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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais
ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO E CRESCIMENTO DA TECA EM
SISTEMA AGROFLORESTAL
HUDSON SANTOS SOUZA
CUIABÁ-MT
2017
HUDSON SANTOS SOUZA
ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO E CRESCIMENTO DA TECA EM
SISTEMA AGROFLORESTAL
Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho
Dissertação apresentada a Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, para obtenção do título de Mestre.
CUIABÁ-MT
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a)autor(a).
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
S729a Souza, Hudson Santos.Análise multivariada de atributos químicos e físicos do
solo e crescimento da teca em sistema agroflorestal /Hudson Santos Souza. -- 2017
xviii, 109 f. : il. color. ; 30 cm.
Orientador: Antonio de Arruda Tsukamoto Filho.Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato
Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, Programa dePós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais,Cuiabá, 2017.
Inclui bibliografia.
1. Tectona grandis L.f.. 2. componentes edáficos. 3.sistemas agrissilvipastoris. I. Título.
iii
v
EPÍGRAFE
“O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos
desprezam a sabedoria e o ensino. Porque o Senhor dá a sabedoria, e da
sua boca vem a inteligência e o entendimento. Porquanto a sabedoria
entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma.
Convém que Ele cresça e que eu diminua.” Provérbios 1:7; 2:6,10; João
3:30.
vi
DEDICATÓRIA
Dedico a minha esposa Raquel Machado Lima e a meus pais
José Carlos Carvalhais de Souza e Irene dos Santos Souza por terem me
apoiado em todos os momentos da minha carreira acadêmica.
vii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar à Deus por tudo que tem me concedido.
Ao programa de Pós-graduação em Ciências Florestais e
Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso e ao Instituto Federal
de Mato Grosso campus Cáceres Prof. Olegário Baldo.
Aos professores do programa de Pós-graduação em Ciências
Florestais e Ambientais da Universidade Federal de Mato Grosso.
Ao professor Antonio de Arruda Tsukamoto Filho pela orientação
e dedicação ao trabalho realizado.
Às professoras Édila Cristina de Souza, Daniele Aparecida
Alvarenga Arriel e ao professor Diego Tyszka Martinez pela contribuição no
trabalho.
À minha esposa Raquel Machado Lima pelo incentivo e apoio
concedido em toda a elaboração do trabalho.
Ao professor Reginaldo Antonio Medeiros pela disponibilização
da área da pesquisa e pela contribuição no trabalho.
Ao Sr. Antonio Medeiros e família pelo apoio na implantação e
manutenção da área experimental.
Ao professor Ronaldo Drescher pelo apoio concedido e
disponibilização do laboratório de Manejo Florestal.
Ao meu pai José Carlos Carvalhais de Souza e minha mãe Irene
dos Santos Souza pelo apoio.
Aos meus avós Ricardo José de Souza e Maria Jesus de Araújo
e meus tios Antonio e Ivone Carvalhais de Souza pela ajuda concedida.
Ao amigo Diogo Guido Streck Vendruscolo pela parceria e
trabalhos desenvolvidos.
Aos amigos Jhonny Pinto Vieira Mendes Moura, Clebson Lima
Cerqueira, Djunior Alves Teixeira, Fernando Thiago da Silva, Raiane
Scandiane da Silva, Paride Barban, Liriam Sudré, Italo Luiz Correa Lenzi e
Júlia Graziela da Silveira pela parceria realizada.
viii
SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................... xvii ABSTRACT .......................................................................................... xviii
1 INTRODUÇÃO GERAL .................................................................. 1 2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................... 3
2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS .................................................... 3 2.1.1 Classificação dos sistemas agroflorestais ....................................... 4 2.2 A Tectona grandis L.f. (TECA) ........................................................ 8 2.2.1 Caracterização da espécie da teca ................................................. 8 2.2.2 Condições edafoclimáticas ............................................................ 10
2.2.3 Aspectos silviculturais ................................................................... 11 2.3 ANÁLISE MULTIVARIADA ............................................................ 12
2.3.1 Análise de Componentes Principais (ACP) ................................... 12
2.3.2 Análise Discriminante (AD) ............................................................ 13 2.3.3 ANOVA e MANOVA ...................................................................... 14 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 16
CAPÍTULO 1. ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA ..... 23 1 RESUMO ...................................................................................... 24 2 ABSTRACT .................................................................................. 25
3 INTRODUÇÃO .............................................................................. 26 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 28 4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ....................................... 28
4.2 INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO .............................................. 28
4.3 COLETA DE DADOS .................................................................... 31 4.4 ANÁLISE MULTIVARIADA ............................................................ 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 33
5.1 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (ACP) .................... 33 5.2 ANÁLISE DISCRIMINANTE (AD) .................................................. 37 5.3 ANOVA E MANOVA ...................................................................... 39
6 CONCLUSÕES ............................................................................. 45 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 46
CAPÍTULO 2. CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE TECA EM SISTEMA AGROFLORESTAL ................................................................ 51 1 RESUMO ...................................................................................... 52 2 ABSTRACT .................................................................................. 53
3 INTRODUÇÃO .............................................................................. 54 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 56 4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO EXPERIMENTO ........................... 56
4.2 HISTÓRICO DA ÁREA DO EXPERIMENTO ................................ 56 4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ............................................. 60 4.3.1 Projeto A ........................................................................................ 60 4.3.2 Projeto B ........................................................................................ 62
ix
4.4 COLETADA DE DADOS ............................................................... 65 4.5 AVALIAÇÕES ................................................................................ 65 4.5.1 Porcentagem de sobrevivência (S%) ............................................ 65 4.5.2 Diâmetro à altura do peito (dap) .................................................... 65 4.5.3 Altura total (ht) ............................................................................... 66
4.5.4 Área basal por hectare (G) ............................................................ 66 4.5.5 Volume total por hectare (vt) ......................................................... 67 4.5.6 Crescimento e produtividade ......................................................... 67 4.5.7 Incremento corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima) . 67 4.5.8 Análises ......................................................................................... 68
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 69 5.1 PROJETO A .................................................................................. 69 5.1.1 Sobrevivência (S%) ....................................................................... 70 5.1.2 Diâmetro à altura do peito (dap) .................................................... 70
5.1.3 Altura total (ht) ............................................................................... 71 5.1.4 Área basal (G) ............................................................................... 72 5.1.5 Volume total (vt) ............................................................................ 73
5.1.6 Crescimento e produtividade ......................................................... 74 5.2 PROJETO B .................................................................................. 83
5.2.1 Sobrevivência (S%) ....................................................................... 84 5.2.2 Diâmetro à altura do peito (dap) .................................................... 85
5.2.3 Altura total (ht) ............................................................................... 86 5.2.4 Área basal (G) ............................................................................... 87 5.2.5 Volume total (vt) ............................................................................ 87
5.2.6 Crescimento e produtividade ......................................................... 88 5.3 PROJETO A E PROJETO B ......................................................... 95 6 CONCLUSÕES ............................................................................. 96
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 97
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 104
APÊNDICES .......................................................................................... 105
x
LISTA DE TABELAS TABELA 1 – DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS AVALIADOS DO SISTEMA AGROFLORESTAL IMPLANTADO EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 29
TABELA 2 – DIFERENCIAÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DISCRIMINANTE, SENDO CADA TRATAMENTO COM QUATRO BLOCOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 38
TABELA 3 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (D5CM) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 40
TABELA 4 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT EM M) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (D5CM EM CM) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 40
TABELA 5 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 41
TABELA 6 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (D5CM) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 42
TABELA 7 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (HT EM M) E DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP EM CM) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 43
TABELA 8 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL (HT EM M) E DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP EM CM) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT ............................................................. 43
xi
TABELA 9 – DESCRIÇÃO DOS 12 TRATAMENTOS IMPLANTADOS EM 2010 NO SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 58
TABELA 10 - IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO A IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT ....... 61
TABELA 11 – IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO B IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ...... 63
TABELA 12 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 69
TABELA 13 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 71
TABELA 14 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP) EM CM, ALTURA TOTAL (HT) EM M, ÁREA BASAL (G) EM M² HA-1 E VOLUME TOTAL (VT) EM M³ HA-1 PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SAFS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 74
TABELA 15 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO A EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 81
TABELA 16 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S%), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 84
TABELA 17 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 86
xii
TABELA 18 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP) EM CM, ALTURA TOTAL (HT) EM M, ÁREA BASAL (G) EM M² HA-1 E VOLUME TOTAL (VT) EM M³ HA-1 PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 88
TABELA 19 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP), ALTURA TOTAL (HT), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (VT) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 94
xiii
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM OS TRATAMENTOS INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 30
FIGURA 2 – ANÁLISE DOS COMPONENTES PRINCIPAIS 1 E 2 DE 16 ATRIBUTOS DO SOLO, NA PROFUNDIDADE DE 0-20 CM, AOS 12 MESES APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA AGROFLORESTAL. ... 34
FIGURA 3 – ANÁLISE DISCRIMINANTE DOS 12 TRATAMENTOS COM AS VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 CM E DENDROMÉTRICAS (HT E D5CM) EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 39
FIGURA 4 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ................. 57
FIGURA 5 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL APÓS A REMODELAGEM DO EXPERIMENTO AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 59
FIGURA 6 – DIVISÃO DO EXPERIMENTO COM CERCA DE ARAME FARPADO APÓS 36 MESES EM DOIS PROJETOS - PROJETO A E PROJETO B............................................................................................. 60
FIGURA 7 – BOVINOS DA RAÇA GIROLANDO INSERIDOS NO PROJETO A AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ........................................................................................................... 61
FIGURA 8 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO A AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ................. 62
FIGURA 9 – APLICAÇÃO DE HERBICIDA NO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ...................... 63
FIGURA 10 – ÁREA DO PROJETO B APÓS DESSECAÇÃO DO PASTO. ................................................................................................................. 64
FIGURA 11 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ................. 64
xiv
FIGURA 12 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP) (CM) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 75
FIGURA 13 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 M (DAP) (CM) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 76
FIGURA 14 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA TOTAL (HT) (M) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 77
FIGURA 15 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ALTURA TOTAL (HT) (M) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 78
FIGURA 16 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-
1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 78
FIGURA 17 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 79
FIGURA 18 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (VT) (M3 HA-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 80
FIGURA 19 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) PARA VOLUME TOTAL (VT) DE TECA NO PROJETO A. ........................................................................... 81
FIGURA 20 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP) (CM) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 89
xv
FIGURA 21 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP) (CM) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ......................................................................................... 90
FIGURA 22 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ALTURA TOTAL (HT) (M) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 90
FIGURA 23 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ALTURA TOTAL (HT) (M) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 91
FIGURA 24 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-
1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 92
FIGURA 25 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM ÁREA BASAL (G) (M2 HA-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 92
FIGURA 26 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (VT) (M3 HA-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ............................................................ 93
FIGURA 27 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) EM VOLUME TOTAL (VT) (M3 HA-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..... 94
FIGURA 28 – VOLUME TOTAL DE TECA PARA O PROJETO A E PROJETO B AOS 72 MESES DE IDADE EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. ..................... 95
xvi
LISTA DE APÊNDICES APÊNDICE A – VALORES MÉDIOS DE 23 VARIÁVEIS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTOS AVALIADOS DE 0 – 20 CM DE PROFUNDIDADE AOS 12 MESES DE IMPLANTAÇÃO EM FIGUEIRÓPOLIS DO OESTE. ............................................................................................................... 106
APÊNDICE B – MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS, MATO GROSSO. (VALORES EM NEGRITO SÃO SIGNIFICATIVOS [<0,05]) ..................................................................... 107
APÊNDICE C – AUTOVALORES DA MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS PARA OS 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO. .................................... 108
APÊNDICE D – GRÁFICO DO COTOVELO (“SCREE PLOT”) E DA VARIÂNCIA EXPLICADA (“VARIANCE EXPLAINED”) CONSTRUÍDO PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTS AOS 12 MESES EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO. ................................................................. 109
APÊNDICE E - ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 CM AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO. .................................... 109
xvii
RESUMO
O trabalho foi dividido em dois capítulos. O primeiro capítulo foi: Análise multivariada de atributos químicos e físicos do solo em sistema agroflorestal com teca. E o segundo capítulo foi: Crescimento e produtividade de teca em sistema agroflorestal. No primeiro capítulo, o objetivo do estudo foi avaliar os atributos químicos e físicos do solo e o desenvolvimento inicial de teca em sistema agroflorestal. O experimento foi instalado em 2010 no município de Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com 12 tratamentos e quatro blocos, no esquema de parcelas subdivididas. Para a realização das análises dos dados, foi utilizado a análise multivariada. Para a teca em sua fase inicial de desenvolvimento, as variáveis Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia, H, pH CaCl2, Mg e MO foram as mais influentes demonstrado pela análise de componentes principais (ACP). A Tectona grandis L.f. de material genético clonal implantada em preparo de solo convencional, covas e escarificação apresenta maior crescimento em relação aos demais sistemas de cultivo aos 36 meses de idade. A cultura agrícola influencia no crescimento de teca aos 12 meses de idade. A análise multivariada dos atributos do solo é adequada para identificar os nutrientes que apresentam maior influência sobre o crescimento da teca em sistemas agroflorestais. No segundo capítulo, o objetivo foi avaliar o crescimento e estimar a produtividade de teca em no sistema agroflorestal. Foram avaliados dois projetos, projeto A e projeto B. O delineamento experimental utilizado para ambos os projetos foi blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis blocos. Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca, no espaçamento 4 x 2 m. A teca de clonal obteve desenvolvimentos satisfatórios em todos os tratamentos avaliados para as variáveis altura total, diâmetro à altura do peito, área basal, volume total e taxa de sobrevivência em todas as idades avaliadas. Até aos 72 meses a presença do milho não influenciou significativamente no crescimento da teca. Não houve diferença significativa em volume total entre plantar teca clonal com milho e gado em comparação com o plantio de teca clonal com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.
xviii
ABSTRACT
The work was divided into two chapters. The first chapter was: Multivariate analysis of soil chemical and physical attributes in an agroforestry system with teak. And the second chapter was: Growth and productivity of teak in agroforestry system. In the first chapter, the objective of the study was to evaluate the chemical and physical attributes of the soil and the initial development of teak in an agroforestry system. The experiment was installed in 2010 in the municipality of Figueirópolis D'Oeste, Mato Grosso. The experimental design was randomized blocks, with 12 treatments and four blocks, in the scheme of subdivided plots. For the analysis of the data, the multivariate analysis was used. For the teak in its initial stage of development, the variables Ca, Ca + Mg, SB, CTC, Sand, H, pH CaCl2, Mg and MO were the most influential variables demonstrated by Principal Component Analysis (PCA). Tectona grandis L.f. of clonal genetic material implanted in conventional soil preparation, pits and chiseling showed higher growth in relation to the other cultivation systems at 36 months of age. The agricultural culture influences the growth of teak at 12 months of age. Multivariate analysis of soil attributes is adequate to identify the nutrients that have the greatest influence on teak growth in agroforestry systems. In the second chapter, the objective was to evaluate the growth and to estimate the productivity of teak in the agroforestry system. Two projects, project A and project B were evaluated. The experimental design used for both projects was randomized blocks, with four treatments and six blocks. Each plot has seven teak planting lines, spaced 4 x 2 m. The clonal teak obtained satisfactory developments in all treatments evaluated for the variables total height, diameter at breast height, basal area, total volume and survival rate at all ages evaluated. Up to 72 months, the presence of corn did not significantly influence teak growth. There was no significant difference in total volume between clonal teak planting with maize and cattle compared to the planting of clonal teak with maize at 36, 48, 60 and 72 months of age.
1
1 INTRODUÇÃO GERAL
Em decorrência de várias mudanças climáticas no planeta entre
elas o aquecimento global, houve um aumento nas pesquisas com
sistemas agroflorestais. De acordo com Silva et al. (2013), embora a
pesquisa agroflorestal seja recente e represente ainda uma oportunidade e
um espaço promissor para o desenvolvimento científico, passos largos
estão sendo dados para consolidar os sistemas agroflorestais em muitas
partes do mundo.
Existe várias vantagens que aumentam a importância da
utilização dos sistemas agroflorestais (SAFs), entre elas: melhor utilização
do espaço vertical, melhor utilização da energia solar, diminuição da
proliferação de plantas invasoras, maior equilíbrio biológico com
possibilidade de redução dos problemas fitossanitários em relação às
monoculturas (SILVA et al. 2013).
Nos sistemas agroflorestais a diversificação dos componentes
que o compõe, diminui o risco para o produtor uma vez que os diversos
produtos são diferentemente afetados por condições desfavoráveis de
produção ou de mercado (FAO, 1984). Segundo a FAO (1984) os SAFs
podem melhorar a estrutura do solo, favorecer a ciclagem de nutrientes e
produção de serapilheira reduzindo a evaporação do solo e aumentar o seu
teor de matéria orgânica.
De acordo com Azevedo et al. (2009), o componente florestal
oferece alternativas na produção de recursos madeireiros e não-
madeireiros, permite aumento da biodiversidade, proteção de mananciais
hídricos e do solo, conforto térmico aos animais e aumento da produção
além de diminuir a pressão sobre as áreas naturais.
Os sistemas agroflorestais criam mais uma oportunidade de
inserir os produtores rurais no mercado de madeira, com base em um
modelo de produção que otimiza o uso da propriedade, podendo manter
2
atividades agrícolas e, ou, pecuárias tradicionais, juntamente com a
atividade florestal (OLIVEIRA NETO, et al. 2010).
Uma das espécies florestais com alto valor econômico que é
utilizada em sistemas agroflorestais é a Tectona grandis L.f. (DUTRA et al.
2007; OLIVEIRA, 2013; SHUKLA e VISWANATH, 2014; MORETTI et al.
2014; MARIA et al. 2015; KHASANAH et al. 2015). A teca (Tectona grandis
L.f.) é uma espécie tropical decídua pertencente à família Lamiaceae que
ocorre naturalmente na Índia Peninsular, Mianmar, Laos e Tailândia
(MIDGLEY et al., 2015).
Atualmente, esta espécie é cultivada em diversas regiões da
Ásia, África e das Américas do Sul e Central, e possui grande importância
econômica no contexto mundial por produzir uma madeira com excelente
qualidade estética, boa resistência, estabilidade dimensional e durabilidade
(PANDEY e BROWN, 2000; BERMEJO, et al. 2004; ÂNGELO et al., 2009;
NOCETTI et al., 2011; MURILLO, et al., 2016).
Segundo Moretti (2013), uma das alternativas de uso da teca em
sistemas agroflorestais é sua combinação com o milho (Zea mays L.) no
sistema taungya, ou seja, o plantio de espécies agrícolas de maneira
temporária nos primeiros anos de implantação da espécie florestal ou até o
fechamento das copas, visando à produção de madeira nos últimos anos.
Fisher e Pritchett (1987) cita que a intensificação do manejo
florestal e o aumento dos plantios florestais, principalmente de espécies
exóticas, têm servido para focalizar a importância das propriedades
químicas do solo no crescimento das árvores.
Nesse contexto, o presente trabalho foi dividido em dois
capítulos: O primeiro capítulo foi: Análise multivariada de atributos químicos
e físicos do solo em sistema agroflorestal com teca. O segundo capítulo foi:
Crescimento e produtividade de teca em sistema agroflorestal. O objetivo
do primeiro capítulo foi avaliar a influência dos atributos físicos e químicos
do solo no desenvolvimento inicial de plantas de teca e o objetivo do
segundo capítulo foi avaliar o crescimento da teca em diferentes
tratamentos até os 72 meses de idade.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS
Os sistemas agroflorestais (SAFs) consistem em um conjunto de
técnicas que combinam intencionalmente, em uma mesma área, espécies
florestais com espécies agrícolas, com ou sem a presença de animais, para
ofertar bens e serviços em base sustentáveis a partir das interações
estabelecidas (SILVA, 2013).
Segundo Engel (1999) um sistema agroflorestal pode ser
definido como um sistema agropecuário diferenciado por ter um
componente arbóreo ou lenhoso, o qual tem um papel fundamental na sua
estrutura e função. Santos (2000) define sistema agroflorestal como sendo
a modalidade de uso integrado da terra para fins de produção florestal,
agrícola e pecuário.
Para Nair (1993) sistema agroflorestal é um nome coletivo para
sistemas e tecnologias de uso da terra onde espécies lenhosas perenes
são deliberadamente utilizadas nas mesmas unidades de manejo da terra
com culturas agrícolas com ou sem a presença de animais, em alguma
forma de arranjo espacial ou sequência temporal.
Sistemas agroflorestais, segundo Macedo et al. (2000), são uma
das alternativas de uso dos recursos naturais que normalmente causam
pouca degradação ao meio ambiente, isso devido principalmente por
respeitarem os princípios básicos de manejo sustentável dos
agrossistemas. De acordo com Tsukamoto Filho (1999), a sustentabilidade
é uma característica inerente aos sistemas agroflorestais, pois estão
alicerçados em princípios básicos que envolvem aspectos ecológicos,
econômicos e sociais.
Existe uma série de vantagens que aumentam a importância da
utilização dos SAFs, entre elas: melhor utilização do espaço vertical, melhor
utilização da energia solar, diminuição da proliferação de plantas invasoras,
4
maior equilíbrio biológico com possibilidade de redução dos problemas
fitossanitários em relação às monoculturas (FAO, 1984).
De acordo com a FAO (1984), a diversificação diminui o risco
para o produtor, uma vez que os diversos produtos são diferentemente
afetados por condições desfavoráveis de produção ou de mercado,
melhoria da estrutura do solo, favorecimento da ciclagem de nutrientes e
produção de serapilheira reduzindo a evaporação do solo e aumentando o
seu teor de matéria orgânica.
Vários estudos demonstraram que as propriedades do solo
foram melhoradas em sistemas agroflorestais em comparação com
sistemas de monocultivo (MONTAGNINI, 1992; YOUNG, 1994; PALM,
1995; UDAWATTA et al. 2008; KUMAR et al. 2010a; KUMAR et al. 2010b;
PAUDEL et al. 2011; PAUDEL et al. 2012; BARDHAN et al. 2013; SILVA,
2013; UDAWATTA et al. 2014).
Algumas desvantagens dos sistemas agroflorestais podem ser:
possibilidade de competição interespecífica, rendimento individual dos
componentes mais baixos, queda de galhos e árvores com danos para as
culturas do estrato inferior e manejo mais complicado (SILVA, 2013).
2.1.1 Classificação dos sistemas agroflorestais
De acordo com Nair (1985), os sistemas agroflorestais são
classificados com base nos aspectos funcionais e estruturais em sistemas
agrossilviculturais, sistemas silvipastoris e sistemas agrossilvipastoris.
Sistemas agrossilviculturais: é um sistema que em sua
composição contém a implantação de espécies arbóreas associadas com
o cultivo de espécies agrícolas.
Este sistema é o que apresenta a maior quantidade e variedade
de práticas em todo o mundo, sendo, provavelmente o primeiro a ser
deliberadamente estabelecido. As múltiplas técnicas agrossilculturais são
amplamente disseminadas em diversas condições ecológicas, econômicas
e sociais, representando em muitas regiões importante fator de geração de
renda e desenvolvimento (SILVA, 2013).
5
Em sistemas agrossilviculturais verificam-se a mitigação de
extremos climáticos onde as árvores modificam os picos térmicos, além do
aumento na produção total por área, que são consequências do microclima
e das interações entre os componentes do sistema (YOUNG, 1994).
No trabalho realizado por Vieira et al. (2003), onde avaliaram a
adaptação de espécies arbóreas nativas em um sistema agrossilvicultural,
as espécies de ingás (Inga uruguensis e Inga sessilis) e a tucaneira
(Citharexylium myrianthum) obtiveram bom desempenho e adaptação,
apresentando alta taxa de sobrevivência e capacidade de rebrota, mesmo
sob a ocorrência de um estresse climático como a geada. Tal fato indicou
o alto potencial dessas espécies para compor um sistema agroflorestal nas
condições edafoclimáticas estudadas.
Silva (2000) verificou que os consórcios, cacaueiro com
pupunheira e cacaueiro com açaizeiro, são mais eficientes em termos
agronômicos e econômicos do que a cultura tradicional do cacau. Estes
sistemas avaliados, nas condições em que foram praticados, sem insumos
químicos industriais ou qualquer defensivo externo, constituem modelos
orgânicos de produção, potencializando a inserção dos seus produtos no
mercado alternativo e promissor de alimentos naturais, podendo
representar uma valoração extra e um incremento nas receitas.
Os sistemas agrossiIvicuIturais são extremamente interessantes
para os trópicos em decorrência das interações ecológicas e econômicas
que promovem, diferindo das monoculturas, cujos indivíduos competem em
um mesmo local e ao mesmo tempo pelos mesmos fatores da produção, e
são mais vulneráveis às incertezas ecológicas e aos riscos de flutuações
de mercado (ALVIM et al. 1989).
A incorporação por estes sistemas de técnicas comprovadas da
agricultura e da silvicultura, ciências com as quais tem interface e interação
direta, cria um imenso leque de possibilidade a serem exploradas e a partir
do uso criterioso dos conhecimentos, potencializa substanciais avanços no
desenvolvimento da combinação de árvores com plantas agrícolas (SILVA,
2013).
6
O principal sistema agroflorestal utilizado no Brasil, segundo
Silva et al. (2001), é o Taungya, que consiste no plantio de espécies
agrícolas nos primeiros anos do povoamento florestal. O sistema abrange
as práticas de uso múltiplo do solo, envolvendo as produções conjuntas de
culturas florestais e agrícolas.
De acordo com Alvim et al. (1989) sistemas agrosilviculturais
apresentam uma série de vantagens sobre os plantios monoculturais como:
✓ Fluxo de caixa mais favorável pelas receitas obtidas com culturas
intercalares de ciclo curto;
✓ Maiores lucros por unidade de superfície cultivada; uso diversificado
e mais racional dos fatores espaço e luz;
✓ Mecanismos biológicos interativos como fixação simbiótica de
nitrogênio atmosférico por leguminosas associadas ao sistema;
✓ Maior ciclagem de nutrientes e melhor aproveitamento residual de
fertilizantes exógenos;
✓ Redução dos riscos ecológicos e incertezas de mercado.
Sistemas silvipastoris: São sistemas que integram
componentes lenhosos como árvores e arbustos, componentes herbáceos
como gramíneas e leguminosas e o componente animal.
O sistema silvipastoril é uma prática muito difundida em várias
zonas do mundo onde a pecuária é importante, tendo relevante significado
regional na América Latina em países como Costa Rica, Nicarágua,
Honduras, Cuba, Argentina, Chile, Uruguai e Brasil (SILVA, 2013).
Segundo Aquino e Assis (2005) a introdução de árvores e
arbustos, em pastagens de gramíneas, pode acarretar vários benefícios,
em alguns casos ocorrendo externalidades positivas que ultrapassam os
limites da pastagem ou da propriedade. Entre esses efeitos, destacam-se:
✓ Conforto para os animais;
✓ Controle de erosão e melhoramento da fertilidade do solo;
✓ Melhor aproveitamento da água das chuvas;
7
✓ Aumento na disponibilidade de forragem em certas épocas do ano e
maiores teores de proteína bruta na forragem sombreada;
✓ Incremento da rentabilidade da propriedade rural, com redução nos
gastos com insumos e, algumas vezes, com a obtenção de pelo
menos dois produtos comercializáveis (leite, carne, madeira, frutas);
✓ Aumento e conservação da biodiversidade.
Segundo Franke e Furtado (2001), dentre os efeitos positivos
fornecidos pelas árvores estão: a proteção do solo contra erosão provocada
pelo vento ou pela água, a recuperação de nutrientes abaixo do sistema
radicular das culturas ou das forrageiras, a melhoria das condições físicas,
químicas e biológicas do solo e do microclima local, trazendo conforto
principalmente aos animais.
De acordo com Oliveira et al. (2005) em pastagens a introdução
de árvores tem como objetivo o aumento de nutrientes no solo, bem como
a melhoria na ciclagem destes, pela absorção dos elementos pelas raízes
das árvores nas camadas mais profundas do solo, e a posterior deposição
na camada superficial, por meio da decomposição de galhos, folhas e
raízes incorporadas ao solo.
Para Kageyama e Castro (1989) os sistemas de plantações
mistas compostas com árvores nativas apresentam-se mais adequados por
manterem, embora parcialmente, os processos que caracterizam a
eficiência de conservação ambiental dos sistemas florestais naturais.
Portanto, Soares et al. (2009) ressalta que para o sucesso do
sistema silvipastoril, é indispensável entender as interações entre animal e
os sistemas forrageiro e arbóreo pois, a adaptação das espécies forrageiras
em um sistema silvipastoril depende principalmente de sua habilidade em
crescer em condições edafoclimáticas alteradas pela presença de espécie
arbórea no estrato vegetal superior.
Sistemas agrossilvipastoris: são sistemas mistos que podem
ocorrer de forma sequencial ou simultânea, contemplando a presença de
8
animais pequenos ou grandes, árvores com função agrícola e cultivos de
ciclo curto (SILVA, 2013).
Segundo Oliveira (2005), os sistemas agrossilvipastoris podem
permitir aos proprietários rurais e às empresas florestais amortizar o custo
de implantação da floresta, com a comercialização dos grãos produzidos
nos primeiros anos de plantio e durante a maturação da floresta, por
ocasião da comercialização de produtos originados da pecuária, inserida
nos plantios florestais, além da geração de empregos na região.
Nos sistemas agrossilvipastoris a característica que mais se
sobressai, além das árvores, é a presença de animais e de forragem
necessária para alimentação e o que os difere dos sistemas silvipastoris é
a presença dos cultivos agrícolas (MONTAGNINI et al., 1992).
De acordo com Oliveira et al. (2000) implantar sistemas
agrossilvipastoris com eucalipto em região de cerrado, é uma opção viável
economicamente, desde que, no mínimo, 5% da madeira produzida seja
utilizada para serraria, e o restante para energia ou outro fim com valor de
mercado equivalente ou superior.
Oliveira et al. (2000) e Souza et al. (2007) estudaram o aspecto
econômico dos sistemas agrossilvipastoris e consideraram que, apesar da
baixa produtividade das lavouras entre as linhas de eucalipto, elas
permitem reduzir os custos de plantio das árvores e preparam o solo para
a introdução das forrageiras melhoradas (braquiárias, tanzânia e
mombaça), que formarão o sistema silvipastoril com eucalipto nas fases
posteriores.
2.2 A Tectona grandis L.f. (TECA)
2.2.1 Caracterização da espécie da teca
A teca (Tectona grandis L.f.) é uma espécie tropical decídua
pertencente à família Lamiaceae que ocorre naturalmente em uma
distribuição natural descontínua na Índia Peninsular, Mianmar, Laos e
9
Tailândia (MIDGLEY et al., 2015). Atualmente, apresenta uma ampla
distribuição, com plantios em diversas regiões da Ásia, África e das
Américas do Sul e Central e possui grande importância econômica no
contexto mundial por produzir uma madeira com excelente qualidade
estética, boa resistência, estabilidade dimensional e durabilidade (PANDEY
e BROWN, 2000; BERMEJO, et al. 2004; ÂNGELO et al., 2009; NOCETTI
et al., 2011; MURILLO, et al., 2016).
A teca é uma espécie arbórea de grande porte que atinge alturas
entre 25 e 35 m, raramente acima de 45 m, e possui medidas de diâmetro
à altura do peito que ultrapassam 100 cm podendo chegar a 250 cm
(LAMPRECHT, 1990).
As folhas da teca são opostas, elípticas, coriáceas e ásperas ao
tato, base arredondada, pecíolos curto e robusto, ápice e base agudos. As
folhas, em média, possuem 20 a 50 centímetros de comprimento e 15 a 40
centímetros de largura (BEBARTA, 1999).
De acordo com Weaver (1993) a teca possui flores monóicas,
brancas e pequenas, dotadas de pecíolos curtos, dispostas em grandes e
eretas inflorescências do tipo panícula. Abrem poucas horas depois do
amanhecer e o melhor período para a polinização ocorre entre as 11:30 h
e 13:00 h. Segundo a Cáceres Florestal (2006) o fruto da teca é colhido
entre os meses de julho e outubro e fica disponível para comercialização a
partir de dezembro.
A espécie produz uma raiz pivotante grossa e larga. Na base do
tronco pode ocorrer a formação de sapopemas (PANDEY e BROWN,
2000). Entretanto, segundo Kaosa-Ard (1998) a formação de sapopemas
está vinculada ao material genético utilizado.
A teca possui o fuste retilíneo, de seção circular, de reduzida
conicidade e frequentemente bifurcado. A casca é mole, gretada, de cor
cinza ou marrom, com cerca de 15 mm; é termo-isolante, conferindo
elevada resistência ao fogo, a partir de quatro anos de idade
(LAMPRECHT, 1990).
10
2.2.2 Condições edafoclimáticas
A teca tolera uma grande variedade de climas, porém cresce
melhor em condições tropicais moderadamente úmidas e quentes. Grande
parte da área de distribuição natural da teca se caracteriza por climas do
tipo monção, com precipitação entre 1.300 e 2.500 mm ano-1 e estação
seca de 3 a 5 meses. A espécie suporta precipitações baixas de 500 mm
ano-1 até altas intensidades pluviométricas de até 5.100 mm ano-1 e seu
melhor desenvolvimento ocorre em regiões onde a temperatura mínima
varia de 13 ºC a 17 ºC e máxima entre 39 ºC a 43 ºC. (WEAVER, 1993;
PANDEY e BROWN, 2000).
De acordo com Lamprecht, (1990) a teca tem melhor
desenvolvimento em solos de textura franco-arenosa e argilosa, profundos,
bem drenados, planos e férteis. Segundo Pelissari et al., (2013), alguns
atributos químicos do solo apresentaram elevadas correlações com o
desenvolvimento da teca, sendo a ordem de importância expressada pela
ordem: Ca > pH > Al > K > MO > Mg > P.
O pH ótimo do solo deve variar entre 6,5 a 7,5. A disponibilidade
de cálcio é também um fator limitante, visto que a falta de cálcio pode
ocasionar o raquitismo nas árvores (CHAVES e FONSECA, 1991;
KRISHNAPILLAY, 2000).
A teca se desenvolve melhor em solos com boa aeração, devido
às raízes serem sensíveis à deficiência de oxigênio. Esta característica de
alta demanda por oxigênio leva a espécie a concentrar entre 65% a 80%
de sua biomassa radicular fina nos primeiros 30 cm de solo, com a maior
concentração entre 10 e 20 cm (WEAVER, 1993).
Segundo Wehr et al. (2010) a teca está adaptada para crescer
em regiões tropicais e subtropicais e requer solos férteis. Entretanto, a teca
é muitas vezes plantada em solos que são altamente lixiviados, ácidos e
potencialmente tóxicos (Al). Em sua pesquisa, Wehr et al. (2010)
verificaram que o maior crescimento foi obtido em pH 6.
No trabalho realizado por Prasad et al. (1986) a adição conjunta
de N, P e K em plantações de 10 e 20 anos aumentaram à altura, diâmetro
11
e volume da árvore de teca na Índia. Os autores avaliaram aplicações
anuais com doses de N (0, 150 e 300 kg ha-1) e P (0, 75 e 150 kg ha-1), com
uma base de K 50 kg ha-1, por 5 anos. As doses anuais de N fracionada em
duas aplicações por ano, enquanto P e K foi adicionado numa aplicação.
As melhores respostas foram com os tratamentos: 150-75-50, 300-150-50
e 150-150-50 kg ha-1 de N, P e K, respectivamente.
No estudo realizado no Panamá por Montero (1995) foi avaliado
a resposta a dose de aplicação 84,9, 169,8 e 254,7 g árvore-1 da fórmula
NPK 12-24-12 e um controle sem adubação. A melhor resposta foi obtida
com a dose de 254,7 g árvore-1 para as variáveis altura, diâmetro,
sobrevivência e incremento corrente anual.
2.2.3 Aspectos silviculturais
O amplo espaçamento requerido para o rápido crescimento das
árvores estimula a emissão de ramos, conferindo maior vigor e persistência
aos mesmos e visto que o propósito do plantio de árvores é a produção de
madeira limpa, sem nós, a poda é indispensável. A poda dos ramos não
deve ultrapassar um terço da altura da árvore. A primeira poda deve ser
efetuada um ano após o plantio e o ramo deve ser cortado rente a sua
inserção no tronco, procurando não danificar a casca (CÁCERES
FLORESTAL, 2006).
A teca é uma espécie particularmente sensível à competição
(inter-específica ou intra-específica) por luz e nutrientes. Portanto é
recomendado o controle da competição através de roçadas e desbastes. O
primeiro desbaste deve ocorrer quando a altura média das árvores
dominantes alcançarem oito metros. Nos melhores sítios essa altura é
atingida aos três ou quatro anos; em sítios de qualidade inferior somente é
alcançada aos cinco, seis ou mais anos. (MATRICARDI, 1989; CÁCERES
FLORESTAL, 2006; CALDEIRA e OLIVEIRA, 2008).
12
2.3 ANÁLISE MULTIVARIADA
A análise multivariada consiste no conjunto de técnicas
estatísticas exploratórias, descritivas e inferenciais usadas para analisar
situações que envolvem grande número de variáveis simultaneamente
(JAMES e McCULLOCH, 1990). As técnicas que são utilizadas nas
análises multivariadas possibilitam sintetizar, ordenar ou separar o conjunto
de variáveis de forma otimizada, permitindo melhor detecção de padrões
estruturais em ambientes naturais (McGARIGAL et al., 2000; PALMER,
2005).
Segundo Sartorio (2008), as técnicas de análise multivariadas
têm sido regularmente aplicadas em várias investigações científicas nas
mais diversas áreas de pesquisa, com maior ou menor frequência. A
disseminação do uso das técnicas multivariadas, pode melhorar a
qualidade das pesquisas, proporcionar uma economia relativa de tempo e
de custo, e facilitar a interpretação das estruturas dos dados, diminuindo a
perda de informação.
Entre as vantagens do uso de análises multivariadas em estudos
ecológicos estão: retratar melhor o caráter multidimensional e a natureza
multivariada dos sistemas ecológicos naturais; permitir combinar as
variáveis de maneira otimizada; solucionar diversos problemas de erros de
comparações múltiplas; possibilitar comparações a posteriori capazes de
explorar a significância estatística de várias possíveis explicações na
relação entre as variáveis dependentes e independentes (McGARIGAL et
al., 2000).
2.3.1 Análise de Componentes Principais (ACP)
A técnica de análise de componentes principais (ACP) teve início
com Karl Pearson em 1901 (PEARSON, 1901), e foi consolidada por
Hottelling em 1933 (HOTELLING, 1933). A técnica surgiu da necessidade
de se conhecer as estruturas de dependência das variáveis e a priori não é
encontrado nenhum padrão de causalidade (MORRISON, 1976).
13
De acordo com Manly (2008) a análise de componentes
principais é um dos métodos multivariados mais simples. O objetivo da
análise é tomar p variáveis X1, X2, ..., XP e encontrar combinações destas
para produzir índices Z1, Z2, ..., ZP (componentes principais -novas variáveis
transformadas) que sejam não correlacionados na ordem de sua
importância e que descreva a variação nos dados.
Os melhores resultados são obtidos quando as variáveis
originais são altamente correlacionadas, positivamente ou negativamente.
Se este é o caso, então é bastante concebível que 20 ou mais variáveis
originais possam ser adequadamente representadas por duas ou três
componentes principais. Se este estado desejável de relações de fato
ocorre, então os componentes principais importantes serão de algum
interesse como medidas das dimensões subjacente aos dados. Será
também de valor saber que há uma boa quantidade de redundância nas
variáveis originais, com a maioria delas medindo coisas semelhantes
(MANLY, 2008).
A ideia principal desse procedimento é que poucos dos primeiros
componentes principais contenham a maior variabilidade dos dados
originais. Assim, pode-se racionalmente descartar os demais
componentes, reduzindo o número de variáveis. Para descarte de
variáveis, a variável que possui maior correlação com o componente
principal de menor autovalor (menor variância) deve ser menos importante
para explicar a variância total e, portanto, passível de descarte (BARBOSA,
2006).
2.3.2 Análise Discriminante (AD)
Um problema comum em muitas áreas de pesquisa ocorre
quando existem dois ou mais grupos de objetos, para os quais um grande
número de características foi medido, e deseja-se classificar novos objetos
baseado no mesmo conjunto de características. Para a solução deste tipo
de problema, Sartorio (2008) recomenda a técnica de Análise Discriminante
(AD).
14
O objetivo da Análise Discriminante é construir uma regra de
classificação, ou seja, encontrar uma combinação linear das variáveis
independentes, que minimize a probabilidade de classificação incorreta dos
indivíduos (erro de classificação). Além disso, é importante construir uma
regra que minimize o custo de classificação incorreta (REIS, 1997;
MINGOTI, 2005).
Para construir esta regra, as variáveis discriminantes devem ser
identificadas. É chamada de Variável Discriminante aquela variável
resposta (ou o conjunto de variáveis respostas) que possui o maior poder
de discriminação entre os grupos. Depois de encontrada, é possível estimar
um conjunto de funções, chamadas funções discriminantes, que permitirão
a classificação de novos casos, cujo agrupamento seja inicialmente
desconhecido (REIS, 1997).
2.3.3 ANOVA e MANOVA
O termo analise de variância foi cunhado por Sir Ronald Aylmer
Fisher, proeminente estatístico do século XX, que definiu como a
separação de variância atribuível a um grupo de causas da variância
imputável a outros grupos. Em outras palavras, a análise de variância
(ANOVA) se refere a técnica que busca dividir a variância total de um
conjunto de dados em partes, de tal forma que as contribuições de fontes
identificáveis de variação em relação a variação total possam ser
determinadas. A ANOVA é empregada para verificar se há diferença
sistemática entre as médias de resultados normalmente distribuídos de
experimentos aleatórios (RIBAS e VIEIRA, 2011).
De acordo com Prearo (2008), quando há o interesse em
verificar se variáveis categóricas independentes afetam as variáveis
dependentes métricas, a análise multivariada da variância (MANOVA) é a
técnica estatística de análise multivariada mais adequada. Segundo Ribas
e Vieira (2011), a principal preocupação da análise multivariada de
variância (MANOVA) é o exame das diferenças entre diversos grupos,
quando se considera, simultaneamente, mais de uma variável dependente.
15
Dessa maneira, a MANOVA é essencialmente, uma análise de variância
(ANOVA) com mais de uma variável dependente, ou, alternativamente, a
ANOVA é um caso especial da MANOVA, com apenas uma variável
dependente.
Ribas e Vieira (2011) comenta que a questão fundamental da
MANOVA é investigar a existência da evidencia de ocorrência de um
“efeito” no conjunto de dados analisados, quando todas as variáveis
dependentes são conjuntamente analisadas. É importante que as variáveis
dependentes sejam moderadamente correlacionadas entre si, por inexistir
razão para analisar conjuntamente variáveis que sejam ortogonais.
Embora a MANOVA faça tal como a ANOVA, jus a seu nome, já
que a análise se fundamenta em variância, é mais fácil pensar na MANOVA
como uma técnica para analisar conjuntos de diferenças entre os escores
médios das variáveis dependentes. Em MANOVA, a análise se torna mais
complexa, mas permanecem como ponto focal as diferenças entre as
médias, e, consequentemente, diferenças entre grupos (RIBAS e VIEIRA,
2011).
16
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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23
CAPÍTULO 1. ANÁLISE MULTIVARIADA DE ATRIBUTOS QUÍMICOS E
FÍSICOS DO SOLO EM SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA
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1 RESUMO
SOUZA, Hudson Santos. Análise multivariada de atributos químicos e físicos do solo em sistema agroflorestal com teca. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. O objetivo do estudo foi avaliar os atributos químicos e físicos do solo e o desenvolvimento inicial de teca em sistema agroflorestal. O experimento foi instalado em 2010 no município de Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados, com 12 tratamentos e quatro blocos, no esquema de parcelas subdivididas. O primeiro fator foi o preparo do solo em três tipos (covas, escarificação e convencional). O segundo fator, o tipo de propagação de muda (seminal e clonal). O terceiro fator, o milho nas entrelinhas da teca, em duas situações (presença e ausência). Foi realizado a análise de componentes principais (ACP) com todas as variáveis do solo coletadas aos 12 meses de idade para verificar quais variáveis apresentavam mais influência na análise multivariada. A análise discriminante (AD) foi realizada com todas as variáveis do solo e dendrométricas (ht e d5cm) dos tratamentos, com o intuito de se obter uma separação dos grupos, entre os tratamentos que apresentaram desenvolvimentos superiores e inferiores. Em seguida foi realizada a análise multivariada da variância (MANOVA) e o teste Tukey para verificar as diferenças. A análise foi executada com recursos do software SAS versão 9.4. Para a teca em sua fase inicial de desenvolvimento, as variáveis Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia, H, pH CaCl2, Mg e MO foram as mais influentes demonstrado pela análise de componentes principais (ACP). Teca clonal implantados em preparo de solo convencional, covas e escarificação apresenta maior crescimento em relação aos demais sistemas de cultivo aos 36 meses de idade. A cultura agrícola influencia no crescimento de teca aos 12 meses de idade. A análise multivariada dos atributos do solo foi adequada para identificar os nutrientes que apresentam maior influência sobre o crescimento da teca em sistemas agroflorestais.
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2 ABSTRACT
SOUZA, Hudson Santos. Multivariate analysis of soil chemical and physical attributes in an agroforestry system with teak. 2017. Dissertation (MSc in Forest and Environmental Sciences) - Federal University of Mato Grosso, Cuiabá-MT. Adivisor: Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. The objective of the study was to evaluate the chemical and physical attributes of the soil and the initial development of teak in an agroforestry system. The experiment was installed in 2010 in the municipality of Figueirópolis D'Oeste, Mato Grosso. The experimental design was randomized blocks, with 12 treatments and four blocks, in the scheme of subdivided plots. The first factor was the preparation of the soil in three types (pits, scarification and conventional). The second factor, the type of seedling propagation (seminal and clonal). The third factor, the corn between the lines of the teak, in two situations (presence and absence). Principal component analysis (PCA) was performed with all soil variables collected at 12 months of age to verify which variables were most influential in the multivariate analysis. The discriminant analysis (AD) was performed with all the soil and dendrometric variables (ht and d5cm) of the treatments, in order to obtain a separation of the groups, between the treatments that presented superior and inferior developments. Multivariate analysis of variance (MANOVA) and Tukey test were performed to verify the differences. The analysis was performed with SAS software version 9.4 features. For the teak in its initial stage of development, the variables Ca, Ca + Mg, SB, CTC, Sand, H, pH CaCl2, Mg and MO were the most influential variables demonstrated by Principal Component Analysis (PCA). Teal clonal implanted in conventional soil preparation, pits and scarification presented higher growth in relation to the other cultivation systems at 36 months of age. The agricultural culture influences the growth of teak at 12 months of age. The multivariate analysis of soil attributes was adequate to identify the nutrients that have the greatest influence on teak growth in agroforestry systems.
26
3 INTRODUÇÃO
Os sistemas agroflorestais (SAFs) consistem em um conjunto de
técnicas que combinam intencionalmente, em uma mesma área, espécies
florestais com espécies agrícolas, com ou sem a presença de animais, para
ofertar bens e serviços em base sustentáveis a partir das interações
estabelecidas (SILVA, 2013).
Segundo Macedo et al. (2000), os sistemas agroflorestais são
uma das alternativas de uso dos recursos naturais que normalmente
causam pouca degradação ao meio ambiente, isso devido principalmente
por respeitarem os princípios básicos de manejo sustentável dos
agrossistemas. De acordo com Tsukamoto Filho (1999), a sustentabilidade
é uma característica inerente aos sistemas agroflorestais, pois estão
alicerçados em princípios básicos que envolvem aspectos ecológicos,
econômicos e sociais.
Existe uma série de vantagens que aumentam a importância da
utilização dos SAFs, entre elas: melhor utilização do espaço vertical, melhor
utilização da energia solar, diminuição da proliferação de plantas invasoras,
maior equilíbrio biológico com possibilidade de redução dos problemas
fitossanitários em relação às monoculturas (FAO, 1984).
A relação meio ambiente e sistema de produção agrícola vêm se
tornando um dos principais instrumentos de discussão nos planos de
governos, ocorrendo na esfera nacional e mundial, uma vez que essa
relação se torna fator limitante ao se referir ao crescente aumento
populacional das últimas décadas, seja visando atender a demanda
alimentícia e enérgica ou visando preservação dos recursos naturais e da
qualidade e conservação do meio ambiente (OLIVEIRA, 2013).
Um grande desafio para a agricultura será contornar os
problemas decorrentes de décadas de práticas agrícolas de monocultivo e
de elevada pressão sobre o ambiente, tais como: a erosão e perda de
27
fertilidade dos solos, assoreamento dos cursos d'água, poluição do solo, da
água e emissões de gases de efeito estufa (EMBRAPA, 2015).
Em meio a esse cenário, segundo Silva (2013), os sistemas
agroflorestais naturalmente pela sua fundamentação multicultural e
perspectivas de sustentabilidade produtiva, atendem a essa nova
perspectiva que se apresenta para os produtores rurais.
No Brasil, a teca é uma das espécies madeireiras com grande
potencial de uso em SAFs (MORETTI et al. 2014; MEDEIROS et al. 2015).
De acordo com a IBÁ (2016) a área plantada com a espécie no Brasil em
2015 era de 87.410 ha. Medeiros et al. (2015) ressalta que, mais do que
aumentar a área plantada com a espécie, atualmente há uma preocupação
em melhorar a produtividade das plantações, principalmente pela seleção
de genótipos mais produtivos e também pela adoção de sistemas de
produção mais sustentáveis.
Diversos trabalhos demonstram que as propriedades do solo
foram melhoradas em sistemas agroflorestais em comparação com
sistemas de monocultivo (MONTAGNINI, 1992; YOUNG, 1994; PALM,
1995; UDAWATTA et al. 2008; KUMAR et al. 2010a; KUMAR et al. 2010b;
PAUDEL et al. 2011; PAUDEL et al. 2012; BARDHAN et al. 2013; SILVA,
2013; UDAWATTA et al. 2014).
Nesse contexto, o objetivo do estudo foi avaliar os atributos
químicos e físicos do solo mais influentes no desenvolvimento inicial de
teca em sistema agroflorestal em Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso.
28
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O experimento foi instalado no município de Figueirópolis
D’Oeste, Mato Grosso. A área experimental situa-se sob as coordenadas
geográficas de latitude Sul 15°24’27", longitude Oeste 58°45’56" e altitude
de 370 m.
O clima da região é do tipo Aw, segundo Köppen, caracterizado
por duas estações distintas ao longo do ano, sendo uma chuvosa que vai
de outubro a abril e outra seca de maio a setembro. A temperatura anual
varia entre 25 a 38 ºC e as precipitações pluviométricas em torno de 1.500
mm ano-1. A cobertura florística original é composta por vegetação do tipo
Savana Gramíneo-Lenhosa.
O relevo é plano a suavemente ondulado (SEPLAN, 2004). O
solo da área foi classificado como cambissolo háplico Tb eutrófico léptico,
segundo a classificação do Sistema Brasileiro de Classificação do Solo,
(EMBRAPA, 2013), apresentando textura franco-arenosa. O local onde o
experimento foi implantado era ocupado com pastagem (Brachiaria
brizantha (A. Rich.) Stapf vr. Marandu).
4.2 INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO
O experimento foi instalado em janeiro de 2010. O delineamento
experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC), com 12
tratamentos e quatro repetições, no esquema de parcelas subdivididas
(TABELA 1). O primeiro fator foi o preparo do solo em três tipos (covas,
escarificação e convencional). O segundo fator, o tipo de propagação de
muda (seminal e clonal). O terceiro fator, o milho nas entrelinhas da teca,
em duas situações (presença e ausência).
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TABELA 1 – DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS AVALIADOS DO SISTEMA AGROFLORESTAL IMPLANTADO EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos Práticas
1 Covas, Clonal, Com Milho
2 Covas, Clonal, Sem Milho
3 Covas, Seminal, Com Milho
4 Covas, Seminal, Sem Milho
5 Escarificação, Clonal, Com Milho
6 Escarificação, Clonal, Sem Milho
7 Escarificação, Seminal, Com Milho
8 Escarificação, Seminal, Sem Milho
9 Convencional, Clonal, Com Milho
10 Convencional, Clonal, Sem Milho
11 Convencional, Seminal, Com Milho
12 Convencional, Seminal, Sem Milho
Cada subparcela possui sete linhas de plantio de teca no sentido
leste-oeste, com seis plantas por linha, sob espaçamento 4 x 2 m (42
plantas que, descontada a bordadura, totalizaram 20 plantas úteis) e área
útil da subparcela é de 160 m2. A coleta de dados foi realizada na área útil
de cada parcela, com a medição de 20 plantas de teca (FIGURA 1).
No preparo do solo convencional foram realizadas duas
gradagens utilizando grade aradora a uma profundidade de 30 cm e uma
passagem de grade niveladora. Posteriormente, fez-se a abertura de covas
(30 cm de profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para
o plantio das mudas de teca. O replantio ocorreu 30 dias após o plantio,
quando a mortalidade estava acima de 5%. O controle da vegetação
invasora com herbicida teve início 60 dias após o plantio das mudas de
teca, utilizando-se 250 ml de glifosato em 20 L de água.
No preparo do solo em covas, antes do plantio das mudas de
teca, eliminou-se a pastagem de braquiária com aplicação de herbicida
(250 ml de glifosato em 20 L de água). O solo não foi revolvido, sendo feita
30
apenas a abertura de covas com 30 cm de profundidade e 20 cm de
diâmetro, utilizando-se de uma cavadeira manual. O replantio das plantas
de teca foi realizado conforme os procedimentos adotados no preparo
convencional do solo.
FIGURA 1 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM OS TRATAMENTOS INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
No preparo do solo com escarificação, empregou-se herbicida
(250 ml de glifosato em 20 L de água) para o controle de plantas invasoras
antes do plantio das mudas de teca. O escarificador usado na operação
apresentava largura de 1,60 m com uma haste de corte de 30 cm de
profundidade. Em seguida foi realizada a abertura de covas (30 cm de
profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para o plantio
das mudas de teca. O replantio também foi realizado conforme descrito
anteriormente para o preparo convencional do solo.
Nas sub-subparcelas onde o milho foi plantado, o preparo do
terreno consistiu da passagem de duas gradagens com grade aradora na
profundidade de 15 cm, seguida da passagem de grade niveladora. Após
30 dias do plantio da teca em fevereiro de 2010, foi realizado o plantio do
milho cultivar AG 8088 YG. Em fevereiro de 2011 foi plantado o milho
31
cultivar BM3061. Plantaram-se três fileiras de milho, espaçadas 0,8 m e
distantes 1,2 m da linha de plantio da teca, perfazendo um estande de
52.500 plantas por hectare. Foram aplicados 120 kg ha-1 de sulfato de
amônio nas entrelinhas da cultura agrícola, com o auxílio de adubadeira
manual.
O controle de formigas cortadeiras foi realizado com aplicação
de iscas formicidas granuladas antes do preparo da área e a cada três
meses após o plantio da teca. Para cupins, utilizou-se produto a base de
fipronil.
4.3 COLETA DE DADOS
O inventário florestal foi realizado aos 12 meses de idade após
o plantio, onde foram coletados os dados de altura total (ht) e o diâmetro à
5 cm de altura (d5cm). Aos 36 meses de idade foram coletados os dados
de altura total (ht) e o diâmetro à altura de 1,30 m do solo (dap).
Para a avaliação das variáveis edáficas, aos 12 meses de idade,
foram coletadas 48 amostras simples de solo na profundidade de 0-20 cm
formando quatro amostras compostas por unidade amostral. Todas as
amostras foram etiquetadas e armazenadas em recipientes plásticos e
encaminhadas ao laboratório especializado onde foram realizadas as
análises de 23 variáveis do solo (APÊNDICE A).
4.4 ANÁLISE MULTIVARIADA
Foi realizado a análise de componentes principais (ACP) com
todas as variáveis do solo coletadas aos 12 meses de idade para verificar
quais variáveis apresentavam mais influência na análise multivariada. Em
seguida as variáveis que não apresentaram influência, foram retiradas. De
acordo com Borcard et al. (2011), esse procedimento torna viável o
processamento, que deve apresentar número de variáveis menor que o
número de amostras com dados de solos.
32
A análise discriminante (AD) foi realizada com todas as variáveis
do solo e dendrométricas (ht e d5cm) dos tratamentos, com o intuito de se
obter uma separação dos grupos, entre os tratamentos que apresentaram
desenvolvimentos superiores e inferiores.
Na sequencia foi realizada a análise de variância (ANOVA) com
as variáveis dendrométricas (ht e d5cm) coletadas aos 12 meses e depois
aos 36 meses, para verificar se houve diferença significativa entre as
médias dos tratamentos. Em seguida foi realizada a análise multivariada da
variância (MANOVA) e o teste Tukey para verificar as diferenças.
A análise foi executada com recursos do software SAS versão
9.4 (SAS, 2013) bem como os testes multivariados Traço de Pillai, Lambda
de Wilks, Traço de Hotelling e Maior raiz própria de Roy. Estes são os testes
mais empregados na análise de variância multivariada e o software os
processa de forma simultânea. Em todas as análises estatísticas do
presente estudo foi empregado um nível de 95% de confiança.
33
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (ACP)
Das 23 variáveis do solo analisadas (APÊNDICE A), 16
apresentaram maior influência na análise dos componentes principais e
com maior correlação de Pearson, são elas: pH em cloro (pH CaCl2),
fósforo (P), potássio (K), cálcio e magnésio (Ca+Mg), cálcio (Ca), magnésio
(Mg), hidrogênio (H), matéria orgânica (MO), areia (Areia), silte (Silte),
argila (Argila), cobre (Cu), ferro (Fe), soma de bases (SB), capacidade de
troca catiônica (CTC) e saturação por bases (V%).
De acordo com Ribas e Vieira (2011), o objetivo da ACP será
atingido se um número relativamente pequeno de componentes extraídos
possuírem a capacidade de explicar a maior parte da variabilidade nos
dados originais.
As variáveis edáficas na profundidade de 0-20 cm para os dois
componentes principais (CP1 e CP2) (FIGURA 2), explicam 59,62% da
variação dos dados. O autovalor para o CP1 é de 0,4175, ou seja, o
primeiro componente explica 41,75% da variância total. Similarmente, o
autovalor para o CP2 é de 0,1787, isto é, o segundo componente explica
17,87% da variância total (APÊNDICE C).
Quanto maior for o comprimento de um vetor, mais influente o
mesmo será para a análise (BORCARD et al., 2011). Neste contexto, para
o sistema agroflorestal avaliado, na análise de componentes principais CP1
e CP2, podemos concluir que para a teca o Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia,
H, pH CaCl2, Mg e MO são as mais influentes para a ACP.
Pode-se observar que as variáveis Ca, Ca+Mg, SB e CTC foram
as mais influentes no CP1, e ambas são altamente correlacionadas entre
si.
34
FIGURA 2 – ANÁLISE DOS COMPONENTES PRINCIPAIS 1 E 2 DE 16 ATRIBUTOS DO SOLO, NA PROFUNDIDADE DE 0-20 cm, AOS 12 MESES APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA AGROFLORESTAL.
Os teores de cálcio (Ca) para os tratamentos tiveram média de
5,56 cmolc dm³. Os níveis de cálcio encontrados neste trabalho foram
semelhantes aos descritos como ideais para a teca entre 5,0 cmolc dm³ e
10,0 cmolc dm³ (MOLLINEDO et al. 2005).
O cálcio por sua vez é um dos elementos mais importantes no
processo de nutrição da teca (MATRICARDI, 1989). De acordo com Zech
e Drechsel (1991) a teca é uma planta de alta exigência de Ca. Barra (1996)
cita que a concentração de cálcio tem sido um dos principais fatores
edáficos assinalados como limitantes para o crescimento da teca.
35
No trabalho realizado por Barroso et al. (2005), o
desenvolvimento inicial de mudas de Tectona grandis L.f. foi afetado pela
omissão de todos os macronutrientes, sendo os sintomas condizentes com
o padrão apresentado pela maioria das culturas. Os danos mais intensos e
imediatos foram observados na ausência de Ca e N.
Os teores de magnésio (Mg) tiveram uma média de 0,72 cmolc
dm-³ que de acordo com Ribeiro et al. (1999) tiveram uma classificação
média. Mesmo que as exigências das culturas em Mg sejam relativamente
baixas (FAQUIN, 2005), o magnésio é um elemento essencial e importante,
além de sua participação na soma de bases (SB) e na saturação de bases
(V) variáveis que de um modo geral, com raras exceções, são altamente
correlacionadas em níveis altos de significância com índice de sítios
(MATRICARDI, 1989).
Desta forma, de acordo com Pita (2012) vale salientar que o
conhecimento dos teores de nutrientes disponíveis no solo orienta na
formulação das recomendações mais acertadas para a adubação das
plantas, evitando-se o desperdício e o uso inadequado de adubos e
corretivos. Assim, o crescimento da teca associado aos atributos de solo e
as informações da literatura indicam que a calagem e a adubação são
fundamentais para o aumento da produtividade e o sucesso comercial da
espécie no local estudado, sendo necessário o estabelecimento de ensaios
de adubação em diferentes condições edafoclimáticas.
A soma das bases dos 12 tratamentos foi 6,53 cmolc dm³
considerada muito boa de acordo Ribeiro et al. 1999. A soma de bases (SB)
nos indica o número de cargas negativas dos coloides do solo que está
ocupado pelos cátions básicos trocáveis.
A capacidade de troca iônica do solo representa, portanto, a
graduação da capacidade de liberação de vários nutrientes, favorecendo a
manutenção da fertilidade por um prolongado período e reduzindo ou
evitando a ocorrência de efeitos tóxicos da aplicação de fertilizantes
(RONQUIM, 2010).
36
A CTC potencial (pH 7,0) dos tratamentos de 8,21 cmolc dm³ foi
considerada boa de acordo com Ribeiro et al. (1999). De acordo com
Ronquim (2010), se a maior parte da CTC do solo está ocupada por cátions
essenciais como Ca2+, Mg2+ e K+, pode-se dizer que esse é um solo bom
para a nutrição das plantas. Por outro lado, se grande parte da CTC está
ocupada por cátions potencialmente tóxicos como H+ e Al3+ este será um
solo pobre. Um valor baixo de CTC indica que o solo tem pequena
capacidade para reter cátions em forma trocável; nesse caso, não se
devem fazer as adubações e as calagens em grandes quantidades em
aplicação única, mas sim de forma parcelada evitando perdas por
lixiviação.
Segundo Suzuki et al. (2007) a matéria orgânica (MO) possui
papel fundamental na manutenção do pH e no fornecimento de nutrientes
para a teca. Os tratamentos tiveram uma média no teor de matéria orgânica
aos 12 meses do plantio de 16,23 g kg-1. De acordo com Ribeiro et al.
(1999) esse valor ainda é considerado baixo, mas vale ressaltar que o
plantio ainda está em sua fase inicial. No trabalho de Campolin (2006) a
teca aos cinco anos de idade teve um teor de matéria orgânica no solo
chegando a 82,25 g Kg-1, o autor comenta que esse valor pode estar
relacionado com a prática de manejo de desrama (poda) realizada no
povoamento o que promoveu maior incremento de serapilheira.
Guedes (2005) encontrou resultado semelhante, em áreas de
plantações com Pinus taeda com até 20 anos de cultivo apresentando
maior teor de matéria orgânica total do solo em ambientes florestais,
quando comparou o teor de matéria orgânica total do solo em diferentes
profundidades com a vegetação de campo nativo.
Segundo Matricardi (1989), a acidez do solo é um fator
importante a ser considerada no processo de nutrição das plantas, quando
em níveis elevados seus efeitos podem ser diretos prejudicando o
desenvolvimento de plantas sensíveis as condições ácidas do solo, ou,
indiretos, quando torna indisponível para as plantas determinados
compostos ou elementos essenciais ao seu ciclo de vida.
37
Os tratamentos analisados tiveram uma média de pH CaCl2 de
5,5 que segundo Zech e Drechsel (1991), Bebarta (1999) e Alvarado (2006)
é considerado adequado para o crescimento da teca. De acordo com os
autores, um pH acima de 4,7 já pode ser considerado adequado para a
espécie.
De acordo com Ronquim (2010), o potencial hidrogeniônico (pH)
fornece indícios das condições químicas gerais do solo. Solos com acidez
elevada (baixos valores de pH) geralmente apresentam: pobreza em bases
(cálcio e magnésio principalmente); elevado teor de alumínio tóxico;
excesso de manganês; alta fixação de fósforo nos coloides do solo e
deficiência de alguns micronutrientes.
5.2 ANÁLISE DISCRIMINANTE (AD)
.
Foi realizado a diferenciação dos tratamentos (TABELA 2) e o
gráfico de dispersão dos tratamentos representado pelos escores de
variáveis canônicas (FIGURA 3). O efeito conjunto das variáveis foi capaz
de mostrar a variação entre os tratamentos. Aos 12 meses de idade, os
tratamentos 2, 10 e 12 que estão no quadrante 1º quadrante obtiveram um
melhor desenvolvimento. Isso pode ser explicado, pelo fato desses
tratamentos terem o material genético clonal, e não ter a implantação da
cultura agrícola (milho), tendo menor competição dos nutrientes disponíveis
no solo.
Em segundo lugar na análise discriminante, ficaram os
tratamentos alocados no 2º e 4º quadrante. De maneira geral os
tratamentos 3, 4, 5, 6, 8 e 11, aos 12 meses de idade tiveram um
desenvolvimento satisfatório, porém inferiores quando comparado aos
tratamentos 2, 10 e 12.
Em terceiro lugar ficaram os tratamentos 1, 7, e 9 localizados no
3º quadrante. Esses tratamentos foram os tiveram o consórcio com o milho.
Isso demostrou que no primeiro ano do plantio, a competição com o milho
pode ter influenciado na disponibilidade de nutrientes para a teca.
38
TABELA 2 – DIFERENCIAÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DISCRIMINANTE, SENDO CADA TRATAMENTO COM QUATRO BLOCOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Trat. Blocos Trat. Blocos Trat. Blocos Trat. Blocos
1
1111
4
1221
7
2211
10
3121
1112 1222 2212 3122
1113 1223 2213 3123
1114 1224 2214 3124
2
1121
5
2111
8
2221
11
3211
1122 2112 2222 3212
1123 2113 2223 3213
1124 2114 2224 3214
3
1211
6
2121
9
3111
12
3221
1212 2122 3112 3222
1213 2123 3113 3223
1214 2124 3114 3224
Códigos: 1º número: tipo de preparo de solo; 2º número é o tipo de material genético; 3º número é a presença ou ausência do milho; 4º número é o bloco.
39
FIGURA 3 – ANÁLISE DISCRIMINANTE DOS 12 TRATAMENTOS COM AS VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 cm E DENDROMÉTRICAS (ht E d5cm) EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
5.3 ANOVA E MANOVA
Foi realizado a ANOVA aos 12 meses de idade para as duas
variáveis dependentes ht e d5cm (TABELA 3). Através da análise, o teste
F foi significativo (p<0,05) demonstrando que existe diferença entre as
médias dos tratamentos avaliados para as variáveis ht e d5cm.
40
TABELA 3 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (d5cm) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
ANOVA
ht (m) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F
Trat 11 12,35 1,12 12,60 <,0001 Blocos 3 0,07 0,02 0,26 0,85 Resíduo 33 2,94 0,09 Total 47 15,35
R2 = 0,81 CV(%) = 22,50 Média Geral = 1,33
d5cm (cm) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F
Trat 11 36,11 3,28 14,09 <,0001 Blocos 3 0,59 0,19 0,86 0,4733 Resíduo 33 7,68 0,23 Total 47 44,39
R2 = 0,83 CV(%) = 15,96 Média Geral = 3,02
Constatada a diferença entre os tratamentos, procedeu-se a
aplicação da MANOVA aos dados coletados aos 12 meses de idade para
as variáveis ht e d5cm (TABELA 4).
TABELA 4 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht em m) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (d5cm em cm) DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
MANOVA
Estatística Valor F Valor gl gl Den Pr > F
Lambda de Wilks 0,07 8,53 22 64 <,0001
Traço de Pillai 1,45 8,00 22 66 <,0001
Traço de Lawley-Hotelling 6,43 9,13 22 50 <,0001
Maior Raiz de Roy 4,73 14,20 11 33 <,0001
Segundo Seber (1984) e Manly (2008) estudos sugerem que a
estatística Traço de Pillai pode ser mais robusta do que as outras
estatísticas. Porém, pode-se esperar que os testes Lambda de Wilks, Traço
41
de Pillai, Traço de Lawley-Hotelling e Maior Raiz de Roy mostrem níveis de
significância similares, não possuindo muita diferença. Na MANOVA, todas
as estatísticas de p (probabilidade) foram altamente significativas [<0,0001]
indicando diferenças significativas.
Posteriormente foi realizado o teste Tukey para a comparação
das médias dos tratamentos (TABELA 5).
TABELA 5 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS DE TECA AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Trat ht (m) Trat d5cm (cm)
10 2,54 a 10 5,25 a
12 1,82 a b 12 4,20 a b
2 1,80 a b 2 3,59 b c
6 1,51 b c 6 2,99 c d
1 1,37 b c d 1 2,89 c d
5 1,29 b c d 9 2,79 c d
9 1,21 b c d 4 2,68 c d
7 1,00 c d 7 2,52 c d
8 0,89 c d 11 2,44 c d
4 0,88 c d 5 2,37 d
11 0,80 c d 8 2,31 d
3 0,75 d 3 2,20 d Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Os tratamentos 10, 12, 2 e 6 tiveram desenvolvimentos
superiores aos demais aos 12 meses de idade tanto para a altura total
quando para o diâmetro à altura da base. Isso pode ser explicado devido
esses tratamentos terem as plantas de teca com clone superiores e sem a
competição com a cultura do milho.
Segundo Medeiros et al. (2015) plantas clonais apresentaram
maior crescimento e produção em relação às seminais,
independentemente do sistema de cultivo. De acordo com Wendling (2003),
dentre as principais vantagens da propagação vegetativa de espécies
florestais podem ser citadas a formação de plantios clonais de alta
produtividade e uniformidade, a melhoria da qualidade da madeira e de
seus produtos, a multiplicação de indivíduos resistentes a pragas e
42
doenças e adaptados a sítios específicos e a transferência, de geração
para geração, dos componentes genéticos aditivos e não-aditivos, o que
resulta em maiores ganhos dentro de uma mesma geração de seleção.
Para verificar o comportamento dos tratamentos até o terceiro
ano, foi realizada a ANOVA aos 36 meses para as duas variáveis
dependentes (ht e d5cm) (TABELA 6). Através da análise, o teste F foi
significativo, demonstrando que existe diferença significativa entre os
tratamentos avaliados.
Nota-se que ao terceiro ano, o coeficiente de variação diminuiu
consideravelmente. Isso demonstra que os dados ficaram mais
homogêneos em relação aos 12 meses.
TABELA 6 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht) E DIÂMETRO À ALTURA DE 5 CENTÍMETROS (d5cm) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
ANOVA
ht (m) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F
Trat 11 41,29 3,75 21,48 <,0001 Blocos 3 1,17 0,39 2,24 0,1020 Resíduo 33 5,77 0,17 Total 47 48,23
R2 = 0,88 CV(%) = 5,98 Média Geral = 6,99
d5cm (cm) FV GL SQ QM Fcalc Pr > F
Trat 11 23,94 2,18 15,79 <,0001 Blocos 3 1,55 0,52 3,76 0,0200 Resíduo 33 4,54 0,14 Total 47 30,04
R2 = 0,84 CV(%) = 5,04 Média Geral = 7,36
Constatada a diferença entre os tratamentos, procedeu-se a
aplicação da análise multivariada de variância (MANOVA) aos 36 meses
de idade (TABELA 7). Na MANOVA, todas as estatísticas foram altamente
significativas [<0,0001] indicando que houve diferença significativa entre os
tratamentos avaliados até os 36 meses de idade.
43
TABELA 7 – ANÁLISE MULTIVARIADA DE VARIÂNCIA PARA ALTURA TOTAL (ht em m) E DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap em cm) DE TECA AOS 36 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
MANOVA
Estatística Valor F Valor gl gl Den Pr > F
Lambda de Wilks 0,08 7,64 22 64 <,0001
Traço de Pillai 1,25 4,98 22 66 <,0001
Traço de Lawley-Hotelling 7,89 11,20 22 50 <,0001
Maior Raiz de Roy 7,31 21,92 11 33 <,0001
Em complementação a MANOVA, foi realizado o teste Tukey
para a comparação das médias dos tratamentos aos 36 meses de idade
(TABELA 8).
TABELA 8 – MÉDIAS DE ALTURA TOTAL (ht em m) E DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap em cm) DE TECA AOS 36 DE IDADE MESES PARA 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Trat ht (m) Trat dap (cm)
10 8,58 a 10 8,55 a
1 7,92 a b 1 7,96 a b
5 7,83 a b 5 7,96 a b
9 7,55 b c 9 7,80 a b c
2 7,51 b c 2 7,65 a b c
6 7,35 b c 6 7,64 a b c
12 7,06 b c d 12 7,60 b c
11 6,53 c d e 11 7,12 b c d
7 6,29 d e f 7 6,98 c d e
3 6,07 d e f 3 6,62 d e
4 5,72 e f 4 6,28 d e
8 5,46 f 8 6,12 e Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Aos 36 meses de idade o tratamento 10 foi superior aos demais.
Esse resultado já era esperado, pois foi o tratamento que teve o preparo de
solo convencional, o material genético clonal e sem o consócio com o milho.
Porém, ao observar a variável altura total, os melhores tratamentos foram
44
10, 1 e 5. Aos 36 meses de idade os tratamentos 1 (covas, clone, com
milho) e 5 (escarificação, clone, com milho) não tiveram diferença
significativa com o tratamento 10 (convencional, clone, sem milho).
Provavelmente, a adubação realizada no primeiro e no segundo
ano nos tratamentos que tiveram a cultura agrícola do milho com 120 kg
ha-1 de sulfato de amônio, influenciou positivamente no desenvolvimento
da teca até a idade de 36 meses do plantio. Além disso, de acordo com
Medeiros et al. (2015), as práticas culturais aplicadas a cultura agrícola
podem beneficiar o crescimento da teca.
Para a variável diâmetro à altura do peito, os tratamentos com
clones superiores de teca que tiveram melhores desenvolvimento foram os
tratamentos 10, 1, 5, 9, 2 e 6, não possuindo diferença significativa entre si.
Isso reflete a superioridade no crescimento de clones superiores em
relação a mudas seminais. Do ponto de vista econômico, os tratamentos 1
e 5 são considerados mais indicados, pois a atividade de implantação no
método de plantio em covas e escarificação, é mais barato que o
convencional e com a cultura do milho, já se obtém um valor para a
amortização dos custos de implantação.
Vários trabalhos apontam que o plantio do milho nos estágios
iniciais de crescimento de teca fornece uma vantagem em relação à
monocultura de teca, independente dos espaçamentos utilizados, além do
cultivo agrícola amortizar os custos de implantação, principalmente durante
os primeiros anos do plantio (PASSOS, 1990; SCHLÖNVOIGT e BEER,
2001; DUBE et al. 2002; SANTOS-MARTIN e VAN NOORDWIJK, 2009;
KHASANAH et al. 2010; MACEDO et al. 2010; PALHETA et al. 2014;
KHASANAH et al. 2015).
45
6 CONCLUSÕES
Para a teca em sua fase inicial de desenvolvimento, as variáveis
Ca, Ca+Mg, SB, CTC, Areia, H, pH CaCl2, Mg e MO foram as mais
influentes demonstrado pela análise de componentes principais (ACP).
A Teca de material genético clonal implantada em preparo de
solo convencional, covas e escarificação apresenta maior crescimento em
relação aos demais sistemas de cultivo aos 36 meses de idade.
A cultura agrícola influencia no crescimento de teca aos 12
meses de idade.
A análise multivariada dos atributos do solo é adequada para
identificar os nutrientes que apresentam maior influência sobre o
crescimento da teca em sistemas agroflorestais.
46
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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52
1 RESUMO
SOUZA, Hudson Santos. Crescimento e produtividade de teca em sistema agroflorestal. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o crescimento e estimar a produtividade de teca em um sistema agroflorestal instalado no município de Figueirópolis D’Oeste, Mato Grosso. Foram avaliados dois projetos, projeto A e projeto B. O delineamento experimental utilizado em ambos os projetos foi blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições. Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca, no espaçamento 4 x 2 m. A coleta de dados foi realizada na área útil de cada parcela, com a medição de 20 plantas de teca. A teca oriunda de mudas clonais obteve desenvolvimentos superiores em todos os tratamentos avaliados para as variáveis altura total, diâmetro à altura do peito, área basal, volume total e taxa de sobrevivência em todas as idades avaliadas. Até aos 72 meses de idade a presença do milho não influencia no crescimento da teca. Não houve diferença significativa em volume total entre plantar teca de material genético clonal com milho e gado em comparação com o plantio de teca de material genético clonal com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.
53
2 ABSTRACT
SOUZA, Hudson Santos. Growth and productivity of teak in agroforestry system. 2017. Dissertation (MSc in Forest and Environmental Sciences) - Federal University of Mato Grosso, Cuiabá-MT. Adivisor: Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho. This work was developed with the objective of evaluating the growth and estimation of teak productivity in an agroforestry system installed in Figueirópolis D'Oeste, Mato Grosso. Two projects, project A and project B were evaluated. The experimental design used in both projects was randomized blocks, with four treatments and six replications. Each plot has seven teak planting lines, spaced 4 x 2 m. The data collection was performed in the useful area of each plot, with the measurement of 20 teak plants. Teak from clonal seedlings showed superior development in all treatments evaluated for total height, diameter at breast height, basal area, total volume and survival rate at all ages evaluated. Up to 72 months of age, the presence of corn does not influence the growth of teak. There was no significant difference in total volume between teak planting of clonal genetic material with maize and cattle compared to teak planting of clonal genetic material with maize at 36, 48, 60 and 72 months of age.
54
3 INTRODUÇÃO
Os sistemas agroflorestais consistem em um conjunto de
técnicas que combinam intencionalmente, em uma mesma unidade de
área, espécies florestais com cultivos agrícolas, com ou sem a presença de
animais, para ofertar bens e serviços em base sustentáveis a partir das
interações estabelecidas (SILVA, 2013).
De acordo com a FAO (1984), existe uma série de vantagens
que aumentam a importância da utilização dos SAFs, entre elas: melhor
utilização do espaço vertical, melhor utilização da energia solar, maior
equilíbrio biológico com possibilidade de redução dos problemas
fitossanitários em relação às monoculturas, diversificação da produção com
diminuição de riscos para o produtor, uma vez que os diversos produtos
são diferentemente afetados por condições desfavoráveis de produção ou
de mercado, melhoria da estrutura do solo, favorecimento da ciclagem de
nutrientes e produção de serapilheira, reduzindo a evaporação do solo e
aumentando o seu teor de matéria orgânica.
A teca é uma espécie que tem se destacado no setor florestal
brasileiro e também no mercado externo com alto valor econômico e que
tem sido muito utilizada em sistemas agroflorestais (SAFs) (DUTRA, et al.
2007; OLIVEIRA, 2013; SHUKLA e VISWANATH, 2014; MORETTI et al.
2014; MARIA, et al. 2015; KHASANAH et al. 2015).
É uma espécie decídua pertencente à família Lamiaceae que
ocorre naturalmente em uma distribuição descontínua na Índia Peninsular,
Mianmar, Laos e Tailândia (MIDGLEY et al., 2015). Atualmente, esta
espécie é cultivada em diversas regiões da Ásia, África e das Américas do
Sul e Central e possui grande importância econômica no contexto mundial
por produzir uma madeira com excelente qualidade estética, boa
resistência, estabilidade dimensional e durabilidade (PANDEY e BROWN,
2000; BERMEJO, et al. 2004; ÂNGELO et al., 2009; NOCETTI et al., 2011;
MURILLO, et al., 2016).
55
A indústria brasileira de base florestal é mundialmente
reconhecida pela sua alta produtividade. Segundo a IBÁ (2016), o setor
brasileiro apresenta a maior produtividade e a menor rotação do mundo e
esses altos índices são resultado dos investimentos contínuos das
empresas do setor no Brasil para aprimorar o manejo florestal e selecionar
indivíduos mais produtivos por meio de programas de melhoramento
genético.
De acordo com Guimarães (1994), a quantificação e a predição
do crescimento e da produção dos povoamentos florestais são essenciais
para se definir a utilização dos produtos madeireiros da floresta, bem como
para fornecer informações que subsidiarão a tomada de decisão na maioria
das atividades ligadas ao setor, como determinação da idade ótima de
colheita e simulação do efeito de práticas silviculturais.
Em relação a diversas culturas florestais, pesquisas que visam
estudar a quantificação e a predição do crescimento e da produção dos
povoamentos de teca implantados em sistema agroflorestal ainda são
escassos na literatura.
Diante disso, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de
avaliar o crescimento e estimar a produtividade de Tectona grandis L.f. até
os 72 meses de idade em sistema agroflorestal no município de
Figueirópolis D´Oeste – MT.
56
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO EXPERIMENTO
O experimento foi realizado no município de Figueirópolis
D’Oeste, Mato Grosso. O clima da região é do tipo Aw, segundo Köppen,
caracterizado por duas estações distintas ao longo do ano, sendo uma
chuvosa que vai de outubro a abril e outra seca de maio a setembro.
A temperatura anual varia entre 25 a 38ºC e as precipitações
pluviométricas em torno de 1.500 mm ano-1. A área experimental situa-se
sob as coordenadas geográficas de latitude 15°24’27"S, longitude
58°45’56"O e altitude de 370 m.
O relevo é plano a suavemente ondulado (SEPLAN, 2004). O
solo da área foi classificado como cambissolo háplico Tb eutrófico léptico,
segundo a classificação do Sistema Brasileiro de Classificação do Solo,
(EMBRAPA, 2013), apresentando textura franco-arenosa.
O local onde o experimento foi instalado era ocupado
anteriormente por pastagem (Brachiaria brizantha (A. Rich.) Stapf vr.
Marandu).
4.2 HISTÓRICO DA ÁREA DO EXPERIMENTO
A implantação do experimento foi realizada em janeiro de 2010.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC),
com 12 tratamentos e quatro repetições, no esquema de parcelas
subdivididas (FIGURA 4).
57
FIGURA 4 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL COM TECA INSTALADO EM 2010 EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
O primeiro fator foi o preparo do solo em três tipos (covas,
escarificação e convencional). O segundo fator, o tipo de propagação de
muda (seminal e clonal). O terceiro fator, o milho nas entrelinhas da teca,
em duas situações (presença e ausência) (TABELA 9).
No preparo do solo convencional foram realizadas duas
gradagens utilizando grade aradora a uma profundidade de 30 cm e uma
passagem de grade niveladora. Posteriormente, fez-se a abertura de covas
(30 cm de profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para
o plantio das mudas de teca. O replantio ocorreu 30 dias após o plantio,
quando a mortalidade estava acima de 5%. O controle da vegetação
invasora com herbicida teve início 60 dias após o plantio das mudas de
teca, utilizando-se 250 ml de glifosato em 20 L de água.
No preparo do solo em covas, antes do plantio das mudas de
teca, eliminou-se a pastagem de braquiária com aplicação de herbicida
58
(250 ml de glifosato em 20 L de água). O solo não foi revolvido, sendo feita
apenas a abertura de covas com 30 cm de profundidade e 20 cm de
diâmetro, utilizando-se de uma cavadeira manual. O replantio das plantas
de teca foi realizado conforme os procedimentos adotados no preparo
convencional do solo.
No preparo do solo com escarificação, empregou-se herbicida
(250 ml de glifosato em 20 L de água) para o controle de plantas invasoras
antes do plantio das mudas de teca. O escarificador usado na operação
apresentava largura de 1,60 m com uma haste de corte de 30 cm de
profundidade. Em seguida foi realizada a abertura de covas (30 cm de
profundidade e 20 cm de diâmetro) com cavadeira manual para o plantio
das mudas de teca. O replantio também foi realizado conforme descrito
anteriormente para o preparo convencional do solo.
TABELA 9 – DESCRIÇÃO DOS 12 TRATAMENTOS IMPLANTADOS EM 2010 NO SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos Práticas
1 Covas, Clonal, Com Milho
2 Covas, Clonal, Sem Milho
3 Covas, Seminal, Com Milho
4 Covas, Seminal, Sem Milho
5 Escarificação, Clonal, Com Milho
6 Escarificação, Clonal, Sem Milho
7 Escarificação, Seminal, Com Milho
8 Escarificação, Seminal, Sem Milho
9 Convencional, Clonal, Com Milho
10 Convencional, Clonal, Sem Milho
11 Convencional, Seminal, Com Milho
12 Convencional, Seminal, Sem Milho
Nas sub-subparcelas onde o milho foi plantado, o preparo do
terreno consistiu da passagem de duas gradagens com grade aradora na
59
profundidade de 15 cm, seguida da passagem de grade niveladora. Após
30 dias do plantio da teca em fevereiro de 2010, foi realizado o plantio do
milho cultivar AG 8088 YG. Em fevereiro de 2011 foi plantado o milho
cultivar BM3061. Plantaram-se três fileiras de milho, espaçadas 0,8 m e
distantes 1,2 m da linha de plantio da teca, perfazendo um estande de
52.500 plantas por hectare. Foram aplicados 120 kg ha-1 de sulfato de
amônio nas entrelinhas da cultura agrícola, com o auxílio de adubadeira
manual. O controle de formigas cortadeiras foi realizado com aplicação de
iscas formicidas granulados antes do preparo da área e a cada três meses
após o plantio da teca. Para cupins, utilizou-se produto a base de fipronil.
Aos 36 meses após o plantio houve uma remodelagem no
experimento, sendo eliminado o fator preparo de solo. Com isso, após 36
meses o experimento foi dividido em dois projetos: Projeto A e Projeto B
(FIGURA 5).
FIGURA 5 – CROQUI DO SISTEMA AGROFLORESTAL APÓS A REMODELAGEM DO EXPERIMENTO AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
60
A FIGURA 6 demonstra como ficaram os dois projetos após a
remodelagem aos 36 meses de idade.
FIGURA 6 – DIVISÃO DO EXPERIMENTO COM CERCA DE ARAME FARPADO APÓS 36 MESES EM DOIS PROJETOS - PROJETO A E PROJETO B.
4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
4.3.1 Projeto A
O delineamento experimental utilizado para o Projeto A foi
blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições (TABELA
10). O primeiro fator foi o tipo de propagação de muda (seminal e clonal).
As mudas clonais de teca foram fornecidas por uma empresa reflorestadora
e as mudas seminais adquiridas de produtores de mudas da região. O
segundo fator foi o milho nas entrelinhas da teca, em duas situações
(presença e ausência), plantados aos 12 e 24 meses.
61
Como a área foi ocupada antes pela pastagem (Brachiaria
brizantha (A. Rich.) Stapf vr. Marandu), houve uma reinfestação da
gramínea, não precisando realizar a semeadura da pastagem.
TABELA 10 - IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO A IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT
Tratamentos Sistemas Práticas
1 Agrossilvipastoril teca clonal com milho e gado 2 Silvipastoril teca clonal com gado 3 Agrossilvipastoril teca seminal com milho e gado 4 Silvipastoril teca seminal com gado
Em todos os tratamentos do Projeto A, aos 36 meses, foi inserido
o gado da raça Girolando, que é uma raça de bovinos resultante do
cruzamento entre bovinos da raça Holstein-Frísia (raça holandesa) e
bovinos da raça Gir, sendo uma raça adaptada ao clima tropical e
adequada para a produção de leite (FIGURA 7). A quantidade de bovinos
colocada na área foi equivalente a duas Unidade Animal ha-1.
FIGURA 7 – BOVINOS DA RAÇA GIROLANDO INSERIDOS NO PROJETO A AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
62
Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca no sentido
leste-oeste, com seis plantas por linha, no espaçamento 4 x 2 m (42 plantas
que, descontada a bordadura, totalizaram 20 plantas úteis) e área útil da
parcela é de 160 m2 (FIGURA 8). A coleta de dados foi realizada na área
útil de cada parcela, com a medição de 20 plantas de teca.
FIGURA 8 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO A AOS
36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
4.3.2 Projeto B
O delineamento experimental utilizado para o Projeto B foi
blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições (TABELA
11). O primeiro fator foi o tipo de propagação de muda (seminal e clonal).
O segundo fator foi o milho nas entrelinhas da teca, em duas situações
(presença e ausência), plantado aos 12 e 24 meses. No projeto B não foi
inserido o gado.
63
TABELA 11 – IDENTIFICAÇÃO DOS QUATRO TRATAMENTOS DO PROJETO B IMPLANTADOS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos Sistemas Práticas
1 Agrossilvicultural teca clonal com milho 2 Monocultivo teca clonal 3 Agrossilvicultural teca seminal com milho 4 Monocultivo teca seminal
Como a área foi ocupada antes pela pastagem (Brachiaria
brizantha), houve uma reinfestação da mesma. Aos 36 meses, a pastagem
reinfestada no projeto B foi eliminada com aplicação de herbicida (250 ml
de glifosato em 20 L de água) (FIGURA 9).
FIGURA 9 – APLICAÇÃO DE HERBICIDA NO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Na FIGURA 10 se observa a área do Projeto B após a
dessecação da pastagem aos 36 meses.
64
FIGURA 10 – ÁREA DO PROJETO B APÓS DESSECAÇÃO DO PASTO.
Cada parcela possui sete linhas de plantio de teca no
espaçamento 4 x 2 m (com 20 plantas úteis) (FIGURA 11).
FIGURA 11 – CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL DO PROJETO B AOS 36 MESES DE IDADE EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
65
4.4 COLETADA DE DADOS
A coleta de dados do inventário florestal foi realizada aos 36, 48,
60 e 72 meses após a implantação do experimento. Foram coletados os
dados de altura total (ht) das árvores que perfaziam a linha central de cada
parcela (5 árvores) e circunferência à 1,30 m do solo (cap) de todas as 20
árvores na área útil da parcela.
4.5 AVALIAÇÕES
Foram realizadas as avaliações da porcentagem de
sobrevivência (%), diâmetro à altura de 1,30 m (dap), altura total (ht), área
basal (G), volume total (vt), crescimento, produtividade, incremento
corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima).
4.5.1 Porcentagem de sobrevivência (S%)
A porcentagem de sobrevivência foi calculada com base na
contagem das plantas vivas e estabelecimento da proporção em relação ao
número total de plantas da área útil da parcela (20 árvores). Para a análise
estatística, os dados de sobrevivência dos blocos foram transformados
para 𝑎𝑟𝑐𝑜 − 𝑠𝑒𝑛𝑜√𝑥/100, a fim de atender as preposições da análise de
variância (ANOVA).
4.5.2 Diâmetro à altura do peito (dap)
Foram coletados os dados de circunferência a 1,30 m do solo
de todas árvores com o auxílio de fita métrica. Com os dados de cap, foram
determinados os dap por árvore, dividindo-se cada valor de cap por 𝜋
(3,14).
66
4.5.3 Altura total (ht)
A ht (altura total) foi coletada somente das árvores que perfaziam
a linha central de cada parcela (5 árvores). Para estimar a ht das árvores
restantes, foi ajustado um modelo de relação hipsométrica por cada
tratamento:
Ln ℎ𝑡 = β0 + β1(1/𝑑𝑎𝑝) + β2(1/I) + e
Em que: Ln = Logaritmo neperiano; ht = Altura total da árvore (m); dap = Diâmetro à 1,30 m (cm); I = Idade (anos); βi = Parâmetros dos modelos; e = Erro da estimativa.
4.5.4 Área basal por hectare (G)
A área seccional (gi) do indivíduo arbóreo foi calculada pela
fórmula:
𝑔i =π ∙ 𝑑𝑎𝑝2
40000
A área basal por bloco (G.bl) pela fórmula:
𝐺. bl = ∑ 𝑔𝑖
n
i=1
Posteriormente foi feita a conversão para a área basal por
hectare (G) pela fórmula:
𝐺 = 𝐺. bl ∙ 10000
160
Em que: gi = Área seccional (m²); G.bl = Área basal por bloco (m² bl-1); G = Área basal por hectare (m² ha-1); dap = Diâmetro à 1,30 m (cm);
𝜋 = Constante 3,141592654
67
4.5.5 Volume total por hectare (vt)
Para a estimativa do volume individual das árvores, foi
aplicado a equação de Schumacher e Hall ajustado por Cruz et al. (2008):
Ln(𝑣𝑖) = −8,57046 + 1,07588Ln(𝑑𝑎𝑝) + 1,27429Ln(ℎ𝑡) R² 0,987
Em que: Ln = Logaritmo neperiano; vi = Volume individual (m³); ht = Altura total da árvore (m); dap = Diâmetro à 1,30 m (cm).
O volume total por bloco (vt.bl) foi calculado por meio da soma
dos volumes das árvores nos blocos e posteriormente convertido para
volume total por hectare (vt) em metros cúbicos (m³).
4.5.6 Crescimento e produtividade
Para avaliar o crescimento das variáveis dap (cm), ht (m) e
produtividade das variáveis G (m² ha-1) e vt (m³ ha-1) foi utilizado o modelo
de Schumacher, amplamente utilizado nos estudos de crescimento florestal
(CAMPOS e LEITE, 2013):
Y = eβ0+β1(1I
) + e
Em que: Y = Crescimento em uma idade; I = Idade (anos); βi = Parâmetros dos modelos; e = Erro da estimativa.
4.5.7 Incremento corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima)
O incremento corrente anual (ica) das variáveis altura total (ht),
diâmetro à altura do peito (dap), área basal (G) e volume total (vt), foi
calculado pela diferença de crescimento entre as avaliações no período de
um ano e o incremento médio anual (ima) das variáveis foi calculado pela
divisão do crescimento pela idade atual do povoamento florestal, em anos,
por ocasião de cada avaliação.
68
4.5.8 Análises
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância,
após terem sido atendidos os requisitos de normalidade Shapiro-Wilks e
homogeneidade das variâncias Bartlett. Os valores médios foram
comparados entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
69
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 PROJETO A
Na tabela 12 encontram-se os resultados das análises de taxa
de sobrevivência (S), diâmetro à altura do peito (dap), altura total (ht), área
basal (G) e volume total (vt) de teca para os quatro tratamentos aos 36, 48,
60 e 72 meses de idade no projeto A.
TABELA 12 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL.
Tratamentos
Idade (meses)
36 48 60 72
S (%)
1 99,2 ab 98,3 a 97,5 a 97,5 a
2 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a
3 90,0 b 88,3 b 87,5 b 85,8 b
4 93,3 ab 92,5 ab 92,5 ab 92,5 ab
dap (cm)
1 7,53 a 9,58 a 11,86 a 13,06 a
2 7,89 a 9,80 a 12,05 a 13,38 a
3 6,00 b 6,83 b 7,60 b 8,54 b
4 6,01 b 7,02 b 7,60 b 8,47 b
ht (m)
1 7,69 a 9,98 a 11,72 a 12,65 b
2 8,05 a 10,10 a 12,10 a 13,39 a
3 6,73 b 7,79 b 8,66 b 8,87 c
4 6,55 b 7,52 b 8,56 b 8,80 c
G (m² ha-1)
1 5,52 a 8,90 a 13,46 a 16,37 a
2 6,25 a 9,67 a 14,50 a 17,85 a
3 3,20 b 4,08 b 5,05 b 6,28 b 4 3,41 b 4,58 b 5,52 b 6,78 b
vt (m3 ha-1)
1 27,71 a 50,30 a 76,03 a 93,78 a
2 31,45 a 54,00 a 83,32 a 107,09 a 3 16,50 b 22,62 b 29,59 b 33,45 b
4 17,45 b 24,42 b 31,74 b 36,10 b Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
70
5.1.1 Sobrevivência (S%)
Aos 48, 60 e 72 meses, as taxas de sobrevivência (S%) dos
tratamentos 1 e 2 (TABELA 12) foram as maiores e não tiveram diferença
significativa entre elas. Já para o tratamento quatro a taxa de sobrevivência
foi de 92,5% e para o tratamento 3 foi 85,8% aos 72 meses.
Os quatro tratamentos, de maneira geral, tiveram uma taxa de
sobrevivência satisfatória, sendo superior à observada por diversos autores
com povoamentos de teca em sistema de monocultivo, como 36% em
Nicarágua, 50% no Panamá, 55% na Guatemala, 77% em Honduras
(CATIE, 1986), 70,4 % no Noroeste do Estado de Minas Gerais (MACEDO
et al. 2005) e 30,8 % em Lavras, Minas Gerais em sistemas agroflorestais
com teca e café aos 12 meses (MACEDO et al., 2004).
Segundo Melotto et al. (2009), variações nas taxas de
sobrevivência podem demonstrar diferentes potenciais de adaptação da
espécie ao sítio onde foram implantadas. De acordo com esses autores,
diferenças significativas na sobrevivência evidenciam a existência da
relação sítio x espécie, com diferentes respostas da espécie ao local de
plantio.
5.1.2 Diâmetro à altura do peito (dap)
Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias para o
diâmetro à altura do peito e não houve diferença significativa entre eles
(TABELA 12). Os tratamentos 3 e 4 também não diferiram entre si, mas
foram estatisticamente inferiores aos tratamentos com plantas clonais.
Verificou-se que a partir dos 36 meses de idade, já não houve
diferença de crescimento em diâmetro com o fator milho presente nos dois
primeiros anos do plantio. Isso demonstrou que pode ser mais vantajoso
do ponto de vista econômico o plantio de teca com milho, em virtude de
uma renda a mais com a cultura agrícola. Pode-se observar que as plantas
clonais de teca (tratamentos 1 e 2) foram em média 36% maiores em dap
do que as plantas seminais (tratamentos 3 e 4).
71
Os valores médios de dap do presente trabalho foram superiores
aos 4,77 cm aos 36 meses encontrados por Sousa et al. (2009), que
avaliaram o comportamento silvicultural da Tectona grandis em sistema
silvipastoril na região nordeste do estado do Pará em consórcio com a
criação de ovinos.
Resultados semelhantes foram encontrados por Silva et al.
(2014), onde os autores avaliaram o desempenho inicial de Tectona grandis
em sistema silvipastoril na região norte de Mato Grosso em uma área
composta por pastagem tipo Brachiaria brizantha implantada sob
espaçamento 25 x 3 m. Aos 53 meses de idade da teca o dap médio das
árvores foi 10,83 cm.
5.1.3 Altura total (ht)
As equações ajustadas para estimativa da altura total (ht),
apresentaram coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5%
de probabilidade. Os ajustes forneceram baixos valores de erro padrão
residual (Syx). O coeficiente de determinação (R²) também se apresentou
satisfatório com valores acima de 0,85 (TABELA 13).
TABELA 13 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos Equação R² Syx
1 exp(3,2253-7,1596(1/dap)-9,4486(1/I)) 0,97 0,05 2 exp(3,3667-6,5847(1/dap)-19,5506(1/I)) 0,87 0,05 3 exp(2,4616-5,0243(1/dap)+22,4479(1/I)) 0,85 0,07 4 exp(2,5774-5,7131(1/dap)+20,1851(1/I)) 0,93 0,06
exp = expoente; dap = diâmetro à altura de 1,30 m (cm); I = idade (meses).
Os tratamentos 1 e 2 tiveram médias de altura total superiores
em relação as demais aos 36, 48 e 60 meses (TABELA 12). Aos 72 meses
o tratamento 2 se destacou dos demais apresentando a maior média de ht
(13,39 m). Os tratamentos 3 e 4 apresentaram as menores médias em ht
não apresentando diferença significativa entre eles. As árvores dos
72
tratamentos com clones superiores (1 e 2) foram em média 32% maiores
que dos tratamentos seminais (3 e 4).
Segundo Berger (2000), a utilização de clones superiores para a
formação de florestas mais produtivas e com alto padrão de qualidade foi
um dos avanços que possibilitou maior produção, melhoria da qualidade e
homogeneização da matéria-prima utilizada pela indústria. De acordo com
Vencovsky e Ramalho (2000), a seleção clonal, associada a técnicas de
manejo, contribuiu para expressivo aumento no volume de madeira e
produção por hectare, principalmente porque as empresas dispunham de
milhões de plantas oriundas de propagação sexuada e evidentemente
aplicaram uma forte intensidade de seleção.
Resultados inferiores ao obtidos nesta pesquisa foram
encontrados no trabalho desenvolvido por Sousa et al. (2009) com teca em
sistema silvipastoril na região nordeste do Pará em consórcio com a criação
de ovinos onde a altura média da teca foi de 4,31 m aos 36 meses.
Silva et al. (2014) avaliaram o desempenho inicial de teca em
sistema silvipastoril na região norte de Mato Grosso em uma área composta
por pastagem tipo Brachiaria brizantha com espaçamento 25 x 3 m, onde a
média da altura total das árvores de teca foram 8,31 m aos 53 meses.
5.1.4 Área basal (G)
Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias em área
basal (G) não diferindo entre si (TABELA 12). Já os tratamentos 3 e 4
apresentaram as menores médias. Os tratamentos que foram implantadas
árvores clonais de teca (1 e 2) tiveram uma área basal em média de 62%
maiores que os tratamentos seminais (3 e 4). Os tratamentos 1 e 2
apresentaram valores de área basal superiores aos encontrado por Tonini
et al. (2009) em Iracema – Roraima, onde, aos 78 meses, o plantio
homogêneo com Tectona grandis apresentou uma área basal de 12,9 m2
ha-1.
Os valores também foram superiores ao encontrados por Jha
(1999) de 15,3 m2 ha-1 na Índia aos 60 meses e por Kramer et al. (1988)
73
11,7 m2 ha-1 aos em Java 60 meses. Por Chaves e Fonseca (1991) em
Trinidad e Tobago aos 84 meses uma área basal para o sítio 12,0 m2 ha-1.
E por Jha (1999) na Venezuela aos 72 meses uma área basal de 13,5 m2
ha-1. De acordo com Pérez e Kanninen (2005), em geral, a teca apresenta
um crescimento superior nas Américas Central e do Sul, em relação a
outras regiões tropicais.
5.1.5 Volume total (vt)
Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias de
volumes totais (vt) não diferindo entre si (TABELA 12). Já os tratamentos 3
e 4 apresentaram as menores médias. Foi observada uma acentuada
diferença no volume entre os tratamentos clonais e seminais, em que os
tratamentos clonais (1 e 2) tiveram um volume 65% maior que que os
tratamentos seminais (3 e 4).
De acordo com Medeiros et al. (2005), clones superiores
apresentaram maior crescimento e produção em relação às seminais,
independentemente do sistema de cultivo. Esses resultados corroboram
com informações de empresas reflorestadoras no Estado de Mato Grosso,
em que mudas de teca oriundas de clones selecionados apresentam
ganhos de produtividade nas idades iniciais de até 36%.
Segundo Xavier et al. (2009) o material genético clonal por
manter as características genéticas da planta mãe, apresenta maior
uniformidade no povoamento e possuir uma melhor adaptação às
características do sítio. Medeiros et al. (2015), ressalta que atualmente,
esses ganhos de produtividade e a demanda de madeira em qualidade e
quantidade exigidas pelo mercado têm elevado o interesse por clones de
teca mais produtivos.
Pode-se observar que os resultados de volume total da teca do
tratamento 1 consorciado com milho e posteriormente inserido o gado,
foram superiores aos plantios de teca em monocultivo em Java aos 60
meses com 73 m³ ha-1 (KRAMER et al. 1988) e em Cáceres aos 11 anos
74
nos espaçamentos 3 x 2 m, com 93 m³ ha-1, e 4x2m, com 81,1 m³ ha-1
(SILVA, et al., 2016).
Plantar milho nos estágios iniciais de crescimento de teca
fornece uma vantagem em relação à monocultura de teca,
independentemente do espaçamento utilizado (SANTOS-MARTIN e VAN
NOORDWIJK, 2009; KHASANAH et al. 2010; KHASANAH et al. 2015).
5.1.6 Crescimento e produtividade
As equações foram ajustadas com os dados coletados aos 36,
48, 60 e 72 meses (TABELA 14). Nas Figuras com as curvas de incremento
corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima), como o crescimento é
o parâmetro estimado em função da idade, foi estimado o crescimento nas
idades anteriores 12 e 24 meses para melhor visualização da tendência
das curvas.
TABELA 14 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE
CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap) EM cm, ALTURA TOTAL (ht) EM m, ÁREA BASAL (G) EM m² ha-1 E VOLUME TOTAL (vt) EM m³ ha-1 PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SAFS EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos Variável Equação R² Syx
1 dap 23,2010*exp(-41,1561/I) 0,81 0,09 2 dap 23,0676*exp(-39,4618/I) 0,78 0,13 3 dap 11,8870*exp(-25,4878/I) 0,77 0,14 4 dap 11,6673*exp(-24,2478/I) 0,78 0,17
1 ht 21,1065*exp(-35,9968/I) 0,89 0,06 2 ht 22,7186*exp(-38,0543/I) 0,85 0,07 3 ht 12,0689*exp(-21,2262/I) 0,72 0,11 4 ht 12,0918*exp(-22,3621/I) 0,78 0,15
1 G 51,5980*exp(-81,6600/I) 0,93 0,11 2 G 54,2000*exp(-49,5362/I) 0,78 0,18 3 G 12,0546*exp(-49,5362/I) 0,90 0,08 4 G 12,8970*exp(-48,9660/I) 0,78 0,18
1 vt 323,9770*exp(-88,2220/I) 0,97 0,11 2 vt 379,8900*exp(-91,4100/I) 0,90 0,14 3 vt 67,6680*exp(-50,3700/I) 0,96 0,08 4 vt 75,4400*exp(-53,1300/I) 0,79 0,14
75
Os ajustes para estimativa do crescimento apresentaram
coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5% de
probabilidade. Os ajustes forneceram valores de erro padrão residual (Syx)
menores que 0,19. O coeficiente de determinação (R²) também apresentou-
se satisfatório com valores acima de 0,71
O crescimento em diâmetro dos tratamentos 1 e 2 foram
semelhantes não diferindo estatisticamente entre si aos 36, 48, 60 e 72
meses (FIGURA 12). Já os tratamentos 3 e 4 tiveram os menores
crescimento. Pode-se observar uma nítida diferença no crescimento entre
os tratamentos clonais (1 e 2) e seminais (3 e 4). Essa diferença, pode ser
explicada pela qualidade inferior do material genético seminal usado no
plantio.
FIGURA 12 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap) (cm) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Aos 72 meses, o crescimento em diâmetro obtido para o
tratamento 1 e 2 foi superior aos encontrados onde a teca é nativa, como
em Hoshangabad (Índia) aos 10 anos com dap de 3,8 cm e na Tailândia
aos 10 anos com dap de 6,00 cm (GYI e TINT, 1998), na Malásia aos 72
meses com dap de 11,70 cm (NOOR, 2003). Também superiores aos
resultados obtidos por Tonini et al. (2009) em Roraima até os 72 meses
com dap de 7,77 cm. Resultados semelhantes foram encontrados no
trabalho de Rossi et al. (2011), no município de Monte Dourado, Pará, com
0
2
4
6
8
10
12
14
16
30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
dapT1
T2
T3
T4
76
dap de 13,36 cm e Silva (2012) com dap 13,69 cm em Alta Floresta, Mato
Grosso.
As curvas do incremento médio anual e do incremento corrente
anual (FIGURA 13) mostra que o máximo incremento médio anual em
diâmetro para os tratamentos 1 e 2 ocorre aos 48 meses, quando a curva
do ima interceptou a curva do ica, indicando ser esta a idade aproximada
da maximização do crescimento em diâmetro. Já para os tratamentos 3 e
4 pode-se observar que a partir dos 33 meses a curva do ica intercepta a
curva do ima.
FIGURA 13 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ICA) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DE 1,30 m (dap) (cm) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Para a altura total (ht), o tratamento 2 obteve o maior
crescimento, seguido do tratamento 1 (FIGURA 14). Os tratamentos 3 e 4
tiveram os menores crescimento em altura, não tendo diferença
significativa entre si.
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T1ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T2ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T3ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T4ica ima
77
Alguns estudos realizados na Índia têm mostrado que a altura
máxima alcançada pelas árvores de teca está mais relacionada com a
qualidade do sítio do que com o material genético. Entretanto, vale ressaltar
que a teca seminal pode apresentar alta mortalidade e pouca crescimento
no campo (GONZÁLEZ, 2004).
FIGURA 14 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ALTURA TOTAL (ht) (m) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Através das curvas geradas com o incremento médio anual e
com o incremento corrente anual, observou-se que o máximo ima em altura
total para os tratamentos 1 e 2 ocorre entre 42 e 48 meses de idade
(FIGURA 15).
4
6
8
10
12
14
16
30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
htT1
T2
T3
T4
78
FIGURA 15 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ALTURA TOTAL (ht) (m) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Para a área basal (G), os tratamentos 1 e 2 apresentaram os
maiores crescimentos (FIGURA 16). Os tratamentos 3 e 4 tiveram os
menores crescimento em área basal, não tendo diferença significativa.
FIGURA 16 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-
1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T1ica ima
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6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T2ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T3ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T4ica ima
0
5
10
15
20
25
30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
GT1
T2
T3
T4
79
As curvas do incremento médio anual e do incremento corrente
anual (FIGURA 17) de área basal para os tratamentos 1 e 2 ainda não se
encontraram, mostrando que a tendência é que aos 78 meses ocorra o
intercepto entre as curvas. Já para os tratamentos 3 e 4, as curvas se
tocaram entre 54 e 56 meses, indicando o momento de intervenção na
floresta para retomada do crescimento.
Segundo Schneider (2002), um povoamento florestal amplia seu
incremento quando as árvores que o compõem crescem, isso acontecendo,
aumenta significativamente a área basal até o momento em que os
indivíduos começam a competir entre si, com isso, permanecendo um
número de árvores excessivo, a área basal diminui devido à alta densidade,
à competição e à mortalidade.
FIGURA 17 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G (
m²
ha-1
)
Idade (meses)
T1ica ima
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
T2ica ima
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
T3ica ima
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
T4ica ima
80
A redução em área basal total com a redução de produção
fotossintética e a limitação da quantidade de água e nutrientes absorvidos
por cada indivíduo, pode prejudicar o desenvolvimento do sistema
radicular. Assim sendo, os desbastes permitem aumentar o espaço
disponível para cada árvore, proporcionando o desenvolvimento
equilibrado da copa e do sistema radicular (SCHNEIDER et al., 2000).
O crescimento em volume total dos tratamentos 1 e 2 foram
semelhantes não diferindo estatisticamente entre si aos 72 meses (FIGURA
18). Os tratamentos 3 e 4 tiveram os menores crescimento, possuindo uma
leve tendência em estabilização da curva. Nota-se uma acentuada
diferença no crescimento em volume entre os tratamentos clonais (1 e 2) e
seminais (3 e 4).
A teca de clone superior com milho e gado foi tão produtiva em
volume total quanto à teca com milho sem gado. Neste sentido em relação
à produtividade, ambos, são iguais obtendo vantagem do ponto de vista
econômico em relação a um plantio em monocultivo.
FIGURA 18 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (vt) (m3 ha-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO A EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Nos tratamentos 1 e 2, a curva do incremento médio anual em
volume total apresentou uma tendência de crescimento, o que demonstra
que a floresta está em pleno crescimento (FIGURA 19). Já os tratamentos
3 e 4 as curvas do ica e ima se cortam entre 54 e 60 meses de idade.
0
20
40
60
80
100
120
140
30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
vtT1
T2
T3
T4
81
FIGURA 19 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) PARA VOLUME TOTAL (vt) DE TECA NO PROJETO A.
Foi verificado que o milho implantado e a inserção do gado nos
tratamentos 1 e 2 não influenciou o crescimento da teca em volume aos 36,
48, 60 e 72 meses. Os tratamentos 1 e 2 com teca de clone superior
tiveram resultados satisfatórios, sendo superiores em produtividade em
relação vários plantios monoculturais de teca (TABELA 15).
TABELA 15 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO A EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Trat
ica ima ica ima ica ima ica ima dap dap ht ht G G vt vt
cm ano-1 m ano-1 m² ha ano-1 m³ ha ano-1
1 1,42 2,18 1,22 2,13 2,93 2,70 20,08 15,80
2 1,38 2,22 1,34 2,23 2,94 2,88 22,66 17,62
3 0,57 1,39 0,51 1,50 0,56 0,97 4,50 5,60
4 0,54 1,39 0,53 1,48 0,55 1,04 4,68 5,93
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T1 ica ima
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T2 ica ima
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T3 ica ima
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T4 ica ima
82
Resultados de crescimento da teca semelhantes aos deste
trabalho foram encontrados por Galloway et al. (2001) para altura total com
incremento médio anual entre 1,4 e 2,8 m ano-1 e volume total entre 5,4 e
26,7 m3 ha ano-1.
No Panamá, o incremento médio anual encontrado em sítios de
baixa produtividade para altura total foi de 1,81 m ano-1, para o dap 1,99
cm ano-1, para a área basal 0,47 m2 ha ano-1 e para o volume total 3,44 m3
ha ano-1 aos 40 meses. Em sítio de produtividade alta o incremento médio
anual para a altura total foi de 3,72 m ano-1, para o dap 3,67 cm ano-1, para
área basal 0,95 m2 ha ano-1 e para o volume total 11,93 m3 ha ano-1 aos 31
meses (GARCIA, 2003).
Vários trabalhos demonstram que os sistemas agroflorestais são
economicamente mais atrativos do que plantios florestais em monocultivo,
oferecendo com a diversificação da renda, menores ricos de investimentos
e maiores retornos econômicos (DUBE et al. 2002; RODRIGUES et al.
2007; FRANCEZ e ROSA, 2011; MÜLLER et al. 2011; CUBBAGE et al.
2011; PALHETA et al. 2014; SHUKLA e VISWANATH, 2014).
No trabalho realizado por Maneschy et al. (2009), os sistemas
agroflorestais compostos por teca apresentam maior atratividade
econômica do que os com paricá, e dentre eles, os arranjos em que o gado
era próprio, foram considerados de melhor viabilidade que os sistemas em
monocultivo ou em que a incorporação animal se dava através do aluguel
da pastagem.
Segundo Franke e Furtado (2001), os sistemas agroflorestais
com gado diminuem os impactos ambientais negativos, próprios dos
sistemas tradicionais de criação de gado, por meio do favorecimento à
restauração ecológica de pastagens degradadas, diversificando a
produção das propriedades pecuárias, gerando produtos e lucros
adicionais, ajudando a reduzir a dependência externa de insumos,
permitindo e intensificando o uso do recurso solo e seu potencial produtivo
a longo prazo, dentre outros benefícios.
83
De acordo com Porfírio-da-Silva (2009), os sistemas silvipastoris
são de grande aplicabilidade devido às dimensões ocupadas por pastagens
e às possibilidades em termos de serviços de proteção dos rebanhos e das
pastagens contra extremos climáticos.
A parte aérea das árvores (copa e fuste) pode constituir-se em
proteção física para a pastagem, reduzindo a velocidade dos ventos e o
impacto da chuva sobre a superfície do solo. A redução na velocidade dos
ventos diminui as perdas diretas do solo e também a evaporação da
umidade do solo (FRANKE e FURTADO, 2001).
Radomski e Ribaski (2009) ressalta que os sistemas
silvipastoris, tem sido visualizado como uma importante estratégia de uso
sustentado da terra, principalmente naquelas áreas potencialmente sujeitas
à degradação e, também, como uma nova fonte de agregação de valor
econômico na propriedade rural através da exploração de madeira.
5.2 PROJETO B
Na tabela 16 encontram-se os resultados das análises de taxa
de sobrevivência (S), diâmetro à altura do peito (dap), altura total (ht), área
basal (G) e volume total (vt) de teca para os quatro tratamentos aos 36, 48,
60 e 72 meses no projeto B.
84
TABELA 16 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA (S%), DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos
Idade (meses)
36 48 60 72
S (%)
1 100 a 100 a 100 a 97,5 a 2 98,5 a 98,5 ab 98,3 a 95,0 a
3 96,8 ab 96,7 ab 96,7 ab 95,0 a
4 90,8 b 90,8 b 90,8 b 90,0 a
dap (cm)
1 8,00 a 11,76 a 13,74 a 15,27 a
2 7,78 a 11,43 a 13,80 a 15,39 a
3 6,64 b 8,52 b 10,19 b 11,14 b
4 6,22 b 8,28 b 10,11 b 11,04 b
ht (m)
1 8,16 a 11,04 a 12,70 a 14,14 a
2 7,98 a 10,73 a 12,62 a 13,85 a
3 7,28 b 8,87 b 10,10 b 11,20 b
4 6,88 b 8,58 b 9,75 c 10,86 c
G (m² ha-1)
1 6,34 a 13,67 a 18,66 a 22,48 a
2 5,85 a 12,62 a 18,55 a 22,23 a
3 4,22 b 7,02 b 10,04 b 11,78 b
4 3,57 b 6,24 b 9,33 b 11,03 b
vt (m3 ha-1)
1 32,47 a 72,07 a 101,65 a 127,41 a
2 29,89 a 65,87 a 99,78 a 121,88 a
3 22,25 b 37,75 b 53,68 b 66,16 b
4 18,75 b 33,27 b 48,23 b 60,14 b Médias seguidas de mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
5.2.1 Sobrevivência (S%)
Aos 36 meses, os tratamentos 1, 2 e 3 não apresentaram
diferença significativa para a sobrevivência, entretanto, foi verificado que o
tratamento 4, diferiu dos tratamentos 1 e 2, aos 36, 48 e 60 meses, sendo
inferior (TABELA 16). Pode-se observar que os tratamentos 1 com teca
clonal e 2 com teca seminal obtiveram vantagem na taxa de sobrevivência
em relação aos tratamentos de monocultura da teca até os 60 meses.
85
Entretanto, aos 72 meses, foi verificado que não houve mais
diferença significativa entre as taxas de sobrevivência dos tratamentos.
Assim, de maneira geral, os quatro tratamentos tiveram uma taxa de
sobrevivência satisfatória.
As taxas de sobrevivência deste trabalho foram superiores ao
encontrado por Silva et al. (2016) em povoamento de teca em monocultivo
implantado em Cáceres – MT, onde a sobrevivência das árvores aos 11
anos foi de 90%. As taxas de sobrevivência deste trabalho também foram
superiores às taxas encontradas por Ribeiro et al. (2006) em Minas Gerais,
em diferentes níveis de adubação e com sobrevivência entre 63,8% e
90,0%.
Resultados semelhantes ao deste trabalho foram encontrados
por Pelissari et al. (2013) em um povoamento homogêneo de teca, no
espaçamento 3 × 3 m, no município de Nossa Senhora do Livramento, Mato
Grosso com 96,8 % de sobrevivência aos 24 meses.
Segundo Macedo et al. (2002), o potencial de estabelecimento
de espécies florestais, avaliado por meio da porcentagem de sobrevivência,
expressa a capacidade de adaptação e o vigor das mudas, frente às reais
condições ecológicas observadas no campo, pós-plantio definitivo. Isso
ocorre porque são sob as diferentes condições de campo que,
normalmente, as mudas de espécies florestais diferem em suas expressões
fenotípicas, as quais retratam fielmente as magnitudes e efeitos das
interações genótipo/ambiente.
Assim, as taxas de sobrevivência de teca observadas nos quatro
tratamentos demonstraram uma adequada adaptabilidade da teca às
condições edafoclimáticas da região de Figueirópolis D´Oeste.
5.2.2 Diâmetro à altura do peito (dap)
Os tratamentos 1 e 2 apresentaram os maiores diâmetros à
altura do peito aos 36, 48, 60 e 72 meses e não houve diferença significativa
entre eles (TABELA 16). Os tratamentos 3 e 4 também não diferiram entre
si, porém foram inferiores aos tratamentos com clones. Nota-se que os
86
tratamentos com clones superiores foram em média 28 % maiores em dap
em relação aos tratamentos seminais.
Os valores de dap dos tratamentos 1 e 2 foram superiores aos
dos povoamentos de teca em Chiriquí, Panamá, com dap de 13,6 cm aos
84 meses e 12,5 aos 96 meses (CATIE, 2013). Porém, inferiores quando
comparado aos povoamentos de Darién, Panamá com dap de 17,0 cm aos
72 meses e em Veraguas, Panamá com dap de 15,9 cm (CATIE, 2013).
5.2.3 Altura total (ht)
Os ajustes das equações para estimativa da altura total (ht),
apresentaram coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5%
de probabilidade. Os ajustes forneceram baixos valores de erro padrão
residual (Syx) abaixo de 0,06. O coeficiente de determinação (R²) também
se apresentou satisfatório com valores acima de 0,80 (TABELA 17).
TABELA 17 – EQUAÇÕES DE RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA AJUSTADAS PARA TECA AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos Equação R² Syx
1 exp(3,2264-1,2259(1/dap)-35,4658(1/I)) 0,81 0,05 2 exp(3,1446-2,2806(1/dap)-26,5643(1/I)) 0,80 0,03 3 exp(3,1090-3,5909(1/dap)-26,3189(1/I)) 0,81 0,06 4 exp(3,2052-4,9175(1/dap)-26,1318(1/I)) 0,87 0,06
exp = expoente; dap = diâmetro à altura do peito (cm); I = idade (meses).
Os tratamentos 1 e 2 (plantas clonais) apresentaram as maiores
médias para a altura total e não houve diferença significativa entre eles. Os
tratamentos 3 e 4 também não diferiram entre si, mas foram
estatisticamente inferiores aos tratamentos com plantas clonais (TABELA
16). Independente do tratamento, plantas clonais foram 21% mais altas que
as plantas seminais.
Os tratamentos 1 e 2 apresentaram altura total superior aos 3 e
4, contudo entre os primeiros assim como os segundos não houve
87
diferença significativa entre si. Independente do tratamento, plantas clonais
foram 21% mais altas que as plantas seminais (TABELA 16).
Caldeira e Oliveira (2008) encontraram valores de 10,4 m de
altura em um povoamento no município de Nossa Senhora do Livramento
– MT, valores inferiores aos tratamentos 1 e 2. Informações do Catie
tiveram valores superiores de 16,1 m aos 72 meses em Darién, Panamá e
18,1 m aos 84 meses em Veraguas, Panamá (CATIE, 2013).
5.2.4 Área basal (G)
Os tratamentos 1 e 2 apresentaram as maiores médias em área
basal (G) não diferindo entre si. Já os tratamentos 3 e 4 apresentaram
média inferiores aos tratamentos 1 e 2. Os tratamentos com árvores de
clones superiores (1 e 2) tiveram uma área basal em média de 49% maiores
que os tratamentos seminais (3 e 4) (TABELA 16).
Bermejo et al. (2004) encontraram valores inferiores de área
basal para teca em monocultivo no noroeste da Costa Rica de 10,5, 11,9 e
13,0 m² ha-1 aos 5 anos. Caldeira e Oliveira (2008) encontraram uma área
basal de 12,9 m² ha-1 em um povoamento de teca em monocultivo com 60
meses no município de Nossa Senhora do Livramento – MT, também
inferiores aos valores do tratamento 1 deste trabalho.
5.2.5 Volume total (vt)
O volume total dos tratamentos 1 e 2 foram os maiores do que
os tratamentos 3 e 4, não diferindo entre si estatisticamente. Não houve
diferença significativa para os tratamentos 3 e 4 que foram inferiores
(TABELA16). Observou-se uma significativa diferença no volume entre os
tratamentos com clones superiores e seminais, em que os tratamentos com
clones superiores (1 e 2) tiveram um volume 49% maior que os tratamentos
seminais (3 e 4).
O volume total de teca no tratamento 1 com clone e milho foi
superior ao encontrado por Camacho-Linton et al. (2013), no México, em
88
plantio de monocultivo teca, onde o plantio teve um volume total de 30,5 e
70,6 m³ ha-1. Bermejo et al. (2004) encontraram valores inferiores de
volume para teca de 10,5, 11,9 e 49,8 m3 ha-1 aos 60 meses.
5.2.6 Crescimento e produtividade
Os ajustes das equações foram realizados com os dados
coletados aos 36, 48, 60 e 72 meses. Nas Figuras com as curvas de
incremento corrente anual (ica) e incremento médio anual (ima), como o
crescimento é o parâmetro estimado em função da idade, foi estimado o
crescimento nas idades anteriores 12 e 24 meses para melhor visualização
da tendência das curvas.
Os ajustes realizados para estimativa do crescimento
apresentaram coeficientes de regressão e valores de F significativos a 5%
de probabilidade (TABELA 18).
TABELA 18 – EQUAÇÕES AJUSTADAS PARA OS PARÂMETROS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap) EM cm, ALTURA TOTAL (ht) EM m, ÁREA BASAL (G) EM m² ha-1 E VOLUME TOTAL (vt) EM m³ ha-1 PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Tratamentos Variável Equação R² Syx
1 dap 28,8423*exp(-44,7703/I) 0,87 0,08 2 dap 30,4479*exp(-48,1313/I) 0,87 0,09 3 dap 18,9357*exp(-37,8305/I) 0,70 0,14 4 dap 19,9352*exp(-41,8075/I) 0,70 0,15
1 ht 24,6235*exp(-39,3854/I) 0,96 0,04 2 ht 24,0810*exp(-39,3213/I) 0,96 0,04 3 ht 17,3261*exp(-31,8502/I) 0,82 0,07 4 ht 17,2095*exp(-33,4545/I) 0,71 0,11
1 G 72,8450*exp(-83,0910/I) 0,97 0,07 2 G 78,8430*exp(-89,3150/I) 0,96 0,09 3 G 33,5240*exp(-71,2110/I) 0,95 0,09 4 G 34,6950*exp(-81,2220/I) 0,85 0,17
1 vt 457,5920*exp(-91,0690/I) 0,98 0,06 2 vt 464,8660*exp(-94,7580/I) 0,97 0,08 3 vt 199,4370*exp(-79,2680/I) 0,96 0,08 4 vt 194,7350*exp(-84,3360/I) 0,90 0,16
89
Os ajustes forneceram valores de erro padrão residual (Syx)
menores que 0,17. O coeficiente de determinação (R²) também apresentou-
se satisfatório com valores acima de 0,70.
O crescimento em diâmetro da teca nos tratamentos 1 e 2 foram
semelhantes (FIGURA 20) não diferindo estatisticamente entre si aos 72
mesese superiores aos tratamentos 3 e 4. Os tratamentos 3 e 4 tiveram os
menores crescimento. Houve uma notável diferença no crescimento entre
os tratamentos clonais (1 e 2) e seminais (3 e 4).
FIGURA 20 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap) (cm) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT. Aos 36, 48, 60 e 72 meses, o crescimento em diâmetro obtido
para o tratamento 1 com teca clonal milho e gado e tratamento 2 com teca
clonal e gado foi superior aos encontrados onde a teca é nativa, como na
Tailândia aos 10 anos em monocultivo com dap de 6,00 cm (GYI e TINT,
1998) e na Malásia aos 72 meses com dap de 11,70 cm (NOOR, 2003).
Superiores aos resultados de Tonini et al. (2009) em Roraima até os 72
meses com dap de 7,77 cm.
A curva do ima tem um rápido crescimento para os tratamentos
1 e 2 até os 48 meses e para os tratamentos 3 e 4 até os 36 meses
(FIGURA 21). De acordo com informações do Catie (2013) a partir do 10º
ano, o crescimento em diâmetro diminui, com incrementos corrente anual
(ica) de menos de 1,5 cm por ano para diâmetro. Por volta do 20º ano, o
ica em diâmetro dificilmente chega a 1 cm por ano.
4
6
8
10
12
14
16
30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
dapT1
T2
T3
T4
90
FIGURA 21 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap) (cm) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Para a altura total (ht), os tratamentos 1 e 2 obtiveram os
maiores crescimentos e não tiveram diferença significativa entre si e os
tratamentos 3 e 4 foram inferiores aos tratamentos 1 e 2 (FIGURA 22).
FIGURA 22 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ALTURA TOTAL (ht) (m) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T1ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T2ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T3ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
da
p(c
m)
Idade (meses)
T4ica ima
4
6
8
10
12
14
16
30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
htT1
T2
T3
T4
91
As curvas do incremento médio anual e do incremento corrente
anual (FIGURA 23) mostram que o máximo incremento médio anual em
altura total para os tratamentos 1 e 2 ocorreu entre 48 e 54 meses. Já para
os tratamentos 3 e 4, as curvas se interceptam entre 36 e 42 meses.
FIGURA 23 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ALTURA TOTAL (ht) (m) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
A área basal (G) dos tratamentos 1 e 2 apresentou os maiores
crescimentos (FIGURA 24). Os tratamentos 3 e 4 tiveram os crescimentos
em área basal inferiores, não tendo diferença estatística significativa entre
si.
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T1ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T2ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T3ica ima
0
1
2
3
4
5
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
ht
(m)
Idade (meses)
T4ica ima
92
FIGURA 24 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-
1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
As curvas do ima e do ica (FIGURA 25) em área basal para os
quatro tratamentos ainda não se interceptaram, mostrando que a tendência
é que aos 78 meses a curvas se interceptam.
FIGURA 25 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM ÁREA BASAL (G) (m2 ha-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
0
5
10
15
20
25
30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
GT1
T2
T3
T4
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
T1 ica ima
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
T2 ica ima
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
T3ica ima
0
1
2
3
4
5
6
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
G(m
² h
a-1)
Idade (meses)
T4ica ima
93
O crescimento em volume total dos tratamentos 1 e 2 foram
semelhantes (FIGURA 26) não diferindo estatisticamente entre si aos 36,
48, 60 e 72 meses. Os tratamentos 3 e 4 tiveram o crescimento inferior aos
tratamentos 1 e 2.
FIGURA 26 – CURVAS DE CRESCIMENTO EM VOLUME TOTAL (vt) (m3 ha-1) PARA OS QUATRO TRATAMENTOS AOS 36, 48, 60 E 72 MESES DE IDADE NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Observou-se que para os quatro tratamentos (FIGURA 27), que
a curva do ima em vt ainda apresenta uma tendência de crescimento,
denotando que a floresta está em pleno desenvolvimento.
O tratamento 1 com teca clonal e milho foi produtivo semelhante
ao tratamento 2 em monocultura da teca, não tendo diferença estatística
entre si, demonstrando que o plantio do milho, não interferiu no crescimento
da teca até aos 72 meses de idade.
Valores inferiores a este trabalho foram encontrados por Silva
(2012) em plantios de teca em monocultivo no município de Alta Floresta,
Mato Grosso, onde o incremento médio anual no sítio IV para volume total
foi de 14,25 m3 ha ano-1 e para a área basal 2,20 m2 ha ano-1.
0
20
40
60
80
100
120
140
30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
vtT1
T2
T3
T4
94
FIGURA 27 – CURVAS DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM VOLUME TOTAL (vt) (m3 ha-1) DE TECA PARA OS QUATRO TRATAMENTOS NO PROJETO B EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
No trabalho realizado por Drescher (2004) em povoamento de
monocultura de teca, aos 72 meses são encontrados valores inferiores a
este trabalho (TABELA 19), onde o incremento médio anual para volume
total foi de 6,8 m3 ha ano-1.
TABELA 19 – VALORES DE INCREMENTO CORRENTE ANUAL (ica) E
INCREMENTO MÉDIO ANUAL (ima) EM DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (dap), ALTURA TOTAL (ht), ÁREA BASAL (G) E VOLUME TOTAL (vt) DE TECA AOS 72 MESES DE IDADE PARA O PROJETO B EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
Trat
ica ima ica ima ica ima ica ima dap dap ht ht G G vt vt
cm ano-1 m ano-1 m² ha ano-1 m³ ha ano-1
1 1,81 2,58 1,48 2,37 4,34 3,78 28,45 21,51
2 1,95 2,60 1,44 2,32 4,48 3,73 27,57 20,56
3 1,12 1,87 0,94 1,86 1,83 1,93 12,62 10,98
4 1,22 1,86 0,96 1,80 1,77 1,80 11,69 9,93
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T1 ica ima
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T2 ica ima
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T3ica ima
0
5
10
15
20
25
30
35
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78
vt(m
³ h
a-1)
Idade (meses)
T4 ica ima
95
5.3 PROJETO A E PROJETO B
Aos 72 meses do plantio foi realizada uma comparação em
porcentagem do volume total da teca entre os projetos A e B (FIGURA 28).
FIGURA 28 – VOLUME TOTAL DE TECA PARA O PROJETO A E PROJETO B AOS 72 MESES DE IDADE EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MT.
A teca clonal no projeto B, tratamento 1 obteve um volume total
26% maior em relação a teca clonal no projeto A, tratamento 1.
A teca clonal no projeto B, tratamento 2 obteve um volume total
12% maior em relação a teca clonal no projeto A, tratamento 2.
A teca seminal no projeto B, tratamento 3 obteve um volume total
49% maior em relação a teca seminal no projeto A, tratamento 3.
A teca seminal no projeto B, tratamento 4 obteve um volume total
40% maior em relação a teca seminal no projeto A, tratamento 4.
Quando se compara o desenvolvimento da teca no projeto A,
tratamento 1 com o projeto B, tratamento 2, observa-se um valor de 23%
menor em volume total. Porém, do ponto de vista econômico, no projeto A,
tratamento 1, o produtor obtém mais dois tipos de renda.
0
20
40
60
80
100
120
140
T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4
vt
(m³)
projeto A projeto B
96
6 CONCLUSÕES
A teca oriunda de mudas clonais obteve desenvolvimentos
superiores em todos os tratamentos avaliados para as variáveis altura total,
diâmetro à altura do peito, área basal, volume total e taxa de sobrevivência
em todas as idades avaliadas em relação aos tratamentos com teca de
origem seminal.
Até aos 72 meses de idade a presença do milho não apresenta
influência significativa no desenvolvimento da teca.
Não houve diferença significativa em volume total entre plantar
teca clonal com milho e gado em comparação com o plantio de teca clonal
com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.
Plantar teca clonal com milho e gado em comparação com o
plantio de teca clonal com milho aos 36, 48, 60 e 72 meses de idade.
97
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÂNGELO, H.; SILVA, V. S. de M.; SOUZA, Á. N. de; GATTO, A. C. Aspectos financeiros da produção de teca no Estado de Mato Grosso. Floresta, v. 39, n. 1, p. 23–32, 2009. BERGER, R. Crescimento e qualidade da madeira de um clone de Eucalyptus saligna smith sob o efeito do espaçamento e da fertilização. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) 126 f. Universidade Federal de Santa Maria – Santa Maria, RS. BERMEJO, I.; CANELLAS, I.; MIGUEL, A. S. Growth and yield models for teak plantations in Costa Rica. Forest Ecology and Management. n.189, p. 97–110. 2004. CALDEIRA, S. F.; OLIVEIRA, D. L. C. Desbaste seletivo em povoamentos de Tectona grandis com diferentes idades. Acta Amazonica. vol. 38, n. 2. p. 223 – 228, 2008. CAMACHO-LINTON, A.; RAMÍREZ-MALDONADO, H.; SANTOS-POSADAS, H. M. dos; SÁNCHEZ, F. J. Z. Tablas de rendimiento para teca (Tectona grandis l.) en el estado de Campeche. Revista Mexicana de Ciencias Forestales. vol. 4, n. 19. 2013. CAMPOS, J. C. C.; LEITE, H. G. Mensuração florestal: perguntas e respostas. 4. ed. Viçosa: UFV, 2013. 605p. CATIE - Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza - Las plantaciones de teca en América Latina: Mitos y realidades. Série técnica, Turrialba: CATIE; 2013. 392 p. CATIE - Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza - Catie. Silvicultura de espécie promisorias para producción de leña en América Central: resultados de cinco años de investigación. Turrialba: CATIE; 1986. 228 p. CHAVES, E.; FONSECA, W. Teca (Tectona grandis L.F.) árbol de uso múltiple em América Central. Turrialba, CATIE - Informe Técnico nº 179, 1991. 47p. CRUZ J. P.; LEITE, H. L.; SOARES, C. P. B.; CAMPOS, J. C. C.; SMIT, L.; NOGUEIRA, G. S. Modelos de crescimento e produção para plantios comerciais jovens de Tectona grandis em Tangará da Serra, Mato Grosso. Revista Árvore, v.32, n.5, p. 821-828, 2008.
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104
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível observar um desenvolvimento satisfatório da teca
nos sistemas agroflorestais avaliados em comparação com o monocultivo
da espécie.
Recomenda-se em um próximo trabalho, avaliar os atributos
edáficos do solo em um período maior de até 25 anos.
Recomenda-se em um próximo trabalho verificar se a produção
da teca no sistema agroflorestal em relação ao monocultivo é
recompensada economicamente pelo cultivo da cultura agrícola e a
pecuária.
106
APÊNDICE A – VALORES MÉDIOS DE 23 VARIÁVEIS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTOS AVALIADOS DE 0 – 20 CM DE PROFUNDIDADE AOS 12 MESES DE IMPLANTAÇÃO EM FIGUEIRÓPOLIS DO OESTE.
Trat. pH pH P K Ca+Mg Ca Mg Al H H+Al MO Areia Silte Argila Zn Cu Fe Mn B S SB T V
H2O CaCl2 mg dm³ mg dm³ cmolc dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ g/dm³ g/kg g/kg g/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg mg/kg cmolc/dm³ mg/kg mg/kg
1 6,275 5,350 4,250 101,000 6,143 5,218 0,925 0,000 2,378 2,378 20,750 492,000 168,500 339,500 4,825 2,525 106,750 117,375 0,390 3,450 6,400 8,750 72,675
2 6,600 5,750 6,325 135,000 7,463 6,793 0,670 0,000 1,660 1,660 18,250 515,000 179,250 305,750 5,950 2,275 89,750 122,450 0,438 3,050 7,800 9,630 81,325
3 6,250 5,350 3,900 95,000 6,528 5,848 0,680 0,000 2,378 2,378 21,000 526,500 175,250 298,250 6,125 2,625 98,500 117,200 0,415 2,850 6,775 9,175 73,750
4 6,300 5,500 8,275 101,000 6,390 5,570 0,820 0,000 2,190 2,190 19,250 541,750 175,000 283,250 6,825 3,000 94,500 123,875 0,408 2,700 6,675 8,850 75,425
5 6,400 5,575 3,800 102,000 6,345 5,565 0,780 0,000 1,783 1,783 13,250 488,250 168,000 343,750 6,625 2,550 136,750 130,125 0,430 3,300 6,600 8,375 78,675
6 6,225 5,300 3,825 127,500 5,305 4,620 0,685 0,000 2,158 2,158 13,500 511,250 156,500 332,250 5,475 2,625 137,750 115,100 0,395 3,200 5,625 7,995 72,225
7 6,425 5,575 5,675 77,500 5,515 4,878 0,638 0,000 1,503 1,503 8,500 557,500 163,000 279,500 5,850 2,625 115,000 116,600 0,433 7,600 5,700 7,885 78,700
8 6,450 5,625 7,800 66,000 6,205 5,585 0,620 0,000 1,470 1,470 11,750 534,000 156,250 309,750 5,325 2,750 112,750 115,225 0,418 3,700 6,375 7,950 81,100
9 6,175 5,300 4,475 80,500 5,825 5,160 0,665 0,000 2,190 2,190 16,000 487,750 157,500 354,750 5,375 2,800 113,250 123,425 0,400 2,200 6,025 8,250 73,125
10 6,375 5,525 7,650 83,000 6,593 5,898 0,695 0,000 1,753 1,753 17,750 511,250 164,000 324,750 7,550 2,825 133,750 121,425 0,430 2,300 6,825 8,550 78,725
11 6,525 5,750 4,000 83,000 7,008 6,255 0,753 0,000 1,595 1,595 18,750 503,250 160,750 336,000 5,350 2,875 106,750 125,550 0,443 2,950 7,225 8,990 81,575
12 6,350 5,450 3,475 110,000 6,125 5,358 0,768 0,000 1,875 1,875 16,000 495,500 164,750 339,750 5,075 3,125 122,750 118,700 0,520 3,150 6,425 8,890 77,225
107
APÊNDICE B – MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS, MATO GROSSO. (VALORES EM NEGRITO SÃO SIGNIFICATIVOS [<0,05])
pHCaCl2 P K Ca+Mg Ca Mg H MO Areia Silte Argila Cu Fe SB CTC V
pHCaCl2 1,0000 0,0984 -0,1314 0,6258 0,6443 0,1517 -0,7829 0,0869 -0,3378 0,1486 0,3217 -0,2786 -0,2435 0,6157 0,3128 0,9314
P 1,0000 -0,0279 -0,0216 -0,0049 -0,1364 -0,1630 -0,0383 0,2337 0,0218 -0,2611 -0,0872 -0,0502 -0,0218 -0,0856 0,0935
K 1,0000 -0,1257 -0,1579 0,1852 0,2844 0,2203 0,0121 0,0985 -0,0436 -0,2344 -0,1751 -0,0442 0,0611 -0,2344
Ca+Mg 1,0000 0,9936 0,5157 -0,1770 0,5803 -0,5619 0,3569 0,5012 -0,2574 -0,4445 0,9964 0,9161 0,6932
Ca 1,0000 0,4154 -0,2238 0,5417 -0,5137 0,3339 0,4558 -0,2676 -0,4560 0,9870 0,8903 0,7187
Mg 1,0000 0,2719 0,5626 -0,6278 0,3406 0,5779 -0,0431 -0,1203 0,5362 0,6235 0,1305
H 1,0000 0,4274 0,0544 0,1274 -0,0987 0,0535 -0,0444 -0,1497 0,2248 -0,8122
MO 1,0000 -0,3343 0,3299 0,2618 -0,2197 -0,4453 0,6055 0,7570 0,0261
Areia 1,0000 -0,4164 -0,9596 0,0227 0,1400 -0,5618 -0,5347 -0,3788
Silte 1,0000 0,1439 0,0266 -0,2119 0,3652 0,4149 0,1458
Argila 1,0000 -0,0329 -0,0869 0,4985 0,4537 0,3672
Cu 1,0000 0,5434 -0,2737 -0,2506 -0,1783
Fe 1,0000 -0,4586 -0,4765 -0,2406
SB 1,0000 0,9292 0,6756
CTC 1,0000 0,3628
V 1,0000
108
APÊNDICE C – AUTOVALORES DA MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS PARA OS 12 TRATAMENTOS EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO.
AUTOVALORES DA MATRIZ DE CORRELAÇÃO
Autovalor Diferença Proporcional Acumulado
1 6,67942738 3,82074237 0,4175 0,4175
2 2,85868501 0,98437904 0,1787 0,5961
3 1,87430597 0,72840795 0,1171 0,7133
4 1,14589802 0,18373157 0,0716 0,7849
5 0,96216646 0,20855227 0,0601 0,8450
6 0,75361418 0,09503997 0,0471 0,8921
7 0,65857421 0,24900680 0,0412 0,9333
8 0,40956741 0,08031102 0,0256 0,9589
9 0,32925640 0,06849669 0,0206 0,9795
10 0,26075971 0,20766997 0,0163 0,9958
11 0,05308974 0,03901378 0,0033 0,9991
12 0,01407596 0,01367132 0,0009 1,0000
13 0,00040464 0,00022974 0,0000 1,0000
14 0,00017490 0,00017490 0,0000 1,0000
15 0,00000000 0,00000000 0,0000 1,0000
16 0,00000000 0,0000 1,0000
109
APÊNDICE D – GRÁFICO DO COTOVELO (“SCREE PLOT”) E DA VARIÂNCIA EXPLICADA (“VARIANCE EXPLAINED”) CONSTRUÍDO PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DO SOLO PARA OS 12 TRATAMENTS AOS 12 MESES EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO.
APÊNDICE E - ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 16 VARIÁVEIS EDÁFICAS DE 0-20 CM AOS 12 MESES DE IDADE PARA 12 TRATAMENTOS EM SISTEMA AGROFLORESTAL EM FIGUEIRÓPOLIS D´OESTE, MATO GROSSO.