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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - UEFS DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA - DTEC CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MARCOS VENICIOS ALMEIDA LIMA ANÁLISE DE PLACAS LAMINADAS PELO MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS ENERGÉTICAS Feira de Santana BA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - UEFS

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA - DTEC

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MARCOS VENICIOS ALMEIDA LIMA

ANÁLISE DE PLACAS LAMINADAS PELO MÉTODO DAS

DIFERENÇAS FINITAS ENERGÉTICAS

Feira de Santana – BA

2010

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MARCOS VENICIOS ALMEIDA LIMA

ANÁLISE DE PLACAS LAMINADAS PELO MÉTODO DAS

DIFERENÇAS FINITAS ENERGÉTICAS

Monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso ao Colegiado de Engenharia

Civil, da Universidade Estadual de Feira de

Santana (UEFS), como uma das etapas para

obtenção da graduação de Bacharel em

Engenharia Civil.

Orientador: Dr. José Mário Feitosa Lima

Feira de Santana

2010

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MARCOS VENICIOS ALMEIDA LIMA

ANÁLISE DE PLACAS LAMINADAS PELO MÉTODO DAS

DIFERENÇAS FINITAS ENERGÉTICAS

Monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso ao Colegiado de Engenharia

Civil, da Universidade Estadual de Feira de

Santana (UEFS), como uma das etapas para

obtenção da graduação de Bacharel em

Engenharia Civil.

Orientador: Dr. José Mário Feitosa Lima

Feira de Santana, ____ de __________________ de 2010,

Aprovada por:

______________________________________________

Prof. Dr. José Mário Feitosa Lima

______________________________________________

Prof. Dr. Koji de Jesus Nagahama

______________________________________________

Prof. Dr. Paulo Roberto Lopes Lima

Feira de Santana

2010

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Aos meus pais,

Bartolomeu Soares de Lima e

Jandira Fonseca de Almeida Lima,

por todo amor, carinho, apoio e

compreensão.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar saúde e inteligência para a realização desse trabalho.

Ao meu irmão João Carlos Almeida Lima pelas dúvidas tiradas, bons conselhos, e

por simplesmente ser, juntamente com meu pai e minha mãe, um exemplo a ser seguido.

Ao meu orientador José Mário Feitosa Lima pelos ensinamentos transmitidos,

confiança depositada, apoio, compreensão e amizade sem os quais esse trabalho com certeza

não seria possível.

À minha namorada Josiane Freires Gomes pelo incentivo, carinho e companheirismo

e pelas palavras de apoio nos momentos mais difíceis quando achei que não conseguiria

terminá-lo.

Aos meus amigos de república Alex Borges e Ranniere Castro, pelos ótimos

momentos de convivência, essenciais para um bom desenvolvimento, e pela amizade sincera

vivenciada ao longo de todos esses anos.

A todos os meus amigos do curso de engenharia civil da UEFS e da cidade de

Rodelas (em especial a toca), que muitas vezes acreditaram mais do que eu mesmo em minha

capacidade.

A Paulo Roberto e Mônica Leite pela oportunidade da iniciação científica que muito

ajudou na compreensão do que é uma pesquisa científica.

A Samuel Alves pela oportunidade do primeiro estágio e por ser mais que um chefe e

sim um grande amigo.

A Marcelo Pedreira por me proporcionar vivência na prática da construção civil e

pelos ótimos conselhos.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização do trabalho aqui

apresentado.

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...É preciso força pra sonhar e

perceber que a estrada vai além do

que se vê...

Marcelo Camelo

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RESUMO

As placas laminadas têm grande emprego na engenharia. O uso estrutural requer o

conhecimento das deformações e tensões, o que quase sempre constitui uma tarefa complexa,

ou impossível, em termos analíticos. Diante disso, o presente trabalho visa apresentar uma

formulação computacional para a análise estática da flexão de placas laminadas com base na

teoria de laminados e no método das diferenças finitas energéticas. A partir dessa formulação

será desenvolvido um programa escrito em linguagem Fortran, capaz de fornecer

deslocamentos, esforços, deformações e tensões em vários pontos da placa. A validação da

formulação se dará através da comparação das respostas obtidas com o programa, com

respostas fornecidas na literatura.

Palavras - Chave: Placas laminadas, Diferenças Finitas Energéticas, placa ortotrópica.

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ABSTRACT

The laminated plates are extensively used in engineering. The structural applications requires

knowledge of the strain and stress, which often is a complex task, or impossible, in analytical

terms. Therefore this work aims to present a computational formulation for static analysis of

bending of laminated plates based on laminated theory and the energy finite difference

method. From this formulation will be developed a program written in Fortran, capable of

providing deflections, strains, deformations and stresses at various points on the plate. The

validation of the formulation will be given by comparing the responses obtained with the

program, with responses provided in the literature.

Keywords: Laminated Plates, energy finite difference, orthotropic plate

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Tipos de lâminas a) Lâminas com fibras unidirecionais b) Lâminas com fibras

tecidas c) Laminados compostos por varias lâminas em direções diferentes ......................... 14

Figura 2.1 - Sistema de referência ........................................................................................ 19

Figura 2.2 - Geometria de deformação da placa no plano xz ................................................. 21

Figura 2.3 - Esforços internos .............................................................................................. 24

Figura 2.4 - Camadas de um laminado ................................................................................. 25

Figura 2.5 - Tipos de carregamentos atuantes no domínio e no contorno .............................. 35

Figura 3.1 - Função f(x) Utilizada nas representações em diferenças finitas ......................... 41

Figura 3.2 - Malha de discretização e tipos de elementos...................................................... 42

Figura 3.3 - Sistema de representação local .......................................................................... 43

Figura 4.1 - Esquemas estruturais do caso 1 ......................................................................... 51

Figura 4.2 - Esquema estrutural do caso 2 ............................................................................ 55

Figura 4.3 - xx em função da coordenada z placa ortotrópica ............................................... 56

Figura 4.4 - yy em função da coordenada z placa ortotrópica............................................... 56

Figura 4.5 - Esquema estrutural do caso 3 ............................................................................ 58

Figura 4.6 - xx em função da coordenada z da placa - caso 3A ............................................ 59

Figura 4.7 - yy em função da coordenada z da placa - caso 3A ............................................ 60

Figura 4.8 - xx em função da coordenada z da placa - caso 3B ............................................ 61

Figura 4.9- yy em função da coordenada z da placa - caso 3B ............................................. 61

Figura 4.10- xx em função da coordenada z da placa - caso 4A ........................................... 64

Figura 4.11 - yy em função da coordenada z da placa - caso 4A .......................................... 64

Figura 4.12 - xx em função da coordenada z da placa - Caso 4B ......................................... 66

Figura 4.13- yy em função da coordenada z da placa - caso 4B ........................................... 66

Figura 4.14 – Variação da tensão xx em função da espessura da placa................................. 67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1- Representação em Diferenças Finitas considerando o sistema de representação

local ..................................................................................................................................... 43

Tabela 3.2- Área de cada trecho de integração ...................................................................... 46

Tabela 3.3- Condições de contorno ...................................................................................... 48

Tabela 3.4- Condições de canto ............................................................................................ 49

Tabela 4.1- Deslocamento w no centro da placa para o caso 1 .............................................. 52

Tabela 4.2- Momento Fletor no centro da placa para o caso 1............................................... 52

Tabela 4.3- Deslocamento e momento fletor no centro dos bordos da placa do caso 1C ........ 52

Tabela 4.4- Deslocamento no centro da placa para o caso 2 .................................................. 55

Tabela 4.5- Distribuição de tensões no centro da placa ......................................................... 55

Tabela 4.6- Deslocamento no centro da placa para o caso 3A ............................................... 58

Tabela 4.7- Distribuição de tensões para o caso 3A .............................................................. 59

Tabela 4.8- Deslocamento transversal para o caso 3B........................................................... 60

Tabela 4.9- Distribuição de tensões para o caso 3B .............................................................. 60

Tabela 4.10- Deslocamento no centro da placa caso 4A ....................................................... 63

Tabela 4.11- Distribuição de tensões caso 4A....................................................................... 63

Tabela 4.12- Deslocamento transversal Caso 4B .................................................................. 64

Tabela 4.13- Distribuição de tensões caso 4B ....................................................................... 65

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 12

1.1 ANÁLISE DE PLACAS ............................................................................................... 12

1.2. MÉTODOS NUMÉRICOS ............................................................................................ 15

1.3. HIPÓTESE .................................................................................................................... 17

1.4. OBJETIVOS ................................................................................................................. 17

1.4.1. Geral ........................................................................................................................... 17

1.4.2. Específicos.................................................................................................................. 18

1.5. METODOS DE PESQUISA .......................................................................................... 18

1.6. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .............................................................................. 18

2 TEORIA CLÁSSICA DE FLEXÃO DE PLACAS LAMINADAS ........................... 19

2.1. SISTEMA DE REFERÊNCIA ....................................................................................... 19

2.2. HIPÓTESES CONSIDERADAS E CAMPO DE DESLOCAMENTOS ......................... 20

2.3. RELAÇÕES DEFORMAÇÃO-DESLOCAMENTO...................................................... 22

2.4. RELAÇÕES CONSTITUTIVAS ................................................................................... 23

2.3. INTEGRAIS DE TENSÕES (ESFORÇOS INTERNOS) ............................................... 24

2.5. TRABALHO VIRTUAL DAS FORÇAS INTERNAS ................................................... 28

2.6. TRABALHO REALIZADO PELAS FORÇAS EXTERNAS ......................................... 33

2.7. PRINCÍPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS ................................................................ 35

2.6. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS E CONDIÇÕES DE CONTONO ................................... 36

3 FORMULAÇÃO COMPUTACIONAL POR DIFERENÇAS FINITAS

ENERGÉTICAS ................................................................................................................ 40

3.1. OPERADORES DE DIFERENÇAS FINITAS ENERGÉTICAS .................................... 40

3.1.1 Representação Centrada .............................................................................................. 40

3.1.2 Representação Reduzida .............................................................................................. 41

3.2. DISCRETIZAÇÃO E SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO LOCAL .............................. 41

3.3. AVALIAÇÃO DO TRABALHO VIRTUAL INTERNO ................................................ 45

3.4. AVALIAÇÃO NUMÉRICA DO TRABALHO REALIZADO PELAS FORÇAS

EXTERNAS ........................................................................................................................ 46

3.5. INTRODUÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CONTORNO ................................................. 48

4 VALIDAÇÃO DO TRATAMENTO PELO MDFE .................................................. 50

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4.1. PLACA ISOTRÓPICA COM CARREGAMENO UNIFORME ..................................... 50

4.2. PLACA ORTOTRÓPICA ............................................................................................. 54

4.3. PLACA LAMINADA ORTOTRÓPICA FORMADA POR TRÊS CAMADAS

SOBREPOSTAS EM FORMATO DE CRUZ ....................................................................... 57

4.4. PLACA LAMINADA ORTOTRÓPICA SIMPLESMENTE APOIADA COMPOSTA

POR VÁRIAS LÂMINAS ALTERNADAS EM FORMATO DE CRUZ .............................. 62

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 68

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 70

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1 INTRODUÇÃO

A análise do comportamento de placas constitui uma área de grande interesse na

engenharia estrutural, tendo grande aplicação em reservatórios, lajes de edifícios,

componentes automotivos, aeronaves, navios entre outros. Por outro lado, a análise desses

elementos, com comportamento linear ou não linear, estático ou dinâmico, vem merecendo

por parte dos pesquisadores, especial atenção nas últimas décadas, demonstrado pelo

expressivo número de publicações existentes nessa área como Graça (2000), Chaves (1997),

Fernandes (1998) entre outros.

Uma das grandes preocupações da análise estrutural está na obtenção de formulações

matemáticas que descrevam o problema em estudo de maneira satisfatória. Tratando-se de

placas, essas equações, exceto em certos casos com geometria e carregamento simples, são de

difícil, ou até mesmo impossível, resolução analítica tornando necessária a utilização de

métodos numéricos para a obtenção das respectivas soluções aproximadas.

As placas constituídas por laminados merecem atenção por sua grande aplicabilidade

na engenharia. Daí a necessidade do conhecimento de seu comportamento, que é influenciado

pelas orientações, espessuras e materiais de cada lâmina constituinte.

1.1 ANÁLISE DE PLACAS

Placa é um elemento estrutural que apresenta duas dimensões muito grandes em

comparação com a terceira, e que está sujeito principalmente a carregamentos transversais à

sua superfície. Dessa forma, o problema de placas pode ser apresentado como bidimensional.

Graça (2000) comenta que o primeiro trabalho sobre a flexão de placas foi

desenvolvido em 1850 por Kirchoff, que representou através de uma equação diferencial de

quarta ordem, o comportamento de placas delgadas submetidas a carregamentos transversais.

Esse trabalho, ficou conhecido como teoria clássica de placas.

Conforme alerta Graça (2000) as simplificações existentes nas hipóteses básicas

desta teoria levam a resultados incorretos nas proximidades dos bordos e dos cantos da placa.

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Coda e Paccola (2006) comentam que Reissner em 1944 e posteriormente Mindlin

em 1951 também desenvolveram teorias sobre a flexão de placas, chegando, a equações

diferenciais de sexta ordem, que consideravam as deformações por cisalhamento, o que

permite a análise de placas moderadamente espessas.

Fernandes (1998) cita Hencky e Kromm como autores que desenvolveram teorias

envolvendo os deslocamentos da superfície média da placa e as rotações nesse plano.

Levinson (1980) deduziu uma teoria considerando as deformações por

cisalhamento, que permite a análise dinâmica de placas.

As placas podem ser compostas por um único material, ou por materiais diferentes

(materiais compósitos). Mendonça (2005) define material compósito como sendo o conjunto

de dois ou mais materiais diferentes, combinados em escala macroscópica, para funcionarem

como uma unidade, visando obter um conjunto de propriedades que nenhum dos componentes

individualmente apresenta, o que os diferencia das ligas metálicas que contam com a união

dos materiais em escala microscópica.

Mendonça (2005) relata que embora o conceito de material compósito tenha surgido

no século XX, a ideia de combinar diferentes materiais é tão antiga quanto a civilização, a

exemplo dos egípcios, que milênios antes de Cristo, utilizavam em suas construções mais

simples tijolos constituídos de barro reforçado com vibra vegetal.

As placas de materiais compósitos podem ser enquadradas nas seguintes categorias

a) Compostos reforçados com fibras: As placas de materiais compósitos podem ser

formadas por lâminas compostas por uma matriz reforçada com fibras dispostas em

uma ou mais direções ou então aleatoriamente (Ver figura 1.1), Uma das razões para

o uso de fibras como reforço consiste no fato de que a resistência e rigidez de um

material quando na forma de fibra são algumas ordens de magnitude maiores que os

valores obtidos para o mesmo material em bloco. Embora as fibras possuam grande

resistência, não podem ser utilizadas sozinhas, pois sem a presença de uma matriz

esses elementos só possuem a capacidade de resistir a esforços de tração

longitudinal. Dessa forma, as fibras são geralmente dispostas na direção em que se

deseja obter a melhoria das propriedades do material.

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Figura 1.1 - Tipos de lâminas a) Lâminas com fibras unidirecionais b) Lâminas com fibras tecidas c)

Laminados compostos por varias lâminas em direções diferentes

FONTE: Mendonça (2005)

b) Compostos reforçados por partículas: Nesse caso a partícula não possui uma

dimensão predominante como nas fibras, e geralmente não incrementam nada em

relação a resistência do material, podendo às vezes até reduzi-la devido a

concentração de tensões em zonas de transição. Porém auxilia em outras

propriedades como:

Condutibilidade ou isolamento térmico e elétrico;

Resistência a altas temperaturas;

Redução de atrito;

Resistência ao desgaste superficial;

Aumento na dureza superficial;

Redução de custos.

Uma das classes mais conhecidas de materiais compósitos é o concreto armado, onde

estão presentes o concreto, (constituído por cimento, areia, água e brita) e o aço. O concreto

possui baixa resistência á tração, porém alta capacidade de resistir à compressão. Já o reforço

com aço contribui com sua elevada resistência à tração e ductilidade.

A primeira teoria aplicada ao estudo de placas laminadas foi a teoria clássica dos

laminados (TCL) que é uma adaptação da teoria clássica de placas proposta por Kirchoff para

o estudo dos laminados, de tal modo que são aplicadas as hipóteses do modelo de placa

isotrópica, e acrescentadas outras hipóteses para materiais laminados.

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15

Segundo Mendonça (2005), denomina-se análise macro mecânica de um laminado a

modelagem do comportamento do laminado supondo conhecidas as propriedades mecânicas e

o comportamento individual de cada lâmina.

A TCL não leva em consideração as deformações por cisalhamento, porém segundo

Belo (2006), as componentes de tensões não são nulas e assumem valores

importantes nas interfaces das lâminas, podendo causar delaminação. Por isso, Yang em 1964

e posteriormente Whitney em 1970, citados por belo (2006), estenderam a teoria Mindlin, já

comentada anteriormente para os laminados, desenvolvendo assim a teoria de primeira ordem

dos laminados.

1.2. MÉTODOS NUMÉRICOS

O comportamento das placas pode ser determinado a partir de equações diferenciais

que satisfaçam as condições de geometria, carregamento e condições de contorno. A teoria

clássica de laminados (utilizada nesse trabalho), por exemplo, gera um sistema de equações

diferenciais de quarta ordem acopladas, o que limita sua solução analítica para situações de

carregamentos, geometria e condições de contorno simples. À medida que se passa para

problemas mais complexos, a obtenção da solução analítica para essas equações diferenciais

torna-se mais difícil e muitas vezes impossível, mesmo quando se recorre a séries, o que faz

desse procedimento aplicável apenas a meios homogêneos e contínuos. Segundo Azevedo

(2003) uma maneira de ultrapassar algumas dessas limitações era a substituição das derivadas

exatas por derivadas aproximadas, dessa aplicação resulta o método das diferenças finitas que

antes do advento dos computadores tinha o inconveniente de requerer a resolução de grandes

equações lineares. Atualmente os métodos analíticos são utilizados apenas para a resolução de

problemas mais simples com o objetivo de validar os resultados numéricos.

Com a popularização do uso do computador, surgiram vários métodos para auxiliar

na resolução dos problemas envolvendo placas, sendo aqui relacionados, de forma sucinta,

apenas os mais utilizados.

O método das diferenças finitas (MDF) é um dos métodos mais antigos, porém

utilizado até os dias atuais (CHAVES, 1997). Este método consiste em transformar equações

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16

diferenciais em equações algébricas, através da aproximação das derivadas por meio de

diferenças finitas.

O método das diferenças finitas energéticas (MDFE) combina o MDF com a

formulação de energia mediante a representação das derivadas dos deslocamentos das

diferenças finitas na expressão dos trabalhos virtuais.

Graça (2000) comenta que o MDFE foi originalmente proposto por Courant em 1928

e posteriormente por Buragohain em 1978, que fazendo uso da teoria do Von Karman na

análise de placas delgadas, apresentou um procedimento denominado método da energia

discretizada, que conserva as mesmas características das diferenças finitas energéticas.

Para Graça (2000), o MDFE apresenta vantagens em relação ao MDF, pois nesse

último as diferenças finitas são aplicadas diretamente nas equações diferenciais que regem o

problema que geralmente são de ordens mais altas que as expressões dos trabalhos virtuais.

Dessa forma no método MDFE trabalha-se com representações de ordem mais baixa que a

convencional, o que conduz a resultados mais precisos.

As etapas de cálculo do MDFE são bastante semelhantes às do método dos elementos

finitos (MEF), que será abordado no próximo parágrafo, sendo que o MDFE aproxima as

derivadas dos deslocamentos, enquanto no MEF são aproximados os próprios deslocamentos,

o que para Mittelbach (2002), conduz muitas vezes a um melhor desempenho do MDFE em

relação ao MEF. Lima (2004) comenta que no MDFE por muitas vezes trabalha-se com um

menor número de graus de liberdade por nó em comparação com MEF, o que proporciona um

menor esforço computacional. O MEF, entretanto torna-se mais eficiente em casos de

contornos irregulares.

O MEF consiste em transformar o domínio em vários subdomínios ou elementos

finitos, nesses elementos as variáveis são aproximadas por funções contínuas. Da mesma

forma que no MDF e MDFE as cargas são aplicadas nos nós. Os elementos mais utilizados

atualmente são os quadriláteros e hexaedros.

Segundo Chaves (1997), o método teve sua divulgação a partir dos trabalhos de

Turner et. al em 1956, apesar de Courant em 1943 ter sido o primeiro a utilizar o conceito de

discretização.

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17

O MEF apresenta algumas vantagens sobre o MDF e MDFE. Como uma fácil

aplicabilidade a qualquer situação de geometria (HENNEMAN, 1972), e ainda a facilidade de

introduzir as condições de contorno e o refinamento de malhas em regiões de maior interesse.

Cabe ressaltar que a discretização e modelagem presentes em qualquer um dos

métodos apresentados introduz algumas aproximações e, consequentemente, erros. Tendo

como referência a estrutura real, os erros de modelagem podem ser reduzidos melhorando-se

o modelo. Já os erros de discretização tendem a ser reduzidos com o aumento da quantidade

de elementos (LIMA, 2009).

O método dos elementos de contorno (MEC) é baseado na formulação integral do

problema e, segundo Chaves (1997), vem surgindo como uma ferramenta computacional

poderosa. Esse método necessita apenas da discretização do contorno, e não do domínio como

necessitam o MDF e o MEF, o que, segundo o mesmo autor, torna o MEC mais eficiente que

o MEF para uma série de problemas. Ainda segundo Chaves (1997) uma solução muito

utilizada atualmente para a solução de problemas é a combinação entre o MEC e o MEF.

1.3. HIPÓTESE

A teoria clássica de laminação e o método das diferenças finitas energéticas podem

ser combinados para gerar uma ferramenta numérico-computacional capaz de realizar à

análise linear estática de placas laminadas.

1.4.OBJETIVOS

1.4.1. Geral

O objetivo desse trabalho é apresentar uma formulação computacional para o

problema de análise estática linear da flexão de placas laminadas, com base na teoria da

laminação e no método das diferenças finitas energéticas.

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18

1.4.2. Específicos

Verificar se o método das diferenças finitas energéticas é adequado para resolver as

equações do problema resultante da formulação variacional.

1.5.METODOS DE PESQUISA

O trabalho apresenta um cunho teórico-experimental. Em sua parte teórica é

desenvolvida uma formulação para a flexão de placas laminadas e tratada numericamente pelo

método das diferenças finitas energéticas.

Sua parte experimental consiste em escrever um programa em Fortran, com base na

formulação computacional desenvolvida nos estudos teóricos, e comparar os resultados

obtidos para diversas situações com resultados experimentais e teóricos obtidos por outros

autores.

1.6.ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

No capítulo 1 é apresentada uma revisão bibliográfica a respeito do tema abordado,

como a definição de placas, placas laminadas, modelos de análise e métodos numéricos mais

utilizados na resolução desses problemas.

No capítulo 2 a teoria clássica de laminação é apresentada numa formulação

variacional, segundo o princípio dos trabalhos virtuais. Para tanto, a partir das hipóteses

básicas, referentes à flexão do elemento estrutural, são deduzidas as equações diferenciais e as

respectivas condições de contorno.

Em seguida, no capítulo 3, são apresentados os conceitos básicos do método das

diferenças finitas energéticas e, progressivamente, a sua aplicação ao modelo teórico

instituído no capítulo anterior.

No capítulo 4 são apresentados diversos problemas visando validar o modelo

estrutural aqui apresentado, mediante a utilização do programa escrito em Fortran com base

na formulação computacional deduzida no capítulo 3.

Por fim, no capítulo 5, são apresentadas as conclusões do trabalho e sugestões para

futuros estudos.

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19

2 TEORIA CLÁSSICA DE FLEXÃO DE PLACAS LAMINADAS

No presente capítulo será desenvolvida uma formulação variacional com base no

princípio dos trabalhos virtuais (PTV) para o problema de placa laminada retangular.

Formulações para problemas semelhantes podem ser encontradas em Reddy (2004),

Mendonça (2005) e Faria (2006), entre outros.

2.1. SISTEMA DE REFERÊNCIA

A figura 2.1 apresenta o sistema de representação para uma lâmina k do laminado

que será utilizado na formulação apresentada nesse capítulo

Figura 2.1 - Sistema de referência

FONTE: Reddy(2004)

onde:

= inclinação das fibras do material em relação aos eixos globais;

x, y e z = eixos globais;

x1, x2 e x3 = são os eixos locais referentes a posição 1, 2 e 3 do laminado.

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20

2.2. HIPÓTESES CONSIDERADAS E CAMPO DE DESLOCAMENTOS

Inicialmente adota-se, para o laminado, o conjunto de pressupostos que são

comumente conhecidos como hipóteses de Kirchoff. Essas hipóteses gerais juntamente com

outras próprias a laminados constituem o modelo em estudo:

1. O laminado consiste de lâminas perfeitamente coladas entre si, isto é,

sem deslizamento ou descolamento. Isto significa que os deslocamentos são descritos

por funções contínuas;

2. A placa é considerada delgada, ou seja, a espessura é relativamente fina

em relação às outras duas dimensões (da superfície);

3. Linhas inicialmente retas e perpendiculares à superfície que define a

geometria da estrutura (superfície média da placa) permanecem retas e

perpendiculares a essa superfície, quando o laminado for extendido ou flexionado;

4. Os segmentos normais à superfície de referência são considerados

inextensíveis, isto é, têm comprimentos constantes;

5. Supõe-se que o carregamento na placa acarreta rotações e deformações

pequenas perante a unidade, enquadrando o problema no âmbito da elasticidade linear.

6. As lâminas são formadas por materiais ortotrópicos de comportamento

linear elástico;

7. Admite-se que as cargas são aplicadas na superfície média da placa.

As hipóteses três e quatro, em que os segmentos normais à superfície média

permanecem perpendiculares a essa superfície e inextensíveis, após a deformação, elimina as

componentes de deformação .

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21

Figura 2.2- Geometria de deformação da placa no plano xz

FONTE: Reddy (2004)

As hipóteses dois a quatro, usadas na teoria de Kirchhoff para placas delgadas,

juntamente com a hipótese um, permitem deduzir as relações mostradas a seguir, entre as

componentes de deslocamento u, v, w de um ponto qualquer da placa, e as componentes u0, v0

e w0 de um ponto situado sobre a superfície média, como indicado para estes últimos na

Figura 2.2.

( ) ( )

( )

( ) ( )

( )

( ) ( ) ( )

onde as derivadas

e

são, respectivamente, as declividades da superfície média nas

direções x e y.

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22

2.3. RELAÇÕES DEFORMAÇÃO-DESLOCAMENTO

Com base na hipótese cinco têm-se as seguintes relações deformação-deslocamentos:

( )

( )

( )

( )

( )

( )

Substituindo o campo dos deslocamentos (2.1) nessas expressões resultam as

seguintes relações:

( )

( )

( )

( )

( )

( )

que são as mesmas relações deformações-deslocamentos da teoria clássica de placas.

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23

2.4. RELAÇÕES CONSTITUTIVAS

Considerando que as lâminas estão em um estado plano de tensões, como é usual na

teoria de laminação, tem-se para uma lâmina k do laminado as seguintes relações entre

tensões e deformações atuantes:

[

] [

] [

]

( )

com as propriedades mecânicas das lâminas (ortotrópicas), como mostra a hipótese 6,

calculadas por:

( )

( )

( ) (

) ( )

( )

( )

( ) ( )

( )

( ) ( )

( )

( ) (

) ( )

com representando o ângulo de orientação das fibras de reforço na camada k e:

(

)

( )

(

)

( )

(

)

( )

( )

onde:

módulo de flexibilidade na direção x1 da camada;

módulo de flexibilidade na direção x2 da camada;

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24

coeficientes de Poisson associados as direções x1 e x2 da camada;

módulo de deformação transversal associado às direções x1 e x2;

Cabe ressaltar que as componentes mecânicas são medidas em

relação aos eixos da camada k. Essas grandezas, quando convertidas para o sistema de

referência x, y e z geram as propriedades mecânicas apresentadas nas expressões (2.5).

2.3. INTEGRAIS DE TENSÕES (ESFORÇOS INTERNOS)

Na presente formulação são definidas as seguintes integrais de tensões por unidade

de comprimento, avaliadas na espessura h da placa laminada e mostradas na figura 2.3 com

seus sentidos positivos.

Figura 2.3 - Esforços internos

FONTE: Reddy (2004)

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25

( )

( )

( )

( )

( )

( )

Com base na figura 2.4 pode-se escrever essas integrais de tensões em função das

lâminas do laminado:

Figura 2.4 – Camadas de um laminado

FONTE: Reddy (2004)

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26

{

} ∑∫ {

}

( )

{

} ∑∫ {

}

( )

onde:

são os esforços de membrana por unidade de comprimento e

são os esforços flexionais (momentos por unidade de comprimento).

Substituindo as equações (2.4) nas equações (2.8) tem-se:

{

} ∑∫ {[

] [

]}

( )

{

} ∑∫ {[

] [

]}

( )

Substituindo agora as expressões (2.3) das deformações tem-se:

{

} ∑∫

{

[

]

[

]

}

( )

{

} ∑∫

{

[

]

[

]

}

( )

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27

É possível escrever as integrais de tensões de forma mais compacta:

{

} [

]

[

]

[

]

[

]

( )

{

} [

]

[

]

[

]

[

]

( )

onde a matriz contendo os coeficientes ij é chamada de matriz de rigidez extensional, a

matriz que contém os elementos ij é a matriz de rigidez flexional e a dos elementos Bij de

matriz de rigidez de acoplamento flexo-extensional. Esses coeficientes são definidos em

termos da matriz de rigidez de cada lâmina com:

( ) ∫ ( )

∑∫ ( )( ) ( )

ou:

∑ ( )( )

( )(( )

)

∑ ( )(( )

)

( )

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28

Desenvolvendo as expressões matriciais dos esforços, obtêm-se:

(

)

( )

(

)

( )

(

)

( )

(

)

( )

(

)

( )

(

)

( )

2.5. TRABALHO VIRTUAL DAS FORÇAS INTERNAS

Pode se escrever o trabalho realizado pelas forças internas da seguinte forma, tendo

em vista as deformações (2.3):

∫( ) ( )

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29

onde:

V é o volume da placa em estudo;

são as variações das componentes de deformação do problema.

O cômputo dessas variações de acordo com as equações 2.3 fornece:

( ) (

) ( )

( ) (

) ( )

( ) (

) (

) ( )

Substituindo as equações (2.16) em (2.15), e observando que a integração em volume

pode ser decomposta em termos da área da superfície média e da espessura da placa,

procedimento bem conhecido da teoria clássica de placas delgadas, resulta:

∫ ∫ ( * ( ) (

)+ * ( ) (

)+

⌈ ( ) (

) (

)⌉) ( )

Com representando a área da superfície média da placa.

Reconhecendo as integrais de tensões (esforços) na expressão de trabalho interno, tem-se:

∫ , ( ) (

) ( ) (

)

[ ( ) (

)] (

)- ( )

Finalmente, a substituição das equações (2.13) na equação (2.18) acarreta no trabalho

realizado pelas forças internas, escrito em função dos deslocamentos u0 v0, e w0, explicitado

da seguinte forma:

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30

∫ ,*

(

)

+ ( )

*

(

)

+ (

)

*

(

)

+ ( )

*

(

)

+ (

)

*

(

)

+ [ ( )

( )]

*

(

)

+ (

)- ( )

Cabe ressaltar que essa expressão será utilizada para avaliar a matriz dos coeficientes

no âmbito do método das diferenças finitas energéticas (Capítulo 3).

Integrando-se por partes os termos da equação (2.19), de forma a compatibilizá-la à

expressão do trabalho externo, pode-se escrever o trabalho interno com o seguinte aspecto:

∫( )

∫ ( )

∫ ( )

( )

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31

onde:

( )

( )

( )

( )

( )

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32

( )

( )

( )

( )

( )

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33

( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

(

)( )

( )

2.6. TRABALHO REALIZADO PELAS FORÇAS EXTERNAS

Considerando-se a figura 2.5, onde as cargas atuantes no domínio e no contorno são

mostradas com seus sentidos positivos, pode-se escrever para o trabalho virtual realizado

pelas forças externas a seguinte expressão:

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34

∫ ( )

∫ ( ( ))

∫ ( ( ))

( )

onde:

( ) é a força por unidade de área perpendicular a superfície média aplicada no domínio;

são as forças por unidade de comprimento ao longo dos bordos e ,

segundo as direções x, y e z, respectivamente;

- Momento de flexão por unidade de comprimento, aplicado ao longo do bordo e

;

são as forças por unidade de comprimento ao longo dos bordos e ,

segundo as direções x, y e z respectivamente;

- Momento de flexão por unidade de comprimento, aplicado ao longo do bordo e

.

Cabe ressaltar que os carregamentos foram representados com o sinal positivo na

figura 2.5.

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35

Figura 2.5 - Tipos de carregamentos atuantes no domínio e no contorno

2.7. PRINCÍPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS

Igualando o trabalho realizado pelas forças internas (2.20.a) ao trabalho realizado pelas forças

externas (2.21) obtêm-se a seguinte equação que representa o princípio dos trabalhos virtuais

(PTV).

∫( ( ))

∫ (( ) ( ) ( ) ( )

)

∫ (( ) ( ) ( ) ( )

)

( )

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36

2.6. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS E CONDIÇÕES DE CONTONO

Através da equação (2.22) considerando as variações , presentes no

domínio, arbitrárias e independentes, obtém-se as seguinte equações diferenciais:

( )

( )

( ) ( )

Ainda aplicando o PTV, conforme a equação (2.21), através das variações

independentes presentes no contorno,

(ao longo dos bordos e

) e

(ao longo dos bordos e ), obtêm-se as seguintes condições de

contorno para o problema:

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37

Bordos e :

( )

( )

( )

(

) ( )

Para os bordos e :

( )

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38

( )

( )

(

) ( )

Com base nas equações (2.13) dos esforços pode-se escrever as condições de contorno ainda

da seguinte forma:

Bordos e :

( )

( )

( )

( )

Para os bordos e :

( )

( )

( )

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39

( )

Além das condições vistas para os bordos, o procedimento variacional fornece quatro

condições de canto:

Canto (a,b) = Canto (0,0):

( )

Canto (a,0) = Canto (0,b):

( )

Que a partir das equações 2.13 pode ser reescrito da seguinte forma:

( )( ) ( )( ) ( )( ) ( )

( )( ) ( )( ) ( )( ) ( )

( )( ) ( )( ) ( )( ) ( )

( )( ) ( )( ) ( )( ) ( )

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40

3 FORMULAÇÃO COMPUTACIONAL POR DIFERENÇAS FINITAS

ENERGÉTICAS

A formulação numérica do problema, segundo o método das diferenças finitas

energéticas, consiste em avaliar as equações referentes ao trabalho virtual interno e externo,

definidos no capítulo 2, através da subdivisão do elemento estrutural em trechos, ao longo dos

quais todas as grandezas são supostas constantes, e substituição das derivadas dos

deslocamentos presentes por derivadas aproximadas por diferenças finitas. Tomando o

trabalho interno e externo como o somatório das contribuições de cada trecho e aplicando o

princípio dos trabalhos virtuais, obtêm-se um sistema de equações lineares, cujas incógnitas

são os deslocamentos de cada nó da estrutura, e que deve ser resolvida com o auxílio das

condições de contorno do problema.

3.1. OPERADORES DE DIFERENÇAS FINITAS ENERGÉTICAS

Na formulação numérica do problema em questão são utilizados dois tipos de

representações para as derivadas dos deslocamentos, a representação centrada e a

representação reduzida.

A seguir são apresentadas as correspondentes expressões para cada tipo de

representação por diferenças finitas.

3.1.1 Representação Centrada

Considere o esquema da figura 3.1, onde f(x) representa as funções u0, v0, w0 e m é o

ponto no qual são avaliadas as derivadas, também chamado de ponto pivotal. Todos os pontos

são igualmente espaçados de uma distância λ.

As derivadas de primeira e segunda ordem da função f(x) no ponto m que serão

utilizadas na formulação são representadas abaixo em sua representação centrada.

( ) ( )

( ) ( )

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41

3.1.2 Representação Reduzida

Em trechos localizados nos cantos da placa, o uso da representação centrada nas

derivadas primeiras dos deslocamentos u0 e v0 podem, segundo alguns autores, causar

singularidade na matriz dos coeficientes, impossibilitando a resolução do problema. Por esse

motivo, para as representações acima citadas é adotada a representação reduzida expressa por:

( ) ( )

Figura 3.1 – Função f(x) Utilizada nas representações em diferenças finitas

3.2. DISCRETIZAÇÃO E SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO LOCAL

Na avaliação por MDFE a placa é discretizada em e subdivisões nas direções

x e y respectivamente, com comprimento e , com um total de

( ) ( ) nós e ( ) ( ) trechos de integração distribuídos em nove

tipos diferentes de trechos, conforme mostrado na figura 3.2. Cada trecho de integração é

composto por nove pontos nodais (figura 3.3) para cada ponto são associados três graus de

liberdade u0, v0 e w0, o que gera, para cada trecho, 27 deslocamentos cuja representação é

definida a seguir. Notar que as derivadas segundas dos deslocamentos associados aos nós

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42

presentes nos cantos da placa necessitam de nós externos à mesma, e por esse motivo

denominados de nós virtuais.

Cabe ressaltar que os nós da estrutura podem compor mais de um trecho de

integração.

Figura 3.2- Malha de discretização e tipos de elementos

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43

Figura 3.3- Sistema de representação local

Na tabela 3.1 são definidas as representações em diferenças finitas das derivadas

primeiras para cada um dos nove tipos de trechos em relação ao sistema de representação

local.

Tabela 3.1- Representação em Diferenças Finitas considerando o sistema de representação local

Representação em Diferenças Finitas

Derivadas de primeira ordem

Trecho1 Trecho 2 Trecho 3 Trecho 4 Trecho 5 Trecho 6 Trecho 7 Trecho 8 Trecho 9

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44

A seguir são definidas as representações em diferenças finitas para as derivadas de

segunda ordem que, conforme dito anteriormente, são todas representadas na forma centrada.

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

Cada nó do trecho esta associado ao sistema de numeração global da placa através

das seguintes expressões:

( )( ) ( )

( ) ( )

( )

( )

( )

( )

( )

( )

( )

( )

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45

onde:

i e j são, respectivamente, a posição vertical e horizontal do trecho de integração;

= número de nós na direção x.

Para cada nó estão associados três deslocamentos que podem ser associados ao sistema global

através das seguintes expressões:

( )

( )

( )

3.3. AVALIAÇÃO DO TRABALHO VIRTUAL INTERNO

Para a avaliação numérica do trabalho virtual interno, sua expressão analítica,

equação (2.19), escrita em função dos deslocamentos, pode ser definida como o somatório das

contribuições de cada um dos ( ) ( ) trechos de integração, podendo ser escrita

da seguinte forma:

∑ ( )

( ) ( )

( )

Em seguida, utilizando as representações em diferenças finitas da tabela 3.1 e a

equação (3.2), juntamente com os sistemas de numeração local e global, define-se a seguinte

expressão:

∑ ∑∑[ ( )]

( ) ( )

( )

∑ ∑ ∑∑[ ( )] [( )( ) ] [( )( ) ]

( )

( )

( )

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46

onde C representa os coeficientes relacionados às propriedades geométricas e mecânicas da

placa, além da área do trecho de integração . Os índices p e q estão associados ao sistema

de numeração local e representam respectivamente a posição de um deslocamento e de uma

variação de deslocamento.

Cabe lembrar que esses coeficientes são alterados para cada trecho de integração,

tanto pelo tipo de derivada utilizada, que para o caso de primeira derivada pode ser centrada

ou reduzida, quanto pela área do trecho de integração, conforme mostrado na tabela 3.2.

Tabela 3.2- Área de cada trecho de integração

Área dos trechos de integração

Trecho 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Área

3.4. AVALIAÇÃO NUMÉRICA DO TRABALHO REALIZADO PELAS FORÇAS

EXTERNAS

A avaliação do trabalho virtual externo também é feita somando-se as contribuições

dos diversos trechos de integração, associados à expressão a seguir:

∫ ( )

∫ ( (

))

∫ (

(

))

( )

que pode ser reescrita a partir da discretização da placa e do sistemas de representação global

e local, além das representações em diferenças finitas energéticas, do mesmo modo que para o

, obtendo a expressão a seguir:

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47

∑ ∑ [ ( ) [ ( ) ]]

( )

( )

∑ { [ ( ) ] [ ( ) ] [ ( ) ]

( )

[ ( ) ] [ ( ) ] [ ( ) ]

[ ( [ ( ) ] [ ( ) ]

) (

[ ( ) ] [ ( )]

)]}

∑ { [( )( ) ] [ ] [( )( ) ]

( )

[ ] [( )( ) ] [ ]

[ ( [( )( ) ] [( )( ) ]

)

( [ ] [ ]

)]} ( )

onde:

( ) é a força transversal por unidade de área aplicada no trecho genérico de integração,

podendo variar de trecho a trecho;

são as forças por unidade de comprimento ao longo dos

bordos. A formulação também permite sua variação para cada trecho, porém no nível de

programação essas forças são consideradas distribuídas uniformemente;

– Área do trecho de integração conforme tabela 3.2;

– Comprimento y do trecho de integração;

– Comprimento x do trecho de integração.

Cabe ressaltar que para os trechos intermediários os valores de e são iguais a

e , respectivamente, enquanto que para os trechos localizados nos cantos da placa esses

valores são respectivamente

⁄ e ⁄ .

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48

3.5. INTRODUÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CONTORNO

As condições de contorno e de canto (cinemáticas), que devem ser aplicadas antes da

resolução do sistema linear, são expressas nas tabelas 3.3 e 3.4, respectivamente. Observar

que os deslocamentos dos nós virtuais que não participam efetivamente da solução do

problema são mantidos com valor nulo.

Tabela 3.3- Condições de contorno

Condições de contorno

x=0 x=la

u=0 [ ( ) ]

[ ( ) ]

[ ( ) ]

[ ( ) ]

v=0 [ ( ) ]

[ ( ) ]

[ ( ) ]

[ ( ) ]

w=0 [ ( ) ]

[ ( ) ]

[ ( ) ]

[ ( ) ]

[ ( ) ] [ ( )]

[ ( ) ] [ ( )]

[ ( ) ] [ ( ) ]

[ ( ) ] [ ( ) ]

y=0 y=lb

u=0 [ ]

[ ]

[( )( ) ]

[( )( ) ]

v=0 [ ]

[ ]

[( )( ) ]

[( )( ) ]

w=0 [ ]

[ ]

[( )( ) ]

[( )( ) ]

[ ] [ ]

[ ] [ ]

[( )( ) ] [( )( ) ]

[( )( ) ] [( )( ) ]

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49

Tabela 3.4- Condições de canto

Condições de Canto

Canto (0,0) (0,la)

w=0 ( )

( )

( )

( )

Canto (lb,0) (lb,la)

w=0 [( )( ) ]

[( )( ) ]

[( )( ) ]

[( )( ) ]

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50

4 VALIDAÇÃO DO TRATAMENTO PELO MDFE

Este capítulo tem a finalidade de apresentar e analisar vários resultados obtidos com

a utilização do programa desenvolvido com base na formulação numérica descrita no capítulo

3, validando assim essa formulação computacional.

Os casos apresentados nos itens 4.1 a 4.4 foram escolhidos de forma que seus

resultados pudessem ser confrontados com soluções existentes, validando-os.

4.1. PLACA ISOTRÓPICA COM CARREGAMENO UNIFORME

Nesse caso examina-se uma placa quadrada, isotrópica, solicitada por um

carregamento transversal uniformemente distribuído , em três situações

distintas de condições de contorno e de canto: bordos simplesmente apoiados (caso1a), bordos

totalmente engastados (caso 1b) e com o deslocamento w0 restringido nos cantos, simulando o

apoio de pilares (caso 1c). Os resultados são comparados com os fornecidos por Timoshenko

e Krieger (1988) e Szilard (1974).

Nas tabelas 4.1 e 4.2 são apresentados, respectivamente, os resultados para o

deslocamento transversal w e momento fletor no centro da placa para 8, 20 e 30 subdivisões,

juntamente com os erros percentuais em relação aos resultados analíticos.

As dimensões da placa analisada e as propriedades do material que a compõe são

dadas a seguir e seu esquema estrutural na figura 4.1:

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Figura 4.1- Esquemas estruturais do caso 1

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Tabela 4.1- Deslocamento w no centro da placa para o caso 1

Deslocamento no centro da placa (m)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso Resultado Autor (ano) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

1a 4,43609E-04 * 4,72496E-04 6,51 4,48396E-04 1,08 4,45730E-04 0,48

1b 1,38173E-04 * 1,62570E-04 17,66 1,42252E-04 2,95 1,39995E-04 1,32

1c 3,0683E-03 Szilard (1974) 3,2066E-03 4,51 3,1146E-03 1,51 3,1017E-03 1,09

[*] Timoshenko e Krieger (1988)

Tabela 4.2- Momento Fletor no centro da placa para o caso 1

Momento Fletor no centro da placa (N x m)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso Resultado Autor (ano) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

1a 9,57728E+01 * 9,99136E+01 4,32 9,64400E+01 0,70 9,60670E+01 0,31

1b 4,58102E+01 * 4,90324E+01 7,03 4,63630E+01 1,21 4,60578E+01 0,54

1c 1,8940E+02 Szilard (1974) 2,0901E+02 10,36 2,1312E+02 12,52 2,1348E+02 12,71

[*] Timoshenko e Krieger (1988)

Tabela 4.3- Deslocamento e momento fletor no centro dos bordos da placa do caso 1C

Deslocamento (m) e Momento Fletor (Nxm) no centro dos bordos da placa

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso

Szilard (1974) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

1C w 2,00660E-03 2,20161E-03 9,72 2,09394E-03 4,35 2,08009E-03 3,66

1C Mxx 3,21200E+02 3,23522E+02 0,72 3,20136E+02 -0,33 3,19169E+02 -0,63

Com relação à placa simplesmente apoiada, o resultado obtido para o deslocamento

transversal apresenta boa concordância em relação ao resultado analítico de Timoshenko e

Krieger (1988). O resultado para momento fletor no centro da placa em questão apresenta

concordância ainda melhor, quando comparada com a solução analítica do mesmo autor.

Ainda para a placa simplesmente apoiada, Graça (2000), utilizando o método MDFE

para a análise do problema em questão, utiliza a dupla simetria apresentada para discretizar

apenas 1/4 da placa em uma malha 16x16, melhorando assim a capacidade de refinamento

encontrando um erro de 0,011% em relação à mesma solução analítica. Utilizando artifício

semelhante e 30 subdivisões o programa do presente trabalho obtém um erro de 0,11%,

resultado que pode ser explicado pela utilização de diferentes representações em diferenças

finitas para as derivadas cruzadas. Para o momento fletor no centro da placa, Graça (2000)

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encontrou, através do mesmo artifício, um erro de 0,23% em relação ao resultado analítico,

enquanto o programa do presente trabalho obtém com 16 subdivisões um erro de 0,27% e

com 30 subdivisões 0,08%, o que mostra uma ótima concordância entre as duas formulações.

Como para o cálculo do momento fletor as derivadas dos deslocamentos são novamente

utilizadas, juntamente com os deslocamentos encontrados, o que em tese reduz a influência

das mesmas na determinação do momento fletor, a hipótese de que a diferença entre os

resultados para os deslocamentos deve-se as representações em diferenças finitas é reforçada.

Para a placa engastada nos quatro bordos, o resultado numérico obtido pelo

programa, também apresenta uma boa concordância quando comparado ao resultado analítico,

porém apresentando erros relativos maiores que os encontrados para a placa simplesmente

apoiada, tanto para o deslocamento transversal quanto para o momento fletor, o que é

perfeitamente aceitável devido a maior dificuldade de representação da superfície deformada.

Graça (2000) também encontrou erros maiores para a placa engastada nos quatro bordos,

obtendo para a discretização apresentada anteriormente um erro relativo de 0,84% para o

deslocamento w0.

A placa apoiada nos cantos apresenta alguns aspectos interessantes, apesar de

apresentar para discretizações mais pobres erros menores até mesmo que os encontrados para

a placa simplesmente apoiada, tratando-se do deslocamento w0, apresenta uma convergência

mais lenta, chegando a 30 subdivisões, com erros maiores que a placa simplesmente apoiada

quando comparada ao resultado analítico de referência. Cabe lembrar porém, que o autor

considerado na avaliação não é o mesmo para as duas situações, o que pode ocasionar

divergências nos resultados encontrados. Outro aspecto interessante é que o momento fletor

no centro da placa converge a partir de resultados mais baixos, diferentemente do encontrado

para as demais condições de contorno, que convergem a partir de resultados mais altos, uma

explicação possível para essa diferença está no fato de que nesse caso, diferentemente dos

outros estudados, o momento máximo não está associado a um deslocamento máximo, o que

pode gerar uma diferença no comportamento. Outro problema é que o resultado para

momento fletor aparenta convergir para uma solução diferente da analítica, o que pode está

associado a uma dificuldade de representação das derivadas por diferenças finitas nos bordos

da placa. De todo modo cabe uma investigação futura sobre as razões desse problema.

Como para a placa apoiada nos cantos o momento máximo está nos seus bordos

apresentam-se na tabela 4.3 os resultados para o deslocamento e momento fletor, destacando-

se que o último volta a convergir a partir de valores mais altos, porém ainda para uma solução

diferente da analítica.

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4.2. PLACA ORTOTRÓPICA

Examina-se uma placa ortotrópica quadrada com espessura de 1 cm, solicitada por

um carregamento uniformemente distribuído , simplesmente apoiada em

todos os bordos.

Esse exemplo é de fundamental interesse, pois mostra o comportamento de uma

placa ortotrópica de material cujo módulo de elasticidade é muito maior em uma das direções.

Os resultados dos deslocamentos e tensões normais são comparados com os obtidos

por Reddy (2004), através do método de Navier, apresentados nas tabelas 4.4 e 4.5

respectivamente.

As dimensões da placa e as propriedades do material que a compõe são dados abaixo,

e o seu esquema estrutural na figura 4.1:

Os gráficos das tensões normais xx e yy em função da coordenada z, da placa,

medidas no centro da mesma são apresentados nas Figuras 4.3 e 4.4 respectivamente.

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Figura 4.2- Esquema estrutural do caso 2

Tabela 4.4- Deslocamento no centro da placa para o caso 2

Deslocamento no centro da placa (m)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso Reddy (2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

2 1,624E-03 1,632E-03 0,49 1,626E-03 0,10 1,625E-03 0,05

Tabela 4.5- Distribuição de tensões no centro da placa

Tensões no centro da placa (N/m²)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Tensões z Reddy (2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

xx -0,005 -1,615E+07 -1,561E+07 -3,37 -1,571E+07 -2,70 -1,572E+07 -2,63

0,005 1,615E+07 1,561E+07 -3,37 1,571E+07 -2,70 1,572E+07 -2,63

yy -0,005 -4,8800E+05 -4,8183E+05 -1,27 -4,87E+05 -0,17 -4,882E+05 0,04

0,005 4,8800E+05 4,8183E+05 -1,27 4,87E+05 -0,17 4,882E+05 0,04

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Figura 4.3- xx em função da coordenada z placa ortotrópica

Figura 4.4 - yy em função da coordenada z placa ortotrópica

Em relação ao deslocamento transversal vertical encontra-se um resultado excelente

em comparação com a referência mesmo em discretizações mais pobres, chegando com 30

subdivisões à diferença de 0,05%.

-1,572E+07

1,572E+07

-0,005

0

0,005

-2,000E+07 -1,000E+07 0,000E+00 1,000E+07 2,000E+07

z (m)

σxx (N/m²)

-4,882E+05

4,882E+05

-0,005

0

0,005

-2,000E+07 -1,000E+07 0,000E+00 1,000E+07 2,000E+07

z (m)

σyy (N/m²)

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Reddy (2004) também encontrou uma solução numérica para o problema em questão

através do método dos elementos finitos, a partir de uma discretização com 8x8 nós obtendo

um erro percentual de 0,30%, 1,36% e 0,82% para o deslocamento vertical, tensão normal xx

e tensão normal yy, respectivamente, todos medidos no centro da placa.

Note que para o exemplo em questão ainda não existe influência do acoplamento

membrana e flexão (Bij=0), o que torna o comportamento da mesma equivalente ao de placa

isotrópica, no que se refere ao não aparecimento de deslocamentos u0 e v0 para o

carregamento em questão.

4.3. PLACA LAMINADA ORTOTRÓPICA FORMADA POR TRÊS CAMADAS

SOBREPOSTAS EM FORMATO DE CRUZ

O terceiro caso consiste de uma placa quadrada formada por três camadas

ortotrópicas dispostas em forma de cruz (0º/90º/0º), denominada de placa simétrica, solicitada

por uma carga uniformemente distribuída q = 2,0 x 10³ N/m², em duas situações distintas de

condições de contorno:

Caso 3A – Simplesmente apoiada em todos os bordos;

Caso 3B - livre no bordo , totalmente engastada no bordo e

simplesmente apoiada nos bordos e .

As dimensões da placa analisada e as propriedades do material que a compõe são

dadas abaixo. O seu esquema estrutural está representado na figura 4.5:

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Figura 4.5- Esquema estrutural do caso 3

Os resultados também são comparados com os obtidos por Reddy (2004), através do

método de Lévy. Os resultados para o caso 3A estão apresentados nas tabelas 4.6 e 4.7 e

graficamente nas figuras 4.6 e 4.7. Já os resultados do caso 3B é mostrado nas tabelas 4.8 e

4.9 e figuras 4.8 e 4.9 todos medidos no centro da placa.

Tabela 4.6- Deslocamento no centro da placa para o caso 3A

Deslocamento no centro da placa (m)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

3A 5,726E-04 5,825E-04 1,72 5,743E-04 0,30 5,734E-04 0,13

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Tabela 4.7- Distribuição de tensões para o caso 3A

Tensões no centro da placa (N/m²)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Tensões Camada/Coord. REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

xx

1 -0,015 -1,611E+06 -1,619E+06 0,46 -1,613E+06 0,11 -1,612E+06 0,05

-0,005 - -5,396E+05 - -5,377E+05 - -5,374E+05 -

2 -0,005 - -5,129E+04 - -5,120E+04 - -5,119E+04 -

0,005 - 5,129E+04 - 5,120E+04 - 5,119E+04 -

3 0,005 - 5,396E+05 - 5,377E+05 - 5,374E+05 -

0,015 1,611E+06 1,619E+06 0,46 1,613E+06 0,11 1,612E+06 0,05

yy

1 -0,015 - -1,324E+05 - -1,332E+05 - -1,334E+05 -

-0,005 - -4,412E+04 - -4,441E+04 - -4,446E+04 -

2 -0,005 -4,3067E+05 -4,258E+05 -1,13 -4,298E+05 -0,20 -4,305E+05 -0,05

0,005 4,3067E+05 4,258E+05 -1,13 4,298E+05 -0,20 4,305E+05 -0,05

3 0,005 - 4,412E+04 - 4,441E+04 - 4,446E+04 -

0,015 - 1,324E+05 - 1,332E+05 - 1,334E+05 -

Figura 4.6 - xx em função da coordenada z da placa - caso 3A

-1,612E+06

-5,374E+05

-5,119E+04

5,119E+04

5,374E+05

1,612E+06

-0,015

-0,005

0,005

0,015

-2,000E+06 -1,000E+06 0,000E+00 1,000E+06 2,000E+06

z (m)

σxx (N/m²)

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Figura 4.7- yy em função da coordenada z da placa - caso 3A

Tabela 4.8- Deslocamento transversal para o caso 3B

Deslocamento no centro da placa (m)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

3B 1,128E-03 1,169E-03 3,63 1,135E-03 0,58 1,131E-03 0,26

Tabela 4.9- Distribuição de tensões para o caso 3B

Tensões no centro da placa (N/m²)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Tensões Camada/Coord. REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

xx

1 -0,015 3,744E+05 3,904E+05 4,26 3,769E+05 0,65 3,754E+05 0,26

-0,005 - 1,301E+05 - 1,256E+05 - 1,251E+05 -

2 -0,005 - -7,223E+03 - -7,128E+03 - -7,117E+03 -

0,005 - 7,223E+03 - 7,128E+03 - 7,117E+03 -

3 0,005 - -1,301E+05 - -1,256E+05 - -1,251E+05 -

0,015 -3,744E+05 -3,904E+05 4,26 -3,769E+05 0,65 -3,754E+05 0,26

yy

1 -0,015 - -2,334E+05 - -2,274E+05 - -2,268E+05 -

-0,005 - -7,779E+04 - -7,580E+04 - -7,558E+04 -

2 -0,005 -9,5844E+05 -9,904E+05 3,34 -9,648E+05 0,66 -9,620E+05 0,37

0,005 9,5844E+05 9,904E+05 3,34 9,648E+05 0,66 9,620E+05 0,37

3 0,005 - 7,779E+04 - 7,580E+04 - 7,558E+04 -

0,015 - 2,334E+05 - 2,274E+05 - 2,268E+05 -

-1,334E+05

-4,446E+04

-4,305E+05

4,305E+05

4,446E+04

1,334E+05

-0,015

-0,005

0,005

0,015

-2,000E+06 -1,000E+06 0,000E+00 1,000E+06 2,000E+06

z(m)

σyy (N/m²)

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Figura 4.8- xx em função da coordenada z da placa - caso 3B

Figura 4.9- yy em função da coordenada z da placa - caso 3B

Para ambos os casos os resultados são bons em relação à solução analítica, tanto para

os deslocamentos quanto para as tensões normais, com destaque para a placa simplesmente

apoiada nos quatro bordos, que obteve resultados ainda melhores, o que já era esperado pelo

mesmo motivo já comentado no exemplo 1.

3,754E+05

1,251E+05

-7,117E+03

7,117E+03

-1,251E+05

-3,754E+05

-0,015

-0,005

0,005

0,015

-1,500E+06 -1,000E+06 -5,000E+05 0,000E+00 5,000E+05 1,000E+06 1,500E+06

z (m)

σxx (N/m²)

-2,268E+05

-7,558E+04

-9,620E+05

9,620E+05

7,558E+04

2,268E+05

-0,015

-0,005

0,005

0,015

-1,500E+06 -1,000E+06 -5,000E+05 0,000E+00 5,000E+05 1,000E+06 1,500E+06

z (m)

σyy (N/m²)

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Em relação à distribuição de tensões, conforme apresentado nas hipóteses básicas da

teoria (Capítulo 2), as tensões variam linearmente ao longo da espessura da camada. Quando

se passa para camadas ortotrotópicas dispostas em direções diferentes, observa-se uma

alteração no comportamento com o aparecimento de descontinuidade nas tensões entre as

camadas, inclusive com mudança na inclinação da reta que representa a evolução das tensões

ao longo da coordenada z. Na realidade, o comportamento é diferenciado do visto em placas

de material isotrópico e homogêneo ou ortotrópico.

Para o caso 3B, um comportamento interessante foi notado para as tensões xx, ao

passar para a camada central, a combinação de sua baixa rigidez, associada à proximidade da

linha neutra, o que reduz naturalmente a influência da flexão nas tensões normais e o fato de

que o outro sentido da placa está submetido a um momento fletor positivo, fizeram com que

ocorresse uma inversão no sentido das tensões, evidenciando assim a influência da matriz de

acoplamento Bij.

4.4. PLACA LAMINADA ORTOTRÓPICA SIMPLESMENTE APOIADA COMPOSTA

POR VÁRIAS LÂMINAS ALTERNADAS EM FORMATO DE CRUZ

Para este exemplo avalia-se uma placa quadrada simplesmente apoiada nos quatro

bordos, sujeita a um carregamento uniformemente distribuído q=2,0x10³ N/m², constituída

por uma sequência de lâminas posicionadas de forma assimétrica conforme apresentado

abaixo:

CASO 4A – Placa formada por quatro lâminas com espessura de 0,0075 m

posicionadas em cruz (0º/90º/0º/90º);

CASO 4B – Placa formada por oito lâminas com espessura de 0,00375 m

posicionadas em cruz (0º/90º/0º/90º/0º/90º/0º/90º).

Note que para cada caso a altura total da placa não é alterada, o que é modificada é a

espessura das lâminas que compõem o laminado. Essa consideração é importante para que se

possa avaliar a influência do número de camadas no comportamento da placa.

As propriedades geométricas da placa juntamente com as propriedades do material

que compões as lâminas são apresentadas a seguir. Não se fez necessária a apresentação do

esquema estrutural já que o mesmo já foi apresentado em exemplos anteriores.

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Tabela 4.10- Deslocamento no centro da placa caso 4A

Deslocamento no centro da placa (m)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

4A 7,486E-05 7,564E-05 1,04 7,500E-05 0,18 7,492E-05 0,08

Tabela 4.11- Distribuição de tensões caso 4A

Tensões no centro da placa (N/m²)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Tensões Cam/Coord. REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

xx

1 -0,015 -1,637E+06 -2,137E+06 30,54 -2,130E+06 30,11 -2,127E+06 29,93

-0,0075 - -1,069E+06 - -1,065E+06 - -1,064E+06 -

2 -0,0075 - -5,290E+04 - -5,273E+04 - -5,265E+04 -

0 - -8,753E-10 - -8,528E-10 - -8,451E-10 -

3 0 - 0,000E+00 - 0,000E+00 - 0,000E+00 -

0,0075 - 1,069E+06 - 1,065E+06 - 1,064E+06 -

4 0,0075 - 5,290E+04 - 5,273E+04 - 5,265E+04 -

0,015 1,202E+05 1,058E+05 -12,00 1,055E+05 -12,29 1,053E+05 -12,41

yy

1 -0,015 -1,202E+05 -1,058E+05 -12,00 -1,055E+05 -12,29 -1,053E+05 -12,41

-0,0075 - -5,290E+04 - -5,273E+04 - -5,265E+04 -

2 -0,0075 - -1,069E+06 - -1,065E+06 - -1,064E+06 -

0 - -8,400E-08 - -8,184E-08 - -8,111E-08 -

3 0 - 0,000E+00 - 0,000E+00 - 0,000E+00 -

0,0075 - 5,290E+04 - 5,273E+04 - 5,265E+04 -

4 0,0075 - 1,069E+06 - 1,065E+06 - 1,064E+06 -

0,015 1,637E+06 2,137E+06 30,54 2,130E+06 30,11 2,127E+06 29,93

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Figura 4.10- xx em função da coordenada z da placa - caso 4A

Figura 4.11 - yy em função da coordenada z da placa - caso 4A

Tabela 4.12- Deslocamento transversal Caso 4B

Deslocamento no centro da placa (m)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Caso REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

4B 6,620E-05 6,678E-05 0,88 6,631E-05 0,16 6,625E-05 0,07

-2,127E+06

-1,064E+06

-5,265E+04

-8,451E-10

0,000E+00

1,064E+06

5,265E+04

1,053E+05

-0,015

-0,0075

0

0,0075

0,015

-3,000E+06 -2,000E+06 -1,000E+06 0,000E+00 1,000E+06 2,000E+06

z (m)

σxx (N/m²)

-1,053E+05

-5,265E+04

-1,064E+06

-8,111E-08 0,000E+00

5,265E+04

1,064E+06

2,127E+06

-0,015

-0,0075

0

0,0075

0,015

-2,000E+06 -1,000E+06 0,000E+00 1,000E+06 2,000E+06 3,000E+06

z (m)

σyy (N/m²)

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Tabela 4.13- Distribuição de tensões caso 4B

Tensões no centro da placa (N/m²)

Resultado analítico

MDFE

Número de subdivisões

Tensões Cam/Coord. REDDY(2004) 8 ∆(%) 20 ∆(%) 30 ∆(%)

xx

1 -0,015 -1,666E+06 -1,879E+06 12,78 -1,883E+06 13,02 -1,883E+06 13,01

-0,0112 - -1,409E+06 - -1,412E+06 - -1,412E+06 -

2 -0,0112 - -6,975E+04 - -6,990E+04 - -6,990E+04 -

-0,0075 - -4,650E+04 - -4,660E+04 - -4,660E+04 -

3 -0,0075 - -9,393E+05 - -9,413E+05 - -9,413E+05 -

-0,0037 - -4,697E+05 - -4,707E+05 - -4,706E+05 -

4 -0,0037 - -2,325E+04 - -2,330E+04 - -2,330E+04 -

0 - -3,867E-10 - -3,771E-10 - -3,738E-10 -

5 0 - 0,000E+00 - 0,000E+00 - 0,000E+00 -

0,0037 - 4,697E+05 - 4,707E+05 - 4,706E+05 -

6 0,0037 - 2,325E+04 - 2,330E+04 - 2,330E+04 -

0,0075 - 4,650E+04 - 4,660E+04 - 4,660E+04 -

7 0,0075 - 9,393E+05 - 9,413E+05 - 9,413E+05 -

0,0112 - 1,409E+06 - 1,412E+06 - 1,412E+06 -

8 0,0112 - 6,975E+04 - 6,990E+04 - 6,990E+04 -

0,015 9,978E+04 9,300E+04 -6,79 9,320E+04 -6,59 9,319E+04 -6,60

yy

1 -0,015 -9,978E+04 -9,300E+04 -6,79 -9,320E+04 -6,59 -9,319E+04 -6,60

-0,0112 - -6,975E+04 - -6,990E+04 - -6,990E+04 -

2 -0,0112 - -1,409E+06 - -1,412E+06 - -1,412E+06 -

-0,0075 - -9,393E+05 - -9,413E+05 - -9,413E+05 -

3 -0,0075 - -4,650E+04 - -4,660E+04 - -4,660E+04 -

-0,0037 - -2,325E+04 - -2,330E+04 - -2,330E+04 -

4 -0,0037 - -4,697E+05 - -4,707E+05 - -4,706E+05 -

0 - -3,71E-08 - -3,619E-08 - -3,587E-08 -

5 0 - 0,000E+00 - 0,000E+00 - 0,000E+00 -

0,0037 - 2,325E+04 - 2,330E+04 - 2,330E+04 -

6 0,0037 - 4,697E+05 - 4,707E+05 - 4,706E+05 -

0,0075 - 9,393E+05 - 9,413E+05 - 9,413E+05 -

7 0,0075 - 4,650E+04 - 4,660E+04 - 4,660E+04 -

0,0112 - 6,975E+04 - 6,990E+04 - 6,990E+04 -

8 0,0112 - 1,409E+06 - 1,412E+06 - 1,412E+06 -

0,015 1,666E+06 1,879E+06 12,78 1,883E+06 13,02 1,883E+06 13,01

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Figura 4.12 - xx em função da coordenada z da placa - Caso 4B

Figura 4.13- yy em função da coordenada z da placa - caso 4B

-1,883E+06

-1,412E+06 -6,990E+04

-4,660E+04 -9,413E+05

-4,706E+05 -2,330E+04

-3,738E-10 0,000E+00

4,706E+05 2,330E+04

4,660E+04 9,413E+05

1,412E+06 6,990E+04

9,319E+04

-0,015

-0,01125

-0,0075

-0,00375

0

0,00375

0,0075

0,01125

0,015

-2,000E+06 -1,000E+06 0,000E+00 1,000E+06 2,000E+06

z (m)

σxx (N/m²)

-9,319E+04

-6,990E+04 -1,412E+06

-9,413E+05 -4,660E+04

-2,330E+04 -4,706E+05

-3,587E-08 0,000E+00

2,330E+04 4,706E+05

9,413E+05 4,660E+04

6,990E+04 1,412E+06

1,883E+06

-0,015

-0,01125

-0,0075

-0,00375

0

0,00375

0,0075

0,01125

0,015

-2,000E+06 -1,000E+06 0,000E+00 1,000E+06 2,000E+06

z (m)

σyy (N/m²)

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Figura 4.14 – Variação da tensão xx em função da espessura da placa

Novamente foi encontrada uma boa aproximação para o deslocamento transversal no

centro da placa, tanto para o caso 4A quanto para o caso 4B. Porém, as tensões normais

obtidas pelo programa apresentam diferenças muito altas, em relação ao valor de referência,

chegando a um erro de 30,54%. Nenhuma explicação plausível para esse resultado foi a

principio encontrada, cabendo futuras investigações visando esclarecer essas diferenças

encontradas.

A principal função desse exemplo é analisar a influência do número de camadas no

comportamento da placa. O que pode ser observado é que a placa com oito camadas possui

um deslocamento vertical e tensões normais menores que o obtido para a placa com 4

subdivisões, o que está de acordo com os resultados observados por Reddy (2004) resultado

influenciado pela presença da matriz Bij.

-1,88E+06

9,32E+04

-2,13E+06

1,05E+05

-0,015

-0,01125

-0,0075

-0,00375

0

0,00375

0,0075

0,01125

0,015

-3,000E+06 -2,000E+06 -1,000E+06 0,000E+00 1,000E+06 2,000E+06 3,000E+06

z (m)

Oito Lâminas Quatro Lâminas

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5 CONCLUSÃO

Neste capítulo são apresentadas as considerações finais sobre o trabalho e algumas

sugestões para trabalhos futuros.

A partir da revisão bibliográfica pode-se dizer que a teoria clássica de laminados é

capaz de representar o problema em questão para placas delgadas, porém quando se trata de

placas espessas, deve-se utilizar uma formulação que leve em consideração as deformações

por cisalhamento, a exemplo da teoria de primeira ordem de laminados.

Os casos apresentados como exemplos de aplicação foram escolhidos de forma a

apresentar o máximo possível de possibilidades, e ao mesmo tempo fornecer uma base para

comparação entre os mesmos, buscando manter algumas características semelhantes, levando

em consideração o curto tempo para a apresentação do trabalho e a limitação de soluções

analíticas existente para o problema.

Os resultados para deslocamentos verticais encontrados pelo programa tiveram boa

ou ótima convergência para todos os casos apresentados, quando comparados às soluções

analíticas existentes, ficando ainda próximos das soluções numéricas apresentadas por outros

autores. Através do caso 1 constatou-se que a capacidade da formulação numérica de

convergir para a solução analítica, depende entre outros fatores das condições de contorno e

de canto do mesmo, não tendo influência a quantidade de camadas utilizadas para discretizar

as laminas da placa.

Tratando dos esforços, embora o programa tenha obtido bons resultados para a

maioria dos casos apresentados, em alguns deles foram encontrados erros maiores, cabendo

um aprofundamento da investigação das razões de tais discrepâncias nesses resultados para os

esforços.

De modo geral, uma discretização com 20 subdivisões pode ser considerada

suficiente para a maioria dos casos apresentados, em função bons resultados encontrados sem

a necessidade de um grande esforço computacional.

Diante dessas constatações acima pode-se concluir que o objetivo de apresentar uma

formulação computacional para a análise estática linear da flexão de placas laminadas com

base na teoria da laminação e no método das diferenças finitas energéticas pode ser

considerado plenamente atingido, demonstrando a capacidade desse método de oferecer

soluções satisfatórias também para o problema em foco.

Para finalizar, seguem-se algumas sugestões para trabalhos futuros:

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Considerar outros exemplos de aplicação, com novas condições de contorno e

disposição de camadas, inclusive simulando placas de concreto armado, além

de outras formas de carregamento já inclusas na formulação e no programa,

como carregamento trapezoidal, em linha, carregamentos de bordo entre

outros que infelizmente não foram apresentadas devido ao tempo disponível

para o desenvolvimento do trabalho;

Verificar se a substituição das representações para as derivadas

utilizadas no presente trabalho pelas utilizadas por Graça (2000) acarreta em

soluções mais precisas que as encontradas no presente trabalho, usando o

MDFE;

Aplicar o MDFE a uma formulação de placas laminadas de 1ª ordem e testar

essa formulação para todos os casos aqui estudados;

Incluir na formulação numérica a análise não linear física e/ou geométrica;

Estender a avaliação numérica para placas em L, trapezoidais e circulares.

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