andré soares e o rococó do minho
TRANSCRIPT
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TESE DE DOUTORAMENTO EM HISTRIA DA ARTE
DEPARTAMENTO DE CINCIAS E TCNICAS DO PATRIMNIO
TESE FINANCIADA
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ANDR SOARES E O ROCOC DO MINHO
VOLUME II
Faculdade de Letras da Universidade do Porto Eduardo Alberto Pires de Oliveira Tese de Doutoramento em Histria da Arte 2011 Orientador: Professor Doutor Manuel Joaquim Moreira da Rocha
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ANDR SOARES E O ROCOC DO MINHO
EDUARDO PIRES DE OLIVEIRA
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Andr Soares e a arte do Minho no seu tempo
Documentos
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A documentao que apresentamos neste volume foi recolhida
maioritariamente no Arquivo Distrital de Braga, no Arquivo Municipal e nos das
Confrarias e Irmandades desta cidade. Trabalhamos tambm nos Arquivos
Distritais de Viana do Castelo e Vila Real (este on line) bem como no Arquivo
Paroquial de Arcos de Valdevez; nos da Confraria dos Santos Passos, da
Santa Casa da Misericrdia e paroquial de S. Sebastio, todos em Guimares;
e, ainda, em Viana do Castelo, nos arquivos da Confraria de N S da Agonia e
do Mosteiro de S. Domingos. Trabalhamos ainda nos Arquivos Municipais de
Vila Nova de Cerveira e de Valena. Queremos - e devemos! - deixar aqui
expresso que fomos sempre muito bem recebidos na esmagadora maioria
destes arquivos. Muito obrigado!
Mas no podemos deixar de lamentar as dificuldades que tivemos no
Arquivo do Mosteiro de S. Domingos (Viana do Castelo), onde nos deslocamos
6 (seis!) vezes a partir de Braga e onde nem com a colaborao do Bispo da
Diocese conseguimos ver os livros da Confraria de N S do Rosrio, livros que
no foram negados a Robert Smith na dcada de 1960. Foram-nos tambm
levantadas muitas dificuldades no acesso ao Arquivo Municipal de Caminha, o
que levou a que no tivssemos a trabalhado.
Como este trabalho tem como tema a vida e obra de Andr Soares e
um determinado perodo da arte do Minho (1740-1775), limitamos, em geral, as
transcries a estes anos.
No especificamos aqui detalhadamente os arquivos e os fundos
trabalhados porque j o fizemos no primeiro volume, na Bibliografia.
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Andr Soares 1. Documentos sobre a sua vida e a sua famlia
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1686. 23 de Outubro ADB. Paroquial de Braga (S. Victor), Livro de casamentos 1
[Assento de casamento dos avs maternos de Andr Soares]
Aos vinte e trs de 8bro [Outubro] de seiscentos e oitenta e seis se recebero
em minha prezena na forma do Sagrado Concilio Tridentino Manoel Ribeiro
sapateiro filho legitimo de Joo Ribeiro j deffunto, e sua molher Maria Mendes
moradores que foro na rua de Sapateiros co Izabel Lopes filha legitima de Joo
Francisco sapateiro e sua molher Maria Lopes moradores a So Vicente desta
freguesia testemunhas Bento Francisco, e Joo Francisco sapateiro todos de S.
Vicente e por verdade fis, e asinei dia era ut supra. O Coadjutor desta freguesia
o Padre Manoel Mendes.
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1711. 3 de Setembro ADB. Paroquial de Braga (S), livro 340, fl. 83v
[Assento de casamento dos pais de Andr Soares]
Aos trs dias do ms de Setembro de mil e setecentos e onze annos eu o Padre
Simo Vieyra cura en esta Santa See, e nella feitas primeiro as denunciaois na
forma do Sagrado Concilio Tridentino e Constituiois deste Arcebispado, asisti
ao Sacramento do Matrimnio, que contrahio Izabel Ribeira filha legitima de
Manoel Ribeiro e de sua mulher Izabel Lopes moradores na rua Nova desta
freguesia; com Joo Soares da Silva mercador e morador na rua do Souto
freguesia de So Joo do Souto e filho legitimo de Francisco Soares e de sua
mulher Esperana Francisca moradores na freguesia de Parada de Barbudo
concelho de Villa Cham de que foro testemunhas alem da mais gente que
presente estava Manoel Correa morador na rua Nova e Manoel Arajo morador
na rua de Maximinos e Francisco de Arajo morador na rua do Souto que aqui
asignaro de que fis este asento que aignei era ut supra // Cura o Padre Simo
Vieyra // Francisco dAraujo // Manoel Correa // Manoel de Arajo
Bibl. SMITH, Robert C. Frei Jos de Santo Antnio Ferreira Vilaa: escultor
beneditino do sculo XVIII. Vol. 1. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1972,
p. 321, nota 90
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1720. 3 de Dezembro ADB. Registo Paroquial, Braga, 145, fl. 191. (S. Joo de Souto, Nascimentos,
1713-1721)
[Assento de baptismo de Andr Soares]
Aos tres dias do mes de Dezembro de mil e setecentos e vinte annos nesta
igreja de Sam Joam do Soutto eu o Padre Custodio de Arantes coadjutor della
baptizei e pus os santos oleos a Andre filho de Joam Soares da Sylva e de sua
mulher Izabel Ribeira da rua do Soutto nasceo aos trinta dias do mes de
Novembro da dita era e anno assima foram padrinhos o Padre Loureno Jacome
da rua de Sam Miguel o Anjo, e Vitoria Francisca mulher de Thomas Ferreira da
rua nova de Souza freguezia da Se foram testemunhas Gregorio Mendes e
Manoel Dias Guimaraes anbos da rua de Soutto que todos assinaram, em fe que
fiz este assento que assinei dia mes, e anno ut supra.
Coadjutor Padre Custodio de Arantes
Padre Loureno Jacome / Gregorio Mendes
Manuel Dias Guimares
Bibl. SMITH, Robert C. Frei Jos de Santo Antnio Ferreira Vilaa: escultor
beneditino do sculo XVIII. Vol. 1. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1972,
p. 320, nota 91
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1730. 30 de Agosto ADB. Provedoria de Braga, processo n. 8519
Testamento de Vitoria Francisca mulher de Tomas Ferreira da Costa, de So
Miguel o Anjo. [madrinha e tia av materna de Andr Soares
Em nome da Santuissima Trindade Padre, Filho, e Espirito Santo tres pessoas
distintas, e hu so Deos verdadeiro em quem cremos, e a quem adoramos nos
Thomas Ferreira e minha molher Vitoria Francisca naturais desta Cidade de
Braga e moradores na rua de Sam Miguel o Anjo della, estando em nosso
perfeito juizo, e temendo a morte para a quoal nos vo chegando os achaques e
idade dezejando por nossas almas em caminho da salvao fazemos nosso
testamento de mo comua na forma seguinte: Primeiramente emcomendamos
nossas almas ao Eterno Padre, que as criou, e pedimos a seu Unigenito Filho
Christo nosso bem, e Senhor Jezus, que pellas suas Santissimas Chagas, e
pello preciozissimo sangue, que por nos derramou na arvore da crus nos perdoe
as nossas culpas, e uze comnosco de sua infinita miziricordia, e nos conceda
por fim de nossos trabalhos a sua gloria, e para tudo tomamos por nossa
advogada a Virgem a Virgem [sic] Nossa Senhora, aos Santos, e Santas dos
nossos nomes, aos Anjos da nossa goarda, e a todos os da Corte do Ceo, para
que intercedo por nos, e nos valho na vida, e na morte: E quoando Deos for
servido levarnos para si ordeno, e mando eu Thomas Ferreira, que meu corpo
seja emvolto em habito de Sam Francisco com capa, e capello dos bons e por
elle se dara a esmolla custumada, e sepultado nos claustros da Santa Se desta
Cidade e levado a sepultura na tumba da Santa Miziricordia, e acompanhado
com a dita irmandade de que sou irmo e tambm com a irmandade dos
Prazeres de que tambm sou irmo, e me acompanharo as confrarias de que
sou confrade, que esto em lembrana em rol aquellas que custumo
acompanhar, e no acompanhando algua por no chegar a tempo no he minha
vontade molestar os nossos testamenteiros abaixo nomeados; e tambm quero
e mando eu Thomas Ferreira me acompanhe the a sepultura os reverendos
padres choreiros da Santa See, e alem destes, trinta padres mais em que
entrara o reverendo parocho; e quero e ordeno que tanto que falecer, meu corpo
seja posto na capella de Sam Miguel o Anjo mi- minha vezinha, athe ser dahi
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levado a sepultura, e que na dita capella emquanto meu corpo ahi estiver se
digo ahi todas as missas que se puderem dizer de corpo prezente pella minha
alma, e se dara a esmolla custumada aos padres que as dissere e lhe
emcomendo digo cada hu o seu responso pella minha alma; tambem quero e
mando que se me digo pella minha alma vinte e sinco missas no altar
previligiado de Sam Vicente de corpo prezente podendo ser e no podendo ser
se digo no primeiro dia depois sendo desimpedido // fl. v // desimpedido e se
lhe dar a esmolla custumada, e outras vinte e sinco no altar das Santas Chagas
tambm de corpo prezente podendo ser, e quando se no digo de corpo
prezente por no poderem ser ditas se digo logo no dia primeiro desempedido,
que tambem se lhe dara a esmolla custumada. E no altar previligiado de S.
Pedro quero e ordeno se me digo pella vinte missas, digo, se me digo pella
minha alma vinte missas de corpo prezente do mesmo modo podendo ser, e
quando no no dia seguinte, e a esmolla sera a custumada; quero tambem e
ordeno que se me digo mais ds missas no altar previligiado das Santas
Chagas por minha alma que sero ditas dentro de oito dias depois de meu
falecimento tambem por esmolla custumada. Quero e ordeno que se me digao
pella minha alma ds missas no altar previligiado da Igreja de S. Phelipe Neri da
Congregao de corpo prezente podendo ser, e em cazo que ahi no haja
previlegio ou no podendo ser de corpo prezente sempre quero que se me digo
pellos mesmos padres do oratorio por esmolla cada hua missa de cento e vinte
reis e no querendo os sobreditos padres dizer as ditas ds missas pella esmolla
declarada en tal cazo quero que estas se digo no altar previligiado de Sam
Pedro o mais breve que puder ser; quero mais que se me digo pella minha
alma des missas no altar do Senhor da Agonia, e outras ds no altar da Senhora
do Rozario da Santa See e estas se diro dentro de hu ms pella esmolla
custumada; item deixo mais, quero e ordeno que se me digo pella minha alma
tres dias de missas gerais nos altares do claustro de Santo Amaro da Se onde
tenho detreminado ser sepultado, e outros trs dias de missas gerais nos
mesmos altares do dito claustro pellas almas de minhas obrigaois e por
aquellas que esto mais necessitadas nas pennas do purgatorio e os padres que
disserem missa dira cada hu seu responso, e se lhe dara a esmolla custumada;
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quero mais se digo pello discurso do anno depois de meu falecimento vinte
missas em altares previligiados pellas almas de meus Pais, Irmos, e mais
obrigaois o que seja sempre dentro do anno; Do mesmo modo declaro, e
mando Eu Vitoria Francisca que meu corpo seja emvolto em hu tunica de Sam
Francisco de doze testois, e por cima em habito de Santa Thereza e se lhe dara
a esmolla custumada, e tanto que eu for falecida seja meu corpo depozitado na
capella de Sam Miguel o Anjo minha vezinha, e nella se me digo por minha
alma todas as missas que se puderem dizer de corpo prezente e se dara aos
sacerdotes que as disserem a esmolla custumada; E quero // fl. // E quero
[sic] que meu corpo seja sepultado nos claustros de Santo Amaro da Se; item
quero, e ordeno, e declaro que do mesmo modo que meu Marido Thomas
Ferreira tem disposto neste testamento em acompanhamento, missas pella sua
alma, e de suas obrigaois; disponho e quero que outro tanto se me faa pella
minha alma e pellas de minhas obrigaois, da mesma sorte, e com as mesmas
circunstancias que acima fica declarado; e quero que todas as missas e legados
assim declarados sejao por hua vs somente. Declaramos que pessuimos meio
campo na freguezia de Ferreiros que he prazo foreyro ao Hospital de S Marcos,
e huas cazas que so herdade tambm na dita freguezia de Santa Maria de
Ferreiros, e trazemos quinhentos mil reis a juro; e outros duzentos e quorenta
mais em outra parte e outra morada de cazas junto a S. Vicente, e estas em que
vivemos sobre que trazemos pleito, e outras mais peas de ouro, e couzas do
uzo de nossa caza, e no temos dividividas [sic], nem filhos de entre ambos,
nem de fora nem herdeiro forado, e que somos cazados com condio que no
tendo filhos dentre ambos se levantaria cada hum com o seu dote, e metade dos
adquiridos como consta da escreptura de dote; e porque sempre fomos bem
cazados, e boa unio na vida, e obrigaois que devemos hum ao outro;
nomeamos, e instituimos por universais herdeiros hu ao outro reciprocamente, e
assim o declaramos; de modo que aquelle que que [sic] atrs ficar, e mais viver
fique herdando os bens do que primeiro falecer, e lhe fara os bens de sua alma,
que acima temos declarado, e disposto; e para a execuo dos legados acima
por cada hu de nos nomeamos por nossos testamenteiros a nosso sobrinho
Thome Marques morador junto a Igreja de Santiago da Cividade, e a Joo
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Soares da Silva tambm nosso sobrinho morador na Rua do Souto, e a cada hu
delles por seu trabalho lhe deixamos, e lhe daro vinte mil reis; e no querendo
algu destes aceitar ou faltando, nomeamos a Giraldo Francisco morador na Rua
do Souto tambm nosso sobrinho com os mesmos vinte mil reis por seu
travalho; mas com condio que so lhe daro ds mil reis pella morte do primeiro
do que nos falecer, e os outros ds a cada hu delles pella morte do ultimo de nos
que falecer, de modo que por morte de ambos fique cada hu delles arecadando
vinte mil reis por seu travalho, e lhe pedimos queiro aceitar o serem nossos
testamenteiros, que para a satisfao dos nossos legados aqui declarados, dara
todo o necesario aquelle de nos que ficar atras, e por falecimento de ambos
sero senhores de o tirar dos bens que ficarem por nosso falecimento, e
distribuillos como neste dispomos, e temos declarado. // fl. // Declarado
porquanto no he nossa teno que na distribuio de todos nossos bens se
intrometa o Doutor Juiz dos Reziduos so sim tomar conta dos legados neste
deixado por cada hu de nos, porquanto dos ditos nossos testamenteiros fiamos
toda a inteira satisfao; e outrosi eu Thomas Ferreira declaro que na escreptura
de dote com que cazei com minha molher Vitoria Francisca lhe doei o tero dos
meus bens; como consta da dita escreptura, e assim quero que seja senhora
della se ficar atrs de mim, porque no vou contra a dita escreptura nesta parte,
e outrosi declarou ella Thomas digo e outrosi declaro eu Thomas Ferreira que
nomeio na dita minha molher Vitoria Francisca todo o direito da renovao do
prazo de Ferreiros, e nella cedo, e trespasso todo o direito que nelle tenho e
peo ao direito senhor lhe faa a merce, isto he no cazo que eu falea primeiro
que ella; e falecendo minha molher primeiro que eu em tal cazo por minha morte
nomearei em quem me parecer, tambem deixo a dita minha molher as cazas que
tenho na mesma freguezia de Ferreiros, e dessas tambem a constituo por
herdeira como dos mais bens moveis e de rais na forma acima declarada; e no
quero que em nunhu tempo se va contra esta dispozio; e declaro mais eu
Thomas Ferreira que por morte do ultimo de nos que atras ficar se cumpriro as
couzas seguintes, convem a saber; deixo de esmolla a duas filhas de Gonalo
Ferreira ja defunto da freguezia de Santa Anna de Vimieiro minhas parentes, hua
ja cazada outra solteira, a cada hua sinco mil reis; e se algua dellas for falecida
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ao tempo, se dara a deixa desta a outra, ou a seus filhos; E eu Vitoria Francisca
declaro que a minha sobrinha Suzana da Silva pellas muitas obrigaois que lhe
devo, e pello muito que me tem feito lhe deixo a minha meada de ouro do
pescoo, e sendo falecida a deixo a suas filhas, e lhe deixo mais o meu vestido
de primavera saia e gibo para sua filha Thereza, e sendo falecida o deixo a
mais nova; deixo mais as minhas cazas de Sam Vicente a meu afilhado Joo
filho de Giraldo Francisco e de sua molher Suzana da Silva para ajuda de seu
patrimnio se for clrigo, com condio que me mandara dizer por minha alma e
do dito marido digo meu Marido e de nossas obrigaois trexentas missas por hua
vs somente dentro de hu anno; e no sendo sacerdote deixo as ditas cazas a
seu Pai e a sua Mai que disporo dellas como lhe parecer com a mesma
obrigao das ditas missas ditas tambm dentro de hu anno. Deixo mais hu
cordo dos meus dos braos a minha sobrinha Izabel Ribeira molher de Joo
Soares da Silva, e quando seja falecida o deixo a suas filhas; Deixo mais outro
meu cordo dos braos a minha sobrinha Catharina Ribeira molher de Thome
Marques, e sendo falecida o deixo a filha se a tiver e quando no a seu filho
Francisco; item deixo mais a tres filhas que tem meu primo Santos Lopes sinco
mil reis a cada hua de esmola. Deixo mais a meu primo Adriano Lopes sinco mil
reis, e sendo falecido, fequa pera sua molher; Deixo mais a minha sobrinha
Vitoria Francisca de Godinhaos ds mil reis, e sendo falecida sejo para seus
filhos; Deixo mais a Thereza filha de Jancintro Francisco da Ortigesta sinco mil
reis, e se for falecido en tal cazo se lhe no daro, isto pello muito que me
merece; Deixo mais o meu vestido com que vou a missa assim inteyro a minha
sobrinha Vitoria de Godinhaos, e sendo esta falecida o deixo a suas filhas; item
declaramos que estes legados de que proximamente tratamos queremos que so
tenho lugar por morte do ultimo do que atras ficar como dito fica, havendo com
que se cumpram, porque a nossa vontade he que o ultimo goze de todos os
bens aproveitandosse de tudo o que lhe for necesario para sua sustentao
como herdeiro de tudo, e so restando com que se compriro este; que
proximamente dispomos; e se sobejar algua couza ou bens satisfeito tudo, en tal
cazo distribuiro entre si os nossos testamenteiros acima nomeados, em que
entraro todos os tres, e sero igoais de algua couza se ficar; porem se algu de
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nos se tornar a cazar, ou no estiver por este testamento // fl. // por este
testamento [sic] en tal cazo os nossos testamenteiros, alem das obras pias, que
expressamente detriminamos; compriro tambm com estes legados que
proximamente especificamos; e o resto se algua couza ficar distribuiro entre si
os ditos nossos testamenteiros, os dous que o forem, e outro tambem nomeado
igualmente com elles; item declaramos que se algu dos testamenteiros acima
nomeados for falecido ao tempo da morte do primeiro que de nos falecer sempre
queremos sejo os outros dous nomeados, e sendo falecidos dous dos acima
nomeados, e seja vivo so esse sera nosso testamenteiro e avera a poro
acima arvitrada por nos, que avia de ter o outro; porem queremos nos eu
Thomas Ferreira e Vitoria Francisca, que no cazo que depois da morte do ultimo
de nos, depois de satisfeito tudo o que temos disposto que se algua couza ficar
se distribua entre nossos testamenteiros com tal condio que sempre seja entre
todos os tres nomeados e no cazo que seja hu ou dous delles falecidos sempre
isso que restar se distribua entre os filhos dos tais com igualdade; item
declaramos nos Thomas Ferreira e minha molher Vitoria Francisca que trazemos
demanda sobre as cazas em que vivemos, e queremos que aquelle de nos que
atrs ficar tratara da demanda ficando na posse dellas the ser pago do que se
nos dever, e bemfeitorias, o que se decedir por sentena ultima, e dispora dellas
ou do importe dellas, com encargo de algu legado pella alma de ambos nos, e
de nossas obrigaois o que lhe parecer que assim fiamos hu do outro, que desta
sorte o faa com a fedelidade com que sempre tratamos hum ao outro; e outrosi
declaramos que por ora se nos no ofrece duvida que hajamos mais declarar
neste testamento e que nesta forma avemos este por feito e acabado, e por elle
revogamos outro quoalquer que the aqui tenhamos feito assim por palavra como
por escripto, e so este queremos se cumpra, e goarde como nelle se contem por
ser assim nossa ultima, e derradeira vontade, e pedimos a todas as justias a
que tocar lhe fao dar inteiro comprimento, e rogamos ao padre Antnio Vieyra
de Brito Emcomendado da Igreja de S. Tiago da Cividade desta mesma que este
nos escrevesse e assignasse comnosco; o quoal eu o Padre Antnio Vieyra de
Brito fis a seu rogo delles testadores, e assignei com elles, que ambos
asisgnaro por suas mos hoje em Braga na Rua de Sam Migel o Anjo nas
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cazas da morada delles testadores aos vinte e nove dias do mes de Agosto de
mil e setecentos e trinta annos // Vitoria Francisca // Thomas Ferreira da Costa //
o Padre Antonio Vieira de Brito.
Segue-se aprovao a 30-8-1730 estando a pe sos e vallentes, em seu
prefeito juizo e entendimento segundo delles se vio testemunhas o Reverendo
Padre Antnio Baio, o Padre Joo Pereira de Carvalho, o Padre Miguel Vieira,
Manuel Telles da Silva, sobrinho do reverendo cnego Bento da Silva Telles e
Francisco Pereira Batefolha e Manuel Fernandes de Arajo, ourives, todos da
rua de So Miguel-o-Anjo, tabelio Manuel Fernandes. Ainda assinou o padre
Justino Gomes Ferreira.
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1731. 2 de Dezembro ADB. Provedoria de Braga, processo n. 4829.
Testamento de Izabel Lopes, viva da Porta de So Tiago. [Av materna de
Andr de Soares]
Jesu Maria Joze // Em Nome da Santssima Trindade tres pessoas distintas, e
hum s Deos verdadeiro, eu Izabel Lopes veuva de Manoel Ribeiro e moradora
em caza de meu genrro Thome Marques Guimarais morador defronte de Sam
Thiago da Cividade como fiel catholica e obedientissima serva da Igreja
Romana, desejando salvarme, e temendo o ultimo dia que he o do juzo, emq eu
hei-de comparesser diante meu Deos e Senhor, estando doente da doena que
Deos me deu, e em meu perfeito juzo me rezolvi a fazer meu testamento por
no saver o dia nem a hora que serei chamada a juizo. Em primeiro lugar
emcomendo minha alma a Deos Nosso Senhor e humildemente lhe pesso
perdam de minhas culpas, que espero alcanssar pellos merecimentos da Paixam
e morte de Jesu Christo Verdadeiro Deos e Homem interssesso da Glorioza
Virgem Maria Senhora Nossa, Anjo da minha Goarda, Santa do meu Nome e
mais Santos e Santas da Corte do Ceo de quem sou devotta, e a todos rogo e
pesso intercedam por mim agora e na hora de minha morte. Sendo Deos servido
levarme desta vida prezente, quero que meu corpo seja amortalhado em hum
havito de Sam Francisco de esmolla de dois mil e coatrocentos reis, e meu corpo
ser sepultado em os claustros de Santo Amaro da Santa Se desta Cidade de
Braga e me enterrara e acompanhara a Irmandade de Nossa Senhora dos
Prazeres de que sou irmn. Quero que no dia de meu falecimento se me
mandem dizer hum dia de missas gerais em a Igreja de Sam Thaigo em todos os
altares da dita Igreja de esmolla cada huma de cento e vinte reis, e quero que
meu testamenteiro com estas que se dierem de corpo prezente no dia que
asima digo geral me complete o numero de cem missas em que entraram as que
se dicerem de corpo prezente, e as que faltarem para as ditas cem as podera
meu testamenteiro mandar dizer por quem quizer e aonde quizer pella esmolla
que lhe paresser. Quero mais se me digam no altar de Sam // fl. v // de Sam
Pedro de Rates da Santa Se sinco missas pella minha alma de esmolla cada
huma de cento e sincoenta, mais tres missas em o altar do Espirito Santo na
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Cappella da Santissima Trindade da Santa Se de esmolla cada huma de cento e
vinte reis; mais tres missas em o altar do Senhor da Agonia da Santa Se de
esmolla de cento e vinte; mais vinte missas no altar das Sanctas Chagas da
Igreja de Sam Thiago de esmolla de cento e vinte: quero que me acompanhe o
meu corpo para a sepultura trinta padres em que entraram os reverendos padres
coreiros da Santa Se. Quero que se me mandem dizer ds missas em o altar
prevelegeado do Martr Sam Vicente pella alma de meu Marido Manoel Ribeiro
de esmolla de cento e vinte reis. Quero que seja meu testamenteiro meu genrro
Thome Marques Guimarais, e quero digo e lhe pesso que me de inteira
satisfao, e por esta ser a minha ultima vontade hei revogados todos outros
quaisquer testamentos codecilios e ultimas vontades e so quero que este valha e
se cumpra e goarde como nelle se contem, e asim pesso a todas as justissas
eclleziasticas e seculares a quem tocar faam comprir e goardar este meu
testamento codecilio e ultima vontade ou como em direito haja lugar e por esta
ser a minha ultima vontade rogei ao padre Jose Lopes de Sa morador a Sam
Vicente desta Cidade de Braga que este me fizesse e a meu rogo asignasse.
Braga e de Dezembro dois de mil e settecentos e trinta e hum anos e eu o padre
Jos Lopes de Sa que este fis e a rogo della asignei era ut supra // o padre Jose
Lopes de Sa.
Segue-se a aprovao a 2-12-1731 testemunhas Belchior Antunes de Azevedo,
da mesma rua, que assinou a rogo da testadora por no saber assinar,
Domingos Fernandes, Roleiro (?), da mesma, Francisco Pereira de Faria, da rua
do Poo, Silvrio Cerqueira de Amorim, da rua dos Pelames, Baltazar de Abreu,
da rua de Janes e Valentim Pereira, da Crus da Pedra e Francisco Correia, da
rua do Poo, tabelio geral Rafael da Rocha Malheiro. Assinou ainda Duarte
Mendes de Vasconcelos.
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1732. 5 de Dezembro ADB. Paroquial de Braga, 165. So Joo de Souto. bitos 3, fl. 342
[bito de Antnia, irm de Andr Soares]
Aos sinco de Dezembro de setecentos e trinta e dois annos faleseu Antonia
Solteira e filha de Joo Soares da Silva morador na rua do Souto sem
testamento foi ho habito de santa thereza e sepultada de licena minha na See e
acompanhada com a irmandade de Santo Thomaz prazeres e populo e com 30
padres fiz e asinei dia ut supra no he herdada a dita defunta
[O Abbade] Manoel de Mattos Falco
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1737. 15 de Abril ADB. Inquirio de genere de Andr Ribeiro Soares da Silva, Pasta n 204,
processo n 44348.
[Inquirio de genere de Andr Soares]
[Fl. 1]
Justificacao de fraternidade de Andre Soares da Silva, da rua do Souto, desta
cidade
Com seu irmao Antonio Soares da Silva, clerigo de Epistola
Camera Ecclesiastica
Anno de nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil setecentos e trinta e
sete anos, aos quinze dias do mes de Abril do dito anno nesta cidade de Braga e
campo da Vinha dela e cartorio deste oficio ahi
[fl. 2]
Ao nosso Reverendo Doutor Provisor. Braga em Cabbido Sede vacante 13 de
Abril de 1737
Illustrissimo Senhor
Diz Andre Soares da Sylva filho legitimo de Joao Soares da Sylva e sua mulher
Izabel Ribeira moradores na rua do Soutto freguesia de Sao Joao do Souto,
desta Cidade que elle esta admetido a ordens por Vossa Ilustrissima como
consta da peticao incluza e para haver de ser habilitado de genere tem seu
irmao legitimo Antonio Soares da Sylva com ordens de Epistolla, o qual foi tao
bem habilitado por Vossa Ilustrissima e quer o suplicantte que Vossa Ilustrissima
lhe faca a merce de o ademetir ajustificar a dita fraternidade.
Para Vossa Ilustrissima se digne admetillo a justificar a fraternidade do dito seo
irmao.
E Recebera Merce
Justifique
Pontes
[fl. 3]
J. C. de S. e D. Se lhe facao as deligenceas na forma do estilo Braga em
cabbido sede vacante. Abril 1737. O Deao.
Ilustrissimo Senhor.
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Diz Andre Soares da Sylva filho legitimo de Joao Soares da Sylva e Izabel
Ribeira moradores na rua do Soutto freguesia de Sao Joao do Soutto desta
cidade que com o favor de Vossa Ilustrissima para fazer mais servisso a Deus
dezeja ser admetido a ordens menores prima toncura e quatro graos. Portanto
Pede a Vossa Ilustrissima se digne admetir ao supplicante as ditas ordens, que
nao seara de rogar a Deus pella vida e augmento de Vossa Ilustrissima
E Recebera Merce
Avos Paternos
Neto de Francisco Soares e sua mulher Esperanca Francisca do lugar da Granja
freguesia do Salvador de Parada e Barbudo concelho de Villa Cham.
Avos Maternos
Neto de Manuel Ribeiro e sua mulher Izabel Lopez moradores que foram na rua
Maxeminos, freguesia da Santa Se desta cidade.
Fica registado o despacho do Illustrisimo e Reverendo Senhor Cabbido no Livro
dos despachos das ordens na forma de estillo, Livro 308. Braga aos 12 de Abril
de 1737. Manoel Vieira Marra.
Deste Registo sincoenta reis
[fl. 4]
Diz Andre Soares da Sylva filho legitimo de Joao Soares da Sylva e Izabel
Ribeira moradores na rua do Soutto freguesia de Sao Joao do Soutto desta
cidade, que elle supplicante para requerimentos que tem perante Sua Ilustrisima
lhe he necessario certidao dos livros findos donde nella conste o dia, mes e anno
em que o supplicante foi baptizado, portanto
Pede a Vossa Merce seja servido mandar que o escrivam dos livros findos lhe
passe a dita certidao do que constar em modo que fassa fee.
E Recebera Merce
J. P. Com o theor do assento
jurou nao ser para caso crime.
Em cumprimento do Despacho supra do Muito Reverendo Senhor Doutor
Goncalo de Almeida Pontes Doutor Provisor e Vigario geral nesta cortte e cidade
de Braga pello Ilustrisimo e Reverendisimo Cabbidoo, Seede Vacante primas,
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etc. Certefico eu Luiz da Maia, escrivao dos livros findos nesta mesma e em toda
sua comarca que em meu poder estao/
[fl. 5]
estao os livros findos da freguesia de Sao Joao de Souto desta mesma e em um
deles, nos assenttos dos Baptizados, a folhas centto e noventa e huma achei
hum assento do theor seguinte:
Aos tres dias do mes de Dezembro de mil e sette centos e vinte annos, nesta
igreja de Sao Joao de Souto eu o padre Custodio de Arantes coadjutor della,
baptizei e pus os Santos oleos a Andre filho de Joao Soares da Silva e de sua
mulher Izabel Ribeira, da Rua do Souto. Naceo aos trinta dias do mes de
Novembro da ditta era e anno asima: foram padrinhos o padre Lourenco Jacome
da rua de Sam Miguel o Anjo e Victoria Francisca mulher de Thomas Ferreira, da
rua nova de Sousa freguesia da See: forao testemunhas Gregorio Mendes e
Manoel Dias Guimarais ambos da Rua do Soutto que todos assignarao em fee
de que fiz este assento que assignei dia mes e anno ut supra = O Coadjutor o
padre Custodio de Arantes = o padre Lourenco Jacome = Gregorio Mendes =
Manuel Dias Guimarais.
E nao se continha mais no ditto assentto a que me reporto e por verdade e fee
della me assigno hoje e de Abril doze de mil e setecentos e trinta e sete.
Luis da Maia
Desta 120 reis
[fl. 6]
Satisfacao de fraternidade de Andre Soares da Silva desta cidade
Aos quinze dias do mes de Abril de mil setecentos trinta e sete anos nesta
cidade de Braga na rua de Souto della e casa da morada do muito Reverendo
Senhor Doutor Gonsalves de Almeida Ponte dezembargador Provedor e vigario
geral nesta corte e Arcebispado de Braga pello Illustrissimo Senhor Cabbido
sede vacante Primas das Hespanhas, etc. Ahi por ele dito Reverendo Senhor
Doutor foram perguntadas as testemunhas a peticao retro do justificante Andre
Soares da Silva e presentes nos autos que sao os seguintes de que fiz este
termo eu Antonio Ferreira da Silva Notario Appostolico que na camera o escrevi
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Item Miguel Vieira Machado cidadao desta cidade e nela morador na rua do
Souto testemunhas a quem elle Reverendo Senhor Doutor deu o juramento dos
Santos evangelhos em que pos sua mao direita e prometeu dizer a verdade de
idade que disse ser de cincoenta e oito annos pouco mais ou menos aos
costumes disse nada.
Perguntado pelo contheudo na peticao do justificante Andre Soares da Silva
disse que
[fl. 7]
que muito bem o conhece que ele he irmao inteiro de Antonio Soares da Silva
clerigo de Epistola que tambem conhece por serem ambos filhos legitimos e de
legitimo matrimonio de Joao Soares da Silva e de sua mulher Izabel Ribeira
moradores na mesma rua do Souto que da mesma sorte conhece e por seus
filhos legitimos e de legitimo matrimonio som os dittos delle por tais conhecidos
sem fama nem rumor em contrario o que sabe por ser seu vezinho e a sua caza
hir muitas vezes e assim os ver a todos e tratar e mais nao disse e assinou com
elle dito Reverendo Senhor Desembargador Procurador ser testemunha e eu
Antonio Ferreira da Silva Notario Appostolico que o escrevo.
Pontes
Miguel Vieira Machado
Item Pedro de Araujo de Macedo mercador e morador na Rua Souto desta
cidade testemunha a quem ele dito Reverendo Senhor Doutor Provizor deu o
juramento dos Santos evangelhos em que pos sua mao direita e prometeo dizer
a verdade de idade que disse ser de quarenta e sinco annos pouco mais ou
menos e aos costumes desse nada.
E perguntado pelo contheudo
[fl. 9]
na peticao do justificante Andre Soares da Silva disse que muito bem conhece
por ser seu vizinho e sabe que ele he irmao inteiro de Antonio Soares da Silva
clerigo de Epistola que tambem conhece muito bem por ambos serem filhos
legitimos de Joao Soares da Silva e sua mulher Izabel Ribeira que da mesma
sorte conhece pela dita rezao e por ser filhos legitimos e de legitimo matrimonio
sem fama nem rumor em contrario o que sabe pelos assim ver tratar e mais
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razes dadas e mais nao disse e assinou com ele o dito Reverendo Senhor
Doutor Provisor seu testemunho que disse estava escrito na verdade e eu
Antonio Ferreira da Silva Notario Appostolico que o escrevi.
Pontes
Pedro de Araujo Macedo
Item Andre Loureiro, cidadao desta cidade e nella morador na rua do Souto
testemunha a quem elle deu o dito Reverendo Senhor Doutor procurador deu o
juramento dos Santos evangelhos em que poz sua mao direita e prometeu dizer
a verdade, de idade de que disse ser de sincoenta
[fl.10]
e tres annos pouco mais ou menos e aos costumes disse nada.
E perguntado pelo contheudo na peticao do justificante Andre Soares da Silva
disse que muito bem conhece e sabe que ele he irmao inteiro e legitimo de
Antonio Soares da Silva clerigo de Epistola que tambem conhece em rezam de
serem ambos filhos legitimos de Joao Soares da Silva e sua mulher Izabel
Ribeira que da mesma sorte conhece e por serem filhos legitimos e de legitimo
matrimonio sem os preditos de todos geralmente conhecidos sem fama nem
rumor em contrario o que sabe por ser seu vizinho e assim os ver a todos tratar
e mais nao disse e assinou com ele Reverendo Senhor Doutor Provisor seu
testemunho que disse estava na verdade e eu Antonio Ferreira da Silva Notario
Appostolico que o escrevo.
Pontes
Andre Loureiro
[fl. 11]
Vista ao muito Reverendo Senhor Doutor Provisor aos 15 de Abril de 1737 com
a inquiricom do Irmao appena
Vistos estes autos de habilitacam de genere por que se mostra que digo de
genere por justificacao de fraternidade por que se mostra que digo de genere por
justificacao de paternidade por que se mostra que o justificante Andre Soares da
Silva da Rua de Souto desta Cidade freguesia de Sam Joam de Souto he irmam
inteiro de padre Antonio Soares da Silva clerigo de Epistola como tais sam filhos
legitimos de Joam Soares da Silva e de Izabel Ribeira nettos pela parte paterna
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de Francisco Soares e de Esperanca Francisca da freguesia de Salvador de
Barbudo pella materna netos de Manoel Ribeiro e de Manoel Lopes digo de
Manoel Ribeiro e de Izabel Lopes da freguezia da Santa See desta cidade e que
por assim e pelos ditos seus pais e avos paternos e maternos he legitimo cristam
velho sem nota alguma de nacam como se prova destes autos e da inquiricam
de genere apenca do dito seu irmam por tal o julgo julgo e abilito assim para ser
promovido a ordens aos como para todas as mais honras e dignidades e estas
pello que respeita a pureza do seu sangue e se lhe passe sentenca querendo a
e pague dos autos = Braga de Abril 20 de 1737
Goncalo de Almeida Pontes
Bibl. SMITH, Robert C. Andr Soares. Arquitecto do Minho. Lisboa: Livros
Horizonte, 1973, p. 52, nota 9 (no transcrito)
[Nota: o irmo, Antnio Soares da Silva, tambm fez inquirio de genere:
Processo 5736]
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1738. 2 de Junho ADB. Registo Geral. Vol. 103, fls. 248v-250
Registo de provisao de carta de fechacao1 a favor de Andre Soares da Silva,
clerigo in minoribus e filho de Joao Soares da Silva da rua do Soutto desta
cidade, na freguesia de Sao Joao do Souto della.
Ilustrissimo Senhor. Dis Andre Soares Da Silva, clerigo inminoribus e filho de
Joao Soares da Silva da rua do Souto desta cidade que ele suplicante pello
grande desejo que tem de servir a Deus quer adir-se a Capela de Santo Antonio
do Campo dos Touros por nao ter economo que haja de assistir de servico della
e porque para isso necessita de nomeacao e aprezentacao de Vossa Ilustrissima
e licenca para isso tem dos oficiais della que he a que aprezenta pede a Vossa
Ilustrissima se digne em atencao do referido mandar-lhe passar apresentacao e
recebera merce. Segue-se o despacho do teor seguinte. Passe Provisao na
forma do estilo. Braga em Cabido Sede Vacante, trinta de Junho de mil
setecentos e trinta e oito. O Mestre Escola. Segue-se apresentacao dos oficiais
do teor seguinte. Nos o juiz e mais oficiais abaixo assinados da Confradia de
Santo Antonio do Campo dos Touros desta cidade de Braga, pella prezente
aprezentacao nomeamos para o servico da Capella do dito Santo, ao padre
Andre Soares Da Silva, clerigo in minoribus, morador em a Rua do Souto
freguezia de Sao Joao Do Souto por reconhecermos nelle capacidade e haver
necessidade de economo na ditta Capela e pedimos muito de merce o
Ilustrissimo Senhor Cabido assim o haja por bem mandando-lhe passar
aprezentacao na forma do estillo. Braga, em Meza, aos dezoito de Junho de mil
setecentos e trinta e oito, e eu o Padre Jose de Araujo, escrivao que o escrevi e
assinei; Manuel Correia da Silva; o Padre Antonio Jose (...); Santos de Araujo e
Silva; Verissimo Joao da Costa; Jose Loureiro; Jose Fernandes Monteiro.
Segue-se a provisao de fechacao de theor seguinte. Nos, Deao, Dignidades,
Conegos, Cabido, Sede Vacante Primas das Espanhas etc. pela presente vista a
peticao retro e que nella nos enviou a dizer o suplicante Andre Soares Da Silva,
clerigo in minoribus, filho de Joao Soares Da Silva, da Rua Do Souto, desta
1 BLUTEAU, Rafael Vocabulrio portuguez e latinovol. 4, Coimbra, 1713, p. 135:
Fixaam Fixao. A aco de fixar um edicto, hum cartel. A aco de fixar edictos, nos quaes se declara, que os bens de algum se vendem.
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nossa cidade que anda em habitos clericais havemos por bem de lhe pasar a
prezente nossa carta de fechacao pela qual o fechamos na Capella de Santo
Antonio do Campo dos Touros desta nossa cidade servico da qual sera muito
dilligente, assistindo as missas e administrando tudo o necessario para se
celebrarem os oficios divinos, e fazendo-o assim lhe damos e concedemos
licenca para que possa andar em os ditos habitos clericais e goze de todos os
privilegios que costumam gozar os que sao (...) fexados e deputados em
semelhantes servicos da egreja e pello assim o havermos por bem mandamos
pasar a prezente, que depois de ser por nos assinada se registara em o Registo
Geral desta Corte sem o que nao valha. Dada em Braga sob nossos sinais e
sello Capitular ao primeiro do mes de Julho de mil setecentos e trinta e oito anos
e eu Diogo de Sousa Claro De Brito, escrivao da Camara Eclesiastica a
subscrevi. Vista vintem, Gomes do Couto. Ao selo quatro reis, Pereira. Ao
registo gratis, Vieira. Ao escrivaao cento. Ao Registo Geral o seu regimento. O
Mestre Escola, o Tesoureiro Mor. Correia Vasconcelos. Abreu. Telles Ribeiro.
Doutor Santos. Seabra Borges. Carta de fechacao a favor de Andre Soares da
Silva. E nao se continha mais em a dita carta de fechacao e peticao, despacho e
apresentacao, a qual eu Manuel Vieira Marra, escrivao deste Registo Geral
desta Corte e seu Arcebispado pelo Ilustrissimo e Reverendissimo Senhor
Cabido Sede Vacante Primas das Espanhas Sede Vacante etc. que he verdade
que aqui bem e fielmente o trasladei e registei e fica na verdade sem coisa que
duvida faca he a propria que tornei a entregar em tudo e por tudo me reporto e
por verdade e em fe della me assino de meu sinal e razo como costume que tal
he. Em Braga hoje aos dois dias do mees de Julho de mil setecentos e trinta e
oito anos e eu Manuel Vieira Marra, escrivao o escrevi e assinei. Manuel Vieira
Marra.
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1749. 12 de Outubro ANTT. PT TT RGM / C / 37121. Registo Geral de Mercs, livro 21, fls. 503-
503v
Houve Sua Magestade por bem tendo respeitto a lhe representar o dito Bacharel
Joo Alberto de Castello Branco ter servido nos lugares de Juiz de Fora de Niza
e Vila Viosa de que deu boa residencia e de presente se acha despachado em
hum lugar de Dezembargador da Relao de Goa e desejava se lhe fizesse a
merce que se costuma conseder do habito da ordem de christo com 50$000 de
tena aos que vo para o estado da India com // fl. 503v // similhante emprego
e faculdade de a poder renunciar na pessoa que lhe parecesse em satisfao
dos servissos do sup e em considerao ao que vai fazer ao dito Estado houve
por bem fazer lhe merce do habito da ordem de christo com 50$000 de tena
effectiva 12 delles attendendo ao ditto habito a qual tena assentaria em hum
dos Alomoxarifes do Reino em que coubesse sem prejuzo de 3% e no
houvesse prohibio com o vencimento na forma das ordens de Sua Magestade
e outrossim concederlhe faculdade para renunciar a dita merce por haver feito a
renuncia della em o Sargento Mor Francisco Ribeiro da Silva. Ha Sua
Magestade por bem fazer merce ao dito Francisco Ribeiro da Silvade 12$000 de
tenca cada anno efectivo em sua vida somente para os lograr attendendo do
habito da Ordem de Christo que lhe tem mandado lanar os 50$000 que nelle
renunciou o dito Bacharel Joo Alberto Castello Branco pela faculdade que lhe
concedo porque dos 38$000 restantes se lhe ha de passar Padro pela
repartio do Reino a que pertence e estes 12$000 se assentaro em hum dos
Almoxarifados do Reino em que couberem sem prejuizo de 3 e no houver
prohibio e o vencimento delles de 27 de Mayo deste anno prezente de 749 dia
em que se lhe passou Portaria desta merce ate o do em que se lhe fizer o
assento ser na forma que Sua Magestade for servido resolver na Consulta do
Concelho da Fazenda. Esta merce lhe fez com a clausulla que na forma do
Decreto de 17 de Janeiro de 689 de que lhe foi passado Padro a 12 de Outubro
de 1748.
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1749. 20 de Dezembro ANTT. PT TT RGM / C / 37121. Registo Geral de Mercs, livro 21, fl. 503v
Houve Sua Magestade por bem pelos mesmos respeitos declarados no termo
assima / ate o nome do Sargento Mor Francisco Ribeiro da Silva / se lhe
passaro Padres da referida tensa e della lograria 12$ attendendo ao mesmo
habito de christo que lhe tinha mandado lanar. E outrosim tendo respeito a lhe
representar o sargento mor Francisco Ribeiro da Silva haver sido deferido por
Portaria de 27 de Maro de 1748 com a merce do habito de Christo e 50$000 de
tena effectiva dos quaes doze pera renuncia 38$ de tena de que ainda no
tinha tirado padro em sua sobrinha Apolnia Maria filha de sua Irmaa Izabel
Ribeira ao que tendo considerao Houve por bem conceder-lhe licena para
renunciar em sua sobrinha Apolnia Maria 38$ dos 50 com que foi respondido e
de que no tinha tirado Padro fazendo a renuncia dentro de 2 meses e pella
haver feito dentro do referido tempo na pessoa da dita sua Apolnia Maria se lhe
passaria Padro em seu nome dos referidos 38$000 de tena e desta merce se
lhe passou Portaria a 30 de Outubro de 1749. A cumprimeiro do que ha Sua
Magestade por bem fazer merce a dita Apolnia Maria dos referidos 38$000 de
tena efectiva cada anno em vida e so os mesmos que na forma sobredita nella
renunciou com faculdade do dito Senhor seu Tio, o Sargento Mor Francisco
Ribeiro da Silva e que lhe sejao assentados em hum dos Almoxarifados do
Reino em que couberem sem prejuizo de 3 e no houver prohibio ao
vencimento delles de 30 de outubro do anno prezente de 749 dia da Portaria
desta merce te o do assento ser na forma que Sua Magestade for servido
resolver na consulta do Concelho da Fazenda esta merce lhe fez com a clausula
9 na forma do Decreto de 17 de Janeiro de 689 de que lhe foi passado padro a
20 de Dezembro de 1749.
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1752. 20 de Agosto ADB. Paroquial de Braga, 147. So Joo de Souto. Nascimentos 8 (1751-
1772), fl. 13
Assento de Baptismo de Lusa, filha de Jos lvares de Arajo.
Luiza2. Aos vinte dias do mes de Agosto de mil e setecentos e sincoenta e dois
annos nesta Igreja de So Joo de Souto eu o Padre Joze Marques coadjutor
desta Igreja baptizei e pus os Santos Oleos a Luiza filha de Jose Alvares de
Araujo e de sua molher Domingas Carvalha da Rua dos Chams de Sima desta
Freguezia nasceo aos dezanove dias do dito mes e anno supra foro padrinhos
Andre Soares da Silva da Rua do Souto e a coroa de Nossa Senhora da Lux de
Sao Vicente e para constar fiz este acento dia era ut supra.
O Coadjutor o Padre Joze Marques
Andre Soares da Sylva
2 Escrito margem.
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1752. 20 de Agosto ADB. Paroquial de Braga, 147. So Joo de Souto. Nascimentos 8 (1751-
1772), fl. 16v
Assento de Baptismo de Joana Incia, filha de Jos Pereira.
Joanna Ignacia3. Aos nove dias do mes de Dezembro de mil e setecentos e
sincoenta e dois annos nesta Igreja de So Joo de Souto de licena do
Reverendo Abade desta Igreja o Padre Joze Pereira de Araujo assistente nesta
cidade baptizou e pos os Santos Oleos a Joanna Ignacia filha de Jose Pereira e
de sua molher Maria da Abadia da rua da Rua dos Chans desta freguezia
nasceo aos cinco dias do dito mes e anno supra foro padrinhos Andre Soares
da Silva da Rua do Souto e a coroa de Nossa Senhora da Lux do Colegio e para
constar fiz este acento dia era ut supra o Padre Jose Marques.
O Padre Joze Pereira de Araujo
Andre Soares da Sylva
3 Escrito margem.
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1753. 25 de Setembro ADB. Paroquial de Braga, 16. So Joo de Souto. bitos 4 (1751-1773), fl.
15v
[bito de Joo Soares da Silva, pai de Andr Soares].
Aos vonte e sinco dias do mes de Setembro de mil e setesentos e sincoenta e
tres annos faleceo com todos os sacramentos e com testamento Joo Soares da
Silva, morador na Rua do Souto. Foi amortalhado no habito de So Francisco foi
depozitado nesta igreya foi cepultado nos clautos da S foi acompanhado com a
irmandade dos prazeres do colegio e as maiz de que era Irmo e com trinta
padres e os Corejros da S. Deixou Missas gerais no altar de So Pedro de
Rates e em So Vissente de esmola de 120 the o numero de 100: instituhio por
sua herdeyra a sua testamenteira a sua molher Izabel Ribejra e para constar fiz
ezte acento dia era ut supra
O coadjutor Joze Marquez
Bibl. SMITH, Robert C. Andr Soares arquitecto do Minho. Lisboa, Livros
Horizonte, 1973, p. 52, nota 11. Refira-se que este autor d uma indicao
errada do flio: 15v e no 25.
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1755. 6 de Abril ADB. Arquivo da Casa dos Avelares, doc. 067.
Testamento de Francisco Ribeiro da Silva.
Em nome da Santissima Trindade Padre e Filho e Espirito Santo, tres pessoas
destintas hum so Deos verdadeiro em quem eu Sargento mor Francisco Ribeiro
da Sylva, cavaleiro profeo na ordem de Christo verdadeiramente creio, e em
cuja santa Ley sempre vivi, e espero salvarme pellos merecimentos de Nosso
Senhor Jezus Christo, e atendendo in certeza da hora da morte, e caducidade
da vida e que ao prezente me acho gravemente enfermo de cama porem em
meu perfeito Juizo de minha livre e espontania vontade ordeno este meu
testamento // Primeiramente...
// fl. 4v // Item deixo de esmola a quantia de sincoenta mil reis a Confraria de
Nossa Senhora da Boa Memoria da Santa Se de Braga, e outra igual quantia
de sincoenta mil reis deixo para as obras da Igreja da Magdallena Santa, cita no
Monte da Falperra... Item ordeno a meus Testamenteiros mandem fazer hua
prenda a sua eleio para a Imagem de Nossa Senhora da Abbadia, cuja Igreja
se acha cituada nas bandas do Monte do Geres, junto da Cidade de Braga a
qual prenda importara a quantia de quatro centos cincoenta e sete mil e
duzentos reis, que lhe deixo de esmolla, e esta deixa se cumprir do mais bem
parado dos meus bens // Item deixo mais ao Senhor So Joo Marcos da
Cidade de Braga, cuja Igreja h contigua com o Hospital, duzentos e vinte e oito
seicentos // fl. 5 // seiscentos e quatro reis, que meus Testamenteiros
despendero naquilo que virem h mais preizo para o culto do dito Santo // Item
declaro que eu tenho hum Padro de juro real de duzentos mil reis de tena de
vinte e cinco o milhar, cujo prenipal he de sinco contos de reis com a
antiguidade de dezoito de Setembro do anno passado de mil sete centos
cincoenta e quatro assentado e pago sobre os efeitos do rendimento da caza da
moeda desta Corte, o qual deixo vinculado perpetuamente em morgado a minha
Irman Catharina Ribeyra, moradora na cidade de Braga, e cazada com Thom
Marques Guimarains com obrigao de se me mandar dizer todos os annos
huma missa quotidiana digo huma missa pela minha alma. E outra tanta quantia
de sinco contos de reis deixo a minha irman Izabel Ribeira, moradora na cidade
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de Braga, viuva que ficou de Joo Soares da Sylva, a qual quantia se empregar
em bens estveis, e rendozos, que fiquem tambm vinculados perpetuamente
em morgado com a dita obrigao de hua missa cada annno pella minha alma
ath o fim do mundo // Item Instituo por minhas universaes herdeyras no restante
de todos os meus bens cumpridos os meus legados as sobreditas minhas
Irmans, que igualmente dividiro entre ambas em partes iguaes, e ficar a parte
que a cada hua // fl. 4v // a cada hua tocar vinculada ao morgado que a cada
hua deixo, sendo cada hua delas a primeira administradora cada hua no seu
vincolo e em cada hum deles sucedero os seus filhos legitimos, e toda a sua
descendncia, e cazo que falte a descendenia de algua dellas, se uniro o
Vinculo em que se findar a gerao Legitima ao possuidor do outro vinculo, e
faltando esta entraro os filhos naturaes, e na falta destes os espurios, cazo que
os haja, e faltando toda a descendenia Legitima natural e espuria hiro estes
vnculos ao Hospital da cidade de Braga; e neles no entrar, nem suceder
Religiozo algum, ou clrigo havendo secular no mesmo grao. E se qualquer dos
administradores destes morgados tiver os cometer crime de leza Magestade
Divina ou humana, ou outro qualquer crime, por que meressa confiscaes de
bens em todos elles os hei por privados destes morgados huma hora antes que
cometo semilhantes crimes; como tambem no sucedera, nem casara nestes
morgados pessoa de infecta nao com pessoa que padea a mesma macula, e
fazendo o contrario do que disponho, passara cada hum dos sobreditos vnculos
a emediato Sucessor que no tiver a dita macula, e quero, e mando que todo o
administrador de cada hum destes morgados uzem infalivelmente do meu sobre
nome // Ribeyro // em primeyro lugar, penna de privao do morgado que
passara // fl. 5 // que passara ao emediato sussessor // Item instituo por meu
Testamenteyro para dar cumprimento a estas minhas dispozioins que se ho
de cumprir na cidade de Braga, a meu cunhado Thome Marques Guimaraens, e
na sua falta aos administradores, e sucessores dos ditos vnculos, aos quaes
peo pelo amor de deos queiro asseitar de boa vontade este travalho, e
emprego, e pelo que respeita ao cumprimento e dispozies que se ham de
efectuar nesta Corte, abaixo nomiarei Testamenteiro // E nesta forma hei por
findo, e acabado este meu Testamento, ou como codicilio... E por no poder
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escrever este meu Testamento roguei a Joo da Costa Carneyro de Sa que por
mim o escrevesse, e por ele me foi lido, e por estar a minha vontade, e na forma
que lho ditei, o aprovo, e me assigno // E tambm // fl. 5v // E tambm Roguei a
Manoel de Souza e Sylva que aqui escrevesse esta desposio pela qual
nomeio por meu Testamenteiro ao Senhor Joo da Costa Carneiro de Sa,
Cavaleiro profeo na Ordem Militar de nosso Senhor Jezus Christo, e Escrivo
da meza grande da Alfandega, para satisfazer as deposioins que se ham de
cumprir nesta corte, e lhe deixo de premio do seu trabalho a quantia de vinte e
oito mil e oitocentos reis E eu dito manoel de Sousa e Sylva o escrevy esta
desposio a rogo do sobredito // Manoel de Souza e Sylva // Francisco Ribeiro
da Sylva.
Continuando com as dispozies deste meu Testamento, ordeno, e mando que
os rendimentos dos bens que vinculo aos ditos meus morgados, se dividiro os
de cada hum em trs partes huma das quaes seja para cada hua das minhas
ditas Irmans administradoras dos vinculos, se destribuira igualmente pelos filhos
de cada hua dellas, e por falecimento de qualquer dellas, ou de ambas se
repartira o rendimento dos dois vinculos igualmente pelos filhos de cada hua
dellas, dispozio esta que se intende respeitive (sic) aos vinculos, para que
cada hua dellas he chamada porem a administrao dos mesmos vinculos
estara em cada hua das ditas minhas irmans, na forma que ja vo chamadas, e
por falecimento de cada hua delas passara ao filho // fl. 6 // Passara ao filho
varo mais velho com todas as obrigaes e clauzulas asima declaradas, e por
falecimento destes meus sobrinhos filhos das ditas minhas irmans, no havero
arrespeito dos outros sucessores mais destribuio de rendimentos mas todos
com a administracam de cada hum dos vinculos passara ao emediato sucessor
precedendo de varo e femia, tudo na forma das clauzulas asima expressas na
Instituio // ... // fl. 6v // ... e por estar na forma que eu o ditei, o torno a aprovar
e me assigno Lisboa seis de Abril de mil setecentos cincoenta e sinco annos //
Francisco Ribeiro da Sylva // Joam da Costa Carneyro4.
4 Segue-se a Aprovao, feita no mesmo dia, 6 de Abril de 1755 (fl. 6v), a Abertura (fl. 7v)
feita uma semana mais tarde, a 13 de Abril de 1755 e o Registo feito no dia 17 do mesmo ms e ano. Segue-se um Codicilio de que lanamos os excertos pertinentes a Andr Soares no corpo de texto.
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// fl. 8 // ... Codicilio
Em nome de Deos Amen Eu o Sargento Mor Francisco Ribeiro da Silva pelo
prezen // fl. 8v // Pelo prezente meu Codiilio declaro, que eu fiz o meu
Testamento escrito por Joo da Costa Carneiro, e por min asignado, e aprovado
pelo tabeliam Jose Manoel Barboza, o qual ratifico, e aprovo em tudo o que nele
est ordenado, como se neste codeilio expressamente o repetira, por estar em
tudo o que nele se conthem muito lembrado. E certo E na mesma forma que
est escrito se cumprir com as declaraes que neste codicilio ordeno, e
acrescento Primitivamente deixo... // fl. 9 // ... Item declaro que todos os meus
bens moveis, e prata, e ouro lavrado vender meu Testamenteiro
particularmente, como tambem cinco moedas de ouro do tempo dos
Imperadores Romanos e o seu produto ser para se juntar ao monte da herana
do Vinculo que no meu Testamento deixo instituido // ... // fl. 9v // ... E nesta
forma hei por acabado este meu codicilio, o qual he minha vontade que haja de
valer como parte deste meu Testamento, e na milhor forma, e via de direito que
ser possa, e rogo as justias de Sua Magestade, e a quem tocar o cumprimento
desta despozio que a fao inteiramente cumprir, e guardar como nele se
conthem; e roguei a Joam da Costa Carneiro que este por mim fizesse e comigo
assignasse em Lisboa aos doze de Abril de mil setecentos sincoenta e sinco //
Francisco Ribeiro da Sylva // Joo da Costa Carneiro5 ... //
// fl. 10v // ... E tresladado o dito Testamento, e Codecilio os con // fl. 11 // E
codicilio os consertei, com os proprios a que me reporto, que me foro
aprezentados por Joachim, digo, por Joam da Costa Carneiro, a cujo pedimento
(sic) passei esta copia em publica forma, e de como tornou a receber os proprios
aqui assignou Lisboa vinte e quatro de Maio de mil setecentos Sincoenta e Sinco
annos // e eu o Tabelio Jos Antonio da Sylva Freie o sobescrevi e asignei em
publico e razo etc. Em Testamento de verdade // Jos Antonio da Sylva Freire //
Joaquim (sic) da Costa Carneiro.
5 Segue-se a Aprovao, feita no mesmo dia, 12 de Abril de 1755, a Abertura (fl. 10v) feita
no dia seguinte, 13 de Abril de 1755 e o Registo feito no dia 17 do mesmo ms e ano.
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VOLUME II
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1756. 26 de Abril Arquivo da Capela de S. Miguel o Anjo. Confraria de N S do e S. Miguel o
Anjo, Livro de eleicoes, termos e acordaos, 1750-1761, fl. 144v
[Andr Soares eleito irmo da Confraria de N S do e S. Miguel o Anjo].
... e outrossim por Andre Soares, filho legitimo de Izabel Ribeira, morador em a
rua de Sao Miguel o Anjo, ter feito as plantas desta capella e tribuna com a ideia
singular do seu engenho e especial afecto com que serviu e deseja continuar a
servir a esta irmandade e nao se lhe remunerando as plantas e trabalho
primoroso com que tem obrado, atendendo-se a estas circunstancias e se lhe
havia de remunerar e corresponder com algum agradecimento ou donativo, se
atendeu, andando a caixa, se houvesse por aceite irmao desta irmandade; e se
lhe mandasse aviso da parte desta mesa para tomar o juramento; e nas mais
circunstancias por ser ordenado de ordens menores e irmao de um sacerdote
notoriamente de limpo sangue e bem morigerado...
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EDUARDO PIRES DE OLIVEIRA
VOLUME II
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1756. 12 de Maio Arquivo da Capela de S. Miguel o Anjo. Confraria de N S do e S. Miguel o
Anjo, Livro de eleicoes, termos e acordaos, 1750-1761, fls. 145v-146
[Admisso de Andr Soares na Confraria de N S do e S. Miguel o Anjo].
... nesta capela de Nossa Senhora do O e S. Miguel o Anjo onde se costumo
fazer as mesas della... ahi foi vindo o reverendo Leo de Araujo Silva e Andre
Soares da Sylva, filho legitimo de Izabel Rybeira aos quaes foi dado o juramento
dos Santos Evangelhos em que prometero guardar os Estatutos desta
irmandade; e deu de esmolla o reverendo Leo de Araujo e Sylva de sua
entrada trs mil reis que pagou por elle o seu Tio, o Senhor Sargento-mor
Francisco de Araujo [juiz da confraria]...
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VOLUME II
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1758. 18 de Maro ADB. Provedoria de Braga, processo n. 8549
Testamento de Tom Marques Guimares da rua de trs de So Marcos desta
Cidade. [tio materno, casado com a irm da me de Andr Soares].
Jesus Maria Jos // Em nome da Santissima Trindade Padre, Filho, e Spirito
Sancto trs pessoas distintas, e hum s Deos verdadeiro. Eu Thome Marques
Guimares estando enfermo de cama, em meu perfeito juizo, por no saber
quoando Deos nosso Senhor ser servido levarme para si fao este meu
testamento condicilo, e ultima vontade na forma seguinte: Em primeiro lugar
encomendo a minha alma a Santssima Trindade, que a creou e rogo a meu
Senhor Jezus Christo, que a remio com seu preciozissimo sangue me faa
participante de seus infinitos mericimentos, e por sua morte e paixo queira
interpor a Sempre Virgem Maria Mai de Deos queira interpor seus mericimentos
diante de meu Deos e rogar por mim e o mesmo suplico a todos os
Bemaventurados da Gloria principalmente ao Santo do meu nome, e ao Anjo da
minha guarda pelo que j que na vida me defendeo, me defenda na morte de
meus inimigos. Em segundo lugar quero que meu corpo seja amortalhado no
habito de So Francisco e depozitado na Igreja de Santa Crus onde se me far
hum officio de corpo prezente de corenta sacerdotes que todos diram missa
pella minha alma e se lhe dar a esmola custumada, e no podendo ser por ser
dia inpedido se far no dia que no houver inpedimento, e se por meu corpo na
tumba da Irmandade de Nossa Senhora dos Prazeres da Companhia de Jezus
que com mais confrarias de que sou irmo acompanharo meu corpo athe os
claustros da Santa See desta Cidade aonde quero ser sepultado e me
acompanharam corenta padres e o meu reverendo parocho e mais a curaria que
he custume e no me faram tumulo por asim ser minha ultima vontade. Deixo se
me mandem dizer missas geraes no dia que se depozitar meu corpo nos Altares
preveligiados de Nossa Senhora das Angustias de Santa Crus Sam Pedro de
Rates da Santa Se e de So Vicente de esmola cada huma de cento e
sincoenta reis. Deixo mais se me mandem dizer cem missas pella minha alma
por huma vs somente de esmola de cem reis cada huma. Deixo mais se se
mandem dizer trinta missas de esmola de cem reis pella alma de meu Pai, e
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VOLUME II
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mais trinta com a mesma esmola de cem reis pella alma de minha Mai por huma
vs // fl. v // ves somente. Deixo mais des missas de esmola de cem reis por
huma vs somente as quoais apelico por algumas faltas de rezas dos meus
irmaons da irmandade de que sou irmo. Declaro que deixo hum rol na mo de
meu filho o Licenciado Francisco Marques com varias dispozioins que s elle
sabe e para satisfao delle lhe dar o juramento o Reverendo Doutor
Dezembargador Juis dos Reziduos se tem ou no satisfeito, sem mais outra
cousa por asim ser minha ultima vontade. Declaro que sou cazado com
Catharina Ribeira e que tivemos varios filhos e de prezente se acham vivos tres
a saber o Padre Frei Manoel filho do Patriarcha So Domingos, e Dona Maria
Ribeira Luiza da Sylva que se acha casada com Joo Luis Jacome de Sousa, e
o Licenciado Francisco Jose Marques, e nella nomeyo o meu tero que he minha
ultima vontade fique nas casas em que vivo para ella comer em sua vida e por
sua morte ficaram para patrimonio de meu filho Francisco Marques, e me dira a
sua primeira missa nova pella minha alma nomeyo para testamenteira a minha
mulher Catherina Ribeira a quoal me fara dar comprimento a este meu
testamento condicilo e ultima vontade dentro de hum anno e mandar dizer as
missas que asima deixo pellos sacerdotes que lhe parecer, e me fara pagar as
minhas dividas que se acharem apontadas no meu Livro, ou mostrarem escripto
meu, e tambem me fara arecadar as que se me deverem e desta sorte hei por
concludo este meu testamento condicilo e ultima vontade e revogo e hei por
revogado outro quoalquer que tenha feito e quero se cumpra e guarde como
nelle se contem para o que rogo a todas as justias asim eclesiasticas como
seculares mo faam comprir e guardar e pera mo fazer roguei ao padre
Theodozio Pereira desta mesma rua de Trs de So Marcos que este me fizesse
o quoal eu fis que dipois de lho ler e o achar na forma que tinha disposto
commigo asignou. Braga de Maro 18 de 1758 e eu o Padre Theodozio Pereira
que o fis e com elle testador asignei // Thome Marques Guimares // O Padre
Theodosio Pereira.
Segue-se a aprovao em 18 de Maro de 1758; testemunhas Francisco Lopes
Fernandes, rua das Travessas, Joo Rodrigues Guimares, Domingos de
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Freitas Rego, Bernardo Simes, Manuel Francisco, Francisco Soares da
Costa, todos da rua do Souto, tabelio Antnio Pinto Tinoco de Abreu.
1746. 9 de Outubro Arquivo da Irmandade de Santa Cruz. Livro 48, fls. 134v-135
Termo de Juramento que se deu A Noso mordomo Thome Marques Guimaraes.
1744. 31 de Maro ADB. Registo Geral, vol. 162, fls. 391-392
Proviso a favor de Tom Marques Guimares desta cidade, para a serventia
do ofcio de Tesoureiro dos Depsitos de Genere, por mais um ano.
1756. 30 de Outubro ADB. Registo Geral, vol. 147, fls. 238-239
Registo de proviso da serventia do ofcio de Depositrio das Inquiries de
Genere, a favor de Tom Marques Guimares desta cidade, Tesoureiro dos
Depsitos que se fazem para as diligncias de Genere.
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1761. 13 de Outubro ADB. Nota Geral, vol. 758. fl. 169
Procurao de Izabel Ribeira, viuva de Joo Soares da Silva e Catharina
Ribeiro, viuva de Thome Marques Guimaraes ambas desta cidade.
Em nome de Deos Amen Saibo quantos este Publico instromento de poder e
procuracam bastante virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor
Jesus Christo de mil settecentos e sessenta e hum annos aos treze dias do
mes de Outubro do dito anno nesta cidade de Braga na Rua de So Miguel o
Anjo della cazas de morada de Izabel Ribeira viuva que ficou de Joo Soares
da Silva que so na dita rua onde eu tabalio geral fui vindo ahi perante mim e
as testemunhas ao diante assinadas aparecero presentes a dita Izabel Ribeiro
e sua Irm Catharina Ribeiro viuva que ficou de Thome Marques Guimaraes
moradores atras do Hospital de So Marcos desta cidade pessoas por mim
reconhecidas do que dou fe e por ellas anbas e cada huma foi dito que como
erdeiras que so de seu irmo o sargento mor francisco Ribeiro da Silva
falecido na cidade de Lisboa na melhor forma de direito fazio seu bastante
procurador com poder de sobestabelecer em hum e muitos procuradores e os
revogar se comprir ficando esta sempre em sua forsa e vigor como bem a
saber ao sargento mor Joo da Costa Carneiro cavaleiro professo na ordem de
christo e escrivo da meza grande da Alfandega da dita cidade de Lisboa e do
digo Lisboa e lhe do todos os poderes para que possa mandar (?) dar paga e
quitao a Costodio Barrozo Basto assistente na cidade do Rio de Janeiro
estados do Brazil da quantia de dinheiro que para em seu poder e tambem da
que remeteo (?) segundo os conhecimentos que apresentar para a Caza da
moeda a saber hum conto coatrocentos noventa dois mil e tantos reis que diz
ter remetido pella fronta do anno de mil settecentos cinquenta e cinco annos
que partiu depois do dito defunto Francisco Ribeiro da Silva ser falecido e de
tudo ou podera dar plena paga e quitao e so portestando haver a dita contia
das pessoas que a recebero da mesma Caza da moeda que diz remetera por
ella e na sobredita forma davo como dero ao dito seu procurador e seus
sobestabelecidos in solidum todos os poderes em direito necessarios com libre
e geral administrao havio por quite libre e desobrigado ao dito Costodio
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VOLUME II
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Barrozo Basto da dita contia e assim o dicero e outrogaro e mandar (sic)
fazer o prezente instromento e delle dar hum e muitos e os que comprir
estando a tudo prezentes por testemunhas Joze Pimenta de Mesquita meu
escrevente e Manoel Joze Barbeiro da Rua dos pallames que todos aqui
assinaro depois desta lhes ser lida por mim tabelio geral Rafael da Rocha
Malheiro que o escrevi
Izabel Ribeira / Catarina Ribeira / Manoel Jose / Joze Pimenta Mesquita
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1761. 13 de Outubro ADB. Nota Geral, vol. 758. fl. 169v
Procurao de Izabel Ribeira, viuva de Joo Soares da Silva desta cidade.
Em nome de Deos Amen Saibo quantos este Publico instromento de poder e
procuracam bastante virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor
Jesus Christo de mil settecentos e sessenta e hum annos aos treze dias do
mes de Outubro do dito anno nesta cidade de Braga na Rua de So Miguel o
Anjo della cazas de morada de Izabel Ribeira viuva que ficou de Joo Soares
da Silva que so na dita rua aonde eu tabalio geral fui vindo ahi perante mim e
as testemunhas ao diante assinadas apareceu presente a dita Izabel Ribeira
pessoa por mim reconhecidas do que dou fe e por ella foi dito que na melhor
forme do direito fazia seu bastante procurador com poder de sobestabelecer
em hum e muitos procuradores na cidade de Lisboa ao sargento mor Joo da
Costa Carneiro e S cavaleiro professo na ordem de christo e escrivo da
meza grande da Alfandega da dita cidade de Lisboa e nella morador para que
em nome della constituinte possa cobrar e arrecadar sessenta mil reis de Juro
Real que o dito seu procurador Joo da Costa Carneiro e S comprou com os
juros dos annos que estavo vencidos e se fossem vencendo a Joo Ferreira
do Lago por huma escriptura publica feita por Bertholameu Angello esco (?). Na
dita cidade de Lisboa em os vinte e hum dias do mes de Julho de mil
setecentos cinquenta e oito para principio do vinculo e morgado que instituhiu o
Sargento mor francisco Ribeiro da Silva irmo della outorgante falecido na dita
cidade de Lisboa os Coais sessenta mil reis de Juro real esto postos por
padro na Intendncia dos armazns e se pago em digo dos Armazns e se
pagavo em cada hum anno ao dito Joo Ferreira do Lago e agora pertencem
a ella Izabel Ribeira assim os que se esto devendo ao dito Joo Ferreira do
Lagoathe o dito em que se celebrou a escriptura de compra como os que se
vencero do dito dia por diante por virtude da dita escriptura de compra acima
apontada como administradora do dito vinculo e morgado que instituhio o dito
seu irmo o Sargento mor francisco Ribeiro da Silva e assim dava poder ao dito
seu procurador para cobrar e arrecadar os ditos sessenta mil reisde juro real
assim os que se estavo devendo ao dito Joo Ferreira do Lago antes da
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VOLUME II
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fatura da dita escriptura de venda como os que se vencero depois da fatura
della the o prezente e feita a dita cobrana pello dito seu procurador lhe da
poder para dar pagas e quitaons publicas e razas como pedidas lhe foram
assinar folhas verbas e conhecimentos e fazer todos os requerimentos que
forem conducentes para a boa arrecadao do dito juro Real que para tudo e
cada couza dava como deu ao dito seu procurador e seus sobestabelecidos in
solidum todos os poderes em direito necessrios com libre e geral
administrao e rezervou para si toda a nova aceitao e assim o disse e
outorgou e mandou fazer o prezente instromento e delle dar hum e muitos e os
que comprir estando a tudo prezentes por testemunhas Joze Pimenta de
Mesquita meu escrevente e Manoel Joze Barbeiro da Rua dos pallames desta
cidade que todos aqui assinaro depois desta lhes ser lida por mim tabelio
geral Rafael da Rocha Malheiro que o escrevi declaro que deu a entrelinha
comprou testemunhas as sobreditas sobredito o escrevi
Izabel Ribeira / Manoel Jose / Joze Pimenta Mesquita.
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1762. 27 de Junho ADB. Paroquial de Braga, 349. S. bitos 1751-1784, fl. 70
[bito de Isabel Ribeira, me de Andr Soares]
Aos vinte e sete dias do mes de Junho do anno de mil, e setecentos e sesenta. e
dois faleceu com os sacramentos, e abintestata Izabel Ribeira viuva moradora
na Rua de So Miguel o Anjo desta freiguezia da Se, foi sepultada na igreja da
Mizericordia, teve hum officio de corpo prezente de quarenta padres, erdeiros
seus filhos o Padre Antonio Soares, e seus irmos de que para constar fiz este
era ut supra. Declaro foi sepultada no Claustro de Santo Amaro.
Ignacio Palhares, vigario da Se.
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1762. 18 de Agosto ADB. Arquivo da Casa dos Avelares, doc. 153
Esclarecimento dos Titulos das casas citas na Rua de S. Miguel o Anjo desta
cidade, que j no possuem os Senhores da Casa do Avellar.
Forma da procurao que foy para Lisboa na forma seguinte, etc.
Procuraam de Andre Ribeiro Soares da Sylva.
Em nome de Deos Amen Saibo quantos este publico instromento de poder e
procurao bastante virem que no anno de nascimento de Noso Senhor Jesus
Christo de 1762 annos aos dezoito dias do mes de Agosto do dito anno nesta
Cidade de Braga no terreiro da praa do Pam della e casas do cartorio deste
ofisio ahi perante mim Tabelio Geral, e testemunhas ao diante asignadas
apareseo prezente Andre Ribeiro Soares da Sylva morador na Rua de Sao
Miguel Anjo desta Cidade pessoa por mim reconhecida e por elle foi dito que na
melhor forma de direito fazia seu bastante procurador com poder de substalecer
em hum e muitos procuradores e os revogar e comprir ficando esta sempre em
sua fora e vigor como vem a saber na Cidade de Lisboa a Joao Jose de
Carvalho Ferreira asistente na dita cidade para que em meu nome delle
constituinte possa fazer e assignar hum termo de reconhecimento que pertende
fazer na Contadoria Geral do Reino de como reconhese a Comenda de S. Pedro
de Merelim com o ceno de oito centos reis em cada hum anno pagos por dia de
Sao Miguel de Setembro de cada hum anno pellas suas casas que tem e pessue
na dita rua de S. Miguel o Anjo desta cidade das quais casas apresenta o titolo
por onde as pessue e certidao do reconhecimento que se acha no tombo da
mesma comenda, e na forma do dito termo de reconhecimento que se acha no
dito tombo he que da poder ao dito seu procurador e seus sobstabelecidos in
solidum para fazer o dito termo de reconhecimento em como reconhece a dita
comenda de Sao Pedro de Merelim somente com o referido ceno de oitocentos
reis cada anno cujo censo tinha satisfeito athe o anno de 1761 como consta do
recibo [do recibo6] do Rendeiro da mesma comenda como tambem de como deu
comprimento a ordem que lhe foi mostrada apresentando os titollos por onde
pessui a dita propriedade como censuaria a dita comenda de S. Pedro de
6 Estas palavras esto riscadas no original.
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VOLUME II
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Merelim de que tudo o dito seu procurador cobrara recibo, e para tudo o referido,
e para este fim dava poder ao dito seu procurador e seos sobestabelecidos in
solidum para fazerem todos os requerimentos necesarios para o dito efeito na
forma asima dita, e de outra maneira no que para tudo e cada couza dava
como deu ao dito seu procurador e seus sobestabelecidos in solidum todos os
poderes em direito necessrios com livre e geral administrao e rezervou para
si toda a nova sitao e assim disse e outorgou mandou fazer o prezente
instrumento e delle dar hum e muitos e os que comprir estando ahi de prezente
por testemunhas Jose Pimenta de Mesquita meu escrevente e Manuel Jose //
fl. 2 // Jose meu fameliar que todos aqui asignaro depois desta lhes ser lida
por mim Tabeliam Geral Rafael da Rocha Malheiro que o escrevi = Andr
Ribeiro Soares da Sylva = da testemunha Manoel Jose huma cruz = Jose
Pimenta de Mesquita, e no se continha mais no dito instrumento que eu
sobredito Tabeliam Geral fiz tresladar do meu livro de notas a que me reporto
sobescrevi, e asignei de meu signal de que uso que tais so E eu Rafael da
Rocha Malheiro tabeliam geral que o sobescrevi.
Forma da petio com a procurao, etc.
Diz Andre Ribeiro Soares da Sylva da cidade de Braga que por ordem
deste Tribunal para a dita cidade foi o supplicante notificado para apresentar os
titulos de huma morada de Casas de que he senhor sitas na Rua de S. Miguel o
Anjo as quais apresenta por virtude delles e da certido do Tombo quer fazer
reconhecimento de como a respectiva morada de casas so Censuais (sic) a
Comenda de S. Pedro de Merelim com o ceno de oitocentos reis cada anno a
vista do que
Pede a Vossa Senhoria se digne dar comicao para o termo e que o
escrivo o faa na forma da supplica e procurao que apresentou os ttulos
porque possui as referidas casas e como satisfez a ordem
E Recebera Merce
Fez-se o termo aos quatro de Setembro de 1762 asignado pello
procurador Joo Jos de Carvalho Ferreira etc.
// fl. 3 //
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VOLUME II
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O titulo estava no fim da folha, e da outra parte principiava Anno de
Nascimento que era folha 259 no principio da lauda7.
Reconhecimento de huma morada de casas sittas na rua de S. Miguel
o Anjo que fez Antonio de Faria Borges da villa da Ponte da Barca.
Anno de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil
settecentos trinta e seis annos aos vinte e nove dias do mes de Maio do dito
anno nesta cidade de Braga e na rua de Dom Galdim della e casas de morada
do Doutor Manuel Vieira de Sousa do servio de Sua Magestade, juis de fora
que foi na villa de Serpa com alada, seu termo por Sua Magestade que Deus
guarde e Juis do Tombo da Comenda de S. Pedro de Merelim por proviso do
mesmo Senhor, etc. Ahi perante elle apareceo o Reverendo Lopo Pereira da
Silva e Arajo natural da villa de Valena do Minho, e procurador bastante de
Rodrigo Antnio de Figueiredo Correa comendador da comenda de S. Pedro de
Merelim, e sua anexa em virtude de hum alvara de procurao do dito
comendador que anda junto aos autos deste Tombo foi requerido que a petio
do dito comendador seu cosntituinte vinha citado Antonio de Faria Borges
natural desta cidade e morador na villa de Ponte da Barca, como possuidor que
he de huma morada de casas sobradadas com seu roxio sitas na rua de S.
Miguel o Anjo, de que a dita Comenda he direita senhora para declarar o titulo
por onde as possue, e quanto dellas paga de penao a dita Comenda, e se tinha
alguma duvida a dallas a medio, e apegao por se lanarem em Tombo e
nomear os confrontantes com quem partio e confrontavo e para se louvar em
hum louvado que pella sua parte assistisse como louvado da Comenda a
medio das ditas casas e de que para todo o sobredito os notificara eu
Escrivo. Como daria por minha fee que o mandase apregoar, e que sendo
apregoado no aparecendo sua revelia o ouvese por citado chamado o
requerido para todo o referido efeito e procedesse contra elle como fosse direito
e justia, e obedecendo elle e querendo reconhecer e satisfazer a tudo o mais a
que he obrigado lhe dese o juramento dos Santos Evangelhos bem e
verdadeiramente desse a medio as ditas casas pertencentes a dita comenda
7 Esta frase est escrita em letra bem mais pequena parecendo uma anotao ali colocada em
data posterior.
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VOLUME II
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com cominao de que subnegando alguma cousa de lhe ser tirada por
subnegado e ficar a dita comenda sua constituinte devoluta como direita senhora
que he dellas e de cahirem em incommiso, e incorrer na penna de perjuro o que
ouvido por elle Doutor Juis do Tombo e eu escrivo dar fe em como notificara
do sobredito Antonio de Faria Borges na dita forma o mandou logo apregoar com
efeito apregoado pello oficial das diligencias do dito juizo por aparesser em sua
pessoa e elle juis do Tombo o ouve logo por citado, e chamado, e requerido para
todo o referido por elle dizer que queria reconhecer e satisfazer a tudo na forma
que era obrigado elle Doutor juis do Tombo lhe deu o juramento aos Santos
Evangelhos em que elle pos sua mo direita e sob cargo delle lhe encarregou
que em tudo satisfizesse ao requerimento do dito procurador declarando a
verdade do que sabia, e dando a medio, demarcao e tombo as ditas casas
que possuia da dita comenda sob as ditas pennas requeridas // fl. 4 //
requeridas pello dito procurador, e logo por elle foi dito que das ditas casas no
tinha praso nem titulo algum mais do que uma escriptura da compra que das
ditas casas fez seu Pai Joo de Faria Borges, que Deus haja a seu thio Henrique
de Sousa Alvim morador que fora atras do hospital desta cidade outrosim ja
falecido o qual logo apresentou a elle Doutor Juis do Tombo, e vendo a mostrava
ser feita em os outo dias do mes de Novembro de mil e seiscentos oitenta, e
sinco annos na nota geral desta cidade sobescripta por Francisco de Araujo
Barrozo proprietario que foi do dito oficio da qual constava venderem-se as ditas
casas por dizimas a Deus somente com o censo de oitocentos reis, e que no
tinha mais titulo nem praso algum, e que havendo algum prazo no duvidava a
aceitalo, e que nesta forma he que reconhecia a dita comenda, e comendador
della com o dito censo de oitocentos centos reis em dinheiro pagos todos os
annos por dia de S. Miguel de Setembro posto e pago o dito censo na casa do
seleiro da dita comenda de S. Pedro de Merelim ao dito comendador feitor
rendeiro ou recebedor, e que no impedia que as ditas casas se medise a parte
dellas que pertence a dita comenda e a medio que o tombo velho trata
porquanto ouvio dizer que a outra parte dellas no pertencia a dita comenda por
de antes serem duas moradas de casas, e os antepassados as unirem humas
somente como hoje se acho; e assim se mostrou de outra escriptura que o dito
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caseiro Antonio de Faria Borges apres