anÁlise do perfil funcional dos idosos com mais...
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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF
CURSO DE FISIOTERAPIA
ANÁLISE DO PERFIL FUNCIONAL DOS IDOSOS COM
MAIS DE 80 ANOS PARTICIPANTES DA CAMPANHA DE
VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE SAZONAL NA CIDADE
DE BRAGANÇA PAULISTA-SP
BRAGANÇA PAULISTA - SP
2010
Daniele Lixandrini
Thaís Salles de Oliveira
ANÁLISE DO PERFIL FUNCIONAL DOS IDOSOS COM
MAIS DE 80 ANOS PARTICIPANTES DA CAMPANHA DE
VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE SAZONAL NA CIDADE
DE BRAGANÇA PAULISTA-SP
BRAGANÇA PAULISTA - SP
2010
Monografia apresentada à disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso do
Curso de Fisioterapia da Universidade
São Francisco sob orientação da Profa.
Ms. Michele Lacerda Pereira Ferrer
como exigência para conclusão do curso
de graduação.
LIXANDRINI, Daniele; OLIVEIRA, Thaís Salles. Análise do Perfil Funcional dos
Idosos com mais de 80 Anos Participantes da Campanha de Vacinação Contra a
Gripe Sazonal na Cidade de Bragança Paulista-SP. Trabalho de Conclusão de Curso.
Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista, 2010.
_____________________________________________________________
Profa. Ms. Michele Lacerda Pereira Ferrer
USF – Orientadora Temática
_____________________________________________________________
Prof.ª Dra. Rosimeire Simprini Padula
USF – Orientadora Metodológica
DEDICATÓRIA
Dedico minha formação em especial à Deus, à minha mãe e meu padrasto, que
durante todo o tempo me deram força e incentivo. Dedico também aos amigos que fiz
durante esses quatro anos, com eles aprendi, em eles me apoiei e com eles superei
vários desafios.
Daniele Lixandrini
Dedico minha formação acadêmica em especial a duas pessoas essenciais em
minha vida: meu irmão e minha mãe. Eles que torceram por mim todo o tempo, e
acreditaram que eu seria capaz até quando eu mesma duvidei.
Dedico também a todos os amigos e colegas, que durante estes quatro anos me
deram força, coragem, incentivo para seguir em frente, e muitas vezes tiveram o ombro
amigo que tanto precisei.
Thaís Salles de Oliveira
AGRADECIMENTOS
À nossas mães, por nunca deixarem de acreditar em nós.
À Profa. Ms. Michele Lacerda Pereira Ferrer, pela orientação, apoio, pelo
incentivo na busca de conhecimentos, pela serenidade e segurança diante das barreiras
enconcontradas no desenvolvimento de nosso trabalho.
A Prof. Dra. Rosimeire Padula, pela paciência, carinho, ajuda e esclarecimentos
importantes no desenvolvimento desse trabalho.
À Prefeitura Municipal de Bragança Paulista, em especial a Secretaria de Saúde
por nos ceder o espaço e nos forcecer os inquéritos para análise de dados.
A Natália, pela paciência e pela ajuda.
À todos os voluntários que ajudaram a aplicar o inquérito em todas as UBS e
PSF da cidade de Bragança Paulista-SP.
Aos voluntários dessa pesquisa pela boa vontade e grande auxílio.
A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para realização
deste.
O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. “A sabedoria se
aprende é com a vida e com os humildes.”
Cora coralina
LIXANDRINI, Daniele; OLIVEIRA, Thaís Salles. Análise do Perfil Funcional dos
Idosos com mais de 80 Anos Participantes da Campanha de Vacinação Contra a
Gripe Sazonal na Cidade de Bragança Paulista-SP. Trabalho de Conclusão de Curso.
Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, Bragança Paulista, 2010.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi Identificar os diferentes níveis de capacidade funcional dos
idosos acima de 80 anos participantes da campanha de vacinação em Bragança Paulista-
SP no dia 09 de Maio de 2010, através do “Inquérito de Saúde de Pessoas Idosas
Realizados em Campanha de Vacinação”. Os idosos foram selecionados após um
processo de aleatorização da amostra (1 a cada 10 idosos vacinados foi entrevistado).
Desta amostra que contou com 412 idosos com 60 anos ou mais, foram identificados 47
idosos com mais de 80 anos, que foram o objeto desta pesquisa. Os dados coletados
foram tabulados e demonstrados por meio de porcentagem. O inquérito era composto
por 10 questões que incluem características socioeconômicas, estado de saúde/ doenças
crônicas, saúde bucal, uso e acesso à serviços de saúde, hábitos de vida, indicadores de
fragilização, Escala de Atividades de Vida Básica (KATZ), Escala de Atividades
Instrumentais de Vida Diária (LAWTON), Mini Exame do Estado Mental e Escala de
Depressão Geriátrica (YESAVAGE). A amostra foi composta de 47 indivíduos com
idade mínima de 80 anos e idade máxima de 94 anos, sendo a idade média de 83,33
anos (± 3,55 anos). Foram avaliados todos os idosos com mais de 80 anos. Os
participantes eram predominantemente do sexo feminino, 25 (53,2%). Com relação aos
problemas de saúde a hipertensão arterial foi a doença crônica mais freqüente sendo
encontrada em 30 pessoas (63,8 %), seguido de cardiopatias 19 (40,4%), cataratas 19
(40,4%), reumatismo 18 (38,3%), problemas de coluna 18 (38,3%), 11 (23,4%) diabetes
mellitus, 8 (17%) asma ou bronquite, 8 (17%) obesidade e 4 (8,5%). Os resultados
também mostraram que as quedas não são freqüentes nos idosos mais velhos, somente
16 pessoas (34%) relataram queda no último ano. Quanto à funcionalidade, na Escala
KATZ observou-se que os idosos mostraram 74,4% de independência no geral das
atividades funcionais. Na escala de atividades instrumentais de vida diária de LAWTON
os idosos mostraram ter maior dificuldade para viajar sozinho (76,5%), trabalho
doméstico (72,3%) e fazer compras (53,2%). A Escala de Depressão Geriátrica mostrou
que 72,3% (n=34) não apresentavam nenhum sinal de depressão, 25,5% (n=12)
apresenta sinais de depressão leve e 2,2% (n=1) apresenta sinal de depressão
severa(escore maior de 10 pontos). No Mini-Exame do Estado Mental apresentaram
uma média de 19,91 pontos (± 7,13), sendo a pontuação mínima 0 e a máxima 29
pontos. Os resultados mostraram que os idosos com mais de 80 anos de Bragança-
Paulista apresentam boa capacidade funcional na realização das AVDs, com dificuldade
mais observada na tarefa de continência. Apresentaram dificuldades em AIVDs em
relação a viagens, compras e realização de trabalhos domésticos. Demonstraram
também uma boa capacidade cognitiva, no entanto, apresentaram índice elevado de
sinais de depressão, quando comparados a idosos da mesma faixa etária de outras
amostras.
Palavras Chaves: idosos,octagenários, funcionalidade.
ABSTRACT
The aim of this study was to identify the different levels of functional ability of elderly
people above 80 years attending the vaccination campaign in Bragança Paulista-SP on
May 9, 2010, through the "Health Survey of Older Persons Held in Vaccination
Campaign ". The elderly were selected after a process of randomization of the sample (1
every 10 elderly people vaccinated was interviewed). This sample which included 412
seniors aged 60 or older, were identified 47 elderly over 80 years, who were the object
of this research. The data collected were tabulated and shown by percentage. The survey
consisted of 10 questions that include socioeconomic characteristics, health status /
chronic diseases, oral health, use of and access to health services, lifestyle, indicators of
weakness, Scale Basic Life Activities (Katz), Scale Instrumental Activities of Daily
Living (LAWTON), Mini Mental State Examination and Geriatric Depression Scale
(Yesavage). The sample consisted of 47 individuals aged at least 80 years and
maximum age of 94 years, with a mean age of 83.33 years (± 3.55 years). We evaluated
all elderly over 80 years. Participants were predominantly female, 25 (53.2%). With
respect to health problems hypertension was the most frequent chronic disease was
found in 30 people (63.8%), followed by heart disease 19 (40.4%), cataract 19 (40.4%),
rheumatism 18 ( 38.3%), back problems 18 (38.3%), 11 (23.4%) diabetes mellitus, 8
(17%) asthma or bronchitis, 8 (17%) obese and 4 (8.5%) . The results also showed that
the falls are not common in the oldest old, only 16 people (34%) reported a fall last
year. As for functionality, Katz Scale was noted that the elderly showed 74.4% of
overall independence in functional activities. On a scale of instrumental activities of
daily living of the elderly LAWTON showed more difficulty traveling alone (76.5%),
housework (72.3%) and shopping (53.2%). The Geriatric Depression Scale showed that
72.3% (n = 34) with no signs of depression, 25.5% (n = 12) shows signs of mild
depression and 2.2% (n = 1) shows signal severe depression (score greater than 10
points). In the Mini-Mental State Examination showed an average of 19.91 points (±
7.13), with a minimum score 0 and the maximum 29 points. The results showed that the
elderly over 80 years of Bragança Paulista, have good functional capacity in performing
the ADLs, with more difficulty observed in the task of continence. Had difficulties in
IADL for travel, shopping and performing housework. Also showed a good cognitive
ability, however, showed high content of signs of depression when compared to the
elderly of the same age of other samples.
Key-words: older, octogenarian, functionality.
LISTA DE SIGLAS
ESF Estratégia de Saúde da Familia
UBS Unidade Básica de Saúde
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Familiar
AVE Acidente Vascular Encefálico
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PSF Programa Saúde da Familia
MEEM Mini Exame do Estado Mental
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
GRÁFICO 1: Representativo dos idosos com mais de oitenta anos participantes da
campanha de vacinação sazonal 2010 em Bragança Paulista, segundo gênero.
GRÁFICO 2: Análise da prevalência de Doenças Crônicas entre idosos com mais de
80 anos participantes da campanha de vacinação sazonal 2010 em Bragança Paulista.
GRÁFICO 3: Representativo da prevalência de quedas no ultimo ano de idosos com
mais de 80 anos participantes da campanha de vacinação sazonal 2010 em Bragança
Paulista.
GRÁFICO 4: Representativo da prevalência de dificuldades nas Atividades de Vida
Diária – KATZ de idosos com mais de 80 anos participantes da campanha de vacinação
sazonal 2010 em Bragança Paulista.
GRÁFICO 5: Representativo da dificuldade de idosos com mais de 80 anos na
realização de Atividade de Vida Instrumental Diária segundo escala de (LAWTON).
TABELA 1: Distribuição da amostra por idade dos idosos participantes da pesquisa.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 20
2.1. Objetivo geral ................................................................................................... 20
2.2. Objetivo específico ........................................................................................... 20
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 21
3.1. Desenho do estudo ............................................................................................ 21
3.2. Sujeitos ............................................................................................................. 21
3.2.1 Critérios de Inclusão ......................................................................... 21
3.2.2 Critérios de Exclusão ........................................................................ 21
3.3. Instrumentos ..................................................................................................... 22
3.4. Procedimentos .................................................................................................. 24
3.5 Análise de Dados ............................................................................................... 24
3.6 Procedimentos ................................................................................................... 23
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 25
5. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 30
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 34
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 35
8. ANEXOS ................................................................................................................ 41
Anexo I. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................................ 41
Anexo II . Inqueritos de Saúde de Pessoas Idosas Realizados em Campanha de
Vacinação ....................................................................................................................... 42
1. INTRODUÇÃO
Envelhecer pode ser definido como um processo de desgaste cumulativo,
irreversível, universal e não patológico, que provoca a deterioração do organismo
maduro, tornando-o progressivamente incapaz de cumprir com as funções fisiológicas
básicas, levando o indivíduo à morte (FONSECA & RIZZOTTO, 2008). O acelerado
ritmo do crescimento da população idosa é observado mundialmente, inclusive no
Brasil e em outros países latino-americanos (FIEDLER & PEREZ, 2008). A expectativa
de vida dos brasileiros que em 1900 não alcançava os 35 anos de idade, em 1950 atingiu
43 anos, em 2000, 68, com a expectativa de atingir os 80 anos em 2025 (FONSECA &
RIZZOTTO, 2008). O idoso é uma categoria socialmente construída que ajuda a dar
conformação e a traduzir uma forma específica de inserção, na sociedade moderna, de
uma parcela da população em idade avançada (VERAS, 2008).
O prolongamento da vida é uma aspiração de qualquer sociedade. No entanto, só
pode ser considerado como uma real conquista na medida em que se agregue qualidade
aos anos adicionais de vida (FIEDLER & PEREZ, 2008). Assim, qualquer política
destinada aos idosos deve levar em conta a capacidade funcional, a necessidade de
autonomia, de participação, de cuidado, de auto-satisfação. Também deve abrir campo
para a elaboração de novos significados para a vida na idade avançada. E incentivar,
fundamentalmente, a prevenção, o cuidado e a atenção integral à saúde (VERAS, 2008).
A emergência e a consolidação do estudo do envelhecimento (gerontologia) é
um dos principais eventos científicos do século XX (ROSA, 2003). O rápido aumento
do número de pessoas idosas, nas últimas décadas, ocasionou a explosão do trabalho
científico sobre o envelhecimento, tanto nas ciências naturais quanto na área das
humanidades (BALTES, 1995).
Com o crescimento mundial da população idosa, a preocupação em relação à
capacidade funcional vem surgindo como novo destaque para a estimativa da saúde
desse segmento etário. Esse aumento gera maior probabilidade de ocorrência de doenças
crônicas e, com isso, o desenvolvimento de incapacidades associadas ao envelhecimento
(ROSA, 2003).
Projeções do Bureau of Census (US Department of Commerce, Economics and
Statistics Administration, 1995) indicam que os países em desenvolvimento abrigarão
mais de 470 milhões de indivíduos acima de 65 anos em torno de 2020. Isto
representará mais que o dobro da população com a mesma idade em países
desenvolvidos (PAIXÃO & REICHENHEIM, 2005). A prevalência geral de doenças
crônicas aumentará como conseqüência, pois são mais freqüentes neste grupo etário,
transferindo a ênfase dos programas governamentais de saúde e previdência do objetivo
da cura e sobrevivência, para o da melhora do estado funcional e do bem-estar. Esse
fato tem trazido a tona à necessidade de estudos visando melhorar e avaliar a capacidade
funcional e qualidade de vida dos idosos da comunidade (ALVES et al, 2007;
VAROTO et al 2004).
O declínio progressivo na capacidade de produzir força muscular rapidamente,
observado principalmente a partir da quinta década de vida, é um importante fator na
redução da independência funcional e qualidade de vida em adultos idosos
(FOLDVARI, 2000; VAROTO, 2004).
CRESS et. al (2004) diz que o processo de envelhecimento biológico determina
alterações no aparelho locomotor, que causam limitações às atividades da vida diária e,
assim, comprometem a qualidade de vida da pessoa que envelhece.
A diminuição do nível de atividade pode levar o idoso a um estado de
fragilidade e de dependência. Evidências atuais demonstram que a atividade física traz
benefícios à saúde do idoso, mantendo independência funcional e melhorando sua
qualidade de vida (FREIRE, 2000).
Para avaliar a qualidade de vida na velhice, (NERI, 1999) referencia indicadores
pertencentes a quatro áreas:
(1) a competência comportamental, que se refere ao funcionamento pessoal
quanto à saúde, à funcionalidade física, à cognição, ao comportamento social
e à utilização do tempo pelo idoso; (2) a qualidade de vida percebida, que
está relacionada ao autojulgamento do idoso sobre a sua funcionalidade
física, social e psicológica, bem como sobre sua competência
comportamental nessas áreas; (3) condições contextuais, que compreendem
as situações relativas à experiência de velhice; (4) o bem-estar psicológico,
que está relacionado ao domínio das percepções, das expectativas, dos
sentimentos e dos valores.
O diagnóstico baseado somente na avaliação clínica torna-se inadequado com a
real condição de saúde da população idosa, já que, para essa faixa etária, os níveis de
funcionalidade e independência são dados mais relevantes do que somente a presença de
condições mórbidas (GURALNIK, 1989). O diagnóstico das moléstias continua sendo
importante para o tratamento clínico, porém, associado a isso, deve haver compreensão
quanto aos aspectos funcionais. Eles não envolvem somente a saúde física e mental,
mas também as condições socioeconômicas e de capacidade de autocuidado, as quais
irão revelar o grau de independência funcional do idoso (FILLENBAUM, 1985).
Segundo PAIXÃO & REICHENHEIM (2005), uma avaliação geriátrica
eficiente e completa, torna-se cada vez mais premente. Seus objetivos são o diagnóstico
precoce de problemas de saúde e a orientação de serviços de apoio onde e quando forem
necessários, com o fim de manter as pessoas nos seus lares.
FREIRE (2000) cita que a prática clínica geriátrica deve, se preocupada com a
qualidade de vida, conter também uma ampla avaliação funcional em busca de perdas
possíveis destas funções.
Os métodos habituais de se realizar uma avaliação funcional estruturada
consistem na observação direta (testes de desempenho) e por questionários, quer auto-
aplicados ou concebidos para entrevistas face a face, sistematizados por meio de uma
série de escalas que aferem os principais componentes da dimensão. Tais escalas
compõem o que se tem denominado “instrumentos de avaliação funcional” (FREIRE,
2000; ROSA et al, 2003).
Os fatores mais fortemente associados às capacidades funcionais são os
demográficos (sexo, idade, estado civil, composição familiar, local da residência,
propriedade e com quem reside), os socioeconômicos (renda mensal, escolaridade e
situação ocupacional), os relacionados à saúde (hospitalização, visão, audição e
presença de doenças), os referentes às relações sociais (atividades físicas, relações com
familiares/ amigos e participação em grupos) e a autopercepção da saúde (ROSA et al,
2003).
Apesar da complexidade, a avaliação é estratégica para qualificação e
aprimoramento das práticas, e está prevista entre as diretrizes da atual Política Nacional
de Saúde da Pessoa Idosa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portaria 2528, 2006).
A dependência tem relação com o conceito de fragilidade e vulnerabilidade a
que o indivíduo está sujeito frente aos desafios do próprio ambiente (ROSA et al, 2003).
Essa condição é observada em pessoas que apresentam uma combinação de doenças ou
limitações funcionais, provocando uma redução na sua capacidade de adaptar-se ao
estresse causado por doenças agudas, hospitalização ou outras situações de risco
(CALDAS, 2003).
A dependência, física ou mental, é um fator de risco importante para
mortalidade, mais até do que as próprias doenças que levaram à dependência, uma vez
que nem toda pessoa doente se torna dependente. Assim, devem ser estabelecidas novas
prioridades e ações de saúde que deverão nortear as políticas de saúde contemporânea
(MINAYO, HATZ, BUSS, 2000).
CAPITANINI (2000) também ressalta a importância dos relacionamentos
sociais para o bem-estar físico e mental na velhice. Segundo o autor, embora a solidão
se torne uma ocorrência mais possível na velhice, pode-se envelhecer sem solidão ou
isolamento. Tal proposição, que desvincula a idéia do envelhecer da doença e solidão,
também é compartilhada por Freire (2000), que afirma:
Sabe-se hoje que a velhice não implica necessariamente doença e
afastamento, que o idoso tem potencial para mudança e muitas reservas
inexploradas. Assim, os idosos podem sentir-se felizes e realizados e, quanto
mais atuantes e integrados em seu meio social, menos ônus trarão para a
família e para os serviços de saúde.
A visão de que é possível envelhecer com saúde e cercado de contato social tem
motivado a realização de estudos em diversas áreas para a identificação dos meios pelos
quais se pode chegar a uma velhice bem-sucedida (FREIRE, 2000).
Conforme ARAÚJO & ARAÚJO (2000), podemos ser fisicamente ativos, sem
necessidade de supervisão ou treinamento, desde que as nossas atividades diárias
demandem níveis razoáveis de atividade física e de gasto energético. É preciso, porém,
que o condicionamento não seja desacompanhado de sensação de bem-estar, razão por
que a atividade física intensa, em condições de trabalho desumanizantes, não é
considerada promotora de saúde (ROSA, 2003).
As diretrizes básicas da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa são bons
exemplos das preocupações com a promoção do envelhecimento saudável, com a
manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, com a
prevenção de doenças, com a recuperação da saúde dos que adoecem e com a
reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restringida
(MINAYO, HARTZ, BUSS, 2000).
Constituem diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portatia 2528):
a) promoção do envelhecimento ativo e saudável; b) atenção integral,
integrada à saúde da pessoa idosa; c) estímulo às ações intersetoriais, visando
à integralidade da atenção; d) provimento de recursos capazes de assegurar
qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; e) estímulo à participação e
fortalecimento do controle social; f) formação e educação permanente dos
profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; g)
divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; h) promoção de
cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da
pessoa idosa; e i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Segundo FONSECA & RIZZOTTO (2008), para perseguir os objetivos de
promover o envelhecimento saudável e manter os idosos com independência pelo maior
tempo possível, é necessário que os profissionais que atuam nos serviços de atenção à
saúde tenham disponíveis tecnologias que permitam realizar diagnósticos corretos da
situação de cada idoso, para, assim, planejarem as intervenções com segurança, uma vez
que o processo de envelhecimento assume características particulares em cada
indivíduo.
A literatura disponibiliza vários instrumentos sobre diagnóstico de saúde em
idosos, muitos destinados à avaliação da capacidade funcional e consequentemente para
a definição do grau de dependência de idosos, que deve ser feita particularmente e deve
ser apropriada a cada situação de vida (FIEDLER & PERES, 2008; FONSECA &
RIZZOTTO, 2008).
A forma como o idoso vive, a qualidade dos últimos anos de sua vida e suas
maiores limitações podem ser observadas por meio de estudos populacionais
direcionados a esta faixa etária. No Brasil esses estudos ainda são raros, e os poucos que
vêm sendo realizados refletem o perfil da população de grandes centros, envolvendo
populações com costumes e características diferentes da população dos pequenos
municípios (FIEDLER & PERES, 2008) .
De acordo com NUNES et al (2009), a capacidade funcional pode ser definida
como o potencial que os idosos apresentam para decidir e atuar em suas vidas de forma
independente em seu cotidiano. Opostamente, a incapacidade funcional é geralmente
mensurada por meio de relato de dificuldade ou necessidade de ajuda para realizar as
atividades de vida diária.
As atividades básicas de vida diária (ABVD) são atividades essenciais para o
autocuidado, as atividades instrumentais de vida diária (AIVD) são atividades mais
complexas que são necessárias para adaptação independente ao meio ambiente (ALVES
et al, 2007). As informações geradas pela avaliação da capacidade funcional
possibilitam conhecer o perfil dos idosos, usando-se instrumento simples e útil, que
pode auxiliar na definição de estratégias de promoção de saúde para os idosos, visando
retardar e prevenir incapacidades, acrescentando a esse grupo anos de vida com
qualidade e dignidade (DUARTE, 2003).
Segundo ALVES et al (2007) a incapacidade funcional pode ser definida como a
inabilidade ou a dificuldade de realizar tarefas que fazem parte do cotidiano do ser
humano e que normalmente são indispensáveis para uma vida independente na
comunidade.
Por sua vez, a capacidade funcional se refere à potencialidade para desempenhar
as atividades de vida diária ou para realizar determinado ato sem necessidade de ajuda,
imprescindíveis para proporcionar uma melhor qualidade de vida. As atividades de vida
diária (AVDs), as atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) e mobilidade são as
medidas freqüentemente utilizadas para avaliar a capacidade funcional do indivíduo. As
AVDs consistem nas tarefas de auto-cuidado, como tomar banho, vestir-se e alimentar-
se e se baseiam no índice de Katz. Essa medida reflete um substancial grau de
incapacidade. Em geral, quanto maior o número de dificuldades que uma pessoa tem
com as AVDs, mais severa é a sua incapacidade (LIMA et al, 2003; ALVES, 2007).
Do ponto de vista da saúde pública, a capacidade funcional surge como um novo
conceito, mais adequado, para instrumentalizar e operacionalizar a atenção à saúde do
idoso. Nesse sentido, ações preventivas, assistenciais e de reabilitação para a melhoria
da capacidade funcional ou, no mínimo, a sua manutenção, são fundamentais para a
qualidade de vida dos idosos (ROSA, 2003)
A avaliação funcional permite detectar situações de risco, identificar áreas de
disfunção e necessidades, monitorar o declínio funcional do idoso, estabelecer um plano
de cuidado adequado, identificar a necessidade de utilização de serviços especializados
e, estabelecer elos para a compreensão multidimensional de cada caso (DUARTE,
2003).
O comprometimento da capacidade funcional do idoso tem implicações
importantes para a família, a comunidade, para o sistema de saúde e para a vida do
próprio idoso, uma vez que a incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e
dependência na velhice, contribuindo para a diminuição do bem-estar e da qualidade de
vida dos idosos (VAROTO, 2004).
Por meio da avaliação da capacidade funcional é possível classificar as
graduações ou níveis de realização de atividade pelo indivíduo, indo desde a
independência, passando por graus intermediários de dependência até a dependência
completa. O grau de independência depende de condições motoras e cognitivas
satisfatórias para o desempenho das atividades. O declínio fisiológico da função motora
em idosos constitui um dos fatores mais significativos da dependência funcional.
(GOMES, 2004; DUARTE, 2003).
De acordo com VAROTO (2004):
O aumento das doenças crônicas tem trazido como conseqüências
alterações na capacidade funcional dos idosos que podem exigir mudanças na
estrutura da vida dessas pessoas e de quem as cerca. Dentre as doenças
crônicas mais freqüente temos a hipertensão, diabetes, artrite, insuficiência
renal, osteoporose, demência, entre outras. A presença dessas doenças
interfere de alguma maneira na vida dessas pessoas, podendo ter maior ou
menor significado para cada uma de acordo com o ambiente em que vive, de
história de vida, dos aspectos socioeconômicos, dentre outros. Além disso,
nota-se um aumento dessas doenças após os 80 anos e na maioria das vezes é
o cuidador familiar que dá suporte e apoio aos idosos que precisam de
atenção.
ALVES et al (2007) cita que diversos estudos demonstram associações
importantes entre doenças crônicas e incapacidade funcional dos idosos. As diversas
condições crônicas existentes não possuem impactos similares na funcionalidade. Em
um idoso que apresente várias afecções crônicas, a incapacidade de realização de muitas
ou de todas as atividades pode dever-se ao efeito de uma única condição de morbidade
ou ao efeito independente de várias condições, cada uma delas afetando somente
determinadas atividades. Poucos pesquisadores têm se preocupado em investigar o
efeito de uma doença crônica específica na capacidade funcional dos idosos, ou seja, o
impacto independente de cada doença (RAMOS et al, 1993).
A avaliação geriátrica associa as informações obtidas na história clínica e no
exame físico tradicionais com aquelas produzidas por um conjunto de instrumentos
específicos. Eles permitem detectar incapacidades, planejar cuidados prolongados,
avaliar a gravidade da doença e avaliar o progresso do paciente (RUBESTEIN et al,
1989). O estudo específico das características cognitivas da população idosa visa avaliar
num primeiro estágio a prevalência de transtornos cognitivos com especial ênfase sobre
as demências (LAKS et al, 2003). Entre os instrumentos de avaliação geriátrica,
destacam-se aqueles que avaliam o idoso do ponto de vista cognitivo (LOURENÇO &
VERAS, 2006).
Entre os idosos, o grupo com idade igual ou superior a 80 anos vem aumentando
de maneira mais intensa do que as outras faixas etárias, constituindo o segmento
populacional que mais cresceu nos últimos tempos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).
Dos cerca de 681 milhões de idosos no mundo (60 anos ou mais) cerca de 91 milhões
(13,4) pertecem a esse grupo. Estudos demográficos estimam que o número de idosos
com 80 anos ou mais aumente em 50% entre 2000 2 2010 e outros 37% entre 2010 e
2020, alcançando 429 milhões (FRANCISCO, 2006).
Tendo-se em vista o aumento dessa população, foram realizados alguns estudos
relacionados a esta temática no Brasil. No interior de São Paulo, um estudo realizado
com 80 octogenários evidenciou predomínio de indivíduos do sexo feminino, de viúvos,
de analfabetos, de sedentários e carentes de oportunidades de lazer, os quais encontram
o maior estímulo otimizador para a qualidade de vida na religião (YNOUYE &
PEDRAZZANI, 2007).
Estudos que abordem o tema funcionalidade dos idosos com mais de 80 anos é
de extrema importância, pois o grupo desta faixa de idade vem aumentando
consideravelmente em relação as demais idades, e se torna necessária adequação
ambiental e cultural da sociedade para que se adapte às suas necessidades e preferências
em relação a saúde e qualidade de vida.
Além disso, identificar previamente possíveis dificuldades e limitações dos
idosos com mais de 80 anos permite a interferência no problema e na causa do mesmo
para prevenir incapacidades e maiores danos à saúde desta população, que vem
aumentando significativamente.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivos Gerais
Identificar os diferentes níveis de capacidade funcional dos idosos acima de 80
anos participantes da campanha de vacinação realizada em Bragança Paulista-SP no dia
09 de Maio de 2010, através do “Inquérito de Saúde de Pessoas Idosas Realizados em
Campanha de Vacinação”.
2.2 Objetivos Específicos
Verificar a funcionalidade de idosos acima de 80 anos que participaram
da campanha de vacinação em Bragança Paulista-SP.
Identificar as funções cotidianas mais comprometidas entre idosos com
mais de 80 anos.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Desenho do estudo
Estudo transversal descritivo.
3.2 Sujeitos
Um Programa do Governo Federal intitulado de Cidade Amiga do Idoso
destinado a premiar os municípios que desenvolverem políticas públicas para seus
idosos, traduzidas em facilidades nas áreas de transporte, lazer, urbanismo, saúde e
cultura. Uma iniciativa do Senado Federal, do Serviço Social do Comércio (Sesc) e da
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Para a cidade habilitar-se ao
certificado Cidade Amiga da Terceira Idade, o primeiro passo é identificar através de
um Inquérito, as principais necessidades dos idosos da cidade.
Os sujeitos desta pesquisa foram recrutados dentre os idosos vacinados na
campanha de vacinação da Gripe Sazonal em Bragança Paulista – SP, ano de 2010, que
foram atendidos nos postos de vacinação (ESF, UBS e Centros de Saúde), que, após um
processo de aleatorização da amostra (1 a cada 10 idosos vacinados foi entrevistado)
foram avaliados através do Inquérito. Dias antes, foi realizado um treinamento oferecido
pela Secretaria de Saúde, sobre todas as ferramentes utilizadas no inquérito, a forma de
abordar os idosos, formas corretas de questionamento e interpretação das questões.
Desta amostra que contou com 412 idosos com 60 anos ou mais, foram identificados 47
idosos com mais de 80 anos, que foram o objeto desta pesquisa.
3.2.1 Critérios de Inclusão
Idosos acima de 80 anos que pariticparam da Campanha de Vacinação Sazonal em
Bragança Paulista e que concordaram em participar da entrevista após assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO I).
3.2.2 Critérios de Exclusão
Idosos que se recusaram a assinar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e responder à entrevista.
O estudo foi encaminhado e aprovado pelo Comite de Ética e Pesquisa da
Secretaria Estadual de São Paulo, todos os voluntários selecionados assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO II). Protocolo CAAE:
3.3 Instrumentos
Para avaliação dos voluntários, utilizou-se o “Inquérito de Saúde de Pessoas
Idosas” (ANEXO – II), proposto pela Secretaria Estadual de Saúde que analisa:
1. Características Socio-Econimicas;
Inclui 11 questões entre pessoais, escolaridade, e condições de moradia.
2. Estado de Saúde/ Doenças Crônicas;
Possui 10 questões que buscam averiguar a percepção do idoso sobre sua própria
saúde, necessidades especiais, doenças crônicas, quedas, vida sexual e
assistência de saúde utilizada.
3. Saúde Bucal;
Este tópico aborda 9 questões sobre situação da saúde bucal, preferências
alimentares, uso de órteses e próteses e orientações.
4. Uso e Acesso à Serviço de Saúde;
São 4 perguntas gerais sobre a opinião do entrevistado com relação à satisfação
quanto ao serviço público de saúde.
5. Hábitos de Vida;
Possui 10 questões que abordam atividades físicas, alimentação, ingestão
hídrica, vida sexual, fumo e se ingere álcool.
6. Indicadores de Fragilização;
Inclui 5 perguntas sobre a percepção do idoso sobre sua força muscular,
marcha, atividades físicas, esforço e motivação.
7. Escala de Atividades Básicas de Vida Diária (KATZ);
O Index de Independência nas Atividades de Vida Diária desenvolvido por
Sidney Katz em 1963, é, ainda hoje, um dos instrumentos mais utilizados nos
estudos gerontológicos nacionais e internacionais que envolve 6 questões sobre
alimentar-se, vestir-se, manter controle sobre esfíncter, tomar banho, higiene
pessoal e realizar transferências. (Tratado de Geriatria e Gerontologia, 2002;
DUARTE et. al, 2007)
8. Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária (LAWTON);
Para a avaliação das Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) usamos a
escala de Lawton, onde a pontuação de máxima independência é 24 pontos e a
de máxima dependência, 8. É conveniente lembrar que, muitas vezes, o paciente
é capaz de executar as atividades, mas não as executa por opção, fatores
ambientais ou até por questões relacionadas aos papéis assumidos durante a
vida, como é o caso de indivíduos do sexo masculino com as tarefas domésticas.
Alguns autores já sugeriram que a escala fosse reduzida a cinco itens,
eliminando-se “lavar a roupa”, “tarefas domésticas” e “preparar comida”,
quando aplicada para o sexo masculino. (Tratado de Geriatria e Gerontologia,
2002; LAWTON et al., 1982)
9. Mini-Exame do Estado Mental;
O mais utilizado é o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) de Folstein. O
número total de pontos é trinta e pontuações menores que 24 indicam deficiência
cognitiva (FOLSTEIN et al., 1975). Entretanto, os resultados da maioria dos
instrumentos de avaliação mental são influenciados pelo nível de escolaridade
do paciente, que pode obter uma pontuação baixa apenas por não dispor de
conhecimentos suficientes e não porque esteja com deterioração da função
mental. Este é um fator limitante no nosso meio, onde o analfabetismo e a baixa
escolaridade são muito prevalentes. (Tratado de Geriatria e Gerontologia, 2002)
10. Escala de Depressão Geriátrica (YESAVAGE).
EDG com 15 itens (EDG-15) é uma versão curta da escala original foi elaborada
por Sheikh & Yesavage (1986), a partir dos itens que mais fortemente se
correlacionavam com o diagnóstico de depressão. Esses itens, em conjunto,
mostraram boa acurácia diagnóstica, com sensibilidade, especificidade e
confiabilidade adequadas. Essa versão reduzida é bastante atraente para
rastreamento dos transtornos do humor em ambulatórios gerais, assim como em
outros ambientes não-especializados, pois o tempo necessário para a sua
administração é menor.
3.4 Procedimentos – Métodos e Técnica
A aplicação do inquérito foi realizada no dia 09 de maio de 2010 das 8h00 às
17h00, nas Unidades Básicas de Saúde e Programas de Saúde da Familia da cidade de
Bragança Paulista – SP, por profissionais do NASF (Nucleo de Apoio à Saúde da
Família) e voluntários previamente treinados para aplicação do inquérito, em uma sala
reservada em cada local, em uma média de tempo de 35 minutos. O questionário é
dividido em 10 partes (especificadas no ítem 3.3 Instrumentos) e contam com a
avaliação de instrumentos de avaliação geriatrica previamente validados para o
portugues. Os sujeitos com mais de 60 anos foram selecionados previamente sendo que
a cada 10 idosos, 1 era convidado a responder ao questionário. A amostra final contou
com 412 idosos e faz parte do projeto Cidade Amiga do Idoso.
Após a aplicação deste inquérito, os mesmos ficaram arquivados na Secretaria
de Saúde da cidade de Bragança Paulista. No dia 19 de Agosto de 2010 foi realizada a
seleção dos idosos com mais de 80 anos dentre os idosos entrevistados, perfazendo um
total de 47 indivídulos.
3.5 Análise dos dados
Os dados foram analisados através de estatística descritiva, por meio do
programa estatistico SPSS 13.0 for Windows, e apresentados em forma de gráficos e
tabelas.
4. RESULTADOS
A amostra foi composta de 47 indivíduos com idade mínima de 80 anos e idade
máxima de 94 anos, sendo a idade média de 83,33 anos (± 3,55 anos). Os participantes
eram predominantemente do sexo feminino, 25 (53,2%) e 22 do sexo masculino
(46,8%) (GRÁFICO 1). Houveram apenas três participantes da pesquisa com mais de
90 anos. A maioria dos participantes tinham entre 80 e 83 anos (TABELA 1).
Distribuição da amostra pela idade
Idade dos participantes N (%)
80 7 (14,8%)
81 7 (14,8%)
82 8 (17%)
83 6 (12,7%)
84 4 (8,5%)
85 3 (6,3%)
87 4 (8,5%)
88 2 (4,2%)
89 2 (4,2%)
90 1 (2,1%)
94 2 (4,2%)
Total: 47 participantes
GRÁFICO 1 - Representativo dos idosos com mais de oitenta anos participantes da
campanha de vacinação sazonal 2010 em Bragança Paulista, segundo gênero.
Com relação aos problemas de saúde a hipertensão arterial foi a doença crônica
mais freqüente sendo encontrada em 30 pessoas (63,8 %), seguido de cardiopatias 19
(40,4%), cataratas 19 (40,4%), reumatismo 18 (38,3%), problemas de coluna 18
(38,3%), 11 (23,4%) diabetes mellitus, 8 (17%) asma ou bronquite, 8 (17%) obesidade e
4 (8,5%) AVE (GRÁFICO 2). As mulheres participantes do estudo apresentaram maior
prevalência de doenças crônicas em relação aos homens, sendo a média das mulheres
foi de 5,1 e dos homens 3,7% doenças crônicas relatadas.
GRÁFICO 2: Análise da prevalência de Doenças Crônicas entre idosos com mais de 80
anos participantes da campanha de vacinação sazonal 2010 em Bragança Paulista.
63,8%
40,4% 40,4% 38,3% 38,3%
23,4%17% 17%
8,5%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
Doenças Crônicas
Hipertensão
Cardiopatia
Catarata
Reumatismo
Problema de Coluna
Diabetes
Asma/Bronquite
Obesidade
AVE
47%
53%
42%
44%
46%
48%
50%
52%
54%
Sexo
Homens
Mulheres
Os resultados também mostraram que as quedas não são freqüentes nos idosos
mais velhos, somente 16 pessoas (34%) relataram queda no último ano (GRÁFICO 3).
As atividades físicas eram praticadas por apenas 17 pessoas (36,2%).
GRÁFICO 3: Representativo da prevalência de quedas no ultimo ano de idosos com
mais de 80 anos participantes da campanha de vacinação sazonal 2010 em Bragança
Paulista.
Quanto à funcionalidade, a Escala KATZ mostrou que nenhum dos 47
indivíduos referiram dificuldades para tomar banho sozinho ou para higiene pessoal, 97,
9 % (46 pessoas) conseguiam se alimentar sem assistência, 95,7% (45 pessoas) vestiam-
se sem assistência, 93,6% (44 pessoas) referiram que deitam, levantam-se e sentam sem
assistência e 74,5% (35 pessoas) relataram ter controle de esfíncter completo. Quando
analisado como um escore total, caracterizando como independente aqueles que não
referiam nenhuma dificuldade em nenhuma das AVD listadas no instrumento de
avaliação, observou-se que os idosos mostraram 74,4% de independência no geral das
atividades funcionais (GRÁFICO 4).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
sim não
34%
66%
sim
não
GRÁFICO 4: Representativo da prevalência de dificuldades nas Atividades de Vida
Diária – KATZ de idosos com mais de 80 anos participantes da campanha de vacinação
sazonal 2010 em Bragança Paulista.
Na escala de atividades instrumentais de vida diária de LAWTON, com relação
a usar o telefone 28 pessoas (59,6%) recebem e fazem ligações sem assistência, 11
pessoas (23,4%) precisam de assistência para ligações ou uso de telefone especial e 8
pessoas (17%) são incapazes de usar o telefone sozinhas; para viagens 11 pessoas
(23,4%) viajam sozinhas, 29 pessoas (61,7%) viajam exclusivamente acompanhada e 7
pessoas (14,9%) são incapazes de viajarem sozinhas; para compras 22 pessoas (46,8%)
fazem sozinho, 16 pessoas (34%) fazem acompanhado e 9 pessoas (19,1%) são
incapazes de fazer compras sozinho; para preparo das refeições 27 pessoas (57,4%)
planejam e cozinham refeições completas, 14 pessoas (29,8%) só preparam refeições
pequenas e 6 (12,8%) são incapazes de preparar refeições; para o trabalho doméstico 13
pessoas (27,7%) realizam tarefas pesadas, 27 pessoas (57,4%) realizam tarefas leves e
com ajuda nas pesadas e 7 (14,9%) são incapazes de realizarem trabalhos domésticos;
no uso de medicações 36 pessoas (76,6%) tomam remédios sem assistência, 6 pessoas
(12,8%) necessitam de lembretes ou de assistência e 5 pessoas (10,6%) são incapazes de
tomar remédio sozinho; e no manejo do dinheiro 31 pessoas (66%) preenchem cheque,
usam dinheiro e pagam as contas, 13 pessoas (27,7%) necessitam de assistência para
cheques, dinheiro e contas e 3 pessoas (6,4%) são incapazes de manejar dinheiro
sozinhos (GRÁFICO 5).
25,50%
2,10%
6,30%
2,10% 4,20%
2,10%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
continência
alimentação
transferência
higiene pessoal
vestuário
banho
GRÁFICO 5: Representativo da dificuldade de idosos com mais de 80 anos na
realização de Atividade de Vida Instrumental Diária segundo escala de (LAWTON).
A Escala de Depressão Geriátrica mostrou que 72,3% (n=34) não apresentavam
nenhum sinal de depressão, 25,5% (n=12) apresenta sinais de depressão leve e 2,2%
(n=1) apresenta sinal de depressão severa(escore maior de 10 pontos).
E por fim, no Mini-Exame do Estado Mental apresentaram uma média de 19,91
pontos (± 7,13), sendo a pontuação mínima 0 e a máxima 29 pontos.
40,50%
76,50%
53,20%
42,60%
72,30%
23,50%
34,10%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
Usar
Telefone
Viajar Fazer
Compras
Preparar
Refeições
Trabalho
Doméstico
Tomar
Medicações
Manipular
Dinheiro
5. DISCUSSÃO
O envelhecimento populacional é hoje um proeminente fenômeno mundial. Isto
significa um crescimento mais elevado da população idosa com relação aos demais
grupos etários. (CAMARANO, 2001).
Pesquisas realizadas pelo IBGE revelam que o crescimento da população idosa,
entre 2000 e 2020, será de 81,4%, atingindo o número absoluto de 26,3 milhões de
pessoas acima dos sessenta anos de idade. Em 2050, esse número alcançará 64 milhões
(ROSA et al 2010).
Os octogenários representam em subgrupo especial de idosos, em que a
limitação do tempo de vida é conseqüência da idade avançada, o que dificulta qualquer
índice de sobrevivência. (AYAMA, 2002).
Os resultados do presente estudo mostraram que há um predomínio de mulheres
participantes da campanha de vacinação (53,2%), informação que vai ao encontro aos
dados do IBGE, que mostra uma população de mulheres com mais de 80 anos de
61,3%, e este predomínio aumenta quando se trata de mulheres com mais de 90 anos
(67,2%), e mais ainda com mulheres a partir dos 100 anos (89,9%).
A feminilização do envelhecimento é situação atual em que o número absoluto
de idosas, quando confrontado com o de homens de 65 anos e mais, tem sido superior.
Esse fato é decorrente de situação de mortalidade diferencial por sexo que prevalece
desde 1950, somando seis anos a mais de vida para as mulheres. Estudos com idosos
brasileiros de 80 anos ou mais têm verificado alta prevalência de viúvas, com
predomínio das mulheres e maior número de casados entre os homens (INOUYE,
2007).
Soares et al (2009), verificou em seu estudo que as doenças crônicas são comuns
entre idosos de 80 anos ou mais e se encontram mais frequentemente entre as mulheres,
uma vez que buscam mais atendimento à saúde e têm maior probabilidade de ter o
diagnóstico médico. Informação que ratifica os resultados do estudo.
No estudo de Soares et al (2009), as comorbidades mais frequentes foram:
problemas de coluna (43,7%), hipertensão arterial (43,5%), problemas de visão (42,2%),
problemas de circulação (37,5%) e problemas para dormir (36,4%). Dados divergentes
foram obtidos no estudo baseado na PNAD, o qual evidenciou o predomínio de
artrite/reumatismo (49,2%), hipertensão arterial (48,9%), doenças do coração (26,5%) e
diabetes mellitus (12,7%). Ambos os estudos tiveram como resultado os mesmos
problemas de saúde relatados pelos idosos participantes do inquérito, porém as mais
frequentes foram a hipertensão arterial (63,8 %), cardiopatias (40,4%), cataratas
(40,4%), reumatismo (38,3%) e problemas de coluna (38,3%).
O número de idosos participantes do inquérito que relatou queda no ultimo ano, foi de
34%, o que vai de encontro às informações de Perracini (2003), que em seu estudo, cita que
no Brasil, 30% dos idosos acima de 60 anos relata quedas no ultimo ano e os idosos
com mais de 80 anos são mais predispostos a sofrerem quedas prolongadas. O fator
idade associado a dificuldades em atividades de vida diária, disfunções em membros
inferiores, uso de sedativos e o fato de morar sozinhos ou permanecerem por longos
períodos do dia ou noite desacompanhados, agrava a possibilidade de quedas.
Perracini (2003), relata ainda que um dos fatores de risco para quedas graves, é a
idade maior ou igual a 75 anos, e nesta faixa de idade a maior parte das quedas são
acidentais, recorrentes e com lesões sérias.
Hoje, buscar identificar o perfil dos idosos mais vulneráveis a cair e distinguir
quais terão maior suscetibilidade a sofrerem uma lesão grave decorrente deste evento,
pode ajudar a diminuir a prevalência de quedas recorrentes, e consequentemente a
probabilidade de perda de capacidade funcional, e posteriormente, por que não, a
possibilidade de fragilidade (PERRACINI, 2003)
Camargo et al, em seu estudo averiguou que a medida que aumenta a idade, a
porcentagem de anos a serem vivido livres de incapacidade nas AVD’s, diminui, ao
passo que os anos com incapacidade funcional e dependências aumentam.
Em estudo realizado na cidade de Uberaba, 2009, Soares et.al (2009) avaliaram
um grupo de 271 octagenárias e no Índex de Atividades de Vida Diária de Katz 13,9%
apresentaram dificuldades com a alimentação, 24,3% com relação ao banho, 26,3% nas
transferências, 16,9% com higiene pessoal, 20,1% para vestir-se e 17,6% com controle
de esfíncteres.
No presente estudo, os idosos apresentaram independência muito satisfatória em
relação às AVDs, pois menos de 7% relatou dificuldades a não ser em relação a controle
de esfíncteres, que 21,2% dos idosos relatou ter acidentes ocasionais em relação à
continência.
Costa EC, Nakatani AYK, Bachion MM (2006) realizaram um estudo de
pesquisa descritiva realizada no Distrito Sanitário Leste do Município de Goiânia (GO),
na sua mais recente área de implantação de PSF. Foi utilizada a escala de Lawton, para
mensurar a capacidade em desenvolver as Atividades Instrumentais de Vida Diária
(AIVD). Os resultados mostraram em relação às AIVD, que houve três nas quais os
idosos tinham mais dependência, necessitando de ajuda: manuseio de dinheiro (73,9%),
uso de meios de transporte (72,5%) e trabalho doméstico (40,6%). Esses resultados se
assemelham com este estudo com relação às atividades instrumentais de vida diária que
os idosos apresentam dificuldades (76,5%) para viajar, (72,3%) para realizar trabalhos
domésticos, (53,2%) para fazer compras, (42,6%) para preparar refeições, (40,5%) para
usar o telefone, exceto com relação ao dinheiro, neste caso, no presente estudo foi para
realizar compras. Houve uma diferença significativa ao avaliar a necessidade de ajuda
com relação ao dinheiro nos dois estudos, sendo no presente apenas 34,1%. Acredita-se
que esse fato se deve ao pequeno número de octagenários do estudo acima.
Segundo descrito no Caderno de Atenção Básica, 2009, no Brasil, a prevalência
de depressão entre as pessoas idosas varia de 4,7 a 36,8% e é considerado um dos
transtornos psiquiátricos mais comuns entre as pessoas idosas e necessita ser avaliada.
As mulheres apresentam prevalências maiores que os homens numa proporção
de 2:1 e quanto mais grave o quadro inicial, aliado a não existência de tratamento
adequado, pior o prognóstico.
Lebrão et al (2005), avaliou 2 143 idosos acima de 60 anos no projeto SABE em
São Paulo, e segundo a Escala de Depressão Geriatrica verificou-se prevalência de 13%
de idosos com sinais de depressão a partir dos 75 anos (LEBRÃO, 2005). Resultado que
vai de encontro ao achado no presente estudo que mostra que 27,7% dos idosos
avaliados apresentaram algum sinal de depressão (leve e grave).
Já Brito (2009), em avaliação realizada no dia de vacinação contra gripe sazonal
de 2006, averiguou que 29,6% dos entrevistados teve escore considerado possível caso de
depressão, porém não relata a classificação dos sinais (leve ou grave).
Laks et al (2003), em seu estudo, avaliaram idosos residentes na comunidade de
Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro (n=341; m=109, f=232) com MEEM. Eles
dividiram a amostra em idosos jovens (65-84 anos) e idosos velhos (>85 anos) e
escolaridade (analfabetos, alfabetizados). Os resultados mostraram média da idade dos
idade dos idosos velhos foi 88,00 ± 4,90 anos e o MEEM=16,90 ± 4,96.
Ainda segundo LAKS et al (2003) a escolaridade exerce um impacto direto
sobre o desempenho cognitivo avaliado pelo MEEM nesta amostra de idosos jovens e,
embora os resultados dos idosos velhos sejam apenas descritos sem tratamento
estatístico.
Com relação ao estado cognitivo, os avaliados no presente estudo apresentaram
uma média de 19,91 pontos (± 7,13) no MEEM, o que demonstra melhor capacidade
cognitiva que a do estudo de LAKS.
No sentido de conhecer bem a população dos idosos mais velhos, um dos pontos
mais relevantes é caracterizar quanta morbidade e disfunção estará presente nesta
população cada vez mais freqüente. Reconhecer através de avaliações específicas, as
disfunções cognitivas, determina a prevalência de demência e de perda cognitiva leve
entre os idosos. Há ainda no Brasil poucos estudos tanto de prevalência de leves
problemas cognitivos quanto de prevalência de graves demências (VERAS, 2008).
A avaliação das condições de vida e nível de independência em octogenários é
de grande importância cientifica e social, pois permite graduar a satisfação do idoso em
relação a sua qualidade de vida, direcionando a implementação de políticas públicas
voltadas para a promoção de saúde, considerando as variáveis de distintos campos,
numa atuação interdisciplinar e multidimensional (AYAMA, 2002). Neste sentido
reside a importância do presente estudo, onde se quis identificar e dar a possibilidade de
futuras intervenções favoraveis na melhora da qualidade de vida da população idosa.
6. CONCLUSÃO
Os idosos com mais de 80 anos de Bragança-Paulista apresentam boa capacidade
funcional na realização das AVDs, com dificuldade mais observada na tarefa de
continência. Apresentaram dificuldades em AIVDs em relação a viagens, compras e
realização de trabalhos domésticos.
Demonstraram também uma boa capacidade cognitiva, no entanto, apresentaram
índice elevado de sinais de depressão, quando comparados a idosos da mesma faixa
etária de outras amostras.
Fica também a sugestão para realização de uma pesquisa mais aprofundada com
essa população, investigando os problemas de maior prevalência e suas reais
características, que neste estudo, por ser muito amplo, não puderam ser abordados com
maiores detalhes.
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