DE LAVANDERIA HOSPITALAR,
1986).
Se necessário, como fonte de captação de calor e umidade nos setores
citados, é conveniente que seja instalado uma coifa sobre a calandra, com uma
29
altura máxima de 60 cm e exaustores próximos às secadoras, lavadoras e prensas
(LAVANDERIA HOSPITALAR CENTRAL – O DESAFIO DO SEU ESPAÇO, 2008).
2.4.3 Materiais de acabamento
As exigências em áreas hospitalares são cada vez mais frequentes. Deste
modo, as indústrias fabricam pisos cada vez mais específicos, atendendo cada vez
mais as pesquisas especificas de cada área. Os materiais devem seguir as
orientações estabelecidas pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) – 50
(BRASIL, 2004) e nos manuais de Processamento de Artigos e Superfícies em
Estabelecimentos de Saúde (1993), e Processamento de Roupas de Serviços de
Saúde: Prevenção e Controle de Riscos (2007).
Os pisos indicados para ambas as áreas são lisos e resistentes ao desgaste,
à água e duráveis aos grandes fluxos e sem desenhos que dificultam o processo de
limpeza, descontaminação e desinfecção. Não deve ser escorregadio e deve conter
o nível adequado de queda em direção às canaletas, facilitando o escoamento das
águas e evitando a contaminação.
Segundo Pinto (1996), o pé direito deverá ser estudado de acordo as
necessidades dos equipamentos a serem instalados, porém não deve ser inferior a 4
metros. É essencial que esteja adequado conforme estudado na lavanderia a ser
feita, pois o mesmo deve ser proveniente de instalação e manutenção do
equipamento ou colocação de instalações especiais.
As janelas devem ser teladas, e com 1,50m de altura do piso. Os vidros de
portas e janelas atingem até 50 cm do piso é precisam ser do tipo não estilhaçáveis.
Os revestimentos de ambos podem ser tintas laváveis ou materiais que são fáceis
de limpeza, sem visores. O aconselhável é a permissão de painéis de vidro nas
paredes internas da lavanderia, eles irão contribuir na boa visualização entre as
áreas, além de melhorar a iluminação ambiente (PINTO, 1996).
As paredes devem possuir superfície clara, lisa e lavável, sem juntas, cantos
e saliências desnecessárias, que comprometem limpeza e a manutenção adequada
do setor. O teto também deve ser claro, a fim de melhor difundir a luz, e deve
possuir tratamento acústico (LAVANDERIA HOSPITALAR CENTRAL – O DESAFIO
DO SEU ESPAÇO, 2008).
30
2.5 PROCESSO DE PLANEJAMENTO EM LAVANDERIA HOSPITALAR
O planejamento depende de cada função, grau de complexidade e aspecto
econômico das instalações. A lavanderia soma positivamente para todos os setores
da unidade hospitalar e assim, independentemente de sua dimensão e capacidade,
deverá ser planejada, organizada, instalada e controlada para que as divisões de
serviço sejam eficientes. Quando realizado estudos na área de microbiologia, as
revelações apontaram para ambientes únicos de lavanderia como propícios a
recontaminação frequente da roupa limpa. Apontam também que um número de
bactérias lançadas ao ar durante o processo de separação da roupa suja,
comprometia todo o ambiente (MANUAL DE LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
Essas descobertas transformaram o modelo de lavanderia tradicional e feito
a instalação da barreira de contaminação, que separa a lavanderia em duas áreas
distintas:
Área contaminada (Suja): que é realizada a separação e
higienização;
Área limpa: utilizada para finalização do processo de lavagem e
guarda das roupas.
É importante salientar que os enxagues tenham a ação mecânica destinada a
remoção, por diluição, da sujidade e dos produtos químicos presentes nas roupas. O
risco de danos ao tecido pode ser minimizado e assim, garantido a durabilidade das
peças de roupa por um período maior de uso (BRASIL, 2009).
Segundo a RDC – 50, as divisões complementam a eficiência dos serviços,
sendo mínimas exigidas na construção de uma lavanderia:
até 50 leitos = 1,2m2 por leito, com mínimo de60m2
de 51 a 149 leitos = 1,0m2 por leito
mais de 150 leitos = 0,8m2 por leito com mínimo de150m2
A eficiência desse sistema está atrelada a funções dependentes dos serviços
em perfeito estado das roupas, como centro cirúrgico, unidades de internação, UTIs
e ambulatórios. A falta ou reposição das roupas hospitalares também podem
acarretar sérios transtornos no atendimento aos pacientes e até mesmo o não
31
cumprimento de atividades programadas, como cirurgias e internamento (MANUAL
DE LAVANDERIA HOSPITALAR, 1986).
2.5.1 Contaminação das áreas hospitalares através das roupas distribuídas
Conforme dito por Castro e Chequer (2001), toda roupa hospitalar,
independente do grau de sujidade, é considerada contaminada, consequente da
presença dos pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, dos
acompanhantes e do próprio ambiente em que é disposto o material. Assim, todo o
processo desenvolvido para lavagem das vestes hospitalares deve conter uma etapa
de desinfecção, seja térmica ou química.
Desta forma, segundo o Manual de Biossegurança (2001) um dos métodos
que podem influenciar no controle de doenças infectocontagiosas é a separação das
roupas para lavagem. As classificações variam de acordo com os riscos de infecção
que as áreas oferecem aos pacientes:
Área crítica: Área com risco maior de desenvolvimento de infecções devido a
presença de pacientes mais susceptíveis ou pelo número de procedimentos
invasivos realizados; são também considerados as áreas de manipulação com
cargas com materiais constantemente infectantes. Ex: UTIs, CME (Central de
Material Esterilizado), unidades de isolamento, bancos de sangue, salas cirúrgicas,
dentre outros.
Área semicrítica: Áreas ocupadas por pacientes que não precisam de
tratamentos específicos. Ex: Enfermaria, ambulatório, área limpa da lavanderia.
Área não critica: Áreas com menor realização de atividades assistenciais, ou
não ocupadas por pacientes. Ex: Elevadores, almoxarifado, áreas administrativas.
O ministério da saúde tem como base o organograma do serviço de
lavanderia, refletindo assim, na organização e distribuição dos setores. Segundo as
normas de 1986, os setores se dividem nos seguintes setores:
Área limpa: coleta, separação ou triagem, pesagem e lavagem.
Área limpa – setor de acabamento: centrifugação, secagem, calandragem e
prensagem.
Rouparia: cosedura, estocagem e distribuição.
A classificação de risco pode ser feita por selos de áreas ou coleta, podendo
ser elaborada internamente de acordo com cada departamento ou serviço, com
32
normativos próprios, sendo regimento interno, ou manual de normas do
departamento (Manual de Lavanderia Hospitalar, 1986).
Segundo Bartolomeu (1998), um dos impasses em uma lavanderia é as
características dos maquinários utilizados em serviço, sendo ruídos elevados, calor
intenso e vibração. Como contribuinte, é essencial um método no tratamento
acústico, além dos consideráveis problemas de umidade, luminosidade, insolação,
ventos dominantes e renovação do ar como subsídio para o conforto com os
servidores. Um dos artifícios utilizados para o tratamento acústico é a fixação das
maquinas ao piso a fim de diminuir a transmissão das vibrações.
Miana (2001) relata que, mesmo que no processo de lavagem as roupas
passem corretamente pelos processos mais adequados possíveis, ainda sim, o
resultado final pode não ser eliminação total dos microrganismos. Uma forma de
eliminação total seria um processo de esterilização após as roupas serem passadas
pela calandragem. Um processo como o de uma lavanderia, abrange desde os
profissionais capacitados e etapas pelas quais as roupas passem, incluindo a
utilização até o regresso em ideais condições de reutilização.
É importante lembrar que, o processo normal da roupa não resulta em
eliminação total dos microrganismos, especialmente em suas formas esporuladas.
Nesse sentido, seria necessário um processo de esterilização, preferencialmente
através de autoclavação a vapor e pressão. Essa aplicação de esterilização é
objetiva para centros cirúrgicos, onde as roupas entram em contato com pele não
íntegra, áreas cruentas, mucosas e tecidas expostas, estes procedimentos são
invasivos, como em queimaduras e outras situações em que ocorra a quebra da
barreira de proteção da pele (KONKEWICZ, 2006). Tal pratica de esterilização é
aplicada somente para as situações relatas anteriormente. Mesmo que o paciente
seja imunodeprimidos, não há necessidade de cuidados maiores, sendo seguido por
diversos hospitais brasileiros.
2.5.2 Controle administrativo na supervisão e gestão dos materiais
De acordo com as normativas formuladas pelo Manual de Lavanderia
Hospitalar (1986) mediante as necessidades dos hospitais, a procura é a eficácia
nas metas estabelecidas, e os custos do funcionamento adequado. Esses recursos
33
podem ser utilizados no desenvolvimento econômico e eficiente dos qualitativos de
uma lavanderia. Os métodos mais utilizados são a supervisão e a avaliação, sendo:
Supervisão: Monitoramento e orientação do pessoal. Colaborando para o
desenvolvimento em equipe e a eficácia do serviço.
Avaliação: Orientação em medidas de correção de desvios, consideração de
adaptação de serviço é/ou eficiência do serviço prestado e comparativo de metas e
objetivos alcançados.
Segundo Beulke e Bertô (2006) os materiais, em geral, são elementos de bom
funcionamento do serviço. Essa gestão pode ocorrer no aspecto físico ou financeiro.
Financeiro, interliga em pesquisas de mercado, cotação dos materiais com custos
mais favoráveis. No aspecto físico, controle de perda de produtos e nível de
estocagem:
Previsão: A padronização dos materiais escolhidos na prestação de serviço é
essencial, tanto das roupas, quanto dos produtos. Essa parte deve fazer o plano
necessário do material oferecido pelo fornecedor e os materiais para uma
lavanderia, sendo assim, haverá facilidade ao escolher entre o mais rentável e o
mais conveniente.
Provisão: Estabelece vias de regras nas solicitações dos materiais
solicitados pela lavanderia. Os pedidos devem ser solicitados por formulários
próprios ao almoxarifado.
Controle: Visa o controle dos materiais que entram e sai, por meio de fichas,
supervisão, auditoria, boletim de gastos e levantamentos periódicos. Para roupas, a
marcação é comum, oferecendo informações e evitando o desperdício das peças.
Segundo Nascimento (2009), outro recurso é a administração pessoal como
objetivo de analise em diferentes modalidades de gestão institucional que combinem
liberdade e autonomia dos trabalhadores da saúde, em especial os capacitados com
atribuição profissional e controle institucional. Que interfere na contratação do
profissional adequado para as funções especifica de cada área.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é
fundamental que haja gerenciamento separado para a lavanderia hospitalar. O
objetivo é a contribuição para a segurança e bem-estar dos clientes internos e para
a otimização do padrão do hospital. O planejamento é composto por seguintes
34
fases: organização, coordenação, direção ou comando, controle e administração de
material.
O Ministério da Saúde tem como base um manual que pode ser seguido por
qualquer unidade hospitalar e tem como conteúdo todo o funcionamento
administrativo. O manual descrito por cada hospital deve conter a especificação de
cada atividade, estrutura hierárquica, regras e usualidades, esponto nitidamente a
organização e execução de tarefas. As funções desempenhadas pela equipe
compõem a lavanderia deve consta no regulamento e o mesmo, deve estar
diretamente subordinado à administração da unidade hospitalar, fazendo parte dos
serviços gerais.
35
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: LAVANDERIA DO HOSPITAL NOSSA SENHORA AUXILIADORA EM CARATINGA/MG
Este capitulo é direcionado ao principal objeto de estudo deste trabalho de
conclusão de curso e sua real função para o atendimento hospitalar eficiente.
3.1 PARORAMA HISTÓRICO DE CARATINGA
Com uma população estimada em 91.503 habitantes segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018), o município de Caratinga está
localizado na zona leste do Estado de Minas Gerais, como característica geral, o
relevo predominante na região é de mares de morros e montanhas, tem como
topográfica a ondulação alternada por formações rochosas pontuais e propensão a
erosões e escoamentos. O clima na cidade caratinguense varia do tropical
mesotérmico brando semi-úmido ao tropical sub-quente, segundo o IBGE (2014).Figura 2: Mapa de Inserção de Caratinga no Estado de Minas Gerais, no Brasil
Fonte: ALVES, GRAÇA, FERNANDES FILHO; ELPIDIO, INÁCIO; ELPIDIO, FARIA; ANDRÉ LUIZ
(2019).
36
O município possui uma área territorial de 1.258,479 km² (IBGE,2018), em
latitude de 19º47’23’’S e longitude 42º08’21’’W e altitude 578m. Distante cerca
de 190 km da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte e 759 km distante de Brasília,
capital federal.
O município de Caratinga nasceu dos acampamentos dos faiscadores de
ouro, teve sua colonização em sua fase de mineradora, atingindo os altos afluentes
do rio lavrando-se. Seu histórico tem suas primeiras referencias desde os meados
do século XVIII (Sena, 2013).
A Lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891, confirmou a criação do
distrito-sede do Município de Caratinga, cuja instalação se verificou a 12 de maio de
1892. No decorrer do tempo, a mesma sofreu diversas perdas territoriais e
reformulações administrativas, até 1958, quando passou a compor-se dos atuais
distritos de Caratinga (sede), São Cândido. Vargem Alegre, Entre Folhas, Dom Lara,
Sapucaia, Ubaporanga. Imbé, Santo Antônio do Manhuaçu, São João do Jacutinga,
Santa Rita e Santa Bárbara. A Comarca de Caratinga foi criada pela Lei nº 11 de 13
de novembro de 1891, ocorrendo sua instalação a 7 de março de 1892. Suprimida
em 24 de julho de 1912, foi restaurada em 1° de dezembro de 1917 (IBGE, 1966).
A inauguração da unidade do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora foi fundada
no dia 24 de maio de 1917, trazendo estabilidade para a saúde microrregional e
local. A estrutura do hospital é composta por aproximados 170 leitos, sendo
utilizados para a UTI adulto, seis neonatais, e os demais repartidos entre clínicas
médicas e cirúrgicas, além dos trabalhos de humanização com o objetivo de
atendimento interno e externo com fatores psicossociais de cada indivíduo e a
comunicação interpessoal da saúde (HNSA, 2019).
3.2 HOSPITAL NOSSA SENHORA AUXILIADORA: BREVE HISTÓRICO E A
RELAÇÃO DO MESMO COM AS CIDADES DO ENTORNO
Fundado no ano de 1917, o HNSA funcionava em uma casa adaptada,
situada à Rua do Comércio (Princesa Isabel). A mudança do novo nome para Nossa
Senhora Auxiliadora é atribuída a Dª Isabel Vieira e Dª Arminda Moreira, irmã do
Dom Modesto e ex-aluna salesiana. Após a compra do prédio atual, situado na R.
Dep. José Augusto Ferreira Filho, 89 - Centro, as reformas de melhoria foram
37
promovidas e assim adequadas para o atendimento da população local e regional
(HNSA, 2019). Na figura 3 pode ser identificado a localização do HNSA em relação a
área edificada.Fonte: GOOGLE EARTH, 2019
Segundo os diretores da unidade hospitalar, a unidade de saúde forneceu
atendimento gratuito por vários anos, mas devido ao aumento da demanda com os
pacientes recebidos das cidades vizinhas, houve a necessidade de uma proposta
direcionada a prefeitura das cidades atendidas para que as despesas hospitalares
fossem garantidas. Esta proposta teve como planejamento uma quantia a pagar
mensalmente para custos de medicamentos e despesas do hospital, o que
promoveu grandes mudanças na saúde e a inclusão da população carente.
A quantia estabelecida foi formalizada por um contrato que teve início no ano
de 2009, o recurso influenciou diretamente nas reformas de adequação de melhorias
ao prédio, compra de equipamentos, contratação de profissionais capacitados e
outros benefícios. Atualmente o pagamento tem como finalidade a manutenção da
unidade de saúde (HSNA, 2019).
Mesmo com a adesão ao contrato, alguns municípios não repassam a verba
acordada dentro do prazo e ficam inadimplentes com o HNSA, fato que contribui
para o endividamento da instituição e consequente na qualidade do atendimento dos
pacientes. O hospital mesmo que não esteja recebendo como acordado com a
microrregião, por lei não pode negar atendimento à população, com isso, as dívidas
dos municípios aumentam e consequentemente a situação financeira do hospital fica
cada vez mais prejudicada (HNSA, 2019).
38
O atendimento atual é direcionado à treze municípios em contrato, mas sete
das treze regiões estão em falta no repasses dos recursos financeiros estabelecidos,
fato registrado desde março de 2017, o que ocasionou uma nova comissão de
intervenção que assumiu a direção do hospital no intuito de garantir sua
permanência das prestações de serviços a saúde da região. Veja as cidades
atendidas pelo HNSA na Tabela 2.Tabela 2: Cidades atendidas pelo HNSA
CIDADES ATENDIDAS PELO HNSA/KM
Piedade de Caratinga 7.4 km
Santa Rita de Minas 10 km
Ubaporanga 17.6 km
Bom Jesus do Galho 19.1 km
Santa Barbara do Leste 20.7 km
Entre Folhas 20.7 km
Inhapim 26.5 km
Vargem Alegre 26.8 km
Imbé de Minas 27.8 km
Vermelho Novo 30.5 km
São Domingo das Dores 31.5 km
São Sebastião do Anta 33.2 km
Fonte: Prefeitura de Caratinga, 2019
A intervenção na direção do hospital no ano de 2017 teve como responsável o
Estado e orientação do Ministério Público, encerrando em abril de 2018 quando a
gestão foi retomada para a provedoria atual. Devido às crises econômicas, a direção
do mesmo conta com apoio de instituições financeiras, empresas doadoras e
assessoria técnica, permitindo que seja garantido a manutenção do órgão de saúde
(HNSA, 2018).
Entende-se que o funcionamento hospitalar tem como complemento diversas
funções que colaboram para um atendimento de qualidade, além de amparar
pacientes debilitados. Dentre as funções, encontra-se a lavanderia, objeto de estudo
específico de análise deste trabalho de conclusão de curso. O espaço de uso
destinado a higienização das roupas tem como objetivo o controle de doenças
infectocontagiosas que são repassadas através do uso das roupas pelos pacientes
adoentados ou até pelos funcionários que prestam atendimento em áreas críticas.
39
Essa percepção de uso tem sido alvo de pesquisas que otimizam o funcionamento
adequado do setor estudado com o intuito de melhoria constante.
A lavanderia hospitalar é o setor responsável para coletar e devolver as
roupas utilizadas pelo hospital em perfeita higienização. Para que isso aconteça,
uma série de fatores devem ser analisados e assim, ajustados conforme a
necessidade e demanda de cada unidade de saúde. O importante é sempre analisar
de forma especifica para que durante os estudos de viabilidade, não passe nada
desapercebido.
De maneira auxiliar teve-se a análise de lavanderias dos hospitais regionais e
de Caratinga, além das visitas direcionadas pela instituição, que se tornou referência
na fonte de informações, sistemas de separação, fluxogramas, áreas de
interferências das condicionantes referentes aos maquinários existentes no
ambiente. O entendimento das questões de cunho político, social e econômico que
envolve a história do hospital também significou respostas de grande importância
para o trabalho.
3.3 OBJETO DE ESTUDO: LAVANDERIA DO HOSPITAL NOSSA SENHORA
AUXILIADORA
É visível que Caratinga é referência como cidade polo devido o vasto campo
comercial, acadêmico e na área da saúde. A cidade vem se desatacando nos
núcleos urbanos menores e exercendo uma grande influência nos municípios
próximos por atender as demandas locais e regionais. O crescimento se dá devido
ao número de atendimento que vem prestando perante a sociedade, como
complemento no bom atendimento, o setor da lavanderia está totalmente interligado
com a qualidade que os serviços hospitalares vêm buscando.
A lavanderia está localizada na porção posterior do hospital, atualmente
atende à demanda local, da unidade materno infantil e de outras unidades de saúde
da cidade de Caratinga, além de atender algumas demandas das unidades
regionais. O local tem acesso por uma escada no final do pátio de serviço dentro do
hospital e também por um acesso no antigo Pronto Atendimento Municipal de
Caratinga (PAM), conforme mostra a Figura 4, o setor encontra-se desativado
atualmente, mas atendia os serviços de primeiros socorros.
40
Fonte: GOOGLE EARTH, 2019
As lavanderias fazem parte do sistema de atendimento hospitalar, a partir dos
serviços oferecidos por este setor, podemos controlar ou distribuir uma serie de
infecções hospitalares, tudo vai depender das regras e normas que são impostas
para o funcionamento de qualidade. Deve-se considerar os vários lugares em que
são setorizadas, o gerenciamento e organização proposta pelo hospital na qual
atende. Além disso, as lavanderias são fatores de qualificação para os pacientes em
atendimento desde a portaria, até os setores de cirurgias. O papel básico de tal
ambiente é de agregar um controle de doenças infectocontagiosas e de ser
referência no qualitativo dos serviços ofertados para a demanda hospitalar.
Para Harrington (1993), um plano de gerenciamento do processo de
prevenção de riscos ocupacionais, colaboraria com a qualidade do processo, dos
serviços prestados, sendo fator de redução ou eliminação dos riscos:
Figura 4: Localização da lavanderia hospitalar
41
Tabela 3: Etapas do plano de gerenciamento do processo proposto para a lavanderiaPasso I: Organizar para aperfeiçoar
Passo II: Compreender o processo
Passo III: Aperfeiçoar
Passo IV: Fornecer medidas de controle
Passo V: Melhorar continuamente
-Identificar o processo do setor.-Estabelecer prioridades no serviço prestado.-Mapear o fluxo durante as tarefas estipuladas.
-Definir como
será realizado o
processo.
-Identificar e
caracterizar
quais são as
fases de
lavagem
(analisando o
tempo do ciclo e
eliminando as
atividades e
tarefas
desnecessárias).
-Reconhecer e
analisar os
riscos do
processo
(levantamento
dos riscos
durante o
processo de
lavagem).
-Identificar
aspectos de
melhoria.
-Eliminar
tarefas que não
agregam valor.
-Eliminar
desperdícios.
-Simplificar os
processos de
lavagem.
-Implementar
soluções de
melhoria.
-Treinar e
conscientizar
os funcionários
quanto uso dos
EPI’s,
equipamentos e
maquinas.
-Planejar
planos de
incentivo aos
funcionários e
manutenção
periódica do
maquinário e
equipamentos.
-Planejar roteiro
para
organização e
limpeza.
-Avaliar a
saúde do
trabalhador.
-Avaliar se as
soluções
aplicadas
tiveram efeito
positivo.
-Analisar e
aperfeiçoar o
processo e o
modelo de
gerenciamento.
Fonte: Desenvolvida pelo autor com base em Harrington (1993).
A adoção responsável dos métodos mencionados na tabela 03, tem como
função uma melhor qualidade nos atendimentos prestados a sociedade. Essa
proposta favorece do processo inicial até o retorno das roupas para a reutilização e
na continuidade das fases que melhoraram o ambiente de serviço no decorrer da
aplicabilidade do plano de gerenciamento. As etapas indicadas são claras e podem
42
ser desenvolvidas em qualquer setor de lavanderia, basta ser abordado pelos
responsáveis e gerenciados em conformidade aos complementos de funcionalidade.
Deste modo, é de fundamental importância para uma boa gestão dos setores
hospitalares que haja comunicação clara em razão da quantidade e qualidade dos
serviços prestados no setor e precauções quanto aos procedimentos usadas durante
o processo de distribuição das roupas para os pacientes e funcionários, até o
procedimento de lavagem. Para que isso seja possível, é essencial que haja um
coordenador da lavanderia separado do coordenador do hospital, permitindo que no
ambiente destinado a lavagem das vestes haja controle dos materiais usados,
vistorias na qualidade dos serviços, do cumprimento das regras quanto aos
equipamentos de segurança, dos cronogramas de entrega para os locais de reuso e
da entrega conservada e higienizada.
43
4 PROCEDIMENTOS METODÓLOGICOS
A fim de alcançar os objetivos, geral e específicos, os procedimentos
metodológicos se desenvolvem em desenvolvimento metodológico 01 e 02, sendo o
primeiro exploratório e o segundo projetual. A metodologia exploratória baseia-se
em entender o setor da lavanderia, sua funcionalidade, suas normas e sua relação
com o hospital. Neste sentido, faz parte deste processo o estudo do espaço da
lavanderia e seus materiais, pesquisa bibliográfica, diálogo com os funcionários e
também com os consultores técnicos que representam as empresas fornecedoras
de maquinário – secadoras, aparelhos de ar condicionado, exaustores, centrifugas.
Nesta fase, considera-se reuniões esporádicas com profissionais arquitetos e
docentes com experiência na elaboração e execução de ambientes hospitalares.
O segundo procedimento metodológico visa a elaboração de projeto técnico
com base no aprendizado obtido durante o primeiro procedimento metodológico.
Para tanto é elaborado por meio do TFG II (Trabalho Final de Graduação II) uma
proposta em forma de projeto arquitetônico, e apresentados em forma de
representação visual espacial.
4.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 01
A metodologia empregada no procedimento 01 consiste em pesquisa
exploratória, analisando as normas que regulamenta as unidades de saúde, assim
como regras a serem seguidas no processo de elaboração projetual de cada setor
hospitalar.
4.1.1 Pesquisa bibliográfica
No intuito de descobrir as normas e leis para um projeto de lavanderia, busca-
se pesquisa bibliográfica por meio de fundamentação teórica acerca dos temas
relacionados que permeiam este trabalho. A identificação de tais elementos se deu
por órgãos normativos como Ministério da Saúde, ANVISA, Vigilância Sanitária,
ABNT NB 19 e pelo Manual de Lavanderia Hospitalar. Além destes estudos, as
pesquisam se estenderam às monografias apresentadas em teses de doutorado e
entrevistas com funcionários e gestores do HNSA. Os levantamentos se estenderam
44
a visitas em lavanderias regionais por veio das Faculdades Doctum de Caratinga e
visitas semanais na lavanderia hospitalar estudada neste trabalho de conclusão de
curso.
4.1.2 Pesquisa de campo e caracterização do objeto de estudo
A pesquisa de campo se dá por meio de vivência do espaço e convivência
com funcionários, profissionais que atuam na área hospitalar e fornecedores de
equipamentos hospitalares para as lavanderias. Fez-se necessário o levantamento
da área e adequação do projeto arquitetônico do espaço atual, totalizando 95,60 m²
de área localizada no pavimento térreo, em área próxima a antiga PAM, que por sua
vez é espaço desativado atualmente.
Durante muitos anos, as lavanderias de serviço de saúde eram parecidas com
lavanderias convencionais, não havendo separação entre área suja e limpa, sendo
os mesmos funcionários para ambas as funções. Nestas lavanderias que ainda são
encontradas do tipo convencional, ou seja, com áreas de processamento
concentradas num só ambiente, há um risco de disseminação de infecções pelo
cruzamento das vestes que chegam de todos os setores hospital. (MIANA, 2001)
Localizado então um roteiro de inspeção que está disponibilizado no site da
ANVISA, foi possível algumas analises competentes as estruturas físicas de uma
lavanderia. Tal roteiro teve analise in loco e foi respondido durante as visitas de
campo, servindo como parâmetro para os seguimentos das normas obrigatórias.
Deste modo, o preenchimento de tal documento competiu a marcação de acordo
com as condições locais do objeto de estudo. É notório que algumas
obrigatoriedades exigidas não foram encontradas no local como pode ser observado
no Tabela 4 abaixo.
45
Fonte: Roteiro adequado pelo autor conforme demanda local, ANVISA 2019
Após esta abordagem, a necessidade de fazer um levantamento da área
edificada e dos fluxos de uso, foram essenciais para a proposta das adequações
necessárias que enquadrasse nas condições das práticas do Ministério da Saúde e
das normas da Vigilância Sanitária, além de favorecer uma excelência na qualidade
do serviço prestado pelos funcionários do ambiente e o principal, para que haja a
possibilidade de um controle de infecção pelas roupas que chegam até a lavanderia.
O fluxo da lavanderia atribuiu uma visão ampla e dinâmica das atividades
inseridas no layout do setor onde ocorre o processo de lavagem, secagem,
Tabela 4: Roteiro de inspeção em lavanderia hospitalar
46
armazenamento e circuito explorado no processo atual das roupas e dos riscos
identificados nas áreas suja e limpa. Na Figura 5 é possível analisar o fluxograma
atual.
Fonte: Acervo da autora, 2018
No fluxograma apresentado pode ser identificado: Recepção, separação e
identificação no setor da área suja, seguindo o sistema de lavagem, centrifugação e
secagem no setor de área limpa, após as fases anteriores a dobragem, seleção das
peças que necessitam de conserto e das roupas prontas para reuso e distribuição.
Como é indicado pelo Ministério da Saúde, as fases que deveriam ser incluídas são
a calandragem e esterilização das roupas que são caracterizadas dos setores
críticos, tais regras viabilizam um melhor controle de doenças infectocontagiosas e
devem ser seguidas obrigatoriamente.
4.1.3 Convivência no espaço físico da lavanderia
Figura 5: Fluxograma da lavanderia do HNSA
47
Visando a exploração da lavanderia como espaço físico, o procedimento
metodológico consiste na convivência semanal no referido espaço, que inclui
medições do próprio espaço, análise deste quanto a ergonomia e dimensionamento,
quanto a posição e existência de maquinários, quanto ao funcionamento destas
máquinas e equipamentos, e até mesmo quanto às aberturas e ao conforto térmico e
lumínico. As visitas neste processo procederam na frequência de duas vezes por
semana, ratificados devido ao estágio supervisionado do curso de arquitetura e
urbanismo das Faculdades Doctum de Caratinga.
4.1.4 Convivência com os funcionários
Esta etapa consiste na realização de reuniões com os funcionários do setor
estudado e na vivencia da autora. Os encontros com os mesmos promoveram as
reais necessidades de manutenção e reforma do ambiente e na realização das
adequações propostas no procedimento metodológico 02. A partir desta etapa, a
analise se deu com um estudo criterioso no cruzamento de informações vivenciado
praticamente e estudados em bases teóricas.
O processo abordou as informações disponibilizadas sobre as cargas horárias
dos funcionários, serviços terceirizados que são realizados no HNSA para demais
unidades de saúde local e relatos a respeito do conforto térmico e acústico. No
entanto, se dá ênfase na solução do qualitativo de todo o espaço e da valorização
da real finalidade de um ambiente bem elaborado e consequentemente bem
executado.
4.1.5 Pesquisa com profissionais da área hospitalar
A fim de colher os dados necessários para o entendimento de como funciona
uma lavanderia hospitalar de forma técnica, fez-se necessária a convivência com
profissionais arquitetos atuantes na área hospitalar e reuniões com fornecedores de
equipamentos que prestam serviços as unidades de saúde, para entendimento das
questões mecânicas no qual a lavanderia depende para um funcionamento
adequado. Tais reuniões possibilitou o conhecimento básico dos projetos
48
arquitetônicos elaborados e manuais de instalações dos equipamentos utilizados
para lavagem das roupas, secagem, esterilização e passagem.
4.2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 02
De acordo com o manual de TCC do curso de arquitetura e urbanismo das
Faculdades Doctum de Caratinga, regularizado em 2019, o TFG I é monografia e o
TFG II elaboração de projeto. Neste sentido, em TFG II é que será apresentado o
projeto da referida lavanderia, que inclui apresentação em banca prevista para o
final do segundo semestre de 2019.
49
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos neste trabalho são de formas técnicas e de total
amparo das normas e leis referente ao departamento de saúde. No entanto, os
dados coletados são suficientes para concluirmos a avaliação do qualitativo do
ambiente da lavanderia hospitalar, com atentamento as possíveis analises do
Ministério da Saúde e vigilância sanitária em visita in loco.
5.1 RESULTADOS PROVENIENTE A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Durante as pesquisas bibliográficas observa-se que as práticas projetuais são
feitas de acordo com as normas que regem os órgãos de saúde, tais regras vão de
encontro a conformidade do espaço e a perspectiva de uma boa qualidade nos
procedimentos oferecidos por todos os setores hospitalares e qualquer outro
ambiente que presta serviço em prol do atendimento médico.
As pesquisas foram bases para o primeiro passo a ser desenvolvido na
pesquisa de campo, os resultados promoveram uma análise das normas que não
estavam de acordo com os órgãos normativos e como poderiam ser ajustados no
procedimento metodológico II. Com base nas recomendações do Manual de
Lavanderia, Ministério da Saúde, ANVISA e ABNT NB 19, os levantamentos
refletiram as percepções in loco, seja através do espaço físico em si, no
entendimento do contexto atual da lavanderia, nos âmbitos políticos e econômicos.
5.2 RESULTADOS REFERENTES A PESQUISA DE CAMPO E
CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
Os resultados quanto a pesquisa exploratória do espaço da lavanderia
resultou em uma adequação do projeto arquitetônico do espaço físico existente, pois
não havia o documento que demostrasse a planta baixa local, após esse
levantamento houve também a necessidade de reaver os sistemas construtivos,
fluxograma, programa de necessidades e etc.
Com base no projeto de levantamento realizado, elaborou um projeto de
planta baixa com paginação de piso existente, forro, piso revestimento, máquinas
50
existentes na modalidade de ponto a ponto, sistema de vedação e conforto térmico e
especificamente das condições locais.
5.2.1 Analise dos equipamentos existentes na lavanderia do HNSA
Conforme determinado pela ANVISA (2007) a área da lavanderia se divide em
duas áreas, sendo área suja ou contaminada e área limpa. Esse isolamento é feito
por intermediário de uma barreira física, uma parede que separa as áreas citadas,
conforme demonstrado na figura 6 a seguir onde também é apresentado as
máquinas existentes na lavanderia hospitalar e a disposição em que elas se
encontram, em azul a área limpa e em cinza a área suja.
Fonte: Adequação da planta arquitetônica pelo autor, 2018
Na figura 7 a seguir, nota se que as maquinas de lavar estão alocadas na
área limpa (Entre as paredes que vedam o setor), porém possuem acesso por
ambas as áreas, isso por que as máquinas utilizadas possuem duas escotilhas, uma
para o lado da área suja e outra para a retirada das peças lavadas que fica voltada
Figura 6: Layout do objeto de estudo
51
para a área limpa, isso facilita a operação, pois não é necessário movimentar-se de
uma área a outra para recolher o que já foi processado.
Fonte: Autoral, 2019
Os equipamentos são as principais intermediadoras dos serviços prestados
no ambiente da lavanderia, tendo como função a limpeza inicial das vestes que são
recolhidas em todo ambiente hospitalar. Dentre eles são, basicamente:
1 Máquina de lavar 50 kg;
2 Máquina de lavar 30 kg;
2 secadora 30 kg;
1 secadora 20 kg;
3 centrífugas 15 kg;
4 carrinhos para roupa limpa;
4 mesas para peças dobradas
Sendo que na área suja estão somente as três máquinas de lavar e as
demais máquinas são utilizadas nos processos limpos. Cada processo a ser
desenvolvido tanto na coleta quanto na distribuição, utilização ou processamento
das peças respeita normas que devem ser respeitadas, tais normas são definidas
pelos órgãos responsáveis ou até mesmo desenvolvidos pela administração da
própria lavanderia.
Devido a carência de recursos financeiros que a unidade de saúde tem
passado atualmente, os parceiros que estão colaborando para que haja manutenção
apropriada do ambiente de saúde e os diretores do hospital têm se empenhado para
que o mesmo se recupere. Pensando nisso, os gastos excessivos serão evitados e
52
os equipamentos que estiverem em bons estados serão mantidos em
funcionamento. Neste sentido, os maquinários existentes então se suprindo sem que
três de nove estejam sendo utilizadas por necessidade de manutenção. Além disso,
devido ao calor excessivo transmitido pelos maquinários por conversão, a lavanderia
possui dois exaustores, sendo que apenas um está funcionando, e como paliativo,
tendo como uso dois ventiladores e as aberturas existentes. Na figura 8 a seguir
estão os maquinários que estão aguardando manutenção.
Fonte: Acervo da autora, 2018
Uma das situações analisadas vai de encontro ao funcionamento cortado da
calandra. Este equipamento é responsável por selar todos os processos durante a
lavagem das roupas, porém, o mesmo incluía uma soma de carga em grande
potência por precisar ser regulado frequente, o que ocasionava um aumento
excessivo na conta do setor. Após analises internas com os responsáveis do HNSA,
entenderam que não é viável a continuidade do serviço por falta dos recursos
53
financeiros. Como suprimento desta exigência, os funcionários fazem o trabalho
manual da passagem das vestes.
Fonte: Acervo da autora, 2018.
Uma harmonia positiva desta situação é o ganho de duas maquinas
secadoras para complementar os serviços prestados. Estas maquinas irá favorecer
na qualidade das roupas que serão entregues para reuso, além de completar o
quadro faltante dos equipamentos que necessitam de manutenção e se encontram
parados.
5.2.2. Condições de conforto térmico e de vedação na lavanderia do Hospital Nossa
Senhora Auxiliadora
Os aspectos climáticos são avaliados quando se pretende diagnosticar as
condições de conforto térmico da edificação/setor especifico ou quando pretende
elaborar um projeto com qualidade térmica por conter equipamentos existentes no
54
local e/ou a radiação solar considerada mais determinante. Dentre os confortos para
com o ser humano, o conforto térmico é o que mais influência no estado emocional
dos usuários, fazendo com que se sinta confortável termicamente.
O Manual de Lavanderia hospitalar alega que, um dos fatores que deve ser
dado ênfase na hora de analisar no ambiente de lavanderia é o posicionamento do
vento, para que a preservação da corrente de ar do ambiente sujo e posteriormente
no ambiente limpo. O cuidado deve ser avaliado da mesma forma na orientação
solar. A fachada da edificação que estiver mais exposta ao sol, magnetiza o ar dos
ambientes que estiverem mais frios por permanecerem sempre aquecidos. Mesmo
que lavanderia seja um ambiente quente e úmido, a insolação não é excluída, que
junto com os equipamentos de maior transmitância de calor, reduzir as condições de
trabalho.
O espaço da lavanderia no hospital tem um papel determinante na qualidade
dos serviços internos do ambiente, uma vez que o espaço contém maquinários que
transmitem calor e como contraponto positivo, a área externa recebe a incidência
solar nas coordenadas norte e sul, não comprometendo as condições climáticas com
maior nível de temperatura, determinando que o setor tenha baixa incidência solar
durante todo o ano, veja na Figura 10 a seguir.
55
Fonte: Adequação da planta arquitetônica pelo autor, 2018
Como forma de prevenção no contato com as bactérias que circulam no
círculo hospitalar, o ambiente da área limpa é restrito a aberturas devido ao risco de
contágio pela alta demanda de roupas recebida, setores que variam entre centro
cirúrgico e área de emergência, além das roupas que chegam das terceirizações do
serviço. O aconselhável é que ocorrendo a separação entre a lavanderia e o prédio
do hospital, esta deverá ser conectada através de circulação coberta e fechada a fim
de evitar a contaminação da roupa limpa, havendo a necessidade do menor
percurso e o mínimo de cruzamento até o ponto final de despejo.
Conforme apresentado na figura 11, a área limpa possuí duas aberturas que
comprometem diretamente a qualidade dos serviços prestados, sendo que a área
citada é responsável por todo o sistema de descontaminação das vestes que
passam pela máquina de lavar na área suja, necessitando ter o mínimo de contato
possível da área externa. O ideal é que os funcionários desta fase dos serviços
estejam devidamente vestidos e esterilizados antes que entrem no espaço limpo.
Fonte: Adequação da planta arquitetônica pelo autor, 2018
Figura 10: Radiação solar na fachada leste
Figura 11: Aberturas de ventilação existentes
56
Os parâmetros exigidos pelos sistemas de vigilância nos ambientes de saúde,
são de extrema importância no dia a dia dos expedientes. Seguindo as regras como
indicadas, o índice de qualidade nos serviços e nos acidentes de trabalho pode
reduzir a 95%. Tais ganhos nestes ambientes evoluem consideravelmente o
qualitativo de todo o ambiente hospitalar.
5.3 RESULTADOS PROVENIENTES A CONVIVÊNCIA NO ESPAÇO DA
LAVANDERIA
Apesar dos benefícios oferecidos que o hospital traz para a sociedade local,
abrangendo 13 municípios, após o levantamento da área estudada, foi analisado
diversas deficiências no controle de doenças devido a não adequação de normas
técnicas fundamentais. A condição atual compromete tanto as vestes que são
entregues para lavagem e o controle de doenças, quanto aos funcionários que estão
vulneráveis em todo o período de expediente. Contudo, foi necessária uma análise
crítica e técnica para melhor desenvolvimento da proposta.
Estas abordagens refletem a necessidade de que estas atividades em falta
sejam devidamente estabelecidas a fim da elaboração dos comandos específicos de
lavanderia seja fator de redução ou eliminação a ocorrência dos contágios. Para que
haja diminuição dos riscos à saúde do trabalhador, é necessário o coordenador (a)
do setor e os colaboradores se atente para os cuidados que cada atividade exige e
para a necessidade de se utilizarem os equipamentos regulamentados pelas
normas, além das proteções individuais.
Conforme apresentado na Figura 12, é notório que estas atividades possuem
riscos consideráveis do tipo químico, biológico, físico, ergonômico e de acidente.
Estes riscos identificados estão ligados diretamente com a saúde do colaborador e
na diminuição do rendimento no trabalho, além de não se enquadram nos padrões
regulamentados pelos órgãos que são responsáveis pelas fiscalizações nos
ambientes de saúde. Dentro deste contexto pode se afirmar que os espaços da
lavanderia hospitalar devem sempre preservar as condições de trabalho do
colaborador e garantir que não haja contágio através das roupas ou dos materiais
perfurocortantes que podem ser identificados durante a separação por sujidade.
Nesse sentido, as ações de intervenção para melhoria local devem buscar o melhor
57
funcionamento, eficácia do sistema aplicado e a qualidade dos serviços
desempenhados.
Fonte: Acervo da autora, 2018
5.3.1 Analise dos materiais existentes na lavanderia
Um método que pode complementar o setor de serviço da lavanderia, é o
planejamento desenvolvido pela coordenação do setor. O responsável pelo
gerenciamento deve gerir instruções de funcionamento e um cronograma que
deverá ser seguido por cada profissional atuante na área, assim será de
responsabilidade pessoal de cada funcionário que os serviços estejam em total
sintonia com as demandas locais, este planejamento pode incluir cursos de
aperfeiçoamento do trabalho e riscos ocupacionais para a saúde.
Sendo assim, as parametrizações dos serviços podem atuar como alerta para
os funcionários quanto aos métodos utilizados na atuação dos serviços prestados,
instigando os colaboradores a seguirem métodos que priorizem o funcionamento
geral do hospital e o bem-estar próprio de cada servidor, sendo perceptível à
dependência dos setores hospitalares quando entregam as vestes sujas para
lavagem e a recebem para reuso em perfeito estado, tornando-se essencial para o
controle de infecções e eficiência na qualidade de atendimento.
Além disso, é necessária a troca dos pisos identificados como inapropriados
para o ambiente da área limpa. Alguns dos mesmos são utilizados como ‘tampa’
para o esgoto sanitário local, o que influencia um grande número de bactéria que
58
podem contaminar as roupagens que já passaram pelo processo de lavagem e
centrifugação, como pode ser visto na Figura 13.
Fonte: Autoral, 2019.
Segundo informado pelo site institucional da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA, 2007), os regulamentos tem como função primordial a promoção
da saúde da população, atuando no controle sanitário de diversos produtos, tais
como medicamentos, alimentos e cosméticos; serviços e até mesmo na fiscalização
de portos, fronteiras e aeroportos. Entre suas competências, podemos destacar:
Controlar e fiscalizar produtos, tais como medicamentos, alimentos e
cosméticos, e serviços que envolvam risco à saúde;
Estabelecer normas e padrões sobre limites de produtos
contaminantes, tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que
podem causar danos à saúde;
Conceder registros a produtos;
Proibir a fabricação, distribuição e armazenamento de produtos que
possam causar danos à saúde;
Figura 13: Pisos situados na área limpa da lavanderia do HNSA
59
5.4 RESULTADO PROVENIENTE A CONVIVÊNCIA COM OS FUNCIONÁRIOS
Esta etapa consiste na realização de reuniões com os funcionários do setor
estudado e na vivencia da autora. Os encontros com os mesmos promoveram as
reais necessidades de manutenção e reforma do ambiente e na realização das
adequações propostas no procedimento metodológico 02. A partir desta etapa, a
analise se deu com um estudo criterioso no cruzamento de informações vivenciado
praticamente e estudados em bases teóricas.
O processo abordou as informações disponibilizadas sobre as cargas horárias
dos funcionários, serviços terceirizados que são realizados no HNSA para demais
unidades de saúde local, relatos a respeito do conforto térmico e acústico. No
entanto, se dá ênfase na solução do qualitativo de todo o espaço e da valorização
da real finalidade de um ambiente bem elaborado e consequentemente bem
executado.
De maneira auxiliar, o contato com os funcionários e diretores da área
estudada somaram positivamente para melhor entendimento do funcionamento do
objeto de estudo, apropriação do espaço e informações bases sobre os fluxos de
entrada e saída das vestes sujas e limpas para a distribuição.
Relatado pelos profissionais da lavanderia, as máquinas secadoras
desempenham um papel fundamental no circuito de lavagem, porém transmitem um
calor de alta temperatura no período em que está em funcionamento. O
equipamento citado tem a função de secar as roupas que não serão processadas
pela calandra, como cobertores, roupas felpudas, fraldas, etc.
Dentre as atividades executadas no processamento das roupas, a realização
da higienização do ambiente, das máquinas e equipamentos existentes na
lavanderia são ações que visam a prevenção da saúde dos funcionários e a
conservação da estruturação do espaço. Além de garantir um bom funcionamento
do setor e a durabilidade das máquinas. O entendimento melhor das atribuições da
etapa teve abrangência dos processos desenvolvidos na lavanderia no Quadro 1 a
seguir.
60
Quadro 1: Etapas abrangentes do processo de lavanderia
Fonte: Desenvolvida pelo autor, 2019
No decorrer das buscas por informações, a responsável geral do setor
estudado especificou os horários a ser seguido e a carga horário semanal de
trabalho. Conforme mostra na Tabela 5, as horas de trabalho semanal possuem uma
média diária de 07:20:00, sendo a segunda-feira o dia de maior carga diária de
serviço devido não ter funcionamento ativo aos domingos.
Tabela 5: Carga horária semanal de trabalho na lavanderiaSegunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Carga
SemanalMed. Diária
Carga Diária
11:55:00 6:35:00 6:35:00 6:35:00 6:35:00 6:35:00 44:00:00 07:20:00
Fonte: Autoral, 2018
Durante as análises in loco, verificamos que o setor da área limpa na
lavanderia possuí aberturas inapropriadas se analisado de acordo com o Manual de
Lavanderia Hospitalar (1986), o mesmo não permite que a área limpa esteja
Retirada da roupa suja da unidade
geradora
Coleta e transporte da roupa suja até a
unidade de processamento
Recebimento, pesagem, separação
e classificação da roupa suja
Processo de lavagem da roupa
sujaCentrifugação
Secagem e passadoria de roupa
limpa
Separação, dobra, embalagem da roupa
limpa
Armazenamento, transporte e
distribuição da roupa limpa
Separação de peças danificadas quando
necessário.
61
vulnerável ao contato externo e assim causar comprometimento a excelência do
serviço. Na Figura 14 é possível identificar as aberturas que não estão em conforme
as normas, além de ser notório a possibilidade de ser passado qualquer objeto por
tais aberturas.
Fonte: Acervo da autora, 2019.
Tais aberturas permitem o contato dos funcionários que não são do setor
especificado, além de ir contra aos produtos usados para a limpeza total das roupas,
sendo que os mesmos contribuem para a eficácia das vestes limpas e desinfectadas
em perfeito estado de reuso. Sem que seja vedado, os esforços feitos para a
eficiência dos serviços desenvolvidos no setor de lavagem são inúteis.
5.4.1 Percepção dos riscos diários no trabalho da lavanderia
Como critério de analise, foram organizados em subcategorias os pontos
receptíveis aos riscos de trabalho, sendo eles: riscos ergonômicos (intensificação do
trabalho; número excessivo de horas trabalhadas; exigência de produção e ausência
de pausas); riscos físicos (ruído; calor); riscos biológicos (de contaminação); e riscos
de acidentes com materiais perfurocortantes.
Em contato com os funcionários, os mesmos estão cientes dos riscos
ocupacionais referentes aos fluxos de lavagem, adoecimentos consequentes a
postura inadequada durante a carga horária e principalmente referente a sobrecarga
condições inadequadas física exigida, além da exposição a ruído e calor excessivos,
o que, aliado a condições de trabalho precárias, aumenta a chance de adoecimento.
62
Ainda segundo os colaboradores, à atividade laboral é realizada em todo o
tempo de pé e causando assim dor das pernas e coluna. Em alguns casos, mesmo
os funcionários com enfermidades e dores prosseguem no trabalho e se tornam
vulneráveis às condições e exigências inadequadas do trabalho, sendo necessário
que o mesmo avalie e adeque-se as condições necessárias para o qualitativo do
serviço. De relevância maior, as posturas inadequadas (requeridas para executar as
atividades como retirada das roupas nas maquinas para os carrinhos e/ou colocação
das mesmas nas maquinas de secagem) podem levar a distúrbios osteomusculares
e gerar diferentes graus de incapacidade funcional, um dos mais graves problemas
no campo da Saúde do Trabalhador.
É evidente a sobrecarga de trabalho entre esses profissionais. Portanto, é
indispensável que sejam feitas análise de cada função desempenhada e seja
proposto uma redução das cargas excessivas, as demandas conflitantes
(desenvolvimento de várias funções do mesmo servidor), o elevado esforço físico e
a permanência prolongada em posições físicas incômodas. Estas estratégias podem
promover uma maior integração social e cooperação entre os níveis hierárquicos no
setor.
Dos entrevistados, a maior parte reconhece que há riscos na lavanderia. A
prevalência recai sobre os agentes biológicos, físicos, químicos e de acidentes,
conforme falas:
Contaminação por fluidos corporais, acidentes com perfurocortantes,
acidentes com produtos químicos, e acidentes como quedas por causa
do piso escorregadio, principalmente na área suja que há vazamento
de água e a espuma não desce toda no esgoto vazando assim para o
piso.
Há risco de incêndio, choque, contaminação por fluidos corporais,
acidentes com perfuro cortantes, acidentes com produtos químicos e
também os acidentes físicos como quedas.
São vários os riscos que estamos expostos aqui nas máquinas,
acidentes com agulhas que ficam nas roupas, aqui na área limpa é
mais nas máquinas, pois podem dar choque.
63
Acidentes com produtos químicos, nas máquinas por causa da luz,
risco de se picar com agulhas, pinças, tesouras que vem na roupa,
assim como se contaminar com lixo que vem no meio das roupas.
Embora exista está consciência quanto o risco das áreas limpa e suja,
durante o tempo de pesquisa foi identificado uma grande parte dos trabalhadores
não se preocupam com os equipamentos de segurança que devem ser utilizados,
exigidos pelo Ministério da Saúde. Sendo supervisionado pela coordenadora do
setor que sempre solicita que sejam utilizados durante todo o tempo de serviço.
5.5 RESULTADO PROVENIENTE DA PESQUISA COM OS PROFISSIONAIS DA
ÁREA HOSPITALAR
O procedimento metodológico na busca do entendimento quando aos
maquinários utilizados nas áreas limpa e suja da lavanderia e experiencias nas
práticas projetuais dos arquitetos trouxeram a compreensão quanto ao real contexto
que envolve a área hospitalar. As regras impostas pelos órgãos responsáveis devem
ser seguidas de forma que qualifique os ambientes e atenda a demanda do HNSA e
de demais unidades de saúde que o mesmo presta serviço.
Em contato com os profissionais que prestam fornecimento dos maquinários
do setor, os dados obtidos foram suficientes para entender o funcionamento,
quantidade de potência e tubulações que precisariam ser posicionados em relação
as máquinas de lavar que liberam as felpas durante o processo de secagem, além
da distância que seriam necessárias durante a instalação e processo de
higienização dos equipamentos para maior tempo de duração. Durante o contato
com os mesmos, ainda foi possível ter acesso ao manual de instalação das
secadoras, conteúdos este que estabelece desde o termo de garantia dos aparelhos
até a planta de assentamento. A partir daí, traçamos um ponto inicial que foi base
para o conhecimento teórico que soma ao procedimento metodológico II.
Com base nestes levantamentos do sistema de instalação das máquinas
secadoras, da potência e das condições de manutenção destes equipamentos, é
possível elaborar um projeto de qualidade e que seja qualitativo na resposta de
qualidade térmica do setor da lavanderia. Tanto o levantamento com os profissionais
arquitetos atuantes na área e quanto aos profissionais que representam as
64
empresas das máquinas refletiram o que pode ser percebido no local, seja no
espaço físico em si ou seja no aspecto técnico.
Figura 15: Manual de instalação - Secador rotativo
Fonte: Braumer, 2018
65
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente trabalho foi possível incitar questionamentos que
possibilitam o funcionamento adequado das lavanderias, mas que por diversos
motivos, não são aplicados. Pode-se ressaltar a grande importância das aplicações
das leis, das regras impostas pelo Ministério da Saúde e da ABNT, que agregam um
conjunto de soluções para cada área da lavanderia. Fatos que nos leva a abordar
medidas que priorizem o funcionamento adequado e a manutenção periódica dos
equipamentos, para que haja evoluções positiva no objeto de estudo.
Os estudos realizados nesse trabalho compõem um importante material que
será utilizado na proposta de intervenção a ser elaborada na disciplina de Trabalho
Final de Graduação II, garantindo que a próxima etapa tenha um adequado
embasamento histórico, teórico e técnico, necessários para uma efetiva resposta em
projeto de reforma e aplicação das normas para uma requalificação da lavanderia
hospitalar do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.
Os estudos realizados tiveram como objetivo, desde o início, o
compreendimento e desenvolvimento das problemáticas analisadas em outras
lavanderias, criando uma justificativa ponderada em prol da eficácia dos métodos a
serem aplicados na lavanderia estudada, determinando caminhos a serem
elaborados de efetivas diretrizes, normas e regulamentos que garantem o resultado
satisfatório para os usuários. No entanto, o presente trabalho representa uma parte
inicial do projeto a ser desenvolvido, que busca, essencialmente, a qualidade dos
serviços prestados e a garantia de que os trabalhadores não se contaminem durante
o período de expediente, evoluindo com as regras impostas pelos órgãos
responsáveis e sendo referencial para demais projetos a serem elaborados para o
futuro.
66
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ANEXOS
Anexo A – Relatório de Inspeção da ANVISA
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Anexo B – Manual de Instalação
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