analise da qualidade de vida segundo questionario sf 36

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA Íris Iana Botelho Fernandes Kaline Cajueiro de Vasconcelos Leila Liani Lopes da Silva ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF- 36 NOS FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN) DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARA BELÉM - PA 2009

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Page 1: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

Íris Iana Botelho Fernandes Kaline Cajueiro de Vasconcelos

Leila Liani Lopes da Silva

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-36 NOS FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN) DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE

MISERICÓRDIA DO PARA

BELÉM - PA 2009

Page 2: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

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Íris Iana Botelho Fernandes Kaline Cajueiro de Vasconcelos

Leila Liani Lopes da Silva

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-36 NOS FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN) DA

FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia sob orientação da Profª Msc. Lucieny Pontes.

BELÉM - PA 2009

Page 3: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

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Íris Iana Botelho Fernandes

Kaline Cajueiro de Vasconcelos Leila Liani Lopes da Silva

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-36 NOS FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN) DA

FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade da Amazônia, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia sob orientação da Profª Msc. Lucieny Pontes.

Banca Examinadora ________________________________ Prof. Msc. Lucieny Pontes Orientador - UNAMA ________________________________ Avaliador 2 ________________________________ Avaliador 3 Apresentado em: ____ / ____ / 2009. Conceito: _____________________

BELÉM - PA

2009

Page 4: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

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F363a Fernandes, Iris Iana Botelho

A análise da qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da gerência de assistência nutricional (GAN) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará / Iris Iana Botelho Fernandes, Kaline Cajueiro de Vasconcelos, Leila Liani Lopes da Silva – Belém , 2009.

76 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade da Amazônia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Curso de Fisioterapia, 2009.

Orientador: Prof. Msc. Ft. Lucieny Pontes.

Page 5: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

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Aos meus pais, Ivaldo e Rose Mary Fernandes, por todo o empenho e dedicação que tiveram comigo por toda a minha vida até hoje, contribuindo na realização desse sonho.

Íris Fernandes.

Aos meus pais com todo meu amor e carinho, pela oportunidade, apoio e incentivo que me foram passados.

Kaline Vasconcelos.

A Deus e aos meus pais, pela intensa luta para me ofertar o melhor e por me apoiarem sempre e serem, sobretudo, amigos para sempre.

Leila Lopes.

Page 6: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

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AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre presente na minha vida, iluminando o meu caminho, me fazendo uma pessoa abençoada. Aos meus pais, Ivaldo e Rose Mary Fernandes, por todo o investimento e patrocínio, que apesar de muito esforço e persistência me proporcionaram alcançar meu sonho, a minha realização. Ao meu irmão, Ian Fábio, que sempre se fez presente e disposto a segurar minha mão com força e dignidade. A minha Avó materna Haidê Vilhena, agradeço seu empenho e dedicação. Aos meus tios Emanuel Jorge e Sandra Vilhena, que contribuíram para essa conquista. As amigas e companheiras de todos os dias e horas, Kaline Vasconcelos e Leila Lopes, que constituiu esse trio, cúmplice de todos os acontecimentos e hoje vencedoras na realização desse sonho. A todos os amigos que sempre torceram e oraram para o alcance desse sucesso. A todos os professores que contribuíram para minha formação. A nossa professora-orientadora Lucieny da Silva Pontes, por disponibilizar seu tempo e dedicar-se de forma íntegra na orientação desse trabalho. As Nutricionistas Ciléia e Terezinha Borges e a Psicóloga Vanderlúcia da Silva Ponte, por nos conceber de maneira direta e indireta seus conhecimentos e experiências profissionais. Aos Funcionários, que colaboraram para a execução dessa pesquisa. A todos aqueles que colaboraram na realização dessa conquista, expresso os meus sinceros agradecimentos.

Íris Fernandes

Page 7: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

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A Deus que, em sua infinita grandeza e amor, guiou-me e proporcionou-me caminhos maravilhosos, aprendizados necessários, deu-me força, saúde, coragem, vontade, fé e tudo que preciso em minha vida. Aos meus Pais, Nilceles Vasconcelos e Jailma Neves, minha fonte de amor, presentes, mesmo estando distantes; um grande homem que me ensina a cada dia a lutar quando encontramos grandes obstáculos sendo humilde, acima de tudo; e uma mulher maravilhosa que é meu amparo, minha amada, minha alegria de viver. Obrigada por tanta dedicação e por estarem sempre ao meu lado. A minha querida irmã Kellen Vasconcelos, minha pretinha amada que está sempre ao meu lado, minha companheira, amiga e fonte de estresse. Aos meus familiares, àqueles que me apóiam, que torcem pela minha felicidade, especialmente ao meu avô Raimundo de Nazaré, um homem sábio e muito amável. Ao meu amor Enildo, que me compreende, me dá amor, força e carinho. A todas as minhas amigas, que levantam meu astral, especialmente a dupla Leila Lopes e Íris Fernandes, amadas e eternas companheiras. A nossa Professora-orientadora Lucieny da Silva Pontes, pelo incentivo, simpatia, presteza, no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e normatização deste trabalho. Ao reitor Édson Franco, ao coordenador Wagner Muniz e a todos os professores que contribuíram para minha formação. A todos os colaboradores, funcionários da FSCMP que se dispuseram a nos ajudar em nossa pesquisa, em especial as Nutricionistas Cileia e Terezinha Borges e a Psicóloga Vanderlúcia da Silva Ponte, que se mostraram sempre dispostas e empenhadas em nos dar suporte.

Kaline Vasconcelos.

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8

A Deus fonte de luz e sabedoria, pela força e coragem concedidas a mim, estando comigo em toda a trajetória, por todos os momentos de alegrias e tristezas, pelo crescimento pessoal que estes quatro anos me proporcionaram e por realizar este sonho e por cumprir com sua promessa. Realmente ele é Fiel! Aos meus pais Carlos e Ivone Silva, por acreditarem e se sacrificarem tanto por mim, por sempre estarem ao meu lado, nos altos e baixos da vida, que me apoiaram nos meus dias difíceis, que me deram carinho, atenção e educação necessária para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Aos meus avós Benedita, Catarina, Antonio e Milton, que tanto oraram e me apoiaram. Aos meus irmãos Leonardo e Luciany, que sempre estiveram na torcida. As minhas amigas, companheiras, confidentes e quase irmãs Iris e Kaline. Aos amigos de perto ou de longe que de alguma forma torceram por mim. Agradeço também, as pessoas especiais que entraram em minha vida, especialmente a Johab Quadros. Aos pacientes que convivi durante esses quatro anos, pelo amor e carinho. Ao reitor Édson Franco, ao coordenador Wagner Muniz. Aos mestres um obrigado gigantesco pela dedicação, pelas palavras verdadeiras em especial nossa professora-orientadora Lucieny da Silva Pontes. Aos colabores da FSCMP especialmente as Nutricionistas Ciléia, Terezinha e a Psicóloga Vanderlúcia da SilvaPonte.

Leila Lopes

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A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

Albert Einstein

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RESUMO

Introdução: a preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores da saúde tem sido um

foco constante de atenção. Em particular, o setor da Gerência de Assistência Nutricional da

Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, que é um setor que lida com produção de

alimentos, divisões de nutrição e dietética vem sendo citado por seu alto índice de

absenteísmo e pedidos de relotações. Fatores relacionados à organização do trabalho como

ritmo e esforço de trabalho intenso, horários prolongados e sobrecarga de trabalho, pressão

em função dos horários, movimentos repetitivos, parecem interferir podendo repercutir

negativamente na saúde e na qualidade de vida desses trabalhadores. Objetivos: analisar a

qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da gerência de assistência

nutricional da FSCMP. Materiais e Método: Este estudo caracteriza-se por ser do tipo

observacional e transversal. Realizado com 62 funcionários da Gerência de Assistência

Nutricional da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Sendo o questionário SF-36 o

instrumento de avaliação, a pesquisa foi realizada no período de 02 a 20 de setembro de 2009.

Resultados: foram encontrados para o domínio estado geral de saúde a média de 58,2, dor

62,9, vitalidade 71,9, aspectos físicos 72,2, capacidade funcional 72,3, aspectos emocionais

74,7, aspectos sociais 77,6 e para saúde mental 81,0 pontos. Conclusões: Os funcionários da

gerência de assistência nutricional são adultos jovens, faixa etária prevalente entre 30-40

anos, sendo a maioria do sexo feminino e apresentam uma boa qualidade de vida segundo o

questionário SF-36.

Palavras-chave: qualidade de vida. saúde. gerência de assistência nutricional. questionário genérico de avaliação SF-36.

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ABSTRACT

Introduction: the concern with the quality of life of health workers has been a constant focus of attention. In particular, the section of the Department of Nutritional Assistance Foundation of Santa Casa de Misericordia do Para, which is a sector that deals with food production, division of nutrition and dietetics has been cited for its high rate of absenteeism and applications relotações. Factors related to work organization and pace and effort of hard work, long hours and heavy workload, pressure according to the schedules, repetitive movements, may appear to interfere negatively impact the health and quality of life of these workers. Objectives: To analyze the quality of life according to the SF-36 employees in management of nutritional care FSCMP. Materials and Methods: This study characterizes for being an observational and transversal. Conducted with 62 officials of Department of Nutritional Assistance Foundation of Santa Casa de Misericordia do Para As the SF-36 assessment instrument, the survey was conducted in the period of 02 to 20 September 2009. Results were found in the area general health averaged 58.2, 62.9 pain, vitality 71.9, 72.2 physical, functional capacity, 72.3, 74.7 emotional aspects, social aspects, 77, 6 and mental health 81.0 points. Conclusions: The staff management for nutritional care are young adults, prevalent age group between 30-40 years, mostly female and have a good quality of life according to SF-36. Keywords: quality of life. health. Nutritional management assistance. generic questionnaire SF-36 assessment.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores referentes ao sexo da amostra

43

Tabela 2 - Valores referentes à idade (em anos) da amostra

44

Tabela 3 - Valores referentes ao tempo de serviço (em anos) da amostra

44

Tabela 4 - Aspectos quantitativos da avaliação da qualidade de vida (SF-36), n=62

45

Tabela 5 - Mediana, Primeiro Quartil (1Q) e terceiro Quartil (3Q) dos domínios da qualidade de vida (|SF-36), conforme o Sexo do funcionário: feminino (n=44), masculino (n=18)

47

Tabela 6 - Mediana, Primeiro Quartil (1Q) e terceiro Quartil (3Q) dos domínios da qualidade de vida (|SF-36), conforme as Faixas Etárias: Até 30 anos (n=10), Entre 30 e 40 anos (29) e Maior que 40 anos (n=23)

49

Tabela 7 - Mediana, Primeiro Quartil e Terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de vida (SF-36), conforme o Tempo de Serviço: Menos que 3 anos (n=28), Entre 3 e 6 anos (n=14) e Mais que 6 anos (n=20)

51

Tabela 8 - Média e mediana dos domínios que compõem a qualidade de vida (SF-36) conforme o nível educacional do profissional (Nutricionistas e Agente de artes práticas), n=62.

53

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mediana e desvio interquartílico (1º quartil ao 3º quartil) da avaliação da qualidade de vida (SF-36), n=62

46

Figura 2: Mediana, Primeiro Quartil e Terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de vida (SF-36), conforme o Sexo: feminino (n=44) , masculino (n=18)

48

Figura 3: Mediana, primeiro Quartil e terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de vida (|SF-36), conforme as Faixas Etárias: Até 30 anos (n=10), Entre 30 e 40 anos (29) e Maior que 40 anos (n=23)

50

Figura 4: Mediana, Primeiro Quartil e Terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de vida (SF-36), conforme o Tempo de Serviço: Menos que 3 anos (n=28), Entre 3 e 6 anos (n=14) e Mais que 6 anos (n=20)

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AEPS Anuário Estatístico da Previdência Social CID Código Internacional de Doenças DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho FSCMP Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará GAN Gerência de Assistência Nutricional GST Gerência de Saúde do Trabalhador LER Lesões por Esforço Repetitivo MS Ministério da Saúde OMS Organização Mundial de Saúde QV Qualidade de Vida QVRS Qualidade de Vida Relacionada à Saúde QVT Qualidade de Vida no Trabalho RGPS3 Regime Geral de Previdência Social SEAD Secretária de Estado de Administração SF-36 Questionário Medical Outcomes Study 36- Item short- Form Health Survey SUS Sistema Único de Saúde UAN Unidade de Assistência Nutricional

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

16

2 OBJETIVOS

20

2.1 OBJETIVO GERAL

20

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

20

3 REFERENCIAL TEÓRICO

21

3.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

21

3.2 TRABALHADORES DA SAÚDE

27

3.3 UNIDADE DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (UAN) NO AMBIENTE HOSPITALAR

29

3.4 QUALIDADE DE VIDA

34

4 MATERIAIS E MÉTODOS

37

5 RESULTADOS

43

6 DISCUSSÃO

54

7 CONCLUSÕES

59

REFERÊNCIAS

60

APÊNDICE A - Aceite do Orientador

67

APÊNDICE B - Aceite do Co-orientador

68

APÊNDICE C - Carta de aceite

69

APÊNDICE D - Carta do CEP

70

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecimento

71

ANEXO B - Ficha de identificação

72

ANEXO C - Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida SF-36

73

ANEXO D – População alvo do estudo

77

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é definida como “estado de

completo bem-estar físico, mental e social e não somente pela ausência de doença ou

enfermidade”. Atualmente, o conceito tornou-se mais abrangente e passou a ser denominado

qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) (POMPEU; MENESES, 2008).

A QVRS refere-se à percepção que o indivíduo possui em relação à sua doença e seus

efeitos na própria vida, incluindo a satisfação pessoal associada ao seu bem estar físico,

funcional, emocional e social (LANA et al, 2007).

O conceito de qualidade de vida (QV) é bastante complexo e, em geral, saúde é aceita

como parte essencial desta, que engloba um conceito multidimensional que reflete a avaliação

subjetiva de satisfação pessoal em relação ao bem-estar físico, funcional, emocional e social

(POMPEU; MENESES, 2008).

A qualidade de vida (QV) é definida por Goulart e Sampaio (2004), como “a maneira

pela qual o indivíduo interage (com sua individualidade e subjetividade) com o mundo

externo; portanto, a maneira como o sujeito é influenciado e como influencia o meio”. Desta

afirmativa, tem-se a qualidade de vida como o equilíbrio entre as forças internas e externas.

Vários autores fazem distinção entre a qualidade de vida dentro e fora do trabalho.

Enquanto a qualidade de vida diz respeito a assuntos relacionados à saúde, educação,

moradia, entre outros, que não são de responsabilidade imediata da empresa, a qualidade de

vida no trabalho diz respeito a assuntos relacionados diretamente com o ambiente de trabalho.

Mendes e Leite (2004), defendem que a qualidade de vida no trabalho é aquela

relacionada somente ao trabalho, sendo que a satisfação no trabalho mantém relação direta

com a qualidade de vida fora e dentro do trabalho. Assim, é que os funcionários que tem uma

vida familiar insatisfatória e satisfatória no trabalho são mais receptivos e menos exigentes em

seus critérios para receber a satisfação.

Segundo Sucesso (2002), qualidade de vida no trabalho diz respeito à renda capaz de

satisfazer as expectativas pessoais e sociais; ao orgulho pelo trabalho realizado; à vida

emocional satisfatória; à auto-estima; à imagem da empresa/instituição junto à opinião

pública; ao equilíbrio entre trabalho e lazer; aos horários e condições sensatos de trabalho; às

oportunidades e perspectivas de carreira; à possibilidade de uso do potencial; ao respeito aos

direitos; e à justiça nas recompensas.

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Nas últimas décadas, desfechos como a qualidade de vida relacionada à saúde,

capacidade funcional, escalas de dor, e satisfação têm sido enfatizados por possibilitarem a

análise da situação de saúde e as manifestações da doença na vida do indivíduo em sua

própria perspectiva (subjetividade), completando os dados clínicos e objetivos (LOPES;

CICONELLI; REIS, 2007).

Para Damas (2004), a qualidade de vida do profissional da saúde sofre interferências

importantes devido à organização no processo de trabalho, ambiência e relações inter e

intrapessoais. Diariamente, são expostos a dor, doença e morte para quem essas experiências

não são mais conceitos abstratos, mas sim, realidades comuns.

O trabalho em saúde impõe aos profissionais da área uma rotina carregada de alto grau

de tensão que envolve toda a equipe. Inúmeras pessoas transitando e conversando, sons

agudos, intermitentes e variados, queixas constantes, ansiedade, tristeza, dor, morte e longas

jornadas de trabalho constituem o cotidiano da maioria desses profissionais (REMEN, 1993).

Como conseqüência, foram desenvolvidos e publicados uma variedade de

instrumentos, questionários e escalas que abordam esse tipo de variável, já que o exame

objetivo é um indicador escasso para avaliação dos aspectos funcionais, sociais e emocionais

(LOPES; CICONELLI; REIS, 2007).

Os instrumentos classificados como genéricos quantificam a percepção do indivíduo

sobre seu estado geral de saúde. Sua desvantagem é o fato de que podem não detectar

mudanças em aspectos específicos. Apesar disso, eles são suficientemente precisos para as

análises de grupos sobre aspectos geral da saúde. A maioria deles tem mais de um domínio e

discrimina funções físicas, emocionais e sociais (LOPES; CICONELLI; REIS, 2007).

O questionário Medical Outcomes Study 36- Item short- Form Health Survey (SF-36),

é um instrumento genérico, utilizado para avaliar de forma ampla e completa o termo

qualidade de vida.

A avaliação de qualidade de vida é feita basicamente pela administração de

instrumentos ou questionários que, em sua grande maioria, foram formulados na língua

inglesa, direcionados para a utilização na população que fala esse idioma. Portanto, para que

possa ser utilizado em outro idioma devem seguir-se normas pré-estabelecidas na literatura

para sua tradução e, posteriormente, suas propriedades de medida devem ser demonstradas

num contexto cultural específico (MATHIAS; FIFER; PATRICK, 1994), (GUILLEMIN,

1995).

A escolha desse instrumento fundamentou- se na necessidade de termos uma cópia

traduzida para língua portuguesa, um questionário de avaliação genérica de saúde, bem

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18

desenhado, cujas propriedades de medida, como reprodutibilidade, validade e suscetibilidade

a alterações, já tivessem sido demonstradas em outros trabalhos.

Durante a construção do processo de trabalho é importante compreender a

operacionalidade desse processo e o quão satisfeito está o trabalhador com as relações de

trabalho, com a sua participação nesse processo e quão realizada está dentro desse contexto.

Partindo desse principio, talvez se encontre respostas para o alto índice de absenteísmo e

solicitações de relotações em alguns setores da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

(FSCMP).

Na área específica de Gerência e Assistência Nutricional (GAN) da FSCMP tem como

característica a prestação diária, ininterrupta e contínua de serviços, sob rigorosos padrões de

qualidade, independente do número de funcionários presentes no dia.

Assim, a falta de um elemento da equipe gera atrasos e sobrecarregam os

trabalhadores presentes, a situação torna-se crítica se houver várias ausências no dia e/ou se

essas ausências não forem momentâneas. A questão do absenteísmo nesses serviços é um dos

principais problemas que afeta não só a eficácia, mas principalmente o atendimento prestado

aos pacientes.

De acordo com os dados estatísticos da Gerência de Saúde do Trabalhador (GST),

dentre os funcionários da Santa Casa de Misericórdia do Pará na GAN foram constatados

22% dos pedidos de relotação e 40% do índice de absenteísmo.

Por se tratar de um setor que lida com produção de alimentos, as divisões de nutrição e

dietética dos hospitais oferecem muitos riscos à saúde e condições inadequadas de trabalho

aos funcionários, ocasionando problemas principalmente relacionados com o desconforto

ambiental dos setores e os riscos de acidente, pelos mesmos lidarem com equipamentos

elétricos, utensílios e instrumentos cortantes, condições estas que reduzem a qualidade do

trabalho e diminuem a produtividade (SANT’ANA et al., 1994).

Silva (2008), afirma que na cozinha hospitalar o conforto e a estética deverão ser

observados, visando despertar no funcionário orgulho pelo local de trabalho, estímulo e

satisfação. A ambiência do trabalho é considerada como o “conjunto de elementos

envolventes que condicionam as atividades administrativas operacionais e determinam, em

grande parte, a qualidade e a quantidade de trabalho produzido”, e existem vários fatores que

interferem diretamente na produção como: iluminação, ventilação, temperatura, umidade,

sonorização, cor, configuração geométrica e piso.

Tendo em vista o alto índice de relotação e de absenteísmo da GAN, se faz necessário

investigar quais os fatores que geram esse quadro, com a finalidade de identificar os nós

Page 19: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

19

críticos nesse setor e investigar como se encontra a qualidade de vida desses trabalhadores

segundo o questionário SF-36.

Baseando-se na política de Humanização do SUS que focaliza a atenção ao servidor e

usuários, terá inicio essa pesquisa que faz parte de um projeto maior denominado Projeto

Ciranda: cuidar de quem cuida, direcionado a atender as demandas do servidor da FSCMP.

Desse modo, será investigada a qualidade de vida dos funcionários da GAN.

Page 20: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

20

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da

gerência de assistência nutricional da FSCMP.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

• verificar as diferenças entre sexo e idade;

• identificar a qualidade de vida de acordo com a profissão e tempo de serviço;

• analisar a vitalidade e o estado de saúde em que o trabalhador se encontra;

• verificar as limitações por aspectos físicos da dor;

• identificar aspectos da saúde mental;

• identificar aspectos sociais;

• formar um banco de dados na área de prevenção e tratamento das doenças do

trabalhador.

Page 21: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

21

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

A saúde do trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que tem como objeto de

estudo e intervenção as relações entre o trabalho e a saúde. Tem como objetivo a promoção e

a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos

riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e

a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de

diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no Sistema Único de Saúde (SUS)

(BRASIL, 2001).

Entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os

condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas

condições de vida e os fatores de risco ocupacionais – físicos, químicos, biológicos,

mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral – presentes nos processos de trabalho.

Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos processos de

trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho em toda a sua complexidade, por meio de

uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial (BRASIL, 2001).

As condições de trabalho implicam não só nas condições ambientais e nos riscos

específicos no trabalho dos grupos de trabalhadores. Daí a necessidade da introdução da

subjetividade dos mesmos refletindo a representação de seu modo específico de trabalhar,

desgastar-se, incluindo neste contexto a saúde mental e o estresse.

A saúde do trabalhador é, portanto, a área de conhecimento, de aplicação técnica e

política na saúde que dá conta das relações entre trabalho e saúde.

Araújo et al. (2003), afirmam que a teoria do estresse fundamenta-se na avaliação de

como o organismo responde às demandas do ambiente externo, sendo o estresse produzido em

situações em que as demandas excedem as capacidades individuais de responder a esses

estímulos.

Heloani e Capitão (2003), afirmam que atualmente, existe uma pressão constante

contra a grande massa de trabalhadores existente em quase todo o mundo, uma ameaça com

objetivo certeiro no qual faz com que milhares de pessoas sintam-se sobressaltadas, pois a

Page 22: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

22

única ferramenta de que dispõe, sua força de trabalho, esse princípio de realidade adentra e

fere o psiquismo humano e atinge a saúde mental de várias pessoas.

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) as relações entre trabalho e saúde do

trabalhador conformam um mosaico, coexistindo múltiplas situações de trabalho

caracterizadas por diferentes estágios de incorporação tecnológica, diferentes formas de

organização e gestão, relações e formas de contrato de trabalho, que se refletem sobre o viver,

o adoecer e o morrer dos trabalhadores. A adoção de novas tecnologias e métodos gerenciais

facilitam a intensificação do trabalho que, aliada à instabilidade no emprego, modificam o

perfil de adoecimento e sofrimento dos trabalhadores, expressando-se, entre outros, pelo

aumento da prevalência de doenças relacionadas ao trabalho, como as lesões por esforços

repetitivos (LER), também denominadas de distúrbios osteomusculares relacionados ao

trabalho (DORT). Assim, caracterizam o surgimento de novas formas de adoecimento, como

o estresse e a fadiga física e mental e outras manifestações de sofrimento relacionadas ao

trabalho. Configuram, portanto, situações que exigem mais pesquisas e conhecimento para

que se possam traçar propostas coerentes e efetivas de intervenção.

De modo esquemático, pode-se dizer que o perfil de morbimortalidade dos

trabalhadores caracteriza-se pela coexistência de agravos que têm relação direta com

condições de trabalho específicas, como os acidentes de trabalho típicos e as doenças

profissionais; as doenças relacionadas ao trabalho, que têm sua freqüência, surgimento e/ou

gravidade modificadas pelo trabalho e doenças comuns ao conjunto da população, que não

guardam relação etiológica com o trabalho.

Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população em

geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de

risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao

trabalho, como conseqüência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições

adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de adoecimento e morte dos

trabalhadores resultará da amalgamação desses fatores, que podem ser sintetizados em quatro

grupos de causas (MENDES; DIAS, 1999):

• doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho;

• doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas, traumáticas, dentre

outros). Eventualmente modificadas no aumento da freqüência de sua ocorrência ou na

precocidade de seu surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho. A

hipertensão arterial em motoristas de ônibus urbanos, nas grandes cidades, exemplifica esta

possibilidade;

Page 23: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

23

• doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia ampliado ou tornado mais

complexo pelo trabalho. A asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva

induzida pelo ruído (ocupacional), doenças músculo-esqueléticas e alguns transtornos mentais

exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se (efeito

aditivo) ou multiplicam-se (efeito sinérgico) as condições provocadoras ou desencadeadoras

destes quadros nosológicos;

• agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do trabalho e pelas doenças

profissionais.

As condições ergonômicas do ambiente de trabalho em que muitas vezes os

trabalhadores são submetidos levam a um alto índice de acidente de trabalho.

O acidente de trabalho pode ser definido como o evento súbito ocorrido no exercício

de atividade laboral, independentemente da situação empregatícia e previdenciária do

trabalhador acidentado, e que acarreta dano à saúde, potencial ou imediato, provocando lesão

corporal ou perturbação funcional que causa direta ou indiretamente a morte, a perda ou

redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 2001).

Segundo o Ministério da Previdência Social (BRASIL, 1999), o acidente de trabalho

ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado,

trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial, no exercício de

suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional causando a morte, a

perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.

Atualmente existe uma preocupação com os dados divulgados sobre acidentes de

trabalho ocorridos no Brasil. De acordo com dados disponíveis no Anuário Estatístico da

Previdência Social - AEPS, no ano de 2004 foram registrados 458.956 acidentes de trabalho

no Brasil, quantidade que representa cerca de 1,9% do total de trabalhadores do setor privado

inscritos no Regime Geral de Previdência Social – RGPS3. Em outras palavras, de cada 1.000

trabalhadores brasileiros, cerca de 18,9 sofreram algum tipo de acidente de trabalho

(BRASIL, 2006).

Entretanto, vale chamar atenção para a evolução pouco previsível das taxas de

crescimento do número de acidentes de trabalho entre os anos estudados. Este fenômeno

possivelmente está atrelado à subnotificação de registros, que pode provocar distorções na

percepção quanto à evolução dos registros de acidentes de trabalho (BRASIL, 2006).

Em relação à idade, observa-se claramente uma concentração de casos entre os

trabalhadores mais jovens – com idade entre 20 e 29 anos. Esta situação pode estar

relacionado, em alguma medida, à pouca experiência profissional e/ou à insuficiência de

Page 24: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

24

qualificação adequada para o exercício das atividades. Vale mencionar que, de acordo com os

dados do AEPS 2004, os pés, as mãos e a cabeça concentram os locais do corpo mais

atingidos pelos acidentes de trabalho registrados. Os ferimentos - segundo os códigos da

Classificação Internacional de Doenças – CID - mais freqüentes são, em ordem decrescente,

ferimento do punho e da mão, fratura do punho e da mão e trauma superficial do punho e da

mão (BRASIL, 2006).

Do total de acidentes registrados em 2004, a exemplo do que ocorreu em todos os

demais anos da série histórica analisada, a maior parte – cerca de 81,0% do total ou 371.482 –

corresponde a acidentes típicos, ou seja, a eventos ocorridos durante o exercício da atividade

profissional. Em relação à localização geográfica, a Região Norte ficou com a quantidade de

17.778 acidentes de trabalho (3,9%) (BRASIL, 2006).

Com relação à aposentadoria que é um benefício concedido aos trabalhadores que, por

doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da previdência social

incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o

sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à previdência social,

já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade. A

aposentadoria por idade é um direito aos trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos

65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade (BRASIL, 2009).

Quanto à aposentadoria por tempo de contribuição pode ser integral ou proporcional.

Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35

anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria

proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade

mínima. Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30

anos de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de

dezembro de 1998 para completar 30 anos de contribuição. As mulheres têm direito à

proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o

tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 25 anos de contribuição

(BRASIL, 2009).

Existem variadas maneiras de atuar sobre estas realidades no sentido de prevenir e

identificar sua ocorrência, e reparar seus resultados, por isso hoje existe uma preocupação do

Sistema Único de Saúde (SUS) em formular políticas que assistam o trabalhador da saúde, em

decorrência disto, foi instituída pelo Ministério da Saúde em 2003, a Política Nacional de

Humanização da Atenção e Gestão do SUS (HumanizaSUS) foi formulada a partir da

sistematização de experiências do chamado “SUS que dá certo”. Ela reconhece que Estados,

Page 25: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

25

Municípios e serviços de saúde estão implantando práticas de humanização nas ações de

atenção e gestão com bons resultados, contribuindo para a legitimação do SUS como política

pública.

A Lei n° 8.080 de 19 de Setembro de 1990, dispõe sobre as condições para a

promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços

correspondentes e dá outras providências. Esta Lei regula, em todo o território nacional, as

ações e serviços de saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou

eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. Sobre o

funcionamento dos serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por

iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas e de

direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde. Portanto, a saúde é um direito

de todos e cabe ao estado o dever de promover, prevenir e restaurar condições de

adoecimento.

Segundo Brasil (2002), o HumanizaSUS tem o objetivo de efetivar os princípios do

Sistema Único de Saúde no cotidiano das práticas de atenção e de gestão, assim como

estimular trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção de saúde e

a produção de sujeitos. Busca-se um SUS humanizado, comprometido com a defesa da vida e

fortalecido em seu processo de pactuação democrática e coletiva.

A Humanização vista não como programa, mas como política que atravessa as

diferentes ações e instâncias gestoras do SUS, implica na valorização do servidor, fomento da

autonomia e do protagonismo, aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde

e de sujeitos, estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de

gestão, identificação das necessidades sociais de saúde, mudança nos modelos de atenção e

gestão dos processos de trabalho tendo como foco as necessidades dos cidadãos e a produção

de saúde, compromisso com a ambiência, melhoria das condições de trabalho e de

atendimento.

A Política Nacional de Humanização, grosso modo, se apresenta como uma oferta

metodológica. Ela é um modo de fazer mudanças na saúde cuja premissa é à inclusão.

Considera que as mudanças no processo de produção de saúde são tarefas para os homens e

mulheres que estão em relação no cotidiano das práticas. Busca incluir o outro, incorporando

a diferença e a perturbação que esta inclusão dos sujeitos produz na gestão e nas formas do

cuidado. Incluir para co-produzir novos modos de gerir e novos modos de cuidar. Incluir para

produzir mais e melhor saúde (BRASIL, 2001).

Page 26: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

26

A humanização é entendida como valor, na medida em que resgata o respeito à vida

humana. Abrange circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presente em todo

relacionamento humano. Esse valor é definido em função de seu caráter complementar aos

aspectos técnico – científicos que privilegiam a objetividade, a generalidade, a casualidade e a

especialização do saber. A humanização em saúde, portanto, esta relacionada ao resgate do

respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e

psíquicas presentes em todo relacionamento humano (BRASIL, 2001).

Na Gerência de Assistência Nutricional (GAN), existem as rodas de conversa para

apaziguar os conflitos internos e o elevado índice de absenteísmo e os pedidos de relotações.

O SF-36 não tem uma abrangência para analisar os conflitos interpessoais. Sendo esse

um dos principais motivos de reclamação no setor, segundo dados cedidos pela Gerência de

Saúde do Trabalhador (GST).

O ponto-chave do trabalho de humanização está em fortalecer este comportamento

ético de articular o cuidado técnico- científico, já construído, conhecido e dominado, com o

cuidado que incorpora a necessidade de explorar e acolher o imprevisível, o incontrolável, o

diferente e singular. Trata-se de um agir inspirado em uma disposição de acolher e de

respeitar o outro como um ser autônomo e digno. É necessário repensar as práticas das

instituições de saúde, buscando opções de diferentes formas de atendimento e de trabalho que

preservem este posicionamento ético no contato pessoal e no desenvolvimento de

competências relacionais (BRASIL, 2001).

O Projeto Ciranda: cuidar de quem cuida, o qual este trabalho está inserido tem como

proposta a prevenção, promoção e reabilitação fundamentado sobre a política de humanização

do SUS. O projeto em questão tem como principal objetivo à implantação de um programa de

ensino, extensão e pesquisa na área de saúde e ambiente. Propõe-se o desenvolvimento de

ações no campo da promoção e prevenção da saúde, com maior ênfase na identificação de

riscos ambientais, distúrbios funcionais, reabilitação física e adequação funcional para os

trabalhadores da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP).

O projeto se divide em três eixos: a) extensão – humanização, promoção, prevenção e

reabilitação da saúde; b) ensino – educação permanente; c) pesquisa em saúde e ambiente.

O presente projeto está no eixo da pesquisa, cujo componente em destaque é avaliar a

qualidade de vida dos trabalhadores dos grupos de risco, sendo a GAN escolhida devido o alto

índice de absenteísmo, pedidos de relotação, e conflitos interpessoais apresentados no ano de

2008.

Page 27: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

27

Por meio dos resultados deste estudo e de outros trabalhos inclusos no eixo da

pesquisa, serão implementados pelo Projeto Ciranda o programa em que os sujeitos

participantes se beneficiem com a prática regular e sistemática de ações terapêuticas e

exercícios físicos, valorizem o autocuidado em saúde, melhorem as relações interpessoais,

desenvolva a participação e co-gestão no trabalho, visando fazer do processo de trabalho um

espaço de aprendizagem e produção de saber, tendo em vista a produção de sujeitos e

cidadania.

3.2 TRABALHADORES DA SAÚDE

Os estudos de saúde ocupacional em funcionários de hospitais abordam

prioritariamente as profissões e áreas que cuidam diretamente da saúde do paciente, por ser

esta sua atividade fim. Os setores de produção de alimentos, embora importantes, são menos

abordados (GLINA et al., 2008).

Faleiro e Vendruscolo (2006), destacam que os hospitais têm sido espaços de

concentração de trabalhadores de diversas áreas, desde médicos, enfermeiros, auxiliares de

enfermagem, operadores de máquinas, entre muitos outros, que se inter-relacionam com os

usuários dos serviços, num ambiente permeado de dor e sofrimento.

Os trabalhadores da saúde atuantes em unidades hospitalares estão expostos a muitos

riscos ocupacionais culminando em acidentes de trabalho de variadas naturezas, destacando-

se que estes são ambientes complexos, e assim, apresentam elevado número de riscos

ocupacionais para os seus profissionais, tanto da área de atendimento aos pacientes como de

todas aquelas de apoio destes serviços de atenção à saúde (ALMEIDA; PAGLIUCA; LEITE,

2005).

Os riscos nas unidades hospitalares são decorrentes, de maneira especial, da

assistência direta prestada pelos profissionais de saúde à pacientes em diversos graus de

gravidade, assistência esta que implica no manuseio de equipamentos pesados e materiais

perfurantes e/ou cortantes muitas vezes contaminados por sangue e outros fluidos e

quimioterápicos, no descarte de materiais contaminados no lixo hospitalar, nas relações

interpessoais de trabalho e produção, no trabalho em turnos, no trabalho predominantemente

feminino, nos baixos salários, na tensão emocional advinda do convívio com a dor, o

Page 28: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

28

sofrimento e, muitas vezes, da perda da vida, entre outros (FALEIRO; VENDRUSCOLO,

2006).

O alto índice de absenteísmo em muitas unidades hospitalares é uma característica que

faz parte do perfil dos funcionários, a Fundação Européia (1997), define absenteísmo como a

incapacidade temporária, prolongada ou permanente para trabalhar em resultado de doença ou

de enfermidade.

Para Primo (2008), a ausência do trabalho por motivos de doença causa um reflexo na

saúde pública, essa falta tem um impacto econômico, porque vai refletir na produção

aumentando o custo operacional e reduzindo a eficácia do trabalho, além de, sobrecarregar as

pessoas que permanecem no trabalho no qual vão executar tarefas dos colegas ausentes

causando uma sobrecarga nos mesmos e levando ao aparecimento de novos problemas de

saúde e possível afastamento no futuro.

O absenteísmo causa um efeito negativo para a economia nacional, pois ocorre perda

de produção devido à redução da força de trabalho disponível e aumento dos custos com

tratamentos médicos e segurança social. A doença é a principal razão do absenteísmo,

contudo há vários motivos que justificam ou não a falta como certas disposições do sistema

de segurança social (FUNDAÇÃO EUROPÉIA, 1997).

Silva (2006), afirma que as causas que levam a falta no trabalho nem sempre estão

ligadas ao trabalhador, mas sim nas empresas que possuem organização e supervisão

deficientes, tarefas repetitivas, desmotivação e desestímulos, ambiente desfavorável, precária

integração entre os empregados, impactos psicológicos de uma direção deficiente que não visa

a qualidade de vida do trabalhador.

A diferença no absenteísmo entre homens e mulheres, segundo Mastekaasa e Olsen

(1998), não decorre das condições de trabalho nem da maior responsabilidade imposta às

mulheres pelo cuidado a filhos, mas sim, das condições gerais de saúde e das diferenças de

personalidade. Os efeitos das diferentes fontes de estresse na vida e no trabalho sobre o bem

estar físico e emocional são diferentes para homens e mulheres.

Segundo Hendrix; Spencer; Gibson (1994), a variável sexo modera o efeito dessas

fontes de estresse, as mulheres sofrem níveis mais elevados de estresse no trabalho e de

absenteísmo e baixos estados emocionais de bem estar.

Para Giatti e Barreto (2002), nas últimas décadas, o Brasil vem passando por intensas

transformações econômicas, demográficas e culturais. Um aspecto importante dessas

transformações é a crescente participação feminina no mercado de trabalho.

Page 29: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

29

A GST comprovou, que de um total de 2.469 trabalhadores da Fundação Santa Casa

de Misericórdia, no período de janeiro a dezembro de 2008 registrou-se 5.594 dias não

trabalhados, ou seja, o número absoluto de dias ausentes do trabalho do total de dias de todos

os trabalhadores que solicitaram licença, inclusive as licenças maternidade. Dessa somatória

de licenças - entrega de atestados - o tempo médio de afastamento sugere licenças de 1 a 3

dias.

De acordo com os dados estatísticos de 2008, a GST observou um índice de

absenteísmo em maior escala na GAN, com 40%, considerando-se a incidência e prevalência

de doenças relacionadas ao trabalho, merece destaque o número de dias de licenças, pois se

percebe que os atestados de licenças, na sua grande maioria não são superiores a 3 (três) dias.

Tal número de dias de licença se justifica pelo fato do setor homologar os atestados sem

precisar encaminhar os trabalhadores para a perícia da Secretária de Estado de Administração

(SEAD) sendo, portanto, em menor proporção as licenças superiores a 3 (três) dias. As

doenças que ocorrem com maior freqüência, são a diarréia e gastroenterite de origem

infecciosa presumível (CID A09), pessoa em boa saúde acompanhando pessoa doente (CID Z

76.3) e hipertensão essencial (primária) (CID I10).

Os setores em que mais se originam os pedidos de relotação decorrem da GAN, com

22%. É importante destacar que a GAN apresenta o maior quantitativo de Agente de Artes

Práticas, razão pela qual, talvez incida sobre essa categoria também, o maior número de

processos de relotação.

O alto índice de pedidos de relotação e absenteísmo dentro da GAN talvez se

justifiquem também pelas relações interpessoais que não foram avaliadas no questionário SF-

36, mas foram ouvidos relatos durante a pesquisa sobre conflitos internos e problemas devido

à submissão hierárquica entre outros, os fatos talvez prejudiquem o bem estar destes

trabalhadores.

3.3 UNIDADE DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (UAN) NO AMBIENTE

HOSPITALAR

As Unidades de Assistência Nutricional (UAN) são unidades que pertencem ao setor

de alimentação coletiva, cuja finalidade é administrar a produção de refeições

nutricionalmente equilibradas com bom padrão higiênico-sanitário para consumo fora do lar,

Page 30: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

30

dessa forma contribuindo para manter ou recuperar a saúde de coletividades, e ainda,

auxiliando no desenvolvimento de hábitos alimentares. Atendem clientela definida –

comunidade de direito ou de fato – e podem estar situadas em empresas, escolas,

universidades, hospitais, asilos, orfanatos, dentre outras instituições (COLARES; FREITAS,

2007).

Apesar dos avanços tecnológicos que vêm sendo incorporados a essas unidades, em

relação à matéria-prima, aos métodos de trabalho e aos equipamentos, os locais destinados ao

preparo das refeições apresentam, em geral, condições físicas inadequadas como: ruído

excessivo, temperatura elevada, iluminação deficiente, arranjo físico e instalações precárias

(COLARES; FREITAS, 2007).

Aliado a isso, outros fatores relacionados à organização do trabalho como ritmo e

esforço de trabalho intenso, horários prolongados e sobrecarga de trabalho, pressão em função

dos horários, exigência de postura inadequada, movimentos repetitivos na execução das

tarefas, número insuficiente de trabalhadores em função do custo, normas e práticas exigidas

nem sempre bem explicitadas e falta de prescrição clara das pausas de recuperação,

influenciam tanto na produtividade como na saúde dos operadores (COLARES; FREITAS,

2007).

A rotina nas unidades de assistência nutricional é caracterizada por movimentos

repetitivos, levantamento de peso excessivo e permanência por períodos prolongados na

postura em pé, além de tentar ajustar-se aos horários de distribuição das refeições,

condicionando e/ou modificando constantemente o modo operatório dos operadores, a fim de

atender a demanda (MONTEIRO; SANTANA; DUARTE, 1997).

Neste sentido, surge a preocupação com a saúde dos colaboradores das unidades de

assistência nutricional, na medida da conscientização de que as condições de trabalho e de

saúde estão diretamente relacionadas com o desempenho e produtividade (MATOS, 2000;

PROENÇA, 1993). Sendo assim, torna-se necessário criar condições adequadas para que as

pessoas possam desenvolver a sua criatividade e evitar aquelas que possa gerar uma má

qualidade de vida e estresse no trabalho. E isso passa pelas contribuições da ergonomia.

Observa-se que nos estudos conduzidos em UAN que tratam de inovações em termos

organizacionais ou tecnológicos, ainda é incipiente a discussão sobre a repercussão destas

sobre a saúde física e psíquica dos trabalhadores, visto que dão ênfase mais à produtividade e

qualidade do produto final (LOURENÇO; MENEZES, 2008).

A GAN é responsável pelo fornecimento de refeições a pacientes internados,

acompanhantes e funcionários para garantir qualidade e segurança na assistência nutricional

Page 31: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

31

prestada aos internos. Além de organizar, padronizar e orientar os funcionários do setor, todos

os procedimentos e rotinas realizados, zelando desta forma com a qualidade prestada.

A GAN abrange a produção de refeições hospitalares desenvolvidas na cozinha geral e

dietética, a produção de mamadeiras no lactário, bem como a produção de refeições para

funcionários e acompanhantes de pacientes. Sendo que todos os recursos financeiros são

provenientes de fontes públicas. São preparadas em média 70.012 refeições diárias, sendo

27.771 para os funcionários e 42.241 para pacientes e acompanhantes (recebem apenas

desjejum, almoço e jantar), são oferecidas por meio de dois sistemas de distribuição: refeitório

para os funcionários e diretamente nas enfermarias para os pacientes e acompanhantes. As

refeições oferecidas são dividas em seis: desjejum; lanche da manhã; almoço; lanche da tarde;

jantar e ceia.

Atualmente, a GAN possui um total de 111 funcionários - varia de acordo com as

relotações e vencimento de contrato - sendo estes: 22 nutricionistas, 74 agentes de artes

práticas (cozinheiros, copeiros, auxiliar de lactário e dietas enterais, despenseiros, pré-preparo

de carne, pré-preparo de hortifruti, higienização de utensílios e merenda especial) e 1

assistente administrativo. O serviço oferece treinamentos sobre as atividades que estão ligadas

à manipulação dos alimentos, confecção das dietas e lavagem das mãos, além da parceria com

a saúde do trabalhador.

A GAN é um serviço que funciona 24 horas por dia, durante todos os dias da semana.

Assim, seus 111 funcionários cumprem horários diferentes, determinados na escala de

trabalho pela chefia de acordo com a necessidade de cada período.

A FSCMP está a cada dia inovando suas ferramentas para melhor atender os

funcionários e os pacientes, entretanto apesar do esforço e colaboração da GAN existem

falhas e problemas inerentes ao posto dos servidores na cozinha dietética capazes de lhes

causar danos à saúde e/ou ao seu bem-estar são estes:

• O ambiente térmico: em uma UAN merece atenção especial, devido à presença

de um grande número de equipamentos geradores de calor e umidade (fogões, fornos,

fritadeiras, panelões a vapor, máquina de lavar bandeja), os quais funcionando ao mesmo

tempo em ambientes interligados dificultam a manutenção de uma temperatura agradável

(SANTANA, 1999). O equilíbrio térmico é influenciado pela atividade física, tipo de

resistência térmica da vestimenta, bem como parâmetros ambientais: temperatura do ar,

temperatura média radiante, velocidade do ar e umidade relativa. Na nossa região Norte o

clima é bastante elevado, com médias mensais que variam de 25ºC a 27ºC. Pode ser

Page 32: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

32

considerada a região mais chuvosa do Brasil (em especial no período de dezembro a maio).

Em decorrência das altas temperaturas o ambiente térmico tem que ser amplo e ventilado.

O ambiente térmico da FSCMP apresenta grande número de equipamentos geradores

de calor e umidade composto de 3 fogões industriais, 2 caldeirões a gás de 100 litros, 5

sistemas de exaustor com coifas, 1 geladeira, 13 freezers, entre outros, que poderiam causar

um desconforto e prejuízo a saúde do trabalhador. Foi observado que a GAN está dentro do

padrão de qualidade térmica possuindo equipamentos como os exaustores, aventais térmicos,

janelas de ventilação, o que possibilita ao colaborador trabalhar confortavelmente, sem contar

no restaurante, que todos os dias oferece um cardápio diversificado e nutritivo.

• A Iluminação: deve ser suficiente para garantir uma boa visibilidade. Para

Lemos (1999), a iluminação de uma UAN deve permitir a maior quantidade de luz natural

possível, pois, além de fazer com que os alimentos pareçam mais atrativos, reduzem as

despesas operacionais. Assim, a iluminação deve ser distribuída uniformemente pelo

ambiente da UAN, evitando ofuscamentos, sombras, reflexos fortes ou contrastes excessivos.

A iluminação artificial, quando necessária deve ser de natureza tal que não altere as

características sensoriais dos alimentos. De acordo com a observância do setor a FSCMP não

oferece uma iluminação adequada em sua cozinha, pois as janelas mesmo sendo grandes e

largas, possuem telas que impedem a passagem adequada de luz natural, além do arvoredo

que rodeia o ambiente. Ainda, possuem paredes escuras e com infiltrações aparentando

aspecto anti-higiênico e fechado.

• A Sonorização: para Souza (1990), uma UAN produz ruído constante devido

às máquinas, à água, ao vapor, ao choque de utensílios e ressonância de superfícies metálicas,

ao sistema de exaustão e, também, devido ao diálogo entre os operadores que coincide com a

sonorização observada na GAN da FSCMP, em que o ambiente sonoro apresenta ruídos,

devido, algumas máquinas barulhentas que são ativadas temporariamente a depender da

atividade. O ambiente se torna barulhento devido à extensão da área, a movimentação das

pessoas no desenvolver de suas atividades, as quais exigem movimentação de carrinhos,

panelas, equipamentos elétricos, que quando ligados geram barulhos.

• Piso: a cozinha da FSCMP apresenta piso do tipo korodur®, com cimento

portland® e granilite na cor preta e branca, polido a fim de se obter uma superfície lisa e

perfeitamente nivelada, é lavável, impermeável, antiderrapante e possui alta resistência.

• Exigências emocionais: encontram-se fatores emocionais como ansiedade

gerada pela pressão do tempo. Além disso, a busca pela qualidade do alimento, ou seja, a

Page 33: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

33

preocupação em apresentar um alimento dentro de um aspecto higiênico sanitário, um

alimento bem apresentável e saboroso e a preocupação de como o consumidor vai receber

esse produto é motivo de angustia por parte de algumas trabalhadoras (LUNARDI et al.,

2002). Os funcionários da GAN são cobrados pela chefia, que exige qualidade e quantidade

de alimentos, além do cumprimento de horários. A atenção tem que ser redobrada, pois a

alimentação por eles preparadas serão distribuídas entre os funcionários e os pacientes, e

sabemos que a dieta é uma complementação para o tratamento. Apesar das exigências e

cobranças, há uma boa relação entre agente de artes práticas e as chefes da nutricão, existindo

co- participação na gestão, reflexo das rodas de conversa. Existe também um sistema de

rodízio de funções e é respeitada a aptidão profissional de cada indivíduo de acordo com as

tarefas que cada funcionário tem mais afinidade. Observamos queixas e problemas com a

diretoria da FSCMP, com os colegas de trabalho e com os profissionais de outros setores,

onde os funcionários relatam não receber atenção ou reconhecimento.

Araújo et al. (2003), afirma que a teoria do estresse fundamenta-se na avaliação de

como o organismo responde às demandas do ambiente externo, sendo o estresse produzido em

situações em que as demandas excedem as capacidades individuais de responder a esses

estímulos.

Heloani e Capitão (2003), afirmam que atualmente, existe uma pressão constante

contra a grande massa de trabalhadores existente em quase todo o mundo, uma ameaça com

objetivo certeiro no qual faz com que milhares de pessoas sintam-se sobressaltadas, pois a

única ferramenta de que dispõe, sua força de trabalho, esse princípio de realidade adentra e

fere o psiquismo humano e atinge a saúde mental de várias pessoas.

Quanto às exigências fisiológicas (dinâmicas e estáticas), ressalta-se que a maioria das

tarefas executadas em serviço de alimentação é na posição de pé, sendo que isto pode ocorrer

tanto na posição parada, como na posição em movimento. As mudanças que estão

acontecendo no mundo do trabalho, como conseqüências das inovações tecnológicas e dos

novos métodos gerenciais, segundo Ferreira Júnior (2000), tem sido responsável pela

intensificação do trabalho decorrente do aumento de ritmo, responsabilidade e complexidade

das tarefas que se traduzem em manifestações de envelhecimento prematuro, aumento do

adoecimento e morte por doenças cardiovasculares e outras doenças crônico - degenerativas

como DORT’S e outros sintomas na esfera psíquica como a síndrome da fadiga crônica e dor

articular.

Page 34: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

34

3.4 QUALIDADE DE VIDA

Para Seidl e Zannon (2004), o conceito da qualidade de vida é um termo no qual se

divide em duas vertentes: a) a primeira é na linguagem cotidiana, usada pela população em

geral e profissionais de várias áreas, mas principalmente aqueles ligados às políticas públicas,

b) a segunda é do universo da pesquisa científica em diferentes campos do saber.

Minayo; Hartz e Buss (2000, p. 8), afirmam que a “qualidade de vida é uma noção

eminentemente humana que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida

familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial.”

Para Biff (2006), a criação de políticas de saúde, a formação de profissionais e a

criação de instrumentos de avaliação de saúde buscam contribuir papa a preservação e

promoção da saúde dos trabalhadores.

Vários estudos no Brasil e no mundo discutem o conceito de qualidade de vida. Dessa

forma existem vários instrumentos que analisam, dentre eles está o The Medical Outcomes

Study 36- item Short Form Health Survey (Sf-36) que foi desenvolvido pelos estudiosos Ware

e Sherbourne em 1992, tendo sido traduzido e validado para a língua portuguesa por

Ciconelli, em 1999, seguindo todos os passos exigidos pelo comitê de especialistas.

(CICONELLI, et al, 1999).

O SF-36, foi criado com a finalidade de ser um questionário genérico de avaliação de

saúde de fácil administração e compreensão, porém sem ser tão extenso (WARE, 1992). É

composto de 36 itens de auto-resposta (destinam-se a avaliar conceitos de saúde que

representam valores humanos básicos relevantes à funcionalidade e ao bem-estar de cada um),

subdivididos em oito dimensões, cada um com a sua própria característica (ABRUNHEIRO,

2005).

A validade do SF-36 também é confirmada e demonstrada por meio do uso em

pesquisas de diversas nacionalidades e distintas patologias, permitindo assim comparações de

um grupo com um modelo populacional ou entre diferentes enfermidades (LOPES;

CICONELLI; REIS, 2007).

A criação deste instrumento foi baseada em uma revisão de vários existentes na

literatura e derivado de um questionário de avaliação de saúde formado por 149 artigos,

desenvolvido e testado em mais de 22.000 pacientes, como parte de um estudo de avaliação

de saúde. Com o intuito de formular um questionário não tão extenso, foi elaborado um

questionário de 18 artigos que avaliaram a capacidade funcional inicialmente limitando

Page 35: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

35

devida doença, saúde mental e percepção da saúde. Mais tarde, foram somados dois artigos a

este questionário para a avaliação dos aspectos sociais e dor, então, foi criado o SF-20 (Forma

20 Pequena). O SF-36 foi constituído para satisfazer o padrão psicométrico, para a

comparação entre grupos que envolvem conceitos genéricos de saúde, não sendo específico

para determinada idade, doença ou tratamento. Ele representa definições múltiplas da saúde,

inclusive função e deficiência orgânica, desconforto e bem estar, relatórios objetivos e

reclamações subjetivas, de solenidade-avaliação favorável e desfavorável da condição de

saúde (CICONELLI et al., 1999).

O atual SF-36 é um questionário multidimensional formado por 36 itens, englobados

em oito escalas: capacidade funcional (dez itens), aspectos físicos (dois itens), aspectos

emocionais (três itens), dor (dois itens), estado geral de saúde (cinco itens), vitalidade (quatro

itens), aspectos sociais (dois itens), saúde mental (cinco itens) e mais uma questão de

avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e à de um ano atrás, que é de extrema

importância para o conhecimento da doença do paciente. Esse instrumento avalia tanto

aspectos negativos (doença) como os aspectos positivos (bem-estar).

A escala relacionada com os aspectos sociais propõe analisar a integração do individuo

em atividades sociais, avaliando se sua participação nas mesmas foi afetada devido a seus

problemas de saúde. Os dois itens de avaliação do componente de aspectos sociais do SF- 36

definem diferentes níveis de atividade social e, por isso, alcançam um maior nível de precisão.

(MCHORNEY, 1994).

Diante dessa realidade, a qualidade de vida no trabalho vem despertando o interesse de

estudiosos e dirigentes, nos últimos anos, como suporte para o binômio satisfação da pessoa e

produtividade, sendo que a essência dos novos modelos de gestão é a satisfação do

consumidor dos produtos e serviços, a partir da satisfação do trabalhador (MAGRI;

KLUTHCOVSKY, 2007).

Assim, sendo qualidade de vida uma construção eminentemente interdisciplinar, a

contribuição de diferentes áreas do conhecimento pode ser de fato valiosa e mesmo

indispensável seu desenvolvimento poderá resultar em mudanças nas práticas assistenciais e

na consolidação de novos paradigmas do processo saúde-doença, o que pode ser de grande

validada para a superação de modelos de atendimento eminentemente biomédicos, que

negligenciam aspectos socioeconômicos, psicológicos e culturais importantes nas ações de

promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde (SEIDL; ZANNON, 2004).

O SF- 36 possui um item de avaliação das alterações de saúde ocorridas no período de

um ano. Esse item, embora não seja usado para pontuar nenhuma das oito dimensões citadas,

Page 36: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

36

anteriormente, tem grande importância para o conhecimento e avaliação da evolução da

doença. Considerando todas as características desse instrumento e ao crescente interesse de

sua aplicação em ensaios clínicos, e também, por ser considerada referência para outros

estudos, optou-se por utilizar o instrumento SF-36 no presente estudo.

No estudo de Talhaferro; Barboza e Domingos (2006) foram realizadas a aplicação do

questionário SF-36. Observa-se ainda que, em todos os domínios, pelo menos um sujeito

apresenta prejuízo da saúde, justificado, em todos, pelo valor mínimo menor que 50%. O

domínio mais afetado foi a dor, seguido pela vitalidade, aspectos físicos e aspectos

emocionais. Observou-se que, pela percepção, os trabalhadores de enfermagem estudados, o

estado de saúde e sua qualidade de vida não sofrem impacto do trabalho, reafirmando que a

qualidade de vida é a percepção que o indivíduo tem de si mesmo em um momento da sua

vida, estando quase sempre relacionada com a saúde, ou seja, estar saudável, não levando em

consideração a influência da relação existente de qualidade de vida e condições de trabalho.

Teixeira; Fonseca e Maximo (2002) aplicaram o questionário nos alunos do Curso de

Psicologia do Centro Universitário Salesiano Unisal de Lorena em São Paulo e observaram

Considerando os 8 fatores avaliados através do SF36, observa-se na Capacidade Funcional,

Aspecto Físico, Estado Geral de Saúde,Vitalidade, Saúde Mental, Dor e Aspectos Sociais.

Com uma pontuação inferior apenas no Estado Emocional.

Na pesquisa de Bettarello e Saut (2006), foi feita a aplicação do questionário SF-36

nos funcionários do setor de editoração do Centro Universitário Claretiano de Batatais

observan-se que seus funcionários ficaram com a média acima de 50,0% em todos os

domínios, exceto no domínio de vitalidade.

No estudo de Almeida e Quaresma (2005), a população entrevistada foi em

trabalhadoras de enfermagem com lombalgia e observaram na análise de seus resultados as

maiores pontuações nos domínios: Estado Geral de Saúde, Vitalidade, Saúde Mental,

Aspectos Sociais e Capacidade Funcional. E a menor pontuação nos seguintes domínios:

Aspecto Emocional, Aspecto Físico e Dor. Mostrando uma diminuição da qualidade de vida

desses profissionais.

Assim, esse estudo se propôs analisar a qualidade de vida nos funcionários da GAN da

FSCMP através do questionário SF-36. Sendo esse setor considerado crítico pela instituição.

Page 37: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

37

4 MATERIAIS E MÉTODOS

a) Aspectos Éticos

A pesquisa foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade da Amazônia (UNAMA) e após o aceite do orientador (APÊNDICE A), co-

orientador (APÊNDICE B) e da instituição envolvida (APÊNDICE C). Os sujeitos assinaram

um termo de consentimento livre e esclarecido redigido para este fim, concordando em

participar da pesquisa (ANEXO A) e foram identificados por meio de uma ficha de

identificação (ANEXO B).

b) Local

O presente projeto foi desenvolvido na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará,

na Gerência de Saúde do Trabalhador, situada a Rua Oliveira Belo 395, CEP: 66050-380,

Umarizal, Belém, Pará.

c) Tipo de estudo

Este estudo caracteriza-se por ser do tipo observacional e transversal.

d) População alvo

A população alvo deste estudo foram 111 funcionários da Gerência de Assistência

Nutricional (GAN) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) (ANEXO D).

e) Critérios de inclusão

• trabalhadores da FSCMP da GAN;

• ambos os sexos;

• todas as faixas etárias;

• previamente matriculados na GST da FSCMP.

f) Critérios de exclusão

• trabalhadores de outros setores;

• indivíduos que não desejam aderir ao programa;

• indivíduos que estejam de licença ou de férias.

Page 38: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

38

g) Protocolo de avaliação

A avaliação foi feita por meio de uma ficha de identificação com nome, idade, sexo,

estado civil, data de nascimento, telefone, endereço, tempo de serviço, turno, função, setor,

escolaridade, renda familiar e doença (ANEXO B), em seguida os participantes foram

orientados a responder o questionário de qualidade de vida SF-36 (ANEXO C) que foi

idealizado a partir de uma revisão de outros instrumentos relacionados à qualidade vida já

existente na literatura nos últimos 20 anos, tendo sido traduzido e validado para o português

por Ciconelli em 1999. O SF-36 é um questionário genérico de avaliação de saúde, composto

por 36 itens englobados em oito escalas, na qual investiga aspectos distintos:

1. Capacidade funcional (dez itens): avalia a presença e a extensão das limitações

impostas à capacidade física;

2. Aspectos físicos (dois itens);

3. Aspectos emocionais (três itens);

4. Dor (dois itens): baseados numa questão do questionário SF-20 sobre a

intensidade da dor, acrescido da interferência da dor nas atividades de vida diária;

5. Estado Geral de Saúde (cinco itens): derivados do questionário General Health

Rating Index;

6. Vitalidade (quatro itens): considera o nível de energia, com a fadiga sendo

derivado do questionário Mental Health Inventory (MHI);

7. Aspectos sociais (dois itens): analisam a integração do indivíduo em atividades

sociais.

8. Saúde mental (cinco itens): investigam as dimensões de ansiedade, depressão,

alteração do comportamento ou descontrole emocional e bem-estar psicológico. Resumem os

38 itens do questionário de avaliação de Saúde Mental (MHI-38).

Cada escala recebe um escore que varia de zero a cem, que corresponde do pior ao

melhor estado de saúde (MARTINEZ; PARAGUAY; LATORRE, 2004).

O cálculo do SF-36 foi feito transformando as questões em domínios, sendo que para

cada domínio existe um cálculo diferente que varia de zero a cem. O resultado é chamado de

Raw Scale porque o valor final não apresenta nenhuma unidade em medida.

Cada escala recebe um escore que varia de zero a cem, que corresponde do pior ao

melhor estado de saúde (MARTINEZ; PARAGUAY; LATORRE, 2004).

Page 39: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

39

O cálculo do SF-36 será feito transformando as questões em domínios, sendo que para

cada domínio existe um cálculo diferente que varia de zero a cem. O resultado é chamado de

Raw Scale porque o valor final não apresenta nenhuma unidade em medida.

A 2º questão não faz parte do cálculo de nenhum domínio, sendo utilizada, somente

para avaliar o estado geral e o quanto o indivíduo está melhor ou pior comparado a 1 ano

atrás.

O primeiro domínio a ser calculado é o da capacidade funcional, que corresponde a 3º

questão onde é feita a soma dos valores obtidos em todos os itens, subtraindo-se pelo limite

inferior (10), multiplicando-se por cem e dividindo-se pela variação (20). O valor para a

capacidade funcional é 55, em uma escala que varia de zero a cem, onde zero é o pior estado e

cem é o melhor.

A pontuação da limitação por aspectos físicos que corresponde a 4º questão é feita

somando-se os valores obtidos em todos itens, subtraindo pelo limite inferior (4),

multiplicando por cem e dividindo pela variação (4).

A pontuação para o domínio dor que corresponde as questões 7 e 8 serão somadas e

aplicadas na fórmula, onde o valor obtido nestas questões será subtraído pelo limite inferior

(2), multiplicado por cem e dividido pela variação (10). Sendo que a 7º questão é pontuada de

acordo com a resposta equivalente ao valor preestabelecido na tabela de ponderação de dados,

a seguir:

• Se a resposta for (1), a pontuação será (6,0)

• Se a resposta for (2), a pontuação será (5,4)

• Se a resposta for (3), a pontuação será (4,2)

• Se a resposta for (4), a pontuação será (3,1)

• Se a resposta for (5), a pontuação será (2,0)

• Se a resposta for (6), a pontuação será (1,0)

A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7:

• Se 7 = 1 e se

• Se 7 = 2 à 6 e se

• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4)

• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3)

• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2)

Page 40: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

40

• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1)

Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o seguinte:

• Se a resposta for (1), a pontuação será (6)

• Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75)

• Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5)

• Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25)

• Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)

O valor obtido para este domínio é 74, numa escala que varia de zero a cem, onde zero

é o pior estado e cem é o melhor.

A pontuação para o domínio do estado geral de saúde que corresponde as questões 1 e

11 do questionário, onde os valores obtidos nessas questões serão somados entre si em

seguida serão subtraídos pelo limite inferior (5), multiplicado por cem e dividido pela

variação (20). Sendo que na questão 1:

• Se a resposta for (1), a pontuação será (5,0)

• Se a resposta for (2), a pontuação será (4,4)

• Se a resposta for (3), a pontuação será (3,4)

• Se a resposta for (4), a pontuação será (2,0)

• Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)

Na questão 11, os itens deveram ser somados, porém os itens B e D deveram seguir

a seguinte pontuação:

• Se a resposta for (1), o valor será (5)

• Se a resposta for (2), o valor será (4)

• Se a resposta for (3), o valor será (3)

• Se a resposta for (4), o valor será (2)

• Se a resposta for (5), o valor será (1)

A pontuação para o domínio da vitalidade correspondente a questão 9 (itens A, E,G, I),

onde a pontuação para os itens A e E deverá seguir a seguinte orientação:

• Se a resposta for (1), o valor será (6)

Page 41: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

41

• Se a resposta for (2), o valor será (5)

• Se a resposta for (3), o valor será (4)

• Se a resposta for (4), o valor será (3)

• Se a resposta for (5), o valor será (2)

• Se a resposta for (6), o valor será (1)

Para os itens G e I o valor será mantido o mesmo. A finalização do cálculo deste

domínio, será feita somando os valores obtidos em cada item, subtraindo pelo limite inferior

(4), multiplicando por cem e dividindo pela variação (20).

A pontuação para o domínio dos aspectos sociais correspondente as questões 6 e 10,

que serão somadas e subtraídas pelo limite inferior (2), multiplicada por cem e dividida pela

variação (8). Sendo que para a questão 10 considera-se o mesmo valor da resposta obtida e

para 6:

• Se a resposta for (1), a pontuação será (5)

• Se a resposta for (2), a pontuação será (4)

• Se a resposta for (3), a pontuação será (3)

• Se a resposta for (4), a pontuação será (2)

• Se a resposta for (5), a pontuação será (1)

A pontuação para o domínio da limitação por aspectos emocionais se dá pela soma dos

valores da questão 5, que vai ser subtraído pelo limite inferior (3), multiplicado por cem e

dividido pela variação (3).

A pontuação para o domínio da saúde mental correspondente a questão 9 (itens B, C,

D, F e H), serão somados entre si, subtraídos pelo limite inferior (5), multiplicados por cem e

divididos pela variação (25). Sendo que nesta questão, a pontuação para os itens D e H deverá

seguir a seguinte orientação:

• Se a resposta for (1), o valor será (6)

• Se a resposta for (2), o valor será (5)

• Se a resposta for (3), o valor será (4)

• Se a resposta for (4), o valor será (3)

Page 42: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

42

• Se a resposta for (5), o valor será (2)

• Se a resposta for (6), o valor será (1)

Para os demais itens (B, C, F), o valor será mantido o mesmo.

e) Método estatístico

Para avaliar a qualidade de vida, conforme o questionário SF-36, de uma amostra

(n=62) de funcionários do GAN/FSCMPA, foram aplicados métodos estatísticos descritivos e

inferenciais. A estatística descritiva foi utilizada para determinar as medidas de tendência

central e variação, tais como, média, mediana, primeiro quartil, terceiro quartil, desvio padrão

e erro padrão. A estatística inferencial foi aplicada para realizar comparações dos níveis de

qualidade de vida em relação às variáveis: Sexo, Idade e Tempo de Serviço. Visto que os

valores referentes aos domínios do SF-36 não apresentaram distribuição normal, então foram

aplicados testes de hipóteses baseados em métodos não-paramétricos, foram aplicados os

testes de Mann-Whitney e o teste de Kruskal-Wallis. Foi previamente fixado o nível alfa =

0.05 para rejeição da hipótese de nulidade. Todo o processamento estatístico foi suportado

pelo software BioEstat versão 5.

Page 43: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

43

5 RESULTADOS

A GAN possui um quantitativo de 111 funcionários, sendo este número variável de

acordo com os pedidos de relotações e vencimento de contratos de trabalhos, pois existem

funcionários temporários no setor. Nessa amostra participaram 62 funcionários, sendo que no

período da aplicação do questionário, 8 se encontravam de férias, 1 de licença gravidez, 3 de

licença maternidade, 1 de atestado médico e 34 não aceitaram participar da pesquisa.

A distribuição da amostra foi feita com relação ao sexo [feminino (F) e masculino

(M)], idade (anos), tempo de serviço (anos) e profissão [agentes de artes práticas (AAP),

nutricionistas (Nut)].

De acordo com a tabela 1, a distribuição com relação ao sexo foi de 18 indivíduos do

sexo masculino com 29,0% e 44 do sexo feminino, com 71%.

Tabela 1 - Valores referentes ao sexo da amostra.

SEXO Freqüência %

Masculino 18 29,0%

Feminino 44 71,0%

TOTAL 62 100% Fonte: protocolo da pesquisa.

Page 44: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

44

Conforme a tabela 2 a idade foi distribuída da seguinte forma: < = 30, de 31 a 40 anos,

de 41 a 50 anos e > 50. Prevaleceu a idade entre 31 a 40 com 48,4% e 16,1% foi maior que

50anos e menor que 30 anos. Apresentando significância estatística com p=0,0004.

Tabela 2 - Valores referentes à idade (em anos) da amostra.

IDADE (em anos) Freqüência %

< = 30 10 16,1%

31 a 40 30 48,4%

41 a 50 12 19,4%

> 50 10 16,1%

TOTAL 62 100% Fonte: Dados da pesquisa. p = 0.0004* (qui-Quadrado)

De acordo com a tabela 3, o tempo de serviço dos funcionários foi dividido em: < 01

ano, 01 a 03 anos, 04 a 06 anos e >10 anos. 45,2% dos funcionários obtiveram tempo de

serviço de 01 a 03 anos, 25,8% dos funcionários ficaram com 04 a 06 anos. Abaixo de 01

obteve 6,5% e 22,6% obteve 10 ou mais.

Tabela 3 - Valores referentes ao tempo de serviço (em anos) da amostra.

TP DE SERVIÇO (em anos) Freqüência %

< 01 4 6,5%

01 a 03 28 45,2%

04 a 06 16 25,8%

10 ou mais 14 22,6%

TOTAL 62 100% Fonte: Dados da pesquisa. p = 0.0003* (qui-Quadrado)

A capacidade funcional obteve média de 72.3, sendo que a pontuação máxima foi 100

e a mínima 15.0. Os aspectos físicos 72.2, a máxima 100.0 e mínima 0. No domínio dor, a

pontuação máxima foi 62.9, com mínimo de 10.0 e máxima de 100.0. O estado geral de saúde

obteve média de 58.2, com mínimo de 15.0 e máxima de 95.0. O domínio vitalidade

apresentou a média de 71.9, mínima de 20,0 e máxima de 100,0. Nos aspectos sociais a média

foi de 77.6, a mínima 12.5 e máxima 100,0. O domínio aspectos emocionais ficou com média

Page 45: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

45

de 74.7, mínima de 0 e máxima de100,0. Na saúde mental obteve-se a pontuação média de

81.0, mínima de 24,0 e máxima de 100.

Tabela 4: Aspectos quantitativos da avaliação da qualidade de vida (SF-36), n=62.

Capacidade Funcional

Aspectos Físicos

Dor Estrado Geral

Vitalidade Aspectos Sociais

Aspectos Emocionais

Saúde Mental

Mínimo 15.0 0.0 10.0 15.0 20.0 12.5 0.0 24.0 Primeiro Quartil 56.3 50.0 41.0 52.0 61.3 62.5 66.7 73.0

Mediana 80.0 100.0 62.0 62.0 75.0 87.5 100.0 84.0 Terceiro Quartil 90.0 100.0 84.0 71.5 85.0 100.0 100.0 92.0

Máximo 100.0 100.0 100.0 95.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Média Aritmética 72.3 72.2 62.9 58.2 71.9 77.6 74.7 81.0 Desvio Padrão 23.5 34.2 25.1 18.1 20.0 24.6 36.1 15.5 Erro Padrão 3.0 4.3 3.2 2.3 2.5 3.1 4.6 2.0 Coeficiente de Variação 32.6% 47.4% 40.0% 31.1% 27.8% 31.7% 48.3% 19.1%

Fonte: Protocolo da pesquisa

*p-valor <0.05, Teste de Kruskal-Wallis com post hoc de Dunn,

Page 46: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

46

Figura 1: Mediana e desvio interquartílico (1º quartil ao 3º quartil) da avaliação da qualidade de vida (SF-36), n=62.

C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL0

20

40

60

80

100

SF

-36

(raw

sca

le)

Legenda: C FUNC: Capacidade Funcional; A FISICOS: Aspectos Físicos; E GERAL: Estado Geral de Saúde; VITALID: Vitalidade; A SOC: Aspectos Sociais; A EMOC: Aspectos Emocionais; S MENTAL: Saúde Mental.

Page 47: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

47

A avaliação da associação entre o sexo do funcionário e a qualidade de vida (sf-36) mostrou que nenhum dos oito domínios sofreu significativa variação (p-valor >0.05) em função da faixa etária, portanto, as três faixas etárias apresentam níveis idênticos de qualidade de vida.

Tabela 5: Mediana, primeiro quartil (1q) e terceiro quartil (3q) dos domínios da qualidade de vida (|sf-36), conforme o sexo do funcionário: feminino (n=44), masculino (n=18).

Sexo Feminino Masculino p-valor

Capacidade Funcional Mediana 72.5 87.5 0.0595 1Q 50.0 75.0 3Q 90.0 90.0 Aspectos Físicos Mediana 100.0 87.5 0.7683 1Q 50.0 50.0 3Q 100.0 100.0 Dor Mediana 62.0 62.0 0.8829 1Q 47.8 41.0 3Q 74.0 96.0 Estado Geral Mediana 62.0 62.0 0.7564 1Q 52.0 40.8 3Q 72.0 69.3 Vitalidade Mediana 75.0 80.0 0.4853 1Q 58.8 71.3 3Q 85.0 85.0 Aspectos Sociais Mediana 81.3 87.5 0.495 1Q 59.4 78.1 3Q 100.0 100.0 Aspectos Emocionais Mediana 100.0 100.0 0.7982 1Q 66.7 41.7 3Q 100.0 100.0 Saúde Mental Mediana 84.0 86.0 0.3684 1Q 72.0 77.0 3Q 92.0 96.0

Fonte: protocolo da pesquisa

Teste de Mann-Whitney

Page 48: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

48

Figura 2: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (sf-36), conforme o sexo: feminino (n=44) , masculino (n=18).

F M F M F M F M F M F M F M F M0

25

50

75

100

C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL

SF

-36

(raw

sca

le)

Legenda: F: feminino; M: masculino.

Page 49: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

49

A avaliação da associação entre a faixa etária do funcionário e a qualidade de vida

mostrou que nenhum dos oito domínios (SF-36) sofreu significativa variação (p-valor >0.05)

em função da faixa etária, portanto, as três faixas etárias apresentam níveis idênticos de

qualidade de vida.

Tabela 6: Mediana, primeiro quartil (1q) e terceiro quartil (3q) dos domínios da qualidade de vida (|sf-36), conforme as faixas etárias: até 30 anos (n=10), entre 30 e 40 anos (29) e maior que 40 anos (n=23).

Faixa Etária (anos) < 30 30 a 40 > 40 p-valor

Capacidade Funcional Mediana 90.0 85.0 75.0 0.0962 1Q 61.3 70.0 45.0 3Q 97.5 90.0 85.0 Aspectos Físicos Mediana 62.5 100.0 100.0 0.4862 1Q 50.0 50.0 50.0 3Q 93.8 100.0 100.0 Dor Mediana 56.5 62.0 61.0 0.7332 1Q 41.0 41.0 50.5 3Q 84.0 84.0 73.0 Estado Geral Mediana 63.5 60.0 62.0 0.9570 1Q 50.8 52.0 54.5 3Q 70.8 72.0 67.0 Vitalidade Mediana 67.5 75.0 80.0 0.3289 1Q 60.0 55.0 72.5 3Q 77.5 85.0 85.0 Aspectos Sociais Mediana 62.5 87.5 87.5 0.1178 1Q 50.0 50.0 75.0 3Q 84.4 100.0 100.0 Aspectos Emocionais Mediana 100.0 100.0 100.0 0.3553 1Q 16.7 33.3 66.7 3Q 100.0 100.0 100.0 Saúde Mental Mediana 82.0 84.0 84.0 0.7949 1Q 65.0 72.0 76.0 3Q 90.0 92.0 90.0

Fonte: protocolo da pesquisa

Teste de Kruskal-Wallis

Page 50: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

50

Figura 3: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (|sf-36), conforme as faixas etárias: até 30 anos (n=10), entre 30 e 40 anos (29) e maior que 40 anos (n=23).

<30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >400

20

40

60

80

100

C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL

SF

-36

(raw

sca

le)

Legenda: C FUNC: Capacidade Funcional; A FISICOS: Aspectos Físicos; E GERAL: Estado Geral de Saúde; VITALID: Vitalidade; A SOC: Aspectos Sociais; A EMOC: Aspectos Emocionais; S MENTAL: Saúde Mental.

Page 51: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

51

A avaliação da qualidade de vida (SF-36) em função do tempo de serviço obteve

diferença estatisticamente significante (p-valor = 0.0488*) apenas no domínio estado geral de

saúde, no qual os funcionários com tempo de serviço maior que 6 anos (mediana 66)

obtiveram significativa vantagem sobre os funcionários com tempo de serviço Entre 3 e 6

anos (mediana 52).

Tabela 7: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (sf-36), conforme o tempo de serviço: menos que 3 anos (n=28), entre 3 e 6 anos (n=14) e mais que 6 anos (n=20).

Tempo de Serviço (anos) <3 3 a 6 >6 p-valor

Capacidade Funcional Mediana 75.0 85.0 82.5 0.6879 1Q 50.0 66.3 63.8 3Q 90.0 90.0 90.0 Aspectos Físicos Mediana 100.0 75.0 87.5 0.7478 1Q 50.0 50.0 50.0 3Q 100.0 100.0 100.0 Dor Mediana 61.5 61.0 72.0 0.2878 1Q 41.0 43.5 51.0 3Q 76.5 71.0 100.0 Estado Geral Mediana 62.0 52.0 66.0 0.0488* 1Q 45.8 30.5 62.0 3Q 67.8 65.8 72.0 Vitalidade Mediana 70.0 75.0 82.5 0.0568 1Q 45.0 61.3 75.0 3Q 85.0 83.8 86.3 Aspectos Sociais Mediana 75.0 87.5 93.8 0.0540 1Q 50.0 53.1 84.4 3Q 100.0 100.0 100.0 Aspectos Emocionais Mediana 100.0 100.0 100.0 0.5227 1Q 33.3 75.0 66.7 3Q 100.0 100.0 100.0 Saúde Mental Mediana 80.0 84.0 88.0 0.2009 1Q 70.0 77.0 79.0 3Q 89.0 92.0 93.0

Fonte: protocolo da pesquisa

*Teste de Kruskal-Wallis, com post hoc de Dunn

Page 52: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

52

Figura 4: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (sf-36), conforme o tempo de serviço: menos que 3 anos (n=28), entre 3 e 6 anos (n=14) e mais que 6 anos (n=20)

<3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >60

25

50

75

100

C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL

*

SF-

36 (

raw

sca

le)

Legenda: C FUNC: Capacidade Funcional; A FISICOS: Aspectos Físicos; E GERAL: Estado Geral de Saúde; VITALID: Vitalidade; A SOC: Aspectos Sociais; A EMOC: Aspectos Emocionais; S MENTAL: Saúde Mental.

Page 53: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

53

A avaliação da qualidade de vida conforme a profissão (Tabela 8), apontou diferença

estatisticamente significante em três aspectos da qualidade de vida: estado geral da saúde (p-

valor=0.0347*), dor (p-valor=0.0357*) e aspectos sociais (p-valor=0.0357*).

Tabela 8: Média e mediana dos domínios que compõem a qualidade de vida (SF-36) conforme o nível educacional do profissional (Nutricionistas e Agente de artes práticas), n=62

DOMÍNIOS Nutricionistas Artes Práticas

Média Mediana Média Mediana p-valor

Estado geral de saúde 70.3% 70.0% 56.7% 62.0% 0.0347*

Dor 80.1% 84.0% 60.7% 61.0% 0.0357*

Vitalidade 80.7% 85.0% 70.7% 75.0% 0.0778

Aspectos físicos 96.4% 100.0% 69.1% 75.0% 0.0534

Capacidade funcional 86.4% 90.0% 70.5% 75.0% 0.2233

Aspectos emocionais 100.0% 100.0% 71.5% 100.0% 0.1129

Aspectos sociais 91.1% 100.0% 75.9% 87.5% 0.0357*

Saúde mental 88.0% 88.0% 80.1% 84.0% 0.2881 Fonte: protocolo da pesquisa

* Teste U de Mann-Whitney

Para análise da qualidade de vida dos indivíduos pesquisados, dividiu-se os 8

domínios do questionário SF-36 em dois grupos principais: componente físico e componente

mental, com quatro domínios cada um. O questionário em questão apresenta apenas um

escore final de 0 a 100, no qual 0 corresponde o pior estado geral de saúde e 100 o melhor. O

cálculo de cada domínio é um teste estatístico, não sendo necessária aplicação de outro teste.

Page 54: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

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6 DISCUSSÃO

Na visão de Rosa e Pilatti (2006), o conceito de qualidade de vida no trabalho está

estreitamente relacionado com a satisfação dos funcionários quanto à sua capacidade

produtiva em ambiente de trabalho seguro, de respeito mútuo, com oportunidades de

treinamento e aprendizagem e equipamento e facilidades adequadas para o desempenho de

suas funções.

Silva, Souza e Minetti (2002), afirmam que a qualidade de vida no trabalho reflete

diretamente na vida social e no relacionamento familiar do trabalhador, que pode ser

severamente afetado. A qualidade dos produtos fabricados e/ou dos serviços prestados

também é afetada pelas más condições de trabalho, devido ao estresse, ao cansaço e à fadiga

provocados por inadequado ambiente de trabalho.

Diante dessa realidade, a qualidade de vida no trabalho vem despertando o interesse de

estudiosos e dirigentes, nos últimos anos, como suporte para o binômio satisfação da pessoa e

produtividade, sendo que a essência dos novos modelos de gestão é a satisfação do

consumidor dos produtos e serviços, a partir da satisfação do trabalhador (MAGRI;

KLUTHCOVSKY, 2007).

Assim, sendo a qualidade de vida uma construção eminentemente interdisciplinar, a

contribuição de diferentes áreas do conhecimento pode ser de fato valiosa e mesmo

indispensável, seu desenvolvimento poderá resultar em mudanças nas práticas assistenciais e

na consolidação de novos paradigmas do processo saúde-doença, o que pode ser de grande

validada para a superação de modelos de atendimento eminentemente biomédicos, que

negligenciam aspectos socioeconômicos, psicológicos e culturais importantes nas ações de

promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde (SEIDL; ZANNON, 2004).

Analisados os 62 funcionários da GAN da FSCMP pelo questionário SF-36 pode-se

observar que em todos os domínios analisados se alcançou uma média acima de 50,0 pontos,

considerada adequada para a qualidade de vida.

Para Giatti e Barreto (2002), nas últimas décadas, o Brasil vem passando por intensas

transformações econômicas, demográficas e culturais. Um aspecto importante dessas

transformações é a crescente participação feminina no mercado de trabalho. Segundo

Mastekaasa e Olsen (1998), existem várias diferenças no absenteísmo entre homens e

mulheres, que não decorrem somente das condições de trabalho, nem da maior

responsabilidade imposta às mulheres pelo cuidado a filhos, mas sim, das condições gerais de

Page 55: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

55

saúde e das diferenças de personalidade. Os efeitos das diferentes fontes de estresse na vida e

no trabalho sobre o bem estar físico e emocional são diferentes para homens e mulheres. No

presente estudo vemos uma predominância da amostra do sexo feminino com 71% (Tabela 1).

Teixeira, Fonseca e Máximo (2002), também observaram na amostra de seu estudo uma

predominância do sexo feminino de 91%.

De acordo com esse estudo a associação entre a qualidade de vida e o sexo dos

funcionários mostrou que nenhum dos oito domínios sofreu significativa variação (p-valor

>0.05).

No Brasil, ocorrem várias transformações e mudanças na economia que começam a

repercutir no crescimento da população adulta do país, as preocupações em relação à inserção

e/ou à reinserção do trabalhador adulto com mais idade nos últimos anos. Essas alterações se

refletem no aumento da participação relativa da população adulta conseqüentemente, uma

diminuição relativa dos grupos mais jovens (KRELING, 2004). Em relação à faixa etária dos

entrevistados, 48,4% dos funcionários tinham idade entre 30 e 40 anos como mostra a tabela

2. A idade variou entre 19 e 62 anos, se igualando ao estudo de Talhaferro; Barboza e

Domingos (2006), onde 72,7% dos trabalhadores pertenciam à faixa etária de 20 a 40 anos.

A associação entre a faixa etária dos funcionários e a qualidade de vida mostrou que

nenhum dos oito domínios (SF-36) sofreu significativa variação (p-valor >0.05) em função da

faixa etária, portanto, as três faixas etárias apresentam níveis idênticos de qualidade de vida.

De acordo com a tabela 2 à idade foi distribuída da seguinte forma: < = 30, de 31 a 40 anos,

de 41 a 50 anos e > 50. Prevaleceu a idade entre 31 a 40 com 48,4% e 16,1% foi maior que 50

anos e menor que 30 anos. Apresentando significância estatística com p=0,0004.

De acordo com a tabela 3, o tempo de serviço dos funcionários foi dividido em: < 01

ano, 01 a 03 anos, 04 a 06 anos e >10 anos. 45,2% dos funcionários obtiveram tempo de

serviço de 01 a 03 anos, 25,8% dos funcionários ficaram com 04 a 06 anos. Abaixo de 01

obteve 6,5% e 22,6% obteve 10 ou mais. O tempo de serviço dos funcionários da GAN em

sua maioria com 45,2% possuem de 1 a 3 anos. Para Talhaferro; Barboza e Domingos (2006),

o tempo de serviço encontrado em sua pesquisa foi de 2 a 6 anos em 41,3% dos entrevistados.

A avaliação da qualidade de vida (SF-36) em função do tempo de serviço (tabela 7)

obteve diferença estatisticamente significante (p-valor = 0.0488) apenas no domínio estado

geral de saúde, no qual os funcionários com tempo de serviço maior que 6 anos (mediana 66)

obtiveram significativa vantagem sobre os funcionários com tempo de serviço entre 3 e 6 anos

(mediana 52).

Page 56: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

56

A avaliação da qualidade de vida conforme a profissão (Tabela 8), foi realizada

dividindo-se em duas categorias: (a) Nutricionistas e (B) Agentes de artes práticas. As

pontuações das duas categorias de profissionais foram avaliadas pelo teste de Mann-Whitney,

o qual apontou diferença estatisticamente significante em três aspectos da qualidade de vida:

estado geral da saúde (p-valor=0.0347*), dor (p-valor=0.0357*) e aspectos sociais (p-

valor=0.0357*).

No domínio estado geral de saúde (Tabela 4), a média apresentada foi de 58,2 pontos,

o que mostra um índice adequado. Concordando com o trabalho de Texeira; Fonseca e

Maximo (2002), o estado geral de saúde, mostra-se com uma pontuação de 44,8 considerando

uma classificação adequada.

Nesta pesquisa a média no domínio para a dor (Tabela 4) teve o valor de 62,9 pontos,

apresentando o menor nível qualitativo, com 25% dos funcionários apresentando pontuação

entre 41 (primeiro quartil) e a mediana (62), portanto eles apresentavam níveis moderados de

dor e que influenciava moderadamente no trabalho e em casa. Neste domínio os funcionários

apresentaram níveis de qualitativos significativamente inferiores (p-valor < 0.05) em relação

aos domínios: aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Na pesquisa de

Bettarello e Saut (2006), as respostas dos funcionários chegaram a um resultado de 57,37

pontos.

De acordo com alguns estudos, o estresse e a dor são conseqüência de uma redução da

QVT, o que pode ser provocado pela insegurança sobre o futuro no emprego, em função de

jornadas de trabalho pesadas, por esforço para balancear profissão e família (NARDOCCI,

2008).

Verificou-se que os funcionários da GAN possuem uma vitalidade (Tabela 4) dentro

da média (71,9 pontos). Apresentando um intervalo entre 61.3 (primeiro quartil) e a máximo

(100) indica que 75% dos funcionários entrevistados apresentam uma boa parte do tempo, ou

todo o tempo sensação de vigor e energia. A pesquisa de Bettarello e Saut (2006), mostra que

os entrevistados também apresentaram uma boa vitalidade com 78,0 pontos. Para Martinez;

Paraguaya e Latorre (2004), a satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e de difícil

definição, por se tratar de um estado subjetivo, podendo variar de pessoa para pessoa, de

circunstância para circunstância e ao longo do tempo para a mesma pessoa segundo análise do

questionário SF-36

Os funcionários da GAN, ao fazer uma auto-avaliação de seu aspecto físico (Tabela 4)

nos mostraram, no geral, que estão dentro da média com 72,2 pontos, não havendo variação

entre a mediana (100) o terceiro quartil (100), indicando que 50% dos funcionários não

Page 57: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

57

apresentam qualquer problema no trabalho como conseqüência de sua saúde física. É

importante notar que houve um funcionário que apresentou escore 0 (zero) neste item do SF-

36. Neste domínio os funcionários apresentaram níveis de qualitativos significativamente

superiores ao domínio dor (p-valor < 0.05). Discordando da pesquisa de Almeida e Quaresma

(2005), onde obtiveram um resultado de 46,2 pontos. Seidl e Zannon (2004), alertam que os

termos qualidade de vida e estado de saúde aparecem na literatura muitas vezes como

sinônimos, isso se dá pelo fato de que a saúde – que depende do aspecto físico, está muito

relacionada com a qualidade de vida.

A capacidade funcional demonstrada na tabela 4 aborda algumas tarefas leves e

moderadas do cotidiano, os entrevistados apresentaram a média de 72,3 pontos, a mediana

(80) deve ser interpretada dentro da variação compreendida entre o primeiro quartil (56) e o

terceiro quartil (90), indicando que 75% dos funcionários entrevistados apresentam pouca ou

nenhuma dificuldade em realizar atividades da vida diária. Entretanto, há 25% dos

funcionários da GAN que apresentam muita dificuldade para realizar atividades cotidianas.

Neste domínio os funcionários avaliados apresentaram níveis de qualitativos

significativamente superiores ao domínio estado geral da saúde (p-valor < 0.05).

Concordando com o estudo de Talhaferro; Barboza e Domingos (2006), que obtiveram em

seus resultados a pontuação de 81,5 pontos nesse domínio. Para Biff (2006), o conceito de

capacidade para o trabalho vem ganhando atenção crescente em pesquisas cientifica na área

da saúde ocupacional. A criação de políticas de saúde, a formação de profissionais e a criação

de instrumentos de avaliação de saúde buscam contribuir papa a preservação e promoção da

saúde dos trabalhadores.

Quanto ao aspecto emocional na tabela 4, verificou-se que os resultados apresentados

encontram-se dentro de um limite adequado, pois o mínimo se encontra com a pontuação de 0

e o máximo com 100. Na média o valor é de 74,7 pontos. Discordando da pesquisa de

Texeira; Fonseca e Maximo (2002), que obtiveram em sua amostra um valor inferior a 50,0

pontos. Araújo et al. (2003), afirmam que a teoria do estresse emocional fundamenta-se na

avaliação de como o organismo responde às demandas do ambiente externo, sendo o estresse

produzido em situações em que as demandas excedem as capacidades individuais de

responder a esses estímulos.

O fator aspecto social na tabela 4, analisa a integração do indivíduo em atividades

sociais mostrando que o intervalo entre 62.5 (primeiro quartil) e a máximo (100) indica que

75% dos funcionários entrevistados relataram apresentar pouca ou nenhuma interferência de

problemas de saúde. No resultado geral, a média dos funcionários alcançou 77,6 pontos,

Page 58: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

58

considerado adequado. E estar de acordo com o trabalho de Almeida e Quaresma (2005), que

atingiram 60,8 pontos. Na FSCMP já existe uma iniciativa de melhorar o aspecto social

através das relações interpessoais, apaziguar os conflitos e inserir o trabalhador no processo

de gestão por meio de rodas de conversa, oficinas de humanização, organização de rodízios e

regime de plantão em co-participação entre gestores e funcionários.

O domínio saúde mental apresentado na tabela 4, investiga a ansiedade, depressão,

alterações do comportamento e bem estar psicológico. Apresentou 81,0 pontos com valores

entre 73 (primeiro quartil) e 100 (máximo), logo, indicando tranqüilidade, e por outro lado,

apresentavam ausência de nervosismo, intranqüilidade e desânimo. Talhaferro; Barboza e

Domingos (2006), concordam em sua amostra onde obtiveram uma média de 72,7 pontos.

Heloani e Capitão (2003), afirmam que atualmente, existe uma pressão constante contra a

grande massa de trabalhadores existente em quase todo o mundo, uma ameaça com objetivo

certeiro no qual faz com que milhares de pessoas sintam-se sobressaltadas, pois a única

ferramenta de que dispõe, sua força de trabalho, esse princípio de realidade adentra e fere o

psiquismo humano e atinge a saúde mental de várias pessoas.

Segundo a GST, a GAN apresentou em 2008 um alto índice de absenteísmo, onde

ficou responsável por 40% do índice total de faltas de todos os funcionários da FSMP e 22%

de pedidos de mudança de setor, são valores considerados altos, já que se comprovou neste

trabalho que os mesmos apresentam uma boa qualidade de vida - abrangente dentro e fora do

trabalho- portanto este resultado não apresenta relação com o absenteísmo. É importante

enfatizar que a GAN apresenta o maior quantitativo de agente de artes práticas, razão pela

qual, talvez incida a essa categoria também, o maior número de processos de relotações. O

SF- 36 não analisa situações como, relações interpessoais no setor, curto tempo de serviço e a

iniciativa da GST em apaziguar os conflitos através das rodas de conversa. Todos estes fatores

podem justificar os altos índices de absenteísmo e pedidos de mudanças de setor, mesmo

tendo demonstrado uma boa qualidade de vida.

Page 59: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

59

7 CONCLUSÕES

Quanto à qualidade de vida, através do questionário SF-36 concluiu-se que os escores

médios calculados apresentam a média com valores acima ao escore 50. Entre eles, a menor

pontuação foi no domínio estado geral de saúde com 58,2 pontos e dor com 62,9 pontos. O

escore de 50 para cada domínio é ponto de corte e todos os domínios atingiram valor maior

que 50, concluindo-se que os funcionários da GAN apresentam uma boa qualidade de vida.

Os funcionários da GAN, são em sua maioria mulheres, com faixa etária e tempo de

serviço prevalente entre 30-40 anos e 1-3 anos respectivamente.

O trabalho realizado na cozinha é dinâmico, porém cansativo devido, entre outros

fatores, à sobrecarga de trabalho gerada pelo grande número de atestados, que faz com que os

funcionários tenham que realizar o seu trabalho e também o de seu colega afastado. Pode ser

que o grande número de atestados deva-se aos conflitos interpessoais, sendo esse um dos

principais motivos de reclamação no setor, segundo dados da GST.

Talvez esses resultados tenham se mostrado com bom percentual por conta de já

existirem iniciativas de humanização do setor, por meio das rodas de conversa e oficinas de

humanização.

Page 60: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

60

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67

APÊNDICE A

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68

APÊNDICE B

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69

APÊNDICE C

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70

APÊNDICE D

CARTA DO CEP

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ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-36

NOS FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN)

DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ.

Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O

documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos

fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a

qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. As informações conseguidas

neste estudo serão analisadas em conjunto com as de outros funcionários, não sendo

divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação. O objetivo desta pesquisa

é avaliar a qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da gerência de

assistência nutricional da FSCMP. Gostaríamos de deixar claro que a participação nesta

pesquisa não acarretará qualquer gasto financeiro com relação aos procedimentos. É garantido

aos funcionários, a liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de

participar do estudo, sem necessidade de qualquer explicação. Você tem o direito de se

manter informado a respeito dos resultados parciais da pesquisa. As avaliações periódicas far-

se-ão necessárias sem algum desconforto. É importante afirmar que não haverá despesas

pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Esta pesquisa será realizada com

recursos próprios dos autores. Os resultados deste estudo serão mantidos em sigilo e serão

utilizados somente para esta pesquisa sendo divulgado em publicações científicas com a sua

autorização, assegurando o caráter confidencial dos dados e identificação dos participantes.

Caso você desejar, poderá tomar conhecimento dos resultados ao final desta pesquisa. Em

caso de dúvida, o senhor (a) poderá entrar em contato com as pesquisadoras, Íris Iana Botelho

Fernandes, Kaline Cajueiro de Vasconcelos e Leila Liani Lopes da Silva, pelos telefones:

81616727/ 88212168/ 81845866.

Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que li as informações acima sobre a pesquisa, que me sinto perfeitamente

esclarecido(a) sobre o conteúdo da mesma e concordo de livre e espontânea vontade em

participar como voluntário(a) do estudo “Análise da qualidade de vida segundo o questionário

SF-36 nos funcionários da Gerência de Assistência Nutricional (GAN) da Fundação Santa

Casa de Misericórdia do Para”.

Belém, ___/___/_____________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa.

Page 72: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

72

ANEXO B

Ficha de Identificação

NOME:___________________________________________________________________

IDADE:___________ SEXO: M( ) F( ) ESTADO CIVIL:________________

DATA DE NASCIMENTO____________________

TELEFONE:________________

ENDEREÇO:_____________________________________________________________

TEMPO DE SERVIÇO: _______________________ TURNO:__________________

FUNÇÃO:____________________________________ SETOR:___________________

ESCOLARIDADE:_____________________RENDA FAMILIAR:____________________

DOENÇA:_______________________________________________________________

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73

ANEXO C

Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida SF-36

1 - Em geral você diria que sua saúde é:

Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim

1 2 3 4 5

2 - Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora?

Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior

1 2 3 4 5

3 - Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia

comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso,

quando?

Atividades Sim, dificulta

muito

Sim, dificulta

um pouco

Não, não

dificulta de

modo algum

a) Atividades Rigorosas, que exigem

muito esforço, tais como correr,

levantar objetos pesados, participar em

esportes árduos.

1 2 3

b) Atividades moderadas, tais como

mover uma mesa, passar aspirador de

pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

d) Subir vários lances de escada 1 2 3

e) Subir um lance de escada 1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3

h) Andar vários quarteirões 1 2 3

i) Andar um quarteirão 1 2 3

j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

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74

4 - Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho

ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2

d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex.

necessitou de um esforço extra).

1 2

5 - Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho

ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se

sentir deprimido ou ansioso)?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado

como geralmente faz.

1 2

6 - Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais

interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?

De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 - Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave

1 2 3 4 5 6

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75

8 - Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo

o trabalho dentro de casa)?

De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 - Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você

durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se

aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.

Todo

Tempo

A maior

parte do

tempo

Uma boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a) Quanto tempo você

tem se sentindo cheio de

vigor, de vontade, de

força?

1 2 3 4 5 6

b) Quanto tempo você

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa?

1 2 3 4 5 6

c) Quanto tempo você

tem se sentido tão

deprimido que nada pode

anima-lo?

1 2 3 4 5 6

d) Quanto tempo você

tem se sentido calmo ou

tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e) Quanto tempo você

tem se sentido com

muita energia?

1 2 3 4 5 6

f) Quanto tempo você

tem se sentido 1 2 3 4 5 6

Page 76: Analise Da Qualidade de Vida Segundo Questionario SF 36

76

desanimado ou abatido?

g) Quanto tempo você

tem se sentido esgotado? 1 2 3 4 5 6

h) Quanto tempo você

tem se sentido uma

pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i) Quanto tempo você

tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6

10 - Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas

emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?

Todo

Tempo

A maior parte do

tempo

Alguma parte do

tempo

Uma pequena

parte do tempo

Nenhuma parte

do tempo

1 2 3 4 5

11 - O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

Definitivament

e verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não sei

A maioria

das vezes

falso

Definitiva-

mente falso

a) Eu costumo obedecer

um pouco mais

facilmente que as outras

pessoas

1 2 3 4 5

b) Eu sou tão saudável

quanto qualquer pessoa

que eu conheço

1 2 3 4 5

c) Eu acho que a minha

saúde vai piorar 1 2 3 4 5

d) Minha saúde é

excelente 1 2 3 4 5

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77

ANEXO D

População alvo do estudo

Questionário

IDADE SEXO TP Serviço PROFISSÃO

1 29 F 3anos AAP

2 33 M 4anos AAP

3 34 M 1anos/1mes AAP

4 39 F 3anos AAP

5 34 F 4anos AAP

6 65 F 25anos AAP

7 39 F 4anos AAP

8 52 F 22anos AAP

9 41 M 5anos AAP

10 37 F 1ano/6meses AAP

11 25 F 1ano/6meses AAP

12 32 M 1ano/6meses AAP

13 29 M 1ano/6meses AAP

14 44 F 21anos AAP

15 26 F 4anos/6meses AAP

16 33 F 6anos AAP

17 51 F 27anos AAP

18 47 F 22anos AAP

19 29 M 4anos AAP

20 45 F 1ano/6meses AAP

21 34 M 1 ano AAP

22 43 F 4anos AAP

23 23 F 4meses AAP

24 33 M 4meses AAP

25 39 F 1ano AAP

26 62 F 21 anos AAP

27 43 M 23anos AAP

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78

28 F NT

29 39 F 1ano/6meses AAP

30 30 F 1ano/5meses AAP

31 47 M 4meses AAP

32 19 M 4meses AAP

33 33 F 1ano/6meses AAP

34 39 F 1ano/5meses AAP

35 56 F 22anos AAP

36 F AAP

37 37 M 4anos/5meses AAP

38 39 F 1ano/8meses AAP

39 25 M 1ano/5meses AAP

40 35 M 2ano/8meses NT

41 34 F 30anos/8meses AAP

42 50 F 2ano/8meses AAP

43 68 F 19anos AAP

44 33 F 3anos/2meses NT

45 37 F 1ano/10meses AAP

46 36 M 4anos AAP

47 33 F 1anos/6meses AAP

48 30 F 4anos/6meses NT

49 35 F 1anos/8meses NT

50 39 M 4anos/5meses AAP

51 50 F 5anos AAP

52 53 F 1anos/6meses AAP

53 F NT

54 NT

55 31 F 1anos/6meses AAP

56 62 F 31anos AAP

57 31 F 2anos/9meses AAP

58 44 F 5anos AAP

59 42 F 1ano/4meses AAP

60 40 F 3anos AAP

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61 40 M 4anos/6meses AAP

62 38 M 17anos AAP