www.tsa.com.br filantropia e prestação de contas tratamento contÁbil nas imunidades e isenÇÕes...
Post on 17-Apr-2015
105 Views
Preview:
TRANSCRIPT
www.tsa.com.br
Filantropia e Prestação de Contas
TRATAMENTO CONTÁBIL NAS IMUNIDADES E
ISENÇÕES
Lages, 03 de dezembro de 2009
www.tsa.com.br
A implicação da imunidade e isenção nos registros contábeis, passa necessariamente por dois vetores:
• Perfil societário que as entidades
adotam • Natureza jurídica
dos institutos jurídicos da
imunidade e isenção.
Examinaremos brevemente o perfil societário das entidades e a natureza jurídica dos institutos da imunidade e isenção, pois sabendo a distinção entre os dois institutos, será fácil entender qual a razão de haver ou não registro contábil, nesse ou naquele caso.
www.tsa.com.br
• As entidades do Terceiro Setor são regidas pelo Código Civil (Lei 10.406/2002) e podem ser juridicamente constituídas sob a forma de:– ASSOCIAÇÕES (reunião de pessoas) ou – FUNDAÇÕES (patrimônio dotado).
www.tsa.com.br
Perfil societário das entidades
• Associações - CCB Art 53 Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
• Fundações - CCB Art 62 Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
4
www.tsa.com.br
IMUNIDADE E ISENÇÃO. NATUREZA JURÍDICA
• A distinção reside na fonte normativa:– Imunidade vem da Constituição Federal.– Isenção vem da lei infraconstitucional
(complementar ou ordinária).
• A Imunidade é um favor fiscal concedido pelo constituinte em favor das entidades que ajudam o Estado a cumprir o seu dever (do Estado).
5
www.tsa.com.br
São esclarecedoras as palavras do jurista Hugo de Brito Machado:
• “A imunidade é mais do que a isenção. Enquanto a isenção, que é uma exceção criada pela lei ordinária, e portanto sujeita a restrições estabelecidas pela lei, e até a extinção, pela lei ordinária, a imunidade está em plano normativo superior, está na Constituição, que não pode ser modificada pela lei ordinária.”
6
www.tsa.com.br
Imunidade Isenção• Regida pela Constituição
Federal. • Não pode ser revogada,
nem por emenda constitucional.
• Não há o direito de instituir, nem cobrar o tributo.
• Não há o nascimento da obrigação tributária. (Não há fato gerador)
• Regida por legislação infraconstitucional.
• Pode ser revogada a qualquer tempo.
• Há o direito de instituir e cobrar o tributo, mas ele não é exercido.
• Há o nascimento da obrigação tributária, mas a entidade é dispensada de pagar o tributo. (Há fato gerador)
www.tsa.com.br
EFEITOS PRÁTICOS DA ISENÇÃO E IMUNIDADE
• Apesar dos dois institutos não guardarem qualquer semelhança jurídica entre si, podemos perceber que para a entidade, os resultados, ou melhor, os efeitos práticos de um e outro, aparentemente são os mesmos, ou seja, a entidade não tem que pagar o imposto.
E aí surge a dúvida:
• Como fazer os registros contábeis?
8
www.tsa.com.br
• Na imunidade não há o nascimento da obrigação de pagar o imposto, ou seja, não há fato gerador de imposto, logo não há o que registrar.
• Não há fato, nem ato contábil a registrar.
• Na isenção, há o nascimento da obrigação de pagar o imposto, mas a entidade está dispensada (isenta) de cumprir a obrigação. É evidente que se surgiu uma obrigação, não obstante a dispensa do pagamento, temos aí, um legítimo fato contábil, que atrai o devido registro.
9
www.tsa.com.br
Registros Contábeis - imunidade e isenção
NÃO REGISTRA
Imunidade
• Não há fato gerador.• Não há o que registrar
na contabilidade.
REGISTRA
Isenção
• Há fato gerador.• O fato deve ser
registrado na contabilidade.
10
www.tsa.com.br
Diplomas legais – imunidade e isenção
• Isenção - prevista no CTN (que é uma lei).
– CTN Art 175 - Excluem o crédito tributário: I a isenção;
– CTN Art 176 - A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
11
www.tsa.com.br
• CTN Art 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo ou em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do artigo 104.
• CTN Art 179 - A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão.
12
www.tsa.com.br
• Imunidade – prevista na Constituição Federal
– CF Art 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
– I - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
– § 4º- As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
13
• CF Art 146 - Cabe à lei complementar: II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
• CTN, Art 9º- É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: – IV - cobrar imposto sobre:
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo.
• CTN Art 14 - O disposto na alínea c do inciso IV do art 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
suas rendas, a qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
www.tsa.com.br
REFERÊNCIA AOS ATOS CONSTITUTIVOS
• § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Aqui, o CTN se refere especificamente ao estatuto
como documento hábil para a configuração da imunidade.
16
www.tsa.com.br
RELAÇÃO ENTRE ESTATUTO,
CONTABILIDADE E PLANO DE CONTAS
Diretrizes
17
www.tsa.com.br
Plano Jurídico
• O Estatuto Social, estando de acordo com as leis civis, é a “lei orgânica da entidade”.
• É o estatuto que desenha as diretrizes para o nascimento a operacionalização da entidade.
• Nada, nenhum serviço que a entidade realiza, pode estar em desacordo com as determinações estatutárias.
18
www.tsa.com.br
Plano Contábil• A contabilidade é uma ciência exata e, portanto,
reflete (ou deve refletir) a operacionalização da entidade, cujas diretrizes estão contidas no estatuto social. Ora, a Contabilidade, como ciência exata que é, registra com precisão os atos e fatos praticados, de modo que, quem lê a contabilidade tem condições de “ver” a entidade e o que ela faz. Se a contabilidade diz uma coisa e o estatuto diz outra, obviamente a entidade está laborando em equívoco. E isto não pode acontecer, sob pena de prejuízos para a instituição.
19
www.tsa.com.br
Plano de Contas
• O Plano de Contas é a “materialização escrita” da razão e missão (existência e operatividade) da entidade. Essa materialização, por sua natureza operacional, necessita incorporar tanto os requisitos contidos no plano jurídico (vontade estatutária) como aqueles contidos no plano contábil e que dizem diretamente com a obrigação legal de registrar os atos e fatos ocorridos na entidade durante sua interação com a sociedade em geral.
20
Plano de Contas• O Plano de Contas é compreendido pela ciência contábil,
como um conjunto de contas (personalizadas, próprias de cada entidade), e serve para atender às necessidades de registro, visando a elaboração das demonstrações contábeis e relatórios, a fim de atender a todos os usuários da informação contábil. E essas contas, por “materializarem” acontecimentos, que por obrigação legal devem ser registrados, jamais poderão estar em discrepância com o estatuto (plano jurídico) nem com a contabilidade da entidade. Ao contrário, o estatuto, a contabilidade e o plano de contas devem ter uma relação “simbiótica” e harmônica entre si, para que possam favorecer a caminhada e a concretização dos objetivos da instituição, da melhor maneira possível.
www.tsa.com.br
“Assim como o construtor precisa de uma planta para fazer uma casa, o
contador precisa do plano de contas para fazer a contabilidade.”
“O Plano de Contas é a principal ferramenta do contador. Sem ele
não se pode nem mesmo dar início aos registros contábeis.”
22
www.tsa.com.br
Tipos de Estatutos Sociais
• Existem vários tipos de Estatuto Social: Religioso, Filantrópico, Beneficente, etc, e cada um obedece a uma legislação específica.
• Abordaremos aqui, os estatutos das entidades que tem caráter beneficente, de assistência social, em virtude das dúvidas serem maiores nesse tipo da associação. Lembrando sempre que o Terceiro setor desenvolve, essencialmente, atividades complementares ou substitutivas às atividades do Estado.
23
www.tsa.com.br
Entendendo as finalidades estatutárias
• Antes precisamos saber:–Que direitos são garantidos
com a imunidade? Qual a finalidade das normas imunitórias?
24
Vamos direto para a nossa Carta Magna, onde encontraremos:
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAISCAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS
• CF art 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
• Veja bem, esses direitos e garantias individuais são cláusulas pétreas, isto é são cláusulas que não podem ser modificadas nem por emenda constitucional.
www.tsa.com.br
Identificando as finalidades estatutárias
• Para a identificação das finalidades estatutárias, deve-se ter presente a legislação de regência. Não adianta “inovar”.
• As finalidades que essas entidades podem assumir, estão todas elas elencadas na Constituição Federal.
• É importante saber também o que diz a PNAS sobre a assistência social, que é precisamente o foco das entidades beneficentes de assistência social.
26
• "A nova concepção de assistência social como direito à proteção social, direito à seguridade social, tem duplo efeito: – suprir sob dado padrão pré-definido um recebimento– desenvolver capacidades para maior autonomia.
• Neste sentido ela é aliada ao desenvolvimento humano e social e não tuteladora ou assistencialista, ou ainda, tão só provedora de necessidades ou vulnerabilidades sociais.
• O desenvolvimento depende também de capacidade de acesso, vale dizer da redistribuição, ou melhor, distribuição dos acessos a bens e recursos; isto implica em um incremento das capacidades de famílias e indivíduos.”
www.tsa.com.br
• A CF88 traz uma nova concepção para a Assistência Social brasileira.
• Incluída no âmbito da Seguridade Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS – em dez de 1993, como política social pública, a assistência social inicia seu trânsito para um campo novo: o campo dos direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal.
28
www.tsa.com.br
• CF art 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
• CF art 203 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
29
www.tsa.com.br
LOAS Art 1º
• A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
30
LOAS Art 2º• A assistência social tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
www.tsa.com.br
Parágrafo único do Art. 2º da LOAS
• A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao:
–enfrentamento da pobreza,
–à garantia dos mínimos sociais,
–ao provimento de condições para atender contingências sociais e
–à universalização dos direitos sociais.
32
www.tsa.com.br
Art 3º da LOAS
• Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas que prestam, sem fins lucrativos, atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de seus direitos.
33
REQUISITOS QUE NÃO PODEM FALTAR NO ESTATUTO – CCB ART. 54
• Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V - o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Lei nº 11.127, de 2005)
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII - a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Lei nº 11.127, de 2005)
www.tsa.com.br
CHECK LIST• Nome, sede, finalidades, atividade-meio, fontes de recursos.• Patrimônio não é de indivíduo• Serviços permanentes e sem discriminação• Aplicações das subvenções nas finalidades vinculadas• Representação - judicial / extrajudicial – Procurações – Casos omissos• Reforma estatutária - total / parcial, entrada do novo estatuto em vigor• Aplicação integral de rendas, recursos e resultado operacional na manutenção e
desenvolvimento dos objetivos, no território nacional.• Não remunera associados / Não distribui lucros / Dinheiro no país• Balanço Patrimonial e Demonstrações Contábeis e Financeiras• Normas Contábeis, Notas Explicativas• Auditoria Interna e Externa• Assistência social - Gratuidades – Programas e projetos sociais - Voluntariado• Casos omissos e duvidosos - Revogação das disposições contrárias e anteriores
• Cada mudança de endereço, obrigará a mudança dos registros no cartório.
www.tsa.com.br
Estrutura Básica de Estatuto Social Modelo
• CAP I - DENOMINAÇÃO, (caráter) SEDE e FINS
• CAP II - PATRIMÔNIO
• CAP III - FONTES DE RECURSOS PARA SUA MANUTENÇÃO
• CAP IV - CONSTITUIÇÃO E ORGANIZAÇÃO
• CAP V - ASSOCIADOS
• CAP VI - CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS DELIBERATIVOS
• CAP VII - ASSEMBLÉIA GERAL
• CAP VIII - DIRETORIA
• CAP IX - CONSELHO FISCAL
• CAP X - MANTENEDORA, FILIAIS E DEPARTAMENTOS
• CAP XI - DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
36
www.tsa.com.br
Obrigado por sua Atenção!!!Nilton Antonio Tiellet Borges
tiellet@tsa.com.br
top related