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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE - CPRH
AGENDA 21: PIRAPAMA ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
DA BACIA DO PIRAPAMA
P U B L I C A Ç Õ E S PROJETO PIRAPAMA
DFID
Dezembro 2000
Recife
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
DA BACIA DO RIO PIRAPAMA
iii
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Governador: Jarbas de Andrade Vasconcelos
SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE
Secretário: Cláudio José Marinho Lúcio Secretária Adjunta: Alexandrina Sobreira Moura
COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE - CPRH
Presidente: Edrise Aires Fragoso Diretor Administrativo e Financeiro: Hubert Hirschle Filho
Diretor de Recursos Hídricos e Florestais: Aldir Pitt M. Pimentel Diretor de Controle Ambiental: Geraldo Miranda Cavalcante
Diretora de Planejamento e Integração: Berenice Andrade Lima
Cooperação Técnica Brasil - Reino Unido PROJETO PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL DA BACIA DO PIRAPAMA
Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH / Department for International Development - DFID/Environmental Resources Management - ERM
Coordenadores: Ana Maria Cardoso de Freitas Gama (CPRH) e Amim Melville Gajraj /Tim Smith(DFID/ERM) Telefone: (081) 3267.1842
Fax: (081) 3441-6088 e-mail: anagama@cprh.pe.gov.br
pirapama@nlink.com.br
Instituições participantes do Projeto Pirapama:
Secretaria de Recursos Hídricos - SRH Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco - ITEP
Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife - FIDEM
Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária -SPRRA Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho Prefeitura Municipal da Escada
Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes Prefeitura Municipal do Moreno
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AGENDA 21: PIRAPAMA ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
DA BACIA DO PIRAPAMA
P U B L I C A Ç Õ E S PROJETO PIRAPAMA
DFID
Dezembro 2000
Recife
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Copyright © 1999 by CPRH É permitida a reprodução parcial da presente obra, desde que citada a fonte
Conselho Editorial da CPRH:
Evângela Azevedo de Andrade, Francicleide Palhano de Oliveira e Madalena Barbosa de Albuquerque
Comissão de Sistematização
Ana Maria Cardoso de Freitas Gama(CPRH) - Walter José Ferreira (CPRH), Antônia Santamaria de Q. Lima (FIDEM), Rodolfo Aureliano Filho (PMCSA), Onilda Araújo Lira (PMJG), Vera Maria Martins Marques (FIDEM)
Grupo de Trabalho
Ana Maria Cardoso de Freitas Gama (CPRH) - Coordenação Walter Ferreira (CPRH); Coordenação Antônia Santamaria de Q. Lima (FIDEM), Rodolfo Aureliano Filho (PM
Cabo de Santo Agostinho), Arnaldo Santana (PM Cabo de Santo Agostinho), Fabiano Diniz (PMCSA), Arthur Guilherme Falcão (CPRH), Ubirajara Ferreira da Paz (PM Moreno), Antônia Santamaria Queiroz (FIDEM), Lúcia Helena S. Marinho (CPRH), Andrea Olinto (CPRH), Vera Maria Martins Marques (FIDEM), Onilda Maria de Araújo Lira (PM Jaboatão dos Guararapes), Valéria Maria Hirschle Galindo (PM Jaboatão dos Guararapes), Renata Caminha (PM Jaboatão dos Guararapes), Patrícia Castro (PM Cabo
de Santo Agostinho), Lúcio Monteiro (PM Cabo de Santo Agostinho)
Cartografia Marcos Lacerda
Consultora:
Maria Gravina Ogata
IMPRESSO NO BRASIL
Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH
Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH Rua Santana, 367, Casa Forte, Recife - PE
Pabx (081) 3267 1800 Fax (081) 3268-1008 e-mail: pirapama@nlink.com.br
2000
G d CPRH Companhia Pernambucana do Meio Ambiente Agenda 21: Bacia do Pirapama - Zoneamento Ecológico-Econômico. Recife - CPRH/DFID, ano 2000 p.
ISBN:
1. Bacia do Pirapama 2Agenda 21 3. Gestão Ambiental 4. Zoneamento 5.Plano de Desenvolvimento Sustentável I.
Título II.
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COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PIRAPAMA
Titulares Integrantes:
Ronaldo Câmara Cavalcanti (SECTMA), Ana Maria C. de Freitas Gama (CPRH), Álvaro José Menezes Costa (COMPESA), Vera Maria Martins Marques (FIDEM),
Elias Vital Nascimento (SEIN), José Alberto Brito Ferreira (SPRRA), Guilherme José Robalinho de Oliveira Cavalcanti (SS),
Simone Rosa (SRH), Lúcio Monteiro (PM Cabo de Santo Agostinho), Ubirajara Paz (PM Moreno), Verônica Maria B. da Silva (Sec. Educação)
José Severino Ribeiro de Lima (PM Vitória de Santo Antão), Valéria Maria Hirschle Galindo (PM Jaboatão dos Guararapes), Ivaldo Vasconcelos Pedrosa (FIEPE), Isaías Ferreira de Almeida (PM Escada), Manoel Bento Dias Filho (PM Escada), Maurison da Costa Gomes (PM Ipojuca),
Riccardo Rosso (ASSIMPRA), Efigênia Maria de Oliveira (Centro das Mulheres do Cabo/ONG), Severino Nunes Ferreira (Ass. dos Pequenos Produtores Terra, Trabalho e Liberdade),
Josefa Ferreira da Silva (Colônia de Pescadores Z-8), Virgílio Antonio P. Gondim (Associação dos Fornecedores de Cana /PE), Mariano Domingues Freire (Associação de Pequenos Agricultores do Engenho Matapagipe),
José Arnaldo da Silva (Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho), Gildo Espósito Lima (Associação Comercial de Vitória de Santo Antão), Maria do Carmo Sobral (UFPE), Elizete Ferreira da Silva (Associação de Moradores de Pirapama),
Alberes Felix de Souza (Câmara Municipal de Moreno), José Geraldo Ribeiro da Silva (Câmara Municipal de Escada), Valdeci Maria Manoel da Silva (Associação de Mulheres de Escada)
Comissão de Revisão do Comitê da Bacia do Projeto COBH/Pirapama:
Walter José Ferreira (CPRH) Coordenação, Arthur Falcão (CPRH), Antônia Santamaria (FIDEM), Valéria Hirschle (PM Jaboatão dos Guararapes) e Ivaldo Pedrosa (FIEPE)
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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................................................8 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................................9 2. SÍNTESE DO ZONEAMENTO........................................................................................................................................................11 3. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES MAPEADAS..................................................................................................................................13
3.1. ZONA 1: COSTEIRA...............................................................................................................................................................14
3.2. ZONA-2: PROTEÇÃO AMBIENTAL E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS ...............................................................................19
3.3. ZONA-3: URBANA...................................................................................................................................................................24
3.4. ZONA-4: INDUSTRIAL.............................................................................................................................................................29
3.5. ZONA-5: RURAL DIVERSIFICADA .........................................................................................................................................34 5. ANEXO: MAPAS....................................................................................................................................................................41 Mapa 01 - Macrozoneamento.............................................................................................................................................................41 Mapa 02 - Zonas ................................................................................................................................................................................42 Mapa 03 - Subzonas ..........................................................................................................................................................................43
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APRESENTAÇÃO O zoneamento do uso e ocupação do solo da bacia rio Pirapama, aqui denominado Zoneamento Ecológico Econômico, constitui uma das ações do programa Ordenamento do uso e ocupação do solo, componente da estratégia Melhoria do meio ambiente natural do Plano de Desenvolvimento Sustentável da bacia do Pirapama/Agenda 21, o qual em seu contexto compreende quatro estratégias básicas: a) Melhoria da qualidade de vida; b) Fortalecimento da gestão ambiental; c) Melhoria do meio ambiente natural; e d) Controle do uso das águas do rio Pirapama. A base de informações para o Zoneamento Ecológico Econômico remonta da primeira fase do Projeto Pirapama, quando resultou elaborado o Diagnóstico Ambiental Integrado da Bacia. A área estudada extrapola os limites da bacia hidrográfica propriamente dita, abrangendo também áreas no seu entorno, tais como a localidade de Ponte dos Carvalhos, a lagoa Olho d'Água e a faixa costeira desde Barra de Jangada até o rio Massangana, compreendendo assim, espaços urbanos, industriais, litorâneos e rurais. Os condicionantes e restrições ambientais, considerados junto às potencialidades e tendências identificados na Fase I do Projeto serviram para fundamentar a qualificação do espaço e a definição das unidades espaciais do zoneamento. Compreendendo a dinâmica do uso e ocupação do solo urbano e rural, com uma projeção variável no maior prazo possível, e considerados os objetivos dos diversos atores envolvidos, o Zoneamento enquanto instrumento de disciplinamento e regulamentação visa sobretudo subsidiar as legislações específicas para o gerenciamento ambiental. Dessa forma - e provendo-se do zoneamento como instrumento de gestão e de disciplinamento do uso e ocupação do solo - se requalifica uma área bastante diferenciada e em transformação, respeitando-se os diversos condicionantes e restrições ambientais e propondo-se diretrizes e ações destinadas não só a beneficiar aqueles que nela vivem, mas principalmente oferecer alternativas voltadas ao desenvolvimento sustentável da bacia.
Edrise Aires Presidente da CPRH
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1. INTRODUÇÃO A elaboração do Zoneamento Ecológico Econômico da Bacia do Pirapama se insere no conjunto de resultados do Projeto Pirapama o qual através de ações de gestão ambiental objetiva, entre outros aspectos, o uso sustentável dos recursos hídricos, contribuindo para a conservação e garantia da oferta de água potável à Região Metropolitana do Recife. O Zoneamento Ecológico Econômico da Bacia do Pirapama, enquanto instrumento de gestão ambiental, deverá constituir referencial para um desenvolvimento sócio-econômico compatível com o uso sustentável dos recursos naturais e a ocupação ordenada do território, valorizando potencialidades locais e minimizando os impactos ambientais das atividades humanas. Este zoneamento também visa preencher a carência de instrumentos normativos integrados e atualizados que norteiem os empreendimentos e auxiliem o exercício do controle do uso e ocupação do solo por parte das autoridades competentes. As bases para a realização do presente trabalho remontam da Fase I do Projeto Pirapama (Diagnóstico Ambiental) quando foi realizada uma extensiva avaliação dos padrões de Uso e Ocupação do Solo da área objeto de estudo a partir da apreensão do processo de apropriação do território, identificando os problemas e tendências e analisando as potencialidades e restrições condicionantes para uma proposta de uso e ocupação do solo ambientalmente sustentável. O Diagnóstico Ambiental da bacia foi elaborado com base em extensa pesquisa bibliográfica, atividades de campo e levantamento de planos, programas e projetos para a área, apoiados em ampla utilização de material cartográfico. Nesta fase, através do grupo de trabalho Uso e Ocupação do Solo alcançou-se uma primeira versão do macrozoneamento ambiental da área, com o estabelecimento de 15 zonas, objeto de recomendações especiais relativas a expansão urbana residencial e industrial, atividades de turismo e lazer - incluindo o turismo ecológico - atividades agropecuárias e a proteção ambiental. Três premissas básicas foram consideradas para a identificação dos possíveis usos a serem incentivados: • Existência de água, em quantidade e qualidade adequadas; • Conservação dos ecossistemas; • Desenvolvimento sócio-econômico ambientalmente sustentável.
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Dessa forma, a proposta inicial foi amplamente discutida e aperfeiçoada, avaliando-se as interfaces com os demais grupos e incorporando-se os objetivos propostos para a espacialização das ações recomendadas. Posteriormente, quando da elaboração do Plano de Desenvolvimento sustentável da Bacia do Pirapama o Zoneamento Ecológico Econômico destacou-se como ação estratégica, sendo então formado um Grupo de Trabalho para sua elaboração. Assim, o atual zoneamento passou a incorporar elementos de Grupos de Trabalho anteriores (GT Gerenciamento Ambiental e GT Uso do Solo e Desenvolvimento Agrícola) consolidando-os em novos padrões de uso e ocupação do solo, especialmente no que se refere a compatibilização de ações e zoneamentos setoriais diversos e a otimização dos espaços já ocupados, com base nas potencialidades e limitações para o estabelecimento de objetivos e usos. É importante ressaltar que face à influência de fatores ambientais e à interdependência socioeconômica da área da bacia do Pirapama com o seu entorno, a abrangência do zoneamento extrapola a bacia hidrográfica propriamente dita, compreendendo também a lagoa olho d'Água e a faixa costeira desde a localidade Barra de Jangada em Jaboatão dos Guararapes até o sítio histórico Parque Armando Holanda Cavalcante no cabo de Santo Agostinho. Dentro desse contexto, o zoneamento encontra-se representado nos mapas em anexo, em progressivo detalhamento, segundo macrozonas (mapa 01), zonas (mapa 02) e subzonas (mapa 03). Quanto ao seu desenvolvimento, este relatório se estrutura em quatro capítulos, iniciando-se com esta introdução. No segundo capítulo é descrita uma síntese do zoneamento, com uma caracterização geral e integrada do conjunto da Bacia. No terceiro capítulo é apresentada uma breve caracterização de cada uma das cinco zonas, através de planilhas onde constam, a descrição de cada área, com suas potencialidades e limitações, juntamente a cenários almejados para o futuro e relação dos usos e atividades proibidos, permitidos com restrições e a incentivar. Finalmente, o quarto capítulo - Conclusões - aponta para recomendações e encaminhamentos necessários para a viabilização desta proposta.
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2. SÍNTESE DO ZONEAMENTO Na bacia hidrográfica do Pirapama evidenciam-se dois principais espaços que distinguem-se quanto à paisagem, forma de ocupação e uso do solo e quanto ao seu dinamismo econômico. Assim, à leste da BR 101 - principal eixo viário que corta a bacia - localizam-se as principais concentrações urbanas e onde concentram-se atividades industriais, comércio e serviços, voltando-se também ao lazer e ao turismo. Já à oeste da BR-101 a bacia possui características de área rural, estando o uso do solo voltado para a atividade sucro-alcooleira com ampla dominância da monocultura da cana-de-açúcar (ver Mapa 01). No entanto, internamente a cada um desses espaços ocorre uma diversificação de formas de ocupação do solo e atividades econômicas que sugere a subdivisão de ambos os espaços em elementos progressivamente menores, buscando-se caracterizar unidades espaciais de relativa homogeneidade quanto aos aspectos ambientais, atividades econômicas, limitações e potencialidades. Conforme mostra o mapa 02, o espaço de maior dinamismo econômico, situado à leste da BR-101, compreende uma faixa costeira de vocação turística, além de uma faixa mais interior formada por ecossistemas remanescentes de mata atlântica protegidos por Lei (inclusive manguezais) e respectivas áreas de entorno, os quais requerem ações de proteção ambiental. Este espaço compreende ainda uma área situada ao longo da BR-101, de vocação urbana e industrial e a porção da zona industrial portuária de Suape pertencente ao município do Cabo de Santo Agostinho. O mapa 03 mostra que no espaço de características rurais cinco zonas diferenciam-se como unidades homogêneas quanto às suas características ecológicas e econômicas: i) a bacia hidrográfica do rio Gurjaú - área agroindustrial com tendência para diversificação econômica; ii) o conjunto das áreas de assentamento agrícola (Arariba de Baixo, Arariba da Pedra e Arariba de Cima); iii) o entorno do futuro reservatório do Pirapama; iv) o trecho da bacia do rio Pirapama à montante do lago a ser formado pela futura barragem, onde predomina a agroindústria da cana-de-açúcar; e v) sete manchas de vegetação remanescente de mata atlântica, que possuem status de "reservas ecológicas" conferido por Lei estadual, as quais encontrando-se distribuídas pelas áreas de drenagem do rio Gurjaú e à montante do futuro reservatório do rio Pirapama, completam o conjunto de subzonas deste espaço. As diversas unidades mapeadas que compõem a área de abrangência deste Zoneamento apresentam a seguinte configuração: Zona Costeira, Subzonas:
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• Turismo, Veraneio e Lazer • Parque Armando Holanda Cavalcante • Parque Lagoa Olho d'Água • Área Equipamentos e Infra-estrutura Turística
Zona de Proteção Ambiental e Ecossistemas Integrados,
Subzonas: • Unidades de Conservação • Entorno de Unidades de Conservação • Agrícola-florestal • Barreira Florestal - ZPEC Suape
Zona Urbana
Subzonas: • Área Urbana • Expansão Urbana • Núcleos Urbanos Especiais • Urbanização restrita
Zona Industrial
Subzonas: • Industrial do Cabo de Santo Agostinho • Industrial Especial • Bolsões de Indústria, Comércio e Serviços • Industrial de Suape
Zona Rural Diversificada
Subzonas: • Diversificação Econômica e Proteção do Patrimônio Histórico e Ambiental • Proteção do Reservatório do Pirapama • Diversificação Agrícola e Assentamentos • Agroindustrial do Pirapama • Unidades de Conservação
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3. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES MAPEADAS Cada uma das unidades de planejamento mapeadas encontra-se a seguir descrita e detalhada quanto a suas principais características, problemas, tendências e potencialidades, assim como são também apresentadas considerações quanto aos cenários traçados para o horizonte temporal de 2010 e as indicações dos usos a proibir, permitir e/ou incentivar para o desenvolvimento sustentável da área.
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3.1. ZONA 1: COSTEIRA A Zona Costeira estende-se pela faixa litorânea desde a Lagoa Olho d'Água e desembocadura dos rios Pirapama e Jaboatão até a foz do rio Massangana, compreendendo as subzonas: i) Turismo Veraneio e Lazer; ii) Parque Armando Holanda Cavalcante; iii) Parque Lagoa Olho D'água; e iv) Equipamentos e Infra-estrutura Turística. De forte vocação para atividades turísticas e de lazer, esta zona tem experimentado um acentuado crescimento demográfico que se verifica tanto nos núcleos urbanos consolidados - Gaibu, Itapoama e Suape - quanto nos loteamentos de veraneio. Esse crescimento tem sido acompanhado por um número cada vez maior de equipamentos turísticos, o que vem atraindo uma crescente população flutuante. O acelerado processo de urbanização pode ser apontado como a principal causa dos problemas ambientais desta zona, resultando inclusive, em ocupação desordenada do solo. Dentre esses problemas destacam-se, a destruição de vegetação nativa, o crescimento dos processos erosivos, a insuficiência de infra-estrutura de saneamento face ao sazonal aumento do número de veranistas e a destruição do patrimônio histórico e natural. Aliado a esses problemas, a baixa potencialidade hidrogeológica e a insuficiência dos mananciais de superfície limitam a utilização dos recursos hídricos nesta zona para abastecimento. Por outro lado, as características ainda preservadas desta zona a qualificam como própria a investimentos diversificados em turismo, turismo ecológico e lazer. Estes investimentos, se valorizado o componente ambiental e orientados por corretas estratégias de ocupação e uso do solo e adequada dotação de infra-estrutura, poderão alavancar o desenvolvimento da área em base ecologicamente sustentável.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 1: COSTEIRA SUBZONA 1.1: TURISMO, VERANEIO E LAZER
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E
LIMITAÇÕES OBJETIVO
CENÁRIO 2010 USOS E ATIVIDADES
PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR Elementos característicos ! A subzona 1.1 compreende a faixa
litorânea desde a desembocadura dos rios Pirapama e Jaboatão até a foz do rio Massangana, incluindo as localidades de Itapuama, Gaibu, Paiva e Suape e diversos loteamentos de veraneio e hotéis. ! Zona de forte crescimento
demográfico, sobretudo nas áreas de expansão recente, onde predomina uma população flutuante de veranistas, registrando-se a presença de hotéis de turismo e pousadas e a ocorrência de diversos remanescentes de mata atlântica.
Principais problemas ! Falta de infra-estrutura de
saneamento básico; ! Ocupação desordenada do solo
(aterro de maceiós e manguezais, construção em áreas de praia) resultando em impedimento do livre acesso do público à praia e desencadeamento de processos erosivos ! Destruição da vegetação de
restinga; ! Falta de conservação do
patrimônio histórico e arqueológico; ! Pelo menos dois dos setores do
Loteamento Enseada dos Corais encontram-se localizados em áreas de mata atlântica protegidas por Lei.
Potencialidades ! Zona de notável beleza
cênica; ! Tradicional área de
veraneio, propícia a atividades turísticas e ao lazer; ! Tradicional área de
pesca, incluída na Colônia Z-8; ! Tradicional área de
coqueirais. Limitações ! O potencial turístico da
área que reside essencialmente em seu caráter natural, impõe restrições e limitações ao adensamento urbano que tende a descaracterizar a beleza cênica de seus recantos naturais ; ! Escassa ocorrência de
águas subterrâneas e superficiais; ! Terras inaptas para
agricultura; ! Ocorrência de solos
plásticos com baixa capacidade de suporte; ! Ação judicial vetando
setores no loteamento Enseada dos Corais localizados em áreas de proteção ambiental.
! Vegetação de restinga
recuperada e preservada; ! Áreas urbanas dotadas de
infra-estrutura de abastecimento de água; esgotamento sanitário, drenagem e limpeza urbana; ! Ocupação do solo
ordenada mediante adequado sistema de gerenciamento, compreendendo procedimentos, mecanismos e legislação municipal aperfeiçoados para um efetivo controle dos ambientes natural e construído; ! Serviços básicos, infra-
estrutura urbana e comércio implantados; ! Atividades econômicas
diversificadas, voltadas para o turismo e desenvolvidas de forma sustentável; ! Ocupação ordenada da orla
marítima, considerando inclusive o direito de livre e pleno acesso do público às praias; ! Comunidade consciente e
efetivamente integrada no processo da gestão ambiental; ! Zonas irregulares do
loteamento Enseada dos Corais integradas à Zona de Proteção Ambiental. ! APA Costeira implantada.
! Atividades degradadoras
do meio ambiente; ! Vias expressas de porte
primário; ! Disposição de resíduos
sólidos; ! Lançamento de efluentes
domésticos e industriais sem tratamento adequado nos corpos de água; ! Extração mineral; ! Aterro de maceiós e
manguezais; ! Destruição da vegetação
remanescente de mata atlântica, especificamente mata de restinga e manguezais; ! Parcelamento do solo em
áreas de mata e manguezais. ! Deverão ser evitados nos
planos de uso e ocupação deste setor, adensamentos populacionais, sistemas viários e urbanização descontrolada que possam descaracterizar a área em seus atrativos turísticos; ! Deverão ser evitadas
edificações ou formas de ocupação do solo que impeçam ou dificultem o acesso do público às praias, ou que se localizem na faixa de domínio público.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos: ! Hotéis e
pousadas; ! Obras de
contenção à erosão, mediante estudo e licenciamento prévios dos órgãos competentes; ! Pontos de apoio à
pesca artesanal nas praias; ! Infra-estrutura /
equipamentos de apoio à pesca de interesse da comunidade; ! Indústria de
beneficiamento de pescado e outros produtos regionais; ! Sistema viário
secundário, de acesso estritamente local.
! Implantação de
sistemas de saneamento básico; ! Equipamentos para
coleta seletiva do lixo; ! Consórcios para coleta
seletiva de resíduos sólidos; ! Equipamentos e
serviços de segurança; ! Pesquisa
arqueológica; ! Pesquisa de novas
alternativas para aproveitamento do coco e outras culturas; ! Criação de
cooperativas de pescadores junto às associações e colônias existentes, para facilitar a aquisição de insumos e a comercialização do pescado; ! Núcleos de produção
de artesanato e culinária regional; ! Capacitação da mão-
de-obra para a pesca e para as atividades de apoio ao turismo; ! Ordenamento do uso e
ocupação do solo com estabelecimento da legislação básica municipal; ! Educação ambiental.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 1: COSTEIRA SUBZONA:1.2 PARQUE ARMANDO HOLANDA CAVALCANTE
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E
LIMITAÇÕES OBJETIVO
CENÁRIO 2010 USOS E ATIVIDADES
PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Localizado no Cabo de
Santo Agostinho, ponto geográfico extremo do litoral pernambucano, o Parque Armando Holanda Cavalcante possui status de área tombada pelo IPHAN, incluindo sítios históricos, a exemplo do convento das Carmelitas e Vila de Nazaré.
Principais problemas ! Degradação do
patrimônio histórico, arqueológico e natural,
! Invasão da área por habitações clandestinas;
! Acentuado processo erosivo por exposição do solo e falta de obras de proteção
Potencialidades ! Local de notável beleza
paisagística e valor histórico;
! Área propícia a atividades turísticas, culturais e ao lazer.
Limitações ! Escassa ocorrência de
água subterrânea e superficial.
! Solos de baixa infiltração e baixa permeabilidade;
! Topografia íngreme; ! Falta de infra-estrutura
de água e esgoto sanitário.
• Parque Metropolitano
implantado, com gestão compartilhada e atividades sustentáveis em prática;
• Patrimônio histórico e cultural preservado e valorizado;
• Comunidade consciente dos problemas ambientais e com participação efetiva no processo da gestão do parque;
• Processo erosivo controlado e áreas degradadas recuperadas.
• Usos não
recomendados pelo Plano Diretor do Parque;
• Desmatamento; • Edificações definitivas
ou qualquer forma de ocupação irregular do solo não previstas no Plano de Gestão;
• Disposição de resíduos sólidos;
• Exploração mineral, principalmente retirada de areia e material rochoso;
• Construção de novas edificações.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos: ! Atividades de turismo e
lazer; ! Obras de combate à
erosão, drenagem superficial e contenção de encostas; ! Trilhas de visitação
turística; ! Infra-estrutura de apoio
tal como, acessos, estacionamentos, Quiosques, etc.; ! Centro de informações
turísticas; ! Pesquisa arqueológica.
! Usos previstos no Plano
Diretor e no Plano de Ação do Parque, a exemplo de obras de combate à erosão; ! Preservação e utilização
sustentável do patrimônio natural histórico e cultural; ! Criação de áreas de
interesse especial para valorização do patrimônio histórico e das manifestações da cultura local; ! Recuperação e
valorização dos pontos turísticos; ! Criação de passeios e
trilhas para pontos turísticos, tendo como guia a população residente, treinada para esse fim; ! Ações de contenção da
erosão; ! Educação ambiental; ! Ecoturismo; ! Capacitação da mão-
de-obra local, inclusive guias turísticos.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 1: COSTEIRA SUBZONA 1.3: PARQUE LAGOA OLHO D'ÁGUA
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Situado na periferia da
Lagoa Olho d'Água em Prazeres, o Parque Lagoa Olho d'Água teve seu perímetro estabelecido por Decreto Municipal em 31/07/97. Limita-se ao norte com a ZEIS de Prazeres, ao sul com a estrada da Curcurana, a leste com a faixa costeira de Piedade e Candeias e a oeste com a BR-101 e o setor industrial de Prazeres. ! A área é objeto de projeto
da Prefeitura de Jaboatão para recuperação ambiental, disciplinamento do uso do solo e desenvolvimento turístico.
Principais problemas: ! Ocupação urbana
desordenada e irregular, inclusive com acentuado processo de favelização; ! Aterros indiscriminados; ! Lançamento de esgotos
domésticos e industriais na lagoa o que vem provocando progressivo assoreamento e poluição de suas águas; ! Assoreamento da Lagoa e
canais; ! Inundações.
Potencialidades ! Área de notável beleza
cênica e reconhecido potencial turístico; ! A lagoa se constitui em
ecossistema aquático de significativa importância biológica; e parte importante do sistema de drenagem natural de toda zona urbana onde se insere, funcionando como reservatório de pulsação na retenção das descargas pluviais.
Limitações ! Por sua reduzida
profundidade e poluição das águas a lagoa não oferece condições propícias à prática de esportes náuticos. ! Enquanto entorno da
lagoa, as terras marginais não são recomendáveis para ocupação densa nem formas de ocupação ou pavimentação que venham a impermeabilizar grandes espaços; ! O nível do lençol freático
praticamente à superfície dificulta a drenagem superficial e contribui para alagamentos.
• Patrimônio
natural, histórico e cultural preservado e valorizado
• Parque implantado, com gestão compartilhada e atividades sustentáveis em prática;
• Lagoa Olho d'Água recuperada e protegida;
• Sistemas de macro e micro drenagem implantados;
• Comunidade consciente dos problemas ambientais e com participação efetiva no processo da gestão do parque;
• Processo erosivo controlado e áreas degradadas recuperadas.
• Lançamento de efluentes
domésticos e industriais sem tratamento adequado nos corpos de água;
• Aterros em áreas da lagoa e do manguezal;
• Edificações definitivas não previstas no Plano de Gestão;
• Qualquer forma de ocupação do solo que impeça ou dificulte o acesso do público à lagoa;
• Destruição da vegetação protegida por Lei;
• Disposição de resíduos sólidos,
• Exploração mineral e especificamente, retirada de areia da lagoa;
• Alterações nos canais que interligam a lagoa ao sistema de drenagem local e ao sistema fluvial-marinho sem prévios estudos e licenciamento ambiental;
• Formas de ocupação que tragam em conseqüência a impermeabilização de grandes áreas;
• Circulação de embarcações motorizadas.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos:
! Usos previstos no
Plano Diretor e no Plano de Ação do Parque; ! Criação de
passeios, trilhas e acessos para pontos turísticos; ! Dragagens e
retificações de canais, desde que devidamente justificadas através de Estudo de Impacto Ambiental e licenciadas pelo órgão ambiental competente; ! Pontos de apoio à
pesca artesanal.
! Usos previstos no Plano
Diretor e no Plano de Ação do Parque;
! Criação de acessos, passeios e trilhas para pontos turísticos;
! Aperfeiçoamento do sistema de controle urbano;
! Preservação e utilização sustentável do patrimônio histórico e cultural;
! Recuperação e valorização dos espaços turísticos mediante tratamento paisagístico conforme plano previamente aprovado;
! Criação de áreas de interesse especial para valorização do patrimônio natural, histórico e manifestações culturais;
! Desenvolvimento de atividades artísticas, recreativas e de pesquisas;
! Estímulo e capacitação da população local para atuar como guia nos circuitos turísticos;
! Campanhas de Educação ambiental;
! Saneamento básico ! Política de desenvolvimento
da pesca artesanal; ! Recuperação da vegetação
nativa.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 1: COSTEIRA SUBZONA:1.4 EQUIPAMENTOS E INFRA-ESTRUTURA TURÍSTICA
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos • Esta subzona consiste de uma
planície aluvial situada ao sul da Lagoa Olho d'Água em Prazeres, na área estuarina dos rios Jaboatão e Pirapama. Tem como limites, ao norte a estrada da Curcurana; ao sul e leste o Rio Jaboatão e a oeste, o núcleo urbano de Pontezinha.
• É ladeada pelo canal que interliga a Lagoa Olho d'água ao estuário, o qual neste trecho é margeado por vegetação ciliar de mangue.
Principais problemas ! Ocupações clandestinas e
urbanização desordenada; ! Desmatamento e aterro de
mangue; ! Ocupação irregular da margem
do rio, principalmente com Marinas;
! Falta de infra-estrutura de drenagem e esgotamento sanitário;
! Forte pressão imobiliária; ! A circulação de embarcações
motorizadas no estuário tem causado problemas aos pescadores locais;
! Retirada indiscriminada de areia do leito do rio.
Potencialidades ! Sua localização na
zona, junto ao estuário dos rios Jaboatão e Pirapama em Barra de Jangadas e à praia de Candeias, valorizam-na como área urbana de uso residencial e lazer;
! Área de notável beleza cênica e potencial turístico;
! Os recursos pesqueiros do estuário mantêm considerável número de famílias que sobrevivem da pesca e cata de mariscos.
Limitações ! A proximidade do
estuário e da Lagoa Olho d'Água limitam o uso e ocupação desta área para atividades potencialmente degradadoras dos recursos hídricos ou que possam comprometer a paisagem e os ecossistemas aquáticos adjacentes.
! Atividades econômicas
diversificadas, voltadas para o turismo e desenvolvidas de forma sustentável;
! Paisagem natural valorizada e aproveitamento do potencial náutico e paisagístico com predominância de grandes áreas verdes e baixa taxa de ocupação do solo;
! Índices de poluição do rio Jaboatão reduzidos e sob controle;
! Atividades da pesca artesanal racionalmente desenvolvidas e sustentáveis.
! Aterro de cursos d'água
e de manguezais; ! Destruição da vegetação
protegida por Lei (manguezais e matas de restinga);
! Edificações definitivas ou qualquer forma de ocupação do solo que impeça ou dificulte o acesso do público às margens do rio;
! Disposição de resíduos sólidos;
! Lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento adequado nos corpos de água,;
! Uso e ocupação da faixa de preservação das margens do canal e rio Jaboatão.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos:
! Retificação de cursos
de água ! Pontos de apoio à
pesca artesanal; ! Obras de contenção
à erosão; ! Parques náuticos,
hotéis e equipamentos de apoio ao Parque metropolitano Lagoa Olho d’Água; ! Aquicultura, desde
que adequada às condições ecológicas do estuário; ! Retirada de areia do
rio;
! Empreendimentos
turísticos; ! Sistemas de
saneamento básico; ! Equipamentos e
serviços de segurança e de apoio ao visitante;
! Relocação dos posseiros para áreas adequadas;
! Uso de embarcações à vela e à remo no rio e estuário;
! Capacitação da mão-de-obra para a pesca e para as atividades de apoio ao turismo;
! Recuperação de áreas degradadas;
! Política para o desenvolvimento da pesca artesanal;
! Plano municipal de uso e ocupação do solo.
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3.2. ZONA-2: PROTEÇÃO AMBIENTAL E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS Esta zona estende-se paralelamente à costa, compreendendo os manguezais da área estuarina dos rios Jaboatão e Pirapama, remanescentes de Mata Atlântica, áreas alagadas, área de reflorestamento do Complexo Industrial Portuário de Suape e o Parque Armando Holanda Cavalcante no Cabo de Santo Agostinho, indo até a divisa municipal Cabo de Santo Agostinho - Ipojuca. Nesta zona destacam-se espaços protegidos por legislação estadual e federal e respectivas áreas de entorno. Grande parte desta Zona compreende terras do Complexo Industrial Portuário de Suape, classificadas no seu Plano Diretor nas categorias Zona de Proteção Ecológica (ZPEC) e Zona Agrícola Florestal (ZAF). Os espaços protegidos por legislação (federal e estadual) consistem das áreas estuarinas dos rios Pirapama e Jaboatão (manguezais e matas de restinga delimitados pela Lei estadual no. 9931/87) além de remanescentes de mata atlântica (matas de Camaçari, Duas Lagoas e Zumbi) declaradas "reservas ecológicas" pela Lei estadual no. 9989/86. Entre as áreas que compõem o entorno de reservas incluem-se remanescentes de mata atlântica dispersos localizados próximos às matas acima citadas e áreas alagadas e alagáveis que, integradas ao sistema hidrográfico contribuem para suprir de água doce os manguezais estuarinos. Compõem ainda o conjunto das áreas de entorno de reservas, áreas alagadas e remanescentes de mangues e matas de restinga, localizados ao longo do rio Jaboatão próximo a fabrica de pólvora, em Pontezinha. Incluem-se também nesta categoria um trecho do loteamento Enseada dos Corais que encontra-se sob júdice por estar localizado na Mata do Zumbi. Evidencia-se nestas áreas de entorno a propriedade de amortecer pressões degradadoras sobre as unidades de conservação além de servirem de corredores ecológicos capazes de interligar reservas e áreas estuarinas. Na parte Sul desta zona localiza-se a subzona denominada "Barreira Florestal de Suape" constituída pela porção da ZPEC situada à Oeste da linha férrea, representando uma área de reflorestamento com a função de se interpor entre a zona industrial e a área urbana do Cabo de Santo Agostinho. Finalmente, a área representada pela planície aluvial de propriedade da Empresa SUAPE S/A, situada à leste da antiga estrada de Barreiros e à oeste dos ecossistemas protegidos, a subzona Agrícola Florestal completa o conjunto de espaços que compõem esta zona. Cabe destacar que, entre outras importantes peculiaridades ambientais, esta zona engloba, em sua maior parte, a área de recarga dos aqüíferos que suprem a parte Sul da Região Metropolitana do Recife. Em cenário futuro prevê-se para esta zona a criação de uma "Área de Proteção Ambiental" - a APA Costeira - abrangendo, ambas a "Zona de Proteção Ambiental e Ecossistemas Integrados" (excetuado o trecho da ZEPC à oeste da linha férrea) e a contígua "Zona Costeira".
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 2: PROTEÇÃO AMBIENTAL E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS SUBZONA 2.1: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos Compõem esta subzona os seguintes ecossistemas: ! Matas do Zumbi, Duas
Lagoas e Camaçari, declaradas unidades de conservação (UC) pela Lei Estadual no. 9989/86; ! Manguezal do estuário
dos rios Pirapama e Jaboatão, declarada Área de proteção estuarina pela Lei estadual no. 9931/87
Principais problemas ! Degradação das unidades
de conservação e dos ecossistemas localizados em seu entorno por extração mineral, retirada de madeira, ocupações irregulares, uso agrícola, além de crescente pressão imobiliária sobre essas áreas; ! Ocorrência de processos
erosivos.
Potencialidades ! Notável beleza cênica,
biodiversidade e bom estado de conservação dos ecossistemas existentes; ! Presença de vários
mananciais e corpos d'água (lagoas, riachos, córregos e nascentes).; ! Esta subzona integra a
área de recarga dos aqüíferos subterrâneos que abastecem a região sul da RMR.
Limitações ! As características e
potencialidades desta área impõem limitações aos usos que conflitem com os objetivos de conservação dos ecossistemas (matas e manguezais) e recursos hídricos presentes.
! Unidades de
conservação revistas, recuperadas e com planos de manejo implantados; ! Reservas Particulares
do Patrimônio Natural (RPPN) implantadas nas áreas de domínio privado; ! APA COSTEIRA: Área
de Proteção Ambiental implantada (compreendendo as subzonas; "Entorno das UC's", "Agrícola Florestal" e a "Zona de Turismo, Veraneio e Lazer"; ! Área de recarga de
aqüífero subterrâneo protegida; ! Uso e ocupação do
solo e atividades econômicas sob controle e compatíveis com os objetivos de conservação ambiental da área; ! Áreas (degradadas ou
erodidas), recuperadas e reflorestadas com espécies nativas.
! Parcelamento e
qualquer forma de ocupação do solo conflitante com os objetivos de conservação destas áreas;
! Extração mineral; ! Desmatamento; ! Exploração
agropecuária; ! Prática de "queimada"
em áreas próximas às Unidades de Conservação existentes;
! Disposição de resíduos sólidos e efluentes de qualquer natureza;
! Emprego de agrotóxicos;
! Redução das áreas das UCs.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos:
! Ecoturismo; ! Reflorestamento; ! Ações para recuperação
de áreas degradadas; ! Pesquisa científica; ! Pesca artesanal; ! Atividades a serem
previstas nos planos de manejo das UCs.
! Ampliação das UC's ! Atividades que visem a
conservação da biodiversidade local;
! Recuperação das áreas degradadas com espécies nativas;
! Revisão das categorias das unidades de conservação e elaboração dos planos de manejo;
! Criação da APA costeira;
! Criação de RPPN's em áreas de domínio privado;
! Desenvolvimento do ecoturismo;
! Relocação das atuais formas de ocupação irregular destas áreas.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 2: PROTEÇÃO AMBIENTAL E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS SUBZONA 2.2: ENTORNO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos: ! Esta subzona compreende áreas
situadas no entorno das matas de Camaçari, Zumbi e Duas Lagoas e manguezais do estuário dos rios Pirapama - Jaboatão; além de parte da Zona de Proteção Ecológica de SUAPE (ZPEC); as porções da mata de restinga do engenho Ilha e da fábrica de pólvora e áreas alagáveis e alagadas do riacho Santa Amélia. ! Nela ocorrem dispersos diversas
manchas de remanescentes de mata atlântica, funcionalmente integrados às "unidades de conservação", ! A maior parte desta subzona
constitui área de recarga de aqüíferos, contribuindo para alimentação das reservas de água subterrânea que abastecem a zona sul da RMR.
Principais problemas ! Degradação de ecossistemas por
extração mineral, uso agrícola, ocupações irregulares e crescente pressão imobiliária e industrial; ! A ocupação do espaço
representada pela parte do loteamento Enseada dos Corais que invadiu parte da Mata do Zumbi e áreas de entorno é incompatível com os objetivos de conservação dos ecossistemas protegidos e uso sustentável do solo.
Potencialidades ! Muitas dessas áreas
possuem notável beleza cênica, biodiversidade e relativamente bom estado de conservação de alguns ecossistemas protegidos (remanescentes de mata atlântica, mata de restinga e manguezais), ! Atuam como "zona de
amortecimento" das pressões sobre as UCs, além de constituírem potenciais corredores ecológicos ! Presença de lagoas,
riachos, córregos e nascentes, assim como campos cerrados litorâneos, áreas alagadas e alagáveis.
Limitações ! As características desta
área impõem limitações aos usos que conflitem com os objetivos de conservação dos ecossistemas e recursos hídricos presentes. A proteção da área se justifica não apenas pela manutenção da diversidade biológica, mas sobretudo pela proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos e da sua importância como área de recarga de aqüíferos.
! Ecossistemas
recuperados, protegidos e integrados às Unidades de Conservação existentes formando corredores ecológicos; ! Reservas Particulares do
Patrimônio Natural - (RPPN) implantadas nas áreas de domínio privado; ! Área de Proteção
Ambiental APA COSTEIRA implantada (incluindo as subzonas "Unidades de Conservação", e "Entorno das UCs", "Agrícola - Florestal" e "Turismo, Veraneio e Lazer"); ! Áreas de recarga de
aqüíferos protegidas; ! Uso e ocupação do solo e
atividades econômicas sob controle e compatíveis com os objetivos de conservação ambiental da área. ! Zona de preservação
rigorosa do loteamento Enseada dos Corais, incorporada à UC Mata do Zumbi; ! Áreas degradadas
recuperadas e reflorestadas com espécies nativas
! Desmatamento de
ecossistemas protegidos; ! Parcelamento do
solo para fins urbanos ou industriais; ! Emprego de
agrotóxicos; ! Prática de
queimadas; ! Exploração mineral
em ecossistemas protegidos, ou desempenhando a função de corredor ecológico ou de zona de amortecimento de impactos sobre UCs; ! Disposição de
resíduos sólidos; ! Aterro de áreas
alagadas e alagáveis; ! Instalação de
indústrias.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos:
! Agricultura e
pecuária de pequeno porte em áreas não contíguas a ecossistemas protegidos; ! Desenvolvimento
do ecoturismo, respeitados os condicionantes e limitações relativos à proteção dos ecossistemas e desestímulo à expansão imobiliária; ! Pesca artesanal; ! Pesquisa científica; ! As atuais
explorações minerais deverão estar condicionadas a medidas imediatas de recuperação das áreas degradadas,
! Recuperação das
áreas degradadas utilizando-se espécies nativas; ! Implantação de
corredores ecológicos e ampliação das Unidades de Conservação existente visando a conservação da biodiversidade local e a proteção dos mananciais superficiais e subterrâneos; ! Criação da APA
costeira; ! Criação de reservas
privadas do patrimônio natural (RPPN) em áreas de domínio privado; ! Desenvolvimento do
ecoturismo sustentável; ! Relocação das
atuais ocupações irregulares; ! Reflorestamento com
espécies nativas no entorno das UCs e em áreas de recarga de aqüíferos; ! Meliponicultura.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 2: PROTEÇÃO AMBIENTAL E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS SUBZONA 2.3: AGRÍCOLA FLORESTAL
USOS E ATIVIDADES DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÃO A INCENTIVAR
Elementos característicos: ! Esta subzona encontra-se
localizada entre a antiga estrada de Barreiros (a oeste) e ecossistemas protegidos (manguezal e remanescentes de mata atlântica), situados à leste;
! Compreende uma planície aluvial pertencente à empresa SUAPE, outrora explorada com cana-de-açúcar.
Principais problemas ! Ocupação irregular e
indiscriminada por posseiros (sem título de propriedade) instalados em lotes de 3 ha;
! A proximidade dessa área com usos industrial e urbano a expõe a riscos de ocupação com atividades capazes de ameaçar a conservação das matas e área estuarina adjacente.
! Extração de areia do leito fluvial, causando impactos ambientais localizados e sobre o sistema estuarino.
Potencialidades ! Compreendida entre a
antiga estrada de Barreiros esta subzona poderá atuar como faixa de proteção ou "zona tampão" protegendo os ecossistemas remanescentes de mata atlântica e manguezal das pressões da expansão urbana.
Limitações ! Solos pobres e
drenagem deficiente, principalmente na parte sul da área.
! Áreas de recarga ou de
influência de aqüíferos subterrâneos protegidas.
! Uso e ocupação do solo e atividades agrícolas e florestais sob controle e adequados aos objetivos de conservação ambiental da área.
! APA COSTEIRA Área de Proteção Ambiental implantada, incluindo além desta subzona, "Unidades de conservação", "entorno das UCs e "Turismo, Veraneio e Lazer");
! "Zona tampão" implantada, protegendo a interface entre ZAF e manguezais e entre ZAF e entorno de UCs;
! Margens do rio Pirapama e afluentes, reflorestadas;
! Extração artesanal de areia do leito fluvial, controlada e condicionada à recuperação ambiental e à mitigação dos impactos sobre o sistema estuarino.
! Atividades industriais; ! Desmatamento de
ecossistemas protegidos;
! Parcelamento do solo para fins urbanos e industriais;
! Instalação de viveiros no leito do rio.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos: ! Agricultura e pecuária
em áreas não ocupadas por ecossistemas protegidos; ! Desenvolvimento do
ecoturismo, respeitadas os condicionantes e limitações relativos a proteção dos ecossistemas; ! As atuais explorações
minerais deverão estar condicionadas a medidas imediatas de recuperação das áreas degradadas; ! Diversificação produtiva
com criatório de animais de pequeno porte; ! Emprego de
agrotóxicos; ! Disposição de resíduos
sólidos.
! Uso da subzona como
faixa de proteção ou "zona tampão" visando proteger o manguezal, os remanescentes de mata atlântica e as áreas alagadas, das pressões da expansão urbana e industrial;
! Reflorestamento de áreas especiais, tais como, margens de rios, entorno do manguezal e remanescentes de matas;
! Proteção dos mananciais superficiais e subterrâneos;
! Recuperação das áreas degradadas utilizando espécies nativas;
! Inclusão desta ZAF na criação da APA Costeira;
! Relocação das atuais ocupações que interferem com ecosistemas, mananciais e áreas alagadas/ alagáveis;
! Meliponicultura.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 2: PROTEÇÃO AMBIENTAL E ECOSSISTEMAS INTEGRADOS SUBZONA 2.4: BARREIRA FLORESTAL - ZPEC SUAPE
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos: ! Esta subzona compreende a
porção da Zona de Proteção Ecológica de SUAPE (ZPEC) conhecida como "barreira florestal" de Suape" situada a oeste da ferrovia que serve ao porto.
! Nela ocorrem dispersos diversas manchas de remanescentes de mata atlântica, juntamente com áreas revegetadas com mangueiras por SUAPE;
! Esta subzona abriga as barragens Bita e Utinga, que integram o sistema de abastecimento da RMR e do Complexo Industrial de Suape, estando incluída na área definida pela Lei estadual no. 9860/87 como proteção de mananciais;
! Principais problemas ! Degradação ambiental por
desmatamento, extração mineral, usos agrícola e residencial e, especificamente, ocupação das margens dos reservatórios Bita e Utinga.
Potencialidades ! Esta subzona se constitui
em "barreira florestal" separando a zona de Suape da zona urbana do Cabo;
! Esta subzona tem a função de proteger o entorno dos reservatórios Bita e Utinga;
! Área com recantos de notável beleza cênica.
Limitações ! As características desta
área impõem limitações aos usos que conflitem com os objetivos de conservação dos ecossistemas e recursos hídricos.
! Uso e ocupação do solo
e atividades econômicas sob controle e compatíveis com os objetivos de conservação ambiental da área;
! Margens dos reservatórios reflorestadas e desocupadas;
! Corredores ecológicos implantados;
! Áreas degradadas recuperadas e reflorestadas;
! "Zona de Preservação Ecológica" e "Parque Estadual" de Suape implantados.
! Desmatamento de
ecossistemas protegidos;
! Parcelamento do solo para fins urbanos;
! Emprego de agrotóxicos;
! Prática de queimadas; ! Exploração mineral em
ecossistemas protegidos;
! Disposição de resíduos sólidos;
! Indústrias.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos:
! Desenvolvimento
do ecoturismo, considerados os condicionantes e limitações relativos à proteção dos ecossistemas e desestímulo à ocupação. ! Pesca artesanal; ! Pesquisa científica.
! Recuperação das
áreas degradadas; ! Implantação de áreas
florestadas; ! Associadas à
conservação da biodiversidade local e à proteção dos mananciais; ! Desenvolvimento do
ecoturismo sustentável; ! Relocação das atuais
ocupações irregulares; ! Produção de alevinos
e peixamento de reservatórios; ! Utilização da base de
piscicultura existente e reservatórios para aqüicultura e produção pesqueira.
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3.3. ZONA-3: URBANA A Zona Urbana compreende quatro subzonas: i) núcleos urbanos localizados nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes; ii) futuras áreas de expansão urbana; iii) áreas urbanas carentes denominadas Núcleos Urbanos Especiais e iv) áreas urbanizáveis sujeitas a restrições de ordem topográfica ou ambiental. A Área Urbana é formada pelos Núcleos Urbanos do Cabo de Santo Agostinho, Ponte dos Carvalhos e Prazeres. As áreas de Expansão Urbana (subzona 3.2) são representadas pelas adjacências dos núcleos acima citados. A subzona denominada Núcleos Urbanos Especiais é constituída por áreas carentes e/ou precárias em infra-estrutura física e social (Charneca, Charnequinha e vilas Pirapama e Comportas) e assentamentos urbanos no entorno da lagoa Olho d'Água. As Áreas de Urbanização Restrita consistem de áreas de relevo acidentado ou entornos de manguezais e de matas de restinga distribuídas em segmentos descontínuos respectivamente localizados próximo à cidade do Cabo de Santo Agostinho, Ponte dos Carvalhos, Pontezinha e Comportas. Os núcleos urbanos do Cabo de Santo Agostinho, Ponte dos Carvalhos e Prazeres conformam uma subzona que caracteriza-se por alta densidade de ocupação, distribuída na sua maioria em espaços inadequados e/ou sem adequada dotação de infra-estrutura básica. E apesar de possuir um certo grau de consolidação, com uma diversificada oferta de comércio e serviços, essas ocupações apresentam precária qualidade ambiental urbana, especialmente nos trechos localizados em áreas de aterro de mangue, encostas ou ao longo de vias expressas. Estas formas de ocupação vêm resultando em progressiva degradação ambiental e das condições de vida, apresentado entre outros problemas, insalubridade e riscos de desabamento de encostas e progressivo aumento de acidentes de trânsito.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 3: URBANA SUBZONA 3.1: ÁREA URBANA
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Compreende as áreas
urbanas do Cabo de Santo Agostinho, Ponte dos Carvalhos e Pontezinha e parte da área urbana de Jaboatão dos Guararapes.
Principais problemas ! Forte crescimento
demográfico sem correspondente expansão da infra-estrutura física, social e econômica;
! Ocupação de mangues em Ponte dos Carvalhos e Pontezinha e áreas de risco (encostas com alta declividade e áreas sujeitas a enchentes, etc.);
! Deficiência/falta de saneamento básico em todos os núcleos urbanos;
! Poluição de mananciais superficiais (rio Pirapama e estuário do Pirapama - Jaboatão) e subterrâneos (Formação Cabo;
! Disposição inadequada do lixo;
! Ocupação urbana densa ao longo de vias expressas (BR-101 Sul e PE-060) e ferrovia, motivando freqüentes congestionamentos, poluição sonora e riscos de acidentes.
Potencialidades ! Os núcleos urbanos
desta subzona constituem áreas consolidadas onde se desenvolvem atividades de comércio, serviços e pequenas indústrias, servindo para abrigar grande contingente populacional.
Limitações ! Carência de espaço
para expansão da área urbana do Cabo de Santo Agostinho, de Ponte dos Carvalhos e Pontezinha;
! Insuficiência de água para abastecimento, determinada por limitações da infra-estrutura de regularização dos recursos hídricos.
! Uso e Ocupação do solo
ordenado e regulamentado por instrumentos normativos municipais, inclusive para áreas no entorno das vias expressas; ! Solos e corpos de água
recuperados, limpos e protegidos; ! Manguezais (próximos a
Ponte dos Carvalhos e Pontezinha) recuperados e preservados; ! Patrimônio histórico e
cultural recuperado, preservado e utilizado (requalificação) ! Sistemas de saneamento
básico implantados (esgotamento sanitário, abastecimento de água, drenagem, além de coleta, tratamento e disposição de resíduos sólidos) ! Comunidade consciente
dos problemas ambientais e com participação efetiva no processo de gestão pública; ! Mercado de trabalho
ampliado para absorver a mão-de-obra local; ! Mão-de-obra qualificada
para as atividades industriais e serviços; ! Margens dos rios Pirapama
e Jaboatão recuperadas e reflorestadas.
! Construção em áreas de
preservação permanente (encostas com declividade superior a 30% e em áreas de risco e/ou instabilidade (sujeitas a inundações, desabamentos, soterramentos, etc.));
! Aterros e construções em áreas de mangue;
! Corte da vegetação de mangue;
! Disposição de resíduos sólidos;
! Lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento adequado nos corpos de água;
! Lançamento de emissões industriais na atmosfera fora dos padrões determinados pela legislação ou por licenciamento do órgão ambiental;
! Obras que venham a descaracterizar o patrimônio histórico, cultural e ambiental.
Respeitadas as condições impostas pela legislação urbana municipal e diretrizes metropolitanas e do órgão ambiental competente, são admitidos os seguintes usos: ! Ocupação de
encostas com declividade entre 15 e 30%, mediante estudo e licenciamento; ! Exploração mineral; ! Atividade industrial
de pequeno e médio porte compatível com os demais usos; ! Implantação ou
expansão de núcleos urbanos.
! Ampliação da área
verde por habitante com criação de espaços públicos de amenização e lazer;
! Expansão / fortalecimento do comércio e dos serviços para atendimento à demanda local e regional, mormente ao turismo;
! Implantação/ampliação de infra-estrutura de esgotamento sanitário, abastecimento de água e de drenagem tanto das áreas urbanas consolidadas como das áreas de expansão;
! Coleta seletiva e reciclagem de lixo;
! Recuperação, preservação e valorização do patrimônio histórico e cultural;
! Instalação de equipamentos de recreação e lazer;
! Conservação dos espaços verdes;
! Obras que valorizem a paisagem;
! Recuperação e reflorestamento das margens dos rios Pirapama e Jaboatão.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 3: URBANA SUBZONA 3.2: EXPANSÃO URBANA
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO
POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Compreende áreas de
entorno dos núcleos urbanos do Cabo de Santo Agostinho, Ponte dos Carvalhos, Pontezinha e Lagoa Olho d'Água em Jaboatão dos Guararapes, favoráveis a ocupação urbana.
Principais problemas ! Áreas em processo
acelerado de ocupação desordenada e sujeitas a invasões.
Potencialidades ! Áreas de topografia
plana, constituindo alternativas viáveis de espaços para expansão urbana do Cabo de Santo Agostinho, Ponte dos Carvalhos, assim como áreas periféricas à Lagoa Olho d'Água.
Limitações ! Áreas carentes em
infra-estrutura urbana; ! Áreas adjacentes ou
cortadas por cursos de água (Pirapama, Gurjaú, Utinga de Cima e Santa Amélia), o que determina restrições ao uso e ocupação dos trechos ribeirinhos e áreas de cotas muito baixas.
! Uso e ocupação do solo
regulamentados e disciplinados através de instrumentos legais e de adequado controle pelos órgãos municipais e comunidade;
! Faixas marginais aos cursos de água recuperadas e reflorestadas.
! Usos incômodos e
nocivos a população, assim definidos por legislação e diretrizes específicas do órgão ambiental e municípios;
! Disposição de resíduos sólidos;
! Lançamento de efluentes industriais sem prévio e adequado tratamento aos corpos de água, ao solo ou atmosfera;
! Ocupações ou obras que venham a prejudicar a drenagem das águas pluviais e/ou o escoamento dos cursos de água;
! Expansão do uso residencial adjacente às rodovias.
Respeitadas as condições impostas pela legislação urbana municipal e diretrizes metropolitanas e do órgão ambiental competente, são admitidos os seguintes usos: ! Uso residencial; ! Atividades de
comércio e serviços; ! Indústrias de
pequeno porte e baixo potencial poluidor de acordo com critérios do órgão ambiental competente (CPRH).
! Implantação /ampliação de
sistemas de saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem);
! Serviços de coleta (inclusive seletiva) e reciclagem de resíduos sólidos;
! Criação de espaços públicos de amenização, recreação e lazer;
! Adequação do sistema viário local e intermunicipal;
! Regulamentação / implantação de travessias para pedestres nas vias expressas;
! Recuperação e conservação do patrimônio histórico e cultural;
! Regularização e adequação dos atuais parcelamentos;
! Obras que valorizem a paisagem;
! Melhoramento do padrão urbanístico dos loteamentos.
! Criação e conservação de áreas verdes;
! Recuperação e reflorestamento das faixas marginais dos cursos de água.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 3: URBANA SUBZONA 3.3: NÚCLEOS URBANOS ESPECIAIS
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Esta subzona
compreende áreas urbanas de baixo padrão, carentes e/ou precárias em infra-estrutura, sendo constituída pelos núcleos urbanos de Charneca, Charnequinha e vilas Pirapama e Comportas e assentamentos urbanos carentes no entorno da lagoa Olho d'Água.
Principais problemas Os principais problemas que afetam essas áreas dizem respeito a: ! Ausência de infra-
estrutura de saneamento básico;
! Precárias condições das vias públicas;
! Precariedade das condições de habitação;
! Condição fundiária urbana irregular;
! Carência de espaços verdes e de lazer.
Potencialidades ! Estas áreas abrigam
grandes contingentes de população de baixa-renda, que têm desenvolvido estratégias de sobrevivência em função do ambiente urbano.
Limitações ! Estas áreas têm sua
expansão limitada por diversos fatores adversos à ocupação (topografia desfavorável, áreas alagadas e alagáveis, ecossistemas protegidos por lei e escassez de espaços disponíveis para expansão).
! Regularização do uso e
ocupação do solo e integração destas áreas ao tecido urbano;
! Condições de vida da população e qualidade ambiental melhorada mediante: ! Sistemas de
saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e drenagem) implantados; ! Condições de
habitação melhoradas; ! Condições de saúde
pública melhorada.
! Novos estabelecimentos
industriais; ! Disposição de resíduos
sólidos; ! Ocupação de áreas de
risco.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos: ! Uso comercial e de
serviços; ! Atividades artesanais e
atividades produtivas de pequeno porte e baixo potencial poluidor, conforme critérios do órgão ambiental estadual competente.
! Regularização fundiária
e integração desses espaços, ao sistema urbano;
! Obras de engenharia para melhoria da infra-estrutura física e das condições ambientais;
! Adequação da localização das habitações, evitando-se a ocupação das áreas de risco;
! Controle da expansão urbana e adequação dos projetos conforme padrões próprios desses espaços;
! Criação de espaços verdes e de lazer.
28
ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 3: URBANA SUBZONA 3.4: URBANIZAÇÃO RESTRITA
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E
LIMITAÇÕES OBJETIVO
CENÁRIO 2010 USOS E ATIVIDADES
PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Compreende áreas
topograficamente acidentadas (encostas) e entornos de ecossistemas protegidos (manguezais e matas de restinga). Distribuem-se em quatro principais segmentos localizados próximos aos núcleos urbanos do Cabo de Santo Agostinho, Ponte dos Carvalhos Pontezinha, Vila Comportas e ao longo da BR-101.
Principais Problemas ! Tendência à ocupação
desordenada e/ou clandestina (inclusive com pressão sobre espaços protegidos por Lei - manguezais e mata de restinga - próximos a Ponte dos Carvalhos, Pontezinha e Vila Comportas);
! Tendência à proliferação de equipamentos urbanos, inclusive com sérios impactos à funcionalidade da BR-101 e riscos de sua descaracterização como via expressa.
Potencialidades ! Por situarem-se ao longo
e no entorno da BR-101, trecho Prazeres - Cabo de Santo Agostinho essas áreas são de fácil acesso e representam forte atrativo à ocupação.
Limitações ! Estas áreas apresentam;
trechos de acentuada declividade, assim como compreendem entornos de manguezais e matas de restinga e áreas alagáveis, o que constitui fortes restrições ao adensamento e limitam a ocupação.
! Uso de lazer, turismo e
residencial de baixíssima densidade;
! Relevo, solo e vegetação conservados e protegidos da ocupação irregular e/ou inadequada;
! Via expressa (BR-101) dotada dos necessários equipamentos de travessia e acesso local e livre de interferências que possam prejudicar o fluxo de veículos.
! Uso industrial; ! Loteamentos
residenciais com padrões urbanos;
! Uso intensivo de agrotóxicos;
! Usos que impliquem na supressão da vegetação ao longo dos cursos de água;
! Aterros e dragagens de áreas alagadas situadas ao longo dos cursos de água
Respeitadas as condições impostas pela legislação e desde que não afetem os ecossistemas, nem os viveiros estuarinos ou prejudiquem atividades pesqueiras, são admitidos os seguintes usos: ! Chácaras e sítios de
recreio; ! Parcelamento,
obedecidas às diretrizes municipais de ocupação do solo; ! Implantação de rede
viária local, conforme licenciamento e diretrizes dos órgãos reguladores competentes (DNER, FIDEM, CPRH e Prefeituras do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão);
! Usos tais como, lazer,
turismo e residencial de baixíssima densidade, de modo compatível com os objetivos de sustentabilidade ambiental;
! Reflorestamento da área livre dos lotes com espécies nativas;
! Recuperação da cobertura vegetal de encostas, margens de rios e entorno de manguezais.
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3.4. ZONA-4: INDUSTRIAL A Zona Industrial é formada por áreas descontínuas ao longo do eixo rodoviário BR-101 Sul e parte do complexo industrial portuário de Suape. Essas áreas estão representadas por i) Distrito Industrial do Cabo de Santo Agostinho; ii) Subzona Industrial Especial (Suape e Prazeres); iii) Bolsões de Indústria, Comércio e Serviços e iv) parte da zona Industrial de Suape. A subzona Industrial do Cabo de Santo Agostinho situa-se às margens da BR101, contígua á área urbana do Cabo de Santo Agostinho, sendo cortada pelo rio Pirapama. Por sua vez, a subzona Industrial Especial subdivide-se em dois trechos: a) Industrial Especial de Suape, setor recém criado, localizado entre os ramais ferroviários Cabo de Santo Agostinho - Recife e Suape - Recife, no Cabo de Santo Agostinho e b) Distrito Industrial de Prazeres, situado ao longo da antiga rodovia BR-101 e adjacente ao rio Jaboatão à Lagoa Olho d'Água. A subzona denominada Industrial de Suape está representada pela porção do Complexo Industrial Portuário de Suape localizada no município do Cabo de Santo Agostinho. Os Bolsões de Indústria, Comércio e Serviços são constituídos por quatro áreas descontínuas situadas ao longo da BR - 101, as quais enquadram-se em dois tipos: áreas industriais, de comércio e serviços (situados no Cabo de Santo Agostinho) e áreas de comércio e serviços, (situados no Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão). Embora localizado em terreno plano e servido pela malha rodoviária, o distrito industrial do Cabo apresenta problemas, tais como, ociosidade no uso dos espaços e insuficiência sazonal de vazões do rio Pirapama, no que toca às necessidades de abastecimento e diluição dos efluentes industriais. A isso acrescenta-se um potencial conflito: a entrada em operação da futura barragem do Pirapama interceptará o fluxo do rio, limitando as retiradas à montante e reduzindo as disponibilidades à jusante, acentuando dessa forma a disputa pelo uso da água e exigindo um adequado gerenciamento dos usos concorrentes, principalmente em vista da elevada retirada de 5,0 m3/s prevista para o abastecimento da RMR. Por outro lado, o setor industrial de Prazeres, margeado em grande parte pelo rio Jaboatão, apresenta limitações de água para seu abastecimento, havendo riscos de agravamento da poluição da lagoa Olho d'Água e do próprio rio por lançamento de efluentes e resíduos industriais. No que toca ao Complexo Industrial Portuário de Suape cabe destacar que transformações profundas vêm se processando (e ainda haverão de se processar) sobre esta área em função da implantação das obras previstas no Plano Diretor vigente - na forma de supressão de mangues, aterros, drenagens e abertura de canais de navegação (dársenas). Essas intervenções requerem adoção de medidas mitigadoras para minimização e controle dos impactos ambientais, bem como reparação de danos ambientais e monitoramento. Vislumbra-se para esta unidade de planejamento um cenário futuro construído com base em um gerenciamento ambiental que propicie o controle sobre os problemas apresentados e permita a otimização do uso do espaço e infra-estrutura disponíveis.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 4: INDUSTRIAL SUBZONA 4.1: INDUSTRIAL DO CABO DE SANTO AGOSTINHO
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Compreende o distrito
industriai do Cabo de Santo Agostinho, o qual situa-se à margem da BR-101, em terreno de relevo plano, ao longo do rio Pirapama.
Problemas • Ociosidade de espaço
disponível para instalação de industrias;
• Insuficiência de vazões do rio Pirapama na época de estiagem, seja para abastecimento, seja para diluição dos efluentes industriais;
• Potencial conflito de uso da água diante dos usos concorrentes e da iminente entrada em operação da barragem do Pirapama prevista para retirar uma descarga regularizada próxima de 5,0 m3/s para abastecimento da RMR.
Potencialidades ! A área onde localiza-se
o Distrito Industrial do Cabo é servida por malha rodoviária estadual e federal através da BR-101 e PE-60;
! É cortada pelo rio Pirapama que tanto lhe serve de fonte de abastecimento quanto como receptor de efluentes industriais.
Limitações ! A disponibilidade de
água para as indústrias situadas à jusante da barragem estará limitada por liberações da ordem de 1,0 m3/s (conforme previsto pela SRH na outorgado para a barragem do Pirapama).
• Espaço dos Distritos
Industriais do Cabo e Prazeres otimizado, quanto à utilização dos lotes industriais e infra-estrutura física;
• Indústrias com Sistemas de Gerenciamento Ambiental implantados e adequado controle sobre o lançamento de efluentes, emissões atmosféricas e produção de resíduos sólidos e consumo de energia, matérias-primas e água minimizada.
! Uso residencial; ! Uso agrícola.
Respeitadas as condições impostas pela legislação, são admitidos os seguintes usos:
! Uso industrial,
respeitado os cuidados quanto à poluição hídrica (rios Pirapama e Jaboatão e Lagoa Olho d'Água), atmosférica e segurança do público; ! Sistemas de tratamento
de resíduos sólidos; ! Uso comercial e serviços
• Instalação nas
indústrias, de sistemas adequados de controle de poluição;
• Otimização do espaço ocioso dos Distritos Industriais;
• Diversificação e fortalecimento da atividade industrial;
! Instalação de indústria de beneficiamento de produtos regionais;
! Política industrial de incentivo ao beneficiamento de produtos regionais.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 4: INDUSTRIAL SUBZONA 4.2: INDUSTRIAL ESPECIAL
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! A subzona industrial
especial compreende dois setores: ! setor I - área
pertencente ao Complexo industrial portuário de Suape, situada a leste e próxima ao núcleo urbano do Cabo de Sto. Agostinho; e ! setor II - localizado em
Jaboatão dos Guararapes, integrando o Distrito industrial de Prazeres.
Principais problemas ! Por localizarem-se
próximas a áreas urbanas estes setores industriais envolvem potenciais incômodos e riscos à população, devendo, portanto, ser objeto de controle rigoroso quanto ao tipo de indústria e natureza das emissões.
Potencialidades ! Ambos os setores são
situados em áreas de relevo plano e encontram-se bem localizadas relativamente a vias de escoamento para os portos de Recife e Suape, sendo servidos pela BR - 101; ! O setor II, Industrial de
Prazeres, tem no rio Jaboatão o corpo receptor dos efluentes industriais.
Limitações ! Entre os fatores que limitam o
uso destas áreas destacam-se a sua inserção urbana e suas limitadas dimensões, que condicionam a expansão da atividade industrial e restringem Quanto ao tipo de industria que poderá ali se instalar; ! O Setor Especial de Suape
encontra-se afastado da rede hidrográfica, não possuindo, portanto, corpo de água receptor de efluentes industriais.
! Consolidação do
uso industrial compatível com os demais usos das áreas vizinhas; ! Industrias com
adequados sistemas de controle da poluição implantados.
! Industrias de grande
porte e/ou alto potencial poluidor; ! Uso residencial ! Agricultura ! Exploração mineral.
Respeitadas as condições impostas pela legislação e as restrições e condicionantes definidos pela CPRH, FIDEM e Prefeituras do Cabo do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, são admitidos os seguintes usos:
! Industrias de baixo
potencial poluidor; ! Atividades comerciais
atacadistas; ! Tratamento de
resíduos sólidos de baixo potencial poluidor.
• Instalação nas
indústrias, de sistema adequado de controle da poluição;
• Diversificação e fortalecimento da atividade industrial de pequeno e médio ponte e baixo potencial poluidor.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 4: INDUSTRIAL SUBZONA 4.3: INDUSTRIAL DE SUAPE
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! A subzona industrial de
Suape consiste de parte da Zona Industrial Portuária situada no município do Cabo de Santo Agostinho.
Principais problemas ! Aterro de manguezais
para implantação de infra-estrutura industrial e portuária, resultando em impactos ambientais negativos na forma de supressão de ecossistemas, gerando efeitos diretos sobre a produtividade do estuário e a pesca artesanal e repercutindo sobre a atividade turística;
! Poluição por efluentes industriais.
Potencialidades ! Área de grande diversidade
biológica, reconhecendo-se a sua importância para a reprodução da fauna costeira e marinha e para a população que sobrevive da pesca;
! Área de grande beleza cênica e potencial ecoturístico;
! Área servida pela PE-60 e ferrovia que liga a ZIPS ao porto do Recife.
Limitações ! Vulnerabilidade dos
ecossistemas estuarinos às alterações que vêm se processando na área para construção do porto interno;
! Relevo acidentado em grande parte da área destinada à instalação de indústrias;
! O acesso à essa área por via aquática ainda é difícil e sua utilização para fins industriais depende da construção das "dársenas" (canais abertos através do estuário) que compõem as obras do porto interno.
! As áreas de "retroporto" requerem a execução de aterros em grandes extensões de áreas estuarinas afetando manguezais e margens de rios.
! Manguezal
remanescente protegido e supressões devidamente compensadas;
! Recursos hídricos protegidos e monitorados;
! Atividades industriais e portuárias consolidadas e com adequado sistema de gerenciamento e controle da poluição;
! Infra-estrutura industrial - portuária e de serviços implantadas conforme diretrizes e cronograma previstos;
! Plano Diretor revisto e monitorado conforme o EIA-RIMA e em compatibilidade com os Planos Diretores Municipais do Cabo e Ipojuca;
! Plano de contingência e gerenciamento de riscos implantado.
! Corte indiscriminado
e sem licenciamento, da vegetação nativa;
! Ocupação de áreas legalmente definidas como de proteção do relevo, mananciais e demais corpos de água;
! Lançamento de efluentes domésticos e industriais no solo e nos corpos de água, sem tratamento adequado;
Cumpridas as exigências legais e respeitadas as condições impostas pelo licenciamento ambiental, admitem-se as Seguintes intervenções previstas no Plano Diretor; ! Obras portuárias; ! Movimentos de terra
em obras modificadoras do relevo;
! Dragagens e retificações de cursos de água;
! Extração mineral; ! Silvicultura e outras
formas de manejo florestal;
! Tratamento e disposição adequados de resíduos sólidos;
! Indústrias.
• Recuperação de
áreas degradadas e recomposição da vegetação nativa;
• Implantação de sistemas de controle da poluição nas industrias;
• Regulamentação da pesca e do acesso dos pescadores às áreas de pesca;
• Atividades náuticas e de ecoturismo.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 4: INDUSTRIAL SUBZONA 4. 4: BOLSÕES DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Os Bolsões são
constituídos por quatro áreas distribuídas ao longo da BR-101 Sul, nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, enquadrando-se em dois principais tipos: ! Bolsão tipo I -
Industrial, comercial e serviços, referente às áreas situadas no Cabo de Santo Agostinho; ! Bolsão tipo 2 - Especial
de Comércio e Serviços, referente às áreas situadas nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes.
Principais problemas ! Localizadas ao longo da
BR-101, essas áreas estão sujeitas a pressões, que na ausência de rigoroso disciplinamento e controle poderão resultar em invasões e/ou ocupação desordenada; ! Risco de adensamento
urbano ao longo da BR-101 com prejuízo ao fluxo e segurança do tráfego.
Potencialidades ! Por sua localização
essas áreas representam forte atrativo para atividades industriais de pequeno porte, comércio e serviços.
Limitações ! Existência de áreas
com declividades acentuadas e formações rochosas de grande beleza paisagística que merecem ser preservadas da ocupação;
! Se por um lado o fácil acesso representa atrativo, por outro, sua localização à margem da BR-10 é pouco compatível com a ocupação densa ou fluxo intenso de pessoas e veículos.
! Bolsões implantados,
conforme planos urbanísticos específicos, estabelecidos para os municípios de Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes.
! Instalação de indústrias
de grande porte; ! Lançamento nos
corpos de água, de efluentes industriais que não satisfaçam aos padrões de qualidade previstos para o rio Pirapama e área estuarina;
! Disposição de resíduos sólidos;
! Ocupação, desmatamento e movimento de terra em encostas com declividade superior a 30%;
! Atividades que intensifiquem o fluxo e circulação de pedestres, tais como: escolas, hospitais, comércio varejista, estacionamentos, etc.
Respeitadas as condições impostas pela legislação vigente e parâmetros urbanísticos definidos pelas prefeituras do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes e FIDEM, são admitidos os seguintes usos:
! Bolsões tipo I:
Industrial, comercial e serviços com implantação de Indústrias de médio porte;
! Bolsões tipo 2: Comercial e serviços com uso predominante de comércio atacadista e varejista de grande e médio porte e serviços rodoviários;
! Acessos aos lotes feitos por vias locais marginais à BR-101.
• Uso industrial,
comercial e serviços de pequeno e médio porte, de acordo com Planos Urbanísticos municipais e diretrizes dos órgãos competentes (FIDEM, CPRH, DNER);
• Implantação de vias
marginais locais de acesso aos "bolsões" e outros equipamentos de segurança, tais como passarelas de travessia para pedestres;
• Reflorestamento e
obras de proteção de encostas, visando a proteção do solo e recursos hídricos.
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3.5. ZONA-5: RURAL DIVERSIFICADA A Zona Rural Diversificada corresponde à porção oeste da área de abrangência do Projeto Pirapama, compreendendo áreas rurais dos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Pombos e Vitória de Santo Antão. Esta zona possui a presença marcante de remanescentes de mata atlântica, águas superficiais e subterrâneas, sedes de engenhos, locais históricos e de rara beleza paisagística, áreas de plantio de cana-de-açúcar e diversas unidades agro-industriais em pleno funcionamento (destilarias e usinas), além de agrovilas e assentamentos agrícolas. A Zona Rural Diversificada representa mais de dois terços da área contemplada pelo Projeto Pirapama, possuindo uma diversidade de vocações econômicas e de características ambientais que conduzem à sua subdivisão em pelo menos cinco principais sub-áreas. Constituem estas, i) bacia do rio Gurjaú, denominada subzona de Diversificação Econômica e Proteção do Patrimônio Ambiental e Histórico; ii) área de Proteção do Reservatório a ser formado pela barragem do Pirapama; iii) região ocupada por assentamentos agrícolas localizados nas bacias dos riachos Cajabuçu e Macacos e afluentes do Pirapama pela margem direita, além de outras áreas localizadas nos municípios de Pombos e Vitória de Santo Antão; iv) área onde domina a monocultura da cana-de-açúcar na qual localizam-se as destilarias JB, Sibéria e INEXPORT, aqui denominada Agroindustrial do Pirapama.; e v) área representada pelos sete espaços protegidos - "reservas estaduais" - remanescentes de mata atlântica, que distribuem-se de forma dispersa nesta zona. Esses aspectos propiciam potencial para a exploração de atividades agrícolas e turísticas (turismo rural, histórico e ecológico), além de conter o maior potencial de água doce utilizável para abastecimento. No entanto, as atividades humanas na região, sobretudo, representadas pela ocupação e exploração irracional dos recursos naturais vem sendo responsável pela degradação de matas, rios e reservatórios. Os conflitos gerados por essas atividades, considerados à luz das potencialidades da zona constituem o principal alvo do zoneamento em pauta, requerendo indicação de restrições dos usos agressivos ao meio ambiente e incentivos àqueles que permitam a diversificação de usos e atividades, conjugada à recuperação, preservação e o manejo sustentável dos recursos naturais.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 5: RURAL DIVERSIFICADA SUBZONA 5.1 DIVERSIFICAÇÃO ECONÔMICA E PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL E HISTÓRICO
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos: ! Represas: Sistema Gurjaú
(Gurjaú e Sucupema); ! Sítios históricos: Engenhos
São Brás, Gurjaú de Cima, Gurjaú de Baixo, Matas, Coimbra, Novo da Conceição; ! Cana-de-açúcar e policultura. Principais problemas ! Degradação dos Sítios
Históricos; ! Degradação dos recursos
hídricos por escoamento da vinhaça e agrotóxicos e transporte de sedimentos para os rios, situação esta agravada em conseqüência de supressão de matas, remoção da vegetação ciliar e ocupação de margens de rios; ! Degradação dos
remanescentes de Mata Atlântica por invasão pela cana-de-açúcar, ocupações clandestinas e retirada de lenha, etc. ! Práticas agrícolas
potencialmente degradadoras do solo e dos recursos hídricos por uso de agrotóxicos, queimadas, cultivo em declividades acentuadas, etc. ! Conflitos entre a forma como é
praticada a atividade agroindustrial e a proteção de ecossistemas, recursos hídricos e sítios históricos.
Potencialidades ! Região abundante em água,
englobando a bacia do rio Gurjaú. Possui diversas nascentes com cursos d'água perenes e açudes (sistema Gurjaú, que abastece a RMR): há previsão para implantação de mais uma obra de regularização no rio Gurjaú: o açude São Brás; ! Possui expressivo patrimônio
ambiental e histórico (matas, sedes de engenho e entornos) com diversos locais propícios ao desenvolvimento do agroecoturismo; ! A Atividade agroindustrial é
representada pela Usina Bom Jesus e engenhos canavieiros.
Limitações ! Recursos hídricos
disponíveis comprometidos com o abastecimento da RMR; ! Precária infra-estrutura física
e serviços (sistema viário, eletrificação rural, saúde, educação e transporte). ! Freqüentes ocorrências de
áreas com acentuada declividade; ! Solos com baixa fertilidade e
presença de afloramentos rochosos;
! Patrimônio
ambiental, histórico e cultural revitalizado e preservado, com florestas e matas ciliares recuperadas; ! Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) implantadas nas áreas de domínio privado; ! Uso e ocupação do
solo e atividades econômicas do entorno da UCs sob controle e compatíveis com os objetivos de conservação ambiental das áreas; ! Recursos hídricos
adequadamente geridos e preservados; ! Efeitos ambientais
da atividade agrícola controlados; ! Atividades turísticas
(agroecoturismo e turismo rural) plenamente desenvolvidas.
! Desmatamento de
vegetação remanescente de mata atlântica;
! Distritos Industriais; ! Unidades industriais
e atividades de alto e médio potencial poluidor ou que demandem expressivas quantidades de água;
! Construção de barragens não previstas no Plano Diretor de Recursos Hídricos;
! Queimadas em áreas que ofereçam risco à integridade das matas.
Respeitadas as condições impostas pela legislação vigente são admitidos os seguintes usos:
• Sítios e chácaras
de recreio; • Agrovilas; • Atividades
agrícolas e pecuárias, condicionadas aos objetivos de proteção dos recursos hídricos e dos remanescentes de Mata Atlântica.
! Diversificação do uso
agrícola do solo; ! Produção artesanal; ! Circuitos turísticos
(agroecoturismo e turismo rural);
! Reflorestamento de áreas sensíveis, de proteção permanente (remanescentes de matas, margens de rios e reservatórios, encostas, etc.) e formação de corredores ecológicos;
! Preservação / recuperação de sítios históricos;
! Implantação de áreas de reserva legal;
! Produção de mudas de plantas nativas;
! Agricultura sustentável com manejo adequado do solo e recursos hídricos e emprego controlado de agroquímicos, desde que não seja conflitante com os objetivos de uso da água para abastecimento;
! Manejo sustentável de áreas florestadas, admitindo-se consórcios, fruticultura e silvicultura;
! Melhoria da infra-estrutura física e serviços (sistema viário, eletrificação rural, comunicação, saúde, educação e transporte).
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 5: RURAL DIVERSIFICADA SUBZONA 5.2: PROTEÇÃO DO RESERVATÓRIO DO PIRAPAMA
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS PERMITIDOS A INCENTIVAR
Elementos característicos • Barragem do Pirapama (em
construção); • Agricultura representada por
cana-de-açúcar e policultura; • Área anteriormente
parcelada para agricultura (antigo projeto da CRC e Cooperativa de Tiriri).
Problemas • Degradação dos recursos
hídricos por aporte de sedimentos e matéria orgânica proveniente de fertilizantes e resíduos da vinhaça para os leitos de rios, assim como supressão de matas, remoção da vegetação ciliar e ocupação de margens;
• Práticas agrícolas baseadas no uso intensivo de agrotóxicos, potencialmente degradadoras do solo e dos recursos hídricos;
• Uso agrícola do solo conflitante com a conservação dos recursos hídricos e particularmente, com a conservação da qualidade da água do reservatório do Pirapama e com sua destinação para abastecimento humano;
Potencialidades • Área atravessada pelo
rio Pirapama, circundando o local onde se dará o represamento do rio pela barragem, atualmente em construção.
Limitações • Relevo ondulado com
freqüentes ocorrências de áreas íngremes;
• Solos com limitação de fertilidade;
• Limitações ao uso dos recursos hídricos em função de seu comprometimento com o abastecimento da RMR e estabelecimentos industriais;
• Restrições ao uso agrícola do solo em função da proteção do reservatório do Pirapama;
• Precária infra-estrutura física e de serviços (sistema viário, eletrificação rural, comunicação, saúde, educação e transporte)
• Florestas e matas
ciliares recuperados; • Recursos hídricos
adequadamente geridos e preservados;
• Barragem do Pirapama construída e em pleno funcionamento;
• Uso agrícola do solo adequado aos objetivos de uso da água para abastecimento e efeitos ambientais da atividade agrícola controlados;
• Equilíbrio entre as funções do reservatório em abastecer a RMR e suprir as necessidades de água da própria bacia do Pirapama;
• Acessos viários e demais obras infra-estruturas atingidas pelo reservatório do Pirapama, restabelecidas.
• Uso Industrial; • Uso residencial
urbano; • Práticas agrícolas que
demandem uso de agrotóxicos, exponham o solo a erosão ou que possam contribuir para o assoreamento do reservatório;
• Irrigação; • Desmatamento; • Agricultura dentro da
faixa de proteção do reservatório;
• Disposição de resíduos.
Respeitadas as condições impostas pela legislação vigente, são admitidos os seguintes usos: • Atividades
agrícolas, desde que condicionadas aos objetivos e diretrizes de proteção dos recursos hídricos;
• Pecuária.
• Reflorestamento de
áreas sensíveis e de proteção permanente (remanescentes de matas, margens de rios e reservatórios, encostas, etc.);
• Implantação de áreas de reserva legal em todas as propriedades;
• Agricultura sustentável com manejo adequado do solo e conservação dos recursos naturais;
• Manejo sustentável de áreas florestadas, admitindo-se consórcios, fruticultura e silvicultura;
• Melhoria da infra-estrutura física e reconstrução do trecho da estrada que será atingida pela formação do reservatório em local adequado.
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 5: RURAL DIVERSIFICADA SUBZONA 5.3 AGROINDUSTRIAL DO PIRAPAMA
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Remanescentes de Mata
Atlântica: matas do Cidadão e da Alegria em Escada, e as existentes nos municípios de Pombos e Vitória de Sto. Antão; ! Policultura na bacia do
riacho Arandu em Pombos e granjas, fazendas e glebas da cooperativa de Tiriri; ! Engenhos fornecedores de
cana-de-açúcar; ! Destilarias: INEXPORT, JB
e SIBÉRIA Principais problemas ! Degradação dos recursos
hídricos por lixiviação de resíduos de vinhaça e agrotóxicos ou arraste de sedimentos para os cursos de água; ! Degradação dos
remanescentes de Mata Atlântica por invasão pela cana-de-açúcar, ocupações, retirada de lenha, etc; ! Remoção da vegetação
ciliar e ocupação de margens de rios com agricultura; ! Práticas agrícolas
degradadoras do solo e dos recursos hídricos (uso de agrotóxicos, queimadas, cultivo em áreas íngremes).
Potencialidades ! Área servida pelo rio Pirapama,
compreendendo grande parte da área de drenagem do mesmo à montante do reservatório a ser formado pela barragem do Pirapama; ! Região possuindo diversas
nascentes, cursos d'água perenes e açudes (nascentes do Pirapama e outras originárias da Serra do Urucu, matas do Cidadão e Alegria em Escada e matas dos municípios de Vitória e Pombos); ! Existência de patrimônio ambiental
(matas) e histórico (sedes de engenhos), com diversos locais de rara beleza, propícios ao desenvolvimento do ecoturismo e turismo rural; ! Atividades produtivas
representadas principalmente por agroindústrias e engenhos fornecedores de cana.
Limitações ! Relevo (altas declividades); ! Solos (baixa fertilidade,
afloramentos, etc.); ! Uso dos recursos hídricos limitado
pelo seu comprometimento com o abastecimento da RMR; ! Conflitos de objetivos de uso entre
a atividade agroindustrial e a proteção de ecossistemas (matas), recursos hídricos e sítios históricos.
! Patrimônio
ambiental, histórico e cultural revitalizados e preservados; ! Recursos
hídricos adequadamente geridos e preservados; ! Remanescentes
de Matas com sua regulamentação revista e com planos de manejo implantados; ! Impactos
ambientais da atividade agrícola controlados; ! Atividades
turísticas (agroecoturismo e turismo rural) plenamente desenvolvidas.
! Distritos Industriais; ! Industrias e atividades
de alto e médio potencial poluidor ou que demandem expressivas quantidades de água; ! Desmatamento de
vegetação remanescente de Mata Atlântica, em topos de morro e em demais áreas de proteção de mananciais; ! Queimadas próximas
ou em áreas que ofereçam risco à integridade das matas.
Respeitadas as condições impostas pela legislação vigente e exigências de outorga de uso da água e do licenciamento ambiental, são admitidos os seguintes usos: • Sítios e chácaras
de recreio; • Agrovilas; • Atividades
agrícolas, desde que condicionadas aos objetivos de proteção dos recursos hídricos e dos remanescentes de Mata Atlântica;
• Pecuária. • Construção de
barragens que comprometam as afluências para a barragem do Pirapama.
• Diversificação do uso
agrícola do solo; • Produção artesanal; • Circuitos turísticos
(agroecoturismo e turismo rural);
• Reflorestamento de áreas sensíveis: e de proteção permanente (remanescentes de matas, margens de rios e reservatórios, encostas, etc.);
• Preservação / recuperação de sítios históricos;
• Implantação de áreas de reserva legal em todas as propriedades;
• Produção de mudas de plantas nativas;
• Agricultura sustentável (com manejo adequado do solo, conservação dos recursos naturais e emprego de métodos naturais de defesa das culturas e de fertilização do solo, emprego controlado de agroquímicos, etc. );
• Manejo sustentável de áreas florestadas, admitindo-se consórcios, fruticultura e silvicultura;
• Melhoria da infra-estrutura física e serviços (sistema viário, eletrificação rural, comunicação, saúde, educação e transporte)
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 5: RURAL DIVERSIFICADA SUBZONA 5.4 DIVERSIFICAÇÃO AGRÍCOLA E ASSENTAMENTOS
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
OBJETIVO CENÁRIO 2010
USOS E ATIVIDADES PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos: • Áreas agrícolas: policulturas,
sítios, plantações de cana-de-açúcar, assentamentos rurais (Arariba de Baixo, Arariba da Pedra, Arariba de Cima, Potosi, Engenho Ronda) e antigos engenhos (Jardim, Caraúna, Javunda e Canzanzas);
• Vila/Povoado: Jussaral no Cabo e Massaranduba em Moreno;
• Remanescentes de mata atlântica e recantos de notável beleza paisagística (Pedra da Pimenta).
Principais problemas • A UC Mata da Serra do Cotovelo
encontra-se encravada nos engenhos /assentamentos Paris, Pimentel e Arariba da Pedra, com provável superposição / conflito de espaços;
• Degradação dos remanescentes de Mata Atlântica por ocupações, retirada de lenha e cultivo da cana-de-açúcar;
• Supressão da vegetação ciliar e ocupação de margens de cursos de água (riacho dos Macacos, Cajabuçu, Gurjaú, etc.);
• Práticas agrícolas degradadoras do solo e dos recursos hídricos (uso de agrotóxicos, queimadas, cultivo em áreas íngremes);
• Potencial conflito de uso da água entre agricultores e a Destilaria Inexport;
• Baixa produtividade agrícola, elevado nível de desemprego e concentração fundiária.
Potencialidades ! Oferta de recursos
hídricos com existência de cursos d'água perenes e lençol freático à pouca profundidade; ! Ocorrência de locais
de rara beleza cênica (Pedra da Pimenta e arredores), propícios ao desenvolvimento do ecoturismo e turismo rural; ! Áreas de
assentamento destinadas a policultura.
Limitações ! Relevo (declividade); ! Solos (baixa
fertilidade, afloramentos rochosos); ! Comprometimento do
riacho dos Macacos com o abastecimento da destilaria Inexport; ! Atividade agrícola
condicionada aos objetivos de proteção de matas e mananciais; ! Precária infra-
estrutura física e serviços (sistema viário, eletrificação rural, comunicação, saúde, educação e transporte).
• Patrimônio ambiental,
histórico e cultural revitalizado e preservado;
• Recursos hídricos; preservados e com seu uso controlado;
• Remanescentes de Mata Atlântica tombados e unidades de conservação criadas ou com sua regulamentação revista e planos de manejo implantados;
• Assentamentos agrícolas implantados e desenvolvidos segundo práticas agrícolas sustentáveis e respeitando os limites da UCs;
• Policultura desenvolvida em bases sustentáveis;
• Efeitos ambientais da atividade agrícola controlados;
• Atividades turísticas (agroecoturismo e turismo rural) plenamente desenvolvidas;
• Comunidades assistidas, conscientes dos problemas ambientais e de sua realidade, integradas aos projetos socieconômicos e ambientais e com participação efetiva na gestão do espaço;
• Acesso à terra assegurado.
! Distritos Industriais; ! Atividades
industriais de alto e médio potencial poluidor ou que demandem expressivas quantidades de água; ! Exploração de
madeira das matas nativas; ! Parcelamento
urbano do solo em novas áreas, excetuando-se as vilas Jussaral e Massaranduba; ! Queimadas em
áreas que ofereçam risco à integridade das matas.
Respeitadas as condições impostas pela legislação vigente, são admitidos os seguintes usos:
• Assentamentos
rurais; • Sítios e chácaras
de recreio; • Agrovilas; • Pequenas obras
de barramento de cursos d'água;
• Irrigação controlada;
• Pecuária.
• Diversificação agrícola; • Produção artesanal; • Preservação / recuperação de
sítios históricos; • Reflorestamento de áreas
sensíveis: e de proteção permanente (remanescentes de Mata Atlântica, margens de rios e reservatórios, encostas, etc);
• Implantação de áreas de reserva legal em todas as propriedades;
• Implantação de RPPNs; • Produção de mudas de plantas
nativas; • Agricultura sustentável (com
manejo adequado do solo, conservação dos recursos naturais, emprego de métodos naturais de defesa e de fertilização, emprego controlado de agroquímicos );
• Manejo sustentável de áreas florestadas, admitindo-se consórcios, fruticultura e silvicultura.
• Ampliação do atendimento à educação e à saúde;
• Apoio técnico e financeiro às comunidades policultoras;
• Implantação / recuperação de infra-estrutura viária e eletrificação rural e serviços de comunicação e transporte;
• Educação ambiental; • Melhoria da infra-estrutura física
e serviços (sistema viário, eletrificação rural, comunicação, saúde, educação e transporte).
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ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO DA BACIA DO PIRAPAMA ZONA 5: RURAL DIVERSIFICADA SUBZONA 5.5 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DESCRIÇÃO POTENCIALIDADES E
LIMITAÇÕES OBJETIVO
CENÁRIO 2010 USOS E ATIVIDADES
PROIBIDOS COM RESTRIÇÕES A INCENTIVAR
Elementos característicos ! Remanescentes de mata
atlântica protegidos pela Lei estadual no. 9989/87: Gurjaú, Contraçude, Caraúna, Bom Jardim, Serra do Cumaru, Serra do Cotovelo e Serra do Urucu. ! Demais remanescentes de
mata atlântica não contemplados pela legislação estadual (matas do Cidadão e Alegria em Escada e matas dos municípios de Vitória e Pombos).
Principais problemas ! Degradação dos
remanescentes de mata atlântica (unidades de conservação) e dos ecossistemas de entorno, em decorrência de queimadas, extração de madeira, extração mineral, uso agrícola e outros; ! Falta de regulamentação
dos instrumentos legislativos de proteção dos remanescentes de mata atlântica, aliada a ineficiente controle ambiental, o que limita a efetiva proteção desses ecossistemas.
Potencialidades ! Os remanescentes de
mata atlântica existentes destacam-se pela notável beleza cênica, biodiversidade, refúgio da fauna local e como elementos protetores do relevo e mananciais. ! A proteção da área se
justifica não apenas pela manutenção da diversidade biológica, mas, sobretudo, pela proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos que compõem o sistema hidrográfico do Pirapama e de seu potencial ecoturístico.
Limitações ! As características desta
área impõem limitações aos usos que conflitem com os objetivos de conservação dos ecossistemas e recursos hídricos existentes.
! Unidades de
conservação revistas, recuperadas e ampliadas e com planos de manejo implantados; ! Reservas Particulares do
Patrimônio Natural (RPPN) implantadas nas áreas de domínio privado; ! Uso e ocupação do solo
e atividades econômicas do entorno sob controle e compatíveis com os objetivos de conservação ambiental da área; ! Patrimônio ambiental
revitalizado e preservado; ! Atividades turísticas
(agroecoturismo e turismo rural) plenamente desenvolvidas; ! Novas Unidades de
Conservação (estaduais e/ou municipais) criadas com vistas à proteção das matas remanescentes.
! Parcelamento e qualquer
forma de ocupação do solo no entorno dessas áreas conflitante com os objetivos de sua conservação; ! Extração mineral; ! Desmatamento; ! Exploração
agropecuária; ! Prática de "queimada"
em áreas próximas às Unidades de Conservação existentes; ! Disposição de resíduos
sólidos e efluentes de qualquer natureza; ! Emprego de agrotóxicos; ! Redução das áreas das
UCs; ! Parcelamento e qualquer
forma de ocupação.
Respeitadas as condições impostas pela legislação vigente, são admitidos os seguintes usos: ! Agroecoturismo e
turismo rural; ! Pesquisa científica; ! Atividades compatíveis
com os planos de manejo das Unidades de Conservação - UC.
• Ampliação das UCs; • Atividades que visem a
conservação da biodiversidade local;
• Recuperação e reflorestamento das áreas degradadas, com espécies nativas;
• Revisão das categorias de manejo e elaboração dos planos de manejo;
• Criação de RPPN’s em áreas de domínio privado;
• Desenvolvimento do ecoturismo;
• Preservação / recuperação de sítios históricos;
• Produção de mudas de plantas nativas;
• Implantação de cultivos permanentes no entorno das UCs, tais como: fruticultura, silvicultura e consórcios;
• Criação de novas unidades de conservação estaduais ou municipais.
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4. CONCLUSÕES Este zoneamento constitui instrumento normativo, aperfeiçoado através de discussões em fóruns específicos e aprovado no âmbito do Comitê da Bacia do Pirapama. Como próximo passo, deverá ser objeto de ampla divulgação junto a comunidade em geral, visando a compreensão desta para o cumprimento das normas propostas. Paralelamente a este processo, ações têm sido empreendidas para o fortalecimento institucional devendo culminar na adequação da legislação existente, incluindo a melhoria do controle do uso e ocupação do solo e a implantação de um sistema de informações ambientais como base para o monitoramento. É de fundamental importância que os órgãos competentes municipais e estaduais incorporem diretrizes desse estudo, detalhando e complementando-as naqueles aspectos que lhes são atribuídos, e transformando-as em instrumentos legais e normativos que auxiliem na efetiva gestão ambiental da área da bacia em busca do desenvolvimento sustentável da bacia do Pirapama.
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5. ANEXO: MAPAS
MAPA 01 - MACROZONEAMENTO
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5. ANEXO: MAPAS
MAPA 02 - ZONAS
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5. ANEXO: MAPAS
MAPA 03 - SUBZONAS
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