anÁlise da sustentabilidade empresarial nas … · 2017-11-05 · ufrn / biblioteca setorial do...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FERNANDA NUNES DANTAS
ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS
COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS
NATAL
2017
FERNANDA NUNES DANTAS
ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS
COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho.
NATAL
2017
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Dantas, Fernanda Nunes.
Análise da sustentabilidade empresarial nas Companhias Docas brasileiras/
Fernanda Nunes Dantas. - Natal, 2017.
97f: il.
Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho.
Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de Pós-graduação
em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
1. Sustentabilidade Empresarial – Dissertação. 2. Indicadores de Desempenho –
Dissertação. 3. Análise Multicritério – Dissertação. 4. Companhias Docas –
Dissertação. 6. Gestão Estratégica – Dissertação. I. Carvalho, José Ribamar Marques
de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 005.216.1:657.1
FERNANDA NUNES DANTAS
ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS
COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ciências Contábeis.
_______________________________________
Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho
Orientador
(Universidade Federal de Campina Grande)
_______________________________________
Prof. Dra. Aneide Oliveira Araújo
Membro Examinador Interno
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
_______________________________________
Prof. Dr. Rodolfo Jakov Saraiva Lobo
Membro Examinador Externo
(Universidade Federal de Campina Grande)
Aos meus pais, Hermes (in memorian) e
Neide, e a minha filha, Luísa.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por toda força, fé e coragem que tem me dado ao longo da minha caminhada
pessoal, acadêmica e profissional. Com Deus, tudo. Sem Deus, nada.
Aos meus pais, Hermes (in memorian) e Neide, que, com muito esforço, priorizaram
nossos estudos e nossa formação pessoal, ensinando os verdadeiros valores da vida.
A minha filha, Luísa, minha fonte maior de inspiração e coragem. Por ela e para ela,
sigo em frente, sempre.
Ao meu namorado, Rodolfo, pelo imenso carinho durante esta caminhada, pela ajuda
constante, me incentivando e me fazendo acreditar que era possível. A você, todo meu amor,
amizade e admiração. Obrigada por tudo!
As minhas irmãs, Fabiana e Fabíola, as minhas sobrinhas, Ana Beatriz e Cecília, e aos
meus cunhados, Erivando e Jorge, pela constante torcida, incentivo e apoio.
Aos meus tios, tias, primos e primas, especialmente minhas tias Neire e Nalba, que
vibram comigo a cada sucesso, me motivando a alcançar e trilhar novos caminhos, sempre.
Ao meu orientador, Professor Dr. José Ribamar Marques de Carvalho, pela atenção,
disposição e cordialidade. Pela partilha dos conhecimentos, ideias e, especialmente, pelas suas
conclusões e comentários desde o início da orientação desta dissertação.
Aos meus amigos da batalha acadêmica Cecília, Tahiana, Daniel, Felipe, Hedson,
Jislene, Joyce e Alessandra, meu muito obrigada pelos momentos inesquecíveis ao longo de
todo o mestrado.
Aos meus professores, pelos ensinamentos e discussões que tanto contribuíram para
meu desenvolvimento enquanto Mestre. Em especial, aos professores Dr. Diogo Henrique Silva
de Lima e Dra. Aneide Oliveira Araújo, que muito me inspiraram a buscar a seara acadêmica.
A todos que compõem o Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, em especial, ao Professor Dr. Erivan Ferreira Borges e a
secretária do programa, Marileila Cavalcante, pela colaboração e disponibilidade.
Ao Diretor Presidente da CODERN, Emerson Fernandes Daniel Júnior, que me
concedeu a oportunidade de realização deste curso.
Aos meus colegas da CODERN, que muito me ajudaram na coleta das informações
necessárias para a execução desta pesquisa, em especial ao meu gerente, Manoel Alves, pela
paciência e compreensão, e a minha amiga Rejane, pela solicitude e apoio nessa etapa.
Agradeço, ainda, de forma especial, aos amigos Gisele, Mariana, Renato, Júnior, Lorenna, Anna
Cláudia e Reneide, que me incentivaram bastante nessa empreitada.
Ao assessor do Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, então conselheiro na
Companhia Docas do Rio Grande do Norte, Eduardo Rocha Praça; aos colegas auditores
internos nas Companhias Docas, Rebeca (CDC), Giselly (CODEBA) e Marcos Roriz (CDRJ);
às secretárias dos Diretores Financeiros das Companhias Docas, Andreia (CDC), Kalina (CDP),
Roseni (CDRJ), Rita (CODEBA), Conceição (CODERN) e Edna (CODESP); aos Diretores
Administrativo-Financeiros que participaram do presente estudo, Jose Luciano Castelo Branco
Filho (CDC), Raimundo Rodrigues do Espírito Santo Júnior (CDP), Hélio Szmajser (CDRJ),
Erianísio dos Anjos Borges (CODEBA), José Adécio Costa Filho (CODERN), Roberto Carlos
Teles Braga (CODESA) e ao assessor da Diretoria Administrativa-Financeira da Companhia
Docas do Estado de São Paulo, Antônio Carlos da Costa, meu agradecimento pela colaboração.
Aos funcionários da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Marcos
Maia Porto, Luiza Almeida Gusmão e Liz Vale Bentes, pela cordialidade e disponibilidade em
me ajudar a compreender e coletar os dados acerca do projeto Índice de Desenvolvimento
Ambiental que a agência realiza.
A todos que, de alguma forma, me apoiaram nessa caminhada e torceram pelo meu
êxito. Muito obrigada!
A terra não é uma herança dos nossos
pais, mas sim um empréstimo de nossos filhos.
Provérbio Índio
RESUMO
As questões sociais e ambientais têm impulsionado a sociedade moderna na busca por um novo
modelo de gestão no qual as empresas procurem definir estratégias que estejam alinhadas a
aspectos de sustentabilidade empresarial que não sejam meramente financeiros. Associado a
esta nova realidade, o Governo Federal editou em 2016 a Lei nº 13.303 que torna obrigatória a
adoção de práticas de sustentabilidade empresarial e Responsabilidade Social Corporativa pelas
empresas estatais brasileiras, situação que deve ser implantada pelos Portos Públicos no Brasil.
Face ao exposto, a presente pesquisa busca contribuir neste sentido, objetivando avaliar o
desempenho empresarial das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que
permeiam a sustentabilidade empresarial. Para tanto, foram selecionados indicadores de
desempenho que permitem avaliar a performance das Companhias Docas brasileiras em relação
a esses aspectos, que foram analisados através do método multicritério PROMETHEE II, aos
quais foram atribuídos pesos de importância pelos gestores das Companhias investigadas, de
forma a agregar menos subjetividade à análise dos dados. Os resultados encontrados sugerem
que empresas com melhores indicadores econômico-financeiros não necessariamente possuem
os melhores índices sociais e ambientais, o que permite inferir que, no geral, as companhias
necessitam implantar um sistema de acompanhamento voltado para a gestão da sustentabilidade
alicerçada na tríade ambiental, social e econômico-financeira. Os achados da pesquisam
apontam, ainda, que a Companhia Docas do Pará possui a gestão mais sustentável, apresentando
boa colocação para as três vertentes de sustentabilidade. Em seguida, tem-se a Companhia
Docas do Ceará, que obteve um ótimo desempenho ambiental, ocupando a primeira posição
para esse aspecto no período analisado. Por outro lado, a Companhia Docas do Rio Grande do
Norte ocupou a última posição no ranking final influenciada pelos fracos desempenhos nas
gestões social e econômico-financeira.
Palavras-chave: Sustentabilidade Empresarial. Indicadores de Desempenho. Análise
Multicritério. Companhias Docas Brasileiras.
ABSTRACT
Social and environmental issues have driven modern society to seek a new management model
in which companies look for strategies that join aspects related to Managerial Sustaintability.
The Law 13303/16 makes practices of corporate sustainability and Corporate Social
Responsibility mandatory by Brazilian state-owned companies, including Brazilian Public
Ports. The present research aims to evaluate the business performance of Brazilian Docks
Companies in relation to the aspects that permeate the area of business sustainability. We
selected performance indicators that allow us to evaluate the performance of the Brazilian
Docks Companies in relation to these aspects, to which weightings were assigned by the
managers of the Companies investigated, in order to add less subjectivity in the data analysis.
The results suggest that companies with better economic and financial indicators do not
necessarily have the best social and environmental indexes, which makes it possible to infer
that, in general, companies need to implement a monitoring system focused on sustainability
management based on the environmental, social and financial triad. The findings also point out
that Para Dock Company has the most sustainable management, presenting a good placement
for the three sustainability strands. Next, we have Ceara Dock Company, which have obtained
a good environmental performance, occupying the first position for this aspect in the analyzed
period. On the other hand, Rio Grande do Norte Dock Company has occupied the last position
in the final ranking influenced by the poor performance in social and financial management.
Keywords: Business sustaintability. Performance rations. Multicriteria analysis. Brazilian
Docks Companies.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Percurso metodológico da pesquisa ..................................................................... 35
Figura 2 – Ranking cenário 2012 ........................................................................................... 63
Figura 3 – Ranking cenário 2013 ........................................................................................... 64
Figura 4 – Ranking cenário 2014 ........................................................................................... 65
Figura 5 – Ranking cenário 2015 ........................................................................................... 66
Figura 6 – Ranking final ........................................................................................................ 67
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Características dos indicadores ........................................................................... 29
Quadro 2 – Indicadores utilizados no presente estudo .......................................................... 37
Quadro 3 – Características dos indicadores ambientais ........................................................ 38
Quadro 4 – Características dos indicadores sociais ............................................................... 39
Quadro 5 – Características dos indicadores econômico-financeiros ..................................... 40
Quadro 6 – Portos Públicos brasileiros – Amostra ................................................................ 45
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Teste Alpha de Crombach ................................................................................... 41
Tabela 2 – Caracterização dos especialistas .......................................................................... 42
Tabela 3 – Funções de preferência – Método PROMETHEE ............................................... 43
Tabela 4 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2012 ....................................... 46
Tabela 5 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2013 ....................................... 47
Tabela 6 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2014 ....................................... 47
Tabela 7 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2015 ....................................... 48
Tabela 8 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2012 ............................................. 48
Tabela 9 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2013 ............................................. 49
Tabela 10 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2014 ........................................... 49
Tabela 11 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2015 ........................................... 50
Tabela 12 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2012.................. 51
Tabela 13 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2013.................. 52
Tabela 14 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2014.................. 52
Tabela 15 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2015.................. 53
Tabela 16 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2012 ................................... 54
Tabela 17 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2013 ................................... 54
Tabela 18 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2014 ................................... 55
Tabela 19 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2015 ................................... 55
Tabela 20 – Ranking geral das funções ambientais (IMSE parcial) ..................................... 55
Tabela 21 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2012 ......................................... 56
Tabela 22 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2013 ......................................... 57
Tabela 23 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2014 ......................................... 57
Tabela 24 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2015 ......................................... 57
Tabela 25 – Ranking geral das funções sociais (IMSE parcial) ........................................... 58
Tabela 26 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2012 ................ 59
Tabela 27 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2013 ................ 59
Tabela 28 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2014 ................ 60
Tabela 29 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2015 ................ 61
Tabela 30 – Ranking geral das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) .................. 62
Tabela 31 – Ranking cenário 2012 – (IMSE global) ............................................................ 63
Tabela 32 – Ranking cenário 2013 – (IMSE global) ............................................................ 64
Tabela 33 – Ranking cenário 2014 – (IMSE global) ............................................................ 64
Tabela 34 – Ranking cenário 2015 – (IMSE global) ............................................................ 66
Tabela 35 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas – (IMSE global) ......... 67
Tabela 36 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas...................................... 69
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AET Auxílio em Educação e Treinamento
AL Alagoas
AMD Auxílio Multicritério à Decisão
ANTAQ Agência de Transportes Aquaviários
AT Acidentes de Trabalho
ATF Acidentes de Trabalho Fatais
AuA Auditoria Ambiental
AInt Auditoria Interna
APS Ações de Promoção de Saúde
BA Bahia
CDC Companhia Docas do Ceará
CDP Companhia Docas do Pará
CDPe Comprometimento das Despesas com Pessoal
CDO Comprometimento das Despesas Operacionais
CE Ceará
CEUE Consumo e Eficiência no Uso de Energia
CMR Consumo de Matérias Reciclados e Matérias Primas
CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro
CODEBA Companhia das Docas do Estado da Bahia
CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte
CODESA Companhia Docas do Espírito Santos
CODESP Companhia Docas do Estado de São Paulo
CODOMAR Companhia Docas do Maranhão
DO Doenças Ocupacionais
DS Discriminação Salarial
DVA Demonstração do Valor Adicionado
ES Espírito Santo
ESQ Existência de Selos de Qualidade
GRI Global Reporting Initiative
IDA Índice de Desenvolvimento Ambiental
IDS Índice de Desenvolvimento Sustentável
IGRS Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial
InSE Indicadores de Sustentabilidade Empresarial
ISocI Indicadores Sociais Internos
ISocE Indicadores Sociais Externos
LA Licenciamento Ambiental
MCDA Multicriteria Decision Aid
ME Margem EBITDA
NE Nível de Endividamento
OAA Ocorrência de Acidentes Ambientais
PA Pará
PAEA Promoção de Ações de Educação Ambiental
PAmb Passivo Ambiental
PDIA Processos Decorrentes de Infrações Ambientais
PFEAC Percentual de Funcionários e Empregados Abrangidos por Acordo Coletivo
PLR Política de Distribuição de Lucros e Resultados entre Funcionários
PR Prevenção de Riscos
PROMETHEE Preference Ranking Method for Enrichment Evaluation
QF Quantidade de Funcionários
QFNE Quantidade de Funcionários com Necessidades Especiais
RE Receita por Empregado
RJ Rio de Janeiro
RL Receita Líquida
RN Rio Grande do Norte
ROA Retorno sobre o Ativo
ROE Retorno sobre o Patrimônio Líquido
RSC Responsabilidade Social Corporativa
SIGA Sistema Integrado de Gestão Ambiental Portuária
SC Santa Catarina
SEP Secretaria de Portos
SP São Paulo
TBL Triple Bottom Line
VCE Violações do Código de Ética
VV Volume de Vendas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 20
1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 20
1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 22
2.1 Gestão estratégica ....................................................................................................... 22
2.2 Sustentabilidade empresarial .................................................................................... 24
2.2.1 Estudos correlatos nacionais sobre sustentabilidade empresarial................................. 25
2.2.2 Estudos correlatos internacionais sobre sustentabilidade empresarial ......................... 27
2.3 Indicadores de sustentabilidade empresarial ........................................................... 28
2.3.1 Estudos correlatos nacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial ........ 31
2.3.2 Estudos correlatos internacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial ............32
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 34
3.1 Classificação metodológica da pesquisa ................................................................... 34
3.1.1 Percurso metodológico ................................................................................................. 35
3.1.2 População e Amostra do Estudo ................................................................................... 44
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 46
4.1 Estatística descritiva ................................................................................................... 46
4.1.1 Estatística descritiva para a função ambiental .............................................................. 46
4.1.2 Estatística descritiva para a função social .................................................................... 48
4.1.3 Estatística descritiva para a função econômico-financeira ........................................... 50
4.2 Modelo Multicritério PROMETHEE II para classificação das Companhias Docas
brasileiras ................................................................................................................... 53
4.2.1 Resultado PROMETHEE II para funções ambientais .................................................. 53
4.2.2 Resultado PROMETHEE II para funções sociais ........................................................ 56
4.2.3 Resultado PROMETHEE II para funções econômico-financeiras ............................... 59
4.3 Comparação obtida nos quatro cenários .................................................................. 62
4.4 Ranking final de desempenho das Companhias Docas brasileiras ......................... 67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 71
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 74
APÊNDICE A – INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DO MODELO:
CARACTERÍSTICAS ................................................................................................ 79
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESPECIALISTAS .......... 87
APÊNDICE C – TELAS VISUAL PROMETHEE ................................................. 89
APÊNDICE D – PLANILHA DADOS NO EXCEL ................................................ 97
17
1 INTRODUÇÃO
As questões ambientais têm tido cada vez mais importância para o segmento
empresarial, situação que ocorre para atender as novas exigências legais, de mercado e da
sociedade em geral. A abordagem econômico-financeira, antes preponderante no planejamento,
vem sendo substituída por um conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável, no qual as
metas de crescimento estão conexas aos esforços de minimização dos efeitos nocivos ao meio
ambiente e à sociedade como um todo (LAMEIRA et al, 2013; SACHS, 2012; SILVA;
QUELHAS, 2006).
Esse conceito de desenvolvimento sustentável envolve questões complexas e dinâmicas
da inter-relação da sociedade com o meio ambiente. A preocupação ambiental, somada à social,
passam então a figurar como temática importante, dada a real necessidade de mudanças na
forma como os recursos naturais estão sendo explorados e na maneira como as empresas estão
conduzindo seus negócios, posto que a preocupação focada apenas na maximização de lucros
empresariais apresenta limitações que não se alinham às necessidades das várias partes
interessadas no processo de gestão organizacional. Portanto, a sustentabilidade empresarial,
envolvendo os aspectos ambientais, sociais e econômico-financeiros, objetiva lucro e
desenvolvimento sustentável, um coexistindo com o outro. (LAMEIRA et al, 2013; RUFINO
et al, 2014; SACHS, 2012; SILVA; QUELHAS, 2006).
De acordo com Epstein e Roy (2003), a avaliação do desempenho sustentável surge
como uma forma de avaliar a performance empresarial em todas as dimensões, que busca
estabelecer a ligação entre gestão ambiental e social com negócio e estratégia competitiva, além
de integrar informação ambiental e social com informação econômico-financeira da empresa.
Proporcionar a tomada de decisões no contexto das organizações levando em
consideração aspectos meramente econômico-financeiros pode gerar muitas vezes decisões
conflituosas e subjetivas. Diversas empresas, possivelmente conduzidas pela avidez em
apresentar bons relatórios trimestrais aos acionistas, têm sido administradas com excessivo foco
nos indicadores econômico-financeiros, dando pouca importância aos indicadores não
econômico-financeiros. Assim, a busca pela maximização apenas desses indicadores apresenta
limitações, já que estimula a tomada de decisão orientada ao curto-prazo, que nem sempre é
sustentável no médio e longo-prazo (DIETSCHI; NASCIMENTO, 2008).
Essa forma como as organizações atuam no mercado, potencializando sinergias e
estratégias alinhadas à maximização de seus lucros, vem sendo aos poucos modificadas por
18
posturas mais “responsáveis” em relação a aspectos sociais e ambientais (CHIH; CHIH; CHEN,
2010; LOURENÇO et al, 2012; ORSATO et al, 2015).
Um dos principais questionamentos vigentes diz respeito ao retorno financeiro
proporcionado pelos investimentos de empresas que lastreiam suas práticas alinhadas à
sustentabilidade empresarial (LEVY; SZEJNWALD-BROWN; DE JONG, 2010). Nesse
sentido, entende-se que toda e qualquer empresa deve tentar equilibrar as questões econômico-
financeiras, ambientais e sociais, já que dessa forma podem contribuir para a continuidade de
suas atividades e assim alinhar melhor os anseios empresariais à capacidade de atender as
necessidades das gerações futuras. Para algumas empresas, no entanto, os impactos ambientais
e sociais que suas atividades podem impelir são mais desastrosos, potencialmente mais custosos
e, por esta razão, entende-se que precisam gerir criteriosamente seus negócios levando em
consideração as questões relacionadas à gestão sustentável.
Acrescente-se a isso, o fato de que a tomada de decisões estratégicas, em ambientes
assinalados por rápidas mudanças, característica da conjuntura mercadológica atual, exige dos
seus decisores melhores julgamentos, que possam iluminar a escolha das alternativas em jogo
(ARAÚJO; ALMEIDA, 2009; SAATY, 1991; WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2000).
No segmento portuário, esse argumento se torna ainda mais imperativo, vez que a gestão
deve pesar diversos aspectos, haja vista que essas empresas se encontram localizadas
geograficamente em áreas de preservação ambiental, à beira-mar ou às margens de rios,
necessitando, portanto, de maior atenção junto a suas atividades, ao considerar aspectos
ambientais, além dos sociais e econômico-financeiros dentro de seu processo decisório.
No contexto brasileiro, os portos são responsáveis por mais de 80% das importações e
exportações transacionadas, o que permite definir o modal marítimo como o principal meio de
transporte utilizado para o escoamento das produções nacionais e para a entrada de mercadorias
internacionais (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – BRASIL,
2017), configurando-se como um ramo que ganha relevância acadêmica.
No Brasil, dezenove dos trinta e sete portos públicos organizados são administrados por
empresas estatais, as chamadas Companhias Docas. Assim, cabe ao governo fomentar medidas
de estimulo à atividade portuária, contribuindo para a geração de emprego e renda, o que
possibilita aumentar o desempenho dos portos. Ademais, o volume de investimentos nesse
segmento é bastante elevado, o que requer um conhecimento mais aprofundado das reais
necessidades dos portos de forma a direcionar o planejamento estratégico das ações de governo
para o setor (SECRETARIA DE PORTOS, 2017).
19
Com esse objetivo, os gestores, os usuários, os colaboradores e o Governo como
proprietário e como fiscalizador do segmento, necessitam de indicadores de gestão que realizem
um acompanhamento da conjuntura organizacional e possibilitem uma melhor tomada de
decisão. A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República editou em 2008 a Portaria
nº 214, instituindo indicadores de desempenho econômico-financeiros, operacionais,
administrativos, comerciais, de segurança, meio-ambiente, dragagem e de logística como forma
de subsidiar o monitoramento e, consequentemente, a avaliação do desempenho empresarial
portuário sustentável.
Nesse contexto, e objetivando contribuir para o processo de implantação de padrões de
sustentabilidade, o Governo Federal editou o Decreto nº 8.945/2016, que regulamenta a Lei nº
13.303/2016, conhecida como a nova Lei das Estatais, que dispõe, no seu parágrafo 2º do Art.
44, acerca da obrigatoriedade de as empresas estatais adotarem práticas de sustentabilidade
ambiental e de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), compatíveis com o mercado em
que atua, configurando-se como um fator relevante para a instituição de indicadores de
sustentabilidade pelos portos públicos e que vem fundamentar a relevância desse estudo.
Até 2014, de acordo com Dutra et al (2014), grande parte das pesquisas acadêmicas
realizadas sobre os portos centravam-se em seus aspectos operacionais. Nesse estudo, os autores
analisaram quais os indicadores que possuem maior frequência de utilização para avaliação do
desempenho, utilizando a ferramenta ProKnow-C. O resultado apontou que a maioria dos
indicadores têm como foco a avaliação da eficiência dos portos em uma perspectiva
operacional. No entanto, considerando que há uma relevância cada vez maior das questões de
caráter social e ambiental, aliadas a obrigatoriedade da implantação de práticas ambientais e
sociais impostas pela nova legislação das empresas estatais, o desenvolvimento de pesquisas na
temática da sustentabilidade empresarial ganha espaço no âmbito da pesquisa científica sobre
portos.
Dessa maneira, e seguindo esse entendimento da importância da avaliação do
desempenho sustentável organizacional, percebe-se que as empresas portuárias devem traçar
políticas de desenvolvimento alinhadas à sustentabilidade, uma vez que se tratam de empresas
cujas atividades geram problemas, sejam de cunho social ou ambiental e que impactam (positiva
ou negativamente) o entorno no qual elas se encontram.
Partindo do pressuposto de que o uso de indicadores de gestão empresarial combinado
a partir da junção de informações econômico-financeiras e não econômico-financeiras,
alicerçadas ao tripé da sustentabilidade (dimensões econômico-financeira, social e ambiental)
pode contribuir para a melhoria da gestão e processo de decisão organizacional, considera-se
20
que um estudo desta natureza no setor portuário pode trazer argumentos interessantes à temática
da sustentabilidade empresarial. Acrescente-se a isso a abordagem gerencial, que pode adotar
técnicas de Auxílio Multicritério à Decisão (AMD), em inglês Multicriteria Decision Aid
(MCDA), especialmente do Método PROMETHEE II (Preference Ranking Method for
Enrichment Evaluation) pertence à escola francesa de Análise Multicritério a Decisão,
configurando-se como fator relevante na melhoria do processo decisório deste setor.
Isto posto, compreende-se que para atender a nova demanda trazida pela legislação, bem
como para cumprir com os novos padrões do mercado que consideram importantes os aspectos
socioambientais para as empresas, torna-se necessário o entendimento da real situação dos
portos públicos em relação a esses aspectos, de forma a subsidiar o Governo e os órgãos
reguladores na tomada de decisão. Dessa forma, o presente estudo torna-se relevante ao buscar
contribuir para identificação da sustentabilidade empresarial junto aos portos públicos
brasileiros e, considerando a importância da temática desse estudo, a pesquisa objetiva
responder ao seguinte questionamento: Qual o desempenho das Companhias Docas
brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidade empresarial?
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Avaliar o desempenho das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que
permeiam a sustentabilidade empresarial.
1.1.2 Objetivos Específicos
Para alcançar os objetivos gerais, foram definidos os seguintes objetivos específicos:
a) selecionar os indicadores relacionados à gestão portuária em termos ambientais, sociais
e econômico-financeiros;
b) analisar o comportamento dos indicadores do modelo através da análise descritiva com
o objetivo de identificar se estes sinalizam possíveis condições de sustentabilidade
empresarial (ambiental, social e econômico-financeira);
c) quantificar o grau de importância dos indicadores a partir da percepção dos vários
decisores das Companhias Docas brasileiras;
21
d) propor um Índice Multicritério de Sustentabilidade Empresarial (IMSE) capaz de avaliar
a performance organizacional a partir do uso do Método PROMETHEE II;
e) construir um ranking final que permita identificar e comparar a performance da
sustentabilidade empresarial dos portos públicos brasileiros.
22
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Gestão estratégica
Na visão tradicional da gestão empresarial, a alocação dos recursos para os investidores
e proprietários objetiva aumentar sua riqueza, e a eficiência desta alocação pode ser mensurada
pela intensidade dos fluxos de caixa gerados numa perspectiva de curto prazo (ARAÚJO,
2001). Com mercados cada vez mais competitivos, a continuidade das empresas requer um
planejamento de suas operações capaz de conciliar os diversos aspectos de interesse da
organização, na qual a definição de objetivos, com foco na otimização dos resultados no longo
prazo, possa contribuir para a continuidade das atividades da entidade.
A mudança ocorrida na concepção e na atuação empresarial, que ocorre face às pressões
da sociedade moderna, ocasionou uma transformação das entidades que adotavam práticas
puramente econômicas para aquelas que se inter-relacionam com suas partes interessadas. Esse
cenário alterou a forma como os gestores “enxergam” e se relacionam com seus acionistas,
empregados, fornecedores, financiadores, governo, impactando diretamente nas políticas de
gestão adotadas que agora visam conciliar diversos interesses (DENG; KANG; LOW, 2013;
WELZEL; HAUPT; MARTINS, 2015).
Freeman e Mc Vea (2001) defendem que as pesquisas em administração seguem quatro
linhas distintas: planejamento corporativo; teoria de sistemas; responsabilidade social
corporativa e teoria organizacional. Segundo os autores, as pesquisas apontavam que uma
estratégia considerada de sucesso é aquela que integra os interesses de todas as partes
relacionadas, sem privilegiar um grupo em detrimento dos demais. No tocante às linhas da
teoria de sistemas e da teoria organizacional, os autores enfatizam a ideia de que a empresa é
um sistema aberto que se relaciona com grupos externos, havendo, portanto, a necessidade de
elaboração de estratégias coletivas que aperfeiçoem e garantam a sobrevivência da empresa a
longo prazo.
A gestão estratégica de uma organização que se alinhe à teoria da responsabilidade
social corporativa passa pela concatenação das metas empresariais em consonância aos anseios
de suas partes interessadas. Nesse sentido, ao considerar aspectos ambientais, sociais, dentre
outros, que são importantes para vários segmentos adjacentes, a organização incube em práticas
de sustentabilidade empresarial, que aborda aspectos para além dos econômico-financeiros.
Engert, Rauter e Baumgartner (2016) versam que o compromisso com a sustentabilidade
empresarial exige uma abordagem estratégica para garantir que ela é parte integrante da
23
estratégia de negócios e processos da empresa. Para os referidos autores, vem ocorrendo um
aumento no número de pesquisas acerca da temática da sustentabilidade dentro da gestão
estratégica da empresa, corroborando o entendimento de que deve haver uma administração
direcionada às questões sociais e ambientais numa instituição.
Assim, para haver um planejamento estratégico congruente dentro de uma companhia,
deve-se conhecer como a empresa se relaciona com seus stakeholders, visto que uma das
atribuições do gestor é identificar e trabalhar com a maior parte possível de stakeholders,
considerando aspectos sociais e ambientais, além dos econômico-financeiros (COUTINHO;
MACEDO-SOARES, 2002; MITCHELL; AGLE; WOOD, 1997).
A teoria dos stakeholders, aliada à Responsabilidade Social Corporativa (RSC)
condicionam uma nova visão de gestão estratégica para a organização, na qual, ao desenvolver
ações de responsabilidade social e ambiental, as empresas objetivam respaldar a racionalidade
econômica, atender aos requisitos para financiamento, às expectativas da sociedade, atrair
fundos de investimentos, bem como cumprir as exigências do setor (DEEGAN, 2002).
Ademais, ao se aproximar dos stakeholders e divulgar seu desempenho com metas de
melhorias, as empresas assumem compromissos públicos que agregam valor à imagem
institucional, cujo descumprimento pode ser oneroso em termos reputacionais (BELINKY,
2016). Essa melhoria da imagem corporativa, aliada à conquista de vantagens competitivas,
justificam a aproximação com as partes relacionadas que conduzem a uma responsabilidade
ambiental e social maior por parte da empresa.
Até 2013, cada porto no Brasil era responsável, de forma individualizada, pelo seu
respectivo planejamento estratégico. Após a edição da nova Lei dos Portos (12.815/2013), ficou
a cargo da Secretaria de Portos (SEP) a missão de elaborar o planejamento setorial em
conformidade com as políticas e diretrizes de logística integrada, abrangendo tanto acessos
portuários quanto infraestrutura e desenvolvimento urbano. O objetivo dessa integração,
segundo a SEP (2017), foi criar um modelo de gestão capaz de tornar os portos rentáveis,
competitivos, autossustentáveis, menos dependentes de fundos externos e mais autônomos.
Importa, assim, que sejam considerados aspectos no planejamento estratégico do setor
pertinentes às suas partes interessadas, o que se alinha com a teoria dos stakeholders,
contribuindo, assim, para uma boa inter-relação, bem como para que sejam evitados desgastes
quando os interesses são conflitantes entre essas áreas. Dessa forma, a presente análise busca
contribuir nesse sentido, já que trata de um aspecto importante a ser considerado no processo
de planejamento estratégico dos portos, o da sustentabilidade portuária. Considera-se, nesse
estudo, que uma gestão estratégica pautada nas vertentes ambientais, sociais e econômico-
24
financeiras agrega uma mais valia à empresa e a torna detentora de atributos que a conduzem à
chamada sustentabilidade empresarial.
2.2 Sustentabilidade empresarial
O desenvolvimento sustentável é um novo conceito ético que busca reduzir a pobreza e
proteger o meio ambiente. Quando as empresas incorporam esse conceito em suas atividades,
espera-se que estejam alinhadas à sustentabilidade empresarial, que contempla, dentre outros
aspectos, os fatores econômico-financeiro, o social e o ambiental (LACY et al, 2010).
Dentro desse contexto, surge o conceito de Triple Bottom Line (TBL) que considera a
empresa sustentável como aquela que adota uma postura empresarial focada na inter-relação
entre os três pilares – econômico-financeiro, ambiental e social – no seu processo de tomada de
decisão (ALHADDI, 2015; CALLADO, 2010). Considerando essas três vertentes, o gestor
incumbe em práticas de gestão sustentável, que, segundo Lloret (2016), fazem com que as
empresas apresentem um melhor desempenho de longo prazo, uma vez que baseiam suas
estratégias de negócios em ações mais duradouras capazes de adquirir vantagens competitivas.
A sustentabilidade representa, para o setor empresarial, um novo conceito de se fazer
negócios que promove a responsabilidade social, com uso racional dos recursos naturais,
diminuindo, por conseguinte, os impactos negativos sobre o meio ambiente, resguardando a
integridade do planeta para as futuras gerações, sem deixar de lado a rentabilidade econômico-
financeira do empreendimento. Dessa maneira, as empresas passam a ter um foco maior na sua
existência futura, contribuindo para a preservação dos recursos existentes e para a continuidade
de suas atividades (SILVA et al, 2009; SILVA; PIRES, 2013).
Buscando alcançar esse fim, algumas organizações sociais surgem para acompanhar,
direcionar e fomentar ações de sustentabilidade, como é o caso, por exemplo, do Global
Reporting Initiative (GRI)1 e do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da
BM&FBOVESPA2, ferramentas que nasceram no intuito de permitir a comparabilidade e o
monitoramento das questões de sustentabilidade empresarial (MACHADO et al, 2012; ORO;
RENNER; BRAUN, 2013; TANNURI; VAN BELLEN, 2014). Dentro desse contexto, Belinky
(2016) cita a ISO 260000, cujas disposições consolidaram muitas das perspectivas de
sustentabilidade trazidas por esses organismos. Esses novos critérios trazidos por essas
1 Dados disponíveis em: www.globalreporting.org. Acesso em: 15 jan. 2017. 2 Dados disponíveis em: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/
indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em: 15 jan. 2017.
25
ferramentas pautam-se em extensas listas de aspectos que devem ser gerenciados
voluntariamente por organizações interessadas em se destacar pelo compromisso com a
sustentabilidade.
Oliveira (2008) já defendia que muitas empresas enxergam oportunidades de mercado
quando se posicionam frente às questões socioambientais, as quais acrescentam valor à empresa
ou aos produtos. Assim, pode-se afirmar que o planejamento por parte das empresas, no que se
refere à interiorização das variáveis ambientais e sociais, pode trazer-lhes vantagem
competitiva, o que converge com as questões econômicas da instituição que têm, como foco, o
lucro nas suas atividades.
Belinky (2016) aponta que o crescimento das iniciativas destinadas ao meio ambiente,
à sociedade e aos stakeholders fez surgir a terceira geração desse movimento sustentável,
caracterizada pela busca da integração da sustentabilidade ao negócio, que deve conceber e
planejar o futuro da empresa considerando um amplo conjunto de fatores voltados à
sustentabilidade.
Nesse sentido, diante do fato de que os portos são empresas que possuem grande
importância dentro do contexto logístico de um país – posto que trabalha com as mais variáveis
empresas e com grandes volumes financeiros de transações de mercadorias – a adoção de
práticas de sustentabilidade empresarial surge como uma condição necessária de adaptação às
novas demandas que a sociedade requer, sem comprometer as gerações futuras. Assim, a
presente pesquisa objetiva dar um contributo à temática da sustentabilidade, valendo-se da
análise dessa questão na área dos portos.
2.2.1 Estudos correlatos nacionais sobre sustentabilidade empresarial
As pesquisas acerca da temática da sustentabilidade empresarial estão em pleno
desenvolvimento. Tal situação se justifica pela importância do tema, que ganha cada vez mais
notoriedade no contexto empresarial, em função da necessidade de as empresas garantirem uma
imagem institucional positiva, bem como a sua continuidade no mercado, que passa pela
administração das situações sociais e ambientais, além das econômico-financeiras.
Observa-se, pelo exame da literatura (MACHADO et al, 2012; ORO, RENNER;
BRAUN, 2013; LAMEIRA et al, 2013) que, no Brasil, grande parte dos estudos acerca da
sustentabilidade empresarial analisa diversos assuntos nas empresas integrantes do ISE da
BM&FBOVESPA. Sob esta ótica, compreende-se que existe uma grande preocupação em
26
analisar se as empresas possuem características diferenciadas, que poderiam, ou não, ser
explicadas pela adoção de práticas sustentáveis.
O trabalho de Silva e Quelhas (2006) apresenta o impacto no custo de capital próprio
para as empresas brasileiras de capital aberto face à adoção dos princípios de sustentabilidade.
O resultado da pesquisa confirma a expectativa de que, ao aderir aos padrões de
sustentabilidade, a empresa reduz o risco corporativo medido pelo risco sistemático,
determinando a redução do custo de capital e aumento do valor econômico.
Machado et al (2012) verificaram a relação entre investimentos socioambientais e a
inclusão das empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, por
meio da aplicação de regressão logística. Os pesquisadores puderam concluir que existe relação
entre os investimentos socioambientais e o ingresso das empresas na carteira ISE da
BM&FBOVESPA. As inferências obtidas por esses autores sinalizam que os investimentos das
empresas realizados e evidenciados em questões socioambientais são entendidos como indício
de comprometimento real com a responsabilidade social e sustentabilidade e não simplesmente
uma forma de prestação de contas dos recursos aplicados.
Lameira et al (2013) testaram o possível relacionamento entre a participação no ISE,
utilizada como proxy de melhores práticas de sustentabilidade, e a concomitante prática de
melhores regras de sustentabilidade com os indicadores da qualidade da gestão dessas
companhias. Os resultados apontaram que as melhores práticas de sustentabilidade se
encontram associadas a melhores desempenhos, maiores valores e menores riscos.
Oro, Renner e Braun (2013), por sua vez, investigaram a relação entre a Receita Líquida
e os Indicadores Socioambientais extraídos dos Balanços Sociais publicados pelas empresas
integrantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, no período de
2007 a 2010. Os resultados apontaram que as empresas apresentam correlação positiva entre a
Receita Líquida (RL) e os Indicadores Sociais Internos (ISocI) e Externos (ISocE), os
Indicadores Ambientais (IA), a Quantidade de Funcionários (QF) e a Quantidade de
Funcionários com Necessidades Especiais (QFNE), sinalizando que, quanto maior o valor da
Receita Líquida, maior a participação em valor desses indicadores.
Do exposto, este trabalho busca se diferenciar das produções acadêmicas acima listadas
por não enfatizar nenhum índice de sustentabilidade previamente definido, focando no estudo
de um ramo de negócio específico, que possui grande importância econômica, inserido em áreas
de relevância ambiental e social, situação essa também verificada em outros países com
potencial portuário. Verifica-se, ainda, que os estudos e aplicações com o foco na temática da
27
sustentabilidade não têm se restringido somente ao cenário nacional. Nesse sentido, é possível
identificar diversas publicações sobre essa temática em periódicos internacionais.
2.2.2 Estudos correlatos internacionais sobre sustentabilidade empresarial
A seguir, são elencados alguns estudos internacionais que abordam a temática da
sustentabilidade. Observa-se, de forma análoga ao que ocorre no Brasil, que se trata de um
assunto que possui notável interesse pela classe acadêmica.
A pesquisa realizada por Lourenço et al (2012) objetivou analisar como o desempenho
sustentável corporativo se associa com o índice Dow Jones, refletindo no valor de mercado das
ações. Utilizando uma análise teórica combinando perspectivas institucionais, teoria das partes
interessadas, e perspectivas baseadas em recursos, foi desenvolvido um conjunto de hipóteses
que relacionam o valor de mercado da empresa com o desempenho sustentável corporativo. Os
resultados sugerem que os investidores realmente penalizam as grandes empresas rentáveis com
baixo nível de sustentabilidade corporativa.
Já Hahn et al (2015) buscaram propor uma estrutura sistemática para a análise de
problemas relacionados às questões da sustentabilidade corporativa. Essa estrutura é baseada
na visão integrada sobre sustentabilidade corporativa, o que sublinha a necessidade de uma
integração simultânea das dimensões econômica, ambiental e social, sem, a priori, enfatizar
uma dimensão sobre qualquer outra. A pesquisa foi eminentemente bibliográfica e busca
embasar os gerentes para uma melhor compreensão dos problemas relacionados à
sustentabilidade empresarial, auxiliando-os na tomada de decisão.
Lloret, por sua vez, (2016) analisou um modelo de sustentabilidade empresarial com as
cinco principais empresas mexicanas. O estudo apontou que a existência de uma linha
estratégica sustentável agrega e gera valor às empresas. Assim, as práticas sustentáveis
mostram-se fundamentais para o modelo de negócio adotado, proporcionando uma maior
sobrevivência à companhia, haja vista que essa estratégia competitiva se pauta em ações
duradouras e específicas.
Nesse sentido, os achados de Khan, Serafeim e Yoon (2016) demonstram que empresas
com forte performance em questões materiais de sustentabilidade apresentam melhor
desempenho que empresas com baixa performance nesses tópicos, assim como firmas com boa
performance em itens imateriais de sustentabilidade não superam o desempenho de empresas
que têm baixos índices em questões imateriais, indicando que os investimentos em
sustentabilidade não destroem valor para os investidores.
28
Formentini e Taticchi (2016) realizaram um trabalho com o objetivo de compreender
como as abordagens de sustentabilidade corporativa são implementadas e alinhadas com os
mecanismos de governança no nível da cadeia de abastecimento. Compreendendo que há uma
lacuna na literatura acerca dessa correlação sustentabilidade versus governança, os autores
buscaram caracterizar três perfis de sustentabilidade para a compreensão do nível de
governança existente nas empresas: líderes em sustentabilidade; profissionais de
sustentabilidade e tradicionalistas. O entendimento acerca do nível em que se encontra,
possibilita às empresas e profissionais da cadeia de abastecimento tratar metas a serem
alcançadas para melhorar a governança da sustentabilidade.
Pela análise dos trabalhos internacionais, observou-se que estes se diferenciam da
produção nacional pela maior diversidade de temas, bem como pelo fato de não focar em um
índice ou ranking empresarial, o que torna a produção científica mais diversificada.
2.3 Indicadores de sustentabilidade empresarial
Através da análise dos trabalhos publicados, tanto em nível nacional, quanto
internacional, observou-se que muitos pesquisadores, para mensurar a sustentabilidade
empresarial, fazem uso de indicadores que atestem, ou não, a adoção de práticas sustentáveis.
Assim, para aferir essa sustentabilidade, torna-se importante a instituição de índices que
possibilitem o acompanhamento dos fatores ligados às questões econômico-financeiras, sociais
e ambientais, e funcionem como guia para uma gestão pautada na sustentabilidade,
protagonizando, portanto, a implantação da chamada gestão sustentável.
Um conjunto de indicadores pode ser definido como uma ferramenta central que permite
um acompanhamento das principais variáveis de interesse de uma empresa, possibilitando o
planejamento de ações que visam a melhorias de desempenho, auxiliando, dessa forma, a
melhor tomada de decisão (CALLADO, 2010).
Para Van Bellen (2002), os indicadores objetivam comunicar o progresso em direção a
uma meta de forma simples e objetiva o suficiente para retratarem a situação o mais próximo
possível da realidade, dando ênfase aos fenômenos que tenham ligações entre a ação humana e
suas consequências.
De forma a atingir o objetivo a que se propõe, os indicadores devem possuir algumas
características comuns, apresentadas no Quadro 1:
29
Quadro 1: Características dos indicadores
Seletividade Os indicadores necessitam estar relacionados a fatores essenciais ou críticos do processo a
ser avaliado.
Representatividade Os indicadores devem ser escolhidos ou formulados de forma que possa representar
satisfatoriamente o processo ou produto a que se refere.
Simplicidade
Devem ser de fácil compreensão e aplicação, principalmente para aquelas pessoas
diretamente envolvidas com a coleta, processamento e avaliação dos dados, requerendo o
mínimo de esforço adicional para sua implementação.
Baixo custo Devem ser gerados a um custo baixo.
Disponibilidade de
dados
Devem estar disponíveis no decorrer do tempo para permitir realizar comparações e o
monitoramento contínuo.
Estabilidade
Devem ser coletados com base em procedimentos padronizados incorporados às
atividades da empresa e que permitam sua comparação ou a análise de tendências ao
longo do tempo.
Comparação
externa
Alguns indicadores devem ser desenvolvidos para permitir a comparação do desempenho
da empresa com outras empresas do mesmo setor ou empresas de diferentes setores.
Melhoria contínua
Os indicadores devem ser periodicamente avaliados e, quando necessário, devem ser
modificados ou ajustados para atender às mudanças no ambiente organizacional e não
perderem seu propósito e validade
Fonte: Callado (2010).
As características apontadas devem ser representativas de todo e qualquer indicador,
sendo, portanto, imprescindíveis também na seleção dos indicadores de sustentabilidade
empresarial, que devem ser escolhidos para atender à necessidade de monitoramento da gestão
sustentável, sem com isso dispender muito tempo dos gestores ou recursos da instituição.
Monitorar as atividades de uma empresa requer, por parte dos gestores, um
conhecimento profundo das atividades desenvolvidas pela companhia. Na atual conjuntura da
sociedade, que possui múltiplas demandas, muitas vezes conflituosas, o ato de gerir tornou-se
uma tarefa complexa. A criação e o acompanhamento de indicadores de desempenho figuram-
se como uma alternativa para embasar a tomada de decisão. Nessa seara, a instituição de
indicadores de gestão da sustentabilidade empresarial possibilita analisar e acompanhar as
mudanças que ocorram no processo laboral, identificando até que ponto as mudanças ocorridas
são eficazes, norteando a continuidade ou não de determinadas atividades (CALLADO, 2010).
Para Claro e Claro (2004), a função dos indicadores de sustentabilidade é avaliar se um
sistema está se tornando sustentável em termos ambientais, econômico-financeiros e sociais,
orientando a tomada de decisão acerca das medidas corretivas que cada setor pode implementar
para redirecionar as ações necessárias de forma a corrigir as falhas apontadas. Assim sendo,
esses medidores direcionam a empresa para uma gestão centrada na sustentabilidade, sendo,
portanto, atores principais na implantação da gestão sustentável.
30
Uma das grandes dificuldades na implantação de um sistema de indicadores de
sustentabilidade é que o seu conceito não é unívoco, podendo ser interpretado de diversas
formas. Mesmo assim, a implantação desse tipo de ferramenta fornece uma base de informações
que permite ações de planejamento voltadas aos resultados e à promoção da aprendizagem
(MASCARENHAS; NUNES; RAMOS, 2015).
Como os indicadores de sustentabilidade empresarial (InSE) integram as vertentes
econômica, social e ambiental, eles demonstram as tendências específicas que auxiliam na
gestão da empresa e informam, às partes interessadas, os supostos impactos corporativos sobre
o meio ambiente e a sociedade em geral. É importante frisar que o apoio dos grupos externos a
uma empresa muitas vezes condiciona a continuidade das atividades do empreendimento e,
portanto, a informação a estas partes interessadas torna-se não só importante como
condicionante. No entanto, não é interessante que ocorra apenas a comunicação das
informações acerca de fatores sociais e ambientais, mas que haja um acompanhamento por parte
da gestão que possibilite avaliar, medir e gerenciar os impactos que a sustentabilidade propicia
(LODHIA; MARTIN, 2014).
Para Van Bellen (2002), o objetivo principal dos indicadores é o de agregar e quantificar
informações de uma maneira que sua significância fique mais aparente. Outra característica é a
de simplificar as informações sobre fenômenos complexos tentando melhorar, com isso, a
comunicação das informações. O autor traz, ainda, que os indicadores são modelos da realidade,
não podendo se confundir com a própria realidade, que devem ser legítimos e construídos
dentro de uma metodologia coerente de mensuração. Assim, para que os indicadores sejam
seguros e retratem a realidade de forma a poder subsidiar a tomada de decisão devem ter
legitimidade e confiabilidade.
Portanto, a instituição de indicadores de sustentabilidade empresarial deve objetivar a
simplificação das informações, de forma que sejam potencialmente relevadoras e a embasar a
tomada de decisão do gestor, direcionando o andamento das atividades da instituição.
Seguindo esse raciocínio, no presente estudo se buscou adotar indicadores que apontem
fatores relevantes e importantes ligados aos aspectos das empresas portuárias a partir do
contexto da gestão sustentável. Além disso, essa escolha seguiu a premissa de disponibilidade
de dados, seletividade, representatividade, simplicidade e baixo custo dos indicadores,
características importantes que devem ser preponderantemente consideradas.
31
2.3.1 Estudos correlatos nacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial
A busca pelo entendimento de quais são os melhores indicadores sustentáveis incentiva
a produção de estudos nessa área de pesquisa, dada a necessidade cada vez maior da adequação
dos padrões tradicionais de mensuração de desempenho à sustentabilidade.
Araújo, Carvalho e Castro (2013) analisaram a importância da prática da
sustentabilidade e de seus indicadores para a implementação e a consolidação de vantagem
competitiva nas organizações empresariais. A pesquisa apontou que empresas que se
enquadram aos desafios da economia internacional, através da preservação do meio ambiente e
da promoção social, têm maiores condições de liderar seus respectivos mercados.
Nesse sentido, Rufino et al (2014) verificaram os reflexos do desenvolvimento de ações
de sustentabilidade socioambiental no contexto empresarial, através da comparação entre os
indicadores econômico-financeiros dos bancos sustentáveis com os indicadores dos bancos não
sustentáveis. O estudo permitiu inferir que não há existência de sinergia suficiente para afirmar
decisivamente que a sustentabilidade influi nos indicadores econômico-financeiros das
empresas estudadas, contrariando, em parte, os achados de Khan, Serafeim e Yoon (2016).
Tannuri e Van Bellen (2014) analisaram quais são os indicadores de desempenho
ambiental que são evidenciados nos relatórios de sustentabilidade das empresas listadas no
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), tendo como base os seguintes atributos de
qualidade: compreensibilidade; integridade; neutralidade e comparabilidade. Os resultados
demonstraram que os indicadores com um maior nível de qualidade foram aqueles que
informaram sobre as emissões de gases de efeito estufa; sobre a disposição dos resíduos; e sobre
o consumo de água e energia. O atributo de qualidade mais comprometido nas evidenciações
dos 30 indicadores foi a comparabilidade, principalmente em decorrência de: omissão de metas
sólidas; carência de pontos de referência externos; e falta de padronização na evidenciação dos
indicadores.
Por fim, Leoneti, Nirazawa e Oliveira (2016) objetivaram propor um índice de
sustentabilidade como um instrumento de auto avaliação para Micro e Pequenas Empresas. Os
resultados alcançados no estudo colaboram para a definição dos indicadores para cada subtema
da sustentabilidade com o objetivo de propor a mensuração quantitativa das empresas.
De maneira similar, o estudo ora proposto tem como foco principal colaborar para a
formação de um conjunto de ferramentas que permitam dimensionar a performance da
sustentabilidade dos portos públicos, possibilitando a comparabilidade dos dados, o que
fomentará as ações decisórias e o planejamento estratégico do setor como um todo.
32
2.3.2 Estudos correlatos internacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial
A realização de estudos acerca dos indicadores de sustentabilidade empresarial tem
despertado o interesse da academia também na seara internacional. Nessa linha de pesquisa,
Lirn, Wu e Chen (2013) realizaram um exame para identificar os indicadores de
sustentabilidade em portos na Ásia. Através do Analytic Hierarchy Process3, eles calcularam
17 indicadores, dos quais a precaução contra poluentes durante o manuseio da carga e
manutenção do porto, o controle de barulho, e o tratamento de esgoto se mostraram como os
mais críticos. Foi verificado, ainda, que o Porto de Xangai é o que apresenta a maior quantidade
de indicadores a serem melhorados.
Nesse sentido, na tentativa de identificar os indicadores de sustentabilidade mais
utilizados em nível corporativo no que tange à mensuração dos aspectos ambientais, sociais e
de governança, Rahdari e Rostamy (2015) examinaram governança corporativa,
responsabilidade social corporativa, normativos ligados à sustentabilidade, sistemas de gestão,
diretrizes e sistemas de classificação. Os resultados apontaram que quase metade dos
indicadores mais utilizados se relacionam aos aspectos ambientais, demonstrando uma maior
preocupação com esse enfoque pelas organizações.
Morioka e Carvalho (2016), por sua vez, objetivaram investigar a incorporação da
sustentabilidade nos sistemas de medição de desempenho empresarial, buscando explorar os
fatores que afetam a interação entre indicadores de sustentabilidade em relação à sua prioridade
relativa para a tomada de decisões. Os resultados do trabalho apontam que existem quatro
sistemas de medição de desempenho que englobam indicadores de sustentabilidade: sistema de
medição de desempenho periódica de uma área / departamento específico; avaliação de
desempenho individual; relatórios de sustentabilidade; e avaliação do projeto.
Valenzuela-Venegas, Salgado e Díaz-Alvarado (2016) realizaram uma ampla pesquisa
bibliográfica para a eleição e classificação de 249 indicadores de desempenho de
sustentabilidade empresarial, abrangendo as dimensões sociais, ambientais e econômicas. Para
tanto, os autores procederam à definição de quatro critérios para a separação dos indicadores: a
compreensão; o pragmatismo; a relevância; e a representação parcial da sustentabilidade. Os
resultados indicaram uma maior quantidade de indicadores econômicos e ambientais, em
detrimento da dimensão social. Consonante a esses achados, vale destacar que, no presente
estudo, o aspecto social também apresentou a menor quantidade de índices disponíveis. Os
3 Um dos métodos de apoio à decisão da Escola Americana.
33
supracitados autores finalizam com quatro recomendações para selecionar indicadores
apropriados durante a avaliação da sustentabilidade de uma empresa: começar com um grande
conjunto de indicadores possíveis, pré-selecionar esses indicadores ligados aos objetivos da
avaliação, aplicar os quatro critérios acima listados, e dar preferência aos indicadores
comparativos.
Kwatra et al (2016) realizaram uma pesquisa para a criação de um índice para mensurar
a sustentabilidade com base nos aspectos social, econômico e do meio ambiente. Dezenove
indicadores foram selecionados com base na relevância, disponibilidade dos dados e
periodicidade. Foi realizada a análise de correlação entre esses indicadores, que se utilizou da
técnica z-score para a normalização dos dados. Os scores foram computados e usados para a
elaboração de um índice de desenvolvimento sustentável (IDS) que foi testado em diferentes
regiões da Índia. Relações significativas foram observadas entre os níveis de renda e de regiões
onde se observaram maiores índices de sustentabilidade.
Docekalová e Kocmanová (2016) apresentaram um modelo para a medição da
sustentabilidade corporativa, intitulado Indicador de Desempenho Complexo, que integra o
desempenho ambiental, social, econômico e de governança corporativa da empresa. Como
resultado do trabalho, foram elencados dezessete indicadores-chaves de desempenho, que, de
acordo com as autoras, auxiliam na avaliação complexa do desempenho corporativo ajudando
a descobrir os pontos fracos da empresa que podem se tornar uma ameaça e identificar pontos
fortes que podem ser vistos como uma oportunidade.
Importa referir que alguns indicadores propostos no trabalho supracitado,
conjuntamente com outros apresentados por Callado (2010), fazem parte da seleção proposta
na presente análise para a mensuração da sustentabilidade dos portos. A escolha dos estudos se
baseou na similaridade de objetivos com a presente pesquisa acadêmica.
Finalizando, observa-se que, em nível internacional, a realização de pesquisas acerca da
temática dos indicadores de desempenho aponta que a preocupação com o estabelecimento de
padrões de medição é uma tendência ainda não consolidada, justificando a continuidade dos
esforços da academia em respaldar a fixação de tais indicadores.
34
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Classificação metodológica da pesquisa
A presente pesquisa pode ser classificada metodologicamente segundo os seguintes
aspectos: quanto à natureza; quanto aos objetivos; quanto aos procedimentos e quanto à
abordagem do problema.
Quanto à natureza, a pesquisa se classifica como pesquisa aplicada por buscar
desenvolver e propor uma solução prática no contexto da avaliação de desempenho empresarial
das empresas investigadas.
Quanto aos objetivos, se classifica como exploratória e descritiva (GIL, 2002). O
caráter exploratório dessa pesquisa está relacionado ao esforço de tornar mais explícito e
evidente a aplicação de metodologias multicritério (através do Método PROMETHEE II) na
avaliação de desempenho sustentável das companhias do setor portuário. Já o perfil descritivo
se mostra na busca por descrever e avaliar o desempenho sustentável empresarial do setor
quanto aos aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Quanto aos procedimentos, pode-se classificá-la como bibliográfica, documental e ex-
post facto (GIL, 2002). O perfil bibliográfico refere-se ao fato de que foram consultadas
diversas publicações e livros, com o intuito de compreender e verificar o estado da arte sobre a
avaliação de desempenho sustentável empresarial através de técnicas multicritério. Por sua vez,
o caráter documental é identificado pela coleta de dados e informações através de relatórios e
documentos. Já o aspecto ex-post facto da pesquisa se dará pela utilização de dados e
informações concretizadas no passado. Esses dados coletados serão contemplados pelas várias
dimensões que compõem a sustentabilidade (dimensão social, econômica e ambiental) para os
anos de 2012 a 2015.
Quanto à abordagem do problema, essa pesquisa pode ser considerada quantitativa.
O perfil quantitativo desse estudo está presente pela utilização de dados quantitativos e na
aplicação de técnicas estatísticas na análise dos resultados.
Realizada a classificação metodológica da pesquisa, segue-se uma exposição dos passos
metodológicos para a obtenção dos resultados e desenvolvimento do estudo.
35
3.1.1 Percurso metodológico
Os passos metodológicos aplicados na pesquisa podem ser identificados resumidamente
através da figura abaixo.
Figura 1 – Percurso metodológico da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na 1ª etapa, foram selecionados os indicadores do modelo para avaliar a
sustentabilidade empresarial das companhias portuárias investigadas. Foram propostos,
inicialmente, a análise de 32 indicadores, retirados dos trabalhos de Callado (2010), Docekalová
e Kocmanová (2016), da Portaria SEP nº 214/2008 e do projeto Índice de Desenvolvimento
Ambiental (IDA) da ANTAQ, que se encontram expostos no Apêndice A desse estudo.
Nessa etapa, a ideia básica consistiu em selecionar aqueles indicadores que possam ser
adotados para o contexto da gestão portuária, bem como os que estão disponíveis nos Relatórios
de Gestão das Companhias Docas.
A Portaria 214/2008-SEP faz parte de um projeto da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários que visa implantar uma gestão portuária por resultados, instituindo indicadores
econômico-financeiros, operacionais, administrativos, comerciais, de segurança e meio
ambiente, de dragagem, institucional e de logística. O objetivo foi constituir parâmetros que
permitam o acompanhamento e o monitoramento dos operadores portuários. Dessa maneira,
foram elencados alguns indicadores da citada portaria, também de acordo com a disponibilidade
Etapa 1
•Selecionar os indicadores relacionados à gestão portuária em termos ambientais, sociais eeconômico-financeiros (a ideia aqui é escolher os indicadores inicialmente propostosconsiderando o critério de disponibilidade de informações).
Etapa 2
•Coleta dos dados relacionados aos indicadores do modelo (que contemplam as dimensõesambiental, social e econômico-financeira). Realizar uma análise descritiva.
Etapa 3
•Quantificar o grau de importância dos indicadores a partir da percepção dos vários decisoresdas Companhias Docas brasileiras.
Etapa 4
•Definição dos parâmetros e funções de preferência para o método PROMETHEE II e realizaçãode uma análise comparativa multicritério (Método PROMETHEE II) entre o desempenho dasCompanhias Docas quanto às questões ambientais, sociais e econômico-financeiras.
Etapa 5
•Construir um ranking final que permita identificar e comparar o desempenho empresarial dasCompanhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidadeempresarial.
36
das informações existentes nos Relatórios de Gestão das Companhias, bem como em seus sítios
eletrônicos na internet.
A ANTAQ, através da Resolução 2.650/2012 instituiu o Índice de Desenvolvimento
Ambiental – IDA, como instrumento de acompanhamento e controle de gestão ambiental em
instalações portuárias. Esse índice foi construído com o uso de metodologia de análise
multicritério, considerada a mais adequada para tratar problemas de avaliação de desempenho
ambiental, conforme disposto pela própria Agência. Tal afirmação vai ao encontro do exposto
na presente pesquisa, já que, em situações complexas, a análise multicritério se mostra como
uma opção satisfatória para o encontro dos melhores indicadores a avaliar. Neste estudo, optou-
se por utilizar o próprio IDA como um dos indicadores a serem considerados na análise, bem
como alguns dos indicadores que compõem o IDA: Licenciamento Ambiental; Auditoria
Ambiental; Prevenção de Riscos; Ocorrência de Acidentes Ambientais; Consumo e Eficiência
no Uso de Energia; Promoção de Ações de Educação Ambiental; Ações de Promoção de Saúde
e Passivo Ambiental.
No decorrer da execução da pesquisa, observou-se a inviabilidade da produção de um
dos indicadores, intitulado Fluxo de Caixa [(Aumento ou diminuição de caixa/valor anual
adicionada) x 100], haja vista que nem todas as Companhias Docas publicam a DVA –
Demonstração do Valor Adicionado, demonstrativo necessário para a produção do indicador.
Além disso, os Indicadores “Implantação SIGA” e “Selos de Qualidade” tratam da mesma
situação e, portanto, foram transformados em um único indicador, o qual reflete a existência de
selos de qualidade na Companhia. Com relação ao indicador Doenças Ocupacionais, foi retirado
pela ausência de informação por parte de algumas companhias. Com isso, tem-se, ao final, 29
indicadores, dos quais 11 são ambientais, 8, sociais e 10 econômico-financeiros.
A maior parte das informações utilizadas foram coletadas das demonstrações contábeis,
relatórios do Índice de Desenvolvimento Ambiental instituído pela Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (ANTAQ), e disponibilizados no sítio eletrônico da Agência, e dos
relatórios de gestão das companhias, objetivando que o modelo final seja de fácil
implementação pelas Docas, além de permitir a comparabilidade entre as empresas do mesmo
ramo.
O Quadro 2, a seguir, apresenta os 29 indicadores utilizados no presente estudo para
mensurar a sustentabilidade das companhias, cujas características são apresentadas no
Apêndice A.
37
Quadro 2: Indicadores utilizados no presente estudo DIMENSÃO INDICADORES
AMBIENTAL
• Consumo de Materiais Reciclados e Matérias Primas (CMR);
• Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
(IGRS);
• Processos decorrentes de infrações ambientais (PDIA);
• Licenciamento Ambiental (LA):
• Auditoria Ambiental (AuA);
• Prevenção de Riscos (PR);
• Ocorrência de Acidentes Ambientais (OAA);
• Consumo e Eficiência no Uso de Energia (CEUE);
• Promoção de Ações de Educação Ambiental (PAEA);
• Passivo Ambiental (PAmb); e
• Índice de Desenvolvimento Ambiental (IDA).
SOCIAL
• Ações de Promoção de Saúde (APS);
• Percentual de Funcionários e Empregados Abrangidos por Acordo
Coletivo (PFEAC);
• Discriminação Salarial (DS);
• Violações do Código de Ética (VCE);
• Política de Distribuição de Lucros e Resultados entre Funcionários
(PLR);
• Auxílio em Educação e Treinamento (AET);
• Acidentes de Trabalho Fatais (ATF); e
• Acidentes de Trabalho (AT).
ECONÔMICO-FINANCEIRA
• Auditoria Interna (AInt);
• Volume de Vendas (VV);
• Retorno sobre o Ativo (ROA);
• Receita por Empregado (RE);
• Comprometimento das Despesas com Pessoal (CDPe);
• Comprometimento das Despesas Operacionais (CDO);
• Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL);
• Margem EBITDA (ME);
• Existência de Selos de Qualidade (ESQ); e
• Nível de Endividamento (NE).
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
a) Indicadores – vertente ambiental
No presente estudo, foram analisados 11 (onze) indicadores da vertente ambiental. A
escolha destes se baseou na disponibilidade de dados e na relação com as atividades portuárias.
O Quadro 3 apresenta os indicadores, sua fórmula ou pergunta, objetivo ou significado, qual o
parâmetro a ser considerado na análise do indicador, bem como a base autoral que fundamenta
o indicador.
38
Quadro 3: Características dos indicadores ambientais
Indicador Fórmula ou
Pergunta Objetivo ou Significado
Parâmetro
(maximizar ou
minimizar)
Autor
Consumo de Materiais
Reciclados e Matérias
Primas
A empresa opta pela
compra de produtos
reciclados?
Averiguar se a empresa
opta pela compra de
produtos sustentáveis.
Maximizar
Adaptado de
Docekalová
e
Kocmanová
(2016)
Implantação do Programa
de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos
Há programa de
gerenciamento de
resíduos sólidos?
Observar se na
companhia existe
gerenciamento dos
resíduos sólidos.
Maximizar
Adaptado de
Docekalová
e
Kocmanová
(2016)
Processos Decorrentes de
Infrações Ambientais
Existem multas ou
processos decorrentes
de infrações
ambientais?
Averiguar a gestão das
infrações ambientais. Minimizar
Callado
(2010)
Licenciamento Ambiental
Qual é a situação atual
do Licenciamento
Ambiental do porto?
Identificar se o porto
possui Licença de
Operação válida e
vigente.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Auditoria Ambiental
Qual a situação atual
da Auditoria
Ambiental do porto?
Identificar se está sendo
realizada auditoria
ambiental no porto.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Prevenção de Riscos
Quantos planos foram
elaborados e
implementados no
porto em relação à
prevenção de riscos e
atendimento a
emergência?
Identificar se há
planejamento para
prevenção de situações de
risco.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Ocorrência de Acidentes
Ambientais
Quantos acidentes
ambientais ocorreram
na Área do Porto
Organizado (APO) e
em seus arredores no
último ano?
Identificar se ocorreram
acidentes ambientais na
área do Porto Organizado
e em seus arredores no
último ano.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Consumo e Eficiência no
Uso de Energia
O porto busca reduzir
o seu consumo de
energia?
Identificar se existem
avaliação/medidas/ações/
estratégias para a redução
no consumo de energia
através do
acompanhamento de
indicadores de eficiência.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Promoção de Ações de
Educação Ambiental
Há no porto a
promoção de ações de
educação ambiental?
Identificar se há a
promoção de ações de
educação ambiental.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Passivo Ambiental
Há passivos
ambientais
relacionados no porto?
Identificar se há passivos
ambientais relacionados
no porto.
Maximizar ANTAQ
(2016)
IDA
Média do quantitativo
indicado para cada
porto administrado
por cada Companhia
Docas
Identificar se as empresas
estão cumprindo com os
parâmetros mensurados
pelo indicador.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
39
b) Indicadores – vertente social
Para a vertente social, foram analisados 08 (oito) indicadores. A preferência
fundamentou-se, também, na disponibilidade de dados e na afinidade com as atividades
desenvolvidas pelos portos. O Quadro 4 dispõe sobre as informações acerca dos indicadores.
Quadro 4: Características dos indicadores sociais
Indicador Fórmula ou Pergunta Objetivo ou
Significado
Parâmetro
(maximizar ou
minimizar)
Autor
Ações de Promoção da
Saúde
A empresa realizou
ações de saúde no último
ano?
Identificar se as
companhias vêm
realizando ações
de saúde.
Maximizar ANTAQ
(2016)
Percentual de Funcionários
e Empregados Abrangidos
por Acordo Coletivo
[Número de empregados
abrangidos por um
coletivo acordo no ano /
número médio anual de
funcionários]
Mensurar a
abrangência dos
empregados
abrangidos por
acordos
coletivos.
Maximizar
Docekalová
e
Kocmanová
(2016)
Discriminação Salarial Há discriminação salarial
entre gêneros?
Detectar se há
discrepância
salarial entre
gêneros.
Minimizar
Adaptado
de
Docekalová
e
Kocmanová
(2016)
Violações do Código de
Ética
[Número de casos de
violações ao Código de
Ética / média do número
anual de funcionários] x
100
Detectar a
existência de
violações ao
código de ética.
Minimizar
Docekalová
e
Kocmanová
(2016)
Política de Distribuição de
Lucros e Resultados entre
Funcionários
Existe política para
divisão de lucros e
resultados entre
funcionários?
Objetiva detectar
a existência de
políticas voltadas
à participação
dos empregados
nos lucros da
companhia.
Maximizar
Adaptado
de Callado
(2010)
Auxílio em Educação e
Treinamento
A companhia paga
auxílio educação e
treinamento?
Objetiva verificar
política de
incentivo a
educação e
treinamento.
Maximizar
Adaptado
de Callado
(2010)
Acidentes de Trabalho
Fatais4
[Total de Trabalhadores
Acidentados/Total de
Trabalhadores] x 100
Objetiva detectar
a existência de
acidentes fatais.
Minimizar
Portaria
SEP
214/2008;
Callado
(2010)
Acidentes de Trabalho5
[Nº de Óbitos/Total de
Trabalhadores
Acidentados] x 100
Objetiva detectar
a existência de
acidentes de
trabalho.
Minimizar
Portaria
SEP
214/2008
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
4Considerado um indicador administrativo na Portaria 214/2008-SEP 5Considerado um indicador administrativo na Portaria 214/2008-SEP
40
c) Indicadores – vertente econômico-financeira
Para a vertente econômico-financeira, foram analisados 10 (dez) indicadores adaptados
da Portaria 214/2008/SEP, dos trabalhos de Callado (2010) e Docekalová e Kocmanová (2016),
dispostos no Quadro 5.
Quadro 5: Características dos indicadores econômico-financeiros
Indicador Fórmula ou pergunta Objetivo ou significado
Parâmetro
(maximizar
ou
minimizar)
Autor
Auditoria Interna
[Quantidade de Auditoria
Internos / Quantitativo de
funcionários próprios]
Mensurar o quantitativo
de auditores internos
frente ao de
funcionários existentes
na companhia.
Maximizar
Adaptado de
Callado
(2010)
Volume de vendas
[Receitas com vendas do
período atual / Receitas com
vendas do período anterior]
Detectar aumento das
vendas no período
analisado.
Maximizar
Adaptado de
Callado
(2010)
Retorno sobre o
Ativo [Lucro líquido / ativo] x 100
Detectar se há retorno
sobre o ativo da
companhia.
Maximizar
Docekalová e
Kocmanová
(2016)
Receita por
Empregado
[Receita Operacional
Líquida/Nº de Empregados:
Próprios]
Apontar percentual da
receita face o
quantitativo de
empregados.
Maximizar
Adaptado da
Portaria SEP
214/2008
Comprometimento
das Despesas com
Pessoal
[Despesa com Pessoal e
Encargos/Receita
Operacional Líquida] x 100
Quantificar o
comprometimento da
receita com encargos
com pessoal próprio da
companhia.
Minimizar Portaria SEP
214/2008
Comprometimento
das Despesas
Operacionais
[Despesa
Operacional/Receita
Operacional
Líquida] x 100
Apontar o percentual do
comprometimento das
receitas.
Minimizar Portaria SEP
214/2008
Retorno sobre o
Patrimônio
Líquido
[Lucro Líquido
Contábil/Patrimônio
Líquido] x 100
Demonstrar o retorno
sobre o PL da
companhia.
Maximizar Portaria SEP
214/2008
Margem EBITDA
[EBITDA/Receita
Operacional Líquida] x
100
EBITDA = Lucro
Operacional Contábil -
Resultado Financeiro +
Depreciação/Amortização
Medir o lucro antes dos
juros, impostos,
depreciação e
amortização.
Maximizar Portaria SEP
214/2008
Existência de Selos
de Qualidade
A Companhia possui algum
selo de qualidade?
Objetiva identificar se a
companhia possui
algum selo de
qualidade.
Maximizar
Adaptado de
Portaria SEP
214/2008 e
Docekalová e
Kocmanová
(2016)
Nível de
Endividamento
[Passivo Exigível / Ativo
Total]
Mensurar o percentual
de dívidas com terceiros
frente aos ativos da
companhia.
Minimizar
Adaptado de
Docekalová e
Kocmanová
(2016)
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
41
Na 2ª etapa, foram coletados os dados relacionados aos indicadores do modelo (que
contemplam as dimensões: social, econômica e ambiental) e, a partir disso, realizou-se uma
análise descritiva com o intuito de verificar o comportamento dos indicadores do modelo, na
tentativa de identificar informações que possam retratar o desempenho por dimensão e geral.
Por sua vez, na 3ª etapa, buscou-se quantificar o grau de importância dos indicadores
do modelo a partir da percepção dos vários decisores das Companhias Docas brasileiras. A ideia
central nessa fase consistiu em escolher especialistas que atuam na gestão das companhias do
setor portuário (gestores) para que possam atribuir o grau de importância dos indicadores do
modelo, com o intuito de minimizar a subjetividade existente na escolha das variáveis que
fizeram parte do modelo. Ou seja, utilizou-se a estratégia de buscar a opinião de vários
especialistas para a atribuição dos pesos dos indicadores, uma vez que a pesquisa apresenta
característica multidecisor6. Assim, pretende-se minimizar a subjetividade existente quando se
adota apenas um decisor (analista; no caso, o pesquisador do estudo). Dessa forma, será
considerado que a opinião de vários especialistas acerca da importância do(s) indicador(es) do
modelo proporciona um resultado mais alinhado à temática da sustentabilidade empresarial.
Nesta etapa, procurou-se realizar uma pesquisa primária, fazendo uso de questionários
que pudessem ser preenchidos presencialmente ou via internet e de fácil entendimento para os
especialistas que participaram da pesquisa. Foi aplicado o teste de consistência interna das
variáveis do questionário por meio do Coeficiente Alpha de Cronbach, que alcançou o valor de
0,94. Rodrigues e Paulo (2007) entendem que o valor assumido pelo Alpha está entre 0 e 1, e
quanto mais próximo de 1 estiver seu valor, maior a fidedignidade das dimensões do
questionário, sendo admitido 0,7 como mínimo ideal.
Tabela 1 – Teste Alpha de Crombach
Cronbach's Alpha Nº de variáveis avaliadas
0,9416 29
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
O critério de amostragem utilizado foi por acessibilidade para obter o retorno das
respostas, bem como o conhecimento da pesquisadora que atua no setor portuário. Para tanto,
foi utilizado o questionário on-line (Survey Monkey®), enviado para os especialistas
pertencentes às Diretorias Administrativo-Financeiras das Companhias Docas. Os
6 Foi utilizado um dos métodos de apoio a decisão Método PROMETHEE II. Adotou-se a mesma estratégia
sugerida por Carvalho e Curi (2016) para ponderar os pesos dos indicadores sugeridos.
42
questionários foram respondidos pelos próprios Diretores da área, exceto o da CODESP, que
foi respondido pelo Assessor do Diretor Administrativo-Financeiro, totalizando 7 respostas.
Assim, para cada indicador, o especialista atribuiu uma nota dentro de uma escala de 11
pontos, intencionando permitir maior grau de liberdade aos respondentes, variando de 0 =
nenhuma importância; e 10 = muita importância.
Tabela 2 – Caracterização dos especialistas
Área de atuação %
Diretoria Administrativa Financeira 100
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Para conduzir a 4ª etapa, foram definidos os parâmetros e funções de preferência no
método multicritério PROMETHEE II. Apesar de ter sido originalmente formulado para
solucionar problemas de decisão e escolha de alternativas, o método PROMETHEE II aplica-
se, também, a problemas de avaliação de desempenho (BALALI; ZAHRAIE; ROOZBAHANI,
2014; CARVALHO; CURI, 2016; CINELLI; COLES; KIRWAN, 2014). Nesses casos, as
alternativas são as empresas avaliadas; e, os critérios de escolha, serão os indicadores de
desempenho sustentável.
Para aplicar o método PROMETHEE II, foi utilizado o software Visual Promethee® na
versão 1.4. Esse software permite processar, de forma computacional, os cálculos e as
comparações do método PROMETHEE. Além disso, o Visual Promethee® fornece diversos
gráficos capazes de resumir os resultados obtidos em uma análise multicritério.
Brans, Vincke e Mareschal (1986) consideram seis tipos de função de preferência. Braga
e Gobetti (2002, p. 398) relatam como deve ser interpretada cada uma das funções expostas a
seguir e na Tabela 3:
✓ Tipo I: Não existe preferência entre a e b, somente se f(a) = f(b). Quando esses
valores são diferentes, a preferência é toda para a alternativa com o maior valor.
✓ Tipo II: Considera-se uma área de diferença constituída de todos os desvios entre
f(a) e f(b) menores que q. Para os desvios maiores a preferência é total.
✓ Tipo III: A intensidade das preferências aumenta linearmente até o desvio entre
f(a) e f(b) alcançar p. Além deste valor, a preferência é total.
✓ Tipo IV: Não existem preferências entre a e b, quando o desvio entre f(a) e f(b)
não excede q; entre q e p, é considerado um valor de preferência médio (0,5); depois
de p a preferência é total.
✓ Tipo V: Entre q e p a intensidade das preferências aumenta linearmente. Fora deste
intervalo, as preferências são iguais ao caso anterior.
✓ Tipo VI: A intensidade das preferências aumenta continuamente e sem
descontinuidade, ao longo de x. O parâmetro s é a distância entre a origem e o ponto
de inflexão da curva.
43
Tabela 3 – Funções de preferência – Método PROMETHEE
Função para o critério i Gráfico
b Pi a a Pi b
Parâmetros
necessários
Tipo I: Critério Usual
0 se xi = 0
PI(xi) =
1 se xi ≠ 0
--
Tipo II: Tipo U
0 se |xi|≤ qi
PII(xi) =
1 se |xi|> qi
qi
Tipo III: Tipo V
|xi|/pi se |xi|≤ pi
PIII(xi) =
1 se |xi|> pi
pi
Tipo IV: Tipo Escada
0 se |xi|≤ qi
PIV(xi) = ½ se qi < |xi| ≤ pi
1 se |xi|> pi
qi, pi
Tipo V: Tipo V com indiferença
0 se |xi|≤ qi
PV(xi) = (|xi|-qi)/(pi-qi) se qi < |xi|
≤ pi
1 se |xi|> pi
qi, pi
Tipo VI: Tipo Gaussiana
PVI(xi) = 1 − 𝑒−
𝑥𝑖2
2 𝑠𝑖2
si
Fonte: Braga e Gobetti (2002).
Após a comparação paritária entre as alternativas e os critérios, é necessário analisar os
fluxos positivos e negativos das avaliações. A partir do cálculo dos fluxos positivos e negativos
são obtidos os fluxos líquidos das comparações e, consequentemente, os desempenhos das
alternativas em razão dos critérios – indicadores (MORAIS; ALMEIDA, 2006).
A função de preferência adotada do método para o estudo foi a Função Tipo I, Critério
Usual que não necessita de parâmetros, ou seja, não existe preferência entre a e b, somente se
f(a) = f(b). Quando esses valores são diferentes, a preferência é toda para a alternativa com o
maior valor (BRANS; VINCKE; MARESCHAL, 1986).
Assim, o presente estudo adotou o método PROMETHEE II como maneira de avaliar a
sustentabilidade empresarial das companhias tomando como base os indicadores do modelo
44
para evidenciar os fluxos líquidos para cada empresa Phii, para, posteriormente, obter um
ranking de desempenho entre as empresas estudadas. A ideia básica procurou, além de outros
pontos destacados no estudo, constituir um índice que fosse capaz de avaliar a sustentabilidade
empresarial, denominado aqui de Índice Multicritério de Sustentabilidade Empresarial (IMSE)
Por fim, na 5ª etapa, foram elaborados e analisados os rankings de desempenho das
empresas estudadas por dimensão (IMSE Parcial) e no geral (IMSE Global). Nessa etapa, as
funções do método foram analisadas de duas formas: (1) tomando como base a classificação
em dimensões ambiental, social e econômico-financeira, e (2) tomando como base uma análise
conjunta de todos os indicadores das dimensões (29 no total).
3.1.2 População e Amostra do Estudo
Quanto ao local do estudo, a viabilidade metodológica foi testada através de um estudo
particular nas 7 Companhias Docas brasileiras pertencentes ao setor portuário, de um total de 8
companhias, e administradoras de 18 portos públicos no Brasil, perfazendo um total de 37
portos organizados existentes no Sistema Portuário Nacional (SECRETARIA DE PORTOS,
2017).
A lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, tornou obrigatória a transparência e a
publicidade de informações pelas empresas estatais, dentre as quais se encontram as
Companhias Docas, e, por esta razão, facilitou-se o acesso às informações a serem analisadas,
viabilizando o estudo em questão. Ademais, importa referir que o estudo analisou os dados
constantes das Demonstrações Financeiras e Relatórios de Gestão das Companhias Docas em
questão, bem como de pedidos de acesso a informação realizados no portal do governo federal
(http://www.acessoainformacao.gov.br/), para os dados faltantes dos documentos citados.
O Quadro 6 apresenta os portos públicos administrados pelas empresas pertencentes à
amostra, que são: Companhia Docas do Ceará (CDC); Companhia Docas do Pará (CDP);
Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ); Companhia das Docas do Estado da Bahia
(CODEBA); Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN); Companhia Docas do
Espírito Santo (CODESA) e Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP).
A Companhia Docas do Maranhão (CODOMAR) foi excluída da amostra por não
administrar desde 2001 nenhum porto organizado, apenas hidrovias.
45
Quadro 6 – Portos Públicos brasileiros – Amostra
Porto Estado Autoridade Portuária Tipo
Porto de LAGUNA SC CODESP Marítimo
Porto de SANTOS SP CODESP Marítimo
Porto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJ Marítimo
Porto de ITAGUAÍ RJ CDRJ Marítimo
Porto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJ Marítimo
Porto de NITERÓI RJ CDRJ Marítimo
Porto de VITÓRIA ES CODESA Marítimo
Porto de BARRA DO RIACHO ES CODESA Marítimo
Porto de ILHÉUS BA CODEBA Marítimo
Porto de ARATU BA CODEBA Marítimo
Porto de SALVADOR BA CODEBA Marítimo
Porto de MACEIÓ AL CODERN Marítimo
Porto de NATAL RN CODERN Marítimo
Porto de AREIA BRANCA RN CODERN Marítimo
Porto de FORTALEZA CE CDC Marítimo
Porto de VILA DO CONDE PA CDP Marítimo
Porto de BELÉM PA CDP Marítimo
Porto de SANTARÉM PA CDP Marítimo
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
46
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Estatística descritiva
Inicialmente, são demonstradas as tabelas com as estatísticas descritivas para cada
dimensão analisada da sustentabilidade empresarial das Companhias Docas, relativas aos anos
de 2012, 2013, 2014 e 2015.
4.1.1 Estatística descritiva para a função ambiental
Analisando as médias de 2012 dos indicadores da vertente ambiental, que possuem nota
de 1 a 5 (LA, PR, OAA, PAmb), dispostos na Tabela 4 abaixo, é possível observar que PR e
OAA apresentam os melhores resultados, com destaque para a CDC, CDP e CODERN que
obtiveram as máximas de 5. Em contrapartida, LA apresentou o pior resultado em relação aos
outros índices.
Dos indicadores que apresentam notas de 1 a 3 (AuA, CEUE, PAEA), PAEA e AuA
apresentaram médias de 2,43 e 2,14, respectivamente, enquanto CEUE apresentou média de
1,29. O IDA apresentou nota máxima de 71,89 da Companhia Docas do Ceará e mínima de
40,65 da Companhia Docas do Rio Grande do Norte, possuindo ainda desvio-padrão de 11,78.
Considerando que o valor máximo para o IDA é de 100 (ANTAQ, 2017), percebe-se que as
notas dos portos possuem grande oscilação e que o desempenho dos portos, no geral, precisa
melhorar.
Tabela 4 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2012
CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA
Média 0,29 1,00 0,14 3,71 2,14 4,43 4,43 1,29 2,43 4,29 57,11
Mediana 0 1 0 4 2 5 5 1 3 5 63,89
Desvio
padrão 0,49 0 0,38 1,38 0,69 0,79 0,79 0,49 0,79 1,25 11,78
Variância 0,24 0 0,14 1,90 0,48 0,62 0,62 0,24 0,62 1,57 138,75
CV 171% - 265% 37% 32% 18% 18% 38% 32% 29% 21%
Assimetria 1,23 - 2,65 -0,36 -0,17 -1,11 -1,11 1,23 -1,11 -1,45 -0,30
Intervalo 1,00 0,00 1,00 3,00 2,00 2,00 2,00 1,00 2,00 3,00 31,24
Mínimo 0,00 1,00 0,00 2,00 1,00 3,00 3,00 1,00 1,00 2,00 40,65
Máximo 1,00 1,00 1,00 5,00 3,00 5,00 5,00 2,00 3,00 5,00 71,89
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
47
Para o ano de 2013, Tabela 5, observou-se que PR e OAA continuaram a apresentar os
melhores resultados, somando-se nesse ano o indicador LA, com destaque para a CDC, CDP e
CODERN (PR), CDP e CODESA (OAA) e CDC, CDP e CDRJ (LA), que obtiveram as
máximas de 5 para os respectivos indicadores.
O indicador PAEA manteve a média de 2,43. Por outro lado, AUA e CEUE tiveram um
pequeno aumento em suas médias, passando, respectivamente, a 2,29 e 1,57. O IDA apresentou
nota máxima de 73,15, novamente para a Companhia Docas do Ceará e mínima de 33,95 para
a CODESA, possuindo o indicador desvio-padrão de 15,44.
Tabela 5 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2013
CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA
Média 0,14 1,00 0,00 4,14 2,29 4,14 4,00 1,57 2,43 3,86 57,47
Mediana 0,00 1,00 0,00 4,00 2,00 5,00 4,00 1,00 3,00 4,00 64,10
Desvio
padrão 0,38 0,00 0,00 0,90 0,76 1,46 0,82 0,79 0,79 0,90 15,44
Variância 0,14 0,00 0,00 0,81 0,57 2,14 0,67 0,62 0,62 0,81 238,44
CV 38% - - 460% 302% 283% 490% 200% 309% 429% 372%
Assimetria 2,65 - - -0,35 -0,60 -2,12 0,00 1,11 -1,11 0,35 -0,74
Intervalo 1,00 0,00 0,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 2,00 2,00 39,2
Mínimo 0,00 1,00 0,00 3,00 1,00 1,00 3,00 1,00 1,00 3,00 33,95
Máximo 1,00 1,00 0,00 5,00 3,00 5,00 5,00 3,00 3,00 5,00 73,15
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Pela análise da Tabela 6, o indicador CMR apresentou uma melhora na média em 2014,
o que também foi observado para os indicadores LA, AuA, PAEA, CEUE e IDA. Por outro
lado, o indicador PAmb teve uma pequena diminuição em relação ao número observado em
2013.
Tabela 6 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2014
CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA
Média 0,43 1,00 0,00 4,43 2,57 4,14 4,00 1,86 2,57 3,71 58,41
Mediana 0,00 1,00 0,00 5,00 3,00 5,00 4,00 2,00 3,00 4,00 61,86
Desvio
padrão 0,53 0,00 0,00 0,79 0,53 1,46 0,82 0,90 0,79 1,11 14,81
Variância 0,29 0,00 0,00 0,62 0,29 2,14 0,67 0,81 0,62 1,24 219,26
CV 80% - - 563% 481% 283% 490% 206% 327% 334% 394%
Assimetria 0,37 - - -1,11 -0,37 -2,12 0 0,35 -1,76 -0,25 -0,833
Intervalo 1,00 0,00 0,00 2,00 1,00 4,00 2,00 2,00 2,00 3,00 39,92
Mínimo 0,00 1,00 0,00 3,00 2,00 1,00 3,00 1,00 1,00 2,00 35,06
Máximo 1,00 1,00 0,00 5,00 3,00 5,00 5,00 3,00 3,00 5,00 74,98
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
48
Para 2015 (Tabela 7) observou-se um crescimento considerável do indicador PAEA,
motivado pela boa pontuação obtida por todos os portos. A CDRJ foi autuada neste ano, o que
fez o PDIA aumentar, significando uma piora no indicador, já que este tem por parâmetro a
minimização dos resultados. Observa-se um crescimento constante do indicador IDA ao longo
da série analisada, com destaque para CDC que teve crescimento em todos os anos. Já a
CODEBA foi a administradora que teve a maior baixa na nota atribuída pelo indicador.
Tabela 7 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2015 CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA
Média 0,43 1,00 0,14 4,29 2,57 3,86 4,29 1,86 4,86 3,71 59,20
Mediana 0,00 1,00 0,00 4,00 3,00 4,00 4,00 2,00 5,00 4,00 62,97
Desvio
padrão 0,53 0,00 0,38 0,76 0,53 1,35 0,76 0,90 0,38 1,11 14,56
Variância 0,29 0,00 0,14 0,57 0,29 1,81 0,57 0,81 0,14 1,24 212,10
CV 80% - 38% 567% 481% 287% 567% 206% 1285% 334% 406%
Assimetria 0,37 - 2,65 -0,60 -0,37 -1,95 -0,60 0,35 -2,65 -0,25 -0,10
Intervalo 1,00 0,00 1,00 2,00 1,00 4,00 2,00 2,00 1,00 3,00 42,33
Mínimo 0,00 1,00 0,00 3,00 2,00 1,00 3,00 1,00 4,00 2,00 39,02
Máximo 1,00 1,00 1,00 5,00 3,00 5,00 5,00 3,00 5,00 5,00 81,35
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
4.1.2 Estatística descritiva para a função social
Com relação aos indicadores sociais, percebe-se que em todas as Companhias Docas
não há discriminação salarial entre gêneros (DS), bem como que todos os empregados são
abrangidos por acordo coletivo (PFEAC), este último achado vai ao encontro do modelo trazido
por Docekalová e Kocmanová (2016) que atribuem o percentual de 100% como ideal.
Para 2012, ilustrado na Tabela 8, o indicador APS apresentou média de 4,29, apontando
que há um bom direcionamento das ações de promoção de saúde nos portos. Observou-se que
a grande maioria das companhias não possui programa de participação nos lucros (PLR), e que
apenas a CDP e CODESP possuem o referido benefício.
Tabela 8 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2012 (Continua...) APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT
Média 4,29 1,00 0,00 0,00211 0,29 1,00 0,0000 0,0057
Mediana 5,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0041
Desvio padrão 1,25 0,00 0,00 0,00301 0,49 0,00 0,0000 0,0051
Variância 1,57 0,00 0,00 0,00001 0,24 0,00 0,0000 0,0000
CV 29% 0% - 70% 171% 0% - 1,1266
49
Tabela 8 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2012 (Conclusão.) APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT
Assimetria -1,45 - - 1,26398 1,23 - - 0,0572
Intervalo 3,00 0,00 0,00 0,00769 1,00 0,00 0,0000 0,0115
Mínimo 2,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0000
Máximo 5,00 1,00 0,00 0,00769 1,00 1,00 0,0000 0,0115
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Dos indicadores que possuem, como balizamento, a minimização dos resultados (DS,
VCE, ATF, AT), VCE e AT tiveram aumentos em suas médias em 2013 (Tabela 9), o que
indica uma piora no desempenho social. Na CODESP, ocorreram 12 acidentes de trabalho,
100% a mais que no ano anterior, contribuindo para rebaixar o indicador.
Tabela 9 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2013
APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT
Média 5,00 1,00 0,00 0,00257 0,43 1,00 0,0000 0,0086
Mediana 5,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0079
Desvio padrão 0,00 0,00 0,00 0,00334 0,53 0,00 0,0000 0,0041
Variância 0,00 0,00 0,00 0,00001 0,29 0,00 0,0000 0,0000
CV - - - 77% 80% - - -0,5396
Assimetria -- - - 0,66930 0,37 - - 0,4595
Intervalo 0,00 0,00 0,00 0,00763 1,00 0,00 0,0000 0,0116
Mínimo 5,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0033
Máximo 5,00 1,00 0,00 0,00763 1,00 1,00 0,0000 0,0149
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Na Tabela 10, observa-se que, em 2014, houve uma pequena melhora na média dos
indicadores AT e PLR, ao passo que APS e ATF apresentaram resultados piores em comparação
com o período anterior. O indicador APS, que até então tinha nota máxima para todos os portos,
apresentou uma redução na classificação da CODESA. Com relação ao indicador ATF, o qual
era zerado para todos os portos em anos anteriores, alterou-se em função de 1 (um) acidente
fatal ocorrido na CODERN e 2 (dois) na CODESP.
Tabela 10 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2014 (Continua...)
APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT
Média 4,86 1,00 0,00 0,00329 0,57 1,00 0,0008 0,0064
Mediana 5,00 1,00 0,00 0,00000 1,00 1,00 0,0000 0,0080
Desvio padrão 0,38 0,00 0,00 0,00577 0,53 0,00 0,0015 0,0044
Variância 0,14 0,00 0,00 0,00003 0,29 0,00 0,0000 0,0000
50
Tabela 10 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2014 (Conclusão.)
APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT
CV 1285% - - 57% 107% - 0,5027 1,4657
Assimetria -2,65 - - 2,17326 -0,37 - 2,1664 -0,6336
Intervalo 1,00 0,00 0,00 0,01575 1,00 0,00 0,0040 0,0116
Mínimo 4,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0000
Máximo 5,00 1,00 0,00 0,01575 1,00 1,00 0,0040 0,0116
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Pela análise da Tabela 11, observa-se que, de forma geral, os indicadores da dimensão
social pioraram de classificação ao final do período analisado, 2015, com destaque para a CDRJ
e CODERN. Observa-se, ainda, que, ao longo do período, a média do indicador VCE cresceu.
Considerando-se que o idealizado por Kocmanová e Docekalová (2016) é que o valor seja
próximo de zero, pode-se inferir que as companhias estão indo na contramão da melhora
esperada. Esse resultado pode indicar que as companhias minimizaram o zelo em relação às
questões sociais, o que fere o disposto por Belinky (2016) de que as empresas devem priorizar
o relacionamento com suas partes interessadas, no caso em análise, os empregados das
companhias.
Tabela 11 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2015
APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT
Média 2,54 1,00 0,00 0,00458 0,71 1,00 0,0000 0,0072
Mediana 2,75 1,00 0,00 0,00322 1,00 1,00 0,0000 0,0060
Desvio padrão 0,51 0,00 0,00 0,00588 0,49 0,00 0,0000 0,0049
Variância 0,26 0,00 0,00 0,00003 0,24 0,00 0,0000 0,0000
CV 498% - - 78% 146% - - 1,4619
Assimetria -0,27 - - 1,50857 -1,23 - - 0,1327
Intervalo 1,00 0,00 0,00 0,01626 1,00 0,00 0,0000 0,0143
Mínimo 2,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0000
Máximo 3,00 1,00 0,00 0,01626 1,00 1,00 0,0000 0,0143
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
4.1.3 Estatística descritiva para a função econômico-financeira
Para a dimensão econômico-financeira, observou-se que, no ano de 2012 (Tabela 12),
o percentual de crescimento do volume de vendas ficou praticamente estável entre as
companhias analisadas, com a CDRJ apresentando o maior crescimento, na ordem de 1,091718
51
e a CODERN que teve o pior resultado de 0,940362, mostrando que o volume de vendas em
2012 foi inferior ao que se verificou em 2011.
Pela análise do quantitativo de auditores internos frente ao de funcionários (AInt), vê-
se que estão lotados neste setor em média 1% do quantitativo de empregados das companhias.
Embora não exista um percentual ideal de lotação para o setor de auditoria, pode-se considerar
que tal percentual seja baixo, haja vista que a referida área responde normativamente pelo
controle interno das empresas estatais. As companhias que possuem o melhor percentual são a
CODEBA e CODERN, já a CODESP possui a menor proporção de auditores internos por
funcionários.
Observou-se que tanto o ROA, quanto o ROE, apresentaram valores médios negativos,
resultado puxado pelos valores apresentados pelas companhias CDRJ, CODERN e CODEBA,
para os dois indicadores. As demais companhias apresentaram valores positivos para o
indicador, tendo a CODESP alcançado os melhores valores. Para Assaf Neto (2014), o ROA
revela o retorno produzido pelos ativos de uma empresa, portanto, a situação apontada merece
uma atenção por parte das companhias que necessitam melhorar o desempenho para este
indicador.
A média do nível de endividamento apresentou-se relativamente baixa, no entanto, a
CDRJ apresentou um NE de 97,41%. Por outro lado, a CDC apresentou o índice mais baixo,
de 9,92%.
Tabela 12 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2012
AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE
Média 0,01 1,02 -0,01 288,00 0,53 0,76 -0,54 0,07 0,00 0,37
Mediana 0,01 1,00 0,00 268,60 0,51 0,53 0,00 0,12 0,00 0,29
Desvio padrão 0,01 0,07 0,07 88,02 0,24 0,65 1,47 0,15 0,00 0,30
Variância 0,00 0,00 0,01 7747,42 0,06 0,42 2,16 0,02 0,00 0,09
CV 49% 7% -576% 31% 45% 84% -271% 205% - 82%
Assimetria 1,71 0,18 -0,43 1,10 0,72 2,39 -2,63 -2,32 - 1,65
Intervalo 0,02 0,15 0,20 286,59 0,62 1,86 4,03 0,43 0,00 0,87
Mínimo 0,01 0,94 -0,11 170,49 0,27 0,33 -3,87 -0,26 0,00 0,10
Máximo 0,02 1,09 0,09 457,08 0,89 2,19 0,16 0,18 0,00 0,97
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Para o ano de 2013, percebe-se uma melhora nos indicadores VV, RE, CDPe, CDP,
ROE e ME. Para o VV, o desempenho se deve ao aumento no volume de todos os portos. No
tocante ao RE, apenas a CODERN teve redução do índice no período, passando de 170,49 em
52
2012 para 148,80 em 2013. O CDPe e CDO apresentaram reduções, o que significa uma
diminuição das despesas correspondentes face à receita, motivada, principalmente, pelo
agravamento dos dois indicadores para as empresas CODEBA, CODERN e CODESA.
Tabela 13 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2013
AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE
Média 0,01 1,08 -0,01 311,64 0,51 0,51 0,23 0,15 0,00 0,37
Mediana 0,01 1,08 0,02 295,50 0,52 0,44 0,03 0,19 0,00 0,27
Desvio padrão 0,01 0,05 0,06 105,94 0,16 0,18 0,58 0,14 0,00 0,34
Variância 0,00 0,00 0,00 11223,60 0,03 0,03 0,34 0,02 0,00 0,11
CV 191% 2378% -15% 294% 315% 281% 40% 104% - 110%
Assimetria 1,69 -0,48 -0,76 0,47 0,56 0,33 2,58 -0,94 - 1,58
Intervalo 0,02 0,12 0,15 349,72 0,49 0,47 1,64 0,39 0,00 1,00
Mínimo 0,01 1,01 -0,09 148,81 0,30 0,30 -0,11 -0,09 0,00 0,05
Máximo 0,02 1,13 0,06 498,53 0,78 0,77 1,54 0,30 0,00 1,06
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
A Tabela 14 apresenta os valores dos indicadores para o ano de 2014. Verifica-se que,
de um modo geral, não ocorreram grande alterações nas médias em relação ao ano anterior. O
VV e o ROE tiveram um pequeno decréscimo de média, uma vez que CDC e CODESP
reduziram o volume de vendas em comparação com o período anterior. O ROE e a ME foram
negativos em 2014, motivados pelas notas da CDC e da CODERN, ao passo que o CDPe
demostrou uma melhora na média do período.
Tabela 14 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2014
AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE
Média 0,01 1,08 -0,02 326,90 0,48 0,61 0,09 0,07 0,00 0,37
Mediana 0,01 1,12 0,01 332,54 0,41 0,46 0,02 0,13 0,00 0,24
Desvio padrão 0,01 0,10 0,07 110,96 0,23 0,35 0,34 0,51 0,00 0,28
Variância 0,00 0,01 0,01 12313,20 0,05 0,13 0,11 0,26 0,00 0,08
CV 186% 1124% -23% 295% 207% 173% 28% 15% - 135%
Assimetria 1,92 -1,10 -1,07 0,03 0,90 1,76 2,28 -0,14 - 1,96
Intervalo 0,02 0,25 0,17 334,19 0,64 0,98 0,99 1,67 0,00 0,80
Mínimo 0,01 0,92 -0,13 157,26 0,23 0,34 -0,16 -0,77 0,00 0,15
Máximo 0,02 1,17 0,04 491,45 0,87 1,32 0,83 0,90 0,00 0,95
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Percebe-se, pela análise das médias do ano de 2015, que alguns indicadores econômico-
financeiros registram uma piora nos valores apresentados ao longo da série analisada. A média
do CDPe, ME e NE piorou no decorrer dos anos investigados. Houve melhora apenas para os
53
indicadores RE, CDO e ROA, este último, embora ainda negativo, apresentou-se melhor que
em 2012.
Uma vez que o ROE demonstra a capacidade da empresa de agregar valor através de
seus recursos próprios (ASSAF NETO, 2014), pode-se perceber que as Docas não se encontram
numa situação confortável nesse aspecto, haja vista que, ao longo da análise, os valores do
indicador tiveram oscilações que culminaram na apresentação de uma média negativa ao final
do período.
A CODEBA foi a única Companhia Docas que logrou melhoras quanto a todos os
indicadores no ano de 2015, em comparação com 2012. Por outro lado, a CDC apresentou uma
queda em todos os indicadores analisados, o que chama atenção para a situação de degradação
econômico-financeira no decorrer do período estudado.
Tabela 15 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2015
AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE
Média 0,01 1,02 -0,07 339,79 0,45 0,60 -0,24 -0,07 0,00 0,41
Mediana 0,01 1,07 -0,05 312,83 0,41 0,56 -0,06 -0,03 0,00 0,26
Desvio padrão 0,01 0,14 0,10 123,62 0,18 0,18 0,50 0,23 0,00 0,37
Variância 0,00 0,02 0,01 15282,19 0,03 0,03 0,25 0,05 0,00 0,13
CV 219% 734% -69% 275% 249% 333% -49% -32% - 111%
Assimetria 0,70 -1,55 -0,87 0,59 0,89 0,12 -2,45 -0,66 - 2,02
Intervalo 0,01 0,43 0,28 356,18 0,56 0,52 1,40 0,67 0,00 1,05
Mínimo 0,01 0,74 -0,24 186,83 0,22 0,34 -1,35 -0,47 0,00 0,13
Máximo 0,02 1,17 0,04 543,00 0,77 0,86 0,05 0,21 0,00 1,18
Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
4.2 Modelo multicritério PROMETHEE II para classificação das Companhias Docas
brasileiras
4.2.1 Resultado PROMETHEE II para funções ambientais
Considerando o ranking da vertente ambiental para o ano de 2012, demonstrado na
Tabela 16, percebe-se que a CDC apresentou o melhor fluxo líquido no valor de 0,3740.
Contribuiu, para esses resultados, as notas máximas para Licenciamento Ambiental, Auditoria
Ambiental, Prevenção de Riscos e Educação Ambiental. Em seguida no ranking, estão a CDP
e a CDRJ, com fluxos de 0,2519 e 0,0058, respectivamente.
54
Em contrapartida, a CODESA apresentou o pior resultado com o fluxo líquido de -
0,3256, no qual o fluxo negativo foi de 0,4419. Convém destacar, ainda, que apenas as três
primeiras colocadas apresentaram fluxos positivos, com a CDRJ apresentando valor muito
próximo a zero. Tal fato sugere que, no geral, as Companhias Docas não apresentaram grande
preocupação com os indicadores ambientais no início da série analisada.
Tabela 16 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2012
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDC 0,3740 0,4632 0,0891
2 CDP 0,2519 0,3915 0,1395
3 CDRJ 0,0058 0,2888 0,2829
4 CODERN -0,0736 0,2519 0,3256
5 CODESP -0,0988 0,2345 0,3333
6 CODEBA -0,1337 0,2500 0,3837
7 CODESA -0,3256 0,1163 0,4419
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
A CDC permanece em primeiro lugar no ano de 2013, com phi líquido de 0,3605, o que
releva uma situação ligeiramente inferior a do ano anterior. Em contrapartida, os valores para
as empresas CODERN, CODESP e CODESA mostram-se mais positivos, o que sugere uma
melhora das questões ambientais para este ano.
Tabela 17 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2013
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDC 0,3605 0,4438 0,0833
2 CDP 0,1744 0,3585 0,1841
3 CODERN 0,1027 0,3663 0,2636
4 CDRJ 0,0233 0,2926 0,2694
5 CODESP -0,0698 0,2229 0,2926
6 CODESA -0,2151 0,2209 0,4360
7 CODEBA -0,3760 0,0950 0,4709
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Para o ano de 2014, observado na Tabela 18, a empresa CDC continua despontando no
ranking apresentando Phi de 0,3953, o que demonstra que houve melhora das funções
ambientais entre os períodos, situação também evidenciada pela CDP e CDRJ que figuram,
respectivamente, no segundo e quarto lugar. Já A CODESP e CODEBA apresentaram uma
piora em relação ao ranking anterior. Por outro lado, a CODESA, subiu uma colocação, o que
atesta uma melhora na questão ambiental, mas insuficiente para cobrir as perdas verificadas, o
55
que implica um Phi líquido negativo de -0,1628. Por outro lado, a CODERN, embora tenha se
mantido em terceiro lugar, apresentou uma piora no resultado em relação ao ano anterior.
Tabela 18 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2014
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDC 0,3953 0,4593 0,0640
2 CDP 0,3663 0,4438 0,0775
3 CODERN 0,0717 0,3198 0,2481
4 CDRJ 0,0581 0,2926 0,2345
5 CODESA -0,1628 0,2442 0,4070
5 CODESP -0,1628 0,2035 0,3663
7 CODEBA -0,5659 0,0484 0,6143
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Para o ano de 2015, apenas a CODERN, CDRJ e CODEBA melhoraram o Phi líquido,
com fluxos de 0,1260, 0,1240 e -0,4535. A CDC, teve uma piora no resultado ambiental,
passando a segunda classificada no ranking atrás da CDP que exibe um fluxo líquido de 0,2926.
Tabela 19 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2015
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,2926 0,4477 0,1550
2 CDC 0,2752 0,4322 0,1570
3 CODERN 0,1260 0,3624 0,2364
4 CDRJ 0,1240 0,3702 0,2461
5 CODESA -0,1628 0,2442 0,4070
6 CODESP -0,2016 0,1996 0,4012
7 CODEBA -0,4535 0,0640 0,5174
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Pela análise da série, percebe-se que no geral as Companhias Docas sugerem não possuir
grande preocupação com os indicadores da função ambiental, situação verificada ao longo de
toda análise. Nesse sentido, esforços adicionais serão necessários por parte da SEP para que os
portos se tornem ambientalmente mais sustentáveis.
Tabela 20 – Ranking geral das funções ambientais (IMSE parcial) (Continua...)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDC 0,3513 0,4496 0,0984
2 CDP 0,2713 0,4104 0,1391
3 CODERN 0,0567 0,3251 0,2684
4 CDRJ 0,0528 0,3110 0,2582
5 CODESP -0,1332 0,2151 0,3484
56
Tabela 20 – Ranking geral das funções ambientais (IMSE parcial) (Conclusão.)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
6 CODESA -0,2166 0,2064 0,4230
7 CODEBA -0,3823 0,1143 0,4966
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
O cenário apresentado pela classificação geral das empresas permite inferir que a CDC,
embora tenha piorado os resultados para a vertente ambiental em 2015, figura como a empresa
que possui o melhor desempenho para o período analisado. De forma análoga, tem-se que a
CODEBA possui o pior resultado entre as companhias, situação constatada ao longo dos
últimos 3 anos da análise, 2013, 2014 e 2015, o que fundamenta a classificação final na sétima
posição.
4.2.2 Resultado PROMETHEE II para funções sociais
Para as funções sociais em 2012, vê-se que a Companhia Docas do Pará se destaca em
primeiro lugar, com Phi líquido de 0,2745, haja vista que alcançou o melhor resultado em todos
os indicadores comparativamente às demais empresas. Em contrapartida, a CODESA ocupou a
última colocação no ranking, com destaque para os índices de 1,08401% e 0,271003% para
Acidentes de Trabalho e Violações ao Código de Ética, respectivamente.
Tabela 21 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2012
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,2745 0,2745 0
2 CODESP 0,1642 0,2304 0,0662
3 CODERN -0,0172 0,1103 0,1275
4 CDC -0,0613 0,1103 0,1716
5 CDRJ -0,0833 0,1103 0,1936
6 CODEBA -0,1054 0,0662 0,1716
7 CODESA -0,1716 0,0662 0,2377
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Vale ressaltar que os indicadores APS, PEAC, DS, AET e ATF não influenciaram na
análise do período por apresentarem o mesmo valor para todas as empresas.
Em 2013, as empresas CDP e CODESP mantiveram as mesmas classificações, ficando
em primeiro e segundo lugar, respectivamente, com Phi líquido 0,2328 e 0,1446. Embora a
CODESP tenha apresentado o percentual de 0,78844% e a CDP de 0,51151% para o indicador
57
AT, ficando os demais indicadores com os mesmos valores, as outras empresas demonstraram
piora mais acentuada.
Tabela 22 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2013
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,2328 0,2549 0,0221
2 CODESP 0,1446 0,2108 0,0662
3 CODEBA 0,1005 0,1887 0,0882
4 CDRJ 0,0294 0,1765 0,1471
5 CODERN -0,0809 0,0882 0,1691
6 CDC -0,1471 0,0882 0,2353
7 CODESA -0,2794 0,0221 0,3015
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
A CODERN, CDC e CODESA alcançaram, respectivamente, a quinta, sexta e sétima
posição, com fluxos líquidos negativos, respectivamente, de -0,0809, -0,1471 e -0,2794. Assim
como no ano anterior, os índices APS, PEAC, DS, AET e ATF não influenciaram no ranking.
Tabela 23 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2014
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,0746 0,1886 0,1140
1 CODEBA 0,0746 0,1886 0,1140
3 CDRJ 0,0351 0,2434 0,2083
4 CDC -0,0088 0,1952 0,2039
5 CODESP -0,0197 0,2171 0,2368
6 CODESA -0,0680 0,1908 0,2588
7 CODERN -0,0877 0,1557 0,2434
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Em 2014, CPD e CODEBA alcançaram a mesma nota para todos os indicadores,
classificando-se em primeiro lugar no ranking das companhias. A CODESP que estava na
segunda posição caiu para quinta posição com fluxo líquido negativo de -0,0197, influenciado
pela ocorrência de dois acidentes de trabalho fatais, o que resultou no percentual de 0,13210%
para este indicador, que também foi o principal fator causador da última posição da CODERN,
cujo índice foi de 0,40161%.
Tabela 24 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2015 (Continua...)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,1930 0,2478 0,0548
2 CDC 0,1535 0,2478 0,0943
3 CODESP 0,1009 0,2193 0,1184
58
Tabela 24 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2015 (Conclusão.)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
4 CODEBA 0,0548 0,1689 0,1140
5 CODESA 0,0154 0,1689 0,1535
6 CDRJ -0,1206 0,1447 0,2654
7 CODERN -0,3969 0,0592 0,4561
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Em 2015, o indicador Ações de Promoção de Saúde passa a ter papel importante no
ranking, visto que enquanto nos anos anteriores as empresas vinham atingindo a nota máxima
de 5, nesse ano a maior foi 3 para as empresas CDC, CDRJ, CODERN e CODESP. Entretanto,
a CDP continuou na primeira colocação mesmo possuindo nota 2 para o APS em função do
fato de não ter apresentado Violações ao Código de Ética. O péssimo desempenho da CODERN
pode ser explicado pelo alto valor dos indicadores de VCE (1,62602%) e de AT (1,21951%).
Dessa forma, confirmando os rankings intermediários, o ranking geral apresenta CDP
como líder em relação às funções sociais. A queda de rendimento da CODERN, por sua vez,
ao longo do período analisado, fez com que tal empresa figurasse na última colocação com
fluxo líquido negativo de -0,1387. De modo geral, as empresas possuem baixos valores para os
fluxos gerais, já que o maior fluxo é de 0,1672 (CDP).
Tabela 25 – Ranking geral das funções sociais (IMSE parcial)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,1672 0,2319 0,0647
2 CODESP 0,0740 0,2220 0,1480
3 CODEBA 0,0428 0,1557 0,1129
4 CDC 0,0307 0,1842 0,1535
5 CDRJ -0,0587 0,1656 0,2242
6 CODESA -0,1173 0,1140 0,2314
7 CODERN -0,1387 0,1129 0,2516
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Os baixos valores para os fluxos dos indicadores sociais sugerem uma falta de
direcionamento da gestão para a questão social, o que contraria a necessidade de uma maior
atenção às partes interessadas, conforme apregoa a teoria dos stakeholders (COUTINHO;
MACEDO-SOARES, 2002; DEEGAN, 2002; MITCHELL; ANGKE; WOOD, 1997). Os
valores encontram-se abaixo inclusive dos fluxos gerais da vertente ambiental, demonstrando
uma menor preocupação do que tal enfoque. Esses resultados são reforçados pela menor
quantidade de indicadores do aspecto social, assim como no estudo de Valenzuela-Venegas,
Salgado e Díaz-Alvarado (2016).
59
4.2.3 Resultado PROMETHEE II para funções econômico-financeiras
Na Tabela 26, pode-se observar a colocação das companhias em relação à vertente
econômico-financeira, que traz a CDP em primeiro lugar em 2012, com fluxo líquido de 0,3728,
apresentando uma melhor performance em todos os indicadores, com exceção do Nível de
Endividamento, no qual se encontra no segundo lugar. Destaca-se, ainda, o desempenho da
CDC e da CODESP, com fluxos líquidos positivos de 0,2939 e 0,1685, respectivamente.
A CODESA, CDRJ e CODERN apresentaram fluxos líquidos negativos de -0,0394, -
0,2796 e -0,6452, na ordem sequencial em que são citados. Contribuíram, para isso, o alto
comprometimento das despesas com pessoal da primeira, o alto endividamento da segunda e a
baixa rentabilidade, representada pelo ROA, ROE e ME, associada a um elevado índice de
comprometimento das despesas operacionais da terceira.
Tabela 26 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2012
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,3728 0,6434 0,2706
2 CDC 0,2939 0,5950 0,3011
3 CODESP 0,1685 0,5412 0,3728
4 CODEBA 0,1290 0,5125 0,3835
5 CODESA -0,0394 0,4373 0,4767
6 CDRJ -0,2796 0,3172 0,5968
7 CODERN -0,6452 0,1344 0,7796
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Em 2013, a CDP foi ultrapassada pela CODESP e CODEBA, que assumiram
respectivamente a primeira e a segunda posições. Um acentuado aumento na margem EBITDA,
que saltou de 0,0726 para 0,3046 da CODESP, juntamente com uma melhoria no volume de
vendas, na receita por empregado e no comprometimento das despesas operacionais foram
responsáveis para esse salto, enquanto na CDP observam-se índices ligeiramente estáveis.
A CODERN continuou na última posição devido à deterioração da sua rentabilidade,
mesmo havendo apresentado melhora no comprometimento das despesas operacionais.
Tabela 27 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2013 (Continua...)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CODESP 0,5054 0,7097 0,2043
2 CODEBA 0,3907 0,6523 0,2616
3 CDP 0,0753 0,4946 0,4194
60
Tabela 27 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2013 (Conclusão.)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
4 CDRJ -0,0179 0,4480 0,4659
5 CDC -0,0394 0,4373 0,4767
6 CODESA -0,2330 0,3405 0,5735
7 CODERN -0,6810 0,1165 0,7975
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Para 2014, a CODEBA continuou o seu crescimento na vertente econômico-financeira,
visto que subiu para segunda posição em 2013 e primeira em 2014. Surpreende a segunda
posição da CDRJ, que aparecia nas últimas posições em 2012 e na quarta posição em 2013. De
uma forma geral, observa-se uma diminuição de todos os fluxos líquidos.
A ascensão da CODEBA deve-se principalmente a uma melhoria contínua do volume
de vendas e das margens de rentabilidade, ao passo que a CDRJ demonstrou um alto
crescimento da receita por empregado, e uma grande redução dos comprometimentos das
despesas com pessoal e das despesas operacionais.
Observa-se que a CDP migrou da primeira colocação em 2012 para a quinta neste
período, com valores menores para ROA, RE, ROE e ME, bem como, piores resultados para
CDO e NE, em comparação com os alcançados no ano anterior. Esse resultado sugere a
necessidade de uma gestão voltada ao acompanhamento de indicadores e ao estabelecimento
de metas tanto econômico-financeiras, como das demais vertentes, o que poderá ocasionar o
gerenciamento dos impactos acarretados pela sustentabilidade e uma melhora na governança
corporativa (FORMENTINI; TATICCHI, 2016; LODHIA; MARTIN, 2014).
Tabela 28 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2014
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CODEBA 0,3118 0,6129 0,3011
2 CDRJ 0,2975 0,6057 0,3082
3 CODESA 0,2616 0,5878 0,3262
4 CODESP 0,0394 0,4767 0,4373
5 CDP -0,0287 0,4427 0,4713
6 CDC -0,4014 0,2563 0,6577
7 CODERN -0,4803 0,2168 0,6971
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
A Companhia das Docas do Estado da Bahia manteve a posição de destaque em 2015,
com um excelente fluxo líquido de 0,7491, com 0,6129 pontos a mais que a segunda colocada,
a CODESP, tendo contribuído para isso a presença de ROA e ROE positivos, o segundo maior
61
valor para RE, baixos percentuais de CDPe, CDO e NE. A CODESP, por sua vez, apresentou
ROA, ROE e ME negativos no período, no entanto, dado o baixo desempenho das demais
companhias, figura-se na segunda colocação da listagem, também em função da melhor RE
entre todas as empresas. Esse cenário é preocupante, já que a fraca performance das
Companhias Docas aumenta a demanda por recursos públicos do Governo Federal para a
manutenção da saúde financeira delas. Ou seja, uma gestão econômico-financeira
autossuficiente exige uma mudança nessa realidade, para que as empresas não demandem
recursos da União, desonerando, assim, os cofres públicos.
A CDRJ apresentou valores muito baixos em 2015, em relação às demais companhias,
com ROA, ROE e ME negativos, além de um alto índice para o Nível de Endividamento, na
ordem de 1,1816, o que ocorreu em face de a empresa estar com o passivo a descoberto, situação
que aponta uma fragilidade econômico-financeira.
Tabela 29 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2015
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CODEBA 0,7491 0,8315 0,0824
2 CODESP 0,1362 0,5251 0,3889
3 CODESA 0,0968 0,5054 0,4086
4 CDP 0,0681 0,4910 0,4229
5 CDC -0,2043 0,3548 0,5591
6 CODERN -0,3763 0,2688 0,6452
7 CDRJ -0,4695 0,2222 0,6918
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
De uma forma geral, ao longo da série analisada, as companhias demonstraram não
possuir indicadores econômico-financeiros muito atrativos, apresentando uma piora nos índices
de ROA, ROE e ME ao longo do período, com exceção da CODEBA que registrou uma
progressiva evolução. A CODESA manteve índices positivos ao longo de toda a análise, no
entanto, como esses não foram muito expressivos, a companhia alcançou o quarto lugar no
ranking final.
Para a Companhia Docas do Rio Grande do Norte, mesmo melhorando a produtividade
através de sua Receita por Empregado, tendo um crescimento no Volume de Vendas e uma
diminuição no Comprometimento das Despesas com Pessoal e Despesas Operacionais, esses
fatores não foram suficientes para que os indicadores de rentabilidade – ROA, ROE e Margem
EBITDA, deixassem de ser negativos para todos os anos. A diminuição geral dos índices de
rentabilidade em 2015 pode encontrar respaldo na crise econômico-financeira pela qual o Brasil
atravessa, afetando todos os setores da economia.
62
Nessa linha, a CODESP apresentou uma piora nos indicadores a partir do ano de 2014,
culminando com a presença de ROA, ROE e ME negativos em 2015. Entretanto, mesmo diante
dessa situação, a manutenção de indicadores positivos ao longo dos três primeiros anos, somada
à apresentação dos melhores valores para RE ao longo de todo o período, permitiram, à
companhia aparecer na segunda colocação geral no ranking.
Tabela 30 – Ranking geral das funções econômico-financeiras (IMSE parcial)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CODEBA 0,3952 0,6523 0,2572
2 CODESP 0,2124 0,5632 0,3508
3 CDP 0,1219 0,5179 0,3961
4 CODESA 0,0215 0,4677 0,4462
5 CDC -0,0878 0,4108 0,4987
6 CDRJ -0,1174 0,3983 0,5157
7 CODERN -0,5457 0,1841 0,7298
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Os maiores valores de fluxos líquidos para a vertente econômico-financeira confirmam
a ideia tradicional (ARAÚJO, 2001; DENG; KANG; LOW, 2013; WELZEL; HAUPT;
MARTINS, 2015) de que esse é o maior foco da gestão estratégica, e que mesmo havendo um
crescimento de importância dos aspectos ambientais e sociais, ainda não é possível afirmar que
haja um equilíbrio entre os três enfoques no setor portuário.
4.3 Comparação obtida nos quatro cenários
Observa-se, abaixo, o ranking dos cenários considerando todos os indicadores de todas
as vertentes da sustentabilidade empresarial, objetivo do presente trabalho. Para o ano de 2012,
a CDP se mostrou a Companhia Docas mais sustentável, com fluxo líquido de 0,3036,
posicionando-se acima da CDC e CODESP que ocuparam, respectivamente o segundo e
terceiro lugares para o referido período, com 0,2240 e 0,0742, respectivamente. Esse resultado
se alinha ao encontrado na análise por vertente, na qual a CDP ocupou a primeira posição para
os aspectos social e econômico-financeiro e a segunda no ambiental.
63
Tabela 31 – Ranking cenário 2012 – (IMSE global)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,3036 0,4541 0,1505
2 CDC 0,2240 0,4157 0,1916
3 CODESP 0,0742 0,3489 0,2746
4 CODEBA -0,0270 0,2982 0,3252
5 CDRJ -0,1262 0,2503 0,3765
6 CODESA -0,1754 0,2233 0,3988
7 CODERN -0,2733 0,1687 0,4420
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Figura 2 – Ranking cenário 2012
Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)
Para o ano de 2013, influenciado principalmente pelo aspecto econômico-financeiro, a
CODESP aparece como a companhia com melhor desempenho para a sustentabilidade
empresarial. A referida empresa ocupou o primeiro lugar para a vertente econômico-financeira,
segundo para a social e a quinta posição para os fatores ambientais analisados no presente
estudo.
A CDP, por sua vez, apresentou uma considerável redução no seu fluxo líquido, de
0,3728 para 0,0753, em relação ao aspecto econômico-financeiro, impactando assim, a queda
para a segunda posição.
64
Tabela 32 – Ranking cenário 2013 – (IMSE global)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CODESP 0,2058 0,4028 0,1970
2 CDP 0,1532 0,3812 0,2281
3 CDC 0,0702 0,3435 0,2733
4 CODEBA 0,0439 0,3306 0,2868
5 CDRJ 0,0094 0,3192 0,3097
6 CODESA -0,2395 0,2112 0,4507
7 CODERN -0,2429 0,1957 0,4386
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Figura 3 – Ranking cenário 2013
Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)
Em 2014, a Companhia Docas do Pará volta a aparecer como a primeira colocada no
ranking da sustentabilidade empresarial das empresas estudadas. Embora tenha ocupado a
quinta posição para a vertente econômico-financeira, situou-se na segunda e primeira posição
para as funções ambiental e social, respectivamente.
Tabela 33 – Ranking cenário 2014 – (IMSE global) (Continua...)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,1565 0,3853 0,2287
2 CDRJ 0,1282 0,3839 0,2557
3 CODESA 0,0378 0,3711 0,3333
4 CDC -0,0175 0,3104 0,3279
65
Tabela 33 – Ranking cenário 2014 – (IMSE global) (Conclusão.)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
5 CODESP -0,0506 0,3023 0,3529
6 CODEBA -0,0641 0,2996 0,3637
7 CODERN -0,1903 0,2348 0,4251
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Figura 4 – Ranking cenário 2014
Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)
Aliado a isso, as demais companhias apresentaram desempenhos muito oscilantes nos
aspectos investigados. Essa grande variabilidade sugere que, diferentemente do que a literatura
destaca como fundamental (ALHADDI, 2015; CALLADO, 2010; SILVA; PIRES, 2013), as
empresas portuárias não possuem gestão focada na sustentabilidade empresarial, considerando
os enfoques ambiental, social e econômico-financeiro.
Tal constatação ganha mais relevância, pois realça a necessidade de essas empresas
administrarem visando à promoção de responsabilidade social para futuras gerações, assim
como à obtenção de vantagens competitivas, conforme dispõem Oliveira (2008), Silva et al
(2009) e Lloret (2016), principalmente quando se considera a importância logística e econômica
do setor para o país.
Para 2015, pela terceira vez em primeiro lugar, temos a CDP com fluxo líquido de
0,1802. Uma vez mais, a referida empresa ocupou uma posição intermediária para a vertente
66
econômico-financeira, quarto lugar, entretanto, situou-se na primeira posição para as funções
ambiental e social, o que garantiu a melhor colocação para a tríade em análise. A CODEBA,
por sua vez, aparece na segunda colocação, puxada pelo excelente desempenho econômico-
financeiro que obteve em 2015, com fluxo líquido de 0,7491, nota destacada em relação às
demais companhias que apresentaram índices relativamente fracos em relação a esse aspecto.
Tabela 34 – Ranking cenário 2015 – (IMSE global)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,1802 0,4055 0,2254
2 CODEBA 0,1282 0,3758 0,2476
3 CDC 0,0472 0,3428 0,2955
4 CODESP 0,0216 0,3259 0,3043
5 CODESA -0,0283 0,3158 0,3441
6 CDRJ -0,1309 0,2665 0,3974
7 CODERN -0,2179 0,2335 0,4514
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Figura 5 – Ranking cenário 2015
Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)
67
4.4 Ranking final de desempenho das Companhias Docas brasileiras
Os resultados obtidos através das análises de todos os indicadores do modelo
culminaram na elaboração das Tabelas 33 e 34, com o ranking final construído com base no
desempenho das Companhias Docas em relação à sustentabilidade empresarial.
Tabela 35 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas – (IMSE global)
Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-
1 CDP 0,1984 0,4065 0,2082
2 CDC 0,0810 0,3531 0,2721
3 CODESP 0,0628 0,3450 0,2822
4 CODEBA 0,0202 0,3261 0,3058
5 CDRJ -0,0299 0,3050 0,3349
6 CODESA -0,1014 0,2804 0,3817
7 CODERN -0,2311 0,2082 0,4393
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Figura 6 – Ranking final
Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)
Em 1º lugar geral, considerando todos os anos e todos os indicadores, encontra-se a
empresa CDP. Esse resultado advém do fato de a Docas do Pará possuir a segunda melhor
gestão ambiental, a melhor gestão social e a terceira melhor gestão econômico-financeira. Na
Companhia, inexistiram processos decorrentes de infrações ambientais ao longo de todo o
68
período. A empresa, também, teve nota máxima para licenciamento ambiental e para prevenção
de riscos, não tendo registrado acidentes ambientais nos quatro anos analisados. Observa-se
que, nesta empresa, não ocorreram violações ao código de ética, bem como que foi baixo o
quantitativo de acidentes de trabalho, aliados à não ocorrência de acidentes fatais, e à existência
de plano de participação nos lucros e resultados em todos os anos, fatores esses que
contribuíram para a boa classificação da CDP. No quesito econômico-financeiro, percebeu-se
que o retorno sobre o ativo, retorno sobre o PL e Margem EBITDA foram negativos apenas em
2015, fator esse que contribuiu para que não ficasse em melhor colocação para esta vertente.
A Companhia Docas do Ceará alcançou o segundo lugar no ranking da sustentabilidade.
Embora tenha alcançado apenas a quinta colocação geral para as funções social e econômico-
financeira, estabelece-se como primeira para o aspecto ambiental, em razão de possuir notas
máximas para os indicadores AuA e PAEA, bem como apresentar os melhores resultados para
o IDA.
Em seguida, tem-se a CODESP, que, mesmo não tendo grande preocupação ambiental
(5ª posição), apareceu em segundo lugar para os enfoques social e econômico-financeiro, como
resultado da política de PLR e excelente produtividade medida pela Receita por Empregado.
Semelhantemente à CODESP, a CODEBA não apresentou uma boa gestão ambiental
de seus portos, compensada por uma boa gestão social (3ª posição), mas principalmente por
uma ótima gestão voltada para as questões econômico-financeiras (1ª posição), explicada pela
crescente melhora na Receita por Empregado e pela estabilidade dos índices de rentabilidade e
de comprometimento de despesas. Diferentemente do que foi observado em Oro, Renner e
Braun (2013), Khan, Serafeim e Yoon (2016) e da estrutura proposta por Hahn et. al (2015),
mas em linha com os achados de Rufino et al (2014), não foi possível inferir que as empresas
com melhores indicadores econômico-financeiros também possuíram melhores índices
socioambientais.
A existência de processos decorrentes de infrações ambientais – conjugada com a baixa
eficiência no uso e consumo de energia – contribuíram para que a CDRJ não apresentasse uma
boa gestão ambiental, fato este que poderia ser mitigado se a companhia implantasse programas
e medidas de eficiência energética. Paralelamente a isso, a empresa necessita rever as ações de
promoção de saúde que terminaram a série analisada apontando a necessidade de revisão de
melhorias. Por fim, a gestão econômico-financeira se mostrou descompassada, pois todos os
indicadores apontam para uma piora do quadro da companhia, na qual a redução da
produtividade e do volume de vendas são acompanhados por uma majoração no nível de
69
endividamento da companhia, o que requer esforços e mudanças na gestão receitas/despesas da
empresa.
A CODESA foi classificada como a segunda pior companhia na gestão da
sustentabilidade empresarial portuária, enquanto a CODERN encontra-se na última posição do
ranking. O que se percebe acerca dessas duas empresas é a necessidade de intervenção nas três
áreas de gestão: ambiental; social e econômico-financeira. A CODESA apresentou uma
melhora da gestão econômico-financeira nos três primeiros anos, tendo uma queda em 2015.
Aliado a isso, a companhia não teve significativa melhora nos outros quesitos, contribuindo
para a colocação.
A Companhia Docas do Rio Grande do Norte mostra-se a empresa portuária que mais
precisa da implantação de novas políticas de gestão social e econômico-financeira, haja vista
que apresentou resultados insatisfatórios ao longo de toda a análise.
Observa-se que a CODERN e a CDRJ apresentaram uma má gestão da dimensão social,
ficando numa posição intermediária na vertente ambiental. Esse cenário aponta uma possível
influência dos indicadores sociais sobre os aspectos econômico-financeiros das companhias.
Tabela 36 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas
Ranking Empresa Ambiental Social Econômico-
financeiro
1 CDP 2º 1º 3º
2 CDC 1º 5º 5º
3 CODESP 5º 2º 2º
4 CODEBA 7º 3º 1º
5 CDRJ 4º 4º 6º
6 CODESA 6º 6º 4º
7 CODERN 3º 7º 7º
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Em um contexto político e econômico, no qual muito se discute acerca da privatização
dos portos públicos, e considerando a pesquisa de Lourenço et al (2012), cujos achados
sinalizam que empresas rentáveis detentoras de baixos níveis de sustentabilidade corporativa
são penalizadas, observa-se que, no geral, as companhias necessitam implantar um sistema de
acompanhamento dos aspectos aqui analisados, uma gestão da sustentabilidade focada no
andamento dos indicadores ambientais, sociais e econômico-financeiros, de forma a permitir
que as companhias maximizem valor e solidifiquem o desempenho corporativo sustentável.
Essa conclusão reforça a ideia de que, mesmo após a emissão da Portaria SEP 214/2008,
no intuito de tornar a gestão das Companhias Docas mais sustentáveis, será necessária a
70
implantação de uma melhor fiscalização por parte da Secretaria, assim como serem
empreendidos esforços conjuntos entre gestores, reguladores e usuários dos portos públicos
com vistas a tornar suas administradoras verdadeiramente sustentáveis abrangendo todo o
contexto empresarial.
71
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No intuito de se precaver e fazer sua parte na busca de uma economia de mercado mais
sustentável, as empresas têm implantado estratégias de gestão balizadas em critérios de
sustentabilidade que permitam a maximização dos lucros, sem que, com isso, venham a incorrer
em danos sociais e ambientais irreversíveis e custosos, situação extremamente acompanhada e
verificada no contexto atual, no qual a implantação de índices e organismos específicos para
este fim têm se tornado cada vez mais comum, como é o caso do índice ISE da
BM&FBOVESPA e do Global Reporting Initiative.
Esses danos – que foram causados principalmente pela ação do homem e para os quais
os governos muitas vezes não possuem solução satisfatória –, podem trazer consequências
globais, não só do ponto de vista econômico-financeiro, como também de imagem corporativa,
que atingem tanto as empresas de cunho privado, quanto as públicas.
No Brasil, o Governo Federal, com a intenção de acompanhar e mitigar fatores de risco
da sustentabilidade de suas estatais, emitiu o Decreto nº 8.945/2016, que regulamenta a Lei nº
13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, que dispõe, no seu parágrafo 2º do Art. 44,
acerca da obrigatoriedade de as empresas estatais adotarem práticas de sustentabilidade
ambiental e de Responsabilidade Social Corporativa – RSC.
Nesse sentido, a presente pesquisa teve por objetivo avaliar o desempenho empresarial
das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidade
empresarial, contribuindo para a identificação dos fatores ligados à temática em relação aos
portos públicos no Brasil. Para tanto, foram identificados indicadores de sustentabilidade para
as Companhias Docas, empresas que administram os portos públicos no Brasil que integram
uma área de extrema importância do ponto de vista logístico, além do que, prestam serviço de
interesse nacional, na medida em que contribuem para a pesquisa acadêmica sobre portos.
Os portos públicos encontram-se em áreas de grande fragilidade ambiental, como beira-
mar ou beira-rio, sendo, portanto, empresas que possuem uma considerável importância do
ponto de vista social e ambiental. Do ponto de vista econômico-financeiro são empresas que
fomentam e viabilizam o comércio regional, haja vista que mais de 80% das mercadorias
importadas e exportadas no país passam pelos portos.
Portanto, a tríade da sustentabilidade que fundamentou o estudo ora realizado pautou-
se nesses três aspectos de grande importância para as empresas portuárias: ambiental; social e
econômico-financeiro. Para tanto, foi construído um sistema de indicadores de modo a
evidenciar a situação da eficiência dos portos nessas três dimensões.
72
Assim, foram coletados dados de 29 indicadores para o período de 2012 a 2015, sendo
11 ambientais, 8 sociais e 10 econômico-financeiros, que foram escolhidos de acordo com a
disponibilidade de dados nos sítios e relatórios que as Companhias Docas publicam anualmente.
Foi atribuído peso aos indicadores segundo a percepção dos especialistas
administrativos-financeiros das Companhias Docas, através de um questionário objetivo e de
fácil entendimento, no qual os gestores escolheram o critério de importância de cada variável.
A consistência interna do instrumento se mostrou satisfatoriamente obtida pelo Alpha de
Cronbach (0,9416).
Na etapa da análise multicritério, fez-se a escolha do método PROMETHEE II, por ser
um método que vem sendo amplamente utilizado, principalmente no âmbito internacional e
figura-se como uma boa opção para a avaliação de desempenho, proporcionando o ordenamento
geral das Companhias Docas analisadas.
Os resultados apresentados revelam que as Companhias Docas que possuem os
melhores resultados do ponto de vista social e ambiental, CDP e CDC, encontram-se em uma
situação econômico-financeira mediana, apresentando ROA, ROE e ME negativos para o
último ano analisado. Por outro lado, as empresas que se posicionaram nas piores colocações
em relação às questões sociais, CODESA e CODERN, tiveram uma piora nos indicadores
econômico-financeiros. Tal fato demonstra que um melhor desempenho socioambiental não
necessariamente está relacionado a um bom desempenho econômico-financeiro e vice-versa.
Autores como Rufino et al (2014) argumentam que não há como afirmar, de forma decisiva,
que a sustentabilidade influencia os indicadores econômico-financeiros, o que se coaduna com
os achados da pesquisa.
Para os fluxos gerais dos indicadores sociais, percebeu-se que estão abaixo dos do
enfoque ambiental, o que indica que esses aspectos possuem maior relevância que aqueles.
Presume-se que o baixo quantitativo de indicadores do aspecto social tenha reflexo no resultado,
o que vai ao encontro do disposto por Valenzuela-Venegas, Salgado e Díaz-Alvarado (2016).
Observou-se que a maior parte das Companhias Docas apresentaram desempenhos
muito oscilantes quanto aos aspectos investigados. Essa grande variabilidade sugere que,
considerando os enfoques ambiental, social e econômico-financeiro, as empresas portuárias não
possuem gestão focada na sustentabilidade empresarial.
Dessa forma, considerando os achados da presente pesquisa, percebe-se que grandes
esforços serão necessários por parte do governo, reguladores, gestores, colaboradores e usuários
para que as Companhias Docas possam, verdadeiramente, tornar sustentáveis os portos que
administram, de forma que o planejamento estratégico das companhias seja concebido
73
considerando um amplo conjunto de fatores voltados à sustentabilidade (Belinky, 2016), que
permitam um melhoramento da situação apontada no estudo ora realizado. Assim, a presente
pesquisa teve como foco possibilitar uma visão da sustentabilidade empresarial juntos aos
portos públicos, possibilitando uma maior adequação da realidade destas companhias ao
disposto na Lei 13.303/16 que visa, de forma clara, que haja uma maior sustentabilidade nas
empresas pertencentes ao Governo Federal.
O estudo apresenta limitações quanto ao quantitativo de indicadores sociais em função
da indisponibilidade de dados de dois deles que foram inicialmente propostos, o que contribuiu
para a ocorrência de índex desbalanceados, o que pode ter influência sobre a análise dos
resultados.
Como sugestão para trabalhos futuros, indica-se a utilização de mais parâmetros acerca
da vertente social, bem como a replicação junto aos portos privados brasileiros, de forma a
evidenciar se a mudança na tipologia da empresa, pública ou privada, influencia na
sustentabilidade empresarial existente.
74
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WRIGHT, P. L.; KROLL, M. J.; PARNELL, J. Administração estratégica: conceitos. São
Paulo: Atlas, 2000.
79
APÊNDICE A – INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DO MODELO:
CARACTERÍSTICAS
DIMENSÃO AMBIENTAL
Nome do Indicador: Consumo de Materiais Reciclados e Matérias Primas.
SIGLA: CMR.
Fórmula ou pergunta: A empresa opta pela compra de produtos reciclados?
Objetivo ou significado: Averiguar se a empresa opta pela compra de produtos sustentáveis.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: requerida a informação através do sítio de acesso a informação.
Forma de utilização do indicador: as autoras propõem que seja quantificado o percentual de
materiais e matérias primas reciclados em comparação com o total geral de materiais e matérias
primas consumidos no ano. Haja vista que essa informação não estava disponível em nenhuma
das empresas analisadas, mas que estas declaram se fazem opção ou não pela compra de
produtos e materiais reciclados, o indicador foi alterado para averiguar se as Docas fazem opção
pela compra de produtos sustentáveis. Possíveis respostas: sim ou não.
Nome do Indicador: Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
SIGLA: IGRS.
Fórmula ou pergunta: Há programa de gerenciamento de resíduos sólidos?
Objetivo ou significado: Observar se na companhia existe gerenciamento dos resíduos sólidos.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: requerida a informação através do sítio de acesso a informação.
Forma de utilização do indicador: este indicador tem como proposta a mensuração da
produção de resíduos pela empresa. Haja vista que esse quantitativo não é contabilizado por
nenhuma das companhias, adaptou-se o indicador para que se observe se na companhia existe
programa de gerenciamento de resíduos sólidos implantado por cada empresa observada.
Nome do Indicador: Processos Decorrentes de Infrações Ambientais
SIGLA: PDIA
Fórmula ou pergunta: Existem multas ou processos decorrentes de infrações ambientais?
Objetivo ou significado: identificar se as companhias estão sendo autuadas pela ANVISA
acerca de irregularidades relacionadas ao meio ambiente.
Parâmetro: minimizar.
Autor: Callado (2010).
Fonte de coleta do dado: consulta realizada no portal da Agência de Vigilância Sanitária –
ANVISA.
Forma de utilização do indicador: o indicador objetiva mensurar se as Companhias Docas
estão sendo autuadas por irregularidades ambientais, apresentando o quantitativo de infrações.
Nome do Indicador: Licenciamento Ambiental.
SIGLA: LA.
Fórmula ou pergunta: qual é a situação atual do Licenciamento Ambiental do porto?
Objetivo ou significado: identificar o porto possui Licença de Operação válida e vigente.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.
80
Forma de utilização do indicador: conforme o estágio de licenciamento do porto, são dadas
notas de N5 (O porto possui licença de operação válida e vigente), N4 (O porto ainda não possui
Licença de Operação, mas existe processo de licenciamento para regularização, a Autoridade
portuária já entregou ao órgão ambiental licenciador o estudo ambiental exigido e atualmente
aguarda manifestação do mesmo), N3 (O porto ainda não possui Licença de Operação, mas
existe processo de licenciamento para regularização, a Autoridade portuária já publicou o edital
para contratação de consultoria que irá elaborar o estudo ambiental exigido pelo órgão
ambiental licenciador. Também se enquadram os portos que já contrataram empresa de
consultoria e os estudos ambientais já estejam sendo elaborados), N2 [O porto ainda não possui
Licença de Operação, não entregou o estudo ambiental ao órgão ambiental licenciador e não
publicou o edital para a contratação de empresa de consultoria, porém apresenta o termo de
adesão ao Programa Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental Portuária - PRGAP
(Portaria Interministerial MMA/SEP/PR nº425, de 26 de Outubro de 2011)] e N1 (O porto não
possui Licença de Operação e a Autoridade Portuária não desenvolve ações para promover a
sua regularização).
Nome do Indicador: Auditoria Ambiental.
SIGLA: AuA.
Fórmula ou pergunta: qual a situação atual da Auditoria Ambiental do porto?
Objetivo ou significado: identificar se está sendo realizada auditoria ambiental no porto.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.
Forma de utilização do indicador: conforme a realização de auditorias ambientais no porto,
são dadas notas de N3 (A auditoria ambiental foi realizada até dois anos atrás), N2 (A auditoria
ambiental foi realizada há mais de dois anos atrás) e N1 (Nunca foi realizada auditoria
ambiental).
Nome do Indicador: Prevenção de Riscos.
SIGLA: PR.
Fórmula ou pergunta: quantos planos foram elaborados e implementados no porto em relação
à prevenção de riscos e atendimento a emergência?
Objetivo ou significado: identificar se há planejamento para prevenção de situações de risco.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ
Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N5 (Todas as cinco opções: Plano de
Emergência individual - PEI, Plano de Área, Plano de Controle de Emergência - PCE, Plano de
Ajuda Mútua - PAM e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA), N4 (Atende
quatro das opções do N5), N3 (Atende três das opções do N5), N2 (Atende duas das opções do
N5) e N1 (Atende uma ou nenhuma das opções do N5)
Nome do Indicador: Ocorrência de Acidentes Ambientais.
SIGLA: OAA.
Fórmula ou pergunta: Quantos acidentes ambientais ocorreram na Área do Porto Organizado
(APO) e em seus arredores no último ano?
Objetivo ou significado: Identificar se ocorreram acidentes ambientais na área do Porto
Organizado e em seus arredores no último ano.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
81
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ
Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N5 (nenhum acidente ambiental), N4
(de um a três acidentes ambientais dentro do limite da APO), N3 (acima de três acidentes
ambientais dentro do limite da APO), N2 (de um a três acidentes ambientais além dos limites
da APO) e N1 (acima de três acidentes ambientais além dos limites da APO ou não há registro
de acidentes).
Nome do Indicador: Consumo e Eficiência no Uso de Energia.
SIGLA: CEUE.
Fórmula ou pergunta: o porto busca reduzir o seu consumo de energia?
Objetivo ou significado: identificar se existem avaliação/medidas/ações/estratégias para a
redução no consumo de energia através do acompanhamento de indicadores de eficiência.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.
Forma de utilização do indicador: conforme a condição da redução no consumo de energia,
são dadas notas de N3 (todas as três opções: avaliação da condição atual e definição de metas
de redução do consumo de energia, adoção de medidas/ações/estratégias para redução do
consumo de energia e acompanhamento delas através de indicadores de eficiência), N2 (atende
duas das opções do N3) e N1 (não atende qualquer das opções do N3).
Nome do Indicador: Promoção de Ações de Educação Ambiental.
SIGLA: PAEA.
Fórmula ou pergunta: há no porto a promoção de ações de educação ambiental?
Objetivo ou significado: identificar se há a promoção de ações de educação ambiental.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.
Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N3 (Todas as três opções: promove a
conscientização dos trabalhadores sobre as repercussões da atividade portuária no meio
ambiente, mantendo a educação ambiental integrada aos processos de capacitação dos
profissionais do porto, desenvolve programas de educação ambiental em parceria com as
escolas, universidades e/ou organizações não-governamentais, e os programas de educação
atingem também a comunidade externa ao porto), N2 (Atende duas das opções do N3) e N1
(Atende uma das opções do N3).
Nome do Indicador: Passivo Ambiental.
SIGLA: PAmb
Fórmula ou pergunta: há passivos ambientais relacionados no porto?
Objetivo ou significado: identificar se há passivos ambientais relacionados no porto.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.
Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N5 (o porto nunca teve passivos
ambientais), N4 (o porto teve passivos ambientais, que já foram remediados), N3 (o porto
realizou remediação parcial dos passivos existentes ou a remediação ainda está em curso), N2
(o porto realizou diagnóstico dos passivos ambientais, mas não tomou medidas de remediação)
e N1 (o porto possui passivos ambienteis, mas não fez diagnósticos e nem adotou medidas de
remediação).
82
Nome do Indicador: Índice de Desenvolvimento Ambiental.
SIGLA: IDA
Fórmula ou pergunta: média do quantitativo indicado para cada porto administrado por cada
Companhia Docas.
Objetivo ou significado: identificar se as empresas estão cumprindo com os parâmetros
mensurados pelo indicador.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.
Forma de utilização do indicador: a Agência de Transportes Aquaviários – ANTAQ analisou
30 portos organizados, dentro os quais estão 15 dos 18 portos públicos administrados pelas
Companhias Docas. Para a CODERN, a ANTAQ só avaliou os portos de Natal e Maceió, haja
vista que o Porto de Areia Branca se encontra em alto mar e trabalha um produto muito
diferenciado, sal marinho. Para a CODESP e CODESA foram analisados apenas o principal
porto (cada Docas administra dois portos) pois o outro não possui representatividade na
movimentação. Considerando essas peculiaridades, a nota da CODERN foi a média das notas
dos Portos de Natal e Maceió; já para CODESP e CODESA, a nota utilizada foi a nota dada ao
porto pela ANTAQ analisado. Todos os portos das demais docas fizeram parte do escopo do
projeto IDA e, portanto, a nota destes é formada pela média da nota de cada porto que a
companhia administra. A pontuação máxima obtida por cada porto é igual a 100.
DIMENSÃO SOCIAL
Nome do Indicador: Ações de Promoção de Saúde.
SIGLA: APS.
Fórmula ou pergunta: A empresa realizou ações de saúde no último ano.
Objetivo ou significado: identificar as companhias vem realizando ações de saúde.
Parâmetro: maximizar.
Autor: ANTAQ.
Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.
Forma de utilização do indicador: foram atribuídas notas de N5 (realizou quatro ou mais
ações de promoção de saúde no último ano), N4 (realizou três ações de promoção de saúde no
último ano), N3 (realizou duas ações de promoção de saúde no último ano), N2 (realizou uma
ação de promoção de saúde no último ano) e N1 (não realizou qualquer ação de promoção de
saúde no último ano).
Nome do Indicador: Percentual de Empregados Abrangidos por Acordo Coletivo.
SIGLA: PEAC
Fórmula ou pergunta: [Número de empregados abrangidos por um coletivo acordo no ano /
número médio anual de funcionários].
Objetivo ou significado: Mensurar a abrangência dos empregados abrangidos por acordos
coletivos.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.
Forma de utilização do indicador: o presente estudo faz uso do indicador conforme proposto
pelas autoras, no qual a abrangência de empregados abrangidos por acordo coletivo é
mensurada e o objetivo pretendido é que esse seja de 100%.
83
Nome do Indicador: Discriminação Salarial.
SIGLA: DS.
Fórmula ou pergunta: Há discriminação salarial entre os gêneros?
Objetivo ou significado: detectar se há discrepância salarial entre gêneros.
Parâmetro: minimizar.
Autor: Adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.
Forma de utilização do indicador: Foi analisado pelo acordo coletivo das companhias se há
política de salários por tipo de cargos e funções, o que garante aplicação do piso salário
independente do sexo que o funcionário possui. Possíveis respostas: sim ou não.
Nome do Indicador: Violações ao Código de Ética.
SIGLA: VCE.
Fórmula ou pergunta: [Número de casos de violações ao Código de Ética / média do número
anual de funcionários] x 100.
Objetivo ou significado: detectar a existência de violações ao código de ética
Parâmetro: Minimizar.
Autor: Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do
acessoainformação.gov.br.
Forma de utilização do indicador: quantitativo de ocorrência de violações ao código, que,
para as autoras, deve ser igual a zero.
Nome do Indicador: Política de distribuição de Lucros e Resultados entre funcionários.
SIGLA: PLR
Fórmula ou pergunta: existe política para divisão de lucros e resultados entre funcionários?
Objetivo ou significado: objetiva detectar a existência de políticas voltadas à participação dos
empregados nos lucros da companhia.
Parâmetro: maximizar.
Autor: adaptado de Callado (2010).
Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.
Forma de utilização do indicador: existência ou não de programa de distribuição na
companhia. Possíveis respostas: sim ou não.
Nome do Indicador: Auxílio em Educação e Treinamento.
SIGLA: AET.
Fórmula ou pergunta: a companhia paga auxílio educação e treinamento?
Objetivo ou significado: objetiva verificar política de incentivo a educação e treinamento.
Parâmetro: maximizar.
Autor: adaptado de Callado (2010).
Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.
Forma de utilização do indicador: existência ou não de auxílio em educação e treinamento na
companhia.
Nome do Indicador: Acidentes de Trabalho Fatais.
SIGLA: ATF.
Fórmula ou pergunta: [Total de Trabalhadores Acidentados/Total de Trabalhadores] x 100.
Objetivo ou significado: objetiva detectar a existência de acidentes fatais.
Parâmetro: minimizar.
Autor: Portaria SEP 214/2008 e Callado (2010).
84
Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do
acessoainformação.gov.br.
Forma de utilização do indicador: cálculo do quantitativo de acidentes fatais ocorridos em
relação ao quantitativo total de funcionários.
Nome do Indicador: Acidentes de Trabalho.
SIGLA: AT.
Fórmula ou pergunta: [Total de Trabalhadores Acidentados/Total de Trabalhadores] x 100.
Objetivo ou significado: objetiva detectar a existência de acidentes fatais.
Parâmetro: minimizar.
Autor: Portaria SEP 214/2008 e Callado (2010).
Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do
acessoainformação.gov.br.
Forma de utilização do indicador: cálculo do quantitativo de acidentes ocorridos em relação
ao quantitativo total de funcionários.
DIMENSÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
Nome do Indicador: Auditoria Interna.
SIGLA: AInt
Fórmula ou pergunta: [Quantidade de Auditoria Internos / Quantitativo de funcionários
próprios].
Objetivo ou significado: mensurar o quantitativo de auditores internos frente ao quantitativo
de funcionários existentes na Companhia.
Parâmetro: maximizar.
Autor: adaptador de Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do
acessoainformação.gov.br.
Forma de utilização do indicador: cálculo do quantitativo de auditores internos frente ao
quantitativo total de funcionários.
Nome do Indicador: Volume de Vendas.
SIGLA: VV
Fórmula ou pergunta: receitas com vendas do período atual / Receitas com vendas do período
anterior.
Objetivo ou significado: detectar aumento das vendas no período analisado.
Parâmetro: maximizar.
Autor: adaptado de Callado (2010)
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.
Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.
Nome do Indicador: Retorno sobre o Ativo.
SIGLA: ROA
Fórmula ou pergunta: [EBIT / ativo] x 100.
Objetivo ou significado: detectar se há retorno sobre o ativo da companhia.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.
Forma de utilização do indicador: para este indicador, utilizou-se a fórmula acima
apresentada.
85
Nome do Indicador: Receita por Empregado.
SIGLA: RE
Fórmula ou pergunta: [Receita Operacional Líquida/Nº de Empregados: Próprios].
Objetivo ou significado: mensurar o quantitativo da receita líquida por empregado da
companhia.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Adaptado da Portaria SEP 214/2008.
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis e relatórios de gestão.
Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.
Nome do Indicador: Comprometimento das Despesas com Pessoal.
SIGLA: CDPe
Fórmula ou pergunta: Despesa com Pessoal e Encargos/Receita Operacional Líquida) x 100.
Objetivo ou significado: quantificar o comprometimento da receita com encargos com pessoal
próprio da companhia.
Parâmetro: minimizar.
Autor: Portaria SEP 214/2008.
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.
Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.
Nome do Indicador: Comprometimento das Despesas Operacionais.
SIGLA: CDO.
Fórmula ou pergunta: [Despesa Operacional/Receita Operacional Líquida] x 100.
Objetivo ou significado: apontar percentual do comprometimento das receitas.
Parâmetro: minimizar.
Autor: Portaria SEP 214/2008.
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.
Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.
Nome do Indicador: Retorno sobre o Patrimônio Líquido.
SIGLA: ROE.
Fórmula ou pergunta: [Lucro Líquido Contábil/Patrimônio Líquido] x 100.
Objetivo ou significado: Demonstrar o retorno sobre o PL da companhia.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Portaria SEP 214/2008.
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.
Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.
Nome do Indicador: Margem EBITDA.
SIGLA: ME
Fórmula ou pergunta: [EBITDA/Receita Operacional Líquida] x 100 EBITDA = Lucro
Operacional Contábil - Resultado Financeiro + Depreciação/Amortização.
Objetivo ou significado: medir o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Portaria SEP 214/2008.
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.
Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.
86
Nome do Indicador: Existência de Selos de Qualidade.
SIGLA: EQS.
Fórmula ou pergunta: a Companhia possui algum selo de qualidade.
Objetivo ou significado: identificar se os selos constantes da Portaria 214/2008 estão ou não
implantados nas companhias.
Parâmetro: maximizar.
Autor: Adaptado da Portaria SEP 214/2008 e Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do
acessoainformação.gov.br.
Forma de utilização do indicador: o indicador propõe a confirmação da implantação de selos
de qualidades nas Companhias Docas. Possíveis respostas: sim ou não.
Nome do Indicador: Nível de Endividamento.
SIGLA: NE
Fórmula ou pergunta: [Passivo Exigível / Ativo Total].
Objetivo ou significado: Mensurar o percentual de dívidas com terceiros frente aos ativos da
companhia.
Parâmetro: minimizar.
Autor: adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).
Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.
Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.
87
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESPECIALISTAS
88
89
APÊNDICE C – TELAS VISUAL PROMETHEE
90
91
92
93
94
95
96
97
APÊNDICE D – PLANILHA DADOS NO EXCEL
CM
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CDC 2012 N S 0 5 3 5 4 2 3 5 71,89 5 100% N 0,008 N S 0,00 0,00 0,02 1,00 0,00 268,60 0,51 0,63 0,00 0,12 N 0,099
CDC 2013 N S 0 5 3 5 4 2 3 4 73,15 5 100% N 0,008 N S 0,00 0,01 0,02 1,12 -0,01 298,71 0,61 0,68 -0,01 -0,01 N 0,054
CDC 2014 N S 0 5 3 5 5 3 3 4 74,98 5 100% N 0,016 N S 0,00 0,00 0,02 0,92 -0,11 282,35 0,72 1,32 -0,14 -0,77 N 0,238
CDC 2015 N S 0 4 3 5 4 3 3 4 81,35 5 100% N 0,007 S S 0,00 0,00 0,02 0,97 -0,05 229,50 0,77 0,86 -0,06 -0,24 N 0,133
CDP 2012 S S 0 5 1 5 5 1 3 5 64,38 5 100% N 0,000 S S 0,00 0,00 0,01 1,09 0,02 252,24 0,35 0,41 0,02 0,18 N 0,125
CDP 2013 N S 0 5 1 5 5 1 3 5 65,51 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,005 0,01 1,08 0,02 275,76 0,00 0,40 0,02 0,19 N 0,098
CDP 2014 S S 0 5 3 5 5 1 3 5 69,45 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,009 0,01 1,09 0,00 254,37 0,23 0,46 0,00 0,11 N 0,150
CDP 2015 S S 0 5 3 5 5 1 2 5 65,16 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,005 0,01 1,07 -0,05 301,81 0,22 0,56 -0,06 -0,12 N 0,164
CDRJ 2012 N S 0 5 3 4 4 1 2 5 64,31 5 100% N 0,004 N S 0,000 0,003 0,01 1,09 -0,11 329,24 0,52 0,77 -3,87 0,10 N 0,974
CDRJ 2013 N S 0 5 3 4 4 1 2 5 64,10 5 100% N 0,004 N S 0,000 0,003 0,01 1,13 -0,09 373,00 0,52 0,65 1,54 0,19 N 1,057
CDRJ 2014 N S 0 5 3 4 4 1 3 5 65,95 5 100% N 0,004 N S 0,000 0,001 0,01 1,16 0,04 429,65 0,32 0,46 0,83 0,90 N 0,951
CDRJ 2015 N S 1 5 3 4 5 1 3 5 66,01 5 100% N 0,003 N S 0,000 0,004 0,01 0,74 -0,24 312,83 0,49 0,77 -1,35 -0,03 N 1,182
CODEBA 2012 N S 0 3 2 4 5 2 2 2 48,05 5 100% N 0,000 N S 0,000 0,011 0,01 0,95 0,00 272,63 0,36 0,33 -0,01 0,13 N 0,285
CODEBA 2013 N S 0 3 2 4 4 1 2 3 39,33 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,009 0,01 1,07 0,03 291,18 0,30 0,30 0,04 0,25 N 0,275
CODEBA 2014 N S 0 3 2 4 4 1 1 2 35,06 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,012 0,01 1,13 0,03 332,54 0,33 0,34 0,04 0,21 N 0,243
CODEBA 2015 N S 0 4 2 4 4 1 2 2 39,02 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,014 0,01 1,09 0,04 451,55 0,31 0,34 0,05 0,21 N 0,239
CODERN 2012 S S 1 2 2 5 5 1 3 5 40,65 5 100% N 0,000 N S 0,000 0,010 0,01 0,94 -0,11 170,49 0,84 2,19 -0,14 -0,26 N 0,223
CODERN 2013 S S 0 3 3 5 3 3 3 3 55,05 5 100% N 0,000 N S 0,000 0,013 0,01 1,05 -0,08 148,81 0,78 0,77 -0,11 -0,09 N 0,227
CODERN 2014 S S 0 4 3 5 3 3 3 3 60,54 5 100% N 0,000 N S 0,004 0,008 0,01 1,12 -0,13 157,26 0,87 0,84 -0,16 -0,27 N 0,218
CODERN 2015 S S 0 3 3 4 5 3 3 3 57,28 4 100% N 0,016 N S 0,000 0,012 0,01 1,17 -0,18 186,83 0,39 0,66 -0,25 -0,47 N 0,255
CODESA 2012 N S 0 2 2 3 5 1 1 5 46,60 5 100% N 0,003 N S 0,000 0,011 0,01 0,96 0,03 265,75 0,89 0,49 0,04 0,17 N 0,378
CODESA 2013 N S 0 4 2 1 5 2 1 4 33,95 5 100% N 0,006 N S 0,000 0,015 0,01 1,01 0,02 295,50 0,52 0,44 0,03 0,18 N 0,446
CODESA 2014 S S 0 5 2 1 4 2 2 4 41,07 4 100% N 0,003 S S 0,000 0,006 0,01 1,17 0,04 340,70 0,49 0,43 0,05 0,21 N 0,322
CODESA 2015 S S 0 5 2 1 4 2 2 4 42,61 5 100% N 0,006 S S 0,000 0,009 0,01 1,02 0,02 353,04 0,53 0,48 0,03 0,14 N 0,338
CODESP 2012 N S 0 4 2 5 3 1 3 3 63,89 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,004 0,01 1,07 0,09 457,08 0,27 0,53 0,16 0,07 N 0,477
CODESP 2013 N S 0 4 2 5 3 1 3 3 71,19 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,008 0,01 1,13 0,06 498,53 0,36 0,35 0,10 0,30 N 0,457
CODESP 2014 N S 0 4 2 5 3 2 3 3 61,86 5 100% N 0,000 S S 0,001 0,010 0,01 0,98 0,01 491,45 0,41 0,41 0,02 0,13 N 0,477
CODESP 2015 N S 0 4 2 4 3 2 3 3 62,97 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,006 0,01 1,09 -0,03 543,00 0,41 0,51 -0,07 0,00 N 0,529