análise de políticas públicas acidentes com motocicletas
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Uma análise das políticas públicas para a redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito com foco nos motociclistas em situação de trabalhoTRANSCRIPT
Uma análise das políticas públicas para redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito com foco nos motociclistas em situação de trabalho.
Paul Hindenburg Nobre de Vasconcelos Silva; Mário Fabiano dos Anjos Moreira
Maria Luiza de Carvalho Lima (Orientadora )Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães - Fundação Oswaldo
Cruz
Violência e acidentes de trânsito são causa de morte e agravos na saúde de um grande número de pessoas, especialmente jovens em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004) mais de 1,2 milhões de óbitos ocorrem a cada ano no mundo devido a “fatos violentos no trânsito”. Embora esse agravo seja prevenível e evitável, portanto não deveria ser chamado “acidente”, se nada for feito em 2020 será a terceira causa das perdas humanas. No caso das doenças o avanço da ciência tem contribuido para a sua redução por imunizantes. Com os acidentes de trânsito tem sido diferente.
Introdução
Sistema deinformação
Sistema decontrole
Força motriz
Sistema de suspensão
VEÍCULO
Sinalização
Pavimentação
Iluminação
Geometria
VIA
Poluição
Segregação
Intrusão
Natureza
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Dirigente Normativo
Dirigente Executivo
Fabricante
ConstrutorTécnico
HOMEM NÃO HOMEM NÃO PARTICIPANTEPARTICIPANTE
Pedestre
Fiscal
HOMEM PARTICIPANTE
Condutor
Passageiro
Fonte: Petzhold (1987)Fonte: Petzhold (1987)
O ato de dirigir
A partir dos anos 90 para superar a lentidão do trânsito e os custos dos transportes, resultados do nosso modelo desenvolvimentista, foram surgindo os motoboys e mototáxis, pessoas na maioria jovens desempregados em busca de uma forma de prover seu sustento e de sua família. Eles trabalham por conta própria ou informalmente e se submetem a prestar serviços que recebem por produção estimulando atitudes de pressão e risco.
O uso de motocicletas enquanto meio de transporte e de trabalho vem aumentando de forma considerável, especialmente nas cidades do interior do Estado de Pernambuco, contribuindo de maneira drástica para o aumento da taxa de mortalidade por causas externas. O custo anual dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras alcançou a cifra de R$ 22 bilhões, a preços de dezembro de 2005. Considerando os custos com os acidentes de trânsito que ocorreram nas aglomerações urbanas, estimados em R$ 5 bilhões o montante chega a superar 1,4 % do PIB brasileiro. A maior parte desse valor refere-se a perda associada à morte das pessoas ou interrupção de suas atividades, seguido dos custos de cuidados em saúde e associados aos veículos. (IPEA/ANTP; 2003; 2006)
A taxa de mortalidade dos acidentes de trânsito envolvendo motocicletas passou de 0,5 mortes por 100 mil habitantes em 1996 para 2,5 mortes em 2006.
Justificativa
Avaliar a implementação do Código de Trânsito Brasileiro, da Política Nacional de Trânsito e da Política Nacional para Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências em municípios de Pernambuco, estratificados por critério de população (até 20 mil habitantes; de 20 a 50 mil habitantes; de 50 a 100 mil habitantes e acima de 100 mil habitantes), com foco nos acidentes de trânsito que envolvem motociclistas em situações de trabalho.
Dentro de cada estrato de municípios serão selecionados os cinco municípios com as maiores taxas de mortalidade por motocicletas, por 100 mil habitantes no Estado de Pernambuco. Em 2005 os municípios com as maiores taxas de mortalidade foram: Brejão com taxa de mortalidade de 22,11 por 100 mil habitantes; Salgadinho com taxa de 25,31 por 100 mil habitantes; Jurema com taxa de 20,83 por 100 mil habitantes; Paranatama com taxa de 20,66 por 100 mil habitantes e Sairé com taxa de 19,69 por 100 mil habitantes, enquanto que a média no Estado é de 3,47 por 100 mil habitantes.
Objetivo geral
Explicar porque ocorrem tantas mortes no trânsito, apesar das Políticas Públicas existentes.
Compreender o contexto onde ocorre esses acidentes. Quais os principais obstáculos que têm comprometido ou impedido os resultados desejados serem alcançados.
Objetivos específicos
Brejão9.045 hab
255 km – RecifeTaxa mortalidade: 22,11
Paranatama9.679 hab.
218 km – RecifeTaxa mortalidade: 20,66
Jurema14.399 hab
228 km – RecifeTaxa mortalidade:20,83
Sairé15.236 hab.
141 km – RecifeTaxa mortalidade: 19,69
Salgadinho7.903 hab.
84 km – RecifeTaxa mortalidade: 25,31
8.413.601 habTaxa mortalidade:3,47
Área de estudo
Dados epidemiológicos
35.000 mortos por ano (?)
100.000 deficientes;
400.000 feridos;
Maioria entre 15 e 29 anos;
Menor expectativa de vida;
96 mortos por dia;
4 mortos por hora;
Uma vítima fatal de 15 em 15
minutos;
R$ 30.000.000.000,00 por ano.
Saúde Pública
70 % leitos de traumatologia
70 % leitos de traumatologia
MorbimortalidadeMorbimortalidade Promoção e Prevenção
Promoção e Prevenção
Tempo hospitalizaçãoMenor severidade
Tempo hospitalizaçãoMenor severidade
PNRMAV PNRMAV Campo de conhecimento
Campo de conhecimento
Medicina de tráfegoMedicina de tráfego
Saúde Pública – Acidentes de Tráfego
Política Nacional para Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências (PNRMAV) 2001
Estratégias
Promoção da Saúde
Trabalho participativo
Juntar forças
Diretrizes
Diagnósticolocal
Análise intersetorial
Plano de ação
Formar profissionais
Introduzir nos currículos
GeralLocal
Políticas Públicas de Saúde
A fenomenologia será o nosso marco teórico. O desenho do estudo será qualitativo a partir da análise documental e da aplicação de entrevistas não estruturadas com os executores de políticas públicas e sobreviventes dos acidentes de motos nos municípíos selecionados. Buscaremos a partir dessas entrevistas, compreender o contexto dessas políticas em cada município, os motivos e as causas que levaram ao acidente não letal. O período a ser estudado é de 1998 até 2007. Neste período importantes instrumentos jurídicos foram incorporados à sociedade, entre eles a municipalização do trânsito.
A entrevista com os responsáveis pela execução das políticas públicas voltadas para a redução dos acidentes de trânsito em cada município, buscará avaliar o conhecimento desses atores e avaliar a implementação dessas políticas do ponto de vista das ações e medidas executadas. Optamos por utilizar entrevistas em profundidade. Para a análise dos dados vamos utilizar a metodologia de análise de conteúdo
Metodologia
• ANTP. Trânsito no Brasil - Avanços e Desafios, 2007.• ARAÚJO, José Luiz do Amaral Corrêa Jr. MACIEL, Rômulo Filho. Developing an operational
framework for health policy analysis, Revista Brasileira Saúde Materno Infantil, 1 (3):203-221, Recife, 2001.
• ARRETCHE, Marta. HOCHMAN, Gilberto. Políticas Públicas no Brasil. Editora Fiocruz, 2007.• BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de
1988.• BRASIL. Lei 9503 de 23 de setembro de 1997, Código de Trânsito Brasileiro.• CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por
Acidentes e Violências, Portaria GM/MS Nº 737 de 16/05/01. • IPEA/ANTP. Relatório Executivo 2006 – Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de
Trânsito nas Rodovias Brasileiras, Brasília, 2006.• KILSZTAJN, Samuel et alii. Taxa de mortalidade por acidente de trânsito e frota de veículos,
Revista Saúde Pública, 2001. • MARIN, Letícia. QUEIROZ, Marcos S. A atualidade dos acidentes de trânsito na era da
velocidade: uma visão geral. Cadernos de Saúde Pública, v.16, n.1, p.7-21, 2000. • MARQUES, M. B. Saúde pública e segurança de trânsito no Brasil – Visão geral do problema,
Fiocruz, 1985.• MINAYO, Maria Cecília. DESLANDES, Suely Ferreira. Análise Diagnóstica da Política Nacional
para Redução de Acidentes e Violências. Editora Fiocruz, 2007.• MOTOBOYS - Vida loca. Diretor: Caio Ortiz. Produção: Paramount Pictures DVD (52 min)
Brasil, 2003 • PETZHOLD, Mário Fernando. Uma abordagem sistêmica da dinâmica da segurança de
trânsito, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 1987. • VERONESE, Andréa Márian. Os riscos dos acidentes de trânsito na perspectiva dos
motoboys: subsídios para a promoção da saúde. Cadernos Saúde Pública, Rio de janeiro, 2006.
• WHO – World Health Organization. World Report on Road Traffic Injury Prevention, Genebra, 2004.
Referências bibliográficas