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Animais + humanos = Uma só
saúde
Forum
Segurança Alimentar
Centro de reuniões da FIL
29 Setembro 2010
Miguel Oliveira Cardo 2010
Agentes Patogénicos humanos (OIE 2001)
1 415 espécies de agentes patogénicos para os humanos, dos quais:
– 217 viroses e doenças priónicas
– 538 bacterianas e riquetsioses
– 307 micoses
– 66 protozooses e
– 287 helmintoses
Animais + Humanos = Uma Saúde
Taylor L., Latham S., Woolhouse M., (2001). Risk factors for human disease emergence. Philos. Trans. R. Soc. Lond. B. Biol Sci;356(1411):983-9.
• 868 (61%) dos patogénicos humanos são zoonóticos;
• 132 (75%) das doenças emergentes são zoonóticas;
• 80% dos agentes com potencial uso em bioterrorrismo são zoonóticos.
•Praticamente todos os agentes infecciosos das novas
doenças humanas têm pelo menos um hospedeiro animal
Animais + Humanos = Uma Saúde
• Doença Infecciosa Emergente:
– Novo agente infeccioso que resulta da evolução ou
da mudança de um agente patogénico já existente;
– Agente infeccioso já conhecido que se difunde por
uma nova área geográfica ou por uma nova
população;
– Agente infeccioso ou doença desconhecida,
diagnosticado pela primeira vez, os quais têm um
impacto significativo na saúde animal ou pública.
Animais + Humanos = Uma Saúde
Jones K et al. Nature, Vol451| 21 February 2008. doi:10.1038/nature06536
Número de surtos na população humana de DIE por década e por tipo
de transmissão
Animais + Humanos = Uma Saúde
• CLASSIFICAÇÃO DAS ZOONOSES EMERGENTES
– 4 CLASSES:
• Tipo 1: de animais selvagens para o homem (Hantaviroses)
• Tipo 1+: dos animais selvagens para o homem e transmissão entre
humanos (SIDA)
• Tipo 2: dos animais selvagens para os animais domésticos e destes
para o homem (raiva)
• Tipo 2+: dos animais selvagens para os animais domésticos e destes
para o homem e transmissão entre humanos (SARS).
Kahn, R. E.; Clouser, D. F.; Richt, J. A. (2009) Zoonoses and Public Health Vol. 56 No. 6/7 pp. 407-428
Animais + Humanos = Uma Saúde
O aumento dramático da população mundial,
nomeadamente na Ásia, África e América Latina, indica que
vamos atingir os 8 Biliões de pessoas em 2025
Animais + Humanos = Uma Saúde
O consumo de carne aumenta
Fonte: EarthTrends 2008, with data from FAO
Animais + Humanos = Uma Saúde
Actualmente os agentes patogénicos podem ser transportados de uma ponta do globo a outra mais rapidamente que o período de incubação médio da maioria das epizootias
•Comércio
•Transporte ilegal
•Turismo
• (2 biliões ar em 2008)
Animais + Humanos = Uma Saúde
Comércio anual
mundial de
animais exóticos
• 4 milhões de aves
• 640,000 repteis
• 40,000 primatas
• Comércio ilegal -
estima-se 4 a 6 biliões
Animais + Humanos = Uma Saúde
Alterações climáticas
permitem a colonização
de novos territórios por
vectores e agentes
infecciosos (ex. Lingua
Azul na Europa)
Animais + Humanos = Uma Saúde
Desafios a enfrentar
• Relação estreita entre homens e animais
• Crescimento da população e pobreza
• Alterações climáticas
• Intensificação da produção animal
• Globalização do comércio
• Instabilidade politica em certos países
• As resistências aos anti-microbianos
Animais + Humanos = Uma Saúde
Características do inimigo
• O objectivo dos AI é sobreviver e reproduzir-se.
• A evolução baseia-se na capacidade de sobrevivência que poderá ser tão forte como a nossa, mas assenta em muito mais milhões de anos de experiência.
• A forma como a nossa sociedade está organizada cria oportunidades que os AI não desperdiçam.
Animais + Humanos = Uma Saúde
• Estamos preparados a nível global?
• Temos os recursos suficientes?
Os agentes infecciosos vão continuar a
emergir, reemergir e a difundir-se!
Animais + Humanos = Uma Saúde
Nível Global?
• No controlo e a erradicação de doenças infecciosas, o beneficio é internacional e inter-geracional.
• Hoje em dia os países dependem uns dos outros.
• Os sistemas de saúde animal não têm apenas interesse comercial e agrícola. Hoje em dia entram perfeitamente nos orçamentos nacionais e internacionais.
• A falha de um país pode por em risco todo o planeta!
Um Mundo, Uma Saúde
O Papel da OIE- na condução e organização da saúde animal a nível mundial
• Transparência da informação zoosanitária mundial
• Disponibiliza apoio especializado e encoraja a solidariedade internacional no controlo das doenças animais
• Recolhe, analisa e dissemina informação científica veterinária
• Salvaguarda do comércio mundial através da publicação de padrões de saúde
• Estimula a melhoria da base legal e dos recursos dos Serviços Veterinários Nacionais
Doenças Zoonóticas
de interesse GLEWSAntraz Brucelose (B. melitensis)
BSE Febre da Crimeia do Congo
Vírus Ébola Leishmaniose
Gripe Aviaria altamente patogénica Encefalite equina Japonesa
Febre hemorrágica de Marburg Miases
Virus Nipah Equinococose
Febre Q Raiva
Febre do Vale do Rift Varíola dos pequenos ruminantes
Tularémia Encefalite equina Venezuelana
Febre do Vale do Rift Doença de Lyme (borreliose)
Febre do Nilo Oeste Mormo
Tuberculose
Triquinelose
Doenças de origem alimentar
(campilobacteriose, salmonelose, Listeriose)
Doenças não zoonóticas:
Peste Suina Africana, Peste Suina Clássica, Peripneumonia contagiosa Bovina, Febre Aftosa,
Peste dos Pequenos Ruminantes, Peste Bovina
• Vigilância e detecção precoce,
transparência na notificação (cadeia de
comando apropriada)
• Resposta rápida a surtos de doença em
animais (rápida confirmação dos suspeitos,
isolamento e abate dos infectados)
• Medidas de Biossegurança
• Compensação por perdas
• Vacinação quando necessário
Boa Governação dos Serviços Boa Governação dos Serviços
Veterinários Veterinários
Requisitos básicos para todos países Necessidade crucial de legislação própria, rigorosa implementação da mesma com os recursos necessários e com supervisão dos serviços públicos veterinários, visando:
• Avaliação da Performance
dos serviços veterinários
• É uma Ferramenta para a
boa governação dos
Serviços veterinários
• 97 Países já foram
avaliados pela OIE numa
base voluntária
The OIE - PVS Tool
and PVS Gap Analysis
The OIE - PVS Tool
and PVS Gap Analysis
OIE - PVS Missions
Organizações com acordos
oficiais • OIE• FAO• WHO• Codex Alimentarius• PAHO• WTO• World Bank• EC• OUA-IBAR• SADC• IFAH• WVA• IDF• IMS• FEI• IFAP
• IATA• IAB’s• ICMM• ILRI• SSAFE• IPC• IEC• WSPA
• Organizações Regionais• Organizações Profissionais• Organizações de criadoresMais de 40 acordos já concluídos
Os Serviços Veterinários, nas suas
componentes pública e privada, por
estarem na linha da frente no que toca à
melhoria do estatuto sanitário das
populações animais, são considerados um
bem de interesse
público mundial
Uma nova estratégia de
saúde animal na UE
SANCO
Status Quo na UE
27
Edição dos textos sobre a Nova Estratégia de
Saúde Animal da UE (2007-2013) (1ª fase)
Definição de Prioridades
? Critérios
Utilização de fundos de emergência veterinária
(pagamentos : 1997-2005)
UK 59%
NL 26%
IT 6%
ES 4%
DE 2%
BE 1%
Outros 1%
Febre Aftosa 668.7
Peste Suína Clássica
178.7
Gripe Aviária
109.7
Língua Azul 19.6 Outros 12.6
Por país
(% do total)Por doença animal
(milhões €)
Fonte: Evaluation of the CAHP: Final Report
Plano Nacional de Saúde Animal
Portugal
Destacamos:
• Planos de Vigilância da Gripe Aviaria, da Peste Suína Africana eClássica e Doença Vesiculosa nos Suínos;
• Planos de Erradicação da Tuberculose, Brucelose, Leucose, LínguaAzul nos bovinos e ovinos e das Encefalopatias Espongiformes;
• Plano de Controlo das Salmonelas nas galinhas poedeiras e reprodutoras;
• Plano de Vacinação da raiva nos canídeos.
O esforço financeiro nacional anual para a execução destes Planos ascende a 30 M€, suportado por verbas do PIDDAC e dotações da DGV no âmbito do Orçamento do MADRP. A comparticipação comunitária ronda os 5,5 M€.
30
Subsidiariedade / Proporcionalidade / ResponsabilidadeSubsidiariedade / Proporcionalidade / Responsabilidade
Definição de
prioridades
para as
intervenções
da UE
Melhor regulamentação
da saúde e bem-estar dos animais
Melhor prevenção,vigilância
e preparação para as crises
Ciência
Inovação
e
Investigação
Estrutura do Plano de acção da Estrutura do Plano de acção da Estratégia de Saúde Animal da UEEstratégia de Saúde Animal da UE
PilarPilar11
PilarPilar2 2
PilarPilar3 3
PilarPilar4 4
Definição de prioridades
Perfil e categorização dos riscos biológicos e
químicos
Estabelecendo:
Estratégia de Saúde Animal da UEEstratégia de Saúde Animal da UEPilar 1Pilar 1
• Prioridades
• Metas quantificáveis
• Indicadores de desempenho
• Alocação de recursos
A DGV integra este grupo de trabalho - A concluir em 2010
Criação de um novo quadro legal (moderno)
Uma lei quadro da Saúde Animal(Animal Health Law)
Um esquema de partilha de custos e
responsabilidades
Estratégia de Saúde Animal da UEEstratégia de Saúde Animal da UEPilar 2Pilar 2
A concluir em 2010
Prevenção, vigilância e preparação para crises
Biossegurança nas explorações Biossegurança interna
Biossegurança nas fronteiras Vigilância Veterinária Capacidade de resposta às crises sanitárias
Estratégia de Saúde Animal da UEPilar 3
A concluir até 2010
Ciência e investigação
Estratégia de Saúde Animal da UEPilar 4
A concluir até 2013
CiênciaFortalecer a colaboração entre as Agências da Comunidade europeia, as nacionais e os Labs. de Referência
Inovação e InvestigaçãoDefinir um plano de acção de investigação com nível de financiamento adequado
Animals + Humans = One health
Conclusões
• Melhorar a governação em saúde animal (legislação,
orçamento…)
• Demonstrar a justificação económica e social
• Mais investimento nos Serviços Veterinários (públicos e
privados)
• Abordagem Horizontal (investimento em tempo de paz e
em sistemas de vigilância versus despesa de
contingência)
• Prioridade à formação académica e profissional
• Investigação
• Cooperação com o sector da saúde pública
Animals + Humans = One health
OBRIGADO