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UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E PESQUISA - UNISEPE FACULDADE SÃO LOURENÇO
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ANAIS 4ª JORNADA DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA
Faculdade São Lourenço
DEZEMBRO 2017
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ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA FSL
Mantenedora
Diretor Presidente da Mantenedora
Guilherme Bernardes Filho
Diretor Tesoureiro da Mantenedora
Aderbal Alfredo Calderari Bernardes
Diretor Secretário da Mantenedora
Guilherme Bernardes
Coordenador Geral
Guilherme Bernardes Filho
Faculdade de São Lourenço
Diretora da Faculdade de São Lourenço
Vanessa Tavares Vale
Coordenadora Administrativa da Faculdade de São Lourenço
Helisângela Fernandes
Coordenadores
Nei Domiciano da Silva
Isabela Bacelar
Rodolfo Ribeiro Junior
Silvana Santos Gaspar
Henrique Touguinha
Cristiany Reis Costa F. Pinto
Larissa Bustamante
Roberto Silva de Souza
Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica
Rafaela Ferreira França
Andreza S. M. Dionello
Eliete Lourdes de Almeida Augusto
Leandro José Ferreira Domingues
Wagner Saraiva S. L. Boechat
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Apresentação
A Jornada de Iniciação Científica é um evento anual promovido pela Faculdade de São
Lourenço para incentivar a pesquisa científica. Trata-se de uma oportunidade para divulgar e
debater os trabalhos científicos desenvolvidos pelos discentes nas grandes áreas do
conhecimento por meio de exposição de trabalhos e publicações.
Um dos principais objetivos é fortalecer a pesquisa como um importante instrumento na
construção do conhecimento do aluno, contribuindo com uma formação crítica, inovadora e
criativa.
O tema da edição de 2017 foi ―Ciência, educação e (des)envolvimento humano‖. Os
trabalhos apresentados foram avaliados e encaminhados para publicação nas Revistas
Eletrônicas Unisepe conformes elencados a seguir.
Revista Título do trabalho
Gestão em Foco
A metodologia Kaizen e o processo de melhoria contínua
É impossível progredir sem mudança e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada
Férias trabalhistas
Inflação e desemprego
Reforma trabalhista e a perda do direito à homologação na rescisão de contrato de trabalho
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Educação em Foco
As lutas na educação física escolar: restrições e possibilidades de ensino
Análise da auto percepção da imagem corporal de estudantes universitários e associações com comportamentos em saúde - um estudo piloto
Educação física escolar: o olhar da educação física escolar para alunos
A contribuição dos jogos para o desenvolvimento do eixo matemática na educação infantil
A importância da atividade lúdica para o desenvolvimento infantil
A importância da atividade lúdica para o trabalho pedagógico
A importância da consciência fonológica no processo de aquisição de leitura e escrita
A importância dos jogos e das brincadeiras lúdicas para o desenvolvimento da matemática na educação infantil
A inclusão da criança com TEA na família e na educação regular
A matemática do delírio nos anos finais do ensino fundamental
A melodia dos números a matemática fundamentando a música
A relevância do raciocínio lógico com jogos
A relevância do lúdico nas series iniciais
Alunos com transtornos do espectro autista: um novo olhar sobre suas necessidades
Aprendendo matemática com o circo
Como a família e a escola podem contribuir para o processo de aprendizagem de alunos portadores de TDAH
Como tornar a matemática prazerosa para as crianças?
Escola e família: uma parceria necessária
Espectro autístico no âmbito escolar
Inclusão escolar no ensino superior
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Saúde em Foco
A importância da tipagem sanguínea nas análises clínicas: abordagem prática realizada na Faculdade São Lourenço
A prática clínica dos marcadores tireodianos
Alimentos transgênicos
Atipias cervicais e HPV
Câncer de mama: uma questão para os homens
Hepatite C: doença que agem em silêncio
Influência do estresse na qualidade do sono de acadêmicos do curso noturno
Leucemia: suas explanações e possíveis tratamentos
Levantamento sobre doação de sangue entre alunos da Faculdade São Lourenço
Marcadores moleculares aplicados ao diagnóstico do câncer
O câncer de mama e sua hereditariedade
Os riscos da automedicação
A incidência do DM e HAS nos pacientes com TRS na cidade de São Lourenço
Assistência de enfermagem no câncer de próstata
Assistência de enfermagem no parto natural humanizado
Analgesia congênita
Competência do enfermeiro no processo de instalação e remoção do PICC
Depressão pós-parto
Importância da atuação do enfermeiro para pacientes com IRAS
Vacinação contra a gripe: fatores de adesão associados a idosos no Sul de Minas Gerais
Bullying na adolescência
Bullying na infância e adolescência: consequência sociais e psicopatológicas
Fatores de risco que predispõe ao uso de substâncias psicoativas
A acupuntura no tratamento de rugas faciais – revisão da literatura
Bambuterapia
Os trabalhos foram apresentados na forma de pôster e avaliados por professores das respectivas
áreas, segundo ficha de avaliação padronizada. Redação e apresentação dos pôsteres foram
pontuadas segundo critérios de qualidade. Os autores e orientadores cujos trabalhos obtiveram as
maiores pontuações receberam menção honrosa pelo destaque alcançado. A listagem dos títulos
premiados pode ser conferida subsequentemente
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ÁREA TÍTULO DO TRABALHO AUTORES
Administração Metodologia kaisen e o processo de melhoria contínua
Leandro Ribeiro Campos Rafael José Braga José Renato de Toledo Neves Henriqueta de Biasi Cavalcanti
Biomedicina A prática clínica dos marcadores tireoidianos Mayara Andrews Sobral de Paula Rafaela Ferreira França
Ciências Contábeis Aspectos introdutórios da modalidade de licitação Gilberto Alan Pereira de Freitas Nei Domiciniano da Silva
Educação física Análise da auto percepção da imagem corporal de
universitários e associação com comportamentos em saúde
Gustavo Nicola Silva Leonardo Santos Silva Lucas Veloso Félix Ygor dos Santos Ribeiro Sérgio Ribeiro Barbosa
Enfermagem Diabetes da infância: cuidados de enfermagem
Ariele Campos Martins Fernanda Ribeiro de Souza Thainá Paola Carvalho Santos Thaís Campos Leão Cristiany Reis da Costa F. Pinto
Pedagogia
A melodia dos números: a matemática fundamentando a música
Danila Cristina Teodoro Mariana Aparecida Silvério Fabiano Mayra Viviane Batista Rosa Eliete Lourdes de Almeida Augusto
Matemática x descalculia no ciclo fundamental
Adriana Felício Ana Carolina Soares Souza Leite Fabíola Aparecida Lopes Eliete Lourdes de Almeida Augusto
Psicologia Bulling na infância e adolescência e as consequências
psicopatológicas
Zenilde Verpa Ana Carolina Galhardo da Silva Fabrício Inocêncio Volim Faria Leonardo de Oliveira Teixeira Thayná Adria Martins da Silva Vera Lúcia de Souza Fernanda Ribeiro Marins
Estética e Cosmética
A acupuntura no tratamento das rugas faciais Rafaela de Paula Souza Albano Liliane Pereira Pinto
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Com a realização do evento, a Faculdade São Lourenço oferece a chance de fomentar e
promover o saber e enfatiza a importância da continuidade e aprofundamento do conhecimento
científico.
Parabenizamos a todos os inscritos pela dedicação e desafio a que se propuseram ao se
inscreverem para participar desta Jornada.
A iniciação científica é um mecanismo institucional que possibilita a inserção em um novo
modelo de ensino, uma vez que o desafio hoje é saber buscar informações pertinentes e elaborar
soluções e respostas para o pleno desenvolvimento humano e profissional.
Comissão de Iniciação Científica
Professor responsável: Drª Rafaela Ferreira França
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SUMÁRIO
EDUCAÇÃO EM FOCO .................................................................................................................................................................................................... 10
1. AS LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RESTRIÇÕES E POSSIBILIDADES DE ENSINO ........................................................ 11
2. ANÁLISE DA AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E ASSOCIAÇÕES COM
COMPORTAMENTOS EM SAÚDE: UM ESTUDO PILOTO ........................................................................................................................ 16
3. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: O OLHAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA ALUNOS ........................................................... 19
4. A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO EIXO MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ....................... 23
5. A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................................................ 28
6. A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO ............................................................................. 39
7. A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE LEITURA E ESCRITA ............................... 46
8. A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS LÚDICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................... 50
9. A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TEA NA FAMÍLIA E NA EDUCAÇÃO REGULAR ................................................................................. 55
10. A MATEMÁTICA DO DELÍRIO NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................... 65
11. A MELODIA DOS NÚMEROS: A MATEMÁTICA FUNDAMENTANDO A MÚSICA .................................................................................... 69
12. A RELEVÂNCIA DO RACIOCÍNIO LÓGICO COM JOGOS ......................................................................................................................... 74
13. A RELEVÂNCIA DO LÚDICO NAS SÉRIES INICIAIS ................................................................................................................................. 78
14. ALUNOS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA: UM NOVO OLHAR SOBRE SUAS NECESSIDADES............................... 88
15. APRENDENDO MATEMÁTICA COM O CIRCO........................................................................................................................................... 96
16. COMO A FAMÍLIA E A ESCOLA PODEM CONTRIBUIR PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS PORTADORES DE
TDAH ............................................................................................................................................................................................................. 99
17. COMO TORNAR A MATEMÁTICA PRAZEROSA AS CRIANÇAS? .......................................................................................................... 105
18. ESCOLA E FAMÍLIA: UMA PARCERIA NECESSÁRIA .............................................................................................................................. 108
19. ESPECTRO AUSTISTÍCO NO ÂMBITO ESCOLAR .................................................................................................................................. 118
20. INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO SUPERIOR ....................................................................................................................................... 126
GESTÃO EM FOCO ........................................................................................................................................................................................................ 132
1. METODOLOGIA KAIZEN E O PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA ................................................................................................. 133
2. É IMPOSSÍVEL PROGREDIR SEM MUDANÇA E AQUELES QUE NÃO MUDAM SUAS MENTES NÃO PODEM MUDAR NADA ...... 137
3. FÉRIAS TRABALHISTAS ............................................................................................................................................................................ 141
4. INFLAÇÃO E O DESEMPREGO ................................................................................................................................................................. 144
5. REFORMA TRABALHISTA E A PERDA DO DIREITO À HOMOLOGAÇÃO NA RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO ............ 148
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SAÚDE EM FOCO .......................................................................................................................................................................................................... 151
1. A IMPORTÂNCIA DA TIPAGEM SANGUÍNEA NAS ANÁLISES CLÍNICAS, COM ABORDAGEM PRÁTICA REALIZADA NA
FACULDADE SÃO LOURENÇO. ................................................................................................................................................................ 152
2. A PRÁTICA CLÍNICA DOS MARCADORES TIREOIDIANOS ................................................................................................................... 157
3. PESQUISA NAS ÁREAS DE SAÚDE DA FACULDADE SÃO LOURENÇO SOBRE OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS ..................... 166
4. PERFIL DE ATIPIAS CERVICAIS NOS ÚLTIMOS SETE ANOS NA CIDADE DE SÃO LOURENÇO - MG ............................................ 170
5. CÂNCER DE MAMA: UMA QUESTÃO PARA OS HOMENS ..................................................................................................................... 174
6. HEPATITE C: CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA QUE AGE EM SILÊNCIO, E JÁ ATINGE APROXIMADAMENTE 3% DA POPULAÇÃO MUNDIAL ................................................. 178
7. INFLUÊNCIA DO ESTRESSE NA QUALIDADE DO SONO DE ACADÊMICOS DE CURSOS NOTURNOS .......................................... 186
8. LEUCEMIA: SUAS EXPLANAÇÕES E POSSÍVEIS TRATAMENTOS ...................................................................................................... 189
9. LEVANTAMENTO SOBRE DOAÇÃO DE SANGUE NO ESTADO DE MINAS GERAIS BASEADO NA PESQUISA COM OS ALUNOS
DA FACULDADE DE SÃO LOURENÇO ..................................................................................................................................................... 197
10. MARCADORES MOLECULARES APLICADOS AO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER ................................................................................. 199
11. O CÂNCER DE MAMA E SUA HEREDITARIEDADE ................................................................................................................................ 203
12. OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO .......................................................................................................................................................... 207
13. A INCIDÊNCIA DO DIABETES MELLITUS E DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NOS PACIENTES EM TERAPIA RENAL
SUBSTITUTIVA NA CIDADE DE SÃO LOURENÇO-MG ........................................................................................................................... 213
14. A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA ............................................ 222
15. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PARTO NATURAL HUMANIZADO ............................................................................................ 234
16. ANALGESIA CONGÊNITA: INSENSIBILIDADE CONGÊNITA A DOR...................................................................................................... 246
17. COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DA INSTALAÇÃO, MANUTENÇÃO E REMOÇÃO DO
CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) ................................................................................................ 253
18. DEPRESSÃO PÓS-PARTO ........................................................................................................................................................................ 270
19. IMPLICAÇÕES E COMPETÊNCIA DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS INFECÇÕES
RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS). .............................................................................................................................. 280 20. VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE (INFLUENZA): FATORES ASSOCIADOS À ADESÃO EM UM GRUPO DE IDOSOS DO SUL DE MINAS GERAIS ................................................ 292
21. BULLYING NA ADOLESCÊNCIA ................................................................................................................................................................ 302
22. BULLYING NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: AS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E PSICOPATOLÓGICAS......................................... 306
23. FATORES DE RISCO QUE PREDISPÕEM AO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ...................................................................... 309
24. A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE RUGAS FACIAIS – REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 313
25. BAMBUTERAPIA – REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................................................... 317
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EDUCAÇÃO EM FOCO
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AS LUTAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RESTRIÇÕES E POSSIBILIDADES DE
ENSINO
Paulo Henrique de Castro Lopes; Marco Antônio Rangel; Alisson Frausino Casas; Vinícius Esaú dos Reis; Ms.
Henrique Menezes Touguinha.
RESUMO: Atualmente no Brasil, o cenário da disciplina lutas na educação física escolar é desolador. Nem
todas as instituições de ensino superior priorizam este tema, muito menos oferecem cursos de
aprofundamento na área, resultando em professores pouco preparados e inseguros ao lecionar esse
conteúdo. As próprias escolas possuem em sua grande maioria, infraestrutura inadequada para o ensino.
Somado a isso, a sociedade produz certos preconceitos relacionando-as a questão da incitação á violência.
Porém a adaptação, a produção de didáticos específicos e a formação continuada surgem como algumas
possibilidades para tentar amenizar essas restrições ao ensino das lutas na educação básica brasileira.
PALAVRAS CHAVES: Aula; professor; ensino básico.
INTRODUÇÃO
Segundo os PCN (Brasil, 1998), as lutas são disputas em que os adversários devem se submeter
a vários métodos e estratégias para desequilibrar, paralisar ou afastar o adversário de um delimitado
espaço na combinação de golpes de defesa e ataque. As lutas são entendidas como manifestações da
cultura corporal, Rufino e Darido (2011) e se diferem das artes marciais por as últimas serem compostas de
práticas corporais dispostas a partir de uma percepção denominada de ―metáfora de guerra‖, Correia e
Franchini, (2009), embora para outros autores podem-se existir significados e diferenças distintos entre
ambas. Independentemente da nomenclatura utilizada, é evidente a importância desse conteúdo na
educação física de nosso país.
Na atualidade, a maioria das crianças fica deslumbrada pelas lutas, assistem desenhos de heróis,
brincam de lutar com seus amigos, os adolescentes se interessam e entram em academias de lutas
(FERREIRA, 2006). No entanto, porém, em relação ao contexto escolar, a modalidade lutas, mesmo
fazendo parte da matriz do eixo curricular (Brasil, 1998) ainda são minimamente praticada nas instituições
de ensino básico de nossa nação. (NACIMENTO, 2008).
Sabendo disso, nosso trabalho, por meio de uma revisão de literatura tem como objetivo entender
porque as lutas não são aplicadas nas escolas e identificar possíveis soluções para esse tema. Nós e
muitos outros autores defendemos que a educação física não pode ser resumida em duas ou três
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modalidades esportivas (NACIMENTO, 2008), mas sim em uma pluralidade de atividades físicas e
culturais.
METODOLOGIA
Para realização deste artigo, fizemos uma pesquisa teórica baseada em revisão de literatura sobre
a temática trabalhada. Utilizamos como suporte livros e artigos científicos relacionados com o assunto.
REVISÃO DE LITERATURA
Restrições ao ensino das lutas
As lutas, apesar de fazerem parte da matriz do eixo curricular da educação física (PCN/BRASIL,
1997) ainda são muito pouco praticadas nas escolas de nosso país (NASCIMENTO, 2008). Embora seja
comprovado que este assunto desperta interesse dos estudantes em todas as faixas etárias, é incomum
professores de Educação Física que, além dos esportes coletivos de quadra, pelo qual estão acostumados
a ministrar, trabalharem também algum conteúdo relacionado às lutas (FERREIRA, 2006). Generosa parte
disto está relacionada à falta de conhecimento dos professores sobre o assunto (NASCIMENTO, 2008).
Algo que pode influenciar nisso é que nem todos os cursos de Educação Física ofertam a disciplina de lutas
em sua grade curricular como matéria obrigatória, com poucos cursos de aperfeiçoamento na área
(JUNIOR e DRIGO, 2001). Em pesquisa realizada por Rufino e Darido (2015), por meio de entrevistas com
docentes universitários na disciplina Lutas, o fator restritivo ―formação deficiente do professor‖ foi o mais
comentado pelos entrevistados, deixando claro este grave problema da formação acadêmica de Educação
Física no Brasil.
Outro grande fator que dificulta o ensino das lutas no contexto escolar é a infraestrutura deficiente,
como demonstra a pesquisa de Ferreira (2006) em que quase 24% dos entrevistados apontavam este
problema. Segundo estudos de So e Betti (2013), com professores de Educação Física, as condições
estruturais, somadas a falta de materiais específicos nas instituições de ensino básico são um grande
problema para os educadores, embora através da adaptação das aulas isto possa ser amenizado.
Além do que foi mencionado, existem mais alguns fatores determinantes para a não aplicação das
lutas na escola como a associação com a incitação da violência, pelo qual segundo a pesquisa de Rufino e
Darido (2015) com docentes universitários, uma especialista ressalta que a falta de conhecimento sobre as
lutas gera preconceitos por parte da sociedade em relação à violência que essa prática possa produzir.
Também foi apontado por diversos autores a questão da insegurança do professor para lecionar
esses conteúdos na escola, que de acordo com Rufino e Darido (2011), o docente somente ensinará essa
temática aos seus alunos se tiver uma vivência pessoal com essa disciplina. Porém, apesar de todos esses
empecilhos relatados, vários autores reconhecem que os mesmos podem e devem ser superados através
de algumas possibilidades de ensino.
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Possibilidades de ensino
Apesar das mais diversas limitações, é possível trabalhar as lutas de várias maneiras nas
instituições de ensino básico. Uma dessas formas surge a partir de adaptações como de materiais e de
espaço. Segundo pesquisa de Rufino e Darido (2015), especialistas relataram que as adaptações das lutas
durante as aulas são importantes para que haja um ensino diferenciado de algumas modalidades de
combate, desde que o professor conheça os elementos básicos dessas modalidades e que seja criativo ao
ensinar esse conteúdo. Essas atividades devem ser também, trabalhadas de forma lúdica, (FERREIRA,
2009). A adaptação das lutas também se faz necessária, porque sem ela, o professor necessitaria de um
aprofundamento muito grande nesse conteúdo para poder lecioná-lo.
Pára Olivier (2000) nos anos iniciais do ensino fundamental, as lutas devem ser ensinadas através
de adaptações de jogos que reforçam os elementos de lutas encontrados em jogos de combate, como os
de esquivar, de imobilizar, de conquista de território e de desequilibrar. Entretanto, merece destaque que ao
se inserir as lutas na escola, o professor não precisa ser um especialista em lutas, ele deve apenas
entender alguns de seus elementos e características básicas para ensiná-las de uma melhor forma possível
(NASCIMENTO E ALMEIDA, 2007).
Todavia, o uso de materiais didáticos específicos também é importante para o ensino das lutas,
Rufino e Darido, (2012), e não deve ser desconsiderado. No estudo de Rufino e Darido (2015),
especialistas relatam que os livros e demais formatos didáticos servem de base para os professores
poderem lecionar esta disciplina com mais conhecimento e segurança. Além disso, também se contribui
para que o professor progrida em sua formação continuada, garantindo ainda que através da participação
em cursos e seminários, possa adquirir um maior conhecimento do conteúdo de lutas para ser aplicado no
ambiente escolar, podendo solucionar assim este problema marcante da educação física escolar brasileira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi apresentado, é possível perceber que as lutas apesar de serem obrigatórias nas
escolas possuem diversos fatores que dificultam sua realização como, por exemplo, a formação deficiente
do professor, sua insegurança ao lecioná-la e a questão da incitação a violência. Porém é fato que estes
problemas devem ser solucionados ou pelo menos amenizados através da adaptação das lutas, da
formação continuada do professor e da produção de didáticos específicos. Fazendo com que se crie uma
diversidade e pluralidade de conteúdos na educação física escolar, de modo que este eixo temático tão
importante passe a fazer parte integralmente no ensino básico no Brasil.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORREIA, Walter Roberto; FRANCHINI, Emerson. Produção acadêmica em lutas, artes marciais e
esportes de combate. Motriz. Revista de Educação Física. UNESP, v. 16, n. 1, p. 01-09, 2009.
FERREIRA, H. S. As lutas na educação física escolar. Revista de educação Física, v. 135, p. 36-44, 2006.
FERREIRA, Heraldo Simões. A utilização das lutas como conteúdo das aulas de Educação Física.
EFDeportes (Revista Digital), Buenos Aires, ano 13, n. 130, mar. 2009.
JUNIOR, L.; DRIGO, A. A já regulamentada profissão de educação física e as artes marciais. Motriz, Rio
Claro, v. 7, n. 2, p. 131-132, 2001.
NACIONAIS, Parâmetros Curriculares. Educação física. Brasília: MEC/SEF, v. 7, 1997.
NACIONAIS, Parâmetros Curriculares. Estabelece os parâmetros curriculares nacionais: Educação
Física. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
NASCIMENTO, P. R. B; ALMEIDA, L. A tematização das lutas na Educação Física Escolar: restrições e
possibilidades. Movimento, Porto Alegre, v. 13, n. 03, p. 91-110, setembro/dezembro de 2007.
NASCIMENTO, Paulo Rogério Barbosa do. Organização e Trato Pedagógico do Conteúdo deLutas na
Educação Física Escolar. Revista Motrivivência, n. 31, p.36-49, dez. 2008.
NASCIMENTO, Paulo Rogério Barbosa. Organização e trato pedagógico do conteúdo de lutas na
Educação Física escolar. Motrivivência, v. 20, n. 31, p. 36-49, 2010.
OLIVIER, C. Das brigas aos jogos com regras: enfrentando a indisciplina na escola. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
RUFINO, L. G. B.; DARIDO, S. C. A SEPARAÇÃO DOS CONTEÚDOS DAS ―LUTAS‖ DOS ―ESPORTES‖
NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: NECESSIDADE OU TRADIÇÃO?.Pensar a Prática, v. 14, n. 3, 2011.
RUFINO, L. G. B.; DARIDO, S. C. Pedagogia do esporte e das lutas: em busca de aproximações. Revista
Brasileirade Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 26, n. 2, 283- 300, 2012.
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15
RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina. Possíveis diálogos entre a educação física
escolar e o conteúdo das lutas na perspectiva da cultura corporal. Conexões, v. 11, n. 1, p. 144-170, 2013.
RUFINO, L. G. B; DARIDO, S. C. O ensino das lutas nas aulas de Educação Física: análise da prática
pedagógica à luz de especialistas. JournalofPhysicalEducation, v. 26, n. 4, p. 505-518, 2015.
SO, M, R.; BETTI, M. Lutas na Educação Física Escolar: relação entre conteúdo, pedagogia e
currículo. Lecturas: EducaciónFisica y Deportes (Revista Digital), 2013.
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ANÁLISE DA AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL DE ESTUDANTES
UNIVERSITÁRIOS E ASSOCIAÇÕES COM COMPORTAMENTOS EM SAÚDE: UM ESTUDO
PILOTO Gustavo Nicola, Ygor dos Santos Ribeiro, Lucas Felix, Leonardo Santos, Sergio Ribeiro Barbosa
INTRODUÇÃO
A imagem corporal pode ser apresentada como um constructo de aspectos fisiológicos,
psicanalíticos e sociais que definem a percepção do indivíduo em relação a seu tamanho,
estrutura, forma e contornos corporais. Constituída igualmente pela cognição, subjetividade e
interações sociais, a Insatisfação com a Imagem Corporal apresenta-se comumente descrita em
esferas avaliativas, como a diferença entre o corpo visto como o atual e o considerado como ideal
(SOUZA; ALVARENGA, 2016).
De forma crescente sugere-se na literatura uma forte relação desse quadro com atitudes
inadequadas em saúde (uso de substâncias anorexígenas e esteroides anabólicos),
comportamentos alimentares inadequados, depressão e ansiedade social (CARVALHO et al.,
2013).
Mediante caráter multifacetado e disciplinar da situação em estudo, pode-se supor a
existência de diversos grupos em risco acrescido de apresentar tal quadro. A citar, as intensas
alterações biológicas características da transição da adolescência para a fase adulta, as novas
relações sociais, a maior independência familiar e a adoção de novos comportamentos sugerem
atenção com estudantes universitários. Inclusive, recentemente, uma ampla revisão integrativa
envolvendo trabalhos nacionais sobre a autopercepção da imagem corporal de universitários
apontou níveis de insatisfação que variavam de 8.3% até 87% (SOUZA; ALVARENGA, 2016).
A amplitude de variações apresentada em trabalho com estudantes universitários sugere a
pertinência de pesquisas contextualizadas e de significativa validade interna. Por tal, objetiva-se
com o presente estudo analisar a autopercepção da imagem corporal de universitários do Sul de
Minas Gerais e suas associações com comportamentos em saúde.
METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como transversal, de cunho descritivo e quantitativo.
Participaram da pesquisa 56 indivíduos de ambos os sexos matriculados em uma Instituição de
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Ensino Superior do Sul de Minas Gerais (idade média de 23.5 ± 8.0 anos). Os indivíduos foram
selecionados de forma aleatória por conveniência.
Antes do início da pesquisa, todo avaliado foi informado sobre os objetivos do estudo, do
caráter voluntário e sigiloso da participação e dos cumprimentos dos princípios éticos contidos na
Declaração de Helsinki.
Para a verificação da percepção da imagem corporal utilizou-se o questionário de
silhuetas proposto por Damasceno et al. (2011). O avaliado deveria responder de acordo com
análise de uma escala visual de silhuetas sobre sua percepção de imagem corporal atual e a
imagem desejada. De maneira complementar, os indivíduos foram questionados sobre a idade,
prática regular de exercício físico, práticas laborais, utilização de suplementos alimentares e
consumo semanal médio de frutas, legumes e verduras.
Toda as avaliações foram realizadas por avaliadores previamente treinados. Os dados
coletados foram armazenados e tratados no Software Estatístico SPSS versão 20.0. Testes de
Qui-quadradro e Anova seguida de Post-Hoc de Tuckey foram empregados quando necessário.
Considerou-se p < 0.05 para diferenças estatísticas significativas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados apresentados sugerem que 48.3% da amostra estudada apresentava
níveis de insatisfação corporal que variava de moderada (15.2%) à alta (32.1%). Estatisticamente
demonstrou-se a necessidade de conciliação entre estudos e trabalho como o principal fator da
alta insatisfação com a imagem corporal (p = 0.01). Presumivelmente, a administração do tempo
para ambas as funções e a ambição pelo êxito pode resultar em menor tempo livre para cuidados
adequados com saúde ou estética, por exemplo (UNIVERSIDADE TADEU).
Para modificar tal situação, ações multidisciplinares de educação em saúde no controle do
sobrepeso/obesidade, redução de queixas depressivas e para melhorias ambientais no trabalho e
em instituições de ensino podem ser uma estratégia pertinente (D‘ALENCAR et al. 2010).
Incentivo ao aumento do dispêndio energético em deslocamentos para o trabalho ou atividades
ativas no lazer também devem ser repensadas (MIELKE et al., 2013).
Para além das questões estatísticas, outros aspectos merecem atenção em nossos
resultados. O primeiro refere-se ao baixo índice de estudantes que relatam prática regular de
exercício físico (46.4%). Os números mostram-se inferiores à média nacional apontada, de 72%
de indivíduos fisicamente ativos (GOPA, 2017). Descritivamente tal quadro ainda sugere que
indivíduos com alta insatisfação, no geral, são mais sedentários (63.2%) do que os indivíduos
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satisfeitos ou apenas pouco insatisfeitos (51.7%). Ainda, os que referiam alta insatisfação também
apresentavam menos tempo semanal de prática de exercícios físicos (199.2 ± 148.6 min) em
relação aos com pouca/nenhuma insatisfação (277.5 ± 204). Corroborando com os achados,
alguns estudos de revisão como o de Gonçalves, Campana e Tavares (2010) sugerem que a
adesão por diversas populações ao exercício físico exerce impactos consideráveis em saúde,
qualidade de vida e melhoria na percepção da imagem corporal.
Por fim, nosso levantamento sugere um baixo consumo de frutas, legumes e vegetais
entre os indivíduos estudados. Enquanto o recomendado pela Organização Mundial de Saúde
(2010) é de 5 porções/dia, a média semanal encontrada em nossa população foi de 2.95 (± 2.9)
frutas/semana e 2.53 (±1.9) legumes e verduras/semana. De acordo com as pesquisas, até
mesmo quantidades pequenas de verduras, legumes e frutas podem beneficiar a saúde do corpo,
contudo, maiores quantidades mostram relações mais satisfatórias. Então, considera-se a
melhoria do padrão alimentar de estudantes como uma estratégia igualmente importante para
prevenção/tratamento de insatisfação com a imagem corporal e tratamento de possíveis
consequências.
CONCLUSÃO
Os resultados encontrados apontam alta prevalência de indivíduos com insatisfação da
imagem corporal. Mediante indicações da literatura, trata-se de um problema sério em saúde com
impactos em âmbitos biológicos, psicológicos e sociais. O trabalho sugere que estratégias
multidisciplinares no contexto do trabalho e ações educativas em saúde possam trazer impactos
positivos nessa situação.
REFERÊNCIAS
1. CARVALHO, P.H.B.; et al. Checagem corporal, atitude alimentar inadequada e insatisfação com a imagem corporal de jovens universitários.
Jornal Brasileiro de Psiquiatria v. 62, n. 2, p. 108-114 , 2013. 2. DAMASCENO, V.O.; et al. Relationship between anthropometric variables and body
image dissatisfaction among fitness center users. Revista de Psicología del Deporte, v.20, n.2, p. 367-82, 2011. 3. D‘ALERNCAR, E.R.; et al. Ações
de educação em saúde no controle do sobrepeso/obesidade no ambiente de trabalho Revista Rene, v. 11, n.1, 2010. 4. GONCALVES, C.O.;
CAMPANA, A.N.; TAVARES, M.C. Influência da atividade física na imagem corporal: Uma revisão bibliográfica. Motri, Vila Real , v. 8, n. 2, p. 70-
82, 2012. 5. Global Physical Activity Observatory (2017). Card/ Global Observatory for Physical Activity. [online] Available at:
http://www.globalphysicalactivityobservatory.com/card/?country=BR [Accessed 16 Oct. 2017]. 6. MIELKE, G.I.; et al.Prática de atividade física e
hábito de assistir à televisão entre adultos no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília , v. 24, n. 2, p. 277-286,
2015. 7. SOUZA, A.C.; ALVARENGA, M.S. Insatisfação com a imagem corporal em estudantes universitários – Uma revisão integrativa. Jornal
Brasileiro de Psiquiatria v. 65, n. 3, p. 286-299 , 2016. 8.UNIVERSIDADE TADEU. Os desafios de trabalhar e estudar ao mesmo tempo -
Universidade São Judas Tadeu. Disponível em: <http://blog.usjt.br/os-desafios-de-trabalhar-e-estudar-ao-mesmo-tempo/>. Acesso em: 16 out.
2017.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: O OLHAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA ALUNOS
Carla Eduarda FARIA GUERRA
União das Instituições de Serviços, Ensino e Pesquisa Ltda, Rua Madame Schimidt, 90, Federal, São Lourenço, email:
Orientador: Pedro Paulo Zanini
email: [email protected]
RESUMO
A Educação Física na escola deve promover uma aprendizagem significativa para os alunos, sobre a importância da
sua pratica e o que esta contribuiu para vida do indivíduo. Neste contexto o presente estudo tem como objetivo
identificar o que aluno entende por Educação Física em uma escola de ensino fundamental e médio da rede pública.
Os dados foram obtidos por meio de um questionário, onde foi realizada a seguinte pergunta: ―O que é Educação
Física para você?‖ De modo geral na visão dos alunos, tendo como amostra 78 alunos de ambos os sexos.
Contribuindo também para o estudo da pesquisa a visão dos professores de outras disciplinas que mesmo sabendo e
reconhecendo a importância da Educação Física na escola, grande parte destes associa a mesma, a prática esportiva
e a um momento de maior liberdade, dado que as aulas ocorrem, predominantemente, fora da sala de aula.
Palavras-chaves: Educação Física, alunos, estudo.
Introdução
A Educação Física na escola é entendida como uma área que trata da cultura corporal e que tem como meta
introduzir e integrar o aluno nessa esfera, para propiciar a formação de um cidadão autônomo. Neste contexto o aluno
estará sendo capacitado para usufruir de jogos, esporte, danças, lutas, ginásticas e de todo tipo de atividade para o
seu desenvolvimento em busca de bem-estar e crescimento saudável (BETTI, 1991; FREIRE; SCAGLIA, 2003). Neste
sentido o referido estudo surgiu de algumas situações acontecidas na escola em que professores de outras disciplinas
e alunos referem-se à educação física como se fosse uma matéria descontextualizada com a formação do aluno, e
que pode ser substituída por uma ―bola‖.
O autor Barbosa, entre outros, que deram base teórica para o meu estudo, na qual, (Barbosa 2001, apud Santos
2001, p. 1), nos fala que ao olharmos para Educação Física Escolar no contexto da Educação, tem-se como papel
principal tornar os alunos cidadãos críticos, e autônomos responsáveis pelos seus atos, visando à transformação da
sociedade. Mas será que os professores e alunos têm esse olhar em relação à educação física? Ou será que a
educação física está inserida no currículo escolar apenas para que o aluno tenha um momento de lazer? Através da
pesquisa feita com alunos de diferentes séries veremos que conceitos e olhares os alunos tem da educação física
escolar.
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Estes acontecimentos não são atuais, há que se levar em conta que a educação física vem tentando ao longo do
tempo livrar-se deste contexto um tanto quanto cultural através de inúmeras justificativas em relação a sua existência
na escola.
Além disso, podemos destacar a falta de interesse por parte dos alunos pela disciplina e na maioria das vezes não
sabemos dizer se o problema está no aluno ou no professor. Todos os aspectos citados acima influenciam de algum
modo no conceito ou olhar que os alunos e professores tem da Educação Física.
Sendo assim a educação física tem como expectativa de objetivo no âmbito escolar criar uma reflexão crítica sobre a
cultura corporal, desenvolvendo esta reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade, cooperação e expressão
de movimentos, e para isso utilizei como pergunta de partida: ―O que é Educação Física para você‖? Partindo do
pressuposto que o tema em discussão é muito pertinente para novas mudanças na área levando em conta todas as
contribuições que os estudiosos já têm dado em relação a esta proposta de busca de um conceito ou olhar cada vez
mais coerente e aceito no âmbito escolar. Desta maneira, o objetivo do presente estudo foi analisar a percepção de
escolares sobre o que é a Educação Física.
Metodologia
Para o presente estudo foi realizado um estudo piloto em que foi constatado várias opiniões divergentes dos alunos,
fazendo-se necessário restringir a pergunta apenas em sete opções de respostas que foram baseadas no currículo
atual da Educação Física Escolar (Base Nacional Curricular Comum – BNCC):
a) Esportes (queimada, futsal, vôlei, handebol e basquete);
b) Jogos e brincadeiras (recreação);
c) Atividades rítmicas e expressivas (danças e brinquedos cantados);
d) Lutas e ginásticas;
e) Práticas corporais de aventura (slackline, skate, patins, parkour e outros);
f) Todas as alternativas;
g) Aula livre (―Matéria que não reprova‖).
A coleta dos dados foi realizada por meio de questionário relacionada a percepção dos alunos sobre as aulas de
Educação Física. A amostra foi composta por 78 estudantes de ambos os sexos, abrangendo uma faixa etária entre
13 a 19 anos de idade, sendo alunos de ensino fundamental e médio de uma escola estadual da rede pública.
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Resultados
De acordo com a análise da percepção dos alunos a respeito da Educação Física, foi verificado que 48,80%
relacionam a esporte, 30,72% relacionam que Educação Física está ligada a todas alternativas do questionário,
11,52% relacionam a recreação, 5,12% relacionam a aula livre, 2,56% relacionam a práticas corporais de aventura,
1,28% relacionam a lutas e ginásticas, como podemos observar no gráfico abaixo.
Discussão
De acordo com os achados do estudo, foi possível observar que a maioria dos alunos considerou a Educação Física
estar ligada aos esportes, porém foi observado durante a coleta de dados que os alunos responderam o que julgavam
ser a resposta certa e não o que realmente pensavam. Por outro lado, uma porcentagem razoavelmente considerável
respondeu ―Todas as alternativas‖ pois julgavam o que deveria ser a Educação Física e não que realmente era a
percepção deles. Destaca-se a necessidade dos professores estarem atentos as aulas que estão sendo ministradas,
dando sentido a elas e até mesmo contextualizando sua prática a cada dia para os alunos, pois eles nem sempre
sabem o que fazem nem o porquê. A oferta aos alunos de aulas que possibilitem não só o desenvolvimento das
práticas corporais, mas também a sua formação como cidadãos autônomos e críticos, fazem com que os alunos
compreendam o verdadeiro sentido e importância das aulas de Educação Física no contexto escolar, bem como o que
ela poderia contribuir para sua formação. O professor deve utilizar também em suas aulas, estratégias que levem ao
interesse do aluno, a criatividade e autonomia, criando um ambiente de interação onde eles se sintam incluídos e
motivados à participação. Tal ambiente que deve desenvolver a cooperação, o respeito mútuo, formando no aluno
uma visão positiva da Educação Física, do professor, dos colegas. Assim, o professor e aluno estarão abertos às
experiências e individualidades, que supere as dificuldades e os façam crescer juntos, construindo uma identidade e
transformadora em relação a cultura em que estão inseridos. Outros estudos também têm sido realizados para
identificar a percepção dos alunos ás aulas de Educação Física, como Carneiro (2006) em seu estudo a respeito do
olhar dos alunos sobre a Educação Física escolar, ao realizar a seguinte pergunta: Você gosta da Educação Física na
escola? Todos os dez alunos entrevistados responderam que sim, e dentre os motivos encontrava-se a questão da
distração, lazer e a prática de esportes. Essa visão não está equivocada, mas é necessário que os professores
estejam atentos aos objetivos ligados ao processo de ensino-aprendizagem da Educação Física na escola.
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Discussão
De acordo com os achados do estudo, foi possível observar que a maioria dos alunos considerou a Educação Física
estar ligada aos esportes, porém foi observado durante a coleta de dados que os alunos responderam o que julgavam
ser a resposta certa e não o que realmente pensavam. Por outro lado, uma porcentagem razoavelmente considerável
respondeu ―Todas as alternativas‖ pois julgavam o que deveria ser a Educação Física e não que realmente era a
percepção deles. Destaca-se a necessidade dos professores estarem atentos as aulas que estão sendo ministradas,
dando sentido a elas e até mesmo contextualizando sua prática a cada dia para os alunos, pois eles nem sempre
sabem o que fazem nem o porquê. A oferta aos alunos de aulas que possibilitem não só o desenvolvimento das
práticas corporais, mas também a sua formação como cidadãos autônomos e críticos, fazem com que os alunos
compreendam o verdadeiro sentido e importância das aulas de Educação Física no contexto escolar, bem como o que
ela poderia contribuir para sua formação. O professor deve utilizar também em suas aulas, estratégias que levem ao
interesse do aluno, a criatividade e autonomia, criando um ambiente de interação onde eles se sintam incluídos e
motivados à participação. Tal ambiente que deve desenvolver a cooperação, o respeito mútuo, formando no aluno
uma visão positiva da Educação Física, do professor, dos colegas. Assim, o professor e aluno estarão abertos às
experiências e individualidades, que supere as dificuldades e os façam crescer juntos, construindo uma identidade e
transformadora em relação a cultura em que estão inseridos. Outros estudos também têm sido realizados para
identificar a percepção dos alunos ás aulas de Educação Física, como Carneiro (2006) em seu estudo a respeito do
olhar dos alunos sobre a Educação Física escolar, ao realizar a seguinte pergunta: Você gosta da Educação Física na
escola? Todos os dez alunos entrevistados responderam que sim, e dentre os motivos encontrava-se a questão da
distração, lazer e a prática de esportes. Essa visão não está equivocada, mas é necessário que os professores
estejam atentos aos objetivos ligados ao processo de ensino-aprendizagem da Educação Física na escola.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, C. L. DE A. Educação física escolar da alienação à libertação. Petrópolis – RJ. Editora Vozes, 2001.
CARNEIRO, E. B. O olhar dos alunos sobre a educação física escolar. Revista digital Aires- Ano 11 Nº 103-
Dezembro de 2006. Disponível em <http://www.efdeportes.com>. Acesso em: 10 de outubro de 2017.
BETTI, M. et al. Educação Física Escolar: Uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenize de
Educação Física e Esporte – 2002, 1(1):73-8. Disponível em <htpp://www.mackenzie.com.br>. Acesso em: 10 de
outubro de 2017.
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A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO EIXO MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CARVALHO, D.B¹; PINTO, K.C.A²; MOURA, M.³
CARVALHO,A.C.M4 ; AUGUSTO,E.L.A5.
Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 2Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] ³ Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 4 Professor da Faculdade São Lourenço. Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Supervisão Pedagógica, Alfabetização e Gestão Escolar. E-mail: [email protected] 5 Professor da Faculdade São Lourenço. Graduada em Matemática . Mestrado em Estatística Aplicada.. E-mail: [email protected]
RESUMO: O presente artigo se objetivou a identificar os jogos como estratégia fundamental no
trabalho com a matemática no Ensino Infantil, comprovando que estes contribuem na construção
de saberes lógico- matemático. Assim recorremos a diversos pensadores que assumem a mesma
postura sob o pretexto de cooperar na melhoria da prática do ensino da Matemática a fim de em
um contexto participativo torna-la democrática e por consequência consumar a tão sonhada
educação de qualidade.
PALAVRA CHAVE: jogos; matemática; educação infantil
INTRODUÇÃO: Desde o nascimento somos imersos em um universo do qual os conhecimentos
matemáticos são parte integrante. Mesmo a matemática estando presente em nosso cotidiano
desde sempre de acordo com Alves (2001 apud SANTOS, 2009, p. 9) ―a qualidade do ensino
dessa área de conhecimento se encontra em um nível muito baixo.‖ O tradicionalismo com que
ainda é lecionada, a insistência nas estratégias de memorização de fórmulas, podem ser
apontadas como fatores que comprometem a qualidade de ensino, visto que não é dito ao aluno
que a matemática se faz pela capacidade do cérebro de encontrar inúmeros caminhos para se
chegar a um mesmo resultado, ou solução e não pela memorização de fórmulas para a resolução
de exercícios. Todas essas condições visivelmente notadas nas práticas correntes geram um
bloqueio nos estudantes que passam a conceber a matemática como a matéria difícil que só
reprova. Por ser a educação infantil um período extraordinariamente fértil no que diz respeito a
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construção de conhecimentos sejam eles sociais , afetivos, cognitivos pressupomos que essa
baixa qualidade intimamente ligada ao bloqueio dos estudantes com a disciplina, sobretudo a
partir das series iniciais, pode ser revertida se trabalhada de forma prazerosa e dinâmica na
primeira etapa da educação básica visando despertar o gosto dos alunos pela disciplina e
instrumentalizá-los intelectualmente para o trabalho com ela enfatizando o pensar, o raciocínio
logico matemático ao invés de prepara-los para memorizar preceitos. O ensino da matemática
nessa etapa prevê o desenvolvimento do pensamento e do raciocínio, a criatividade, a capacidade
de resolver problemas, a construção da noção de número, a capacidade de dedução (raciocínio
lógico) enfim o desenvolvimento de instrumentos intelectuais para a futura compreensão das
operações como adição, subtração, divisão e multiplicação, que serão vistas no Ensino
Fundamental. Confirma Aranão (1996, p. 20): ―Na pré-escola, a matemática não deve ser vista
como disciplina ou matéria escolar, mas como uma atividade do pensamento.‖ Prezando por todas
essas considerações os jogos, pelo fato de fazer parte do universo das crianças, é alvo de
entusiasmo e esperança em função da compreensão de que é uma estratégia que pode propiciar
o desenvolvimento infantil, a estruturação e a potencialização de conhecimentos.
Pela definição Segundo o dicionário Aurélio (1988), jogo é uma atividade física ou mental
organizada por um sistema de regras que define a perda ou ganho; brinquedo; divertimento. No
entanto é de suma importância enfatizar que o jogo torna-se pedagógico a partir do momento que
há uma mediação do professor aspirando um objetivo de aprendizagem, ou seja, quando provoca
à criança a algum conhecimento, alguma relação ou procedimento . É necessário, portanto uma
intencionalidade educativa que demanda planejamento para ascender propósitos
predeterminados. Aqui, trabalhamos com o conceito de jogo orientado dentro de uma prática
pedagógica com finalidade bem pensada.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 58) que
admite a matemática como um dos seis eixos imprescindíveis a serem trabalhados na Educação
Infantil pontua que as ―noções matemáticas (contagem, relações quantitativas e espaciais etc.)
são construídas pelas crianças a partir das experiências proporcionadas pelas interações com o
meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que possuem interesses, conhecimentos e
necessidades que podem ser compartilhados‖. Assim destaca a importância de se valorizar as
atividades lúdicas na Educação Infantil caracterizando os jogos complementando que estes
―Constituem-se em poderosos auxiliares da aprendizagem. Sua presença desponta como um dos
indicadores importantes para a definição de práticas educativas de qualidade em instituição de
educação infantil. ―(BRASIL, 1998, p.67. v. 1) Levando em conta que tal estratégia se constitui
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como elemento enriquecedor do desenvolvimento da criança em seus diversos aspectos e diante
de todas as considerações anteriormente feitas, esse artigo se propôs a elucidar especificamente
a importância dos jogos para o desenvolvimento cognitivo dos alunos da Educação Infantil no que
diz respeito ao conhecimento matemático. Paralelamente sustentamos o objetivo de contribuir
para a melhoria da qualidade da Educação Matemática pela transfiguração do olhar do professor
de Educação Infantil em relação ao ensino matemático ao levar em conta essas contribuições.
MÉTODOS: A fim de corroborar a importância dos jogos na edificação do conhecimento
matemático na Educação Infantil realizamos uma pesquisa bibliográfica com autores de
relevância: Piaget (1971) (19973); Vygotsky (2003); Moura (1994) (2008). Comprovando através
da literatura a intenção deste artigo.
DISCUSSÕES: Vygotsky e Piaget foram uns dos muitos teóricos que colaboraram para o jogo ser
proposta metodológica na educação matemática. ―É no brinquedo que a criança aprende a agir
numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e
tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos‖. (apud, VYGOTSKY ,
2003, p. 23). Partindo dessa ideia podemos dizer que é através do lúdico que os infantes
desenvolvem a autonomia e a capacidade de solucionar situações em deleite colocando-se como
participante ativo do seu processo de aprendizagem. Ao mesmo tempo em que esse processo
acontece, as crianças apuram habilidades fundamentais para o trabalho com a ciência
matemática: a atenção, a memória, a imaginação, concentração, conservação, seriação,
reversibilidade, análise e síntese, interpretação, argumentação, organização...
Já de acordo com Piaget (1971) antes dos 6 anos o desenvolvimento infantil pode ser
sensivelmente estimulado através de jogos. Por meio dos mesmos, elas exercitam suas
competências físicas, interagem, constroem conhecimentos e crescem cognitivamente. Para o
autor existem três tipos de conhecimentos: o físico, o social e o conhecimento lógico-matemático.
Focalizando o conhecimento lógico- matemático que na circunstancia é o que nos interessa
dizemos que este se refere às relações mentais concebidas pelos indivíduos entre os objetos.
Para exemplificar, ao comparamos dois objetos de tamanhos diferentes, determinamos uma
relação entre eles: um objeto pode ser maior ou menor que o outro. A divergência dos dois
objetos não se encontra no plano físico, mas na relação que criamos mentalmente entre eles. Isso
nos permite dizer que a fonte do conhecimento lógico-matemático não se encontra no objeto, mas
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sim, no próprio pensamento do indivíduo. O trabalho de Matemática na Educação Infantil para se
tornar eficaz deve se pautar nessa concepção assegurando que as crianças mais do que recitem
números, memorizem figuras geométricas , se preparando para decorar fórmulas progridam em
seus conhecimentos mediante situações significativas de aprendizagem que os permita exercitar o
raciocínio. As situações de jogos são uma das alternativas citadas pelo autor. Segundo Piaget
(1973) ―o aluno em atividade de maneira imediata com os objetos do conhecimento é o que causa
a direta aprendizagem, estimulando as ações cognitivas.‖ De acordo com esse ponto de vista "o
jogo é elemento externo que irá atuar inteiramente no sujeito, possibilitando-o a chegar a uma
nova estrutura de pensamento" (MOURA, 1994, p. 20). Esse novo parecer é um progresso no que
diz respeito ao ensinar matemática. Inúmeras são as características desenvolvidas pelos jogos:
autonomia, a capacidade de pensar, e a criatividade, além de algo muito importante que são as
estratégias e os problemas que são impostos pelos alunos durante os jogos. Moura (2008, p. 30)
diz: ―o jogo, na educação matemática, passa a ter o caráter de material de ensino quando
considerando promotor de aprendizagem. A criança coloca diante de situações lúdicas, aprende a
estrutura lógica da brincadeira, deste modo, aprende também a estrutura lógica matemática
presente.‖
CONCLUSÃO: A matemática que se concretiza na primeira etapa de escolarização com a
fundamentação do raciocínio lógico matemático para a introdução de conceitos básicos da área se
encaminha perfeitamente quando norteada pelo lúdico. Ao utilizar os jogos no ensino de
Matemática promove-se um ambiente instigante e prazeroso otimizando o desenvolvimento
pessoal, social e cultural auxiliando na construção do conhecimento e na socialização.
Enfatizando, contribui ainda como comprovamos, para o desenvolvimento do raciocínio lógico que
auxiliará na construção de conceitos matemáticos, visto que estimula o pensamento autônomo, a
criatividade e a capacidade de resolver problemas. Podemos dizer que pode se alcançar por meio
dessa estratégia uma formação integral.
No entanto enfatizamos, para que todos os proventos se consumem, o papel do professor
no planejamento ao utilizar tal recurso. É de imprescindível necessidade que ele além de
considerar a ludicidade como estratégia metodológica analise e avalie as potencialidades
educativas dos inúmeros jogos para um desempenho curricular satisfatório. O objetivo maior de
qualquer estratégia de educação deve ser a construção de uma educação democrática e de
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qualidade, onde todos se sintam capazes de alcançar os produtos sem se preocupar com a ordem
dos fatores. Em outras palavras, alcancem o sucesso mesmo em meio as limitações humanas.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos primeiramente a Deus por nossas vidas, as nossas famílias,
amigos e professores que nos acompanharam e auxiliaram desde as series inicias.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
A importância dos jogos e brincadeiras de matemática na educação infantil Disponível em:
http://www.pedagogia.com.br/textos/index.php?id=40 (acesso em 07/10/2017)
ALVES, Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino da matemática: Uma prática possível.
Campinas, SP: Papirus, 2001.
ARANÃO, Ivana Valéria Denófrio. A matemática através de brincadeiras e jogos. Campinas,
SP: Papirus, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
Brasília, 1998.
MOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino. São Paulo: USP,
1991.
PIAGET, J. A Formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, sonho, imagem e
representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
VYGOTSKY, L. A formação Social da mente. trad. de José Cipolla Neto. São Paulo: Martins
Fontes, 1991.
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A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LÚDICA PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Autores: SILVA, J.L. ; RUFINO, J. C. ; MONTEIRO, J. L.
Acadêmico do 6º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 2Acadêmico do 6º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 3Acadêmico do 6º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 4 Professora da Faculdade São Lourenço. Email: [email protected]
RESUMO
O trabalho a seguir refere-se à influência e consequências do uso ou não das atividades
lúdicas como instrumento facilitador da aprendizagem dos alunos a partir da educação infantil até
o término das séries iniciais do ensino fundamental.
A brincadeira caracteriza não só uma forma de obter conhecimentos através da diversão,
mas também ela representa uma demonstração da personalidade e de atitudes do indivíduo
envolvido nela.
Através do uso de atividades lúdicas o professor consegue alcançar um número maior de
alunos, solucionar problemas de relacionamento, socializar a turma, sanar dificuldades de
aprendizagem apresentadas por alguns alunos e tornar suas aulas mais atrativas e significativas
para seus educandos.
Fundamentado na teoria de Piaget e Vygotsky o trabalho relata desde a história do início
da realização de atividades lúdicas até o emprego das mesmas na sala de aula e no âmbito
familiar.
Palavra chave: Aprendizagem; brincadeira; atividades lúdicas
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INTRODUÇÃO
Através deste trabalho, pode-se compreender e averiguar o valor dos jogos e
brincadeiras na Educação Infantil enquanto recursos que viabilizem, de forma eficaz, a construção
do conhecimento e seu desenvolvimento realizado pela própria criança. O jogo permite uma
assimilação e apropriação da realidade humana pelas crianças, uma vez que, através dele, suas
relações de interação ocorrem com muita intensidade, além de favorecer a discussão de como o
seu conteúdo deve ser elaborado.
Para tanto, é importante desenvolver estudos sobre situações de jogos e brincadeiras
que proporcionem às crianças a estimulação necessária para sua aprendizagem, conhecendo, por
meio de pesquisa bibliográfica, as contribuições de diversos estudiosos acerca da utilização dos
jogos na aprendizagem. Este processo se dá através da capacitação do professor regente nas
séries que utilizam atividade lúdica como instrumento de trabalho.
Assim, identifica-se a importância dos jogos para uma aprendizagem mais prazerosa
no ambiente escolar e familiar, desenvolvendo a socialização, o trabalho em grupo e o
desenvolvimento dos aspectos físico, psíquico e afetivo da criança. Além disso, a participação das
crianças em jogos e brincadeiras favorece a socialização e o estabelecimento de regras e valores
como respeito, paciência, bondade e desprendimento. O trabalho com os jogos e brincadeiras
atinge seu objetivo com a colaboração do professor que tem o papel de incentivador, estimulador
e interventor proporcionando aos alunos a criação de um espaço de convivência mútua, amigável,
onde as crianças são estimuladas, social, afetiva e cognitivamente.
O tema foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica fundamentada nas
contribuições de Piaget e Vygotsky, reconhecendo sua importância e contribuições para a área em
questão.
O trabalho divide-se em oito capítulos, relatando a importância dos jogos e
brincadeiras no processo de aprendizagem, no desenvolvimento emocional, intelectual, físico e
cognitivo da criança, ressaltando sempre a importância do uso correto e objetivo deste método
facilitador da aprendizagem.
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1 O QUE É ATIVIDADE LÚDICA?
Desde os tempos antigos usava-se da brincadeira para interagir, socializar e colaborar
para o desenvolvimento das crianças.
Contudo, esta atividade lúdica não era muito valorizada e tinha um término previsto para
quando o menino fizesse sete anos e fosse enviado ao colégio interno e a menina fizesse nove,
dez anos, aproximadamente, quando esta era preparada para o matrimônio.
Segundo a Wikipédia:
Atividade lúdica é todo e qualquer movimento e tem como
objetivo produzir prazer na sua execução, ou seja, divertir o
praticante é também é conhecida como brincadeira.São
brinquedos ou brincadeiras mais livres de regras ou normas; - são
atividades que não visam a competição como objetivo principal, e
sim a realização de uma tarefa de forma prazerosa existindo
sempre a presença de motivação para atingir os objetivos. É uma
ferramenta para a educação.
As atividades lúdicas podem ser jogo, brincadeira ou qualquer
outra atividade que ofereça uma situação de interação.
Entretanto, o uso do lúdico no contexto escolar é uma atitude não muito antiga, onde esta
se encontra em constante reformulação. A atividade lúdica é fator fundamental para o
desenvolvimento das aptidões físicas e mentais da criança, sendo um agente facilitador para que
esta estabeleça vínculos sociais com seus semelhantes, descubra sua personalidade, aprenda a
viver em sociedade e preparar-se para as funções que assumirá na idade adulta.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Infantil,
A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas,
emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas
e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa
compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas
relações sociais ,interações e formas de comunicação, as
crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar,
podendo aprender, nas trocas sociais, com diferentes crianças e
adultos cujas percepções e compreensões da realidade também
são diversas. Para se desenvolver, portanto, as crianças precisam
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aprender com os outros, por meio dos vínculos que estabelece.
Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras
pessoas, sejam elas adultos ou crianças, elas também dependem
dos recursos de cada criança. Dentre os recursos que as crianças
utilizam, destacam-se a imitação, o faz-de-conta, a oposição, a
linguagem e a apropriação da imagem corporal .Brincar é uma
atividade fundamental para o desenvolvimento da identidade e da
autonomia da criança
Piaget (1998) diz que ―a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades
intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa.
2 DEFININDO JOGO
Segundo o dicionário Aurélio, ―jogo é atividade física ou mental organizada por um sistema
de regras que define a perda ou o ganho, brinquedo, passatempo, divertimento.‖
Os jogos possibilitam a aprendizagem de várias habilidades e a descoberta das
inteligências múltiplas que mais se destacam em cada aluno. Eles contribuem para o
desenvolvimento das funções cognitivas da criança, assim como faz associação da atividade
nervosa à cognição. Através dos jogos é possível trabalhar com todos os eixos da educação
infantil e ensino fundamental nas séries iniciais, contribuir para o desenvolvimento do raciocínio
lógico matemático, trabalhar liderença e trabalho em equipe, preparando-se para desafios e as
vivências do dia a dia.
A palavra jogo se orignou do vacalulário latino ludus, que significa diversão, brincadeira. O
jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado
e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades. Em Psicologia, aprendizagem
é o processo de modificação da conduta por treinamento e experiência, variando da simples
aquisição de hábitos à técnicas mais complexas. Por desenvolvimento, a designação do ato de
desenvolver, progredir, crescimento paulatino. A brincadeira infantil é um importante mecanismo
para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.
Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da
criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das
crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:
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O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de
exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da
real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento
necessário e transformando o real em função das necessidades
múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das
crianças exigem todos que se forneça às crianças um material
conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as
realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à
inteligência infantil. ( Piaget 1976, p.160).
O jogo é peça fundamental de trabalho nas primeiras séries escolares e ocasionam um
resultado positivo, rápido e de sucesso.
De acordo com Piaget os jogos são classificados em quatro categorias:
Fonte: PIAGET, Jean. A formação do símbolo da criança. Imitação, jogo, sonho, imagem e
representação. Rio de Janeiro: Zahar. 1975.
3 O LÚDICO NA VISÃO DE JEAN PIAGET E VYGOTSKY
O lúdico na alfabetização baseia-se na teoria construtivista, visando a construção do
conhecimento. O construtivismo é fundamentado na teoria piagetiana que afirma ser possível
intervir no desenvolvimento psicológico das crianças de modo a favorecê-lo na construção do
conhecimento. Para Piaget, as atividades lúdicas e os jogos tornam-se significativos à medida que
a criança se desenvolve.
De exercício: Caracterizado pela repetição de uma ação pelo prazer que
proporciona e é uma das primeiras atividades lúdicas do bebê.
Simbólico: É o faz de conta, quando a criança interpreta , acontecem também
quando as crianças manipulam objetos atribuindo significados diferentes.
De regras: Exige que os participantes cumpram regras, considerando outros fatores
que influenciam no resultado, como atenção, concentração, raciocínio e sorte.
De construção: Sua atividade principal é a construção de diversos objetos para que
possa criar um novo.
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Os estudos de Jean Piaget (1946) sobre o desenvolvimento da inteligência identificam a
crescente capacidade de experimentação, simbolização e socialização das crianças, desde os
primeiros jogos funcionais e imitações de ordem sensório-motora do bebê, passando pelas
brincadeiras de faz-de-conta das crianças entre três e seis anos de idade, até os jogos com
regras, próprios dos indivíduos maiores, aspectos estes relacionados à construção das estruturas
de conhecimento.
Os estudos de Piaget (1975) trouxeram uma relevante contribuição para os educadores,
no sentido de perceber a importância do lúdico para o desenvolvimento e suas relações de ensino
aprendizagem.
Através da atividade lúdica e do jogo, as crianças vão se socializando, formando
conceitos, selecionando ideias, estabelecendo relações lógicas, integrando percepções, fazendo
estimativas compatíveis com o seu crescimento físico e o seu desenvolvimento.
Piaget elaborou uma "classificação genética baseada na evolução das estruturas", onde
denomina e classifica as fases vividas pela criança ao longo de sua infância. Após este estudo,
classificou os jogos de acordo com a estrutura mental: jogo do exercício sensório motor, jogo
simbólico e jogo de regras.
Fonte: PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
Para Vygotsky, o lúdico tem grande influência no desenvolvimento da criança. É através
dos jogos que as crianças aprendem a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e
autoconfiança, proporcionando o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração.
Fase sensório-motora (do nascimento até os 02 anos aproximadamente): a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras.
Fase pré-operatória (dos 02 aos 05 ou 06 anos aproximadamente): As crianças adquirem a noção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças jogos de faz-de-conta.
Fase das operações concretas (dos 07 aos 11 anos aproximadamente): as crianças aprendem as regras dos jogos e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos de regras como futebol, damas, etc.
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Fundamentando-se em sua visão sócio histórica, a brincadeira e o jogo são atividades
específicas da infância, onde as crianças recriam sua realidade usando sistemas simbólicos. Essa
é uma atividade social, com contexto cultural e social.
Vygotsky (1989), afirma que:
É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma
criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera
cognitiva, ao invés de agir numa esfera visual externa,
dependendo das motivações e tendências internas, e não por
incentivos fornecidos por objetos externos.
Segundo o estudioso, a atividade de brincar tem muita importância e significado, pois esta:
Incentiva a utilização de jogos e brincadeiras;
Existe participação e engajamento;
Exercita potencialidades;
Provoca o funcionamento do pensamento;
Adquire conhecimentos;
Desenvolve a sociabilidade;
Cultiva a sensibilidade;
Estimula a criatividade.
Em qualquer época da vida, o lúdico deve estar presente. Brincar faz parte da vida e é
importante para o desenvolvimento do ser humano. Em qualquer fase, seja o indivíduo
criança, jovem ou adulto, o ser humano precisa da brincadeira, de alguma forma de jogo,
sonho ou fantasia para viver. A capacidade de brincar abre-lhe as portas para que decifre
os enigmas que o rodeiam.
Os jogos auxiliam a aprendizagem, inclusive a alfabetização, pois eles despertam o
interesse, a curiosidade e estimulam a criança a superar os desafios que apresentados nas
situações escolares. Em momentos lúdicos, acontece a mágica da aprendizagem.
O brincar com jogos e o desenvolvimento da criança permitem que se conheçam, com
mais clareza, as importantes funções mentais, como o desenvolvimento do raciocínio e da
linguagem.
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Vygotsky (1988) revela como o jogo se aproxima da arte, quando a criança cria para si o
mundo às avessas para compreendê-lo melhor, atitude que também define a atividade
artística.
Usar jogos e brincadeiras como metodologia, possibilita à criança base para a
compreensão da realidade concreta. Eles são estímulos para a aprendizagem e devem
estar adequados ao estágio de desenvolvimento em que a criança se encontra. Essas
experiências vividas constituirão em aprendizagens ricas e duradouras.
A criança que aprende através de jogos torna-se um adulto mais seguro, autônomo, crítico
e criativo.
4 A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A atividade lúdica é importante, pois ela desenvolve nas crianças suas potencialidades
humanas e proporciona condições adequadas para o seu desenvolvimento físico,
psicomotor, intelectual e social, tornando as crianças mais solidárias e participativas É uma
linguagem expressiva do ser humano, permite a descoberta do mundo, a comunicação, o
desenvolvimento integral e a socialização. O lúdico desenvolve o raciocínio, a imaginação
e exigem a tomada de iniciativas, além de favorecer a construção do conhecimento de
forma descontraída.
A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela
vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios surgidos.
Trabalhar a aprendizagem de forma lúdica e prazerosa vai proporcionar à criança
estabelecer relações cognitivas com as experiências vivenciadas. Brincando, a criança
aprende. Ela constrói seu conhecimento e aprende a conviver.
As atividades lúdicas, quando bem direcionadas, trazem benefícios que proporcionam
saúde física, mental, social e intelectual à criança.
Como benefício intelectual, o jogo contribui para a desinibição, produzindo a estimulação
mental.
Como benefício social, a criança, através do lúdico, representa situações que simbolizam
uma realidade que ainda não pode alcançar; por meio dos jogos simbólicos se explica o
real e o eu.
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Como benefício didático, as brincadeiras transformam conteúdos enfadonhos em
atividades atraentes, revelando certas habilidades através da aplicação do lúdico. Segundo
a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96,
Reconhece a Educação Infantil como primeira etapa da educação
básica. Em seu artigo segundo, a LDB coloca que a educação
infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança
até os seis anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade. O tempo da infância é de brincar e de aprender.
Entendendo a infância como uma etapa crucial para o
desenvolvimento em todos os seus aspectos, a LDB orienta que a
educação infantil por ser um período essencial e marcante na vida
da criança deve ser orientada por profissionais capazes de
compreender todas as nuances do desenvolvimento cognitivo,
afetivo e biopsicossocial. Para isso, é primordial que a formação
desse profissional seja a nível superior em Pedagogia.
5 O PAPEL DO PROFESSOR
O educador é mediador na construção do conhecimento, reconhecendo e valorizando a
relação interpessoal professor/ aluno.
Desde a educação infantil, a escola, através do trabalho do professor, promove a
formação de cidadãos menos individualistas, mais críticos e participativos na sociedade.
O professor deve estar em formação permanente e constante, construindo e reconstruindo
suas práticas pedagógicas, atuando como sujeitos na produção de conhecimento, implantando
efetivamente sua participação na concepção, construção e consolidação do saber.
O educador é fundamental no sentido de preparar a criança, incentivando-a através da
interação social, agindo de forma comprometida no desenvolvimento das competências e
habilidades de seus alunos, levando-os sempre a enfrentar e solucionar desafios. Seu papel vai
além da transmissão de informações. Deve executar um trabalho que permita e proporcione o
desenvolvimento da autonomia de seus educandos, tornando a aprendizagem significativa.
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Na visão de Gadotti (2000) sobre o papel do educador, ele ressalta que:
Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a
informação em conhecimento e em consciência crítica, mas
também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da
palavra, dos marqueteiros, eles são os verdadeiros “amantes da
sabedoria”, os filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem
fluir o saber (não o dado, a informação e o puro conhecimento),
porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a
humanidade e buscam juntos, um mundo mais justo, mais
produtivo e mais saudável para todos. Por isso eles são
imprescindíveis.
Entretanto, nos dias de hoje, as escolas oferecem pouco espaço para brincadeiras livres.
Os horários são rígidos, com turmas pretensamente homogêneas, atividades padronizadas e as
crianças têm poucas escolhas. A socialização pela brincadeira fica ausente desse modelo que
prioriza a aquisição da leitura, da escrita e das operações matemáticas.
No âmbito escolar, quando o professor organiza suas atividades de aula, deve selecionar
aquelas que são mais significativas para os alunos, depois deve criar condições para que essas
atividades sejam realizadas.
É o professor quem vai propor e criar oportunidades para que o brincar aconteça nas
aulas. São os momentos de atividades livres, o recreio ou mesmo as horas de descanso. Por meio
das brincadeiras a criança representa o discurso externo e o interioriza, construindo o seu próprio
pensamento.
Os jogos auxiliam a aprendizagem, inclusive a alfabetização, pois eles despertam o
interesse, a curiosidade e estimulam a criança a superar os desafios que apresentados nas
situações escolares. Em momentos lúdicos, acontece a mágica da aprendizagem.
CONCLUSÃO
A partir do estudo realizado conclui-se que o valor e a importância dos jogos e
brincadeiras na Educação Infantil atuam como objeto facilitador no desenvolvimento da criança.
Favorecendo assim a socialização, contribuindo para sua interação e agindo diretamente na
ampliação de suas habilidades, competências e destacando as inteligências múltiplas que a
criança apresenta com maior notoriedade.
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Norteando-se através do embasamento teórico de Piaget e Vygosty, nota-se que é preciso
proporcionar a criança o contato com o brinquedo e várias formas de brincadeiras desde os
primeiros meses de vida, dando continuidade a estas ações ao longo de toda sua infância.
A criança que brinca apresenta uma linguagem oral e escrita mais desenvolvida e
socializada, destacando-se dos demais alunos que não realizaram as mesmas atividades lúdicas
do que ela.
Com este trabalho espera-se notar a importância e valor das atividades lúdicas no processo de
desenvolvimento e aprendizagem da criança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976 BISCOLI, I. Â. Atividade lúdica uma análise da produção acadêmica brasileira no período de 1995 a 2001. 2005. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação. BOMTEMPO, E.; HUSSEIN, C. L.; ZAMBERLAN, M. A. T. Psicologia do brinquedo: aspectos teoricos e metodologicos. São Paulo: Editora da USP Nova Stella, 1986. BOMTEMPO, E. Brincando se aprende: uma trajetória de produção científica. 1997. Tese de Livre-docência, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. BENJAMIN, Walter. Reflexão: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Summus, 1984. < http://pt.wikipedia.org/wiki/Atividade_l%C3%BAdica> acesso em 17/09/2017. Revista do Professor, Porto Alegre Ano 24 Número 95 Jul/Set 2008 (Texto de Maria Ângela Barbato Carneiro) Coordenadora da Brinquedoteca da Faculdade de educação da Puc SP. PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988. < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf > Acesso em 21/08/2017. PIAGET, Jean. A formação do símbolo da criança. Imitação, jogo, sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar. 1975. < http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/tudo-brinquedo-423011.shtml> Acesso em 22/09/2017. OLIVEIRA, PAULO DE SALLES, O que é brinquedo, São Paulo-SP, Brasiliense- 2ª edição, 1984. BRINQUEDO, LINGUAGEM E ALFABETIZAÇÃO. Nylse Helena Silva Cunha, Editora Vozes.
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A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO
MORAES. C. R. F. 1, RIBEIRO,M. N. dos S.², TOBIAS, N. R. F.
3, SANTOS, M. V. S. H.4
¹Professora orientadora. Pedagoga. Esp. em Alfabetização. Mestra em Gestão e Avaliação – Faculdade de São
Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG –
²Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG
³Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG
4Graduando da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG
RESUMO Este artigo buscou a reflexão sobre a importância das atividades lúdicas para o trabalho pedagógico tendo como objetivos a conscientização sobre a importância da utilização do lúdico no trabalho pedagógico, o reconhecimento da importância da socialização através dos jogos e brincadeiras e a analise das vantagens da utilização dos jogos e brincadeiras no processo ensino/aprendizagem. A questão-problema que desencadeou esta pesquisa foi: Qual a importância de utilizar atividades lúdicas nas atividades pedagógicas? A hipótese reflexiva sobre a questão-problema centrou-se que os professores utilizam as atividades lúdicas como forma de socializar e ensinar os alunos. Desta forma, a pesquisa justifica-se através do reconhecimento da importância e da influência das atividades lúdicas no processo ensino/aprendizagem, em especial na socialização dos alunos, não só como forma de recreação, mas como forma de socializar, integrar e ensinar os conteúdos esperados. Conclui-se com a pesquisa a importância da associação das atividades lúdicas ao processo ensino/aprendizagem traz vários benefícios ao desenvolvimento das crianças. Palavra chave: Atividades lúdicas. Escola. Crianças. Professor.
ÁREA DO CONHECIMENTO: Pedagogia.
INTRODUÇÃO
A partir do tema proposto, eis a questão-problema que idealiza esta pesquisa: Por que é
importante utilizar atividades lúdicas no trabalho pedagógico. Tendo como objetivos específicos o
reconhecimento e a importância da socialização através de jogos e brincadeiras, analisando as
vantagens da utilização destes durante o processo ensino/aprendizagem.
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Considerando os objetivos propostos, a pesquisa justifica-se através do reconhecimento
da importância e da influência dos jogos e das brincadeiras no processo ensino/aprendizagem, em
especial na socialização dos alunos, não só como forma de recreação, mas como forma de
socializar, integrar e ensinar os conteúdos esperados. Nesse sentido, observa-se a importância
dessa pesquisa no contexto escolar.
Atualmente, verifica-se que as atividades lúdicas proporcionam à criança a possibilidade
de conviver com diferentes sentimentos, os quais fazem parte da sua vivência, através dos jogos e
das brincadeiras as crianças reconstroem o mundo como gostariam que ele fosse, definem suas
preocupações, seus problemas, ou seja, se expressam através das brincadeiras, o que muitas
vezes tem dificuldade de expressar com palavras.
A escola ao associar atividades lúdicas ao processo de ensino/aprendizagem pode obter
grandes resultados para o desenvolvimento dos alunos
METODOLOGIA/OBJETIVOS
A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa bibliográfica de obras de autores que
defendem a importância da utilização do lúdico no trabalho pedagógico.
Este artigo objetivou a conscientização sobre a importância da utilização do lúdico no
trabalho pedagógico, o reconhecimento da importância da socialização através dos jogos e
brincadeiras e a análise das vantagens da utilização dos jogos e brincadeiras no processo
ensino/aprendizagem
DISCUSSÃO
Toda criança requer muita atenção e dedicação, não só dos pais, mas também, dos
professores, cujo ambos possuem grande responsabilidade com o desenvolvimento intelectual,
psicomotor e social da criança. Tendo como dever propor atividades que envolvam princípios:
espaciais, temporais, materiais e atitudinais.
Nas turmas de Educação Infantil é muito comum a utilização de jogos e brincadeiras como
forma de adaptação e socialização das crianças. De acordo com Ronca (1989, p.27): ―O
movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a
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criança constrói classificações, elabora seqüências lógicas, desenvolve o psicomotor e a
afetividade e amplia conceitos das várias áreas de ciência‖. As atividades lúdicas, que envolvem
jogar e brincar parecem ser atividades agradáveis e aceitas na vida das crianças, podem parecer
simples e sem sentido, mas ao observá-las é possível verificar sua atuação no desenvolvimento
psicológico, psicopedagógico, intelectual, emocional e social das crianças. Assim as brincadeiras e
os jogos desempenham um papel essencial na aprendizagem e no processo de socialização das
crianças.
Para Vygotsky (1989, p. 84): ―As crianças formam estruturas mentais pelo uso de
instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da atenção do
indivíduo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade‖. Assim quando o
professor sugere um jogo ou uma brincadeira, ele cria um ambiente motivador e atraente que
permite aos alunos participarem ativamente do processo ensino/aprendizagem brincando,
assimilando experiências e informações, incorporando atitudes e valores, além de servir de
assimilando experiências e informações, incorporando atitudes e valores, além de servir de
estímulo para o desenvolvimento integral da criança. A partir destas experiências a aprendizagem
ocorre de forma natural e espontânea, mostrando que as atividades lúdicas facilitam não só o
processo de ensino/aprendizagem, mas também é uma forma de socialização.
Através dos estudos observa-se que a importância dos jogos e das brincadeiras já foi
descoberta há muito tempo, pode-se perceber isso através das palavras de Freinet (1975, p.38) ―
O professor deve ter sensibilidade de utilizar a sua prática‖. A partir desta citação é possível
perceber que há décadas já se falava de necessidade de uma constante atualização pedagógica,
propondo mudanças na prática adotada pelas escolas consideradas tradicionais, sugerindo a
utilização de jogos pedagógicos, passeios, brincadeiras entre outras atividades durante o processo
ensino/aprendizagem.
Assim surge a ideia de que a escola deve ser um lugar alegre com atividades prazerosas,
com jogos e brincadeiras. De acordo com Winnicott (19975, p. 32) ―A criança brinca para buscar
prazer, para controlar ansiedade, para estabelecer contatos sociais, para realizar a integração da
personalidade por fim para comunicar- se com as pessoas‖ Para o autor o brincar representa para
a criança um meio de se expressar, interagir, de ver o mundo com olhos de criança.
Com base no referencial curricular nacional para educação infantil (BRASIL, 1998, P.29)
verifica-se a importância da utilização das brincadeiras na educação infantil
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A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.(BRASIL, 1998, P.29)
Assim observa-se que o aprendizado da criança acontece de maneira continua, e para
que isso aconteça torna-se necessário que o professor ofereça recursos matérias através de
brinquedos e jogos que possibilitem seu desenvolvimento, lembrando sempre que o professor
precisa proporcionar tempo para as crianças brincarem e assim aprender espontaneamente.
Atualmente um dos principais objetivos da escola é proporcionar a socialização entre os
alunos, através deste objetivo os professores buscam a interação, incentivam o trabalho em
equipe, proporcionam a troca de ideias e a cooperação entre os alunos. Com base no objetivo
proposto verifica-se a importância dos jogos na vida escolar das crianças, pois o jogo é uma
atividade construída socialmente e culturalmente, sendo uma atividade que faz com que a criança
entre em contato com a cultura e com o grupo, realizando um trabalho em conjunto. Segundo
Piaget (1978, p 29), ―Os jogos de regras são a atividade lúdica do ser socializado‖,ou seja, através
dos jogos de regras, a criança assimila a necessidade do cumprimento das leis da sociedade e do
convívio em grupo.
Através das atividades lúdicas realizadas no ambiente escolar que a criança começará a
compreender as regras do grupo, a se socializar, entrando em contato com variadas de
aprendizagem, realizadas de maneira agradável e natural. Retirando da criança o estigma de que
a escola é um lugar chato e que não há momentos agradáveis. Segundo Kishimoto (1994, p. 134)
―O brinquedo, o jogo, o aspecto lúdico e prazeroso que existem nos processos de ensinar e
aprender não se encaixam nas concepções tradicionalistas da educação‖. Assim, a escola deve
ser entendida como um espaço que deve promover o desenvolvimento da criança, promover uma
aprendizagem significativa, mas esta não precisa ser forçada, pode ocorrer a través do prazer e da
alegria que os jogos e as brincadeiras proporcionam. Sobre a importância dos jogos Vygotsky
(1991, p. 122) afirma que,
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É na atividade de jogo que a criança desenvolve o seu conhecimento do mundo adulto e é também nela que surgem os primeiros sinais de uma capacidade especificamente humana, a capacidade de imaginar (…). Brincando a criança cria situações fictícias, transformando com algumas ações o significado de alguns objetos (Vygotsky1991, p. 122)
Através dos jogos a criança envolve-se em um mundo de ilusões e fantasia nos quais
todos os desejos são realizados, desenvolvendo através do brinquedo a sua imaginação, onde
através da fantasia tudo é possível. A criança cria um mundo de papéis e relações sociais, que
oferecem oportunidades para o seu desenvolvimento. Assim através da brincadeira e do jogo, a
criança aprende a conviver com a realidade do mundo, formando sua personalidade, vivenciando
sentimentos num universo simbólico, projetando-se no mundo ao seu redor.
Atualmente os professores utilizam as brincadeiras e os jogos como forma de ensinar,
de socializar e de integrar as crianças ao ambiente escolar. Segundo Ronca (1989, p.27) essas
atividades são fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças,
O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo. (1989, p.27).
Observa-se que através das atividades lúdicas a criança expressa suas curiosidades,
seus interesses, e ao brincar, conhece a si própria e seus colegas, e assim m a difícil tarefa de
compreender seus limites, suas possibilidades, as normas sociais estabelecidas e de inserir-se em
um grupo que muitas vezes tem ideias e concepções diferentes.
As atividades lúdicas que envolvem a utilização de jogos, brinquedos e brincadeiras
tornam-se muito importantes na escola, pois essas atividades estimulam a imaginação, a
compreensão e a reprodução das experiências vivenciadas no cotidiano. Segundo o Referencial
Curricular Nacional Para Educação Infantil (BRASIL, 1998 p.27): A brincadeira favorece a
autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma
criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no
âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam-no em
um espaço singular de constituição infantil.
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Assim, acredita-se que as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento da
autoestima e a valorização pessoal além de possibilitarem á criança a exploração do mundo
através da descoberta de forma divertida e natural exercitando habilidades importantes ao
desenvolvimento.
De acordo com os PCNs de Educação Física (1997, p.36) ‗‘As situações lúdicas
competitivas ou não, são contextos favoráveis de aprendizagem, pois permitem o exercício de
uma ampla gama de movimentos, que solicitam a atenção do aluno na tentativa de executá-los de
forma satisfatória‖. A partir desta citação verifica-se que o lúdico está relacionado a tudo que
transmite alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e a curiosidade, desafiando
a criança a buscar soluções durante o processo ensino/aprendizagem, desenvolvendo sua
inteligência.
Para Vygotsky (1979, p. 45)―A criança aprende muito ao brincar. O que aparentemente
ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o
seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social, psicológico‖.
Assim, concluem-se as vantagens do brincar na vida da criança, e a necessidade dos
jogos e das brincadeiras, pois ao brincar a criança cria um mundo, copia problemas, reproduz a
realidade através da fantasia, segue regras, faz imposições e cria um ambiente de aprendizagem
agradável e prazeroso que deve ser aproveitado pelos professores e psicopedagogos como forma
de ensinar, integrar e socializar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer da pesquisa fica evidente a necessidade da exploração e da correta utilização dos
jogos e das brincadeiras, a fim de ensinar e envolver as crianças numa atividade que requer o
desenvolvimento da sua imaginação, onde através da fantasia a criança possa idealizar, sonhar,
criar, reproduzir papeis e relações sociais, que darão oportunidades para o seu desenvolvimento.
Assim, através da brincadeira e do jogo, a criança aprenderá a conviver com a realidade do
mundo, formando sua personalidade, vivendo sentimentos e decepções comuns ao seu redor.
Quando se fala em atividades lúdicas é comum associar tais atividades a socialização, e a
socialização é fundamental no processo ensino/aprendizagem, pois o ato de ensinar e aprender
requer muitas vezes a troca de experiências, o trabalho em equipe, e muitas outras atividades em
grupo influenciam na aprendizagem.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREINET, C. As técnicas Freinet da escola moderna. Lisboa: Editorial Estampa 1975.
KISHIMOTO, Tizuko M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneiras, 1994.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho. Rio de Janeiro: Zanar, 1978.
RONCA, P. A C. A aula operatória e a construção do conhecimento. São Paulo: Edisplan, 1989.
VYGOTSKY, H. Do ato ao pensamento. Lisboa, Morais, 1979.
______________. Linguagem desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/ Edusp, 1989
______________. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
WINNICOTT, D.W O brincar e a realidade. Rio de janeiro: Imago, 1975.
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A IMPORTÂNCIA DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE
LEITURA E ESCRITA
MACIEL. D. V. F. ¹; DIAS. E. M. P².; CARVALHO. A. C. M.³
RESUMO: A consciência fonológica pode ser agrupada como um conjunto de habilidades que
permite à criança compreender e manipular unidades sonoras da língua, conseguindo segmentar
unidades maiores em menores. Tais capacidades são fundamentais na alfabetização, tendo em
vista que da consciência fonológica depende uma serie de processos fundamentais para a
aquisição da leitura e da escrita. Portanto o presente artigo tem a pretensão de afirmar que
crianças expostas a atividades que estimulem o desenvolvimento das habilidades da Consciência
Fonológica aprendem a ler e escrever com eficiência e significado.
PALAVRAS-CHAVES: consciência fonológica; leitura; escrita
INTRODUÇÃO: A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades
que vão desde a simples percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas
entre as palavras até a segmentação e manipulação de sílabas e fonemas (Bryant & Bryant,1985).
Fazendo parte do processo fonológico,que se refere ás operações mentais de processamento de
informação baseadas na estrutura fonológica da linguagem oral. Assim, a consciência fonológica
refere-se tanto à consciência de que a fala pode ser segmentada quanto á habilidade de manipular
tais segmentos, e se desenvolve gradualmente á medida que a criança vai tomando consciência
do sistema sonoro da língua ,ou seja,de palavras,sílabas e fonemas como unidades identificáveis
(Capovilla & Capovilla, 2000b).
Através destes entendimentos podemos concluir que a aprendizagem da leitura e escrita
não são atividades que se resumem apenas na memorização visual das palavras, mas sim, um
processo que requer conhecimento das estruturas dos sons da fala, por exemplo, uma criança ao
interagir com a palavra:‘‘SAPATO‖, vai descobrindo que esta pode ser fragmentada em sílabas,
que inicialmente podem ser identificados como ―pedaços‖ :‘SA‘,‘PA‘,‘TO‘, ou fragmentada em
letras s,a,p,a,t,o, em fonemas ;/s/,/a/,/p/,/a/,/t/,/o/,que há outras palavras dentro desta
palavra;SAPA,PATO, palavras estas que inicialmente são mais fácies de serem identificadas,
porém no momento em que a criança tiver consciência de manipular os grafemas e fonemas,
poderá formar outras palavras: SOPA, TAPA, PATA, TOPO, PASTO, PASTA, POSTA...através do
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exemplo, pode-se perceber que a consciência fonológica é muito mais abrangente que a relação
letra/som ela engloba diferentes modalidades linguísticas, tais como consciência de palavras,
sílaba ,fonema, rima, aliteração.
Crianças que tem a consciência fonológica bem desenvolvida terão maior facilidade na
aprendizagem da leitura e escrita, sendo que essa consciência pode ser treinada através de
brincadeiras e jogos compatíveis com a idade e o desenvolvimento neurobiológico da criança.
Sendo assim, a estimulação precoce da consciência fonológica, proporcionada por familiares e
professores (principalmente na Educação Infantil) será determinante na busca de uma
alfabetização significativa.
MATERIAL E MÉTODO: O referido trabalho foi constituído por pesquisa bibliográfica através da
análise e estudo das obras escritas sobre esse tema. E ainda contou com uma pesquisa de campo
com a aplicação de atividades, conforme comprova o anexo e análise dos testes que demonstram
os resultados obtidos. A pesquisa foi realizada com crianças da Educação Infantil, alunos do 2º
Periodo da Escola Municipal Coronel Manoel Dias Ferraz em São Lourenço MG,e seu período de
duração foi de 6 meses. Portanto os métodos utilizados foram qualitativos e quantitativos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa bibliográfica confirma que a linguagem além de
atender nossos propósitos comunicativos, pode tomá-la como objeto de reflexão e assumir diante
dela uma atitude metalinguística. Entre várias dimensões metalinguísticas uma, que é fundamental
para que um aprendiz se alfabetize ,é a capacidade de refletir sobre os segmentos sonoros das
palavras que pronunciamos isto é Consciência Fonológica.
No decorrer do 3º Bimestre foram aplicadas atividades como mais uma vez comprova o
anexo, onde se pretendia revisar todos os grafemas e fonemas (traçado e som). A partir daí
mostrar para os alunos que da união de dois sons deriva uma sílaba. E que das sílabas originam
as palavras e assim sucessivamente. Depois foi aplicado um teste avaliativo que comprovou a
eficiência do trabalho de estimulação e o avanço no processo de Alfabetização.
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(A tabela das boquinhas foi realizada como atividade estimuladora da consciência fonológica)
Em Uma turma de 25 alunos, 90% apresentaram desenvolvimento significativo nas
habilidades de consciência fonológica, aproximadamente 23 crianças.
CONCLUSÃO: Podemos concluir com esse artigo que a Consciência Fonológica é um vasto
conjunto de habilidades que nos permite refletir sobre as partes sonoras das palavras e os sons
que compõem a fala.
As atividades aplicadas contribuíram para o melhor desenvolvimento do processo de aquisição de
leitura escrita.
O teste confirma que crianças que foram submetidas ao trabalho de Consciência
Fonológica alcançaram melhor desenvolvimento na alfabetização.
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AGRADECIMENTO: Agradecemos primeiramente a Deus por nós estarmos fazendo a faculdade
de Pedagogia e somos muito grata a nossa Professora Alexandra Cristino Mullor de Carvalho
que nos deu o maior apoio e tirou um pouquinho de seu tempo pra nós orientar nesse artigo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capovilla, A; Capovilla, F. (2000b) Problemas de Leitura e Escrita: como identificar, previnir e
remediar, numa abordagem fonológica. São Paulo, SP: Memnon.
Bryant, P. E. &Bradley, L. (1985). Bryant and Bradley Reply. Nature, 313, 74.
Capovilla, A. G. S. &Capovilla, F. C. (2000a). Efeitos do treino de consciência fonológica em
crianças com baixo nível socioeconômico. Psicologia Reflexão e Critica 13 (1), 7-24.
Capovilla &Capovilla (1997). Treino de Consciência Fonológica e seu impacto em habilidades
fonológica, de leitura e ditado de pré 3 a 2ª série. Ciência Cognitiva: Teoria, Pesquisa e
Aplicação, 1(2), 461-532.
HENNEMANN, Ana L. Consciência Fonológica – O que é? Como desenvolvê-la? Novo
Hamburgo, 05 de julho/ 2017.
ANEXO
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A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS LÚDICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autoras: FERREIRA, T.1; SILVÉRIO, V. M.2; SOUZA, A. C. M. 3
Orientadoras: CARVALHO, A. C. M.; AUGUSTO, E. L. A. 1 Graduanda em Pedagogia, Faculdade de São Lourenco, São de Lourenco-MG
[email protected] 2 Graduanda em Pedagogia, Faculdade de São Lourenco, São de Lourenco-MG 3 Graduanda em Pedagogia, Faculdade de São Lourenco, São de Lourenco-MG
RESUMO: Por meio de pesquisa bibliográfica, buscou-se no presente artigo de revisão, analisar as contribuições das brincadeiras lúdicas e dos jogos para o desenvolvimento dos conceitos matemáticos com crianças da Educação Infantil. A relevância e justificativa da temática prendeu-se em considerar o uso do lúdico, por meio de brinquedos e jogos, como metodologia alternativa e como estratégia de trabalho com a disciplina de Matemática, durante o processo ensino-aprendizagem. Conclui-se que o brincar lúdico, por meio de jogos, é a base e análise do progresso da criança, e que sua ocorrência nas aulas de Matemática, enquanto representação simbólica dos conceitos matemáticos nas diversas etapas da infância, contribui para o desenvolvimento físico-motor, para a maturação emocional, para a relação social (vínculo), para a promoção das diversas linguagens e, consequentemente, para o desenvolvimento cognitivo matemático. PALAVRAS-CHAVE: ludicidade; Matemática; Educação Infantil. INTRODUÇÃO: desde os primórdios, a humanidade brinca e se utiliza de brinquedos para tanto. No início, segundo registros da literatura especializada, os povos do Oriente e da Grécia, habitualmente, brincavam de jogos de pedrinhas, de amarelinha, de empinar pipas – brincadeiras estas, presentes entre as crianças por um longo período da história, e que, por muito tempo, ficaram esquecidas, sendo substituídas por brincadeiras mias modernizadas, donde se utilizam recursos eletrônicos. As brincadeiras mais originais, que em grande proporção eram classificadas como jogos infantis, eram aquelas que, mesmo com o avançar da tecnologia, ainda permaneciam presentes entre crianças oriundas de classes menos privilegiadas financeiramente, haja vista que sua ocorrência associava-se às ruas, calçadas, pátios, terrenos abandonados e quintais; ainda que, para tanto, utilizavam-se de brinquedos improvisados ou criados a partir de materiais alternativos – conhecidos como sucatas, na atualidade. De modo geral, na infância, o brinquedo e as brincadeiras lúdicas são, para a criança, um modo muito significativo e prazeroso de expressão e de representação e que transita entre o real e o imaginário. Assim, é possível observar dentro das teorias que o brinquedo e a brincadeira infantil se estruturam em evolução – por fases e/ou etapas, e/ou estágios, e/ou movimentos – conforme o próprio crescimento físico da criança, dentro de seu processo de construção como ser social (até mesmo em ocasiões para sua inclusão), e de acordo com sua maturação motora e seu desenvolvimento cognitivo. A brincadeira lúdica se resume em uma atividade significativa e social, por onde a criança passa a aprender, utilizando-se dos brinquedos como fonte de motivação e de criatividade. Tal afirmativa fundamenta a questão problema de pesquisa: qual a contribuição da brincadeira e dos jogos,
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enquanto recurso lúdico/metodologia de ensino, para a promoção do desenvolvimento da Matemática com crianças da Educação Infantil? Acredita-se que, a proposta de metodologias lúdicas para o desenvolvimento dos conceitos matemáticos na Educação Infantil permite a criação de vínculos com outras diversas áreas do conhecimento e promova o interesse e a assimilação dos conteúdos da Matemática como disciplina. Assim, por meio de pesquisa bibliográfica, o objetivo geral do presente artigo é analisar as contribuições dos jogos e brincadeiras para as crianças da Educação Infantil, e o específico se resume em apontar tais contribuições para o ensino de conceitos matemáticos, por meio de explanações práticas. A escolha desta temática de pesquisa justifica-se pois, novas metodologias para o desenvolvimento de conteúdos matemáticos na Educação Infantil precisam estar pautadas na exploração de vários aspectos, desmistificando a exploração de se trabalhar somente com números, sendo necessário compreender que as crianças pequenas precisam desenvolver o raciocínio lógico (cognição), a motricidade, a afetividade, a criatividade e a linguagem em meio aos conceitos matemáticos a serem trabalhados. MÉTODOS: Este artigo visa a importância dos jogos e das brincadeiras lúdicas na matemática de forma significativa e desafiadora.. O referido trabalho foi subsidiado por pesquisa bibliográfica, baseando-se nos estudos das obras por este tema. DISCUSSÃO: de acordo com Santos (1999), para uma criança brincar é viver. A mesma autora destaca o brincar sob vários aspectos, sendo eles: (1) filosófico, onde brincar contrapõe-se à racionalidade e a emoção está presente junto à razão; (2) sociológico, onde o brincar é ferramenta de inserção da criança no contexto social e mediante brincadeiras ela se molda segundo critérios de crença, de regra, de costume, de lei e de hábito onde vive; (3) psicológico, onde o brincar é responsável pelo desenvolvimento da criança e das modificações ocorridas em seus comportamentos; (4) criativo, onde o brincar centra-se na busca do ‗eu‘ da criança através das imagens que ela constrói nas brincadeiras; (5) pedagógico, onde o brincar é sinônimo de aprender. É necessário que o docente compreenda a importância do brincar e do jogar na educação infantil
e que promova momentos para que isso aconteça nas aulas. De acordo com Freire (2008, p. 154)
―no espaço do brincar a criança comunica sentimentos entre o real e o imaginário‖ Tal intervenção
representa um diálogo e a criação de vínculos, mesmo que de modo lúdico, e permite que o
educando se constitua como pessoa.
Quando o docente promove brincadeiras nas aulas da educação infantil, ele além de promover
vínculos, passa a construir conhecimento. Sendo assim, o brincar e o jogar podem ser
considerados como componentes do ensino aprendizagem, que possibilitam a aproximação do
docente e do educando e das disciplinas (FREIRE, 2008). O brincar estimula e promove o trabalho
do desenvolvimento físico, social e cognitivo, pois, desafia o educando ao mesmo tempo em que
possibilita a elaboração de soluções por meio dos avanços de seus conhecimentos adquiridos
(SANVADOR et al., 2011).
A prática docente na educação infantil da atualidade exige que os educadores ao realizarem um
trabalho que compreenda os seres humanos em sua totalidade e em seus contextos sócio-
histórico-culturais, compreendam que a afetividade deve permear as relações, as interações e as
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construções do conhecimento mediante o brincar. Exige que os mesmos realizem um trabalho
pautado na afetividade visando compreender que o físico, o social e o cognitivo são
interdependentes (RAMOS; ASSIS, 2011).
A Matemática permeia todas as atividades dos homens, desde as mais simples, até as mais complexas e, portanto, deve já ser inserida no cotidiano de crianças pequenas em âmbito escolar, devendo ser priorizada tal inserção por meio de metodologias que privilegiem brincadeiras, jogos e demais atividades lúdicas (REIS, 2006). De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), o trabalho de noções matemática para as crianças pequena demanda em atender as necessidades próprias no que tange a construção de seus conhecimentos, ao mesmo passo em que demanda atender suas necessidades sociais, para deixa-las dotadas de instrumentos para viver de forma melhor e compreender com mais facilidade o mundo que as cerca, e que as exige diferentes conhecimentos e habilidades (BRASIL, 1998). Dentro do ensino da Matemática na Educação Infantil de 4 a 6 anos, os conteúdos são divididos em 3 blocos, a saber: (1) números e sistema de numeração – conteúdos que envolvem contagens orais em brincadeiras, jogos e músicas que ludicamente buscam diferentes formas de contar; (2) grandezas e medidas – conteúdos que envolve a compreensão de números, noções de espaços e formas; por meio de atividades que envolvam grandezas e medidas as crenças da Educação Infantil podem compreender melhor a diversidade de conceitos matemáticos existentes; (3) espaço e formas – brincadeiras, imaginação, criatividade e fantasias que envolvam a identificação de objetos e figuras, contornos ou ponto de referência é primordial para se trabalhar espaços e formas e promova naturalmente o aprendizado (BRASIL, 1998). Considerando o contexto e, segundo Smole (2000), os professores da Educação Infantil precisam assumir a função de facilitador da exploração de conceitos matemáticos no ambiente, de forma prazerosa e didática. Pesquisas recentes em educação vêm fazendo apontamentos sobre a importância da Matemática, enquanto disciplina, junto a crianças pequenas (REIS, 2006) e, dessa forma, o primordial é a criação de espaços e situações em âmbito escolar para o estímulo da capacidade de aprender nas crianças da Educação Infantil, motivando-as a gostar de Matemática, utilizando-se de diversas brincadeiras e jogos pedagógicos (KISHIMOTO, 2000). Kamii e Rheta (2009), sugerem que a atividade para exploração de conceitos matemáticos com crianças pequenas deve acontecer mediante atividades concretas, que explorem seus corpos, em envolvam seus meio ambientes e materiais reaproveitados. Algumas explanações práticas do uso de jogos e brincadeiras para a promoção do desenvolvimento de conceitos matemáticos na Educação Infantis podem ser elencadas, a partir de Smole (2000) e Reis (2006), sendo aqui destacados: o jogo de amarelinha, o jogo de boliche, a atividade com bola ao cesto queimada e brincadeiras com corda. O jogo da amarelinha, para crianças de 4 a 6 anos, explora sua dificuldade em pular com um pé só e pode ser promovida em grupo, sendo criado um círculo, onde todas as crianças da turma acompanhem o percurso e conheçam os recursos para auxiliar o mesmo. Somente após a observação é que se propõe a atividade em sua extensão individual. Durante este percurso individual, a professora pode explorar o grupo de crianças com perguntas para verificação da familiarização com o jogo. Podem ser explorados os questionamentos de qual o menor e o maior número da amarelinha, de qual o número anterior e posterior de onde a pedrinha está no momento, de quantas casas para cima ou para baixo é preciso pular para se chegar a tal número, a partir do local em que está a pedrinha, dentre outros questionamentos (REIS, 2006).
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De acordo com o RCNEI, ―utilizar o jogo na Educação Infantil significa transportar para o campo de ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora‖ (BRASIL, 1998, p. 37). O jogo de boliche pode começar a ser explorado pela criatividade das crianças em criar seus próprios jogos, a partir do uso de materiais reciclados e materiais de apoio (durex coloridos, tintas, fitas e colas). Além disso podem ser construídas pistas individuais para o boliche, para o ensinamento de limites e noções espaciais para o jogo (REIS, 2006). De acordo com Antunes (2003), a noção de espaço junto à orientação corporal da criança permite-lhe a possibilidade de fazer correlações com outros objetos para efetuar operações e movimentos diversos. Retomando Reis (2006), nos jogos de boliche, muitas são as problematizações a serem formuladas: quantas garrafas cada coleguinha derrubou? Quem derrubou mais? Quem derrubou menos? Quem jogou mais a bola para fora do limite da pista? Pode-se solicitar operações matemáticas básicas, do tipo: 3 pinos já foram derrubados durante a primeira tentativa, quantos faltam para derrubar na segunda tentativa? Ainda, pode ser jogado em grupos de seriações, como meninas e meninos, para serem questionados da mesma forma. Pode-se pedir que após o jogo o registro seja feito em papel, onde percebe-se a reconstrução da situação problema por cada criança, bem como o registro de seus resultados individuais ou em grupos. Para Antunes (2003), este tipo de jogo explora as naturezas físicas e mentais das crianças pequenas. Segundo Smole (2000), as brincadeiras e bola ao cesto e queimada, podem propor reflexões matemáticas de números e sistemas de numeração e grandezas e medidas. Questionamentos de quantas crianças ainda estão presentes em cada um dos campos na queimada e quantas já saíram do campo e foram queimadas, bem como qual o número de pontos realizados por cada equipe no arremesso das bolas ao cesto faz parte das problemáticas dessas brincadeiras. Em ambas, o trabalho em grupo é essencial para o resultado final. Kishimoto (2000), chama a atenção para a importância das ações pedagógicas que envolvem trabalhos organizados por grupos, onde nestes as trocas de informações são frequentes, as citações criadas favorecem o aprendizado e a sociabilidade, a cooperação e o respeito mútuo, resumindo-se em atividades onde ocorrem aprendizagens significativas. As brincadeiras com corda é outro desafio para as crianças pequenas, pois ainda não demonstram domínio e noção da relação espaço X tempo. Desta forma as atividades com cordas proporcionam diversas modalidades de brincadeira para exploração destes conceitos, como por exemplo: pular corda, cabo de guerra, cobrinha e zerinho – em todas estas atividades as noções matemáticas estão presentes (SMOLE, 2000). Tais atividades, além de favorecer noções matemáticas, promovem competências pessoais, corporais e espaciais de crianças na Educação Infantil, quando auxiliadas por professores (SMOLE, 1996). Diante destas explanações, pode-se afirmar que enquanto as crianças brincam com o jogo de amarelinha, o jogo de boliche, a atividade com bola ao cesto queimada e brincadeiras com corda, elas são incentivadas a contar, comparar, identificar algarismos, adicionar, subtrair, perceber intervalos, compreender espaços, temporizar, explorar a noção corporal e pensar aritmeticamente (KAMII; RHETA, 2009). CONCLUSÃO: A brincadeira oportuniza o desenvolvimento da criança e que, quando por meio do uso de brinquedos e jogos, não se considera somente seu valor lúdico, passando a serem destacadas demais capacidades, valores sociais e criatividade, podendo os mesmos evoluírem de acordo com a fase cognitiva, com a sua realidade social e com a maturação física-motora. O uso das brincadeiras e jogos como passatempo para crianças da Educação Infantil necessita ser desmitificado. As propostas de seu uso devem ser valorizadas, pois faz parte do desenvolvimento cognitivo, físico e social de toda a infância.
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De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada, pode-se afirmar que o lúdico, quando utilizado no processo educacional de conceitos matemáticos, se faz ferramenta facilitadora, pois viabiliza a aprendizagem dos conteúdos propostos. Especificamente, para o processo de desenvolvimento da Matemática como disciplina, a ludicidade com as crianças pequenas é necessária, pois, buscar diferentes formas de trabalhar seus conteúdos, suas realidades, suas necessidades, para que ela realmente surta efeito. Verificou-se que a proposta de uma Matemática lúdica é eficaz. Entretanto, verificou-se que esta necessita ser trabalhada aos pares ou em relações; ou seja, requer um envolvimento maior do professor com a turma de crianças pequenas e, principalmente, com o conceito a ser explorado – neste caso, a educação do físico, do motor, do social e do cognitivo. Cabe aos professores de Educação Infantil ofertar brincadeiras criativas, isentando-se do rigor das regras, considerando a faixa etária das crianças e seus contextos sociais, não se esquecendo de que, na primeira infância, as mesmas devem ser livres para a expressão de sua criatividade e imaginação. Conclui-se, então, que o brincar lúdico, por meio de brinquedos e jogos, é a base e análise do progresso de conceitos matemáticos da criança, onde brincar passa ser sinônimo de resolver problemas. Em simples palavras, correto seria afirmar que a brincadeira lúdica é a base do processo de aprendizagem infantil como um todo, e que ela se faz importante para o desenvolvimento cognitivo, sócio e físico da criança pequena.
AGRADECIMENTO: Agradecemos a Deus em primeiro lugar, os orientadores que contribuíram
para realizar este artigo em especial a Professora Eliete de Almeida Augusto e aos colegas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: ANTUNES, Celso. O jogo e a educação infantil: Fala e dizer/olhar e ver/escutar e ouvir. Vozes: Petrópolis, 2003. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Brasília: MEC, 1998. FREIRE, Ivete de Aquino. Lúdico, movimento e diálogo. Campinas: Alínea, 2008. KAMII, Constance; RHETA, Devries. Jogos na educação infantil: implicações da teoria de Piaget. Porto Alegre: Artmed, 2009. KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeiras e a educação. São Paulo, Editora Cortez: 2000. RAMOS, Géssica Priscila; ASSIS, Muriane Sirlene Silva de. O professor de crianças na atualidade: enfoques legais e pedagógicos. 2011. Disponível em: <http://periodicos.uesb.br/index.php/praxis/article/viewFile/733/706> Acesso em: 5 out. 2017. REIS, Silvia Marina Guedes dos. A matemática no cotidiano infantil: jogos e atividades com crianças de 3 a 6 anos para o desenvolvimento do raciocínio-lógico-matemático. Campinas: Papirus, 2006. SALVADOR, A.C.; NOGUEIRA, A.B.L.; GOMES, C.M.; OLIVEIRA, E.C.J.; LIMA, F.R.C.; LUZ, K.M.; ARAUJO, L.P.P.; GONÇALVES, P.L. Aprendizagem e brincadeira: um trabalho lúdico com sucata. Revista de Ciências da Educação, Americana, ano 13, n. 24, p. 487-504, jan./jun., 2011. SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. SMOLE, Kátia Cristina Stocco. A Matemática na Educação Infantil. A teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre, Editora Artes Médicas: 1996. SMOLE, Diniz e Candido. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática: Matemática de 0 a 6 anos. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TEA NA FAMÍLIA E NA EDUCAÇÃO REGULAR
FONSECA, Edilaine Alves Firmino¹; CÂNDIDO, Mariluci Costa²; DIAS, Tamiris Musso³; BRITO, Ronaldo Ferreira de4;
PEREIRA, Denise Maria Fonseca5;PEREIRA, Maria Alice Fonseca6
¹Aluno: [email protected]/Faculdade de São Lourenço/Pedagogia; ²Aluno:
[email protected]/Faculdade de São Lourenço/Pedagogia; ³Aluno: [email protected]/Faculdade
de São Lourenço/Pedagogia; 4Aluno: [email protected]/Faculdade de São Lourenço/Pedagogia;
5Orientador: [email protected]/Faculdade de São Lourenço/Pedagogia; 6 Co-Orientador:
[email protected]/Faculdade de São Lourenço/Pedagogia.
RESUMO
Os cuidados com crianças portadores da síndrome de autismo são relevantes, não só para a
família, como para a escola e também para todos que convivem com ela. A lei n 12.764 de 27 de
Dezembro de 2012 institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com transtornos
do Espectro Autista. Também o art.54 do ECA diz que é obrigação do Estado garantir atendimento
educacional especializado às pessoas com deficiência preferencialmente na rede regular de
ensino, garantindo o pleno desenvolvimento e preparo para o exercício pleno da cidadania. Assim,
pretendemos com este artigo, analisar o contexto familiar e escolar em que as crianças autistas
vivem. Levantamos algumas questões, relacionadas com a família, e também com a escola.
Também, buscamos identificar como deve ser a atuação dos profissionais da educação para
garantir resultados positivos na inclusão destas crianças Acreditamos que com um sólido
planejamento, harmonia compreensão e determinação pode-se obter resultados de qualidade.
Palavras-chave: Autismo; Família; Inclusão.
1. INTRODUÇÃO
O assunto tratado será sobre um tema bastante abrangente e atual, o que gera uma certa
preparação para lidar com suas características e peculiaridades. Com este trabalho visamos obter
informações acerca do estudo do autismo em relações familiares e também, no âmbito escolar,
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procurando informar aqueles que ainda não possuem tal conhecimento do assunto, mostrando os
direitos da pessoa com TEA, suas características e favorecer sua reabilitação social.
O Transtorno do Espectro Autista, ou popularmente conhecido como ―autismo‖, é um
distúrbio neurológico caracterizado como uma síndrome comportamental que apresenta alguns
sintomas, tais como:
• Dificuldade de Interação Social,
• Déficit de comunicação social, tanto quantitativo quanto qualitativo;
• Padrões inadequados de comportamento que não possuem finalidade social.
Ao identificarmos essas três características básicas é possível diagnosticar o aluno portador
da síndrome. É comum observarmos termos por exemplo, mongóis, debiloide etc, no contexto
educacional que se referem aos alunos com algum tipo de distúrbio ou transtorno do
desenvolvimento cognitivo ou físico-motor.
Um pesquisador chamado Bleuler, no ano de 1911, utilizou pela primeira vez a palavra
"autismo", que tinha como significado a perda de contato quando se refere à realidade do próprio
"eu", ou seja, o mundo próprio do indivíduo.
Em 1943, Kanner publica os primeiros artigos sobre autismo presente em 11 crianças. Em
seguida, Asperger publica estudos em que as crianças com autismo apresentavam
desenvolvimento cognitivo ditos normais.
Atualmente, a comunidade médica observa o autismo com amplas visões caracterizadas por
diferentes graus e características próprias.
2. METODOLOGIA
Foi feito um estudo por meio de pesquisa bibliográfica, com autores que abordam este
tema.
3. DESENVOLVIMENTO
Verificamos que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado em três graus
variando do autismo leve, moderado ou até mesmo severo, por isso a definição espectro que
significa a variância dos níveis. Para se obter uma classificação diagnóstica, temos o Manual de
Saúde Mental – DSM-5 que norteia as classificações da síndrome.
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O autismo é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como:
Um distúrbio do desenvolvimento, sem cura e
severamente incapacitante. Sua incidência é de cinco
casos em cada 10.000 nascimentos caso se adote um
critério de classificação rigorosa, e três vezes maior se
considerar casos correlatos isto é, que necessitem do
mesmo tipo de atendimento. (apud MONTOAN, 1997, p.
13).
Quando o assunto é adolescência, o caso pode piorar se não for diagnosticado e tratado a
tempo, podendo causar até mesmo casos de depressão, por isso é tão importante o fechamento
do diagnóstico desde a primeira infância.
As causas que provocam o TEA são desconhecidas, pois alguns problemas genéticos
acontecem ao acaso e outros são adquiridos. A suposição é que fatores ambientais tenham forte
influência no desenvolvimento da síndrome nas crianças, tais como: infecções, irritabilidade,
substâncias tóxicas e até mesmo complicações durante a gravidez podem levar ao
desenvolvimento do autismo.
O tratamento para essa síndrome é realizado de várias maneiras, tais como: ação
medicamentosa, terapias familiares, análises de comportamento, terapia ocupacional, sendo
realizado por diversos profissionais que atuam nesta área desde fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional, psicólogo, neurologista, psicopedagogo, neurologista, psiquiatra e também pediatra.
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) já começam a demonstrar sinais nos
primeiros meses de vida: elas não conseguem olhar nos olhos das pessoas e há irritação ao toque
ou demonstração de carinho. No primeiro ano de vida, seu foco de interesse se prende mais a
objetos do que a pessoas.
O diagnóstico do autismo é clínico e é realizado através da observação da rotina da criança,
seus comportamentos e de uma entrevista com o auxílio de pais ou responsáveis. Antes dos três
anos de idade, os sintomas já são visíveis e o diagnóstico já pode ser realizado até os dezoito
meses. Após o diagnóstico, começa uma busca pelo tratamento mais adequado e o processo de
reabilitação.
Logo ao ser anunciada uma gravidez na família, a ansiedade toma conta de todos os
familiares, principalmente dos pais do bebê, surgindo expectativas a respeito de tudo, se vai
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nascer menino ou menina, se a criança vai ter olhos claros ou escuros, se vai ser parecido com o
papai ou com a mamãe e por que não até mesmo a sua profissão...
Depois do nascimento, concretiza-se a realização de um sonho que é ter uma criança
perfeita e saudável, vislumbrando a todo o momento a possibilidade futura de concretizar os seus
sonhos e ideal próprio na vida de quem acabou de nascer.
Todavia, algumas coisas contrapõem nosso planejamento, ou seja, com o passar do tempo a
mãe logo percebe algo diferente, indícios que a criança não interage, não socializa, dificuldade em
sentar, engatinhar, em andar... até que depois de várias consultas a profissionais altamente
capacitados, é fechado o diagnóstico de Autismo.
Neste contexto é muito comum situações em que a família não aceite o diagnóstico,
passando a migrar-se para vários profissionais a fim de encontrar um que discorde e dê uma
notícia melhor, ocasionando uma perda de tempo precioso na melhora clínica e na funcionalidade
da criança.
Nota-se que, na maioria das vezes, são destruídas as estruturas familiares imaginando
situações como a perda da autonomia da criança e que ela vai ter de ser sempre conduzida,
sendo também vítima de bullying, enfim causando nos pais um grande impacto emocional como a
negação, a raiva, a culpa, o luto e aceitação.
A negação: o diagnóstico acaba não sendo uma surpresa, pois os pais sabem que algo está
errado com seu filho. Desconfiando sempre do parecer médico, acabam não falando do
diagnóstico com qualquer pessoa, continuando a viver como se nada tivesse acontecido.
A raiva: é um modo comum de lidar muita vezes com a dor, uma tentativa inicial de entender
o que aconteceu, no entanto, sua ira podem voltar-se contra Deus, os profissionais, o cônjuge ou
contra si mesmo, sendo considerada uma resposta instintiva primitiva, no entanto compreensível
diante das circunstâncias.
A culpa: envolve a situação de que se é de algum modo responsável pelo que aconteceu,
achando-se culpado pelo autismo do filho, surgindo num momento de desamparo e de não saber
o que fazer,
Embora esse sentimento possa acabar motivando os pais a buscarem informações e
utilizarem os recursos à sua disposição, essa emoção é muitas vezes improdutiva e, se crônica,
acaba levando à depressão.
Luto e aceitação: dá início ao processo de reconhecimento do que ocorreu e de aceitação do
que se perdeu, sendo uma resposta emocional pela percepção de que a criança que os pais têm
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não é a que achavam que tinham, esperavam ou desejavam ter, ou seja, suas expectativas foram
violadas, e que a tarefa e experiência de serem pais será mais difícil do que imaginavam.
Percebem que suas próprias expectativas para um certo tipo de carreira profissional e seu
avanço nesta, comprometerá o relacionamento conjugal, o estilo de vida, as atividades recreativas
serão alteradas, e que o seu orgulho das realizações do seu filho se baseará em padrões
diferentes.
Mas com o passar do tempo, à intensidade emocional é normalmente moderada à medida
que os pais vêm a aceitar, amar e sentir alegria pelo filho que tem.
Estudos mostram que o TEA pode gerar nos pais da criança sentimento de baixa autoestima,
perda de confiança no futuro, estresse conjugal, crise de ansiedade e pânico, problemas de sono
e redução da renda familiar.
Ressalta-se uma maior sobrecarga sobre a mulher, sendo muito comum ser a responsável
pelos cuidados básicos dos filhos, perdendo oportunidades profissionais por comprometer-se com
os cuidados e necessidades da criança e, em muitos casos, é abandonada pelo marido, que
acaba afastando-se das responsabilidades exigidas pelo filho especial, principalmente, decorrente
dos inconsistentes horários e compromissos, que acabam tornando mais difícil para os pais
passarem um tempo juntos e a saírem como um casal.
Em contrapartida, pesquisas têm evidenciado que um casamento sólido e solidário
associado à compreensão da família em seu entorno fortalece o relacionamento, tornando o
tratamento mais eficaz e duradouro para esta criança com autismo.
Ainda no âmbito familiar, Baptista (2002) pontua que o autismo afeta também neuróticos
irmãos. Estas crianças enfrentam muitas das mesmas impressões como o resto da família e eles
não podem ter o total apoio dos pais, que estão sobrecarregados com as necessidades de seu
filho com autismo, deixando-os de lado, construindo nesse caso um ressentimento.
É importante frisar que mesmo diante de tantas dificuldades enfrentadas há uma certa
facilidade na aquisição de informações pontuais que reduzem o impacto negativo sobre o
Transtorno do Espectro Autismo (TEA), por meio de terapia ou aconselhamento.
O apoio social pode ser considerado a partir de uma
relação interpessoal, onde os indivíduos demonstram
disponibilidade, preocupação e interesse pelo outro,
valorizando-o e assistindo-o com os recursos próprios
disponíveis. (FONSECA; MOURA, 2008)
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A Psicoterapia é uma valiosa ferramenta para lidar com o impacto emocional do autismo e o
Aconselhamento Familiar é útil nos problemas conjugais e de comunicação. São oferecidos
também grupos de apoio por meio de outros pais que já passaram por essa fase inicial, facilitando
a interação e o fim do estado de isolamento que é muito comum. É importante frisar também que a
troca de experiências traz alívio e ajuda os pais a lidar com os problemas físicos e emocionais de
criar uma criança autista.
Aos pais e familiares restam ter esperança e perseverança, procurando apoio e ajuda em
todas as fontes possíveis para manter o seu estado emocional equilibrado, cuidando de si
mesmos, para melhor cuidar do seu filho.
Enfim, resta fazer uma autoanálise após o impacto emocional pós-diagnóstico e perceber se
a vinda desta criança especial no âmbito familiar foi um problema ou uma dádiva divina de ter um
anjo que mudará os conceitos e as estruturas familiares na aquisição do autoconhecimento.
As pessoas com autismo e sua família podem se beneficiar de tudo que a Assistência Social
tem a oferecer no município onde residem. As informações sobre os benefícios, programas,
serviços e projetos existentes e como acessá-los podem ser obtidas no CRAS da cidade ou nas
Secretarias de Assistência Social.
A Lei nº 12.764, de 27 de Dezembro de 2012, institui a Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com
transtorno do espectro autista aquela portadora de
síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes
incisos I ou II:
I – deficiência persistente e clinicamente significativa da
comunicação e da interação social, manifestada por
deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal
usada para interação social: ausência de reciprocidade
social, falência em desenvolver e manter relações
apropriadas ao seu nível de desenvolvimento.
II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
interesses e atividades, manifestados por
comportamentos motores ou verbais estereotipados ou
por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva
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aderência a rotinas e padrões de comportamento
ritualizados; interesses restritos e fixos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pessoa com TEA, além dos direitos que possui por ser deficiente, conta também com leis
que dão acesso à educação e está assegurado pela lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012,
que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista.
Art. 3º. São direitos da pessoa com transtorno do espectro
autista:
I – a vida digna, a integridade física e moral, o livre
desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;
II – a proteção contra qualquer forma de abuso e
exploração;
III – o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à
atenção integral às suas necessidades de saúde,
incluindo:
a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
b) o atendimento multiprofissional;
c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
d) os medicamentos;
e) informações que auxiliem no diagnóstico e no
tratamento;
IV – o acesso:
a) à educação e ao ensino profissionalizante;
b) à moradia, inclusive à residência protegida;
c) ao mercado de trabalho;
d) à previdência social e à assistência social. (BRASIL,
2012, p. 2)
A Cartilha Direito das Pessoas com Autismo (2011) e a lei n° 12.764, de 27 de dezembro de
2012, asseguram que a pessoa com TEA possui os mesmos direitos que os demais. O art. 54 do
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ECA diz que é obrigação do Estado garantir atendimento educacional especializado às pessoas
com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo seu pleno
desenvolvimento e preparo para o exercício da cidadania. A Cartilha dos Direitos da Pessoa com
Autismo (2011) assegura que o atendimento educacional especializado é um conjunto de recursos
pedagógicos e de acessibilidade organizados institucionalmente para que o serviço prestado
possa ser complementar ou suplementar ao ensino regular.
Mesmo levando como um desafio a inclusão da criança com TEA, a escola precisa se
comprometer a especializar seus discentes para uma melhor facilitação da reintegração social do
indivíduo e também para que ele obtenha uma aprendizagem (assegurada por lei) que contemple
suas especialidades e reconheça seus limites. Segundo Baptista (2012, p. 3) ―a reabilitação é um
processo dinâmico e global orientado para a recuperação física e psicológica do indivíduo com
deficiência, tendo como objetivo a sua reintegração social‖. Procurar uma escola onde uma
criança autista possa ser atendida não é nada fácil, pois não é apenas a inclusão a ser feita, mas
também a preparação de todos os envolvidos, a aceitação e a capacitação para atendê-las. Não
podemos deixar de lado que uma perspectiva inclusiva requer muito mais que facilitar o acesso as
escolas, mas também reestruturar e adaptar o espaço em que essas crianças serão inseridas,
transformando-o de modo a recebe-las e integrá-las.
Cada criança autista é única, todas têm características em comum, mas nunca podemos
compará-las umas às outras, cada caso deve ser observado com cuidado, crianças autistas
precisam de ajuda e isso é fundamental para uma boa convivência social.
A escola pode ajudar muito essas crianças a se desenvolverem, a se relacionarem e a terem
uma vida satisfatória, pois propicia momentos de interação e socialização. Mas a inclusão não é
somente colocar uma criança autista em uma escola regular, mas sim proporcionar um ambiente
onde ela terá aprendizagens significativas e que a ajude a garantir seus direitos.
A escola deve trabalhar de maneira inclusiva, fazendo atividades em que esse aluno não
fique excluído dos demais e ofereça até monitores quando for preciso, para que os autistas
possam desenvolver suas habilidades e trabalhar suas dificuldades, portanto a escola para ser
inclusiva deve se adequar para receber os alunos com ou sem deficiência, para atender a todas as
necessidades que eles apresentarem. Muitas vezes o medo de lidar com os comportamentos
estereotipados dos autistas assustam os profissionais que vão trabalhar com essas crianças
dentro das escolas, pois se sentem frustrados e impotentes quando enfrentam dificuldades de
convívio em suas práticas pedagógicas. A pouca formação desses profissionais é uma das causas
que inibe este contato e dificultam os planejamentos e o ensino, uma vez que a criança autista
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precisa de estratégias que despertem seu interesse e sua aprendizagem. Para então fazer uma
inclusão, precisa-se de escolas adequadas e preparadas para receber estes alunos, de docentes
capacitados e com suportes pedagógicos e de uma parceria entre a escola e a família.
5. CONCLUSÃO
Com o estudo feito sobre o Autismo, a família e a inclusão podemos observar que muitos
resultados positivos podem ser alcançados por meio de um trabalho cooperativo voltado para a
integração e desenvolvimento do autista, uma vez que as relações sociais promovidas pela
inclusão escolar proporcionam mudanças de comportamento e benefícios para a vida dessas
crianças. A família é o suporte primordial nessas relações, pois é a primeira instituição social em
que ela fará parte como ser integrante e com isso a ajuda e os cuidados dos familiares contribuem
para uma convivência harmoniosa nesse espaço de socialização, exercendo assim um papel
importantíssimo em sua qualidade de vida. No contexto integração escolar também podemos
concluir que a aceitação dos profissionais que trabalharão com crianças autistas ajudam no
desenvolvimento de suas habilidades e competências sociais, pois o ambiente escolar proporciona
uma maior proximidade física da criança com seus colegas. O professor também deve se mostrar
interessado e motivado para trabalhar com o aluno autista, no seu acompanhamento diário e nas
propostas pedagógicas aliadas com a prática e teorias estudadas para que o resultado seja de
qualidade para uma inclusão eficiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Autismo. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Autismo> Acesso em: 22.set. 2017.
Autismo: veja como identificar seus primeiros sinais. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/familia/autismo-veja-como-identificar-seus-primeiros-sinais/> Acesso em: 25. set. 2017.
Autismo e escola: os desafios e a necessidade da inclusão. Disponível em: <http://educacaointegral.org.br/reportagens/autismo-escola-os-desafios-necessidade-da-inclusao/> Acesso em: 7. out. 2017.
BATISTA, Claudio Roberto; BOSA, Cleonice. Autismo e Educação: reflexões propostas de intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 21-40.
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BRASIL. Resoluc a o CNE/CEB No 2, de 11 de Fevereiro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na E u o sica. Brasília: MEC/SEESP, 2001. Disponível em: Acesso em: 22 de setembro de 2017.
Cartilha Autismo e Educação. São Paulo, 2013. Disponível em: < http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_civel/aa_ppdeficiencia/aa_ppd_autismo/aut_diversos/Cartilha-AR-Out-2013.pdf>. Acesso em: 22 de setembro de 2017.
Como você pode ajudar na inclusão social do autista? Disponível em: <http://entendendoautismo.com.br/artigo/como-voce-pode-ajudar-na-inclusao-social-do-autista/> Acesso em: 7. out. 2017.
Desenvolvimento infantil: 10 perguntas e respostas sobre o autismo. Disponível em: <https://bebe.abril.com.br/desenvolvimento-infantil/10-perguntas-e-respostas-sobre-o-autismo/> Acesso em: 08. out. 2017.
Diagnóstico do Autismo. Disponível em: <http://autismo.institutopensi.org.br/informe-se/sobre-o-autismo/diagnosticos-do-autismo/> Acesso em: 22. set. 2017.
FIGUEIREDO, Maria Stela. Autismo e Família; uma pequena grande história de amor. (EDUSC, 2001)
FONSECA, Ilva Santana; MOURA, Samara Bruno. Apoio social, saúde e trabalho: uma breve revisão. Psicologia para América Latina, México, n. 15, dez. 2008)
LEBOYER, Marion. Autismo Infantil; Fatos e Modelos. (PAPIRUS, 1995)
O que é autismo ou transtorno do espectro autista (TEA)? Disponível em: <http://entendendoautismo.com.br/artigo/o-que-e-autismo-ou-transtorno-do-espectro-autista-tea/> Acesso em: 25. set. 2017.
Pessoa autista e família: inclusão começa em casa. Disponível em: <http://autismo.institutopensi.org.br/noticias/pessoa-autista-e-familia-inclusao-comeca-em-casa/> Acesso em: 7. out. 2017.
WHITMAN, Thomas L. O Desenvolvimento do Autismo. (M.BOOKS, 2015)
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A MATEMÁTICA DO DELÍRIO NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Maia, L.R¹; Menezes, M.S.M²; Chaves, N.L.G³; Pena, V.L4; Augusto, E.L.A
5
RESUMO: O ensino da matemática é bastante complexo, já que sua aprendizagem depende de
uma grande variedade de fatores, tais como: raciocínio lógico, atenção, organização,
concentração, uma variável que abrange o total interesse da pessoa envolvida, para que aja de
maneira efetiva o processo de aprendizagem. Reconhecendo a importância de uma matemática
mais atrativa, objetivamos nesse artigo as diferentes maneiras de apresentarmos a matemática
para os alunos, através de seu cotidiano.
Palavra Chave: Fractal, Ensino Fundamental, Geometria.
INTRODUÇÃO: Por muitos anos a geometria euclidiana foi considerada a melhor maneira de se
entender o mundo, porém essa geometria apresenta falhas, pois nem todas as formas existentes
na natureza são regulares. A partir de observação como esta surgi-se a geometria não euclidiana,
sendo essa a Geometria Fractal, outra maneira de descrever o mundo, elaborada pelo matemático
polonês Benoit Mandelbrot. Mandelbrot iniciou seus estudos da Geometria Fractal com o conjunto
de Cantor. Na IBM deparou-se com questões de ruídos nas linhas telefônicas utilizadas em rede
entre os computadores. Mandelbrot soube dos engenheiros que algum ruído não podia ser
eliminado e interferia nos sinais; a aleatoriedade e a irregularidade dos ruídos afastavam os
engenheiros da busca de soluções. Resolveu o problema empregando um trabalho de Georg
Cantor chamado Poeira de Cantor. (BARBOSA, 2005, p.11). Poeira de Cantor,
segundo o alemão Georg Cantor, seria mais que um único ponto (dimensão 0) e menos do que
uma reta com (dimensão 1): uma dimensão 0,5 por exemplo.
Segundo Barbosa (2005, p. 09) a palavra ―fractais, baseia-se no latim, do adjetivo fractus, do
verbo franger, correspondente significa quebrar: criar fragmentos irregulares, fragmentar‖ Siqueira
(2005) nos traz a ideia de fractal estruturada com parte das ciências, e apresenta estruturas
geométricas complexas e grande beleza, vinculadas às formas da natureza, e ao desenvolvimento
da vida como a conhecemos e mesmo a compreensão do universo. Os objetos abstratos possuem
características infinitamente multiplicadas dentro de cada parte, escapando assim, da
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compreensão em sua totalidade pela mente humana. Uma
definição mais comum é que fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes
semelhantes ao corpo original., pode ser imaginado como uma figura constituída por outras figuras
do mesmo formato que se repetem indefinidamente.
Existem duas características frequentes na Geometria Fractal que segundo Siqueira
(2005) são:
COMPLEXIDADE INFINITA: É uma propriedade dos fractais que significa que nunca
conseguiremos representá-los completamente, pois a quantidade de detalhes é infinita. Sempre
existirão reentrâncias e saliências cada vez menores.
AUTO SIMILARIDADE: Um fractal costuma apresentar cópias aproximadas de si mesmo em seu
interior. Um pequeno pedaço é similar ao todo. ―Visto em diferentes escalas a imagem de um
fractal parece similar‖. Os principais estudos foram feitos através do Triangulo de Sierpinski,
Conjunto de Cantor, Estrela de Koch, Curva de Peano.
TRIANGULO DE SIERPINSKI: Segundo Waclaw Sierpinski, é um conjunto autossimilar de um
triângulo. Se dividido em quatro outros triângulos congruentes entre si e entre o triângulo original,
cujos vértices são os pontos médios do triângulo de origem, então os subconjuntos do fractal são
três cópias escalonadas de triângulos derivados da iterada anterior.
CONJUNTO DE CANTOR: É um segmento que representa intervalo fechado [ 1,0], quando dividido em
três partes iguais, utiliza-se apenas as dois terços extremos, e esse processo é repetido infinitas vezes, até
que essa reta venha se tornar pó.
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ESTRELA DE KOCH: Também conhecida como Floco de Neve de Koch é uma curva geométrica, que se
inicia á partir de um triangulo equilátero, tendo sua área finita e seu perímetro infinito.
CURVA DE PEANO: Segundo Giuseppe Peano são curvas de forma a preencher completamente um
espaço bidimensional (como um quadrado) ou generalizando um espaço N-dimensional (hipercubo).
Podemos nos deparar com Fractal na Natureza através de uma couve flor ou uma
samambaia por exemplo, na arte transformando resultados de cálculos em imagens, e até mesmo
na música de acordo com as ondas sonoras.
MATERIAIS E METODOS: O presente artigo foi elaborado por várias obras acerca do tema e
também por uma pesquisa de campo feita na Escola Estadual Nilo Peçanha, onde a principio
perguntamos aos alunos do 9° ano quem gostava de matemática, 20% da sala disse que gostava,
40% disse que a matemática era indiferente e os outros 40% afirmaram ter pavor de matemática.
Com base nessa pesquisa procuramos mostrar através da arte ou da música o outro lado da
matemática, para tentar fazer com que os alunos pudessem despertar novamente o interesse pela
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matemática, já que a maior queixa é que todos eram bons em matemática até o 5° ano do ensino
fundamental, pois não tinham que fazer muitas contas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a apresentação do tema e mostrado as diversas maneiras
de brincar com a matemática em nosso cotidiano, a ideia que os alunos tinham a princípio foi
mudada, o que fez com que o numero de alunos que gostam de matemática ou despertaram
interesse cresce pra 70%, os que continuaram achando indiferente foram 20%, já os outros 10%
continuaram afirmando não gostar de matemática pelo fato de não conseguirem fugir sempre das
contas mesmo brincando.
CONCLUSÃO: É evidente que os alunos perderam interesse na matemática pois não estava
encontrando meios de se expressar, mudado esse conceito que a matemática é apenas contas, o
número de alunos que tiveram a atenção chamada pelo deslumbre da arte através dos números
foi gritante. O que mostra que as aulas de matemáticas também precisam ser mais práticas e
principalmente atrativas. ―O homem fez arte usando matemática, e construiu matemática
observando as artes‖. (Barco, 2005)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:
“Geometri fr t l” http://www.infoescola.com/matematica/geometria-fractal/ Acesso 24 de set.2017 “Conjunto e C ntor” http://www.uff.br/dalicenca/images/stories/caderno/volume5/Conjunto_Cantor.pdf Acesso 27 de set.2017 “Tri ngulo e Sierpinski” https://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo_de_Sierpinski Acesso 27 de set.2017 “Flo o e Neve e Ko h” http://gigamatematica.blogspot.com.br/2011/07/o-floco-de-neve-koch.html Acesso 27 de set.2017 “Curv e Pe no” http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe-ZEAB/curvas-peano Acesso 27 de set.2017
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A MELODIA DOS NÚMEROS: A MATEMÁTICA FUNDAMENTANDO A MÚSICA
TEODORO, D.C¹; SILVÉRIO, M.A²; ROSA, M.V.B³ Professora AUGUSTO, E. L. A4.
¹Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 2Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. ³Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. 4Professora da Faculdade São Lourenço. Graduada em Matemática . Mestrado em Estatística Aplicada. E-mail: [email protected]
RESUMO: Reconhecendo a importância da matemática acorrendo como alicerce na arte musical,
nos objetivamos nesse artigo a traçar uma breve síntese da sua influencia no parecer essencial do
que é musica. Assim elucidamos sua presença na construção e sistematização das escalas
musicais que determinam os sons musicais que ouvimos e sua interferência na cadência das
notas que imprime ritmo as melodias.
PALAVRA-CHAVE: musica; matemática; aritmética.
INTRODUÇÃO: ―Musica est exercitium arithmeticæ occultum nescientis se numerare animi‖. A
sentença do filósofo alemão Leibniz no desapontar do terceiro milênio traduz muito bem a relação
Matemática e Música, ciência e arte: ―A música é um exercício oculto de aritmética de uma alma
inconsciente que lida com números‖. A perfeita harmonia das notas de uma das sinfonias de
Beethoven ou do pagode feito no quintal de casa no almoço de domingo esconde e se fundamenta
em relações matemáticas muito simples que, unida ao talento dos homens, dá vida ao corpo da
nossa música. Na sua concepção mais elementar música é definida como ―ritmo e som‖ que
seria a combinação de sons em uma determinada cadência. A matemática ai se faz presente,
desde a definição básica do que viria a ser ―som‖ e ―ritmo‖. Os sons que conferem a melodia as
nossas músicas constituem as chamadas escalas musicais. Essas são determinadas por relações
matemáticas específicas que quando bem combinadas produzem resultados agradáveis aos
nossos ouvidos.
A forma também de encadeamento de sons (ritmo) segue pressupostos matemáticos,
obedecem a algum tipo de divisão fracionária. Considerando a matemática como indispensável
para a evolução e construção da música, no presente artigo evocamos a sua forte participação na
fundamentação dessa arte.
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DISCUSSÃO: A classificação das sete notas musicais que hoje conhecemos tem uma longa
história e em seu decorrer uma forte interferência da matemática, atribuindo ao sábio grego
Pitágoras a descoberta da relação intima entre a Matemática e a Música.
Os sons (as 7 notas musicais) que constituem as músicas reservam propriedades trigonométricas
e físicas, possuindo uma frequência que lhe é própria. Ao que tudo indica, o filosofo grego
Pitágoras, ao passar por uma oficina, em êxtase pelo som produzido por cinco martelos de pesos
diferentes batendo em uma bigorna, percebera isso. Criara ali o monocórdio, caixa de madeira
com uma corda, que quando tocada em suas conseguintes metades produzia sons parecidos, no
entanto em altura (no que se refere a graves e agudos) diferentes. Por essa razão ao matemático
é creditada a descoberta do intervalo de uma oitava referente a relação de frequência 2/1, uma
quinta em 3/2, uma quarta em 4/3 e um tom em 9/8.
Pela simplicidade das divisões de quinta, que aqui não cabe entrar em detalhes, foi
possível pelos pitagóricos determinar o ―alfabeto sonoro‖ constituindo a primeira escala musical, a
chamada escala pitagórica, com um total de 12 notas, sendo 7 naturais (dó, re, mi, fá, sol, lá, si) a
escala diatônica e 5 notas acidentadas (fa#, do#, sol#, re#, la#, mi#, si#) os chamados sustenidos.
A escala pitagórica que por tanto tempo vigorou somente foi contestada em meio ao
renascimento, onde a necessidade de transpor melodias para outra tonalidade evidenciou o
chamado coma pitagórico. Ao transpor o Fá# na oitava inicial obteve-se uma razão inconveniente
para esse semitom em que o intervalo do fá# (512/729) e o fá (3/4) resulta em (2048/2187) o que
significa que o intervalo do semitom é um pouco maior que o intervalo do semitom diatônico. Isso
tornava impraticável a transcrição musical, visto que, por exemplo, uma melodia composta no tom
Dó não podia ser executada no tom de Fá, pois os intervalos entre as notas soariam desafinados.
Ali era colocada em risco a perfeita simetria da escala musical.
Para resolver esse problema muitas possíveis soluções foram apresentadas, no entanto, a
mais eficaz foi apontada por Andreas Werkmeister, em 1691. O teórico musical propôs a chamada
Escala Temperada que preserva as 12 notas, no entanto, adaptadas, onde foi obtida a sua
extensão completa e dividida exponencialmente em doze partes, a partir da raiz duodécima de 2.
Isso significa: Para se obter a frequência das notas sequenciadas de uma escala deve se pensar
no termo geral de uma PG onde se multiplica tal frequência a partir de seu som fundamental, por
12 raiz 2.
O novo sistema de temperamento em confronto a escala pitagórica, no entanto, foi visto
como necessário tanto por solucionar o problema de consonância como para uniformizar a
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afinação dos instrumentos. Os novos intervalos possuem erros muito pequenos, quase
imperceptíveis ao ouvido humano e por essa razão sofreram criticas e resistência, só sendo aceita
mais de cem anos depois quando Johan Sebastian Bach compositor do século XVIII escreveu
uma série de 24 prelúdios intitulado ―o Cravo bem Temperado‖ onde explorou o temperamento
provando que a proposta de Werkmeister não só era possível como em nada prejudicava a
estética e a qualidade da música. Tal sistema é utilizado até hoje na construção de instrumentos
de corda e na maioria das musicas ocidentais que empregam uma escala de 12 notas concebidas
a partir de frações acusticamente perfeitas subsequentemente ajustadas matematicamente que
possibilitaram à expansão dos limites impostos a música.
No que se refere a cadência das notas tomaremos por base a imagem abaixo que
representa a divisão dos tempos que confere ritmo as melodias:
Sendo a contagem do tempo por si só um parecer matemático fica evidente a relação
intrínseca do ritmo, um conceito essencialmente musical, com a matemática. Na arte musical, no
entanto o ritmo não se limita a pura contagem do tempo em uma batida constante. O que acontece
é que, os ritmos musicais possuem batidas com intensidades diferentes, as ditas acentuações,
que se repetem dentro de algum padrão. Os exemplos abaixo mostram os tipos de padrões
existentes, que musicalmente falando são chamados de ―compassos‖:
compasso binário: 1 2 1 2 1 2 1 2
compasso ternário: 1 2 3 1 2 3 1 2 3
compasso quaternário: 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Os compassos mais utilizados nas composições é o binário (2/4), ternário (3/4),
quaternário (4/4), e o como veremos respectivamente na figura a seguir representados como em
uma partitura:
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Voltando a imagem inicial podemos observar ao topo da imagem uma figura rítmica
denominada ―semibreve‖ que corresponde a 4 tempos num compasso de denominador 4. Abaixo
encontramos duas mínimas que correspondem a dois tempos em um dos mesmos compassos.
Em seguida, 4 seminimas que correspondem a apenas um tempo também da mesma forma,
depois 8 colcheias correspondendo a meio tempo e finalmente, 16 semicolcheias que equivalem a
¼ de tempo. Assim:
Depreendemos então que a semicolcheia é metade da colcheia que por sua vez é metade
da semínima e assim por diante. Logo:
Assim podemos concluir que para se compor uma melodia dentro dos ―padrões‖ foram
definidas as chamadas figuras de tempo que mantem entre si relações fracionárias. Para
exemplificar podemos dizer que uma partitura é organizada em partes. Cada parte como sendo
um compasso contém figuras de tempo que somam e resultam o mesmo
tempo do compasso de referência. Isso significa dizer que em uma música que utilize compasso
de referência quaternário (4/4), as partes contêm sempre 4 tempos.
Semibreve = 1
Mínima = ½
Semínima = ¼
Colcheia= 1/8
Semicolcheia = 1/16
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É perceptível que posicionando matematicamente as figuras anteriormente citadas nos
compassos determinamos a duração das notas musicais conferindo seu ritmo e é assim que
criamos tantos gêneros musicais com características ímpares de cadências.
CONCLUSÃO: Com toda certeza, não é evidente que por trás do talento de um músico existe
vários conceitos matemáticos que lhe deram fundamento. Ao que tudo indica Pitágoras foi quem
descobriu a relação intrínseca entre essa arte e a matemática ao conseguir dar um significado
lógico matemático a cada som que ouvia. É importante ressaltar, contudo, que a lógica
matemática desempenha um papel basal na música, funcionando como parâmetros para que
assim a expressão subjetiva do homem aconteça como em qualquer atividade artística.
Reavivando a tradição pitagórica podemos convictamente dizer que a música ―é a arte
dos números aplicada aos sons‖ e como sendo arte, inclusive a mais popular do mundo, falamos
de alma. Assim como disse o escritor, porta e dramaturgo britânico Oscar Wilde ―a música é o tipo
de arte mais perfeita: nunca revela o seu ultimo segredo.‖
AGRADECIMENTOS: A Deus e aos nossos familiares que são para nós a base de tudo. A
professora Eliete, pela dedicação ao nos orientar na elaboração desse trabalho. Ao professor
Paulo José que com sua experiência e talento musical muito nos auxiliou nesse projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
ABDONOUR, Oscar João. “M temáti e Músi ”: o pens mento n lógi o n onstru o e
significados. 3 ed. São Paulo: Escrituras, 2013.
BENNETT, R. “Um breve históri músi .” Rio de Janeiro: J. Zahar Editor, 1982.
RATTON, Miguel. “Musi e m temáti ” disponível em:
https://musicaeadoracao.com.br/25410/musica-e-matematica/ Acesso em 2 de set. 2017.
SIMONATO, Adriano Luís. “A rel o m temáti e músi .” 6f. Artigo – Faculdades Integradas
FAFIBE.
TV ESCOLA “Arte e m temáti - A m temáti n músi ” disponível em:
<https://tvescola.mec.gov.br/tve/video/matematicanamusica>. Acesso em: 23 set. 2017.
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A RELEVÂNCIA DO RACIOCÍNIO LÓGICO COM JOGOS
RIBEIRO, L. C1; SILVA, K. F2; SILVA, J. I3. Professoras: CARVALHO, A. C. M4; AUGUSTO, E. L. A5.
1 Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected]
2 Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected]
3 Acadêmico do 4 º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected]
4 Professora da Faculdade São Lourenço. Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Supervisão Pedagógica, Alfabetização e Gestão Escolar. E-mail: [email protected] 5 Professora da Faculdade São Lourenço. Graduada em Pedagogia. Mestre em Estatística. E-mail: [email protected]
Resumo
O presente trabalho visa levantar estudos referentes a jogos que podem ser utilizados e
inseridos nas escolas afim de desenvolver crianças, uma maneira extrovertida de ensinar e
aprender. Realizando assim a promoção de atividades de interação e diversão coordenadas e com
objetivos pré-estabelecidos pelo professor.
Palavras-chave
Raciocínio; lógica; ensino.
Introdução
O raciocínio lógico nada mais é do que uma forma de atingir uma solução, levando duas
ou mais preposições em consideração. Sendo essas preposições analisadas e interligadas de
maneira que ao se juntar florescem em algo novo.
O ensinamento do raciocínio lógico é feito de modo indireto, não podendo o docente
realizar a tarefa pelo indivíduo, assim somente o estimulando para que este se desenvolva por si
só.
São três tipos de raciocínio lógico que são utilizados e propagados, divididos em:
Dedutivo: é aquele que se utiliza do que já é conhecido pelo indivíduo que junta diversos
conhecimentos para formar uma solução, porém esta não se torna uma novidade levando em
conta que já estava intrínseca.
Indutivo: leva em consideração acontecimentos e circunstâncias como preposições para
que então consiga alcançar uma resolução. Ou seja, não vem exclusivamente do interior do
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indivíduo e sim de causas exteriores que o mesmo absorve para se nortear até a resposta
almejada.
Abdução: trata-se de listagens ou inventários sobre determinada coisa ou assunto, para
em comparação chegar a um ponto determinante.
Tendo estes conceitos em mente, observa-se que para o estímulo deste raciocínio lógico
em crianças é melhor aplicado quando há utilização de atividades lúdicas, que as divertem e
desenvolvem sem medo da negativa de entendimento.
Para induzir o raciocínio lógico com brincadeiras e jogos basta uma simples introdução do
que será realizado nesta, para que as crianças possam compreender o objetivo destinado.
Um excelente jogo para a pretensão em tela com possibilidades matemáticas e de cunho
da língua portuguesa, temos o tangram. Brinquedo que possui 7 formas geométricas, sendo 2
triângulos grandes, 2 triângulos pequenos, 1 triângulo médio, um quadrado e um paralelograma,
que combinadas transmutam-se em uma figura, letra ou forma inédita aos olhos de uma criança.
O que dá liberdade para a criatividade, noção de espaço, capacidade de análise e
memorização, podendo também chegar ao ponto de aumentar a velocidade de resposta no
exercício.
Segundo Passerino (Passerino, 1998), os objetivos indiretos em que o jogo contribui, são:
―memória (visual, auditiva, cinestésica); orientação temporal e espacial (em duas e três
dimensões); coordenação motora visomanual (ampla e fina); percepção auditiva, percepção visual
(tamanho, cor, detalhes, forma, posição, lateralidade, complementação), raciocínio lógico-
matemático, expressão lingüística (oral e escrita), planejamento e organização‖.
Observando a utilização dentro da matemática, ao jogar pode se fazer valer das peças
primeiramente para ensinar as formas geométricas, depois a contar, ou até mesmo para explicar
frações para alunos que estejam em ensino mais avançado, são diversas as possibilidades.
Não muito convencional utilizar tal jogo para a língua portuguesa, porem ao criar formas
pode-se ensinar a criança nomenclaturas, criar frases, pontuação e também o alfabeto.
Discussão Se tratando de um estudo de aprofundamento para a intensificação ou não da utilização
de ensinamento por este meio cabe salientar os pontos positivos e negativos dos jogos, conforme segue:
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PRÓS CONTRAS
Fixa conceitos já
aprendidos, de forma
motivada;
Banalização do
conhecimento em
detrimento da diversão;
Base e evolução para
novos ensinamentos de
difícil compreensão;
Inocência perante a
atividade realizada.
Desenvoltura para
encontrar solução
lógica do jogo;
O tempo investido para
a aplicação do jogo;
Análise de resolução e
medidas a serem
adotadas para tal;
Interferência do
professor, no tocante a
diversão proporcionada;
Auxilia na interação
ente os coleguinhas;
Desinteresse em tarefas
de casa;
Contato multidisciplinar; Obrigação de jogar;
Assegura ao mentor
capacidade de
encontrar os
obstáculos.
Descontrole da turma
caso o docente não
saiba conduzir.
Os estudos realizados demonstram divergências quanto a aplicação da utilização de
jogos.
Em se tratando da aplicação destes há estudiosos pedagogos que defendem a não
utilização do referido que se utilizam fortemente do seguinte argumento:
Que o jogo aliena a criança, fazendo com que ela perca o foco na hora de se dedicar a
aprendizagem só enaltecendo a brincadeira. Assim somente respondendo bem em questões de
ensino quando envolvidos pela diversão.
Em contrapartida, majoritária, tem os que defendem veementemente a pratica de jogos
para desenvolvimento fundamental do infantil, uma vez que este se faz muito eficaz e
representativo.
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Conclusão
Por fim temos a visão que ao direcionarmos ensinamentos em sentido do raciocínio lógico
com jogos na vida acadêmica, a relevância e alternativas criadas em uma mente em
desenvolvimento, se faz deveras benéfica ao modo que auxilie posteriormente em todas ou na
maioria das situações cotidianas e eventualidades. Por ser o raciocínio lógico com jogos capaz de
prover uma base mental bem estruturada e completa.
Agradecimentos
Gostaria de agradecer profundamente a todas as professoras em que tive em minha vida
acadêmica, pois me auxiliaram direta e/ou indiretamente para escolha e formação pessoal e
profissional.
Referências Bibliográficas
PASSERINO, L. M. Avaliação de jogos educativos computadorizados. Santiago, Chile. Taller
Internacional de Software Educativo 98. 1998.
RIZZO, G. O Método Natural de Alfabetização. Rio de Janeiro: Ed. Francisco Alvez, 1988.
Souza, Eliane Reame e outros. A matemática das sete peças do tangram. São Paulo.
CAEM/IME-USP, 2008.
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A RELEVÂNCIA DO LÚDICO NAS SÉRIES INICIAIS
Cleuza Rosália Ferreira de Moraes2 Mauriceia Almeida de Deus3
Vera Almeida de Deus4
Professora orientadora do trabalho. Professora do Curso de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço
RESUMO
O presente trabalho acadêmico tem como temática a relevância do lúdico na Educação
Infantil, ressaltando alguns tipos de jogos e brincadeiras, procurando discutir sobre a importância
do lúdico, da ludicidade no processo de desenvolvimento da criança. Pois na prática pedagógica
do educador é sugerido o uso atividades lúdicas como forma de facilitar a motivação da criança,
além de auxiliar em sua adaptação e socialização não somente na escola, como em toda
sociedade.
Palavras chave: Lúdico. Educação Infantil. Motivação
INTRODUÇÃO
O lúdico é uma das principais ferramentas que o educador pode utilizar em seu dia a dia,
adaptando-se ao projeto escolar e aos padrões que os alunos estão inseridos, visto que através
da ludicidade os alunos poderão aprender de forma mais prazerosa, concreta e,
consequentemente, mais significativa, culminando em uma educação de qualidade.
Este trabalho traz como objetivo entender um pouco mais sobre a importância do lúdico
nas séries iniciais da educação infantil. De forma mais específica como o lúdico pode contribuir
para uma melhor aprendizagem. A escolha da temática se deu em virtude das experiências
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vivenciadas no decorrer dos estágios nas instituições educacionais. Por se tratar de uma temática
importante que tem se perdido no dia a dia, procuramos demonstrar a contribuição do lúdico para
que a criança se desenvolva, pois, é através do brincar que a criança descobre, inventa, ensina
regras, experimenta, relaxa e desenvolve habilidades.
Dessa maneira pode-se classificar como uma pesquisa classificada bibliográfica e
qualitativa, pois foi desenvolvida, por meio de pesquisas em livros, artigos e revistas, além das
pesquisas pela internet. O artigo esta estruturado com os seguintes tópicos: lúdico e ludicidade,
construção simbólica do mundo, brincadeiras na educação infantil e sua importância;
Concluindo que é de competência da escola estar atenta ao desenvolvimento e o
aprendizado das crianças cumprindo a sua função integradora, dando oportunidades de
desenvolver o papel na sociedade e contribuindo para um bom desenvolvimento de uma
socialização adequada, através de atividades em grupos e das brincadeiras, tornando mais fácil e
dinâmico o processo de ensino-aprendizagem.
DESENVOLVIMENTO
Discorrer o lúdico na educação é como realizar uma análise, tomando consciência de
forma criativa sobre nossos próprios conteúdos e seus resultados.
Para Vygotsky (1989), o lúdico passa ser educativo quando tem a capacidade de
despertar o interesse do aluno pela disciplina, cabendo ao educador saber aproveitar o momento
de aprendizagem. Dessa maneira, o lúdico demonstra ser de extrema importância durante a
infância, pois a criança precisa brincar, jogar, criar e inventar para desenvolver seu equilíbrio com
o mundo. Conforme Santos (2015), o lúdico é uma forma estratégica e insubstituível para ser
usada como estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão das diferentes
habilidades operatórias. Além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de
alcance de objetivos institucionais.
Por sua vez, Negrine (2000) diz que o lúdico está relacionado à pré história de vida do ser
humano, pois é um estado de espírito e um saber que progressivamente vão se instalando na
conduta da pessoa devido ao seu modo de vida. Pensamento que se encaixa com Luckesi (2007),
ao afirmar que o lúdico é um estado interno do sujeito e ludicidade seria uma denominação geral
para este estado – ―estado de ludicidade‖; essa é uma qualidade de quem está lúdico por dentro
de si mesmo. Pois já havia sinais de ludicidade diretamente ligados à afetividade, à cultura e ao
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lazer em toda nossa existência. Nesse período atual, dominado pela evolução tecnológica, tanto
no ambiente familiar, quanto no ambiente das escolas tradicionais, muitas vezes o modelo lúdico
não é devidamente aproveitado.
Como afirma Almeida (2015):
A escola tradicional, centrada na transmissão de conteúdos, não comporta um modelo lúdico. Por isso é tão frequente ouvirmos falas que apoiam e enaltecem a importância do lúdico estar presente na sala de aula, e queixas dos futuros educadores, como também daqueles que já se encontram exercendo o magistério, de que se fala da importância da ludicidade, se discutem conceitos de ludicidade, mas não se vivenciam atividades lúdicas. Fala-se, mas não se faz. De fato não é tão simples uma transformação mais radical pelas próprias experiências que o professor tem ao longo de sua formação acadêmica. (Almeida, 2015. p. 16)
Pode-se perceber que a ludicidade, quando bem utilizada, favorece os métodos
educativos. Brincando e jogando, o educando consegue direcionar-se para a realidade que o
cerca, aprendendo-a e assimilando-a mais fortemente. Desse modo, é possível pensar também
nas contribuições que isso pode trazer para a aprendizagem dos conteúdos escolares.
A ludicidade seria então uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não deve
ser vista apenas como divertimento, pois, através do lúdico, a aprendizagem se torna facilitada,
auxiliando também no desenvolvimento pessoal, social e cultural, além de facilitar os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo da criança começa com a relação entre o sujeito e
o objeto de conhecimento. Essa relação entre sujeito e objeto se dá por meio de esquemas de
ação, conceptualizações ou teorizações, de acordo com o período do desenvolvimento em que a
criança se encontra, auxiliando na sua construção simbólica, que ocorre no inicio do pensamento
pré-operatório, onde a criança utiliza a inteligência representativa. De acordo com Piaget, o
período pré-operatório ocorre em torno de dois anos de idade, justamente quando a qualidade da
inteligência se modifica. Nesse período, inicia-se o pensamento com linguagem, o jogo simbólico,
a imitação diferenciada, a imagem mental e as outras formas de função simbólica, que são
apresentadas por aproximadamente cinco anos.
Esse período, conforme Carvicchia (2015), é fundamental para o desenvolvimento, pois
forma a base de todos os processos cognitivos da criança. São as primeiras formas de
pensamento e expressão, os padrões de comportamento que podem ser aplicados a diferentes
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objetos em diferentes contextos. Porém, existem seis subfases nas quais se estabelecem as
bases para a construção das principais categorias do conhecimento que possibilitam ao ser
humano organizar a sua experiência na construção do mundo, sendo estas subfases classificadas
em:
Subfase 1 (de 0-1 mês): as crianças usam seus reflexos inatos e começam a exercer
algum controle sobre eles.
Os primeiros esquemas do recém-nascido são esquemas reflexos: ações espontâneas que surgem automaticamente em presença de certos estímulos. Nas primeiras vezes que se manifestam os esquemas reflexos apresentam uma organização quase idêntica. A estimulação de qualquer ponto de zona bucal do bebê, por exemplo, desencadeia imediatamente o esquema reflexo de sucção; uma estimulação da palma da mão provoca, automaticamente, a reação reflexa de preensão. Os esquemas reflexos caracterizam a atividade cognitiva da criança no seu primeiro mês de vida. (CARVICCHIA, id ibidem)
Subfase 2 (de 1-4 meses): as crianças tendem a repetir os comportamentos prazerosos
que ocorrem por acaso, como, por exemplo, chupar o dedo.
Os esquemas reflexos vão mostrar certos desajustes, exigindo transformações. O que provoca tais desajustes são as resistências encontradas na assimilação dos objetos ao conjunto de ações. Estes desajustes vão ser compensados por uma acomodação do esquema. Correspondem a uma perda momentânea de equilíbrio dos esquemas-reflexos. Os reajustes que possibilitam o êxito consistem na obtenção momentânea de um novo equilíbrio. (CARVICCHIA, id ibidem)
Subfase 3 (de 4-8 meses), as crianças apresentam reações circulares.
(...) caracteriza-se pelo surgimento das reações circulares secundárias voltadas para os objetos. Pode-se defini-las como movimentos centralizados sobre um resultado produzido no ambiente exterior, com o único propósito de manter esse resultado. Após ter aplicado as reações circulares sobre o corpo próprio, a criança vai, pouco a pouco, utilizando esse procedimento sobre os objetos exteriores. Vai, então, elaborando o que Piaget chama de reações circulares secundárias, que marcam a passagem entre a atividade reflexa e a atividade propriamente inteligente. Pela primeira vez aparece um elemento de previsão de acontecimentos. A reação circular só começa quando um efeito casual, provocado pela ação da criança, é percebido como resultado desta ação. Por isso, se até então tudo era para ser visto, escutado, tateado, agora tudo é para ser sacudido, balançado, esfregado etc, conforme as diversas diferenciações dos esquemas manuais e visuais. (CARVICCHIA, id ibidem)
Subfase 4 (de 8-12 meses), as crianças começam antecipar e usar esquemas anteriores
para resolver problemas em situações reais.
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A coordenação de esquemas observa-se no fato da criança se propor a atingir um objetivo não diretamente acessível pondo em ação, nessa intenção, esquemas até então relativos a outras situações. Há uma dissociação entre os meios e os fins e uma coordenação intencional dos esquemas. Já é possível, também, a imitação de respostas que a criança não vê em si mesma. (CARVICCHIA, id ibidem)
Subfase 5 (de 2-18 meses), as crianças começam experimentar novas ações para verem
o que acontece, em vez de repetirem padrões de comportamento que aprenderam.
A reação circular aparece como um esforço para captar as novidades em si mesmas. A descoberta dos meios novos por experimentação ativa explicita-se em condutas que indicam as formas mais elevadas de atividade intelectual da criança, antes do aparecimento da inteligência sistemática. São exemplos característicos desta atividade: a conduta dos suportes (a criança descobre a possibilidade de atrair para si um objeto afastado puxando a seu encontro o suporte sobre o qual está colocado); a conduta do barbante (a criança puxa para si um barbante ao qual está amarrado um objeto, para atraí-lo em sua direção); e a conduta do bastão (utilização de um bastão como instrumento intermediário para alcançar um objeto distante, fora do campo de preensão da criança). (CARVICCHIA, id ibidem)
Subfase 6 (de 18-24 anos), a criança começa pensar os problemas e tentar encontrar
soluções, internalizando suas consequências, e não confiar exclusivamente em tentativa e erro.
(...) ocorre a transição entre a inteligência sensório-motora e a inteligência representativa, que começa em torno dos dois anos, com o aparecimento da função simbólica. A novidade, em relação ao sub-período anterior é que as invenções já não se efetuam de modo prático, mas passam ao nível mental. A criança começa a ser capaz de representar o mundo exterior mentalmente em imagens, memórias e símbolos, que é capaz de combinar sem o auxílio de outras ações físicas. Na atividade lúdica ela é capaz de “fingir”, “fazer de conta”, fazer “como se”: é o “símbolo motivado”. Invenção e representação seguem juntas, anunciando a passagem a um nível superior. A invenção aparece como uma acomodação mental brusca do conjunto de esquemas à situação nova, diferenciando os esquemas de acordo com a situação. (CARVICCHIA, id ibidem)
Ou seja, as construções simbólicas do mundo infantil evoluem nos seus próprios processos
históricos, fazendo os indivíduos verem e crerem através de seu interior, conhecendo e
reconhecendo assumindo seus papéis diante a vida, a partir de suas representações simbólicas
construídas.
No período em que vivemos, diante da globalização e da industrialização, percebemos
grandes destaques dados aos brinquedos educacionais, embora com muita diferença dos
brinquedos de antigamente, pois os brinquedos atuais consistem boa parte em novas tecnologias,
o ato de brincar continua não sendo apenas uma forma de preencher o tempo da criança, mas
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uma maneira de colocar a criança em contato com o objeto, pois a medida que a criança interage
com os objetos e com os outros, vai construindo relações e conhecimentos a respeito do mundo
em que vive.
De acordo com Vygotsky (1998) e Leontiev (1998), o brinquedo tem profunda ligação com
o desenvolvimento infantil, principalmente na idade escolar. Embora não seja considerado como o
único aspecto predominante na infância, é o brinquedo que proporciona o maior avanço na
capacidade cognitiva da criança. Através do brinquedo a criança tem possibilidade de se apropriar
do mundo real, dominando seus conhecimentos, se relacionando com o outro e se integrando
culturalmente ao seu meio. A criança tem a possibilidade de criar situações imaginárias,
assumindo diferentes papéis. É através do brinquedo que a criança consegue ir além do seu
comportamento habitual.
De acordo com Vygotsky (1984, p.97), a brincadeira cria para as crianças uma "zona de
desenvolvimento proximal" que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de
desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o
nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a
orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz. Assim conforme à
criança vai se desenvolvendo fisicamente, as brincadeiras tornam se mais socializadora,
possibilitando aprender e internalizar conteúdos como respeito, partilha e divisão de tarefas,
possibilitando outras novas descobertas.
Dessa maneira, dentro do ambiente educacional, cabe ao educador saber aproveitar as
oportunidades do brincar para mediar as situações e convidar todos à investigação, conforme
apontado por Vygotsky (2003, p. 53), é preciso aproveitar a curiosidade da criança e incentivá-la
na busca sobre a origem da brincadeira em questões culturais relacionadas a ela.
A importância do brincar no ambiente educacional é percebida por Velasco (1996, p. 78):
pelo motivo de ser no ato de brincar que a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais
ou intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo de desenvolver
as capacidades inatas podendo vir a ser um adulto inseguro, medroso e agressivo. Já quando
brinca a vontade tem maiores possibilidades de se tornar um adulto equilibrado, consciente e
afetuoso.
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Para Kishimoto, (2003, p. 37), o educador precisa ter em mente que o brinquedo e a
brincadeira, possuem duas funções, o brinquedo educativo merece algumas considerações, como
a função lúdica: quando propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido
voluntariamente e função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo
em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. Assim o educador deve
disponibilizar para as crianças, brinquedos que respeite a faixa etária de cada um, garantindo um
tempo para o livre brincar, apenas pelo seu prazer. Conforme aponta Belo e Ribeiro, não importa o
sexo, pois tanto menina quanto menino devem cuidar de si e do outro nas suas brincadeiras,
entender que quem está a fim de brincar tem seu direito garantido.
Dessa maneira é possível perceber a importância do lúdico na vida da criança e
principalmente no contexto educacional, local onde não deve existir distinção de idade ou classe
social, as mesmas atividades lúdicas devem constar no contexto político pedagógico da escola.
É através da atividade lúdica que a criança desenvolve a habilidade de subordinar-se a uma regra. Dominar as regras significa dominar o próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo e a subordiná-lo a um propósito definido. (LEONTIEV, 1998, p.139).
Vygotsky (1991), também afirma sobre o quanto a brincadeira é extremamente importante
para o desenvolvimento da criança, para se relacionarem de várias maneiras transmutando o que
é vivido e sentido pela criança, pois O brinquedo desempenha várias funções no desenvolvimento,
tais como: permitir o envolvimento da criança num mundo ilusório, favorecer a ação na esfera
cognitiva, fornecer um estágio de transição entre pensamento e objeto real, possibilitar maior
autocontrole da criança, uma vez que, ao brincar, a criança lida com conflitos relacionados às
regras sociais e aos seus próprios impulsos.
Vygotsky (1998), ainda ressalta que uma das funções básicas do brincar é permitir que a
criança aprenda a elaborar resolver situações conflitantes que vivencia no seu dia-a-dia, por meio
de suas capacidades de observação, imitação e a imaginação, posteriormente possibilitando a
criança aprender a lidar com regras e normas sociais, desenvolvendo a capacidade de interação,
possibilitando lidar com os limites e regras. Mais uma vez demonstrando ao educador a
importância das brincadeiras lúdicas, de forma contribuir para o fortalecimento do aprendizado,
dentro do ambiente educacional.
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METODOLOGIA
O método que guiou o raciocínio foi o dedutivo. Em relação à abordagem do problema a
pesquisa caracterizou-se como qualitativa porque descreveu, interpretou e atribuiu significados ao
fenômeno estudado.
A pesquisa qualitativa com o apoio teórico na fenomenologia é essencialmente descritiva. E como as descrições dos fenômenos estão impregnadas dos significados que o ambiente lhes outorga, e como aquelas são produtos de uma visão subjetiva, rejeita toda a expressão quantitativa, numérica, toda medida. Assim, os resultados são expressos, por exemplo, em retratos (ou descrições), em narrativas, ilustradas com declarações das pessoas para dar o fundamento concreto necessário. (TRIVINOS, 1992, p. 128)
Relativamente aos objetivos foi considerada pesquisa exploratória, pois envolveu
levantamento bibliográfico. Quanto aos procedimentos técnicos classificou-se como bibliográfica.
A coleta e análise dos dados foram feitas por meio de leituras exploratórias; seletivas,
analíticas e reflexivas, para interpretações e inferências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Perante a pesquisa realizada, pode se compreender melhor como acontece a interação
entre o lúdico e a ludicidade, além de possibilitar diferenciar brincadeira brinquedo e jogo, todos
podem contribuir para um bom desenvolvimento da memória, da linguagem, da atenção, da
percepção, da criatividade e da habilidade, consequentemente desenvolvendo a aprendizagem,
contribuindo significativamente para o desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas da
criança.
Perceber como ocorre a transformação do contexto social, quando dentro do ambiente
educacional o educador oferece um espaço maior aos jogos e brincadeiras, sem que isso seja
considerado uma perda de tempo. Por outro lado é possível perceber o quanto esses conceitos de
ludicidade tem se perdido com o tempo, dando espaço as novas tecnologia e ao ambiente virtual,
no qual a violência se exemplifica de forma alarmante. Desta forma foi possível perceber também
que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na
infância, que deve ser vivenciada sempre, não apenas como diversão, mas com objetivo de
desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações
e trocas entre um sujeito e outro.
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Assim podemos concluir que é de competência da escola estar atenta ao desenvolvimento
e o aprendizado das crianças cumprindo a sua função integradora, dando oportunidades de
desenvolver o papel na sociedade e contribuindo para um bom desenvolvimento de uma
socialização adequada, através de atividades em grupos e das brincadeiras, tornando mais fácil e
dinâmico o processo de ensino-aprendizagem. Nos dias de hoje com toda modernidade ainda
cabe à escola fornecer espaço ao educador dentro de seu projeto educacional, de resgatar e
utilizar as brincadeiras como recurso para desenvolver diferentes aspectos: afetivo, motor,
cognitivo entre outros.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Anne. Recreação Ludicidade Como Instrumento Pedagógico. Disponível em: http://www.cdof.com.br/recrea22.htm. Acesso em: 01 de Maio de 2015.
BARROS, Jussara. Dez Jogos e Brincadeiras Para Educação Infantil. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/orientacoes/dez-jogos-brincadeiras-para-educacao-infantil.htm. Acesso em 30 de Junho de 2015.
BELO, Claudia. P. M. RIBEIRO, Marisa. M. Brinquedos e Brincadeiras na Educação Infantil. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/brinquedos-e-brincadeiras-na-educacao-infantil/100650/. Acesso em: 02 de Julho de 2015.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il.
CAVICCHIA, Durlei. C. O Desenvolvimento da Criança nos Primeiros Anos de Vida. Disponível em: http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream /123456789/224/1/01d11t01.pdf. Acesso em: 26 de Abril de 2015.
GIL. A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
KISHIMOTO, Tisuko Morchida. Brinquedo e Brincadeira – usos e significações dentro de contextos culturais. In: SANTOS. Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. 7ª Edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. ________. (org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 7ª edição. São Paulo, SP: Cortez, 2003.
LEONTIEV, A.N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VYGOTSKY, L.S. et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1998a.
LUCKESI, Cipriano. Ludicidade e desenvolvimento humano. In: MAHEU, Cristina d‘Ávila (org.) Educação e Ludicidade – Ensaios 4. Salvador: Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Gepel, 2007
NEGRINE, Airton. O lúdico no contexto da vida humana: da primeira infância à terceira idade. In: Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico. 1ª ed. Petrópolis-RS : Vozes, 2000
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87
SANTOS, Élia A. C. O Lúdico no Processo Ensino-Aprendizagem. Disponível em: http://need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf. Acesso em: 26 de Abril de 2014
TRIVINOS, A. N. S. Introdução a pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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ALUNOS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA: UM NOVO OLHAR SOBRE SUAS
NECESSIDADES.
MORAES, C. R. F.5 NERI, K. F. N
6 SANTOS, M. R.
7 DIAS, V. A .
8
Professora orientadora. Pedagoga. Esp. em Alfabetização. Mestra em Gestão e Avaliação – Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG 2 Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG 3 Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG 4 Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG
RESUMO
A Educação Inclusiva vem sendo ressaltada no ambiente escolar devido ao atendimento educacional especializado que os discentes com necessidades especiais necessitam. Destacando preferencialmente os alunos com Transtorno do Espectro do Autismo - TEA, que precisam desse atendimento educacional especializado para que possam ter acesso à educação e serem inseridos no convívio escolar e social. É o ambiente escolar o melhor lugar para promover a inclusão educacional e social, destacando sempre a importante relação entre o professor e o aluno. O trabalho elaborado tem como tema a Educação Inclusiva e o Transtorno do Espectro do Autismo – TEA. Destacando que todos devem e têm direito à educação, não podendo excluir e negligenciar aqueles que aos olhos da sociedade não se encaixam no padrão social estabelecido. Palavras-chave: Educação Inclusiva. Transtorno do Espectro do Autismo. Atendimento Educacional Especializado. Educação. INTRODUÇÃO A Educação Inclusiva é um importante processo em que o significado da expressão ―todos
têm direito à educação‖ realmente se transforma em algo concreto. Não se pode menosprezar que
a inclusão de alunos que necessitam de condições e atendimentos especializados ainda precisa
ser levada mais a sério.
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O problema está principalmente relacionado à falta de informação das escolas, da
formação dos docentes e do próprio ambiente escolar, que necessita muitas vezes de
determinadas mudanças para poder atender esses discentes com necessidades especiais.
Felizmente esse cenário está mudando gradativamente, sendo que graças ao empenho
de muitos profissionais, dos familiares que juntos batalham para garantir que essa parcela mínima
da sociedade tenha acesso à educação.
O presente trabalho destacará como tema a importância da Educação Inclusiva e o
atendimento referente aos alunos com Transtorno do Espectro do Autismo – TEA. Destacando em
como os profissionais devem trabalhar com esses alunos especiais, acrescentando como a escola
deve se adaptar às necessidades deles tornando-se um ambiente acolhedor e auxiliando-os e
orientando os familiares.
O direito à educação é um direito delegado e que deve e precisa ser colocado em prática.
Muitos profissionais devem ser orientados para o cuidado a pessoa com Transtorno do Espectro
do Autismo e sua família.
Metodologia/ Objetivos
A metodologia utilizada neste artigo foi a revisão bibliográfica, apoiando-se nos autores
que tratam sobre o tema.
O artigo objetivou a reflexão sobre a importância da Inclusão e do entendimento sobre a
maneira de aprender dos alunos com TEA evidenciando suas necessidades e trazendo
informações para auxiliar a família sobre o seu comportamento e suas especificidades.
Discussão
O preconceito é um dos empecilhos que só atrasam o avanço da Educação Inclusiva. Mas
outros fatores também podem ser considerados como uma pedra no caminho para a inclusão
escolar de alunos com necessidades especiais. São o medo da própria família, da falta de preparo
dos profissionais em trabalhar com esses alunos e do espaço físico da escola que precisa ser
reavaliado para que possa receber esses discentes.
Parolin, (2006), destaca algo importante de que o princípio da Inclusão Escolar é a certeza
de que todos têm o direito de pertencer, de que necessitamos compreender e aceitar as
diferenças.
A escola é uma instituição que é parte de uma sociedade totalmente complexa e onde as
normas que regem este ambiente tornam-se institucionais. No entanto, há casos de escolas que
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ainda não estão preparadas para atender determinados alunos, pois demoram para aceitar as
diferenças e isso leva à exclusão.
O difícil é que o modelo escolar já se encontra em grande parte organizado de maneira
não inclusiva. Nota-se isso através de algumas disciplinas mais valorizadas que outras. No
entanto, a inclusão se dá quando a diferenciação escolar é capaz de não separar alunos em
categorias, mas trabalhar com eles uma educação de forma conjunta, explorando o potencial
educativo de suas diferenças.
Aprender é uma ação humana criativa, individual, heterogênea e regulada pelo sujeito aprendizagem, independentemente de sua condição intelectual ser mais ou ser menos privilegiada. São as diferentes ideias, opiniões, níveis de compreensão que enriquecem o processo escolar e clareiam o entendimento dos alunos e professores. Essa diversidade deriva das formas singulares de nos adaptarmos cognitivamente a um dado conteúdo e da possibilidade de nos expressarmos abertamente sobre ele. (BRASIL, 2007a, p.17).
O que precisa ser destacado também é que muitos docentes, não estão preparados para
trabalhar com alunos que precisam de um atendimento especializado. Isso remonta ao processo
de formação do docente que não possui o conhecimento necessário para estar trabalhando com
esses discentes.
Fávero et. al. (2007), aponta que segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDBEN – (art. 58 e seguintes) o Atendimento Educacional Especializado será feito em
classes, escolas, ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas
dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.
A escola é relevante na formação educacional e no desenvolvimento social do aluno. É
neste ambiente que o aluno terá um contato com o mundo exterior além do meio familiar em que
vive.
No momento em que a escola recebe um aluno com necessidades especiais, todos
precisam estar preparados para trabalhar com de maneira diversificada e buscando sempre se
atualizar.
Ensinar essas crianças ainda é um desafio para muitos professores, pois muitos deles
ainda estão despreparados. Na maioria das vezes, não possuem apoio, recursos ou formação
para realizarem um ótimo trabalho. Nesse caso precisam sempre se atualizar, realizar novos
cursos que lhes auxiliarão a atuar de forma mais eficiente com os alunos que requer um
atendimento diferenciado.
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Ressalta-se a relevância da escola no processo de inclusão social. É uma instituição que
exerce uma função social, propagadora de conhecimentos e informações, de viabilizadora das
relações com o próximo, visando a um autoconhecimento e percepção do mundo.
Alves (2007, p. 12) complementa que a escola tem um papel muito importante na vida da
criança e do jovem. Ao entrar na escola, eles têm oportunidade de conviver e de se relacionar com
diferentes pessoas, aprendendo a perceber que todas têm características próprias, que nenhuma
é igual a outra.
Fazendo uma análise de muitas escolas que se classificam como inclusivas, nota-se que
muitas não possuem capacidade de adaptação para atender alunos com necessidades especiais,
seja por destituição de recursos que não são viabilizados para administração pedagógica, falta de
compromisso de gestores e secretarias representativas da educação, ausência de capacitação de
algum curso complementar ou específico ao atendimento ao aluno para os docentes e até mesmo
a falta de uma equipe de apoio pedagógico especializada.
Uma escola adepta da inclusão aceita o aluno, respeita suas diferenças e limitações, não
discrimina sexo, religião, raça, classe social. O aluno tem que ter o direito a tudo o que uma boa
educação poderá oferecer.
Ao receber um aluno com Transtorno do Espectro Autista os professores precisam entender
suas necessidades e seu modo de ser e de aprender. Para compreendermos o que é o autismo
precisa ser destacado que o autista não é nenhum ser de outro planeta, de outra era, mas um ser
humano e como tal tem direito à educação, à saúde e ao trabalho.
A discriminação é uma atitude de ignorância, pois muitos não possuem o conhecimento
para compreender e optam por discriminar ou não reconhecer que o autista também tem
sentimentos, necessidades e que precisa de apoio e orientação. Incluí-lo no âmbito escolar é um
direito delegado e que precisa ser colocado em prática.
O ingresso de uma criança autista em escola regular é um direito garantido por lei, como aponta o capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que trata sobre a Educação Especial. A redação diz que ela deve visar a efetiva integração do estudante à vida em sociedade. Além da LDB, a Constituição Federal, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Estatuto da Criança e do Adolescente e o Plano Viver sem Limites (Decreto 7.612/11) também asseguram o acesso à escola regular. (BASÍLIO; MOREIRA; 2014, p. s/n).
9
9 BASÍLIO, Ana; MOREIRA, Jéssica. Autismo e escola: os desafios e a necessidade da
inclusão. Disponível em: < http://educacaointegral.org.br/reportagens/autismo-escola-os-desafios-necessidade-da-inclusao/>. Acesso em: 15 de setembro de 2017.
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Uma análise do paradigma da Educação Inclusiva, nota-se a importância social que a
escola representa para alunos com deficiência. Os autistas estão inseridos neste contexto, visto
que necessitam de um atendimento especializado e não podem ser excluídos e não participando
da vida ativa da sociedade, não interagindo e atuando ainda que com suas limitações, no
processo de ensino e de convivência cultural.
O autismo é um dos transtornos invasivos de desenvolvimento mais conhecidos, embora seja também um dos mais controversos. Muitos ainda não possuem um conhecimento sobre esse transtorno invasivo de desenvolvimento, o que pode dificultar a inserção dos autistas no ambiente escolar. Emergindo dessa complexa ignorância a importância dos professores e de todos os profissionais da educação de sempre buscar conhecer melhor, fazer novos cursos, se especializarem e estarem aptos a trabalhar com esses alunos especiais. (GLAT, 2007, p.161).
Os autistas têm o direito aos serviços públicos, isto inclui a saúde, escola, e é uma grande
vitória o fato deles poderem frequentar o ensino regular onde são considerados alunos com
necessidades educacionais especiais, (NEE).
A realidade é que muitas crianças autistas necessitarão de assistência pela vida toda, elas
precisarão estar em constante supervisão. Essas condições são inerentes a essas crianças e na
escola o docente precisa estar apto a atendê-las da melhor forma possível respeitando as
limitações desses discentes.
A integração de crianças autistas na classe NEE requer que o grau de transtorno autista não seja severo e, além disso, se a criança sofre de algum transtorno neurológico, como, epilepsia, é preciso controle por meio de tratamento anticonvulsivo. Dessa maneira, a única opção é a classe de educação especial ou o sistema institucional residencial. (GONZÁLEZ et. al. 2007, p. 221).
Para que esses alunos tenham o acesso à educação é necessário que haja adaptações
curriculares que permitam a participação ativa nas atividades escolares e na aprendizagem
englobando o aspecto intelectual, emocional e social.
O trabalho pedagógico que será exercido com esses alunos na escola dependerá do
esforço do professor para que consiga cumprir os objetivos propostos e conseguir transmitir
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conhecimento dentro das capacidades do autista para que ele possa compreender o que está
sendo ensinado.
González et. al. (2007, p. 223) cita alguns comportamentos das características dos
autistas:
Incapacidade para manter relações interpessoais com outras pessoas.
Incapacidade para falar (utilizar linguagem de forma compreensiva para os demais).
Excelente memória de repetição.
Ecolalia: se a criança autista consegue formar frase, repete-as como se fosse um
papagaio, sem perceber seu significado.
Utilização inadequada de pronomes pessoais.
Medo de sons fortes e objetos em movimentos.
Uma das primeiras preocupações do professor para trabalhar com esse aluno, portanto, é
identificar a forma mais adequada de comunicação com ele. (GLAT, 2003, p.166).
O educador terá que ser bem flexível, criativo e, sobretudo compreender pelos gestos,
movimentos corporais e olhar da criança, o que ela está se expressando para auxiliá-la na relação
social com os demais.
O importante é o professor não demonstrar insegurança e frisar sempre o contato olho a
olho, criar aulas que propiciem o autista de se expressar de acordo com suas limitações. O
professor poderá trabalhar com música, organizando canções, brincadeiras que permitam esse
contato fazendo a criança a participar e interagir.
Similarmente, alunos com autismo ou outras condutas típicas marcadamente apresentam dificuldade na percepção do outro (do seu desejo e intencionalidade), bem como a reciprocidade de expressão desses sentimentos. Em outras palavras, falta a eles a habilidade de perceber nas expressões faciais e corporais do outro suas expressões e emoções. Isto pode ser desenvolvido nessas crianças, por exemplo, através de fotos e desenhos apresentados de forma lúdica. (GLAT, 2003, p.16).
Em relação à falta de comunicação para uma interação social com os colegas, com o
professor, pode-se trabalhar a dramatização, que ajudará a inserir o aluno em um convívio maior
com o seu grupo escolar.
Abordando a questão das condutas inadequadas e das atitudes que podem ser violentas o
professor deve antecipar o que o aluno irá fazer, aproximando dele quando este for sair de sua
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carteira, fazê-lo se movimentar pela classe, e cada vez que essas estratégias atingirem seu
propósito, elogiá-lo e mostrar-se agradecido.
Um arranjo de sala de aula bem estruturado, com espaços determinados para as
diferentes atividades, facilita muito, pelo menos no início, sua adaptação à classe, já que grande
parte desses alunos possui baixa tolerância às mudanças ambientais, de objetos e móveis.
(GLAT, 2003, p. 170).
O trabalho de ensinar os alunos com autismo, não poder ser feito isoladamente pelo
professor, mas contar com o apoio de uma equipe pedagógica que complemente o que o aluno
está aprendendo na sala de aula.
Os fonoaudiólogos podem auxiliar no desenvolvimento da linguagem, os fisioterapeutas
na melhoria da coordenação motora, os terapeutas nas necessidades básicas inerentes ao corpo
como alimentar-se e vestir-se, os psicólogos criando estratégias para lidar com o comportamento,
os assistentes sociais apoiando e oferecendo suporte às famílias, os médicos no controle da
medicação e das funções fisiológicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Inclusiva é um processo que precisa ser destacada no âmbito social e não se
ater apenas ao sistema educacional. É uma forma de agregar e incluir no ambiente escolar
aqueles alunos que necessitam de atendimento educacional especializado de forma a auxiliar seu
desenvolvimento na aprendizagem e também na interação social.
O autista é assegurado por lei a ter direito à educação. Esse direito não pode ser negado
e a escola precisa se adaptar para atender esses alunos que precisam de um atendimento
diferenciado.
Os desafios para trabalhar com um aluno autista no ambiente escolar são muitos, mas é
preciso ressaltar que a equipe pedagógica precisa estar preparada para receber esses alunos e
procurar sempre se atualizar para atender de forma eficiente.
A Educação é um direito de todos e é garantida pela Constituição. A inclusão dos alunos
com necessidades especiais nas escolas não é um processo fácil, mas também não é impossível.
Depende de vários fatores burocráticos, administrativos, social e cultural. Um desafio que é
recompensador, pois beneficia o aluno, a escola e a família
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A Educação Inclusiva é e sempre será um desafio, porém um desafio que enobrece e
engrandece os envolvidos nesse processo educacional. Se não fosse um desafio, talvez não fosse
tão relevante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, Daniela. Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/554/os-desafios-da-educacao-inclusiva-foco-nas-redes-de-apoio>. Acesso em: 09 de setembro de 2017.
ALVES, Denise de Oliveira. A Hora e a vez da Família em uma Sociedade Inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.
BASÍLIO, Ana; MOREIRA, Jéssica. Autismo e escola: os desafios e a necessidade da inclusão. Disponível em: < http://educacaointegral.org.br/reportagens/autismo-escola-os-desafios-necessidade-da-inclusao/>. Acesso em: 15 de setembro de 2017.
BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial. Secretaria de Educação a Distância. Formação continuada a distância de professores para o atendimento educacional especializado: deficiência intelectual. Brasília MEC/SEESP/SEED, 2007 a.
_________, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC / SEESP, 2008.
BUENO, José Geraldo Silveira. A Inclusão Escolar de Alunos Deficientes em Classes Comuns do Ensino Regular. Revista – TEMAS SOBRE DESENVOLVIMENTO – Vol. 9, número 54, Janeiro/Fevereiro, 2001.
FÁVERO, Eugênia Augusta Gonzaga; MONTOAN, Maria Teresa Égler; PANTOJA, Luísa de Marillac P. Atendimento Educacional Especializado: Aspectos Legais e Orientações Pedagógicas. São Paulo: MEC / SEESP, 2007.
GLAT, Rosana. Educação Inclusiva: Cultura e Cotidiano Escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007. GONZÁLEZ, Eugênio et. al. Necessidades Educacionais Específicas: Intervenção Psicoeducacional. Porto Alegre: Artmed, 2007.
PAROLIN, Isabel Cristina Hierro. Aprendendo a incluir e incluindo para aprender. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2006.
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APRENDENDO MATEMÁTICA COM O CIRCO
Oliveira, N. R. S¹; Souza, A. C²; Santos, A. P. R³; Silva, T. A. 4; Santos, T5; Arantes, J.R6; Augusto, E. L.A6
Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 2Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] ³Acadêmico de 4° período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 4 Acadêmico de 4° período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 5Acadêmico de 4° período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 6Acadêmico de 4° período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 7Professor da Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected]
Resumo: O circo é um conjunto de atividades de expressão artística ligada diretamente ao lúdico.
O universo circense trás consigo um mundo de prazer e alegria, que pode ser usado em favor da
aprendizagem quando orientadas de maneira correta, proporcionando um desenvolvimento das
capacidades cognitivas, motoras. Trazer as brincadeiras circenses para a sala de aula
proporcionando um ensino diversificado, despertando o interesso dos alunos.
Palavras-chaves: Matemática recreativa; ensino-aprendizagem; ludicidade.
Introdução
A Educação Matemática ainda é rotulada como algo difícil, monótono e desinteressante, talvez
pela forma como ela seja ensinada, já que tradicionalmente o conteúdo é transmitido de forma
quase mecanizada, onde o professor escreve na lousa e os alunos por sua vez decoram fórmulas,
resolvem equações sem muito interesse ou por mera obrigação. Entretanto, isso não uma garantia
de aprendizado. É correto afirmar que, a dificuldade e o desinteresse dos alunos também estão
ligados à falta de incentivo e falta de significado durante o processo todo o processo ensino -
aprendizagem, já que a forma como um conteúdo é apresentado em sala de aula pelo professor,
pode influenciar diretamente no aprendizado dos alunos. De acordo com Learcino (2001), o
conhecimento é algo individual, resultante de uma experiência pessoal do indivíduo com a
informação. Na atualidade, o aluno deixou de ser considerado aquele que apenas recebe o
conteúdo, levando-se em conta toda sua vivência dentro e fora de aula. E com o decorrer dos
anos, as escolas vêm diversificando cada vez mais as metodologias de ensino dessa disciplina.
Num primeiro momento, ensinar Matemática de modo prazeroso e que faça sentido pode parecer
confuso, principalmente quando se trata de crianças. Contudo, essa contextualização é possível e
faz toda diferença. Os docentes devem ser capazes de apresentar estratégias de ensino que
tenham sentido, sejam motivadoras e prazerosas, a fim de que o aprendizado não seja meramente
mecânico. O uso da ludicidade vem sendo de grande auxilio no ensino da matemática. O lúdico é
um método eficaz de interligar o brincar com uma atividade educacional e vem ganhando cada vez
mais visibilidade. Para Alves e Bianchin (2010) é por meio dos jogos que a criança experimenta,
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inventa, descobre, aprende e desenvolve habilidades. Um bom exemplo disso seria a utilização
das artes circenses na aprendizagem da Matemática.
Visto que o Circo é parte da cultura popular de diversos países, uma manifestação artística que
tem a finalidade de entreter e divertir. O circo remete a infância, risos e brincadeiras e quando
levado para a sala de aula, transforma-se em um excelente estímulo para o aluno, que o incentiva
a participar de forma ativa e por vontade própria, sem nenhum tipo de obrigação.
Discussões
Este artigo visa elucidar sobre o uso de artes circenses em favor da aprendizagem da Matemática
de forma significativa e desafiadora.
O referido trabalho foi subsidiado por pesquisas bibliográficas, baseando-se nos estudos das
obras escritas por sobre este tema.
O Circo Matemático em sala de aula tem como objetivo geral despertar a curiosidade da disciplina
e mais especificamente desenvolver o potencial educativo, social, afetivo e cognitivo, através da
ludicidade. Essas atividades podem ser usadas durante toda a vida escolar do aluno, podendo ser
adaptadas de acordo com as suas necessidades, grau de escolaridade e idade. O Circo
Matemático pode abordar conceitos matemáticos, tais como, geometria, operações básicas
(adição, subtração, multiplicação, divisão), etc.
Neste trabalho, como exemplo, apresento duas atividades circenses que podem ser usadas no
ensino da Matemática. A soma as faces dos dados: Neste truque, o ―mágico‖ será vendado, dando
um ar ilusionista à brincadeira, em seguida é necessário três grandes dados, peça para alguém
embaralhar e empilhá-los. O ―mágico‖ deverá adivinhar a soma das faces escondidas do dado. O
segredo deste truque é que a soma das faces opostas de um dado é sempre sete. Torta na cara:
Nessa brincadeira pode se formar duas equipes, a cada rodada participa um jogador de cada
equipe. Serão feitas perguntas que abordam conceitos matemáticos, para cada acerto a equipe
soma um ponto. Se o jogador não souber ele passa, se o adversário também não souber a
pergunta retorna para o primeiro jogar, se ele errar ou não souber responder, leva a tortada na
cara. Porém se ele acertar será o adversário quem leva a tortada. Ganha a equipe que tiver mais
pontos. O objetivo é desenvolver o raciocínio lógico, a concentração e o cálculo mental.
Conclusão
O estudo mostrou que mesmo a tão temida matemática pode ser ensinada de modo criativo e
prazeroso. A ludicidade vai além de questões culturais, sociais e econômicas, possibilitando o
desenvolvimento de valores que persistiram por toda vida conosco. Ao final do estudo foi possível
perceber que o circo matemático possibilita um aprendizado dinâmico e significativo, tornando o
ambiente escolar descontraído e com maior interação entre os alunos e o professor.
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Agradecimentos
Agradecemos a nossa professora orientadora Eliete de Almeida Augusto e a todos que de algum
modo nos ajudaram na elaboração deste trabalho.
Referências
CABRAL, M. A. A utilização de jogos no ensino da matemática. (2006). Disponível em: <
http://www.pucrs.br/famat/viali/tic_literatura/jogos/Marcos_Aurelio_Cabral.pdf> Acesso em 9 de
Outubro de 2017.
CIRCO MATEMÁTICO. Disponível em: < https://www.ua.pt/dmat/page/15173>. Acesso em 10 de
Outubro de 2017.
CIRCUITO DE ESCRITA E MATEMÁTICA. Disponível em: <
http://pibidmaoamiga.blogspot.com.br/2013/10/circuito-de-escrita-e-matematica.html> Acesso em:
10 de Outubro de 2017.
D‘ AMBROSIO, Ubiritan. Da Realidade à Ação: Reflexões Sobre Educação e Matemática. 5.
ed. Campinas, SP: Summus; 1986.
DIVERSÃO COM AS 4 OPERAÇÕES BÁSICAS. Disponível em: <
http://ensinofundamental.uol.com.br/2017/03/21/diversao-com-as-4-operacoes-basicas/> Acesso
em 9 de Outubro de 2017.
FESTIVAL DA MATEMÁTICA. Disponível em: < http://festivaldamatematica.org.br/programacao-
do-festival/circuito-de-matematica-para-aprender-e-se-divertir>. Acesso em: 10 de Outubro de
2017.
LUIZ, L. S. O Jogo no ensino fundamental: alternativa para uma aprendizagem significativa
da matemática. (2001). Disponível em: <
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/97075/Learcino_dos_Satos_Luiz.PDF
?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 12 de Outubro de 2017.
LUIZ, L. S. O Velho e o Novo no Ensino de Matemática: Reflexões Epistemológicas acerca
do Ensino de Matemática. (2009). Disponível em: <
http://www.sinect.com.br/anais2009/artigos/10%20Ensinodematematica/Ensinodematematica_artig
o19.pdf> Acesso em: 11 de Outubro de 2017
O LÚDICO NAS PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL. Disponível em: <
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/142848/000993665.pdf?sequence=1> Acesso
em: 11 de Outubro de 2017.
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COMO A FAMÍLIA E A ESCOLA PODEM CONTRIBUIR PARA O PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DE ALUNOS PORTADORES DE TDAH
SOUZA, AC. B¹; SANTOS, R. P²; SILVA, W. H³; CARVALHO, A. C. M.4
Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 2Acadêmico do 4º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] ³ Acadêmico de 4° período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 4 Professora da Faculdade São Lourenço. Mestre em Estatística. E-mail: [email protected]
RESUMO: O presente estudo caracteriza-se como pesquisa bibliográfica, que teve como objetivo realizar um
aprofundamento sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A metodologia aplicada buscou
suporte na literatura para comprovar que quando pais, familiares em geral e professores são orientados por
especialistas, é totalmente viável incluir essa criança em uma vida escolar exitosa. A sugestão é transformar a teoria
em prática e tornar a inclusão em realidade e não apenas utopia.
Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Família. Professores.
ABSTRACT: The present study is characterized as a bibliographical research, whose objective was to conduct a deepening on Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). The applied methodology sought support in the literature to prove that when parents, family members and teachers are oriented by specialists, it is totally feasible to include this child in a successful school life. The suggestion is to turn theory into practice and make inclusion a reality and not just a utopia.
KEYWORDS: Attention Deficit Disorder and Hyperactivity. Family. Teachers
INTRODUÇÃO: O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, que passaremos a chamar apenas pela sigla
TDAH, é uma deficiência neurobiológica de origem genética, que pode aparecer bem precocemente e geralmente
acompanha o sujeito pelo resto da vida. O TDAH é um descontrole motor acentuado, que tem três características
básicas: a desatenção, a agitação (ou hiperatividade) e a impulsividade. Este transtorno tem um grande impacto na
vida da criança ou adolescente e das pessoas com as quais convive (amigos, pais e professores) e pode levar a
dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, bem como a um baixo desempenho escolar. Muitas
vezes é acompanhado de outros transtornos.
O TDAH segundo Sam Goldstein (2006) aparece geralmente na primeira infância e atinge
aproximadamente de 5% da população durante a vida toda, não importando o grau de inteligência, o nível de
escolaridade, a classe socioeconômica ou etnia. De acordo com estudos recentes, o TDAH é mais percebido em
meninos do que em meninas, numa proporção de 2/1; sendo que nos meninos os principais sintomas são a
impulsividade e a hiperatividade, e nas meninas a desatenção. Os índices variam conforme a fonte de informação.
Atinge de 6% a 8% de crianças em idade escolar. Algumas crianças desenvolvem o transtorno bem precocemente,
porém antes dos quatro ou cinco anos é muito difícil se fazer um diagnóstico preciso. Pesquisas apontam que as
crianças mais propensas a desenvolver este transtorno são filhos de pais hiperativos, irmãos, gêmeos e que os
sintomas persistem acentuados na fase adulta, pois não há cura. Muitos pesquisadores acreditam não ser hereditário
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e que seja consequência de algum desequilíbrio da química do cérebro. O Transtorno é causado por um mau
funcionamento da neuroquímica cerebral. Ainda não foi descoberto o mecanismo exato, porém estudos confirmam
que há uma alteração metabólica, principalmente na região pré-frontal do cérebro, principal reguladora do
comportamento humano.
É importante procurar o máximo de informações a respeito do transtorno e destacar que o sucesso de
qualquer estratégia de manejo destas crianças e adolescentes depende de uma boa relação e comunicação entre a
escola e os pais.
MATERIAIS E MÉTODOS: Além de todo aprofundamento bibliográfico, foi realizada uma entrevista com 10
adolescentes portadores de TDAH com o objetivo de analisar como convivem com o transtorno, na escola quais
dificuldades encontram, como é o relacionamento com os colegas, o que acham do tratamento e como se sentem. Os
resultados obtidos comprovam o que a bibliografia relata. 7 dos 10 entrevistados estão conquistando êxito com o
apoio familiar, escolar e de especialistas. Os três que não obtiveram sucesso, não encontraram suporte no entorno da
escola e da família.
ENTREVISTA
1-) Como foi processo para descobrir que você é portadora do transtorno de TDAH?
- Minha mãe me disse que desde bebê sou muito agitada, chorona e dormia sempre tarde. Desde pequena sempre
tomei floral para acalmar, mas não adiantou. Quando frequentei a creche sempre me machucava, no ensino
fundamental, aos 8 anos de idade minha professora chamou minha mãe para conversar afirmando que eu era uma
criança muito agitada, andava pela sala, derrubava meus materiais a todo tempo, não me concentrava nas aulas, não
acompanhava meus colegas. Fui levada ao especialista que pediu alguns exames, e foi comprovado que era
portadora de TDAH, fui medicada com o medicamento ritalina e acompanhamento com psicóloga.
2-) Você com frequência tem dificuldade em manter-se concentrada durante a realização de tarefas ou
atividades?
- Quando não tomo o medicamento eu não consigo ter concentração, ficando mais falante, ando pela escola, e fico
querendo ir no banheiro a toda hora. Já quando tomo o medicamento meu comportamento se torna contrário, a
concentração se torna presente.
3-) Como é a parceria entre sua família e sua escola na busca do seu desenvolvimento escolar?
- Quando frequentei a escola no ensino fundamental meus pais sempre me deram apoio e me ajudaram em minhas
necessidades, participando da minha rotina escolar. No ensino médio, já nesta outra escola, no ato da matrícula foi
falado que sou TDAH, mas não é a mesma coisa que no fundamental, a escola parece não se importar tanto, meus
pais são presentes sempre que solicitados ou não pela escola.
Me incentivam nos estudos e me aconselham quanto ao futuro para que eu faça uma faculdade e a todo tempo minha
mãe cobra pra eu tomar o remédio, pois sou muito esquecida.
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80% 90%
15% 20%
80% 90%
100%
25%
100% 90%
100% 100%
40% 40%
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0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Desenvolvimento de pessoas TDAH quando há parceria entre Família e Escola
Parceria entre Família e Escola Desenvolvimento na vida escolar
4-) Como foi a aceitação da família e da escola quando foi dado o diagnóstico?
- Para minha família quando fui diagnosticada com TDAH foi um grande alívio porque sempre fui uma criança muito
agitada e dei muito trabalho tanto em casa como na escola, meus pais puderam entender o porque do meu
comportamento e conseguiram me ajudar. Na escola os professores ficaram tranquilos e com muitas expectativas
com relação ao meu desenvolvimento escolar e me ajudando.
5-) Você já sofreu ou sofre algum tipo de preconceito por ser portadora de TDAH?
- Quando eu era pequena, por ser muita arteira todos colocavam a culpa em mim das artes, mesmo quando não era
quem fazia. Hoje levo uma vida normal na escola e não sofro preconceitos, pois a maioria das pessoas nem sabem
que eu tenho TDAH.
6-) Você apresentava dificuldades em seu desenvolvimento escolar?
- Sim, ainda sinto principalmente quando não tomo remédio, pois fico muito desatenta e não consigo prestar atenção
na explicação do professor.
7-) Como é seu comportamento em relação as aulas?
- Quando a aula é interessante eu me identifico, presto toda atenção, mas quando é uma aula igual a de história,
geografia, química e português não me importo muito. Não gosto de leitura. Me identifico com a matemática.
8-) Como é sua vida hoje em dia em relação ao transtorno de TDAH?
- Hoje em dia eu consigo me concentrar bastante, aos finais de semana não tomo remédio e me comporto
normalmente. Nas férias fico sem medicamento, mas já notaram que meu comportamento muda.
Recentemente fiquei dois messes sem tomar o ritalina devido estar com a pressão alta e pude observar como o
remédio me ajuda no dia a dia. Fui prejudicada pela falta do medicamento principalmente na escola, tive uma punição
de 3 dias pelo mal comportamento.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
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Com intuito de comprovar o estudo realizado, utilizamos como ferramenta a entrevista onde foram
selecionados dez portadores do transtorno de TDAH.
Dos entrevistados sete responderam que alcançaram êxito em ambiente escolar devido a parceria entre família e
escola, já três não evoluíram nos estudos por não haver elo entre família e escola.
O Transtorno do déficit de atenção é uma alteração neurobiológica cerebral, ou seja, trata-se de uma
disfunção do cérebro mais frequentes que ocorrem em crianças e as acompanham pelo o resto da vida. Existem
formas que ajudem a melhorar o desenvolvimento de cada criança. Que serão abordados nesse relatório.
Os autores pesquisados garantem, que para criança com TDAH alcance um desenvolvimento satisfatório na
vida escolar é necessário uma boa interação entre família, escola e profissionais especializados. Percebe-se que
quando existir essa interação entre pais, alunos e escola, consequentemente haverá o desenvolvimento cognitivo da
criança, evitando problemas de aprendizagem comportamentais e interpessoais. O trabalho entre pais e professores
devem ser em equipe sendo fundamental no processo de desenvolvimento da criança com TDAH.
Segundo Mabel Condemarín (2006) a atitude dos contextos familiar e escolar constitui um fator psicossocial
determinante para a forma como a criança vive sua dificuldades e os mecanismos que utiliza para superá-las.
De acordo com Maria Fernanda B. C Fonseca, nota-se a importância do relacionamento de pais, escola e
profissionais.
―O desempenho escolar depende de alguns fatores: característica da escola (física, pedagógicas, qualificação do professor), da família (nível de de escolarização dos pais, presença dos pais e interação do pais com a escola, e deveres) e do próprio indivíduo‖ (MUSZKAT MAURO, 2012, P.136)
As maiores dificuldades surgem quando a criança é dasafiada a cumprir orientações, metas e seguir rotinas.
O êxito desse processo varia de acordo com a desenvoltura de cada indivíduo, podendo ser de forma positiva ou
negativa.
Alguns exemplos de atitudes dos pais com relação as crianças com TDAH são: reforço positivo, elogios
frequentes, definição e realização de regras claras, estabelecer rotina diária, corrigir a criança em movimento e
ambiente adequado, facilitar a realização das tarefas escolares, promovendo um ambiente tranquilo e longe de
estímulos que possam vir a distrair a criança.
A melhoria significativa das crianças portadores de TDAH depende que a família busque informações e se
mantenha atualizada sobre esse transtorno, pois quanto mais conhecimento a respeito do problema de seus filhos
mais estarão preparados para lidar com ele.
Por outro lado, por parte do profissional de educação eles devem buscar conhecimentos para identificar os
sintomas do TDAH, proporcionando em sua sala de aula, mais comprometimento e um olhar diferenciado em relação
a aprendizagem de seus alunos. Resultando em uma intervenção necessária e consequentemente oferecer cuidados
especiais que cada aluno necessita, evitando o surgimento de discriminação e preconceito.
São exemplos de conduta dos professores relacionadas à crianças com TDAH: realizar trabalhos em
conjunto entre professores e pais, ser paciente, com uma voz passiva, estabelecer rotinas, elogios frequentes, usar
vocabulários simples, facilitando o entendimento do aluno, ensinar ao aluno o uso de agendas, estabelecer metas
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individuais, não fazer da sala de aula um ambiente com muitos estímulos, que facilitam a desatenção dos mesmos,
devendo estes sentar-se próximos ao professor.
Mabel Condemarín, ressalta que:
―Diferentes autores (professores, psicólogos, orientadores, psicopedagogos) têm se preocupado com o manejo dessas crianças no âmbito escolar, em uma tentativa de contribuir para que os professores contem com ferramentas de apoio que lhes permitam atender às necessidades educativas dos alunos com TDAH no âmbito da sala de aula, tanto no aspecto cognitivo quanto no relcional.‖ (CONDEMARÍN, MABEL, 2006, P.137)
Além da parceria entre família e escola é essencial a assistência de uma equipe multidisciplinar promovendo
a realização e o uso do tratamento e do medicamento adequado.
Mabel afirma que existem no mercado alguns fármacos psicoestimulantes como a anfetamina, metilfenidato
e pemolina que atuam como mecanismo onde liberam dopamina e nerepinefrina, aumentando sua concentração no
espaço cináptico e bloqueando a receptação desses neurotransmissores.
Scandar, ressalta que é importante confirmar o diagnóstico por profissionais capacitados. Um bom
diagnóstico é considerado por todos os especialistas o ponto de partida de qualquer tratamento.
Após a criança ser diagnosticada com TDAH ela pode ser tratada com diversos medicamentos que são
facilmente encontrados nos mercados atuais. Esses medicamentos foram testados em crianças portadoras do
transtorno e foram comprovados sua eficácia, percebendo a redução nos sintomas. Dos medicamentos destacam-se a
Ritalina, Ritalina LA, Concerta, que se diferenciam apenas em dosagem e duração em seu efeito.
.
CONCLUSÃO: Pôde-se observar no decorrer da pesquisa que o TDAH é um transtorno que precisa ser tratado, uma
vez que, na maioria dos casos, a criança se torna capaz de alcançar o êxito, desde que tenha um acompanhamento
multidisciplinar rigoroso, produzindo um desenvolvimento satisfatório na vida escolar, mas para que isso ocorra é
necessário um bom relacionamento entre as partes envolvidas, tendo como principal objetivo a aceitação do problema
por parte da família, o que facilita e promove o sucesso no tratamento. O tratamento inclui o relacionamento familiar,
professores, pais, terapeutas, medicamentos entre outros.
Ficou claro, que a criança portadora do TDAH pode ter um convívio social natural como qualquer outro
indivíduo. Mas é preciso ressaltar que a família e a escola são os elementos principais para contribuir de uma
maneira positiva no processo de aprendizagem de crianças portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção.
Por fim, conclui-se que não existe solução simples para alfabetizar alunos com TDAH, tudo requer tempo,
dedicação e muita persistência. Todos esses fatores em conjunto ajudam para um convívio harmonioso.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos primeiramente a Deus por nos presentear com o Dom Maravilhoso que é Educar
e por sempre estar conosco nos dando força e coragem para superarmos as dificuldades e poder chegar até aqui! A
nossas Famílias e Amigos por nos apoiar e incentivar sempre! A Querida Professora e Orientadora Alexandra pelo
seu empenho e dedicação nos auxiliando na construção desse trabalho, tendo enorme preocupação em tornar nossas
ideias e discussões um trabalho verdadeiramente cientifico e rico em construção de conhecimento. E a todos, que nós
não citamos os nomes nosso muito obrigado, vocês foram muito importantes em nossa caminhada.
“E u o n o tr nsform o mun o. E u o mu s pesso s. Pesso s tr nsform m o mun o.” Paulo Freire
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REFERÊNCIAS
CONDEMARÍN, Mabel. Transtorno do Déficit de Atenção. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2006.
GOLDSTEIN, Sam. Hiperatividade: Como desenvolver a capacidade de atenção da criança. Campinas, SP:
Papirus, 1994
MUSZKAT, Mauro. TDAH Interdisciplinaridade Intervenção e Reabilitação. São Paulo: All Print Editora, 2012.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa, Mentes inquietas TDAH: Desatenção, hiperatividade e impulsividade. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2009.
BONADIO, Rosana Aparecida Albuquerque. Transtorno de déficit de atenção / hiperatividade: diagnóstico da
prática pedagógica / Rosana Aparecida Albuquerque Bonadio; Nerli Nonato Ribeiro Mori; Anna Maria Lunardi
Padilha, prefácio. Maringá : Eduem, 2013.
BARKLEY, R. A. et al. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Manual para Diagnóstico e Tratamento.
3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
ROHDE, Luís Augusto P. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: O que é? Como ajudar? / Edyleine B.
P. Benczik. São Paulo: Artmed,1999.
GOLDSTEIN, Sam. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção da criança. São Paulo: Papirus,
1998. 246 p.
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COMO TORNAR A MATEMÁTICA PRAZEROSA AS CRIANÇAS? Miguel, N. A.¹. ; Neves, L. R.²; Carvalho, G. A.³. ; Augusto, E. A.4.
Resumo: Este trabalho aborda formas para tornar o processo de aprendizagem da disciplina de
matemática mais prazerosa, as crianças. Visto que a matemática é conhecida como uma das
disciplinas mais complexas, o que acaba a rotulando como a matéria mais difícil. Para reverter
esta situação, é necessário adaptação das aulas, saindo um pouco do tradicional e partindo rumo
á prática, trazendo o conteúdo para mais próximo da realidade dos alunos, podendo ainda incluir
jogos para estimular a inteligência lógico matemática.
Palavras-chave: aprendizagem, matemática, prazer.
Introdução
O estudo independentemente da disciplina, necessita de dedicação para a obtenção de
sucesso. Obviamente toda esta dedicação gera sensações de prazer, esgotamento, realização
entre outros.
Visto que estudar tem como base a dedicação, não seria diferente citar a matemática. Esta
disciplina é considerada a mais difícil pelos alunos, um fator que confirma isto é que ela exige
maior concentração. Obviamente se torna a matéria que mais reprova e a que os professores
sentem mais dificuldade em ensinar.
Toda esta dificuldade acaba se tornando um ciclo vicioso ano após ano, tanto para os
alunos como para os professores, ocasionando um desgaste em ambos. Muitas das vezes os
alunos já chegam à sala de aula, desestimulados com a matemática, por que ouviram alguém
dizer ou o próprio professor que é chato ou difícil. Sendo assim, o docente deve ser um mediador,
estimulando o aprendiz a pensar, raciocinar, adquirindo confiança no processo de aprendizagem.
Para as crianças o mundo é um imenso parque de diversões; tudo é impressionante,
chamativo ao olhar.
Cada detalhe é um convite. (ALVES, 2004). Sendo assim, para o professor obter sucesso em sua
prática, ele precisa estar com este olhar atento para o mundo, ou seja, explorar esse universo na
visão infantil. Adaptando seu conteúdo, o tornando chamativo aos alunos, despertando o
interesse, a curiosidade. Podendo acrescentar jogos, pois eles levam o aprendiz a aprender
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brincando, esta parte lúdica deve ser inserida com objetivos programados e não apenas como
passa tempo. Essas ferramentas são fundamentais para a aprendizagem, pois geram prazer, e
quando se tem prazer automaticamente se aprende. (MATOS, 1994).
Discussão
O ensino da matemática ainda se baseia no método tradicional da aula expositiva, método
esse em que o professor apresenta no quadro o conteúdo, o aluno copia tentando resolvê-los.
Segundo D‘Ambrósio (1989): ―é possível aprender matemática por desse método, mas para que
se tenha uma boa aprendizagem, rica em detalhes e significativa para o aluno é necessário aderir
à novas estratégias metodológicas que despertem o interesse na aprendizagem da matemática.‖
Evidentemente o método tradicional tem sortido efeito sobre a aprendizagem da matemática,
exposição e exercícios fixam os conteúdos transmitidos pelo professor. Mas esta maneira de
ensinar é considerada monótona por grande parte dos alunos, fazendo com que a aula seja
desestimulante. Inserir aulas significativas ao cotidiano dos alunos, ou até mesmo incluir jogos
tornariam a aula mais prazerosa. Os jogos trabalhados na sala de aula segundo Sà (2015) se
dividem em: jogos estratégicos, para o raciocínio lógico, jogos de treinamento, aplicados como
reforço de um determinado conteúdo e jogos geométricos, para desenvolver a habilidade das
formas geométricas. Os jogos são excelentes aliados do professor na aplicação de conteúdos,
mas precisam ter objetivos para garantirem progresso.
O autor Rubem Alves destaca ―é fácil obrigar o aluno a ir á escola, o difícil é convencê-lo a
aprender aquilo que ele não quer aprender...‖ (2004, p.12). A afirmação acima mostra o quão
importante é aproximar o conteúdo do aluno, somente assim ele terá interesse em aprender, e
sentirá prazer. Isto fará com que o discente tome gosto pelo estudo, e o incentive a ir além da sala
de aula.
Conclusão
O estudo revela que os alunos enxergam a matemática como uma matéria ―chata‖, complexa
demais para o entendimento. Sendo assim, não se interessam por ela, o que vai ser gerador de
dificuldades no processo. Por tanto é necessário que os professores adaptem a forma de aplicar o
conteúdo, de modo que possam ativar o interesse, a curiosidade, partindo de uma visão mais
atenta do universo infantil, inserindo jogos. Relacionando os conteúdos em sala de aula com as
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vivências fora dela também. Tornando a matemática não como obrigatória, mas como necessária,
ligando a resolução de problemas com o dia a dia do aprendiz, dando uma visão de que a
matemática está presente em todos os conteúdos, existindo dentro e fora da sala de aula.
A matemática está presente inconscientemente na vida de todas as pessoas, desde simples
operações até grandiosos cálculos. Sendo assim, esta não pode continuar sendo ignorada,
rotulada como chata, ela é indispensável, os professores precisam mostrar esta importância aos
seus alunos, e o quanto este universo pode ser prazeroso.
Mais que isso, o aluno verá que a matemática não está presente somente na sala de aula, mas
em tudo o que faz. Ao perceber isto, o próprio discente irá em busca de conhecimento,
expandindo o que foi visto na sala, fazendo com que o processo de ensino aprendizagem seja
prazeroso.
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da sabedoria, a nossa professora orientadora
Eliete De Almeida Augusto e a todas as pessoas envolvidas em nosso processo acadêmico.
Referências bibliográficas
ALVES, Rubem. O Desejo de Ensinar e a Arte de Aprender. Campinas, SP: Fundaçãon Educar
Paschoal. 2004.
MATOS, Henrique Cristiano José. Aprenda a estudar: Orientações Metodológicas para o Estudo.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
D‘ AMBROSIO, Ubiritan. Da Realidade à Ação: Reflexões Sobre Educação e Matemática. 5 .
ed. Campinas, SP: Summus; 1986.
SÁ, Ilydio Pereira de. Brincando com a Matemática. (2015).Disponível em http:
//www.magiadamatematica.com/unifeso/8-brincando.pdf. Acesso: 4 outubro, 2017.
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ESCOLA E FAMÍLIA: UMA PARCERIA NECESSÁRIA
MORAES, C. R. F.10 SOUSA, G. F. M.11 DIAS, D. C. P.³ SILVA, P. P. 4
Professora orientadora. Pedagoga. Esp. em Alfabetização. Mestra em Gestão e Avaliação – Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG
2 Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG 3 Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG 4 Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidtn° 90 – Federal – São Lourenço / MG
RESUMO
A escola é uma instituição responsável por transmitir os conhecimentos necessários para a formação de todo indivíduo para que ele possa se tornar um cidadão consciente de seu papel na sociedade. A família é a base de qualquer ser humano, pois é nesse núcleo de relacionamento que a primeira concepção de valores e aprendizados se concretizam. Para o discente, é muito importante que essas duas instituições estejam unidas visando o bem-estar e principalmente o aprendizado do aluno. Ressaltando a relevância da comunicação constante que familiares e docentes precisam manter ao longo da caminhada escolar dos alunos, delimitou-se este tema Família e Escola, para a realização deste trabalho. Palavras-chave: Escola. Sociedade. Família. Discente. Docente. INTRODUÇÃO Apesar das constantes transformações que o mundo vem sofrendo, principalmente pelo
avanço desenfreado da tecnologia, a escola ainda permanece relevante na formação educacional.
É um trabalho árduo que requer mudanças na Proposta Pedagógica e novas didáticas em salas
de aulas para atender os novos discentes que estão inseridos neste contexto atual onde as
mudanças são cada vez mais frequentes.
Dessa forma, a escola não consegue atingir todas as suas metas estabelecidas sem
apoio. E por isso entra em cena a participação da família para complementar a educação dos
alunos.
O tema deste trabalho abordará a relação da família e a escola, destacando aspectos
importantes relacionados ao assunto escolhido. Os capítulos destacarão a relevância da família e
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da escola e em como essa relação só traz benefícios ao processo de ensino-aprendizagem e
também no trabalho realizado pelos docentes.
METODOLOGIA/ OBJETIVOS
A metodologia escolhida para a elaboração deste trabalho será baseada em artigos e
livros de diferentes autores que abordem pontos importantes e necessários para a discussão do
tema definido.
O artigo tem como objetivo levantar conhecimentos que evidenciem a relevância de
estabelecer uma parceria constante entre a escola e a família para o sucesso dos alunos.
DISCUSSÃO
A instituição familiar pode ser considerada como a mais a antiga ao longo da evolução
humana, contudo nem sempre possuiu as características atuais.
Ao longo dos séculos, a família vem sofrendo variações importantes em sua estrutura.
Isso ocorre referente às mudanças sociais de cada época.
Na pré-história as relações humanas eram trocadas no intuito de preservar a
espécie e de sobreviver. Durante centenas de anos, os homens viveram em cavernas e se
alimentaram do que a natureza produzia e do que caçavam. Com o passar do tempo, os seres
humanos descobriram o fogo, o plantio de alimentos. A população aumentou e desta forma o
homem sentiu a necessidade de mudar o modo como vivia. Orsi (2003) cita que o homem vê-se
obrigado a criar novas técnicas de sobrevivência, e inicia um processo crescente de domínio da
natureza.
Já na Idade Média, inacreditavelmente inexistia a infância, sendo que ao menor sinal de
independência da mãe, o indivíduo era inserido no mundo adulto, sem restrição de situação ou
local.
Segundo Barbirato (2011) a família na idade Média não havia o sentimento de amor, nem
transmissão de valores e de conhecimentos, astrocas afetivas ocorriam fora da família, à
educação das crianças acontecia noconvívio com os adultos, não tinha restrição ao contato físico
nas brincadeirasentre crianças com os adultos e nem privacidade no convívio.
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Com a 1ª Revolução Industrial e a significativa transformação do mundo com o surgimento
das máquinas, levando a produção em maior escala, o capitalismo e a burguesia, mais uma vez, o
homem transformou seu modo de viver e se adaptou a uma nova era que havia se iniciado.
Orsi (2003, p.31) descreve que,
[...] a família burguesa começa a delinear-se a partir do período da industrialização, que sinalizou a modernidade, do surgimento da escola, da conquista da privacidade, da preocupação com a educação dos filhos e do sentimento de família, também valorizado, sobretudo pela igreja. Com isso, os papéis, o lugar e as atribuições de cada um de seus membros começam a ser definidos.
O arquétipo de família, surgido no século XVIII, resistiu aos séculos, e segue sendo
implantado até os dias de hoje, porém este modelo sofreu variações. É com a concepção de
família e infância introduzidos na burguesia que a escola começa a ganhar maior importância,
alterando-se e reestruturando-se para ser uma instituição formadora de indivíduos sociais.
De acordo com a evolução do homem, o perfil familiar e a sociedade foram se
transformando. Percebe-se que as últimas décadas, a estrutura familiar sofreu profundas e
irreversíveis mudanças que ocorre devido as transformações sociais.
Com o passar do tempo é possível perceber que a família foi se transformando e adquirindo novas formas e funcionamentos de diferentes maneiras, conforme o lugar e o momento histórico, os fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos. Constatamos que as relações familiares influenciam e são influenciadas pelos movimentos sociais e se modificam conforme as necessidades criadas pelo homem, que modifica seus comportamentos, tornando-se diferente de seus antepassados e de seus sucessores. Assim como a sociedade, a família procura mecanismos para transformar e moldar seus membros conforme as exigências do meio em que está inserida. Alguns se adaptam, outros não, e dessa forma alteram ou correspondem às expectativas do grupo familiar a que pertencem (MIGUEL;BRAGA, 2015, s/n).
Com a modernização e o crescimento do capitalismo, a emancipação feminina, onde a
mulher conquista maior participação no mercado de trabalho, contudo acarreta uma dupla jornada,
sobrecarregando-se entre ajudar na complementação da renda de casa e cuidar das
necessidades dos filhos. Macedo (1994) ressalta que a conquista do divórcio gera novos conceitos
de família, que, antes considerada nuclear, ganha novas configurações.
Pode-se dizer então omodelo familiar se modifica à medida que a sociedade se transforma
e anecessidade de desenvolvimento do homem cresce (MIGUEL; BRAGA, 2015).
Interessante ressaltar que essas transformações acarretaram na reorganização de
atribuições desempenhadas entre homens e mulheres. Estas transformações dizem respeito a
diversas atividades exercidas em nos mais variados ambientes.
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As reconstruções familiares acarretam obviamente mudanças significativas no campo relacional familiar, provocando a emergência de situações sem precedentes, para as quais não há experiências prévias na evolução da família que possam servir de referência para balizar o processo de assentamento sócio-cultural dessas novas formas de convívio social. (OSÓRIO, 1996, p.56)
Ainda de acordo com o mesmo autor, a família continua sendo percebida como a viga
mestra de qualquer realinhamento no processo evolutivo do ser humano.
Como construções sociais relativamente recentes, estas complexas reformulações familiares encontram-se sem modelo preestabelecido. Sendo assim, cada família necessita lidar com seus padrões e conceitos preestabelecidos para deles fazer emergir uma maneira original de constituir um grupo familiar com funções, direitos e deveres que atendam aos que dele participam. Nesta reformulação, as questões de gênero são inevitavelmente questionadas e pressionadas a transformarem-se (BATTAGLIA, 2002, p. 7).
A sociedade como um todo foi afetada e influenciada pelas mudanças familiares. Entre
elas, um fator decisivo, é o papel social desempenhado pela mulher que deixou de resumir-se
apenas a criação dos filhos e cuidar da casa. A mulher adentrou no mercado de trabalho e desta
forma já não poderia ficar mais 100% a cargo da educação das crianças, sendo assim o espaço
escolar ganha destaque por ser a instituição ao qual fica responsável por aderir mais algumas
funções. Entre essas funções inserem também as funções sociais e emocionais.
Como já foi visto a família é uma instituição que dificilmente pode ser definida. Contudo, o
homem é um ser social e a família a primeira instituição ao qual este está naturalmente inserido.
A família é um grupo primário e natural da sociedade, nos quais o ser humano vive e consegue se desenvolver. Na interação familiar, que é prévia e social (porém determinada pelo meio ambiente) configura-se bem precocemente a personalidade determinando-se ai as características sociais, éticas, morais e cívicas dos integrantes da comunidade adulta. Maurício Knobel (1992, p. 19).
É na família, primeiro grupo social, onde se desenvolve os primeiros aprendizados sociais
ainda em tenra idade. A instituição familiar é responsável pela formação e pelo desenvolvimento
deste pequeno indivíduo, sendo assim são responsáveis por transmitir e ensinar princípios,
valores, respeito, ética, entre outros, através de conversas, afeto e carinho.
Polonia e Dessen (2007), dissertam que:
Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social. Ela é a matriz da aprendizagem humana, com significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva (POLONIA e DESSEN, 2007, p.22).
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A família é a formadora do sujeito social desde seu nascimento. Cabe a ela como
transmissora de conhecimento ensinar a criança a respeitar os demais e também a corrigir seus
erros para que a medida em que forem crescendo saibam diferenciar o certo e o errado.
O adulto ao dialogar e aconselhar a criança exerce uma grande influência em seu
comportamento, por isso muitas vezes, a criança reproduz o que aprende em família.
Segundo Chalita (2001 p. 20), a família tem a responsabilidade de: ―formar o caráter, de
educar para os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais. A família é um espaço em
que as máscaras devem dar lugar à face transparente, sem disfarces. O diálogo não tem preço‖.
Alinhado a todo trabalho desempenhado na formação da criança, bem como outros papeis
a serem realizados, é dever da família prestar assistência a educação escolar da criança,
auxiliando e acompanhando seu desenvolvimento educacional.
A escola, atualmente é tida como a segunda principal instituição formadora do indivíduo
social. Esta oferece aos cidadãos conceitos de formação, educação e cultura.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) em seu art.4°:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com propriedade absoluta, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Ambas as instituições, familiar e escolar, possuem sua cota de deveres e preocupações
com a formação do indivíduo.Rego (2003), a família e a escola dividem funções sociais, políticas e
educacionais, conforme colaboram e influenciam a formação do individuo.
Com a mesma função de transmitir conhecimento para a criança, essas instituições
possuem diferenças que se referem ao ambiente onde a criança encontra-se inserida e que, por
muitas vezes não é o ideal. Essa questão pode envolver os dois ambientes e deste modo pode
atrapalhar o desenvolvimento da criança.
Nos primeiros anos de vida, a família encarrega-se de alguns ensinamentos essenciais
para o convívio em sociedade, posteriormente ao ser inserido no espaço escolar estes
ensinamentos passam a ser reforçados e novos vão sendo inseridos.
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que frequentam (TIBA, 1996, p. 111).
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É necessário que os pais acompanhem a produção de seus filhos na escola. É
imprescindível que a família se integre ao que acontece na escola, acompanhando o processo
educativo da criança. O aprendizado da criança não refere-se somente a uma boa escola.
MARCHESI (2004) ressalta que a educação não é uma tarefa que a escola possa realizar
sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a família é a instituição que mais perto se
encontra da escola.
A escola é uma instituição responsável pela formação educacional do ser humano. Sua
função não está limitada pelos muros e paredes de sua construção, mas atravessa toda essa
argamassa material para refletir na construção do conhecimento e formação do indivíduo na busca
de seu objetivo na sociedade.
Mesmo com a intensa transformação cultural, sua relevância ainda é importante na
transmissão de conhecimento e no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. SYMANSKY
(2001), destaca que o papel da escola na contribuição do sujeito, quer em seu desenvolvimento
pessoal ou emocional é primordial.
As escolas enfrentam grandes dificuldades, como o desinteresse dos alunos em aprender,
a falta de estímulo aos profissionais que atuam na área da educação, a desvalorização do trabalho
docente e a falta de comunicação da escola com as famílias dos alunos. Não consegue realizar
seus objetivos de forma eficiente sem o apoio essencial de outra importante instituição: a família.
A família é à base do aluno e sem seu apoio o discente não estará interessado em estudar.
Por isso, ressalta-se que é importante que a escola e a família tenham um diálogo
constante, pois o aluno só tem a ganhar com essa parceria necessária ao desempenho escolar e
no desenvolvimento do processo de ensino e a aprendizagem do discente.
A escola é responsável pela maior parte da formação educacional do aluno, sendo que é
muito importante destacar a relação familiar e social do discente. Dessa forma a educação não é
apenas responsabilidade da escola, mas sim de todo o complexo das relações humanas que
envolvem o aluno.
De maneira que os objetivos definidos em âmbito escolar só terão êxitos se a função de
ensinar e educar tiver o apoio e a presença da família do aluno. Não se pode negligenciar a vida
escolar do discente e nem sua vida familiar.
Ao ser inserida no contexto educacional a criança já carrega consigo uma bagagem de
conhecimentos que estão relacionados com sua convivência familiar e com o meio social onde
convive. Esses conhecimentos podem ser de grande auxílio para o docente que pode aproveitar e
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utilizar o que o aluno já sabe com a disciplina que está sendo lecionada. Um complemento para a
formação do discente.
O que precisa ser destacado é que o aluno irá levar para o ambiente escolar aquilo que
ele convive em seu meio familiar. Por exemplo, se sua família não valoriza a educação, não
estimula o aluno a estudar e levar seus estudos a sério em casa, este será um aluno
desestimulado, que não terá nenhum interesse em estudar.
Outras situações podem gerar também determinados conflitos dentro da escola, famílias
desestruturadas psicologicamente, atitudes de violência doméstica em frente à criança podem
fazer com que o aluno tome atitudes semelhantes dentro do ambiente escolar.
A escola precisa estar atenta a esses problemas que são inerentes em qualquer convívio
familiar e procurar encontrar medidas que possam minimizar e corrigir esses erros.
[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2005, p. 99).
A família é fundamental para que o processo de ensino de aprendizagem do aluno possa
atingir as propostas educacionais definidas pela escola. A relação da família e da escola deve ser
constante, sempre buscando o apoio mútuo, pois deve ter em foco o aprendizado e
desenvolvimento educacional da criança.
Para Dolors (1998), ―um diálogo verdadeiro entre pais e professor é [...] indispensável,
porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade entre a
educação escolar e educação familiar‖.
Essa relação que a escola tem com a família dos discentes é indispensável. É muito
importante a família conhecer o ambiente em que a criança estuda e sempre manter o contato
com os docentes e demais servidores da escola para que quando surgir algum problema, seja
relacionado à educação ou ao comportamento, possa ser resolvido sem maiores conflitos.
A comunicação que os pais precisam ter com os docentes pode ser uma interação em que
haja diálogos e informações relacionadas ao aprendizado da criança, propiciando um melhor
desenvolvimento da aprendizagem e também no convívio no ambiente escolar.
Essa comunicação direta que as famílias têm com as escolas refletem também no
desempenho escolar dos alunos. Além de favorecer o desempenho no aprendizado, essa relação
também contribui para que o trabalho do docente seja produtivo.
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Ressalta-se que o processo de aprendizagem é um ato contínuo, a criança começa a
desenvolver dentro do ambiente familiar e ao ser inserida na escola ela possui uma direção dessa
aprendizagem com o complemento de adquirir novos conhecimentos.
A escola pode adotar um planejamento em que poderá realizar eventos que envolvam a
participação da família, em trabalhos pedagógicos, apresentações culturais para que esta relação
seja cada vez mais incentivada.
Os familiares dos discentes também não podem apenas esperar passivamente um convite
para ir à escola, mas sempre que possível procurar conhecer melhor o trabalho realizado pelos
docentes, participar das reuniões, das atividades extracurriculares e eventos realizados pela
escola.
A união entre a escola e a família só traz bons resultados tanto para os discentes quanto
para os educadores e seus familiares. Esta parceria deve sempre ser ressaltada, pois favorece
muito o processo de aprendizagem do aluno e o trabalho realizado pelos docentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação está inserida em um contexto em que a aprendizagem precisa lutar com
fatores que desestimulam e distraem o discente do verdadeiro objetivo de estudar: aprender,
assimilar novos conhecimentos, se descobrir e dessa forma encontrar qual o seu papel atuante na
sociedade.
Os fatores podem ser destacados como a internet, a televisão, o computador, o vídeo
game e também podem ser a negligência familiar, este último fator foi destacado neste trabalho.
A escola precisa se inovar e adaptar aos novos tempos para que sua missão de educar
não seja falha. Por outro lado, é muito difícil conseguir atingir todas as metas estabelecidas em
sua Proposta Pedagógica e planejamentos sem o apoio imprescindível da família.
A família é um importante auxílio para que o trabalho realizado no ambiente escolar tenha
bons resultados e que principalmente o aluno consiga desenvolver e aprender. Sem essa
comunicação com os familiares dos alunos o trabalho educacional será incompleto, pois a escola
não conseguirá alcançar o verdadeiro potencial do aluno.
A família é o principal alicerce do aluno e sem o seu apoio ele se sentirá desestimulado a
aprender e não terá nenhum interesse em estudar, ir à escola será uma obrigação a ser cumprida.
Tanto a escola quanto a família precisam estar sempre em constante comunicação,
professores precisam conhecer a realidade familiar do aluno e a família não pode ficar esperando
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um convite da escola para conhecer o lugar onde o aluno estuda, mas sempre procurar participar
mais ativamente da vida escolar do discente.
E também que a escola tenha interesse em conhecer a família do aluno, sempre convidando a
participar mais ativamente do ambiente escolar promovendo uma relação que beneficia muito o
desempenho e a educação dos alunos.
REFERÊNCIAS
BATTAGLIA, M. C. L.Terapia de família centrada no sistema:Conectando a Abordagem
Centrada na Pessoa à Teoria Sistêmica de Família: Ampliando recursos e revigorando o processo.
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil: Universidade Federal do Rio de Janeiro (Instituto de
Psicologia, Departamento de Pós-Graduação em Psicologia, Psicologia, Dissertação de
Mestrado), 2002.
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente - ECA. Lei Federal n° (8069), 13 de Julho de
1990.
CHALITA, G. Educação: A solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2001.
DOLORS, J. Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.
KNOBEL, M. Orientação familiar. Campinas: Papirus, 1992.
MACEDO, R. M. A família do ponto de vista psicológico: lugar seguro para crescer? Caderno de
Pesquisa, São Paulo, n.91, p.62-68, Nov, 1994.
MARCHESI, Á.; Gil H. Carlos. Fracasso Escolar - uma perspectiva multicultural. Porto Alegre:
ARTMED, 2004.
ORSI, M. J. J. S. A família atual: constituição, organização e repercussão na educação dos filhos
e na aprendizagem escolar. Dissertação (Mestrado em Educação)- Universidade Estadual de
Maringá, Paraná, 2003.
OSÓRIO, L. C. Família Hoje. Porto Alegre: Artmed, 1996.
PAROLIN,I.Professores formadores: a relação entre a família, a escola e a aprendizagem.
Curitiba: Positivo, 2005.
POLONIA, A. C.; DESSEN, M. A. Em busca de uma compreensão das relações entre família e
escola: relações família-escola. Psicologia Escolar e Educacional, p.303-312, 2005.Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/pee/v9n2/v9n2a12.pdf>. Acesso em: 17 de setembro 2017.
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REGO, T. C. Memórias da Escola: Cultura Escolar e Constituição de Singularidades. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2003.
SYMANSKY, H. A relação família/escola: desafios e perspectivas. Brasília: Plano, 2001.
TIBA, I. Disciplina, limite na medida certa.- 1ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996.
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ESPECTRO AUSTISTÍCO NO ÂMBITO ESCOLAR
XAVIER, Michele Castro¹; DIAS, Natália da Rocha²; RIBEIRO, Vânia Ambrósio³
Professora Maria Alice Fonseca Prereira4.
1 Acadêmico do 6º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 2 Acadêmico do 6º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 3 Acadêmico do 6º período de Pedagogia da Faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected] 4 Professor da Faculdade de São Lourenco, graduada em História e Pedagogia. Pós-graduada, em Didática do Ensino Superior, em Orientação e Supervisão Escolar, em Psicopedagogia Clinica e Psicopedagogia Institucional. E-mail: [email protected]
RESUMO: O autismo é uma síndrome comportamental com características marcantes como a
incapacidade de relacionar com as outras pessoas, distúrbios de linguagem, resistência ao
aprendizado entre outras. As crianças portadoras deste transtorno apresentam dificuldades
funcionais que comprometem sua interação social. Assim sendo, é grande a responsabilidade de
quem relaciona com elas.
Para melhor compreender o autismo e a sua inclusão na escola regular fizemos uma pesquisa a
fim de entender melhor esta síndrome e identificar as dificuldades destas crianças no processo
ensino-aprendizagem e como os jogos podem transformar positivamente o mundo delas.
PALAVRAS-CHAVES: autismo; inclusão; escola
INTRODUÇÃO: O presente trabalho apresenta o tema Autismo nos anos iniciais da Educação
Fundamental e da Educação Infantil, mostrando os desafios da inclusão no âmbito escolar e
dentro de sala no trabalho pedagógico.
É importante ressaltar que a inclusão do autista no campo de ensino-aprendizagem é diferenciada,
pois todo o material pedagógico é adaptado dando um suporte para que a criança com a síndrome
tenha uma equidade de direitos.
Cabe destacar que abordamos jogos específicos de autistas, optamos por descrevê-los por meio
da pesquisa bibliográfica, como também falar um pouco mais deles. Sendo assim, no decorrer da
pesquisa percebemos as necessidades e conquistas das crianças portadoras desta síndrome e
compreendemos também como é a visão da escola e da sociedade em relação a elas.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com autores que abordam o
tema autismo no ensino regular.
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RESULTADOS: Com a pesquisa bibliográfica, houve uma nítida ideia do que os grandes
estudiosos e pesquisadores tentaram passar nas linhas de seus livros suas experiências, seus
estudos e sua visão do termo autismo e a inclusão escolar. Além de destacar a importância da
capacitação dos profissionais da educação para receber as crianças autistas no âmbito escolar.
Através da pesquisa bibliográfica observamos métodos e jogos específicos para determinados
graus de autistas e que é primordial o professor ter seu plano de aula, materiais diferenciados,
métodos específicos e trabalhar de forma lúdica com essas crianças.
Sendo assim, citamos alguns exemplos de jogos para autistas: Placa de rotina diária,
Tangram, Tapete ou Painel sensorial, Piscina ou bacia de bolinhas plásticas e de hidro gel e
Quebra-cabeça com emoções.
" A inclusão é uma visão, uma estrada a ser viajada, mas uma estrada
sem fim, com todos os tipos de barreiras e obstáculos, alguns dos quais
estão em nossas mentes e em nossos corações." (Peter Mittler)
DISCUSSÃO: O termo "autismo" origina-se do grego autós, que significa "de si mesmo". Autismo
é um transtorno global do desenvolvimento ou também chamado transtorno do Espectro Autista.
Esse transtorno é caracterizado por alterações adaptativas que aparecem antes de 03 anos de
idade, podendo ser percebidas, nos primeiros meses de vida em alguns casos. Sabe-se que o
autismo é mais comum em crianças do sexo masculino.
Abaixo podemos observar algumas características da criança autista:
. Retraimento Autistico: é uma acentuada ausência de contato com a realidade externa.
. Imutabilidade: a criança necessita que seu ambiente habitual seja estável e inalterado.
. Estereotipias: são gestos que a criança executa de modo rítmico e repetidamente que
proporciona excitação e satisfação intensa. E quando a criança adquire linguagem é possível
observar estereotipias verbais.
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. Distúrbio de linguagem: a dificuldade neste âmbito da linguagem atinge nível semântico e
pragmático que respectivamente não possuem capacidade de compreender e dar sentido a
linguagem além de não utilizar a linguagem para fins comunicativos.
A linguagem é marcada pelas seguintes anomalias:
. Inversão pronominal: a criança fala de si mesma segunda ou terceira pessoa.
. Fala Ecolálica: a criança repete uma frase ou palavras com a mesma entonação e num contexto diverso.
. Acesso ao sim: é quando um indivíduo pergunta algo a criança e ela repete a pergunta feita.
. Inteligência: a maioria das crianças com o transtorno apresenta déficit intelectual, no entanto algumas habilidades impressionantes: Aptidões musicais em que reproduzem trechos de música ouvidos em uma única vez; Habilidades de reproduzir em desenhos determinadas cenas, objetos ou paisagens com perfeição; cálculos extraordinários e capacidades de memorização.
. Desenvolvimento físico: A maioria das crianças autistas evidencia anomalias no processo de percepção visual: lentidão de perseguição ocular e a utilização preferencial das propriedades periféricas do sistema visual.
A partir das características autistas citadas acima observamos a necessidade de trabalhar de
forma diferenciada. Através de jogos e do lúdico incentivamos o desenvolvimento do aluno com
excelência.
Portanto, pesquisamos alguns jogos que desenvolve positivamente a criança autista de forma
criativa e natural:
PLACAS DE ROTINAS DIÁRIAS PARA AMBIENTE ESCOLAR E FAMILIAR: Favorece o
desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva por meio de estímulos visuais (cartões com
desenhos, fotos, símbolos, etc.), que indicam rotinas diárias para criança realizar em seu ambiente
familiar e escolar permitindo uma melhor compreensão do seu cotidiano.
TANGRAM: O Tangram é extremamente eficiente para o desenvolvimento da criança autista a
partir do raciocínio lógico e geométrico, principalmente no que se refere às relações espaciais.
Além de desenvolver a coordenação motora fina do aluno.
Este jogo facilita o aluno a desenvolver a habilidade de coordenação motora fina e possui diversos
níveis de complexibilidade de acordo com o grau de desenvolvimento do aluno.
CAIXAS ILUSTRADAS – SÍLABAS: Desenvolver a percepção da linguagem escrita; promover a
associação da palavra com a figura que a criança autista tem como preferida. Este jogo é
direcionado às crianças que já conhecem as sílabas mas tem alguma dificuldade em perceber que
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elas formam um som. Sendo assim, por meio deste jogo a criança irá relacionar a sílaba com o
nome da imagem o que facilitará perceber o som adequado da sílaba.
TAPETE OU PAINEL SENSORIAL: Na educação especial especificamente para autista é muito
importante o trabalho com os cinco sentidos. O contato com texturas, cores, formas e materiais
diversos desenvolve e aprimora a percepção das crianças acerca de suas habilidades sensoriais e
sua relação com o mundo, além de ampliar o repertório de imagens, elementos, vocabulário, e o
modo de interagir com diversas variações de seu cotidiano.
PISCINA OU BACIA DE BOLINHA PLÁSTICA OU DE HIDRO GEL: Pode ser uma piscina ou
uma bacia de bolinhas sendo que na piscina é colocado bolinhas plásticas coloridas de tamanhos
variáveis. Já na bacia são colocadas bolinhas de Hidro gel de cores diversas.
Na piscina a criança vai entrar com todo o seu corpo estimulando o sistema tátil e visual de todos
os seus membros.
Por sua vez, na bacia com bolinhas de hidro gel a criança irá colocar os pés ou apenas as mãos
proporcionando um momento de relaxamento e percepção tátil de seus membros.
É de suma importância esse estímulo para desenvolver áreas do cérebro para que assimile
informações através da interação.
As sensações de pressão e relaxamento frequentemente ajudam a organizar uma criança
tatilmente defensiva, hiperativa ou distraída. No caso das bolinhas, a cor estimula a visão e a
sensações
corporais que serão processadas e integradas pelo cérebro.
QUEBRA-CABEÇA COM EMOÇÕES: São cinco faces, cada uma representando uma emoção
que após ser impressa e pintada, deve ser recortada e usada como quebra-cabeça. Essa
atividade trabalha com a criança a percepção de empatia com outras pessoas em sua volta.
As peças deste quebra-cabeça devem ser pareadas pela expressão dos olhos e boca. E após
montar o quebra-cabeça devem colocar os cartões com o nome das emoções com a respectiva
imagem.
INCLUSÃO: A educação inclusiva é caracterizada como uma política social que se refere alunos
com necessidades educacionais especiais, tomando-se o conceito mais amplo, que é o da
Declaração de Salamanca, UNESCO (2003p.17-18):
“O princípio fundamental desta linha de ação é de que as escolas devem
acolher todas as crianças, independentemente de suas condições,
físicas, intelectuais, emocionais, linguística outros. Devem acolher
crianças com deficiência ou bem-dotadas, crianças que vivem nas ruas
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e que trabalham, crianças de populações distantes ou nômades,
crianças de minorias linguísticas étnicas ou culturais e crianças de
outros grupos u zonas desfavorecidas ou marginalizados. ”
As pessoas com autismo têm os mesmos direitos, previstos na Constituição Federal de
1998 e outras leis do país, que são garantidos a todas as pessoas.
No Brasil a inclusão ganhou repercussão em 1990 defendendo a cidadania e os princípios
da democracia. Um dos pontos principais da inclusão é a acessibilidade que se divide em
arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal.
Conforme o art. 54 da ECA é obrigação do Estado garantir um atendimento educacional
especializado ás pessoas com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino, já que
toda a criança e adolescente tem direito para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho.
A escola, segundo as proposta, deverá adaptar-se pra atender ás necessidades destes
alunos inseridos em classes regulares. Portanto, requer mudanças significativas na estrutura e no
funcionamento das escolas, na formação dos professores e nas relações família-escola.
Portanto deve-se desenvolver conjunto de atividade, recursos de acessibilidade e
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar a
formação dos alunos no ensino regular.
As escolas devem projetar um currículo acessível e uma referência de avaliação é
somente o primeiro passo a inclusão. A diferenciação é um processo por meio do qual o
planejamento e a forma como o conteúdo curricular é trabalhado na sala de aula levam em conta
as diferenças individuais e combinam o que é ensinado e o como é ensinado os estilos de
aprendizagem e as necessidades individuais de cada estudante.
Os professores devem adotar ações específicas para responder as necessidades diversas de
alunos através:
. Criação de ambientes de aprendizagem efetivos;
. Concentração dos alunos;
. Avaliações apropriadas;
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. Metas de aprendizagem;
. Acesso;
. Continuidade no desenvolvimento profissional da equipe técnica;
Infelizmente a partir da pesquisa é notório a ineficácia das leis de educação especial na realidade
escolar para alunos com deficiência sejam elas do campo intelectual, físico e entre outras.
Percebemos através do gráfico abaixo o número crescente de pessoas com deficiência diversas
no Brasil. Segundo o Instituto de Geografia e Estatística – Censo 2000 há 24,5 milhões de
pessoas com deficiência – 14,5% da população.
Foi a SEESP ( Secretaria da Educação Especial) do MEC que criou em 1993 a política
Nacional de Educação Especial que visou criar um conjunto de políticas públicas que permitam a
inclusão escolar com pessoas com deficiências, por exemplo:
. Infraestrutura física adaptada;
. Equipamentos adaptados;
. Materiais didáticos em Braile, ou com áudio ou em libras;
. Capacitação dos profissionais da educação.
0,481
0,229 0,167
0,083 0,041 0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
Visual Motora Auditiva Mental Física
Visual Motora Auditiva Mental Física
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CONCLUSÃO: Concluímos que a comunicação, o planejamento e os jogos são de extrema
importância para melhorar o nível e qualidade do trabalho a ser desenvolvido com a criança
autista, que pode apresentar limitações. Através de uma agenda de comunicação, documentação
e interação dos profissionais da equipe de atendimento e dos familiares, pode-se desenvolver um
trabalho lúdico com consistência, segurança e muito mais qualidade.
É importante que cada atividade seja elaborada levando-se em conta suas necessidades,
interesses, e o estágio de seu desenvolvimento. As atividades e jogos devem ser adaptados de
acordo com um método, com foco em metas para serem atingidas e uma ação motivacional.
Por sua vez, as leis que garantem os direitos aos deficientes ainda são precárias e
inexistentes em nosso cenário educacional. Mas devemos ter em mente que por meio da
capacitação dos profissionais da educação e com incentivo da gestão escolar podemos
transformar a realidade a favor destas crianças.
Além de que o amor é parte importante nisso tudo, afinal estamos falando destas crianças
tão amadas e especiais, não podemos esquecer-nos do mais importante, amor pelo trabalho
desenvolvido, muito carinho e muitas vezes amor pela criança com quem trabalhamos, confiança
dos pais de entregar seus filhos em nossas mãos (terapeutas e professores), acreditar na criança
por que ela é capaz e aprender e os pais precisam ser orientados para ajudar seus filhos.
Enfim, o professor atua como mediador para o aluno devendo adaptar-se ao contexto do
seu educando com o intuito de tornar real a inclusão do aluno na sociedade.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado saúde e força para
superar as dificuldades.
A nossa família pelo amor, incentivo e compreensão apoiando em nossa jornada dos
sonhos.
A esta faculdade e seu corpo docente que estavam sempre dispostos a transmitir e mediar seus
conhecimentos para o nosso crescimento profissional e pessoal.
E a todos que diretamente ou indiretamente tiveram uma influência no cumprimento de
nossa jornada acadêmica.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.revistaautismo.com.br/ediçao-2/o-que-e-pecs acessado dia 30/04/2017 ás 15;44
http://www.infoescola.com/pedagogia/metodo-montessoriano/acessado:30/04/2017 ás 16:30
https://www.elo7.com.br/placas-de-rotina-diaria-para-autista/dp/7CB576
http://ateliedoeducador.blogspot.com.br/p/chinelos-personalizados.html
https://www.reab.me/imprima-quebra-cabeca-com-faces-para-trabalhar-emocoes/
RIBEIRO, Sabrina. ABA: uma intervenção comportamental eficaz em casos de autismo. Disponível em: www.revistaautismo.com.br?edic-o-0?aba-uma-intervec-o-comportamental-eficaz-em-casos-de-autismo Acesso em 22Mar.2015
RODRIGUES, David (Org.) Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São
Paulo:Summers.2006
Senacbn. Transversalidade e Inclusão: desafios para o educador .3.Reimpr.Rosane Carneiro; Nely
Wyser Abaurre; MonicaArmon Serrão et all. Rio de janeiro: Senac Nacional, 2009. 208p.
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INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO SUPERIOR
FONSECA, Denise. Maria. Reis. ¹ SALES, Francismara.Ferreira. ²
Professora orientadora. Pedagoga. Mestra em Educação – Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidt n° 90 – Federal – São Lourenço / MG
2 Graduanda da Faculdade de São Lourenço/pedagogia, Rua Madame Schimidt n° 90 – Federal – São Lourenço / MG
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi relatar o processo de inclusão no Ensino Superior por
alunos auto- declarados com deficiência ou necessidades educacionais especiais e uma reflexão
sobre a pratica docente no ensino superior.Conforme dados divulgados por site na internet, houve
um aumento significativo na quantidade de pessoas com algum tipo de deficiência no ensino
superior, passando de 2.173 alunos para 20.287 no final de 2.010, destes 6.884 na rede pública e
13.403 em escolas particulares. O Governo Federal vem implementando políticas de acesso ao
ensino superior, como o Pro- uni, o Reuni, e o Fies e ensino a distância. Ainda segundo o site, o
governo federal vem investindo em adequação de espaços físicos e material didático através do
Programa INCLUIR. Foi usada nesse artigo uma entrevista com o intuito de saber como é
realmente a inclusão do ponto de vista de uma pessoa com deficiência motora e se o Programa
INCLUIR está sendo implementadas e adequadas as reais necessidades dos estudantes com
deficiência.
PALAVRA CHAVE: Ensino Superior; Pessoas com deficiência; Educação Inclusiva
INTRODUCÃO
Pesquisas e discussões sobre modelos e políticas de Educação Inclusiva vêm ocupando lugar de
destaque na área da educação, em relação ao Ensino Superior as pesquisas e implementação de
políticas ainda são bem reduzidas.A Constituição Federal em 1988 estabeleceu em seu artigo 208,
inciso III, que entre as obrigações do Estado ou Poder Público, o ―[...] atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência [...]‖. Com este artigo a Constituição passou a garantir
mais direito ao cidadão brasileiro, onde o Estado deve assumir a responsabilidade de oferecer
educação para todos, sem qualquer discriminação ou exclusão. A inclusão de pessoas com
necessidades especiais no Ensino Superior é feita de forma gradativa, pois exige muitas
mudanças estruturais, conceituais, comportamentais e administrativas das instituições e do corpo
acadêmico do ensino superior presencial e a distância. O Ensino Superior consiste na produção
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de conhecimento e a universidade o lugar onde valores e práticas desta produção devem ser
disponibilizadas e vivenciadas. O corpo docente exige preparo profissional para tratar de alunos
com essas necessidades especiais e as instituições de ensino superior precisam elaborar e lutar
para aprovar projetos de organização estrutural e programar ações- políticas que favoreçam a
educação inclusiva.
No processo de ensino aprendizagem na perspectiva da educação inclusiva, também podemos
citar o ensino superior a distância. Mesmo com vários projetos e leis, temos que reconhecer que
as pessoas com deficiência ainda sofrem com todos os tipos de discriminação e que a sociedade
impõe uma falsa ideia de igualdade.
As instituições de ensino e os docentes necessitam, além de uma postura política de aceitação de
diferenças, conhecimento técnico para desenvolver um trabalho adequado as necessidades
educacionais especiais de alunos com problemas de aprendizagem, de deficiências mentais,
físicas ou sensoriais, de altas habilidades, de síndromes, condutas típicas ou outras. A maior e
única dúvida é justamente a de podermos acreditar que o mesmo sistema social e escolar que
promove a exclusão de cidadãos da educação especial possa agora incluí-los, entendendo- se
que incluir significa presença e participação plena de cada um conforme suas características,
reafirmando que as reformas legais não têm sido suficientes para garantir acessibilidade total aos
bens se serviços disponíveis na sociedade. Há mudanças nas leis, códigos, símbolos e contextos,
mas as representações de inferioridade e impossibilidade continuam congeladas, com narrativas
quase exclusivamente sobre a ―eles‖ para serem como ―nós‖. Perante a lei, todos deveram ter
acessos garantidos e nossas diferenças aceitas e respeitadas. Mas enquanto não mudarem as
representações e identidades, as leis por si só acabam produzindo o que se pode chamar de
―inclusão excludente‖: todos têm acesso, mas sem estrutura ou todos entram, mas de dentro se
exclui. É necessário mais estudos, analises, discussões, projetos para entender o que falta e
porque falta, para que possa haver novas políticas. Discursos e representações das quais fomos
constituídos nos auxilia a ver que as normas da sociedade são inventadas segundo o contexto e
momentos históricos específicos e que a partir daí podem ser reinventados e adquirir novos
significados, conforme adquirimos novo saberes, valores e verdades. Questões como ―O que é
inclusão? ― ―O que é exclusão? ‖ Não são facilmente respondidas, só temos respostas parciais e
temporal com uma análise atenta do mundo contemporâneo e da complexidade que o constitui.
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Pesquisas têm revelado que a casa semestre a busca por vagas no ensino superior por alunos
com necessidades especiais vem crescendo consideravelmente, porque estes cada vez mais
estão tendo apoio de grupos da sociedade, familiares e também oportunidade de acesso ao
conhecimento, contudo ainda é pouco significativa a garantia total de acessibilidade e meios de
permanência para que estes concluam e sejam diplomados no curso superior.
Por muito tempo o direito e as condições essenciais a inclusão de alunos com necessidades
especiais foram negados e hoje a luta por direitos iguais levantam muitos entraves na inclusão
dificultando a permanência no ensino superior, uma vez que a inclusão ainda é muito recente e
que muitos professores se sentem inseguros para ministrar aulas para alunos especiais. Muitas
instituições ainda não estão preparadas para Recber determinados alunos, e por esse motivo é
necessário que se faça um estudo que ressalte e apresente possíveis soluções. No presente
momento se faz necessário a utilização de recursos didáticos adequados.
METODOLOGIA/ OBJETIVOS
O artigo foi construído com base em pesquisa qualitativa em livros e artigos da internet e
quantitativa através de uma entrevista com o portador de deficiência física.
Rafael Augusto de Mattos Ferreira, (Rg MG15.146.816 residente à Rua Ismael Junqueira de
Souza,10, São Lourenço Minas Gerais) portador de Mielomeningocele com sequelas motoras,
formado em licenciatura em História pela Universidade de Franca – SP, relatou que as maiores
dificuldades que encontrou ao ingressar no ensino superior está relacionada as condições
estruturais não existente no polo onde cursava, o que ocasionou muitos constrangimentos tanto
para ele quanto para sua esposa que o acompanha. Ele acredita que na maioria das vezes seus
direitos não eram respeitados, não pelos funcionários da unidade, mas sim pelos órgãos públicos
e pela burocracia do país. Quanto aos colegas e professores, ele sempre se sentiu muito apoiado
e respeitado. Os professores na maioria das vezes não estão preparados plenamente,
necessitando de mais cursos de capacitação, sendo que todos que estiveram envolvidos em sua
formação acadêmica fizeram todo o possível para seu sucesso.
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DISCUSSÃO:
Este artigo apresenta os entraves da inclusão nos dias de hoje. Segundo algumas pesquisas,
OLIVEIRA (2002) e MOREIRA (2005) ―as instituições de ensino não estão preparadas para
receber a inclusão de determinados alunos, por esse motivo se faz necessário um estudo que
ressalte esse tema e apresente alternativas de solução. De acordo com a Lei (9.394/96) de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, a Educação Inclusiva garante a inserção no
ensino regular de todos sem distinção. ‖ A presente pesquisa pretende refletir sobre os recursos
didáticos e estruturais adequados para a promoção de uma educação de qualidade para alunos
inclusos, e visando a melhoria da educação oferecida nas mais diversas instituições de ensino.
Cabe a sociedade lutar por seus direitos e as instituições de ensino planejar suas ações e
escolher as experiências adequadas para que possam atingir os objetivos esperados nesta etapa.
A inclusão tem sido conceituada como um processo de ―educar – ensinar‖ junto aos alunos ditos
normais e os alunos inclusos, durante parte ou na totalidade da permanência na instituição de
ensino. ―Trata-se de um processo gradual e dinâmico que assume distintas formas, segundo as
necessidades e características de cada aluno, considerando seu contexto sócio econômico. Este
conceito traduz o que se conhece como a teoria do ambiente o menos restrito possível, centrada
nas aptidões dos alunos que devem ser ―preparados‖ para a inclusão total no ensino regular. O
problema desse estudo parte do pressuposto de que os programas de atendimento pedagógico ao
aluno como necessidades especiais estão disponíveis para uma parcela reduzida da população.
Este setor da população pode pagar escolar particulares ou instituições especializadas, enquanto
que as camadas menos favorecidas da população (que são minoria) permanecem sem
atendimento nenhum, ou submetidas a condições precárias e insuficientes, não atingindo
resultados satisfatórios (BUENO 1993). ‖ Outro aspecto importante que não pode ser esquecido
pelos profissionais de educação é o direito de acompanhamento pedagógico especializado
quando o aluno é inserido em sala de aula, pois esse direito garante o aprendizado dos conteúdos
que dependem de professor qualificado para tal. A Declaração Mundial de Salamanca de 1994
afirma que todas as pessoas têm direito a educação e que a educação pode contribuir para
conquistar um mundo mais seguro, sadio e democrático. Segundo PIETRO (2006, p.40), ―o
objetivo na inclusão escolar é tornar reconhecida e valorizada a diversidade como condição
humana favorecedora da aprendizagem‖. Os alunos inclusos devem ser observados, e suas
diversidades individuais identificadas e respeitadas para que se possa fazer adequações
necessárias para receber esses alunos de forma a não constranger ninguém em nenhum
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momento do aprendizado, bem como em qualquer momento de sua estadia dentro da instituição
de ensino. Muitas vezes os professores não se sentem devidamente preparados para receber
alunos com necessidades especiais, ―ignorando o processo de mudança, por insegurança, sem
tomar conhecimento do que está acontecendo; ou demonstrando preconceito, devido à falta de
informação e do estabelecimento de preconcepções‖ (ZULIAN; FREITAS, 2001, p50). Levando em
conta o que diz o autor, ainda falta muito preparo e informação para que o profissional possa
receber adequadamente os alunos com necessidades especiais, pois é direito adquirido que os
mesmos têm de estudar em instituições de ensino de forma adequada. Sendo que ao longo da
história da educação inclusiva muitas conquistas já foram alcançadas sempre fazendo uso das leis
vigentes, apesar de que em vários momentos tem-se que recorrer as leis para valer direitos de
cidadãos participativos e críticos na sociedade em que vivemos.
CONCLUSÃO
Diante de todas as questões levantadas nesse artigo, conclui-se que, a sociedade, órgãos
públicos, corpo docente e discente devem se unir a luta e contribuir no processo de inserção das
pessoas com deficiência.
A limitação de uma pessoa não diminui seus direitos, pois eles são cidadãos e fazem parte da
sociedade como um todo e esta devem aprender a lidar com a diversidade humana fornecendo
condições adequadas para a educação e convívio. Como prova de igualdade de direitos temos
grandes exemplos de superação, apesar de todas as dificuldades, temos cientistas, historiadores,
políticos, esportistas., e muitas outras pessoas de grande valor e importância para a humanidade.
―É uma perda de tempo ficar irritado com a minha deficiência. As pessoas não vão ter tempo para
você se você está sempre irritado ou reclamando. QUEM DISSE ISTO? ‖
AGRADECIMENTOS:
Agradeço ao meu noivo Rafael Augusto de Mattos Ferreira e minha sogra Vanusa Aparecida
Mattos por toda a ajuda quer me deram durante a pesquisa e realização deste artigo científico.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
DOWALITE, G.; CAMARGO, M. O papel da Assessoria Pedagógica na inclusão acadêmica.
Disponível em: <www.metodista.br/revistas/revistas-ims> Acesso em: 25 jul. 2017
PORTAL MEC. Disponível em: <www.portalmec.gov.br> Acesso em: 17 ago. 2017
Re o Revist “Des fios E u o. Como o uso da tecnologia pode garantir a
acessibilidade no ensino. Disponível em: <www.desafiosdaeducacao.com.br> Acesso em: 17 ago.
2017
Re o Revist “Des fios E u o. Educação a distância e necessidades especiais: a
inclusão pela tecnologia. Disponível em: <www.desafiosdaeducacao.com.br> Acesso em: 17 ago.
2017
Educação Inclusiva. Disponível em: <www.abed.org.br> Acesso em: 17 ago. 2017
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA A CONSTRUÇÃO DE
CURRÍCULOS INCLUSIVOS. Disponível em: <www.educadores.diaadia.pr.gov.br> Acesso em:
30 set. 2017
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente - ECA. Lei Federal n° (8069), 13 de Julho de 1990.
RENDERS, E.C.C. A Inclusão na Universidade. As Pessoas com Deficiência e Novos
Caminhos Pedagógicos. Curitiba: Prismas, 2016
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GESTÃO EM FOCO
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METODOLOGIA KAIZEN E O PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA
CAMPOS, L. R¹; NEVES, J. R. T²; BRAGA, R. J³; Cavalcanti, H. B. R.
¹ Acadêmico de Administração / Faculdade de São Lourenço / [email protected]
² Acadêmico de Administração / Faculdade de São Lourenço
³ Acadêmico de Administração / Faculdade de São Lourenço
Pós Graduada em Gestão de Pessoas / Faculdade São Lourenço
RESUMO: Atualmente, as práticas gerenciais japonesas dedicam boa parte de seu tempo
disponível no gerenciamento de processos e na busca da melhoria contínua onde comumente é
utilizado o método kaizen. Várias empresas sofrem com grandes pressões do mercado devido à
alta competitividade e o incessante avanço tecnológico, com isso, se faz necessário adotar novas
medidas com foco na eficiência, disciplina e organização para que se adquira uma posição estável
e em pleno crescimento no mercado. O método kaizen, visa diminuir custos, analisar processos
produtivos e torna-lo mais rápido e ágil.
PALAVRAS-CHAVE: 5s; processos setoriais; organização;
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos com o avanço da tecnologia o mercado se tornou mais
competitivo, fazendo com que as empresas possuissem um diferencial para se destacar, então
chegou-se à conclusão de que não bastava somente olhar o desempenho de cada setor, mas sim
do processo como um todo. Neste contexto, verifica-se que a implantação do método Kaizen
dentro da empresa e aplicado a cada área sendo tanto produção quanto administrativo, a empresa
se beneficiará de melhores resultados produtivos e organizacionais com uma produção em menor
custo e mais rapidez, com relativa influência no melhor atendimento e satisfação perante as
necessidades de seus clientes.
DESENVOLVIMENTO: Várias empresas têm buscado implementar o processo de produção
enxuta e verificaram a necessidade de eliminar desperdícios relacionados a produção de produtos
em seu processo de fabricação. Após a II Guerra Mundial os japoneses criaram práticas de
manufaturas para que permanecessem competitivos no mercado global pois verificou-se que o
processo de produção enxuta alcançou resultados positivos; porém, havia a necessidade de uma
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melhora para que os resultados fossem cada vez mais satisfatórios, com isso foi idealizado e
incorporado o método kaizen onde sua principal finalidade era a busca incessante pela melhoria
contínua no processo de produção.
Constatou-se então, que o problema não era somente na parte interna da organização, mas
também em sua parte externa onde através de estudos e pesquisas relacionados a satisfação dos
clientes sobre o consumo de seus produtos, houve a conclusão de que a melhoria contínua
deveria ocorrer também no processo pós-venda para que a fidelização e o alcance cada vez maior
em sua cartela de clientes conquistasse resultados positivos.
Alguns meses após sua aplicação, a melhora interna na área de trabalho já estava acontecendo; a
padronização de atividades e processos estava formalizada e documentada através de cartilhas
de processo operacional de produção elaboradas para cada setor; os colaboradores seguiam de
forma correta as normas internas e colaboravam para seu melhoramento em reuniões de brain
storm (tempestade de ideias) no qual ocorria em períodos trimestrais para o desenvolvimento de
um novo processo de mudança afim de aperfeiçoar o novo modelo criado, o processo de gestão
empresarial também obteve resultados positivos pois o tradicional método de administração em
formato vertical, passou-se ao formato horizontal onde cada colaborador poderia contribuir com
novas ideias e garantir também sua realização profissional, com isso o aumento da produtividade
foi evidente e a diminuição do desperdício obteve êxito na implementação do método.
Nos dias atuais, várias empresas necessitam de um método de trabalho para se estruturarem
internamente como o sistema Kaizen onde através de seus fundamentos, seja possível se manter
de forma organizada para que se tenha plenas condições de atuar no mercado garantindo a
qualidade, rapidez e satisfação de seus clientes. O mercado atual tem se mostrado cada vez mais
exigente e competitivo, possui ampla concorrência e algumas empresas se perdem em meio a
tantos desafios decretando falência.
Os colaboradores tanto da produção quanto da área administrativa, deverão estar motivados e
interligados visando um único objetivo. Há 3 tipos mais comuns para a implementação do método
kaizen, são eles:
Kaizen para administração (deve seguir exatamente tudo que se foi planejado)
Kaizen para cada setor operacional (está associado ao espírito de equipe)
Kaizen voltado para pessoas (é dirigido a ouvir ideias de cada colaborador de maneira dinâmica e
funcional)
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A aplicação do método é destinada para todas as áreas da empresa, em especial para setores que
necessitam de soluções imediatas, isto é, setores que possuem baixo desempenho e
comprometem os índices de eficiência. São princípios que reduzem o desperdício e enfatizam os
procedimentos de maneira rápida e qualitativa pois trata-se de um clima organizacional de
aprendizagem.
Mas como aplicar o Kaizen? Seguem abaixo as práticas mais comuns para sua implementação:
1ª Elaboração do projeto
Parte da dedicação de diretores, gestores e colaboradores que se comprometam com o programa
com o intuito de aprimorar as práticas que forem atribuídas.
Elaborar o projeto e apresentar a todos envolvidos com informações necessárias para o
melhoramento de cada setor, em seguida identificar tais problemas e levantar possíveis soluções
para o estabelecimento de metas.
2ª Kaizen grupo – O dia do evento
Nos grupos devem conter colaboradores de cada setor e definir quais as estratégias a serem
empregadas para a solução do problema. É fundamental elaborar um plano de ação onde serão
registrados os itens a serem reformulados, podendo ser de maneira imediata ou demorada com
estabelecimento de prazo. Os responsáveis pela supervisão do cumprimento dos itens
relacionados devem ser inicialmente os líderes e passando ao longo do tempo para colaboradores
comprometidos diretamente com o programa, após sua implementação é dado fim ao processo
inicial do kaizen
3ª Benefícios para as empresas
Simplificação dos processos de trabalho, identificação de todos os setores e suas operações;
Execução contínua das atividades, manter as atividades padronizadas para que se haja o
aumento da capacidade produtiva com menos custo;
Aumento da qualidade, elaboração de vários processos produtivos para cada setor em questão
visando sua melhoria;
melhoria contínua, a busca por soluções e a inovação do processo sempre que surgir o
atingimento sequencial das metas estabelecidas;
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CONCLUSÃO: Como resultado do estudo apresentado, percebe-se que no mercado atual não
basta somente o investimento em tecnologia, estruturas e captação de clientes, mas também em
uma mão de obra especializada através da capacitação de seus funcionários. O treinamento
interno é de suma importância para o alcance das metas estipuladas pela empresa, através de
programas de desenvolvimento interno organizacional como o kaizen e o programa 5s. Mudanças
se fazem necessárias para o crescimento de qualquer organização, porém, com a implantação de
novos conceitos e sistemas específicos de estruturação e desenvolvimento interno com redução
de custo e eficiência com qualidade, os objetivos poderão ser alcançados com mais facilidade
através da integração de todos os colaboradores para um ambiente agradável, produtivo e
engajado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
-ÉPOCA NEGÓCIOS.GLOBO.COM/../2015/.../EMPRESAS PRECISAMOS CADA VEZ MAIS DE
KAIZEN/ JOSÉ ROBERTO FERRO / ACESSO 25/09/2017
-HTTPS://BR.KAIZEN.COM/BLOG/.../KAIZEN-E-A-COMPETIÇÃO-GLOBAL-NA-ERA-DA-
INFORMAÇÃO / RODRIGO GRANDO / ACESSO 25/09/2017
-HTTPS://BR.KAIZEN.COM/BLOG/POST/2016/10/28/COMO-SUSTENTAR-O-SEU-PROGRAMA-
5S / EDUARDO AUGUSTO / ACESSO 27/09/2017
- HTTPS://ENDEAVOR.ORG.BR/KAIZEN/ ENDEAVOR BRASIL / ACESSO 27/09/2017
- HTTPS://WWW.SOBREADMINISTRAÇÃO.COM/O-QUE-E-A-METODOLOGIA-5S / CLAUDIA
BITENCOURT / ACESSO 30/09/2017
- - HTTPS:/WWW.RESEARCHGATE.NET/PUBLICATION/265536135_SISTEMAS_DE_CUSTO
_KAIZEN / PATRÍCIA GUARNIERI / ACESSO 30/09/2017
-WWW.PG.UTFPR.EDU.BR/PPGEP/REVISTA2006/PDF/VOL2NR2/VOL2NR2ART8.PDF /
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%-20E%20DENISE.PDF / LILIAN DARC DOS SANTOS / ACESSO 30/09/2017
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É IMPOSSÍVEL PROGREDIR SEM MUDANÇA E AQUELES QUE NÃO MUDAM SUAS MENTES
NÃO PODEM MUDAR NADA
LEMES, J.¹; FONSECA, L. S.² ; MARQUES, B.³; SABORITO, C. S.4; AUGUSTO. E. A.5 ¹Discente Jessica Lemes, estudante de Administração na Faculdade de São Lourenço MG, [email protected];
²Discente Letícia de Souza Fonseca, estudante de Ciências Contábeis na Faculdade de São Lourenço MG;
³ Discente Benevides Marques Junior, estudante de Ciências Contábeis na faculdade de São Lourenço MG; 4 Discente Cristiane Silva Saborito, estudante de Administração na Faculdade de São Lourenço MG;
5 Docente Eliete Almeida Augusto e orientadora do Curso de Administração e Ciências Contábeis na Faculdade de São Lourenço MG.
RESUMO: Os adeptos da geração X supõe que a maioria das pessoas não gostam de trabalhar e
consequentemente, sua equipe funciona apenas pela disciplina e possibilidade de recompensa. Já
os da Teoria Y, consideram que seus colaboradores encaram o trabalho como fonte de satisfação
e se dedicam para obter melhores resultados.
PALAVRAS-CHAVE: ADMINISTRAÇÃO; TRABALHO; GERAÇÕES
INTRODUÇÃO: Nesse trabalho, buscamos saber um pouco sobre a satisfação, motivação,
vontade de crescer no ramo profissional, e as gerações que as mesmas se encaixam.
Com isso fizemos uma pesquisa com alguns alunos de diferentes cursos e períodos da faculdade.
Nosso objetivo é entender porque hoje é tão difícil encontrar profissionais competentes que
realmente vestem a camisa da empresa.
A complexidade do fenômeno ―motivação‖ levou o aparecimento de várias teorias para tentar
explica-las.
Cada pessoa terá a motivação de uma necessidade, que segundo Maslow, se classificam em:
fisiológicas, segurança, social, estima e auto realização.
Buscamos entender também a teoria de Mc Gregor sobre as gerações X e Y, perguntando a cada
entrevistado em qual ele se encaixa.
TEORIA COMPORTAMENTAL: Tratou de uma nova concepção e um novo enfoque dentro da
teoria. Sua ênfase permanece nas pessoas, mas dentro do contexto organizacional. Surge então,
um dos estilos da administração, que a Teoria Comportamental oferece: ―Teoria X e Teoria Y‖.
Segundo Douglas Mc Gregor, o comportamento dos administradores está diretamente relacionado
à maneira como estes veem e interpretam o perfil dos seus colaboradores.
TEORIA X: Os seus administradores possuem um estilo controlador. As pessoas são:
preguiçosas, evitam o trabalho, precisam ser dirigidas, longe dos chefes não mostram serviços,
não possuem iniciativa. Os trabalhadores seguem padrões planejados dentro da organização.
Esse estilo representa a Administração Cientifica de Taylor e da Teoria Clássica de Fayol.
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TEORIA Y: Neste estilo, o trabalho é como uma fonte de satisfação, no qual as pessoas possuem
potencial de desenvolvimento. A fuga da responsabilidade e falta de motivação, se acontecer
nesse caso, serão consequências de experiências negativas. Os trabalhadores são menos
controlados e tem capacidade criativa na solução de problemas organizacionais.
GERAÇÃO A-Z: Para a geração Z, é impossível viver sem internet, telefones celulares,
computadores, IPods, videogames, televisores e vídeos em alta definição e cada vez mais
novidades neste ramo. Sua vida é regada de muita informação, pois tudo que acontece é noticiado
em tempo real.
Se a vida no virtual é fácil e bem desenvolvida, muitas vezes a vida real é prejudicada pelo não
desenvolvimento de habilidades em relacionamentos interpessoais. Vive-se virtualmente aquilo
que a realidade não permite.
A rapidez com que os avanços tecnológicos se apresentam atualmente acabam fazendo os jovens
deixarem de dar valor às coisas rapidamente. Isso começa bem cedo, quando crianças esperam o
ano todo para ganhar um brinquedo e depois de dois dias eles já perdem o encanto.
Outra característica marcante da Geração Z são problemas de interação social. Muitos deles
sofrem com a falta de expressividade na comunicação verbal, o que acaba por causar diversos
problemas principalmente com a Geração Y, anterior a sua. Essa geração também é marcada pela
ausência de capacidade de ser ouvinte.
A geração Y, por exemplo, acreditava piamente em carreira e estudos formais e muitos se
dedicaram fortemente para isso.
A geração Z é um tanto quanto desconfiada quando o assunto é um tanto quanto vago e distante.
Segundo especialistas, poderá haver uma ―escassez‖ de médicos e cientistas no mundo pós-2020.
Enfim, essa geração – chamada também de geração Silenciosa, talvez pelo fato de estarem
sempre de fones de ouvidos (seja em ônibus, universidades, em casa...), escutarem pouco e
falarem menos inda – pode ser definida como aquela que tende ao egocentrismo, preocupando-se
somente consigo mesmo na maioria das vezes.
Problemas?
Ora, assim como todas as gerações anteriores, esta também passará por problemas,
principalmente em relação a sua atuação profissional. Sua rapidez de pensamento e incapacidade
para a linearidade pode facilitar muito em determinadas áreas, porém em outras que exigem mais
seriedade e concentração podem sofrer algumas dificuldades.
Contudo, o amadurecimento que vem com o passar dos anos deve trazer também um senso de
responsabilidade a estes jovens (que certo dia deixarão de ser jovens) e passarão a se fixar mais
em seus objetivos profissionais.
Dentro da sociedade, a atuação política destes jovens também pode se tornar bastante
preocupante, afinal, a enorme quantidade de itens tecnológicos e informações desnecessárias
acabam por distrair suas mentes, tornando-os, na maioria das vezes, alheios à vida política de sua
comunidade, sua cidade, seu país e o próprio mundo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Utilizamos as seguintes perguntas para nossa pesquisa
1. Você trabalha?
2. Se sim, está satisfeito com aa função que desempenha?
3. Se sente motivado?
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4. Qual o motivo que te levou a procurar uma graduação?
5. Você conhece as gerações X, Y, Z?
6. Se sim, em qual você se encaixa?
Os resultados estão indicados abaixo nos Gráficos: GRÁFICO I: 8º Período de Ciências Contábeis
GRÁFICO II: 2º Período de Ciências Contábeis
GRÁFICO III: 6º Período de Educação Física
0
10
20
30
40
50
60
pergunta 1 pergunta 2 pergunta 3 pergunta 5 pergunta 6
SIM
NÃO
NÃO RESPONDEU
GERAÇÃO X
GERAÇÃO Y
GERAÇÃO Z
NÃO SABE
0
5
10
15
20
25
30
35
40
pergunta 1 pergunta 2 pergunta 3 pergunta 5 pergunta 6
SIM
NÃO
NÃO RESPONDEU
GERAÇÃO X
GERAÇÃO Y
GERAÇÃO Z
NÃO SABE
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CONCLUSÃO: Podemos concluir através de nossos estudos e pesquisas que boa parte das
pessoas estão satisfeitos em seus empregos, porém um número também considerável de pessoas
que não estão, o que nos leva a pergunta: POR QUE? Será falta de interesse mesmo da própria
pessoa ou a empresa não sabe também reconhecer essas pessoas? Cada um tem sua parcela
nos fatores.
É importantíssimo reconhecer pessoas motivadas. O ―corpo fala‖. A observação de gestos,
posturas, pode permitir reconhecer a motivação. Pessoas envolvidas em trabalhos altamente
estimulantes costumam apresentar intenso brilho nos olhos.
Valorizar as pessoas, reconhecer os avanços, encorajar iniciativas, oferecer incentivos, enriquecer
as funções, promover mudanças é importante. Um gerente interessado na formação de um
verdadeiro espírito de equipe deve apreciar a todos e não favorecer ninguém.
―Não há responsabilidade sem poder‖ Quando um líder comunica sua crença na competência e no
valor das pessoas, elas provavelmente farão de tudo para corresponder.
A maioria dos entrevistados se encaixam na Geração Y, o que nos leva a crer que a maioria das
pessoas tem uma visão ótima sobre crescimento e encaram o trabalho como fonte de satisfação.
O que falta é serem reconhecidos, e terem como líder uma pessoa realmente preparada, que
inspire admiração e confiança.
REFERÊNCIAS BÍBLIOGRÁFICAS:
CIRIACO, D. (2009 de JULHO de 08). O QUE É A GERAÇÃO Z? Acesso em 10 de 2017, disponível em TEC MUNDO: https://www.tecmundo.com.br/curiosidade/2391-o-que-e-a-geracao-z-.htm
Gil, A. C. (2001). Gestão de pessoas. In: A. C. Gil, Enfoque nos papéis profissionais (p. 307). São Paulo: Atlas.
0
5
10
15
20
25
30
35
pergunta 1 pergunta 2 pergunta 3 pergunta 5 pergunta 6
SIM
NÃO
NÃO RESPONDEU
GERAÇÃO X
GERAÇÃO Y
GERAÇÃO Z
NÃO SABE
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FÉRIAS TRABALHISTAS
VICENTINI.C.A.S1; FREITAS.G.C2; NOGUEIRA.I.P3; JUNIOR.J.L.S4; SANTOS.L.C.C5; SERVA.F.J.P6.
1Acadêmica de Administração- Faculdade de São Lourenço/ [email protected] 2Acadêmica de Administração/ Faculdade de São Lourenço 3Acadêmica de Administração/Faculdade de São Lourenço 4Acadêmico de Administração/Faculdade de São Lourenço 5Acadêmica de Administração/Faculdade de São Lourenço
6Professor da Faculdade São Lourenço. Graduado em Direito/ [email protected]
RESUMO: O presente artigo científico tem como principal objetivo esclarecer as mudanças que
foram estabelecidas nas Férias Trabalhistas, conforme a Consolidação das Leis de Trabalho
(CLT), explicando o benefício a que pertence aos empregados depois de determinado período de
labor ao seu empregador.
PALAVRAS-CHAVE: período; direito; alterações;
INTRODUÇÃO: Neste artigo abordaremos as alterações ocorridas nas Férias Trabalhistas que
entrarão em vigor a partir do dia 11/11/2017. Relataremos também direitos das férias anuais que
devem ser concedidos aos empregados, o fracionamento da mesma, e as alterações que
ocorrerão de acordo com as faltas acumuladas em determinado período de tempo que alterarão
os direitos das férias, parcelamento de férias para menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de
50 (cinquenta) anos de idade.
Todo empregado, assim como deveres, também possuem direitos sobre férias anualmente, essas
que podem ser concedidas de uma única vez ou até mesmo divididas em três períodos, desde que
não seja inferior a 14 (quatorze) dias corridos e os demais não podem ser inferiores a 5 (cinco)
dias corridos, em casos excepcionais poderão ser divididas em até 2 (dois) períodos, um dos
quais não pode ser inferior a 10 (dez) dias corridos, sendo assim o empregado também terá direito
a remuneração, esse período é considerado como tempo de serviço efetivo.
Conheceremos também o fracionamento que se resulta em 30 dias fracionados das férias e seu
pagamento dois dias antes do período, sendo que as férias não podem começar dois dias antes
de um feriado ou do dia de descanso da semana.
Vamos relatar que nem sempre o empregado tem direito a 30 (trinta) dias de férias conforme o art.
130 da CLT, se constar faltas acumuladas no período.
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Para menores de 18 (dezoito) e maiores de 50 (cinquenta) anos, agora também é permitido dividir
férias em até três períodos como antes previsto para idades diferentes destas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A nova Reforma Trabalhista que será aprovada no dia
11/11/2017, provocou alterações em inúmeras leis, a que mais nos chama atenção é na parte de
férias, pois é um período aguardado por todos, e garantido pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) e também pela Constituição Federal de 1988, as férias são importantes, pois
seu objetivo é garantir saúde e segurança para o trabalhador.
Todo empregado tem direito ao gozo de férias após 12 (doze) meses do contrato de trabalho, e
nesse período ele terá direito de remuneração, ressaltando que essa terá que ser um terço a mais
que o salário normal, retirado do adiantamento do salário. Não há um intervalo mínimo entre duas
férias, a referência é sempre 12(doze) meses posteriores à data de assinatura do contrato de
trabalho. Conforme o art. 134 da CLT, após a nova Reforma Trabalhista desde haja acordo com o
empregado, o mesmo poderá usufruir as férias em 3 (três) períodos, sendo que não poderá ser
inferior a 14 (quatorze) dias corridos e os demais não pode ser inferiores a 5 (cinco) dias corridos,
em caso excepcionais as férias serão concedidas em 2 (dois) períodos anuais, desde que não
seja inferior a 10 (dez) dias corridos. Todas as empresas e estabelecimentos também podem
conceder férias coletivas aos seus empregados, as férias coletivas são dadas a todos os
empregados de uma empresa ou de determinado setores.
O fracionamento das férias de forma inadvertida poderia acarretar o pagamento em dobro, um
exemplo de como fracionar da maneira correta é pegar os 30 dias e fracionar da seguinte forma:
14 dias, 08 dias, 08 dias.
O pagamento das férias deve ser efetuado dois antes do período, sendo que não podem começar
dois dias antes de um feriado ou do dia de repouso de semanal remunerado.
Lembrando também que se houverem faltas acumulativas o empregado terá direito as férias na
seguinte proporção: 30 dias corridos se não tiver faltado ao serviço mais de 5 vezes; 24 dias
corridos se não tiver de 6 a 14 faltas; 18 dias corridos se não tiver de 15 a 23 faltas; 12 dias
corridos se não tiver de 24 a 32 faltas.
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Uma das mudanças que mais chamam atenção é a divisão de férias para menores de 18 (dezoito)
anos e maiores de 50 (cinquenta) anos, a nova lei permite que trabalhadores sem restrição de
qualquer idade dividir as férias em três períodos, antes eram concedidas de uma vez só.
CONCLUSÃO: Com a finalidade de conhecer e avaliar as alterações ocorridas na Nova Reforma
Trabalhista, foram realizadas pesquisas tendo como base a CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), sendo observadas todas as alterações ocorridas e dentre as mudanças, foi escolhido o
tema ―Férias Trabalhistas‖ como foco desse artigo científico.
Intende-se que este é um assunto muito importante e de grande interesse de todo trabalhador, por
ser um período onde este poderá descansar e ser remunerado mesmo não estando cumprindo
jornada de trabalho.
Nota-se que essas alterações visaram melhoria na jornada de trabalho, tanto para o empregado,
quanto para o empregador, ao concluirmos este artigo visamos que o objetivo principal deste é
informar e demonstrar as alterações ocorridas de uma forma mais clara e objetiva, auxiliando os
trabalhadores na obtenção desse conhecimento tão importante em sua carreira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LAPORTA, Tais. Com nova lei trabalhista, férias ficam mais flexíveis; veja o que muda.
Disponível em: < https://g1.globo.com/economia/noticia/ferias-ficam-mais-flexiveis-com-a-nova-lei-
trabalhista-veja-o-que-muda.ghtml> Acesso: 09 out. 2017.
BIGARELLI, Barbara. Direito do trabalho: entenda como funcionam as férias. Disponível em: <
http://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2016/10/vai-sair-de-ferias-tire-duvidas-sobre-seus-
direitos.html> Acesso: 09 out. 2017.
PANTALEÃO, Sergio Ferreira. Férias anuais – Reforma trabalhista não exige
excepcionalidade no parcelamento. Disponível em: <
http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/Ferias-anuais-reforma-trabalhista.htm> Acesso: 11
out. 2017.
GARCIA, Gustavo Felipe Barbosa e TRABALHISTA Dossiê Reforma. Reforma trabalhista:
Modificações quanto às férias. Disponível em: < http://genjuridico.com.br/2017/06/07/reforma-
trabalhista-modificacoes-quanto-as-ferias/> Acesso: 11 out. 2017.
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INFLAÇÃO E O DESEMPREGO
¹FREITAS, B. B. M.; ²SANTOS, L. S.; ³SILVA, C. A.; 4VITAL, M. A. M.; 5LEMES, C. G.; 6AUGUSTO, E. L. A.
¹Acadêmico do segundo período de Ciências Contábeis - Faculdade São Lourenço. E-mail:[email protected] ²Acadêmico do segundo
período de Ciências Contábeis - Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected] ³Acadêmico do segundo período de Ciências Contábeis
- Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected] 4Acadêmico do segundo período de Administração - Faculdade São Lourenço. E-mail:
[email protected] 5Acadêmico do segundo período de Administração - Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected]
6Professora da Faculdade São Lourenço. Graduada em Matemática . Mestrado em Estatística Aplicada. E-mail: [email protected]
RESUMO: O objetivo deste artigo é levar os conceitos de inflação ligados, diretamente como
desemprego. Explicaremos que a Curva de Philips, apresenta uma relação contraria entre a
alteração da inflação e do nível de desemprego (a taxa de inflação alta não garante uma taxa de
desemprego baixa) e que, de fato oferecera esse resultado somente no curto prazo.
PALAVRAS-CHAVE: nível; taxa; prazo.
INTRODUÇÃO: Através de uma analise entre inflação e desemprego amparados na Curva de
Phillips, realizamos uma revisão sobre o tema. A partir disso demonstraremos teoricamente o
modelo da Curva de Phillips. A inflação nada mais é que a perda do poder aquisitivo da moeda,
ocorrido pelo aumento dos preços dos bens e serviços transacionais na economia. Ela afeta certas
classes de pessoas na medida em que beneficiam outras. Mas afinal, que relação tem a inflação
com o desemprego? Na década de 50, um economista chamado Willian Phillips, pegou os dados
que mostrava o desemprego e a inflação no Reino Unido e ele viu, que havia uma relação entre
essas taxas e criou um conceito que hoje é um conceito de macroeconomia, chamado de Curva
de Phillips.
A Curva de Phillips diz que quanto mais alta e a taxa de inflação, menos vai ser a taxa de
desemprego, ou, a medida que a taxa de desemprego vai aumentando, a taxa de inflação vai
caindo. Isso se explica porque temos uma taxa de desemprego baixo, essas pessoas que estão
empregados também estão consumindo. Então a partir de que a demanda aumenta e a oferta
permanece a mesma, a tendência é que os preços subam e haja inflação.
MÉTODOS E PESQUISAS: Nosso artigo usou de uma pesquisa que foi distribuída para todos os
integrantes do grupo, assim recolhemos 30 amostras de organizações, a fim de obtermos
informações sobre a inflação. As perguntas foram as seguintes:
- A inflação influenciou negativamente o desempenho de sua empresa?
- Houve alguma Demissão por conta da inflação?
- Os produtos vindos de fornecedores tiveram um aumento no preço após a alta da inflação?
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- Houve alguma queda nas vendas por conta da inflação?
- Quantos anos sua empresa esta no mercado?
RESULTADOS E PESQUISAS: A partir dos resultados obtidos, montamos nosso artigo e
trazemos as relações feitas, com gráficos e tabelas:
Gráfico 1
A INFLAÇÃO INFLUENCIA NEGATIVAMENTE O DESEMPENHO DA EMPRESA?
Gráfico 2
HOUVE ALGUMA DEMISSÃO POR CONTA DA INFLAÇÃO?
Gráfico 3
OS PRODUTOS VINDOS DE FORNECEDORES TIVERAM UMA ALTA NO AUMENTO DO
PREÇO APÓS A ALTA DA INFLAÇÃO?
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Gráfico 4
HOUVE ALGUMA QUEDA NAS VENDAS POR CONTA DA INFLAÇÃO?
Gráfico 5
QUANTOS ANOS SUA EMPRESA TEM NO MERCADO?
CONCLUSÃO: A partir da amostra realizada e das conclusões feitas em nosso artigo, vimos que
a inflação pode agir tanto positivamente como negativamente. Na questão do desemprego
nossas amostras apresentam resultados baixos, devido às empresas serem de pequeno porte,
portanto analisando todos os requisitos a inflação é a principal causa do desemprego e com ela
sempre terá um aumento nos preços fazendo com que gastemos cada vez mais e consumamos
cada vez menos. Portanto tiramos a conclusão de que quanto menos empregados, menor vai ser
a quantidade de consumidores e pressão inflacionaria gerada por esse consumo. A solução ideal
é que tenhamos uma sociedade em que o desemprego esteja relativamente baixo e que
possamos aumentar a produtividade, para não criar o efeito de oferta e demanda não suprida.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
NETTO, Delfim. Desemprego e inflação. Disponível em:
<https://www.cartacapital.com.br/revista/877/desemprego-e-inflacao-3341.html> Acesso 10 out
2017.
SANCHES, Kiko. Inflação atinge diretamente os índices de desemprego no Brasil. Disponível em:
<http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2013/09/inflacao-atinge-
diretamente-os-indices-de-desemprego-no-brasil.html> Acesso 05 out 2017. PEREIRA,
Antônio. Macroeconomia: Oferta Agregada, Inflação e Desemprego. Disponível em:
<http://cdhumanos-rb.blogspot.com.br/2009/03/macroeconomia-oferta-agregada-inflacao.html>
Acesso 12 out 2017.
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REFORMA TRABALHISTA E A PERDA DO DIREITO À HOMOLOGAÇÃO NA RESCISÃO DE
CONTRATO DE TRABALHO
PRADO, R.P.S.; SIQUEIRA, A.L.S.; SILVA, B C.; BATISTA, B.C.; AUGUSTO, E.L.A.; CAVALCANTI, H.B.R.
Aluna do 2º período de Ciências Contábeis da Faculdade de São Lourenço – MG, email: [email protected];
Aluna do 2º período de Ciências Contábeis da Faculdade de São Lourenço-MG; [email protected];
Aluna do 2º período de Ciências Contábeis da Faculdade de São Lourenço-MG, email: [email protected];
Acadêmica do 2º período de Ciências Contábeis da Faculdade de São Lourenço-MG, email: [email protected];
Professora da Faculdade de São Lourenço-Mg, email: [email protected];
Professora da Faculdade de São Lourenço-MG, email: [email protected]
RESUMO: Este resumo tem como objetivo salientar que algumas mudanças na CLT são
necessárias. Trazer para os dias atuais a relação entre empregador e empregado. A
reestruturação da CLT foi pensada procurando facilitar as contratações de trabalhadores. O
Governo espera diminuir a burocracia tanto para o empregador como para o empregado, e em
muitos casos facilitar a contratação que gerariam novos postos de trabalho. Sendo assim vamos
abordar alguns pontos modificados e esclarecer a importância da Homologação na rescisão de
contrato de trabalho que com a reforma deixará de ser obrigatória.
PALAVRAS-CHAVE: relação de trabalho; mudanças; direito.
INTRODUÇÃO: Há muito se especula a viabilidade de uma Reforma na CLT (Consolidação das
Leis do Trabalho). As Leis trabalhistas começaram a surgir em 1930 no Governo de Getúlio
Vargas e se estenderam até 1943, quando foi aprovada a CLT. Segundo Ricardo Antunes, Vargas
dizia que para governar para os de cima precisava do apoio dos de baixo, desse modo a classe
trabalhadora passou a existir para o Estado. De Vargas para os dias atuais há uma diferença
impactante. Naquela época o País estava começando o processo industrial. A sociedade e a
tecnologia evoluíram e com elas a criação de novas empresas, novos modelos de negócios e
novos ramos de atividade. Atualmente, existe a necessidade de criação de uma lei mais flexível
nas contratações de trabalhadores e toda mudança traz benefícios e prejuízos. Com a tramitação
do PL 6787/2016 o Governo dá início ao processo de Reforma na CLT e em meio ao caos político
que vive o país, ela foi aprovada, votada e sancionada e a partir de novembro de 2017, estaremos
submetidos às mudanças da nova CLT.
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149
DISCUSSÃO: Desse modo nosso objetivo é esclarecer a importância da homologação na rescisão
de contrato de trabalho, pois a Reforma Trabalhista agora é uma realidade. Foram vários os
artigos reformulados, dentre os quais de suma importância, como: Divisão de férias, Negociação x
Legislação, Imposto Sindical, Terceirização, Lei sobre gestantes, Banco de Horas, Comissão
laboral, etc.; alguns artigos foram inseridos com a Reforma, por exemplo: Legalização da Jornada
12 x 36, Home office, Contrato de Trabalho Intermitente e outros mais, para citar todos seria
preciso uma pesquisa bem detalhada e um estudo minucioso. Só será possível mensurar as
consequências dessa Reforma depois de novembro, quando ela entrar em vigor. O governo
espera que a mudança crie novos postos de trabalho, movimentando assim a economia. É grande
a expectativa por parte de uns, preocupação e ansiedade por parte de outros. Neste Resumo
esclareceremos a importância da Homologação do Contrato de Trabalho. Hoje, para que um
funcionário detentor de no mínimo 1 ano de trabalho numa empresa possa ser desligado é preciso
homologar sua Rescisão de Contrato no Ministério do Trabalho ou no Sindicato da categoria. Art
10 da Lei 5584 de 26-06-1970 altera mais uma vez o artigo 477 da CLT que já havia sido alterado
pela Lei nº 5.562, de 12-12-68, e pelo Decreto-lei nº 766, de 15-8-69, passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 477. É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a
terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das
relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da
maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.
§ 1º O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho,
firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com
a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e
Previdência Social.
Obrigação essa que foi extinta com a Reforma. Segundo o relator do projeto na câmara Rogério
Marinho a homologação se fazia necessária há décadas atrás quando os trabalhadores não
possuíam qualificação e era preciso que terceiros conferissem se estavam de fato recebendo seus
direitos corretamente. Sendo assim, a partir da vigência da lei nº 13.467/2017, o parágrafo
correspondente a homologação de contrato de trabalho permanecerá com a seguinte redação:
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considerar-se-á extinta a necessidade de assistência na homologação da rescisão do
contrato de trabalho por Sindicato ou perante autoridade do Ministério do Trabalho, para
contratos que possuam mais de 1 ano de duração.
CONCLUSÃO: Haja vista que com a desnecessidade de tal obrigação, o contador passará a ser
oficialmente o intermediário entre empregador e empregado. Para o governo a homologação era
simplesmente uma assistência social para com o trabalhador, somente conferência dos cálculos e
verificação de documentos. Para o empregado era a segurança de que os cálculos e verbas
rescisórias estavam corretos. Diante de tal situação, passa a ser do contador a responsabilidade e
a atenção redobradas com os cálculos, as orientações e os documentos necessários para que o
trabalhador possa dar continuidade no recebimento dos seus direitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: A Azevedo - 2017 - senado.leg.br Correio braziliense, n.
19696, 30/04/2017. Economia, p. 8.
CM Monteiro - Revista Científica Faculdades do Saber, 2017 - revista.fmg.edu.br Professora Universitária na UniMogi; especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Universidade de São Paulo – USP. E-mail para contato: [email protected].
M Leitão - 2017 - senado.leg.br O globo, n. 30655, 12/07/2017. Economia, p. 20
R Antunes - Revista Pegada, 2006 - files.estadoedireitossociais Professor Titular de Sociologia no
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP; Pesquisador PQ/CNPq; e autor, dentre
outros livros: Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil (Organizador). São Paulo: Boitempo, 2006;
O Caracol e sua Concha. São Paulo: Boitempo, 2005; Os Sentidos do Trabalho. São Paulo:
Boitempo, 1999 e Adeus ao Trabalho? São Paulo: Cortez, 1994. Coordenador das Coleções
Mundo do Trabalho (Ed. Boitempo) e Trabalho e Emancipação (Ed. Expressão popular)
R Pinto - Direito UNIFACS–Debate Virtual, 2017 - revistas.unifacs.br Raymundo Pinto,
desembargador aposentado do TRT, é escritor, membro da Academia de Letras Jurídicas da
Bahia e da Academia Feirense de Letras.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5584.htm Dispõe sobre normas de Direito Processual do
Trabalho, altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, disciplina a concessão e
prestação de assistência judiciária na Justiça do Trabalho, e dá outras providências.
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SAÚDE EM FOCO
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A IMPORTÂNCIA DA TIPAGEM SANGUÍNEA NAS ANÁLISES CLÍNICAS, COM ABORDAGEM
PRÁTICA REALIZADA NA FACULDADE SÃO LOURENÇO.12
INÁCIO, M. C; SILVA, C. N; SILVA, D. C; TACELI, L. P; ROCHA, M. B; OLIVEIRA, V. L. R.13
Prática que ainda será realizada na Faculdade São Lourenço. Autores e discentes do 6º período do curso de Biomedicina da Faculdade São Lourenço.
Orientadora e discente da Faculdade São Lourenço. Farmacêutica - Bioquímica com especialização em gestão industrial
farmacêutica. Orientadora e discente da Faculdade São Lourenço. Farmacêutica – Bioquímica, doutora em Engenharia Biomédica.
Orientadoras: Lívia Pena Ferreira14
Rafaela Ferreira França 15
RESUMO: Sabendo que a tipagem sanguínea é um exame realizado para identificação do tipo sanguíneo e
que pode ser feito de forma rápida e fácil, ainda 40% dos Brasileiros não sabem seu tipo de sangue. O
conhecimento dos sistemas ABO e Rh são de grande importância na área transfusional, evitando possíveis
incompatibilidades sanguíneas na transfusão, na gravidez e na doação de sangue. É importante realizar
uma intervenção, para apresentar o tema às pessoas, orientá-los e também realizar o teste de tipagem
sanguínea, proporcionando a todos um melhor entendimento do assunto e a sua importância.
PALAVRAS-CHAVE: Tipagem sanguínea; Sistema ABO; incompatibilidade sanguínea.
INTRODUÇÃO: Em meados do século XIX para o século XX no ano de 1900 o médico austríaco Karl
Landsteiner notou que a união do sangue de duas pessoas diferentes poderia se misturar sem que
houvesse nenhum problema ou não se misturavam, havendo uma intensa reação que levava à destruição
das hemácias (glóbulos vermelhos) e ampla formação de coágulos (BEIGUELMAN, 2003).
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Henry (2008) afirmava que Landsteiner foi o primeiro a sugerir a existência de aglutininas no soro e
antígenos nas hemácias, sendo descrito por ele três tipos sanguíneos diferentes, chamados Tipo A, B e O,
e dois anos após foi identificado o quarto grupo sanguíneo o Tipo AB, completando assim a classificação
do sistema ABO dos grupos sanguíneos.
Em 1940 Landsteiner e Wiener descobriram a existência do chamado fator Rh através do experimento com
sangue de um macaco do gênero Rhesus, que era responsável pela incompatibilidade de alguns tipos de
sangue, mesmo o sistema ABO sendo respeitado. Assim a partir desta descoberta os indivíduos foram
classificados como Rh positivo e Rh negativo, de acordo com a existência ou não do fator Rh em seu
sangue (LOPES, 1995, p.72).
Recomenda-se que cada cidadão tenha ciência sobre seu tipo sanguíneo e o chamado fator Rh, para
facilitar um atendimento de urgência ou emergência e assim, evitar incompatibilidade sanguínea em
eventual necessidade.
METODOLOGIA: A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica e um levantamento de dados,
através do seguinte questionário, o publico alvo serão os alunos e funcionários da Faculdade São
Lourenço.
Tabela 1: Questionário para o levantamento de dados.
Funcionário ( ) Aluno ( )
1. Você sabe qual seu tipo sanguíneo? ( )Sim ( )Não Se sim, qual é?
Se não, gostaria de saber?
2. Acha importante saber o seu tipo sanguíneo? ( ) Sim ( ) Não
3. Você já doou sangue? ( ) Sim ( ) Não Se sim, doaria novamente?
Se não, por quê?
Após a coleta de dados, será realizado o teste de tipagem sanguínea na Faculdade São Lourenço, no qual
alunos e funcionários poderão participar e saber qual o seu tipo sanguíneo.
O método utilizado será a Técnica em lâmina, apresentado nas figuras 1 e 2, que consiste em fazer a
assepsia no dedo indicador do paciente e fazer um pequeno furo com uma lanceta, adquirir três gotas de
sangue e colocar em uma lamina identificada com o nome do paciente, colocando na primeira lâmina o
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anti-A na primeira gota, anti-B na segunda e o controle na terceira; na segunda lâmina colocar o controle na
primeira gota e o anti-D na segunda gota, homogeneizar cada uma separadamente e fazer a leitura
(FORTES, 2004).
Para realização do teste serão necessários: Algodão; Álcool; Lanceta; Lâmina; Reagentes (anti-A, anti-B,
controle AB, controle D e anti-D) e Luvas.
Figuras 1 e 2: Realização do exame em lâmina.
Controle Anti-D
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a realização da pesquisa com 723 alunos e funcionários da
Faculdade São Lourenço obteve os seguintes resultados:
Gráfico 1: Quantidade de pessoas que sabem o seu tipo sanguíneo.
De acordo com o Gráfico 1 podemos observar que 425 pessoas sabem o seu tipo sanguíneo e 298 não
sabem, sendo que dessas 425 pessoas a maioria não tem certeza e gostaria de confirmar. No Gráfico 2,
mostramos a quantidade de pessoas que fazem parte de cada grupo sanguíneo, sendo a maioria do grupo
O+ (positivo) e a minoria do grupo B- (negativo).
Anti-A Anti-B Controle
425
298 SIM
NÃO
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Questionando a importância de saber o seu tipo sanguíneo, somente 9 entrevistados consideraram que
saber o seu tipo sanguíneo não é importante.
Gráfico 2: Quantidade de pessoas pertencentes a cada tipo sanguíneo.
Sobre a doação de sangue, de acordo com a pesquisa, 88 pessoas já doaram sangue e 635 pessoas
nunca doaram sangue. Segundo o Gráfico 3, mostramos os motivos pelo qual os entrevistados ainda não
doaram sangue, sendo a maioria pela falta de oportunidade, já que os postos de coleta ficam longe. Dois
dos entrevistados afirmaram que foram barrados por afirmarem ser homossexuais.
E três entrevistados que já doaram sangue, alegaram que não doariam novamente pelo mal atendimento
no posto de coleta. Mostrando que os profissionais especializados para esse tipo de trabalho precisam ser
mais humanos e melhorar o atendimento para que incentivem outras pessoas a doarem sangue.
Gráfico 3: Motivos pelo qual os entrevistados ainda não doaram sangue.
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A falta de informação e incentivo ainda é muito grande a esse respeito, por isso precisamos criar
programas que incentivem a doanção de sangue, expondo todas as informações, incluindo os pré
requisitos, locais de postos de coleta, explicando como ocorre o procedimento. Fazer campanhas a cada
semestre em cidades que não possuam os postos de coleta, levando até elas a Unidade Móvel de Coleta
de Sangue, aumentando assim a demanda de bolsas de diversos tipos de sangue e a captação de
doadores.
BIBLIOGRAFIA
A história do Sangue. Disponível em: <http://www.prosangue.sp.gov.br/artigos/estudantes>. Acesso em
17 de agosto de 2017.
BEIGUELMAN, B. Os sistemas sanguíneos eritrocitários. Ribeirão Preto:
Funpec, 2003. 3. ed. 243 p.
FORTES, H. M.. IMUNOHEMATOLOGIA. AGÊNCIA TRANSFUSIONAL - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
JÚLIO MULLER. Rua Luis Philippe Pereira Leite, S/N – Jardim Alvorada. 2004.
1969.
HENRY, J.B. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 20 ed. São Paulo: Manole,
2008. 304 p.
Imuno-hematologia laboratorial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Hospitalar e de Urgência. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
LOPES, Sônia Godoy Bueno Carvalho. Bio 3. Genética, Evolução e Ecologia. Editora Saraiva, São
Paulo, 1995.
Técnico em hemoterapia: livro texto / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde – Brasília : Ministério da Saúde,
2013.
243 10
26 18 21
44 8 7
20 4
0 50 100 150 200 250 300
Falta de oportunidade
Medo
Problemas de saúde
Teve hepatite
Tatuagem
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A PRÁTICA CLÍNICA DOS MARCADORES TIREOIDIANOS
Mayara Andrews Sobral de Paula
Orientadora: Rafaela França
Resumo:
A glândula tireoide através da sua produção hormonal controla o metabolismo do corpo
como um todo, interferindo diretamente no metabolismo celular e produção energética, sendo
assim, detectar suas disfunções e introduzir tratamento logo no início é de extrema importância
para garantir o bom funcionamento do organismo e evitar possíveis agravamentos.
Fisiologicamente é controlada pela hipófise que é responsável pela produção do TSH (hormônio
tiroestimulante).
Uma série de fatores pode interferir na sua função, desde o uso prolongado de
medicamentos até etapas da secreção do TSH e síntese dos hormônios T3 e T4. Conhecer esses
fatores e saber interpretar corretamente os marcadores tireoidianos é de extrema importância para
diferenciar os quadros patológicos da glândula.
Palavras-chave: TIREOIDE; IODO; HORMÔNIOS; TSH; IODOTIRONINAS.
INTRODUÇÃO:
A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço e tem sua função
controlada pela hipófise. Ela produz a liberação dos hormônios Triiodotironina (T3) e Tiroxina ou
Tetraiodotironina (T4), que vão regular o metabolismo do corpo e é estimulada pelo hormônio
Tiroestimulante (TSH). (VALENTE, O. 2013)
A glândula Tireoide capta o iodo dos alimentos, liga ele a proteína tireoglobulina e o
converte nos hormônios T3 e T4. Esses hormônios vão controlar o funcionamento dos órgãos,
metabolismo das células e produção energética. As células tireoidianas são as únicas capazes de
absorver o iodo e combiná-lo para produção de hormônios. (CALLEGARO, L.F; VIANA, R.O.
2012)
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A produção dos hormônios depende de proteínas, tanto para captação do iodo quanto
para incorporá-lo nos tireócitos (células tireoidianas). O iodo é captado na tireóide através da ação
do co-transportador sódio-iodeto (NIS). Os tireócitos produzem especificamente as proteínas que
são responsáveis pela sua organificação e o captam através da sua membrana basolateral. Ele
entra na célula na forma de iodeto, transportado junto com o sódio pelo co-transportador NIS. A
atividade do NIS depende da bomba de Na+/ K+ e faz o iodeto entrar na célula a favor do gradiente
de concentração do sódio. Na membrana celular o iodeto é transportado por uma proteína
chamada Pendrina. A alimentação interfere diretamente no iodo. Dietas pobres em iodo levam a
sua diminuição intra-tireoidiana e assim a diminuição da síntese hormonal, levando a um quadro
de hipotireoidismo e formação do bócio. (VAISMAN, M; ROSENTHAL, D; CARVALHO, D. 2004)
A maioria dos sintomas demonstrados em disfunções tireoidianas são sutis e
inespecíficos. Sendo assim o diagnóstico e monitoramento patológico irão depender da utilização
clínica dos testes hormonais. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
PRINCIPAIS MARCADORES TIREOIDIANOS:
TSH (Hormônio Tiroestimulante):
O TSH é produzido pela hipófise e controla diretamente a tireoide e a produção dos
hormônios através de um mecanismo de feedback. Quando os níveis de T3 e T4 baixam a
hipófise aumenta a produção do TSH para que ele estimule a tireoide a aumentar sua produção.
Existem também pools de armazenamento dos hormônios para que estes tenham seu fluxo
constante para os tecidos periféricos. (CALLEGARO, L.F; VIANA, R.O. 2012)
Segundo VALENTE (2013) na prática clínica o TSH serve como um exame de triagem
para hipotireoidismo e hipertireoidismo. Algumas pequenas mudanças nos níveis dos hormônios
T3 e T4 podem causar disfunções significantes no TSH. Seus níveis variam de acordo com os
níveis de tiroxina produzidos ou ingeridos de forma medicamentosa, também possui uma variação
normal de acordo com a idade dos indivíduos. Deve-se atentar para disfunções em idosos e
pacientes com doença coronariana devido ao aumento de arritmias cardíacas.
É o hormônio mais confiável para diagnóstico de formas primárias de disfunções e é
geralmente solicitado entre 1 a cada 5 pacientes normais com idade igual ou maior a 35 anos,
gestantes, crianças e adolescentes com baixa estatura e/ou velocidade de crescimento, crianças
suspeitas de transtornos de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Possui ensaios de
gerações diferentes, sendo o de 1ª geração menos utilizado, pois detecta apenas casos de
hipotireoidismo e os de 2ª e 3ª geração usados frequentemente para detectar tanto hipotireoidismo
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quanto hipertireoidismo. Alguns laboratórios já estão utilizando ensaios de 4ª geração para
avaliação de forma rotineira. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
O ciclo de liberação do TSH é circadiano, com maior secreção entre 22:00 e 04:00 da
manhã, com nível médio de 1,3 e 1,4 mUI/L. Atualmente para adultos o nível normal se encontra
entre 0,4 – 4,5 mUI/L (levando em consideração diferenças entre literaturas e também a diferença
entre os ensaios).Mais de 95% da população normal apresenta níveis abaixo de 2,5 mUI/L.
Levando em consideração as diferenças entre idades, idosos geralmente acima de 80 anos
apresentam elevação nos níveis de TSH. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
O iodo interfere no controle do TSH. Quantidade insuficiente de iodo pode causar
alterações na produção de T3 e T4 e consequentemente aumento do TSH na tentativa de suprir a
necessidade dos outros hormônios e pode levar a formação do bócio. Quando ocorre excesso de
iodeto a síntese hormonal é inibida e causa um efeito chamado efeito de Wolff Chaikoff.
(CALLEGARO, L.F; VIANA, R.O. 2012)
De acordo com CARVALHO (2013) algumas situações especiais podem manter seus
níveis alterados por um período de tempo, impedindo assim a indicação do real estado da
glândula tireoide, como por exemplo: pacientes com hipotireoidismo e hipertireoidismo crônicos
graves, pacientes que fazem uso de hormônio T4, casos de doença hipofisária e hipotalâmica e o
1º trimestre da gestação.
T4 Total:
Segundo VALENTE (2013) e CARVALHO (2013) é o principal hormônio secretado. Tem
quase 100% da sua produção ligada à globulina ligadora da tiroxina (TBG), à pré-albumina
ligadora da tiroxina (TBPA) e à albumina. Eleva-se no hipertireoidismo e diminui no
hipotireoidismo. Seus níveis podem sofrer interferência do uso de anticoncepcionais ou durante a
gestação, devido a elevações na TGB e isso pode levar a resultados falso-positivos. Não deve ser
utilizado em avaliação rotineira da função tireoidiana, pois alterações nas proteínas podem
interferir nos seus níveis independente da função tireoidiana estar normal ou não.
Doenças sistêmicas, cirrose hepática, síndrome nefrótica ou uso de drogas podem levar à
diminuição do nível de T4, porém, sem caracterizar hipotireoidismo.
Os valores normais para o T4 variam de 4,5-12,6 μg/dL (58-160 nmol/L) para adultos
normais (levando em consideração diferenças nas literaturas).
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T4 Livre:
O T4 livre é o hormônio disponível que as células captam, ele reage com os receptores
nucleares e não sofre influência pela globulina ligadora da tiroxina (TGB). Na prática determina a
intensidade da disfunção tireoidiana. Possui maior relevância do que o hormônio T4 total.
(CARVALHO,2013 e VALENTE,2013)
Geralmente é utilizado em conjunto com o TSH para monitoramento de hipotireoidismo e
hipertireoidismo e monitoramento do tratamento medicamentoso com Levotiroxina.Seus níveis
normais variam de 0,7-1,8 ng/dL (9-23 pmol/L)para adultos normais. Crianças possuem variação
de acordo com a idade. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
T3 total:
O T3 total é utilizado geralmente para avaliação do hipertireoidismo e sofre influência da
TBG (porém de forma inferior ao T4). Em casos de hipotireoidismo ele pode permanecer normal e
também pode ter sua concentração diminuída em casos de doenças sistêmicas graves, pacientes
idosos e pacientes em uso de medicamentos como amiodarona e corticosteroides, sendo assim,
não deve ser utilizado para monitoramento de hipotireoidismo. (VALENTE, O. 2013)
Quando elevado pode ser indício de tumores hipofisários secretores de TSH ou pode se
elevar com uso de medicamentos. Geralmente é sinal de doença grave.
Seus níveis normais variam de 80-180 ng/dL (1,2-2,7 nmol/L) para adultos normais.
Crianças possuem variações de acordo com sua idade. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD,
L.S. 2013)
T3 livre:
O T3 livre corresponde a 0,5% do T3 total, circula ativamente não ligado à proteínas. As
dosagens de T3T e T3L só divergem em casos de disfunções nas proteínas. Em casos especiais
elevam-se antes do T4 livre. (VALENTE, O. 2013)
Sua dosagem é necessária para diagnóstico e monitoramento do tratamento do
hipertireoidismo. Seus níveis normais variam de 2,3-5,0 pg/mL (35-77 pmol/L) para adultos
normais. Crianças possuem variações de acordo com sua idade. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L;
WARD, L.S. 2013)
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Observações:
Existem algumas situações especiais em que a dosagem das iodotironinas (T3 e T4) pode
ser prejudicada, por exemplo: reações cruzadas, interações com outras drogas, doenças auto-
imunes, quadros de desnutrição, tempo de jejum, estresse físico e emocional, alterações
intestinais no processo de absorção, aumento do estrogênio no período gestacional ou na
formação de mola, uso de medicamentos que competem com os hormônios pelas proteínas
(salicilatos, fenitoína, carbamazepina e furosemida), alterações no metaboliesmo hepático e uso
de heparina.
Pacientes criticamente doentes apresentam alterações hormonais, mas estas nem sempre
pode representar doença tireoidiana. Alguns termos são utilizados nesses casos: ―doença não
tireoidiana‖, ―síndrome do T3 baixo‖ e ―síndrome do eutireoidiano doente‖. (CARVALHO, G.A;
PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
USO CLÍNICO DOS TESTES:
De acordo com VALENTE (2013) os testes hormonais são usados para diagnosticar
disfunção na glândula e monitorar seu tratamento. Também devem ser realizados em pacientes
que tenham histórico familiar, pacientes com doenças auto-imunes e em grupos de risco que
incluem gestantes, idosos e recém-nascidos.
Geralmente o primeiro exame utilizado na pratica clinica é o TSH e quando este se
encontra normal nenhum outro teste tem necessidade de ser realizado. Quando elevado é feita a
dosagem do T4 livre para avaliar o grau de hipotireoidismo e quando diminuído é utilizada a
dosagem do T3 que é o mais indicado para avaliação de hipertireoidismo. Existem exceções em
que o TSH pode permanecer elevado e o nível do T4 livre estar normal.
Pacientes hospitalizados não devem realizar estes exames devido ao fato de que outras
doenças podem interferir os níveis hormonais tireoidianos.
ANTÍGENOS TIREOIDIANOS:
O organismo possui três antígenos tireoidianos: tireoglobulina (TG), tireoperoxidase (TPO)
e receptor de TSH (TSH-R), que vão atuar na presença da doença autoimune da tireoide (DAT).
Indivíduos normais podem apresentar anticorpos contra esses antígenos, que auxiliam na etiologia
autoimune, são eles: anticorpo anti-tireoglobulina (TgAb), anticorpo anti-tireoperoxidade (TPO Ab)
e anticorpo anti-receptor do TSH (TRAB). (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
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Tireoglobulina (Tg):
Principal enzima tireoidiana, que corresponde cerca de 70-80% das proteínas da glândula.
É produzida no retículo endoplasmático e excretada para a luz folicular. Atua dando suporte à
síntese hormonal e o iodo se incorpora em regiões especificas dela. Após o processo de
endocitose a TG é clivada para liberação dos hormônios. (VAISMAN, M; ROSENTHAL, D;
CARVALHO, D.2004)
Os anticorpos TgAb interferem nos níveis da Tg e tem grande importância em casos de
câncer da tireoide, pois quando se necessita da retirada da glândula a Tg é um importante
marcador laboratorial. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
Tireoperoxidase (TPO):
A TPO é uma hemoglicoproteína da membrana apical da célula folicular, distribuída no
retículo endoplasmático, complexo de Golgi e vesículas. Responsável por acelerar reações
hormonais como a oxidação de íons I-, iodação da tireoglobulina e acoplamento de iodotirosinas
para formação de iodotironinas.
É o principal componente do antígeno microssomal e alvo dos anticorpos presentes na
tireoide auto-imune, o que pode levar a destruição da glândula (tireoide de Hashimoto).
(VAISMAN, M; ROSENTHAL, D; CARVALHO, D.2004)
Os anticorpos TPOAb geralmente são dosados junto com os TgAb para casos de tireoide
autoimune e são frequentemente observados, presentes no soro em cerca de 90-95% dos
pacientes. Sua pesquisa pode ser indicada também em pacientes que fazem tratamento
medicamentoso com amiodarona, interferon e lítio. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S.
2013)
TRAB (anti-receptor de TSH):
O anticorpo TRAB pode estimular a tireoide ou inibir os efeitos do TSH. Os métodos de
ensaio não conseguem diferenciar os tipos estimulantes dos bloqueadores. Cerca de 90 % dos
pacientes apresentam o TRAB. Sua avaliação juntamente com indicadores clínicos (idade, sexo,
volume da tireoide e gravidade do hipertireoidismo) permite identificar o resultado do tratamento
medicamentoso. Quando este anticorpo se torna ausente há indício de que os medicamentos não
são mais necessários, por isso, é importante sua dosagem antes da interrupção do tratamento.
Outro uso comum é para avaliação do risco de tireotoxicose neonatal, quando dosado no terceiro
trimestre de gestação. (CARVALHO, G.A; PEREZ, C.L; WARD, L.S. 2013)
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PRINCIPAIS INTERFERENTES NO METABOLISMO DA TIREÓIDE:
A tireóide sofre diversas influências internas e externas. Os principais interferentes são:
Minerais: muitos minerais interferem nas funções tireoidianas, sendo o iodo o mais
importante. O iodo quando ingerido é absorvido no intestino delgado e transportado pelo
sangue até a tireóide. Sua administração em grande quantidade e repetidamente pode
diminuir o transporte de iodeto e este não chega suficientemente na tireóide. Ele é capaz
de induzir a apoptose das células tireoidianas, intensificar a hiperplasia e gerar o bócio.
Amiodarona: 15 a 20% de pacientes tratados com amiodarona apresentam disfunções na
tireóide. A amiodarona é usada para tratamento de distúrbios cardíacos e arritmias. Sua
estrutura é semelhante com o hormônio tireoidiano, o que pode explicar sua influência
sobre a glândula e libera excesso de iodo. O hipotireoidismo causado pela droga é de fácil
tratamento com Levotiroxina e o paciente não precisa interromper o seu uso. O
hipertireoidismo é menos frequente nesse caso.
Lítio: é usado para tratamento de transtornos de bipolaridade e mania aguda. Está
associado à autoimunidade e hipertireoidismo, pode causar o bócio e hipotireoidismo.
Cerca de 40 a 50% de pacientes tratados com lítio apresentam o bócio, T3 e T4
diminuídos e consequentemente TSH aumentado.
O lítio também pode aumentar o tamanho da glândula em até duas vezes, devido à sua
interferência em fatores de crescimento e ação semelhante a insulina, tirosina-quinase e
Wnt/beta-catenina.
O hipotireoidismo devido ao lítio é reversível com a retirada da droga.
Salicilatos: o acido aceltilsalicílico pode causar alteraçõesdevido a sua competição com os
hormônios tireoidianos pelas proteínas transportadoras, que leva a diminuição do TSH e
deslocamento do T3 e T4 dos seus sítios de ligação, elevando os níveis de T3 e T4 livres.
O ácido acetilsalicílico imita ações dos hormônios, mas não reverte as manifestações das
disfunções.
Agentes dopaminérgicos: a dopamina suprime a produção de TSH. Doenças de origem
psíquicas podem ser associadas a elevação ou supressão do TSH, mas seus valores
anormais nem sempre são associados com alterações sintomáticas da tireóide.
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Algumas medicações podem causar efeitos inesperados devido a alterações fisiológicas da
tireóide. Para diagnóstico das disfunções deve-se atentar para o uso de drogas e sua presença na
detecção primária. (CALLEGARO, L.F; VIANA, R.O. 2012)
USO DA ULTRASSONOGRAFIA PARA DIAGNÓSTICO TIREOIDIANO:
A ultrassonografia é utilizada para dar ênfase à formação dos nódulos, suas formas,
características e posição e também à presença de calcificações e linfonodos. Trata-se de um
procedimento de simples execução e não envolve processos de radiação ionizante, não é invasivo
e tem um custo baixo. Pode ser associado a outros procedimentos como Doppler colorido, biópsia
e citologia de agulha fina (PAAF) para precisão dos resultados.
Cerca de 10% dos adultos com disfunções tireoidianas apresentam nódulos palpáveis. As
mulheres geralmente são mais afetadas do que os homens.
Os nódulos são comuns, mas o câncer tireoidiano é raro, com incidência de cerca de
menos de 2,5% quando comparado a todas as neoplasias malignas.
O câncer é favorecido por fatores como a exposição à radiação ionizante, deficiência de
iodo, tireoidites, síndromes neoplásicas endócrinas e hiperplasias benignas.
O histórico familiar de um indivíduo deve ser levado em conta, visto que a probabilidade
de câncer é maior em indivíduos com parentes que já tiveram ou têm a doença.
O Instituto Nacional do Câncer (SEER) dos Estados Unidos estimou que em 20 anos, 99%
de pessoas com câncer tiveram resultados positivos ao tratamento quando diagnosticado
precocemente.
O nome nódulo é usado para descrever uma condição patológica tanto para cistos quanto
para massas sólidas. Os cistos podem apresentam coloides internos ou sangue (cistos
hemorrágicos). Os nódulos benignos são chamados de adenomatoides ou hiperplásicos, já os
nódulos malignos podem ser adenomas foliculares, carcinomas foliculares, adenomas de células
hurthle, carcinomas de células hurthle, carcinomas medulares, carcionomas anaplasicos, linfomas
primários da tireoide e doença metaplásica.
Os nódulos malignos tem quantidade muito inferior comparado aos benignos e a
ultrassonografia é de extrema importância para a distinção dos dois.
O procedimento de citologia de agulha fina (PAAF) é recomendado quando se trata de
nódulos sólidos maiores que 1 cm, em situações de crescimento nodular e invasão extracapsular e
presença de linfonodos cervicais suspeitos. (FILHO, A.R; MARITNS, W.D; FILHO, F.M. 2015)
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165
CONCLUSÃO:
Os testes laboratoriais devem ser pedidos com frequência pelos clínicos ou, de
preferência, por endocrinologistas e devem ser corretamente interpretados tanto para avaliação
rotineira quanto para monitoramento do tratamento, levando em consideração fatores interferentes
nos ensaios e a avaliação individualizada, devido ao fato de cada organismo responder de uma
forma.
Em casos de não conformidades clínicas são necessários um conjunto de exames
complementares para auxílio do diagnóstico.
Bibliografia
1. Callegaro, L. F., & Viana, R. O. (2012). Principais Drogas que Resultam em Doenças da
Tireóide. Revista Thêma et Scientia, 107-110.
2. Carvalho, G. A., Perez, C. L., & Ward, L. S. (2013). Utilização dos Testes de Função
Tireoidiana na Prática Clínica. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 193-
204.
3. Filho, A. R., Martins, W. d., & Filho, F. M. (2015). Ultrasson e Câncer da Tireóide: uma
revisão da literatura e critérios ecográficos. Revista Brasileira de Ultrassonografia, 40-45.
4. Vaisman, M., Rosenthal, D., & P. Carvalho, D. (2004). Enzimas Envolvidas na
Organificação Tireoideana do Iodo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia,
9-15.
5. Valente, O. (2013). Rastreamento Diagnóstico das Principais Disfunções da Tireóide.
Revista Diagnóstico e Tratamento, 49-51.
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PESQUISA NAS ÁREAS DE SAÚDE DA FACULDADE SÃO LOURENÇO SOBRE OS
ALIMENTOS TRANSGÊNICOS Paulo Henrique Cardoso Pinto; Naiara Negreiros; Maria Eduarda Junqueira Alves da Cunha; Bruno Vinicius da Silva
Sousa; Angélica Aparecida Silva; Lilian de Oliveira Nunes; Eliete Lourdes de Almeida Augusto.
RESUMO: Alimentos transgênicos são considerados organismos geneticamente modificados
(OGM), pois tiveram sua informação genética alterada através da inserção de trechos de outros
seres em seu material genético para que uma característica diferente se expresse. Questionando
o conhecimento público sobre os transgênicos, decidimos fazer uma pesquisa de campo com as
áreas da saúde da faculdade São Lourenço de Minas Gerais para compreendermos se os
alimentos geneticamente modificados estão sendo aceitos ou não pelos universitários.
PALAVRAS-CHAVE: rótulo; saúde; segurança alimentar; efeitos; Brasil.
Introdução
Um organismo é chamado de transgênico, ou geneticamente modificado, quando é feita uma
alteração no seu DNA, ou seja, no local onde estão as características de um ser vivo (GUIVANT,
2006). Desde a chegada dos alimentos transgênicos no Brasil, a população em geral, acompanha
a polêmica de forma bastante restrita e não conhece bem os efeitos que os alimentos
geneticamente modificados podem acarretar em sua saúde. Igualmente, não faz parte da cultura
do brasileiro exercer um controle de segurança e qualidade sobre os alimentos que consomem, ou
exigir dos órgãos competentes a fiscalização do cumprimento da legislação referente a segurança
alimentar. Afim de obtermos opiniões sobre os estudantes da área da saúde da Faculdade São
Lourenço – Minas Gerais, empregamos um questionário que visa obter a opinião dos estudantes,
por exemplo, se eles têm conhecimento sobre o que são alimentos transgênicos; se eles
pudessem escolher entre consumir um alimento modificado e um convencional, o que eles
escolheriam e sobre a importância dos rótulos na embalagem desses alimentos. Com isso,
observamos que existe algum conhecimento sobre o assunto, mas ainda há muitas questões em
aberto ou não respondidas.
Material e métodos
Aplicou-se um questionário presencial com 4 perguntas nos cursos de Biomedicina, Enfermagem
e Nutrição da Faculdade São Lourenço – MG, com o objetivo de colher as opiniões dos
universitários com relação aos alimentos transgênicos.
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Resultados
Tabela 1: Sobre a variável o que são alimentos transgênicos.
Tabela 2: Sobre a variável comer alimentos transgênicos.
Tabela 3: Sobre a variável possuir rótulo nas embalagens dos produtos.
0
20
40
60
80
100
Biomedicina Nutrição Enfermagem
Sabem o que são alimentos transgênicos
Sim Não Não Sei
0
20
40
60
80
100
Biomedicina Nutrição Enfermagem
Escolheriam comer alimentos transgênicos
Sim Não Não Sei
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Tabela 4: Sobre a variável liberação dos transgênicos.
Discussão e Conclusão
A questão dos transgênicos ainda causa muita discussão, pois há cientistas, produtores e
empresas que defendem a nova tecnologia dizendo que ela vai aumentar a produtividade, tornar o
preço desses produtos mais acessível e ainda permitir a redução dos agrotóxicos utilizados. Em
contra partida, os ambientalistas e outra parcela de pesquisadores afirmam que o produto é
perigoso: ainda não se conhece os efeitos na saúde humana e nem a dimensão dos impactos no
meio ambiente (Pimentel,2008).
Através dos resultados da pesquisa feita na faculdade São Lourenço, e análise dos gráficos 1,2,3
e 4 acima, observamos conclusivamente que os universitários também se encontram receosos por
não haver pesquisas que comprovem os efeitos dos alimentos transgênicos a longo prazo, mas
muitos deles consomem alimentos geneticamente modificados por questão de praticidade no dia a
dia. A maioria concorda que todas as empresas que trabalham com OGM devem incluir o rótulo
em suas embalagens, o que é obrigatório de acordo com o ‗‘Decreto nº 4680, de 24 de abril de
2003: Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal
0
50
100
Biomedicina Nutrição Enfermagem
Alimentos transgênicos deveriam
trazer informações no seu rótulo.
Sim Não Não Sei
0
20
40
60
80
Biomedicina Nutrição Enfermagem
Alimentos transgênicos deveriam ser
liberados.
Sim Não Não Sei
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que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem
prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis ‗‘(ANVISA,2003).
A presença dos rótulos diferenciados dá também ao consumidor a liberdade de escolha na hora
das compras. Entretanto, ainda vemos que há uma grande parcela da população brasileira que
não tem a mínima noção de que existe diferença entre os alimentos que estão consumindo. Por
isso, emissoras de televisão devem falar mais sobre o assunto, o governo deve investir em
pesquisas para comprovar os efeitos dos OGM a longo prazo e promover campanhas e palestras
para informar corretamente a população e dar-lhes a oportunidade de escolher realmente o que
consomem.
Referências Bibliográficas
APARECIDA PIMENTEL, Camila. Alimentos Transgênicos: Mitos e verdades, 2008.
S. GUIVANT, Julia. Transgênicos e percepção pública da ciência no Brasil, 2006.
ANVISA, Regularização de produtos – Alimentos. http://portal.anvisa.gov.br/registros-e-
autorizacoes/alimentos/produtos/rotulagem, 2003.
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PERFIL DE ATIPIAS CERVICAIS NOS ÚLTIMOS SETE ANOS NA CIDADE DE SÃO
LOURENÇO - MG
Alice Ramos Pereira Silva¹; Gabriela Cristina C. G. Campos2;
Giulliane Sthefani Campos³; Ruana dos Santos Gomes4.
Isabela Bacelar De Assis; Rodolfo Ribeiro Júnior².
RESUMO
OBJETIVO: A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) que acomete mulheres, principalmente em seu período sexual ativo, é um problema de saúde pública e demanda atenção pela gravidade de sua evolução, pois quando não assistida, pode ocasionar processos neoplásicos como câncer de colo uterino. Esta Doença Sexualmente Transmissível (DST), bastante comum, pode ser precocemente diagnosticada pelo exame simples de preventivo, conhecido popularmente como Papanicolaou, reduzindo em larga escala as complicações da mesma. Nessa luz, o presente trabalho voltou-se à análise da distribuição da frequência de atipias cervicais entre a população feminina do município de São Lourenço, sul de Minas Gerais. MÉTODOS: Levantamento e análise de dados dos registros da Secretaria de Saúde do município e discussão dos dados obtidos. RESULTADOS: Conforme os dados obtidos, dentro o período de 2009 a 2016, foram diagnosticadas 898 mulheres com atipias cervicais, sendo que 391 apresentaram diagnósticos de células atípicas de significado indeterminado escamosa, provavelmente não neoplásicas; 44 apresentaram diagnóstico de células atípicas de significado indeterminado escamosa, sem afastar alto grau; 378 apresentam lesão de baixo grau (compreendendo efeito citopático pelo HPV e neoplasia intraepitelial cervical grau I); 81 mulheres apresentaram lesão de alto grau (compreendendo neoplasia intraepitelial cervical grau II e III); 2 mulheres apresentaram lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão e 2 mulheres foram diagnosticadas com carcioma epidermóide invasivo. Os dados analisados apontaram necessidade premente de se promover atenção quanto ao problema. CONCLUSÃO: Diante ao quadro observado, sugere-se a promoção de campanhas de conscientização voltadas para a importância de um diagnóstico recente, bem como a prevenção das atipias cervicais diante a realização do exame preventivo regularmente, enriquecendo o assunto e contribuindo para a minimização dos impactos e reflexos do HPV na sociedade. PALAVRA-CHAVE: Papilomavírus Humano; câncer; colo uterino. ABSTRACT OBJECTIVE: Human papillomavirus (HPV) infection, especially in the active sexual period, is a public health problem and requires attention due to the severity of its evolution, because when it is not treated it can lead to neoplastic processes such as cervical câncer. This fairly common Sexually Transmissible Disease (STD) can be early diagnosed by the simple preventive exam, popularly known as Papanicolaou, reducing its complications to a large extent. In this light, the present work turned to the analysis of the distribution of cervical atypical frequency among the female population of the municipality of São Lourenço, south of Minas Gerais. METHODS: Data
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collection and analysis of the records of the Municipal Health Department and discussion of the data obtained. RESULTS: According to the data obtained, in the period from 2009 to 2016, 898 women with cervical atypia were diagnosed, of which 391 presented diagnoses of atypical cells of unspecified squamous significance, probably not neoplastic; 44 presented a diagnosis of atypical cells of squamous indeterminate meaning, without departing high degree; 378 present a low grade lesion (comprising HPV cytopathic effect and grade I cervical intraepithelial neoplasia); 81 women presented high grade lesions (including grade II and III cervical intraepithelial neoplasia); 2 women had a high grade intraepithelial lesion and could not exclude microinvasion and 2 women were diagnosed with invasive squamous cell carcinoma. The data analyzed pointed out the urgent need to promote attention to the problem. CONCLUSION: In view of the observed picture, we suggest the promotion of awareness campaigns focused on the importance of a recent diagnosis, as well as the prevention of cervical atypia in the face of regular preventive examination, enriching the subject and contributing to the minimization of the impacts and reflexes of HPV in society. KEYWORDS: Human Papillomavirus; cancer; uterine lap. INTRODUÇÃO As neoplasias intraepiteliais cervicais (NICs) são lesões proliferativas atípicas de graus variáveis que acometem o epitélio escamoso cervical do colo do útero nas mulheres. Quando não assistidas, essas lesões podem progredir e evoluir para o câncer do colo do uterino (AIDÉ; ALMEIDA; VAL et al., 2009). As NICs são caracterizadas por graus de atipias celulares compreendendo parte ou toda espessura do epitélio cervical. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é apontada como importante fator causal das neoplasias intraepiteliais do trato genital inferior.
O Papilomavírus Humano (HPV), constitui-se de pequenos vírus não-envelopados, de simetria icosaédrica, pertencentes à família Papillomaviridae, do gênero Papilomavírus e possui o genoma formado por duas fitas circulares de DNA. Sua replicação ocorre através de uma região codificadora de proteínas que confere a capacidade de transformar e imortalizar as células hospedeiras. Embora pouco conhecido pela população, o HPV se destaca como uma das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) mais comuns no mundo. O desenvolvimento da doença é responsável por 90% dos casos de câncer do colo uterino (SOUTO; FALHARI; CRUZ, 2005).
A relação do HPV com o câncer do colo uterino se deu em 1949 através do patologista George Papanicolaou, o qual introduziu e deu nome ao exame para detectar a doença. Este exame identifica as lesões celulares pré-malignas e o possível desenvolvimento da neoplasia. A infecção pelo HPV é condição necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer do colo do útero, uma vez que somente algumas mulheres o desenvolvem. Dentre as vias de transmissão do HPV, a mais comum é o contato sexual, por isso é de suma importância educar a população quanto ao modo de transmissão, evitando assim sua disseminação (NAKAGAWA; SCHLRMER; BARBLERL, 2010).
O presente trabalho tem por objetivo apresentar e analisar os dados coletados sobre a ocorrência de atipias cervicais no município de São Lourenço, no período de 2009 a 2016, obtidos junto às Unidades de Saúde, a fim de contribuir com a divulgação e a prevenção da enfermidade junto a população alvo do município.
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MÉTODOS Levantamento, análise e discussão de dados sobre atipias cervicais dos registros da
Secretaria de Saúde do município de São Lourenço, no período entre 2009 e 2016.
RESULTADOS Os dados relativos às ocorrências foram obtidos junto à Secretaria de Saúde de São
Lourenço e se referem ao período entre 2009 e 2016. As ocorrências registradas permitem reflexões sobre o perfil dos bairros Carioca, Vila
Nova e Centro. A manifestação do tipo células atípicas de significado indeterminado escamosas, provavelmente não neoplásicas, registrou no bairro Carioca, 63 casos, no Vila Nova 41 e Centro, apenas 1 caso. Nas classificação de células atípicas de significado indeterminado escamosa sem afastar alto grau, a ocorrência foi de 11 casos no bairro Carioca, 7 casos no Vila Nova e 1 registro no Centro. As lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LSIL) compreendendo efeito citopático pelo HPV e neoplasia intraepitelial cervical grau I, registrou 70 casos no bairro Carioca, 45 no bairro Vila Nova e 1 registro no Centro. Já na lesão intraepitelial cervical de alto grau (HSIL), compreendendo neoplasia intraepitelial cervical grau II e III, registrou 11 casos no Carioca, 9 no Vila Nova e prevaleceu com 1 registro da manifestação das atipias cervicais no Centro. Na lesão intraepitelial cervical de alto grau, não podendo excluir microinvasão houve uma manifestação no bairro Vila Nova. No carcinoma epidermóide invasvo, o câncer propriamente dito, o Vila Nova registrou 2 casos, levando uma das pacientes a óbito.
DISCUSSÃO
Em termos globais, 85% do câncer cervical incidente e 50% das mortes ocorrem nos países em desenvolvimento. Infelizmente, a maioria das regiões do Brasil ainda demonstra altas taxas de mortalidade, ocupando o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres brasileiras (LORENZI; SYRJANEN; LONGATTO, 2015).
As taxas de incidência estimada e de mortalidade no Brasil apresentam valores intermediários em relação aos países em desenvolvimento, porém são elevadas quando comparadas às de países desenvolvidos com programas de detecção precoce bem estruturados. Países europeus, Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália apresentam as menores taxas, enquanto países da América Latina e, sobretudo, de regiões mais pobres da África, apresentam valores bastante elevados (INCA, 2015).
No Brasil, o câncer do colo do útero se destaca como o mais incidente na região Norte, com 23 casos por 100 mil mulheres. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste ocupa a segunda posição, com taxas de 20/100 mil e 18/100 mil, respectivamente, e é o terceiro mais incidente nas regiões Sudeste (11,3/100 mil) e Sul (16/100 mil) (INCA, 2009). Em Minas Gerais, as estimativas para novos casos de câncer uterino no ano de 2016, foi de 1.030 novos casos com taxa bruta de incidência de 9,63 por 100 mil habitantes. Na capital, Belo Horizonte, a estimativa foi de 170 novos casos com taxa bruta de 12,48/100 mil habitantes (Estimativa - INCA, 2016).
As lesões precursoras do câncer do colo uterino, são lesões proliferativas de maturação anormal, atipias que acometem parte ou toda espessura do epitélio cervical. Essas atipias cervicais possuem variáveis graus, sendo classificadas em diversos níveis de acordo com a gravidade do acometimento (AIDÉ; ALMEIDA; VAL et al. 2009). A proliferação celular e atipias citológicas são as características histológicas dessas lesões. A infecção pelo HPV é o fator principal causal das lesões pré-cancerosas do colo do útero que podem evoluir para o câncer.
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Os dados elencados junto à Secretaria de Saúde do município de São Lourenço permite inferir que 898 mulheres apresentaram manifestação de atipias cervicais nos anos de 2009 a 2016.
As ocorrências registradas permitem reflexões sobre diversos aspectos. O bairro Carioca apresentou incidência de casos de atipias cervicais com um total de 155 casos. O bairro Vila Nova registrou 103 casos de atipias cervicais e 2 casos de carcionoma epidermóide invasivo, levando uma das pacientes a óbito. Já o Centro da cidade apresentou apenas 4 casos de células atipias.
Diante o quadro observado, podemos inferir que as pessoas residentes no Centro do município de São Lourenço são mais instruídas a realizarem regularmente o Papanicolaou. Em contrapartida, o bairro Carioca e Vila Nova, são bairros mais afastados e coincidentemente o nível cultural das pessoas é menor, sendo um dos motivos que contribuiu para o aparecimento do câncer do colo uterino.
CONCLUSÃO Torna-se necessário a implantação de campanha de conscientização para a minimização
da dispersão da DST precursoras das atipias cervicais. É também fundamental que os serviços de saúde do município capacitem seus profissionais para orientarem as mulheres e a comunidade em geral sobre a importância do exame de Papanicolaou e o esclarecimento quanto às medidas de prevenção.
REFERÊNCIAS
1. AIDÉ, S. et al. Neoplasia Intraepitelial Cervical. DST - J bras Doenças Sex Transm,
21(4), 166-170, 2009.
2. SOUTO, R.; FALHARI, J. P. B.; CRUZ, A. D. O Papilomavírus Humano: um fator
relacionado com a formação de neoplasias. Rev Bras de Cancerologia 2005; 51(2):
155-160.
3. NAKAGAWA, J. T.T.; SCHLME, J.; BARBLERL, M. Vírus HPV e câncer do colo de
útero. Rev. Bras Enferm 2010; 63(2): 307-11.
4. LORENZI, T. A.; SYRJANEN, J. K.; LONGATTO, F. O Papilomavírus Humano, triagem
e carga de câncer cervical. A perspectiva brasileira. Biblioteca Nacional de Medicina dos
Estados Unidos 2015.
5. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Estimativa 2016. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA 2015.
6. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Estimativa 2010. Incidência do Câncer
no Brasil. Rio de Janeiro: INCA 2009
7. INSTITUTO NACIONAL DO CANCER (INCA). Diretrizes Brasileiras para o
rastreamento do câncer do colo do útero. Rio de Janeiro 2016.
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CÂNCER DE MAMA: UMA QUESTÃO PARA OS HOMENS
THEZOLIM, F. A. D. O; MONTEIRO, G. S; OLIVEIRA, C. O; GONÇALVES, B. R.
RESUMO:O câncer de mama em homens é uma doença pouco conhecida. Sua abordagem em
estudos clínicos e publicações é pouco frequente. Foi realizada uma revisão da literatura,
priorizando a epidemiologia, os fatores de risco e a patologia. Os fatores de risco incluem Os
fatores de risco incluem hiperestrogenismo, idade, histórico familiar, síndrome de Klinefelter e
fatores ambientais. O A neoplasia mamária masculina corresponde a 1% de todas as neoplasias
da mama, sendo assim a baixa incidência contribui tanto para que pacientes e profissionais da
saúdenão se atentem para essa doença. O tratamento é semelhante ao do câncer de mama na
mulher: cirurgia, hormonioterapia, quimioterapia e radioterapia.
PALAVRAS-CHAVE: câncer; mama; homens.
INTRODUÇÃO
Embora seja mais frequente em mulheres, o câncer de mama também pode afetar os homens,
pois desenvolve-se em células que também estão presentes nos mamilos masculinos. Ele é mais
comum em homens com idades entre os 50 e 65 anos, assim como em homens que tenham
casos de câncer de mama na família.O câncer de mana masculino é responsável por menos de
0,1% das mortes. Sua predominância aumenta com a idade, sendo muito raro antes dos 30 anos.
As taxas de incidência e de mortalidade vêm se mantendo estáveis, mas um estudo apresentou
aumento de incidência no Estado da Flórida, Estados Unidos, onde foi realizada uma comparação
entre o ano de 1990, que demonstrou uma taxa de 0,9/100.000, e o ano de 2000, quando a taxa
foi de 1,5/100.000(FENTIMAN et al., 2006).
METODOLOGIA
Este trabalho buscou conhecer e analisar os artigos científicos acerca da neoplasia mamária masculina. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa. Para a coleta de dados foi utilizado levantamento eletrônico de artigos indexados na base de dados SCIELO. Foram utilizamos na busca a intersecão dos seguintes descritores: Câncer de mama, fatores de risco, câncer de mama masculino, câncer.
Para última análise foram utilizados revisões bibliográficas para mostrar os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer e alertar para a importância da prevenção da doença.
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RESULTADO E DISCUSSÃO
O câncer de mama em homens é incomum, representando cerca de 1% de todos os casos de
cânceres de mama, mas é uma realidade a ser encarada (NGUYEN et al., 2013).
De forma similar ao que ocorre na maioria das neoplasias, a etiologia é desconhecida, porém são
conhecidos fatores associados ao maior risco. Há fatores de risco similares e distintos aos das
mulheres.
História familiar positiva em parentes de primeiro grau está presente em 20% dos casos. A
predisposição genética está associada ao câncer de mama, o que pode aumentar até 2,5 vezes o
risco de desenvolver a doença (CARMALT et al., 1998).
Os fatores ambientais também são predominantes para a manifestação da doença. Alguns autores
relatam associação à exposição ocupacional. São exemplos: homens com exposição profissional
crônica a altas temperaturas e trabalhadores em indústrias químicas, de sabão e perfumes.
Existem ainda evidências em relação à exposição profissional à gasolina e em homens que
trabalham em empresas de fumo4,8. Na literatura existem relatos de que, em consequência da
exposição a campos eletromagnéticos, ocorre a formação de tumores mamários em animais, por
causa da inibição da glândula pineal, com diminuição da melatonina. Um estudo mostra aumento
do risco nessa situação, porém não definiu claramente o tempo de exposição necessário
(FENTIMAN et al., 2006).
O uso de estrogênio exógeno aumenta o risco de tumores, como no tratamento hormonal do
câncer de próstata e em seu uso por transexuais. Nesta situação, existem relatos até do
desenvolvimento de câncer de mama bilateral . Em relação ao risco associado com o estrogênio
endógeno, as evidências são mistas. Na síndrome de Klinefelter (cariótipo 47XXY e fenótipo
mostrando disgenesia testicular, ginecomastia e redução dos níveis de testosterona e aumento
das gonadotrofinas) existe aumento do risco de câncer de mama, que é de 20 a 50 vezes maior do
que em homens com cariótipo 46XY(GENNARI et al., 2004).
Obesidade é uma das causas mais frequentes de hiperestrogenismo em homens e tem sido
implicada como fator de risco para câncer de mama. Um estudo mostrou que obesidade duplica o
risco em comparação com o caso-controle11. A associação com cirrose, que cursa com
hiperestrogenismo, ainda não foi demonstrada. Contudo, existe um estudo com uma amostra de
11 mil homens com cirrose mostrando que, neste grupo, a ocorrência de câncer de mama foi
quatro vezes maior do que na população em geral4,12. A ginecomastia, que é comum em
adolescentes e em pacientes mais idosos, não está definida como fator de risco3,9. Há relato de
casos de tumores bilaterais de mama masculina que ocorreram em pacientes com
hiperprolactinemia secundária a adenomas hipofisários.
Nos homens o câncer de mama raramente é diagnosticado, principalmente na ausência de sinais
clínicos, como ocorre nas mulheres. O mais comum no exame físico, é a massa mamária
subareolar, firme e indolor, com tendência central. Conforme a doença avança, pode haver
alterações mamilares, como, por exemplo, retração, derrames e ulcerações (LATTIN et al., 2013).
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O diagnóstico do câncer de mama masculino, geralmente, apresenta atraso em relação ao início
dos sintomas. Essa demora no diagnóstico foi imputada pela raridade da doença assim como ao
baixo índice de suspeita, tanto dos pacientes quanto dos médicos(GENNARI et al., 2004).
Os procedimentos para o diagnóstico são parecidos com os que são realizados nas mulheres. A
mamografia é um excelente exame para os homens com mais de 50 anos de idade e que
apresentam lesões mamárias. Também há um método auxiliar que pode ser usado, a
ultrassonografia (MEGUERDITCHIAN et AL., 2002).
Os tratamentos fixam-se nas mesmas recomendações usadas para mulheres, usando
procedimentos menos invasivos, como a mastectomia radical modificada e mastectomia simples
(FENTIMAN et al., 2006).
A quimioterapia sistêmica parece melhorar a vida dos pacientes com câncer. Essa opção de
tratamento pode ser sugerida aos pacientes com grande risco de repetição, seguindo os mesmos
critérios para seu uso nas mulheres (FENTIMAN et al., 2006).
O câncer de mama masculino tende acometer homens de idade mais avançada. Uma série de
casos de pacientes masculinos com câncer de mama demonstrou que cerca de 40% dos
pacientes foram a óbito por outras causas que não o câncer de mama (CHUNG et al., 1990).
CONCLUSÃO
O tumor de mama masculino é caracterizado diferente daqueles encontrados em mulheres, o que
o torna diferente na evolução e progressão da doença.Os homens precisam saber que o câncer
de mama não é restrito apenas às mulheres. Os possíveis sinais de câncer de mama em homens
incluem:Protuberância ou inchaço, geralmente (mas nem sempre) indolor; Pele ondulada ou
enrugada; Retração do mamilo; Vermelhidão ou descamação da pele da mama ou do mamilo;
Inchaço nos linfonodos axilares. O tratamento é o mesmo para homens e mulheres e pode incluir
a mastectomia, quimioterapia, radioterapia ou até mesmo bloqueadores hormonais. Além disso,
existe também a chamada ―terapia alvo‖, um novo tipo de tratamento que usa substâncias para
identificar e atacar especificamente as células cancerígenas, provocando menos efeitos colaterais
no paciente.
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HEPATITE C: CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA QUE AGE EM SILÊNCIO, E JÁ ATINGE
APROXIMADAMENTE 3% DA POPULAÇÃO MUNDIAL Denílson Cristian Ribeiro 1; Júlio Vianna de Souza Blumer 2; Filipe Henrique Jacinto 3; João Pedro Silvério Diniz 4 ;
Vitor André de Souza 5; Tiago Souza Reis 6
Professor Leonardo Campos Fonseca 1 Acadêmico do 2° período de biomedicina da Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected]
Acadêmico do 2° período de biomedicina da Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected]
Acadêmico do 2° período de biomedicina da Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected] Acadêmico do 2° período de biomedicina da Faculdade São Lourenço. E-mail: [email protected]
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Acadêmico do 2° período de biomedicina da Faculdade São Lourenço. E-mail:[email protected] Professor da Faculdade São Lourenço. E-mail:[email protected]
Resumo: A hepatite C é uma doença que atinge aproximadamente 3% da população mundial. Ela
é causada pelo vírus VHC, e é transmitido principalmente por sangue contaminado. Os pacientes
infectados pelo vírus tem a tendência de desenvolver uma forma crônica da doença que leva a
lesões graves no fígado. Atualmente a hepatite C e classificada em seis genótipos principais e
diversos subtipos, sendo que o genótipo 1 do VHC e o mais comum encontrado em pessoas que
sejam portadoras da hepatite c no Brasil. O diagnostico da hepatite C e feito por um teste
sorológico, que é imnoenzimático que visa encontrar anticorpos do vírus no organismo. A hepatite
c era tratada através dos medicamentos ribavarina e interferon, que acabavam causando muitos
efeitos colaterais, mas hoje em dia novos medicamentos que causam menos efeitos coleterais
foram introduzidos no mercado mundial. A hepatite C é umas das poucas enfermidades crônicas
que podem ser curada. Quando não e possível, o tratamento busca conter a progressão da
doença e evitar as complicações.
Palavras-chaves: hepatite C, diagnóstico, transmissão, tratamento
Introdução
A hepatite C e uma doença hepática que e transmitido pelo vírus VHC, e tem como
principal prejuízo para o individuo infectado o desenvolvimento de doenças crônicas que levam
lesões graves no fígado. Atualmente a hepatite c e classificada em seis genótipos principais e
diversos subtipos, sendo que o genótipo 1 do VHC e o mais comum encontrado em pessoas que
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sejam portadoras da hepatite C no Brasil. O VHC e transmitido principalmente por sangue
contaminado, mas outras formas de transmissão são muitos relevantes. A evolução da doença e
geralmente lenta e assintomática, tornando o diagnostico difícil. Dados recentes relevam que
aproximadamente 3% da população mundial estejam infectados pelo vírus VHC, e o numero de
pessoas que estão infectados pelos vírus que não tem conhecimento de tal fato se torna relevante.
O diagnóstico da hepatite C e feito por um teste sorológico, que é imnoenzimatico que visa
encontrar anticorpos do vírus no organismo, o teste é chamado de (ELISA), tendo avanços neste
teste surgiram a duas novas gerações a segunda e terceira que o aumentaram a sensibilidade e
especificidade do teste (ELISA II e ELISA III). O tratamento da hepatite C e era feito através da
utilização da ribavarina e do interferon que apresentam resultados satisfatórios entre 40% e 50%
dos pacientes tratados, mas a utilização destes medicamentos causavam alguns efeitos colaterais,
como dores no corpo, febre, depressão entre outros. Em 2015 novos medicamentos foram
introduzidos no mercado, o daclastavir, o simeprevir sódico e o sofosbuvir. A vantagem destes
medicamentos é que eles produzem menos efeitos colaterais, e dispensam o uso do interferon,
aumentando assim a chance de cura para mais de 90% dos casos. A hepatite C é umas das
poucas enfermidades crônicas que podem ser curada. Quando não e possível, o tratamento busca
conter a progressão da doença e evitar as complicações.
Materiais e métodos
Este trabalho buscou conhecer e analisar os artigos científicos acerca da hepatite C. Trata-se de
uma pesquisa de natureza qualitativa. Para a coleta de dados foi utilizado levantamento eletrônico
de artigos indexados na base de dados SCIELO. Foram utilizados na busca a intersecão dos
seguintes descritores: Hepatite C, fatores de risco, fígado, vírus. Para última análise foram
utilizados revisões bibliográficas para mostrar os fatores de risco para o desenvolvimento do
câncer e alertar para a importância da prevenção da doença.
Resultados e discussões
Agente Viral e Transmissão
O estudo sobre VHC impõe grandes dificuldades, por este ser um patógeno humano, não
havendo animal de experimentação ou meios que se adaptem a pesquisa, exceto o chimpanzé, de
custos proibitivos. O vírus VHC e causador de 90% das hepatites pós-transfuncionais, por esta
razão pessoas que receberam uma transfusão de sangue ou de hemocomponentes ate o inicio
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dos anos 90 podem ter sido contaminados pelo vírus, pois há obrigatoriedade dos testes
sorológicos (anti- VHC) só foi implantada no Brasil a partir de 1993, após esta data a infecção por
meios transfucionais tornou se raro. (Joo M, Habn YS, 2000).Algumas outras formas de
contaminação continuaram a disseminar a doença como: os procedimentos médicos,
odontológicos, de acupuntura, ou de tatuagem. Portanto qualquer material que possa efetuar
cortes ou perfurações podem se tornar veículos do vírus, e algumas coisas simples como o alicate
da manicure, a lâmina do barbeiro ate mesmo escovas de dente compartilhadas são exemplos
comuns destes veículos. Não podemos deixar de ressaltar a possibilidade de transmissão
sexualmente da doença. O índice da contaminação de parceiros varia de 6% a 10%. Já a
transmissão materna fetal tão relevante na hepatite B, releva-se pouca relevante na transmissão
da hepatite C, tornando quase raro os casos de transmissão por esta forma. (Strauss E, Guz B,
Fernandes HS, Almeida AL, Chamone DAF, 1996).
O vírus da hepatite C é caracterizado pela significativa heterogeneidade genética e é
atualmente classificado em seis genótipos principais e diversos subtipos. No Brasil notasse a alta
prevalência do genótipo 1. (Tanaka E, Ohue C, Aoyagi K, Yamaguchi K, Yagi S, Kiyosawa K, Alter
HJ, 2000).
Os aparecimentos de anticorpos que evidenciariam a presença do vírus VHC no
organismo demoram em torno de 4 a 24 semanas após a contaminação, por este vírus. Por este
motivo 70% dos casos dos indivíduos infectados evoluem para a cronicidade sem mesmo o
paciente ter conhecimento da infecção. (Simmonds P, 2000).
Patogênese
A grande capacidade mutagênica do vírus torna a resposta imunológica desenvolvida pelo
hospedeiro pouco efetivo. O aumento da carga viral pode ocorrer por fatores hormonais e
genéticos, fazendo com que a doença progrida mais rapidamente no sexo masculino. A idade e o
consumo de bebidas alcoólicas também influenciam e muito o aumento da carga viral. Mas este
aumento da carga viram na significa o aparecimento de sintomas. O surgimento de sintomas pode
aparecer somente, após anos e ate décadas após a infecção. (Missale G, Bertoni R, Lamonaca V,
Valli A, Massari M, Mori C, Rumi MG, Houghton M, Fiaccadori F, Ferrari C, 1998).
Nos últimos anos, diferentes pesquisas têm evidenciado que as lesões hepáticas se
relacionam a mecanismos imunomediados. A qualidade da resposta imunológica célula-mediada
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parece ser crucial para a eliminação ou persistência do VHC, conforme a hipótese mais aceita
ultimamente. Os linfócitos TCD4, como se sabe, apresentam respostas distintas Th1 e Th2.
Enquanto as células Th1 secretam interleucina 2 e interferon gama estimulando a resposta
antiviral do hospedeiro, as células Th2 produzem interleucinas 4 e 10, que estimulam a formação
de anticorpos e inibem a resposta Th1. O desequilíbrio entre as respostas Th1 e Th2 seria
responsável tanto pela incapacidade de eliminação do VHC como pela maior ou menor gravidade
da lesão hepática. Porém, não se conhecem os elementos que condicionam o desenvolvimento
de um ou outro tipo de resposta imunológico. (Missale G, Bertoni R, Lamonaca V, Valli A, Massari
M, Mori C, Rumi MG, Houghton M, Fiaccadori F, Ferrari C, 1998).
Outra importante linha de pesquisa na busca de elucidação patogênica da hepatite C é o
estudo das interações entre proteínas virais e do hospedeiro. Algumas proteínas do VHC teriam
capacidade de disparar um sinal iniciador de processos celulares como proliferação,
diferenciação ou apoptose. Recente investigação, confirmando a importância da proteína X do
VHB nesse processo, demonstrou ainda que a proteína do core do VHC teria o sinal mais potente
para iniciar as alterações celulares. (Kato N, Yoshida H, Ono-Nita SK, Kato J, Goto T, Otsuka M,
Lan KH, Matsushima K, Shiratori Y, Omata M. 2000).
Diagnóstico
A genotipagem do VHC constitui ferramenta essencial na prática clinica em razão de sua
importância nas decisões terapêuticas. A investigação do genótipo do VHC tem, ainda,
importância em investigações imunológicas que visam o desenvolvimento de vacinas. (Fried MW,
Shiffman ML, Reddy KR, Smith C, Marinos G, Gonçales Jr FL, Häussinger D, Diago M, Carosi G,
Dhumeaux D, Craxi A, Lin A, Hoffman J, Yu J, 2002).
O diagnóstico da hepatite C e feito por um teste sorológico, que é imnoenzimatico que
visa encontrar anticorpos do vírus no organismo, o teste é chamado de (ELISA), tendo avanços
neste teste surgiram a duas novas gerações a segunda e terceira que o aumentaram a
sensibilidade e especificidade do teste (ELISA II e ELISA III). Embora muito útil para diagnostico
de hepatites crônicas o ELISA costuma apresentar resultado negativo nos primeiros meses após a
contaminação, fazendo assim o diagnostico ficar mais difícil nas fases inicias da hepatite aguda,
ou ate mesmo ate mesmo falseando resultado negativo em doadores de sangue contaminados.
(Lam NP, Neumann AU, Gretch DR, Wiley TE, Perelson AS, Layden TJ, 1997).
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Existem técnicas de biologia molecular para a detecção direta do RN DO VHC, porem é
mais complexas, menos acessíveis, que ganharam espaço e estão sendo consideradas
necessárias para confirmar o diagnostico. Outra técnica muito utilizada é a reação em cadeia da
polimerase (PCR), ela amplifica a parte do genoma do vírus, sendo extremamente sensível,
entretanto devido a problemas de especificidade e precisão, apresentam porcentagens
significativas de erros. ( Zaaijer HL, Cuypers HT, Reesink HW, Winkel IN, Gerken G, Lelie
PN,1993).
Para confirmação do diagnóstico de hepatite c é aconselhável à determinação qualitativa
do RNA-VHC, de preferência por PCR. (Chutaputti A. 2000).
Tratamento
O tratamento da hepatite C objetiva deter a progressão da doença pela inibição da
replicação viral. Quando se reduz a atividade inflamatória, costuma impedir a evolução para
cirrose e carcinoma hepatocelular, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Porém os
medicamentos disponíveis até o momento conseguem atingir os objetivos propostos em menos da
metade dos pacientes tratados. Embora seja desanimadora, a situação atual ainda é boa se
comparada aos tratamentos de 10 ou 15 anos atrás. A diagnóstica precoce ajuda no tratamento de
pacientes assintomáticos, impedindo que quase metade deles evolua para fases sintomáticas da
doença hepática de mais difícil controle. (Marcellin P, Lévy S, Erlinger S, 1997).
Os medicamentos disponíveis, Interferon e Ribavirina, provocam efeitos colaterais
importantes e devem ser administrados por período de tempo prolongado que exige o
monitoramento medico constante. Sendo que a história natural da doença não é bem conhecida,
havendo a possibilidade de indivíduos infectados evoluírem com lesões hepáticas mínimas por
várias décadas e apenas 20% chegarem à fase cirrótica, o tratamento necessita de indicações
especificas. Outro aspecto importante é o alto custo do processo terapêutico, que influencia toda
sociedade, já que em nosso país existe a distribuição dos medicamentos pelo SUS. (Marcellin P,
Lévy S, Erlinger S, 1997).
Com a evolução das pesquisas, novos medicamentos com ação antiviral foram
incorporados ao tratamento da hepatite C. O telaprevir e o boceprevir fazem parte da classe de
inibidores de protease (enzima necessária para reprodução do vírus) e são distribuídos pelo SUS
para os pacientes infectados com genótipo 1 e doença com estagio avançado. (Dráuzio V, 2015).
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E os avanços não pararam por ai. Nos primeiros meses de 2015, outros três
medicamentos para o tratamento da hepatite C crônica tiveram o registro aprovado pela ANVISA
(Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), sem o qual não poderiam ser comercializados no
Brasil. São eles: o daclastavir, o simeprevir sódico e o sofosbuvir. A vantagem sobre os demais e
que dispensam o uso do interferon, são administrados por via oral, por mens tempo, (12 meses),
produzem menos efeitos colaterais e aumentam a chance de cura para mais de 90% dos casos.
(Dráuzio V, 2015).
Segundo dados fornecidos pelo Ministério da saúde, a previsão era que essas drogas
seriam distribuídas pelo SUS, gratuitamente ainda em 2015. (Dráuzio V, 2015).
Considerações Finais
Em geral, visa-se a melhora no tratamento da patologia, devido à cronicidade da mesma
uma vez identificada no organismo, pois atinge uma grande parcela da sociedade, a ciência tem
proposto significativos avanços entre as práticas que visam o diagnóstico e o tratamento da
doença, entre os testes citados anteriormente, o que mais tem se destacado é a reação em cadeia
polimerase (PCR), ao apresentar uma metodologia com maior benefício de tratamento na
aplicação de algumas práticas decorrentes, cujo acesso atinge maior proporção social por
apresentar um custo menos elevado em relação a outros métodos, porém devido a sua baixa
especificidade faz-se indispensável à manifestação de novos procedimentos, devido à pertinência
deste evento, objetivando maior clareza e exatidão no diagnóstico expandindo a eficácia do
tratamento, também se faz fundamental que posteriores técnicas exteriorizem maiores
probabilidades de recuperação em consequência de que o vírus VHC não é facilmente detectável
e os sintomas podem retardar a aparecer.
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INFLUÊNCIA DO ESTRESSE NA QUALIDADE DO SONO DE ACADÊMICOS DE CURSOS
NOTURNOS
CASTRO, E.J.S1; CARVALHO, D.C.S2; LIMA, P.C2;ASSIS, I.B3; MARINS, F.R4,
1Aluna do quarto período de Biomedicina, Faculdade de São Lourenço–UNISEP, [email protected] 2 Aluna do quarto período de Biomedicina, Faculdade de São Lourenço-UNISEP 3Biomédica, Mestre em Ciências da Saúde, Professora da Faculdade de São Lourenço-UNISEP 4Fisioterapeuta, doutora em Fisiologia e Farmacologia, Professora da Faculdade de São Lourenço-UNISEP
RESUMO:A formação acadêmica é fundamental para a capacitação profissional e sua efetividade depende de condições adequadas, do meio físico, qualidade de ensino, tempo de estudo, concentração e nível de atenção. O estresse e o sono são fatores que influenciam diretamente o aprendizado. Dentro dessa ótica, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a correlação entre estresse, sono e estudantes acadêmicos de cursos noturnos. A literatura elucidou alterações nos níveis de estresse emocional e no sono entre os acadêmicos analisados. Os fatores desencadeantes são a necessidade de deslocamento entre cidades, cansaço físico e mental associados ao trabalho realizado no período diurno,bem como os demais desafios já esperados para um ensino de graduação. Futuras avaliações serão realizadas para verificar estes parâmetros, nas quais o espaço amostral será a nossa própria instituição: os estudantes da Faculdade de São Lourenço – MG/ Brasil. PALAVRA CHAVE:SONO; ESTRESSE; ENSINO SUPERIOR NOTURNO. INTRODUÇÃO: O sono é uma função biológica fundamental na consolidação da memória, na visão binocular, no termo regulação, na conservação e restauração da energia (REIMÃO,1996), e restauração do metabolismo energético cerebral (FERRARA & DEGENNARO,2001).Ele varia ao longo do desenvolvimento humano quanto a duração, distribuição de estágios e ritmo circadiano (POYARES & TUFIK, 2002). Frente a situações estressantes, ocorrem perdas na duração, manutençãoe qualidade(FERRARA & DE GENNARO, 2001) do sono. Estresse tem sido muito estudado por pesquisadores que comparam sua relação com a saúde (SOUZA, 2004). Hans Selye, em 1926 definiu estresse como "um conjunto de relações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço e adaptação'', e estressor ''é todo agente ou demanda que evoca reação de estresse, seja de natureza física, mental ou emocional‖ (SELYE, 1950). O sono e o estresse interagem de forma bidirecional, compartilhando vias múltiplas que afetam o Sistema Nervoso Central (SNC),o metabolismo e podem constituir mecanismos subjacentes responsáveis em parte pela crescente prevalência de distúrbios metabólicos, como obesidade e diabetes (SOUZA, 2004). Apesar de clara a relação entre estresse e sono, existe poucos estudos que abordaram essas variáveis frente ao contexto do estudante de curso superior noturno. O predomínio do período noturno no ensino superior merece atenção quanto à caracterização do seu estudante, embora, inexistam estatísticas oficiais que discutam sua condição socioeconômica, sexo, faixa etária, atividades diárias e outros atributos pessoais (VARGAS 2010). Além de se pensar nos benefícios de um curso noturno, deve ser lembrado que
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existem as dificuldades enfrentadas por estes estudantes no desenrolar da graduação, como tempo reduzido com a família, obstáculos contrários ao exercício do estudo extraclasse, dificuldade de aprendizado (muitas vezes relacionada com a carga horária de trabalho), sono reduzido e nível elevado de estresse.O objetivo deste estudo foi reavaliar os dados existentes na literatura que correlacionem estresse, sono e estudantes noturnos de nível superior. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão de literatura nos sites PUBMED e SCIELO, buscando pelas palavras chaves: Estresse, Sono e Estudante de curso superior noturno. RESULTADOS E DISCUSSÃO:O estilo de vida imposto pelo trabalho e pela família, problemas físicos e psicológicos associado a mudanças sociais, tornaram o estresse e a restrição do sono endêmicos. Essas alterações promovem um grande impacto no processo metabólico já que os níveis de hormônio do estresse se correlacionam positivamente com a diminuição da duração do sono, enquanto ambos estão associados à obesidade, síndrome metabólica e distúrbios alimentares(SOUZA, 2004).Observa-se com esses dados que boa parte desses estudantes não moram na cidade da universidade, e assim, precisam se locomover de uma cidade para outra, saem do trabalho e se dirigem diretamente para a faculdade, permanecendo, cerca de 14 horas fora de casa, em média 5 dias por semana, o que pode gerar um nível elevado de estresse, cansaço e falta de concentração para a aprendizagem(FILHO 2007).Entre os fatores estressores na universidade destacam-se o aumento de responsabilidade, a ansiedade, a competitividade, tarefas acadêmicas, dificuldades financeiras e, principalmente, a escolha profissional (MEYER et al., 2012).No contexto acadêmico, percebe-se um rendimento muitas vezes inadequado por parte do aluno que trabalha e sustenta família em relação as atividades estudantis. Em muitos casos ocorre uma insuficiência de tempo para os estudos, mesclado com desânimo, cansaço, falta de sono e estresse. Alguns hábitos dos estudantes também podem prejudicar o rendimento, como dormir tarde e má alimentação (CARELLI e SANTOS, 1999).Foi verificado por Moreira e cols. que dos 130 alunos participantes de sua amostra experimental, 17,69% não trabalhavam e que a maioria, 82,30% trabalhavam no período diurno (MOREIRA E COLS. 2011). O aluno que trabalha possui características peculiares, que devem ser avaliadas e trabalhadas de forma adequada, já que na maioria dos casos tais acadêmicos apresentam dificuldades em relação à atenção,concentração e aprendizagem, fato muitas vezes relacionado ao cansaço e estresse (MOREIRA E COLS. 2011). CONCLUSÃO:Estudantes universitários estão especialmente sujeitos as modificações no estilo de vida e no padrão do ciclo sono/vigília, somadoao estresse. Os estudos mostram que a qualidade de sono pode ser influenciada por fatores psicológicos, condições do local em que dorme e o estilo de vida do indivíduo. Além disso, o sono tem papel decisivo na consolidação de memória, sugerindo dessa forma que o mesmo facilita o processamento de novas informações e a sua privação, mesmo que parcial, pode ter efeito negativo na aprendizagem, sugerindo que o mesmo facilita o processamento de novas informações. Diante o exposto, as perspectivas deste trabalho incluem investigar, através de uma autoanálise,os distúrbios de sono via PSQI (Índice de qualidade de sono de Pittsburgh) e da ESE (Escala de Sonolência de EPWORTH), correlacionando com a avaliação subjetiva dos níveis de estresse apresentados pelos estudantes noturnos de nível superior na Faculdade de São Lourenço.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CARELLI, Maria José Guimarães; SANTOS, Acácia Aparecida Angeli: Condições temporais e pessoais de Estudo em Universitários, 1999. FERRARA, M., & DE GENNARO, L. How much sleep do we need? Sleep Medicine, 5(2), 155- 179, 2001. FILHO Armando Terribili; QUAGLIO, Paschoal. O cenário urbano para o estudante do ensino superior noturno na cidade de são paulo: triste realidade ou palco de heróis?, 2002. MEYER, C. et al. Qualidade de vida e Estresse Ocupacional em Estudantes de Medicina. Santa Catarina: Revista Brasileira de Educação Médica, 2012. MOREIRA, Cristina Alves; LIMA, Fernanda Moreira; SILVA, Priscilla Nicácio. A difícil tarefa de acadêmicos de curso noturno em conciliar trabalho e estudo. Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar nº.6p. 51-56, 2011 POYARES, D., & TUFIK, S. I Consenso Brasileiro de Insônia. Hypnos Journal of Clinical and Experimental Sleep Research, 4 (2), 1-45, 2002. REIMÃO, R. Sono: estudo abrangente (2a. ed.). São Paulo: Atheneu, 1996. SELYE, H. Stress and the general adaptation syndrome. British Medical Journal (London), 1950. SILVA, Alberto Carvalho: Alguns problemas do nosso ensino superior, 2001. SOUZA, L. B., & FIGUEIREDO, M. A. C. Qualificação profissional e representações sobre trabalho e qualidade de vida. Paidéia (Ribeirão Preto), 14, 221-232, 2004. VARGAS, Michely de Lima Ferreira: Ensino superior, assistência estudantil e mercado de trabalho: um estudo com egressos da UFMG, 2010.
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LEUCEMIA: SUAS EXPLANAÇÕES E POSSÍVEIS TRATAMENTOS
SANTOS, M. M. F.¹;JESUS, G. P. de1; FERREIRA, L. P.2; FRANÇA, R.F.3
1: Discentes do curso de biomedicina – Faculdade de São Lourenço-MG 2: Professora Especialista da Faculdade de São Lourenço-MG – co-orientadora 3: Professora Doutora da Faculdade de São Lourenço-MG - orientadora
RESUMO:
As leucemias mielóides caracterizam-se pela proliferação anormal de células neoplásicas
na medula óssea, fazendo parte do grupo das doenças malignas, acomete predominantemente
idosos acima de 60 anos na leucemia mielóide aguda (LMA) e adultos entre 40 e 60 anos na
leucemia mielóide crônica (LMC). Acredita-se que possam ter origem de fatores genéticos,
ambientais e determinados hábitos individuais, pois se resumem a uma disfunção no mecanismo
de produção e divisão celular, gerando células anormais que se sobressaem sobre as normais,
iniciando-se se o processo leucêmico. Esse artigo visa a breve apresentação e tratamentos da
doença, com alerta a esses fatores que nos predispõe a ela, que é agressivamente fatal se não
tratada.
ABSTRACT:
Summary: The myeloid leukemias are characterized by the abnormal proliferation of neoplastic
cells in the bone marrow, making part of the Group of malignant diseases, affects mainly elderly
people above 60 years old in acute myeloid leukemia (AML) and adults between 40 and 60 years
on leukemia chronic myelogenous (CML). It is believed that may originate from genetic factors,
environmental and certain individual habits, would boil down to a dysfunction in the mechanism of
production and cell division, generating abnormal cells that stand out on the normal starting if the
Leukemic process. This article aims to brief presentation and disease treatments, with alert to
these factors that predispose us to disease, which is fatal if not treated aggressively
PALAVRAS CHAVE: leucemia; fatores; origem; tratamento]
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1.0 INTRODUÇÃO:
A leucemia está entre o grupo de doenças malignas e se caracteriza pela proliferação
anormal de células hematopoiéticas mielóides ou granulocíticas na medula óssea. Essa
complicação advém de uma ou mais alterações genéticas que vão atingir a nível de célula tronco
ou células progenitoras da medula óssea, estes casos geralmente vão estar correlacionados com
alguns fatores do meio ambiente: radiações, agentes químicos tóxicos, infecções e certas
condições sócio- econômicas que afetam pessoas mais suscetíveis para a doença, como aquelas
que possuam herança genética ou hábitos individuais prejudiciais a saúde como o de fumar, que
tenham convívio em situações de extresse ou de queda de resistência física, exposição frequente
a substâncias tóxicas e a predisposição de adquirir doenças virais. Com isso, apesar de não estar
totalmente esclarecida, acredita-se que os indivíduos têm tendência á doença com a interação
desses ao contato dos fatores ambientais (FERREIRA, t. l; et al; 2010).
Como resultado dessas exposições ao organismo, ocorre um descontrole em seu
mecanismo acarretando expressividade anormal de genes como Proto- oncogenes, responsáveis
por crescimento e desenvolvimento celular normal na divisão e Antioncogenes, que codificam
proteínas para bloquear a divisão celular ou induzir apoptose de células alteradas. Com o
descontrole desses genes se inicia o processo leucêmico que se caracteriza pelo início da
produção de clones de células anormais, cuja capacidade é de sobreposição da população de
células normais.
A leucemia é classificada em quatro tipos, agudas e crônicas, que se subdividem em
linfoides ou mielóides, dentre elas acusa- se a leucemia mielóide (LM) a mais frequente com
cerca de 40% dos diagnósticos (SOUZA, l. m., & GORINE, m. p; 2006).
2.0 DESENVOLVIMENTO:
2.1 CLASSIFICAÇÕES – (LMA):
São classificadas de acordo com o tipo celular envolvido e estado de maturidade das
células leucêmicas, onde na fase aguda há proliferação de células da linhagem mielóide
(mieloblastos), ocorrendo produção insuficiente de células sanguíneas maduras e normais na
medula óssea e sangue periférico, consequentemente substituindo o tecido normal.
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Por conta da supressão da atividade hematopoiética normal, ocorre então a diminuição na
produção e no número total de hemácias, leucócitos e plaquetas. Nesses casos ao fazer o
mielograma e hemograma do paciente é frequente a observação de fatores associados á doença
como neutropenia, anemia e plaquetopenia.
A doença se predomina em adultos mais velhos, com faixa etária maior que 60 anos de
idade, mais comum no sexo masculino ao feminino, representando de 15%-20% das LA em
crianças e 80% em adultos (SILVA, g. c; et al, 2006).
Os pacientes que apresentam a doença tendem a complicações, pois além da anemia que
irá trazer fadiga e fraqueza, a baixa porcentagem de plaquetas fará com que o paciente se torne
mais propenso a sangramentos e com a diminuição do numero de leucócitos, ocorre risco maior
de infecções.
Com a infiltração da medula óssea a sobrevida de um paciente com LMA é dificultada,
gerando as principais manifestações que levam a morte que são as hemorragias, infecções, a
leucostasia e síndrome de lise tumoral (CARDOSO, m. l; et al; 2016).
Segue abaixo um quadro de sinais e sintomas que caracterizam o diagnóstico:
Fig. 1. Tabela das características da Leucemia Mieloide Aguda.
É de suma importância a classificação da doença e também o grupo de risco em que se
encontra, pois é através dos prognósticos que se é possível determinar o tratamento. Essa
classificação se da por realizações de exames moleculares e citogenéticos para verificar suas
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alterações, caracterizando-os por: (i)prognóstico favorável; (ii) prognóstico intermediário; e (iii)
mau prognóstico.
Prognósticos favoráveis incluíam aqueles com translocações envolvendo o fator de
transcrição CBF (core binding fator), prognósticos ruins são alterações específicas e complexas
(com 3 ou mais alterações), geralmente afetando os cromossomos 5 e 7 e o grupo em que se
encontra a maioria dos pacientes, intermediários, que são aqueles com cariótipo normal ou
metade deles e apresentam alterações citogenéticas que não se enquadram em favoráveis ou
ruins prognósticos ( HELMAN, r; et al; 2011).
2.2 LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA:
A leucemia mielóide crônica (LMC) foi apresentada há 150 anos pelos pacientes que
morreram com leucocitose e hepato-esplenomegalia. É uma Doença mieloproliferativa clonal das
células pluripotentes da medula óssea e constitui uma pequena porcentagem de todas as
leucemias ( BANDEIRA, d. a; et al; 2006).
Segundo HELLWING (2006), é mais frequente em adultos entre 40 e 60 anos de idade e
afeta ambos os sexos, mas também com predominância no sexo masculino, e pode ser dividida
em três fases: crônica, acelerada e blástica. Na fase crônica podendo durar vários anos, onde a
doença é benigna, alguns pacientes são assintomáticos, mas outros apresentam fadiga, fraqueza,
dores de cabeça, irritabilidade, febre, suor noturno e perda de peso, desconforto no lado esquerdo
do abdômen – o baço aumenta muito de tamanho. O diagnóstico é concluído pelos achados
clínicos, citogenéticos e hematológicos do sangue periférico e medula óssea para identificar BCR-
ABL, PCR qualitativo, e caso seja identificada a doença, o paciente passa a ser acompanhado
com o PCR quantitativo, que calcula a taxa de leucócitos do sangue (BORTOLHEIRO, t. c; 2007).
Na fase acelerada o período variável do diagnóstico é de poucos meses a vários anos, e
caracteriza-se pelo aumento de blastos na medula óssea e no sangue periférico, leucocitose e
basofilia no sangue periférico, anemia e trombocitopenia, há um aumento ainda maior do baço e
podendo o paciente apresentar hepato esplenomegalia na fase crônica. A fase blástica nada mais
é que o aumento dos blastos linfoides e mielóides, nesse estágio da doença, muitos pacientes
podem chegar a óbito entre três e seis meses.
Na LMC foi identificado o cromossomo Philadelphia (Ph) como segmentos dos
cromossomos 9 se destacam e se prendem às extremidades dos 22, e vice-versa. A combinação
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final no cromossomo 22 forma uma anormalidade genética denominada ―cromossomo Ph‖
(Philadelphia). Esse novo cromossomo envia sinais para a medula óssea produzir a proteína BCR-
ABL, que dá ordem para o organismo aumentar a produção de leucócitos anormais. O normal é
produzir entre 4 e 8 mil (índice normal). O portador de LMC passa a gerar 10 mil formando um
gene quimérico.
Fig. 2. Quadro sobre cromossomo Philadelphia mutação gênica.
Ainda não se sabe ao certo o motivo para o seu surgimento, mas é uma doença adquirida.
Porém á partir de 2003 houve uma grande mudança, onde ocorreram avanços nos conhecimentos
da doença, e o controle e monitorização dos pacientes ficaram mais sofisticados e rapidamente
novos conceitos estão sendo incorporados com perspectivas de disponibilização de novas drogas,
transformando a LMC como um novo paradigma no tratamento do câncer.
2.3 TRATAMENTOS:
Para LMA o tratamento mais conhecido atualmente é a quimioterapia de indução que tem
por objetivo controlar a doença, levando o paciente ao estado de (RC) remissão completa. Este
estado não significa alcanço da cura definitiva, mas a doença passa a não ser detectada em
métodos morfológicos convencionais, e com a descoberta através de muitos estudos, comprova-
se a necessidade de se administrar a terapia pós remissão ou consolidação.
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HELMAN ( 2011), aborda três modalidades terapêuticas administradas em pacientes com
LMA em pós remissão, são elas : quimioterapia em doses convencionais, quimioterapia em altas
doses seguida de resgate com células-tronco hematopoiéticas autólogas e transplante alogênico
de células-tronco hematopoiéticas. Saber qual usar, requer muito estudo e embasamento técnico
no assunto.
Com esses prognósticos, para pacientes de alto risco é indicado o transplante alogênico
de células tronco hematopoiéticas, aos de baixo risco quimioterapia Ara-c em doses altas por
repetidos ciclos, suficientes para cura de 50-60% deles, porem para os intermediários que
correspondem a maior parte, ainda não está definida melhor terapia, especialmente em idosos
(HELMAN, r; et al; 2011).
Na LMC, exige maior especificidade de tratamento quanto às fase da doença para os
pacientes , pois a doença pode evoluir para as fases acelerada e blástica podendo levar
rapidamente à óbito o doente.
Como passo inicial da terapia contra a leucemia mielóide crônica, são realizadas
estabilizações das células sanguíneas, resposta hematológica (redução na contagem absoluta de
células brancas), eliminação de células mielóides imaturas do sangue periférico e erradicação dos
sinais e sintomas.
Para o controle da LMC é administrado quimioterapia com hidroxiureia, terapias
medicamentosas com interferron-alfa (INF-α), bussulfano ou citarabina em baixa dose, infusão
linfocitária e o transplante de células medulares, esses métodos são caracterizados como terapias
convencionais.Contudo estudos evidenciaram como fator importante e essencial, o controle da
tirosino quinase abl para o tratamento da LMC, que tem a função de bloquear a atividade quinase
da proteína Bcr/Abl, para este fim são usadas inibidores da tirosino quinase, como por exemplo a
imatinibe e a desdinibe um duplo inibidor. Essa terapia molecular é usada quando os pacientes
não responderem às terapias convencionais ou apresentarem efeitos colaterais intensos ( LOPES,
r. n; et al, 2008).
2.4 UM TRATAMENTO ALTERNATIVO:
Estudo voltado para Tratamento, pode eventualmente substituir técnica de transplante de
medula com maior eficácia e segurança se promissor. Com uso de células denominadas NK, do
inglês (natural killer), o estudo realizado no Rio Grande do sul faz uso das células aplicando-as
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como espécie de injeção para tratar o câncer, e tem obtido bons resultados em pacientes já
testados. Este estudo esta sendo desenvolvido no Brasil com a parceria da MD Anderson Cancer
Center do Texas, nos Estados Unidos onde é feita a fabricação das células NK (natural kilers),
(SILLAS, l; 2017).
Segundo SILLAS (2017), a imunoterapia com células NK pode revolucionar o tratamento
do câncer com uma expansão em vitro de células do sistema imunológico que vão atingir o tumor
sem causar danos aos outros tecidos do organismo. Em estudos produziu-se um número
suficiente dessas células para levar à remissão de alguns tipos de câncer, como a leucemia
mielóide .
No começo o estudo era feito em animais, hoje já é aplicada experimentalmente em
pacientes, mais ainda não foi aprovada pela ANVISA. O processo se inicia com a coleta de
glóbulos brancos dos pacientes, onde serão cultivados na presença de células modificadas
geneticamente para que possam atacar o próprio tumor da pessoa. As células serão expandidas e
depois concentradas em altas doses que passam de um milhão por quilo do peso do paciente.
A aplicação é feita com injeção levando as células diretamente ao sangue, o paciente
deve estar com seu sistema imunológico bom e silenciado para que as novas células sejam
aceitas pelo corpo. A quimioterapia é de extrema importância, pois junto com os linfócitos irão
ajudar a comandar o sistema imunológico.
Pacientes que só utilizavam a quimioterapia e não haviam observado melhoras , com esse
tratamento obtiveram sucesso e melhores resultados em seus quadros clínicos.
3.0 CONCLUSÃO:
Sabe se muito pouco sobre como reduzir o risco de desenvolver leucemia mielóide, como
dito, acredita-se que possa haver uma ligação com a genética, radiação, poluição ou até mesmo
uma falha no sistema imunológico. Contudo é importante que sejam adotados critérios uniformes
e mais fáceis para classificação da doença, que possam ser usados em estudos clínicos.
Devendo-se ficar atento a possíveis sintomas e procurar um médico especialista sempre que se
tenha alguma suspeita caracterizada por alguns dos sintomas aqui citados, além dos exames de
rotina laboratoriais que podem ajudar no diagnostico precoce da doença, pois o diagnóstico e
tratamento em tempo hábil são fundamentais para um bom desfecho da leucemia.
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Para a melhoria dos resultados no tratamento da Leucemia Mielóide no Brasil, deve-se
realizar um esforço nacional para melhor qualidade de tratamento, assim como para o
desenvolvimento de novas técnicas, para que o prognóstico oferecido seja realista e consistente
com o conhecimento ciêntifico, onde é preciso levar em consideração o uso que o paciente poderá
fazer de tais informações e os impactos potenciais sobre suas expectativas de cura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AZEVEDO, m. a. (2014). Hematologia básica;fisiopatologia e diagnostico laboratorial. tijuca:
revinter.
CARDOSO, m. l., BOUSFIELD, d. s., FERREIRA, a. p., SHIMITZ, j. d., EL JAICK, t. b., COSTA, i.,
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FERREIRA, t. l., & WENDEL, s. n. (2010). Hematologia e hemoterapia;fundamentos de morfologia,
fidiologia, patologia e clínica. São paulo: Athenel.
HELMAN, r., PIRES, f. d., SIMÕES, b., HALLACK, e. a., CALLERA, f., ALMEIDA, j. d., et al.
(2011). Leucemia mieloide aguda: atualidade brasileira de diagnóstico e tratamento. einstein, 83-
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HOFFBRAND, A. V. (2013). fundamentos em hematologia. porto alegre: artmed.
LOPES, n. r., & ABREU, m. c. (2009). Inibidores de tirosino quinase na leucemia mieloide crônica.
Rev. Bras. Hematol. Hemoter.
MEIRELES, m. f., & PAIVA, g. p. (2017). leucemia mieloide. rev brasileira , 12-25.
SILVA, g. c., PILGER, d. a., CASTRO, s. m., & WAGNER, s. c. (2006). Diagnóstico laboratorial das
leucemias mielóides agudas. Rede de Revistas Científicas da América Latina, 77-84.
SOUZA, l. m., & GORINE, m. p. (2006). diagnósticos de enfermagem em adultos com leucemia
mielóide aguda. rev gaúcha enferm, 417-425.
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LEVANTAMENTO SOBRE DOAÇÃO DE SANGUE NO ESTADO DE MINAS GERAIS BASEADO
NA PESQUISA COM OS ALUNOS DA FACULDADE DE SÃO LOURENÇO CARNEIRO,MATHEUS.R; SOUZA,GIOVANNA.C.F; TEODORO,GLEICIELI.C; MACHADO,MATIAS.A;
ALMEIDA,VANESSA.A.F.O; AUGUSTO,ELIETE.L.A; GANGANA,LILIAN.O.N; ALMEIDA,THALYSON.A.N.C
RESUMO
Doar sangue é doar vida. As transfusões não somente formam parte do tratamento de determinadas
doenças como também ajudam a salvar vidas perante situações clínicas graves. Normalmente, vítimas de
acidentes de trânsito e de outras situações que gerem trauma físico intenso precisam recorrer à transfusão,
por isso a grande importância da doação de sangue.
PALAVRAS-CHAVE: Doar, salvar vidas, importância.
INTRODUÇÃO
A doação de sangue ocorre quando uma pessoa voluntariamente vai a um centro especializado e
disponibiliza seu sangue para ser usado em transfusões ou outras situações clínicas. Todo sangue doado é
separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas e plasma) e assim poderá beneficiar mais de
um paciente com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais para
atender aos casos de emergência e aos pacientes internados. Segundo informações do site btnews24horas
publicado por Edimilson Germano.
Qualquer pessoa poderá doar sangue, desde que sejam observadas algumas condições, a fim de garantir a
segurança e a qualidade do procedimento, algumas condições básicas para doar sangue são: sentir-se
bem, com saúde; Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional; Ter entre 18 e 65 anos
de idade; Ter peso acima de 50kg. Em casos de: Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de
idade; Mulheres grávidas ou que estejam amamentando; Pessoas que estão expostas a doenças
transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas; Usuários de drogas; Aqueles
que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos, não
poderão doar sangue.
Minas Gerais possui 853 municípios, sendo que apenas 19 cidades contem postos que atendem Pré-
requisitos para doar sangue; assim muitas pessoas que tem vontade de doar acabam não doando pelo
difícil acesso e oportunidade. Doar sangue é um ato de solidariedade. Cada doação pode salvar a vida de
até quatro pessoas. No dia 14 de junho é celebrado o "Dia Mundial do Doador de Sangue" e juntamente
com a data diversos hospitais e órgãos de saúde lançam a campanha Junho Vermelho, para incentivar a
doação. Dados do site Minha Vida, revisado por Sandra Camargo Montebello Hematologia e Hemoterapia -
CRM 41809/SP Por Carolina Serpejante.
A Faculdade de São Lourenço, recebe vários alunos de várias cidades sendo elas Caxambu, Pedralva,
Baependi, Maria da Fé entre outras cidades de regiões do Sul de Minas. Em um levantamento de pesquisa
realizado com 300 alunos de 17 á 35 anos obteve-se o resultado sobre o consentimento da importância de
doar sangue.
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METODOLOGIA
Trata-se de uma Pesquisa realizada na faculdade São Lourenço nos cursos: Biomedicina, Direito,
Pedagogia, Educação Física, Enfermagem, Cosmetologia e Estética, Administração; a qual descreve sobre
a tipagem sanguínea e a sua importância, a importância da doação de sangue, se já doaram ou não e se
doariam ou não. O assunto explorado permite que promova a conscientização dos alunos sobre a
relevância que a doação sanguínea proporciona.
RESULTADOS
Através da pesquisa realizada com 300 alunos da instituição, pode-se notar que grande parte conhece a
importância de doar sangue, mas que muitos ainda nunca doaram e que vários gostariam de doar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os brasileiros tinham que ter a doação de sangue como um hábito, não apenas em datas
específicas ou quando conhecem alguém que necessita de transfusão. Precisa-se expandir essa
compreensão e doar sangue de forma regular, voluntária e solidária. Campanhas educativas, mais
hemocentros nas várias cidades e a ajuda dos profissionais da saúde se fazem necessárias para a
conscientização da sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sobreira de Moura, Aldilene, Teixeira Moreira, Camila, Antero Machado, Caroline, Vasconcelos,
José Ananias, Antero Sousa Machado, Maria de Fátima, Doador de sangue habitual e fidelizado:
fatores motivacionais de adesão ao programaRevista Brasileira em Promoção da Saúde [en linea]
2006, 19 ( ) : [Fecha de consulta: 19 de octubre de 2017] Disponible
en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=40819202> ISSN 1806-1222
HTTP://WWW.ESCOLAHUNTERS.COM.BR/SEM-CATEGORIA/A-IMPORTANCIA-DA-DOACAO-
DE-SANGUE-PARA-A-SOCIEDADE/
HTTPS://WWW.LBV.ORG/DOACAO/PRE-REQUISITOS-PARA-DOAR-SANGUE-EM-MG
HTTPS://WWW.MEGACURIOSO.COM.BR/CIENCIA/103445-CONFIRA-A-IMPORTANCIA-DE-
DOAR-SANGUE-COM-ESTAS-CURIOSIDADES.HTM
0
50
100
150
200
250
300
SIM NÃO
SABE A IMPORTÂNCIA DE
DOAR SANGUE?
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SIM NÃO
JÁ DOOU?
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SIM NÃO
DOARIA?
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MARCADORES MOLECULARES APLICADOS AO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER
Vanessa Gabriela Martins Pereira1, Ana Carolina da Silva Pereira1, Déborah Roberta de Andrade Silva1.
RESUMO: Os marcadores moleculares são de fundamental importância no diagnóstico do estágio das neoplasias, assim como a presença de metástases e na decisão do tratamento a ser utilizado, bem como terapias adjuvantes. O objetivo deste trabalho é falar sobre alguns dos marcadores mais utilizados no diagnóstico do câncer além de discutir as técnicas utilizadas na sua detecção. PALAVRAS-CHAVE: Marcadores moleculares, diagnóstico e Câncer.
INTRODUÇÃO: O ciclo celular é um processo em que as células crescem exponencialmente e se dividem, sendo regulado molecularmente. Quando ocorrem falhas da regulação deste ciclo, as células passam a se reproduzir de forma desordenada, originando um tumor (COOPER e HAUSMAN, 2007; LODISH et al., 2005; GARRETT, 2001; CARVALHO e RECCO-PIMENTEL, 2007). Nos últimos anos a compreensão do câncer tem sido o principal objetivo dos patologistas clínicos, não sendo apenas preocupação exclusiva da área clínica. Inúmeros estudos de células neoplásicas esclarecem o comportamento normal das células e os mecanismos que as regulam, dessa forma novos métodos de detecção de células neoplásicas visam um diagnóstico precoce, um melhor prognóstico e a descoberta de novos tratamentos para a doença (carvalho & ALVES, 2014; MATOS et. al, 2005).
METODOLOGIA: Foi realizado um levantamento bibliográfico em sites como: Scielo, Pubmed, Google acadêmico, e em seguida foram analisados os principais marcadores citados pela literatura durante todo o desenvolvimento do artigo, sendo que as alterações da expressão dos marcadores moleculares possuem grande relevância na compreensão da doença.
Métodos de detecção de marcadores tumorais Amplificação de DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR) Desenvolvido em 1988 por Kary Mullis, o PCR é um método utilizado para detectar segmentos específicos de DNA, sendo capaz de detectar um marcador tumoral. Uma sequência de DNA conhecida é amplificada in vitro através da reação de PCR. É utilizado um DNA polimerase específico para repetidas replicações de um segmento de DNA específico, com número de moléculas que aumenta e dobra a cada ciclo de replicação (MATOS, 2005). O procedimento de amplificação por PCR pode utilizar um fragmento de DNA clonado ou uma mistura de moléculas de DNA genômico de células humanas, amplificando a sequência de nucleotídeos que irão flanquear a região a ser amplificada, iniciando a síntese de DNA em um ponto desejado através de dois primers contendo de 15 a 20 pares de bases que dão inicio a síntese de DNA em direções opostas através de fitas molde complementar de DNA (MESQUITA et.al, 2001). Amplificação de segmentos específicos de DNA a partir de RNA-mensageiro A técnica de RTPCR permite que através do método de transcriptase reversa as sequências de RNA também possam ser amplificadas, para sintetizar uma cópia de DNA complementar antes da amplificação por PCR. Contudo, neste tipo de reação uma fita de RNA mensageiro é utilizada com molde inicial, sendo este copiado por ação da enzima transcriptase reversa em uma fita de DNA
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complementar, seguindo normalmente a partir dele a reação de PCR (COURA, 2005; MATOS, 2005). Assim como a PCR esta técnica é bastante sensível, necessitando inclusive de desoxirribonucleotídeos e de primers que devem ser complementares a sequência a ser copiada, ocorrendo extensão a partir da terminação 3‘como na replicação do DNA. Neste processo apesar de os reagentes estarem em excesso, de inicio o único fator limitante será a quantidade de DNA complementar presente nos ciclos primários, dessa forma este será sintetizado através da transcriptase reversa por 90 minutos a 42ºC e em seguida o complexo DNA complementar e RNA mensageiro e a transcriptase reversa serão desnaturados a 94ºC durante dois minutos, sintetizando e amplificando a fita de DNA pelo mesmo procedimento realizado na reação de PCR (MATOS, 2005; MESQUITA et.al, 2001). Detecção de sequências específicas de ácidos nucleicos – a hibridização O pareamento de bases entre as fitas complementares de DNA e RNA são determinantes para a detecção de sequências específicas de ácidos nucleicos. A formação de híbridos de ácidos nucleicos pode se dar entre duas fitas de DNA, duas fitas de RNA, ou uma fita de DNA e uma fita de RNA. É marcado radioativamente o segmento de DNA ou RNA homólogos a ser clonados através de uma sonda que se hibridiza com as sequências complementares no DNA da célula, e estas podem ser detectadas por se apresentarem como moléculas de fita dupla radioativas (COURA, 2005; MATOS, 2005). Southern blotting Desenvolvida por E. M. Southern é uma técnica que detecta genes específicos no DNA que será digerido por endonucleases de restrição. Após isso, os fragmentos diferidos de DNA passam pelo processo de separação por eletroforese em gel de agarose que posteriormente será coberto com uma membrana de nylon; esta será incubada com a sonda radioativa que irá se hibridizar com os fragmentos homólogos de DNA que poderão então ser visualizados quando o filtro for exposto a um filme de raio x identificando os fragmentos específicos (MATOS, 2005). Northern blotting É uma técnica, utilizada para detectar o RNA ao invés do DNA, onde ocorre o fracionamento de todos os RNAs totais, que serão extraídos e fracionados através do seu tamanho por eletroforese e gel de agarose. Segue o mesmo método do Southern blotting, sendo usado em estudos de expressão gênica para determinar a presença de RNAs específicos em tipos de células diferentes (MATOS, 2005; MESQUITA et.al, 2001). Hibridização in situ Técnica utilizada para detectar DNA homólogo ou sequências de RNA presentes em cromossomos, células intactas ou em extratos celulares. Neste método as sondas fluorescentes ou radioativas são analisadas através da microcopia de fluorescência (COURA, 2005). Identificação de proteínas específicas através de Anticorpos Nesse tipo de método os anticorpos substituem as sondas e estes agem de forma seletiva com moléculas proteicas únicas. Inclui um método chamado Western blotting, que separa as proteínas de extratos celulares por eletroforese em gel de policrilamida e em seguida elas são tranferidas para uma membrana de nitrocelulose que é submetida a uma solução contendo os específicos anticorpos contra essas proteínas (COURA, 2005; MATOS, 2005). Marcadores tumorais tradicionais e marcadores específicos CEA (antígeno carcinoembrionário) Pertence categoria de marcadores tradicionais que se trata de uma glicoproteína sintetizada por inúmeras neoplasias como colorretais, de mama, pancreáticas e gástricas (ALMEIDA et al., 2007; MATOS, 2005). Proteína p53
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Proteína codificada pelo gene supressor de tumor p53, está age bloquendo a divisão celular em células em células que sofreram injúria no DNA. Mutações na proteína p53 são encontradas em cercade 50% de todos os cânceres humanos, ou mais de 50 tipos de tumores (ALMEIDA et al., 2007; MATOS, 2005). Gonadotrofina coriônica humana Especificamente a fração beta é utilizada no diagnóstico, monitorização e prognóstico de pacientes com tumores de células germinativas (testículo e ovário), sendo usado também esse tipo de glicoproteina em testes de gravidez (ALMEIDA et al., 2007). Calcitonina É um hormônio peptídico secretadopelas células C parafoliculares na tireóide. Sua secreçãoé estimulada pelo cálcio. Sua função como marcador tumoral é para o seguimento dos pacientes com carcinoma medular da tireóide. É utilizado no diagnóstico precoce em doentes de risco, possuindo sensibilidade de 90% para detecção deste tumor (ALMEIDA et al., 2007; MATOS, 2005). Proteína ras Genes mutados da família ras são os oncogenes mais normalmente encontrados em neoplasias malignas humanas (ALMEIDA et al., 2007; MATOS, 2005). AFP (alfafetoproteína) É uma proteína do soro fetal de grande importância, que é sintetizada no fígado, saco vitelino e intestino do feto. Em pacientes adultos esta proteína pode estar elevada em casos de portadores de tumores gastrintestinais, hepatite, cirrose, hepatocarcinoma e gestantes, e pode ser encontrada em 70% dos tumores testiculares não seminomatosos. Também está sendo utilizada no diagnóstico de pacientes com carcinoma hepatocelular, em juntamente com a ultra-sonografia abdominal (ALMEIDA et al., 2007). PAP (Fosfatase Ácida Prostática) Foi o primeiro marcador tumoral a ser utilizado no câncer de próstata, contudo, este possui limitações, devido se apresentar elevado apenas nos estágios mais avançados da doença. Apósa descoberta do PSA (antígeno prostático específico) como marcador para o câncer de próstata, o uso da PAP caiu em desuso (ALMEIDA et al., 2007; MATOS, 2005). NSE (Enolase Neurônio-Específica) A dosagem sérica da NSE é um instrumento valioso para o diagnóstico de carcinoma de pulmão de pequenas células, combinando aceitável sensibilidade com alto grau de especificidade, além disso, possui sensibilidade fortemente correlacionada com o estágio da doença desuso (ALMEIDA et al., 2007). PSA (antígeno prostático específico) É marcador tumoral de maior utilidade clínica desenvolvido até o momento, sendo secretado no lúmen dos ductos prostáticos, estando presente em grandes concentrações no líquido seminal é útil para o diagnóstico do câncer de próstata, juntamente com o exame de toque retal (ALMEIDA et al., 2007). CA 125 O antígeno do câncer 125 é formado por uma glicoproteína de alto peso molecular. Este marcador tem sido utilizado como parte integrante do rastreamento do câncer de ovário (ALMEIDA et al., 2007; MATOS, 2005). CA 19.9 É um antígeno carboidrato de superfície celular, conhecido como antígeno de Lewis, sendo este marcador tumoral indicado no auxílio ao estadiamento e à monitoração de tratamento em primeira
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escolha de câncer de pâncreas e trato biliar e, em segunda escolha, no câncer colorretal, com sensibilidade variável (ALMEIDA et al., 2007). CA 15.3 É por excelência o marcador tumoral do câncer de mama, sendo mais sensível e específico, e superior ao CEA. Níveis séricos muito elevados desta glicoproteína estão associados à pior sobrevida do paciente, também foram observados em várias outras neoplasias, tais como: câncer de ovário, pulmão, colo uterino, hepatocarcinoma e linfomas (ALMEIDA et al., 2007;COURA, 2005; MATOS, 2005). CONCLUSÃO: Pode-se concluir através desta revisão bibliográfica realizada, que o uso de marcadores moleculares tumorais trata- se de um exame complementar utilizado no diagnóstico ou modificação terapêutica de neoplasia e outras doenças, podendo ser múltiplos ou específicos para cada tipo de neoplasia. REFERÊNCIA ALMEIDA, J. R. C. et al. Marcadores Tumorais: Revisão de Literatura. 2007. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao1.pdf>. Acesso em: 15 out. 2017. CARVALHO, Hernandes F.; RECCO-PIMENTEL, Shirlei Maria. A célula. 2. Ed. Barueri, São Paulo: Manole. 2007. COOPER, Geoffrey M.; HAUSMAN, Robert E. A célula- uma abordagem molecular. Tradução: BORGES-OSÓRIO, Maria Regina. 3. ed. Porto Alegre: Artemed. 2007.COURA, R. S. PREVALÊNCIA E VALOR PRÓGNÓSTICO DE MARCADORES MOLECULARES EM TUMORES COLORRETAIS ESPORÁDICOS. 2005. 120 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de GenÉtica e Biologia Molecular, Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/10936/000592582.pdf?sequence=1>. Acesso em: 14 out. 2017. GARRETT, Michelle D. Cell Cycle control and cancer. Current Science. V. 81, n. 5, p. 515-522. 2001. MATOS, L. L. Tecnologia aplicada na detecção de marcadores tumorais. 2005. Disponível em: <https://www.portalnepas.org.br/amabc/article/view/274/256>. Acesso em: 12 out. 2017. MESQUITA, R. A.; ANZAI, E. K.; OLIVEIRA, R. N.; NUNES, F. D. Avaliação de três métodos de extração de DNA de material parafinado para amplificação de DNA genômico pela técnica da PCR. Pesqui Odontol Bras, v. 15, n. 4, p. 314-319, out./dez. 2001.
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O CÂNCER DE MAMA E SUA HEREDITARIEDADE
Todos os cânceres são causados por alterações nos genes. Quando os genes estão danificados,
podem aparecer alterações denominadas mutações. Quando essas mutações ocorrem nos genes,
as células podem crescer fora de controle causando câncer.
Reis, Leticia C.¹; Silva, Anna Beatriz A.²; Santos, Giovana S.²; Cruz, Milene C.²; Dionello, Andreza F.M.³; Augusto, Eliete L.A.³
1-Discente do curso de Biomedicina, Faculdade São Lourenço-MG.
E-mail: [email protected].
2-Discentes do curso de Biomedicina, Faculdade São Lourenço-MG.
3-Docente do curso de biomedicina, Faculdade São Lourenço-MG 3-Docente no curso de biomedicina, na disciplina de bioestatística na Faculdade São Lourenço-MG
Resumo: O carcinoma de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no
mundo. Na década de 80 o numero de mortes pelo carcinoma permaneceu constante, embora sua
incidência permanece-se crescente, como nos dias atual, tornando-se tão irônico quanto trágico
que um tumor de origem em um órgão exposto, facilmente sensível ao autoexame e ao
diagnostico clínico, continue a ser um fardo pesado.
Casos hereditários são associados à manutenção germinativa. A herança de um gene ou genes
susceptíveis é a causa primaria de aproximadamente 12% dos cânceres de mama.
Palavras-chave: câncer de mama; hereditariedade; gene.
Introdução: Os carcinomas mamários atingem comumente mulheres pós menopausa, a partir dos
40 anos de idade aproximadamente. Em casos de mutações hereditárias a neoplasia pode
acometer mulheres a partir dos 30, sendo muito raro em todos os grupos antes dos 25 anos de
idade.
Além do fator genético, alguns outros fatores que somados há hereditariedade e a genética podem
ser de grande risco quando associados ao câncer de mama; O sobrepeso, alcoolismo, alterações
hormonais, e o mais significativo dos fatores é a existência de familiares próximos afetados pelo
carcinoma. A probabilidade de uma etiologia hereditária aumenta com múltiplos parentais de
primeiro grau afetados.
As mutações em um gene de câncer mamário altamente penetrante são mutações no BRCA1 e
BRCA2, estas responsáveis por cânceres atribuídos á apenas uma mutação, sendo responsável
por 3% de todos os cânceres de mama.
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Em 1994 foi caracterizado o primeiro gene de predisposição ao carcinoma mamário. O BRCA1 foi
mapeado no braço longo do cromossomo 17. Um ano mais tarde o BRCA2, que foi o segundo
gene de suscetibilidade ao câncer mamário descoberto, foi mapeado no braço curto do
cromossomo 13.
O BRCA1 expõe há uma mulher 90% de chance de desenvolvimento do primeiro tumor; Se essa
mesma mulher apresentar uma expectativa de vida em torno dos 70, 80 anos ou mais, ainda
ocorrem 60% de chance do desenvolvimento do segundo tumor.
As mulheres com mutações no BRCA2, possuem cerca de 85% de chance de desenvolver um
câncer de mama. Mas não apenas as mulheres essa mutação pode atingir também homens com o
câncer de mama.
A frequência das mutações que aumentam o risco de câncer de mama na população é somente
de 0,1%,0,2%na população geral. Como resultado o teste genético é difícil e geralmente restrito a
indivíduos com uma forte historia família ou aqueles pertencentes a certos grupos étnicos.
Os genes causadores de câncer de mama vão bem além dos BRCA, Podem ser causados por
síndromes multicânceres, como por exemplo, o gene TP53 causador da síndrome de Li-fraumeni,
ou o gene PTEN que foi descrita na síndrome de Cowden; A síndrome de Mui-Torre que
caracteriza o gene MLH1 e o MLH2.
Ruisanchez et al. propuseram a criação de um registro de câncer de mama hereditário, mostrando
que um diagnóstico e um aconselhamento precoce com os pacientes abrem um leque de
inúmeras opções e soluções. Famílias com um número maior de membros acometidos pelo
câncer, devem ser aconselhadas e instruídas para fazer um teste genético para comprovar a
possibilidade de ser uma herança genética. Esse diagnóstico quanto mais precoce, maior a
prevenção a morbimortalidade na família e a melhoria da qualidade de vida.
Resultados e discussão: Um diagnóstico precoce é importante. Mostra que o autoexame deve
ser rotineiro na vida de todas as mulheres a partir dos 30 anos, enquanto as mamografias devem
ser feitas, para casos de mutações genéticas 10 anos antes do caso mais novo na família.
A conscientização vem aumentando de acordo com o passar dos tempos.
A maior campanha de conscientização sobre câncer de mama acontece no mês de outubro, o
outubro rosa. Criado em 1990 em Nova York, nesse ano aconteceu primeira corrida pela cura.
Hoje em dia muitas localidades do mundo usam as corridas como forma e símbolo de
comemoração ao outubro rosa.
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Tabela.1- estimativas de risco cumulativo de desenvolver câncer até os 70 anos em
portadores(as) de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2
Conclusão: Concluímos com a formulação desse artigo, que o câncer de mama é um problema
de saúde publica. É a neoplasia maligna de maior incidência por mulheres, sendo também a
primeira causa de mortes por carcinomas em mulheres.
Entre 5 a 10% de todos os casos malignos de câncer de mama estão relacionados às mutações
genéticas. Daí a importância de se fazer pesquisas genéticas para o BRCA1 ou BRCA2, e para
outras síndromes; tornando assim, mas fácil à abordagem e a conduta em relação ao paciente e
claramente a sua família. Por meio de mapeamentos, rastreamentos, acompanhamento periódico,
oncológico e psicológico existindo assim uma chance de melhora na qualidade de vida das
famílias e mulheres afetadas.
Risco cumulativo para: Portadores(as) de
mutações em BRCA1
Portadores(as) de mutações
em BRCA2
Câncer de mama 70%-85% Mulheres 70%-85%
Homens 5%-10%
Câncer de mama
contralateral
40%-60% 52%
Câncer de ovário 20%-60% 10%-20%
Câncer de cólon 6% -
Câncer de pâncreas - Homens 2%
Mulheres 1,5%
Câncer de próstata 8% 7% (20% até 80 anos)
Outros (exceto mama, ovário, próstata, pâncreas e pele não
melanoma)
- 20% (estômago, melanoma, cólon,
vias biliares)
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206
Referências bibliográficas:
Revista Brasileira de Cancerologia 2009; 55(3): 263-269. Revisão de Literatura Câncer Hereditário
Artigo submetido em 17/12/07; aceito para publicação em 22/05/09.
MINISTÉRIO DA SAÚDE Instituto Nacional de Câncer (INCA) Praça Cruz Vermelha, 23 - Centro
20231-130 - Rio de Janeiro – RJ.
Disponível em:www.inca.gov.br;
http://www.inca.gov.br/outubro-rosa/outubro-rosa.asp
Robins e Cotran; Patologia bases patológicas das doenças, volume 3, 8°edição.
Disponível em: www.studentconsult.com.br
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OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO
SANTOS, H C S¹; REIS, A B²; CHACON, A C S R³
¹Acadêmico do 6° período da faculdade de São Lourenço. E-mail: [email protected]. ² Acadêmico do 6° período de Biomedicina da Faculdade de São Lourenço. ³ Acadêmico do 6° período de Biomedicina da Faculdade de São Lourenço.
RESUMO: Fármacos são substâncias utilizadas para amenizar ou reverter quadros patológicos,
no entanto, seu uso excessivo pode dissimular a potência do medicamento ou levar a intoxicações
medicamentosas, respectivamente (FURLAN, et al 2015 apud WANNMACHER, FUCHS, 2012).
A automedicação é uma pratica comum, partindo de um doente ou seu responsável para o alívio
de sintomas, através da indicação de parentes ou amigos ou de prescrições antigas. Mesmo que
haja medicamentos que podem ser adquiridos sem prescrição medica, é importante consultar um
especialista (REV. DOR, SAUDE.GOV et al, 2009.)
PALAVRAS-CHAVE: automedicação; consequências; medicamentos.
INTRODUÇÃO: A automedicação é um fenômeno comum e consiste no uso de medicamentos
sem indicação ou prescrição médica, podendo resultar em sérios danos à saúde (PEIXOTO, 2008;
ANGELUCCI et al, 2004).
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), no Brasil, cerca de
80 milhões de pessoas se automedicam, fato associado a falta de informação e instrução, a não
apresentação obrigatória da receita médica e a má qualidade de oferta de medicamentos (D.
SERGIO et al, 1997).
A prática é acentuada em países desenvolvidos, onde há disponibilidade desses medicamentos
em locais não farmacêuticos. A indústria que rege este mercado, tem papel importante na
obstrução dos riscos inexplícitos da automedicação (D. SERGIO et al, 1997).
O objetivo do trabalho é confirmar a importância do estudo da automedicação e suas
consequências. É essencial a criação de programas com o objetivo de informar e instruir a
população.
DESENVOLVIMENTO: Para realizarem seus efeitos, os fármacos precisam ser absorvidos. Após
a aplicação, ocorre a absorção e a biotransformação, logo após, passarão para a corrente
sanguínea, onde serão distribuídos para o corpo todo, e por fim, excretados. No processo de
distribuição, os fármacos serão enviados para todo o organismo, podendo provocar diversos
efeitos em diferentes órgãos. Assim, além dos efeitos terapêuticos, os medicamentos podem
causar inúmeros efeitos colaterais (ANGELUCCI et al, 2004).
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Não existe uma escala universal para a avaliar a gravidade dos efeitos adversos. Comumente,
considera-se ―leves‖ os efeitos que não ocasionam moléstia ou danos significativos ao paciente,
como dor de cabeça, alteração de sono, mal-estar e cansaço. Efeitos amenizados são, em termos,
iguais aos leves, mas que se apresentam de forma incômoda, angustioso ou até mesmo
insuportável ao paciente. Por último, os efeitos adversos graves são aqueles que colocam a vida
do usuário em risco (FURLAN, 2015 apud BEZERRA, 2006).
COMO OS USUÁRIOS ESCOLHEM A AUTOMEDICAÇÃO: Segundo um estudo realizado com
4.174 questionários, publicado na Revista de Saúde Pública, os principais motivos que levam a
automedicação estão relacionados a infecção respiratória alta (19,0%), dor de cabeça (12,0%) e
dispepsia/má digestão (7,3%) (D. SERGIO et al, 1997).
Em 24,3% dos casos, o motivo da procura do medicamento se relacionava a sintomas dolorosos
(dor de cabeça, dor muscular, cólica, dismenorreia, outros) e 21,0% com quadros viróticos ou
infecciosos (infecção respiratória alta e diarreia). Os antibióticos são usados com frequência no
tratamento de tosses e viroses respiratórias (D. SERGIO et al, 1997).
Quanto à escolha do medicamento, 40,0% se basearam em prescrições anteriores e 51,0% em
sugestões de pessoas não qualificadas (D. SERGIO et al, 1997).
As doenças que levam a automedicação de modo geral não explicam o uso dos medicamentos,
pois são doenças que possuem período limitado ou determinado ou supostas carências
nutricionais (D. SERGIO et al, 1997).
Deve ser considerada, a dificuldade de conseguir uma opinião médica, por falta de acesso aos
serviços médicos (VIDAL).
VARIÁVEIS INDIVIDUAIS: Muitas vezes, as pessoas procuram indicações de amigos e familiares
que já tenham sido tratados com determinados medicamentos para patologias e sintomas que eles
acreditam serem os mesmos, esquecendo-se que cada paciente pode apresentar uma resposta
distinta a determinados fármacos, devido aos fatores individuais e predisponentes diferentes que
os tornam únicos e que influenciam no modo em que cada organismo responderá a determinada
medicação. Não há um medicamento que funcione para todos.
Isto é uma das principais características da farmacogenômica (ciência que almeja colaborar com a
erradicação dos tratamentos inadequados e suavizar o sofrimento causado pela dor). A
individualização terapêutica permitirá que o paciente tome um determinado medicamento, sem
correr o risco de não obter o efeito esperado. A farmacogenética alcançará uma resposta mais
rápida sem precisar ―errar e acertar o medicamento‖. Essa inovação encarecerá a medicina,
ocasionando a necessidade de novas tecnologias e equipamentos, e levará a questões éticas e ao
incômodo a indústria. O resultado será uma população menos enferma, cuidando das
predisposições genéticas e diminuindo significativamente as internações para o tratamento de
efeitos colaterais (BERNARDO, 2004).
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A automedicação não acabará, pois muitos creem que só fármacos sintéticos geram problemas, e
acabam consumindo os produtos naturais sem orientação (BERNARDO, 2004).
EFEITOS ADVERSOS: Há três cenários de risco referentes a automedicação. O primeiro, é
quando o usuário faz uso de uma grande quantidade de um fármaco por um longo tempo,
resultando em um efeito acumulativo. O segundo, é o risco da superdosagem, que pode levar a
intoxicações graves. E o terceiro, a baixa dosagem. Nos antibióticos por exemplo, as bactérias
ficam resistentes em vez de serem destruídas, e o efeito é anulado. Além de, erros ou retardos de
diagnóstico, redução de sintomas em doenças graves, reações alérgicas, interações
medicamentosas (um medicamento pode potencializar ou anular o efeito do outro) e alcoólicas,
dependência física e psicológica, podendo levar a necessidade de tratamentos mais invasivos,
complexos, caros, com lenta recuperação, etc. (GOMES, 2012; FURLAN et al,2015 apud
VILARINO et al, 1998; PELICIONI, 2005; CASTRO et al, 2007 apud OMS, 2005).
No geral, os medicamentos percorrem trajetos no organismo até atingir o alvo, nesse caminho,
geralmente passam pelo estomago, intestino e fígado, podendo causar mal-estar e desconfortos,
como queimações e dores abdominais (SARTI et al, 2013).
Doses exageradas de antitérmicos podem resultar na redução das células de defesa do
organismo, durante um tempo. Doses exageradas de anti-inflamatórios podem resultar em
problemas cardiovasculares, causando edema nas pernas e hipertensão, e agravar úlceras e
gastrites (GOMES, 2012).
Um dos medicamentos mais populares é o paracetamol, princípio ativo do Tylenol. O efeito
terapêutico tem como objetivo reduzir o envio de mensagens aos receptores de dor, e age na
regulação da temperatura do corpo, baixando a febre. Quando ocorre o metabolismo no fígado,
uma pequena parte torna-se uma substância tóxica, a NAPQI (N-acetil-p-benzo-quinona imina),
que na maioria dos casos é rapidamente eliminada (ESTILO DE VIDA, 2016).
Para adultos, o risco está na dose a partir de 4 gramas por dia ou 1 grama de uma só vez, o
fígado pode não conseguir eliminar a quantidade excessiva de NAPQI produzida, aumentando o
risco de lesões irreversíveis e falência do órgão. Os usuários mais vulneráveis são as crianças. A
superdose ocorre, pois, outros fármacos também apresentam o mesmo princípio ativo, por
exemplo, medicamentos para alergia, inflamação e febre (ESTILO DE VIDA, 2016).
―Por exemplo, você toma um Tylenol para febre (750 mg de paracetamol) e um Resfenol (400 mg)
para coriza, congestão nasal e outros desconfortos do resfriado. É 1,55 grama por dose, o que já
traz riscos para o fígado‖. (ESTILO DE VIDA, 2016).
―Em nota, a fabricante Johnson & Johnson afirma que "o paracetamol, princípio ativo de Tylenol,
possui um perfil de segurança comprovado por mais de 150 estudos realizados ao longo dos
últimos 50 anos, sendo seguro e efetivo quando utilizado conforme as orientações em bula"‖.
(ESTILO DE VIDA, 2016).
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210
RISCO DE INTOXICAÇÃO: A intoxicação medicamentosa consiste no conjunto de efeitos
adversos relacionados a ingestão de determinadas doses de fármacos. A intoxicação depende das
variáveis individuais do usuário e das diversas interações enzimáticas de indução ou inibição do
metabolismo do fármaco. A intoxicação é classificada em local (pele e mucosas) e sistêmica,
dependendo das propriedades físico-químicas, mecanismo de ação e da via de exposição do
fármaco (PEBMED, 2017).
Segundo a OMS, 29% dos óbitos ocorridos no Brasil decorrem de intoxicação medicamentosa.
Além disso, 15% a 20% dos orçamentos hospitalares são empregados no tratamento de
complicações provocadas pelo mal-uso de medicamentos (JUNIOR; OLIVEIRA; CUSTÓDIO,
2014).
―Cuidados especiais devem ser adotados por gestantes, crianças e idosos. Na gestante, os
medicamentos podem comprometer a saúde do feto, nas crianças, por sua vez, seu sistema de
metabolismo enzimático ainda não está completamente formado, enquanto que nos idosos o
metabolismo é mais lento‖. (ANGELUCCI et al, 2004).
A toxicidade pode provocar manifestações graves no organismo, que ao longo do tempo podem
causar danos irreversíveis. Em maior ou menor grau, todos os medicamentos podem oferecer
riscos à saúde se utilizados indiscriminadamente, mesmo aqueles de venda livre, como
dependência, reações alérgicas e morte (FURLAN et al, 2015; RIBEIRO et al, 2010).
―A diferença entre o remédio e o veneno está na dose‖ (PARACELSO, séc. XVI) .
CONCLUSÃO: Os dados apresentados reafirmam a importância do estudo da automedicação e
confirmam a hipótese da ingênua crença que a sociedade tem sobre os medicamentos,
colaborando com o aumento da demanda farmacêutica para qualquer tipo de desordem, por mais
comum e autolimitado que seja. É necessário informar a população sobre o uso correto dos
fármacos, além de, medidas apropriadas que assegurem a oferta de medicamentos necessários,
eficazes, seguros e de preços acessíveis (D. SERGIO et al, 1997).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paulo – SP. Disponível em:
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diagnostico/amp/>. Acesso em: 16 de outubro de 2017.
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<http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2016/07/confira-os-riscos-de-5-remedios-que-a-
maioria-das-pessoas-consome-6954837.html>. Acesso em: 19 de outubro de 2017.
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A INCIDÊNCIA DO DIABETES MELLITUS E DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NOS
PACIENTES EM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA NA CIDADE DE SÃO LOURENÇO-MG
LEITE, T. F.¹; DIONELLO, A. F. M.²; FRANÇA, R. F.³ ¹ Discente do curso de Enfermagem na Faculdade de São Lourenço-MG.
² Docente e Coorientadora do curso de Enfermagem na Faculdade de São Lourenço-MG.
³ Docente e Orientadora do curso de Enfermagem na Faculdade de São Lourenço-MG.
Resumo
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM) são as principais doenças
causadoras da Insuficiência Renal Crônica (IRC). O objetivo desse estudo foi comprovar as
patologias de maior prevalência em pacientes no tratamento de diálise. Foi realizado um
levantamento de dados utilizando todos os prontuários dos pacientes em tratamento no primeiro
semestre de 2017, na Nefroclínica Circuito das Águas, em São Lourenço-MG, com intuito de
identificar as patologias de base de maior incidência. Foram atendidos nesse período em média
168,33 pacientes por mês. Os pacientes que apresentam como doença de base HAS + DM têm a
maior média de atendimento, com 58,33 pacientes por mês, somando 35% dos atendimentos
mensais. Em segundo lugar vem os pacientes com HAS, 55 por mês, com 33% e em seguida vem
o DM com 14,5 pacientes atendidos por mês, 8% dos atendimentos nesse período. Em quarto
lugar com 10,33 atendimentos vem a glomerulonefrite crônica (GNC), somando 6%, e o restante
das patologias representam 18% dos atendimentos mensais. Portanto, constatou-se que a HAS e
o DM são as patologias de maior prevalência nos pacientes em tratamento renal substitutivo,
também na Nefroclínica Circuito das Águas.
PALAVRAS-CHAVE: Insuficiência Renal Crônica, Patologias de base, Tratamento dialítico.
Abstract
The Systemic Arterial Hypertension (SAH) and the Mellitus Diabetes (MD) are the principal causes
of the Cronic Renal Failure (CRF). The objective of this study was to prove the pathologies of major
prevalence in dialysis patients.A data collection was made from all patients medical records in first
semester of 2017, in Nephroclinic Circuito das Águas, in São Lourenço-MG, with the intention of
identify the basic pathology of major incidence. 168,33 patients for attended monthy. Patients with
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SAH+MD basic pathology were more attended, 58,33 patients monthy, adding 35% of attendance.
In second place are patients with SAH, 55 monthy, with 33%, then comes the MD with 14,5
attended patients monthy, and 8% of attendance at this time. Farth place with 10,33 attendance is
the Glomerulonephritis adding 6%, the other pathologies represent 18% of monthy attendance.
Therefore, it was found that SAH and MD are the pathologies of major prevalence in the patients of
renal replacement therapy, also in Nephroclinic Circuito das Águas.
KEY- WORDS: Chronic Renal Failure, Underlyng pathologies, Dialytic treatment.
Introdução
Atualmente, um fato que tem gerado inúmeras discussões, é a ocorrência suscetiva e
gradativa de doenças crônicas no Brasil, constituindo um significativo problema na saúde pública
(SILVA et al, 2015). Entre as doenças crônicas, a incidência de pessoas com Insuficiência renal
crônica (IRC) vem aumentando consideravelmente, em âmbito mundial, atingindo números
alarmantes de indivíduos com falência renal. A maior incidência de IRC está relacionada as
pessoas com diagnóstico de diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (ROSO
et al, 2013).
Assim define-se IRC como condição fisiopatológica secundária a um grande número de etiologias, resultante da lesão de néfrons, muitas vezes necessitando de terapia dialítica para a sobrevivência, é o resultado da perda progressiva, lenta e irreversível da função renal (CRUZ et al, 2008).
Segundo Peres et al (2007), o DM é a doença crônica que ocasiona maior índice de IRC
nos países desenvolvidos. Nos últimos anos foi observado grande aumento de pacientes
diabéticos no tratamento substitutivo da função renal, em sua maior prevalência, DM Tipo 2.
A DM do tipo 2, está descrita por Lopes (2009), como a forma mais comum de diabetes, correspondendo de 90 a 95% dos casos. A mesma caracteriza-se por distúrbios na ação e secreção da insulina e é frequentemente diagnosticada na idade adulta, em geral após os 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. A hiperglicemia em longo prazo se associa a complicações, incluindo danos aos vasos sanguíneos, olhos, rins e sistema nervoso.
Se trata de uma doença de impacto global, ocasionando uma grande adversidade no que
diz respeito a saúde pública, e é apontada como uma das principais doenças crônicas que afeta a
população. Sua predominância cresce mais a cada dia, devido à junção de fatores genéticos e de
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risco determinantes, dentre eles estão: falta de atividade física, obesidade, elevado consumo de
alimentos ricos em calorias e de absorção rápida, aumento na sobrevida de portadores de
diabetes, aumento na expectativa de vida, maior taxa de urbanização e industrialização (GRILLO;
COELHO, 2007).
As complicações do DM tipo 2, no decorrer de em média 10 anos, no portador do
distúrbio, origina inúmeras doenças crônicas, entre elas está a IRC, como já dito anteriormente. A
IRC é nominada em sua fase mais avançada de IRC Terminal, tendo em vista que o rim perde a
capacidade de manter o equilíbrio do organismo, sua hemostasia (MASCARENHAS et al, 2011),
sendo necessária a diálise.
No cenário brasileiro, a variação na incidência de HAS na população é de 22,3 a 43,9%
(FERREIRA et al, 2015). Segundo Silveira et al (2013), um estudo de revisão classificou a
predominância de HAS na população com idade superior a 20 anos, em torno de 25%.
A HAS é uma síndrome multifatorial caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados, associados a alterações metabólicas, hormonais e fenômenos tróficos, como hipertrofia cardíaca e vascular (FERREIRA et al, 2015).
Há diversos fatores de risco que propiciam o acometimento da HAS em pacientes, um dos
principais é a obesidade, o excesso de peso tem associação direta com o gradativo aumento na
predominância da HAS (SILVEIRA et al, 2013).
Conforme dados do Censo Brasileiro de Nefrologia de 2014, no Brasil, existem 48.834 pacientes
em terapia renal substitutiva. Sendo 44.616 pacientes em hemodiálise (HD), 1.443 em Diálise
Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD), 2.729 em Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) e 46
pacientes em Diálise Peritoneal Interminente (DPI).
Com base nos dados expostos, o objetivo dessa pesquisa foi comprovar que a HAS e o
DM são os maiores causadores de IRC Terminal. Submetendo os pacientes ao tratamento renal
substitutivo.
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Materiais e métodos
Para atender o objetivo proposto, foi realizada uma análise de dados na Nefroclínica Circuito
das Águas, na cidade de São Lourenço - MG, que atende 22 municípios da região do Sul de
Minas, correspondendo a uma população em torno de 255 mil habitantes. Foi revisado todos os
prontuários dos pacientes, no primeiro semestre de 2017, para checar as patologias de base que
os levaram ao tratamento de HD.
Todos os pacientes com IRC que estavam em tratamento de HD nesse período, foram
identificados em 14 patologias, são elas: HAS + DM, HAS, DM, glomerulonefrite crônica (GNC),
infecção do trato urinário (ITU) de repetição + pielonefrite crônica (PNC) + HAS, rejeição crônica
de TX, HAS + cardiopatia, pielonefrite, rins policístico, lúpus, cardiopatia + hepatopatia,
cardiopatia, rim único + estenose, mieloma múltiplo, uropatia obstrutiva, insuficiência renal aguda,
nefrocalcinose + HAS, ou associação entre elas.
Após a identificação dos pacientes e suas respectivas patologias de base, foi realizada
uma análise estatística para obtenção de uma média de atendimento mensal de cada doença e a
média percentual relativa durante o período estipulado.
Resultados e Discussão
Na Nefroclínica Circuito das Águas, no período de janeiro a junho de 2017, foram
atendidos em média 168,33 pacientes mensais em tratamento de HD, os pacientes que
apresentam como doença de base HAS + DM têm a maior média de atendimento, com 58,33
pacientes por mês, somando 35% dos atendimentos mensais, em segundo lugar vem os pacientes
com HAS, 55 por mês, com 33%, em seguida vem a DM com 14,5 pacientes atendidos por mês,
8% dos atendimentos nesse período, em quarto lugar com 10,33 atendimentos vem a GNC,
somando 6% e as demais patologias, apresentam 18% dos atendimentos mensais. Essas quatro
patologias básicas apresentam maior incidência sobre as demais, como pode ser visto na tabela 1.
Por sua vez, o gráfico 1 apresenta de forma percentual a prevalência das doenças de base nos
pacientes em diálise.
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Tabela 1 – Caracterização da média mensal de atendimento decorrente de cada patologia
de base na Nefroclínica Circuito das Águas em São Lourenço - MG no período do primeiro
semestre de 2017.
MÉDIA DE ATENDIMENTO MENSAL DECORRENTE DE CADA PATOLOGIA DE BASE
PATOLOGIA JAN FEV MAR ABR MAI JUN TOTAL MÉDIA
MENSAL
HAS / DM 56 58 62 60 58 56 350 58,33
HAS 56 55 55 55 54 55 330 55
DM 15 14 14 14 15 15 87 14,50
GNC 10 9 9 11 12 11 62 10,33
ITU rep. + PNC crônico + HAS 5 6 5 8 7 7 38 6,33
REJEIÇÃO CRÔNICADE TX 5 5 5 6 6 6 33 5,50
HAS + CARDIOPATA 4 5 5 5 4 4 27 4,50
PILELONEFRITE 3 3 3 3 3 3 18 3
RINS POLICÍSTICO 3 3 3 3 3 3 18 3
LÚPUS 3 3 3 2 2 1 14 2,33
CRDIOPATIA + HEPATOPATIA 1 1 2 2 2 2 10 1,67
CARDIOPATIA 2 1 1 1 1 1 7 1,17
RIM ÚNICO + ESTENOSE 1 1 1 1 1 1 6 1
MIELOMA MÚLTIPLO 1 1 1 1 1 1 6 1
UROPATIA OBSTRUTIVA 1 0 0 0 0 0 1 0,17
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA 0 0 0 0 0 1 1 0,17
NEFROCALCINOSE + HAS 0 0 0 0 0 1 1 0,17
UREMIA 0 0 0 0 0 1 1 0,17
Gráfico 1 – Porcentagem da incidência das patologias de base na Nefroclínica Circuito das
Águas em São Lourenço - MG, no período do primeiro semestre de 2017.
35%
33%
8%
6% 18%
INCIDÊNCIA DAS PATOLOGIAS DE BASE EM PACIENTES NO
TRATAMENTO DE HEMODIALISE
HAS + DM HAS DM GNC OUTRAS PATOLOGIAS
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De acordo com os resultados encontrados nesse estudo, o DM e a HAS são as duas
doenças crônicas de maior incidência que ocasionam a IRC nos pacientes em tratamento de HD,
resultado semelhante ao estudo realizado por Ribeiro et al (2008), na Unidade de Nefrologia do
Hospital de Base da Fundação Faculdade Regional de Medicina, de São José do Rio Preto - SP, e
vai de encontro com o diz Siviero, Machado, Cherchiglia (2014), que classifica a IRC como um
problema que cresce gradativamente acometendo grande parte da população, dentre as causas
estão: o envelhecimento populacional e o aumento da incidência de HAS e DM, principais
patologias que desencadeiam a disfunção renal.
A HAS e o DM, doenças crônicas não transmissíveis e de grande incidência, destacam-se
entre os cinco principais riscos globais de mortalidade. De acordo com a Organização Mundial de
Saúde, uma a cada três pessoas adultas tem HAS e uma a cada dez apresentam DM. No Brasil
há uma maior prevalência em pessoas de mais idade e de menor nível educacional. Além de
serem as principais causadoras da IRC também geram um grande problema para o Sistema Único
de Saúde (SUS), devido aos altos custos utilizados em tratamento, programas de atenção básica
e prevenção (TORTORELLA et al, 2017).
Decorrente da elevada incidência dessas patologias e o sério problema que geram na
saúde pública, o Ministério da Saúde visando a redução dos índices de morbimortalidade, criou o
programa HiperDia, em 2002, com intuito de melhorar o atendimento aos pacientes portadores de
HAS e DM (SILVEIRA et al, 2013).
O programa HiperDia faz um levantamento e cadastramento dos portadores de HAS e DM
para um acompanhamento através de reuniões mensais de educação continuada, consultas
agendadas, acesso aos medicamentos necessários, estímulo a prática de atividades físicas e
hábitos saudáveis (SILVA et al, 2015).
O enfermeiro desempenha um papel determinante na prevenção dessas doenças crônicas
e consequentemente na prevenção da IRC, atuando na atenção primária, identificando os grupos
de risco decorrente das patologias de base, de forma precoce, visando a manutenção e controle
dessas doenças. Segundo Silva et al (2015), para a prevenção da IRC, a necessidade de cada
paciente tem ligação direta na intervenção do enfermeiro, como algumas pesquisas demonstram,
que o controle contínuo da pressão arterial, da taxa glicêmica, das dislipidemias e das anemias
podem cessar sua progressão.
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Como no caso do DM tipo 2, que segundo Peres et al (2007), calcula-se que no decorrer
de 10 a 15 anos, 20 a 45% dos pacientes portadores do DM desenvolverão nefropatia. Nota-se
uma maior incidência de IRC secundária nos casos de DM tipo 2, pois sua prevalência é dez
vezes superior à do DM tipo 1. No DM tipo 2, o enfermeiro tem papel essencial no
desenvolvimento de atividades educacionais, aumentando o nível de conhecimento dos pacientes
e contribuindo para adesão destes ao tratamento, dentre essas medidas estão: reeducação
alimentar, prática regular de atividades físicas e redução de peso em caso de pacientes obesos
(MASCARANHAS 2011).
No entanto, para que seja possível a realização dessas práticas, é necessário que haja
consentimento e comprometimento por parte do paciente. Segundo Silva (2014), um dos maiores
problemas encontrados é a não aceitação dos pacientes no tratamento de doenças crônicas, entre
os fatores que favorecem a não adesão estão: idade, sexo, grau de escolaridade, condições
financeiras, ausência de sintomas, consequências tardias, falta de entendimento da gravidade da
doença, custo do tratamento, efeitos colaterais, e um dos principais, a relação com a equipe de
saúde.
A aceitação do tratamento é de extrema importância para o controle de doenças crônicas,
isso traz inúmeros benefícios ao paciente, a família, ao sistema de saúde e à economia do país.
Mantendo a doença controlada, o paciente na maior parte das vezes, pode ter uma vida normal e
ativa, suas famílias podem se dedicar à seus afazeres, não tendo mais que exercer papel de
cuidadora, o sistema de saúde reduz seus gastos decorrente da diminuição das complicações das
doenças e a economia ganha com o aumento da produtividade (GOUVEIA, 2012).
Para que a prática seja realizada em sua integralidade, é necessário e essencial o
exercício do trabalho em equipe, desde as etapas de formação do profissional de saúde. Também
é de grande importância exercícios que estimulem o diálogo, a troca, abordagem cientifica entre
os diferentes conhecimentos formais e não formais, que cooperam para as ações de promoção de
saúde, seja ela individual ou em grupo. A discussão da integralidade tem com intuito principal,
demostrar a importância do diálogo entre os profissionais da saúde, tendo assim uma visão
holística do paciente, feito impossível de se realizar individualmente (REIS et al, 2014).
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Considerações finais
Neste estudo constatou-se que a HAS e o DM são as doenças crônicas que mais
acarretam a IRC, e essas patologias estão crescendo e acometendo cada vez mais a população,
fazendo com que um grande grupo de indivíduos venham a necessitar de tratamento diálico.
Essas patologias são em seu início geralmente silenciosas, o que dificulta o diagnóstico
precoce, tornando-se um grande desafio para a equipe de saúde, que mesmo com essas
dificuldades, precisam ter um olhar crítico, visando identificar e rastrear de forma rápida e eficaz os
grupos de risco, tornando assim mais fácil o diagnóstico precoce e inserção dos pacientes ao
tratamento e grupo de educação continuada, dando-lhes todo apoio e suporte necessário para
evitar o agravamento da doença.
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222
16 A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE
PRÓSTATA
Acadêmico: GOMES, Vinicius Maciel
Orientador: COELHO, Fernando
Co-orientadoras: DIONELLO, Andreza Figueirola Martins; FRANÇA, Rafaela Ferreira
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar a importância dos profissionais da saúde e da
enfermagem em relação a prevenção do câncer de próstata. O câncer de próstata é o segundo
tipo de câncer que mais afetam os homens, ficando depois do câncer de pele. A saúde do homem
é uma questão que deve ser levada em prática, fazendo-se necessária a e conscientização e
treinamento de profissionais da área da saúde para implementação de ações e programas
relacionados à saúde masculina. Considerado o câncer da terceira idade. È duas vezes mais
freqüente que o câncer de mama. Existem diversos fatores de risco. O avanço da idade está entre
um dos fatores de risco, além do histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais e
hábitos de vida dos pacientes. Somente através da na prevenção contra o câncer de próstata será
possível reverter esse quadro, com a busca da eliminação dos fatores de risco e conscientização
do público masculino da importância da realização de exames de rastreamentos periódicos. A
prevenção está na redução dos fatores de risco. Uma dieta balanceada, o exercício físico, o
controle de peso. São hábitos simples que podem contribuir. O exame de toque retal é
indispensável para homens acima de 50 anos de idade. Muito recomendado e divulgado pelos
profissionais de saúde. É um ato que gera muito preconceito. O acesso a informações poderia
deixar os homens mais comprometidos, fazendo-os pensar melhor na conduta em relação de sua
saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Terceira idade. Homem. Toque retal. Saúde.
16
Curso de Graduação em Enfermagem pela Faculdade São Lourenço. São Lourenço – MG. E-mail do
autor: [email protected]. Orientador: Professor Fernando Coelho. Co-orientadora: Professora
Andreza Figueiredo Martins Dionello.
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223
ABSTRACT
The present paper aims to demonstrative the importance of health professionals and nursing in
relation to the prevention of prostate cancer. Prostate cancer is the second type of cancer that
most affect men, getting affter skin cancer. The health of man is a question that must be taken into
account, making it necessary to raise awareness and health professionals to implement actions
and programs related to health male is twice are several the cancer of third age. It is twice as
common as breast cancer. Breast there are several risk factors The advancement of age it among
one of the risck factors, in addition to family history of the diasease, hormonal and enviromental
factors, and patients life habits. Only through prevention in prostate cancer, it will possible to
reverse this situation, with the search for elimination of risk factors and the awareness of the male
public about the importance of examinations. Prevention is in reducing risk factors. A diet balanced.
Physical, exercise, weight control. They are simple habits that can contribute. The exam rectal
touch is indispensable for men over 50 years of age highly recommended and publicized health
professionals. It is an act that generates a lot of prejudice. Access to information could leave men
more committed, making them betters be possible situationer about the conducttes, in relation tho
thein health.
KEY WORDS: Third age. Man . Rectal touch. Health.
1. INTRODUÇÃO:
O estudo tem como tema a enfermagem e a prevenção contra o câncer de próstata. A
enfermagem utiliza de habilidades e conhecimentos específicos para promover o bem-estar e
cuidado às pessoas. As atividades de prevenção de doenças são de reduzir o risco de doenças, a
promoção de bons hábitos de saúde e manter o funcionamento ideal.
O câncer de próstata é comum nos EUA e no noroeste da Europa, porém raro na África, na
América Central, na América do Sul, na China e em outras partes da Ásia. Os homens
afrodescendentes correm alto risco de câncer de próstata. Além disso, têm a probabilidade de
morrer por câncer de próstata aumentada em mais do dobro que os homens de qualquer outro
grupo racial ou étnico. (CHEEVER, 2016)
As causas exatas do câncer de próstata são desconhecidas. O câncer de próstata pode se
desenvolver por causa de alterações genéticas, pode também ser causa de fatores ambientais,
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224
tais como a alimentação. Quanto mais anormal o gene, maior a probabilidade de desenvolver
câncer de próstata. Em casos raros, o câncer de próstata pode ser hereditário.
De acordo com o envelhecimento do homem a tendência é que a próstata aumente de
tamanho, dessa forma, o fluxo urinário se torna mais lento e difícil de expelir. O toque prostático é
recomendável para homens a partir dos 50 anos e em casos especiais a partir dos 45 anos.
A ausência do conhecimento dos homens sobre o câncer dificulta o diagnóstico precoce da
doença e influencia no preconceito e tabus postos pela sociedade. Em pesquisa, homens com alto
grau de instrução e mais novos não realizam o exame de toque, por preconceito existente, já
homens mais velhos e com baixo grau de escolaridade, responderam que não realizaram por não
apresentarem sintomas da doença. (PINHEIRO, et.al. 2012).
O câncer de próstata é notadamente reconhecido como um problema de saúde pública A
falta de acesso a informações mantém crenças ultrapassadas e negativas. O enfermeiro
tem importância fundamental na conscientização e orientação da realização periódica dos
exames.
A Enfermagem é uma profissão que procura dar assistência a pessoas e famílias que
necessitam de apoio para a recuperação e manutenção da saúde.
De acordo com Murta (2009), enfermeiro deve proporcionar informações à população sobre
assuntos relacionados ao câncer de próstata interagindo com a comunidade com humanização do
atendimento e foco holístico, prestando qualidade no atendimento oferecido. Deve-se avaliar e
planejar a assistência oferecida à população masculina visando alcançar o bem estar e melhores
condições para a manutenção da saúde. O enfermeiro deve responder as dúvidas de maneira
clara e satisfatória, proporcionar informações sobre recursos na comunidade para enfrentar o
câncer.
2. O QUE É PRÓSTATA:
A próstata é uma glândula presente apenas no sexo masculino. É também chamada de
glândula prostática. Possui uma média de 4 cm de largura e 3cm de espessura, encontra-se
debaixo da bexiga urinária onde envolve a porção inicial da uretra.
A próstata é um órgão pélvico, ímpar, situado interiormente à bexiga e atravessado em toda a sua
extensão pela uretra. Consiste principalmente de musculatura lisa e tecido fibroso, mas contém
também glândulas. A secreção destas junta-se à secreção das vesículas seminais para constituir o
volume do líquido seminal. A secreção das glândulas é lançada diretamente na porção prostática
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da uretra através de numerosos ductos prostáticos (não visíveis macroscopicamente) e confere
odor característico ao sêmen. (DANGELO E FATTINE , 2002).
A próstata localiza-se na pelve masculina, é responsável pela produção de aproximadamente
de 50% dos fluidos constituintes do sêmen ou esperma, apresenta caráter fundamental para a
sobrevivência dos espermatozóides. A próstata apresenta grande importância na parte urológica,
pois apresenta ligações a vários processos que causam transtornos a pacientes de diferentes
idades. A próstata está sujeita a várias afecções, muitas das quais mais comuns em homens
idosos.
Segundo Van De Graaff (2003), A próstata é firme, do tamanho e da forma de uma castanha.
Tem aproximadamente 04 cm de largura e 03 cm de espessura, encontra-se imediatamente
debaixo da bexiga urinária onde envolve a porção inicial da uretra. A próstata é recoberta de uma
cápsula fibrosa e está dividida em lobos formados pela uretra e ductos ejaculatórios que se
estendem através da glândula. Os ductos dos lobos se abrem na uretra. Extensos feixes de
músculo liso situam-se ao longo da próstata para formar uma malha que sustenta o tecido
glandular. A contração do músculo liso expele o conteúdo da glândula e fornece parte da força de
propulsão necessária à ejaculação do sêmen. A fina secreção prostática de cor de leite ajuda a
motilidade dos espermatozóides como agente de liquefação e sua alcalinidade protege o esperma
em sua passagem pelo meio ácido da vagina da mulher, A próstata também secreta a enzima
fosfatase ácida, que com freqüência é medida clinicamente para avaliar a função prostática. A
descarga da próstata ocupa aproximadamente mais de 40% do volume do sêmen.
A próstata está sujeita a uma variedade de afecções muitas das quais são mais comuns em
homens idosos. Os quatro problemas prostáticos mais freqüentes são: prostatite aguda, prostatite
crônica, hipertrofia prostática benigna e carcinoma prostático.
2.1. CÂNCER:
De acordo com Munhoz (2016), o câncer consiste em uma enfermidade crônica, caracterizada
pelo crescimento desordenado das células, o qual é resultante de alterações no código genético.
De 5% a 10% das neoplasias são resultados diretos da herança de genes relacionados ao câncer
e grande parte dos casos envolve danos ao material genético, de origem física, química ou
biológica que se acumulam ao longo da vida.
O desenvolvimento de várias formas mais comuns de câncer resulta de uma interação entre
fatores endógenos e exógenos, sendo o mais notável desses fatores a dieta e o estilo de vida.
O câncer é um processo patológico que começa quando uma célula anormal é transformada por
uma mutação genética do DNA celular. Essa célula forma um clone e começa a se proliferar de
maneira anormal, ignorando os sinais de regulação de crescimento no ambiente envolta da
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mesma. Elas adquirem características invasivas podendo se infiltrar nos tecidos vizinhos e causar
alterações. (BRUNNER, 2005).
Segundo Munhoz (2016), o câncer é definido como uma enfermidade multicausal crônica,
caracterizada pelo crescimento descontrolado das células. O câncer pode ocorrer em vários
tecidos e em diferentes partes do corpo. Pode evoluir de forma lenta ou agressiva. Nos homens o
tipo mais comum é o de próstata, nas mulheres o de mama. Vários estudos mostram que o câncer
pode ter origem genética ou por fatores ambientais. Recentes estudos constatou-se que o câncer
é causado primeiramente por modificações genéticas adquiridas por fatores externos e não como
uma doença genética passada de geração a geração. Somente 5% a 10% das neoplasias são
resultados diretos da herança de genes relacionados ao câncer, grande parte dos casos envolve
danos ao material genético, de origem física, química ou biológica que se acumulam ao longo da
vida.
2.2. CÂNCER DE PRÓSTATA:
A origem do câncer de próstata é desconhecida, entretanto se presume que alguns fatores
possam influenciar no seu desenvolvimento. A adoção de hábitos saudáveis pode evitar o
aparecimento de doenças, entre elas o câncer.
O câncer é uma doença crônica degenerativa, apresentando uma evolução prolongada e
progressiva, sendo resultado da sobreposição celular anormal a partir de células normais. O
câncer de Próstata (CP) tem crescimento lento, com tempo de duplicação estimado de dois a
quatro anos. Na fase inicial, pode demorar até 15 anos para atingir 1 cm de diâmetro, mas, depois,
tende a apresentar crescimento rápido. Entretanto, portadores dessa neoplasia podem morrer,
sem que seja diagnosticada (LOPES, 2008).
Segundo Ellsworth, MD (2003), Câncer de próstata é um crescimento maligno das células
glandulares da próstata. Câncer é o crescimento celular anormal e a perturbação é tal que as
―células cancerosas‖ podem crescer sem o controle e o limite normais. Malignidade é um
crescimento cancerígeno que tem o potencial de se espalhar e causar danos a outros tecidos do
corpo ou as células cancerosas podem se afastar do tumor e penetrar nos fluidos corporais e se
espalhar por outras partes do corpo.
O câncer de próstata em seus estágios iniciais raramente provoca sintomas, os quais, em
geral, surgem em conseqüência de obstrução urinária na doença avançada. O câncer de próstata
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está relacionado aos hormônios sexuais. A atividade física parece diminuir o risco de câncer de
próstata.
Conforme Marques (2015), o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas,
podendo em estágio avançado apresentar dificuldades para urinar e sangue na urina. Ele cresce
de maneira muito lenta, sendo que é de extrema relevância que homens a partir dos 50 anos,
consultem um médico anualmente e se houver casos na família ou fatores de risco é importante
que comece a consulta anual a partir dos 45 anos. É fundamental avaliar o estágio da doença,
tanto para definir o prognóstico como para fazer o tratamento adequado. Para analisar a gradação
do tumor é usado o sistema de Gleason, uma parte do tecido prostático é retirado para biópsia e
analisado através de um microscópio.
O câncer de próstata em seus estágios iniciais raramente provoca sintomas. As quais surgem em
conseqüência de obstrução urinária na doença avançada. O câncer de próstata tende a variar em
sua evolução. Se o câncer for grande o suficiente para comprimir o colo da bexiga, surgem sinais
e sintomas de obstrução urinária (dificuldade e freqüência da micção, retenção urinária e
diminuição do tamanho e da força do jato urinário). Outros sintomas podem incluir a presença de
sangue na urina ou sêmen e ejaculação dolorosa. Pode ocorrer crematúria se o câncer invadir a
uretra ou a bexiga. A disfunção sexual é comum ante do estabelecimento do diagnóstico.
(CHEEVER, 2016).
Estudos sugerem que dieta pobre em gorduras, ricas em frutas e verduras podem ajudar a
diminuir o risco de câncer de próstata.
Os homens de raça negra têm maior probabilidade de contrair câncer quando jovem e
frequentemente têm um câncer mais agressivo. Os homens negros americanos devem fazer mais
cedo um acompanhamento contra o câncer de próstata do que os homens brancos jovens.
São identificados como fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer:
Idade avançada;
Maior incidência em afro descendente;
Em caso de história de câncer de próstata na família, maior a incidência de desenvolver a
doença;
Fatores alimentares como dieta rica em gorduras animais: carne vermelha, cálcio, gordura, leite,
entre outros;
Tabagismo;
Etilismo;
Homens que fizeram vasectomia.
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Segundo Ellsworth, MD (2003), teoricamente todos os homens correm o risco de desenvolver
câncer de próstata. A prevalência do câncer de próstata aumenta com a idade e este aumento é
maior com o câncer de próstata do que com qualquer outro câncer.
Os homens com mais de 50 anos de idade correm o risco aumentado de câncer do sistema
geniturinário, incluindo cânceres de rim, bexiga, próstata e pênis. O toque retal, o antígeno
prostático específico (PSA) e o exame de urina, que possibilita a triagem para hematúria, podem
revelar um percentual mais elevado de neoplasias malignas em estágios mais precoces, levando a
uma morbidade menor associada ao tratamento, bem como a uma taxa de mortalidade menor.
(CHEEVER, 2016).
O toque retal e a dosagem o antígeno prostático específico (PSA) e o exame de urina são os
principais métodos de identificação de alteração na próstata. Posteriormente a biópsia e o estudo
histopatológico são indicados para a definição do diagnóstico do paciente. O tratamento deve ser
individualizado, de acordo com as particularidades do paciente.
2.3.ENFERMAGEM:
A palavra enfermeiro (em inglês, nurse) originou-se da palavra latina nutrix, significando nutrir.
A maioria das definições de enfermagem, definem o enfermeiro como a pessoa que nutre,
encoraja e protege os pacientes. Preparados para cuidar de doentes, feridos e idosos. A
enfermagem não é mais entendida como, primordialmente, preocupada com o atendimento.
Segundo Taylor (2014), A enfermagem é uma profissão com foco na assistência a pessoas,
famílias e comunidades para a obtenção, a recuperação e a manutenção da saúde, do nascimento
à velhice. O atendimento do enfermeiro envolve toda espécie de atividades, da realização de
procedimentos técnicos complicados até algo aparentemente tão simples como segurar a mão de
alguém. Enfermagem é um misto de arte e ciência. A ciência da enfermagem é a base de
conhecimentos para a assistência prestada; a arte da enfermagem é a aplicação hábil desse
conhecimento para auxiliar os outros a obter o máximo em saúde e qualidade de vida.
É imprescindível a participação do profissional enfermeiro da divulgação de ações preventivas
do câncer de próstata.
O enfermeiro deve aproveitar sempre as oportunidades que surgem no seu cotidiano assistencial
no sentido de
orientar de maneira adequada o público masculino sobre os fatores de risco e medidas de
prevenção relativas ao CP, além de identificar a presença de fatores predisponentes, a fim de
buscar precocemente a presença de sinais e sintomas que possam indicar alterações
relacionadas a próstata. O atendimento baseado na comunicação é uma estratégia importante,
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pois há uma troca de informações entre equipe de saúde e paciente, gerando uma de uma
compreensão mútua (NOGUEIRA; NEVES, 2013).
De acordo com Taylor (2014), são quatro amplos objetivos de prática podem ser identificados
nas definições de enfermagem:
Promover a saúde;
Prevenir as doenças;
Restaurar a saúde;
Facilitar o enfrentamento da incapacitação e da doença.
Para que possa atingir esses objetivos. O enfermeiro vale-se de conhecimentos, habilidades e
pensamento crítico para prestar atendimento em uma variedade de papéis de enfermagem
tradicionais e ampliados.
Em situações do dia a dia da assistência de enfermagem , o enfermeiro não deve desperdiçar a
oportunidade de abordar os homens, a fim de orientá-los sobre os fatores de risco e medidas
preventivas relativas ao câncer prostático, identificando a presença ou não desses fatores e
buscando sinais e sintomas que possam apontar alterações relacionadas (MEDEIROS, et al.,
2011).
Conforme Brasil, (2002), O papel do enfermeiro é ajudar a ampliar o acesso dos homens as
informações. Para que isso aconteça é importante a realização de estratégias, tais como:
Planejar palestras educativas em escolas, igrejas e na Unidade de Saúde;
Realizar consulta de enfermagem;
Organizar campanhas incluindo o novembro azul;
Orientar sobre atividade física, dieta e hábitos de saúde;
Aumentar a capacidade comunitária e dar o direito de voz ao indivíduo;
Realização de eventos nas próprias Unidades de Saúde junto as graduados, ou aqueles em fase
de término de faculdade ou curso de nível técnico;
Promover educação em saúde;
Capacitação da equipe;
Visitas domiciliares;
Ampliar o acesso ao serviço;
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Participação em assuntos ligados à comunidade na Associação de Moradores;
Horta comunitária com finalidade de criar modos de interagir e maior participação desse homem e
sua família;
Manter uma linguagem de fácil entendimento;
Planejar e coordenar maior integração da família.
2.4. AÇÕES PREVENTIVAS:
Quanto mais cedo for detectado o câncer de próstata, mais alta se torna a probabilidade de
cura.
A prevenção tem como intuito a redução da incidência e prevalência da doença nas
populações. Os objetivos das atividades de prevenção de doenças são de reduzir o risco de
doença, promover os bons hábitos de saúde e manter o funcionamento ideal.
Conforme Bacelar Junior, (2015). A prevenção contra o câncer de próstata é feita por meio de
dois níveis de programas de prevenção: a primária que previne a ocorrência da enfermidade e a
secundária que consiste no diagnóstico precoce por meio de rastreamento com o objetivo de
reduzir a incidência e prevalência do câncer de próstata.
A prevenção primária é necessária a limitação da exposição a agentes causais ou fatores de
riscos como o tabagismo, sedentarismo, dieta inadequada. Na prevenção secundária se faz
necessários procedimentos que permitam o diagnóstico precoce ou detecção das lesões pré-
cancerosas, cujo tratamento pode levar à cura ou, ao menos, à melhora da sobrevida dos
indivíduos acometidos. (BACELAR JUNIOR, 2015).
A queda das taxas de morbidade e mortalidade podem estar associadas com o
reconhecimento de doenças crônicas no estágio inicial e mudanças de hábitos.
O toque retal e a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) são os principais métodos
de identificação de alteração na próstata; posteriormente a biópsia e o estudo histopatológico são
indicados para a definição do diagnóstico do paciente.
O toque prostático tem como principal função avaliar o tamanho, a forma e a consistência da
próstata, no intuito de identificar a presença de nódulos. Este exame é recomendável,
principalmente para homens acima dos 50 anos, sendo que para homens com histórico familiar de
câncer de próstata antes do 60 anos a recomendação é realizar o exame de toque a partir dos 45
anos. Além do câncer de próstata é possível identificar outros problemas através do toque
prostático.
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231
O diagnóstico de câncer de próstata é confirmado por um exame histológico do tecido
removido cirurgicamente por Ressecção transuretral da próstata (RTUP), prostatectomia aberta ou
biópsia por agulha transretal guiada por ultrassom. A aspiração por agulha fina constitui um
método rápido e indolor de obter células da próstata para exame citológico e para estadiamento da
doença.
Na maioria dos casos, o câncer de próstata é detectado quando um homem busca cuidados
médicos em razão de sintomas de obstrução urinária, ou quando é diagnosticado pelo EDR de
rotina e teste do Antígeno Prostático específico (PSA). O câncer é encontrado de modo incidental
em cerca de 1 em cada 10 casos quando a RTUP é realizada para uma doença clinicamente
benigna e quando ocorrem sintomas da via urinária inferior
A adoção de hábitos saudáveis pode contribuir para a prevenção de doenças. A abstenção
de álcool e fumo, a alimentação balanceada, a redução de gorduras, principalmente de origem
animal , uma dieta rica em fibras, frutas e vegetais e manter o peso. Fica clara a importância das
campanhas educativas levando em consideração as percepções, crenças e os níveis de
informação dos homens, objetivando trocar estratégias educativas no sentido de melhor orientá-
los com vistas à adesão aos hábitos preventivos.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Através de estudos realizados, conclui-se que o câncer de próstata é o segundo tipo de
câncer mais prevalente entre homens com mais de 50 anos no Brasil. Torna-se de fundamental
importância, intervenções que possam prevenir o câncer e detectá-lo em fase inicial. A adoção de
hábitos saudáveis de vida pode evitar o surgimento de doenças, entre elas o câncer. O câncer é a
doença que mais causa mortes no mundo. Por esse motivo, o câncer tem sido alvo de inúmeros
estudos. O câncer de próstata não dá sinal de alerta, ele cresce lentamente. As causas do câncer
de próstata são desconhecidas. Dados conclusivos demonstram que é de fundamental
importância da atuação do enfermeiro na busca da prevenção do câncer de próstata. A prevenção
tem como intuito a redução da incidência e prevalência da doença nas populações. Quanto mais
cedo for detectado o câncer de próstata mais aumentam as chances de cura. Estudos apontam
que a falta de conhecimento adequado pode ser um fator determinante para o exame de câncer
de próstata. É notório que uma grande parte de homens são desprovidos de conhecimentos
referentes às práticas preventivas do câncer de próstata. Uma das melhores maneiras de
prevenção para o câncer de próstata é a realização regular dos exames que ajudam no
diagnóstico da doença. Geralmente é feito o toque retal pelo urologista que avalia o tamanho,
consistência e presença de nódulos na próstata. O toque prostático é recomendável aos homens
acima dos 50 anos.
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Guanabara Koogan. 2005.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PARTO NATURAL HUMANIZADO
Marques, S.K1; Treva, M.B2; Dionello, M.F.A3; França, F.R 4
Discente1 Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço MG
Discente2 Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço MG
Docente3 e coorientadora do Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço MG
Docente4 e orientadora do Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço MG
RESUMO
Com o objetivo de devolver a autonomia da mulher fazendo reconhecer seus direitos no período
gestacional, pré-natal, parto e pós parto; seu papel como protagonista nesse período. Mostrar a
importância da assistência de enfermagem, sendo com qualidade e humanizada, conscientizar as
mulheres quanto a importância do parto natural humanizado, segundo dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS); custo benefício da escolha do parto. Provar com dados atuais, a
quantidade de partos realizados através de cesariana e parto normal pelo Hospital Fundação Casa
de Caridade de São Lourenço, constatando a prevalência de cesárea, e o baixo índice de parto
normal.
Palavras-Chave: Parto Natural; Humanização; Acolhimento; Assistência de Enfermagem.
ABSTRACT
In order to give back women`s autonomy making their rights recognized in the gestation period,
prenatal, chilbirth and postpartum; her role as protagonist in this period. To show the importance of
nursing care, being with quality and humanized, to make women aware of the importanceof natural
humanizes childbirth, according to the world Health Organization (WHO); cost-benefit of the choice
of childbirth. To prove with current data, the number of deliveries made through by the Hospital
Foundation House of Charity of São Lourenço, noting the prevalence of c-section and the low rate of
natural childbirth.
Key Words: Natural Childbirth; Humanization; Shelter; Nursing Care.
1.INTRODUÇÃO
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PARTO NATURAL HUMANIZADO
Antigamente o parto era de responsabilidade feminina, apenas parteiras realizavam essa prática. A
mulher era totalmente participativa no momento do parto, protagonista do nascer de seu filho. As
parteiras eram conhecidas pelas suas experiências e afinidade com as mulheres, mesmo sem
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conhecimento científico, apenas com suas crenças e culturas, ajudavam as parturientes. Os partos
aconteciam na própria residência, muitas vezes sem a presença do seu marido, por ser considerado
um incômodo para mulher que dava a luz (CAMPOS,Neusa Ferreira 2016).
Com o passar do tempo, a datar do SÉC XX, começou a se utilizar da hospitalização do parto,
utilizando assim a medicalização com o controle do período da gestação e o parto natural.Neste
processo o parto deixou de ser algo privado e de autonomia da mulher, passou a ser vivenciado como
um momento de sofrimento intenso, físico e moral. Já não se tinha mais segurança, o medo, a tensão
e a dor prevaleciam sobre esse processo, o modelo de assistência impedia o processo natural e
fisiológico do parto normal (CAMPOS,Neusa Ferreira 2016)
O Brasil se encontra como um dos campeões de cesárias , segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com maior
percentual de partos realizados por cesária do mundo (55,6%) e só perde
para a República Dominicana, a taxa chega a 56,4%, segundo a REVISTA
EXAME 17 MAIO DE 2016.
É importante realçar que o tema tem sido de muita discussão entre os programas relacionados à
saúde da mulher, defendendo o parto natural humanizado desde o pré-natal até o nascimento. Vemos
que existe um grande conflito em torno do tema , em busca de um atendimento de qualidade e
humano para as parturientes e os bebês (DAVIS-FLOYD 1998).
Infelizmente mesmo com tantas investidas no parto natural humanizado, sabemos que ainda se
predomina o método intervencionista, reprimindo a fisiologia e os aspectos naturais da mulher,
usando de sua vaidade e diminuindo sua capacidade de dar à luz a forma natural (MINISTERIO DA
SAÚDE 2016).
O profissional de saúde é responsável pelas orientações feitas à gestante, sobre riscos de uma
cesárea por exemplo: hemorragia, trombose, infecção, problemas respiratórios para o bebê, má
cicatrização, dificuldade na amamentação entre outros (BRASIL, 2001).
Uma maneira nova de humanização é o acolhimento da parturiente e dos familiares que também
tem parte com a mesma, fornecer apoio e um olhar holístico, levando em conta suas dúvidas, medos,
insegurança e emoções, com a responsabilidade de uma equipe integrada garantir os direitos dessas
mulheres, prestando uma assistência de qualidade; permitindo que ela torne-se novamente
protagonista de seu parto desempenhando um papel ativo em todo o processo.
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O tema é abordado com o objetivo de identificar de forma científica a importância do parto natural
humanizado e sua assistência para o melhor atendimento as parturientes, com o objetivo de
influenciar a diminuição da ocorrência de cesáreas e demonstrar os riscos oferecidos para o
crescimento saudável da criança e a recuperação pós-operatória da mãe .
2.METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa e quantitativa;
permitindo considerações diversas ao assunto abordado. O estudo se refere a importância de voltar a
mulher, sendo protagonista do próprio parto. Pesquisa realizada por via eletrônica, revisão à partir de
artigos científicos e busca de dados afim de fazer uma comparação sobre a quantidade e período de
partos naturais e cesarianas.
Análise de dados referente ao Hospital da Fundação Casa de Caridade de São Lourenço, onde
foram resgatado dados da maternidade, referente a quantidade de partos no período de 12 meses,
quantos partos cesárea e normal que foram realizados. A pesquisa tem como objetivo incentivar que
as mulheres optem pelo parto por via vaginal, com base em materiais já existentes como artigos
científicos e dados fornecidos pelo hospital embasados nos indicadores colhidos pelas enfermeiras
assistenciais da maternidade no período suposto, demonstrando os benefícios do parto natural,
comparando com os dados da quantidade de cesáreas realizadas em cada mês.
A pesquisa tem por intenção demonstrar o número exorbitante de cesarianas em comparação com a
incidência de partos por via vaginal, comprovando que tal ocorrência ultrapassa os valores
estipulados pela OMS e justificar que tal ato são muitas vezes desnecessários ou vem acompanhado
da ―comodidade‖ exigida pela família ou mesmo pelo profissional médico, diminuindo a autonomia da
mulher e impedindo que a mesma entenda os sinais do seu corpo, se adapte a ele correspondendo
aos estímulos do trabalho de parto e ainda vetando o bebê dos benefícios que o parto natural
oferece.
3.HUMANIZAR JUNTO À ESCOLHA DO PARTO
O conceito de cuidar está relacionado diretamente com o conceito de humanizar, prestar cuidados
de qualidade, respeitando sua cultura e crenças, servindo de apoio para o paciente e família nada
mais é do que humanizar. Esse conceito faz parte de um significado muito abrangente, considerando
isso, é tornar o momento do parto um momento que tinha tudo para ser um peso, de dor e sofrimento
em algo mais leve e acolhedor para mãe e bebê, garantindo a segurança de ambos por uma
assistência de qualidade e a presença de pessoas que a faça se sentir segura (RATTNER, D 2009).
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O termo “humanizar‖ refere-se a uma atenção que parte do reconhecimento
dos direitos fundamentais de mães e crianças e do direito à tecnologia
apropriada na assistência. Esse conjunto de demandas incluiria o direito à
escolha de local, pessoas e formas de assistência no parto; a preservação da
integridade corporal, de mães e crianças; o respeito ao parto como
experiência altamente pessoal, sexual e familiar, a assistência à saúde e os
apoios emocionais, sociais e materiais no ciclo gravídico-puerperal; a
proteção contra abuso e negligência.(QUEIROZ ET AL.,2003).
Escolher o tipo de parto traz muitas inseguranças e alguns questionamentos a gestante, porém se
for vontade dela optar pelo método cirúrgico não deverá se sentir menos mãe por isso, ela tem direito
de escolha, e também para que isso ocorra, durante o processo de acolhimento e de humanização a
mulher deve receber conhecimento dos procedimentos a serem realizados e ter como estabelecido
possíveis problematizações e/ou risco de vida tanto para ela como para o bebê. Sendo o profissional
enfermeiro o responsável mais criterioso para auxiliá-la nessa escolha ainda no pré-natal, e traçar
medidas de segurança e de acolhimento efetivas (CASTRO, 2005).
Um parto por cesária é um procedimento totalmente invasivo, que pode acarretar em danos à saúde
do bebê e da mãe, causando maior risco de prematuridade, maior chances de problemas
respiratórios, riscos do anestésicos surtirem efeitos no bebê, o primeiro contato mãe-bebê é afetado,
a recuperação materna é mais lenta; já o parto natural é totalmente saudável para a parturiente e o
bebê, é o oposto da cesárea, consegue se movimentar em poucas horas após o parto, garantindo
assim sua autonomia para cuidar de seu filho, melhora o funcionamento intestinal, acelera a sua
recuperação física, estimula o aumento da produção da ocitocina “hormônio do amor”, menor risco de
infecção pois a cesárea não deixa de ser um procedimento cirúrgico (BRASIL,1998; BRASIL 1999).
4.A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
Se sentir confortável e segura no momento de parir é essencial, faz com que parturiente ganhe
confiança e prevaleça sua autonomia na hora do parto; afinal é o local que a mesma escolheu .
Tendo as pessoas as quais transmite segurança, demonstra acolhimento fortalece a mulher na
escolha do parto; é primordial o acompanhamento do marido/companheiro durante todo período
gravídico-puerperal, no pré-natal, parto e pós-parto (BRASIL, 2005).
A mulher enquanto grávida, nunca engravida sozinha, tudo dentro do seu contexto social, acaba
sendo influenciado de alguma maneira. A família nesse período deve servir de apoio a gestante,
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dando suporte a mesma, buscando compreende-la, já que a gestação a tornou instável e frágil devido
as alterações hormonais. Quando a família descobre a gestação a atenção se volta totalmente para o
bebê e mãe passa a ser vista como o canal que trará a criança ao mundo, sua opinião é deixada de
lado, todas as suas decisões são de risco, principalmente na escolha do parto.
De acordo com Moura et al., (2007) a atenção à mulher durante o trabalho de
parto torna-se um passo importante para refletir na assistência o direito
fundamental de toda mulher, que é o de respeitar todos os significados desse
momento, e para que isso ocorra,a equipe de saúde deve estar preparada
para recebê-la e ao seu companheiro e familiares, transmitindo-lhes
tranquilidade e confiança.
O acompanhamento do pré-natal deve ser assistido pelo pai da criança, que fortalece o laço entre
mãe/bebê, que junto auxilia a mãe na decisão do parto, quando orientado corretamente durante o
pré-natal, segundo a anatomia e fisiologia da mulher, alterações emocionais e psíquicas da gestante,
respeitando sempre sua decisão final.
5.BENEFÍCIOS DO PARTO HUMANIZADO (MS, 2016):
● a mulher é tratada com respeito;
● tem autonomia para escolha do parto e qual posição;
● ter assistência da doula;
● fazer uso de técnicas alívio da dor como banho quente, exercícios na bola, massagens;
● redução do índice de depressão pós parto;
● aumento do vínculo mãe-bebê;
● o útero volta ao seu tamanho normal mais rapidamente.
6.BENEFÍCIOS DO PARTO NATURAL PARA O BEBÊ (MS, 2016):
● menor risco de infecções;
● favorecimento de produção do leite materno;
● maior facilidade para respirar;
● menor risco de obesidade;
● o risco de complicações devido a anestesia é menor;
● o bebê fica mais tranquilo.
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7.CONTRA INDICAÇÕES PARA O PARTO NATURAL (MS, 2016):
●o bebê não está encaixado;
● passou do tempo;
● pressão alta ou baixa da mãe;
● os batimentos do bebê estão acelerados;
● o bebê é muito grande;
● mãe não tem dilatação;
● hemorragias maternas no final da gravidez;
● mãe portadora do HIV;
● prolapso do cordão;
● apresentação pélvica em primigesta;
● apresentação córmica;
● prematuridade da gestação.
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8.RESULTADOS
No gráfico abaixo verifica-se a quantidade de partos normais e cesarianas realizados pelo SUS no
Hospital da Fundação Casa de Caridade de São Lourenço:
Quantidade de Parto Normal x Cesárea em Hospital São Lourenço
Gráfico 1: Evolução dos tipos de parto (Normal x Cesárea) realizados no município de São Lourenço MG 2016/2017.
23
29
33 35
25 23
34
24
33
24
32
26
54
42
39
50
53
46
49
45
50 51 51
59
Normal
Cesárea
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TABELA DE TAXA EM PORCENTAGEM PARTO NORMAL X CESÁRIA
SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO
Normal% 29,87 40,85 45,83 41,18 32,05 33,33 40,96 34,78 39,76 32,00 38,55 30,59
Cesárea% 70,13 59,15 54,17 58,82 67,95 66,67 59,04 65,22 60,24 68,00 61,45 69,41
Com base nos dados apresentados, a prevalência de cesárea é alta no Hospital, e está acima do
porcentual de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) que sugerem taxas de 10-15 %
de cesáreas.
9-DISCUSSÃO
O Brasil está bem longe dos dados esperados da taxa de parto normal, ainda tem uma prevalência
da cesariana.Verificou-se que a quantidade de cesáreas se opõe a quantidade estipulada que é de
15% de acordo com a Organização Mundial de Saúde (WORLD HEALTH 2015).
Vemos que a taxa porcentual de cesarianas é alarmante em relação a quantidade de partos
normais, nosso país ainda se encontra abaixo do esperado pelos índices da (OMS) que são de 25-
30%; hoje com 56% de cesáreas realizadas, com isso demonstra que a falta de informação às
gestantes ou a comodidade dos médicos pela indução a cesariana, tem contribuído para esse
porcentual de cesárea, diminuindo assim o parto normal que é um parto mais barato e saudável
para gestante.
A mulher sempre teve o papel importante em relação a humanização na assistência ao parto, de
geração a geração, dando lhe autonomia no processo de parir, com o tempo e visto a necessidade
do aperfeiçoamento nas práticas realizadas, na hora do parto, assegurando um papel saudável para
mãe e bebê. Foi criado em 1999 (CNP) Centro de Parto Normal, humanizar e melhorar a assistência
no pré-natal, parto e pós parto e investido na capacitação de enfermeiras obstetras com a utilização
de protocolos para unificar atendimentos, auxiliando as mulheres a acalmá-las, tolerar as
contrações em todo período, estímulos para um parto natural sem complicações (OMS, 1996).
De acordo com o caderno Humaniza SUS o acolhimento pela enfermeira(o) não se restringe
apenas ao ACC e estende-se ao espaço do parto, onde enfermeiras obstetras auxiliam as mulheres
a suportarem a dor das contrações em todo o período do trabalho de parto, por meio da massagem
pelos pontos dos meridianos de acupuntura, compressões quentes, técnicas para respiração,
massagem no períneo, rebolar na bola, exercícios de Kegel, auxílio na deambulação da gestante;
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orientações sobre a importância das posturas verticais que aumentam o diâmetro pélvico. Algumas
técnicas são orientadas pela enfermagem no início da gestação, exercícios feitos no dia a dia, para
assegurar o posicionamento do bebê durante o nascimento.
As doulas tem papel ativo e cooperativos com equipe de enfermagem, elas servem de suporte
para novas mães, encorajando e estimulando ao parto, todos esses procedimentos podem ser
passados à doula pela enfermeira do setor com o intuito de atualizar os conhecimentos por meio da
educação continuada (SANTOS, 2009).
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o estudo realizado apartir de artigos científicos, observamos a importância do papel
ativo do enfermeiro(a) em frente ao parto, desde o início no pré natal até o puerpério, onde a
mullher recebe todas as orientações necessárias.
Foram avaliados artigos de vários anos comparando a evolução de um objetivo ainda recente, que
é humanizar independente do parto escolhido pela gestante e o parto que sucedeu no momento
apresentado.
A preparação desse profissional, para o atendimento de qualidade, a preparação da mãe, trazendo
de volta o seu protagonismo e sua autonomia através do direito de escolha. Onde o seu corpo
corresponde fisiologicamente a naturalidade, sem intervenções ou estímulos para parir
(TAKEMOTO, 2013).
Neste estudo, foi possível verificar que diversas práticas podem ser consideradas úteis no
momento do parto humanizado, como os direitos da mulher: ter uma doula especializada que não
tome o lugar de seu acompanhante e além da profissional doula ter também um(a) acompanhante
de sua escolha (familiar ou não), receber orientação sobre o parto, os benefícios e os riscos, manter
privacidade da mulher, estimular formas de relaxamento da dor, manter harmonia entre a equipe
integrada e a parturiente, favorecendo o parto natural sem intervenções medicamentosas, buscando
sempre a autonomia da mulher frente às condutas e procedimentos realizados (BRASIL, 2005).
Comparando os dados fornecidos pelo Hospital referente a quantidade de partos realizado
mensalmente num período de 12 meses, sendo normal e cesárea, a diferente entre ambos se torna
algo discutível, pois o gráfico apresentado acima demonstra a diferença na incidência de cada tipo e
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comprova o árduo caminho a se percorrer pelos profissionais, principalmente, enfermeiros, para
aumentar a ocorrência de partos naturais sobressaindo as cesarianas.
A enfermagem por atuar junto do paciente por um período maior, consegue acompanhar todos os
sentimentos apresentados pelo paciente e pela família durante o processo parto. De uma
incontestável importância, humanizar nesse processo é permitir que a mãe possa parir seu próprio
filho de maneira natural, sem intervenções medicamentosas ou cirúrgicas.
Embora muitos partos sejam realizados em hospitais e maternidades, cada mulher deve receber
um atendimento diferenciado, único, pois cada uma enxerga o momento do parto de uma maneira,
existem culturas diferentes e devem ser respeitadas, tratadas de forma singular (Brasil, 2001).
A enfermagem nesse processo tem o papel de proporciar aos pacientes uma assistência
adequada, de compromisso e qualificação; assim transmitir e fazer com que as parturientes se
sintam bem no momento do parto, tendo consciência que é a melhor escolha, o parto natural.
A importância de uma equipe integrada e atualizada na realização do parto, preparada para
qualquer imprevisto que venha ocorrer, mostrar para equipe que seu papel é de extrema
importância, pois isso faz parto do cuidar, promover à saúde e o bem estar do paciente. Observando
assim ações de enfermagem e sua rotina, promoção e prevenção do parto natural, contribuir para o
nascimento saudável, acompanhar a mãe em todos os momentos sendo eles: pré, parto e pós
parto, fazer educação continuada no pré natal, manter os direitos da mulher e o atendimento às
suas necessidades e nortear as ações humanizadoras na assistência.
Uma maneira nova de humanização é o acolhimento da parturiente e dos familiares que também
tem parte com a mesma, fornecer apoio e um olhar holístico, levando em conta suas dúvidas,
medos, insegurança e emoções, com a responsabilidade da equipe em garantir os direitos dessas
mulheres, prestando uma assistência de qualidade e eficaz.
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ANALGESIA CONGÊNITA: INSENSIBILIDADE CONGÊNITA A DOR
SANTOS, B. A.¹; BONSUCESSO, C. S.²; DIONELLO, A. F. M.3; FRANÇA, R. F.4;
RESUMO A dor é uma sensação desagradável, que apesar de causar desconforto é uma modalidade sensorial de grande valor adaptativo; alertando sobre presença de lesão tecidual; a insensibilidade congênita a dor é uma neuropatia hereditária caracterizada por insensibilidade ao estimulo doloroso. Os problemas mais comuns são automutilação, infecções, deformidades ósseas; Os cuidados com os portadores de analgesia congênita devem ser mais de orientação. Os diagnósticos de enfermagem mais utilizados são conhecimento deficiente sobre a doença, déficit de autocuidado, risco de infecção, entre outros. O acompanhamento destes pacientes deve ser realizado por uma equipe multiprofissional. A adesão da família e do próprio paciente ao processo de reabilitação de maneira mais precoce torna mais eficaz e eficiente o tratamento. PALAVRAS CHAVES: neuropatia; lesões; enfermagem.
ABSTRACT Pain is an unpleasant sensation, which, despite causing discomfort, is a sensorial modality of great adaptive value; Warning about the presence of tissue injury; Congenital insensitivity to pain is a rare hereditary neuropathy and is characterized by insensitivity to painful stimulus. The most common problems are self-mutilation, infections, bone deformities; Care with patients with congenital analgesia should be more guidance. The most used nursing diagnoses are deficient knowledge about the disease, self-care deficit, risk of infection, among others. The follow-up of these patients should be performed by a multi-professional team. Adhering the family and the patient to the rehabilitation process earlier makes treatment more effective and efficient. KEYWORDS: neuropathy; injuries; nursing.
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1. INTRODUÇÃO
O significado de dor é uma sensação desagradável cuja experiência emocional esta associada com estímulos de lesão tecidual real ou potencial. A Associação Internacional para o Estudo da Dor classifica como um estado de emergência e urgência para o organismo, e apesar de causar desconforto é uma modalidade sensorial de grande valor adaptativo. Clinicamente dizendo é parte integrante dos sintomas de muitas doenças e auxilia no diagnóstico. (SOUZA, 1997) A função mais importante da experiência dolorosa é alertar sobre a presença de lesão tecidual. Indivíduos que apresentem incapacidade de perceber sensações dolorosas, como os que apresentam indiferença congênita a dor ou neuropatias adquiridas apresentam danos teciduais devidos à ausência de reações que os impeçam (OKADA, 2009). A analgesia congênita é uma desordem rara do sistema nervoso periférico, conhecida como neuropatia autonômica e sensitiva hereditária (HSAN). A insensibilidade congênita em crianças tem sido descrita por diferentes autores, classificando se em diferentes tipos, de acordo sua apresentação clínica. Além das HSAN, outros distúrbios podem levar à analgesia, tais como: neuropatia diabética, lepra, lesões periféricas nervosas, paraplegias, alcoolismo, entre outras. (NASCIMENTO et. al. 2010) Nos portadores desta doença é muito comum a automutilação e os pacientes cortam-se constantemente, se arranham. No caso de crianças elas mordem as mãos e pontas dos dedos, e é comum haver vários casos de febre devido as infecções que não venham a ser diagnosticadas, e múltiplas lesões ortopédicas, inclusive fraturas, luxações e deformidades ósseas; há irritabilidade e hiperatividade associada, há também alterações na sudorese, lacrimejamento e retardo mental.(OLIVEIRA, et.al.2009). 2. CONGÊNITA A DOR 2.1 O que é dor? O fenômeno sensitivo doloroso é a transformação dos estímulos ambientais em potenciais de ação que, das fibras periféricas, são transferidos para o Sistema Nervoso Central (SNC). Todo estímulo intenso, exceto o vibratório, de qualquer modalidade energética, poderá produzir dor. O agente nocivo é detectado pelas ramificações periféricas das fibras nervosas mais finas e numerosas do corpo e que enervam toda a pele e os músculos. (SOUSA, 1997). A dor, é considerado o quinto sinal vital e um importante sinal de alarme, é um sintoma que acompanha as situações patológicas que requerem cuidados de saúde. A incapacidade dos indivíduos com ICDA (Insensibilidade congênita á dor e anidrose) para percepcionarem um estímulo como doloroso torna-os vulneráveis ao desenvolvimento de lesões recorrentes que podem ir desde fraturas indolores até deformidades ósseas.(CARVALHO et. al. 2014) Os nociceptores, que constituem os receptores farmacológicos dos axônios de células nervosas,
desencadeiam uma condução elétrica, levando a informação dolorosa de sua origem periférica á
medula espinhal por via específica. É um receptor sensorial que envia sinal causando a percepção
da dor em resposta a um estímulo que possui potencial de dano. Nociceptores são terminações
nervosas responsáveis pela nocicepção. A nocicepção é uma das duas possíveis manifestações
de dor persistente. A outra manifestação de dor persistente é a dor neuropática que ocorre quando
nervos no sistema nervoso central ou periférico não estão funcionando corretamente.
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Os nociceptores silenciosos são receptores inativos e não captam, respondem ou sentem estímulos normais. Somente quando estimulados por uma ameaça em potencial ao organismo humano, eles desencadeiam o reflexo da dor. São neurônios sensoriais que são encontrados em qualquer área do corpo humano que podem sentir dor tanto externamente quanto internamente. Tem-se como exemplos de dor externa aquelas produzidas em tecidos como a pele, cujos estímulos são captados por nociceptores cutâneos. Presentes, também, na córnea e nas mucosas.( FIELDS, 1998) A dor interna é captada por nociceptores internos em uma variedade de órgãos como os músculos, juntas ou articulações, bexiga, intestino e ao longo do trato digestivo. Os corpos celulares dos neurônios sensoriais nociceptivos estão localizados tanto na raiz ganglionar dorsal quanto na cadeia ganglionar trigeminal. A cadeia ganglionar trigeminal é composta por nervos especializados da face enquanto que a raiz ganglionar dorsal está associada com o resto do corpo humano. Os axônios estendem-se na direção do sistema nervoso periférico. Os dendritos, por sua vez, ligam-se às zonas sensoriais, conforme figura 1: FIGURA 1 (Fonte:http://www.blogfisiobrasil.com.br) 2.2 HISTÓRIA DA DOENÇA O primeiro relato sobre esta doença ocorreu em 1883, onde Morvan relatou uma série de pacientes que tinham em comum a diminuição de sensibilidade que poderia ser caracterizada como seringomielia; Em 1932, Dearborn reportou um caso que ele chamou "analgesia congênita pura generalizada"; já em 1968, Chacot descreveu pela primeira vez sobre a neuropatia sifilítica, e a partir disto as alterações da sensibilidade têm sido cada vez mais descritas pelos autores. Em 1986, Jordan descreveu as articulações neuropáticas em diabéticos. A insensibilidade congênita em crianças tem sido descrita desde então por diferentes autores, classificando se em diferentes tipos, de acordo sua apresentação clínica. Além desta doença, outros distúrbios podem levar à analgesia, tais como: neuropatia diabética, tabes dorsalis, lepra, lesões periféricas nervosas, paraplegias, alcoolismo, lesões vasculares do lobo parietal, seringomielia, déficit mental e distúrbios psicológicos. Devido à diversidade das manifestações clínicas e etiológicas das alterações neuropáticas, tem-se como objetivo descrever as características clínicas epidemiológicas da analgesia congênita. (NASCIMENTO et. al. 2010) Em estudos realizados por Portnol et. al. 2007, não há estatísticas brasileiras e não se sabe exatamente quantas pessoas no mundo apresentam esta anomalia. O Japão é o único país com uma associação para este tipo de pacientes, registra 67 membros, e um centro de estudos da Universidade de Nova York tem 35 pacientes catalogados, 17 deles nos Estados Unidos da América. Segundo Figueiredo (2012), os americanos Steven Pete e seu irmão, nascidos em Washington, portadores de analgesia congênita, cresceram com o sentido do toque, mas sem jamais terem sentido dor, como relata Steven no depoimento: "A primeira vez que ficou claro para os meus pais que algo estava errado foi quando eu tinha
apenas cinco meses de vida. Eu comecei a mastigar minha língua á medica que meus dentes
nasciam. Meus pais me levaram a um pediatra, onde passei por uma bateria
de exames. Primeiro, acenderam um isqueiro na sola do meu pé e esperaram que se formasse uma bolha na pele. Logo que perceberam que eu não reagia, começaram a espetar agulhas nas
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milhas costas. Como eu novamente não respondi, chegaram a conclusão que eu sofria de analgesia congênita. " FIGURA 2 (Fonte:http://2.bp.blogspot.com) 2.3 ANALGESIA CONGENITA A analgesia congênita é uma desordem rara do sistema nervoso periférico e faz parte de um grupo de doenças de baixa prevalência, conhecida como neuropatias autonômicas e sensitivas hereditárias. Outros distúrbios podem levar a analgesia, como neuropatia diabética, lepra, lesões periféricas nervosas, paraplegias, lesões vasculares do lobo parietal, déficit mental. A HSAN é uma condição em que neurônios, tanto sensitivos quanto autonômicos, não se desenvolvem ou tornam-se atróficos ou degenerados. (NASCIMENTO et. al. 2010). FIGURA 3 (Fonte:http://www.blogfisiobrasil.com.br) Segundo Okada (2009) a insensibilidade congênita a dor é uma anormalidade autossômica recessiva muito rara em que os pacientes tem comprometimento grave na percepção da dor. A identificação de um grupo de genes de canal de sódio dependente de voltagem envolvidos leva ao melhor entendimento da doença ao desenvolvimento de tratamentos para condições dolorosas e outras doenças raras. A insensibilidade a dor é caracterizada pela falta de percepção dos estímulos dolorosos, ou seja, uma interpretação anormal da dor, já que o estimulo não é adequadamente transmitido ao sistema nervoso central, devido a defeitos nas vias sensitivas.(PORTNOL et. al. 2007) A insensibilidade Congênita a dor segundo Roza & Chiappeta (2007), constitui-se em uma desordem de origem genética, autossômica recessiva, que afeta o sistema nervoso central e periférico. Esta neuropatia caracteriza-se clinicamente por episódios recorrentes de febre, sem causa aparente, ausência de reação à dor, ou temperatura, comportamento auto-mutilador e retardo mental. Tais comportamentos acontecem porque há uma falha na diferenciação e migração das células da crista neural, consequentemente, a ausência de fibras desmielinizadas e diminuição das fibras mielinizadas. A analgesia congênita é uma condição na qual não tem possibilidade de sentir dor física. Não há nenhuma anormalidade física detectável, em algumas pessoas com essa doença pode haver um retardamento mental. As causas da doença não foram esclarecidas, sabe que os neurônios motor e sensitivo não chegam a se desenvolver corretamente e normalmente nestes indivíduos, é uma doença genética que pode afetar os indivíduos da mesma família. 2.4 SINAIS E SINTOMAS Segundo Nascimento et. al. 2010, nas neuropatias autonômicas e sensitivas hereditárias as características clínicas variam. Nos pacientes com analgesia congênita, eles apresentam sudorese e inteligência normais, classificamos como HSAN tipo V (insensibilidade congênita á dor sem anidrose). Este tipo caracteriza-se por perda seletiva da sensibilidade à dor e a estímulos
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térmicos, principalmente nas extremidades, força muscular normal, reflexos tendinosos preservados, inteligência normal, podendo ocorrer disfunção sudomotora, mas sem anidrose. Em relação aos aspectos osteoarticulares, Szöke et al.relatam que fraturas ocorrem em 100% dos casos após os primeiros anos de vida. Diversas outras complicações são frequentes, tais como acro-osteólise, articulação de Charcot, osteomielites, luxações, deformidades articulares, necrose avascular e amputações. A sobrevida dos pacientes é variável, sendo os de maior idade relatados na literatura: uma mulher de 40 anos e homem de 68 anos. Os portadores desta doença não apresentam reação á dor e temperatura, e é muito comum feridas na língua e lábios, mãos e dedos; fraturas, queimaduras, machucados e cortes. (ROZA E CHIAPPETA, 2007). Roza & Chiappeta 2007, ao relatar um caso de insensibilidade congênita a dor com anidrose de uma criança de 3 anos de idade, observou se a presença de lesões auto-mutilantes com perda tecidual em língua, lábios, mãos e dedos, o que acarretou uma desnutrição grave, quadros de anemia e frequentes internações. Algumas pesquisas exploraram a relação entre déficit intelectual e as alterações nas respostas a dor, e uma amostra com 123 indivíduos portadores de retardamento mental constatou que 25% apresentavam aumento nos limiares de dor. Já em pacientes com síndrome de Down verificaram que as alterações a resposta a dor, não resultavam de insensibilidade ou indiferença, mas de lentidão e imprecisão na expressão da dor ou do desconforto. (PORTNOL et. al. 2007) 2.5 DIAGNOSTICO: Segundo Rosa & Chiappetta (2007), as lesões traumáticas decorridas da automutilação permanecem expostas ao trauma contínuo, podendo levar a um atraso na cicatrização e ao perigo de uma infecção superposta. Dessa forma, para se evitar a automutilação, são realizadas extrações dentárias, desgaste dental, uso de moldeiras ou uso de placa de proteção. Também é comumente relatada a perda precoce de dentes decíduos devido a trauma nestes pacientes, assim como auto-extrações dentárias. Ainda segundo o mesmo autor, o diagnóstico precoce e preciso da doença é imprescindível, embora não haja tratamento específico. É necessário o acompanhamento de pacientes por uma equipe multiprofissional devido às complicações decorrentes da doença, na tentativa de se prevenir a automutilação, diminuindo assim a gravidade e a frequência das injúrias traumáticas recorrentes. Segundo Nascimento et. al. (2010), o diagnóstico da analgesia congênita é feito com base na observação clínica do paciente. Pode ser feito biópsia da pele e dos nervos periféricos e ao teste de estimulação simpática e análise do DNA para confirmar a doença. Para avaliar outros tipos de lesões e iniciar seu tratamento mais rápido, devem ser realizados Raio X, tomografias e ressonância magnéticas. 2.6 CUIDADOS DE ENFERMAGEM Segundo Andrade et.al. (2012), a enfermagem pode contar com a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) que é uma variação do raciocínio científico que possibilita organizar, sistematizar e conceituar sua prática (TEIXEIRA, 2011), para isso está divida em etapas distintas, porém, relacionadas entre si com o objetivo de solucionar os problemas de saúde dos indivíduos, famílias e/ou comunidades. Os diagnósticos de enfermagem para a insensibilidade congênita a dor são: adaptação prejudicada, ansiedade, conhecimento deficiente sobre a doença, controle ineficaz do regime terapêutico, cuidado com as extremidades, déficit de autocuidado, risco de infecção, risco de quedas. Segundo Alvin (2017), a atuação do Enfermeiro junto à equipe de saúde é muito importante no sentido de orientar os clientes sobre os
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cuidados diários com os membros acometidos e a prevenção do aparecimento de úlceras, a enfermagem tem um papel importante nas ações do auto cuidado. Identificar os hábitos em relação ao paciente e família, visando altera-los quando necessário por meio de educação, treinamento e prática sistematizada do auto cuidado. É importante a avaliação da pele e ferida, monitoramento contínuo de lesões e realização de curativos e desbridamentos quando necessário. A adesão da família e do próprio paciente ao processo de reabilitação de maneira mais precoce torna mais eficaz e eficiente o tratamento. Em alguns casos o descaso e incredulidade podem estar presentes. O acompanhamento destes pacientes deve ser realizado por uma equipe multiprofissional. (ROSA E CHAPETTA, 2007). Os cuidados com os portadores de analgesia congênita devem ser mais de orientação, e no caso de crianças a orientação deve ser para os pais, e a observação cabe a eles. Outro problema enfrentado, comum é febre, devido às infecções que não foram diagnosticadas e múltiplas lesões ortopédicas. O tratamento para a analgesia congênita não é especifico, pois não tem cura, as imobilizações e cirurgias podem ser necessárias para tratar lesões ortopédicas e evitar a perda dos membros. (NASCIMENTO et. al. 2010) Nascimento et. al. 2010, afirma que a assistência a esses portadores deve envolver: médico, dentista, enfermeiro e psicólogo, entre outros, a fim de prevenir novas lesões e melhorar sua qualidade de vida e de seus familiares. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O cuidado com o paciente com analgesia congênita deve ser realizada de maneira integral, com a participação de uma equipe multidisciplinar, onde o enfermeiro deve estar capacitado sobre os diversos tipos de tratamento, educação em saúde para desenvolver o cuidado humanizado, acolhedor e que possua adesão satisfatória dos pacientes, família e profissionais de saúde. Contudo é necessário mais estudos para que o enfermeiro e profissionais de saúde possa prestar assistência mais adequada, já que tratamos de uma doença rara e onde não existem muitos estudos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A dor e controle do sofrimento, disponível em: http://labs.icb.ufmg.br/lpf/mono2b.pdf acesso dia 29 de maio de 2017. ALVIM, D. B. Enfermagem Na Prevenção E No Cuidado Do Pé Diabético. REMAS-Revista Educação, Meio Ambiente e Saúde, v. 7, n. 2, p. 27-47, 2017. ANDRADE, J. P. X. et. al. Principais diagnósticos de enfermagem da NANDA para portadores de diabetes tipo II nas equipes de saúde da família do município de Arcoverde, PE; Saúde coletiva em Debate, v. 2 n.1, p. 1-8, 2012. CARVALHO, J. C. et. al. Anestesia para um doente sem dor. Revista da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, v. 23, n. 3, p. 94-97, 2014,Portugal. FIGUEIREDO, L. G. M. Genno e Scientia, disponível em: http://gennoescientia.blogspot.com.br/2012/07/analgesia-congenita-conheca-historia-do.html acesso dia 12 de setembro de 2017.
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COMPETÊNCIA DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DA INSTALAÇÃO,
MANUTENÇÃO E REMOÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO
PERIFÉRICA (PICC)
NOGUEIRA, H. S.17; MACIEL, M. P.18; SANTOS, É. G.19; DIONELLO, A. F. M.20
RESUMO
O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é uma tecnologia que é empregado em veia periférica com progressão próxima à área cardíaca assumindo característica de acesso venoso central, muito utilizado para manutenção de uma terapia de duração prolongada com diminuição do número de punções, garantindo a eficiência do procedimento e o bem-estar do paciente. Atualmente, seu material flexível pode ser usado por pacientes em qualquer faixa etária, desde recém-nascido, embora se deva considerar o diagnóstico e o estado clínico. Sua inserção só pode ser realizado por enfermeiros e/ou médicos, sendo necessária uma capacitação através de curso com conteúdo teórico-práticos relativos à inserção, manutenção e retirada do cateter. Deste modo, o objetivo deste trabalho é aprofundar o conhecimento da técnica do PICC e manuseio asséptico para um melhor atendimento, assegurando e garantindo um procedimento de qualidade. O método utilizado neste trabalho foi o de pesquisa bibliográfica, do tipo exploratório descritiva, de abordagem qualitativa. As possibilidades de expansão do uso do PICC das unidades de cuidados intensivos e nas demais unidades de internação, apresentam maiores segurança para infusão de soluções vesicantes/irritantes e hiperosmolares, antibioticoterapia, nutrição parenteral prolongada (NPT) e uso de quimioterápicos; demonstram reduzido risco de infecção em comparação a outros cateteres vasculares e maior relação custo/benefício se comparados ao cateter venoso de inserção central. Palavras - chave: Enfermeiro; Cateter Central de Inserção Periférica; Conhecimento. ABSTRACT The Central Peripheral Insertion Catheter (PICC) is a technology that is employed in peripheral vein with progress near the cardiac area assuming central venous access characteristic, much used to maintain an extended duration therapy with reduction of number of points, guaranteeing the efficiency of the patient's well-being and well-being. Currently, its flexible material can be used by patients in any age group, since newborn, although it takes into account the diagnosis and the clinical state. Its insertion can only be performed by nurses and / or physicians, requiring training through the course with theoretical-practical content regarding insertion, maintenance and
17
Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade São Lourenço. 18
Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade São Lourenço. 19
Orientadora e Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade São Lourenço. 20
Co-Orientadora e Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade São Lourenço.
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withdrawal of the catheter. Thus, the objective of this work is to deepen the knowledge of the PICC technique and aseptic handling for a better service, ensuring and guaranteeing a quality procedure. The method used in this work in bibliographic research, exploratory type descriptive, qualitative approach. The possibilities of expanding the use of PICC in intensive care units and in other safety units, greater safety for the infusion of vesicant / irritant and hyperosmolar solutions, antibiotic therapy, prolonged parenteral nutrition (TPN) and the use of chemotherapeutic agents; have a reduced risk of infection compared to other vascular catheters and are more cost-effective compared to the central insertion venous catheter.
Keywords: Nurse; Central Peripheral Insertion Catheter; Knowledge.
1 INTRODUÇÃO
A enfermagem é profissão que envolve dimensões diversas, dentre elas cita-se o cuidado,
a pesquisa, o ensino e o gerenciamento. Para que estas dimensões se relacionem, o
conhecimento científico e as práticas educativas são essenciais e embasam a qualidade do
cuidado prestado. Sua atuação ocorre em diferentes campos de atenção à saúde, incluindo a
promoção, prevenção, cura e reabilitação, mediante a inter-relação das dimensões supracitada e
ocorre em múltiplos cenários, dentre eles os estabelecimentos de saúde e de ensino.
(RODRIGUES; CHAVES; CARDOSO, 2006).
No Brasil para que o profissional enfermeiro possa realizar o procedimento de implantação
do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é necessário que o mesmo seja qualificado
através de cursos de treinamentos e capacitação. O Conselho Federal de Enfermagem, através da
Resolução n° 258/2001, artigo 1° e 2° respalda o profissional para realizar este procedimento.
O Cateter Central de Inserção Periférico possui um ou dois lumens, é longo, flexível,
radiopaco, de paredes lisas, feito com silicone, polietileno ou poliuretano. Esses dispositivos são
introduzidos preferencialmente pelas veias da região anticubital dos membros superiores e migram
pela anatomia vascular até o terço médio da cava superior. A pele sobrejacente a veia de escolha
tem que estar íntegra, sem hematomas, edemas, sinais de infecção ou alterações anatômicas.
A Lei do Exercício Profissional, Lei nº 7.498/86 coloca como responsabilidades legais do
enfermeiro o manuseio desta terapia intravenosa, devido seu caráter de alta complexidade e
riscos iminentes.
A manutenção do cateter também requer alguns cuidados específicos. Segundo Baiocco
& Silva (2010), deve ser observado a presença de edema, dor torácica, dor de ouvido, e deve ser
medida a circunferência do membro.
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Outras medidas que devem ser observadas para manter a integridade do cateter são
referentes ao flush do cateter com solução salina utilizando seringa acima de 10cc para evitar a
oclusão intralúmem do cateter, tal procedimento se faz necessário para evitar trombos
sanguinolentos e/ou formação de fibrina, decorrente da presença de sangue no cateter.
(FRANCESCHI & CUNHA, 2010).
No Brasil, o uso do PICC iniciou na década de 90, em áreas como: neonatologia,
pediatria, terapia intensiva, oncologia e cuidados domiciliares (VENDRAMIN, 2005).
A indicação para inserção do PICC deve ser cautelosa, é indicado para recém-nascido,
prematuros extremos, submetidos á cirurgia, para pacientes em uso de terapias intravenosa com
drogas vasoativas, nutrição parenteral prolongada, na área de neonatologia e em unidades
oncológicas, antibióticoterapia e infusões hipertônicas entre outras, onde tornou um efetivo aliado
em alguns setores hospitalares e também em cuidados domiciliares. (VENDRAMIN, 2005).
O PICC deve ser indicado antes que a rede venosa do paciente esteja prejudicada por
múltiplas punções, no entanto a perda do mesmo também é muito frequente, seja por obstrução,
quebra, exteriorização, devendo haver uma conscientização por parte de toda a equipe.
(VISCAYCHIPI, 2013).
O profissional qualificado deve observar as possíveis complicações relacionadas após a
inserção do PICC, tais como: Danos a nervos; danos a tendões, danos ao plexo braquial;
Penetração; Embolia gasosa; Contaminação; septicemia; Coagulação; Hematoma; Hemorragias;
Trombose; Perfuração do átrio direito e arritmia cardíaca; Deslocamento, obstrução, dificuldade de
remoção; Infiltração e extravasamento. (VOLKMER & MAESTRI, 2008)
Ao pesquisar na literatura foi observado um número significativo de conceitos e definições,
mas, em contrapartida, uma escassez de bibliografia sobre as implicações e competência do
enfermeiro no processo de inserção do cateter.
Importante destacar que os enfermeiros exercem sua experiência dentro de uma
instituição de saúde, que muitas vezes essas instituições possuem situação financeira pouco
favorável, apresentando assim, poucos recursos e equipamentos.
Deste modo, as considerações a serem apresentadas irão oferecer embasamento teórico
para aprofundar as discussões a respeito do tema, proporcionando maior adesão e afetividade
deste profissional na prestação de atendimento qualificado.
Diante dessa discussão, o presente estudo teve como objetivo identificar, a partir de uma
revisão literária, as implicações e competências do profissional enfermeiro no processo de
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inserção, manutenção e remoção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) em ambiente
hospitalar.
Este trabalho, através de pesquisa bibliográfica, possibilita levantar as principais
informações sobre o tema ―Competências do profissional enfermeiro no processo de inserção,
manutenção e remoção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC)‖, utilizando fontes
disponíveis nas bases de dados bibliográficas como: artigos científicos, revistas, documentários
etc. Sites de pesquisas como: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), BVS (Biblioteca
Virtual de Saúde), materiais disponíveis online com autorias e material bibliográfico localizado em
bibliotecas universitárias.
A pesquisa bibliográfica é aquela elaborada a partir de material já existente, formada
principalmente por livros e artigos científicos. As publicações periódicas representam atualmente
as mais relevantes fontes de pesquisa bibliográfica, pela simultaneidade da produção do
conhecimento (GIL, 2008).
A coleta das indicações bibliográficas se deu diretamente das bases citadas, seguida da
seleção de produções referentes ao assunto. Os textos foram selecionados em função do
reconhecimento de sua vinculação ao assunto em estudo. Foram considerados relevantes à
pesquisa os que continham informações sobre a Instalação do Cateter de Inserção Periférica
(PICC), competências e atuação do profissional enfermeiro na execução desse processo.
Para tanto, foram lidos e analisados os resumos de todas as obras capturadas e
excluídas aquelas que continham informações de caráter diverso do assunto em estudo.
Após a organização dos materiais, foi realizada uma análise da produção científica
existente, a fim de alcançar o objetivo do presente estudo, através de uma leitura exploratória e
seletiva dos textos.
Na revisão de literatura visando aprofundar o conhecimento sobre este assunto, serão
abordadas questões como a qualidade dos serviços de saúde, aspectos históricos, considerações
sobre as características do PICC, competências do profissional enfermeiro nesses processos,
implicações para o paciente e para instituição hospitalar.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A qualidade dos serviços de saúde
Qualidade é consequência de uma gerência integrada, sistêmica e coerente que crie
condições para que a ação assistencial se dê com qualidade em todo o hospital e não apenas em
algumas partes dele. Para que os cuidados de saúde possam ser ofertados a população de forma
qualificada é preciso que os serviços de saúde proporcionem acesso facilitado às ações
desenvolvidas para melhoria das condições de saúde de todas as pessoas, trabalhando de
maneira eficaz. Com recursos direcionados para benefícios em saúde e de bem-estar para todos
(DIAS, et al, 2010).
O significado de qualidade segundo Adami (2000) é abrangente, incluindo frequentemente,
os aspectos de relacionamento interpessoal, de conforto proporcionado pelo cuidado e a equidade
no acesso inicial aos serviços de saúde e na continuidade do atendimento, além de ser um requisito
indispensável de sobrevivência econômica como também, uma responsabilidade inerente a ética
profissional.
Florence Nightingale em meados do século XIX também teve um papel fundamental para
a qualidade dos serviços de saúde, as bases da Enfermagem moderna, desenvolveu a
organização dos hospitais de campanha visando à melhoria da qualidade do atendimento
diminuindo significativamente o número de infecções e a mortalidade dos soldados ingleses
feridos na guerra da Criméia. Os ensinamentos desta enfermeira são ainda considerados
apropriados, constituindo-se numa base teórica para a prática, tanto quanto o foi na metade desse
século (D‘INNOCENZO M, et al, 2006).
No setor saúde, a qualidade é conceituada como um conjunto de atributos que inclui um
nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, o mínimo de risco e um alto grau de
satisfação por parte dos usuários, considerando-se essencialmente, os valores sociais existentes
(TEIXEIRA et al, 2006).
Qualidade é tudo o que alguém faz ao longo de um processo, incluindo a estrutura utilizada,
para garantir que um cliente, depois da saída do hospital/instituição de saúde ou durante a
permanência na mesma, obtenha exatamente aquilo que deseja, ou seja, o que o ―satisfaz no uso‖.
Em suma, a qualidade também é medida por ausência de reclamações e presença de aspectos
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desejados, custo acessível e resultado positivo no atendimento (VARGAS, ALBUQUERQUE E
RAMOS, 2007).
A qualidade na assistência exige habilidade, humanidade e competência para atender às
necessidades de saúde e expectativas do ser humano, visando o benefício conforme a realidade de
cada instituição.
Os serviços de enfermagem possuem papel fundamental na busca da qualidade das
atividades realizadas em ambiente hospitalar, e o número de profissionais nessas instituições e a
sua responsabilidade são imprescindíveis nos cuidados aos clientes durante as 24 horas.
O enfermeiro, na busca de desenvolver novas práticas na qualidade da assistência,
fundamenta-se em avaliações sistematizadas do cuidado, por meio de indicadores que
demonstrem sua evolução, ao longo do tempo e permitam a comparação com referenciais internos
e externos desenvolvem papel importante nos serviços de saúde interagindo de modo direto com
o paciente e com seu contexto vivido compreendendo suas privações e perspectivas planejando a
assistência que atenda as suas necessidades (CALDANA, 2013).
Os profissionais enfermeiros são responsáveis no processo do cuidar, além de coordenar
e gerenciar a assistência ao paciente, atendem de maneira a proporcionar medidas específicas as
suas necessidades proporcionando sua melhora no quadro clínico e consequentemente seu
retorno a sociedade. Suas ações devem ser eficazes e a equipe deve estar comprometida com a
prestação dos cuidados garantindo a qualidade e bem-estar ao paciente (CALDANA, 2013).
2.2 Aspectos históricos
A utilização da terapia intravenosa iniciou-se no renascimento, por meio da descoberta da
circulação sanguínea, da primeira agulha hipodérmica e da primeira transfusão sanguínea, dando
início a uma melhor compreensão da anatomia e da fisiologia humana (CAMARGO, 2007).
No decorrer do século XIX, houve grande evolução em relação aos dispositivos
intravenosos, medicamentos injetáveis e avanços na medicina, os quais contribuíram para que a
terapia intravenosa se tornasse uma necessidade. (LOURENÇO; KAKEHASHI, 2003).
A partir dos anos 80, a enfermagem começou a implantar o processo de humanização no
cuidado dos pacientes, inclusive das crianças, considerando os aspectos emocionais, sociais,
familiares e traumáticos com o uso de novas tecnologias. Antes as crianças hospitalizadas eram
tratadas somente em suas necessidades biológicas e sua patologia, sendo às vezes mantidas no
isolamento e longe dos familiares, acarretando em altas taxas de mortalidade infantil.
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No Brasil, o Cateter Central de Inserção Periférica (PICC), se deu em adultos a partir de
1995 (JESUS e SECOLI, 2007).
A partir de 1996, a Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Terapia Intensiva (SOBETI) foi a
primeira fundação a ministrar cursos de treinamento e qualificação da passagem do Cateter
Central de Inserção Periférica (PICC) para enfermeiros.
Ao longo da segunda guerra mundial a prática do enfermeiro foi se modificando, em
decorrência da menor demanda de profissionais médicos no campo hospitalar, no qual o
enfermeiro passou a designar suas funções como, por exemplo, na realização de suturas em
feridas, verificação de pressão arterial, coleta de sangue, administração de medicamentos e
injeções, e terapia intravenosa (TAVARES et al, 2009)
De acordo com Araújo et al. (2008) o primeiro relato de tentativa de se acessar uma veia
central através do PICC surgiu em 1929, quando na época o médico alemão Werner Theodor Otto
Forssmann (1904- 1979) cateterizou a si mesmo com uma sonda uretral através da veia
antecubital esquerda, confirmando por meio de radiografia, a sua localização do lado direito do
coração.
Nos meados dos anos de 1980 a 2005 houve um grande avanço com relação a
enfermagem e com isso melhorou também os procedimentos que são usados no tratamento dos
pacientes, inclusive os endovenosos. A administração de medicações endovenosas faz parte da
assistência de enfermagem e é necessário o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos
que garantam a eficácia da terapia, incluindo, os cateteres endovenosos como o Cateter Central
de Inserção Periférica (PICC). (JESUS &SECOLI, 2007, p.1)
Como mencionado anteriormente o Cateter Central de Inserção Periférica é um cateter
venoso central de inserção periférica para uso de terapia intravenosa e foi descrito pela primeira
vez na literatura pelo médico alemão Forssmann, em 1929, devido à falta de materiais adequados
não se conseguiu implantar o método naquela época. Nos anos cinquenta continuaram os estudos
e foi comprovado que a infusão de fluidos endovenosos aplicados por cateter de localização
central teria mais eficácia que por acesso periférico. Na década de setenta, se desenvolveram
cateteres de silicone e, graças a esse avanço, em 1980 o uso desse dispositivo passou a ser mais
utilizado. Somente nos anos noventa o Brasil começou a dar início ao uso dessa tecnologia.
(JESUS, SECOLI, 2007)
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2.3 Considerações sobre as características do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC)
O cateter central de inserção periférica, conhecido também como PICC, ele possui um ou
dois lumens, é longo, flexível, radiopaco, de paredes lisas, feito com silicone, polietileno ou
poliuretano. Esses dispositivos são introduzidos preferencialmente pelas veias da região
anticubital dos membros superiores e migram pela anatomia vascular até o terço médio da cava
superior. A pele sobrejacente a veia de escolha tem que estar integra, sem hematomas, edemas,
sinais de infecção ou alterações anatômicas.
Johann, 2011, menciona que são cateteres de longa permanência, fácil punção, garante
acesso vascular confiável, a inserção é menos traumática, causa menos dor e menos desconforto
ao paciente, além de conservar o sistema vascular periférico das extremidades devido à inserção
periférica, elimina complicações potenciais como pneumotórax e hemotórax, favorece a possível
administração de medicamentos irritantes e/ou vesicantes, antibióticos e quimioterapia, possui
menor risco de ocorrência de flebite química, extravasamento e infiltração de líquidos assim como
menor risco de embolia devido à fácil manutenção do local de inserção abaixo do coração.
O profissional que irá realizar a inserção do cateter deve receber treinamento especial,
pois necessita cuidados diários, implantação de protocolos e/ou diretrizes de manutenção e
prevenção de complicações, pois o cateter de silicone possui baixa resistência que podem
romper-se facilmente, podendo dificultar a visualização do retorno sanguíneo devido ao guia
metálico, além de possuir algumas complicações relacionadas cateter que podem ocorrer na
inserção, durante e após a sua retirada (JOHANN, 2011).
Existem estudos que indicam que o Cateter de Inserção Periférica (PICC) pode ser
escolhido para terapias de longa duração, de uma semana a meses. Segundo o Manual da
ANVISA (2017) Critérios Diagnósticos de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde em
Neonatologia, não há recomendação para a troca rotineira de nenhum acesso venoso central em
neonatologia. Contudo, a necessidade da troca pode ser baseada na presença de sinais
flogísticos ou alterações de exames laboratoriais. De acordo com as diretrizes da Infusion Nurses
Society, de 2008, o PICC só deve ser removido em casos de suspeita de infecção ou outras
complicações não resolvidas, acompanhando o sítio constantemente já que não há intervalo para
remoção, porém seguindo um protocolo institucional de acordo com dados da comissão de
controle de infecção hospitalar (VIZCAYCHIPI et al., 2013).
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O cateter PICC é um dispositivo intravenoso que permite a infusão de soluções
hiperosmolares com Ph não fisiológico, drogas parenteral vesicantes ou irritantes e nutrição
parenteral prolongada (CAMARA, 2001)
2.3.1 Indicações e contra-indicações da instalação do Cateter Central de Inserção Periférica
(PICC)
O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) deve ser indicado antes que a rede
venosa do RN esteja prejudicada por múltiplas punções. Entre as principais indicações do PICC
estão: terapias endovenosas prolongadas; antibiótico terapia; Nutrição Parenteral Total (NPT);
drogas antineoplásicas, vesicantes, irritantes, vasoativas e soluções hipermolares; e, RN
prematuro de muito baixo peso (VIZCAYCHIPI et al., 2013). Portanto, a maioria dos RNs
internados em UTIN se encaixa em alguns desses itens, sendo o uso do cateter muito frequente
nessas unidades. Porém, a perda do mesmo também é muito frequente, seja por obstrução,
quebra, exteriorização, devendo haver uma conscientização por parte de toda a equipe e dos pais
para os devidos cuidados. A grande maioria da clientela submetida à inserção deste cateter são os
recém-nascidos pré-termo, de baixo peso que necessitam de acesso venoso por tempo
prolongado, uso de antibioticoterapia, nutrição parenteral, drogas irritantes e vesicantes
(CAMARGO, 2007).
A via intravenosa é imprescindível para o cuidado, devido à necessidade de administração
de medicamentos, nutrição parenteral, estabilização hemodinâmica. Em unidades oncológicas,
infusões hipertônicas entre outras, tornou-se um efetivo aliado em alguns setores hospitalares e
também em cuidados domiciliares.
Maki (2006), menciona que o cateter é um dispositivo que pode ser utilizado para terapia
domiciliar, assim como é indicado para ser utilizado em estabelecimentos de saúde, pois, além de
preservar a rede venosa, possibilita manter acesso venoso profundo por um tempo prolongado
em relação ao acesso venoso periférico, apresenta menor risco de infeção seja local e/ou
sistêmico, reduz o stress causada por múltiplas punções, facilita a hemodiluição das drogas
diminuindo a agressão no sistema vascular, apresenta menor desconforto, dor para o paciente e
possui menor restrição da mobilidade.
O PICC (Cateter Central de Inserção Periférica) não é indicado para a administração de
grandes volumes em bolos, em membros com lesões cutâneas ou infecção no local da inserção,
membros com difícil acesso venoso periférico por punções repetidas com formação de hematomas
e trombos, pacientes que se encontram com o retorno venoso prejudicado, situações de
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emergência devido o tempo gasto para a insertação, pacientes que apresentaram trombose
venosa, hemodiálise.
2.4 Competências do profissional enfermeiro
O enfermeiro constitui parte fundamental da estrutura organizacional hospitalar e, dessa
forma, precisa se preocupar com o seu desenvolvimento, adquirindo novas habilidades e
conhecimentos. Para Ribeiro e Furegato (2003), na área da saúde, para que o trabalho seja
desenvolvido em equipe, não basta apenas ter pessoas com formações diferentes; somando
experiências e conhecimentos; trabalhando em equipe de forma sistemática e integrada. É
necessário valorizar o respeito a cada um de seus componentes fazendo com que cada um sinta-
se humano, cuidando de outro ser humano.
O enfermeiro deve estar habilitado para realizar a inserção do cateter ficando responsável
pela manutenção do mesmo e também pela prevenção de complicações.
Conforme mencionado anteriormente o enfermeiro possui respaldo legal através da
Resolução 258/2001 para executar a implantação do Cateter Central de Inserção Periférica
(PICC).
O cuidado tecnológico na enfermagem deve envolver ações que tenham como finalidade a
inovação e transformação do cotidiano, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida e a
satisfação pessoal e profissional, considerando questões éticas e reflexivas (LOURENÇO, 2006).
Ao escolher o Cateter Central de Inserção Periférica (PICC), o enfermeiro deve analisar as
características do material que influencia no sucesso do procedimento, sendo mais vantajoso para
essa população, porque tem maior durabilidade, menor taxa de infecção e diminui a manipulação
excessiva ao neonato criticamente doente (CAMARGO, 2007).
De acordo (PHILLIPS, 2001) o Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é vantajoso
por preservar a rede venosa com o cuidado nas práticas que envolvem a introdução e
manutenção, bem como incluir um programa ou protocolo na instituição que seja um guia para a
boa prática de manipulação com o cateter, assim é necessário que o enfermeiro deve realizar a
punção venosa com eficácia e habilidade psicomotora.
A inserção do cateter é um procedimento de alta complexidade, por isso o enfermeiro
deve receber a qualificação e/ou capacitação por órgãos competentes.
A Resolução RDC n° 45 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determina
que cabe ao enfermeiro manter o acesso venoso periférico, incluindo a instalação do Cateter de
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Central de Inserção Periférica (PICC). Dispõe ainda que o profissional deve participar da escolha
do tipo de acesso venoso central, em consonância com o médico responsável pelo atendimento
do paciente.
A Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Terapia Intensiva (SOBETI), instituída em
1996, foi a primeira a certificar e qualificar os enfermeiros brasileiros para passagem de PICC. A
referida sociedade em parceria com a ABESE (Academia Brasileira de Especialistas em
Enfermagem) e juntas reforçam a atenção dos enfermeiros na importância da assistência de
enfermagem em unidades de terapia intensiva, em situações de passagem e retirada do cateter
TOMA, (2004).
Camargo (2007), relata que o enfermeiro que irá realizar o procedimento deverá
esclarecer os familiares devem ser esclarecidos sobre vantagens, desvantagens e riscos do uso
do PICC. É importante observar o aspecto cognitivo, para orientar na linguagem adequada de
forma clara e concisa, com informações completas, o que contribui para reduzir a ansiedade da
família e melhora sua adesão.
No cotidiano, o profissional enfermeiro deve-se avaliar diariamente o membro em que foi
inserido o cateter, observar presença de edema, dor no tórax, ouvido ou mandíbula e medir a
circunferência do membro (BAIOCCO & SILVA, 2010).
É necessário o registro dos procedimentos, a assinatura do Termo de Consentimento pelo
familiar responsável, sendo importante para formalizar a autorização do procedimento, que deve
ser obtido antes da inserção (JOHANN, 2011).
A inserção do cateter obedece um roteiro compreendendo as seguintes ações e cuidados:
identificação da veia apropriada; posicionamento do paciente; verificação da medida do
comprimento do cateter; paramentação; abertura completa do material e colocação de um campo
estéril sob o local de punção elegido; antisepsia; lubrificação do cateter com solução salina;
preparação do comprimento do cateter; aplicação de torniquete e preparo do conjunto introdutor;
execução de venopunção; retirada da agulha da bainha introdutora; inserção do cateter periférico;
remoção da bainha protetora; introdução completa do cateter periférico; teste de permeabilidade
do cateter; retirada do campo fenestrado; limpeza do local de inserção; fixação do disco oval;
fixação do cateter; fechamento do sistema; confirmação radiológica da posição da ponta do cateter
(SOBETI, 2004; BITTENCOURT, LAMBLET E SILVA, 2006)
Phillips (2001) menciona que devido a possibilidade da ocorrência de complicações locais
e sistêmicas a equipe de enfermagem deve realizar assepsia das conexões todas as vezes que o
sistema for manipulado.
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No que diz respeito à manutenção do cateter, considerada um dos maiores desafios para os
enfermeiros em razão do calibre estreito e da possibilidade de oclusão e infecção, refere-se ao
curativo diário realizado no local da inserção do cateter, bem como a identificação e
acompanhamento de sinais precoce de infecção, infiltração e outras intercorrências relacionadas à
permeabilidade e infusão de soluções prescritas (MACHADO, 2005). Para que tudo isso aconteça
da melhor forma possível é preciso que o enfermeiro responsável esteja qualificado para fazer tais
procedimentos e garantir a eficácia do tratamento.
A troca do curativo (caso seja utilizado o filme transparente semipermeável) requer a retirada
manual do mesmo (por proporcionar melhor visualização do sítio de inserção), com uso de luvas
esterilizadas, para retirar a fita adesiva hipoalergênica, deve ser verificado a posição do cateter
para a confirmação de que não houve deslocamento; a limpeza do local deve ser realizada com
gaze esterilizada embebida em solução de clorexidina a 0,5%, verificar o posicionamento do
cateter e passar uma fita adesiva sobre o disco oval no intuito de mantê-lo no lugar; colocar
novamente fitas adesivas e o filme transparente sobre o local de inserção (MACHADO, 2005).
2.5 Implicações para o paciente e para a instituição hospitalar
Um fator limitante é a questão financeira, pois a prática para inserção do cateter requer
investimentos, como, por exemplo, a capacitação dos profissionais por vezes deve ser
autofinanciada ou fornecida pela instituição empregadora. No entanto, o valor relativamente
elevado para a aquisição do cateter e a realização do procedimento implicam em custos. Levando
em consideração a realização da capacitação dos profissionais que implica em deslocamento dos
mesmos para outras instituições que oferecem esse recurso, além da dificuldade de sua
substituição no ambiente de trabalho por outro profissional capacitado. Um fator favorável a
terapia intravenosa é um procedimento criterioso e quando aplicado de forma segura e correta
torna a qualidade da assistência eficaz, principalmente o benefício voltado aos seus clientes. É
por esta razão que os avanços tecnológicos têm tornado grandes proporções, de modo especial
no que diz respeito a necessidade da atualização dos profissionais de saúde na esfera hospitalar.
A instituição que tem interesse na implantação deste cateter precisa de planejamento de
seus profissionais envolvidos, equipe fixa e treinada para que tenha resultado satisfatório e além
desses fatores, o cuidado nas atividades rotineiras e segurança dos pacientes instalados com
essa técnica. (MEDEIROS, 2015).
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Esse tipo de acesso apresenta inúmeras vantagens não somente para o paciente, mas
também para a equipe e para a própria instituição, pois além da preservação da rede venosa,
apresenta menor risco de infecções, menor restrição da mobilidade, diminuição da dor e
desconforto, inserção segura, realização no próprio leito do paciente. Além disso, contribui para a
minimização da manipulação necessária ao emprego da técnica, otimização do tempo de trabalho,
diminuição do estresse da equipe, do paciente e familiar pelas punções repetidas, maior relação
custo benefício e, pode permanecer instalado no período de até um ano. (SCARIOT &
CARVALHO et al, 2012).
SCARIOT & CARVALHO (2012), mencionam que a qualidade nos atendimentos é uma
busca constante na assistência à saúde vendo que é preciso um questionamento persistente de
seu desenvolvimento com finalidade de reduzir riscos existentes avaliando os processos, metas e
resultados para uma melhoria dessa prática. Por este motivo, se faz necessário o aperfeiçoamento
e conhecimento da equipe de enfermagem no sentido de estar qualificando a assistência, pois, faz
com que se busque e se incorpore cada vez mais novas tecnologias de cuidado. Nesse sentido, o
PICC veio somar, sendo incorporado à assistência de enfermagem, para contribuir na melhoria da
qualidade de vida do paciente.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final desta pesquisa conclui-se que quando um paciente que esteja internado num
hospital necessita de uma terapia intravenosa, esta só pode ser praticada por um enfermeiro.
Nesta terapia, atualmente, é mais comum o uso do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC),
como uma opção terapêutica para o paciente, acompanhado de novas responsabilidades ao
enfermeiro, que deve ser capacitado para ter preparo técnico e profissional. Por estar em contato
direto com o paciente, o enfermeiro é o profissional que define melhor qual o tipo de cateter a ser
colocado e seu local de implantação.
É de suma importância que os profissionais de enfermagem tenham conhecimentos sobre
todos os aspectos que envolvam o uso do cateter, além dos riscos, principalmente em caso de
recém-nascidos, submetidos a tal procedimento estão expostos, a fim de utilizar medidas de
prevenção, controle e detecção das possíveis complicações.
A assistência ao paciente com cateter com o cateter central de inserção periférica (PICC)
deve ser estabelecida pelo enfermeiro capacitado através de protocolos com intuito de garantir o
objetivo esperado nas ações terapêuticas.
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266
A técnica de inserção do cateter exige do enfermeiro perícia técnica, capacidade de
julgamento clínico e tomada de decisão consciente, segura e eficaz. É uma prática especializada,
de alta complexidade, sendo que o profissional que a realiza deve adquirir conhecimento teórico-
prático nos cursos de qualificação, onde aprenderá todas as técnicas utilizadas na inserção do
cateter central de inserção periférica (PICC), ou seja, todo procedimento utilizado desde a
colocação até a retirada do mesmo.
A qualidade da assistência é garantida quando todos os membros das equipes estão
aptos a manusear o dispositivo, por isso, a necessidade de esforços para que haja treinamentos
para o manuseio e a manutenção do cateter.
Assim, a partir deste estudo, espera-se que novas pesquisas e publicações referentes à
temática sejam realizadas, haja vista a relevância da atuação do enfermeiro no processo de
inserção, manutenção e retirada do cateter e as influências desse processo no cotidiano de
trabalho, na qualidade de atendimento, satisfação dos clientes e dos profissionais da equipe que
presta assistência ao paciente.
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Relacionadas à Assistência à Saúde. Março, 2017. Disponível em: www.anvisa.gov.br .
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DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Landim, A. S.¹; Jesus, W. S.²; Rodrigues, V. L. M.³; Dionello, A. F. M.4; Coelho, F5.
Discente Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço ² Discente Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço ³ Docente e Orientadora Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço 4 Docente e coorientadora Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço 5 Docente e coorientador Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço
RESUMO
O presente projeto tem como objetivo principal retratar assuntos pertinentes a ‗Depressão pós-
parto‘, desenvolvendo conteúdos como a definição da ‗doença‘, suas principais causas, os
possíveis tratamentos, os efeitos para a gravidez e os maiores sintomas. Desta forma o trabalho
apresenta a fundamentação teórica embasada nos conhecimentos científicos do problema. Aborda
ainda conhecimentos sobre o período do puerpério e também observa a importância do
diagnóstico precoce. Apresenta o pré-natal como uma das formas de prevenção da Depressão
pós-parto. E por fim, demonstra a importância do papel das unidades de saúde no processo de
conscientização, além da importância do acompanhamento prestado pela equipe multidisciplinar à
gestante durante a gravidez e durante todo seu puerpério.
Palavras chave: Ansiedade – Tristeza– Período puerperal – Saúde da mulher
BABY BLUES SUMMARY
The present project has as main objective to portray subjects pertinent to 'Postpartum Depression',
developing contents such as the definition of 'disease', its main causes, possible treatments,
effects for pregnancy and major symptoms. In this way the work presents the theoretical foundation
based on the scientific knowledge of the problem. It also covers knowledge about the puerperium
period and also notes the importance of early diagnosis. Presents prenatal care as one of the ways
to prevent postpartum depression. Finally, it demonstrates the importance of the role of health units
in the awareness process, as well as the importance of the monitoring provided by the
multidisciplinary team to the pregnant woman during pregnancy and throughout her puerperium.
Keywords: Anxiety - Sadness- puerperal period - Women's health
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INTRODUÇÃO
A depressão pós-parto acomete mulheres no puerpério, em alguns dias ou até em
semanas, causando mudanças de humor, irritabilidade, choro excessivo, sonolência, falta de
concentração, falta de energia, ansiedade, desinteresse sexual pelo marido, dentre outras
alterações hormonais e sentimentais na mulher. (VARELLA, 2016)
Diagnosticar a doença precocemente e tratá-la com o auxílio do pré-natal tem sido um dos
métodos aliado da equipe multidisciplinar para conseguir uma solução mais eficaz e combater o
problema antes mesmo de seu surgimento. (GIFFIN, 1999)
Psicólogos, obstetras, psiquiatras, ginecologistas e endocrinologistas, são os únicos
especialistas instruídos para determinar se a mulher apresenta ou não um quadro de depressão
pós-parto. O uso de antidepressivo frequentemente utilizado, geralmente em combinação com a
orientação e suporte à paciente. Quando a paciente apresenta um quadro de depressão pós-parto
moderada à grave torna-se necessária a combinação do uso de medicamentos com a terapia
intensiva. Mas, pacientes com quadros de depressão leve podem não precisar do uso de
medicamentos. É importante ressaltar que a Depressão pós-parto não é culpa da mulher, e
também não se trata de rejeição ao bebê, o problema possui outras explicações mais
complexas. (VARELLA, 2016)
Após uma leitura do tema escolhido, foram identificados as causas e os efeitos do
problema não só para a mulher, como também para a interação mãe-bebê e, em alguns casos
para o pai da criança. Este projeto surge com o intuito de demonstrar como a depressão pós-parto
é diagnosticada, quem está sujeito a desenvolver a doença, e as saídas mais eficazes no combate
a Depressão Pós-Parto. (KONRADT, C. E. et. al. 2012)
1.1 O que é a Depressão pós-parto?
A Depressão Pós-Parto acomete grande parte das puérperas logo após darem à luz.
Muitas mamães de primeira viagem experimentam alterações de humor e crises de choro após o
parto, que se desvanecem rapidamente, isso ocorre no chamado blues puerperal. Elas acontecem
principalmente devido às alterações hormonais que ocorrem no término da gravidez. No entanto,
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algumas mães experimentam esses sintomas com maior intensidade, dando origem à depressão
pós-parto. Raramente, pode ocorrer uma forma extrema de depressão pós-parto, conhecida como
psicose pós-parto. (Conselho Médico do Baby Center Brasil, 2017)
Fisiologicamente, o chamado puerpério dura 40 dias após o parto:
o tempo que o corpo leva para voltar ao estado anterior à gravidez. Mas a leitura do período, para
cada mãe, é diferente na prática. Também no período de pós-parto, conforme Ambrogini (2017)
―duas coisas costumam gerar grande estresse para as mães: problemas com a amamentação e
transtornos de humor‖. A médica afirma ainda:
―A placenta produz a progesterona que mantém a gravidez‖. Quando ela sai do corpo, esse hormônio cai 400 vezes e isso pode sim causar essas alterações de humor que são tantas vezes incompreendidas por quem esta no entorno da mulher. A médica ainda explica que a adaptação durante o puerpério é extremamente complexa. ―As mulheres hoje em dia são muito solitárias. A gente não sabe o que vai enfrentar e tudo o que ouve é uma visão idealizada e romântica das coisas. Pensa no enxoval, no chá de bebê, no parto, e quando a realidade acontece, ela parece muito diferente‖. (CAROLINA AMBROGINI, 2017)
Há mulheres, em que a tristeza surge algumas semanas após o parto, e o quadro se
intensifica gradativamente a ponto de torná-las incapazes de exercer as mais simples tarefas do
dia a dia, e elas passam a demonstrar apatia e desinteresse por tudo que as cerca. Em um
passado não muito distante, esses sintomas não eram valorizados; ninguém falava em depressão
pós-parto. Os transtornos de humor eram considerados traços da personalidade feminina. Sem
diagnóstico nem tratamento adequado, ou a doença se resolvia espontaneamente ou tornava-se
crônica. (Varella, 2016)
1.2 O período puerperal da mulher
Puerpério é o nome dado ao período do pós-parto, que tem uma duração aproximada de
três meses, nos quais a mulher vivencia uma série de adaptações físicas e emocionais. É também
nesse período que a mulher se depara com o confronto entre as expectativas construídas durante
a gestação e a realidade trazida pela chegada do bebê (SOUZA, B. M. S.; et. al. 2013)
O nascimento do bebê é um período emocionalmente vulnerável devido às profundas
mudanças intra e interpessoais desencadeadas pelo parto. Maldonado (2002) refere que o
puerpério caracteriza-se como um período de transição onde a mulher torna-se especialmente
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sensível e confusa, com o aparecimento de sintomas ansiosos e depressivos.
O Puerpério, assim como outras fases do ciclo vital, é um período propenso a
crises, por causa das mudanças físicas e psicológicas que o acompanham (Maldonado, 2002). De
acordo com Stern (1997), a nova mãe sofre mudanças de identidade tendo que se sujeitar a uma
transição do papel de filha para assumir o papel de mãe.
Segundo Penna (2006) ― a desvalorização do ser mulher após dar à luz é um dos maiores
responsáveis pela tristeza ocorrida no período puerperal‖. Ela demonstra ainda a percepção que
teve com a pesquisa a respeito da importância da participação familiar no período pós-parto para
que a mulher resgate sua autonomia sobre si mesma e não desenvolva depressão pós-parto neste
período.
1.3 O diagnóstico da doença
Os primeiros sintomas de depressão podem manifestar-se durante ou após a gestação. A
mulher começa a se sentir insegura, desenvolvendo medos como: ficar sozinha ou cuidar do bebê
sozinha. Esse medo nos cuidados com o bebê se dá devido à incapacidade da mamãe de cuidar
de si própria e do seu filho, além de que a mulher pode apresentar pouco interesse pelo bebê. A
mulher demonstra ainda durante este período um elevado nível de desanimo e cansaço extremo
estando sempre indisposta. (Varella, 2016)
Nos primeiros dias após o parto é muito comum à mulher desenvolver estes e outros
sintomas devido ao processo de adaptação às mudanças de vida por causa do bebê. O caso se
torna alarmante se o problema persistir por mais de duas semanas. Neste caso a mulher já
precisa procurar um auxilio psicológico para iniciar os tratamentos devidos. Caso os sintomas
apareçam antes do parto, já pode ser considerado como um sinal de alerta para a procura de um
psicólogo que fará o diagnóstico e implicará os devidos tratamentos e acompanhamentos para a
melhora da paciente. (Maldonado, 1987)
A depressão se instala na paciente bem lentamente, é como se a doença fosse agindo em
silencio. Quando o problema persiste por semanas ou meses o quadro começa a se intensificar e
começa a se tornar necessário um tratamento mais agressivo com medicamentos e terapias
intensas. (SHIMT, 2005)
1.4 Os efeitos da Depressão Pós-Parto
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É possível fazer uma diferenciação entre os quadros depressivos maternos no período
pós-parto, cada qual com sua particularidade, período de duração, causas e consequências.
(COSTA, et. al. 2013) Mesmo as formas mais leves de depressão pós-parto
podem afetar o bebê e também o pai da criança. Pois, os mesmos são capazes de perceber
deficiências irrelevantes da mulher nos cuidados básicos com a casa e com a família. (COSTA, et.
al. 2013)
1.5 Os efeitos na interação mãe-bebê
A relação mãe-bebê começa a se formar ainda no período pré-natal, de a mulher começa
a sentir sua ligação com o feto e assim começa a depositar suas expectativas sobre a criança
ainda em ventre materno. Segundo Costa, et. al. (2013) ―as mães deprimidas ou frustradas pelo
fato de o bebê não nascer com as características esperadas, e diagnosticadas com a Depressão
pós-parto costumam interagir com o bebê de forma diferente. As mesmas costumam demonstrar
um padrão de interação retraído e desligado isso quando não manuseiam os bebês de forma rude,
com padrão intrusivo. ‖ As habilidades da criança são influenciadas diretamente
pelos pais. Quando recém-nascidos os bebes tendem a copiar e imitar as expressões de sua
família. Quando a mãe começa a demostrar sintomas de tristeza e depressão o bebe passa a se
comportar de forma repressiva, triste e desinteressada vendo que nos primeiros anos de vida a
criança tende a espelhar-se no comportamento dos pais. (COSTA, et. al. 2013)
―O primeiro relacionamento de apego é o ingrediente mais influente na criação do modelo
funcional da criança‖ (BEE, 2003). Desse modo, os comportamentos e as relações intra e
interpessoais que o bebê aprende com a mãe, servirão de modelo e exemplo para todas as suas
relações futuras. Para desenvolver uma vida psicológica e emocional saudável o bebê precisa de
pais sensíveis, saudáveis e sincronizados as suas necessidades (BEE, 2003)
1.6 Os tratamentos cabíveis à Depressão Pós-parto
A equipe multidisciplinar que trata a Depressão Pós-parto deve envolver, no mínimo, três
tipos de cuidados: ginecológico, psiquiátrico e psicológico. Além da preocupação médica com o
problema, são muito relevantes os cuidados sociais, comumente envolvidos com o
desenvolvimento da depressão no período puerperal. Alguns estudos demonstram a importância
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do tratamento não somente pela saúde da mulher, mas, pela saúde e desenvolvimento do bebê,
além da melhoria na vida conjugal do casal. (SILVA, D. G.; et. Al., 2003)
Embora alguns clínicos ainda defendam o uso de progesterona no pós-parto, com
finalidades curativas ou preventivas para a Depressão Pós-parto, tal conduta tem sido
controvertida. Harris B., et. al. (1996) aponta para uma não correlação entre níveis desse
hormônio e alterações do humor pós-parto. Psiquiatricamente, o tratamento com antidepressivos
tem indicação para os casos onde a depressão está comprometendo a função e o bem-estar da
mãe. (VARELLA, 2016)
Atualmente o tratamento para a depressão pós-parto pode ser feito através do uso de
medicamentos, terapias e até mesmo grupo de apoio. Mas, é importante enfatizar que o
tratamento com medicamentos é relativo e depende do fator amamentação da mulher, visando a
saúde do bebê ao se amamentar. Medicamentos não indicados podem causar contaminação no
bebê através do leite materno. (VARELLA, 2016)
Fatores naturais também influenciam diretamente na recuperação da mulher.
Alimentação saudável, bom sono, e exercícios físicos são indispensáveis no auxílio a mulher. É
recomendável que o apoio psicológico seja frequente desde os primeiros sintomas de melancolia
aguda. Em casos mais sérios os psicólogos iniciam os tratamentos de imediato como forma de
prevenção ao agravamento da situação. Não são todos os casos que precisam do uso de
medicamentos, entretanto quando necessário os remédios indicados são os mesmos usados em
um caso de depressão comum. (PENNA, L. H. G.; et. al. 2006)
1.7 Conscientização
Segundo Guimarães (2016) ― a depressão pode atingir um grau mais avançado, mais
intenso e a mulher pode vir a ter pensamentos de pôr fim a vida, pensamentos suicidas. ‖ Diante
disso, não podemos achar que ela está fingindo, temos que tomar providências. Em algumas
situações a mulher vem a perder o discernimento e os limites, é a psicose. Ela pode até atentar
contra a vida dela e do bebê e a única maneira de diminuir esse sofrimento é estimulando o
diálogo sobre o tema. Por isso, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor a questão do
tratamento e da resposta terapêutica. (GUIMARÃES, 2016)
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Atualmente no país as informações a respeito da conscientização não só da Depressão
Pós-Parto como de outras doenças preocupantes são consideradas totalmente falhas. Vejamos:
É necessária a criação de programas preventivo na saúde pública tanto para mulheres gestantes como para todas as mulheres para que elas tenham conhecimento e consigam identificar os fatores de risco. (SIMÃO 2004)
Para Tostes (2012) a assistência pré-natal tradicional tem merecido destaque crescente e
especial na atenção à saúde materno-infantil, que permanece como um campo de intensa
preocupação na história da saúde pública brasileira. Atualmente diversas especialidades estão
envolvidas com a assistência à gestante. A assistência ao pré-natal tradicional caracteriza-se pelo
redirecionamento, pelo cuidado com o corpo e o acompanhamento do desenvolvimento do
concepto. (Arrais, A. R. et. al., 2014) E, com intuito de melhorar o
conhecimento da população a respeito do assunto foi criada uma proposta de lei para que sejam
criados mecanismos de prevenção e conscientização. O projeto foi criado pelo PMDB e ainda não
teve aprovação. Uma estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que entre 60%
e 80% das mulheres apresentam alterações emocionais relacionadas ao pós-parto. (JusBrasil,
2017)
De acordo com a justificativa do projeto, a proposta tem legitimidade ao reforçar a Lei
Federal nº 8.069, de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente , que assegura em seu
artigo 7º : "A criança e o adolescente tem o direito à proteção à vida e à saúde, mediante a
efetivação de políticas sociais públicas que permeiam o nascimento e o desenvolvimento sadio
e harmonioso, em condições dignas de existência". (JusBrasil, 2017)
A prevenção precoce da depressão pode ser realizada por meio de ações e intervenções
conjuntas durante a gravidez, minimizando o risco de as mães desenvolverem a Depressão Pós-
parto prevenindo os graves problemas pessoais e familiares que dela decorrem. O
desenvolvimento de medidas efetivas para a prevenção dessa patologia é importante em termos
de saúde pública, a fim de reduzir a incidência de Depressão Pós-Parto. (KONRADT, C. E. et. al,
2012)
Os profissionais ligados à saúde materna e obstétrica (médicos, psicólogos e enfermeiros)
são os que se encontram em melhores condições de prevenir o aparecimento da Depressão Pós-
Parto, pois possuem o conhecimento necessário para propor a criação de programas preventivos
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277
na rede pública, voltados não só para a saúde da grávida, mas para a saúde sexual e reprodutiva
da população geral. (KONRADT, C. E. et. al, 2012)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a elaboração deste artigo concluímos ser importante caminhar no sentido de uma
assistência à mulher no pós-parto que lhe proporcione a oportunidade de vislumbrar e buscar
alternativas de enfrentamento das situações cotidianas, como protagonistas do processo decisório
de maneira livre e crítica, valorizando os seus interesses e desejos não exclusivos ao bebê, sem
culpa ou receio. (PENNA, L. H. G.; et. al., 2006)
Pensamos que a consulta coletiva de enfermagem no pós-parto, juntamente com a
consulta individual, seja uma estratégia interessante para superar esses impasses. O ambiente de
igualdade, solidariedade e socialização de experiências/conhecimentos criado com a consulta
coletiva proporciona um espaço para se abordarem esses aspectos e outros derivados da
subjetividade das puérperas. (PENNA, L. H. G.; et. Al, 2006)
Nossa sugestão é que tanto a gestante quanto os familiares prestem atenção, já durante a
gravidez, a sintomas como tristeza, desânimo, angústia e ansiedades exacerbadas. Muitas vezes, é
possível antecipar a possibilidade de uma depressão pós-parto garantindo uma experiência melhor para
a mãe e o bebê.
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IMPLICAÇÕES E COMPETÊNCIA DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NA VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS).
Vieira, C. A.¹ ; Cruz ,E. C. C.²; Dionello, A. F. M.³; Santos, E.G.⁴
Discente do Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço- MG Docente e Coorientadora do Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço -MG
Docente e Orientadora do Curso de Enfermagem na Faculdade São Lourenço -MG
RESUMO As Infecções Hospitalares (IH) atualmente denominado Infecção Relacionada à Assistência à
Saúde (IRAS) são complicações relacionadas à assistência à saúde e se constituem na principal
causa de morbidade e mortalidade hospitalar, gerando prejuízos aos usuários, à instituição,
comunidade e principalmente ao paciente. Nessa perspectiva, este artigo tem por objetivo abordar
a importância da atuação do enfermeiro e a sua formação profissional na busca de uma
assistência de qualidade isenta de possíveis riscos que levam o paciente adquirir uma infecção
hospitalar. As informações acessadas pelo estudo nos possibilitaram compreender que o controle
das IRAS envolve um esforço conjunto de diferentes sujeitos e instâncias, ou seja, profissionais de
saúde, enfermeiro e gestores com capacidade avaliarem a eficácia da vigilância epidemiológica
das IRAS com intuito de prestarem uma assistência eficiente e capazes de observar os aspectos
do cotidiano dos profissionais de saúde e dos usuários que relacionam com a problemática das
infecções hospitalares.
Palavras chave: Infecção Relacionada á Assistência á Saúde (IRAS); Vigilância Epidemiológica;
Enfermeiro.
ABSTRACT
Hospital Infections (IH) are called Health Care Related Infection (IRAS) are known as health care
and are the main cause of hospital morbidity and mortality, causing harm to users, the institution,
the community and especially the patient. In this perspective, this article aims to address the
importance of nurses' performance and their professional training in the search for a quality care
free of risk risks that lead the patient to acquire a hospital infection. As information accessed by the
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study, we are able to verify the control of IRAS with a joint effort of different subjects and instances,
that is, health professionals, nurses and managers with the capacity to verify the epidemiological
surveillance of IRAS in order to provide assistance efficient and capable of observing daily aspects
of health professionals and users that relate the problem of hospital infections.
Key words: Health Care Related Infection (IRAS); Epidemiological surveillance; Nurse.
1 INTRODUÇÃO
As assistências à saúde ao longo dos tempos apresentam evolução com os avanços
científicos e tecnológicos, e tem refletido em melhoria das ações de saúde para a população. É
senso comum entender que as organizações de saúde convivem com problemas e resultados
indesejáveis que geram variabilidade em seus processos, podendo estar sob controle ou não
são previsíveis, como consequência lidam com aumento significativo dos índices elevados das
Infeções Hospitalares que atualmente denomina-se como IRAS (Infecções Relacionadas à
Assistência à Saúde). Estas por sua vez representam um problema na qualidade da
assistência à saúde devido a sua incidência de letalidade, aumento de tempo de internação e
consumo de medicamentos (RODRIGUES et al,1997; OLIVEIRA2007 e CIOSAK, 2007).
Segundo Turrini (2004) os Serviços de Controle Infecção Hospitalar (SCIH) tem realizado
capacitação dos profissionais e o envolvimento dos enfermeiros, a fim de torná-los
multiplicadores das ações referentes à prevenção de IRAS. Toda IRAS detectada deve ser
notificada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição. Por esta
razão, é fundamental que o profissional enfermeiro tenha conhecimentos dos conceitos da
vigilância epidemiológica a esses eventos evitáveis para a sua identificação oportuna e a
obtenção de informações de qualidade para a ação de proteger e promover a saúde da
população. (ANVISA, 2017).
O enfermeiro é considerado como membro integrante fundamental para ações de controle
das IRAS, sendo isso uma grande responsabilidade para os enfermeiros que atuam no serviço
de controle de infecção, pois deve justificar sua existência na comissão, pela competência em
executar sua função e não apenas pela força de um dispositivo legal. Manter as infecções
hospitalares sob controle é um desafio permanente. Assim, os profissionais parte para uma
batalha, muitas das vezes solitária de algo que aquém de suas possibilidades, vista a
complexidade que é ser controlador de infecções hospitalar (OLIVEIRAS, 2005).
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É de extrema relevância que os profissionais de saúde compreendem os fatores que
influenciam a incidência das IRAS, a definição e identificação das topografias, a prevenção e o
controle das IRAS representam fundamentos para a intervenção sobre o risco em serviços de
saúde, antes que o dano alcance o paciente. (ANVISA, 2017).
Diante dessa discussão, o presente estudo teve como objetivo identificar a partir de uma
revisão literária as implicações e competências do profissional enfermeiro na vigilância
epidemiológica referente as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).
2 REVISÃO DE LITERATURA
Este trabalho através de pesquisa bibliográfica, possibilita levantar as principais
informações sobre o tema ―competência do profissional enfermeiro na vigilância epidemiológica
referente as infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)‖, utilizando fontes
disponíveis nas bases de dados bibliográficas como: artigos científicos, revistas, documentários
etc. Sites de pesquisas como: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), BVS (Biblioteca
Virtual de Saúde), materiais disponíveis online com autorias e, material bibliográfico localizado
em bibliotecas universitárias.
A pesquisa bibliográfica é aquela elaborada a partir de material já existente, formado
principalmente por livros e artigos científicos. As publicações periódicas representam
atualmente as mais relevantes fontes de pesquisa bibliográfica, pela simultaneidade da
produção do conhecimento (GIL, 2002).
A coleta das indicações bibliográficas se deu diretamente das bases citadas, seguida
da seleção de produções referentes ao assunto. Os textos foram selecionados em função do
reconhecimento de sua vinculação ao assunto em estudo.
Foram lidos e analisados os resumos de todas as obras capturada e excluído os que
continham informações de caráter diverso do assunto em estudo.
Na revisão de literatura visando aprofundar o conhecimento sobre este assunto, serão
abordadas questões como: aspectos históricos das IRAS, vigilância pós alta do paciente, estudos
de prevalência, etapas da vigilância epidemiológica, competências específicas do profissional
enfermeiro.
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2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA INFECÇÕES HOSPITALARES
Historicamente as IRAS na medicina inicia pela sobrevivência e a vontade de conhecer
um mundo governado por forças poderosas. Durante anos, milhares de anos, a humanidade
tentava agradar aos deuses com sacrifícios, ritos, praticando uma medicina arcaica.
Ferraz (1997) menciona sobre o tratamento de ferida (3.000 a. C) a qual os médicos
egípcios usavam ―Carne fresca‖ local, seguido de aplicação de mel ou soluções a base de sais
de cobre e ervas.
Somente em 460 a.C; na Grécia, que Hipócrates observou a importância da lavagem
das mãos antes da cirurgia e o uso da água fervida e vinho na limpeza das feridas (FERRAZ,
1997).
A partir da primeira metade do século XIX é que a questão da IRAS começou a ser
focada pelos profissionais da saúde. Na década de 50 na Inglaterra criou-se a primeira
comissão de controle de infecção hospitalar, sendo que na década de 60 o uso indiscriminado
de antibióticos resistentes à penicilina favoreceu para o surgimento de cepas resistentes de
Pseudomonas e Enterobacteriaceae, tornando-se mais evidente (1962-1963) o papel da
enfermagem na vigilância epidemiológica e na educação permanente.
No Brasil, Rodrigues et al (1997) relata que a assistência hospitalar surgiu no século
XVI, com as Irmandades de Misericórdias, sendo que na década de 50 surgiram os primeiros
relatos de IRAS e na década de 70 foi criada a primeira CCIH no Rio Grande do Sul.
Na década de 80 a portaria 196 do Ministério da Saúde é publicada em 24 de junho de
1983, a qual representou um dos marcos históricos no Brasil no controle infecção hospitalar,
onde menciona que ―Todo hospital, independente da entidade mantenedora, porte ou
especialidade, deveria construir comissão de controle de infecção" e em 1985 o Ministério da
Saúde (MS) publicou o Manual de Controle de Infecção Hospitalar.
Na década de 90 a Portaria 930 M.S publicada em 27 de agosto de 1992 determina
que ―todos os hospitais do pais, além das comissões, deveriam também construir o Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), compreendendo, pelo menos, um médico e uma
enfermeira para cada 200 leitos‖ a portaria também estabeleceu critérios para diagnósticos
das IRAS, métodos de vigilância epidemiológica e normas para limpeza, desinfecção,
esterilização e antisepsia; em 1997, a lei federal nº 9.431, de 6 de janeiro, instituiu
obrigatoriamente na manutenção de um Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH)
em todos os hospitais brasileiros sob responsabilidade de uma CCIH.
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Em 1998 o Ministério da Saúde revogou a Portaria 930 e publicou a Portaria 2.616, em
12 de maio de 1998 e determinou que ―para adequada execução do PCIH, os hospitais
deverão constitui Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria a
autoridade máxima da instituição‖. ―A CCIH deve ser composta de membros consultores (estes
constituem o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar). Os membros executores serão, no
mínimo, 2 (dois) técnicos (sendo um, preferencialmente, enfermeiro) de nível superior da área
de saúde para cada 200 leitos ou fração deste número (sendo 6 horas diárias para o
enfermeiro e 4 horas para os demais profissionais).
Na década de 2000 a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária-ANVISA, dentro do
Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, traçou metas para o controle de
Infecção: Diagnósticos das infecções hospitalares no Brasil; Curso de Controle de IH;
Atualização do Manual de Processamento de Artigos e Superfícies em estabelecimentos de
saúde; Reestruturação dos Centros de Treinamento em Controle de Infecção Hospitalar;
Reestruturação do Comitê Técnico – cientifico em controle de infecção hospitalar; Atualização
do Manual de Microbiologia; Comemoração do Dia Nacional de Controle de Infecção Hospitalar
em 15 de maio, a cada ano.
Segundo o Ministério da Saúde (1998), infecção hospitalar é qualquer infecção adquirida
após internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta,
quando puder ser relacionada com a internação de procedimentos hospitalares.
2.2 VIGILÂNCIA PÓS ALTA DO PACIENTE
Rodrigues (1997) menciona que o PCIH não faz controle pós alta do paciente cirúrgico
devido a geração de taxas subnotificada.
A busca ativa de casos fora do hospital não é fácil de ser executada, e a revisão de
prontuários só faz sentido se os retornos ambulatoriais forem centralizados.
Os métodos mais utilizados de seguimento do paciente são através do retorno
ambulatorial, contado telefônico, carta questionário, sendo que o aspecto positivo do retorno ao
ambulatório além da busca ativa dos casos, é a consistência dos dados obtidos, no entanto
nem sempre é fácil conseguir a implementação do serviço de vigilância do paciente cirúrgico
em instituições privadas onde o retorno do paciente geralmente ocorre em consultórios
particulares, por este motivo dificulta os esforços do SCIH em notificar os pacientes com IRAS
após a alta.
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Segundo Oliveira (2004), em relação ao método utilizado como carta, nem sempre é
confiável, pois o retorno das mesmas é baixo de maneira geral mesmo sem nenhum custo para
o seu retorno.
A vigilância pós - alta deve ser realizada por um profissional treinado seguindo os
critérios diagnósticos utilizados pelo SCIH, mantendo a homogeneidade da conduta diante da
notificação da IRAS, durante a internação e após a alta.
2.3 ESTUDOS DE PREVALÊNCIA
Oppermann e Pires (2003) se referem ao processo de infecção, como uma doença
caracterizada pela presença de agentes infecciosos que provocam danos no organismo
biológico, ao nível de seus componentes histológicos, bem como em estruturas de
determinados órgãos. As infecções hospitalares são consideradas as principais causas de
morbidade e de mortalidade, além de aumentarem o tempo de hospitalização do paciente,
elevando o custo do tratamento.
Quanto aos fatores de risco, têm-se como resultados obtidos e descritos pelos autores,
riscos intrínsecos e extrínsecos. Os primeiros se relacionam ao indivíduo: extremos de idade,
hábitos de vida, patologia de base, patologias associadas. Os segundos se referem aos
procedimentos assistenciais e técnicas adotadas: técnica cirúrgica e materiais, potencial de
contaminação, preparo pré-operatório, ambiente cirúrgico, antibioticoprofilaxia, tempo do procedi-
mento. (OLIVEIRA e SANTANA, 2015).
A higienização das mãos é o meio mais simples e eficaz de prevenir a transmissão de
microrganismos de uma superfície para outra, por contato direto, pele com pele; ou indireto, por
meio de objetos. As recomendações sobre a higienização das mãos estiveram presentes, no
estudo desenvolvido pelo autor supracitado e demais colegas, na maioria dos documentos
pesquisados. A enfermagem, através do cuidado prestado, integra o trabalho dos demais
profissionais, possibilitando incrementar esta política institucional de CIH. Na assistência à saúde,
independentemente de ser prevenção, proteção ou tratamento e reabilitação, o indivíduo deve ser
visto como um ser integral, que não se fragmenta para receber atendimento em partes.
(ROMANZINI,2010).
2.4 ETAPAS DO PROCESSO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALARES
Segunda Armond e Clemente, 2005 qualquer que seja o método de vigilância a ser
adotada é necessário algumas etapas básicas para sua implementação, sendo elas: Definição
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da população a ser monitorada; Definição precisa dos dados a serem coletadas; Método de
coleta sistemática dos dados necessários; Tabulação/processamento dos dados de forma
adequada; Análise e interpretação dos dados de forma objetiva e oportuna; Propostas de
medidas de prevenção e controle; Divulgação da informação e Avaliação do sistema de
vigilância e das medidas de controle.
2.4.1 Definição da população a serem monitorada
Antes de definir o método de vigilância a ser utilizado, deve-se priorizar no
planejamento da vigilância epidemiológica qual a população será monitorada. Caso o hospital
possua vários tipos de atendimentos ou seja, atende vários tipos pacientes, com diferentes
riscos de desenvolverem IRAS, deve-se definir a clientela a ser monitorada, direcionar os
setores onde os pacientes tem um risco aumento de adquirir infecção, definir a vigilância será
aos pacientes em determinada área ou clínica do hospital, pacientes submetidos a cirúrgicas,
pacientes internados em áreas específicas como terapia intensiva, berçários patológicos, alas
de pacientes com queimaduras. (OLIVEIRA, et al,2005).
2.4.2 Dados a serem coletados
Os dados a serem coletados dependem do método de vigilância adotada, devendo ser
coletados dados somente os que serão utilizados, como: dados relativos aos pacientes com
IRAS, dados da IRAS. Dados geralmente coletados que corresponde ao numerador (pacientes
com IRAS, número de IRAS), referente os dados que corresponde aos denominadores
(número de admissões ou altas, número de procedimentos realizados como por exemplo
cirurgias realizadas, número de pacientes/dia e de procedimentos dia). (OLIVEIRA, et al,2005).
2.4.3 Métodos de coletas de dados
Os casos de IRAS podem ser conhecidos por meio de métodos passivos (notificação
passiva) ou método ativo (Busca ativa de casos).
O método passivo é aquele em que os responsáveis pela coleta apresentam iniciativa
de comunicar, onde a infecção é identificada e notificada por profissional não pertencente à
CCIH, geralmente pelo médico ou enfermeiro assistente.
O método ativo, os membros executores da CCIH tomam a iniciativa de buscar as
informações na fonte coletando os dados e preenchendo os questionários de notificação, que
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visita as unidades periodicamente, para detectarem novas IRAS, acompanhar a evolução dos
casos detectados anteriormente, e observar possíveis fatores de risco.
As fontes de dados são os prontuários dos pacientes, relatórios de enfermagem,
resultados dos exames laboratoriais e laudos médicos. (OLIVEIRA, et al,2005).
2.4.4 Análise e interpretação dos dados
Após o processamento dos dados desta etapa de análise e intepretação é fundamental
no processo de vigilância epidemiológia, as informações geradas que possam orientar as
intervenções necessárias. Os dados obtidos neste sistema de vigilância são fundamental, pois
além de nos conduzir as intervenções necessárias, nos oferece meios de interpretação que
devem ser voltados para os planos de ação. As ocorrências de IRAS podem ser expressas por
meio de números absolutos ou relativos. (OLIVEIRA, et al,2005).
2.4.5 Divulgações das informações
A divulgação das informações é fundamental, pois socializa os conhecimentos gerados e
retorna a responsabilidade da adoção das medidas de controle para os profissionais que
realizam as atividades necessárias.
A divulgação deve ser feita de maneira rotineira para todos os profissionais envolvidos
na assistência, podendo ser de forma escrita, global ou especifica através de reuniões,
gráficos, discussões de casos, relatórios ou boletins, murais ou ainda utilizando abordagens
individuais, confidenciais. (OLIVEIRA, et al,2005).
2.4.6 Avaliação do sistema da vigilância
O sistema de vigilância será útil se for capaz de detectar tendências dos indicadores e
aprimoramento de surtos, estimarem incidência de IRAS, identificar fatores de riscos e
possibilitar avaliação de medidas de controle.
Atributos do sistema de vigilância considerados para a avaliação é flexibilidade,
aceitabilidade, valor preditivo positivo e oportunidade de aplicação. Também pode ser avaliado
pela capacidade de se adaptar a situações especificas, por sua representatividade e pela
participação de profissionais no fornecimento de informações sobre IRAS, o qual demonstra
sua aceitabilidade e credibilidade.
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288
2.5 Competências específicas do profissional enfermeiro
Dentro da dinâmica hospitalar, o trabalho da CCIH somente será efetivo se o houver ação
efetivo do trabalho em equipe dos membros que compõe este serviço, tendo como função
aglutinar interesses e esforços para atingir os propósitos estabelecidos, através de prioridades
definidas pela própria comissão. (SILVA e CARDOSO, 2004).
Dentre os membros que compõe a CCIH está o profissional enfermeiro, sabe-se que o
este profissional possui momentos marcados pelas práticas distintas, pois depende de sua
experiência na área. A maioria dos profissionais sentem-se despreparado diante de tantas
competências e atribuições, agravados pela não valorização do trabalho realizado pelos outros
membros da equipe de saúde, por este motivo, há a necessidade de investimentos no que dizem
respeito a treinamentos, supervisão e controle acerca de infecção hospitalar, pois a qualidade das
informações e preparo que estes profissionais receberem, repercutirá diretamente na qualidade de
assistência por eles prestada. (SILVA, CARDOSO, 2004).
Os profissionais da enfermagem representam papel importante no controle das infecções,
pois mantém maior contato com os pacientes. Assim, o profissional enfermeiro que exerce funções
destinadas ao SCIH poderá prestar valiosa colaboração na qualidade prestada ao paciente
assumindo responsabilidades como as descritas na Portaria 2616/98. (SILVA e CARDOSO, 2004).
Segunda a Portaria 2016/98 que rege a CCIH descreve detalhadamente as atribuições
especificas do profissional enfermeiro, sendo elas:
a) Coordenar e supervisionar o processo de vigilância epidemiológica, em todas as etapas, como
coleta, análise e divulgação das informações.
b) Investigar surtos e casos de infecções hospitalares.
c) Manter contato permanente com as diversas unidades da instituição, para detectar problemas
relacionados ao controle das infecções e supervisionar o cumprimento das normas e
recomendações emanadas da comissão.
d) Fazer a vigilância epidemiológica das infecções hospitalares através da coleta de dados (Busca
ativa e passiva).
e) Participar do processamento, análise e divulgação dos dados referentes a estas infecções,
elaborar rotinas e procedimentos técnicos de enfermagem, adequados ao controle da infecção
hospitalar e orientar a sua execução.
f) Participar de reuniões cursos e congressos que se relacionem às infecções hospitalares.
g) Verificar periodicamente a realização da manutenção preventiva da autoclave e outros
equipamentos da instituição.
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289
h) Elaborar rotinas de limpeza/ desinfecção para os diversos setores da entidade.
i) Elaborar e desenvolver projetos de pesquisa em controle das infecções hospitalares.
j) Supervisionar a coleta e transporte de material para microbiologia.
l) Participar da equipe de padronização de materiais e medicamentos.
m) Receber, protocolar e distribuir papéis
n) Lavrar as atas das reuniões.
o) Enviar convocações aos membros da CCIH.
p) Organizar e distribuir os boletins informativos por todos os setores da instituição.
Hoje a realidade do profissional enfermeiro se modificou muito em decorrência do
crescimento da profissão enfermagem. E o enfermeiro atual desempenha múltiplos papeis dentro
e fora da área hospitalar. Neste sentido o enfermeiro exerce múltiplas funções dentre eles a ações
educativas, promovendo a capacitação e a formação da consciência crítica dos novos
profissionais de enfermagem, e auxiliando a produção de reflexões e discussões sobre as novas
concepções em saúde e educação geradas no âmbito da unidade de Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar. (NICOLAIS,2015).
3- CONSIDERAÇOES FINAIS
No que diz respeito aos objetos específicos do estudo podemos concluir com a
observação ativa, sistemática e continua da frequência da IRAS e distribuição entre pacientes, dos
eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, poderemos obter meios necessários
para realizar uma análise mais efetiva dos índices e consequentemente poderemos oferecer
subsídios para aplicação de medidas preventivas e educativas a todos profissionais que prestam
assistência ao paciente visando não somente aos benefícios para pacientes em relação ao custo
indireto as quais incluem o pós-operatório, fatores econômicos e fatores psicológicos.
Diante ao exposto nesse artigo, verificamos a importância da visão do profissional
enfermeiro no controle de infecção hospitalar, pois é através de sua supervisão e exemplo que as
condutas de toda a equipe serão norteadas. Assim sendo, o mesmo deve atuar de maneira a
incluir todos os prestadores da assistência, na tentativa de minimizar ou sanar as IRAS.
Acreditamos ainda que não basta investimentos em altas tecnologias em saúde sem considerar a
importância de se investir no potencial humano como um elemento fundamental para o
desenvolvimento de práticas de controle de infecção que culminem numa assistência segura e
qualificada, que minimiza a permanência na internação, o aumento dos custos hospitalares, o
sofrimento dos pacientes e de suas famílias, trazendo repercussões para toda a sociedade.
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VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE (INFLUENZA): FATORES ASSOCIADOS À ADESÃO EM UM
GRUPO DE IDOSOS DO SUL DE MINAS GERAIS
1 REIS, A. L. M. M.; 2 FRANÇA, R. F; 3 DIONELLO, A. F. M.
Faculdade de São Lourenço– UNISEPE / São Lourenço/MG
PALAVRAS - CHAVE: vacina contra gripe; educação em saúde; saúde do idoso.
RESUMO:
A vacina contra Influenza é a principal intervenção preventiva em saúde pública para esta doença.
Estudo transversal de base populacional que incluiu 180 idosos aleatoriamente, sendo o critério de
inclusão ter idade igual ou superior a 60 anos, teve como objetivo estimar a cobertura vacinal
contra a gripe e analisar os fatores associados a não vacinação em idosos residentes nos
municípios de Baependi, Carvalhos e Cruzília todos no estado de Minas Gerais, no período de 10
de junho de 2014 a 31 de julho de 2014. As razões para a não adesão a vacinação contra a
influenza são maiores na população que reside na zona rural, já que a falta de informação sobre
os efeitos benéficos que a imunização pode trazer a esta população são mencionados em
diversos estudos, o que falta é efetivar uma busca ativa da clientela, montando um banco de
dados atualizado e de fácil acesso e principalmente, educação e conscientização da população
idosa.
1 Discente do curso de enfermagem da Faculdade São Lourenço e-mail: [email protected]
2 Farmacêutica e bioquímica, doutora em engenharia biomédica pela Universidade Camilo Castelo Branco – SP, docente da Faculdade São Lourenço
3 Bióloga, doutora em ciências área de concentração fitomelhoramento pela Universidade Federal de Pelotas – RS, docente da Faculdade São Lourenço
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1 INTRODUÇÃO:
Os idosos do Brasil somam aproximadamente 21 milhões de pessoas, representando 11% da
população segundo IBGE (2010), conforme projeção da Organização das Nações Unidas estima -
se que em 2050 representarão 23,6% da população e o Brasil será um dos cinco países com
maior contingente de idosos do mundo PASKULIN (2007). Essa realidade demanda estratégias,
ações e serviços que devem ser adotados para minimizar a ocorrências de agravos à saúde e
prevenir as complicações de condições crônicas já existentes CAMPAGNA (2009). No Brasil,
estima-se que, aproximadamente, 22 mil pessoas de todas as faixas etárias morrem anualmente
em decorrência da influenza nos períodos epidêmicos. A taxa de hospitalização por influenza e
pneumonia é de 6,7 por mil habitantes, aumentando para 12,5 na população idosa, segundo
TONIOLO-NETO J, GAGLIARDI AMZ, KAIRALA M, HALKER E. (2006).
Segundo NICHOLS ET AL (2003) destaca em seu estudo que, um dos principais fatores que
fazem com que os idosos não busquem muitas vezes o tratamento ou a prevenção de certas
doenças, está no processo de envelhecimento vivido por cada um, que varia de acordo com a
região, a família e a criação dessas pessoas.
ANDREW (2004) também realizou um estudo para verificar porque os idosos não participam
satisfatoriamente das campanhas de vacinação em alguns Municípios do Brasil e concluiu que o
problema está nas diferenças no perfil do idoso residente na comunidade quanto à referência da
imunização, sugerindo a necessidade de avaliação de situações locais, para que posteriormente
pudesse haver um trabalho especifico em cada região,
A população de idosos possui maior risco de ser acometida de doenças respiratórias infecciosas,
e a gripe tem grande importância epidemiológica pela rápida evolução e potencial para
complicações, como as pneumonias, amplamente associadas ao aumento da mortalidade desta
população, segundo LIMA & REIS (2008).
A influenza é uma doença respiratória viral que pode causar de pequenos surtos a graves
epidemias ou pandemias. Estima-se que cerca de 600 milhões de pessoas apresentem um
episódio de influenza ao ano, e a sua disseminação é responsável por processos infecciosos de
grande morbimortalidade no mundo, principalmente, entre grupos de maior vulnerabilidade
biológica e/ou socioambientais, como os idosos e portadores de doenças crônicas de base, como
cardiopatias, diabetes mellitus etc. Ministério da Saúde (2007).
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Em 2009 a Organização Mundial de Saúde declarou emergência de saúde pública internacional
por causa da Gripe causada pelo vírus H1N1. Uma doença respiratória aguda, causada pelo vírus
Influenza A, transmitido de pessoa a pessoa, por meio da tosse ou espirro e do contato com
secreções respiratórias de infectados DUARTE (2015).
2 METODOLOGIA:
Foi feito estudo transversal de base populacional que incluiu 180 idosos aleatoriamente, sendo o
critério de inclusão ter idade igual ou superior a 60 anos, residir em área urbana e rural nos
municípios de Baependi, Carvalhos e Cruzília todos no estado de Minas Gerais. A soma da
população dos três municípios chega a um montante de 37.454 mil habitantes sendo 0,48% da
população dos municípios estudados. Trata-se de um estudo quantitativo, de caráter exploratório e
descritivo realizado por meio de um inquérito domiciliar. Para coleta de dados foi aplicado um
questionário com oito perguntas, entre as quais existem respostas fechadas envolvendo aspectos
conceituais sobre a vacinação contra a influenza e sendo de fácil compreensão do entrevistado A
partir dos 180 registros de idosos disponíveis foram analisadas informações sobre gênero dos
participantes, conhecimentos sobre a vacina e impacto das ações de saúde.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dos 180 participantes 57% eram mulheres e 43% homens, com idade variando de 60 a 85 anos. A
cobertura vacinal dos municípios avaliados foi superior a 80% no ano de 2014 atingindo a meta do
Ministério da Saúde.
Gráfico 1: Gênero dos participantes da pesquisa
44%
66%
Homem Mulher
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Avaliamos a informação que os idosos têm sobre a vacina contra a gripe (gráfico2), uma vez que a
desinformação é um dos principais obstáculos na prevenção.
Gráfico 2: Conhecimento sobre a vacina contra a gripe (influenza).
Esta deve ser uma preocupação do enfermeiro, uma vez que entre as principais ações da
enfermagem está o trabalho de conscientização sobre a importância da prevenção. A infra-
estrutura precária de determinadas regiões do país ou até mesmo, a aversão do idoso sobre tais
informações torna a meta de conscientização bastante difícil.
O gráfico 3 mostra que a procura pela vacina nos anos iniciais foi baixa, mas vem subindo a cada
ano. A população deve ser acompanhada, seja na faixa etária estudada ou em idades inferiores, e
também em regiões demográficas distintas, já que vemos uma menor aceitação à vacina na zona
rural dos municípios estudados.
Gráfico 3: Utilização da vacina contra a gripe em algum momento.
98% 100%
2% 0%
Zona Rural Zona Urbana
Sim Não
90% 99%
10% 1%
Zona Rural Zona Urbana
Sim Não
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Na avaliação dos possíveis efeitos colaterais relacionados à vacina contra a gripe, efeitos como
dor no corpo, aumento da incidência de gripes durante o ano, febre alta no dia seguinte ao uso da
vacina foram alguns dos relatos dos entrevistados.
Gráfico 4: Relato de efeitos colaterais da utilização da vacina contra a gripe.
Na tentativa de compreender a razão da falta de adesão à imunização, a pesquisa mostrou,
especialmente na zona rural, que o medo em relação aos possíveis efeitos colaterais é o principal
fator de abstenção à vacina, corroborando a necessidade de maiores esclarecimentos ao público
sobre o assunto. As vacinas contra a gripe compostas por vírus mortos são geralmente bem
toleradas, sendo o efeito colateral mais comum a dor e a inflamação no local da injeção. Em
alguns estudos clínicos, os eventos adversos graves foram muito raros. Outros efeitos adversos
que podem ocorrer, mas são incomuns e geralmente de curta duração, incluem: dor de cabeça,
febre, náuseas, tosse, irritação nos olhos e dor muscular. Existem casos descritos de desmaios
entre adolescentes, mas estes parecem estar mais ligados ao medo de agulha do que à vacina em
si.
Gráfico 5: Motivos para abster-se da vacinação.
28% 15%
72% 85%
Zona Rural Zona Urbana
Sim Não
60%
100%
40%
0%
Zona Rural Zona Urbana
Medo dos efeitos colaterais Falta de Informação
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Na zona rural há uma barreira ainda maior à propagação de informações, dificultando o trabalho
dos profissionais, como os agentes de saúde dos municípios, o que é fundamental para buscar a
mudança de opinião e destacar a relevância da prevenção em saúde. O medo dos efeitos
colaterais que a vacina possa trazer é a maior barreira encontrada para difundir a vacina contra a
influenza como um meio efetivo na prevenção de agravos a saúde da população idosa,
principalmente a população da zona rural, já que pela distância e cultura dos moradores dificultam
ações de imunização efetiva neste público com idade avançada.
A falta de dados que comprovam o baixo risco de efeitos adversos à vacinação e a dificuldade de
certos profissionais em transmiti-los prejudica uma maior abrangência das campanhas de
vacinação, seja ela contra a gripe ou até mesmo ações de imunização em outros grupos com
faixas etárias distintas.
Os benefícios da vacinação são inúmeros, tanto para o paciente, como para os municípios, já que
a mesma evita gastos com medicamentos e internações. Vimos que mesmo a população que
tomou a vacina não conhecia os benefícios e tinha participado da campanha porque os familiares
a obrigaram. Isso é demonstrado no gráfico 6. Mais uma vez é exposto que na zona rural o
desconhecimento é maior em relação à zona urbana.
Gráfico 6: Conhecimento dos benefícios que da vacina contra a gripe podem proporcionar.
Fica demonstrada a grande importância que os enfermeiros e agentes de saúde têm na
conscientização da população, muitas vezes sendo responsáveis pela tomada de decisão em
determinada situação da vida do paciente. Por este motivo ressalta-se a necessidade de
79%
98%
21%
2%
Zona Rural Zona Urbana
Sim Não
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aproximação e o contato com a comunidade, seja da zona rural ou urbana. Ambos necessitam de
ações educativas que possam contribuir na redução de seus agravos. A presença de um setor
primário desenvolvido e atuante possibilita o progresso da saúde de uma cidade. Este setor requer
ainda melhor organização e distribuição de funções, facilitando uma maior cobertura dos
profissionais envolvidos e atingindo uma maior parte da população que merece mais atenção.
Gráfico 7: Oferta de informações levadas pelos enfermeiros ou agentes de saúde de seu município
sobre a vacina contra a gripe.
Na população estudada foi verificado a baixa indicação e confiança da vacina contra a gripe nos
residentes da zona rural. Na zona urbana os valores não foram tão negativos, mas mesmo assim
há relatos da falta de confiança. O receio pela vacinação ainda persiste considerando o
questionamento de sua eficácia por parte do público estudado.
Gráfico 8: Confiança dos idosos em relação a eficácia da vacina contra a gripe, e sua indicação a
parentes e amigos.
67%
80%
33%
20%
Zona Rural Zona Urbana
Sim Não
58%
81%
42%
19%
Zona Rural Zona Urbana
Sim Não
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Vários são os fatores que contribuem para baixa cobertura vacinal, entre eles, o descrédito sobre
a eficácia da vacina e a preocupação com a ocorrência de efeitos colaterais, razões estas sendo
de maior predomínio na zona rural, por fatores culturais e pela desinformação. Isto reflete a
necessidade de orientação pelos profissionais de saúde.
Segundo DIP & CABRERA (2008), os médicos ainda não incorporam a prescrição de vacinas à
prática habitual, e que os idosos que não aderiram a vacinação teriam feito caso houvesse
recomendações médicas. Outro estudo encontrou maior adesão à vacinação associada à
indicação por parte da enfermagem BURNS VE, RING C, CARROLL D (2005).
Embora um dos principais motivos alegados a não vacinação seja o medo dos efeitos colaterais,
mesmo sendo a prevalência baixa, tais aspectos reforçam a importância das práticas educativas e
orientações dos profissionais envolvidos, de forma clara e objetiva quanto aos riscos e benefícios
à saúde deste público estudado DIP RM (2007).
Segundo VILARINO ET AL. (2010) relata que a população de idosos de menor poder aquisitivo e
de maior vulnerabilidade social procura os serviços de saúde de atenção básica ao ficar doente,
sugerindo que não valoriza a importância da vacina, público este que se encontra em maior
quantidade na zona rural conforme relatado no estudo.
A orientação à pessoa idosa sobre a importância da vacinação contra a gripe (influenza) constitui
um elemento essencial para a continuidade e o sucesso dos programas de imunização Francisco
PMSB, Barros MBA, Cordeiro MRD (2011), mostrando a importância dos profissionais do serviço
de atenção básica na obtenção do êxito nas ações de vacinação contra a gripe nos municípios.
A enfermagem exerce papel fundamental em todas as ações de execução do Programa
Nacional de Imunizações, sendo o acolhimento da demanda espontânea, por meio da escuta
qualificada e com a observação dos sinais e sintomas característicos da gripe, diferenciando-a de
um resfriado comum. Identificar precocemente e atuar prevenindo a ocorrência de agravos,
organizar atividades de promoção à saúde para grupos de risco, juntamente com a equipe de
saúde, no qual orienta a população sobre a gripe influenza A (H1N1), sintomas, meios de
transmissão, tratamentos e medidas preventivas, realizar visitas domiciliares para
acompanhamento das famílias de sua responsabilidade, no qual estabelece vínculo, o que
propicia o conhecimento das necessidades dos indivíduos, família e sociedade, sendo uma
oportunidade para promover a educação em saúde, atende todas as pessoas em diferentes faixas
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etárias em consulta de enfermagem, o que possibilita conhecer os indivíduos, o estado de saúde,
seus anseios, forma de vida e orientá-los para que tenham um estilo de vida saudável, planejar
ações em campanhas de vacinação, exercer controle e vigilância dos imunobiológicos, orienta
todos os profissionais da sua equipe quanto às rotinas de vacinação, procedimentos na sala de
vacina, calendário vacinal, notificações de eventos adversos, solicitação de imunobiológicos e
insumos.
Com este trabalho fica evidenciado que podemos sim aumentar a eficácia e adesão a ações de
imunização contra a influenza em idosos, desde que seja feito uma busca ativa da clientela,
montando um banco de dados atualizado e de fácil acesso e principalmente, educação e
conscientização da população idosa, demonstrando a importância de se vacinar, a resposta
esperada a vacina, os possíveis efeitos colaterais, a redução em agravos a saúde, educação está
que deve ser intensificada em municípios com vasta zona rural, já que a desinformação nestas
regiões é ainda mais evidenciada, e também expor o mérito que os moradores possuem em
repassar as informações corretas, salientando que todos nós podemos ser uma parte integrante
da saúde do municipal, melhorando a interação profissional de saúde/população.
4 REFERÊNCIAS: ANDREW MK, MCNEIL S, MERRY H, ROCKWOOD K. Rates of influenza vaccination in older adults and factors associated with vaccine use: a secondary analysis of the Canadian Study of Health and Aging. BMC Public Heath 2004; 4 BURNS VE, RING C, CARROLL D. Factors influencing vaccination uptake in an elderly, communitybased sample. Vaccine 2005; 23:3604-8. CAMPAGNA AS, DOURADO I, DUARTE EC, DAUFENBACH LZ. Mortalidade por causas relacionadas à influenza em idosos no Brasil, 1992 a 2005. EpidemiolServ Saúde 2009; 18:209-18. DIP RM, CABRERA AS. Vacinação contra a gripe como estratégia de promoção de saúde em idosos. Geriatria & Gerontologia 2008; 2:81-5. DIP RM. Vacinação contra gripe em idosos não institucionalizados: estudo de base populacional [Dissertação de Mestrado]. Londrina: Universidade Estadual de Londrina; 2007. DUARTE, DENISE. Influenza: vamos combater. Rev Saúde Pública 2015; 40:115-9. FRANCISCO PMSB, DONALISIO MR, LATTORRE MRDO. Impacto da vacinação contra influenza na mortalidade por doenças respiratórias em idosos. Ver Saúde Pública 2005; 39:75-81.
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FRANCISCO PMSB, DONALISIO MR, BARROS MBA, CÉSAR CL, CARANDINA L, GOLDBAUM M. Vacinação contra influenza em idosos por área de residência: prevalência e fatores associados. RevBrasEpidemiol 2006; 9:162-71. FRANCISCO PMSB, BARROS MBA, CORDEIRO MRD. Vacinação contra influenza em idosos: prevalência, fatores associados e motivos da não-adesão em Campinas, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2011; 27:417-26. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. htpp://www.censo 2010. ibge.gov.br/sinopse/webservise/frm piramide.phd?codigo=0, acessado em 10/Out/2016). LIMA-COSTA MF. Fatores associados à vacinação contra gripe em idosos na região metropolitana de Belo Horizonte. Rev Saúde Pública 2008; 42:100-7. LIMA-COSTA MF. Fatores associados à vacinação contra gripe em idosos na região metropolitana de Belo Horizonte. Rev Saúde Pública 2008; 42:100-7. NICHOL KL, NORDIN J, MULLOOLY J, LASK R, FILBRANDT K, IWANE M. Influenza vaccination and reduction in hospitalizations for cardiac disease and stroke among the elderly. N Engl J Med 2003; 348: 1322-32.:36. PASKULIN LMG, VIANNA LAC. Perfil sociodemográfico e condições de saúde auto referidas de idosos de Porto Alegre. Rev Saúde Pública 2007; 41:757-69. REIS PO, NOZAWA MR. Análise do programa de vacinação de idosos de Campinas, SP. Ciênc Saúde Coletiva 2007; 12:1353-61. VILARINO MAM, LOPES MJM, BUENO ALM, BRITO MRV. Idosos vacinados e não vacinados contra a influenza: morbidade relatada e aspectos sociodemográficos, Porto Alegre (RS, Brasil), 2004. Ciênc Saúde Coletiva 2010; 15:2879-86.
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BULLYING NA ADOLESCÊNCIA
Pâmela Diniz de Toledo, Andreia Soares, Viviane Agostinho e Joceli Chaves Acadêmicas em Psicologia Professorer orientador:
Henrique Touquinha E.mail: [email protected]
Resumo: Neste artigo retrataremos o Bullying nas suas diversas formas de ocorrências, física, verbal, intelectual, social, religiosa e racial. Mostraremos o importante papel da família, escola e um psicólogo estarem diretamente ligados para um melhor desempenho dos adolescentes e menores risco de situações de Bullying ocorrerem. Pretendemos nos aproximar da realidade dos agressores e das vitimas para juntos procurarmos soluções concretas na qual visaremos sempre o bem estar de todos. Palavras-chave: Escola – Família – Vitimas – Agressores – Psicólogos
Introdução: O Bullying é um termo da língua inglesa (Bully= ―valentão‖) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas verbais ou físicas. É exercido por uma ou mais pessoas, causando dor, angustia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa independente do sexo ou raça. Sem que a pessoa tenha a possibilidade ou capacidade de se defender (Bandeira, 2010).
O Bullying é um tipo de agressão física ou verbal que podemos caracterizar como, apelidos, xingamentos, insultos, empurrões, discriminação racial, social, religiosa e outros. Ele vem acompanhando de repetições e de caráter ofensivo, podendo ocorrer também isolamento e exclusão social (Bandeira, 2010).
Com esse trabalho pretendemos nos aproximar mais da realidade dos agressores e das vitimas tentando mostrar novos caminhos e atitudes para o bem estar de todos. Por isso, a escolha dessa abordagem foi através do nosso interesse em pesquisar as varias formas, locais, idades de agressão e entender melhor como tudo isso é visto, e o papel importe que nós psicólogos desenvolvermos com a intervenção para uma melhoria das condições psicológicas de todos os envolvidos (Natalo, 2012).
Metodologia: A metodologia usada nesse trabalho foi literatura critica aliada e pesquisa em artigos científicos relacionados ao Bullying.
Revisão de literatura: Os atos de agressividade e invasão têm maior ocorrência nas escolas, na rua, no trabalho e por vezes em casa. Caracterizam-se por palavrões, insultos, comentários racistas, culturais, sociais e homofóbicos (Bandeira, 2010).
Citaremos duas formas de Bullying mais vista na escola onde os psicólogos podem interferir para diminuir esses acontecimentos, veremos: Bullying direto; E a forma mais comum entre agressores do sexo masculino. Ataques repetidos contra uma pessoa sejam contra o corpo dela ou propriedades. Bullying indireto: E mais comum entre mulheres e crianças, tendo como características isolamento social da vítima. A vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência física, verbal ou sexual (Lopes Neto 2005).
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O Bullying é um problema mundial, não só decorrente em pontos isolados ocorrendo em qualquer contexto no qual as pessoas estejam inseridas tais como escolas, faculdade, família, redes sociais. Há uma tendência onde as escolas não admitem a ocorrência do Bullying entre seus alunos, ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-los. O Bullying tem sido considerado como um poderoso processo de controle social (Olwes, 1993).
Presente na maior parte em crianças e adolescentes, pesquisas em desenvolvimento de gênero mostram que meninas e meninos diferem na apresentação de vários problemas de desenvolvimento. Sexo e gênero são importantes fontes de variabilidade no comportamento das crianças (Bell, Foster e Mash, 2005).
O aluno que sofre Bullying, principalmente quando não pede ajuda enfrenta medo e vergonha de ir à escola e dificuldades na vida social. Pode querer abandonar os estudos, não se acham capazes de se interagir com outras pessoas ou grupos, apresentando baixo rendimento escolar. O agressor, é geralmente uma criança ou adolescente com problemas emocionais, é impulsivo e no contexto escolar e dominador, não tolera frustração. Não toleram regras de conduta e normalmente respondem com violência a qualquer chamada (Freire, 2012). São adolescentes com baixo rendimento escolares, supostamente inseguros, mas que na realidade, e na maioria das vezes sofrem de violência no seio parental e familiar. Tem geralmente a noção da agressão e sabe que estão fazendo para humilhar o outro e para se sentirem no ―topo do mundo‖ (Ballone, 2005).
As vítimas são na grande maioria crianças/jovens sensíveis, geralmente inteligente e com boas relações parentais e familiares. Não tem a noção do que devem fazer quando estão a ser humilhados, pois não vivenciam este tipo de situações diariamente, tornando se por isso ―alvo fácil‖ para os agressores, pois os insultos que são lhes direcionados é tido como verdadeiros e irrefutáveis para as vítimas vistos que estas apresentam uma baixa auto-estima (Ballone, 2005).
As testemunhas ficam chocadas com a situação, porém não conseguem agir e nem pedir ajuda a um profissional como um psicólogo, e por vezes sentem-se mesmo culpados por não terem feito nada. São geralmente colegas de escola, que ficam com medo de se tornarem alvos. O conceito de auto-estima tem sido estudado e é considerado como importante indicador de saúde mental na adolescência. Existe uma correlação entre auto-estima, rendimento escolar e aprovação social e tal correlação é virtualmente generalizável a todos os grupos étnicos e culturais (Steinberg, 1999).
É muito importante ressaltar a autoridade que os pais ou responsáveis exercem pelos adolescentes na tentativa de ajudar na formação de seu caráter e personalidade, exercendo papel de orientadores e não usando do autoritarismo, pois o autoritarismo quando prevalece o adolescente sente medo, censura e tornando-se pessoas inseguras (Heatherton e Wyland, 2003).
Deve-se notar a importância do ―acordar‖ para causa, e acionar um psicólogo no qual desenvolverá um excelente papel para uma reconstrução da auto-estima. O sofrimento para a vitima é muito grande, mas o agressor, na maioria das vezes também já sofreu ou sofre Bullying ou algum tipo de agressão, ocorrendo dentro dos próprios lares. Os responsáveis pelos adolescentes devem pedir ajuda a psicólogos onde serão melhores orientados e buscarem juntos alternativas para sanar todas as duvidas. O que a comunidade escolar pode fazer para ajudar é acionar a psicóloga escolar, na qual irá desenvolver políticas de qualidade que estabeleçam regras na escola e na sala de aula contra o Bullying. Orientar os professores, auxiliares e os pais sobre o Bullying e suas formas, estabelecer sistemas eficazes de supervisão e estratégias para relatar como tudo ocorre e estabelecer parcerias com forças da lei e agências de saúde mental para identificar e tratar casos sérios de Bullying (Queiroz, 2006).
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Em casa é muito importante observar como as crianças e adolescentes tendem a se portar, se há algum tipo de alteração ou reação que modifique seu comportamento habitual e em sociedade, decorrente dos modelos domésticos. É fundamental rever o que se ocorre dentro de casa, onde os pais devem questionar suas condutas e valores, e não eximir da responsabilidade de educadores transferindo-as para escola. No combate a prevenção é necessária que os responsáveis fiquem atentos quanto ao comportamento dos filhos, durante e após o uso dos computadores e dos aparelhos de comunicação fixa e móvel, obter um diálogo e fazer com que o adolescente tenha a consciência sobre o assunto, reflita sobre o uso irresponsável de redes sociais que podem ocasionar grandes problemas (Queiroz, 2006).
Os pais ou responsáveis ao notarem o Bullying, quando ocorrido em rede sociais devem imprimir conversas e levar até uma delegacia para que se apurem os fatos de um provável inquérito, uma vez que dependendo do nível de ameaças o cyberbullying pode ser considerado ato criminoso, ocorrendo dentro das escolas levando ao conhecimento do responsável pela instituição, lembrando sempre que o diálogo é o fator mais importante na prevenção do Bullying sejam na escola, em casa ou no mundo virtual (Freire, 2012).
Para se evitar o maior alastramento de casos de violência (física ou psicológica) envolvendo a prática de Bullying, é necessário que os adolescentes aprendam desde cedo, que as pessoas são diferentes uma das outras e que é fundamental que todos saibam respeitar as diferenças. (Os responsáveis devem fornecer um ambiente saudável independente da classe econômica, religião, raça, etc.) Que transmitam ao adolescente uma conduta que será aprimorada e desenvolvida em casa, na escola e na sociedade (Freira, 2012).
Efeitos do Bullying nas Vítimas são: emoções negativas, medo, raiva, frustração, humilhação, rejeição, isolamento, ansiedade. Respostas em curto prazo, falha nos trabalhos escolares, baixa atenção nas aulas, discussão ou lutas, mudança de amigos, perda freqüente de dinheiro e materiais, devem ser notados pelos pais que tem o dever de acionar um psicólogo no qual irá conduzir o adolescente para reflexões plausíveis sobre sua conduta (Natalo, 2012). Referencias: Conclui-se com esse trabalho, a grande importância do psicólogo no enfrentamento do Bullying, junto com a escola os pais e a sociedade. Para isso, é fundamental a presença do psicólogo escolar/educacional na escola, pois ele irá contribuir para o reconhecimento de comportamentos e atitudes que dificultam as relações interpessoais, que geram conflitos e que podem levar ao aparecimento de atos de violência e agressividade entre os alunos (Freire, 2012).
Logo, a inserção do profissional de Psicologia no ambiente escolar é fundamental não só para
trabalhar o desenvolvimento cognitivo, mas também o desenvolvimento emocional e pessoal dos
estudantes e profissionais de educação, trazendo trabalhos preventivos com ênfase na cidadania,
incentivando a solidariedade, a generosidade, a paz, a tolerância e o respeito às diferenças.
Nessa perspectiva, o psicólogo atuaria na mediação de conhecimentos, valores, normas e atitudes
positivas, auxiliando tanto os profissionais quanto os alunos a lidarem com suas emoções, criando
espaços para a expressão de afeto e contribuindo para a reflexão e melhoria das relações sociais
na escola (Freire, 2012).
Referências Bibliográficas:
FREIRE, Alane Novais, AIRES, Januária Silva. A contribuição da Psicologia escolar na prevenção e no enfrentamento do Bullying. Paraná - PR, Junho de 2012.
NATALO, Samanta Pedroso. Um olhar psicanalítico sobre Bullying. USP, 2012.
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NETO, Aramis A. Lopes. Bullying – Comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de pediatria, 2005.
BANDEIRA, Cláudia de Moraes, Hutz, Claudio Simon. As implicações do bullying na auto-estima de adolescente.Revista semestral ABPED, SP, Janeiro de 2010.
LOPES, Neto A. A. N. (2005). Bullying – comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, 81(5), 164 – 176. HEATHERTON, T. F., & Wyland, C. L. (2003). Assessing self-esteem. Em S. J. Lopez & C. R. Snyder (Orgs.). Positive psychological assessment: a handbook of models and measures.(pp.219-233). Washington, DC : American Psychological Association.
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BULLYING NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: AS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E PSICOPATOLÓGICAS
VERPA, Z1; TEIXEIRA, L.H.O2; SILVA, A.C.G²; SILVA, T.A.M2; FARIA, F.I.V²; MARINS, F.R3; RODRIGUES, V.L.M4.
1 Graduando do curso de Psicologia da Faculdade de São Lourenço, [email protected] 2 Graduandos do curso de Psicologia da Faculdade de São Lourenço.
3 Fisioterapeuta, doutora em Fisiologia e Farmacologia, Professora da Faculdade de São Lourenço. 4 Psicóloga, especialista em Treinamento e Desenvolvimento de RH, Professora da Faculdade de São Lourenço.
RESUMO: Coloca-se como objetivo deste trabalho descrever e relacionar a prática do bullying às
suas consequências sociais e psicopatológicas, de modo a trazer à luz a importância em se
investir em políticas de combate e prevenção ao bullying tanto em escola como em comunidades.
Através de pesquisa bibliográfica buscamos correlacionar a temática envolvida, chegando a
conclusão de que os riscos sociais produzidos pela prático do bullying são nefastos e
consideráveis, inclusive como fomentador de tentativas de suicídio, mas que a intervenção e
atenção familiar pode ser significativo no combate de a realidade.
PALAVRAS CHAVE: Bullying; Suicídio; Depressão.
INTRODUÇÃO: O termo bullying vem de bully que em inglês significa valentão, porém a palavra
não possui tradução exata em Português, se referindo a práticas de intimidação, humilhação e ou
violência à indivíduos (Lopes, 2005). O bullying está em todo ambiente social, presente nos
relacionamentos interpessoais das diferentes classes sociais e econômicas. Esta prática é
identificada em quatro diferentes categorias: verbal, social, físico e eletrônico, sendo
potencialmente devastadora da subjetividade e autoestima, em qualquer meio que exista,
principalmente nos períodos da infância e adolescência, em que o indivíduo ainda está a construir
sua personalidade e seu autoconceito. A prática de bullying é um fator de risco consideravelmente
nefasto, pois tem sido fortemente relacionado à depressão infantil e adolescente, e ainda a
tentativa de suicídio, algo que tem se tornado tão comum em nossa realidade. Através da
correlação destes tópicos temos como finalidade concluir, ou ao menos clarificar, a importância em
se ter um olhar mais apurado e crítico a este tipo de situação, de modo a auxiliar no combate e
prevenção do mesmo. As pesquisas brasileiras sobre bullying ainda tomam forma, mas é possível
identificar que essas atividades, nocivas à individualidade humana, é ancestral e preocupante
(Lopes, 2005; Trevisol & Dresch, 2011). Portanto, este trabalho tem o objetivo de descrever a
natureza das práticas do bullying, relacionando-o as possíveis consequências sociais, individuais e
psicopatológicas.
MÉTODOLOGIA: Realizamos pesquisa bibliográfica na base de dados SciELO e Google
Acadêmico acerca da temática bullying e alguns tópicos relacionados, como depressão, suicídio e
humilhação social. Na sequência executamos uma seleção dos conteúdos mais relevantes a fim
de transcrevê-los e argumenta-los neste trabalho.
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DISCUSSÃO: O bullying se caracteriza de maneira ancestral e preocupante como o ato de
ridicularizar, inferiorizar, violentar um indivíduo ou grupo, ou seja, se constitui como um fenômeno
social de humilhação. Segundo José Moura Gonsalves Filho (2015), a humilhação social é uma
experiência de perda de traços e do sentimento de dignidade, gerando uma dor e/ou angustia
advindas do rebaixamento público. Atualmente, o índice de queixas escolares e delinquência
juvenil relacionados a casos de bullying tem crescido consideravelmente, juntamente com o
aumento de casos de suicídio, principalmente relacionados a casos de bullying cibernético.
Durante a adolescência ocorre um processo de desconstrução do indivíduo, para depois se
reconstruir, é um processo turbulento, em que as mudanças físicas e emocionais acontecem e se
cruzam com inquietações, levando algumas vezes à confusão mental, ao isolamento e até mesmo
à ideação suicida, tal processo pode ser, facilmente, maximizado pelo bullying. De acordo com
Souza (2010) entre 2000 e 2008 registrou-se 43 casos de suicídio de crianças menores de 10
anos e de 6.574 adolescentes, entre 10 e 19 anos. Outro fator de risco significante é a depressão
infantil e adolescente. Bandeira e Hutz (2010) pontuam que o bullying tem implicações diretas na
autoestima de crianças e jovens. Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de
Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) revela que 41,6% das vítimas nunca procuraram
ajuda ou falaram sobre o problema, nem mesmo com os colegas. Em uma pesquisa realizada por
Lisiane Machado de Oliveira Menegotto, Audri Inês Pasini e Gabriel Levandowski (2013, p. 203),
eles apontam que:
―O fenômeno vem ganhando cada vez mais destaque nas publicações
científicas, despertando o interesse de diferentes áreas de
conhecimento, como a psicopedagogia, o direito, a educação física e a
pedagogia, que desenvolveram pesquisas a partir de diferentes
métodos, objetivos e focos. Até o final de 2011, no entanto, poucos
artigos foram publicados no sentido de discutir a atuação do
psicólogo‖.
Quanto a aprendizagem e ao ambiente escolar em si, os próprios professores percebem que o
bullying interfere no ambiente educacional (Ferreira, Rowe, & Oliveira, 2010), principalmente
através da percepção da indisciplina e das dificuldades da aprendizagem (Trevisol & Dresch,
2011), o problema se estabelece quando estes professores embotam sua responsabilidade,
passando a conivência, e delegando os maiores esforços ao Conselho Tutelar e aos familiares. É
fundamental que haja uma parceria entre comunidade, família e escola no embate de tais práticas
nefastas. Uma ação preventiva fortemente sugerida por Gomes (2011), é de incluir o tema do
bullying no conteúdo escolar, através de encartes, palestras e grupos operativos e/ou de
discussão, tendo o cuidado e prioridade de também envolver as famílias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Através da realização deste trabalho, pode-se clarificar as relações
existentes entre o bullying e os fenômenos sociais produtos do mesmo, bem como relacionar a
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ocorrência da depressão infantil e os crescentes índices de suicídio a este tipo de prática nefasta.
A partir da compreensão e reflexão sobre o bullying, como fator de humilhação social, fica claro a
necessidade de implementar políticas de prevenção e sanção deste tipo de prática, unindo família,
escola e comunidade em uma mobilização única e eficiente, a caminho de uma construção
biopsicossocial mais saudável.
REFERÊNCIAS:
21 perguntas e respostas sobre bullying. Nova Escola.Org. Retirado
de:<https://novaescola.org.br/conteudo/336/bullying-escola>.Acesso em:18 de outubro de 2017.
BANDEIRA, C. M., & HUTZ, C. S. (2010). As implicações do bullying na autoestima de
adolescentes. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional,
14(1), 131-138.
FERREIRA, V., ROWE, J. F., & OLIVEIRA, L. A. (2010). Percepção do professor sobre o
fenômeno bullying no ambiente escolar. Unoesc & Ciência, 1(1), 57-64
GOMES, P. B. (2011). Bullying: um desafio para nossas escolas. Revista Querubim, (14), 1-11.
GONÇALVES FILHO, J. M. Humilhação social: humilhação política. In: SOUZA, B. P. Orientação
à queixa escolar. 2 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2015. cap. 8, p. 187-221.
LOPES, A. A., NETO. (2005). Bullying – comportamento agressivo entre estudantes.
Jornal de Pediatria, 81(5), 164-172
MENEGOTTO, L.M.O; PASINI, A.I; LEVANDOWSKI, G. O bullying escolar no Brasil: uma revisão.
(2013). Revista Psicologia: Teoria e Prática, 15(2), 203-215. São Paulo, SP, maio-ago. 2013. ISSN
1516-3687.
SOUZA, F. (2010). Suicídio: dimensão do problema e o que fazer. Psiquiatria Hoje 2(5), 6-8.
TREVISOL, M. T., & DRESCH, D. (2011). Escola e bullying: a compreensão dos educadores.
Revista Múltiplas Leituras, 4(2), 41-55.
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FATORES DE RISCO QUE PREDISPÕEM AO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
JENNIFER, K. B. A. O. ¹; EUSÉBIO, H.R. ²; RIBEIRO, R. A. E. S. ²; SIMÕES, J. L. M. S. ²; SIMÕES, N. C. ³; VILELA, D. M. ²
¹ Estudante de psicologia da Unisepe – Faculdade de São Lourenço;
E-mail: [email protected] ² Estudantes de psicologia da Unisepe - Faculdade de São Lourenço, curso de psicologia, turma do 2º período
³ Psicóloga, mestre, doutoranda, orientadora e professora da Unisepe - Faculdade de São Lourenço
RESUMO: Diante da crescente na sociedade a respeito do uso e abuso de substâncias psicoativas, tornam-se necessárias estudos na área e medidas preventivas, porém, para que tais medidas sejam eficazes é preciso conhecer quais fatores levam o indivíduo a ter contato com tais substâncias e o que acarreta na dependência dessas substâncias. De acordo com a literatura, esses fatores podem ser socioeconômicos, de histórico familiar e psicossociais. Sendo assim, o presente grupo de pesquisa teve como objetivo o estudo de alguns artigos relacionados a temática, com a finalidade de identificar quais são os fatores que auxiliam na predição do uso e abuso de substancias psicoativas, e a influência dos mesmos.
PALAVRA-CHAVE: Dependência química; adolescência; vícios; drogas lícitas e ilícitas
INTRODUÇÃO: Substâncias psicoativas são substâncias químicas que agem principalmente no sistema nervoso central, alterando a função cerebral, o humor, a percepção, a consciência e o comportamento, também é conhecido como droga ou substância psicotrópica. A dependência dessas substâncias deve ser explorada em todo o contexto, para que de certa forma, seja feito o combate ativo no âmbito social. Identifica-se que dependência é um conjunto de distúrbios comportamentais, psíquicos e fisiológicos que caracterizam uma patologia, que resulta no desejo compulsivo e incontrolável vontade de consumo. (S. BROOKER et al, 2017). Através de alguns estudos com a temática relacionada, podemos identificar quais são os fatores que mais predizem o uso e abuso de substâncias psicoativas, fatores esses que surgem em diversas áreas da vida do individuo como histórico familiar, condições sociais e econômicas, predisposições psicológicas que tornam o sujeito mais suscetível à busca por esses tipos de substâncias e as dificuldades encontradas na adolescência. Segundo Schenker (2005) atitudes como fumar, beber, dirigir perigosamente fazem parte da necessidade do jovem de se auto afirmar perante a sociedade e buscar sua autonomia durante essa transição da infância para vida adulta. Silveira (1995) confirma que ―a grande maioria dos usuários não é dependente apenas da substância em si, mas na grande maioria das vezes, a droga é procurada como fonte de prazer‖. Em virtude desse desejo compulsivo, determinam-se alguns fatores que irão influenciar diversas pessoas ao consumo incontrolável de substâncias psicoativa. Dessa forma, a família é o suporte de elos sadios, no entanto a família disfuncional pode afetar na relação devido ao tal comportamento de responsáveis. Sendo assim, dificultando habilidade na conduta dos filhos e diminuindo a perspectiva dos fatores de proteção. (SCHENKERL M. e MINAYO MCS, 2004). O principal objetivo desse estudo é o de identificar esses fatores de risco, possibilitando e auxiliando possíveis intervenções tanto na sociedade, quanto nas escolas e nas famílias, conscientizando-os de um novo olhar sobre a temática e embasando novas ações Dessa forma o tema explorado refere-se ao uso e abuso de substâncias psicoativas e como os jovens ainda tem se tornado vítimas de suas escolhas que por vezes acabam entrando por esse caminho mesmo com um ―bombardeio‖ de informações sobre a prevenção que lhe são oferecidos.
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RESULTADO E DISCUSSÃO: Tendo em vista a definição a seguir: ―Fatores de risco são as condições que aumentariam a probabilidade de um individuo vir a fazer uso de qualquer substancia psicoativa‖. (CANAVEZ et al, 2010) pode-se dizer que diante de uma situação para que um indivíduo se torne um dependente químico é necessário um conjunto de fatores de risco. O uso de substâncias psicoativas tem sido mais frequente entre a população mundial, principalmente jovens, sendo que esse contato com a droga tem acontecido cada vez mais precocemente, segundo pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística) através do PENSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) realizada em 2015, dos cerca de 2,6 milhões de alunos que frequentavam o 9° ano do ensino fundamental 55,5% já havia consumido bebida alcoólica uma vez e 9% já experimentaram drogas ilícitas. No livro dependência química Livro Dependência Química – Alessandra Diehl, Daniel Cruz Cordeiro, Ronaldo Laranjeira e colaboradores, no capítulo 5 Genética da dependência química de Negrão A., Cordeiro Q., Filho H. (pp 60) Mostra uma porcentagem de fatores genéticos em uma pesquisa realizada com gêmeos monozigóticos (idênticos geneticamente). E um dos pontos de mais destaque observados foi na adoção de crianças na qual os pais biológicos eram dependentes químicos, com isso conseguiu separar o fator genético do social. Mas ainda sim essas crianças apresentaram um risco quatro vezes maior de desenvolver o alcoolismo. Outro fator principal segundo FERIGOLO é a escola, "A influência escolar tem consequências no comportamento do indivíduo atitudes de baixo compromisso escolar (faltas, aversão à escola, baixa aspiração profissional) tem sido demonstradas como fatores de riscos ao uso de substâncias" (FERIGOLO,2004), demonstrando a importância da escola na vida do adolescente, pois muitas das vezes é no ambiente escolar que se manifestam comportamentos e atitudes iniciais. No entanto, não se pode deixar frisar o papel primordial da família na vida do jovem. "O âmbito familiar tem um efeito potencialmente forte e durável para o ajustamento infantil. O vínculo e a integração familiar saudável servem de base para o desenvolvimento pleno das potencialidades das crianças e dos adolescentes" (SCHERER E MINAYO,2005). A família é um ponto de referência e de apoio, principalmente na adolescência momento em que o indivíduo passa por diversas situações e mudanças na quais nem sempre consegue administrá-las sozinho. A dificuldade em conviver com várias mudanças, a necessidade de se sentir aceito socialmente, a busca por uma identidade e um refúgio, no meio de um turbilhão de sentimentos e experiências faz com que a droga seja algo atraente, segundo (Ferigolo,2004) "Drogas que produzem dependência possuem uma ação de reforço positivo ou recompensa, isto é, um aumento na probabilidade dá prática de qualquer conduta que propicie a administração da droga". Analisando a figura 1, que foi retirada de um estudo de psicologia realizado por SABINO N. M e CAZENAVE S. O. S.; conclui-se que o principal motivo que levou ao consumo do tóxico foi à curiosidade dos participantes, seguido da influência de amigos, sendo o menos relevante a busca de uma suposta ―desinibição‖.
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Motivo que levou o participante a usar a droga pela primeira vez. OBS: Nesta questão, os participantes tinham a liberdade de escolher mais de uma opção. METODOLOGIA: O método utilizado foi a revisão de alguns estudos referente ao tema, como literatura aliada e artigos retirados, retirados das base de dados de pesquisa, sendo eles Scielo e o Google Acadêmico. Na busca utilizou-se como palavras chaves: dependência química, fatores de risco, fatores de proteção, substâncias psicoativas, drogas lícitas e ilícitas. A análise de dados se deu através da leitura e extração dos conteúdos encontrados. CONCLUSÃO: Através do levantamento bibliográfico feito, concluiu-se que, o ser humano em si, é um objeto de estudo que possui suas individualidades e que ao mesmo tempo tem suas pluralidades, porém em meio a essas ―faces‖ é capaz de sofrer transformações por decorrência de influências. Influências essas que este estudo chamou de ―fatores de risco‖ observando tanto os que exerciam suas interferências de modo externo (como o histórico e a base familiar, o suporte social e econômico) quanto os que a exerciam de modo interno (como o fator genético e o psíquico). Foi possível observar também que enquanto se trata de autoanálise sobre o que levou o individuo ao primeiro consumo de substâncias psicoativas, a porcentagem referente a curiosidade do mesmo em relação ao tóxico é a mais elevada, confirmando assim a ideia que é de grande relevância que haja campanhas de prevenção, suporte social e outros amparos que o sujeito precisa para não se tornar dependente, porém é de grande valia que haja também um acompanhamento psicológico, pois se encontrando nessa situação é de fundamental importância que essa pessoa seja amparada também por um profissional da saúde assim como um psicólogo para que se reedifique também psiquicamente e fazer com que a tríade do homem biopsicossocial se restabeleça novamente. REFERÊNCIAS: BROOKER, S.; et al. Dependência química em anestesiologistas: atualidade. Rev. Brasileira de anestesiologia, 67 (3):227-230, 2017
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A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE RUGAS FACIAIS – REVISÃO DE LITERATURA
ALBANO, R.P.S1., PEREIRA,L.P2.
1Discente em Estética e Cosmetologia Faculdade São Lourenço – UNISEPE – São Lourenço/MG – email [email protected]
2Doutora e Mestre em Engenharia Biomédica. Docente em Estética e Cosmetologia Faculdade São Lourenço – UNISEPE – São Lourenço/MG.
RESUMO
A acupuntura é uma técnica oriental milenar que tem sido utilizada em tratamentos terapêuticos,
sendo ou não complementar e que tem apresentado surpreendentes resultados. Nos últimos anos
tem crescido a aplicação deste método para a prevenção e tratamento de um mal inevitável a
qualquer ser humano: o processo de senescência. Este trabalho mostra de forma sucinta as bases
da acupuntura e o processo de envelhecimento cutâneo e apresenta um breve comentário dos
pontos e meridianos que efetivamente tem tratado as rugas faciais.
PALAVRAS-CHAVES: Acupuntura, Rugas Faciais, Medicina Tradicional Chinesa, Pele humana.
INTRODUÇÃO
O sistema tegumentar é formado pela pele e todos seus anexos como pêlos, unhas, glândulas e receptores. Tegumento é o mesmo que cobertura, e essa é a principal função da pele, fazer a separação e interação do meio externo com o interno, além de ser responsável pela proteção dos outros órgãos, age juntamente com os sistemas imunológico, excretor, periférico e na síntese hormonal de vitamina D. A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, chegando a medir 2 metros quadrados em um indivíduo adulto e corresponde a cerca de 16% de todo o peso corporal (Tortora,2002). Embora o envelhecimento se dê de forma generalizada, a pele é o principal indicativo da influência cronológica sobre o ser humano. Por estar exteriorizada, a pele fica mais exposta que os demais órgãos aos efeitos do sol, poluição, ventos, interações químicas e físicas. Além disso, biologicamente já nascemos programados para a falência de todos os tecidos. O envelhecimento cutâneo, provoca desestruturação do tecido e redução metabólica. Segundo Sheineider (2009), essa perda de funções se deve principalmente ao desequilíbrio do mecanismo de defesa antioxidante do ser humano.
Dentre as diversas manifestações do envelhecimento cutâneo, uma das mais perceptíveis a olho nu são as rugas, que se apresentam como sulcos ou pregas da pele. Resultantes da deformação muscular e diminuição da produção de fibras elásticas e colágenas por meio dos fibroblastos, a pele perde firmeza, tônus e luminosidade. Todo esse processo fisiológico, segue uma escala anual crescente, onde as fibras responsáveis pela sustentação e elasticidade da pele são deterioradas , as glicosaminoglicanas decaem, há perda de água no tecido, menor adesão, migração e consequentemente prejudica o perfeito desenvolvimento das células epiteliais. (SADICK, 2002). As rugas possuem classificação clínica , podendo ser superficiais ou profundas, móveis ou estáticas, sabendo-se que, as rugas superficiais são causadas pela redução das fibras e desaparecem quando a pele sofre estiramento e as rugas profundas são provocadas pela
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exposição solar e não sofre alteração mediante ao estiramento (MURAD, 2006). As conhecidas linhas de expressão são consequência das contrações repetidas dos músculos da face .
Certamente, o incomodo do envelhecimento afeta grande parte da população, em sua maioria o público feminino que tem se submetido aos mais diversos tratamentos estéticos com o objetivo de retardar ou desacelerar o processo de envelhecimento. Por ser um processo gradativo, as rugas são divididas em 5 fases, sendo de grau I as imperceptíveis, de grau II as dinâmicas, de grau III as leves, de grau IV as dinâmicas estáticas moderadas e de grau V as severas. Para cada estágio da ruga, há um tipo específico de tratamento, e dentre os diversos tipos de tratamentos existentes hoje, um que vem ganhando força devido a sua alta eficácia , baixo custo e pouquíssimo efeito colateral é a acupuntura.
O Chen-Chui (―agulha de fogo‖) ou Acupuntura (do latim acus – agulha e punctura – colocar) é um método terapêutico muito antigo que utiliza a estimulação através de agulhas em determinados pontos do corpo. A idealização da técnica foi baseada na filosofia taoista e sua principal função é reestabelecer o equilíbrio energético do corpo e do espírito, e desta forma tratar e prevenir doenças. Ao inserir as agulhas, o efeito desejado é de promover a mobilização, a circulação e o fortalecimento das energias vitais . Embora os termos se refiram a agulhas, considera-se acupuntura todo estímulo realizado nos pontos ao longo dos meridianos, com o objetivo terapêutico ou não. O estímulo pode ser feito com diferentes materiais: agulhas, esferas, sementes, além do uso de laser, alta frequência, cromoterapia, estímulo térmico da moxa, pressão negativa das ventosas e pressão através do shiatsu ou Do in.
Embora não tenha sido feito para essa finalidade, nos últimos anos os profissionais de acupuntura tem observado melhora significativa na aparência da pele de seus pacientes que foram submetidos à esta técnica para tratamento de outras patologias. Percebeu-se que as pessoas que sofreram estímulos em regiões específicas do rosto, obtiveram expressiva melhora no quadro de envelhecimento, seja estabilizando ou reduzindo consideravelmente o grau das rugas. Mesmo sendo recente, trabalhos e pesquisas vem sendo desenvolvidos com o objetivo estético da acupuntura. Hoje já é possível provar por meio de pesquisas neurofisiológicas que a acupuntura não se limita a fatores energéticos como se acreditava até algumas décadas atrás, mas sua atuação alcança três mecanismos distintos: energético, humoral e neural.(NAKANO e YAMAMURA, 2010, SILVA,2017, DIAS,2017).
METODOLOGIA
A fim de buscar o objetivo que foi proposto, a revisão de literatura baseou-se a escolha dos artigos
ocorridos entre 2006 e 2017, em português, espanhol e inglês, na base de dados Periódicos
Capes, Scielo e Pubmed. Para a triagem dos artigos foram utilizados os seguintes descritores:
''acupuntura para rugas faciais'', ―acupuntura estética'', '‗terapias alternativas para rugas faciais―.
Foram exclusos da pesquisa artigos não relacionados com o assunto abordado. As fontes
bibliográficas utilizadas neste trabalho são datadas de 1986 a 2009, e tem caráter narrativo e
descritivo de acordo com Vergara (2007) por haver escassez de conhecimento sistematizado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A acupuntura vem apresentando resultados expressivos nos tratamentos estéticos atuais. Embora
ainda seja um tema relativamente novo, alguns trabalhos vêm sendo publicados, bem como livros
e revistas especializadas (PALMEIRA,1990). Nos trabalhos analisados, o uso da acupuntura no
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tratamento de rugas tem se mostrado eficiente, segundo Santos (2003), os pontos de estímulo a
serem trabalhados estão localizados em sítios altamente vascularizados, ricos em terminações
nervosas e células de defesa que participam do Sistema Imune. A acupuntura é uma técnica que
visa tratar não somente o físico mas o equilíbrio do indivíduo como um todo, essa prática vem de
encontro com a definição de saúde dada pela Organização Mundial de Saúde – OMS, que define
a saúde como sendo o completo bem estar físico, emocional e social, e não somente a ausência
de doenças. SILVA; ANDRADE; VIEIRA (2004) afirmam que a acupuntura altera a circulação do
sangue e a energia dos meridianos, provocando alterações no sistema nervoso autônomo e
central, nas funções orgânicas, regulando os hormônios e equilibrando o Qi (energia vital de todos
os seres vivos). Todas as publicações concordam que os princípios do Yin e Yang, regem toda a
medicina oriental porque delas partem o conceito de equilíbrio de forças e energias que regem
todo o universo (NAKANO; YAMAMURA, 2005). Dessa forma, acredita-se que quando as energias
do ser humano estão equilibradas, pode-se promover saúde. Na medicina ocidental isso se chama
homeostase.
A forma de utilização dos pontos de acupuntura para o tratamento de rugas faciais, seguem os
pontos específicos dos meridianos que regem um determinado órgão ou víscera. Não iremos
abordar nesse trabalho as ramificações da MTC (Teoria dos Cinco Elementos, os Zang Fu e
Meridianos) que são os pilares dessa técnica, porém é relevante saber que o Meridianos são
canais energéticos espalhados por quase todo o corpo, com ramificações como os vasos
sanguíneos. Aos longo desses canais, existem os chamados acupontos, que são as áreas
específicas de estímulo daquele canal. Cada meridiano possui ligação com um órgão específico e
é a partir daí que surgem os nomes e a identificação de cada região (NAKANO; YAMAMURA,
2005, PASSOS et al., 2016).). Sabendo a função de cada meridiano e sua relação com cada
órgão ou víscera, os protocolos são montados, para promover ao paciente a melhora no aspecto
das rugas faciais. Conhecer a anatomia facial, e saber a localização dos músculos agonistas e
antagonistas é o primeiro passo para se obter sucesso no tratamento pois é por meio deles que se
fará a tonificação ou sedação do músculo (VAMRELL; PAULETTE; OLIVEIRA,1986). Embora haja
protocolos diferentes para estes tratamentos, alguns pontos são comumente usados entre
profissionais que aplicam as técnicas de acupuntura, estes têm se mostrado efetivos no
tratamento de rugas faciais: Yuyao, VB14 , Yintang, Taiyang e TA23; outros pontos sistêmicos
são utilizados para auxiliar, potencializar ou completar o tratamento contra o envelhecimento,
fortalecer a musculatura e melhorar os tecidos epidérmicos: Wei Qi, Shen Qi, Pi e o Fei
(NAKANO; YAMAMURA,2005).
CONCLUSÃO
Deste trabalho conclui-se que embora milenar, eficiente no tratamento de diversas patologias e
amplamente divulgada nos últimos anos, a acupuntura ainda é um assunto desconhecido para
muitos e escasso em ensaios clínicos com objetivos estéticos que comprovem sua efetividade.
Porém , a prática pessoal e profissional vem demonstrando que de fato, a acupuntura traz
benefícios estéticos, em especial os citados neste trabalho no tratamento de rugas faciais.
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2001.
4- YAMAMURA Y. e Nakano M. A. Y. Livro dourado da acupuntura em dermatologia e
estética. 2ª ed. Revisada e ampliada. São Paulo: Center AO Centro de Pesquisa e Estudo
da Maedicina Chinesa, 2008.
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doutrina e princípios. Brasília-DF: Ministério da Saúde; 1990. p. 20-5.
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12- DIAS, M. H. P. et al. Acupuntura em adolescentes com fibromialgia juvenil. Rev. paul. pediatr., São Paulo, v. 30, n. 1, p. 6-12, 2012 . Availablefrom. Access on 24 Jan. 2017.
13- PASSOS, R. S.; BÔAS, S. S.; PRATES, R. V. Efeitos da acupuntura na fibromialgia: uma revisão bibliométrica. Rev. Acta BiomedicaBrasilensia. Vitória da Conquista, 2016, v. 7, n. 2, p. 15-21.
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BAMBUTERAPIA – REVISÃO DE LITERATURA
PINTO, M.C.C.S.1. PEREIRA,L.P2.
1Discente em Estética e Cosmetologia Faculdade São Lourenço – UNISEPE – São Lourenço/MG – email: [email protected]
2Doutora e Mestre em Engenharia Biomédica. Docente em Estética e Cosmetologia Faculdade São Lourenço – UNISEPE – São Lourenço/MG.
RESUMO
A Bambuterapia vem sendo divulgada e aplicada em Clínicas de Estética e SPAs, ganhando cada
vez mais adeptos por ser uma técnica que pode ser usada para agregar benefícios aos
tratamentos que envolvem massagem. Têm ótimo resultado no combate a gordura localizada, pois
consegue agir a nível de tecido adiposo, e também é coadjuvante no tratamento de Fibro edema
geloide, conhecida popularmente como celulite. Este trabalho traz um breve esclarecimento a
respeito destas disfunções, e um dos muitos recursos utilizados como terapia, que é a massagem
com bambu.
PALAVRAS-CHAVES: Bambuterapia, Gordura Localizada, Fibro Edema Gelóide,
Emagrecimento; Estética; Massagem Modeladora.
INTRODUÇÃO
Na sociedade atual os estudos na área de estética corporal são de grande importância,
considerando a valorização de um padrão de beleza pré estabelecido, que visa um corpo atlético,
magro e com formas definidas (FERRIANI et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2003; ANDRADE, BOSI,
2003; ALMEIDA et al., 2005). Além disso, sabe-se que do Índice de Adiposidade Corporal, quando
atinge níveis críticos pode desencadear diversas alterações e consequentemente ocasionar
doenças (CARDOSO et al., 2016). A falta de exercícios físicos, a ingestão exacerbada de calorias,
o metabolismo lento e os fatores genéticos, contribuem para que ocorra um aumento de gordura
corporal, sendo estas estocadas nos adipócitos, dando origem a formação de gordura localizada.
Estes depósitos de gordura localizada frequentemente resistem ao emagrecimento e sendo assim,
nestes casos é necessário a utilização de tratamentos estéticos para combater, minimizar e
eliminar esse tipo de gordura.
O acúmulo de gordura acarreta má circulação e assim a microcirculação e o sistema linfático se
tornam deficientes, com consequente acúmulo excessivo de líquidos no interstício e edema na
derme. Além disso, ocasiona o rompimento das fibras proteicas e com o acúmulo de substâncias
no tecido subcutâneo, há desestruturação de toda a biomecânica da pele, o que acarreta flacidez,
perda da elasticidade e o surgimento de Fibro edema geloide (GODOY,2011).A Fibro edema
geloide (FEG), conhecida popularmente como celulite, surge como consequência de vários
fatores, como a formação de gordura localizada, sedentarismo, uso de contraceptivos, estresse,
gravidez, alterações hormonais e estilo de vida. Segundo Rossi (2000), A FEG divide-se em três
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graus: Grau I, visível após contração voluntária; Grau II, é visível sem haver contração e pode
apresentar alterações de sensibilidade, e Grau III, apresenta nódulos palpáveis com acentuada
alteração de sensibilidade.
Dentre os tratamentos estéticos disponíveis atualmente, encontramos várias técnicas de
massagem, entre elas, uma técnica originária da China e aperfeiçoada na França, a
Bambuterapia, sendo considerada uma técnica inovadora, exótica e única. Originou-se na China
há milhares de anos, porém foi aprimorada pelo francês Gill Amsallem em 2003, com o intuito de
otimizar a qualidade da massagem, tornando-a mais multifuncional e com sensações
diferenciadas. Dentre suas aplicações, desempenha excelente resultado no tratamento de gordura
localizada e Fibro edema geloide. Na bambuterapia, as hastes de bambu são instrumentos do
massoterapeuta e funcionam como se fossem prolongamentos de suas mãos, possibilitando o
alcance de todas as regiões do corpo, já que as hastes se adaptam aos contornos corporais,
promovendo uma massagem mais eficaz. Gill Amsalem afirma que: ―O bambu possui uma fibra
que respira, antibacteriana, suave e ligeiro aspecto acetinado. Contém 60% de sílica coloidal
absorvido pelo organismo. Esta estimula a síntese de colágeno contido no tecido ósseo e
conjuntivo, e facilita assim uma reconstrução da cartilagem”. Sendo assim, pode ser considerada
uma técnica muito promissora em terapias alternativas em estética para o combate da flacidez,
redução de medidas, redução de FEG e combate a gordura localizada utilizado (CALVI &
RODRIGUES, 2009).
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura com caráter narrativo e a escolha dos
artigos entre os anos de 2003 e 2017, em português, na base de dados Periódicos Capes, Scielo
e Pubmed. Para a triagem dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: ―Bambuterapia‖,
―Gordura Localizada‖, ―Fibro Edema Gelóide‖,‖ emagrecimento‖; ―estética‖; ―massagem
modeladora‖. Foram exclusos da pesquisa artigos não relacionados com o assunto abordado. As
fontes bibliográficas utilizadas neste trabalho são datadas de 2009 a 2013, e apresentam caráter
narrativo e descritivo por haver escassez de conhecimento sistematizado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A bambuterapia vem ganhado cada dia mais adeptos, por ser uma técnica versátil, e com
resultados de alto nível, em apenas algumas sessões. É usado em todos os tipos de massagem,
variando a pressão com que é utilizado (CALVI & RODRIGUES, 2009). Segundo Fernandes
(2011), o bambu adapta-se aos contornos corporais, realizando uma modelagem mais eficaz,
relaxamento da musculatura, e ativação da circulação sanguínea. Segundo Pereira (2013), a
utilização da planta bambu durante a massagem proporciona união, leveza, flexibilidade e força.
Ressalta a eficácia da técnica de bambuterapia, que apresenta resultados relevantes nas dores,
relaxamento muscular, estresse, ansiedade, medicina desportiva, lifting facial, drenagem linfática
manual facial e corporal, reflexologia e principalmente na massagem modeladora, para redução de
gordura localizada e FEG. A autora afirma que os resultados são concretos, sendo visível a
melhora no quadro dos pacientes, incluindo os que encontram-se já na terceira idade. Jordão et
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al., 2012 relata a eficácia da massagem com bambuterapia para redução de gordura localizada,
além de diversos outros benefícios como melhora as circulação sanguínea local e Redução de
FEG. De acordo com França et al., 2016 a massagem modeladora melhora da aparência do FEG
e proporciona redução de medidas, pois ativa a circulação sanguínea, através de movimentos
repetitivos, firmes e rápidos. De acordo com Tavares et al., 2016 as afecções como o FEG, podem
surgir em diversas partes do corpo e afeta a saúde a o aspecto estético da pele , sendo assim
Neves et al 2017, afirma que através da massagem modeladora há um aumento da circulação
sanguínea, o que provoca o esvaziamento das células adiposas porque os movimentos
empregados produzem calor aumentando a mobilidade do conteúdo do adipócito fazendo com
que este seja eliminada através das vias excretoras corporais, reduzindo assim o FEG e a
gordura localizada. Segundo Tacani et al., 2010 a massagem estética possui um efeito muito
satisfatório para redução de em adiposidades localizadas. Neves & Oliveira, 2007 citam os
benefícios das técnicas manuais para redução de medidas, sobretudo quando associadas a outras
técnicas, como Eletrotermoterapia. Segundo Fernandes &Fernandes, 2011 a Bambu terapia
adapta-se aos contornos corporais, promovendo uma modelagem mais eficaz, ativando a
circulação sanguínea. Kafer, 2011 relata a melhora da circulação sanguínea e linfática, facilita o
retorno venoso e melhora a oxigenação e a nutrição tecidual, atuando com excelência na estética
corporal para redução me medidas e FEG.
CONCLUSÃO
Mesmo sendo de uso comum em tratamentos estéticos, são escassas literaturas a respeito do
assunto. Porém, as pesquisas encontradas descrevem a técnica como muito satisfatória e
versátil, sobretudo para redução de FEG e gordura localizada. Além disso, apresenta boa
aceitação no mercado, poucos efeitos colaterais e baixo custo para o profissional. Sendo assim,
seria de extrema importância a realização de estudos clínicos nessa área, a fim de produzir
protocolos de tratamentos estéticos específicos para cada paciente.
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