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400 CUNHA, G.R.et al. - Zoneamento agrícola e época de semeadura...Revista Brasileira de Agrometeorologia, Passo Fundo, v.9, n.3, (Nº Especial: Zoneamento Agrícola), p.400-414, 2001
Recebido para publicação em 15/08/2001. Aprovado em 15/12/2001.
ISSN 0104-1347
Zoneamento agrícola e época de semeadurapara trigo no Brasil
Agricultural zoning and sowing dates for wheat in Brazil
Gilberto Rocca da Cunha 1, 2, 3, João Carlos Haas1, Jaime Ricardo Tavares Maluf1, Paulo HenriqueCaramori 4,3, Eduardo Delgado Assad 5, Hugo José Braga 6, Jurandir Zullo Jr. 7,3, Cláudio Lazzarotto 8,
Sérgio Gonçalves 9, Marcos Wrege 10, Dionísio Brunetta 11, Sérgio Roberto Dotto11, Hilton SilveiraPinto7,3, Orivaldo Brunini 12,3, Vera Magali Radtke Thomé6, Sérgio Luiz Zampieri6, Aldemir Pasinato 13,
Márcia Barrocas Moreira Pimentel13 e Cristina Pandolfo9
Resumo - Um Programa de Zoneamento Agrícola para o Brasil, subsidiando a política de créditoe securidade rural, começou a ser posto em prática pelo Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA) a partir da safra de inverno de 1996, com a cultura de trigo no sul doBrasil. Este artigo apresenta uma síntese dos trabalhos sobre zoneamento agrícola para trigo noBrasil elaborados para o MAPA, e as indicações de épocas de semeadura mais favoráveis. Osresultados de estudos sobre regionalização de riscos climáticos para a cultura de trigo, envolven-do a integração de técnicas de modelagem e simulação da cultura e ferramentas degeoprocessamento, são apresentados em nível municipal, com a definição de períodos favoráveisde semeadura, a partir de informações extraídas de mapas de risco de geada na floração,deexcesso de chuva na colheita, de seca e de golpe de calor, conforme o estado e a região do país.Para o sul do Brasil (RS, SC e PR), destacam-se como limitações climáticas a ocorrência de geada,em particular na floração (antese), e o excesso de chuva por ocasião da colheita. A geada causaa queima de folhas, o estrangulamento de colmos e, atingindo os primórdios florais, impede aformação de grãos. Por sua vez, o excesso de chuvas no período de maturação e de colheita,além de diminuir o rendimento afeta negativamente as características de qualidade dos grãos.Também o risco de deficiência hídrica foi levado em consideração nos trabalhos referentes a SP,MS, GO, DF e MG.
Palavras-chave: riscos climáticos, regionalização, seguro agrícola, crédito rural, triticultura.
Abstract - A Program of Agricultural Zoning in Brazil aiming to subsidize government credit poli-cies and rural security began during 1996 wheat growing season. The Brazilian Ministry ofAgriculture-“Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)” was in charge of theprogram. This paper summarizes the studies on agricultural zoning for the wheat crop in Brazil
1 Pesquisador da Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS.2 Autor para correspondência: cunha@cnpt.embrapa.br3 Bolsista do CNPq-PQ.4 Pesquisador do IAPAR, Caixa Postal 481, CEP 86047-902 Londrina, PR.5 Pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Caixa Postal 6041, CEP 13083-970 Campinas, SP.6 Pesquisador da Epagri, Caixa Postal 502, CEP 88000-000 Florianópolis, SC.7 Pesquisador do Cepagri/Unicamp, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Rua André Tosello, 209, CEP 13083-886 Campinas, SP.8 Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Caixa Postal 661, CEP 79804-970 Dourados, MS.9 Pesquisador da UnB-Finatec/Zoneamento Agrícola - MAPA.10 Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 403, CEP 96001-970 Pelotas, RS.11 Pesquisador da Embrapa Soja, Caixa Postal 231, CEP 86001-970 Londrina, PR.12 Pesquisador do IAC. Caixa Postal 28, CEP 13001-970 Campinas, SP.13 Analista de Sistemas da Embrapa Trigo.
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IntroduçãoOs problemas da triticultura brasileira são de
natureza sistêmica, envolvendo uma forte interaçãoentre componentes biofísicos e socioeconômicos,ao longo dos diferentes segmentos da cadeiaprodutiva. No primeiro grupo, enquadram-se acultura propriamente dita (cultivares e suascaracterísticas), os estresses bióticos causados pordoenças, pragas e plantas daninhas, e os abióticos,ligados ao clima e ao solo. E, no segundo grupo,tem-se as relações de mercado, as macropolíticas(econômica, agrícola etc), a estrutura fundiária e,principalmente, a ação do homem, atuando comoprotagonista principal.
O êxito das soluções tecnológicas para os pro-blemas do agronegócio de trigo no Brasil dependeda eficiência do processo de transferência detecnologia, que, para alcançar seus objetivos, pre-cisa ser orientado por resultados de estudos queenvolvem diferentes aspectos de regionalização ede zoneamento agrícola.
Apesar da plasticidade apresentada pelo trigo,em termos das características climáticas das dife-rentes regiões de cultivo no mundo (PASCALE,1974), essa cultura tem o seu rendimento e atémesmo a sua viabilidade econômica fortementeinfluenciados pelas condições de clima. Esse as-pecto é, particularmente, importante no Brasil, ondea cultura de trigo se estende em uma ampla região,abrangendo zonas temperadas, subtropicais e tro-picais. Segundo MOTA (1989), os principais pro-blemas climáticos para o trigo no Brasil são: ex-cesso de umidade relativa em setembro/outubro,geada no espigamento, chuva na colheita e granizo(na região temperada); umidade relativa elevada,geada e seca no espigamento, bem como chuva na
colheita (na região subtropical); umidade relativaelevada no verão e temperatura do ar elevada du-rante o período de enchimento de grãos (na regiãotropical).
O rendimento de uma lavoura de trigo, mate-maticamente, pode ser obtido pelo produto entre onúmero de grãos por unidade de superfície e o va-lor médio da massa de um grão. Nesse particular,vários estudos (FISCHER, 1985 e SAVIN &SLAFER, 1991, por exemplo) têm demonstradoque o número de grãos por unidade de superfície éo componente dominante para explicar variaçõesde rendimento em trigo. Outro aspecto fundamen-tal para o entendimento da formação do rendimen-to em trigo foi a identificação da existência de umperíodo crítico que se concentra num curto espaçode tempo que antecede à antese (FISCHER, 1985);mais propriamente no subperíodo delimitado pelosestádios de início de formação da espigueta termi-nal e de antese.
O período crítico para a definição do rendimen-to potencial em trigo (espigueta terminal-antese)se caracteriza como a etapa de crescimento daespiga no interior do colmo (pré-espigamento). Emlavouras, o começo desse importante subperíodoquase que, invariavelmente, coincide com o inícioda elongação dos colmos, na ocasião em que há aelevação do ponto de crescimento acima da su-perfície do solo. Ainda cabe destacar que a maiorparte dos avanços obtidos no aumento do rendi-mento potencial de trigo no mundo, via programasde melhoramento genético, foram alcançados gra-ças às mudanças ocorridas nessa etapa de cresci-mento da espiga, principalmente envolvendo modi-ficações no padrão de partição de assimiladosfotossintéticos, com maior direcionamento para asespigas (SLAFER et al., 2001).
elaborated under MAPA request for indications of more favorable sowing dates. The regionalanalysis of climatic risks for wheat used a combination of modelling and simulation techniquesand geoprocessing tools. As result, risk maps for frost at anthesys, rainfall excess at harvest,water deficiency, and heat weave were generated. Therefore, lower risks sowing dates were selectedfor each county based on information presented in the maps. In the southern states of Brazil (RS,SC, and PR) late frost, and the rainfall excess at harvest were highlighted as the main climatefactor imposing wheat crop failure. The main frost injury to wheat are burning of leaves, damageto lower stem, death of growing point, and floret sterility that aborts formation of grains. Theexcess of rainfall in the repining period, besides decreasing the yield it affects negatively thecharacteristics of grain quality. The risk of water deficit was also taken in consideration in thereferring studies for SP, MS, GO, DF, and MG states.Key words: climatic risks, regional analysis, crop insurance, credit policy, wheat crop.
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O ambiente, principalmente o clima, nãoinfluencia apenas o rendimento físico da cultura detrigo, mas também as suas características dequalidade industrial. Este fato tem sido destacadopor diversos autores, como BOLLING (1974),LINHARES & NEDEL (1989), PETR (1991) eGUARIENTI (1996), entre outros; chegando-se àconclusão de que o clima pode definir áreas para aprodução de trigo com diferentes níveis deprobabilidade de obtenção de determinados padrõesde qualidade industrial.
Prejuízos ao rendimento físico e ao padrão dequalidade industrial dos grãos, por eventos de na-tureza climática adversa, particularmente, quandocoincidem com os períodos críticos do desenvolvi-mento, têm sido freqüentes na história da triticulturano Brasil. Esse fato decorre do impacto da varia-bilidade climática extrema sobre a cultura, fazen-do com que, em cada local, exista um nível de ris-co inerente às suas características climáticas e àsensibilidade dos materiais cultivados.
Uma tentativa pioneira, visando delimitar asregiões para produção de trigo no Brasil, com baseem informações de clima e de solo, foi realizadapor KALCKMANN et al. (1965). Nesse trabalho,os autores classificaram as regiões geográficas, sobponto de vista da produção de trigo na época, daseguinte maneira: (I) regiões boas produtoras detrigo; (II) regiões potencialmente boas produtorasde trigo; (III) regiões que contribuem, em pequenaescala, para a produção de trigo; (IV) regiões quepoderão ser produtoras, desde que sejam criadascultivares com exigências diferenciadas; e (V) re-giões das quais não se pode esperar produção detrigo.
MOTA (1969) apresentou uma caracterizaçãoclimática do Brasil para a cultura de trigo, com basenas exigências das cultivares testadas no país atéentão. Destacou que existem diferenças climáti-cas entre as diversas regiões produtoras de trigono Brasil. E que essas diferenças influem no ren-dimento de grãos, na escolha das cultivares e naspráticas de manejo da cultura.
Tendo em vista a importância dos zoneamentosagroclimáticos, diversos trabalhos para trigo noBrasil foram realizados. Por exemplo, entre outros,MOTA et al. (1968), para o planalto gaúcho; de
MOTA et al. (1974), para o Rio Grande do Sul eSanta Catarina; IDE et al. (1980), para SantaCatarina; PETRUCCI et al. (1980) e (1989), parao Paraná e ANTUNES & SOUZA (1979) paraMinas Gerais. Além destes, considerando-se oBrasil como um todo, destacam-se os trabalhos deMOTA (1969); CAMARGO et al. (1977) e MOTA(1989).
Foi num ambiente caracterizado por taxas desinistralidade elevadas, 16,27% nas culturas deverão e 21,64% nas culturas de inverno, conformeGÖEPFERT et al. (1993), que causavam dispên-dios ao Tesouro Nacional da ordem de R$ 150 mi-lhões por ano, para complementar os recursos ar-recadados com o Programa de Garantia da Ativi-dade Agropecuária (PROAGRO) frente aos gas-tos com pedidos de cobertura (ROSSETTI, 1997,1998 e 2001), que o Governo Federal resolveuimplementar um programa de Zoneamento Agrí-cola para o Brasil.
Unificando princípios e conceitos, o Programade Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) foi ummeio eficiente de colocar o conhecimento científi-co sobre Zoneamento Agrícola no Brasil à disposi-ção dos usuários. Via integração da política de cré-dito e securidade rural e orientações sobre perío-dos de semeadura por município, cultura/cultivar etipo de solo, atuando como mecanismo indutor detecnologia, o Programa de Zoneamento Agrícolado MAPA, por evitar as principais adversidadesclimáticas, possibilitou substancial redução no ele-vado porcentual de perdas, anteriormente obser-vado, na agricultura brasileira (CUNHA, 1999 eROSSETTI, 2001).
O Zoneamento Agrícola do MAPA começoucom a cultura de trigo na safra de inverno de 1996.Este artigo sintetiza os estudos que, desde então,deram sustentação científica à implementaçãooperacional da proposta do MAPA de ZoneamentoAgrícola para trigo no Brasil. Especificamente, ostrabalhos de CUNHA & HAAS (1996), THOMÉet al. (1996), CUNHA et al. (1997a e 1997b),GONÇALVES et al. (1998), CUNHA et al. (1998),CUNHA et al. (1999a e 1999b), ZULLO Jr. et al.(1999) e as notas técnicas publicadas emZONEAMENTO AGRÍCOLA (2001).
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Material e métodos
Para cada estado serão descritos os principaisaspectos considerados na realização dos trabalhosde zoneamento agrícola para a cultura de trigo, quesubsidiaram as indicações de períodos favoráveisde semeadura, conforme definidos em portariaspublicadas anualmente pelo Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Rio Grande do Sul
Foram usados, de forma integrada, modelos desimulação de crescimento e desenvolvimento deculturas - DSSAT: CERES-Wheat – (TSUJI et al.,1994) e técnicas de geoprocessamento, paraespacialização dos índices de zoneamento emapeamento final.
Definiram-se como riscos climáticos à culturade trigo, no Rio Grande do Sul, a ocorrência degeada no período de espigamento (período críticode 15 dias: 10 dias antes da antese e 5 dias apósesse estádio) e o excesso de chuva no período decolheita (período crítico de 15 dias: intervalo entreo estádio de maturação fisiológica e 15 dias após).
a) Índice de risco de geada (IG) - baseadona freqüência de ocorrência, no período crítico, defaixas de temperatura mínima absoluta (Tm) re-gistrada em abrigo meteorológico, com a seguinteponderação:
• Tm entre 2 ºC e 0 ºC, peso 1;• Tm entre 0 ºC e –2 ºC, peso 2;
• Tm abaixo de –2 ºC, peso 3.IG = 1 (f1) + 2 (f2) + 3 (f3),Sendo f1, f2, f3 a freqüência (%) de ocorrên-
cia de Tm, nas respectivas faixas acima descritas.
b) Índice de risco de excesso de chuva nacolheita (IC) - definido como problema a ocor-rência, no período crítico, de forma isolada ou com-binada, das seguintes situações:
• Chuva entre 75-150 mm e mais de 10 diascom chuva;
• Chuva maior do que 150 mm e mais de 5dias com chuva;
• IC = freqüência (%) de ocorrência das con-dições especificadas.
Para 36 localidades do estado, com sérieshistóricas de observações meteorológicas diáriasentre 20 e 30 anos (Rede do INMET – 8º DISMEe FEPAGRO – RS), foram analisadas simulaçõesmatemáticas de desenvolvimento da cultura de tri-go, geradas por meio do modelo CERES-Wheat,considerando-se semeaduras entre abril e agosto.Como representativos de semeaduras no primeiro,segundo e terceiro decêndios de cada mês, foramespecificados os dias 5, 15 e 25, respectivamente.
Consideraram-se como objeto de busca deescape, em função do período de semeadura, ascondições de IG > 60 (freqüência 20%) e IC > 20(freqüência 20%) combinadas, ou seja, situação dealto risco ocorrendo em 20% dos anos.
Santa CatarinaPara o zoneamento da cultura de trigo em Santa
Catarina, usaram-se dados de 26 estaçõesagrometeorológicas, com períodos de observaçãovariáveis de 10 a 30 anos, para montar uma sériehistórica de dados que representem o clima nasdiversas regiões do estado; no caso de precipita-ção pluvial foram considerados ainda dados de 187estações da ANEEL. Os índices utilizados paradelimitar as regiões de aptidão para trigo foramdeterminados por meio de revisão bibliográfica jun-tamente com as respostas biológicas observadaspor técnicos da Epagri. Para se chegar aos perío-dos favoráveis de semeadura os índices adotadosforam calculados decendialmente. Utilizou-se osoftware ZonExpert 1.0 desenvolvido porPANDOLFO et al. 1999, como ferramenta auxi-liar para cálculo e estimativa das variáveisclimatológicas e cruzamento com os critérios dacultura.
Os solos foram classificados em três gruposde acordo com a capacidade de armazenamentode água: Tipo 1 – solos de textura arenosa (baixoarmazenamento), Tipo 2 – solos de textura média(médio armazenamento) e Tipo 3 – solos de textu-ra argilosa (elevado armazenamento).
O princípio de funcionamento do softwareZonExpert 1.0 é de simular o crescimento e de-senvolvimento de uma determinada cultura emperíodos de 10 dias (decêndios), de acordo com ascondições climáticas observadas e/ou estimadas deuma determinada região e as necessidades climáti-
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cas da cultura a ser zoneada. Na simulação, o sis-tema analisa as exigências climáticas da cultura,para cada estádio, com as condições climáticasprováveis da região, que ocorrerão quando a plan-ta atingir o estádio que está sendo analisado. Casoas condições climáticas do local atendam às exi-gências da cultura, o sistema aprova o decêndiopara aquele local específico e inicia simulação parao próximo decêndio. Quando essas exigências dacultura não forem satisfeitas, o sistema considerao decêndio não recomendado para semeadura.
O risco de ocorrência de excesso de chuva nacolheita foi avaliado, calculando-se a freqüênciado número de dias com chuva no decêndio de inte-resse, utilizando-se os dados das estaçõespluviométricas da ANNEL
As temperaturas mínimas absolutas (em abri-go) de cada decêndio foram agrupadas por clas-ses acumuladas e posteriormente calculadas assuas freqüências em cada classe (por diferença)para compor o índice de geada:
• Tm entre 2° C e 0° C, peso 1;• Tm entre 0° C e –2° C, peso 2;• Tm abaixo de –2° C, peso 3;onde IG = 1 (f1) + 2 (f2) + 3 (f3).Para estimar a freqüência de geada para os
locais do estado nos quais não existem estaçõesmeteorológicas, foram desenvolvidas equações deregressão relacionando as freqüências de ocorrên-cia de temperaturas mínimas com latitude, longitu-de e altitude.
As variáveis climáticas pertinentes aos critéri-os modelados para a cultura de trigo foram:
• o ciclo total da cultura foi considerado comosendo de 140 dias;
• a temperatura mínima média do 3º ao 7ºdecêndio deve ser igual ou inferior a 10°C;
• a temperatura média do 9º ao 14º decêndiodeve ser igual ou inferior a 19°C;
• o índice de geada no 8º ao 9º decêndio deveser igual ou inferior a 0,8 ou 80%.
A precipitação nos 13° e 14º decêndios, sepa-radamente, deve ser inferior a 75 mm, ou estarentre 75 e 135 mm e ter uma freqüência de maisde oito dias com chuva inferior a 25% ou precipi-tação superior a 135 mm e ter uma freqüência de
mais de seis dias com chuva inferior a 25%.
ParanáAs seguintes informações foram obtidas e ana-
lisadas:
a) Dados de experimentação
As análises de risco climático descritas nosdemais itens a seguir foram baseadas em experi-mentos sobre épocas de semeadura para a culturade trigo no Paraná e dados de rendimento de grãos,conduzidos pelas equipes do Instituto Agronômicodo Paraná (IAPAR), Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa Soja) e Cooperati-va Central Agropecuária de DesenvolvimentoTecnológico e Econômico (COODETEC). Essesdados permitiram escolher, para as diferentes re-giões, faixas de semeadura em que há condiçõesde obtenção rendimentos elevados, para as quaisforam calculados os riscos climáticos. O acervode dados experimentais possibilitou, também clas-sificar as durações médias dos ciclos de cultivaresem dois grupos, denominados precoce e interme-diário. Para cada grupo, calculou-se a duraçãomédia dos períodos emergência-espigamento eespigamento-colheita, para diversos locais e épo-cas de semeadura, com a finalidade de estimar ris-cos nas diferentes fases do ciclo da cultura.
b) Tipos de solo
A partir da caracterização de perfis represen-tativos dos principais grupos de solos que ocorremno Paraná (HAMAKAWA, 1997), estes foramclassificados em três grupos, quanto à capacidadede retenção de água no perfil:
• Grupo 1 - Solos de textura arenosa, com 7%de água disponível na região radicular;
• Grupo 2 - Solos de textura média, com 10%de água disponível na região radicular;
• Grupo 3 - Solos de textura argilosa, com 12%de água disponível na região radicular.
Essas informações foram utilizadas para cal-cular os balanços hídricos em diversos locais eépocas de semeadura, conforme descrito a seguir.
c) Elementos meteorológicos
Visando a quantificar os riscos climáticos e
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identificar regiões e períodos de semeadura maisindicados para o cultivo de trigo, foram analisadasséries históricas de estações meteorológicas doInstituto Agronômico do Paraná (IAPAR), do De-partamento Nacional de Águas e Energia Elétrica(DNAEE) e da Superintendência de Desenvolvi-mento de Recursos Hídricos e Saneamento(SUDERHSA). Os seguintes elementos foramconsiderados:
c.1) Risco de geadas no espigamento.
No ciclo da cultura, foi considerado início deespigamento a data quando cerca de 50% das es-pigas saem da bainha como sendo mais crítico. Fo-ram utilizados dados históricos de 32 estações doIAPAR (GONÇALVES et al., 1997), para calcu-lar a probabilidade de ocorrerem temperaturas mí-nimas inferiores a 3 oC, no interior do abrigometeorológico. Devido à inversão térmica, tem-peraturas inferiores a este valor geralmente estãoassociadas à ocorrência de geadas (GRODZKI etal., 1996). Foram calculadas as probabilidades deocorrência de geadas por decêndio, as quais fo-ram correlacionadas com a altitude e a latitude dasestações, obtendo-se regressões lineares múltiplaspara cada decêndio. Essas regressões foram en-tão utilizadas para gerar mapas detalhados de ní-veis de risco de geadas no período de espigamento,em função da altitude e latitude do local, utilizandocomo base um mapa contendo valores médios dealtitude para pixels com aproximadamente 800 mx 800 m. A interpolação dos valores e geração deisolinhas de risco foram feitas pelo método deinterpolação Kriging. Admitiu-se risco máximo de30% de ocorrência de geadas para indicar a se-meadura em um dado decêndio.
c.2) Excesso de chuvas na colheita.Considerou-se que há perdas na colheita quan-
do ocorrerem as seguintes condições nos últimos15 dias do ciclo (CUNHA et al., 1997a):
• Chuva acumulada entre 75 e150 mm e nú-mero mínimo de 10 dias com chuva.
• Chuva acumulada maior que 150 mm e nú-mero mínimo de cinco dias com chuva.
Utilizando os dados pluviométricos de 80 esta-ções, calculou-se a probabilidade de ocorreremexcessos de chuvas ao longo do ano, analisando-se períodos móveis de 15 dias com passo 1 (1-15,2-16, 3-17 etc.). Dentro da época recomendada
para semeadura, foram estimadas as durações dociclo para semeaduras efetuadas a cada 10 dias eobservou-se o risco de perdas na colheita. Os va-lores obtidos foram utilizados para regionalizar osriscos para cada época de semeadura.
c.3) Deficiência hídrica.
Utilizou-se um modelo de balanço hídrico adap-tado para o trigo, para estimar as necessidadeshídricas dessa cultura (OLIVEIRA & VILLANOVA, 1996 e WREGE et al., 1997). Nesse mo-delo, os valores de coeficiente de cultura (Kc) fo-ram definidos para cada fase da cultura de trigo,com valores fixos ou em função da duração relati-va do ciclo (D), por meio das seguintes expres-sões:
• Fase I - (7,7% do ciclo total) - Kc = 0,35;
• Fase II - (7,7% a 34,6% do ciclo total) - Kc = 0,1357 + 2,7664.D;
• Fase III - (34,6% a 69,2% do ciclo total) - Kc = 1,10;
• Fase IV - (69,2% a 100% do ciclo total) - Kc = 3,0055 - 2,7616.D.
Considerou-se a CAD variável de acordo como tipo de solo e o desenvolvimento do sistemaradicular. Admitiu-se que a profundidade inicial dasraízes era 20 cm, evoluindo exponencialmente até50 cm no espigamento e permanecendo estável atéo fim do ciclo.
O modelo foi executado para cultivares de ci-clo precoce e intermediário. Foram analisadas umtotal de 12 épocas de semeadura por ciclo, cominício nos dias 1°, 11 e 21 de cada mês, entre 21 demarço e 21 de julho. Partindo-se do início doperíodo de semeadura, foram simulados balançoshídricos diários durante o ciclo da cultura. As fre-qüências de deficiência hídrica nos períodos deestabelecimento (emergência + 30 dias) e ± 10 diasdo espigamento foram utilizadas para caracterizaros riscos devidos a esse fator.
As melhores épocas de semeadura foram de-finidas como aquelas em que o risco de ocorrênciade geadas em torno do espigamento foi inferior a30% e a combinação dos demais fatores de riscofoi a menor possível, durante o período de se-meadura em que os dados experimentais indica-vam condições potenciais de se obter os maioresrendimentos.
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São Paulo
No zoneamento agrícola para a cultura de tri-go no estado de São Paulo, sob condição desequeiro, foram definidas épocas de semeadurapara cultivares de ciclo precoce (duração aproxi-mada de 120 dias) e normal (duração aproximadade 130 dias), em três tipos principais de solo (are-noso, médio e argiloso).
Os períodos considerados favoráveis para asemeadura de trigo são aqueles que atenderam aosseguintes requisitos:
a) índice de satisfação das necessidades deágua (ISNA) igual ou superior a 0,55 na fase deflorescimento e produção para uma freqüência deocorrência igual ou superior a 80% dos casos ana-lisados;
b) temperatura mínima média durante todo ociclo igual ou superior a 9 °C;
c) temperatura máxima média na fase deflorescimento e produção igual ou inferior a 28 °C;
d) probabilidade de ocorrência de excesso dechuvas na colheita (50 mm em pelo menos 3 a cada5 dias) igual ou inferior a 25%. Esta verificação foifeita nos três qüinqüídios subseqüentes ao fim dociclo de 90 dias, visto que os períodos de semeadu-ra têm duração de 10 dias cada.
Mato Grosso do Sul
O trabalho de zoneamento agrícola para a cul-tura de trigo no estado de Mato Grosso do Sul ba-seou-se em resultados de experimentos conduzi-dos em 11 locais, de 1986 a 1989, compreendendosemeaduras entre março e maio, e em estudos deprobabilidades de ocorrência de geada(CAMARGO et al., 1980).
Para fins de recomendação de épocas desemeadura, o estado de Mato Grosso do Sul foidividido em quatro regiões tritícolas, consideran-do-se trigo irrigado e não irrigado.
Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais
Para trigo de sequeiro (safrinha), foram utili-zados os seguintes dados: a) precipitação pluvial:séries históricas de, no mínimo, 15 anos de dadosdiários de 143 estações pluviométricas para GO e
389 estações para MG, fornecidos pela ANEEL eINMET; b) evapotranspiração de referência: foiestimada pelo método Pennam-Monteith; c) coefi-cientes de cultura: para condições de campo (va-lores médios), assumindo o ciclo médio de 100 dias.Foi considerado apenas um ciclo, uma vez que noperíodo em que se fez a simulação, a diferençaentre as cultivares quanto ao ciclo é pouco variá-vel; d) disponibilidade de água: os solos foram agru-pados segundo a capacidade de armazenamentode água, sendo considerado somente aqueles comelevada capacidade de armazenamento de água(40 mm), os chamados solos de textura argilosa(> 35% de argila) e classificados como Tipo 3.
Foram estimados os índices de satisfação dasnecessidades de água (ISNA), definidos como arelação entre a evapotranspiração real (ETr) e aevapotranspiração máxima da cultura (ETm), pormeio de um modelo de simulação (Sarrazon) debalanço hídrico da cultura.
Para definição dos níveis de risco agroclimático,foram estabelecidas três classes, de acordo com arelação ETr/ETm obtida: ISNA > 0,60 - Regiãoagroclimática favorável, com pequeno risco climá-tico; 0,50 > ISNA > 0,40 - Intermediária, com mé-dio risco, e ISNA < 0,40 - Desfavorável, com altorisco climático.
Para a espacialização dos resultados, foramempregados os ISNA estimados para o períodofenológico compreendido entre a floração e o en-chimento de grãos (período mais crítico ao déficithídrico), com freqüência mínima de 80% nos anosutilizados em cada estação pluviométrica. Cadavalor de ISNA observado durante esta fase, foiassociado à localização geográfica da respectivaestação para posterior espacialização dos mesmos.
A duração do ciclo normal da cultura foi de100 dias distribuídos em quatro fases fenológicas:Estabelecimento (15 dias), Crescimento (25 dias),Florescimento e Produção (35 dias), Maturação eSenescência (25 dias).
Foi utilizado um sistema de informações geo-gráficas (SPRING/INPE) para a geração dosmapas de ISNA e da altitude. A partir do módulode Modelo Numérico de Terreno – MNT, disponí-vel no SIG e com a utilização da Linguagem Espa-cial para Geoprocessamento Algébrico, foi possí-vel efetuar os cruzamentos destes temas e gerar
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os mapas finais do zoneamento de trigo de sequeiro,nos quais foram identificados os municípios reco-mendados. As regiões favoráveis para a semea-dura foram aquelas que atenderam os seguintesrequisitos: altitudes iguais ou maiores a 800 metrose ISNA > 0,60.
Resultados e discussão
Rio Grande do Sul
A semeadura de trigo, no Rio Grande do Sul,dá-se entre maio e julho, dependendo da região,começando pela parte mais quente do estado, fron-teira noroeste, e terminando na região mais fria,Campos de Cima da Serra.
Os dois riscos climáticos considerados nesteestudo – geada na floração e excesso de chuva nacolheita – apresentam magnitudes diferentes emnível regional, dependendo da época de semeadu-ra: em maio, em junho ou em julho.
Para as semeaduras de maio constatou-se queos riscos de geada na floração são elevados(maiores que 20 %) em duas regiões, particular-mente quando realizadas no começo de maio, emespecial no nordeste do estado (Campos de Cimada Serra e Planalto Médio) e sudeste do estado(Campanha, região de fronteira com o Uruguai ecom a Argentina). Gradativamente, com as se-meaduras a partir de meados de maio, os riscosde geada na floração diminuem sua abrangência,permanecendo ainda elevados nas regiões citadas.Por sua vez, nas semeaduras em junho, os riscosde geada na floração considerados elevados(maiores que 20 %) diminuem ainda mais sua zonade abrangência, tornando-se restritos às semeadu-ras de julho, quando desaparecem a partir de se-meaduras após a metade desse mês.
De modo geral, para os riscos de chuva nacolheita, observou-se que a probabilidade de haverproblemas na época de colheita são maiores nametade norte do estado. Isso porque chove maisna parte norte do Rio Grande do Sul (BERLATO,1992), quando, na primavera, passam a atuar oscomplexos de meso-escala que se formam noParaguai e se deslocam para o sul, atingindo comchuvas de grande intensidade a região da fronteiranoroeste do RS.
No Rio Grande do sul, são considerados aptospara o cultivo de trigo os seguintes tipos de solo:
• Tipo 2: Latossolos Vermelho-escuro (<35%de argila) e Latossolos Vermelho-amarelo;
• Tipo 3: Latossolos Vermelho-escuro comtextura argilosa (>35% de argila), Latossolos Roxo,Podzólicos Vermelho-amarelo, Podzólicos Verme-lho-escuro, Solos Litólicos, solos Cambissolos,Cambissolos Eutróficos e Solos Aluviais.
Por meio do cruzamento das cartas de riscode geada na floração e de excesso de chuva noperíodo que precede à colheita, foi possível definir,para cada local do estado, períodos para a semea-dura de trigo em que os níveis de risco, em 80%dos anos, ficassem abaixo da situação de alto riscoe fossem minimizados, conforme constam na Fi-gura 1. Esses resultados integraram as recomen-dações da Comissão Sul-brasileira de Pesquisa deTrigo, safras de 1996 a 2001, podendo tambémser encontrados, por exemplo, em CUNHA &HAAS (1996), CUNHA et al. (1997b) e CUNHAet al., (1999b).
Santa Catarina
O zoneamento agrícola de Santa Catarinabaseou-se na definição das regiões agroecológicase suas sub-regiões (agroecossistemas)estabelecidas com a finalidade de agruparmunicípios com características homogêneas (clima,geomorfologia, capacidade de uso do solo etc.) emum total de cinco grandes regiões agroecológicase 11 sub-regiões. Especificamente para a culturade trigo, foram estabelecidas 10 sub-regiões decultivo. Nestas sub-regiões, os períodos favoráveisde semeadura (Figura 2) foram definidos com baseem dados experimentais, em risco de geada noespigamento (20% de ocorrência de geada forte),em déficit hídrico antes do espigamento, emexcesso hídrico na maturação, em tipo de solo e naaltitude.
A semeadura de trigo em Santa Catarina érealizada nos meses de maio a agosto, conforme aregião agroecológica. O objetivo dessa variação épermitir, principalmente, o escape do período críticopara trigo (espigamento) das geadas tardias, quepodem comprometer o rendimento dessa cultura.Exceto em alguns anos, as regiões agroecológicas
408 CUNHA, G.R.et al. - Zoneamento agrícola e época de semeadura...
para trigo em SC não apresentam problemas deseca para a cultura.
Os tipos de solo considerados aptos para ocultivo de trigo em Santa Catarina são os seguintes:
• Tipo 2: Latossolos Vermelho-amarelo;
• Tipo 3: Brunizem e Brunizem-avermelhado,Cambissolos e Cambissolos Eutróficos; LatossolosBruno Câmbicos, Latossolos Bruno Roxo,Latossolos Brunos, Latossolos Roxo e LatossolosVermelho-escuro de textura argilosa (>35% deargila); solos Litólicos; Podzólicos Bruno-acinzentado, Podzólicos Vermelho-amarelo,Podzólicos Vermelho-escuro e Podzólicos Verme-lho-amarelo Latossólicos; Terra Bruna Estruturada,
Terra Bruna Roxa Estruturada, Terra Bruna Ver-melha-escura Estruturada e Terra RoxaEstruturada.
Os períodos de semeadura por municípioconsiderado com aptidão para a produção de trigoem Santa Catarina podem ser encontrados emTHOMÉ et al. (1996) e ZONEAMENTOAGRÍCOLA (2001).
Paraná
Usando-se como referência mapas de risco degeadas no espigamento, para 11 períodos desemeadura, entre 1° de abril e 10 de julho, foramconsideradas como áreas não indicadas aquelasque apresentaram riscos superiores a 30%, dentrode cada decêndio. De modo geral, verificou-se queo risco de geadas aumenta proporcionalmente àaltitude e à latitude. As regiões localizadas ao nortede 24oS apresentaram riscos de geadas menoresque 30%, para todas as épocas analisadas.Verificou-se também que para uma mesma épocade semeadura, o período de florescimento dascultivares precoces ocorre aproximadamente dezdias mais cedo em relação às de ciclo intermediário.À medida que se desloca do norte para o sul,evidenciou-se a necessidade de se realizar asemeadura mais tarde, para fugir dos elevadosriscos de geada no espigamento. Por exemplo,enquanto em Londrina pode-se proceder asemeadura, com baixo risco, entre fim de março emeados de maio, em Cascavel e região, o risco caiabaixo de 30% somente a partir de 20 de maio, eem Palmas e região, isso ocorre depois de 20 de
junho. Ainda, dentro da mesma faixade latitude, as áreas com maioresaltitudes possuem riscos maiselevados e períodos mais prolongadossujeitos às geadas, requerendo épocasde semeadura mais tardias.
Quanto aos riscos de deficiênciahídrica no período de estabelecimen-to (até 30 dias após a semeadura),comparando-se as diversas regiões doPR, constatou-se que são maiores nonorte, representado pelas estações deBela Vista do Paraíso, Cambará, Jo-aquim Távora, Apucarana e Londri-na. Os riscos são muito pequenos nooeste, e praticamente nulos no sul do
Figura 2. Zoneamento agrícola e períodos de semeadura para a culturade trigo em Santa Catarina.
11 mai - 20 jun21 mai - 30 jun
21 mai - 10 jul
1º jun - 10 jul
1º jun - 20 jul1º jun - 31 jul
11 jun - 31 jul11 jun - 10 ago
21 jun - 10 ago1º jul - 10 ago
Não recomendado
Período de Semeadura
Período de Semeadura1° mai - 10 jun11 mai - 20 jun21 mai - 30 jun1° jun - 10 jul11 jun - 20 jul21 jun - 31 julNão recomendado
Figura 1. Zoneamento agrícola e períodos de semeadurapara a cultura de trigo no Rio Grande do Sul.
409Rev. Bras. Agrometeorologia, v.9, n.3, (Nº Especial: Zoneamento Agrícola), p.400-414, 2001
estado. No caso do norte, o risco é menor para assemeaduras mais precoces, com tendência de au-mentar até ao redor de 20%, quando realizada nofinal de abril, e diminuindo após essa data. Embo-ra os menores riscos nas semeaduras mais tardias,dados experimentais indicam que outros fatoresacabam interferindo com mais intensidade, taiscomo falta de chuva em julho e agosto, excesso dechuvas na colheita e temperaturas elevadas, com-prometendo o rendimento de grãos.
De maneira geral, os riscos de deficiênciahídrica no espigamento são maiores quanto maistardias forem as semeaduras. No norte os riscossão mais elevados, variando entre 20% para se-meaduras realizadas no final de março-início deabril, até 60% para semeaduras no início de julho.Nessa região, considerando-se os baixos riscos degeada, fica evidente que a semeadura antecipadarepresenta riscos sensivelmente menores.
Os resultados mostraram que os riscos de ex-cesso de chuvas na colheita são menores no nortee no oeste do PR, indicando a possibilidade de ob-
tenção de grãos com melhor qualidade nestas re-giões. Os dados apresentam considerável variabi-lidade, mas mostram que, em geral, semeadurasantecipadas possibilitam menores riscos. No suldo estado, não foi possível identificar uma épocacom um período claramente definido de menor ris-co, devido à grande variabilidade dos resultados.
Os tipos de solo considerados aptos para ocultivo de trigo no Paraná são:
• Tipo 2: Latossolos Vermelho-escuro (< 35%de argila), Latossolos Vermelho-amarelo,Latossolos Vermelho-escuro com textura argilosa(> 35% de argila) e Latossolos Roxo;
• Tipo 3: Podzólicos Vermelho-amarelo,Podzólicos Vermelho-escuro, CambissolosEutróficos e Solos Aluviais.
Tendo como base, principalmente, a freqüênciade geadas e com o apoio de dados de latitude, dealtitude, de deficiência e de excedente hídrico, detipos de solo e de resultados de experimentos, foramidentificadas nove zonas homogêneas quanto às
50 Km
XX
Paranavaí
Umuarama Cianorte
Toledo
Cascavel
Francisco BeltrãoPato Branco
Guarapuava
Ponta Grossa
Curitiba
Sto Antônioda Platina
CornélioProcópio
Londrina
Apucarana
Maringá
União da Vitória
Paranaguá
Ivaiporã
A2
C
D
E
F
G
I
Gua ra queçab a
Antonina
Pontaldo Paraná
Morretes
Ma tinhosGua ra tuba
Tijucasdo Sul
Fazend aRio Gra nde
Sã o Josédos Pinhais
Pinha isPiraqua ra
Qua tro Barras
Camp inaGrand edo Sul
Bocaiuva do Sul
Tunas do Para ná
AdrianópolisCerro Azul
Doutor Ulisses
Rio Brancodo Sul
Ita peruçu
Colombo
Almira nte Tamanda ré
Camp o Ma gro
Camp o Largo
Arauc ária
Balsa Nova
PortoAma zonas
Palmeira
La paContend a
Ma ndirituba
Agud os do Sul
Piên
Quitandinha
Camp odo Tenente
Rio Negro
AntônioOlinto
Sã o Mateus d o Sul
Sã o Joãodo Triunfo
Ferna ndesPinheiro
RebouçasRio Azul
Ma llet
Paulo Frontin
Paula Freitas
PortoVitória
Bituruna
General Carneiro
Palmas
CoronelDomingos Soares
Reservado Iguaçu
Pinhã o
Cruz Machado
Inácio Martins
Irati
Prudentóp olis
TeixeiraSoaresImbituva
Gua miranga
IvaíIp ira nga
Caram beí
Tiba gi
Castro
Reserva
Imbaú
Telêma coBorba
Ventania Arapoti
Jaguariaíva
Piraí do Sul
Sengés
Sã o Joséda Boa Vista
Wenc eslau Braz
Sa ntana doIta ra ré
Sa lto do ItararéSiq ueira Campos
Qua tiguá
JoaquimTávora
CarlópolisGua pirama
Rib eirãoClaro
Barra do JacaréJacarezinho
AbatiáSta Amélia
Band eirantes
Jundiaí do Sul
Rib.d oPinha l
Cons.Ma irinck
Jab ot i
Fig ueira
Toma zinaJap ira
Congonhinhas
Pinha lão
NovaFátim a
N.Am éricada Colina
Ura í
Jata izinho
Assaí
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Ita mb aracá
StaMa rianaLeópolis
Sertaneja
RanchoAlegre
Ib iporã
Sertanópolis
Primeiro de Maio
B.V.do Paraíso
Camb é
Ib aiti
Rolândia
Arapong as
Califórnia
Ma rilândiado Sul Tamarana
Rio Bom
Faxinal
Ortigueira
Rosáriodo Ivaí
Cândid ode AbreuPitang a
Ma noel RibasNovaTebas
Ronca dor
Nova CantuCamp ina da Lagoa
Altam ira do Paraná
Turvo
ClevelândiaMa riópolis
VitorinoRena scença
Ma rmeleiro Flor d aSerra d o Sul
Barrac ão
Sto Antônio do Sudoeste
Pra nc hita
Plana lto
Capanema
Chopinzinho
Ma ngueirinha
Honório Serp a
CoronelVivida
Candói
VirmondLa ra njeiras do Sul
PortoBarreiro
Qued as d o Iguaçu
Espig ão Altodo Iguaçu
Ub iratã
Canta galo
GoioximMa rquinho
La ra njalPalmita l
Sta Ma ria do Oeste
Boa Venturade São Roque
Camp inado Simã o
Altônia
JardimOlinda
Goio-Erê
IV CentenárioMa mb orê
Terra Boa
Peab iru
EngenheiroBeltrão
Araruna
Campo Mourão
Jussa ra
MoreiraSa les
Janiópolis
Boa Esp era nça
Nova Aurora
Jesuítas
AssisChateaubriand
Palotina
VilaAlta
Pérola
Xamb rêCruzeirodo Oeste
Tapejara
Tuneiras do Oeste
Ouro Verde do Oeste
Ip orã
Cafezaldo Sul
S.Seb.d aAmoreira
Sta Cecíliado Pavã o
N.StaBárbara
Sto Antôniodo Paraíso
Porec atu
Florestópolis
Mira selvaPra doFerreiraJaguapitã
Gua ra c i
Centená rio do Sul
Lupionóp olis
Cafeara
Alvorad ado Sul
N.S.dasGraças
Colora do
StoInácio
StaInês
Ita guajéPara napoema
Inajá
Para nacity
Lob atoCruzeiro do Sul
Flórid aSta Fé
Pitang ueiras
Munhozde Mello
Astorga
Iguaraçu
Sa báud ia
UniflorAtalaia
Sto Antôniodo Caiuá
Sã o Joãodo Caiuá
Terra Rica
Gua iraçá
Diam ante do Norte
Ita úna do Sul
NovaLondrina
Sã o Pedro do Paraná
Ma rilena
PortoRico
Loa nda
Querênciado Norte
Sta Cruzde MonteCastelo
Sta Isabeldo Ivaí
StaMônic a
Plana ltinado Paraná
Ama porã
Mira dor
Nova Alia nçado Ivaí TamboaraPara ísodo Norte
AltoPara ná
Nova EsperançaPresidenteC.Bra nco
Ma ndag uaçu
Sa ra ndi
Ma rialva
Ma ndag uari
Camb iraJandaia do Sul
Ma rum bi
NovoIta colomi
Bom Sucesso
KaloréS.Ped ro do Ivaí
Ita mb é
Fênix
Quintado Sol
Sã o Joãodo Ivaí
FlorestaIvatub aDr.Ca ma rg o
Paiça nduOurizona
S.Jorgedo Ivaí
Flora íS.Manoel do Paraná
Jap uráIndianópolis
S.ToméRond on
S.Carlosdo IvaíGua porema
Cidade Gaúc haNova
Olímpia
TapiraDouradina
Icara ímaIvaté
Ma riaHelena
S.Jorgedo Patrocínio
Esperança Nova
Franc isco Alves
Brasilâ ndia do Sul
AltoPiquiri Ma riluz
Perobal
Formosa do Oeste
Iracem ado Oeste
Tup ãssiCafelândiado Oeste
Corb élia
Anahy
Iguatu
Braganey
Camp oBonito
Gua ra niaçu
Diam antedo Sul
NovaLa ra njeiras
Rio Bonito do Iguaçu
Sa udad e do IguaçuSulina
S.João
S.Jorgedo Oeste
Cruzeiro do Iguaçu
Boa Esp era nçado Iguaçu
Dois Vizinhos Saltodo Lontra
Nova Pratado Iguaçu
Realeza
Pérolado Oeste
Bela Vistado Caroba
Sta Isabeldo Oeste
Amp ére
Nova Esperançado Sudoeste
EnéasMa rques Verê
Ita pejarado Oeste
Bom Sucesso d o Sul
Ma nfrinóp olisPinha l de S.Bento
Bom Jesus do Sul
Foz do Jord ão
Sa lgado Filho
Ma to Rico
Jura ndaLuiziana
Iretam a Arapuã Ariranhado Ivaí
Rio Branco do Ivaí
Jardim AlegreGodoyMoreira
Corumb ataí do Sul
Barbosa Ferra z Lunardelli
Lidianópolis
Cruzm altina
Borra zópolisMa uá da Serra
Grand es Rios
S.Jerônimo d a Serra
Sa popema
Curiúva
Ca pitão Leônidas Marques
Sta Lúcia Boa Vistada Ap arec ida
Três Barrasdo Paraná
Catanduvas
Ib ema
Lindoeste
Sta Terezado Oeste
Céu Azul
Vera Cruzdo Oeste
S.Pedro do Iguaçu
Serronópolis do Igua çu
Ma telând ia
Qua troPontes
N.StaRosa
Ma ripá
H
Ra ncho Ale gre do Oeste
Base Municipal 1997Fonte: S.E.M.A. - PR
23º
24º
-25º
26º-
-
-
Foz do Iguaçu
E
TerraRoxa
Gua íra
S.Josédas Pa lmeiras
Diam ante d 'Oeste
Sta Terezinha do Itaipu
Foz doIguaç u
S.Migueldo Iguaçu
Ita ipulâ ndia
Med ianeira
Missa l Ramilândia
Sta Helena
Entre Rios do Oeste
PatoBragado
Ma l. Câ ndid o Rond on
Mercedes
MAPA/FINATEC/IAPAR/EMBRAPA/DNAEE/INMET
A1
B
49º50º51º52º53º54º
Período de semeadura por região homogênea
A2 21 mar - 20 mai 21 mar - 10 mai21 mar -10 abr 11 mar - 31 mar
11 mai - 10 jun 21 abr - 10 jun1º mai - 30 jun 21 abr - 30 jun21 mai - 20 jun 1º mai -10 jun21 mai - 30 jun 11 mai - 30 jun
21 jun - 20 jul 11 jun - 20 jul11 jun - 10 jul 1º jun - 10 jul
1º jul - 20 jul 11 jun - 20 jul
Precoce Intermediário
BC
DEFGHI
11 mai - 31 mai 1º mai - 31 mai
A1 11 mar - 10 mai 21 mar - 10 mai
Figura 3. Zoneamento agrícola e períodos de semeadura para a cultura de trigo no Paraná.
410 CUNHA, G.R.et al. - Zoneamento agrícola e época de semeadura...
épocas de semeadura de trigo no Paraná, definidascomo A, B, C, D, E, F, G, H e I, conforme Figura3. Nesta Figura são apresentadas as épocas desemeadura com maiores probabilidades de obtençãode rendimentos elevados, para cada uma das zonase de ciclos das cultivares. As linhas de separaçãode regiões indicam transição de uma condiçãopara outra. Assim, em uma mesma zona,recomenda-se que nas áreas mais ao norte, asemeadura seja concentrada no início do períodoindicado, enquanto que próximo ao limite sul,deve-se semear, preferencialmente, no fim doperíodo indicado.
São Paulo
Para a cultura de trigo, sob condição desequeiro, no estado de São Paulo, foram definidasépocas de semeadura para cultivares de cicloprecoce (duração aproximada de 120 dias) enormal (duração aproximada de 130 dias), emtrês tipos principais de solo (arenoso, médio eargiloso), contemplando o período de 11/fevereiroa 20/maio.
Os solos considerados aptos para trigo emSP envolvem os seguintes tipos:
• Tipo 1: Areias Quartzosas e Solos Aluviaisarenosos;
• Tipo 2: Latossolos Vermelho-escuro eLatossolos Vermelho-amarelo (com menos de35% de argila);
• Tipo 3: Podzólicos Vermelho-amarelo ePodzólicos Vermelho-escuro (Terra RoxaEstruturada), Latossolos Roxo e Latossolos Ver-melho-escuro (com mais de 35% de argila),Cambissolos Eutróficos e Solos Aluviais de tex-tura média e argilosa.
Os períodos favoráveis para semeadura detrigo no estado de São Paulo, por município, podemser encontrados, por exemplo, emZONEAMENTO AGRÍCOLA (2001).
Mato Grosso do Sul
Para fins de recomendação de épocas de se-meadura, o estado de Mato Grosso do Sul foidividido em quatro regiões tritícolas, conforme se
observa na Figura 4 (trigo não irrigado) e na Figu-ra 5 (trigo irrigado), com os respectivos períodosde semeadura indicados, março a maio. A relaçãode municípios, com os respectivos períodos de se-meadura, pode ser encontrada, entre outros, em
Figura 5. Zoneamento agrícola e períodos de semeadurapara a cultura de trigo irrigado em Mato Grossodo Sul.
MUNDO NOVO
JAPORÃELDORADO
IGUATEMITACURU
SETEQUEDAS
PARANHOS
ITAQUIRAÍCORONELSAPUCAIA
NAVIRAÍ
AMAMBAI
ARALMOREIRA
JUTI
CAARAPÓPONTA PORÃ
LAGUNACARAPÃ
ANTONIO JOÃO
VICENTINA
JATEÍNOVOHORIZONTEDO SUL
GLÓRIADEDOURADOS
FÁTIMADO SUL
TAQUARUSSU
BATAIPORÃIVINHEMA
NOVAANDRADINAANGÉLICA
DEODÁPOLISDOURADOS
ITAPORÃDOURADINA ANAURILÂNDIA
BATAGUASSU
SANTA RITADO PARDOBRASILÂNDIA
NOVA ALVORADADO SUL
RIO BRILHANTE
ROCHEDO
CORGUINHOBANDEIRANTES
CAMAPUÃ
SÃO GABRIELDO OESTE
RIO NEGRO
AQUIDAUANA
ANASTÁCIO DOIS IRMÃOSDO BURITI
NIOAQUE SIDROLÂNDIA
TERENOSRIBAS DO RIO PARDO
ÁGUA CLARA
TRÊS LAGOAS
SELVÍRIA
APARECIDA
TABOADO
PARANAÍBAINOCÊNCIA
CASSILÂNDIA
GUIA LOPESDA LAGUNA
BONITO
JARDIM
MARACAJU
CHAPADÃO DO SUL
COSTA RICA
ALCINÓPOLIS
RIO VERDE DE MATO GROSSO
COXIM
PEDRO GOMES
SONORA
PORTO MURTINHO
CARACOLBELA VISTA
BODOQUENA
MIRANDA
CORUMBÁ
CAMPO GRANDE
N
Não Recomendado
Laboratório de Geoprocessamento da Embrapa Agropecuária Oeste.w57º00’00’’ w55º00’00’’ w53º00’00’’ w51º00’00’’
w24
º00’
00’’
w24
º00’
00’’
w22
º00’
00’’
w22º
00’0
0’’
w20º
00’0
0’’
w20
º00’
00’’
w18º
00’0
0’’
w18
º00’
00’’
w57º00’00’’ w55º00’00’’ w53º00’00’’ w51º00’00’’
1º abr - 10 mai
MATO GROSSO DO SULZONEAMENTO AGRÍCOLA
TRIGO IRRIGADOPeríodo de Semeadura
LADÁRIO
DO
JARAGUARI
Figura 4. Zoneamento agrícola e períodos de semeadurapara a cultura de trigo não irrigado em Mato Gros-so do Sul.
MUNDO NOVO
JAPORÃELDORADO
IGUATEMITACURU
SETEQUEDAS
PARANHOS
ITAQUIRAÍCORONELSAPUCAIA
NAVIRAÍ
AMAMBAI
ARALMOREIRA
JUTI
CAARAPÓPONTA PORÃ
LAGUNACARAPÃ
ANTONIO JOÃO
VICENTINAJATEÍ
FÁTIMA
NOVO HORIZONTE DO SUL
GLÓRIADEDOURADOSDO SUL
TAQUARUSSU
BATAIPORÃIVINHEMA
NOVA ANDRADINA
ANGÉLICADEODÁPOLIS
DOURADOS
ITAPORÃDOURADINA
ANAURILÂNDIABATAGUASSU
SANTA RITADO PARDO
BRASILÂNDIA
NOVA ALVORADA DO SUL
RIO BRILHANTE
ROCHEDOCORGUINHO BANDEIRANTES
CAMAPUÃ
SÃO GABRIEL DO OESTE
RIO NEGRO
AQUIDAUANA
ANASTÁCIO
DOIS IRMÃOS DO BURITI
NIOAQUESIDROLÂNDIA
TERENOSRIBAS DO RIO PARDO
ÁGUA CLARA
TRÊS LAGOAS
SELVÍRIA
APARECIDA
TABOADO
PARANAÍBAINOCÊNCIA
CASSILÂNDIA
GUIA LOPES DA LAGUNA
BONITO
JARDIM
MARACAJU
CHAPADÃO DO SUL
COSTA RICA
ALCINÓPOLIS
RIO VERDE DE MATO GROSSO
COXIM
PEDRO GOMES
SONORA
PORTO MURTINHO
CARACOLBELA VISTA
BODOQUENA
MIRANDA
CORUMBÁ
LADÁRIO
CAMPO GRANDE
N
Laboratório de Geoprocessamento da Embrapa Agropecuária Oeste.
1º abr - 30 abr1º abr - 10 mai20 mar - 30 abr
Não Recomendado
w57º00’00’’
w57º00’00’’
w24
º00’
00’’
w22
º00’
00’’
w20
º00’
00’’
w18
º00’
00’’
w55º00’00’’
w55º00’00’’
w53º00’00’’
w53º00’00’’
w51º00’00’’
w51º00’00’’
w24
º00’
00’’
w22
º00’
00’’
w20
º00’
00’’
w18
º00’
00’’
MATO GROSSO DO SULZONEAMENTO AGRÍCOLA
TRIGO NÃO IRRIGADO
Período de Semeadura
JARAGUARI
20 mar - 10 abr
411Rev. Bras. Agrometeorologia, v.9, n.3, (Nº Especial: Zoneamento Agrícola), p.400-414, 2001
LAZZAROTTO (1997) e em ZONEAMENTOAGRÍCOLA (2001). Instruções sobre uso dozoneamento agrícola para Mato Grosso do Sul fo-ram elaboradas por LAZZAROTTO & URCHEI(1998).
Em Mato Grosso do Sul, são considerados ap-tos para o cultivo de trigo os seguintes solos:
• Tipo 2: Latossolos Vermelho-escuro eLatossolos Vermelho-amarelo (com menos de 35%de argila).
• Tipo 3: Podzólicos Vermelho-amarelo ePodzólicos Vermelho-escuro (Terra RoxaEstruturada), Latossolos Roxo e Latossolos Ver-melho-escuro (com mais de 35% de argila),Cambissolos Eutróficos e solos Aluviais de texturamédia e argilosa.
Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais
a) Trigo de sequeiro
Para a safra de 2001/2002, no Programa deZoneamento Agrícola do MAPA, foi incluído o cul-tivo trigo sob condição de sequeiro no estado deGoiás, no Distrito Federal e em Minas Gerais, comouma opção para o período de safrinha, que permiteaproveitar o fim do período chuvoso na região. Nes-sa época, apesar da temperatura e umidade do arelevadas, é possível cultivar trigo sem irrigação,com a colheita prevista para o início da estaçãoseca.
As regiões identificadas como de menor riscoclimático para a cultura de trigo sob condição desequeiro em GO e DF podem ser visualizadas naFigura 6, e para MG na Figura 7.
As épocas de semeadura, considerando-se ociclo médio das cultivares indicadas para a região,critério hídrico e de altitude (800 m ou superior), esolos com elevada capacidade de retenção de água(Tipo 3: Podzólicos Vermelho-amarelo e PodzólicosVermelho-escuro (Terra Roxa Estruturada),Latossolos Roxo e Latossolos Vermelho-escuro(com mais de 35% de argila), CambissolosEutrófico e solos Aluviais de textura média e argi-losa) ficaram restritas ao mês de fevereiro. A re-lação dos municípios e seus respectivos períodosfavoráveis de semeadura pode ser encontrado emportarias de Zoneamento Agrícola do MAPA.
Zoneamento Agroclimático da Cultura do Trigo de Sequeiro - ciclo 100 dias
Semeadura de 1º a 10 de fevereiro em solos tipo 3
50 50 100 150 200 Km0
Favorável
Intermediário
Desfavorável
46º10’52º10’ 50º40’ 49º10’ 47º40’
12º20’
13º50’
15º20’
16º50’
18º20’
12º20’
13º50’
15º20’
16º50’
18º20’
46º10’52º10’ 50º40’ 49º10’ 47º40’
Zoneamento Agroclimático da Cultura do Trigo de Sequeiro - ciclo 100 dias
Semeadura de 11 a 20 de fevereiro em solos tipo 3
Favorável
Intermediário
Desfavorável
50 50 100 150 200 Km0
46º10’52º10’ 50º40’ 49º10’ 47º40’
12º20’
13º50’
15º20’
16º50’
18º20’
12º20’
13º50’
15º20’
16º50’
18º20’
46º10’52º10’ 50º40’ 49º10’ 47º40’
50 50 100 150 200 Km0
Zoneamento Agroclimático da Cultura do Trigo de Sequeiro - ciclo 100 dias
Semeadura de 21 a 28 de fevereiro em solos tipo 3
Favorável
Intermediário
Desfavorável
46º10’52º10’ 50º40’ 49º10’ 47º40’
12º20’
13º50’
15º20’
16º50’
18º20’
12º20’
13º50’
15º20’
16º50’
18º20’
46º10’52º10’ 50º40’ 49º10’ 47º40’
Figura 6. Zoneamento agroclimático e períodos desemeadura para a cultura de trigo não irri-gado em Goiás e Distrito Federal.
412 CUNHA, G.R.et al. - Zoneamento agrícola e época de semeadura...
Figura 7. Zoneamento agroclimático e períodos de semeadurapara a cultura de trigo não irrigado em Minas Gerais.
41º0043º0045º0047º0049º0051º00
41º0043º0045º0047º0049º0051º00
63 0 63 12 6 18 9 25 2 Km
15º00’
17º00’
19º00’
21º00’
15º00’
17º00’
19º00’
21º00’
FavorávelIntermediárioDesfavorável
Zoneamento Agroclimático da Cultura do Trigo de Sequeiro - ciclo 100 dias
Semeadura de 1º a 10 de fevereiro em solos tipo 3
41º0043º0045º0047º0049º0051º00
41º0043º0045º0047º0049º0051º00
63 0 63 126 189 252 Km
15º00’
17º00’
19º00’
21º00’
FavorávelIntermediárioDesfavorável
15º00’15º00’
17º00’
19º00’
21º00’
Zoneamento Agroclimático da Cultura do Trigo de Sequeiro - ciclo 100 dias
Semeadura de 11 a 20 de fevereiro em solos tipo 3
41º0043º0045º0047º0049º0051º00
41º0043º0045º0047º0049º0051º00
63 0 63 126 189 252 Km
15º00’
17º00’
19º00’
21º00’
15º00’
FavorávelIntermediárioDesfavorável
15º00’
17º00’
19º00’
21º00’
Zoneamento Agroclimático da Cultura do Trigo de Sequeiro - ciclo 100 dias
Semeadura de 21 a 28 de fevereiro em solos tipo 3
b) Trigo Irrigado
Para Goiás, Distrito Federal e Minas Ge-rais, foram delimitadas áreas com possibilida-de de cultivo de trigo sob irrigação, com perío-do favorável de semeadura compreendidoentre 11 de abril e 31 de maio. Os solos consi-derados aptos correspon-deram aos tipos 2 e3:
• Solo tipo 2: Latossolos Vermelho-escuroe Latossolos Vermelho-amarelo (com menosde 35% de argila);
• Solo tipo 3: Podzólicos Vermelho-ama-relo e Podzólicos Vermelho-escuro (TerraRoxa Estruturada), Latossolos Roxo eLatossolos Vermelho-escuro (com mais de35% de argila), Cambissolos Eutróficos e So-los Aluviais de textura média e argilosa.
A relação dos municípios de GO, DF eMG considerados aptos pelo ZoneamentoAgrícola do MAPA para cultivo de trigo sobirrigação, com semeadura de 11 a 31 de maiopode ser encontrado em ZONEAMENTOAGRÍCOLA (2002).
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