anÁlise econÔmico-financeira amigãolins...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Ciências Contábeis
Dhiego dos Santos
Mariélen Laura Alves de Oliveira
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
Amigãolins Supermercados Ltda. – Lins/SP
LINS – SP
2010
DHIEGO DOS SANTOS
MARIÉLEN LAURA ALVES DE OLIVEIRA
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis sob a orientação do Prof. M.Sc. Irso Tófoli e orientação técnica da Profª M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva.
LINS – SP
2010
Santos, Dhiego dos; Oliveira, Mariélen Laura Alves de
Análise Econômico-Financeira: Amigãolins Supermercados Ltda / Dhiego dos Santos; Mariélen Laura Alves de Oliveira. – – Lins, 2010.
95p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2010
Orientadores: Irso Tófoli; Heloisa Helena Rovery da Silva
1. Índices Financeiros. 2. Demonstrações Contábeis. 3. Análise Financeira. 4. Tomada de Decisão. 5. Amigãolins Supermercados Ltda. I Título.
CDU 657
S234a
DHIEGO DOS SANTOS
MARIÉLEN LAURA ALVES DE OLIVEIRA
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovada em: ____/____/____
Banca Examinadora:
Prof. Orientador Irso Tófoli
Titulação: Mestre em Administração pela CNEC / Faceca - MG
Assinatura: _______________________________________________________
1ª Prof(a): ________________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________
_________________________________________________________________
Assinatura: _______________________________________________________
2ª Prof(a): ________________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________
_________________________________________________________________
Assinatura: _______________________________________________________
Dedico este trabalho... Dedico este trabalho... Dedico este trabalho... Dedico este trabalho...
............A Deus.A Deus.A Deus.A Deus.
Sem a Sua presença divina em minha vida, nada disso seria possível!
............A minha querida e amadaA minha querida e amadaA minha querida e amadaA minha querida e amada mãe. mãe. mãe. mãe.
Por seu amor e dedicação, que me acompanha a cada momento de minha vida.
Sempre esteve pronta a me ajudar e incentivar, mesmo em meio às dificuldades
desempenhou o papel de mãe, pai e amiga ao mesmo tempo. Não existem palavras
suficientes que possam descrever o quanto a amo e sou grata. Agradeço por seu amor e
apoio incondicional.
............Ao meu querido pai, EdílsonAo meu querido pai, EdílsonAo meu querido pai, EdílsonAo meu querido pai, Edílson (in memoriam) (in memoriam) (in memoriam) (in memoriam)....
Partiu antes do início dessa etapa de minha vida, cedo demais... Mas tenho
certeza que se orgulhou de mim! Os maravilhosos anos que esteve ao meu lado, foram
suficientes para me ensinar os valores que realmente importam e devem me acompanhar
à cada novo dia: dedicação, compromisso, esforço, responsabilidade, zelo, humildade,
respeito, dentre tantas outras qualidades que me servem de exemplo. Obrigada Pai!
Você sempre estará em meu coração! Cada nova conquista em minha vida será dedicada
à você!
............Ao meu noivo, Marcos.Ao meu noivo, Marcos.Ao meu noivo, Marcos.Ao meu noivo, Marcos.
Sempre presente, paciente e compreensivo, fazendo parte de cada momento
dessa jornada, comemorando comigo minhas conquistas, me apoiando nos desafios e
encorajando nas dificuldades. Compartilhamos momentos felizes e às vezes difíceis,
porém sempre prevaleceu o companheirismo, o carinho e o amor. Agradeço por tudo!
............Aos meus familiares e amigos.Aos meus familiares e amigos.Aos meus familiares e amigos.Aos meus familiares e amigos.
E a todos que torceram por mim e me ajudaram, direta e indiretamente, nesta
conquista, em especial a Ir. Ângela.
Mariélen LauraMariélen LauraMariélen LauraMariélen Laura
Dedico este trabalho a mDedico este trabalho a mDedico este trabalho a mDedico este trabalho a minha amada famíliainha amada famíliainha amada famíliainha amada família
Dedico a realização desse trabalho a toda minha família, que sempre me
apoiou em todos os momentos quando necessário, em especial meus pais que com
muita sabedoria e paciência souberam me conduzir pelo melhor caminho.
Muitos momentos difíceis e felizes foram com minha família
compartilhados neste período de estudo, experiências essas que me fortaleceram,
com paciência, confiança e muita dedicação.
DhiegoDhiegoDhiegoDhiego
AgradecAgradecAgradecAgradecemos...emos...emos...emos...
A Deus por nos ter concedido a dádiva da vida, pela sabedoria dada a nós nos
momentos de angústia e temor. Agradecemos pela saúde, disposição e oportunidade
para concluirmos mais essa etapa, e por nos dar forças e coragem para superar os
obstáculos e desafios encontrados no decorrer dessa jornada,
Aos nossos Pais, que nos educaram e ensinaram a viver com honestidade e
responsabilidade.
Aos nossos orientadores Prof. Irso e Prof.ª Heloisa que através de sua sabedoria
nos inspiraram a prosseguir e vencer esse desafio, muito obrigado pela paciência,
dedicação e carinho.
Aos professores, por compartilharem conhecimento e experiência ao longo do
curso.
A empresa Amigãolins por abrir as portas para a realização da pesquisa, aos
sócios Júnior e Bressan, e aos funcionários, em especial à Eliane Schimith e Laura
Taconi, que dispuseram de seu tempo para nos ajudar na concretização desse trabalho.
Aos nossos amigos, que desde o início estão envolvidos, de alguma maneira,
conosco. Foi muito bom compartilhar estes momentos com vocês, e de alguma forma
fazer parte de suas vidas.
E a todos que colaboraram nessa jornada, nosso muito obrigado!
Dhiego e MariélenDhiego e MariélenDhiego e MariélenDhiego e Mariélen
RESUMO O atual cenário da economia, somado à concorrência cada vez mais acirrada entre as empresas que buscam obter melhores resultados, desencadeia a necessidade de instrumentos que auxiliem nas tomadas de decisões. Neste cenário, destaca-se como ferramenta a análise das demonstrações contábeis, que proporciona aos gestores informações suficientes para avaliar o potencial e desempenho da empresa. A análise traduz os dados das demonstrações contábeis em informações que permitem avaliar o desempenho dos negócios e verificar a evolução das contas patrimoniais no decorrer de determinados períodos. Por meio da análise dos índices financeiros, a empresa pode fazer comparações com outras empresas do mesmo porte e ramo de atividade, podendo comparar e identificar seus pontos fortes e fracos, visando sempre obter o lucro. Nos relatórios de análise, apresentam-se os principais demonstrativos que são base e sustentação do analista, bem como descrevem-se variadas técnicas de análise, e alguns procedimentos de como elaborar a análise das demonstrações contábeis, onde se observa que não é preciso apenas saber calcular os índices, mas também saber como interpretá-los e adequá-los a cada empresa ou usuário específico. O Amigãolins Supermercados Ltda. é uma empresa que se destaca no ramo varejista da cidade de Lins e vem conseguindo expandir seus negócios nas cidades da região de forma rápida nos últimos anos, buscando sempre o crescimento e perpetuidade no mercado. Através da análise financeira realizada na empresa estagiada, comprovou-se que a aplicação das técnicas mencionadas, aliada à interpretação adequada com a realidade da empresa, proporciona aos gestores as informações necessárias para que a empresa continue a atuar no mercado. Palavras-chave: Índices Financeiros. Demonstrações Contábeis. Análise Financeira. Tomada de Decisão.
ABSTRACT The current scenery of the economy, added more and more to the competition intransigent among the companies that look to obtain better results, it unchains the need of instruments that auxiliary in the took decisions. In this scenery, it is as tool the analysis of the accounting demonstrations that provides to the managers enough informations to evaluate the potential and acting of the company. The analysis translates the data of the accounting demonstrations in information that allow to evaluate the acting of the businesses and to verify the evolution of the patrimonial bills in the go of determined periods. Through the analysis of the financial indexes, the company can make comparisons with other companies of the same load and activity branch, could compare and to identify its strong and weak points, always seeking to obtain the profit. In the analysis reports, they are presented demonstrative principal that they are base and the analyst's sustenance, as well as they are described varied analysis techniques, and some procedures of like to elaborate the analysis of the accounting demonstrations, where it is observed that is not just necessary to know to calculate the indexes, but also to know like to interpret them, and adapt them to each company or specific user. Amigãolins Supermercados Ltd. it is a company that it is detailed in the retail branch of the Lins’s city and it is getting to expand its businesses in the cities of the area in a fast way in the last years, always looking for the growth and perpetuity in the market. Through the financial analysis accomplished in the company staged, it is comproved that the application of the mentioned techniques, allied the appropriate interpretation with the reality of the company, provides to the managers the necessary informations for that the company continues to act at the market. Keywords: Financial indexes. Accounting demonstrations. Financial analysis. Electric outlet of Decision
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fachada do Amigãolins Supermercados Ltda. ............................. 16
Figura 2: Organograma da Empresa ........................................................... 20
Figura 3: Índice de Liquidez Geral ............................................................... 54
Figura 4: Índice de Liquidez Corrente .......................................................... 55
Figura 5: Índice de Liquidez Seca................................................................ 56
Figura 6: Índice de Liquidez Imediata .......................................................... 57
Figura 7: Índice de Participação de Capital de Terceiros............................. 58
Figura 8: Composição do Endividamento .................................................... 59
Figura 9: Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido............................... 60
Figura 10: Giro do Ativo ............................................................................... 65
Figura 11: Rentabilidade do Ativo ................................................................ 67
Figura 12: Rentabilidade do Patrimônio Líquido .......................................... 68
Figura 13: Taxa de Retorno do Investimento............................................... 69
Figura 14: Resultado Positivo das Filiais ..................................................... 72
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Ciclo Operacional da Empresa ................................................... 63
Quadro 2: Ciclo Financeiro da Empresa ...................................................... 64
Quadro 3: Margens de Vendas por Unidade de Negócio ............................ 70
Quadro 4: Resultado de Cada Unidade de Negócio .................................... 72
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC: Ativo Circulante
AP: Ativo Permanente
APAS: Associação Paulista de Supermercados
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CE: Composição do Endividamento
CMV: Custo das Mercadorias Vendidas
ELP: Exigível a Longo Prazo
GA: Giro do Ativo
ICMS: Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
ILC: Índice de Liquidez Corrente
ILG: Índice de Liquidez Geral
ILI: Índice de Liquidez Imediata
ILS: Índice de Liquidez Seca
IIPL: Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido
IPCT: Índice de Participação de Capital de Terceiros
IPI: Imposto de Produtos Industrializados
LTDA: Limitada
MB: Margem Bruta
ML: Margem Líquida
MOP: Margem Operacional
PC: Passivo Circulante
PIB: Produto Interno Bruto
PL: Patrimônio Líquido
PMPC: Prazo Médio de Pagamento das Compras
PMRE: Prazo Médio de Renovação de Estoque
PMRV: Prazo Médio de Recebimento das Vendas
PP: Pontos Percentuais
RA: Rentabilidade do Ativo Total
RLP: Realizável a Longo Prazo
RPL: Rentabilidade do Patrimônio Líquido
TRI: Taxa de Retorno do Investimento
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................13
CAPÍTULO I – AMIGÃOLINS SUPERMERCADOS LTDA. .............................15
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA ......................................................................15
1.1 Missão....................................................................................................16
1.2 Visão ......................................................................................................17
1.3 Objetivo ..................................................................................................17
1.4 Área de Atuação.....................................................................................18
1.5 Layout.....................................................................................................19
1.6 Organograma .........................................................................................20
1.7 Expansão ...............................................................................................22
1.8 Perspectivas...........................................................................................23
CAPÍTULO II – ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ..................................24
2 CONCEITO DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA.......................24
2.1 A importância da análise econômico-financeira .....................................24
2.1.1 Planejamento Financeiro........................................................................26
2.2 Estrutura das Demonstrações Contábeis...............................................28
2.2.1 Balanço Patrimonial ...............................................................................29
2.2.1.1 Ativo ......................................................................................................29
2.2.1.1.1 Ativo Circulante..................................................................................30
2.2.1.1.2 Ativo Não Circulante ..........................................................................31
2.2.1.2 Passivo .................................................................................................31
2.2.1.2.1 Passivo Circulante .............................................................................32
2.2.1.2.2 Passivo Não Circulante......................................................................33
2.2.1.3 Patrimônio Líquido ................................................................................33
2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício .............................................34
2.3 Análise Horizontal e Vertical...................................................................35
2.3.1 Análise Vertical.......................................................................................35
2.3.2 Análise Horizontal ..................................................................................36
2.4 Indicadores Financeiros .........................................................................37
2.4.1 Índices de Liquidez.................................................................................38
2.4.1.1 Índice de Liquidez Geral .......................................................................39
2.4.1.2 Índice de Liquidez Corrente ..................................................................39
2.4.1.3 Índice de Liquidez Seca........................................................................40
2.4.1.4 Índice de Liquidez Imediata ..................................................................41
2.4.2 Índices de Endividamento ......................................................................41
2.4.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros.....................................42
2.4.2.2 Composição do Endividamento ............................................................43
2.4.2.3 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido.......................................43
2.4.3 Índices de Atividade ...............................................................................44
2.4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoque...............................................45
2.4.3.2 Prazo Médio de Recebimento das Vendas...........................................45
2.4.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras ...........................................46
2.4.3.4 Ciclo Operacional..................................................................................46
2.4.3.5 Ciclo Financeiro ....................................................................................47
2.4.3.6 Giro do Ativo .........................................................................................47
2.4.4 Índices de Lucratividade e Rentabilidade...............................................48
2.4.4.1 Lucratividade das Vendas.....................................................................49
2.4.4.2 Rentabilidade do Ativo Total .................................................................49
2.4.4.3 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ....................................................50
2.4.5 Análise da Taxa de Retorno Esquema Margem e Giro ..........................50
CAPÍTULO III – PESQUISA DE CAMPO.........................................................52
3 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA
AMIGÃOLINS SUPERMERCADOS LTDA. .....................................................52
3.1 Análise dos Indicadores Financeiros......................................................53
3.1.1 Índices de Liquidez.................................................................................53
3.1.1.1 Índice de Liquidez Geral .......................................................................54
3.1.1.2 Índice de Liquidez Corrente ..................................................................55
3.1.1.3 Índice de Liquidez Seca........................................................................56
3.1.1.4 Índice de Liquidez Imediata ..................................................................57
3.1.2 Índices de Endividamento ......................................................................58
3.2.1.1 Índices de Participação de Capital de Terceiros ...................................58
3.1.2.2 Composição do Endividamento ............................................................59
3.1.2.3 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido.......................................60
3.1.3 Índices de Atividade ..............................................................................61
3.1.3.1 Prazo Médio de Recebimento das Vendas...........................................61
3.1.3.2 Prazo Médio de Renovação de Estoque...............................................62
3.1.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras ...........................................62
3.1.3.4 Ciclo Operacional..................................................................................63
3.1.3.5 Ciclo Financeiro ....................................................................................64
3.1.3.6 Giro do Ativo .........................................................................................64
3.1.4 Índices de Lucratividade e Rentabilidade...............................................65
3.1.4.1 Lucratividade das Vendas.....................................................................66
3.1.4.2 Rentabilidade do Ativo Total .................................................................66
3.1.4.3 Rentabilidade do Patrimônio Líquido ....................................................68
3.1.5 Análise a Taxa de Retorno Esquema Margem e Giro ............................69
3.2 Análise do Desempenho das Filiais .......................................................70
3.3 Parecer Final ..........................................................................................73
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.....................................................................75
CONCLUSÃO...................................................................................................76
REFERÊNCIAS ................................................................................................78
APÊNDICES.....................................................................................................80
ANEXOS...........................................................................................................90
13
INTRODUÇÃO
As empresas desenvolvem suas atividades diárias mesclando ações de
decisões sobre os rumos futuros e, para tanto, necessitam dispor de uma base
de dados altamente confiável, pois sobre ela estabelecerá suas estratégias.
Dentre algumas, destaca-se a contabilidade como uma fonte precisa de
informações, porém, por si só não satisfaz o usuário. É necessário saber
interpretá-la.
As Demonstrações Contábeis constituem o conjunto básico de dados
que são organizados e publicados periodicamente pelas empresas, sendo de
extrema importância para as organizações que buscam a eficiência de seus
resultados, saber interpretar seus dados econômico-financeiros, com o intuito
de obter informações que proporcionem maior segurança no processo de
decisões.
Devido ao fato de as Demonstrações Contábeis serem dados
acumulados e organizados pelo sistema contábil para refletir o estado
patrimonial e desempenho econômico de organizações, requer-se que sua
leitura e interpretação sejam feitas através de determinadas técnicas, onde o
usuário da análise extrairá os dados necessários, interpretará e fará uso
adequado das informações.
O presente trabalho apresenta conceitos, importância e aplicação das
principais técnicas utilizadas na Análise das Demonstrações Contábeis,
especialmente o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo do Resultado do
Exercício, e tem como objetivo fazer um diagnóstico da situação econômica e
financeira da organização Amigãolins Supermercados Ltda.
O fator determinante para o tema desenvolvido foi o de aprofundar o
estudo, a fim de conhecer os métodos e técnicas para a análise econômico-
financeira de empresas do ramo de varejo supermercadista. Com base nesse
projeto, tem-se a possibilidade de analisar os indicadores financeiros mais
utilizados, avaliar o desempenho das filiais do Amigãolins Supermercados Ltda.
e observar os reflexos provocados nos resultados finais da empresa,
proporcionando aos gestores uma melhor interpretação dos dados financeiros.
14
A análise aplicada pela própria empresa torna-se mais rica em utilidade,
uma vez que as informações apresentam-se com maior grau de detalhamento
e há um conhecimento mais objetivo, específico e direto das relações de causa
e efeito das transações dos seus eventos econômicos.
Diante do exposto, fez-se necessário indagar:
A análise econômico-financeira permite verificar o grau de influência
exercido pelo desempenho das unidades de negócio nos resultados da
empresa Amigãolins Supermercados Ltda.?
A priori, surgiu a seguinte hipótese:
A adequada utilização da análise econômico-financeira permite verificar
o desempenho das Unidades de Negócio do Amigãolins Supermercado Ltda. e
sua influência no crescimento e desenvolvimento sustentável da empresa.
Para demonstrar, na prática, a veracidade da hipótese, foi realizada uma
pesquisa na empresa Amigãolins Supermercado Ltda., durante o período de
fevereiro a outubro de 2010.
Para a realização da pesquisa, foram utilizados os métodos: Estudo de
Caso, Observação Sistemática e Histórico, que estão descritos no Capítulo III.
O trabalho está assim estruturado:
Capítulo I – Relata a história da empresa, desde sua criação, expansão,
cenário atual e perspectivas.
Capítulo II – Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, com o objetivo de
conceituar teoricamente a contabilidade, a análise econômico-financeira e os
indicadores.
Capítulo III – Relata os resultados obtidos através da aplicação dos
índices financeiros e análise vertical e horizontal nas demonstrações contábeis
da empresa.
Conclui-se com a Proposta de Intervenção e Conclusão.
15
CAPÍTULO I
AMIGÃOLINS SUPERMERCADOS LTDA.
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A longa experiência profissional em conjunto com o interesse
empreendedor do Sr. Jorge Inácio dos Santos Júnior e do Sr. Valdir da Silva
Bressan, deram início à idéia de abertura de uma empresa, cujo objetivo não
era a construção de um simples prédio, mas uma loja moderna, confortável,
inovadora e com serviço de qualidade; diferenciais que atraíssem a atenção do
público de Lins e região. Conforme Giuliani (2005), as instituições varejistas
devem ser tão dinâmicas quanto as influências do ambiente externo, para que
possam atender as expectativas dos consumidores, em constante mudança.
Após a formação da sociedade, foi realizada a avaliação do mercado de
Lins e região, onde foi possível certificar-se da viabilidade do negócio e dar
andamento ao projeto.
Com o intuito de demonstrar a relação que a empresa desejava ter com
seus clientes, optou-se por um nome que expressasse o carinho e gratidão da
parte dos sócios. Surge o Amigãolins Supermercados Ltda., inscrita no CNPJ
05.774.403/0001-19 e IE 419.110.844.111, com sede na Rua Olavo Bilac, nº
62, Lins / SP.
Através de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), os sócios conseguiram os recursos financeiros
necessários para o fornecimento de equipamentos e serviços, a fim de iniciar
os trabalhos e inaugurar o supermercado.
Após muito planejamento e trabalho, no dia 23 de dezembro de 2003, o
Amigãolins Supermercados Ltda. foi inaugurado, apresentando a seus clientes
um visual moderno e bem distribuído com um amplo espaço e lojas diversas
que oferecem outros serviços, tais como: farmácia, praça de alimentação,
agência bancária, casa lotérica, restaurante, loja de utilidades e cinema.
16
De um total de 1.161 empregados, atualmente a empresa em Lins, na
Matriz, conta com 234 funcionários e terceiriza os serviços de limpeza e
segurança. As instalações possuem uma área total de 8.250 m2, do qual 1.790
m2 são destinados à área de vendas e um estacionamento que comporta 160
veículos.
Fonte: Amigãolins Supermercados Ltda., 2010
Figura 1: Fachada do Amigãolins Supermercados Ltda.
1.1 Missão
A missão deve definir a particularidade de uma empresa, deve ser
inspiradora, além de especificar o negócio no qual a empresa pretende
competir e os clientes que pretende atender. A empresa buscou expressar o
seu respeito e satisfação aos clientes, definindo sua missão como:
17
“Oferecer à população de Lins e região comodidade, buscando sempre
adaptar-se às expectativas dos clientes, garantindo-lhes satisfação, procurando
valorizar essa relação com os clientes, parceiros e colaboradores, preservando
sua longevidade.”
Conforme Parente:
Uma missão bem elabora, compartilhada e absorvida pelos dirigentes e empregados proporciona um alinhamento de propósitos, de direção, de valores e de oportunidades. Para uma empresa de varejo, como muitas lojas e equipes espalhadas em várias regiões, uma boa declaração de missão estimula e assegura que a filosofia empresarial da empresa seja praticada de forma independente, porém com consistência e uniformidade, visando atingir os objetivos da empresa. (PARENTE, 2000, p. 54)
1.2 Visão
A visão é um retrato do que a empresa pretende realizar, podendo ser
definida de maneira simples, objetiva, compreensiva, tornando-se útil e
funcional para todos os envolvidos com a organização; por isso o Amigãolins
Supermercados se define como: “Ser a empresa amiga da cidade de Lins e
Região, procurando sempre aprimorar conceitos e serviços.”
Conforme Costa:
Uma visão compartilhada tem valor inestimável para a organização, pois sua função é explicitar o que a empresa quer ser, unificar as expectativas; dar um sentido de direção; facilitar a comunicação; ajudar o envolvimento e o comprometimento das pessoas; dar energia às equipes de trabalho; inspirar as grandes diretrizes; e balizar as estratégias e demais ações da empresa. (COSTA, 2004, p.36).
1.3 Objetivo
O objetivo de uma empresa deve ser coerente com sua missão,
possibilitando o desenvolvimento de estratégias e permitindo que a missão seja
transformada em ação.
Conforme Maximiano:
18
Objetivos são os resultados finais em direção aos quais a atividade é orientada. São os fins que uma pessoa ou organização procura realizar, por meio de suas atividades, operações e aplicação de recursos. (MAXIMIANO, 2000, p. 184)
Sendo assim, a empresa define seu objetivo como: “Negociar com ética
e agilidade os produtos e serviços, para que cheguem ao consumidor no
melhor preço possível, atendendo as suas necessidades, e gerar uma relação
de confiança e credibilidade, onde todos ganham.”
1.4 Área de Atuação
O mercado varejista, com o passar dos anos, vem cada vez se tornando
mais competitivo, onde diferenciais como: localização, preço, qualidade e
comodidade, fazem a diferença e resultam em uma crescente nos resultados
do setor.
Conforme Parente:
O varejo é certamente uma das atividades empresariais que vem atravessando maior ritmo de transformação, respondendo às modificações do ambiente tecnológico, econômico e social em que está inserido. (PARENTE, 2000, p.15)
Segundo Giuliani (2005), o varejo consiste em todas as atividades que
englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender uma
necessidade pessoal do consumidor.
Conforme Vaz (2009), a soma total do faturamento dos supermercados
brasileiros somou R$ 177 bilhões, representando 5,6% de todo Produto Interno
Bruto (PIB). Um fator muito importante para o crescimento de faturamento foi o
aumento do poder aquisitivo dos brasileiros alcançando uma renda média de
R$ 1.686,00, enquanto o gasto médio familiar chegou a R$ 1.663,00. Os
principais itens são: produtos alimentícios, de higiene pessoal, bebidas e
limpeza; outro fator que o mercado consumidor vem se preocupando muito é
com a origem, produção e distribuição dos produtos.
Segundo Magalhães (2010), uma informação comprobatória da
crescente nos resultados do mercado varejista é o numero de contratações que
ocorreram no ano de 2009, atingindo o teto de 899.754 contratações.
19
A crise financeira ocorrida no ano de 2009 atingiu todos os segmentos
no mercado brasileiro. Em pesquisa realizada pela Associação Paulista de
Supermercados – APAS (2010), um dos itens críticos que ameaçam o
crescimento ainda maior do setor varejista é a carga tributária, pois quanto
mais aumentam os impostos incidentes sobre os produtos, maior fica seu valor
agregado, podendo interferir na ascendente curva do mercado consumidor no
varejo.
Para tentar amenizar esse repasse no preço do produto ao consumidor
com a alta carga tributária, algumas estratégias como, diminuir perdas de
produtos, redução de custos na empresa, diminuição de ruptura de estoque e
alavancar resultados financeiros (lucratividade e caixa) estão sendo
executadas pelas entidades, para assim alcançarem melhores perspectivas de
resultados.
1.5 Layout
Com o objetivo de proporcionar aos clientes um ambiente seguro e
agradável, o Amigãolins Supermercados utilizou como critério dispor de
instalações inovadoras e distribuir seus produtos de maneira que facilitasse a
locomoção dos clientes dentro da loja.
Segundo Araújo:
O estudo do layout pode trazer conseqüências desastrosas se não forem observados todos os aspectos do espaço físico, pois uma simples mudança pode causar um conflito maior do que a transformação estrutural de uma organização. Contudo não é o aspecto visual e de conforto que deve prevalecer no estudo de aproveitamento do espaço físico; mais do que isso, importa o fluxo existente entre as pessoas. (ARAÚJO, 2001, p. 51)
Conforme Souza et al. (2008), a empresa conta com os seguintes
departamentos:
a) Mercadorias: onde se encontram alimentos, bebidas, bazar, produtos
de limpeza, perfumaria, pet shop, produtos de higiene pessoal e
produtos sazonais;
b) Açougue: onde se encontram carnes bovinas, suínas, aves e peixes;
20
c) Padaria: onde se encontram pães, tortas, bolos, doces, salgados e
bolachas;
d) Frios: onde se encontram frios e embutidos em geral;
e) Hortifruti: onde se encontram vários tipos de verduras, legumes,
frutas e hortaliças;
Todos os departamentos da empresa, foram determinados de maneira
estratégica, visando além do bem-estar do cliente, maior produtividade nas
vendas.
Um objetivo que norteia as decisões de layout consiste em aumentar a produtividade do espaço, traduzindo não só por meio de maiores vendas, mas também por maiores margens de lucro. Em tempo de produtividade das vendas algumas partes da loja tem mais valor que outras. (PARENTE, 2000, p. 301)
1.6 Organograma
Fonte: Souza et al.(2008, p.18)
Figura 2: Organograma da Empresa
21
Segundo Souza et al. (2008), o organograma representa como é feita a
distribuição dos setores no Amigãolins Supermercados, com o intuito de expor
como são distribuídos os níveis hierárquicos do Amigãolins Supermercado.
Conforme Chiavenato:
O organograma permite a visualização da estrutura do organismo de forma simples e direta. Ele é estático por definição sendo uma espécie de retrato do esqueleto organizacional da empresa. (CHIAVENATO, 2001, p. 251)
Ainda, segundo Souza et al. (2008), a empresa distribui os setores da
seguinte forma:
a) diretoria: responsável por aplicar os conceitos administrativos de
direção, controle e organização das principais decisões;
b) gerência geral: responsável por realizar o canal de comunicação
entre diretoria e a operação da loja;
c) gerência de loja: responsável por coordenar as atividades
executadas nos diversos setores da loja;
d) contabilidade: setor responsável por todas as atividades contábeis
da empresa;
e) informática: tem a responsabilidade de garantir o funcionamento
do sistema de informação através da monitoração e manutenção
dos equipamentos, além de realizar o acompanhamento e
treinamento dos usuários;
f) recursos humanos: esse setor é responsável pelos trâmites de
contratação e demissão de colaboradores, além de formular e
efetuar a folha de pagamento;
g) compras: responsável pelos processos de aquisição da empresa;
h) encarregado de loja: é responsável por coordenar as atividades
do setor de abastecimento da loja;
i) tesouraria: setor responsável pelo gerenciamento do fluxo de caixa;
j) fiscal de caixa: responsável por fiscalizar as atividades executadas
nas frentes de caixa;
k) repositor: realiza o abastecimento das gôndolas;
l) operador de caixa: atua na operação de saída de produtos e
atendimento ao cliente;
m) empacotador: embala os produtos dos clientes.
22
1.7 Expansão
Atualmente, a empresa Amigãolins Supermercados Ltda., tem imposto
seu lugar no mercado Lins e região por apresentar uma gama de diferenciais
perante seus concorrentes.
Pontos importantes como: preço, comodidade, localização, qualidade
dos produtos e serviços, entrega eficiente e atendimento diferenciado, são
adjetivos acrescentados e levados como cultura pela equipe Amigãolins, a
empresa faz valer o nome.
Com os resultados alcançados com a matriz, em pouco tempo os sócios
chegaram ao consenso que o empreendimento poderia crescer ainda mais,
porém, o foco desse novo projeto seria outro ponto estratégico na cidade.
Começa assim o planejamento para a primeira filial, inaugurada em 06 de
setembro de 2006 na Rua Paulo Giraldi, nº 02 – Centro – Lins/SP, em uma
área de venda de 1.100 m2, possuindo um quadro de 111 funcionários.
Comprovada a eficácia na administração das duas lojas na cidade de
Lins, os sócios decidiram ampliar a área de atuação. Em 30 de abril de 2007,
foi inaugurada a segunda filial, instalada na cidade de Assis/SP, na Av. Walter
Antônio Fontana, nº 1.300, com uma área de venda de 2.380 m2 e empregando
242 funcionários.
Após a experiência de atuar em outra cidade e confirmar que era
possível administrar todas as lojas com qualidade e respeito aos clientes, sem
deixar de lado a sua missão, o Amigãolins inaugura sua terceira filial na cidade
de Birigui/SP, no dia 15 de novembro de 2007, uma loja que atualmente conta
com 170 funcionários em uma área de venda de 1.700 m2, situada na Av.
Eurides Mirangaia, nº 1.836.
Em 28 de fevereiro de 2009, o Amigãolins inaugura sua quarta filial na
cidade de Araçatuba/SP, com uma área de venda de 2.132 m2, instalada na
Av. Waldemar Alves, nº 400 e um quadro de 180 funcionários. No decorrer do
ano de 2009, surge a proposta de adquirir uma nova loja, na cidade de
Promissão/SP. Confirmada a viabilidade desta nova aquisição, foram
realizados os procedimentos necessários para a inauguração da quinta filial,
23
que aconteceu no dia 10 de outubro, instalada na Rua Sassaichi Masaki, nº
663 e empregando 104 funcionários.
Após ter conquistado grande parte do mercado supermercadista da
região, o Amigãolins Supermercados faz uma aquisição novamente na cidade
de Lins, a sexta filial da rede, situada na Av. São Paulo, nº 441 – Bairro
Junqueira, contando com 120 funcionários.
A empresa possui um Escritório Central, situado na cidade de Lins, onde
são realizadas reuniões gerenciais e encontram-se os departamentos: Contábil,
Fiscal, Financeiro, Cobrança, Contas a pagar, Contas a receber, Recursos
Humanos, Marketing e Informática. Essa centralização fez-se necessária para
que as informações de todas as lojas fossem administradas de maneira
padronizada e de fácil acesso aos sócios.
1.8 Perspectivas
Atualmente, o Amigãolins Supermercados conta com sete lojas: três
instaladas na cidade de Lins, uma em Assis, uma em Araçatuba, uma em
Birigui e uma em Promissão. Segundo o Sr. Valdir da Silva Bressan, a empresa
possui como projeto de curto prazo a reforma da Loja Matriz, com maior
enfoque nas instalações do restaurante e a reforma da Loja 2 situada em Lins,
na Rua Paulo Giraldi, com enfoque na aquisição do prédio ao lado, a fim de
transformá-lo em galeria de lojas e estacionamento.
A audácia é grande, mas não impossível, pois o grupo está a cada ano
mais sólido e o mercado promissor. Segundo Rueda (2010), o varejo foi
considerado um dos setores que menos sofreu os impactos da crise financeira
mundial. Em 2009, houve apenas uma desaceleração na taxa de crescimento,
mas sem demonstrar queda acentuada; entretanto, a estimativa para 2010 é
que as vendas no ramo varejista tenham um crescimento de até 7%.
Considerando os projetos de médio prazo, existe a intenção de realizar a
aquisição de mais algumas lojas da Rede Amália. A perspectiva é fortalecer a
marca Amigão Supermercados em Lins e região, atuando em novas cidades,
melhorando as lojas existentes e procurando aumentar seu número de clientes.
24
CAPÍTULO II
ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA
2 CONCEITO DA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
2.1 A importância da análise econômico-financeira.
A Análise Econômico-Financeira, também conhecida como Análise das
Demonstrações Contábeis ou Análise de Balanços, vem sendo desenvolvida
há muito tempo, sendo tão antiga quanto a própria contabilidade.
No final do século XIX obteve sua forma mais sólida e desenvolvida,
quando as empresas solicitavam empréstimos junto aos bancos e estes
exigiam as demonstrações contábeis para analisar se o crédito seria concedido
ou não. (MARION, 2006)
Com o passar do tempo, outras demonstrações passaram a ser exigidas
e, após a abertura de capital por parte de algumas empresas, a análise tornou-
se um instrumento de grande importância, utilizada com o objetivo de adquirir
conhecimentos sobre a empresa. (MARION, 2006)
Padoveze (2008) afirma que a análise econômico-financeira é um dos
instrumentos mais importantes no processo de gerenciamento de uma
empresa, pois constitui-se num processo de meditação e entendimento sobre
os demonstrativos contábeis, objetivando uma avaliação da situação da
empresa, em seus aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e
financeiros.
Os resultados apurados na análise das demonstrações contábeis são
interpretados com a finalidade de obter maior conhecimento sobre as causas
que determinaram a evolução apresentada, e as tendências futuras da
empresa. Assim, a análise de balanços é fundamentalmente dependente da
qualidade das informações contábeis (exatidão dos valores registrados, rigor
25
nos lançamentos e princípios contábeis adotados) e do volume de informações
disponíveis ao analista. (ASSAF NETO, 2008a)
A análise financeira de uma empresa pode atender a diferentes públicos
e objetivos. Segundo Marion (2006, p. 25): “[...] ela é muito importante para
quem está interessado em relacionar-se com uma empresa [...]”.
Os principais usuários da análise de balanços são os administradores da
empresa, fornecedores, concorrentes, acionistas, clientes, órgãos públicos e
instituições financeiras que direcionam o foco de acordo com suas
necessidades.
Conforme Assaf Neto:
A análise das demonstrações contábeis de uma empresa pode atender a diferentes objetivos consoante os interesses de seus vários usuários ou pessoas físicas ou jurídicas que apresentam algum tipo de relacionamento com a empresa. Nesse processo de avaliação, cada usuário procurará detalhes específicos e conclusões próprias e, muitas vezes, não coincidentes. (ASSAF NETO, 2008a, p. 60).
Apesar das técnicas e ferramentas desenvolvidas, não existe um critério
ou padrão que determine se o diagnóstico do analista está correto ou não. Dois
analistas podem chegar a conclusões diferentes sobre uma empresa, mesmo
tendo eles trabalhado com as mesmas informações e utilizado iguais técnicas
de análise. (IUDÍCIBUS, 2008)
Conforme Iudícibus (2008), a análise de balanços é uma arte, embora
utilize métodos científicos e fórmulas matemáticas para extrair dados. A forma
com que a análise financeira é realizada é particular de quem a faz, pois, além
do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do profissional
podem produzir interpretações diferentes.
Segundo Padoveze:
A avaliação sobre a empresa tem por finalidade detectar os pontos fortes e os pontos fracos do processo operacional e financeiro da companhia, objetivando propor alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores da empresa. (PADOVEZE, 2008, p. 190)
A análise financeira pode ser aplicada em qualquer tipo de organização,
seja ela lucrativa ou não, como por exemplo: indústria, comércio, prestadora de
serviços, empresas estatais ou privadas, escolas, Organizações não-
3governamentais, cooperativas, entre outras; pois sua utilização não visa
encontrar valores exatos e perfeitos que retratem uma empresa perfeita, mas
26
sim, verificar se os resultados obtidos estão dentro da normalidade das
empresas do mesmo ramo. (MARION, 2006)
Para o desenvolvimento da análise, existem algumas técnicas que são
instrumentos essenciais: os Indicadores Econômicos, Análise Horizontal,
Análise Vertical, e Análise de Rentabilidade.
Para obter uma análise concreta e confiável, faz-se necessário verificar
um conjunto de indicadores e, com base nesses resultados, interpretá-los de
forma correta, pois uma informação errada ou mal interpretada pode acarretar
diversos problemas. Também é necessário considerar os acontecimentos no
ambiente externo que podem causar grandes impactos em uma organização.
(IUDÍCIBUS, 2008)
Os resultados da análise fornecem ao administrador uma orientação de
grande importância para as decisões a serem tomadas. Através dos índices, o
administrador tem a possibilidade de verificar a evolução de seus resultados
em determinados períodos e também de compará-los com os resultados de
empresas do mesmo ramo, a fim de verificar se os seus resultados estão
dentro da normalidade.
Segundo Assaf Neto:
A análise de balanços é fundamentalmente comparativa. Ou seja, determinado índice, quando avaliado isoladamente não produz informações suficientes para uma correta conclusão. É indispensável que se conheça como evoluiu esse resultado nos últimos anos e em que nível ele se situa em relação aos concorrentes e aos padrões de mercado. (ASSAF NETO, 2008a, p. 63)
O objetivo final da análise econômico-financeira é auxiliar os
administradores a realizarem um planejamento consistente, pois agir sob
tentativas de erros e acertos, por suposições, pode resultar em graves
consequências.
2.1.1 Planejamento Financeiro
O Planejamento Financeiro ou Gestão Financeira busca gerir os
assuntos financeiros de qualquer tipo de empresa, sejam elas financeiras ou
27
não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins
lucrativos.
Devido às constantes mudanças no cenário econômico, o planejamento
financeiro tem aumentado sua complexidade e importância. São
desempenhadas as mais diversas tarefas financeiras, dentre elas destacam-se:
captação de recursos, projetos de investimentos, dentre outras atividades.
(GITMAN, 2004)
Segundo Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005, p. 4) “a administração
financeira tem como objetivo administrar recursos financeiros da empresa, para
maximizar a riqueza dos acionistas.”
Conforme Hoji (2004), todas as atividades empresariais envolvem
recursos, e, portanto são conduzidas para a obtenção de lucro, sendo assim,
as empresas buscam alcançar esse objetivo através do planejamento
financeiro.
Dentre as funções básicas de um administrador financeiro, Hoji (2004)
ressalta apenas três:
a) Análise e Controle Financeiro: consiste em coordenar, monitorar e
avaliar todas as atividades da empresa por meio de dados
financeiros;
b) Tomadas de Decisões de Investimentos: retrata o destino dos
recursos financeiros para aplicação nos ativos da empresa, sempre
avaliando a relação risco e retorno;
c) Tomadas de decisões de financiamentos: retrata sobre a captação de
recursos financeiros para os investimentos.
De acordo com Tófoli:
As três funções do administrador financeiro são claramente refletidas no Balanço, que mostra a posição financeira da empresa, em um dado momento. A avaliação dos dados do Balanço pelo administrador financeiro reflete a posição financeira global da empresa. A fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que possam ser melhoradas. Ao administrar a estrutura do ativo da empresa, na realidade ele está determinado a formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito (Passivo) do Balanço. (TÓFOLI, 2008, p. 20)
Ao administrador financeiro compete olhar além das demonstrações
financeiras de sua empresa para perceber problemas que estão surgindo ou já
existem. (TÓFOLI, 2008)
28
2.2 Estrutura das Demonstrações Contábeis
As Demonstrações Contábeis são basicamente regidas pela Lei nº
6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações e complementos, que foi
recentemente alterada pela Lei 11.638/07 e a Medida Provisória 449/08 que
determina a estrutura básica das quatro demonstrações principais: Balanço
Patrimonial; Demonstração das Mutações Patrimoniais ou Demonstração dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados; Demonstração do Resultado do Exercício; e
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Além dessas quatro
demonstrações, existe a complementação obrigatória por meio de Notas
Explicativas e, conforme Assaf Neto descreve (2008a, p. 90): “[...] outros
quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.”
Para Matarazzo (2003, p. 41): “A Lei das S/A representou notável
avanço para efeito de análise de balanços, pois o conteúdo e a forma de
apresentação das demonstrações financeiras atendem às necessidades da
análise de financeira.”
Conforme Iudícibus (2008), o relatório contábil é a exposição resumida e
ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado
período. As demonstrações de cada exercício social devem ser publicadas
acompanhadas dos valores correspondentes das demonstrações do exercício
anterior.
As entidades, bem como o próprio poder público que, ao arrecadar os
tributos gerados pelo exercício das atividades econômicas, aufere os recursos
necessários à manutenção e desenvolvimento do país, amparam-se nas
técnicas contábeis.
A interpretação dos relatórios contábeis é de fundamental importância
para toda a análise de balanços.
Segundo Assaf Neto:
Somente pelo entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se pode desenvolver avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas
29
as conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa. (ASSAF NETO, 2008a, p. 65)
2.2.1 Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que apresenta a
posição patrimonial e financeira de uma empresa em determinado momento.
Segundo Tófoli (2008), cada empresa pode determinar a data de encerramento
do balanço conforme as suas conveniências, porém, a maioria das empresas
brasileiras encerra o balanço no final do ano civil.
A estrutura do Balanço Patrimonial alinha o registro das aplicações dos
recursos em um grupo de contas denominado Ativo onde está relacionado o
conjunto de contas que representa os recursos aplicados em bens e direitos; e
em um outro grupo denominado Passivo onde se encontram as fontes de
recursos fornecidos pelos proprietários e por terceiros. (LEMES JR;
CHEROBIM; RIGO, 2005)
Cada parte do balanço apresenta suas diversas contas classificadas por
grupos. As contas representativas do ativo e do passivo devem ser agrupadas
de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
empresa e apresentá-las em ordem decrescente de grau de liquidez para o
ativo, e de exigibilidade para o passivo. (HOJI, 2004)
2.2.1.1 Ativo
No Ativo relacionam-se todas as aplicações de recursos efetuadas pela
empresa, ou seja, seus bens e direitos que, conforme Iudícibus (2008, p. 28)
descreve: “[...] são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios
presentes ou futuros para a empresa [...]”.
Para ser um Ativo é necessário que qualquer item preencha como
requisitos: constituir bem ou direito para a empresa, ser de propriedade, posse
30
ou controle de longo prazo da empresa, ser mensurável monetariamente e
trazer benefícios presentes ou futuros. (IUDÍCIBUS, 2008)
Os recursos aplicados na empresa e alocados no Ativo são distribuídos
em dois grupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.
2.2.1.1.1 Ativo Circulante
No Ativo Circulante estão agrupadas as contas que representam os bens
e direitos que se convertem em caixa em curto prazo, ou seja, aqueles que
serão transformados em dinheiro até o fim do exercício seguinte ao
encerramento do balanço, ou do ciclo operacional da empresa, caso o ciclo
seja superior a um ano, nele está demonstrado o capital de fácil acesso da
empresa. (TÓFOLI, 2008).
Conforme Tófoli (2008), as contas do Ativo Circulante podem ser
agrupadas nos subgrupos:
a) Disponibilidades: inclui as contas de maior grau de liquidez do Ativo,
ou seja, disponibilidades imediatas, como recursos disponíveis em
caixa, em bancos ou em aplicações financeiras de curto prazo
disponíveis à empresa e de imediata conversibilidade em dinheiro;
b) Direitos realizáveis em curto prazo: são recursos aplicados em
direitos que poderão ser convertidos em dinheiro no prazo de um
ano, tais como vendas a prazo a clientes e os valores a receber
proveniente das demais transações efetuadas pela empresa (títulos e
valores mobiliários, duplicatas descontadas, provisão para devedores
duvidosos, impostos a recuperar, entre outras contas a receber);
c) Estoques: são bens agrupados de acordo com sua natureza e
finalidade, tais como mercadorias para revenda, matérias-primas,
produtos em elaboração e produtos acabados;
d) Despesas Antecipadas: neste grupo encontra-se os recursos
aplicados em itens que proporcionarão serviços ou benefícios
durante o exercício seguinte; ou seja; despesas pagas
antecipadamente e ainda não incorridas.
31
2.2.1.1.2 Ativo Não Circulante
No Ativo Não Circulante são agrupadas as contas que representam os
direitos da empresa que serão convertidos em dinheiro, após o término do
exercício seguinte, ou até o final do ciclo operacional, caso seja maior que um
ano, tais como depósitos judiciais, impostos a recuperar em longo prazo,
empréstimos concedidos a empresas coligadas ou controladas. (TÓFOLI,
2008)
O Ativo Não Circulante também inclui todos os bens de permanência
duradoura (automóveis, prédios e máquinas, por exemplo), destinados ao
funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os
direitos exercidos com essa finalidade.
Conforme Tófoli (2008), as contas do Ativo Não Circulante podem ser
agrupadas nos subgrupos:
a) Ativo Realizável a Longo Prazo: inclui as contas que representam os
direitos da empresa que serão convertidos em dinheiro após o
término do exercício seguinte;
b) Investimentos: referem-se às contas que não se destinam
especificamente às manutenções operacionais ou a negociações,
mas à participação acionária em controladas e coligadas, terrenos,
obras de arte, e outros ativos com finalidades não destinadas aos
fins operacionais;
c) Imobilizado: é composto dos bens e direitos necessários a
manutenção das atividades da empresa, tais como: edifícios,
instalações, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios,
ferramentas, marcas e patentes;
d) Intangível: refere-se aos gastos de implantação, pesquisas e
desenvolvimento, gastos de reorganização, ou seja, são despesas
incorridas num exercício que se estenderão por mais de um exercício
social.
2.2.1.2 Passivo
32
O Passivo é composto pelas obrigações que a empresa tem com
terceiros. Conforme Assaf Neto (2008a, p. 68) descreve: “O passivo identifica
as exigibilidades e obrigações da empresa, cujos valores encontram-se
investidos nos ativos [...]”.
Os recursos do Passivo são classificados como curto prazo e longo
prazo, sendo definidos, respectivamente, como Passivo Circulante e Passivo
Não Circulante.
2.2.1.2.1 Passivo Circulante
No Passivo Circulante estão relacionadas as obrigações a curto prazo
da empresa, cujos vencimentos acontecerão até o final do exercício social
seguinte ou até o final do ciclo operacional, caso seja maior que um ano.
(TÓFOLI, 2008)
Conforme Tófoli (2008), as contas do Passivo Circulante podem ser
agrupadas nos subgrupos:
a) Empréstimos e Financiamentos: é composto pelas contas relativas
aos financiamentos bancários, títulos a pagar e empréstimos
originalmente tomados a longo prazo que se transformam em curto
prazo a medida que se aproximam dos vencimentos;
b) Fornecedores: representam as compras realizadas a prazo pela
empresa;
c) Obrigações Fiscais: representam os impostos a recolher, tais como
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
Imposto de Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Renda, entre
outros;
d) Outras Obrigações: referem-se à contas como Salários a Pagar,
Encargos Sociais a Recolher, Adiantamentos de Clientes, entre
outros;
e) Provisões: são encargos e riscos que não têm datas de pagamentos
fixadas ou com valores não conhecidos com exatidão, mas que são
calculáveis, mesmo que seja por estimativa, como por exemplo:
33
Dividendos Propostos, Gratificações e Participações de
Administradores e Empregados, Provisão de Férias, Provisão de 13º
Salário e outros.
2.2.1.2.2 Passivo Não Circulante
No Passivo Não Circulante classificam-se todas as obrigações da
empresa cujo vencimento ocorrerá após o término do exercício seguinte ao
encerramento do balanço, ou que apresentem prazo de pagamento superior ao
ciclo operacional da empresa, tais como empréstimos e financiamentos de
instituições financeiras, debêntures a pagar, entre outros. (TÓFOLI, 2008)
Conforme Lemes Jr; Cherobim; Rigo, (2005), os Resultados Futuros são
receitas líquidas do exercício seguinte recebidas pela empresa e que serão
incorporadas nos resultados da empresa pelo regime de competência, em
exercícios futuros, como por exemplo, recebimentos antecipados de aluguel.
2.2.1.3 Patrimônio Líquido
Segundo Hoji (2004), o Patrimônio Líquido representa os recursos
próprios da empresa, que pertencem a seus acionistas ou sócios, sendo
constituído pelos seguintes subgrupos:
a) Capital Social: representa os valores investidos pelos sócios ou
proprietários, ou aqueles gerados pela própria empresa, e que não
foram distribuídos sob a forma de dividendos;
b) Reservas de Capital: são os valores recebidos pela empresa que
não são receitas e não são exigíveis, tais como: ágio na emissão de
ações, prêmio de emissão de debêntures e valorização do capital,
podendo ser utilizadas para o aumento do Capital Social ou absorção
dos prejuízos;
34
c) Reservas de Reavaliação: representam valores gerados pelos
aumentos de valor dos ativos reavaliados com base em laudos
técnicos emitidos por profissionais especializados;
d) Reservas de Lucros: são constituídas para finalidades específicas,
sendo composto por Reserva Legal (5% do lucro, limitado a 20% do
capital); Reservas Estatutárias que são constituídas de acordo com o
estatuto da empresa; Reservas para Contingência que tem a
finalidade de compensar alguma perda ou prejuízo futuro; Reservas
para Expansão que são destinadas para financiar investimentos
planejados; e Reservas de Lucros a Realizar que são lucros já
contabilizados, mas ainda não realizados financeiramente, com
realização prevista para longo prazo;
e) Lucros ou Prejuízos Acumulados: são resultados remanescentes de
determinado exercício que se acumulam com os resultados
provenientes de outros exercícios sociais, também não apropriados.
Poderá ser distribuído aos sócios, destinado às Reservas,
incorporados ao Capital Social ou cobrir prejuízos dos exercícios
seguintes. Quando o prejuízo for maior que o saldo dos lucros
acumulados existentes, a conta apresentará um saldo negativo.
2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício
A Demonstração do Resultado do Exercício fornece uma síntese
financeira dos operacionais da empresa durante determinado período, onde
são mais comuns aquelas que cobrem o período de um ano, no final do ano
civil. (GITMAN, 2004)
Essa demonstração evidencia o resultado que a empresa obteve no
desenvolvimento de suas atividades em um determinado período, sendo
elaborada pelo regime de competência.
Conforme Matarazzo:
A Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas representam normalmente
35
aumento do Ativo, através de ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentando o Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois caminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível. (MATARAZZO, 2003, p. 45)
De acordo com Hoji (2004), a Demonstração do Resultado do Exercício
deve ser apresentada de forma dedutiva, ou seja, inicia-se com a Receita
Operacional Bruta e dela deduz-se custos e despesas, para apurar o Lucro
Líquido.
2.3 Análise Horizontal e Vertical
A Análise Horizontal e Vertical é uma das técnicas mais simples de
aplicação e, ao mesmo tempo, mais importante no que se refere à riqueza das
informações geradas para a avaliação do desempenho empresarial. (ASSAF
NETO, 2008b)
Segundo Matarazzo (2003), os métodos de Análise Vertical e Horizontal
prestam valiosa interpretação da estrutura e da tendência dos números do
balanço de uma empresa.
Conforme Tófoli (2008), a análise das demonstrações contábeis
permitem avaliar a evolução econômica e financeira da empresa a partir de
certa posição; porém, isto dificilmente poderia ser realizado mediante a leitura
direta dos dados, que isoladamente apresentam reduzido poder de explicação.
Sendo assim, utiliza-se a análise horizontal e vertical para demonstrar através
de percentuais que proporcionam uma melhor visualização das principais
alterações.
2.3.1 Análise Vertical
A Análise Vertical dos demonstrativos pode ser denominada estrutural,
pois envolve a relação entre um elemento e o quanto ele representa ao grupo
36
de que faz parte. Padoveze (2008, p. 192) descreve: “[...] é a análise da
estrutura da demonstração de resultados e do balanço patrimonial, buscando
evidenciar as participações dos elementos patrimoniais e de resultados dentro
do total.”
Para Assaf Neto (2008b, p. 116): “A análise vertical permite, mais
efetivamente que se conheçam todas as alterações ocorridas na estrutura dos
relatórios analisados.”
Segundo Padoveze (2008), no Balanço Patrimonial, a análise vertical
procura evidenciar a participação de cada elemento patrimonial ao ativo e
passivo em relação ao ativo total. Portanto, segue-se como forma de cálculo a
atribuição do parâmetro 100% (cem por cento) para o Ativo Total (AT) e para
todos os outros valores, suas relações percentuais sobre o Ativo Total.
Exemplo:
Valor do Ativo Total: R$ 12.005,55
Valor do Ativo Permanente: R$ 5.440,34
Logo o cálculo:
Ativo Permanente x 100 R$ 5.440,34 x 100 = 45.31%
Ativo Total R$ 12.005,55
No exemplo acima, observa-se que o Ativo Permanente representa
45,31% do Ativo Total. Assim, conforme Matarazzo (2003, p. 243): “O
percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto.”
2.3.2 Análise Horizontal
A Análise Horizontal tem como objetivo verificar a evolução dos
elementos patrimoniais ou de resultado durante um determinado período,
possibilitando a comparação entre valores de uma mesma conta ou grupo de
contas em diferentes exercícios.
Conforme Tófoli:
A Análise Horizontal é realizada a partir de um conjunto de Balanços e Demonstrações de Resultados consecutivos. Para cada elemento desses demonstrativos são calculados números índices, cuja base corresponde ao valor mais antigo da série. Avalia-se a evolução de
37
cada elemento patrimonial e de resultado ao longo de diversos períodos sucessivos. (TÓFOLI, 2008, p. 34)
Os elementos analisados são homogêneos sendo que os períodos de
avaliação são diferentes, sendo necessários no mínimo dois exercícios para a
comparação. O propósito da análise horizontal é permitir o exame da evolução
histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis.
(SILVA, 2005)
Por meio da análise horizontal, é possível verificar o comportamento dos
saldos ao longo dos períodos analisados, calculando a variação percentual
ocorrida de um período para o outro, buscando evidenciar se houve
crescimento ou decrescimento do período analisado. (PADOVEZE, 2008)
No exemplo a seguir, será interpretado de que forma o saldo de uma
conta se comportou na transição de um ano para o outro:
Dividindo o Ativo Circulante Ano X2 pelo Ativo Circulante Ano X1, tem-se
150 / 100 x 100 = 150%. Logo observa-se que o Ativo Circulante obteve um
aumento de 50% do Ano X1 para o ano X2.
Conforme Tófoli (2008, p. 35) afirma: “[...] o gestor financeiro pode
utilizar destas ferramentas nos controles internos que realiza, com o objetivo de
perceber quais contas estão interferindo nos resultados [...]”.
2.4 Indicadores Financeiros
Conforme Marion (2006, p. 36) descreve: “Os índices são relações que
se estabelecem entre duas grandezas, facilitam sensivelmente o trabalho do
analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais são mais
significativas que a observação de montantes.”
Os tipos de análise financeira consistem na determinação de índices,
pelos quais se pode tomar conhecimento da atual situação econômico-
financeira das empresas e determinar possíveis tendências para o futuro.
ATIVO ANO X1 ANO X2
Circulante R$ 100,00 R$ 150,00
38
De acordo com Padoveze:
Os indicadores econômico-financeiros são elementos que tradicionalmente representam o conceito de análise de balanço. São cálculos matemáticos efetuados a partir do balanço patrimonial e da demonstração de resultados, procurando números que ajudem no processo de classificação do entendimento da situação da empresa, em seus aspectos patrimoniais, financeiros e de rentabilidade. (PADOVEZE, 2008, p. 205)
Os índices utilizados na análise são facilitadores do trabalho do analista,
pois estabelecem a relação entre duas grandezas, onde o resultado é a
interpretação, sendo mais fácil do que observar os valores, porém, é
necessário que o analista interprete os índices com cautela; pois os mesmos
podem passar uma falsa imagem de determinada situação. (MARION, 2006)
Os indicadores deverão sempre estar de acordo com a visão da
administração, seguindo os termos de atividades, rentabilidade e situações
patrimoniais, sendo eles escolhidos pela gestão para implementação da
análise.
Segundo Tófoli:
Ao analisar a empresa, o analista deve levar em conta alguns fatores fundamentais, como segmento que a empresa opera, política interna, alterações nos procedimentos contábeis, pois esses fatores poderão influir e afetar nos resultados do período. Para que a análise aconteça de forma proveitosa, deve-se comparar os resultados dos índices com índices de períodos anteriores, com padrões previamente determinados ou com índices de concorrentes do mercado. (TÓFOLI, 2008, p. 55)
2.4.1 Índices de Liquidez
A análise de liquidez é utilizada para avaliar a capacidade de pagamento
da empresa, sendo realizada através do cálculo e interpretação dos índices de
liquidez, devendo ser completados com o cálculo dos ciclos financeiros e
operacionais da empresa. (GITMAN, 2004)
Conforme Padoveze (2008), os índices de liquidez evidenciam a
solvência geral da empresa, ou seja, medem sua capacidade de cumprir com
seus compromissos.
Eles não podem ser confundidos com capacidade de pagamento,
somente expõem a base de estado financeiro da empresa. Segundo Matarazo:
39
Os índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuraram medir quão sólida é a base financeira de uma empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não está, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovações de dívidas, etc. (MATARAZZO, 2003, p. 164)
Os índices normalmente empregados são: liquidez geral, liquidez
corrente, liquidez seca e liquidez imediata. Todos os índices relacionam bens e
direitos com obrigações da empresa.
2.4.1.1 Índice de Liquidez Geral
O Índice de Liquidez Geral (ILG) é calculado a partir da divisão da soma
do Ativo Circulante (AC) e Ativo Realizável a Longo Prazo (RLP) pela soma do
Passivo Circulante (PC) e Passivo Não Circulante – Exigível a Longo Prazo
(ELP). Conforme Padoveze (2008, p. 211) descreve: “[...] também objetiva a
capacidade de pagamento, agora analisando as condições totais de saldos a
receber e a realizar contra os valores a pagar, considerando tanto os
resultados financeiros de curto como os de longo prazo.”
Logo a fórmula do cálculo:
ILG= AC + RLP
PC + ELP
Uma observação importante é que alguns valores registrados no Ativo
Não Circulante podem ser dificilmente realizáveis na prática, como, por
exemplo, determinados depósitos judiciais, os quais deverão ser excluídos do
cálculo do ILG.
2.4.1.2 Índice de Liquidez Corrente
Segundo Tófoli (2008, p. 58) descreve: “Este índice mostra a relação
direta entre os bens e direitos de curto prazo e as obrigações também de curto
40
prazo. É a relação entre os grupos patrimoniais do Ativo Circulante e o Passivo
Circulante.”
O Índice de Liquidez Corrente (ILC) é calculado a partir da simples
divisão entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Logo o cálculo:
ILC = AC
PC
“O Índice de Liquidez Corrente, representa quanto a empresa possui no
Ativo Circulante, ou seja, de cada R$1,00 aplicado em haveres e direitos
circulantes, quanto a empresa deve a curto prazo.” (ASSAF NETO, 2008b, p.
119)
Tófoli (2008) destaca a importância de observar a existência de alguns
fatores que realçam a necessidade de ponderância na utilização deste índice,
como por exemplo, o fato de considerar o Ativo Circulante Total. Pode ser que
a conta Estoques (que precisa de tempo para ser realizado) e os Títulos a
Receber (que nem sempre são recebidos nos prazos determinados) estejam
elevados e, além desses fatos, também é necessário considerar os prazos de
recebimento e pagamento, a avaliação do custo histórico e o ramo de
atividades.
2.4.1.3 Índice de Liquidez Seca
O Índice de Liquidez Seca (ILS) tem como objetivo apresentar a
capacidade de pagamento da empresa no curto prazo sem levar em conta os
estoques, que são considerados como elementos menos líquidos do Ativo
Circulante.
Conforme Tófoli (2008) observa, a alternativa de excluir estoques se
deve ao fato de que, na maioria das vezes, a transformação em dinheiro dos
valores estocados é mais demorada. Sendo assim, a empresa precisa de
tempo para vender os estoques, em seguida, tempo para receber as vendas a
prazo, formando assim um tempo longo.
41
Após a retirada dos estoques do cálculo, a liquidez da empresa passa a
não depender de elementos não-monetários, suprimindo a necessidade do
esforço de venda para quitação das obrigações de curto prazo.
Logo o cálculo:
ILS = AC – Estoques
PC
De acordo com Assaf Neto (2008b, p.120) “[...] esse índice indica, o
percentual das dividas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso
de ativos circulantes de maior liquidez.”
2.4.1.4 Índice de Liquidez Imediata
Este índice mede a capacidade financeira da empresa em pagar
imediatamente seus compromissos.
Para Assaf Neto (2008b, p. 120): “[...] reflete a porcentagem das dívidas
de curto prazo (PC) que podem ser saldadas imediatamente pela empresa, por
suas disponibilidades de caixa. Dessa forma quanto maior se apresentar o
resultado do ILI, maiores serão os recursos disponíveis pela empresa.”
Sua fórmula de cálculo:
ILI = Disponibilidades
PC
Com o desenvolvimento do mercado de crédito, esse índice passou a ter
pouca relevância na maior parte das empresas. Nos dias atuais, não é
aconselhável manter disponibilidades muito elevadas, deixando de investir na
própria atividade.
2.4.2 Índices de Endividamento
Os recursos aplicados no Ativo de uma empresa são originados do
Capital de Terceiros (Passivo Circulante e de Longo Prazo) e do Capital
42
Próprio (Patrimônio Líquido). Os indicadores de endividamento são utilizados
para medir se a empresa está utilizando mais recursos de terceiros ou recursos
próprios; caso o capital de terceiros utilizado esteja em uma proporção bem
superior em relação ao capital próprio, é importante saber qual a maior parte
dos vencimentos (Curto ou Longo Prazo) e agir com cautela. (MARION, 2006)
Para Assaf Neto (2008b, p. 122): “Estes indicadores são utilizados,
basicamente, para aferir a composição das fontes passivas de recurso de uma
empresa. Ilustra, com isso, a forma pela qual os recursos de terceiros são
usados pela empresa e sua participação em relação ao capital próprio.”
Conforme Marion (2006), ao analisar o grau de endividamento de uma
empresa é preciso observar duas situações importantes: se a empresa utiliza o
capital de terceiros para investir em seu ativo visando uma expansão de seus
negócios; ou se a empresa está utilizando o capital de terceiros para pagar
outras dívidas que irão vencer. Na primeira situação, o endividamento é
considerado benéfico, mas na segunda situação, o endividamento apresenta
uma atitude perigosa que poderá resultar em falência caso permaneça nesse
círculo vicioso de recorrer a dívidas para pagar outras dívidas.
Segundo Marion:
A proporção favorável seria de maior participação de dívidas a Longo Prazo, propiciando à empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os compromissos. Expansão e modernização devem ser financiadas com recursos a Longo Prazo e não pelo Passivo Circulante, pois os recursos a serem gerados pela expansão e modernização virão a longo prazo. (MARION, 2006, p.106)
Os Índices de Endividamentos mais utilizados são: Participação de
Capitais de Terceiros (IPCT), Composição de Endividamento (CE) e
Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL).
2.4.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros
Este índice representa o percentual de Capital de Terceiros em relação
ao Patrimônio Líquido, retratando a dependência da empresa em relação aos
recursos externos.
Logo o cálculo:
43
IPCT = PC + ELP x 100
PL
Para o analista o analista financeiro, que tem a função de determinar e
avaliar qual o real risco da empresa, o IPCT indica que não é ideal para
empresa obter um índice elevado.
Esta medida revela o nível de dependência da empresa em relação a
seu financiamento por meio de recursos próprios. Quando o objetivo é a
obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais
de Terceiros, se a remuneração paga a esses capitais for menor do que o lucro
conseguido com a sua aplicação nos negócios. (ASSAF NETO, 2008b)
2.4.2.2 Composição do Endividamento
Este índice demonstra quanto da dívida total da empresa deverá ser
pago a Curto Prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com as
obrigações totais.
Conforme Silva:
A Composição do Endividamento demonstrará se existe um excesso de dívidas a curto prazo sobre as exigibilidades totais. Ao se subtrair esse índice por 100% é encontrada a participação de dívidas a curto prazo, isso pode significar um iminente aperto financeiro. (SILVA, 2007, p. 41)
Logo o cálculo:
CE = PC x 100
PC + ELP
A interpretação do ICE é no sentido de que quanto maior, pior, mantidos
constantes os demais fatores. A razão é que quanto mais dívidas para pagar a
curto prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos para honrar
seus compromissos.
2.4.2.3 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido
44
O Índice de Imobilização do PL indica quanto do Patrimônio Líquido da
empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, o quanto do Ativo
Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido,
evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de recursos de
terceiros para manutenção dos negócios.
Para Assaf Neto (2008b, p.124): “[...] esse índice revela a porcentagem
dos recursos passivos a longo prazo que se encontram imobilizadas em itens
ativos, ou seja, aplicadas no ativo permanente.”
Logo o cálculo:
IIPL = AP x 100
PL
As aplicações dos recursos do Patrimônio Líquido são exclusivas do
Ativo Permanente e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no
Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e,
em consequência, maior será a dependência a Capitais de Terceiros para o
financiamento do Ativo Circulante, sendo assim, a interpretação do IPL é no
sentido de que quanto menor, melhor. (TÓFOLI, 2008)
2.4.3 Índices de Atividade
Os Indicadores de Atividade fornecem informações que são de
fundamental importância para uma correta tomada de decisão e uma visão
global do comportamento da produção que compreendem: vendas, compras,
pagamentos e recebimentos.
Conforme Gitman (2004, p. 47): “Os índices de atividade medem a
velocidade com que as várias contas são convertidas em vendas ou caixa [...]”
Para Marion (2006, p. 213): “[...] esses indicadores buscam evidenciar a
dinâmica operacional da empresa em seus principais aspectos refletidos no
balanço patrimonial e na demonstração de resultados.”
Os principais indicadores financeiros que nos possibilitaram conhecer a
evolução da atividade operacional da empresa são: Prazo Médio de
Renovação de Estoque (PMRE), Prazo Médio de Recebimento das Vendas
45
(PMRV), Prazo de Pagamento das Compras (PMPC), Ciclo Operacional, Ciclo
Financeiro e o Giro do Ativo.
Segundo Tófoli:
Através dos prazos médios, é possível verificar quanto tempo, em média, a empresa demora para pagar seus fornecedores, renovar seus estoques e receber suas vendas a prazo. São Indicadores que devem ser analisados sempre conjuntamente, pois isoladamente não representam informação importante e sim um simples dado. A conjunção da análise desses três índices forma o Ciclo Operacional e o Ciclo Financeiro, elementos fundamentais na elaboração de estratégias gerenciais e avaliação do comprometimento das atividades da empresa. (TÓFOLI, 2008, p. 48)
2.4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoque
O Prazo Médio de Renovação de Estoque é o período compreendido
entre o tempo em que permanece armazenado até o momento da venda. O
seu volume depende da política de estocagem e volume de vendas.
Segundo Padoveze (2008, p. 216): “Esse indicador mostra a velocidade
com que o estoque se transforma em produção vendida.”
Logo o cálculo:
PMRE = Estoques x 360
CMV
Quanto maior o volume de vendas, mais rápida será a rotação dos
estoques e em menos tempo o ativo será recuperado. Pelas quantidades
vendidas pode-se identificar, tendo como base dois períodos consecutivos no
mínimo e utilizando os cálculos de análise, quantas vezes os estoques se
renovaram.
2.4.3.2 Prazo Médio de Recebimento das Vendas
O Prazo Médio de Recebimento das Vendas é o período compreendido
entre o momento em que foram efetuadas as vendas e o momento do
46
pagamento dessas vendas. Indica quanto tempo em média a empresa leva
para receber as suas vendas.
Neste caso, deve-se atentar para a quantidade de vendas a prazo e os
prazos concedidos, pois quanto maior os prazos concedidos e maior a
quantidade de vendas a prazo, o seu prazo de recebimento ficará bastante
dilatado, comprometendo o capital de giro, pois como o PMRV não é fixo, as
suas alterações interferem no fluxo de entradas em caixa.
Logo o cálculo:
PMRV = Duplicatas a Receber x 360
Vendas
Para Assaf Neto (2008b, p.122): “O Prazo Médio de Recebimento das
Vendas revela o tempo médio que a empresa despende em receber suas
vendas realizadas a prazo.”
2.4.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras
O Prazo Médio de Pagamento das Compras é o período compreendido
entre o momento em que foram efetuadas as compras e o momento de seu
pagamento.
Conforme Padoveze (2008, p. 215): “A finalidade desse indicador é
mostrar o prazo médio que a empresa consegue pagar seus fornecedores de
matérias ou serviços. Nesse caso, a empresa é dependente da política de
crédito que os fornecedores conseguem adotar.”
Logo o cálculo:
PMPC = Fornecedores x 360
Compras
Quando a empresa paga seus fornecedores muito antes de receber de
seus clientes, ela está comprometendo a sua operacionalidade, pois passa a
financiar suas operações até receber suas vendas.
2.4.3.4 Ciclo Operacional
47
O Ciclo Operacional representa o intervalo de tempo em que não
ocorrem ingressos de recursos financeiros na empresa, necessitando de capital
para financiá-lo. (TÓFOLI, 2008)
A soma dos índices, PMRE e PMRV, representa o Ciclo Operacional, ou
seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento pela venda da
mercadoria.
Para Assaf Neto (2008b), o Ciclo Operacional pode ser definido como as
fases operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a
aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas
efetuadas.
2.4.3.5 Ciclo Financeiro
Conforme Tófoli:
O Ciclo Financeiro define, em termos médios, o prazo que se inicia a partir do pagamento aos fornecedores e termina com o recebimento das vendas. É o período durante o qual a empresa financia suas operações sem a participação dos fornecedores. (TÓFOLI, 2008, p. 50)
Quanto maior o Ciclo Financeiro, pior para a empresa, pois mais
recursos próprios e de terceiros, exceto fornecedores, estarão temporariamente
aplicados nas operações, provocando maiores custos financeiros e afetando a
rentabilidade.
2.4.3.6 Giro do Ativo
Conforme Tófoli (2008, p. 52): “Esse índice expressa quantas vezes, em
média, o Ativo Total se renovou pelas vendas; indica a eficácia com a qual a
empresa usa seus ativos para gerar vendas. Compreende a relação entre as
vendas líquidas e o Ativo Total”.
Logo o cálculo:
48
GA = Vendas Líquidas
Ativo
É importante ressaltar que este índice é de extrema importância, isto
porque as empresas investem capitais esperando um bom retorno, que
normalmente começa a surgir a partir do bom desempenho da área comercial.
Portanto, é correto afirmar que, nesse caso, quanto maior o resultado melhor
para empresa.
Desta maneira, é imprescindível verificar se o que está sendo investido
está sendo compensatório em relação às vendas.
2.4.4 Índices de Lucratividade e Rentabilidade
Os Índices de Lucratividade e Rentabilidade procuram evidenciar qual foi
a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, o resultado das operações
realizadas por uma organização, por isso, preocupam-se com a situação
econômica da empresa.
Quando se trabalha com análise de lucratividade e rentabilidade, é
imprescindível que a verificação dos lucros esteja relacionada com valores que
possam expressar a extensão destes lucros dentro das atividades da
organização.
Conforme Gitman:
Existem inúmeras medições da rentabilidade. Como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em relação a certo nível de vendas, a certo nível de ativos ou ao volume de capital investido pelos proprietários. Sem lucros, uma empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários, credores e administradores preocupam-se muito com o aumento do lucro, pois isso é visto como algo muito importante no mercado. (GITMAN, 2004, p. 52)
No caso dos índices de lucratividade e rentabilidade, assim como dos
demais, dizer que um indicador encontrado é alto ou baixo vai depender das
características do empreendimento, tais como segmento de mercado, porte,
tempo de existência.
Segundo Padoveze (2008), pode-se obter diversas relações de análise
de lucratividade e rentabilidade, objetivando aferir o comportamento da
49
empresa junto ao setor e mesmo o comportamento frente a alternativas
variadas de investimentos.
Os índices de lucratividade e rentabilidade mais usados são:
Lucratividade das Vendas, Rentabilidade do Ativo Total e Rentabilidade do
Patrimônio Líquido
2.4.4.1 Lucratividade das Vendas
Conforme Tófoli (2008), a Lucratividade das Vendas mede a eficiência
da empresa em produzir lucro por meio de suas vendas. Contempla as três
margens:
a) Margem Bruta que representa em quanto foi o percentual de lucro
bruto em relação às vendas líquidas;
b) Margem Operacional que representa quanto foi o percentual de lucro
operacional sobre as vendas líquidas decrescidas dos custos das
mercadorias vendidas e das despesas operacionais; e
c) Margem Líquida que representa de quanto foi o percentual de lucro
líquido sobre as vendas líquidas, naquele período.
2.4.4.2 Rentabilidade do Ativo Total
A Rentabilidade do Ativo Total, também chamada de Retorno do
Investimento, mede a eficácia geral da administração de uma empresa em
termos de geração de lucros com os ativos disponíveis. (GITMAN, 2004)
Logo o cálculo:
RA = Lucro Líquido x 100
Ativo
Este indicador é visto como uma medida de potencial de geração de
lucro da parte da empresa, sendo assim, quanto mais alto for, melhor.
50
2.4.4.3 Rentabilidade do Patrimônio Líquido
O Índice da Rentabilidade do Patrimônio Líquido tem objetivo de
demonstrar o que ele representa, para o acionista, em termos de recursos
financeiros adicionais ao seu investimento inicial.
“Esse índice mede o retorno obtido no investimento do capital dos
acionistas ordinários da empresa. Em geral, quanto mais alto, melhor para os
acionistas.” (GITMAN, 2004, p. 55)
Logo o cálculo:
RPL = Lucro Líquido x 100
Patrimônio Líquido
É importante observar que o cálculo da Rentabilidade do Patrimônio
Líquido permite saber quanto a administração, através do uso dos ativos,
obteve de rendimento com a respectiva estrutura de despesas financeiras,
considerando-se o nível de relacionamento percentual entre o capital próprio e
o de terceiros.
2.4.5 Análise da Taxa de Retorno Esquema Margem e Giro
Segundo Marion (2006, p.164): “Retorno é o lucro obtido pela empresa e
Investimento é toda aplicação realizada pela empresa com o objetivo de obter
Lucro (retorno). As aplicações estão evidenciadas no Ativo. Assim, as
aplicações da empresa se demonstram nos Disponíveis, Estoques, Imobilizado
e Investimentos.”
A combinação de todas essas aplicações proporciona um resultado para
empresa seja ele, lucro ou prejuízo.
A Taxa de Retorno sobre o Investimento (TRI) pode ser obtida por meio
da multiplicação da Margem de Lucro pelo Giro do Ativo.
Logo o cálculo:
ML (Margem de Lucro) = Lucro Líquido
Vendas
51
GA (Giro do Ativo) = Vendas_
Ativo Total
Sendo assim, o cálculo:
TRI = Margem de Lucro x Giro do Ativo
As empresas que ganham mais na margem, normalmente ganham no
preço, enquanto as empresas que ganham mais no giro, visam sempre a
quantidade. Sendo assim, a rentabilidade de uma empresa é obtida por meio
de uma boa determinação e aplicação de preço e quantidade de seus produtos
ou serviços.
52
CAPÍTULO III
PESQUISA DE CAMPO
3 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA AMIGÃOLINS
SUPERMERCADOS LTDA.
Para demonstrar que a adequada utilização da análise econômico-
financeira permite verificar o desempenho das Unidades de Negócio do
Amigãolins Supermercado Ltda e sua influência no crescimento e
desenvolvimento sustentável da empresa, foi realizada pesquisa de campo, no
período de fevereiro a outubro de 2010.
No estudo de caso realizado na empresa Amigãolins Supermercados
Ltda, foram analisados os aspectos relacionados ao desempenho das
Unidades de Negócio e sua relação com as demonstrações contábeis.
Foram observadas, analisadas e acompanhadas as etapas e
procedimentos aplicados na análise econômico-financeira, bem como sua
adequada utilização na empresa Amigãolins Supermercados Ltda, permitindo
embasamento para desenvolver o estudo de caso.
Para desenvolvimento do método Histórico foram descritos os dados de
evolução e expansão da empresa e do assunto pesquisado, como suporte para
o Estudo de Caso.
As técnicas utilizadas foram: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A),
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B), Roteiro de Histórico da
empresa (Apêndice C), Roteiro de entrevista para os sócios (Apêndice D),
Roteiro de entrevistas para o contador (Apêndice E) e Roteiro de entrevista
com profissionais da área (Apêndice F).
A empresa Amigãolins Supermercados Ltda., inscrita no CNPJ
05.774.403/0001-19 e I.E. 419.110.844.111, tem sua sede localizada na rua
Olavo Bilac, nº 62, Lins/SP. Iniciou suas atividades em 23 de dezembro de
2003, e vem ao longo dos anos expandindo seu mercado em Lins e região,
contando hoje com sete lojas. Com o intuito de obter eficiência em seus
53
resultados e saber interpretar seus dados econômico-financeiros, encontra-se a
necessidade da utilização de ferramentas que possam trazer ao administrador
clareza no entendimento de seus resultados e importantes informações que
proporcionem maior segurança na tomada de decisões.
Neste cenário, destaca-se como ferramenta a Análise Econômico-
Financeira. Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizou-se o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício de 2008 e 2009, onde
os valores das demonstrações contábeis foram lançados em uma planilha,
elaborada pelo administrador Jairo César Pereira, que contém as fórmulas dos
indicadores financeiros, a fim de obter melhor visualização e compreensão dos
resultados obtidos pela empresa no período analisado, e a Demonstração dos
Resultados de 2009 de cada unidade de negócio do Amigãolins
Supermercados, com o intuito de verificar seus respectivos desempenhos.
Com base nas demonstrações contábeis fornecidas pela empresa, foi
possível avaliar sua situação financeira, analisando seu capital de giro, seus
prazo médios, os indicadores financeiros, e também análise vertical e análise
horizontal.
3.1 Análise dos Indicadores Financeiros
Conforme Padoveze (2008), o objetivo básico dos indicadores
econômico-financeiros é evidenciar a posição atual da empresa, e
simultaneamente buscar entender o que pode acontecer no futuro da empresa,
analisando os resultados dos índices e evitando efetivamente a insolvência da
empresa.
3.1.1 Índices de Liquidez
Conforme o item 2.4.1 do Capítulo II, os Indicadores de Liquidez são
utilizados para avaliar a capacidade que a empresa possui, em um
54
determinado momento, de cumprir com suas obrigações, através da realização
de seus ativos.
3.1.1.1 Índice de Liquidez Geral
O Índice de Liquidez Geral tem como função indicar a liquidez da
empresa a curto e longo prazo, mostrando realmente qual sua capacidade de
pagamento, relacionando seus bens e diretos que se converterão em dinheiro
(em curto e longo prazo), com os valores que já assumiu com dívida (também
em curto e longo prazo).
2008 2009
ILG (AC + RLP) / (PC + ELP) 0,80 0,77 Índice
O gráfico a seguir demonstra o ILG da empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 3: Índice de Liquidez Geral
Analisando o ILG, pode ser observada uma pequena redução de 3
pontos percentuais, variação ocasionada pelo aumento das obrigações a pagar
superior à variação do Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo, com
destaques para: Fornecedores (58%) e Empréstimos e Financiamentos (Curto
Prazo 61% e Longo Prazo 30%).
55
3.1.1.2 Índice de Liquidez Corrente
Tem como objetivo indicar a capacidade de pagamento das obrigações
de curto prazo da empresa perante seus bens e direitos de curto prazo.
O ILC demonstra realmente quanto a empresa possui em bens e direitos
conversíveis em caixa, ou seja, em seu Ativo Circulante, para fazer face aos
compromissos de curto prazo.
2008 2009
ILC AC / PC 0,94 0,84 Índice
O gráfico a seguir demonstra o ILC da empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 4: Índice de Liquidez Corrente
De 2008 para 2009, observa-se que o ILC da empresa apresentou uma
redução de 10 pontos percentuais, pelo fato do Passivo Circulante ter sido
superior ao Ativo Circulante, ou seja, enquanto as obrigações cresceram 56%,
os direitos e haveres a receber cresceram apenas 40%.
Portanto, com esses resultados demonstrados, os recursos da
organização em curto prazo, não são suficientes para liquidar todas suas
obrigações do Passivo Circulante, pois a cada R$ 1,00 de obrigações a
empresa disponibiliza em caixa apenas R$ 0,84.
56
3.1.1.3 Índice de Liquidez Seca
O Índice de Liquidez Seca apresenta a capacidade de pagamento da
empresa no curto prazo, não levando em consideração a conta Estoques, que
são considerados como elementos menos líquidos do ativo circulante devido ao
fato de levar um tempo maior para se transformar em dinheiro, ou seja, indica,
o percentual das dividas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso
de ativos circulantes de maior liquidez.”
2008 2009
ILS (AC - Estoque) / PC 0,59 0,51 Índice
O gráfico a seguir demonstra o ILS da empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 5: Índice de Liquidez Seca
Avaliando a Liquidez Seca da empresa, pode-se observar que de 2008
para 2009 o resultado apresentado demonstra uma queda de 8 pontos
percentuais, provocada pela elevação dos seus estoques (49%), no segundo
ano analisado. Desta forma, não considerando as vendas de seus estoques, a
empresa apresenta capacidade reduzida de saldar suas dívidas, pois para
cada R$ 1,00 de compromissos de curto prazo, a empresa detém R$ 0,51 de
valores correspondentes ao seu caixa e a valores a receber.
57
3.1.1.4 Índice de Liquidez Imediata
O Índice de Liquidez Imediata tem o objetivo de verificar a capacidade
da empresa pagar imediatamente suas obrigações de curto prazo, utilizando
apenas as Disponibilidades (Caixas e Bancos) da empresa.
2008 2009
ILI Disponível / PC 0,04 0,03 Índice
O gráfico a seguir demonstra o ILI da empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 6: Índice de Liquidez Imediata
Portanto, com os resultados do ILI, a empresa a cada R$ 1,00 de
obrigação a curto prazo, tem de disponibilidade imediata em caixa apenas R$
0,03, pois apesar das Disponibilidades crescerem 11% o aumento não foi
proporcional ao das obrigações de curto prazo (+56%).
Entretanto, deve-se ressaltar que esse resultado não pode ser
considerado desesperador para a empresa, pelo fato de não ser aconselhável,
nos dias atuais, manter disponibilidades muito elevadas, deixando investi-las
na empresa, ou em outras opções mais rentáveis. Pois com o desenvolvimento
do mercado de crédito, esse índice passou a ter pouca relevância na maior
parte das empresas.
58
3.1.2 Índices de Endividamento
Conforme o item 2.4.2 do Capítulo II, os Índices de Endividamento têm
por objetivo demonstrar o nível de endividamento da empresa, além de
informar se a organização está se utilizando mais de recursos de terceiros ou
de recursos próprios, além de identificar qual a maior parte dos vencimentos
(Curto ou Longo Prazo).
3.1.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros
Este índice demonstra o percentual de Capital de Terceiros em relação
ao Patrimônio Líquido, retratando a dependência da empresa em relação aos
recursos externos, detectando quanto a empresa utilizou de recurso de
terceiros para cada R$ 1,00 investido.
2008 2009
IPCT (PC + ELP) / PL 7,33 10,22 Índice
O gráfico a seguir demonstra a evolução do IPCT da empresa em 2008
e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 7: Índice de Participação de Capital de Terceiros
59
Analisando o ano de 2009, o IPCT apresentou um aumento de 2,89 P.P.,
aumento esse percebido pelas duas grandes fontes de financiamento do Ativo,
o Capital de Terceiros, composto pelas contas PC e ELP.
O resultado do IPCT, no ano de 2009, demonstra que, a cada unidade
monetária de capital próprio, a empresa dispõe de 10,22 unidades de capital de
terceiros para financiar seus Ativos, indicando o quanto a empresa tem
utilizado de recursos externos, destacando-se principalmente os Empréstimos
e Financiamentos que apresentaram um aumento de 61% em curto prazo e de
30% em longo prazo.
3.1.2.2 Composição do Endividamento
O Índice de Composição do Endividamento tem como intuito demonstrar
quanto da dívida total da empresa deverá ser paga a curto prazo, isto é, as
obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações totais.
2008 2009
CE PC / (PC + ELP) 0,78 0,81 Índice O gráfico a seguir demonstra a CE da empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 8: Composição do Endividamento.
60
No ano de 2009, a CE apresenta um aumento de 3 pontos percentuais,
o que demonstra uma elevação no endividamento em curto prazo.
Esse índice demonstra que a cada R$ 1,00 do total da dívida da
organização, R$ 0,81 devem ser pagos a curto prazo, ou seja, em um período
inferior a um ano.
É importante observar que, quanto mais dívidas para pagar a curto
prazo, maior será a pressão para empresa gerar recursos (em um período
menor) para honrar seus compromissos.
3.1.2.3 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido
O Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido indica quanto do PL da
empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, qual o percentual do
Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido,
demonstrando qual a real dependência da empresa de recursos de terceiros
para continuidade de seus negócios.
2008 2009
IIPL AP / PL 2,47 3,34 Índice
O gráfico a seguir demonstra a CE da empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 9: Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido
61
Os resultados obtidos na apresentação do IIPL demonstram um
aumento de 84 pontos percentuais no ano de 2009 em relação a 2008.
Esse resultado é reflexo do aumento de 45% do Ativo Permanente no
ano de 2009, demonstrando que o PL da empresa é insuficiente para financiar
todo Ativo Permanente da organização.
Assim sendo, as aplicações dos recursos do PL são exclusivas do Ativo
Permanente (AP). É importante observar que quanto maior for o valor do PL
investido em AP, menor será a parcela que sobrará para financiar AC, ficando
a empresa a cargo da dependência do capital de terceiros para financiar suas
necessidades de curto prazo.
3.1.3 Índices de Atividade
Conforme o item 2.4.3 do Capítulo II, os Índices de Atividade medem a
velocidade com que as várias contas são convertidas em vendas ou caixa, ou
seja, demonstram quantos dias a empresa demora, em média, para receber
suas vendas, pagar suas compras e renovar seus estoques. São eles: o Prazo
Médio de Recebimento de Vendas, Prazo Médio de Renovação de Estoques e
Prazo Médio de Pagamento de Compras.
3.1.3.1 Prazo Médio de Recebimento das Vendas
O PMRV indica quantos dias, em média, a empresa leva para receber
suas vendas. Demonstra qual o prazo médio, em dias, que a empresa espera
desde o momento da venda da mercadoria até o efetivo recebimento.
2008 2009
PMRV (Dupl. Receber / Vendas) x 360 37 35 Dias
Analisando as contas contábeis do Amigãolins Supermercados Ltda., do
ano de 2008 para 2009, houve uma diminuição de 2 dias no PMRV, tendo
62
como base, na análise do PMRV, que quanto menor o prazo de recebimento,
melhor para a empresa.
O fator determinante para o alcance desse resultado foi o aumento de
47% em sua conta Duplicatas a Receber no ano de 2009, valor esse que
representa 28% do Ativo Total da empresa no ano de 2009, outra conta que
implica na alteração em 2009 no PMRV é o aumento de 55% na conta Receitas
Líquidas.
Analisando a rotatividade do recebimento das vendas do ano de 2009,
pode-se afirmar que a empresa recebeu (em média) 10 vezes todas suas
vendas.
3.1.3.2 Prazo Médio de Renovação de Estoque
O PMRE demonstra quantos dias, em média, a empresa leva para
renovar seus estoques, ou seja, do momento da compra da mercadoria até a
saída efetiva para seus clientes.
2008 2009
PMRE (Estoque / CMV) x 360 40 39 dias
Analisando o indicador PMRE, este apresentou a redução de 1 dia no
ano de 2009, pelo fato de o aumento das vendas líquidas (55%) ter sido
superior ao aumento dos Estoques (49%).
A empresa apresenta uma rotatividade anual de estoque de 9 vezes, ou
seja, ela renova todo o seu estoque 9 vezes ao ano.
3.1.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras
O PMPC indica quantos dias, em média, a empresa leva para pagar
suas compras, ou seja, da data da compra até o efetivo pagamento qual o
prazo que a empresa negocia com seus fornecedores.
63
2008 2009
PMPC (Fornecedores / CMV) x 360 49 51 Dias
Analisando as contas Fornecedores e CMV do Amigãolins
Supermercados Ltda., no ano de 2008 e 2009, percebe-se uma elevação de 2
dias em seu PMPC.
A conta Fornecedores apresentou um aumento de 58% em relação ao
ano de 2008, demonstrando que suas compras cresceram, consequentemente,
seu poder de barganha aumenta junto aos fornecedores, valor esse que na
análise vertical, em relação a seu Passivo total, representa 32%.
A rotatividade do PMPC da empresa no ano de 2009 foi de 7 vezes, ou
seja, a empresa pagou todas suas contas 7 vezes no decorrer do ano.
3.1.3.4 Ciclo Operacional
O Ciclo Operacional é considerado o ciclo da operação de uma
empresa, desde a primeira atividade (compra de matéria-prima ou de produtos)
até a última atividade (recebimento dos clientes no prazo).
2008 2009
Ciclo Operacional PMRE + PMRV 76 74 dias
O quadro abaixo demonstra o ciclo operacional apresentado pela
empresa em 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Quadro 1 – Ciclo Operacional da Empresa.
Devido a dinâmica da empresa, o ciclo operacional apresentou uma
redução de 2 dias, ou seja, em 2009, o intervalo de tempo em que não
64
ocorreram ingressos de recursos financeiros na empresa, necessitando de
capital para financiá-lo, foi de 74 dias.
3.1.3.5 Ciclo Financeiro
O Ciclo Financeiro tem como objetivo demonstrar qual é o prazo em dias
que a empresa tem necessidade de manter um capital de Giro para completar
a sua operação, ou seja, qual o prazo entre o pagamento das compras e o
efetivo recebimento dos clientes.
2008 2009
Ciclo Financeiro PMRE + PMRV - PMPC 27 23 dias
O Ciclo Financeiro no ano de 2009 é de 23 dias, em relação ao ano de
2008, apresenta uma redução de 4 dias, sendo o Ciclo Financeiro quanto
menor melhor para empresa, o resultado obtido foi bom, pois indica que a
empresa necessitará de capital de giro por menos tempo, o que influenciará
nas despesas decorrentes do uso de capital de terceiros.
O gráfico a seguir, demonstra o ciclo financeiro da empresa em 2009, e
indica quando necessitará de recurso de terceiros.
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Quadro 2 – Ciclo Financeiro da Empresa
3.1.3.6 Giro do Ativo
65
O índice Giro do Ativo tem como objetivo evidenciar quantas vezes o
Ativo girou em relação às vendas efetuadas durante o período. Uma premissa
muito importante na análise do GA é o ramo de atividade do empreendimento,
pois algumas empresas têm por si só um giro mais lento devido a suas
características; por sua vez outras demonstram um giro mais dinâmico.
2008 2009
Giro Ativo Vendas Líquidas / Ativo 2,72 2,92 índice
O gráfico a seguir demonstra a evolução da GA apresentada pela
empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 10: Giro do Ativo
A interpretação do índice Giro do Ativo é tratada, como “quanto maior,
melhor”. Analisando o GA no ano de 2009, observa-se um aumento de 0,20
quando relacionado ao ano de 2008. Essa alteração é relativa ao aumento da
conta Vendas Líquidas de 55% enquanto o Ativo Total no ano de 2009 obteve
um aumento de 44%.
Com esses resultados, o GA indica que durante o ano de 2009 a
organização movimentou o valor do seu Ativo Total 2,92 vezes devido a
elevação de suas vendas.
3.1.4 Índices de Lucratividade e Rentabilidade
66
Conforme o item 2.4.4 do capítulo II, os Índices de Lucratividade e
Rentabilidade permitem ao analista medir e avaliar os lucros da empresa em
relação a certo nível de vendas, de ativos e de capital investido.
3.1.4.1 Lucratividade das Vendas
Os indicadores de lucratividade mais utilizados são: Margem Bruta,
Margem Operacional e Margem Líquida.
2008 2009
MB Lucro Bruto / Vendas Líquidas 21,28 21,83 %
MOP Lucro Oper. / Vendas Líquidas 3,40 3,88 %
ML Lucro Líquido / Vendas Líquidas 0,01 0,21 %
Analisando a lucratividade das vendas, o ano de 2009, dentre as
margens analisadas: Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida,
observa-se:
A Margem Bruta apresentou um aumento de 0,55 pontos percentuais,
resultante do aumento das vendas (+55%) que foi superior ao aumento do
CMV (+54%).
A Margem Operacional apresenta um aumento de 0,48 pontos
percentuais de 2008 para 2009, devido a redução das Despesas Comerciais
(Análise Vertical de 12,22% para 11,88% das Receitas Líquidas).
A Margem Líquida apresentou uma melhora considerável, de 2008 para
2009, passando de 0,01% para 0,21% respectivamente.
Considerando que a tratativa dos Índices de Lucratividade, seja do
quanto a organização obtém de lucro a cada unidade monetária vendida, a
Margem Líquida no ano de 2009 indica que, para cada R$ 100,00, a empresa
lucrou R$ 0,21 no ano de 2009.
3.1.4.2 Rentabilidade do Ativo Total
67
A análise da rentabilidade do ativo total tem como finalidade demonstrar
ao usuário quanto a empresa obteve de lucro como um todo no
empreendimento, além de fornecer informações ou resultados ocorridos do
retorno propiciado por um determinado investimento.
Assaf Neto (2008b) destaca que as empresas, ao priorizarem o
desenvolvimento de sua rentabilidade, tendem a reduzir o volume de seu
capital de giro, recorrendo à utilização de capital de terceiros resgatáveis em
curto prazo.
Conforme Matarazzo (2003, p.185), esse quociente representa “[...] uma
medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim puder
capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa
ano a ano”.
2008 2009
RA Lucro Líquido / Ativo 0,03 0,60 %
O gráfico a seguir demonstra a evolução da RA apresentada pela
empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 11: Rentabilidade do Ativo
A Rentabilidade do Ativo obtida no ano de 2009 apresentou um aumento
de 0,57 pontos percentuais em relação ao ano de 2008, representação essa,
reflexo do aumento do Lucro Líquido, passando de R$ 10.000,00 em 2008,
para R$ 305.000,00 em 2009.
68
Este índice mensura que, a cada R$ 100,00 de investimento total, a
empresa lucrou R$ 0,60 no ano de 2009.
3.1.4.3 Rentabilidade do Patrimônio Líquido
O Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido tem como objetivo, na
análise, apresentar para os sócios ou gestores qual o percentual auferido de
Lucro ou Prejuízo Líquido relacionado ao montante aplicado, considerando
todas as fontes de recursos, próprias ou de terceiros, ou seja, mede o retorno
obtido no investimento do capital dos acionistas ordinários da empresa.
2008 2009
RPL Lucro Líquido / PL 0,24 6,72 %
O gráfico a seguir demonstra a evolução da RPL apresentada pela
empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 12: Rentabilidade do Patrimônio Líquido
A RPL apresentada pela empresa no ano de 2009 demonstra um
aumento de 6,48 pontos percentuais, em relação a 2008, consequência do alto
volume de vendas ocorridas em 2009 que, por sua vez, refletiu diretamente no
aumento do Lucro Líquido da organização, saindo de R$ 10.000,00 em 2008,
para em 2009 alcançar R$ 305.000,00.
69
Através da apuração da Rentabilidade do Patrimônio Líquido, observa-
se que a cada R$ 100,00 de unidade monetária investidos na organização de
capital próprio, a empresa obteve um retorno de R$ 6,72.
3.1.5 Análise da Taxa de Retorno Esquema Margem e Giro
O Índice de Análise da Taxa de Retorno (lucro obtido pela empresa)
sobre os Investimentos (toda aplicação realizada pela empresa com intuito de
obter lucro) tem como escopo primário demonstrar qual lucro ou prejuízo
advindo sobre um investimento realizado pela empresa.
2008 2009
TRI Lucro Líquido / Ativo Total 0,03 0,60 %
O gráfico a seguir demonstra a evolução da TRI apresentada pela
empresa em 2008 e 2009:
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 13: Taxa de Retorno do Investimento
Os resultados do TRI apresentados pela empresa no ano de 2009
demonstram um crescimento de 0,57 pontos percentuais. Esse aumento tem
relevância ao avanço do Lucro Líquido no ano de 2009, atingindo 2.950%,
enquanto o Ativo Total apresentou um aumento de 44% sobre o ano anterior.
70
Portanto, no ano de 2009, a cada R$ 100,00 de investimento realizado
pela companhia, R$ 0,60 já retornaram para empresa como Lucro Líquido.
Analisando o esquema de Margem e Giro, percebeu-se que os
resultados da empresa poderiam ser melhorados se não fossem o
desempenho superior de algumas despesas, a saber: Despesas Não-
Operacionais (Financeiras); Despesas Administrativas e Despesas Tributárias.
A análise deste esquema segue o critério de que nenhuma rubrica
contábil deve apresentar crescimento (análise horizontal) superior ao
crescimento da receita.
Na empresa analisada, a receita apresenta um crescimento de 55% do
ano de 2008 para 2009, e as contas citadas apresentam crescimento superior.
3.2 Análise do Desempenho das Filiais
A demonstração dos resultados do exercício de 2009, por filial do
Amigãolins Supermercados Ltda. (ANEXO A), apresenta o desempenho da
Matriz e das cinco filiais da empresa estagiada, com o detalhamento das
receitas e despesas.
Os resultados sintetizados estão apresentados no quadro abaixo:
MARGENS DE VENDAS POR UNIDADE DE NEGÓCIO
ANO DE 2009 MATRIZ FLORIANO ASSIS BIRIGUI PROMISSÃO ARAÇATUBA
Margem Bruta 15% 28% 23% 23% 33% 25%
Margem Operac. -6% 12% 7% 7% 16% 6%
Margem Líquida -16% 10% 6% 6% 15% 5% Fonte: Elaborados pelos Autores, 2010.
Quadro 3: Margens de vendas por Unidade de Negócio
Através dos resultados apresentados pelas demonstrações dos
resultados de cada unidade de negócio do Amigãolins Supermercados Ltda. no
decorrer de 2009, foi possível verificar seus desempenhos, comentados a
seguir:
A Loja Matriz, localizada em Lins, apresentou uma Margem Bruta (MB)
de 15%, devido ao alto custo das mercadorias vendidas (CMV). Após
71
considerar as despesas operacionais, apresenta uma Margem Operacional
(MOP) de -6% e, consequentemente, uma Margem Líquida (ML) de -16%,
destacando-se as despesas financeiras que representou 10,5% da Receita
Líquida.
A filial da Rua Floriano Peixoto, em Lins, apresentou uma MB de 28%,
uma MOP de 12% devido às despesas operacionais terem sido consideráveis
em relação às vendas, e uma ML de 10%, pelo fato das despesas financeiras
terem sido baixas.
As unidades de Birigui e Assis apresentam margens e desempenhos
semelhantes (conforme QUADRO 3).
Os resultados da loja de Promissão apresentam uma MB de 33%,
seguida de uma MOP de 16% consideravelmente superior às demais e uma
ML de 15%.
A unidade de Araçatuba demonstra como resultado uma MB de 25%, em
sequência uma MOP de 6% onde as despesas com pessoal e gerais são as
que mais de destacam, por último, apresenta uma ML de 5%.
Entre as margens apresentadas pelas lojas do Amigãolins
Supermercados, as filiais de Promissão e a Loja da Rua Floriano, em Lins
obtiveram despesas operacionais mais baixas. Em relação às despesas
financeiras, observa-se que a Matriz apresenta os maiores encargos
financeiros, afetando visivelmente seus resultados.
Observa-se que todas as unidades de negócio sofrem uma queda em
seus resultados após o CMV, porém, deve-se ressaltar que esse fato não
significa que os custos da empresa estão altos, mas possivelmente a empresa
não pratica uma margem de lucro muito elevada devido ao seu ramo de
atuação, onde o foco principal, na maioria das vezes, concentra-se no giro.
Durante a pesquisa, constatou-se que a empresa ainda não tem um
Departamento de Compras centralizado, o que a impede de conseguir maiores
prazos e poder de compra.
Os resultados das filiais obtidos no ano de 2009 contribuíram para um
Lucro Líquido para o Amigãolins Supermercados de R$ 305.000,00, valor esse
distribuído proporcionalmente entre as cinco filiais que obtiveram resultados
positivos.
72
O quadro a seguir demonstra a participação de cada unidade na geração
de lucro no resultado obtido pelo grupo consolidado:
RESULTADO DE CADA UNIDADE DE NEGÓCIO
FLORIANO 23% R$ 1.686.548,48
ASSIS 32% R$ 2.367.730,58
BIRIGUI 22% R$ 1.581.305,87
PROMISSÃO 6% R$ 473.173,63
ARAÇATUBA 16% R$ 1.180.535,74
TOTAL RESULTADO POSITIVO 100% R$ 7.289.294,30
MATRIZ (96%) (R$ 6.709.294,30)
RESULTADO ACUMUL. ANTES DOS IMPOSTOS R$ 580.000,00 Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Quadro 4: Resultado de Cada Unidade de Negócio
Analisando o resultado líquido do grupo, a filial que participou com maior
resultado positivo foi a unidade localizada na cidade de Assis, apresentando
um percentual de 32% do montante total do lucro líquido. Em contrapartida a
esse resultado a unidade que menor contribuiu foi a filial sediada na cidade de
Promissão, que apresentou um percentual de 6% dos resultados líquidos
obtidos.
Fonte: Elaborado pelos Autores, 2010.
Figura 14: Resultado Positivo das Filiais
É importante ressalvar que a unidade de Promissão até a data da
consolidação das informações em 31/12/2009, continha apenas 5 meses de
faturamento. Os resultados obtidos pela Matriz, que mantém suas instalações
RESULTADO POSITIVO DAS FILIAIS
23%
32%
22%6%16%
100%
FLORIANO ASSIS
BIRIGUI PROMISSÃO
ARAÇATUBA TOTAL RESULTADO POSITIVO
73
na cidade de Lins, foram -R$ 6.709.294,30, provocando a necessidade de que
o resultado positivo das outras filiais financiasse esse resultado negativo.
3.3 Parecer Final
Os resultados apresentados pelo Amigãolins Supermercados Ltda.
demonstram que a empresa tem se desenvolvido consideravelmente nos
últimos anos, ampliando sua atuação no ramo varejista de Lins e região,
alcançando resultados satisfatórios.
Através da análise dos dois últimos períodos (2008 e 2009) e de seus
indicadores, foi possível verificar os resultados apresentados pela empresa e o
desempenho de suas unidades de negócio.
A empresa apresentou um crescimento de 56% em seu passivo
circulante, enquanto seu ativo circulante aumentou 40%, impactando
diretamente nos resultados do índice de liquidez corrente que apresentou uma
queda de 10 pontos percentuais, e na composição do endividamento que indica
que as obrigações em curto prazo passaram a representar 81% do total das
obrigações.
O índice de participação de capital de terceiros apresenta um
crescimento de 299 pontos percentuais (impulsionada pelos Empréstimos e
Financiamentos e Fornecedores, conforme análise vertical), o que indica que a
empresa optou pela utilização de recursos externos.
Apesar de os Estoques aumentarem significativamente (+49%), o PMRE
apresenta uma pequena redução (1 dia), devido ao aumento das vendas
líquidas ter sido superior (55%); o PMRV também apresentou uma queda
(2dias), enquanto o PMPC apresentou um aumento (2 dias).
Enquanto suas receitas cresceram 55%, o CMV cresceu 54%, como
consequência apresentou um crescimento na Margem Bruta (+0,55 P.P), na
Margem Operacional (+0,48 P.P) e na Margem Líquida (+0,20 P.P). Os índices
de rentabilidade e lucratividade da empresa apresentaram relevante aumento,
tanto aos sócios (RPL +6,48 P.P) quanto ao Ativo Total da empresa (RA +0,67
P.P).
74
Através da avaliação do desempenho das unidades de negócio do
Amigão Supermercados, observa-se que após considerar o CMV, todas as
unidades sofrem uma queda em seus resultados.
Dentre as seis filiais em atividade no ano de 2009, a unidade de Assis
apresentou o melhor desempenho, contribuindo em 32% no resultado positivo
do Amigão Supermercados, e a unidade que apresenta um resultado menos
satisfatório é a Matriz, que contribuiu em -96% no resultado final da empresa.
Sendo assim, considera-se que o Amigãolins Supermercados Ltda. tem
administrado com sabedoria e eficácia seus recursos financeiros, pois apesar
de ter realizado grandes investimentos nos últimos anos, obteve melhora em
seus resultados de lucratividade e rentabilidade, trazendo muita satisfação a
seus sócios.
75
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após o estudo apresentado, pôde-se observar a importância da análise
econômico-financeira em uma empresa, proporcionando melhor interpretação
dos dados contábeis e, consequentemente, melhorias no processo da gestão
econômica. Através do cálculo, análise e interpretação de alguns índices
aplicados nas demonstrações contábeis da empresa Amigãolins
Supermercados Ltda., pôde-se obter informações sobre a situação financeira
da empresa e o desempenho de suas filiais.
Diante do trabalho apresentado, propõe-se ao Amigãolins
Supermercados:
a) elaborar as demonstrações contábeis de cada unidade para fins
gerenciais, com o objetivo de tornar possível a análise dos índices
financeiros;
b) realizar semestralmente a análise das demonstrações contábeis da
empresa e em paralelo a avaliação prévia dos resultados de cada
unidade, com o propósito de acompanhar o desempenho dos
resultados;
c) centralizar o departamento de compras, com o propósito de
aumentar o poder de barganha, obter maiores prazos de pagamento
sem o aumento de juros e encargos.
76
CONCLUSÃO
A crescente complexidade do mundo dos negócios exige que os
gestores estejam sempre preparados para acompanhar as constantes
mudanças do cenário econômico, onde as decisões adotadas devem ser
rápidas e seguras, pois agir por suposições pode resultar em consequências
irremediáveis.
O processo de tomada de decisões reflete a essência do conceito de
administrar e alocar adequadamente os recursos da empresa. Em busca de
ferramentas para dar suporte à tomada de decisões, pode-se constatar que a
análise das demonstrações contábeis oferece às empresas a possibilidade de
avaliar o desempenho dos negócios e de traçar o melhor caminho a seguir,
visando sempre obter lucro.
Através da análise, é possível verificar a evolução das contas
patrimoniais no decorrer de determinados períodos; comparar seus resultados
com os de seus concorrentes, com o intuito de avaliar seu potencial perante
outras empresas de seu porte e ramo de atuação.
Os resultados do Amigão Supermercados têm demonstrado o grande
crescimento em sua área de atuação nos últimos anos, perpetuando sua marca
em Lins, já tendo conquistado clientes fiéis e aumentado sua abrangência no
mercado varejista da região com a abertura de novas filiais que demonstram
através da análise, excelentes resultados. A empresa conta com uma equipe
de profissionais capacitados e qualificados que buscam diariamente
proporcionar qualidade e eficiência no atendimento, sempre visando à
satisfação dos clientes e consequentemente sua fidelidade.
Com base no estudo de caso realizado, foi possível verificar a
importância da Análise das Demonstrações Contábeis na empresa Amigãolins
Supermercados Ltda. A riqueza das informações que ela oferece permite que
os gestores compreendam melhor os resultados da empresa e tomem decisões
mais acertadas.
Diante dos fatos observados, concluiu-se que a adequada utilização da
análise econômico-financeira permite verificar o desempenho das Unidades de
77
Negócio do Amigãolins Supermercado Ltda. e sua influência no crescimento e
desenvolvimento sustentável da empresa.
Consideramos nossos objetivos iniciais plenamente atingidos, assim
como a pergunta problema respondida e registramos a alta satisfação de ter a
oportunidade de poder desenvolver uma pesquisa tão profunda em uma
empresa que, embora no ramo supermercadista, é altamente comprometida
com a educação, envolvida com os acadêmicos de Lins e plenamente
identificada com a comunidade a que serve. A empresa Amigãolins
Supermercados Ltda., através de seus dirigentes, forneceu e disponibilizou os
documentos necessários, permitindo uma sedimentação dos estudos
acadêmicos, facilitando sobremaneira a realização deste trabalho de conclusão
de curso.
Portanto, pode-se dizer que este trabalho tornou-se fundamental e de
grande importância para o estudo da Análise das Demonstrações Contábeis e
agregou ao grupo conhecimentos teóricos e práticos sobre o assunto, que
poderá ser utilizado por acadêmicos de Ciências Contábeis e Administração,
assim como por profissionais de várias áreas, por sua abrangência e utilidade
no controle econômico-financeiro.
O assunto, no entanto, deve ser explorado e aprofundado por quem
desejar ampliar seus conhecimentos sobre o assunto, formulando uma versão
que se ajuste de acordo com as necessidades de cada empresa e que ela
possa ser atualizada e melhorada ao longo do tempo, isso porque o assunto do
trabalho presente não se esgota.
78
REFERÊNCIAS ARAUJO, L. C. G. Organização, Sistemas e Métodos: e as modernas ferramentas de gestão organizacional. São Paulo: Atlas, 2001. ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008a. ______________. Finanças Corporativas e Valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008b. CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração: abordagens prescritivas e normativas da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. COSTA, E. A. Gestão Estratégica. São Paulo: Saraiva, 2004. DIVERSIDADE: O mundo novo do Consumidor. Portal APAS. São Paulo, 10 mai. 2010. Disponível em: <http://www.portalapas.org.br> Acesso em: 01 mai. 2010. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. Tradução Técnica Antônio Zoratto Sanvicente. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. GIULIANI, A. C. Gestão de Marketing no Varejo II. São Paulo: Edições O.L.M., 2005. HOJI, M. Administração Financeira: uma abordagem prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LEMES JÚNIOR, A. B.; CHEROBIM, A. P. M. S.; RIGO, C. M. Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. MAGALHÃES, N. Faturamento dos supermercados alcança R$ 177 bi em 2009. Investimento e Notícias, São Paulo, 28 abr. 2010. Disponível em: <http://www.investimentosenoticias.com.br/ultimas-noticias.html.> Acesso em: 01 mai. 2010. MARION, J. C. Análise das Demonstrações Contábeis: contabilidade empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MATARAZZO. D. C. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
79
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das Demonstrações Financeiras. 2. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. PARENTE, J. Varejo no Brasil: Gestão e Estratégia. São Paulo: Atlas, 2000. RUEDA, M. Vendas no varejo terão crescimento de cerca de 7% em 2010. Investimentos e Notícias, São Paulo, 01 jan 2010. Disponível em: <http://www.investimentosenoticias.com.br/ultimas-noticias.html> Acesso em: 17 mai. 2010. SILVA, F. C. Análise das Demonstrações Financeiras. 2007. Monografia (Pós Graduação “Lato Sensu” em Gerência Contábil, Auditoria e Finanças) – Unisalesiano – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins/SP. SILVA, J. P. Análise Financeira das Empresas. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2005. SOUZA et al. Sistemas de Compras: Amigão Supermercados Ltda. 2008. Monografia (Graduação em Administração) - Unisalesiano – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins/SP. TÓFOLI, I. Administração Financeira Empresarial: Uma tratativa prática. Campinas: Arte Brasil Editora / Unisalesiano – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 2008. VAZ, T. Supermercados faturam R$ 177 bilhões em 2009, 5,6% do PIB do Brasil. Portal Exame, São Paulo, 10 mai. 2010. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/negocios/noticias.html> Acesso em 10 mai. 2010.
80
APÊNDICES
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APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1 INTRODUÇÃO
Serão realizados estudos detalhados a respeito da análise econômico
financeira das unidades de negócio da empresa Amigãolins Supermercado
Ltda. com o objetivo de se avaliar o grau de influência que as unidades de
negócio apresentam para o seu desempenho global, utilizando-se de pesquisa
bibliográfica enriquecida pela análise documental pertinente oferecida pelo
Departamento de Contabilidade da empresa estagiada.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
a) A pesquisa contemplará as análises econômico-financeiras das
demonstrações contábeis disponíveis na empresa;
b) Serão entrevistados: os sócios, o contador e profissionais da área.
1.2 Discussão
Confronto entre teoria e a prática utilizada pela empresa.
1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a manutenção ou
modificações de procedimentos.
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APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Razão Social:........................................................................................................
CNPJ: ...................................................................................................................
Cidade:.........................................................Estado..............................................
Atividade Econômica: ...........................................................................................
Número de Empregados.......................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Procedimentos Contábeis
2 Evolução Financeira
3 Balanços e Demonstrações
4 Análise Financeira
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APÊNDICE C – Roteiro de Histórico da Empresa
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Razão Social:........................................................................................................
CNPJ: ...................................................................................................................
Cidade:.........................................................Estado..............................................
Atividade Econômica: ...........................................................................................
Início da Atividade:................................................................................................
Porte: ....................................................................................................................
Número de Empregados:......................................................................................
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1 Início das Atividades da Empresa
2 Porte da Empresa
3 Evoluções Econômico-Financeiras
4 Expansão com Aquisições e/ou Abertura de Filiais
5 Situação Atual
6 Perspectivas
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APÊNDICE D – Roteiro de entrevista para os sócios
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Qualificação Profissional:......................................................................................
Tempo de Participação na Sociedade: .................................................................
Formação Acadêmica: ..........................................................................................
Experiências Profissionais: ...................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) Qual a importância da análise financeira de balanço para a empresa?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
2) A empresa utiliza a análise financeira de balanço antes de tomar suas
decisões?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
3) Qual a periodicidade da análise das demonstrações financeiras na
empresa?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
4) A análise financeira de balanço facilita a compreensão sobre a situação
financeira da empresa?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
85
5) Como que a análise das demonstrações contábeis das unidades de
negócios são discutidas nas reuniões de planejamento?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
6) Quais as estratégias adotadas ao se perceber pontos negativos em
alguma unidade de negócio da empresa?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
86
APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o contador
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Qualificação Profissional:......................................................................................
Tempo que exerce o cargo na empresa: ..............................................................
Formação Acadêmica: ..........................................................................................
Experiências Profissionais: ...................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) É possível obter um diagnóstico preciso sobre a situação da empresa
em a análise financeira de balanço? Comente.
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
2) Como os proprietários observam a análise das demonstrações
contábeis?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
3) Qual a importância de se identificar a performace de cada unidade de
negócio?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
4) Quais as dificuldades percebidas ao se contabilizar distintamente as
unidades de negócio?
..............................................................................................................................
87
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
5) Qual o critério de rateio dos custos fixos entre as unidades de negócio?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
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APÊNDICE F – Roteiro de entrevista com profissionais da área
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Qualificação Profissional:......................................................................................
Formação Acadêmica: ..........................................................................................
Profissão:..............................................................................................................
Experiências Profissionais: ...................................................................................
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1) As técnicas de análise financeira são de fácil aplicação?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
2) Quanto às etapas da análise financeira, é necessário que todas sejam
respeitadas para obter um diagnóstico preciso sobre a situação da empresa?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
3) Como é a aceitação da análise financeira no mercado atual?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
4) É possível obter um diagnóstico preciso sobre a situação da empresa
sem a análise financeira de balanços? Comente.
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
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5) Qual a importância da análise econômico-financeira para as empresas?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
6) Quais os pontos mais importantes a serem analisados para a
compreensão da situação financeira empresarial?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
7) Quais as vantagens de se analisar financeiramente o desempenho de
uma empresa?
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
..............................................................................................................................
90
ANEXOS
91
ANEXO A
92
93
94
95