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ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE IMPLANTAÇÃO
SISTEMA DE ENERGIA DE FOTOVOLTAICO ON GRID EM
EDIFÍCIO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NA
CIDADE DE ITAPERUNA- RJ
M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira (Faculdade Redentor) – [email protected]
Victor Barbosa de Souza (Faculdade Redentor) - [email protected]
Resumo: Esta obra teve como finalidade fazer uma revisão bibliográfica sobre energia solar,
expondo temas como sua origem, desenvolvimento, projetos, empregabilidade, conceituação
técnica, viabilidade técnica, possíveis utilizações, instituições que já empregam e utilizam
essa energia e como a energia solar poderá vir a ajudar ao combate das futuras demandas
energéticas que estão por vir. Também visou o estudo da viabilidade técnica para
implantação de um sistema fotovoltaico, no novo prédio anexo na instituição de ensino
Superior, Sociedade Universitária Redentor, em Itaperuna, RJ. Verificou-se a viabilidade
técnica para instalação de um sistema fotovoltaico na instituição, que apresentou uma média
de radiação solar anual alta entre 4,5 e 5,10 Kwh/m².dia e uma grande área disponível para
instalação dos módulos fotovoltaicos.
Palavras Chaves: energia solar; fotovoltaico; energia renovável.
1 Introdução
O desenvolvimento industrial do mundo, com a crescente demanda energética, tem
sido tratado como um dos grandes problemas deste século. Estimativas afirmam que o gasto
energético mundial tende a crescer nos próximos 25 anos em cerca de um terço. China
apresenta-se como a líder no ranking de consumidores, seguido pelos EUA, sendo que a
China apresenta um consumo energético superior em 70% ao dos EUA, figurando-se, junto
com a Índia, como uma das maiores responsáveis pelo aumento do consumo energético (AIE,
2011).
O Brasil tem experimentado um crescimento notável em todos os aspectos, o que gera
também um aumento do consumo energético. Segundo especialistas, o Brasil deverá alcançar
o segundo lugar entre os países com o mais rápido crescimento no consumo de energia
primária nos próximos 25 anos, aumentando em cerca de 80% em relação ao seu consumo
atual, perdendo apenas para a Índia que deterá o primeiro lugar (AIE, 2011).
Segundo CERQUEIRA e SOUZA (2012), as informações da Agência Internacional de
Energia:
trazem dados alarmantes para o Brasil. Apesar da criação de mais uma usina
nuclear em Angra dos Reis e outros projetos para algumas usinas nucleares,
incentivos para o emprego de PCH’s e a tão discutida Usina Hidrelétrica de
Belo Monte, ainda serão insuficientes para suprir a futura demanda
energética. Existe uma teoria muita pessimista sobre esta demanda brasileira
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que aponta para um outro possível racionamento de energia. Informações
mostram que se dentro de 5 (cinco) anos o Brasil não se estruturar de maneira
eficiente, sofrerá de contínuos apagões ressuscitando o tão assombroso
fantasma do racionamento energético vivido na época do governo FHC, que
poderia levar o país a um caos total. Apesar de ser apenas uma teoria, a
mesma liga o sinal de alerta, devendo o Brasil gerar novas iniciativas
energéticas para que no futuro possa se tornar uma potência mundial
sustentável.
Mesmo com essa grande demanda o Brasil ainda se apresenta timidamente com
relação a utilização de novas fontes de energia sustentável. Poucos, como o CRESEB (Centro
de Referência para Energia Solar Eólica Sergio Salvo Brito), desenvolvem iniciativas em
pesquisa na área. O Brasil apresenta grande potencial eólico e solar, que tornam viáveis o uso
de sistemas de geração de energia eólica, sistema de geração de energia solar e até mesmo de
sistemas híbridos de geração de energia eólico-solar, sendo esses, talvez, alternativas
imprescindíveis num futuro próximo.
Deste modo, este trabalho apresenta uma revisão histórica do uso da energia solar e o
seu emprego para o combate a futuras demandas energéticas, bem como demonstrar como
seria a análise da área para a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica,
identificando itens potenciais da região de instalação do sistema, área de incidência solar
disponível para a instalação das placas, etc.. Trata-se de parte das conclusões iniciais de um
projeto que objetiva a análise de viabilidade técnica e financeira para futura instalação de um
sistema fotovoltaico que atenderá a Biblioteca João Carlos de Almeida Mielli da Sociedade
Universitária Redentor, sistema este que poderá ser facilmente expandido para todo o edifício
da instituição.
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Energia solar no mundo
O mundo passa por um momento de reflexão e reavaliação das fontes energéticas que
historicamente vêm sendo utilizadas. O desastre no Japão colocou em cheque, mais uma vez,
a segurança e a viabilidade do uso da Energia Nuclear. Há uma crise também no uso do
Petróleo e Carvão, que vêm atingindo as maiores cotações de toda a história (SOUZA, 2011).
A intensa e indiscriminada exploração de reservas não renováveis de combustíveis fósseis,
aliados aos prejuízos ambientais decorridos do uso destes recursos energéticos implica num
cenário preocupante. Desta forma, o surgimento de novas fontes de energia alternativas, em
particular de fontes renováveis e não-poluídoras, como a solar e a eólica, acena para um novo
momento.
Por razões econômicas o interesse dos Estados Unidos e da Europa pelo uso de energia
solar cresceu muito nas duas últimas décadas, principalmente após a crise da década de 70 no
setor petrolífero. Atualmente, não se fala apenas na aplicação desta radiação como fonte de
energia limpa e renovável, mas também no conhecimento do clima e de suas mudanças
(Souza, 2011). A energia solar pode ser dividida em duas categorias, solar fototérmica e solar
fotovoltaica (CRESESB, 2006). A energia solar fototérmica é baseada na quantidade de
energia que um determinado corpo é capaz de absorver, sob forma de calor, a partir da
radiação solar. Este princípio é utilizado em tanques solares e destilação de água. Este método
de dessalinização através do sol quando comparados com outros métodos como eletrodiálise
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(que é a eliminação dos íons salinos por aplicação de campo elétrico) e o método do
congelamento apresenta a melhor relação custo beneficio e a maior eficiência. A energia solar
fototérmica também é utilizada em sistemas de aquecimento de água, podendo este
aquecimento ser passivo e ativo. O aquecimento passivo utilizado em tanques solares, como
citado acima, apresenta baixa eficiência. (ALDABÓ, 2002).
Em 1839, Edmond Becquerel notou um aparecimento de um diferencial nos extremos
de uma estrutura de material semicondutor produzido pela absorção da luz. Foi a partir desta
observação que se chegou ao conceito do efeito fotovoltaico. A partir daí passou-se ao
desenvolvimento deste conceito até chegar à utilização da energia solar como meio de
obtenção de energia elétrica. O ápice do desenvolvimento desta tecnologia se deu na época da
corrida espacial e da utilização de satélites, que tinham como principal fonte de energia a luz
do sol. Assim, esta tecnologia foi um pouco mais lapidada, dentro das limitações da época,
como fonte de energia para as naves espaciais, pois no espaço era a maneira mais fácil de se
obter energia sem sobrecarregar a aeronave com tanques de combustíveis (CRESESB, 2006).
Com a crise energética de 1973, o desenvolvimento desta tecnologia ganhou novo
impulso. Diversas empresas americanas do ramo do petróleo diversificaram seus
investimentos em novas formas de obtenção de energia e a energia solar foi a que mais
recebeu investimentos. Com a ampliação dos estudos e desenvolvimento de tal tecnologia,
descobriu-se que o sol era fonte riquíssima de energia, cerca de 10.000 vezes a energia
consumida na época, algo em torno de 1,5 x 1018
kWh (PARIDA B, INIYAN S. e GOIC
R.,2011). Foi-se, então, aprimorando os equipamentos e a eficiência dos mesmos, surgindo a
célula fotovoltaica, utilizada na absorção da energia do sol. Com o passar do tempo e com os
novos estudos realizados, percebeu-se no silício as potencialidades de um melhor material
para ser empregado nestas células, sendo esta conclusão de assaz importância para maiores
investimentos em tal tecnologia, pois o silício é o segundo elemento mais abundante do globo
terrestre (LANDI, 2010). Em 1993 a produção de energia através do sol atingiu o recorde de
60 Mwp (CRESESB, 2006). Já no ano de 2000, este número era 3 (três) vezes maior, sendo
que diversos países vêm utilizando esta tecnologia, até mesmo países não muito indicados
para a utilização da mesma. Com a crescente demanda por energia, levantou-se outro fator
que é o possível fim dos combustíveis fósseis, podendo gerar um caos energético e com isto
eclodir inúmeras guerras e conflitos para obtenção do tão importante ouro negro (CRESESB,
2006).
Nas próximas décadas todos os países do mundo têm que reduzir pela metade o nível
de emissão dos gases poluentes, mas esta diminuição não deve refletir na produção de energia
elétrica, uma vez que o potencial de energia de um país não pode diminuir, pois com isso
poderiam ocorrer sérios prejuízos e apagões nestes países (CRESESB, 2006). Por conta deste
cenário, diversas soluções têm sido propostas, algumas das quais já são conhecidas por boa
parte da população mundial, como os painéis fotovoltaicos, que têm grande utilização em
países europeus com a Holanda e Alemanha e os aquecedores de água, que substituem os
chuveiros elétricos e os aquecidos por gás natural e têm o seu o uso já bem mais difundido
pelo mundo. Entretanto, existem outros projetos e protótipos que de certa forma podem estar
sendo futuramente aproveitados é o caso do SES (Satélite de Energia Solar), Solar Two, SSM
(Sistema Solar Marítimo) e Phoebus, etc. Este útimo é um consórcio Europeu que objetiva
instalar na Jordânia uma Usina Termo Solar de 30 MW utilizando receptores volumétricos.
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Estes receptores, como o próprio nome já diz, recebem calor e servem de meio de transporte
para acionar uma turbina geradora de energia.
O Sistema Solar Marítimo, SSM, que seria utilizado para ajudar na locomoção do
navio, tem seu funcionamento baseado na utilização da eletrólise da água. O Hidrogênio que
é um dos produtos finais da eletrólise seria encaminhado para as caldeiras convencionais,
podendo também ser recombinado com o oxigênio em câmaras de combustão para obter
vapor aquecido e acionar as turbinas.
Já o Projeto Solar Two é um projeto de geração de energia, com um potencial de 10
MW, localizado no deserto de Mojave – Califórnia - USA utilizando uma tecnologia de
captação de energia solar do tipo torre, captação esta que é inovadora, onde a torre é a
responsável por abrigar o receptor. Esta usina está em funcionamento desde 1997, sendo que
os números do Two são muito bons, apresentando uma média mensal de 1633 MWh. A
eficiência do receptor gira em torno de 88% e a maior produção da turbina foi de 11,6 MW.
O sistema de armazenamento tem uma eficiência altíssima de 97% e a maior disponibilidade
alcançada foi de 94%, no ano de 1998.
Contudo, o projeto que mais chama a atenção é o SES, Satélite de Energia Solar. Ele
chama atenção devido à grande inovação proposta com relação à captação da energia solar. A
captação de energia solar convencional é aquela que incide sobre a terra. No método pensado
para o SES a captação desta energia se daria na órbita da terra. O Satélite de Energia Solar
inúmeros fatores, pois, devido a suas dimensões de aproximadamente 50 Km², peso de 90.000
toneladas e sua capacidade de geração energética de até 10.000 Mw, tal empreendimento
causaria grandes impactos nas matérias primas disponíveis na terra, sendo muito difícil a
colocação de um aparato de tal tamanho na órbita. Entretanto a polêmica se dá na esfera
social. O grande questionamento suscitado versa sobre os danos causados por uma exposição
de ondas de radiação de baixa freqüência de forma constante.
A grande vantagem deste sistema de geração solar é que, além da grande capacidade
de geração de energia, há uma constância nesta geração, 24 (vinte e quatro) horas, pois o
satélite está na órbita da terra. Todavia, este sistema apresenta grandes desvantagens e
dificuldades tecnológicas. Com as polêmicas já causadas para a recepção da energia seria
necessária à construção de uma torre de 50 Km², além da área de proteção contra incidência
das microondas ao redor da antena. O custo de tal projeto equivale ao produto interno bruto
dos EUA e para o transporte de tal estrutura necessitaria de milhares de pessoas e naves de
alta capacidade. Tal investimento teria uma vida útil muito pequena (somente de 10 anos)
devido a uma grande deterioração, cerca de 10% danos causados nos condutores da superfície
fotovoltaica. (ALDABÓ, 2002).
2.2 Energia solar no brasil
Em nível nacional, a tecnologia fototérmica começou de maneira discreta sendo
utilizada apenas em algumas residências e posteriormente em creches e colégios. Hoje,
indústrias, hotéis, pousadas e condomínios vêm adotando a tecnologia e a tendência é que
cada vez mais esta energia seja utilizada devido aos benefícios ao meio ambiente e
principalmente pela economia para quem a emprega. A tecnologia fotovoltaica vem ganhando
o espaço rapidamente. No ultimo dia 30/06/2011 o Brasil ganhou a sua primeira usina de
energia Solar, que fica localizada em Tauá, a 344 km de Fortaleza, com a capacidade de
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geração de 1Mw, que tem expectativa de atender cerca de 1,5 mil famílias, tal investimento é
do grupo EBX. (INEE, 2011).
No interior do estado Rio de Janeiro, na cidade de Macaé, cidade esta considerada o
coração do desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, empresas de condicionamento de ar
residencial estão oferecendo aparelhos de ar condicionados com alimentação por painéis
fotovoltaicos. (SOUZA e CERQUEIRA, 2011). A tendência é que esta tecnologia seja
difundia cada vez mais. Alguns parques e lugares públicos já têm suas instalações
fotovoltaicas como a Estação Ecológica Jureia, Parque Ecológico Porto Sauípe, Parque do Rio
de Janeiro. Existe também um programa do governo federal, Luz para todos, que leva energia
solar aos moradores de localidades remotas e o sistema de energia solar fotovoltaica será
utilizado. (TOLMASQUIM, 2003).
Logo a energia solar tem todos os requisitos para combater futuras demandas
energéticas devido a sua disponibilidade, empregabilidade e ser uma fonte renovável.
3 Análise da Área Disponível
Para análise e levantamento dos dados e características da região, utilizou-se alguns
recursos e softwares, como o banco de dados da APOLLO 11, CRESESB e Google Earth. Na
figura 1, está apresentado um mapa do estado do Rio de Janeiro.
Figura 1 - Mapa do Estado do Rio de Janeiro (Fonte: Rio Turismo)
Determinada a região para a análise, o Município de Itaperuna-RJ, localizado na
região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, partiu-se para o levantamento dos dados
geográficos da localidade da Faculdade Redentor utilizando-se o Google Earth (Figura 2).
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Figura 2 - Foto da localização da Sociedade Universitária Redentor (Fonte: Google Earth)
Com o auxilio do Google Earth, definiu-se a localização de forma completa. A
instituição se encontra localizada a margem da BR-356, com os seguintes dados (SOUZA e
CERQUEIRA, 2012).
Latitude: -21º 12’ 18’’ Sul.
Longitude: -41º 53’ 16’’ Oeste.
Altitude: 108 metros.
Além das influências causadas pela localização, há também as influências causadas
pelas características da geometria solar, conforme pode ser observado na Figura 3
(CERQUEIRA e SOUZA, 2012).
Figura 3 - Foto da órbita da terra em torno do sol (Fonte: Rainha dos Ventos)
O sol nasce no leste e se põe no Oeste.
A órbita terrestre é uma orbita elíptica em torno do sol e o eixo de rotação da terra
forma um ângulo de 23,5º com a normal ao plano da elipse da órbita da terra.
A declividade Solar varia entre valores: -23,45º 23,45º.
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O ângulo Azimutal de Superfície varia entre -180º wa 180º.
Intensidade de radiação Solar que chega a Terra é aproximadamente 1,3 KW/m².
Conhecendo a teoria de Rayleigh e Mie que diz que a massa do ar influencia através
dos efeitos de absorção e dispersão da radiação solar. Relação (simplificada) esta que define
que:
SenAM
CosAM
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Onde:
AM é massa de ar.
e são os ângulos de incidência.
Vale ressaltar que a poluição atmosférica interfere nos resultados.
Com os dados da localidade definidos, deu inicio a definição dos dados climáticos que
influenciam de forma direta no potencial de geração de energia solar (Tabela 1).
Tabela 1 - Climática de Itaperuna-RJ.
Fonte: INMET, 2012
De acordo com a tabela climática de Itaperuna (Tabela 1) definiu-se que o mês de
Fevereiro apresenta a maior temperatura, 33ºC, e o mês de Junho apresenta a menor
temperatura mínima, 15ºC e a menor média, 21oC. Os meses de Janeiro e Fevereiro
apresentam as maiores temperaturas mínimas, 22ºC. Já os meses de maior temperatura média
são Janeiro, Fevereiro e Março. O mês de Dezembro foi o mês com o maior índice de
precipitação cerca de 208 mm. A incidência de radiação ultravioleta é muito alta, sendo 9 o
nível de UV, numa escala que vai até o máximo de 14 (CERQUEIRA e SOUZA, 2012).
Com os dados de localização definidos, o passo seguinte foi definir o potencial de
radiação Solar da localidade de Itaperuna-RJ, para a determinação desse potencial levou-se
em consideração:
Radiação ao nível do Solo
Radiação Extraterrestre.
Métodos de cálculos Matemáticos.
Localização.
Os dados obtidos no CRESEB estão apresentados na Tabela 2 e no gráfico da Figura
4.
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Tabela 2 - Radiação Diária de Itaperuna
Fonte: CRESEB, 2012
Figura 4 - Gráfico da Radiação Diária de Itaperuna (Fonte: CRESEB, 2012)
Na tabela 2, como no gráfico da Figura 5, fica evidente que o mês com maior nível de
radiação solar é o mês de Janeiro, com 6,06 Kwh/m².dia. O mês de Junho apresenta o menor
nível de radiação solar, com 3,53 Kwh/m².dia. A média do nível de radiação foi entre 4,50 e
5,10 Kwh/m².dia. Com isso fica evidente o bom nível de radiação solar, o que viabiliza a sua
utilizando na região (CERQUEIRA e SOUZA, 2012).
A etapa seguinte foi considerar prováveis níveis de radiação para possíveis inclinações
nas instalações dos módulos fotovoltaicos (Tabela 3).
Tabela 3 - Radiação Diária de Itaperuna com inclinações
Fonte: CRESEB, 2012
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No gráfico da Figura 6, são apresentados os dados com relação à radiação solar no
plano inclinado para a cidade de Itaperuna.
Figura 6 - Gráfico da Radiação Diária de Itaperuna com inclinações (Fonte: CRESEB, 2012)
Levantadas todas as possibilidades de viabilidade de utilização de energia fotovoltaica
no município de Itaperuna, passou-se à tarefa de identificar a melhor inclinação para o
projeto, sempre buscando encontrar a melhor solução técnico-econômica. Vale destacar que a
média de radiação solar para planos inclinados foi superior a média dos planos horizontais.
(CERQUEIRA e SOUZA, 2012).
Com o conhecimento adquiridos sobre a radiação solar, sabemos que ela não é
constante, a radiação solar oscila durante o dia, porém tem sua maior intensidade ao meio-dia-
solar, período do dia que a incidência solar é perpendicular e o sistema fotovoltaico tem sua
geração de energia máxima, que é a denominada hora solar pico. Durante o dia a radiação
solar oscila, porém em determinada parte do dia ela vai do mínimo ao máximo, retornando no
fim do dia para o mínimo ao final da tarde.
E de tamanha importância o conhecimento de horas pico da localidade que se pretende
instalar um sistema fotovoltaico, pois é nessas horas de sol pico que o painel fotovoltaico
estará gerando o máximo de energia durante o dia. O período de horas pico é compreendido
entre duas ou três horas antes e depois do meio dia solar, que é diferente de meio dia (12 h)
das horas. O meio dia Solar é quando os raios solares estão projetando na direção norte-sul,
no meridiano local, isso varia de localidade para localidade e também do período do ano.
Logo, em Itaperuna, tem-se um período de insolação de aproximadamente 8 (oito) horas e 4
(quatro) horas de horas pico (CERQUEIRA e SOUZA, 2012).
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Torna-se evidente o período das horas pico no gráfico Irradiação X Horas (Figura 7).
(CRESESB, 2012).
Figura 7 - Gráfico de Horas Solar Pico (Fonte: HM Sistemas, 2011)
A etapa seguinte é analise da área disponível do novo prédio anexo da instituição, já
que os dados geográficos, dados climáticos e o potencial solar foram definidos. Como a
localização das novas instalações se dar no fundo da instituição, fica impossibilitado a
instalação de um sistema fotovoltaico na fachada do novo prédio, devido as orientações
geográfica. Logo para uma eventual instalação de um sistema fotovoltaico só nos resta a
possibilidade da instalação na parte superior do prédio. Na figura 8, temos a planta da situação
do novo prédio.
Figura 8 - Desenho do novo predio (Fonte: Sociedade Universitária Redentor, 2012)
Analisados as possibilidades, viu que o novo prédio apresenta as seguintes dimensões
na tabela 4:
Tabela 3 – Quadro de área do Edifício Anexo ao prédio da Redentor
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Visto as dimensões da nova instalação, a dimensão que será útil é apenas a do 5º
pavimento que apresenta uma área de 582,871 m². Sendo a proposta atender, boa parte da
demandada energética do novo prédio, a área disponível da parte superior atenderia
facilmente a proposta do projeto.
4 Conclusão
De acordo com os resultados obtidos da análise de área disponível, analisando a região
onde está localizado o Campus da Sociedade Universitária Redentor, conclui-se que essa área
tem um grande potencial para receber um sistema fotovoltaico on/off. Apresentando uma
temperatura média anual de 33ºC, com clima estável e grande incidência de radiação solar,
sendo seu nível mais alto em Janeiro, de aproximadamente 6,1 Kwh/m².dia e o menor 3,6
Kwh/m².dia em Junho, com uma média de radiação solar anual entre 5,10 e 4,5 Kwh/m².dia.
Comparando os resultados encontrados com outros países que são muito mais
dependentes da energia solar como Holanda, Alemanha e Japão, Itaperuna apresenta um
excelente nível de radiação solar, com aproximadamente o dobro da incidência solar anual
média daqueles países.
Outro fator primordial em dimensionamentos de sistemas fotovoltaicos são as horas
picos da localidade onde se pretende instalar o sistema. Na análise da localidade concluiu-se
que a disponibilidade é de aproximadamente 4 (quatro) horas de pico, que é excelente, sem
contar que são aproximadamente 8 horas de radiação solar.
Outra constatação a que se chegou foi a de que as inclinações futuras das instalações
dos painéis devem estar próximas a 23º em relação ao nível do solo, melhorando com isso seu
rendimento.
O fator importante foi à área apresentada pelas novas instalações da Sociedade
Universitária Redentor, apresentando uma área disponível de aproximadamente 590 m², área
esta que suficiente para o presente projeto. Portanto, tem-se uma viabilidade Técnica para
uma futura instalação de um sistema fotovoltaico na Sociedade Universitária Redentor, sendo
a instalação do mesmo limitado apenas a questões de estudo da viabilidade econômica.
Referências
ALDABÓ, R. Energia Solar. São Paulo: ARTLIBER, 2002.
CERQUEIRA, N. A; SOUZA, V. B. de. Energia fotovoltaica como uma solução para crise energética: análise
da viabilidade técnica de sua implantação em edifício de uma instituição de ensino superior na cidade de
Itaperuna- rj Anais do VIII Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 2012.
CRESESB/CEPEL - Grupo de Trabalho de Energia Solar Fotovoltaica. Energia Solar e suas Aplicações, 2006.
Disponível em: http://www.creseb.cepel.br/downlaod/tutorial_solar_2006.pdf. Acessado em 14 Julho de 2011.
Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis. Disponível em:
http://www.ider.org.br/energias-renovaveis/energia-solar. Acessado em14 de julho de 2011.
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http://www.inee.org.br/eficiencia_o_que_eh.asp?Cat=eficiencia. Acessado em 14 de julho de 2011.
Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: www.inmet.gov.br. Acessado em 28 de fevereiro de 2012.
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PARIDA, B.; INIYAN, S. E.; GOIC, R. A Review of Solar Photovoltaic Technologies. Renewable and
Sustainable Energy Reviews, 2011. 1625 – 1636.
SOUZA, M. N. A Crise Energética e a Radiação Solar. Disponível em
http://mauriciosnovaes.blogspot.com/2008/12/crise-energtica-e-radiao-solar.html. Acessado em 27 de julho de
2011.
SOUZA, V. B. de.; CERQUEIRA, N. A. Estudo da Viabilidade do Uso de Energia Solar: Revisão Bibliográfica.
IV Congresso de Iniciação Científica – FAC Redentor, 2011.
TOLMASQUIM, M. T. Fontes Renováveis de Energia no Brasil. CENERGIA, 2003.