anÁlise e indicadores de sustentabilidade · económicos de um dado espaço nacional 2)rendimento...
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Sumário
Sustentabilidade económica:
Indicadores de sustentabilidade geral e agrícola ao nível
macroeconómico.
Limitações e alternativas aos indicadores clássicos de
avaliação de sustentabilidade ao nível macroeconómico.
Bibliografia:
PALMA, C. e MEIRELES, M. Indicadores de sustentabilidade. Prospectiva e
planeamento. Vol. 15 (2008). 177-206.
Contabilidade Nacional
O Sistema Nacional de Contas (SNC), constitui a
principal fonte de informação acerca das economias,
sendo largamente usado na avaliação do
desempenho económico e na análise política em
todos os países.
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)
Mede o desempenho global de uma economia:
Valor monetário de todos os bens e serviços produzidos num país num determinado ano, com os recursos de terra, trabalho e capital de que dispõe.
O PIB pode ser medido de três formas
distintas
1)PRODUTO 2) RENDIMENTO 3) DESPESA
∑ VAB
Salários
Juros e rendas
Lucros
Impostos Indiretos
Amortização
Consumo Privado (C)
Investimento privado (I)
Gastos Públicos (G)
Exportações – Importações (X-M)
1)Valor do produto = Somatório do Valor Acrescentado gerado por todos os agentes económicos de um dado espaço nacional
2)Rendimento dos fatores que originam o produto
3)Utilização do produto
Critérios da sustentabilidade agrícola
à escala nacional
Rendimento
Produtividade
Contribuição do setor para a economia
Dependência externa– relação entre o valor das
exportações e das importações de produtos
agrícolas
Indicadores clássicos de sustentabilidade
da agricultura à escala nacional
Critérios Indicadores (Ex.)
Rendimento Índice de preços no produtor/Índice de inflação
Produtividade Produtividade do trabalho
Contribuição do setor para a economia Valor Acrescentado Agrícola/Valor
Acrescentado Total
Dependência externa Taxa de cobertura das importações pelas
exportações (txcob):
Comparação entre Portugal e a UE
Indicadores Portugal UE
Índice de preços no produtor/Índice de
inflação
1,05 0,86
Produtividade do trabalho (€/h) 17,1 32,1
Valor Acrescentado Agrícola/PIB (%) 2,3 1,6
Taxa de cobertura das importações de
produtos agrícolas pelas exportações
0,37 1,03
Fonte: INE e Eurostat
A necessidade de indicadores de desenvolvimento
sustentável mais robustos
À medida que o conceito de desenvolvimento sustentável foi
sendo interiorizado pelas instituições, sentiu-se a necessidade de
avaliar o desempenho das economias com base em indicadores
mais versáteis do que os indicadores meramente económicos
como o PIB (Produto Interno Bruto).
É atualmente consensual que este indicador não reflete
necessariamente o bem-estar social e que a sua evolução ao longo
do tempo não permite avaliar a sustentabilidade do
desenvolvimento.
Limitações do uso das contas nacionais na avaliação da
sustentabilidade económica dos países
Enquanto, por exemplo, o rendimento da
extracção de minerais ou da colheita de
madeira das florestas é incluído nas
contas nacionais, o consequente
esgotamento desses minerais ou activos
florestais não.
PIB e ambiente
O Sistema Nacional de Contas clássico não
considera:
Depreciação do capital natural
Serviços prestados pelos ecossistemas
Atividades de combate à degradação ambiental
Limitações do PIB
1. Não é uma boa medida de bem-estar humano:
Considera apenas as atividades económicas de mercado, ou seja, aquelas às quais podem ser atribuídos preços;
Uma vasta gama de atividades não-monetárias é omitida: tarefas domésticas e familiares, trabalho comunitário voluntário, atividades de lazer etc.
Atividades Monetárias e Não-monetárias
FIRMAS FAMÍLIAS
Trabalho e
Capital
Bens e
Serviços
Trabalho e
Capital
Bens e
Serviços
$ $
$ $
Atividades Monetárias
Atividades Não-monetárias
Esfera Humana
BIOSFERA
Esfera Comunitária Doméstica Familiar
Retirado de: http://slideplayer.com.br/
Limitações do PIB
2. Inclui fluxos monetários que correspondem a decréscimo no bem-estar, isto é são contabilizadas atividades que aumentam o PIB mas reduzem do bem-estar (ex: os acidente viários geram atividades de reparação tais como serviços mecânicos, seguro, custos de transação, despesas médicas, etc.)
Medir e deduzir despesas defensivas: gastos resultantes de atividades destinadas a eliminar, mitigar ou evitar danos causados por uma atividade económica.
Limitações do PIB
3. Negligencia a depreciação do capital natural:
Apenas integra a depreciação do capital físico;
Produto Interno Líquido (PIL) = PIB - depreciação do capital físico
A depreciação do capital natural, ao ser subtraído ao PIB, levaria em conta a exaustão e degradação dos recursos naturais renováveis e não-renováveis;
Esta abordagem torna-se difícil na prática devido à necessidade de valorar a variação da qualidade dos atributos ambientais (Valoração Económica Ambiental).
Vias para melhorar a avaliação da
sustentabilidade económica
Recolha, ad hoc, de indicadores para um alargado número de problemas e de assuntos relevantes para a sustentabilidade - Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS);
Integração do capital natural nas contas nacionais – Sistema Integrado de Contas Ambientais e Económicas
Definição de um conjunto restrito de indicadores extremamente agregados
Recolha, ad hoc, de indicadores
Associado a diversos conjuntos nacionais de indicadores, à Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, ou ao Eurostat;
Não é diretamente comparável ao SNC, sobre o qual se baseia a análise económica;
Os indicadores produzidos podem ser úteis, sobretudo se tratarem aspetos considerados críticos da sustentabilidade.
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) da Estratégia
Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS)
7 Objetivos estratégicos
1. Sociedade do conhecimento
2. Crescimento, competitividade e eficiência energética
3. Melhor ambiente e valorização do património natural
4. Equidade e coesão social
5. Melhor conectividade internacional e Valorização do território e
6. Participação ativa na cooperação internacional
7. Administração Pública eficiente
80 indicadores
Objetivo Estratégico 3. Melhor ambiente e valorização do património
Prioridades Estratégicas 3.4. Solo
Indicadores / designação 43. Produção agrícola certificada (% SAU)
Observações Quantificação do total de área agrícola em modos de produção específica -
modo de produção biológico e modo de produção integrado.
Agricultura em modo de produção biológico
Ano Portugal Continental UE27 (s) UE15 (s)
Total - ha %SAU %SAU %SAU
1994 7.183 0,2 : :
1995 10.192 0,3 : :
1996 9.182 0,2 : :
1997 12.193 0,3 : :
1998 29.533 0,8 : :
1999 47.974 1,3 : :
2000 50.001 1,3 : 3,0
2001 70.857 1,9 : 3,5
2002 91.006 2,5 : 3,9
2003 120.729 3,3 : 4,0
2004 169.894 2,0 : 4,1
2005 212.376 5,8 3,6 4,2
2006 215.145 5,9 3,7 4,4
2007 233.475 6,6 4,0 4,6
2008 212.462 5,9 4,4 5,0
2009 157.168 4,2 4,7 5,3
2010 210.981 5,8 : : Fonte: MAMAOT (Portugal); Eurostat
: não disponível; (s) estimativa do Eurostat
Última atualização: 12.03.2012
Síntese de evolução
IDS Tendência Evolução do
último ano
Comparação
com UE
43. Produção agrícola certificada (% SAU) = J = J J
Ano
VAB da agricultura, floresta e pesca
preços constantes de 2005
UE27 Portugal UE27 Portugal
Milhões de euros Taxa de variação
anual (%)
1995 163.157 4.227 : :
1996 168.858 4.416 3,5 4,5
1997 173.224 4.016 2,6 -9,1
1998 173.339 3.844 0,1 -4,3
1999 180.164 4.027 3,9 4,8
2000 179.521 3.841 -0,4 -4,6
2001 178.570 3.707 -0,5 -3,5
2002 178.910 3.812 0,2 2,8
2003 171.255 3.721 -4,3 -2,4
2004 190.480 3.930 11,2 5,6
2005 180.980 3.719 -5,0 -5,4
2006 180.296 3.810 -0,4 2,4
2007 179.260 3.643 -0,6 -4,4
2008 184.436 3.759 2,9 3,2
2009 187.643 3.765 1,7 0,1
2010 186.883 3.704 -0,4 -1,6
3.200
3.400
3.600
3.800
4.000
4.200
4.400
4.600
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
(2) (1)
VAB da agricultura, floresta e pesca (milhões de euros, a preços de 2005)
UE27 (1) Portugal (2)
Síntese de evolução
= L = L L73. Valor Acrescentado Bruto (VAB) da
agricultura, silvicultura e pesca
Comparação com UEEvolução do último anoTendênciaIDS
Objetivo Estratégico
Prioridades Estratégicas
Indicadores / designação
5. Melhor conectividade internacional do país e valorização equilibrada do território
5.2. Desenvolvimento Regional
73. Valor Acrescentado Bruto (VAB) da agricultura, silvicultura e pesca
Capital natural e contas nacionais
Reconhecimento da necessidade de considerar o
capital natural sujeito a formação e esgotamento tal
como qualquer outro capital físico e de medir o custo
ambiental da actividade económica
Divisão de Estatística das Nações Unidas
propõe em 2003 o Sistema Integrado de
Contas Ambientais e Económicas (SEEA)
Contas ambientais
Objetivos:
Integração da noção de desenvolvimento sustentável pelos diversos
governos.
Proporcionar aos decisores políticos indicadores e estatísticas
descritivas que permitam a monitorização tanto da interação entre o
ambiente e a economia, como do progresso na concretização dos
objetivos ambientais.
Proporcionar uma base quantitativa para o planeamento estratégico
e para a análise política de modo a identificar as trajetórias de
desenvolvimento sustentável, assim como os instrumentos de política
apropriados para atingir essas mesmas trajetórias.
Categorias principais do SEEA
1. Contabilização de ativos ambientais em volume e
valor;
2. Contabilização de fluxos de poluição, serviços e
materiais;
3. Despesa na proteção ambiental e na gestão dos
recursos.
Contabilização do capital natural: a
abordagem das contas satélites
Contabilidades adicionais ou “satélites” concebidas para lidar com os impactos da atividade económica nos recursos naturais e ambiente, sem alterar a estrutura fundamental da contabilidade nacional padrão.
As contas satélites incluem bens naturais explorados tais como recursos biológicos cultivados, terra cultivadas, reservas de subsolo exploradas, bem como bens ambientais não-exploradas como recursos biológicos não-cultivados, terra não-cultivadas, água e ar.
Uma vantagem das contas satélites é que a exaustão de certo capital natural crítico, tal como água potável, pode ser identificada e acompanhada.
Contas ambientais em Portugal
Contas Nacionais
Conta Satélite do Ambiente
• Contas de emissões atmosféricas
• Contas de energia
• Contas de fluxos de materiais
• Impostos com relevância ambiental
Nota: As contas satélite limitam-se quase exclusivamente a uma
contabilização de fluxos.
Indicadores agregados
Indicadores monetários;
Indicadores monetários “híbridos”;
Indicadores ambientais;
Indicadores de qualidade de vida.
Produto Interno Líquido Ajustado
Ambientalmente
Exemplo 1- Environmentally-adjusted net domestic product (EDP):
EDP = PIL – depreciação do capital físico
– depreciação do capital natural
Requer estimativa do valor monetário para a depreciação do capital natural;
Dificuldade devida a falta de dados em muitos países.
Indicadores monetários
Redefine e mede o consumo de forma a que este
traduza melhor o bem-estar, adicionando bens e
serviços não transacionadas no mercado e
subtraindo factores incluídos no consumo mas
considerados prejudiciais ao bem-estar.
Cálculo do GPI
GPI = (C/D)+(E+F+G)-(H+I+J+K+L+M)+(V+W)
C - Consumo
D - Índice de desigualdade na distribuição do rendimento
E - Trabalho doméstico e voluntário
F -Tempo de lazer
G – Despesas públicas não defensivas
H - Custo da deslocação para o local de trabalho
I - Despesas privadas defensivas
J - Diferença entre a despesa em bens de consumo duráveis e o fluxo de serviços que eles
proporcionam
K - Custos associados ao divórcio, ao crime e ao subemprego
L – Custos do esgotamento de recursos naturais
M - Custos da degradação ambiental
V - Investimento líquido em capital
W - Empréstimos estrangeiros líquidos
Referências
PALMA, C. e MEIRELES, M. (2008). Indicadores de sustentabilidade.
Prospectiva e planeamento. Vol. 15. 177-206.
PEARCE, D.; MARKANDYA, A. e BARBIER, E. (1989). Blueprint for a Green
Economy, Earthscan.
PEARCE, D. e TURNER, R. (1990). Economics of Natural Resources and the
Environment, Harvester Weatsheaf.