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Distúrbios Nutricionais na infância
ANEMIA FERROPRIVA
Aurea Tamami Minagawa Toriyama
ANEMIA
É o estado em que a concentração de
hemoglobina no sangue está anormalmente
baixa em consequência da carência de um
ou mais nutrientes essenciais, qualquer que
seja a origem dessa carência (WHO, 2001).
Homens adultos >13g/dL
Mulheres adultas >12g/dL
Crianças de 6 a 14 anos de idade >11,5-12g/dL
Crianças de 6 meses a 6 anos de idade e gestantes >11g/dL
Valores de Referência
Classificação da Anemia
Classificação Nível de hemoglobina
Leve 9 < 11 g/dL
Moderada 7 < 9 g/dL
Severa < 7 g/dL
Classificação Fisiopatológica da Anemia
deficiência de ferro
deficiência de folatos
deficiência de vit. B12, B6
Com sistema hematopoiético íntegro
aplasia medular
leucemia
Com sistema hematopoiético comprometido
Anemia por falta de produção
deficiência de glicose 6 desidrogenase
anemia falciforme
talassemia
por defeito hereditário
anemia hemolítica auto imune
doença hemolítica do RN
por defeito adquirido
Anemia por excesso de destruição ou perdas sanguíneas
Prevalência da anemia em crianças de 6 a 59 meses segundo
variáveis socioeconômicas e demográficas. Brasil, PNDS
2006.
Prevalência de anemia em crianças de 6 a 59 meses segundo
variáveis socioeconômicas e demográficas. Brasil, PNDS
2006.
Classificação em relação ao nível de
importância na saúde pública
Prevalência de:
<4,9% - o nível é considerado normal
entre 5% e 19,9% - leve
entre 20% a 39,9% - moderado
>40% - grave
Complicações e consequências
Mortalidade materna e perinatal
Mortalidade infantil
Suscetibilidade às infecções
Desenvolvimento cognitivo
Crescimento pôndero-estatural
Sinais e Sintomas
Anemia
Apatia
Sonolência
Irritabilidade Cognitivo
Palidez cutânea
Determinantes
Baixo peso ao nascer
Desmame precoce
AME além dos 6 meses
Introdução precoce de LV e/ou outros alimentos antes dos 6
meses (diminui a absorção do ferro presente no LM)
Consumo deficiente de carne ou vitamina C
Perda patológica de ferro (hemorragia perinatal,
microhemorragias intestinais por consumo de leite de vaca,
infestações parasitárias, ancilostomíase)
Infecções freqüentes
Melhoria das condições
de saneamento básico e
Controle das parasitoses
Fortificação das
farinhas de trigo e
milho
Suplementação
medicamentosa
Educação Nutricional
Medidas de Intervenção
Fortificação das farinhas de milho
e de trigo
adição de 4,2mg de ferro a cada 100g de
farinha
Educação nutricional
Incentivo ao aleitamento materno
Alimentação saudável
consumo de alimentos ricos em ferro
informações sobre alimentos facilitadores ou
inibidores da absorção de ferro.
Fontes alimentares de ferro
Presente em 2 formas:
Fe++ Fe ferroso (forma reduzida)
ferro heme (Hb e mioglobina)
alta biodisponibilidade (10-30%)
alimentos de origem ANIMAL
Fe+++ Fe férrico (forma oxidada)
ferro não-heme
baixa biodisponibilidade (2-10%)
alimentos de origem VEGETAL
Vegetal X Animal
origem animal (fígado carne bovina): maior densidade de ferro (quantidade de ferro por 100kcal)
origem vegetal (feijão, lentilha, soja e vegetais verde-escuros): quantidades razoáveis de ferro
Leite materno x Leite de vaca
LM: melhor aproveitado na espécie humana, utilização de até 50% do ingerido.
LV e seus derivados: quantidades menores de ferro, baixa biodisponibilidade (em torno de 10%).
Elementos estimuladores da absorção de
ferro
Absorção de ferro é influenciada pela presença de
outros alimentos.
Ferro de origem vegetal é melhor absorvido na
presença de carnes, peixes e ácido ascórbico.
Outros ácidos org: cítrico, málico e tartárico
(vegetais, frutas e temperos)
Elementos inibidores da absorção
de ferro
polifenóis: leite, chá mate, café, chocolate.
fitatos cereais integrais e leguminosas
oxalatos espinafre, acelga
excesso de fibras dietéticas
Dieta das crianças brasileiras
Contém Fe de baixa biodisponibilidade
cereais refinados (arroz)
feculentos (mandioca, batata)
leguminosas (feijão)
quantidade de carnes, aves, peixes
quantidade de vit. C (frutas cítricas e hortaliças cruas)
CONSULTA DE ENFERMAGEM
Avaliar antecedentes da criança (prematuridade, baixo peso, gemelaridade) e os antecedentes maternos durante a gravidez;
Proceder exame físico e atentar para sinais e sintomas específicos;
Avaliar tipo de aleitamento e aceitação de alimentação de sal;
Avaliar alimentação e orientar a utilização de alimentos ricos em ferro;
CONSULTA DE ENFERMAGEM
Estimular o AME até 6 meses;
Estimular a utilização de alimentos que
contenham fatores estimuladores da
absorção de ferro;
Orientar e estimular o uso de alimentos ou
complementos alimentares com adição de
ferro;
Orientar a prevenção e o controle de
infestações parasitárias;
CONSULTA DE ENFERMAGEM
Orientar o uso de sulfato ferroso:
A mudança da coloração das fezes da criança;
Associar com suco rico em vita C;
Fazer uso de canudinho;
Higiene oral após administração
Ser administrado 30 minutos antes da dieta.
A Anemia sistematizada pela
estratégia AIDPI
(avaliar, classificar e tratar)
Verificar se há anemia
Observar se há
palidez palmar.
-Palidez palmar grave?
-Palidez palmar leve?
Verifique em todas as crianças doentes
se há sinais indicadores de anemia.
Isso pode ajudar a prevenir inúmeras
doenças graves e morte.
A palidez fora do comum é
sinal de anemia. Observe a palma da
mão da criança, caso ela esteja pálida,
a criança tem palidez palmar leve,
caso esteja muito pálida ou tão pálida
que pareça branca, a criança tem
palidez palmar grave.
Verifique se há
palidez palmar?
Verifique se há palidez palmar?
Verifique se há palidez palmar?
Classificar e tratar a anemia
Palidez palmar
grave
Anemia
Grave
Referir urgentemente ao
hospital
Palidez palmar
leve
Anemia
-Afastar malária em áreas de
risco
-Avaliar a alimentação da
criança e orientar a mãe
sobre alimentos ricos em
ferro
-Dar ferro
-Dar mebendazol
-Marcar retorno em 14 dias
Intervenções de Enfermagem
para combater a Anemia
Ferropriva na População
Atendimento individual
Consulta de enfermagem aos grupos de risco –
gestantes e crianças menores de cinco anos,
com vistas a prevenção (orientação, introdução
de sulfato ferroso), identificação precoce
(exame físico, solicitação de exames) e
tratamento da anemia (sulfato ferroso,
alimentação).
Atendimento em grupo
Grupo de alimentação
Grupo de gestantes
Grupo de crianças maiores de 2 anos
Referências Bibliográficas
Benoist B. et al. (Ed.). Worldwide prevalence of anaemia 1993-2005: WHO global database on
anemia.Geneva, 2008.
Monteiro CA, Szarfarc SC, Mondini L. A trajetória da saúde infantil com medida de
desenvolvimento social: o caso da cidade de São Paulo, ao longo de cinco décadas. São
Paulo: [s.n.],1997. Relatório preliminar do projeto.
Osório MM, Lira PIC, Ashworth A. Factors associated with Hb concentration in children aged 6-
59 months in the state of Pernambuco, Brazil. The British Journal of Nutrition, [S.l.], v. 91, n. 2,
p. 307- 314, Feb. 2004.
WHO. Iron deficiency anaemia: assessment, prevention, and control: a guide for programme
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Brasil. Ministério da Saúde.Pesquisa nacional de demografia e saúde da criança e da mulher
PNDS 2006: Dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança. Brasília : Ministério da
Saúde, 2009.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica.Manual operacional do Programa Nacional de Suplementação de Ferro. Brasília:
Ministério da Saúde, 2005.