anatomia cirúrgica do nervo facial
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Mariana Miguel FragaResidente do 3º ano em Otorrinolaringologia
HUCF/UNIMONTESSetembro - 2010
Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Embriologia: deriva do segundo arco branquial (assim como toda a musculatura da face e o m. estapédio)
Núcleo de origem do nervo facial – assoalho do IV ventrículo
Único nervo periférico a atravessar um túnel ósseo tortuoso (aproximadamente 30mm)
É considerado um nervo misto – funções sensitiva, secretora e motora
Sua função motora é o que mais o caracteriza – responsável pelos movimentos, expressão e mímica facial
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segundo TESTA, são 5 os núcleos de origem do VII nervo:
1. Núcleo motor Parte inferior da ponte Recebe inervação dos
córtex motores dos dois lados
apenas sua porção inferior recebe fibras motoras do lado homolateral
Núcleo ventral: motricidade da metade inferior da face
Núcleo dorsal: motricidade da metade superior da face
Dado importante para se compreender o comportamento da musculatura superior da face diante de uma paralisia facial central
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
2. Núcleo salivatório superior Parte caudal da ponte Fibras pré-ganglionares que aí se originam, através do
nervo corda do tímpano (Wrisberg), vão ao nervo lingual e deste até o gânglio submandibular
Deste gânglio partem as fibras pós-ganglionares responsáveis pela inervação das submandibulares, sublinguais e da mucosa da cavidade nasal
3. Núcleo lacrimal Origem próxima ao salivatório superior As fibras que aí se originam passam pelo gânglio
pterigopalatino e as fibras pós-ganglionares vão às glândulas lacrimais
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
4. Núcleo do trato solitário Situado no bulbo, recebe
fibras para a sensibilidade visceral geral da parte posterior das fossas nasais, palato mole e gustação
5. Núcleo sensitivo principal do trigêmio
Recebe fibras do VII, IX e X nervos cranianos
Responsável pela sensibilidade do pavilhão auricular e do conduto auditivo externo
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Com objetivo didático, JEPSEN afirmou que o tronco do nervo facial contém quatro componentes de fibras: dois aferentes
especiais e gerais dois eferentes
especiais e gerais
Todos com funções bem diversas
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Fibras eferentes especiais Inervação motora dos
músculos mímicos da face, do estapédio e ventre posterior do digástrico
Origina-se do núcleo motor do nervo facial
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Fibras eferentes gerais Inervação das glândulas
lacrimais: grande petroso superficial
Inervação das glândulas submandibulares e sublinguais: corda do tímpano
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Fibras aferentes especiais Sensação gustativa dos
2/3 anteriores da língua: nervo corda do tímpano
Fibras aferentes gerais Sensibilidade da região
de Ramsay Hunt: nervo corda do tímpano
Sensibilidade dos músculos profundos da face
Sensibilidade da concha, meato acústico externo, parte da membrana timpânica e parte da cavidade da orelha média
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Na tentativa de definir o setor ou o local do nervo comprometido (topodiagnóstico), foram sugeridos por autores como FISCH cinco segmentos:
1. Pontino - intracraniano
2. Meatal - intratemporal
3. Labiríntico - intratemporal
4. Timpânico (ou horizontal) - intratemporal
5. Mastóideo (ou vertical)
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Segmento PONTINO (23mm) Origina-se do sulco bulbo pontino Logo após sua origem, percorre a região do ângulo pontocerebelar e
quase envolve o n. abducente (NC VI) Durante seu trajeto recebe companhia do n. corda do tímpano (Wrisberg) e
após caminharem juntos se unem de tal maneira que prevalece a denominação nervo facial ou VII nervo
Ainda neste segmento aproxima-se dele o VIII nervo, o acústico e juntos atravessam a região do ângulo pontocerebelar
Assim é possível compreender a ocorrência de paralisia facial periférica (PFP) associada a déficits vestibulares e cocleares e porque patologias que acometem o núcleo do facial ou do abducente provocam a PFP mantendo as funções dependentes do n. corda do tímpano
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segmento MEATAL (7mm) O nervo facial que já se
encontra acompanhado do vestibular superior e inferior e do coclear, recebem bem na entrada a companhia da artéria labiríntica
No fundo do meato acústico interno o nervo facial vai penetrar no aqueduto de Falópio (ou canal do facial)
Resiste a processos de estiramento e compressão de evolução lenta AICA: artéria cerebelar inferior
anterior
m: ramo meatal
al: artéria labiríntica
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segmento LABIRÍNTICO (4mm) Inicia-se quando o nervo facial
penetra no canal de Falópio (entre o labirinto coclear e o vestibular)
Ao penetrar no canal ósseo o facial sofre um estrangulamento acentuado e exatamente neste ponto ele é envolvido por um anel fibroso
No final deste segmento, chama a atenção o alargamento que ocorre com o facial e este é chamado de gânglio geniculado
O gânglio geniculado termina em uma grande curvatura formando um ângulo de 60 a 70º, já próximo do processo cocleariforme, é chamado primeiro joelho do facial
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segmento LABIRÍNTICO (cont.) Do gânglio geniculado partem
os dois primeiros ramos do facial dentro do osso temporal: petroso maior superficial e petroso menor superficial
Ramo petroso maior superficial Junto com o petroso
profundo e um ramo simpático do plexo carotidiano constitui o nervo vidiano, encarregado de conduzir as fibras parassimpáticas, vasodilatadoras e secretoras para as glândulas lacrimais, palatinas e nasais
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segmento TIMPÂNICO (12mm) Próximo à parede medial da cavidade timpânica Atrás do músculo tensor do tímpano e processo cocleariforme Entre o canal semicircular lateral e o estribo O final deste segmento emerge o 3º ramo, o estapédio Neste segmento o canal de Falópio pode não estar completo e o nervo facial
desprotegido na orelha média (50% dos casos)
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Segmento MASTÓIDEO (14mm) Inicia-se junto ao processo
piramidal, após ligeira curvatura, em ângulo de 115º - é o segundo joelho do facial
Neste joelho há uma relação de proximidade muito grande entre o canal de Falópio e o canal lateral
O canal de Falópio está envolvido por osso em todo este segmento e aproximadamente 5mm do forame estilomastóideo emite o último ramo dentro do osso temporal, a corda do tímpano (ou nervo de Wrisberg)
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segmento MASTÓIDEO (cont.) A corda do tímpano tem um
trajeto retrógrado e quase parelelo ao tronco do facial, até chegar à orelha média, onde passa sobre a apófise longa da bigorna, debaixo do martelo, indo encontrar o nervo lingual e ainda emitir ramos para as glândulas sublingual e submandibular
Em todo o segmento mastóideo, o canal de Falópio é envolvido por tecido ósseo, especialmente nas mastóides ebúrneas onde é importante salientar grupos de células anteriores, posteriores e inferiores
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segmento Extratemporal O nervo facial emerge do
crânio pelo forame estilomastóideo
Próximo a sua emergência, emite o quinto e sexto ramos. nervo auricular (quinto)
posterior que ascende pela superfície externa posterior da apófise mastóide emitindo dois ramos para inervar respectivamente os pequenos músculos
da orelha (ramo auricular posterior) e
o ventre occipital do músculo occipitofrontal (ramo occiptal)
ramo para o ventre posterior do músculo digástrico (sexto)
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Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial
Segmento Extratemporal (cont.) Aproximadamente neste mesmo
nível o facial lança um ramo para o músculo estilohióideo e penetra na glândula parótida se dividindo em dois troncos principais, o cervico-facial e o temporo-facial que por sua vez
darão origem aos ramos terminais: temporais, zigomáticos, bucais, marginal da mandíbula e cervicais para inervar os
músculos mímicos da face e platisma.
O facial ainda envia ramos sensitivos para o pavilhão auricular, meato acústico externo e membrana do tímpano
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Bibliografia
Barbosa, Vinícius Cotta. Anatomia Cirúrgica do Nervo Facial, In: Tratado de Otorrinolaringologia. p. 416 – 424. São Paulo: Roca, 2002
GRAY, Henry. Anatomy of the Human Body. Philadelphia: Lea & Febiger, 1918; Bartleby.com, 2000. www.bartleby.com/107/