análise de relatórios

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RBE Práticas e modelos de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar DREN T4 2010 Análise a Relatórios de Avaliação Externa das Escolas/Agrupamentos Joaquina Tomé Novembro de 2010

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Page 1: Análise de relatórios

RBE – Práticas e modelos de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – DREN T4 2010

Análise a Relatórios de Avaliação Externa das

Escolas/Agrupamentos

Joaquina Tomé

Novembro de 2010

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RBE – Práticas e modelos de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – DREN T4 2010

Formanda: Joaquina Tomé Página 2

1. Tendo por base a amostra de Relatórios de avaliação externa que elegeu, faça uma

análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses

Relatórios.

A escolha dos três relatórios para a realização desta tarefa foi feita de forma mais ou menos

aleatória, não obedecendo a nenhum critério específico. Procurámos, no entanto, analisar o relatório

do Agrupamento onde exercemos funções e outros que não conhecemos, de diferentes regiões.

Os relatórios em consideração neste trabalho são, então, os seguintes:

Ano lectivo 2006/2007 – Escola Secundária com 3º Ciclo Miguel Torga, Bragança

Ano lectivo 2007/2008 – Agrupamento Vertical de Escolas de Custóias, Matosinhos

Ano lectivo 2008/2009 - Agrupamento de Escolas de Peso da Régua

A leitura dos documentos permite-nos, desde logo, verificar em todos eles o reduzido

número de referências às Bibliotecas Escolares.

No relatório da Escola Secundária Miguel Torga, a BE é referida directamente, apenas,

quando se alude à existência do espaço, “a biblioteca com sala multimédia”, quando se fala na

melhoria dos equipamentos e dos recursos físicos, sendo mencionada, no item “Abertura à

inovação”, “a instalação de computadores na Biblioteca ligados à Internet”. De forma indirecta é

referida, ainda, quando se indicam as parcerias, protocolos e projectos e se inclui nessa lista a “Rede

de Bibliotecas Escolares”. Sobre a utilização propriamente dita dos referidos espaços e materiais,

nada se diz, o que indicia uma visão tradicional da BE, como um espaço onde apenas se

disponibilizam recursos.

No documento do Agrupamento Vertical de Escolas de Custóias, quer o número quer a

qualidade das referências é superior, mas não deixa de ser curioso que a primeira alusão à Biblioteca

apareça pela voz dos alunos que reconhecem a importância das “dinâmicas da BE/CRE”.

No item “Gestão dos recursos materiais e financeiros” refere-se que “A BE/CRE da sede do

Agrupamento decorre da reconfiguração recente dos espaços e dos equipamentos. Constitui um

espaço amplo e acessível. Encontra-se bem organizada e disponibiliza o acompanhamento dos alunos

quando estes a frequentam nas diferentes utilidades que oferece. A BE/CRE da escola EB1/JI de

Santiago, é pouco utilizada, embora com equipamento bibliográfico, informático e lúdico, encontra-

se provisoriamente localizada num espaço pré-fabricado, tipo contentor.”

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RBE – Práticas e modelos de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – DREN T4 2010

Formanda: Joaquina Tomé Página 3

Podemos considerar ainda como referências indirectas à BE a indicação do “Plano Nacional

de Leitura” como uma das dinâmicas existentes, que procuram a “melhoria das aprendizagens” no

domínio da Língua Portuguesa e “a Hora do Conto” como sendo uma actividade transversal do

Agrupamento. Por fim, são ainda referidos como projectos de âmbito nacional a “Rede Nacional de

Bibliotecas Escolares” e, novamente, o PNL.

Este relatório expressa já a existência de diferentes “utilidades” oferecidas pela Biblioteca,

sendo de salientar o reconhecimento, pelos próprios alunos, das suas dinâmicas.

Relativamente ao relatório do Agrupamento de Escolas de Peso da Régua, ao qual pertenço

(e de que estou à vontade para falar, uma vez que não fazia parte da equipa da Biblioteca), as

referências à Biblioteca começam no item “Caracterização do Agrupamento”, quando se indica que

“Actualmente, existe uma Biblioteca Escolar/ Centro de Recursos Educativos integrada na Rede

Nacional de Bibliotecas Escolares”. Também na avaliação dos resultados, no item “Participação e

desenvolvimento cívico”, se refere que “Existem dinâmicas internas constantes do Regulamento

Interno do Agrupamento e concretizadas pela Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos (…)

que procuram implicar os alunos nas questões e nas temáticas que lhes dizem directamente

respeito.” No campo “Prestação do serviço educativo”, no item “Diferenciação e apoios”, refere-se

que “as dinâmicas da Biblioteca Escolar” contribuem “para facilitar as aprendizagens e promover o

sucesso escolar dos alunos”.

Também no item “Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem” se

afirma que “As dinâmicas da Biblioteca Escolar, em articulação com o Plano Nacional de Leitura e o

Programa Nacional de Ensino de Português (1º Ciclo) (…) procuram promover as competências dos

alunos nestes domínios, facilitando, assim, o seu desempenho na globalidade do currículo escolar”.

São de salientar, neste documento, a integração da BE no Agrupamento, que se percebe pela

associação feita entre o Regulamento Interno, um dos documentos orientadores fundamentais e a

actuação da BE junto dos alunos. São também claramente reconhecidas as dinâmicas da Biblioteca

como facilitadoras de aprendizagens e promotoras do sucesso escolar dos alunos, bem como

promotoras de competências no domínio da Língua Portuguesa, com reflexos no desempenho global

do currículo.

Fazendo uma análise genérica das referências à BE, existentes nos três documentos,

podemos dizer que os dois primeiros parecem remeter para uma visão da BE como um espaço

apetrechado com um conjunto significativo de recursos e de equipamentos, que se procuram

melhorar. É evidente no Agrupamento de Custóias a oferta de diferentes utilidades da BE,

devidamente reconhecidas pelos alunos. No Agrupamento de Peso da Régua, é perceptível uma

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RBE – Práticas e modelos de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – DREN T4 2010

Formanda: Joaquina Tomé Página 4

evolução do entendimento do papel da BE, no que diz respeito ao seu impacto nas aprendizagens

dos alunos, nomeadamente no âmbito da Língua Portuguesa.

No entanto, nem este último, nem nenhum dos outros relatórios analisados refere qualquer

articulação ou trabalho colaborativo entre a BE e os docentes das diferentes disciplinas (não só

Língua Portuguesa), para alcançar as metas e objectivos de aprendizagem. O papel do Professor

Bibliotecário e da BE na gestão do currículo não se vislumbra, ou seja, não é explícito o papel da BE

como um espaço formativo e de aprendizagem intrinsecamente relacionado com a escola e com o

processo de ensino/aprendizagem. Convém, no entanto, lembrar que, à data a que estes relatórios

se reportam, ainda não estava em implementação o MAABE, com a consequente tomada de

consciência e afirmação do valor da BE e as mudanças que ela implica.

Em conclusão, podemos afirmar que as referências à BE, nos relatórios, aqui analisados por

ordem cronológica da sua elaboração, aumentaram e aprofundaram-se de documento para

documento. Podemos questionar-nos: será que o progressivo conhecimento e implementação do

MAABE começou já a surtir os seus efeitos, influenciando a visão da própria BE pela escola, bem

como o paradigma da sua actuação, com um incremento da importância da Biblioteca Escolar e do

seu valor e impacto junto da comunidade educativa? Só o tempo, a aplicação generalizada do

Modelo e uma análise mais profunda e continuada poderão trazer a resposta a esta questão, que,

cremos, ser afirmativa.

Bibliografia:

- IGE. Tópicos para apresentação da escola: campos de análise de desempenho. Disponível

em http://www.ige.min-edu.pt/upload/AEE_2011/AEE_10_11_Topicos.pdf (27/11/2010)

- IGE. Avaliação Externa das Escolas, disponível em http://www.ige.min-

edu.pt/content_01.asp?BtreeID=03/01&treeID=03/01/03&auxID=&newsID=663#content

(27/11/2010)