anÁlise da incorporaÇÃo da gestÃo sustentÁvel...
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ANÁLISE DA INCORPORAÇÃO DA
GESTÃO SUSTENTÁVEL NA CADEIA
DE SUPRIMENTOS
Felipe Matos Bittencourt (MACKENZIE )
Rafael Vasconcellos Lucania Frai (MACKENZIE )
Raquel Cymrot (MACKENZIE )
As organizações têm sido cada vez mais cobradas pela sociedade a
adotarem medidas alinhadas com o desenvolvimento sustentável. Isso
se dá pelo agravamento dos problemas ambientais ocorridos nas
últimas décadas. Nesse cenário, as empresas sãão também
responsáveis pelos impactos causados pelos seus fornecedores. Surge
também um novo perfil de consumidores que passa a ponderar os
impactos causados pelo seu consumo. É nesse contexto que se insere
esse trabalho, que teve como objetivo principal analisar a
incorporação de sustentabilidade na cadeia de suprimentos. Para
tanto, foram utilizadas como base entrevistas em profundidade com 4
dos 13 fornecedores participantes da segunda edição do projeto
Sustentabilidade de Ponta a Ponta do Walmart Brasil, objeto de estudo
deste trabalho. Além disso, foi realizada uma pesquisa do tipo survey
junto aos consumidores para verificar as atitudes e comportamentos
dos mesmos frente a questões sustentáveis e posteriormente foram
realizadas as análises estatísticas pertinentes. Os resultados indicam
que as empresas estão evoluindo na adoção de práticas sustentáveis e
acreditam que existe uma tendência do mercado a valorizar cada vez
mais essa inserção. Embora se tenha verificado uma tendência dos
consumidores a valorizar aspectos sustentáveis no momento da
compra, os resultados mostram que ainda existe muito a se desenvolver
nesse sentido.
Palavras-chaves: Sustentabilidade, Cadeia de Suprimentos.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introdução
A nova dinâmica econômica ocasionada pela globalização dos mercados nos últimos anos fez
com que diversos gestores observassem que lucratividade não representava o único elemento
de sucesso no longo prazo. Preocupações mais amplas com pessoas e meio ambiente
passaram a representar variáveis relevantes para perpetuidade dos negócios
(KLEINDORFER; SINGHAL; VAN WASSENHOVE, 2005).
Outra importante percepção é que além de se preocuparem com o ambiente intra-
organizacional, as empresas devem expandir a aplicação do conceito de sustentabilidade por
toda sua cadeia de suprimentos, visto que esta é fundamental para a estratégia da organização
e possibilita a visão integrada do negócio, de modo a agregar valor a todos os stakeholders,
isto é, “[...] pessoas ou grupos que têm ou reivindicam, propriedade, direitos ou interesses em
uma empresa e suas atividades passadas, presentes ou futuras.” (LUMMUS; DUCLOS;
VOKURKA, 2003).
Para Rao e Holt (2005), a gestão sustentável da cadeia de suprimentos promove eficiência e
sinergia entre os parceiros de negócios, além de contribuir para um aumento da performance
organizacional, redução de desperdícios e de custos. Tendo em vista tais fatores, a
implementação da sustentabilidade, segundo os autores, irá promover uma melhora da
imagem corporativa e alavancar as vantagens competitivas a todas que aderirem à
implementação de aspectos sustentáveis em suas cadeias de suprimentos. Entretanto, as
empresas só adotarão práticas de gestão sustentável na cadeia de suprimentos se identificarem
benefícios, especificamente nos resultados financeiros e operacionais.
A inserção de aspectos sustentáveis objetiva a redução dos danos resultantes das atividades,
de forma a criar valor econômico, social e ambiental e obter por meio de inovações em
produtos e processos, diferenciais competitivos no mercado. Desta forma, uma das iniciativas
do Walmart Brasil foi o “Pacto pela Sustentabilidade – Construindo a Cadeia de Suprimentos
do Futuro”, no qual um dos desdobramentos foi à criação em 2009 do Projeto
Sustentabilidade de Ponta a Ponta, o qual estabeleceu uma parceria entre o Walmart Brasil e
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seus fornecedores comerciais, com o objetivo de reduzir impactos ambientais e estimular a
melhoria contínua de produtos (WALMART BRASIL, 2011).
Em sua primeira edição em 2010 o projeto fez uma parceria com 10 fornecedores propondo o
desafio de tornar mais eficaz sua cadeia de valor, desde a origem das matérias-primas até o
descarte de seus resíduos pós-consumo. Em 2011 o projeto foi ampliado para 13 fornecedores.
A proposta aos parceiros foi inovar e olhar para o futuro como um mercado no qual o valor
está em oferecer não apenas melhores produtos, mas também assegurar aos consumidores que
suas escolhas estão ajudando a preservar os recursos ambientais e contribuindo para uma
economia mais inclusiva, sem necessariamente ter de pagar mais por isso (WALMART
BRASIL, 2011).
O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar como e porque as empresas participantes
deste projeto estão adotando estratégias de gestão sustentável na cadeia de suprimentos e
como os consumidores enxergam tais mudanças.
2. Metodologia
Após pesquisa da literatura, foram construídos dois instrumentos de pesquisa a serem
aplicados às empresas participantes do projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta e aos
consumidores. A pesquisa foi submetida e aprovada pela Comissão de Ética em Pesquisa da
Instituição. Foram utilizadas entrevistas em profundidade com 4 dos 13 fornecedores
participantes da segunda edição do projeto e realizada uma pesquisa do tipo survey junto aos
consumidores para verificar as atitudes e comportamentos dos mesmos frente a questões
sustentáveis, sendo posteriormente realizadas as análises estatísticas pertinentes.
Buscou-se, com base nas entrevistas em profundidade, estabelecer um contato mais estreito
com as empresas participantes do projeto para melhor compreensão da problemática e para a
verificação de onde estão partindo as iniciativas sustentáveis.
Para a pesquisa com os consumidores foi construído um questionário anônimo, apresentado
no Apêndice, que foi aplicado no formato de formulário online disponibilizado na ferramenta
de pesquisa Google Docs. Esta pesquisa utilizou a metodologia “Bola de Neve” na qual os
participantes iniciais de um estudo indicam novos participantes e assim sucessivamente, até
que seja alcançado o objetivo proposto, ou seja, a amostra coletada é constituída por
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respondentes comuns selecionados de modo que seja representativa no universo pesquisado
(ALBUQUERQUE, 2009).
3. Entrevistas em profundidade
Foram entrevistadas quatro empresas participantes. Os entrevistados foram colaboradores que
participaram ativamente de todo o projeto e conheciam as metas e diretrizes que foram
estabelecidas no início, bem como os resultados atingidos ao término do mesmo.
Buscou-se primeiramente identificar como aconteceu o convite para a participação na segunda
edição do projeto. Foram obtidas duas respostas distintas: aqueles que estavam participando
pela primeira vez responderam que o convite partiu do Walmart, no entanto, as empresas que
já haviam participado do projeto em sua primeira edição, mostraram interesse ao Walmart em
participar novamente devido aos resultados satisfatórios obtidos.
Vale ressaltar que o Walmart fez o convite para as empresas Top to Top`s, empresas que
possuem produtos líderes de mercado no ramo em que atuam. Com esta premissa o Walmart
buscou desmitificar que produtos com relevância sustentável são elitizados e mais caros, pois
se os mesmos são líderes de suas categorias permeiam grande parcela da população com
diferentes características socioeconômicas.
A primeira pergunta realizada na entrevista foi de onde estão partindo as iniciativas
sustentáveis, das empresas para os clientes ou dos clientes para as empresas. Segundo a
Empresa 1, há um movimento social muito grande nesse sentido e as empresas mais
estruturadas estão conseguindo atender essas necessidades dos consumidores que vem
surgindo, ela acredita que é uma preocupação das empresas, principalmente quando envolve
custos, mas parte da sociedade como um todo.
Com relação à influência de aspectos sustentáveis ser um diferencial competitivo para a
escolha de seus produtos por parte dos consumidores, algumas empresas reconhecem que
estes ainda estão mais preocupados com o quesito preço. Nesse sentido, pode-se verificar que
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a questão da percepção dos consumidores frente a iniciativas sustentáveis ainda está em fase
de amadurecimento. Desta forma, a introdução de aspectos sustentáveis aos produtos está
partindo muito mais de ações proativas das empresas do que por exigência dos consumidores.
A Empresa 2 argumentou que para uma pequena parcela da população sim, e isso tende a
evoluir porém, acredita que o consumidor brasileiro, em geral, ainda está mais direcionado ao
custo do produto do que aos impactos que ele gera ao meio ambiente.
Outro ponto a se destacar, foi que dentre as empresas que obtiveram resultados significativos
com a participação no projeto, quando perguntadas sobre ampliação da iniciativa de mudança
para outros produtos, várias delas mostraram-se favoráveis, como indica a argumentação da
Empresa 3 que disse que vários processos e ajustes realizados no Projeto Sustentabilidade de
Ponta a Ponta puderam ser aproveitados em outras linhas de produção, meios logísticos,
matérias-primas, etc.
Na segunda edição do Projeto o principal requisito para participar era modificar o produto em
algum processo do seu ciclo de vida, diferentemente da primeira edição do projeto, na qual
era permitido que os participantes modificassem apenas a embalagem. Nesse sentido foi
perguntado se as empresas acharam arriscado mexer em produtos líderes de mercado. As
empresas mostraram-se confortáveis quanto a esta questão, sendo que muitas delas nem
sequer divulgaram a mudança para seus consumidores. No entanto, mesmo percebendo que os
consumidores não estão engajados com a questão da sustentabilidade, as empresas tiveram
interesse e preocupação em serem pioneiras nessas iniciativas. A Empresa 4 argumenta que há
esse movimento social em busca de produtos que causam menos impacto ao meio ambiente, e
ela em parceria com o Walmart, encontrou uma forma de potencializar suas marcas líderes,
tendo um posicionamento de se antecipar e fortalecer ainda mais suas marcas nesse novo
contexto.
Outro questionamento feito aos pesquisados foi se a empresa notou alguma diferença no
posicionamento do produto modificado no projeto, mesmo porque este produto já era líder de
mercado. A partir do comentário da Empresa 2 pode-se verificar que o objetivo inicial do
projeto, que era manter a participação de mercado do produto, foi atingido. Ela disse que até o
momento, manteve o posicionamento anterior, já que as principais mudanças ocorreram em
um item e não em toda a marca.
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Seguindo esta mesma linha, foi levantado junto às empresas se estas acreditam que ter foco
em produtos que levem em conta alguns aspectos de sustentabilidade pode levar a vantagens
competitivas, apesar da percepção dos consumidores ainda ser deficiente no que tange à
sustentabilidade. Pode-se notar que existe uma tendência das empresas a se preocuparem cada
vez mais com este conceito, baseando se na colocação do presidente da Empresa 3. Ele
acredita que a sustentabilidade significa atender as expectativas desta e das próximas gerações
e é por isso que diariamente a empresa trabalha para promover uma vida melhor dos
funcionários, consumidores, clientes, parceiros comerciais e comunidade.
Ainda com relação às principais barreiras para implementação de aspectos sustentáveis ao
longo de toda a cadeia de suprimentos, foi levantado junto às empresas quais eram os
principais obstáculos para viabilização desta ideia, dentro do ambiente corporativo. A
Empresa 2 argumenta que esse é um processo gradativo e contínuo e ela busca sempre
ampliar esses métodos e conceitos sustentáveis em todos os produtos.
Conforme colocação acima pode-se perceber uma tendência das organizações a aderirem ao
conceito de sustentabilidade e indica que elas têm uma visão de longo prazo, uma vez que a
sociedade ainda está passando por um período de amadurecimento nesse sentido.
A partir das entrevistas nota-se que as organizações vêm adotando práticas sustentáveis nos
negócios, mesmo sabendo que grande parte da população ainda não leva esse aspecto como
diferencial no momento da compra. Desta forma, observa-se uma pro atividade na adoção de
iniciativas sustentáveis por parte do mundo corporativo, uma vez que este busca
continuamente a maximização dos resultados e a perpetuidade dos negócios.
4. Pesquisa com os consumidores
A amostra utilizada nessa pesquisa foi constituída de 121 indivíduos que responderam ao
questionário cujo link foi enviado via e-mail, utilizando a metodologia “Bola de Neve”. As
características levadas em conta para a validação da amostra foram idade e gênero.
Os dados para a validação foram encontrados em pesquisa realizada pela Associação Paulista
de Supermercados (2012). Houve aderência da distribuição da faixa etária (P=0,850) e gênero
(P=0,601). O Gráfico 1 apresenta os gráficos de setor para as variáveis gênero e idade, as
quais foram utilizadas para validação da amostra.
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Gráfico 1 – Faixa etária e gênero dos pesquisados
Fonte: Autoria própria (2013)
As questões de 1 a 6 caracterizavam o respondente quanto ao gênero, idade, estado civil,
escolaridade, número de moradores na residência e renda familiar.A questão 7 solicitava que
se enumerasse em escala, correspondendo 1 a menos importante, até 5, mais importante, quais
aspectos levaram em conta no momento de escolha dos produtos, dentre eles preço, marca,
aparência, aspectos sustentáveis e qualidade.
Foi realizado o teste não paramétrico de Friedman a fim de testar se os cinco aspectos tinham
igual importância. Tal hipótese foi rejeitada (P = 0,000), tendo, ao nível de significância de
5%, a qualidade recebido pontuação maior; preço, marca e aparência recebido pontuações
intermediárias e iguais, e aspectos sustentáveis recebido a menor pontuação. Tais resultados
foram confirmados por meio dos contrastes realizados (comparações duas a duas). Com essa
análise, pode-se perceber que os pesquisados revelaram importarem-se basicamente com a
qualidade e darem comparativamente menos importância aos aspectos de sustentabilidade.
Quando perguntados na questão 8 se eles se consideravam consumidores preocupados com
questões ambientais, 71,90% responderam afirmativamente (I.C.= [63,89; 79,91] %). Essa foi
uma pergunta balizadora para o estudo.
A seguir foram realizados alguns testes independência Quiquadrado com a finalidade de testar
se havia independência entre os respondentes declararem ser um consumidor preocupado com
questões ambientais e algumas variáveis aleatórias de interesse coletadas na pesquisa.
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A preocupação ambiental foi independente das seguintes variáveis gênero (P = 0,944),
escolaridade (P = 0,147), quantidade de pessoas por residência (P = 0,464) e renda (P =
0,286).
Referente à faixa etária, as idades foram agrupadas em cinco classes, a saber, 18 a 24, 25 a 29,
30 a 39, 40 a 49, 50 a 59, acima de 60 anos. Houve dependência entre variável ter
preocupação ambiental e faixa etária (P = 0,000). Proporcionalmente, respondentes com
menos de 30 anos relataram menos preocupação ambiental e respondentes com mais de 60
anos relataram mais preocupação ambiental.
Segundo pesquisa 2010 realizada pelos institutos Ethos e Akatu sobre atitudes e
comportamentos frente ao consumo consciente, mostrou-se que os consumidores mais jovens
apresentam menor consciência ambiental. Tal informação mostra uma percepção similar à
encontrada em nossa pesquisa e caracterização da amostra muito parecida (INSTITUTO
AKATU; INSTITUTO ETHUS, 2010).
Para verificar se havia diferença entre os respondentes que declararam ter preocupação
ambiental e os demais, nos aspectos levados em conta no momento de escolha de um produto,
os respondentes foram segmentados em dois grupos: aqueles que se consideram preocupados
e os que não se consideram. O único aspecto que apresentou diferenças significantes foi o de
aspectos sustentáveis, como apresenta a Tabela 1.
Tabela 1 – Aspectos levados em conta na escolha de produtos
Não 3,31 1,69
Sim 3,07 0,88
Não 3,06 1,53
Sim 2,89 1,01
Não 2,96 1,01
Sim 2,75 0,67
Não 1,9 1,34
Sim 2,47 2,32
Não 3,72 1,53
Sim 3,98 2,05
Aspec.
Sustentáveis0,029 Não 0,981 Sim
Qualidade 0,391 Sim 0,201 Sim
Marca 0,427 Sim 0,02 Não
Aparência 0,282 Sim 0,122 Sim
valor-P Variâncias
Preço 0,263 Sim 0,014 Não
Aspecto Preocupação Média valor-P Médias Variância
Fonte: Autoria própria (2013)
O Gráfico 2 apresenta as médias das importâncias atribuídas pelos respondentes que relatam
não ter e ter preocupação ambiental. Nota-se que proporcionalmente respondentes que alegam
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ter preocupação ambiental apresentam dar mais importância a aspectos sustentáveis no
momento da compra.
O consumidor que relata ter comportamento sustentável deveria apresentar duas
características simultaneamente atitudes e comportamentos que reflitam sua preocupação
frente a questões de sustentabilidade. A pesquisa realizada pelos institutos Akatu e Ethos
(2010) mostra que atitudes estão relacionadas à adesão dos consumidores a valores e
conceitos dos mesmos e das empresas, no que tange os aspectos sustentáveis, já os
comportamentos estão diretamente ligados a ações cotidianas de consumo diante de questões
ambientais, sociais e econômicas.
Visando verificar tal relação, as questões de 9 a 14 são questões que retratam a frequência de
comportamentos dos consumidores na decisão de compra. Essas questões foram abordadas no
questionário, para aferir se os entrevistados que se consideraram preocupados com aspectos
sustentáveis, estavam refletindo essa atitude no seu comportamento cotidiano.
A fim de se medir a confiabilidade das respostas atribuídas às variáveis coletadas nas questões
de 9 a 14 foi utilizado o coeficiente alfa de Cronbach obtendo-se um valor igual a 0,76,
podendo-se confirmar a consistência entre as respostas, uma vez que este é superior a 0,70
(MARTINS, 2006).
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Gráfico 2 – Preocupação ambiental X importância dos aspectos na decisão de
compra
Fonte: Autoria própria (2013)
O Gráfico 3 apresenta os intervalos com 95% de confiança para frequência de
comportamentos do consumidor frente a aspectos ligados a sustentabilidade com a escala
variando de 1 para Nunca a 5 para Sempre.
Foi realizado o teste não paramétrico de Friedman a fim de testar se os seis comportamentos
tinham igual importância. Tal hipótese foi rejeitada (P = 0,000), tendo, ao nível de
significância de 5%, recursos escassos recebido pontuação maior; produtos com menor
impacto, empresas com ações sustentáveis, pagar mais por produtos sustentáveis, danos
devido à compra, recebido pontuações intermediárias e iguais, e influenciar amigos recebido a
menor pontuação. Tais resultados observados no Gráfico 3 foram confirmados por meio dos
contrastes realizados (comparações duas as duas).
Gráfico 3 – Frequência de Comportamento dos Consumidores
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Fonte: Autoria própria (2013)
Gráfico 4 – Proporção das Frequências de Comportamento dos Consumidores
Fonte: Autoria própria (2013)
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Para a realização do teste Quiquadrado de independência entre a variável ter preocupação
ambiental e as variáveis das questões de 9 a 14, os comportamentos dos consumidores na
decisão de compra foram agrupados em 3 classes, a saber: nunca ou quase nunca; às vezes,
quase sempre ou sempre.
As variáveis ter preocupação ambiental e frequência de escolha por produtos que geram
menor impacto ambiental não são independentes para todos os comportamentos questionados
(P = 0,000). Proporcionalmente, quem tem menor frequência relata menos preocupação
ambiental
Foram comparadas as frequências atribuídas a cada um dos comportamentos para os grupos
que não alegam e que alegam ter preocupação ambiental. Utilizou-se o teste de Levene para
comparação das variâncias nos dois grupos, pois as frequências atribuídas não tiveram
distribuição Normal. Em todos os casos não foi rejeitada a hipótese de igualdade entre as
variâncias. Para comparação das médias foi utilizado o teste t-de Student supondo variâncias
iguais. Todas as igualdades foram rejeitadas apresentando valor descritivo igual a 0,000. O
Gráfico 5 ilustra essa relação comprovada pelos testes Quiquadrado já relatados. Pode-se
verificar desta forma uma tendência dos consumidores que apresentam preocupação
ambiental a refletir essa preocupação em seus comportamentos cotidianos.
Gráfico 5 – Preocupação Ambiental X Frequência de Comportamento
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Fonte: Autoria própria (2013)
Para fazer os testes de independência relacionando o perfil do consumidor com suas
respectivas atitudes e comportamento em relação ao Projeto Sustentabilidade de Ponta a
Ponta, foi inserida a pergunta 15 que indagava quais dos produtos participantes do projeto o
entrevistado já havia utilizado. Os resultados são apresentados no Gráfico 6, que ilustra a
proporção quanto à utilização dos produtos.
Em seguida, foi perguntado aos entrevistados se eles haviam notado mudanças nos produtos
que utilizaram. Foram aplicados os testes Quiquadrado e de Fisher para testar a independência
envolvendo a variável ter preocupação ambiental e a percepção da mudança nos produtos.
Tais percepções foram agrupadas em duas classes distintas: os que perceberam as mudanças e
os que não perceberam as mudanças. A Tabela 2 ilustra os resultados obtidos.
Gráfico 6 – Utilização dos Produtos
Fonte: Autoria própria (2013)
Analisando os testes de independência apresentados na Tabela 2 foi possível concluir que os
respondentes que consideram ter preocupação ambiental, proporcionalmente, perceberam
mais as mudanças nos produtos que os que declararam não ter preocupação ambiental. O
Gráfico 7 que ilustra a proporção quanto ao tipo de percepção das mudanças ocorridas nos
produtos.
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Tabela 2 – Percepção da Mudança X Preocupação Ambiental
Produto n N Sample p IC 95% Test. Ind. P. A Resultados
Mudança
Guaraná26 105 0,2476 [0,1651; 0,3302] (P=0,000) Dependente
Mudança Halls 22 93 0,2366 [0,1502; 0,3229] (P=0,199) Dependente
Mudança Veja 15 71 0,2113 [0,1163; 0,3062] (P=0,904) Dependente
Mudança
Danoninho26 92 0,2826 [0,1906; 0,3746] (P=0,010) Dependente
Mudança Loreal 12 81 0,1481 [0,0708; 0,2255] (P=0,221) Dependente
Mudança Papel
Toalha28 91 0,3077 [0,2129; 0,4025] (P=0,046) Dependente
Mudança Papel
Higiênico19 82 0,2317 [0,1404; 0,3230] (P=0,405) Dependente
Mudança
Whiskas1 22 0,0455 [0,0000; 0,1325] * *
Mudança Café 28 78 0,3590 [0,2525; 0,4654] (P=0,007) Dependente
Mudança Pato 31 50 0,6200 [0,4855; 0,7545] (P=0,083) Dependente
Mudança Aveia 15 22 0,6818 [0,4872; 0,8764] * *
* Teste não possível de realizar, pois todos respondentes alegaram ter preocupação ambiental
Fonte autoria própria (2013)
Gráfico 7 – Proporção da percepção das mudanças nos produtos
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Fonte: Autoria própria (2013)
Para aferir se as mudanças motivaram a recompra do produto, foi perguntado aos usuários que
haviam percebido algum tipo de mudança, se essa mudança os motivou a comprar os produtos
mais vezes. Os resultados obtidos são mostrados na Tabela 3.
A Tabela 3 mostra que em todos os casos houve dependência entre os que perceberam a
mudança e também se consideram preocupados com questões ambientais e a motivação pela
recompra desses produtos.
Conforme mostrado nos testes de independência realizados, pode-se verificar que a variável
ter preocupação ambiental é dependente da percepção das mudanças no produto, assim como
da motivação pela recompra do produto. Desta forma foi verificado com um caso prático de
mudança em produtos líderes de mercado que os consumidores estão de certa forma refletindo
as atitudes sustentáveis em comportamentos no momento da compra.
Tabela 3 – Recompra dos Produto X Preocupação Ambiental
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Produto n N Sample p IC 95% Test. Ind. P. A Resultados
Recompra
Guaraná20 26 0,7692 [0,6073; 0,9312] * Dependente
Recompra Halls 13 22 0,5909 [0,3855; 0,7964] (P=0,444) Dependente
Recompra Veja 11 15 0,7333 [0,5095; 0,9571] * *
Recompra
Danoninho20 26 0,7692 [0,6072; 0,9312] (P=0,008) Dependente
Recompra Loreal 9 12 0,7500 [0,5050; 0,9950] (P=0,735) Dependente
Recompra Papel
Toalha17 28 0,6071 [0,4262; 0,7880] (P=0,825) Dependente
Recompra Papel
Higiênico11 19 0,5789 [0,3569; 0,8009] (P=0,599) Dependente
Recompra
Whiskas1 1 1,0000 * * *
Recompra Café 24 28 0,8571 [0,7275; 0,9868] (P=0,045) Dependente
Recompra Pato 17 31 0,3778 [0,2361; 0,5194] (P=1,000) Dependente
Recompra Aveia 14 15 0,9333 [0,8071; 1,0000] * *
* Teste não possível de realizar, pois todos respondentes alegaram ter preocupação ambiental
Fonte autoria própria (2013)
5. Conclusão
A análise das entrevistas em profundidade com as empresas participantes do Projeto
Sustentabilidade de Ponta a Ponta indicou que os motivadores-chave da inserção da gestão
sustentável na cadeia de suprimentos são questões relacionadas a custos, posicionamento da
empresa frente ao novo perfil de consumidores, além da preocupação das mesmas com a
imagem corporativa e atendimento às expectativas das próximas gerações.
Conforme os resultados apresentados no Projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta, as
empresas participantes obtiveram reduções significativas nos recursos do processo de
produção, sendo os principais: insumos, energia e resíduos. Segundo um dos entrevistados tais
melhorias puderam ser ampliadas a outros produtos motivadas pelos resultados obtidos. Foi
observado nas entrevistas em profundidade que a iniciativa está partindo da sociedade como
um todo, mas no caso do projeto em estudo a iniciativa partiu de uma proposta do Walmart
para os fornecedores.
A análise estatística revelou que 71,9% da amostra selecionada de consumidores têm
preocupação com questões ambientais, porém muitas vezes essa parcela obteve
comportamento muito similar aos que não declararam ter preocupação ambiental. Tal situação
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mostra que esta preocupação ainda não se reflete fortemente no comportamento cotidiano vai
de encontro também com o comentário de uma das empresas entrevistadas, que relatou
perceber que o processo de conscientização comportamental da população ainda está em fase
de evolução.
As empresas entrevistadas mostraram-se cautelosas quanto a gestão sustentável na cadeia de
suprimentos ser diferencial competitivo, em virtude da falta de amadurecimento do conceito.
Entretanto pode-se perceber que existe interesse das mesmas nesta implementação, pois elas
já perceberam que isso irá promover a melhora da imagem corporativa, a redução de
desperdícios e custos, logo estão se antecipando neste sentido a fim de fortalecer ainda mais
suas marcas nesse novo contexto. Percebe-se ainda, por meio dos testes estatísticos realizados
com a amostra de consumidores selecionada, que os mesmos ainda não enxergam produtos
com relevância sustentável como diferencial no momento de escolha, sendo os fatores mais
importantes à qualidade seguida pelo preço.
Verificou-se que os respondentes com atitudes positivas em relação à consciência ambiental
apresentaram um comportamento mais sustentável. A respeito dos comportamentos, em todos
os casos, concluiu-se que quem tem menor frequência de comportamentos sustentáveis relata
ter menor preocupação ambiental.
Os consumidores que relataram ter preocupação ambiental notaram mais mudanças nos
produtos. Além disso, dentro do universo dos que perceberam mudanças, grande parte
mostrou interesse na recompra do produto, ocasionado pela mudança percebida.
Os resultados alcançados com essa pesquisa fornecem implicações referentes a atitudes e
comportamentos dos consumidores com a questão ambiental, bem como a forma como as
empresas estão se posicionando frente a esse novo contexto. O produto que relaciona menor
impacto ao meio ambiente é algo que vem ganhando cada vez mais espaço, porém, como foi
apresentado, ainda precisa evoluir.
Obviamente, essas conclusões devem ser balizadas dentro das limitações dessa pesquisa, a
saber: utilização da Internet para operacionalização dos questionários, respondentes
representando uma pequena parcela da população, utilização de uma amostra selecionada não
probabilística composta em sua maior parte por uma população que desfruta de níveis
culturais e socioeconômicos diferenciados. Embora a capacidade de generalização para toda a
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população brasileira fica bastante comprometida devido a estas limitações, esta pesquisa abre
caminho para que estudos futuros venham a ser realizados.
Com esse trabalho, foram encontradas evidências claras de que existe um movimento das
empresas no sentido de adotarem práticas sustentáveis em suas cadeias de suprimentos, a fim
de melhorarem seus posicionamentos e se anteciparem frente ao amadurecimento da
população no que tange a comportamentos sustentáveis. No entanto, deve- se ter cautela com
essas conclusões, dadas as restrições apresentadas.
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