anÁlise da aplicaÇÃo da metodologia design thinking · 2020-03-27 · anÁlise da aplicaÇÃo da...
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ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DESIGN THINKING NA
PROPOSIÇÃO DE SOLUÇÕES DE PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA DA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO.
João Batista Fernandes de Sousa Filho
Projeto de Graduação apresentado ao
Curso de Engenharia Civil da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Engenheiro.
Orientadora: Elaine Garrido Vazquez
Rio de Janeiro
Março de 2020
ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DESIGN THINKING NA
PROPOSIÇÃO DE SOLUÇÕES DE PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA DA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO.
João Batista Fernandes de Sousa Filho
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE
ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.
Examinado por:
____________________________________
Profa. Elaine Garrido Vazquez, D. Sc.
____________________________________
Prof. Luis Otávio Cocito de Araújo,
D.Sc.
________________________________
Prof. Leandro Torres Di Gregório, D. Sc.
Rio de Janeiro
Março de 2020
de Sousa Filho, João Batista Fernandes
Análise da aplicação da metodologia Design Thinking
na proposição de solução de problemas de infraestrutura da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro./ João Batista
Fernandes de Sousa Filho – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola
Politécnica, 2020.
xii, 43 p.:il.; 29,7 cm.
Orientador: Elaine Garrido Vazquez
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de
Engenharia Civil, 2020.
Referências Bibliográficas: p. 44-47
1. Introdução 2. Revisão Bibliográfica 3. Método utilizado
para desenvolvimento do projeto 4. Aplicação do Método no
projeto 5. Considerações Finais
I. I. Vazquez, Elaine Garrido; II. Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil.
III. Título
AGRADECIMENTOS
Primeiramente eu agradeço aos meus pais, Tita e Joziane, pelo apoio incondicional
em todas as minhas decisões, por estarem imensamente presentes no meu dia a dia mesmo em
uma distância de mais de 2000 km e por terem me ensinado valores de simplicidade,
humildade, transparência e orgulho de ser nordestino desde criança.
Em segundo lugar agradeço às minhas irmãs, Juliane e Juliana, além do meu cunhado
Henrique por sempre acreditarem em mim, pela parceria desde muito jovem e por sempre me
darem conselhos em situações difíceis e também por estarem presentes para celebrar minhas
conquistas. Também gostaria de agradecer aos meus tios, avós e amigos que me fizeram
sentir muito querido em cada volta à Paraíba.
Não menos importante queria agradecer a minha companheira de vida, Mariana
Mendonça, pela parceria incondicional nesse tempo de relacionamento. Todos os
aprendizados técnicos e pessoais, suporte nestes dias corridos escrevendo este Projeto de
Graduação e em todos os momentos da minha vida, além de todos os sorrisos diários, que
foram muito úteis para o meu sucesso.
Também não poderia deixar de agradecer a todos os meus amigos que enfrentaram
comigo os desafios desta graduação em uma universidade tão renomada como a UFRJ.
Especialmente em nome de João Celes, Lívia Mançano, Edivaldo Delgado, Lucas Cecílio,
Márcio Tacques, Victor Plácido, Leon Deharbe e Pedro Hopf. Destaco e agradeço também
pela parceria de longa data, mais precisamente dez anos, ao Antonio Feliciano.
Aos amigos de Responde Aí, em nome de Paulo Monteiro e Michel Nigri, o meu
muito obrigado pelo investimento de tempo em me desenvolver um ótimo profissional e por
confiar em mim para assumir responsabilidades e trazer impacto na educação de alunos de
Engenharia de todo o Brasil.
Gostaria de agradecer aos professores do curso de engenharia civil da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, especialmente ao Luis Otávio e Leandro Torres pela orientação
pontual na minha carreira, mas principalmente à professora Elaine Garrido pelo suporte,
investimento de tempo e orientação nesta fase final de graduação.
Agradeço aos meus amigos do Rio de Janeiro que me ajudaram a viver uma fase
maravilhosa e de grande aprendizado. Por último e não menos importante, agradeço a Deus
por me proporcionar este feito e por me fazer, antes de tudo, um forte.
Dedico este trabalho aos meus pais,
Tita e Joziane.
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
ANÁLISE DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DESIGN THINKING NA
PROPOSIÇÃO DE SOLUÇÕES DE PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA DA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO.
João Batista Fernandes de Sousa Filho
Março/2020
Orientador: Elaine Garrido Vázquez
Curso: Engenharia Civil
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, apesar de ser uma das mais desenvolvidas do
Brasil, enfrenta dificuldades financeiras em vários setores, entre eles o de infraestrutura. Em
contrapartida, no Rio de Janeiro há diversas universidades e centros de pesquisas renomados
e responsáveis por elaborar milhares de pesquisas bem sucedidas anualmente. O objetivo
deste projeto de graduação é estudar a implementação do Integra Rio, projeto que visa,
implementar um protótipo de um Think Tank, mapeando os problemas pontuais de
infraestrutura na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, levando para discussão e obtenção
de propostas de solução na academia para que, após a conclusão, serem apresentados aos
órgãos responsáveis no governo, criando assim um canal de comunicação entre o Estado e a
academia. Para desenvolver este protótipo, foi utilizado o método design thinking, que é
bastante utilizado em empresas de inovação. Como resultados deste trabalho, foram
implementadas algumas soluções que integrassem alunos da Universidade Federal do Rio de
Janeiro com os problemas de infraestrutura da Região Metropolitana, trazendo projetos que
beneficiam não só a população do Rio de Janeiro, mas também os alunos e toda a academia.
Palavras-chave: Metrópole, Think Tank, Infraestrutura, Urbano, Pontos de Melhoria, Integra
Rio, Design Thinking, Prototipagem.
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Civil Engineer.
ANALYSIS OF THE APPLICATION OF THE DESIGN THINKING METHODOLOGY IN
A THINK TANK PROTOTYPE FOR IMPROVING URBAN INFRASTRUCTURE IN THE
METROPOLITAN REGION OF RIO DE JANEIRO.
João Batista Fernandes de Sousa Filho
March / 2020
Advisor: Elaine Garrido Vázquez
Course: Civil Engineering
The Metropolitan Region of Rio de Janeiro, despite being one of the most developed in
Brazil, faces financial difficulties in several sectors, including infrastructure. In contrast, in
Rio de Janeiro there are several renowned universities and research centers responsible for
preparing thousands of successful researches annually. The objective of this final project is to
study the implementation of Integra Rio, a project that aims to implement a prototype of a
Think Tank, mapping the specific infrastructure problems in the Metropolitan Region of Rio
de Janeiro, leading to discussion and obtaining solution proposals in academy so that, after
completion, they can be presented to the responsible bodies in the government, thus creating
a communication channel between the state and the academy. To develop this prototype, the
design thinking method was used, which is widely used in innovation companies. As a result
of this work, some solutions were implemented that integrated students from the Federal
University of Rio de Janeiro with the infrastructure problems of the Metropolitan Region,
bringing projects that benefit not only the population of Rio de Janeiro, but also the students
and the entire academy.
Keywords: Metropolis, Think Tank, Infrastructure, Urban, Improvement Points, Integra Rio,
Design Thinking, Prototype.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. CONTEXTO 1
1.2. MOTIVAÇÃO 5
1.3. OBJETIVO 6
1.3.1. OBJETIVOS GERAIS 7
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 7
1.4. METODOLOGIA 7
1.5. DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS 8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 9
2.1. THINK TANK 9
2.1.1. TIPOS DE THINK TANK 9
2.1.2. THINK TANKS BRASILEIROS 10
2.2. INDISSOCIABILIDADE ENSINO/PESQUISA/EXTENSÃO 11
2.2.1. ENSINO 13
2.2.2. PESQUISA CIENTÍFICA 13
2.2.3. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA 15
2.2.4. INDISSOCIABILIDADE DO TRIPÉ ACADÊMICO 16
2.3. PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO URBANO INTEGRADO
DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO 18
2.3.1. PROGRAMA EQUILIBRAR A METRÓPOLE (PEM) 19
2.3.2. PROGRAMA HABITAR A METRÓPOLE (PHM) 19
2.3.3. PROGRAMA METROPOLE INTELIGENTE (PMI) 20
2.3.4. PROGRAMA METRÓPOLE SUSTENTÁVEL (PMS) 21
2.3.5. PROGRAMA BAÍA REINVENTADA (PBR) 22
2.3.6. GOVERNAR A METRÓPOLE (PGM) 23
2.4. DESIGN THINKING 11
3. MÉTODO UTILIZADO PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 24
3.1. IMERSÃO 24
3.2. ANÁLISE E SÍNTENSE 26
3.3. IDEAÇÃO 28
3.4. PROTOTIPAÇÃO 30
3.5. LANÇAMENTO DO PROTÓTIPO 31
4. APLICAÇÃO DO MÉTODO NO PROJETO 33
4.1. APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA 33
4.2. IMERSÃO NA REALIDADE DOS STAKEHOLDERS, ANÁLISE E SÍNTESE. 35
4.3. IDEAÇÃO E PROTOTIPAÇÃO DE SOLUÇÕES 38
4.4. LANÇAMENTO DO MÍNIMO PRODUTO VIÁVEL 39
4.4.1. DESCRIÇÃO DO MVP 39
4.4.2. RECRUTAMENTO DE COLABORADORES 40
4.4.3. EXPOSIÇÃO DE INFORMAÇÕES 40
4.4.4. CRIAÇÃO DA REDE DE CONTATOS 41
4.4.5. ACOMPANHAMENTO DOS COLABORADORES 41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 43
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45
7. ANEXOS 49
8. APÊNDICES 54
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Porcentagem dos investimentos Realizados em Infraestrutura no Brasil. (ABDIB,
2019) .......................................................................................................................................... 2
Figura 2 - Indicadores de infraestrutura nos BRICS, 2014. (Medeiros e Ribeiro, 2019). ......... 2
Figura 3 - Taxa de crescimento por regiões: Estado do Rio de Janeiro – 2000/2010 (Quanta-
Lerner, 2018).............................................................................................................................. 3
Figura 4 - Qualidade Urbanística na RMRJ. (Quanta- Lerner, 2018). ...................................... 4
Figura 5 - Distribuição de ofertas de trabalho na RMRJ (Consórcio Quanta- Lerner, 2018). ... 4
Figura 6 - Fluxo de deslocamento diário de pessoas na RMRJ. (Quanta - Lerner, 2018). ........ 5
Figura 7 - Esquema representativo das etapas do processo de Design Thinking. Vianna et al.
(2018) ....................................................................................................................................... 12
Figura 8 -. Evolução das matrículas na graduação presencial, por categoria administrativa
(Inep , 2013). ............................................................................................................................ 13
Figura 9 - Ranking de produtores de publicações científicas produzidas entre 2013 e 2018
(Web Data Sciences, 2019). ..................................................................................................... 14
Figura 10 - Quantidade de publicações científicas nas quinze principais universidades
brasileiras. (Web Data Sciences, 2019). .................................................................................. 15
Figura 11 - Metas do Milênio (Organização das Nações Unidas, 2000). ................................ 16
Figura 12 - Tripé Acadêmico Ensino/Pesquisa/Extensão. ....................................................... 17
Figura 13 - Eixos Estruturantes da Metrópole para o PDUI. ................................................... 18
Figura 14 - Os Programas de Ação Prioritária (Quanta- Lerner, 2018). .................................. 19
Figura 15 - Fases de um Think Tank a partir do Design Thinking (adaptado de Bennack e
Ferreira, 2019).......................................................................................................................... 24
Figura 16 - Dimensões do processo de imersão no Design Thinking a partir da profundidade
de informações. (Vianna et al., 2012). ..................................................................................... 25
Figura 17 - Perguntas do 5W2H (Sistemize Coach, 2018) ...................................................... 26
Figura 18 - Exemplo de Matriz de Posicionamento com restrições de Nível de Retorno e Grau
de Inovação. ............................................................................................................................. 29
Figura 19- Tipos de níveis de fidelidade. (Silva et al., 2012). ................................................. 30
Figura 20- Tipos de níveis de contextualidade (Silva et al., 2012).......................................... 30
Figura 21 - Fluxo de Etapas do processo de Prototipação (Silva et al.,2012). ........................ 31
Figura 22- Tríade conceitual do design thinking (Umbora, 2018)........................................... 32
Figura 23 - Logomarca do Think Tank Integra Rio. ................................................................ 33
Figura 24 - Fases do método inicial adotado no projeto do Integra Rio. ................................. 34
Figura 25- Categorização dos problemas mapeados. ............................................................... 37
Figura 26 - Matriz de Posicionamento para tomada de decisão. ............................................. 38
Figura 27 - Apresentação para recrutamento de alunos na turma de Introdução ao Projeto de
Graduação da UFRJ. ................................................................................................................ 40
1
1. INTRODUÇÃO
1.1.CONTEXTO
Após um período de largo desenvolvimento econômico até a primeira metade da
década de 2010, o Brasil pôde enfrentar um período de profunda e duradoura queda do nível
de atividade econômica (OREIRO, 2017). O autor também diz que essa queda gerou a
diminuição da geração de empregos, da produção de bens de consumo, redução dos
investimentos no país em diversos setores, incluindo o de infraestrutura.
Segundo Rohr (2018), a impossibilidade de expandir novos negócios e ampliar
projetos de risco mais elevado faz com que as verbas tenham que ser muito bem direcionadas,
gerando algum retorno para a população, que é o grande financiador de obras públicas, já que
o Brasil tem várias lacunas nos setores energético, de saneamento básico, aquaviário, etc.
Nesse contexto, programas de infraestrutura auxiliam na criação de empregos e também
oferecem aos moradores locais melhores condições de vida.
Segundo Macedo (2019), precariedade em infraestrutura, como em energia e nos
meios de transportes, por exemplo, fazem que os países possuam menos investimentos
externos, por causa da limitação da sua capacidade produtiva e do escoamento de seus
produtos, além do alto custo de manutenção no transporte.
Macedo (2019) também cita que a infraestrutura, quando bem desenvolvida, gera um
aumento da produtividade, elevando a remuneração dos fatores de produção, impulsionando
também investimento, emprego e renda de forma contínua.
No Brasil, segundo Medeiros e Ribeiro (2019), há bastante deficiência quando se fala
em infraestrutura, que é um dos maiores gargalos ao crescimento econômico sustentado e
aumento da produtividade no país. Há carências em termos da oferta, qualidade e
acessibilidade dos transportes, energia e telecomunicações.
Um relatório reportado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de
Base (2019) afirma que após a recessão econômica, em 2016 os investimentos em
infraestrutura no Brasil foram de 1,7% do PIB, enquanto no ano de 2017 reduziu ainda mais,
chegando a marca de 1,5% do PIB, o que caracteriza um dos menores índices de investimento
na infraestrutura em todos os tempos. Além disso, o Brasil nunca fez um investimento maior
do que 2,5% do PIB em infraestrutura, contudo precisará investir 4,3% do PIB dos próximos
2
10 anos. Na Figura 1 se pode notar o investimento do Brasil em infraestrutura nos últimos 15
anos.
Figura 1 - Porcentagem dos investimentos Realizados em Infraestrutura no Brasil. (ABDIB, 2019)
Em comparação a outros países em desenvolvimento, o Brasil tem se demonstrado
bem abaixo das expectativas, principalmente em relação à qualidade da infraestrutura, oferta
de transportes e de energia, como mostrado no ranking de qualidade de infraestrutura e das
subdivisões específicas na Figura 2.
Figura 2 - Indicadores de infraestrutura nos BRICS, 2014. (Medeiros e Ribeiro, 2019).
Isso pode ser notado em vários estados da federação, inclusive no Rio de Janeiro. Em
relação à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mostrada na Figura 3, um relatório feito
pelo Consórcio Quanta-Lerner (2018), afirma que a sua zona urbana cresce 32 km² por ano
sem uma infraestrutura adequada. Os maiores crescimentos foram na baixada e na Zona
Norte da capital, como mostra a Figura 3.
3
Figura 3 - Taxa de crescimento por regiões: Estado do Rio de Janeiro – 2000/2010 (Quanta-Lerner, 2018).
Em um trecho do relatório do Consórcio Quanta e Lerner (2018) o autor cita que “a
população do Rio de Janeiro convive com assimetrias estruturais e socioeconômicas,
encontradas em desequilíbrios verificados no território, o que aparece de maneira evidente
em alguns aspectos como na oferta de equipamentos sociais e de infraestrutura urbana. Há
uma grande concentração de equipamentos de saúde de maior complexidade, como hospitais,
na região central do município do Rio de Janeiro e Niterói.” Ele também cita que há a
ocorrência de equipamentos públicos nas regiões periféricas, porém o atendimento ofertado
nesses lugares é precário, ocasionando em um sucateamento destes equipamentos. Nestes
lugares também se pode notar sinais de fragilidade da infraestrutura social básica, como por
exemplo a oferta de salas de aula de educação fundamental, tendo sido identificado um déficit
considerável a partir de dados do Ministério da Educação.
O mesmo relatório do Consórcio Quanta-Lerner (2018) cita que a deficiência de
equipamentos públicos está junto à baixa qualidade da infraestrutura urbana, principalmente
longe das regiões centrais da Região Metropolitana. A associação dos indicadores de
infraestrutura referentes ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, pavimentação e
iluminação pública, apontados pelo Índice de Qualidade Urbanística, revela um conjunto de
áreas precárias, localizadas principalmente na nas regiões periféricas, onde há imensas áreas
com recursos médios de infraestrutura, e pequenas áreas com infraestrutura urbana adequada,
como mostra a Figura 4.
4
Figura 4 - Qualidade Urbanística na RMRJ. (Quanta- Lerner, 2018).
Outro fator importante apontado pelo relatório que denota a necessidade de melhoria da
infraestrutura do Rio de Janeiro é a centralidade de ofertas de trabalho, mostrada na Figura 5.
Figura 5 - Distribuição de ofertas de trabalho na RMRJ (Consórcio Quanta- Lerner, 2018).
Esta centralização ocasiona numa grande demanda de transporte público radial,
gerando demasiado trânsito e baixa agilidade de locomoção com transportes públicos e
particulares. Este fluxo de deslocamento está mostrado na Figura 6.
5
Figura 6 - Fluxo de deslocamento diário de pessoas na RMRJ. (Quanta - Lerner, 2018).
1.2.MOTIVAÇÃO
Está claro, de forma geral, que o Brasil, devido à crise econômica e social vivida por
este país, tem dificuldades na expansão e manutenção em infraestrutura. Além disso, não há
previsão do retorno em investimento tanto no setor público, quanto privado em mobilidade
urbana, telecomunicações, saneamento e infraestrutura básica em geral.
O Rio de Janeiro, como um dos estados brasileiros mais prejudicados pela crise de
2015 associado a uma má gestão pública, vive o sucateamento e a falta de manutenção de sua
infraestrutura, logo após a melhoria pontual de alguns itens de mobilidade urbana e
revitalização de algumas regiões após uma série de megaeventos, como o Pan Americano em
2007, Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos de Verão em 2016
(OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2015).
Segundo um relatório feito pela Quanta Consultoria em 2018, 70% do investimento
em infraestrutura no Rio de Janeiro foi feita em zonas urbanas de primeiro e segundo nível,
mais próximas às regiões turísticas, de passagem do aeroporto ou próximos aos locais de
competição utilizados nos megaeventos. Para o desenvolvimento sustentável e consciente da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro é necessário investir até 2040, 14,6 bilhões de reais
em medidas de descentralização da metrópole. O relatório também cita que este cenário
provavelmente não seria alcançado sem estudos apropriados, nem uma boa gestão dos
recursos e do conhecimento, os investimentos continuarão sendo feitos de forma ineficaz,
como já vem sendo feito há anos.
6
Segundo Moura (2019), 95% da produção científica do país é feita por universidades
públicas. No Brasil, a maioria do conhecimento produzido vem da produção científica, seja
em pesquisas ou extensão. No Rio de Janeiro, a UFRJ, UERJ, UFF, Unirio, UFRRJ, CEFET-
RJ, Fiocruz, CBPF, entre outras instituições produziram em média mais de 7 mil artigos
científicos por ano no período entre 2013 e 2018, sendo responsáveis por cerca de 13% da
produção de ciência em todo o país.
Uma das estratégias que a universidade utiliza para a formação de um profissional
cidadão é baseada na efetiva relação recíproca do acadêmico com a comunidade, seja para se
situar historicamente, para se identificar culturalmente ou para referenciar sua formação com
os problemas que um dia terá que enfrentar (BRASIL, 1999).
O ensino, por muito tempo, foi tratado separadamente da pesquisa e da extensão,
embora, na maioria das instituições, a pesquisa tenha recebido uma atenção especial enquanto
a extensão ocupava um espaço mais voltado para ações pontuais, com ausência de verbas
para a sua fomentação (MONTE, 2005).
O setor público tem feito algum esforço para promover a extensão, como por
exemplo, na Lei 13.005, há o estímulo ao fomento da “(...) formação de consórcios entre
instituições públicas de educação superior, com vistas a potencializar a atuação regional,
inclusive por meio de plano de desenvolvimento institucional integrado, assegurando maior
visibilidade nacional e internacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL,
1999).
O estímulo do envolvimento do corpo discente em extensões que possam resolver
problemas pontuais, visando melhorar o dia a dia da população da sociedade a qual a
universidade está inserida, juntamente ao suporte do corpo docente e da abertura de um canal
de comunicação entre a academia e os órgãos públicos responsáveis por cada setor, traria
benefícios não só para a sociedade, mas também para o aprendizado dos alunos dentro da
universidade, pois assim estarão colocando em prática conhecimentos adquiridos nos estudos.
Trazer retorno à sociedade, além de ser um desafio da academia, também é um dever
de cada cidadão que usufrui de uma instituição pública de qualidade.
1.3.OBJETIVO
7
1.3.1. OBJETIVOS GERAIS
De forma geral, os objetivos deste trabalho são criar oportunidades para a
universidade, poder público e principalmente para a sociedade, por meio da prototipação e
implementação de um Think Tank, o “Integra Rio”, que consiga mapear problemas locais da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, encontrar pessoas interessadas em buscar soluções
para estes problemas e levar os resultados obtidos aos órgãos públicos, com o intuito de
implementar estes projetos e soluções na sociedade, trazendo melhorias estruturais no Estado
do Rio de Janeiro. Além disso, é objetivo deste trabalho aplicar uma metodologia moderna e
criativa para prototipação das soluções e criar uma rede de contatos entre os alunos da
instituição com representantes do poder público.
1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
De forma mais específica, este trabalho possui quatro objetivos específicos.
O primeiro objetivo específico deste projeto é criar, de fato, um primeiro protótipo de
Think Tank que possa trazer soluções no curto, médio e longo prazo para a Região
Metropolitana do Rio de Janeiro.
O segundo objetivo consiste em mapear, junto a um protópito de Think Tank, os
principais problemas de infraestrutura encontrados na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro que podem ser resolvidos por meio de estudos de engenharia civil e ambiental.
O terceiro objetivo específico deste trabalho consiste em aplicar uma metodologia que
auxilie os colaboradores do Integra Rio a desenvolverem seus próprios projetos.
O quarto objetivo deste trabalho é buscar um canal de comunicação entre a os autores
destes projetos com os órgãos responsáveis no governo para efetivar a implementação destes
estudos e assim, no longo prazo, alcançar o quinto objetivo.
1.4.METODOLOGIA
O presente trabalho utilizará algumas metodologias do trabalho científico: Pesquisa
explicativa e revisão bibliográfica de documentos, relatórios, artigos científicos e realização
de entrevistas.
8
Inicialmente, o trabalho fará uma revisão bibliográfica sobre o funcionamento de um
protótipo de Think Tank de pesquisa de gestão pública, além da exposição do Plano de
Desenvolvimento Urbano da Metrópole e do método do design thinking.
Posteriormente será feita uma revisão bibliográfica de documentos e relatórios
técnicos para mapear os principais problemas de infraestrutura encontrados na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro. Estes problemas foram mapeados, classificados em função
da ênfase de atuação na Engenharia Civil, da área de atuação do Plano de Desenvolvimento
Urbano da Metrópole, além de também mapear os locais onde estes problemas são
encontrados.
Após isso, o trabalho realizará uma análise da implementação do protótipo do Think
Tank e do desenvolvimento dos projetos sugeridos pelo “Integra Rio”, analisando e buscando
canais de comunicação para a obtenção de informações para os projetos.
1.5.DESCRIÇÃO DOS CAPÍTULOS
O primeiro capítulo deste documento trata de abordar a introdução do texto,
explicitando objetivos, metodologia aplicada, motivação, entre outros aspectos que
caracterizam o trabalho.
O segundo capítulo visa fazer uma revisão bibliográfica, conceituando, mostrando um
contexto histórico e um contexto atual dos principais temas abordados neste trabalho, como
Think Tanks, Indissociabilidade de Pesquisa/Ensino/Extensão, Plano de Desenvolvimento
Urbano Integrado do RMRJ e o método de design thinking.
O terceiro capítulo visa explicitar todas as fases do método de design thinking,
explicitando de forma geral, como se fazem em empresas e em outros think tanks na fase de
Imersão, Análise e Síntese, Ideação, Prototipagem e MVP.
O quarto capítulo visa aplicar as fases do design thinking no projeto chamado Integra
Rio. Nele, é explicado a aplicação de cada fase do método, além de mostrar os resultados da
implementação do projeto que foi prototipado neste trabalho.
O quinto capítulo apresenta as considerações finais do trabalho e também sugestões
para estudos futuros, e ressaltando alguns pontos relevantes deste projeto que podem ser
aprimorados.
A seguir, pode-se encontrar as referências bibliográficas, anexos e apêndices do trabalho.
9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.THINK TANK
Segundo Haass (2002), Think Tanks são instituições independentes e sem fins
lucrativos, organizadas para a realização de pesquisas e geração de conhecimento
politicamente relevante, que estreitam os laços entre a academia (ensino, pesquisa e extensão)
e o governo (poder).
Flores (2017) afirma que o papel atual das chamadas think tanks é preencher lacunas
de conhecimento para aprimorar as políticas públicas em áreas importantes para o bem-estar
coletivo, como meio ambiente, imigração, pobreza, economia, infraestrutura e saúde pública.
Os think tanks surgiram no século XIX, mas ganharam força nos Estados Unidos, com
o fim da Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria. Naquele tempo, os principais
temas de discussão dos think tanks americanos eram segurança internacional e política
externa. Um dos mais importantes foi o Rand Corporation, fundado em 1948 pelo governo
americano para realizar projetos no campo militar. Em meados de 1980, com a integração
global entre países e o fim da Guerra Fria, os think tanks se espalharam e alcançaram todos os
continentes do mundo e abrangeram também várias outras áreas de atuação (FLORES, 2017).
Os think tanks têm o objetivo de influenciar decisões políticas e a opinião pública,
reunindo especialistas que elaboram estudos sobre determinados temas e publicam os
resultados. Eles podem atuar tanto de forma mais técnica, quanto na busca de parcialidade
nas recomendações, como assumir pressupostos religiosos ou ideológicos. O advento da
internet ajudou os think tanks a espalharem mais rapidamente suas ideias e conseguirem
apoio da população.
2.1.1. TIPOS DE THINK TANK
McGann (2019) cita que até meados de 2019 haviam mais de 6000 think tanks em
todo o mundo e eles podem ser classificados de acordo com o Quadro 1:
10
Quadro 1 - Definição dos Think Tanks.Adaptado (Flores, 2017).
Tipo de Think Tank Definição
Governamental
Criados pelos governos, têm o objetivo de produzir conhecimentos sobre
determinados temas considerados estratégicos para o país, estado ou
município. São exemplos: desigualdade social, defesa nacional,
desenvolvimento econômico. São financiados pelo próprio governo.
Ideológico/Causa
Voltados a produzir ideias de apoio a determinada ideologia política e visão
de mudo. Podem ser financiadas por empresas ou com doações de pessoas
físicas.
Científico
Os mais comuns, são centros de pesquisa, geralmente criados por
universidades, que se debruçam em teorias e análise de dados para encontrar
evidências a favor de uma ou outra explicação para a ocorrência de
determinados fenômenos, além de mapear problemas da sociedade e tentar
resolvê-los. Conseguem recursos, além de universidades, com a prestação de
serviços de consultorias.
2.1.2. THINK TANKS BRASILEIROS
Segundo McGann (2019), o Brasil é o 11° país em número de think tanks, alcançando
no ano de 2018 a marca de 103 destas entidades. Entre os 50 think tanks mais relevantes da
América Latina, 8 estão localizados no Brasil, como mostrado no Quadro 2.
Quadro 2 - Think Tanks brasileiros e sua posição e seu ranking em relevância na América Latina. Adaptado (EXAME,
2019).
Nome do Think Tank Posição do Ranking da América
Latina
Fundação Getúlio Vargas – FGV 1°
Centro Brasileiro de Relações Internacionais –CEBRI 3°
Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas– IPEA 8°
BRICS Policy Center 11°
Fundação Fernando Henrique Cardoso – FHC 13°
Centro Brasileiro de Análise e Planejamento –
CEBRAP 17°
Núcleo de Estudos da Violência -NEV USP- 31°
Instituto Millenium 34°
11
2.2.DESIGN THINKING
Segundo Alt e Pinheiro (2010) o termo design thinking surgiu em meados de 1990 e foi
popularizado pela IDEO, consultoria de design de inovação nos anos 2000, sendo fortemente
divulgada pela Universidade de Stanford e sendo praticada nas companhias do Vale do
Silício. É uma metodologia de criação bastante utilizada em boa parte das startups e
empresas que visam criar de inovação em todo o mundo.
A Endeavor (2015) define design thinking como uma abordagem que busca encontrar a
resolução para problemas colaborativamente e coletivamente visando entender o máximo as
necessidades e o dia a dia dos seus stakeholders, colocando tanto os consumidores e usuários
da solução no centro de desenvolvimento do produto ou projeto, quanto quem participa
indiretamente da solução, envolvendo no processo equipes multidisciplinares visando mesclar
a experiência de vida, a visão de mundo e os processos diários utilizados pelos indivíduos,
com objetivo de adquirir visão mais completa e assertiva na solução de problemas e, assim,
identificar os maiores problemas e conseguir transformá-los em demanda por uma solução.
A Endeavor (2015) também cita que essa metodologia pode ser usada em qualquer área
de atuação e em qualquer tipo de negócio e também que ela não parte de premissas
matemáticas e análises puramente analíticas de dados e informações, também se deve levar
em consideração o levantamento das reais necessidades de seu consumidor, sendo assim, o
design thinking uma abordagem que visa satisfação do consumidor do projeto, algo que só
pode ser alcançado quando se entende profundamente a necessidades e desejos dos
consumidores. O Quadro 3, a seguir mostra a principal diferença entre as pesquisas de design
thinking com as convencionais.
12
Quadro 3 - Diferença entre pesquisas de design thinking e pesquisas normais (Vianna.et al, 2012).
Em paralelo, Alt e Pinheiro (2017) afirmam que o design thinking segue e aplica três
pilares principais, que são a empatia, a colaboração e a experimentação e são divididas em
quatros fases que não necessariamente são lineares: Imersão, Análise e Síntese, Ideação e
Prototipação, como mostrado na Figura 15 e melhor detalhado no Tópico 2.2.
Figura 7 - Esquema representativo das etapas do processo de Design Thinking. Vianna et al. (2018)
13
2.3.INDISSOCIABILIDADE ENSINO/PESQUISA/EXTENSÃO
2.3.1. ENSINO
O ensino pode ser caracterizado como uma atividade o qual o objetivo é a realização
da aprendizagem, sendo exercido de maneira a respeitar a integridade intelectual dos alunos e
sua capacidade de fazer juízos independentes (Carvalho apud Scheffler, 2011). É a parte mais
explorada nas universidades atualmente, despendendo a maior parte do tempo dos alunos
durante toda a graduação.
Em relação especificamente de ensino superior, dados e um relatório feito por Barros
(2015) afirmam que no Brasil, esta modalidade, após uma estagnação na década de 1990,
passou a crescer consideravelmente, principalmente no ensino privado, triplicando na
quantidade de matrículas em um período um pouco maior que 10 anos, como mostrado na
Figura 7.
Figura 8 -. Evolução das matrículas na graduação presencial, por categoria administrativa (Inep , 2013).
2.3.2. PESQUISA CIENTÍFICA
Menezes (1993) define pesquisa científica como o estudo minucioso e sistemático,
com a finalidade de descobrir ou detectar fatos ou princípios relativos às diversas áreas do
conhecimento humano. O resultado de uma pesquisa científica é divulgado em forma de
publicação, que pode ser um livro, um artigo científico, uma publicação em congresso, uma
tese de doutorado, dissertação de mestrado, monografia ou outro meio físico. Para Moura
(1993), publicação de pesquisa científica é um termo usado para designar os documentos
escritos de diversas naturezas, que, por meio de registros virtuais ou impressos, são editados
com a finalidade de difusão ao público.
14
Segundo relatório feito pela Web Science Group (2019), nos últimos seis anos o
Brasil aumentou 30% a produção científica, alcançando, entre 2013 e 2018, mais de 280 mil
publicações, se tornando o 13° país com mais publicações no mundo, como mostrado no
gráfico da Figura 8.
Figura 9 - Ranking de produtores de publicações científicas produzidas entre 2013 e 2018 (Web Data Sciences, 2019).
O mesmo relatório da Web Data Sciences (2019) afirma que a pesquisa também está
concentrada majoritariamente na região sudeste, tendo em 15 universidades cerca de 60% de
toda a publicação nacional, como mostrado na Figura 9.
15
Figura 10 - Quantidade de publicações científicas nas quinze principais universidades brasileiras. (Web Data Sciences,
2019).
2.3.3. EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
A definição mais utilizada é a feita pela Forproex (2012) na Política Nacional de
Extensão Universitária, que cita que “Extensão Universitária é o processo educativo, cultural
e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação
transformadora entre universidade e sociedade. A Extensão é uma via de mão dupla, com
trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade
de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico.”
Outra definição interessante é a dada pela Proex UFES (2013), que define extensão
como “a ação da Universidade junto à comunidade que possibilita o compartilhamento, com
o público externo, do conhecimento adquirido por meio do ensino e da pesquisa
desenvolvidos na instituição”. A Proex UFES também cita que extensão é a aplicação do
conhecimento científico adquirido com ensino ou pesquisa na sociedade, mesclando os
objetivos e as funções de cada um destes termos, podendo elaborar e articular políticas
públicas por meio da participação em fóruns, consultorias e núcleos específicos de atuação.
16
Já Chedid (2018) cita que é importante que as extensões estejam envolvidas em
projetos contínuos, para que a relação entre a comunidade e a universidade se fortaleça. Além
disso, ela ressalta que a extensão universitária é também uma forma de professores e alunos
aplicarem na prática os aprendizados adquiridos na universidade para ganho de experiência e
conhecimento prático, não sendo um “assistencialismo” à sociedade, mas uma forma de
integrar, de ampliar visões, de trocas de experiência; e, assim, forma o tripé universitário
juntamente com o ensino e a pesquisa.
Segundo Carbonari e Pereira (2007), no atual contexto social, a tendência é pensar
como a extensão pode gerar valor à sociedade e propor solução dos problemas sociais
expressos nos diálogos da academia junto à comunidade e ao governo. Nessa perspectiva a
extensão deve estar alinhada com os princípios mundiais de sustentabilidade, como por
exemplo, as "Oito Metas do Milênio" (Figura 10), que são metas universais estipuladas pela
ONU. Neste sentido as instituições devem pensar sua contribuição no desenvolvimento da
região, usando como base premissas de melhoria e metas globais.
Figura 11 - Metas do Milênio (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2000).
2.3.4. INDISSOCIABILIDADE DO TRIPÉ ACADÊMICO
As universidades brasileiras, tanto públicas quanto particulares, devem seguir o
princípio de indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, ditadas pelo artigo 207 da
Constituição Brasileira (1988) diz que, equiparadas, essas funções básicas merecem
17
igualdade em tratamento por parte das instituições de ensino superior, que, do contrário,
violarão o preceito legal.
Como ressaltam Moita e Andrade (2009) as relações entre ensino, pesquisa e extensão
decorrem dos conflitos em torno da definição da identidade e do papel da universidade ao
longo da história. Já Magnani (2002) indicou que, nesses quase duzentos anos de ensino
superior no Brasil, gradualmente a legislação educacional se esforçou para transformar o
modelo de transmissão de conhecimento em um modelo de produção e transmissão do saber
científico, podendo fazer uma aliança entre pesquisa e ensino, motivada pelas pressões por
democratização do acesso às universidades.
Anos depois, a extensão surge como terceiro elemento criando o tripé acadêmico. Ele
foi feito em decorrência às críticas e pressões sofridas pela universidade, oriundas de setores
e demandas sociais (SILVA, 2000). Ensino, pesquisa e extensão aparecem, então, na década
de 1980, unidos pelo princípio constitucional da indissociabilidade citado na constituição,
como mostrado na Figura 11.
Figura 12 - Tripé Acadêmico Ensino/Pesquisa/Extensão.
Outra lei importante para a fomentação da extensão é a Lei 13.005 que visa
“assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a
graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação,
prioritariamente, para áreas de grande pertinência social” (BRASIL, 2014).
18
2.4.PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO URBANO INTEGRADO
DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro, ou apenas “Modelar a Metrópole”, é uma iniciativa com objetivo de
elaborar um conjunto de cenários, instrumentos e estratégias que melhorem e orientem
decisões do governo em escala estadual e municipal visando trazer referências estratégicas
para o desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro no curto, médio e longo
prazo.
Tendo a sua primeira versão publicada em junho de 2017, é uma iniciativa da Câmara
Metropolitana e teve suporte financeiro do Banco Mundial.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado foca em propor soluções a
partir de seis eixos estruturantes da metrópole, mostrados no esquema da Figura 12.
Figura 13 - Eixos Estruturantes da Metrópole para o PDUI.
O “Modelar a Metrópole” também conta com a participação da sociedade civil em outras
instâncias e promovem mensalmente reuniões para debater assuntos técnicos específicos da
metrópole do Rio de Janeiro juntando especialistas das universidades e centros de pesquisas
mais importante do Rio de Janeiro com mais de 170 representantes da sociedade civil.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da RMRJ é dividido nos
Programas de Ações Prioritárias com objetivo de trazer estudos específicos para cada eixo
estruturante e mapear problemas específicos de cada macrorregião da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro. Os Programas de Ações Prioritárias são os mostrados na Figura 13.
19
Figura 14 - Os Programas de Ação Prioritária (Quanta- Lerner, 2018).
2.4.1. PROGRAMA EQUILIBRAR A METRÓPOLE (PEM)
Visa trazer soluções às questões relacionadas à necessidade da Região Metropolitana do
Rio de Janeiro de implantar uma estrutura urbana policêntrica, afim diminuir a concentração
de atividades econômicas, além criar mais serviços e equipamentos públicos na região
periférica da metrópole, remodelando a atual estrutura radial e exige longos deslocamentos
diários da população para acessar as principais empresas e serviços sociais. São divididos em
ações prioritárias distribuídas em toda a Região Metropolitana, como mostrado na figura do
Anexo I.
2.4.2. PROGRAMA HABITAR A METRÓPOLE (PHM)
Tem como principal objetivo garantir o acesso à infraestrutura urbana, aos serviços
básicos (mobilidade urbana, saúde, segurança e resiliência ambiental) e contribuir para criar
melhores condições de urbanidade e moradia para a população com equidade.
Inicialmente, o Programa Habitar a Metrópole propõe ações visando melhorar o
saneamento básico, em busca de trazer soluções para o déficit hídrico no atendimento à
população, o PHM aponta a construção de algumas barragens ao longo de todo o território
metropolitano, além de macrodrenagem para evitar enchentes, e meios para qualificar a coleta
e a destinação de resíduos sólidos.
20
Além disso, o PHM defende a importância de realizar a urbanização e a regularização
fundiária de favelas, conjuntos habitacionais degradados, loteamentos irregulares e outras
formas habitacionais em condições de precariedade em toda a RMRJ.
Ele é composto de ações prioritárias distribuídas na RMRJ como mostrado na figura
do Anexo II.
2.4.3. PROGRAMA METROPOLE INTELIGENTE (PMI)
O PMI busca trazer inovações tecnológicas à RMRJ, porém, simultaneamente,
ressalta o patrimônio cultural e histórico do Rio de Janeiro e valoriza o potencial criativo dos
cariocas.
Segundo Gama, Álvaro e Peixoto (2012), o termo “cidades inteligentes” está
relacionado com o dispositivo estratégico para o planejamento e gestão inteligente de
cidades. Entretanto, este termo tem sido, cada vez mais, relacionado ao emprego eficiente de
Tecnologias de Informação e Comunicação como uma ferramenta para melhorar a
infraestrutura e serviços da cidade, e, por isso, trazendo melhor qualidade de vida.
As ações do Programa Metrópole Inteligente tratam a Região Metropolitana do Rio de
Janeiro como cidade global, sendo uma plataforma logística internacional - porta de entrada e
de conexão com o Brasil e a América Latina.
O Rio de Janeiro é visto como referência de pesquisa, desenvolvimento e inovação
internacionalmente e devem-se aproveitar os setores de óleo e gás, saúde, defesa, indústria
naval e energia, para ampliar a convergência e a sinergia entre as instituições (inclusive as
universidades) e atrair capital humano.
O Programa sugere que sejam feitos investimentos em infraestrutura para viabilizar as
atividades metropolitanas como centro de referência global (logística, em portos e aeroportos,
e em estrutura de redes de fibras óticas) para curto e longo prazo. Além disso, em perspectiva
futura, pretende seguir o exemplo do desenvolvimento tecnológico na área de energia limpa e
informações em tempo real.
Simultaneamente ao desenvolvimento tecnológico, o PMI promove a preservação do
patrimônio cultural material e imaterial, como forma de conscientizar a população e gerar
valor em suas formas de expressão, os seus modos de criação em suas produções científicas,
artísticas e tecnológicas, as suas obras de arte, objetos culturais, documentos, edificações e
demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais, além de promover a
21
preservação ambiental e na valorização dos ecossistemas da RMRJ, considerando-os ativos, e
na promoção do desenvolvimento socioeconômico e ambiental da região que circunda e
interage com o espaço urbano.
Por último, o PMI destaca a potencialidade dos territórios rurais para atividades de
grande valor agregado. As ações prioritárias do programa estão distribuídas na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro como mostrado na figura do Anexo III.
2.4.4. PROGRAMA METRÓPOLE SUSTENTÁVEL (PMS)
O PMS tem um papel preponderante e está diretamente vinculado à valorização do
meio ambiente, e do território que circunda as áreas urbanas da metrópole, além da
qualificação das baías de Guanabara e Sepetiba e da proteção dos recursos hídricos e dos
investimentos em proteção ambiental.
Outro objetivo específico do PMS é promover o desenvolvimento econômico e social
das áreas semiurbanas, periféricas e rurais, valorizando a população de regiões rurais e
facilitando que atividades rurais de pecuária, pesca e agricultura sejam promovidas. Dessa
forma, evita-se o espalhamento descontrolado da população em regiões de alta densidade
populacional na RMRJ, sem infraestrutura adequada e torna-se possível a implantação de
atividades sustentáveis compatíveis com a preservação do meio ambiente. Simultaneamente,
as atividades produtivas realizadas nestas zonas da metrópole reduzem a dependência da
Região Metropolitana às economias externas, além de ampliar a circulação de mercadorias e
produção de serviços na própria região, promovem a produção rural saudável, agroecológica
e orgânica, mobilizam investimentos em agroindústria, gera turismo e possibilita a prestação
de serviços ambientais e atividades de pesquisa e inovação, além da oferta de maiores
condições de sustentabilidade econômica e social à população..
A sustentabilidade das áreas de preservação ambiental da RMRJ é estratégica para o
seu desenvolvimento. A preservação do ambiente se dá por meio do apoio às Unidades de
Conservação, para elaboração de Planos de Manejo e implantação de medidas de preservação
e uso sustentável, e também por meio do apoio à implantação de uma extensa rede de
conectividade ambiental entre unidades de conservação entre as zonas de proteção ambiental
da RMRJ, além da proposição de novas áreas de proteção, Mosaicos de Unidades de
Conservação, parques ambientais e parques multifuncionais ao longo de cursos d’água para
22
controle de inundações ou junto a obras com vocação de segurança hídrica, entre outras
medidas.
O PMS é formado por ações prioritárias distribuídas na RMRJ como mostrado na
figura do Anexo IV.
2.4.5. PROGRAMA BAÍA REINVENTADA (PBR)
O Programa Baía Reinventada propõe a reinvenção do uso e dos valores culturais,
ambientais e históricos presentes na Baía de Guanabara e na Baía de Sepetiba e em seus
entornos e nomeia um conjunto de medidas próprias para alcançar seus objetivos.
Inicialmente, o PBR sugere a colocação de um cinturão sanitário junto a um sistema
de drenagem eficaz em lugares onde haja a ausência de esgotamento sanitário e que também
haja influência da Baía de Guanabara e Sepetiba. Será uma solução transitória para um
sistema separador absoluto, que viabilize a despoluição das águas em tempo relativamente
curto, possibilitando a sua utilização para o lazer e turismo. O Programa promove a
restauração e a revitalização dos antigos portos marítimos e fluviais da Baía da Guanabara, e
incentiva a revitalização das paisagens culturais e o patrimônio histórico das regiões que
margeiam a Baía.
A PBR também apoia a geração de valor de ocupações urbanas e a proteção das
comunidades da orla da Baía, além de incentivar o desenvolvimento destes lugares. Em outra
frente, o Programa propõe investir na revitalização do Sistema Insular da Baía de Guanabara,
oferendo melhorias para a Ilha de Paquetá, com seu inestimável patrimônio histórico, a ilha
de Brocoió, a Ilha do Sol e a Ilha do Governador.
Além disso, o PBR apoia a criação e implantação de linhas de transporte aquaviário,
sendo uma das formas de valorizar a Baía de Guanabara, possibilitar a integração entre
municípios da Região Metropolitana e promovendo turismo intermunicipal, nacional e
internacional, que deverá contar com rotas turísticas associadas ao patrimônio histórico e
cultural.
O PBR é formado por ações prioritárias distribuídas na RMRJ como mostrado na
figura do Anexo V.
23
2.4.6. GOVERNAR A METRÓPOLE (PGM)
O PGM visa responder a uma preocupação da sociedade, que, de forma geral, defende
a melhoria da Gestão Pública e a busca de alinhamento e atendimento das demandas da
população. Esse propósito parte da necessidade de compor a Governança Metropolitana da
RMRJ, nos termos estabelecidos no Estatuto da Metrópole para realiza ajustes iniciais de
reforma do Estado
Desta forma, o primeiro passo é constituir os melhores esforços para que a
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) dê seguimento aos debates que
farão com que os responsáveis tomem as devidas providências na melhoria da Governança da
Metrópole.
O PGM defende a necessidade de estimular os municípios da RMRJ a criarem uma
colaboração entre si antes de estimularem uma competição, bem como destaca a importância
de que haja cooperação entre os municípios e o governo estadual. A competitividade é
importante como atividade externa com relação a outras metrópoles. Porém, no curto e médio
prazo, o apoio mútuo intermunicipal, com a participação do governo estadual, que vai
averiguar, como atividade interna, o processo de redução das desigualdades territoriais que
marcam tão fortemente o território da RMRJ. Esta PAP não está relacionada diretamente às
ações de melhoria de infraestrutura e sim a criação de medidas para facilitar o estímulo de
novas ações.
24
3. MÉTODO UTILIZADO PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Visando métodos de inovação tecnológica e, tendo necessidade de pensar em novos
processos e, de fato, inovar, pôde-se usar a sugestão de Bennack e Ferreira (2019) que
sugerem que os Think Tanks utilizem a metodologia de design thinking em suas fases de
criação e implementação, antes do seu lançamento. Estas fases estão descritas na Figura 15.
Figura 15 - Fases de um Think Tank a partir do Design Thinking (adaptado de Bennack e Ferreira, 2019).
3.1.IMERSÃO
Vianna et al. (2012) afirma que é a fase em que a equipe responsável pelo estudo se
aproximada do contexto do problema, tanto no ponto de vista da instituição organizadora do
estudo, quanto no ponto de vista dos usuários que serão atingidos. Além disso, a imersão é
ser feita com aumento de profundidade de informações, adquirindo percepções diferentes,
com métodos diferentes, como mostra a Figura 16.
25
Figura 16 - Dimensões do processo de imersão no Design Thinking a partir da profundidade de informações. (Vianna et al.,
2012).
Lima et al. (2014) destaca que a fase de imersão pode ser dividida em duas fases, a
Imersão Preliminar e a Imersão em Profundidade, conceituadas por ele no Quadro 4 a seguir.
Quadro 4 - Fases de Imersão do design thinking.
Fases de
Imersão Como realizar
Imersão
Preliminar
Equipe responsável busca entender o universo do problema e o tema a ser
estudado a partir de diversas perspectivas, obtendo diferentes pontos de
vistas acerca deste.
São realizadas pesquisas exploratórias onde se procura por referências e
fontes de informações em artigos, livros, na Internet, etc.
São identificados os stakeholders, além de serem definidos o escopo,
limites e restrições para o planejamento e execução do projeto.
Imersão de
Profundidade
Inicia com uma pesquisa baseada em entrevistas realizadas com os
stakeholders a fim de explorar as visões acerca do contexto do problema.
Identifica o que implica direta e/ou indiretamente na vida das pessoas de
forma positiva ou negativa.
Reflexões são geradas e registradas, extraindo insights e conclusões
preliminares sobre o tema trabalhado.
Vianna et al. (2012) também diz que uma das principais ferramentas nesta fase são as
Pesquisas Desks que são a procura por informações sobre o tema relacionado ao projeto em
diversas fontes diferentes, como livros, internet, revistas, etc. É utilizada para obter dados e
informações de outros usuários que não estejam ligados ao projeto, vendo tendências no
Brasil ou exterior.
Brown (2010) cita a empatia como um fator de elevada importância na fase de
imersão e define como “o hábito mental que nos leva a pensar nas pessoas como pessoas, e
26
não como ratos de laboratórios ou desvios-padrões.” O autor também cita que se fosse
possível se inserir integralmente na vida dos outros para inspirar novas ideias, se faz
necessário começar reconhecendo que seus comportamentos aparentemente inexplicáveis
representam diferentes estratégias para lidar com o mundo confuso, complexo e contraditório
que caracteriza a realidade deste indivíduo.
3.2.ANÁLISE E SÍNTENSE
Segundo Paredes (2016) nesta fase, após a obtenção de dados, o intuito é fazer uma
organização das informações e das ideias com o objetivo de obter padrões. Identificar estes
padrões auxiliará no processo de compreensão do problema que está sendo investigado. Desta
forma, a fase de Análise e Síntese busca organizar informações, identificando alguns desafios
e oportunidades relacionadas aos problemas estudados.
Já Brown (2010) cita que é de fundamental importância obter um padrão significativo
de informações para que a análise de dados seja mais objetiva, podendo, após uma síntese das
informações bem feita, trazer insights que definirão características importantes para o projeto
ou produto.
Lima et al. (2014) diz que nesta fase, deve-se buscar entender os principais problemas
e personas inerentes ao universo estudado. Logo, esta fase visa compreender parcialmente ou
integralmente o que é abordado no projeto.
Segundo Bennack e Ferreira (2019), também nesta fase deve-se identificar os
problemas a serem resolvidos e suas causas-raiz. Para identificar essas causas-raiz o autor
sugere utilizar a metodologia “5W2H”, que é uma metodologia americana que tem o objetivo
de levantar sete perguntas chaves para aprimoramento da percepção do problema, listadas na
Figura 17.
Figura 17 - Perguntas do 5W2H (SISTEMIZE COACH, 2018)
Rocha (2019) define quais são os melhores questionamentos a se fazer em cada uma
das sete perguntas do “5W2H”, listadas no Quadro 5.
27
Quadro 5 - Questionamentos do 5W2H.
5W2H Questionamentos
O que
(What)?
Antes de tudo, é hora de identificar descrever o problema de forma
adequada. A gravidade desse problema varia durante o ano? As definições
operacionais são claras? O sistema de mensuração de resultados é preciso
e repetível?
Por que
(Why)?
Qualquer explicação conhecida que contribua para a identificação e da
proposição da solução do problema deve ser declarada.
É preciso encontrar razões pelos quais vale a pena este problema ser
solucionado.
Onde
(Where)?
Onde será feito?
Se um defeito ocorre em uma parte do processo, onde ele está localizado?
A partir desse diagnóstico, fica mais simples determinar em qual setor da
organização o problema em questão será enfrentado.
Quem (Who)?
Quem fará e quem impactará a solução deste problema?
Identificar quem são os indivíduos associados ao problema. Onde há foco
de reclamações?
Definir os stakeholders envolvidos ao problema.
Quando
(When)?
Quando será realizado a solução? Em qual período o problema foi
delatado?
Há alguma solução para este problema em que pode ser implementada em
tempo hábil?
Como (How)?
Como aconteceu o problema? Como colocar uma solução em prática?
Nas etapas anteriores, você definiu quase tudo. Mas não há como colocar
a estratégia em prática sem entrar nos detalhes sobre como isso será feito.
Quanto (How
Much)?
Quanto vai custar resolver este problema? Qual será o retorno?
De nada adianta criar um plano mirabolante se ele não está ajustado à
realidade financeira da empresa.
28
3.3.IDEAÇÃO
Para Bennack e Ferreira (2019), esta fase é onde começa o início da proposição de
ideias que visam solucionar os problemas. Inicialmente, o ideal é buscar a maior quantidade
de ideias possíveis, mesmo algumas delas sendo inaplicáveis e para isto é de primordial
importância a existência de variedade de visões, perfis de pessoas envolvidas para que o
resultado final de ideação seja mais rico.
Na fase de ideação acontece o brainstorming de ideias para gerar soluções inovadoras
para o contexto estudado. Além do brainstorming, um método bastante utilizado é a matriz de
posicionamento (Silva, et al., 2012).
Segundo Patel (2019), brainstorming é uma técnica utilizada para propor soluções a
um problema específico. Também chamada de tempestade de ideias, é uma reunião a qual os
participantes devem ter liberdade de expor suas sugestões e debater sobre as contribuições
dos colegas. A ideia é dar espaço para a diversidade de pensamentos e experiências e extrair
as melhores ideias, buscando a inovação e a solução ideal para o problema em questão. As
principais regras de um brainstorming estão mostradas no Quadro 6.
Quadro 6 - Principais Regras de um Brainstorming Adaptado (LARUSSO, 2015)
Principais Regras de um Brainstorming
Não julgue as ideias alheias
Encoraje ideias fora do comum
Tenha foco ao tópico de discussão
Construa em cima das ideias dadas pelos demais, pensando mais em “e” do que
“mas”
Apenas uma conversa de cada vez
Priorize a quantidade, não a qualidade
Tente ser visual
Enuncie a ideia a partir da essência, sem fazer longos discursos
Como benefícios desse método, podemos pontuar a liberdade de imaginação, o
incentivo a melhoria do relacionamento líder-equipe e a solução de problemas de forma ágil
(Silva, et al., 2012).
Após o processo de brainstorming, o website MJV Innovation (2016) sugere que seja
aplicado o método de Matriz de Posicionamento, que, segundo o mesmo website, é uma
29
ferramenta de análise das estratégicas das ideias geradas, utilizada na para validar estas ideias
em relação às restrições do projeto, além das necessidades dos usuários e
stakeholders mapeados neste projeto. Tem como objetivo apoiar o processo de decisão, a
partir da comunicação eficiente dos benefícios e desafios de cada solução, de modo que
as ideias mais estratégicas sejam selecionadas para serem prototipadas. Um exemplo de
Matriz de Posicionamento está na Figura 18.
Figura 18 - Exemplo de Matriz de Posicionamento com restrições de Nível de Retorno e Grau de Inovação.
O website Ferramentas de Inovação (2018) sugere quatro passos principais para a
criação de uma Matriz de Posicionamento e recomenda ferramentas auxiliares para isso.
Estes passos estão mostrados no Quadro 7.
Quadro 7- Passo a passo para fazer uma boa Matriz de Posicionamento (FERRAMENTAS DE INOVAÇÃO, 2018).
30
Ao contrário do que os processos de produção atuais pregam, o pensamento feito de
forma convergente é uma forma prática de decidir entre soluções já preexistentes. Entretanto,
o pensamento convergente não é tão bom na investigação do futuro e na criação de soluções
inovadoras, o que limita o melhor desempenho do processo em si (BROWN, 2010)
3.4.PROTOTIPAÇÃO
Segundo Bennack e Ferreira (2019) prototipação é a criação de manifestações visuais
que representam de forma assertiva os conceitos desenvolvidos com o objetivo de aprender,
da melhor forma possível, sobre as ideias de soluções geradas na fase anterior, a ideação. O
website MJV Innovation (2014) cita que esta é quarta e penúltima fase do design thinking, e é
nela onde se deve tirar as soluções do campus das ideias e coloca-las em prática. O website
também diz que é o dever do protótipo ser um meio capaz de ter características fiéis ao que a
solução final terá e o seu principal objetivo é ser uma ferramenta a qual seja possível
averiguar se as ideias pensadas na fase de ideação realmente resolvem o problema mapeado e
atende às demandas do público.
Silva et al (2012), cita que o produto gerado no processo de prototipação é o protótipo
e ele pode ser classificado em níveis de fidelidade, que define o quão próximo o protótipo
está da solução final, e de contextualidade, que define o quão próximo do público final o
protótipo será validado. Estas classificações podem ser conceituadas pelas Figuras 19 e 20.
Figura 19- Tipos de níveis de fidelidade. (Silva et al., 2012).
Figura 20- Tipos de níveis de contextualidade (Silva et al., 2012).
Silva et al. (2012) simplifica que os principais objetivos da prototipação é poder
avaliar e tangibilizar as ideias de forma interativa, além de poder validar junto a parte do
31
público as soluções propostas, podendo também antecipar eventuais gargalos e problemas,
reduzindo riscos futuros e os gastos por erros.
3.5.LANÇAMENTO DO PROTÓTIPO
Segundo Bennack e Ferreira (2019) o lançamento inicial da proposta pode ser feito
em forma de um Mínimo Produto Viável (MVP). Muito usado em empresas startups, é um
conjunto de testes iniciais feitos para validar a viabilidade da solução, onde são escolhidos
um grupo de pessoas (clientes ou usuários da solução), onde testam ou avaliam uma solução
que ainda não é a solução final sendo implementada.
Ries (2011) cita também que o MVP ajuda os elaboradores de projetos e
empreendedores a iniciar a aprendizagem o mais rápido possível, entretanto, não é
necessariamente o produto de menor fidelidade possível, pois trata-se, apenas, da maneira
mais rápida de percorrer o ciclo construir-medir-aprender de feedback. Ries (2011) também
diz que os objetivos principais do MVP são testar e validar hipóteses fundamentais do projeto
ou negócio. Nigri e Monteiro (2014) também definem MVP como uma ferramenta para gerar
o máximo de aprendizado sobre os usuários do projeto no menor tempo possível.
Silva et al. (2012) sugere um fluxo de etapas a ser seguidas entre as partes de
prototipação e lançamento no processo de design thinking, mostrado na Figura 21.
Figura 21 - Fluxo de Etapas do processo de Prototipação (Silva et al.,2012).
A revista Exame (2011) afirma que o processo de criação de um Mínimo Produto
Viável não é de simples implementação, principalmente quando se trata de um modelo de
negócios inovador. Para encontrar o melhor MVP possível, há normalmente várias iterações,
tentativa e erro, medições, protótipos testados junto a muitos usuários em várias semanas.
Todas estas fases traduzem em um misto de conceitos essenciais para o Design
Thinking, que são: A experimentação, a empatia e a colaboração, como mostrado na Figura
32
22. Eles associados, geram ambientes de elevada inovação e produtos mais assertivos quanto
às necessidades de seus usuários.
Figura 22- Tríade conceitual do design thinking (Umbora, 2018).
Após a etapa de avaliação e conclusão, onde são validadas as hipóteses de solução de
problemas, a solução ou produto pode ser encaminhado para a preparação de uma solução
mais elaborada e encaminhada para os clientes ou para quem é responsável pela tomada de
decisão, concluindo, assim, todas as etapas do design thinking.
33
4. APLICAÇÃO DO MÉTODO NO PROJETO
O presente capítulo tem por objetivo aplicar os conceitos e os métodos mencionados
nos capítulos anteriores na criação de soluções para problemas encontrados na infraestrutura
do Rio de Janeiro, principalmente os relacionados diretamente às áreas de habitação,
planejamento energético, saneamento, drenagem urbana, geotecnia e mobilidade urbana.
4.1.APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA
Para isso, foi desenvolvido um protótipo de Think Tank visando mapear, trazer
soluções e levar aos órgãos responsáveis do Estado no Rio de Janeiro sugestões de projetos
de melhoria e manutenção, além de criação de soluções inovadoras para melhorar as
condições de vida dos moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O projeto,
representado pela logomarca da Figura 23, foi nomeado como “Integra Rio”, pois visa gerar
uma integração entre as necessidades da população, com as da universidade ao poder público.
Figura 23 - Logomarca do Think Tank Integra Rio.
Projetos similares já foram desenvolvido em parceria entre UFF e a prefeitura de
Niterói, como o Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados. Porém, neste projeto
há um investimento direto da prefeitura na elaboração dos projetos por grupos de estudos.
Esta não é a realidade deste projeto.
Criado por alunos da engenharia civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o
projeto traz benefícios a todos os stakeholders do processo: A sociedade, a universidade e o
setor público interessado.
Todos os benefícios estão relacionados a um problema principal, que é a falta de
comunicação entre a universidade e boa parte das esferas da sociedade de forma geral.
34
Isso se deve em partes pela ausência de um modelo alternativo de desenvolvimento
em nosso país, que há uma indefinição de políticas em Ciência e Tecnologia, o que tem
problemas de demanda partindo do governo para universidade, isso pode ocasionar em
pesquisas obsoletas para a sociedade, pois não há um diálogo direto para perceber a
usabilidade das soluções propostas (KAWASAKI, 1997).
Anunciação (2017) afirma que “a própria universidade pode-se beneficiar do diálogo
com a sociedade para incrementar o seu ensino e pesquisa. Esta contribuição pode acontecer
mais facilmente quando as atividades de extensão são trabalhadas na perspectiva do diálogo
com a sociedade e no respeito a diferentes formas de saberes”.
Visando gerar esta integração e também ajudar os alunos de graduação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Integra Rio traz aos alunos sugestões de Projeto de
Graduação que resolvam problemas reais da sociedade e que possam realmente ser aplicados
no médio ou longo prazo na sociedade por meio de canais de comunicação com o governo.
Desta forma, com o objetivo de mapear, inicialmente, todos os processos e problemas
de uma grande metrópole como o Rio de Janeiro, adotou-se um método intuitivo, consistindo
nas três fases da Figura 24.
Figura 24 - Fases do método inicial adotado no projeto do Integra Rio.
Porém, comparando a sugestão de Silva et al. (2012), como mostrado no capítulo 2,
com este método intuitivo e percebendo as similaridades, decidiu-se adotar a método design
thinking para mapear e propor soluções para os problemas que terão propostas de resolução
desenvolvidos pelo Integra Rio. A aplicação desta metodologia será desenvolvida nos demais
tópicos pertencentes ao capítulo 3.
35
4.2.IMERSÃO NA REALIDADE DOS STAKEHOLDERS, ANÁLISE E SÍNTESE.
Como visto na fase de imersão do design thinking, antes de entender quais os
problemas reais, deve-se identificar os stakeholders. Na proposta apresentada no tópico
anterior, pode-se identificar como principais stakeholders a população da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, os alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro e os
representantes do poder público. É nesta fase que se deve aproximar do contexto destas
classes e levantar a maior quantidade de dados possíveis para que se possa obter um
entendimento claro e eficaz sobre estes stakeholders.
Para a coleta de dados nesta fase de Imersão, decidiu-se realizar Pesquisas
exploratórias e Entrevistas, distribuídas, como no Quadro 8.
Quadro 8 - Ações de levantamento de dados - Imersão
Stakeholder Ações na Imersão Preliminar Ações na Imersão em Profundidade
População
geral RMRJ Pesquisa Desk
Entrevistas com alguns populares (Apêndice I)
Alunos da
UFRJ -
Entrevistas com alunos da UFRJ (Apêndice II)
Poder
Público Pesquisa Desk
Entrevista com Deputado Estadual (Apêndice III)
Na Imersão Preliminar, inicialmente focando na população da RMRJ e nas atividades
promovidas pelo governo, foi realizada uma Pesquisa exploratória visando buscar artigos,
publicações e resoluções que já apresentassem os principais problemas enfrentados pelos
cidadãos do Rio de Janeiro e como o governo visa resolvê-los. Como resultado destas buscas,
foi encontrado o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI),
conceituado no tópico 2.4. deste trabalho. Esta publicação, feita em várias esferas de escuta,
durante aproximadamente três anos pelo grupo “Modelar a Metrópole”, traz um estudo
aprofundado dos principais pontos de melhoria no curto, médio e longo prazo na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, mostrando quais prioridades, orçamentos estimados e
contextos de alguns problemas nos seis programas que ele abrange. Este documento por si só
já é de alta eficiência para entender o que se já é pensando pelo governo e o que é de
problema para a população da RMRJ, porém optou-se por realizar também uma Imersão de
Profundidade.
36
A entrevista com a população, que foi feita de forma a englobar pessoas de vários
perfis e regiões da RMRJ, e disponibilizada na íntegra no Apêndice I, foi feita com sete
pessoas, de diferentes contextos e classes sociais e habitantes da Região Metropolitana do Rio
de Janeiro e tinha o objetivo de entender principalmente como era o dia a dia de cada um
desde a saída de casa, até a volta, entendendo também quais as principais dificuldades
enfrentadas e suas percepções sobre a cidade. Ao analisar as entrevistas, pode-se perceber um
alinhamento das dificuldades do cidadão fluminense, com os principais problemas mapeados
no PDUI. As entrevistas mostraram principalmente uma indignação da população carioca
com o trânsito e os alagamentos da cidade, assuntos bastante abordados no PDUI.
Já a entrevista com os alunos da UFRJ, anexada no Apêndice II, foi feita com quatro
alunos de diferentes engenharias e tinha objetivo de entender principalmente as suas
percepções sobre a aplicação do seu conhecimento técnico adquirido na Universidade em
atividades de extensão no Rio de Janeiro, além disso, também foram feitas perguntas de
interesse em criar soluções úteis para sociedade de interesse em aplicar seus Projetos de
Graduação em temas úteis da sociedade. Pôde-se perceber nestas entrevistas, que os alunos
não se consideram engenheiros completos, pois veem a universidade como algo muito
teórico. Além disso, 75% dos entrevistados não conseguem enxergar em linhas gerais a UFRJ
como uma universidade que impacta diretamente na sociedade do Rio de Janeiro. Todos
apresentaram bastante dificuldade na escolha de seus temas de TCC.
A entrevista com um representante do poder público, anexada no Apêndice III, foi
feita com o Deputado Estadual Renan Ferreirinha e tinha o objetivo de entender os principais
focos de atuação da Alerj na infraestrutura da RMRJ, além de quais as principais dificuldades
das autoridades na hora de apoiar decisões ou decidir investir em soluções de apoio à
sociedade.
Agrupando estes dados, apesar de não ser uma amostra representativa, podemos
mapear problemas específicos de cada stakeholder estas entrevista trouxeram insights
importantes para definir as prioridades e os pontos focais do poder público e o que mais tem
trazido desconforto à população, além de estar bem alinhado aos estudos feitos na Imersão
Preliminar, que já trazia detalhes que configuraram um bom entendimento do problema, sem
a necessidade de um prolongamento destas ações.
Como resultado da fase de imersão, foram mapeados os problemas de cada
stakeholder. Os principais problemas de infraestrutura apontados pela fase de imersão com a
37
população estão dispostos em sessenta e seis problemas e sugestões de melhorias a serem
implementadas. Estes problemas foram classificados em relação às ênfases da graduação de
Engenharia Civil da UFRJ, que é a área do conhecimento que é mais citada entre todas (Civil
Poli UFRJ, 2020). Após esta classificação inicial, foi feita uma segunda categorização,
utilizando um critério de agrupamento por setores, que refletem temas similares, como
explicitados na Figura 25.
Figura 25- Categorização dos problemas mapeados.
Também foram extraídos do PDUI sugestões de solução e local de implementação na
Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O resultado da fase de imersão é o compilado de
todos os problemas e sugestões iniciais de solução, categorizados por ênfase da engenharia
civil, setor e local de implementação, como mostrado no Apêndice IV.
Já em relação aos problemas mapeados dos alunos da UFRJ, todos os alunos
entrevistados citaram dificuldades de encontrar temas de Projeto de Graduação úteis para a
sociedade e que não encontram um lugar fácil de obter informações reais sobre o Rio de
Janeiro. 80% dos alunos entrevistados citaram ter interesse em trazer soluções úteis para a
RMRJ, pois seria uma forma de aplicar os conhecimentos aprendidos na UFRJ em algo útil a
sociedade. 60% dos alunos entrevistados não se sentiam seguros em ir ao mercado de
trabalho, pois não tiveram tanto contato com conhecimento técnico fora da universidade.
Em relação aos problemas enfrentados por um representante da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pode-se mapear dificuldades de entender as
prioridades de resolução de problemas de infraestrutura, além de que, os deputados não
possuem conhecimento técnico para tomada de decisão e não possuem equipe preparada para
ajuda-los a tomar as melhores decisões. Outro problema mapeado é o fato de que problemas
relevantes como o de saneamento básico e drenagem urbana serem poucos explorados pelo
38
governo pelo fato de explorar muitos investimentos e ser pouco visível aos olhos da
população.
Com estes problemas mapeados e resumidos, temos dados sintetizados para partir para
a etapa de Ideação e Prototipação de soluções, abordada no Tópico 3.3.
4.3.IDEAÇÃO E PROTOTIPAÇÃO DE SOLUÇÕES
Tendo como base os problemas mencionados no tópico anterior, a primeira fase da
ideação é fazer um brainstorming. Nesta fase, devem-se expor ideias relacionadas à solução
dos problemas levantados, utilizando apenas duas restrições principais: O custo de
implementação do projeto deve ser baixo e que envolva os alunos da UFRJ como
stakeholders. O brainstorming feito em uma sessão de 60 minutos trouxe as ideias mostradas
na tabela do Apêndice IV.
Utilizando uma Matriz de Posicionamento mostrada na Figura 26, tendo como eixos
principais o impacto e a facilidade de aplicação, foi possível observar melhor e priorizar a
ideias de forma que a tomada de decisão possa ser mais objetiva.
Figura 26 - Matriz de Posicionamento para tomada de decisão.
Desta forma, foram priorizadas, inicialmente, as ideias 1, 4 e 7, que foram consideradas
de alta facilidade de implementação e alto impacto, além disso, visando trazer soluções que
gerem alto impacto as ideias 9 e 6 foram descartadas. No quadrante onde há alto impacto e
baixa facilidade de implementação pode-se perceber que há 50% das ideias mapeadas e,
visando ter um foco maior na implementação das soluções, foram escolhidas as ideias 3 e 5
para a etapa de prototipação.
39
Na etapa de prototipação, o objetivo foi colocar em prática as ideias mapeadas, de forma
a tirar do campo das ideias a proposição de soluções. Nesta etapa, foi escolhido um protótipo
para cada ideia escolhida, de forma que esta ideia não tenha alta dificuldade de
implementação, porém cumpra o seu objetivo, como mostrado no Quadro 9.
Quadro 9 – Prototipação de soluções que implementem as ideias escolhidas.
Ideia Ideia de solução Protótipo
1 Disponibilizar publicamente
os problemas mapeados do
RMRJ
Criar uma planilha explicativa ou um website que
ensine aos usuários como achar um problema já
mapeado.
3
Mapear contatos que possam
fornecer dados específicos
sobre infraestrutura do
RMRJ
Disponibilizar um passo a passo de como obter mais
informações sobre o problema mapeado e além disso,
criar uma lista de contatos de instituições chave que
contenham estas informações
4
Sugerir temas de TCCs para
alunos de graduação com os
problemas mapeados em
questão.
Mapear temas sugeridos para Projeto de Graduação de
Engenharia Civil, além de fazer apresentações em
turmas que estão concluindo a graduação para
incentivar os alunos a criarem Projetos de Graduação
solucionando os problemas mapeados.
5
Dar suporte técnico e de
networking para alunos que
resolvem desenvolver
alguma solução.
Marcar reuniões frequentes de acompanhamento com
desenvolvedores do projeto, colocando-os em contato
com professores, profissionais ou responsáveis no setor
público para auxiliá-los no desenvolvimento do
projeto.
7
Levar um projeto, quando
finalizado, para
implementação na secretaria
responsável
Levar o desenvolvedor do projeto de solução em
contato com a autoridade responsável para apresentar
as propostas.
4.4.LANÇAMENTO DO MÍNIMO PRODUTO VIÁVEL
4.4.1. DESCRIÇÃO DO MVP
Na etapa do Mínimo Produto Viável, o objetivo é realmente testar com os primeiros
usuários se o projeto é eficaz, ou seja, cumpre seus objetivos. Além disso, é função do MVP
identificar quais das funcionalidades prototipadas estão aderentes as ideias e como melhorar
para um produto final.
Desta forma, foi escolhido um primeiro protótipo de Think Tank que pudesse levar
aos alunos de Engenharia Civil da UFRJ temas de projeto de graduação baseados em
problemas reais da sociedade. Além disso, o projeto, que foi chamado de “Integra Rio”, iria
auxiliar e acompanhar os alunos no desenvolvimento do seu projeto de graduação e também,
40
ao final de tudo, levar para os responsáveis para implementação. Este MVP deve buscar entre
2 ou 3 colaboradores iniciais para que seja fácil a análise e a proposição de melhorias e, além
disso, conta com um website para facilitar a divulgação das informações.
Nos tópicos subsequentes deste capítulo serão apresentados o desenvolvimento das
propostas, os resultados coletados e a análise destes resultados.
4.4.2. RECRUTAMENTO DE COLABORADORES
Motivado pela Ideia 4 do Quadro 6, foi decidido fazer um recrutamento de alunos por
meio de sugestão de temas de projeto de graduação. Houve palestras em algumas turmas da
Engenharia Civil, como mostrado na Figura 27, visando apresentar a motivação, alguns dos
problemas mapeados e integrar os alunos da UFRJ com a proposta apresentada. No final de
cada apresentação, os alunos interessados entraram no website do Integra Rio, coletam
informações sobre o tema escolhido, e assim iniciam o aprofundamento da pesquisa.
Figura 27 - Apresentação para recrutamento de alunos na turma de Introdução ao Projeto de Graduação da UFRJ.
4.4.3. EXPOSIÇÃO DE INFORMAÇÕES
Visando aplicar a Ideia 1 e facilitar o acesso às informações, foi criado um website
(www.integrario.weebly.com). Nele foi exposto como encontrar o mapeamento dos
41
problemas da infraestrutura, mostrado na figura do Apêndice V e também como encontrar
informações.
Utilizando o website oito alunos se mostraram interessados em participar do MVP e criar
seus TCCs utilizando as propostas apresentadas, porém apenas dois foram escolhidos para
participar, de fato, de todo o MVP. Foram eles o Leon Deharbe e a Camilla Azevedo.
O colaborador Leon Deharbe escolheu o tema A048 relacionado com o setor de
ciclovias. Já a colaboradora Camilla Azevedo escolheu o tema A010, relacionado com o setor
de déficit habitacional.
4.4.4. CRIAÇÃO DA REDE DE CONTATOS
Visando implementar o protótipo criado da Ideia 3, buscou-se entrar em contato com
instituições chave, com o objetivo de saber quais instituições são responsáveis por
disponibilizar e compartilhar informações sobre os setores específicos envolvidos no
mapeamento. Foram mapeados os contatos de 13 das principais instituições, como mostrado
no Apêndice VI, as quais, além de disponibilizar contato direto via ouvidoria, há a
possibilidade de acesso a informação em seu próprio website, com relatórios e estatísticas
atualizadas.
Para facilitar o acesso aos estudantes interessados, foi disponibilizado no website do
Integra Rio uma página que explica como fazer uma primeira coleta e dados e como buscar
mais dados, como mostra a imagem do Apêndice VII.
De acordo com as entrevistas ao Leon Deharbe e Camilla Azevedo, disponibilizadas
no Apêndice VIII, apesar da dificuldade e burocracia para conseguir informações, houve uma
grande oferta de dados pelas instituições de transporte público e de habitação, sendo
suficientes para a elaboração de estudos eficazes e soluções realistas nos trabalhos estudados.
4.4.5. ACOMPANHAMENTO DOS COLABORADORES
Visando implementar a Ideia 5, decidiu-se marcar reuniões bimestrais com os
colaboradores. Essas reuniões têm dois objetivos principais: Entender se eles possuem todas
as informações necessárias e acompanhar o desenvolvimento do trabalho.
No período de operação do MVP foram realizadas duas reuniões com cada
colaborador. Nestas reuniões, foram mapeadas as principais dificuldades dos colaboradores,
como a burocracia para recebimento de dados ante as instituições públicas e falta ou
42
desconhecimento dos melhores professores e orientadores para os seus temas. Estas
informações também estão disponíveis na entrevista do Apêndice VIII.
Este trabalho não pôde implementar e analisar a entrega das soluções propostas ao
poder público, alvo de atuação da Ideia 7, pois não houve tempo hábil para a conclusão dos
projetos de graduação.
43
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados deste trabalho ressaltaram a importância de se praticar a extensão na
dentro da universidade, pois ela pode gerar oportunidades para vários stakeholders da
sociedade. Pôde-se perceber que no Brasil houve uma redução considerável dos
investimentos de infraestrutura na segunda parte da década de 2010. Este setor é um motor
importante para a economia do país e traz benefícios não só a curto prazo, mas também a
médio e longo prazo.
A partir da revisão bibliográfica, foi possível identificar nas universidades do Brasil
uma baixa exploração das extensões universitárias, tendo a academia foco principal na
pesquisa e extensão. Desta forma, o trabalho conseguiu explorar uma solução para mudar este
panorama dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como limitação do projeto há o interesse do setor público em querer que estas
propostas sejam implementadas. Diversos trabalhos científicos, sendo monografias,
dissertação de mestrado e teses de doutorado são produzidos anualmente gratuitamente e
pouco disto é utilizado.
O Mínimo Produto Viável desenvolvido neste trabalho mostrou que há, de fato,
interesse dos estudantes em criar soluções úteis para a sociedade, e que tinham dificuldades
reais de encontrar temas úteis.
Apesar de ser feito em baixa escala, as ferramentas desenvolvidas se mostraram
eficazes no mapeamento de problemas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no
acompanhamento dos colaboradores, na obtenção de dados específicos e na geração de
networking, podendo considerar que este obteve sucesso.
Os resultados deste trabalho fizeram que o primeiro objetivo específico fosse
almejado, tendo sido criado, de fato, o protótipo do Think Tank, por meio da implantação do
Integra Rio na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Associado a isto, o segundo objetivo também foi alcançado pois, por meio da imersão
na realidade dos stakeholders, utilizando métodos de pesquisas exploratórias e entrevistas, o
trabalho foi capaz de mapear 66 problemas reais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro,
sugerindo soluções e elencando locais para serem implementados.
44
O método design thinking foi relativamente eficaz na criação e implementação do
Integra Rio, pois, com a imersão na realidade dos stakeholders por meio de pesquisas e
entrevistas, além de suas ferramentas de ideação e prototipação que foram bastante eficazes
para um processo criativo rápido, eficiente e que estivesse focado no usuário final. Porém, há
a necessidade de mais iterações do processo para aperfeiçoamento da proposta. Desta forma,
o terceiro objetivo foi parcialmente alcançado, necessitando de um maior desenvolvimento e
iterações no mínimo produto viável.
Em relação ao quarto objetivo, era buscar um canal de comunicação entre a os autores
destes projetos com os órgãos responsáveis no setor público. Apesar de terem sidos mapeados
os principais canais das secretarias e das pessoas influentes no setor, houve uma percepção de
desinteresse e criação de burocracias para obtenção de informações, o que fez com que o
alcance do quarto objetivo fosse parcialmente comprometido.
Há um grande debate sobre interesse do poder público em relação ao apoio da
academia a ser discutido. As universidades produzem anualmente milhares de conteúdos
relevantes e gratuitos, porém pouco disso é aproveitado pelo governo e tampouco há uma
busca ativa deste setor nos polos universitários.
Como sugestão de próximos trabalhos, há a implementação, de fato, do Integra Rio
para a toda a comunidade acadêmica, utilizando mais colaboradores internos e externos, além
da promoção da análise da implementação os projetos já realizados em ações do governo do
Estado, levando para secretarias de infraestrutura as devidas soluções já estudadas.
Outra sugestão é analisar o benchmarking de outras iniciativas como a Rede Pró- Rio
(UERJ) e Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (UFF) para verificar a
metodologia usada e o grau de aplicação para a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Adicionalmente, existe a recomendação do estudo da adição de trabalhos já realizados por
laboratórios, monografias, dissertação de mestrado e teses de doutorado no escopo do Integra
Rio para um maior aproveitamento da pesquisa científica elaborada previamente.
Com o desenvolvimento destes trabalhos espera-se um maior envolvimento de todos
os stakeholders, possibilitando uma gradativa melhora na qualidade da infraestrutura da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, gerando cada vez mais impacto e melhorando a vida
da população fluminense.
45
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48
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49
7. ANEXOS
Anexo I - Distribuição Espacial das ações prioritárias do PEM na RMRJ
50
Anexo II- Distribuição espacial das ações prioritárias do PHM na RMRJ.
51
Anexo III - Distribuição espacial das ações prioritárias do PMI na RMRJ.
52
Anexo IV - Distribuição espacial das ações prioritárias da PMS na RMRJ.
53
Anexo V - Distribuição espacial das ações prioritárias da PBR na RMRJ.
54
8. APÊNDICES
Apêndice I – Transcrição de entrevistas com populares
Entrevista 01
Entrevistada: Cristina Gomes da Silva
Profissão: Diarista (Autônoma).
Bairro: Jardim Gramacho, Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
Pergunta 01: Como é o seu dia a dia, desde que acorda até a hora que volta pra casa?
Resposta 01: “Moço, eu acordo cedinho. Ainda é de noite. A minha rua é meio escura, então
eu saio até com uma lanterninha porque eu às ‘vez’ não consigo ver nada na rua. Trabalho
um dia em Copacabana, na casa da mãe do Paulo, um dia na Vila da Penha, três dias na
Tijuca, no escritório e um dia em São Gonçalo. Então, cada dia é uma loucura diferente de
transporte público. Pra ir pra Vila da Penha tenho que pegar três ônibus lotados ou um trem,
um metrô e outro ônibus. É bem cansativo, tem dia que conto umas 4 horas perdidas no
transporte. No trabalho é bem tranquilo, faço o serviço, tiro até um cochilo as vezes (risos) e
depois, umas 17 horas eu vou pra casa. Aí já viu, mesmo esquema pra voltar pro início.
Minha sorte que minhas filhas estão criadas já.”
Pergunta 02: No seu ponto de vista qual a maior dificuldade enfrentada por você no seu dia
a dia?
Resposta 02: “Isso de pegar os ônibus ‘lotado’ e perder quase 4 horas por dia no trânsito.
Deus me livre!!”
Pergunta 03: Qual parte da infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais te
incomoda?
Resposta 03: “Rapaz, isso do trânsito é muito ruim, sabe? Acho que a iluminação da minha
rua também é horrível. Segurança conta também, ‘né’? Gramacho não é pra qualquer um
(risos). Outra coisa que me incomodou muito foram as enchentes que tiveram esses dias.
Toda vez minha casa alaga, João. ‘Tá’ impossível”.
Pergunta 04: Cite três mudanças ou reparos que deveriam ser feitos na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
Resposta 04: “Aumenta uma faixa na Washington Luis pra ver se esse trânsito melhora.
Acho que se melhorassem o espalhamento da água do Rio Sarapuí iria ajudar também a não
alagar mais lá. Poderiam asfaltar também a região ali próximo ao antigo lixão. As estradas
estão horríveis”.
55
Entrevista 02
Entrevistado: Renato Sabino Quintão
Profissão: Médico Cirurgião
Bairro: Botafogo, Zona Sul.
Pergunta 01: Como é o seu dia a dia, desde que acorda até a hora que volta pra casa?
Resposta 01: “Olá, João. Depende muito de quando tenho plantão. Quanto tenho plantão de
manhã, acordo em torno das 8 horas para pegar no hospital em torno das 10 da manhã.
Como estou majoritariamente do Copa D’or e no Samaritano, consigo chegar em cerca de
15 minutos de carro nos piores dias. Após o plantão tento ir na academia. A idade chega pra
todo mundo (risos). Tento buscar meu neto sempre que dá e passo a noite com ele até a hora
da minha filha chegar para busca-lo. Mas não muda muito disso no dia a dia. A não ser
quando tenho plantão a noite, que aí troco o dia pela noite”.
Pergunta 02: No seu ponto de vista qual a maior dificuldade enfrentada por você no seu dia
a dia?
Resposta 02: “Segurança. Algumas ruas em Botafogo estão bem escuras e com poucas
calçadas. Não consigo ir de bicicleta para o trabalho também pois é muito arriscado. Na São
Clemente, por exemplo, houveram acidentes terríveis. Inclusive vi um em 2016”.
Pergunta 03: Qual parte da infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais te
incomoda?
Resposta 03: “Existem poucas ciclovias em lugares longe das praias. Acho que o trânsito é
algo que tem aumentado muito, inclusive em Botafogo que sempre vive parado por ser um
bairro de passagem e ter muitas escolas.”
Pergunta 04: Cite três mudanças ou reparos que deveriam ser feitos na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
Resposta 04: “Em relação a drenagem urbana, acho que tem muito o que melhorar.
Botafogo tem alagado cada vez mais, não pode cair uma chuvinha no Rio de Janeiro que já
era. Outra coisa, acho que o metrô deveria aumentar. Isso diminuiria bastante o trânsito na
cidade. Hmmm... Uma terceria coisa seria diminuir as pessoas que moram em condições de
favelas, ainda é um mau muito forte no Rio de Janeiro”.
56
Entrevista 03
Entrevistado: Erick Frank de Pinho
Profissão: Engenheiro Mecânico
Bairro: Tijuca, Zona Norte
Pergunta 01: Como é o seu dia a dia, desde que acorda até a hora que volta pra casa?
Resposta 01: “Cara, eu tenho trabalhado bastante. Tenho acordado por volta das 8:30, ou
9:00 todos os dias e vou para o trabalho. Almoço pelo shopping mesmo e volto a trabalhar.
Volto pra casa em torno das 20 horas ou 21 horas. Por aí! E é isso mesmo, ‘tô’ muito focado
em trabalho”.
Pergunta 02: No seu ponto de vista qual a maior dificuldade enfrentada por você no seu dia
a dia?
Resposta 02: “Coisas relacionadas a saúde. Vivo doente e tenho que pagar muito dinheiro
porque a empresa que trabalho não tem plano de saúde e os hospitais do SUS horríveis. Tu
sabe...”.
Pergunta 03: Qual parte da infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais te
incomoda?
Resposta 03: “O trânsito. Tá virando São Paulo isso aqui.”
Pergunta 04: Cite três mudanças ou reparos que deveriam ser feitos na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
Resposta 04: “Acho que dava pra dar uma reorganizada nas linhas de ônibus e expandir a
linha do metrô para estimular o transporte público e diminuir o trânsito. Acho que tem que
melhorar, e muito, as condições de drenagem urbana do Rio. É só você ver o quanto
melhorou com as obras do Rio Maracanã, hoje em dia a Praça XI quase não alaga mais.
Outra coisa diria saneamento básico. Tem muita gente que mora em comunidades e não tem
nada de saneamento básico.”
57
Entrevista 04
Entrevistado: Fabrício Fernandes de Souza
Profissão: Técnico em Eletrotécnica
Bairro: Wona, Belford Roxo, Baixada Fluminense.
Pergunta 01: Como é o seu dia a dia, desde que acorda até a hora que volta pra casa?
Resposta 01: “Então, irmão. Eu trabalho na Atlas Schindler, ‘né’? De elevadores. Então todo
dia, onde tem problema eu vou lá ajeitar. Desde Petrópolis até Santa Cruz. É tenso. Se eu
tiver de fazer algo no centro, ainda consigo acordar um pouco mais tarde, mas quando tenho
que ir até Recreio, Santa Cruz, Campo Grande, tenho que acordar antes de amanhecer. O
trânsito é horrível e geralmente ‘tô’ perdendo umas 3 horas de carro. Fico pulando de lugar
em lugar para consertar os elevadores com defeito, então possa ser que viaje muito durante
o mesmo dia. Minha filha está com 2 anos e tenho deixado ela na creche. Quando eu chego
cedo, eu busco ela na creche. Quando demoro pra chegar minha esposa faz isso. E assim é
um pouco do meu dia a dia de forma resumida”.
Pergunta 02: No seu ponto de vista qual a maior dificuldade enfrentada por você no seu dia
a dia?
Resposta 02: “Trânsito e segurança. Belford Roxo está horrível com essas UPPs do Rio de
Janeiro que fizeram com que os bandidos viessem todos pra cá. Já roubaram meu carro duas
vezes em dois anos.”
Pergunta 03: Qual parte da infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais te
incomoda?
Resposta 03: “Com certeza o trânsito e a drenagem urbana. Já falei do trânsito, né? Mas a
drenagem aqui está demais. No início do ano choveu tanto que acabou caindo uma barreira
ali próximo ao morro da Caixa d’água e alagou tudo. E esse prefeito ainda diz que tá tudo
sob controle. Aff”.
Pergunta 04: Cite três mudanças ou reparos que deveriam ser feitos na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
Resposta 04: “O trânsito, de longe, seria o primeiro. Esse tratamento da água que tá
horrível. Estou gastando muito dinheiro pois tenho uma filha de 3 meses e não pode beber lá.
Algumas regiões estão bem degradadas aqui em Belford Roxo, e Caxias. Lote XV, é um
exemplo. Está tudo pixado, estrada ruim, sem iluminação. Acho que poderiam valorizar mais
essa região”.
58
Entrevista 05
Entrevistado: Pedro Dias Mena Barreto
Profissão: Design de Produto.
Bairro: Recreio, Zona Oeste.
Pergunta 01: Como é o seu dia a dia, desde que acorda até a hora que volta pra casa?
Resposta 01: “Bom João. Eu acordo bem cedo, geralmente. Medito. Troco a fralda do João
Lírio, meu filho, ajudo a minha esposa a cuidar dele pela manhã e pego o BRT até o
trabalho, na Barra da Tijuca. Trabalho na Multiplan, que fica ali do lado do Barra
Shopping, então acabo resolvendo minha vida toda por ali perto mesmo. Voltar pra casa tem
a parte boa e ruim. A parte boa é que vou ver o meu filho e minha esposa, a parte ruim é o
BRT que está sempre lotado. Ao chegar em casa, pinto meus quadros, dependendo do dia vou
em cultos religiosos e por aí vai...”
Pergunta 02: No seu ponto de vista qual a maior dificuldade enfrentada por você no seu dia
a dia?
Resposta 02: “Acho que não posso reclamar muito da minha vida hoje em dia não, cara”.
Pergunta 03: Qual parte da infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais te
incomoda?
Resposta 03: “Com certeza o BRT é uma que me atinge diretamente. Está em péssimas
condições. Já andou nele nesses últimos dias? ‘Tá’ maluco! E quando quero visitar meus
pais em Niterói, só Jesus (risos), só no final de semana senão demoro umas boas horas.”
Pergunta 04: Cite três mudanças ou reparos que deveriam ser feitos na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
Resposta 04: “Melhorar a frota do BRT. Estender o metrô até o Recreio. Melhorar o
saneamento básico de algumas comunidades que já visitei”.
59
Entrevista 06
Entrevistado: Ian Pacheco Gomes
Profissão: Profissional de Marketing.
Bairro: Méier, Zona Norte.
Pergunta 01: Como é o seu dia a dia, desde que acorda até a hora que volta pra casa?
Resposta 01: “Mano,’tá mó missão’.’Tô’ trabalhando no Recreio, ‘né’? Então são sempre
dois ônibus sempre lotados. Pelo menos não ‘tô’ pegando tão cedo no trabalho. Mas a minha
‘mina’ ‘tá’ morando em Ipanema. Então as vezes é um pouco pior e vou de BRT e metrô.
Trabalho como analista de dados, tenho feito bastante análise de SQL em campanhas, sabe?
Tá dando pra ganhar bem, cuidando bem da minha filha, dá pra sair no final de semana
tranquilo. A noite sempre tento sair pra tomar uma cervejinha mas não tenho tempo mais de
ir na academia depois desse trabalho novo”.
Pergunta 02: No seu ponto de vista qual a maior dificuldade enfrentada por você no seu dia
a dia?
Resposta 02: “Distância pro trabalho e pagar escola da minha filha (que é caríssima).
Pergunta 03: Qual parte da infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais te
incomoda?
Resposta 03: “Com certeza os ônibus. Desde que me entendo por gente que se diz que vão
melhorar isso aí mas é tudo sempre igual”.
Pergunta 04: Cite três mudanças ou reparos que deveriam ser feitos na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
Resposta 04: “Acho que aumentando a frota de ônibus, BRT e metrô já ajudaria bastante.
Colocando ciclovia alí na Rua Dias Cruz já seria uma ótima ajuda pra me locomover dentro
do bairro. Sempre tive que me locomover muito por não ter trabalho próximo ao Méier,
talvez se tivesse minha vida seria bem melhor”.
60
Entrevista 07
Entrevistado: Denylson Cleidson da Silva
Profissão: Porteiro.
Bairro: Comunidade do Terreirão, Recreio, Zona Oeste.
Pergunta 01: Como é o seu dia a dia, desde que acorda até a hora que volta pra casa?
Resposta 01: “Tenho dois trabalhos de porteiro, ‘né’? Começo o dia as 6 da manhã porque
já pego num prédio ali no Posto 9 às 7 da manhã e fico até as 14 horas. Depois almoço, pego
minha bicicleta e vou até um prédio aqui do lado, na Praia da Macumba, onde é meu
segundo trabalho que é mais pra zelador que pra porteiro. Fico bem cansado. Chego em
casa às 22 horas lá. Volto pra casa e minha esposa, minha companheira de vida, já tem feito
tudo pra mim. Se não fosse ela não teria tempo nem pra comer direito”.
Pergunta 02: No seu ponto de vista qual a maior dificuldade enfrentada por você no seu dia
a dia?
Resposta 02: “Isso de trabalho pesado e corrido, ‘né’? Nunca paro, sempre estou pra cima e
pra baixo pelo Recreio”.
Pergunta 03: Qual parte da infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro mais te
incomoda?
Resposta 03: “Saneamento. Na minha casa a água escorre pela calçada ainda e muitas vezes
alaga quando chove muito”.
Pergunta 04: Cite três mudanças ou reparos que deveriam ser feitos na Região Metropolitana
do Rio de Janeiro.
Resposta 04: “O asfalto do Terreirão poderia ser refeito, todo mundo tem que andar bem
devagar por lá. Minha família de Nova Iguaçu reclama muito de deslizamento de terra por
lá. Estamos vendendo nossa casa lá por medo de cair algum barranco porque o que não falta
por aí é isso, ‘né’?”.
61
Apêndice II – Transcrição de entrevistas com alunos da UFRJ.
Entrevista 01
Entrevistado: Aluno A (Anônimo)
Engenharia Civil – 8° período
Pergunta 1: Você já participou de alguma extensão na UFRJ? Se sim, utilizou algum
conhecimento específico do seu curso?
Resposta 1: “Sim. Participei da monitoria de Análise de Estruturas. Sim, bastante”.
Pergunta 2: Com somente o conhecimento adquirido na universidade você se considera
completamente pronto(a) para o mercado de trabalho?
Resposta 2: “Não acho. A universidade te dá somente uma visão teórica, cara! No meu
primeiro estágio teve muita coisa que eu nunca tinha nem ouvido falar. Acho que nisso a
UFRJ é bem falha.”
Pergunta 3: Você considera que a UFRJ é uma universidade que se preocupa em impactar a
sociedade ao redor?
Resposta 3: “Ao redor, tipo a Maré? Cara, acho que a longo prazo sim, quando os
profissionais, tipo os engenheiros, por exemplo, trabalham e impactam a sociedade. No curto
prazo, tipo durante a faculdade, poucas coisas eu vejo de interação entre a universidade com
os alunos, no caso, e uma comunidade, ou pra sociedade geral. A única coisa que vejo
atuando diretamente é a Enactus, Fluxo Consultoria e no máximo o projeto SHS, do
professor Leandro. Mas vejo muito mais potencial aqui. Muita gente inteligente aqui, ‘né’?
Pergunta 4: Você teve dificuldade para escolher o seu tema de TCC?
Resposta 4: “Cara, to pensando nisso agora, mano. Vou acabar seguindo um tema parecido
com o de pesquisa do Bruno Jacovazzo, na área de offshore.”
Pergunta 5: Seu tema de TCC pode ser aplicado a curto prazo na sociedade? Se não, por que
não escolheu um tema que gerasse mais impacto?
Resposta 5: “Acho bem difícil, cara. É muita grana, ‘né’? Eu, na verdade nem pensei muito
sobre temas relevantes pro Rio. Pensei logo no que os professores de estruturas estão
pesquisando e foi isso mesmo. Seria bem maneiro aplicar estruturas pra alguma obra real,
na verdade”.
62
Entrevista 02
Entrevistada: Mariana de Carvalho Mendonça
Engenharia de Produção – 10° período
Pergunta 1: Você já participou de alguma extensão na UFRJ? Se sim, utilizou algum
conhecimento específico do seu curso?
Resposta 1: “Sim. Da fluxo. Usei conhecimento de gestão de projetos, planejamento
estratégico e como fazer um plano de negócios”.
Pergunta 2: Com somente o conhecimento adquirido na universidade você se considera
completamente pronto(a) para o mercado de trabalho?
Resposta 2: “Não. Acho que a universidade pode agregar muito na sua formação. Mas acaba
que pode ser uma fonte de consulta. Não te prepara para por as coisas na prática.”
Pergunta 3: Você considera que a UFRJ é uma universidade que se preocupa em impactar o
Rio de Janeiro?
Resposta 3: “Não muito. Nenhuma das atividades de extensão do CT tem o objetivo
específico de melhorar a sociedade. É muito mais para melhorar os conhecimentos técnicos
do aluno para que ele entenda melhor da realidade do mercado de trabalho”.
Pergunta 4: Você teve dificuldade para escolher o seu tema de TCC?
Resposta 4: “Tive. Na produção não tem nenhuma matéria prévia para ajudar a escolher o
seu tema de interesse. Então, você nem tem um período defino para fazer isso. E por ser um
curso muito generalista você pode fazer um TCC sobre qualquer coisa e isso dificulta você
fazer um corte suficiente para fazer uma busca sistemática e apresentar uma solução para
um problema específico.”
Pergunta 5: Seu tema de TCC pode ser aplicado a curto prazo na sociedade? Se não, por que
não escolheu um tema que gerasse mais impacto?
Resposta 5: “Não. Porque em nenhum momento eu tive este viés. A princípio o tema que eu
escolhi para o meu TCC era de interesse pessoal por ser uma tendência na transformação
digital e eu acabei não dando direcionamento para retorno, assim, de uma forma
quantificável.”
63
Entrevista 03
Entrevistado: Aluno B (Anônimo)
Engenharia Elétrica – 8° período
Pergunta 1: Você já participou de alguma extensão na UFRJ? Se sim, utilizou algum
conhecimento específico do seu curso?
Resposta 1: “ Não. Somente participei de pesquisa científica”.
Pergunta 2: Com somente o conhecimento adquirido na universidade você se considera
completamente pronto(a) para o mercado de trabalho?
Resposta 2: “Definitivamente não. O curso de elétrica ainda é muito atrasado em relação às
novas tecnologias. Inclusive acabei optando por trabalhar com consultoria para expandir
minha área de conhecimento”.
Pergunta 3: Você considera que a UFRJ é uma universidade que se preocupa em impactar a
sociedade do Rio de Janeiro?
Resposta 3: “Não consigo enxergar uma aplicação clara pensando no Rio de Janeiro”.
Pergunta 4: Você teve dificuldade para escolher o seu tema de TCC?
Resposta 4: “Sim. Todos as matérias que estudo na elétrica acabam sendo muito teóricas
então fica um pouco difícil de escolher.”
Pergunta 5: Seu tema de TCC pode ser aplicado a curto prazo na sociedade? Se não, por que
não escolheu um tema que gerasse mais impacto?
Resposta 5: “Não. Optei fazer por algo que já estava trabalhando no estágio pela facilidade
de conseguir informações e para terminar mais rápido. Já estava tudo bem adiantado”.
64
Entrevista 04
Entrevistado: Aluno C (Anônimo)
Engenharia da Computação – 13° período
Pergunta 1: Você já participou de alguma extensão na UFRJ? Se sim, utilizou algum
conhecimento específico do seu curso?
Resposta 1: “ Sim. Do Contadores de Histórias. Não utilizei, apenas empatia (risos)”.
Pergunta 2: Com somente o conhecimento adquirido na universidade você se considera
completamente pronto(a) para o mercado de trabalho?
Resposta 2: “Não. A UFRJ ainda está presa em métodos de programação muito arcaicos. A
demanda atual exige que você saiba de computação em nuvem, Amazon Web Service, Big
Data e muita inovação”.
Pergunta 3: Você considera que a UFRJ é uma universidade que se preocupa em impactar a
sociedade do Rio de Janeiro?
Resposta 3: “Um pouco sim. Por exemplo na minha experiência no HU (Hospital
Universitário) era nítido o benefício que a faculdade de medicina proporciona aos pacientes
mais carentes”.
Pergunta 4: Você teve dificuldade para escolher o seu tema de TCC?
Resposta 4: “Eu desisti de fazer TCC, cara. ‘Tô’ largando a faculdade. Acabei optando por
empreender e isso me desmotivou de terminar o curso.”
Pergunta 5: Seu tema de TCC pode ser aplicado a curto prazo na sociedade? Se não, por que
não escolheu um tema que gerasse mais impacto?
Resposta 5: Não se aplica.
65
Apêndice III – Transcrição de entrevista com Deputado Estadual.
Entrevistado: Deputado Estadual Renan Ferreirinha.
Pergunta 1: Quais são os maiores dificuldades de um parlamentar quando vai sugerir ou
votar uma lei relacionada a infraestrutura na Alerj?
Resposta 1: “João. Pra ser bem sincero eu sou formado em economia e ciências políticas.
Não sou expert em engenharia. Mas recebemos muita demanda da população. No meu caso,
principalmente de São Gonçalo, de onde vim. A gente tenta estudar e entender um pouco
sobre cada tema, mas muitas vezes nossa visão é superficial. Tento entender com a
população o que eles acham melhor, mas é isso, sabe? Diria que a minha maior dificuldade
seria entender quais são os maiores problemas a serem mapeados no Rio de Janeiro, em
toda a sua extensão, e ver se conseguimos encaixar no orçamento do Estado. Além disso,
como disse, não sou expert em engenharia e sim em economia e isso acarreta que muitas
vezes não saibamos nem como buscar informações para tomar uma boa decisão.”
Pergunta 2: Os membros da Alerj possuem algum suporte das universidades atualmente para
criação de políticas públicas?
Resposta 2: “Poucas vezes temos contatos com universidades. Geralmente só em temas
polêmicos ou que envolverão boa parcela da população. Temos mais contatos com
instituições da sociedade civil, como a Casa Fluminense e as organizações associadas à ela.
Elas se posicionam constantemente na criação de políticas públicas não só em
infraestrutura, mas em saúde, educação, segurança pública, mobilidade urbana (que também
é infraestrutura, né?) e por ai vai, cara...”
Pergunta 3: Atualmente, quais são as maiores preocupações do senhor, como representante
da Alerj, em relação à infraestrutura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro?
Resposta 3: “Ontem estava falando justamente sobre isso com meu assessor, João. Algumas
coisas são prioridades porque vêm gerando muitos problemas na cidade. Inicialmente com o
aeroporto do Galeão. O aeroporto, João, perdeu, em 10 anos, cerca de 40% dos voos
internacionais. O pessoal ‘tá’ preferindo ir pra Guarulhos pelo Santos Dumont. Isso gera
uma diminuição absurda no turismo na cidade do Rio de Janeiro. Outra coisa que falo
bastante é sobre drenagem urbana e saneamento básico. O povo carioca está cansado em
viver debaixo d’água. Na baixada e São Gonçalo é bem pior. Você conhece São Gonçalo?
Muitos bairros não têm saneamento básico adequado [...]. Outra coisa que me marca muito
é sobre mobilidade urbana porque existe muito conflitos de interesse. Seria maravilhoso
para o trânsito do Rio a implementação de mais barcas pois a Baía de Guanabara tem um
potencial gigante inexplorado, João. Aumentar as linhas de BRT para a baixada e São
Gonçalo também é uma grande preocupação do nosso governo. Outras coisas como a
recuperação da COMPERJ e criação de habitações populares são pautas a serem
abordadas.”
Pergunta 4: Como você acha que a universidade pode colaborar com a Alerj?
66
Resposta 4 : “João. Acho que falta uma comunicação entre as duas casas. Se a universidade
é casa do conhecimento, nada mais justo que tê-la junto de quem toma decisões na
sociedade. Acho que se tivéssemos mais contatos com a pesquisa, e se fôssemos convidados
para debates dentro da universidade, poderíamos ter uma visão maior sobre a inovação e a
universidade poderia observar as prioridades do governo para implementar sua pesquisa e
extensão.”
67
Apêndice IV – Tabela de mapeamento dos problemas de infraestrutura da RMRJ.
Código PAP Ênfase Setor Problema a Resolver Solução Sugerida Local de
Implementação
A001 HM Recursos
Hídricos
Abastecimento
de Água
Déficit hídrico para abastecimento da
população, particularmente no Sistema Imunana
Laranjal, que atende à região Leste da
Metrópole
Mapeamento do déficit hídrico e criação
de projetos de abastecimento de água no
Sistema Imanana Laranjal
Sistema Imunana
Laranjal (Cachoeiras de
Macacu,
Guapimirim, Itaboraí,
Magé,
Maricá, Niterói e São
Gonçalo)
A002 HM Recursos
Hídricos
Abastecimento
de Água
Déficit hídrico para abastecimento da
população, particularmente na região da Baixada
Fluminense, e baixa segurança operacional do
sistema de abastecimento de água para a região
Oeste da Metrópole.
Mapeamento do déficit hídrico e criação
de projetos de abastecimento de água no
Sistema Guandu, além da criação de uma
nova adutora.
Baixada Fluminense e
Zona Oeste.
A003 HM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana
Inundações regulares/frequentes em períodos
chuvosos.
Estudo da mitigação de cheias devido às
intervenções de
macrodrenagem na Bacia do Canal do
Mangue, por meio de reservatórios
de espera de cheia
Bacia do Canal do
Mangue, principalmente
a região da Praça da
Bandeira;
A004 HM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana
Inundações regulares/frequentes em períodos
chuvosos.
Estudo da mitigação de inundações por
meio de intervenções de
macrodrenagem na Bacia do Rio
Imboaçu, por meio da implantação de
uma
barragem;
Bacia do Rio Imboaçu
68
A005 HM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana
Inundações regulares/frequentes em períodos
chuvosos.
Estudo da mitigação de inundações por
meio de intervenções de macrodrenagem
nas bacias dos rios Sarapuí e Pavuna, por
meio da comunicação entre eles na
Barragem de Gericinó
Área urbana situadas
próximas às margens do
Rio Sarapuí e Pavuna
A006 HM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana
Inundações regulares/frequentes em períodos
chuvosos.
Estudo da mitigação de inundações por
meio de intervenções de
macrodrenagem da Bacia do Rio Acari,
com a transposição de parte dos
seus volumes de cheia em direção à
barragem de Gericinó
Margens da Bacia do
Rio Acari (São João de
Meriti)
A007 HM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana
Inundações regulares/frequentes em períodos
chuvosos.
Estudo da mitigação de inundações por
meio de intervenções de
macrodrenagem na Bacia do Rio Iguaçu,
por meio da consolidação dos
diques do Rio Capivari e Águas Pretas
Bacia do Rio Sarapuí e
Iguaçu
A008 HM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana
Inundações regulares/frequentes em períodos
chuvosos.
Estudo da mitigação de inundações por
meio de intervenções de macrodrenagem
na Bacia Hidrográfica do complexo
Lagunar de Maricá, por meio da
implementação de reservatórios de
controle de cheia à montante da
urbanização.
Bacia do Complexo
Lagunar de Maricá
A009 HM Construção
Civil Urbanismo
Percentual elevado de habitantes da metrópole
em favelas e aglomerados subnormais,
constituindo alto índice de déficit qualitativo na
metrópole (500 mil moradias em 2010, segundo
o IBGE)
Fazer estudo de realocação de população
em comunidades em área de risco,
visando mapear terrenos onde se possa
construir conjuntos habitacionais.
Favelas e Comunidades
em toda a metrópole do
Rio de Janeiro
A010 HM Construção
Civil Retrofit Mau estado de conservação física de conjuntos
habitacionais, nos quais é recorrente a
Reforma física de imóveis, implantação
de infraestrutura e organização
Cruzada São Sebastião
(Leblon), Dom Jaime
69
deficiência na infraestrutura urbana e nos
equipamentos comunitários; ocupações
irregulares de áreas comuns e áreas urbanas;
irregularidade fundiária; irregularidade da
situação dos mutuários ou ocupantes; débitos
com o município ou concessionárias públicas;
fragilidade ou ausência da organização
condominial, entre outras situações.
condominial de conjunto habitacionais
degradados.
Câmara (Padre Miguel),
Conjuntos da Cidade de
Deus
A011 HM Construção
Civil Urbanismo
O RJ apresentou um déficit habitacional
atualmente calculado em cerca de 340 mil
unidades habitacionais para famílias com renda
de até 3 SM em 2015 e aumento de uma parte da
demanda correspondente (141 mil unidades), de
um total estimado em cerca de 563 mil unidades
habitacionais (2017/45); a produção de moradias
com recursos públicos não tem sido suficiente
para reduzir o déficit habitacional,
Estudo de vazios urbanos para criação de
habitações populares no Rio de Janeiro.
Baixada Fluminense,
Zona Oeste e Zona
Norte.
A012 HM Transportes Transporte
Ferroviário
O transporte público na metrópole não adota
políticas para as estações de integração de
transporte público: é organizado de forma a
atender precariamente a demanda radial de
transporte de passageiros dirigida para o Centro
do RJ.
Estudo da requalificação dos trilhos de
trem existentes e a implantação de
estações de integração que sejam
estratégicas para otimização do sistema
de transporte coletivo
Zonas às margens dos
trilhos do trem.
A013 HM Transportes Logística de
Transportes
Limitação do transporte ativo, devido à ausência
de ciclovias e calçadas adequadas e articulação
com os sistemas de transporte coletivo.
Estudo da aplicação de transportes ativos
na região da central do Brasil e em zonas
periféricas.
Todo o Rio de Janeiro
A014 HM Construção
Civil Urbanismo
A região do entorno da Central do Brasil é
aquela com os maiores níveis de acesso da
região metropolitana e é um importante hub de
transportes, pois articula trens, metrô, ônibus e
VLT. No entanto, essa área se encontra em
processo de degradação: a falta de investimentos
Estudo de medidas de estímulo e apoio à
construção de habitações, incluindo usos
residenciais e comerciais na região e
salvaguardando providências de inclusão
social que evitem a expulsão da parcela
de mais baixa renda da população
Centro (RJ)
70
provoca diminuições importantes na qualidade
ambiental, na segurança e na inclusão social de
seu entorno.
residente.
A015 MI Construção
Civil Retrofit
Má conservação e ociosidade de bens de
interesse cultural;
Estudo de Articulação e elaboração de
programas para preservar, ocupar e
requalificar imóveis de interesse do
patrimônio histórico;
Zona Sul e Centro
A016 MI Construção
Civil Retrofit
Dificuldade financeira e institucional de estado e
municípios para atividades voltadas a
preservação/qualificação dos saberes e a falta de
educação/ensino dos ofícios para as boas
práticas de conservação de bens naturais e
culturais;
Estudo do incentivo à criação de ações
de capacitação profissional, voltadas para
os servidores públicos e profissionais das
áreas de patrimônio e cultura
Zona Sul e Centro
A017 MI Recursos
Hídricos Aeroportos
Baixa oferta de linhas de conexões
internacionais marítimas
Estudo da dragagem das baías de
Guanabara e Sepetiba; Itaguaí e Rio de Janeiro
A018 MI Transportes Aeroportos Baixa oferta de linhas de conexões
internacionais aéreas.
Incentivo à ampliação do Aeroporto do
Galeão Ilha do Governador
A019 MI Transportes Aeroportos
Dificuldade de acesso ao aeroporto
internacional, gerando diminuição de ofertas de
vôos internacionais.
Conexão da Av. Washington Luis com o
Aeroporto Internacional do Galeão
Duque de Caxias,
Galeão
A020 MI Transportes Logística de
Transportes
Dificuldade de acesso ao aeroporto
internacional, gerando diminuição de ofertas de
vôos internacionais.
Estudo da reformulação do trânsito da
Ilha do Governador para redução do
tráfego automobilístico.
Ilha do Governador
A021 MI Estruturas Energia/Offshore
Crise econômica dos estaleiros, subutilização da
área especificada, consequente escassez de
emprego, falta de segurança e falta de
compromisso com questões ambientais e sociais.
Estudo do uso de espaços de estaleiros
desativados como locais de
implementação de fontes de energias
limpas (eólica, solar e de ondas). Estudo
das fundações dessas estruturas,
Niterói e São Gonçalo
71
inclusive se aplicadas em plataformas
offshore.
A022 MS Recursos
Hídricos
Abastecimento
de Água
Déficit de abastecimento no lado leste da Baía
de Guanabara e necessidade de mitigar impactos
sociais e ambientais decorrentes do uso dos
mananciais das sub-bacias Guapi-Macacu e
Guapiaçu, necessário para garantir o
abastecimento de água metróopole,
particularmente na Macrorregião Leste
Estudo do uso dos mananciais das
subbacias Guapi-Macacu e
Guapiaçu, visando à produção
agrícola, o desenvolvimento
econômico e o abastecimento
de água potável para os
habitantes do Leste
Metropolitano
Guapimirim e Magé
A023 MS Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana
Condições de insalubridade e falta de qualidade
de vida em áreas sem infraestrutura de
saneamento e índices elevados de poluição dos
corpos hídricos da metrópole.
Estudo visando à implantação de
cinturão sanitário (e rede de drenagem
quando necessário) em locais sem rede
de esgotamento sanitário, como primeiro
estágio do processo de captação e
tratamento de esgotos urbanos, a fim de
solucionar a transição para um sistema
separador absoluto, que deverá ser
implantado em etapas.
Toda rede fluvial da
metrópole, em especial
nas margens
antropizadas das Baía
de Guanabara e
Sepetiba e seus
principais rios
contribuintes.
A024 MS Recursos
Hídricos Saneamento
Condições de insalubridade e falta de qualidade
de vida em áreas sem infraestrutura de
saneamento e índices elevados de poluição dos
corpos hídricos da metrópole.
Estudo visando à implantação de
cinturão sanitário (e rede de drenagem
quando necessário) em locais sem rede
de esgotamento sanitário, como primeiro
estágio do processo de captação e
tratamento de esgotos urbanos, a fim de
solucionar a transição para um sistema
separador absoluto, que deverá ser
implantado em etapas.
Toda rede fluvial da
metrópole, em especial
nas margens
antropizadas das Baía
de Guanabara e
Sepetiba e seus
principais rios
contribuintes.
A025 MS Estruturas Pontes Degradação ambiental da região do Rio
Guapimirim. Pontes com fundações expostas.
Estudo do solo da região do Rio
Guapimirim e como consertar os
problemas de fundações das pontes nesse
trecho.
Bacia do Rio
Guapimirim
72
A026 MS Recursos
Hídricos
Mecânica dos
Fluidos
Grande perda de cargas devido às tubulações em
mal estado de conservação.
Incentivar a criação de um programa de
redução de perdas físicas de água por
meio de dispositivos para diminuir
pressões excessivas e substituir
tubulações deterioradas das redes de
abastecimento e das adutoras.
Toda a metrópole
A027 MS Geotecnia Barragens
Déficit hídrico para abastecimento da população
da Metrópole e disponibilidade de recursos
hídricos não aproveitados
Estudo de implantação da barragem do
Rio Major Archer
Rio Major Archer
(Caxias)
A028 MS Geotecnia Barragens Déficit hídrico para abastecimento da população
da Metrópole e disponibilidade de recursos
hídricos não aproveitados
Estudo do uso da barragem de Juturnaíba
(desativada)
Rio Bonito (
Reservatório de
Juturnaíba em Silva
Jardim)
A029 BR Transportes Transporte
Aquaviário
Falta infraestrutura para pescadores artesanais,
desde a desativação do entreposto da Praça XV
Implantação de condições necessárias de
infraestrutura para atividade da pesca
artesanal, armazenamento, congelamento
e comercialização da pesca artesanal, da
qual dependem milares de famílias da
Metrópole.
Margens da Baia de
Guanabara
A030 BR Transportes Transporte
Aquaviário
Baixa qualidade e baixo aproveitamento dos
meios de transporte aquaviário na metrópole.
Estudo de implantação de transportes
aquaviários na Baía de Guanabara. Guapimirim
A031 BR Transportes Transporte
Aquaviário
Baixa qualidade e baixo aproveitamento dos
meios de transporte aquaviário na metrópole.
Estudo de implantação de transportes
aquaviários na Baía de Guanabara. Magé
A032 BR Transportes Transporte
Aquaviário
Baixa qualidade e baixo aproveitamento dos
meios de transporte aquaviário na metrópole.
Estudo de implantação de transportes
aquaviários na Baía de Guanabara. Duque de Caxias
A033 BR Transportes Transporte
Aquaviário
Baixa qualidade e baixo aproveitamento dos
meios de transporte aquaviário na metrópole.
Estudo de implantação de transportes
aquaviários na Baía de Guanabara.
Outros pontos de
Niterói
73
A034 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro Campo Grande - RJ
A035 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro Madureira - RJ
A036 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro Itaboraí
A037 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro Niteroi
A038 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro Nova Iguaçu
A039 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro São Gonçalo
A040 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro Seropédica
74
A041 EM Transportes Transporte
Público
Problemas de locomoção em locais pouco
centrais do Rio de Janeiro
Criação de trechos de ciclovias em zonas
perifericas da cidade visando a
diminuição de transito e a ampliação de
transportes ativos no Rio de Janeiro Maricá
A042 EM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana Inundações constantes nas margens do Rio Estudos de Mitigação de inundações Bacia Alcântara
A043 EM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana Inundações constantes nas margens do Rio Estudos de Mitigação de inundações Bacia Guaxindiba
A044 EM Recursos
Hídricos
Drenagem
Urbana Inundações constantes nas margens do Rio Estudos de Mitigação de inundações Bacia Imboaçu
A045 EM Recursos
Hídricos Saneamento
Inundações frequentes de toda a bacia do Rio
Sarapuí, provocando problemas permanentes
para um expressivo contingente populacional
dos municípios da Baixada Fluminense;
utilização das áreas abandonadas a beira rio para
moradias precárias, sem saneamento básico;
despejo de esgoto sanitário e resíduos sólidos no
leito do rio, com destino à Baía de Guanabara; e
subaproveitamento de áreas livres inundávei
Estudo do incentivo à implantação de um
projeto multifuncional ao longo do Rio
Sarapuí, entre Duque de Caxias e
Nilópolis, a partir da implantação de
sistema de macrodrenagem que inclui a
recuperação de diques contínuos ao
longo do rio e sistemas de pôlderes e
canais auxiliares. O projeto inclui a
implantação de via Interbaixada 01,
unindo a BR 040 à Via Light, a
implantação de sistema de transporte
coletivo, conectando o Jardim Primavera
(Duque de Caxias) ao Centro de Nova
Iguaçu, possibilitando conexão direta
com o Centro de Duque de Caxias e a
região de Jardim Gramacho e a
implantação de parques fluviais/área de
lazer.
Bacia Rio Sarapuí
A046 EM Transportes Ciclovias O deslocamento transversal entre as
centralidades de Duque de Caxias e Nova
Estudo da implantação e utilização de
eixos transversais de articulação para o
Duque de Caxias - Nova
Iguaçu
75
Iguaçu e outros municípios da Baixada
Fluminense é limitado, particularmente quando
se busca transporte coletivo. Ocorre que o
sistema de mobilidade na metrópole é
organizado de forma a atender precariamente a
demanda radial de transporte de passageiros
dirigida para o Centro da Rio de Janeiro
transporte coletivo aproveitando as obras
de macrodrenagem previstas para serem
executadas ao longo do Rio Sarapuí e a
implantação de via urbana Interbaixada,
conectando Duque de Caxias a Nova
Iguaçu, baseando-se na premissa de
fortalecimento dos deslocamentos
internos à centralidade e entre a
centralidade e seus arredores,
aproveitando as vias que se
contraponham a orientação radial do
atual sistema de transportes.
A047 EM Transportes Logística de
Transportes
O transporte ativo na região é limitado pela
ausência de ciclovias e calçadas adequadas.
Estudo da implantação de vias de
transporte ativo na região
Duque de Caxias - Nova
Iguaçu
A048 EM Transportes Ciclovias O transporte ativo na região é limitado pela
ausência de ciclovias e calçadas adequadas.
Estudo de implantação de faixas de
transportes ativo na área.
Região central dos
municípios de Duque de
Caxias, Belford Roxo e
Nova Iguaçu e bairro de
Campo Grande no Rio
de Janeiro;
A049 EM Transportes Transporte
Público
A dificuldade no deslocamento transversal entre
as centralidades de Duque de Caxias e Nova
Iguaçu e outros municípios da Baixada
Fluminense, da mesma forma que entre as
centralidades de São Gonçalo e a região norte de
Niterói, Maricá, particularmente quando se
busca transporte coletivo. Ocorre que. sistêmico
de mobilidade na metrópole é organizado de
forma a atender precariamente a demanda radial
de transporte de passageiros dirigida para o
Centro da Rio de Janeiro.
Corredor transversal de transporte
coletivo e Ciclovia RJ 105 Duque de
Caxias - Nova Iguaçu - Campo Grande
(Estrada de Madureira)
Região central dos
municípios de Duque de
Caxias, Belford Roxo e
Nova Iguaçu e bairro de
Campo Grande no Rio
de Janeiro;
A050 EM Transportes Ciclovias O transporte ativo na região é limitado pela Estudo de implantação de faixas de Nilópolis - Duque de
76
ausência de ciclovias e calçadas adequadas. transportes ativo na área. Caxias
A051 EM Transportes Transporte
Público
A dificuldade no deslocamento transversal entre
as centralidades de Duque de Caxias e Nova
Iguaçu e outros municípios da Baixada
Fluminense, da mesma forma que entre as
centralidades de São Gonçalo e a região norte de
Niterói, Maricá, particularmente quando se
busca transporte coletivo. Ocorre que. sistêmico
de mobilidade na metrópole é organizado de
forma a atender precariamente a demanda radial
de transporte de passageiros dirigida para o
Centro da Rio de Janeiro.
Corredor transversal de transporte
coletivo e Ciclovia Nilópolis –Vilar do
Teles (São João de Meriti);
Nilópolis - Duque de
Caxias
A052 EM Transportes Ciclovias O transporte ativo na região é limitado pela
ausência de ciclovias e calçadas adequadas.
Estudo de implantação de faixas de
transportes ativo na área. Via Imboaçu
A053 EM Transportes Transporte
Público
A dificuldade no deslocamento transversal entre
as centralidades de Duque de Caxias e Nova
Iguaçu e outros municípios da Baixada
Fluminense, da mesma forma que entre as
centralidades de São Gonçalo e a região norte de
Niterói, Maricá, particularmente quando se
busca transporte coletivo. Ocorre que. sistêmico
de mobilidade na metrópole é organizado de
forma a atender precariamente a demanda radial
de transporte de passageiros dirigida para o
Centro da Rio de Janeiro.
Estudo do impacto da criação de
corredores transversais de transporte
automobilístico e de linhas de ônibus na
região.
Via Imboaçu
A054 EM Transportes Ciclovias O transporte ativo na região é limitado pela
ausência de ciclovias e calçadas adequadas.
Estudo de implantação de faixas de
transportes ativo na área. Pacheco - Guaxindiba
A055 EM Transportes Transporte
Público
A dificuldade no deslocamento transversal entre
as centralidades de Duque de Caxias e Nova
Iguaçu e outros municípios da Baixada
Fluminense, da mesma forma que entre as
Estudo do impacto da criação de
corredores transversais de transporte
automobilístico e de linhas de ônibus na
Pacheco - Guaxindiba
77
centralidades de São Gonçalo e a região norte de
Niterói, Maricá, particularmente quando se
busca transporte coletivo. Ocorre que. sistêmico
de mobilidade na metrópole é organizado de
forma a atender precariamente a demanda radial
de transporte de passageiros dirigida para o
Centro da Rio de Janeiro.
região.
A056 EM Transportes Ciclovias O transporte ativo na região é limitado pela
ausência de ciclovias e calçadas adequadas.
Estudo de implantação de faixas de
transportes ativo na área.
Pacheco - Eixo
Alcântara
A057 EM Transportes Transporte
Público
A dificuldade no deslocamento transversal entre
as centralidades de Duque de Caxias e Nova
Iguaçu e outros municípios da Baixada
Fluminense, da mesma forma que entre as
centralidades de São Gonçalo e a região norte de
Niterói, Maricá, particularmente quando se
busca transporte coletivo. Ocorre que. sistêmico
de mobilidade na metrópole é organizado de
forma a atender precariamente a demanda radial
de transporte de passageiros dirigida para o
Centro da Rio de Janeiro.
Estudo do impacto da criação de
corredores transversais de transporte
automobilístico e de linhas de ônibus na
região.
Pacheco - Eixo
Alcântara
A058 EM Transportes Ciclovias O transporte ativo na região é limitado pela
ausência de ciclovias e calçadas adequadas.
Estudo de implantação de faixas de
transportes ativo na área.
Duque de Caxias - Nova
Iguaçu - Campo Grande
A059 EM Transportes Transporte
Público
A dificuldade no deslocamento transversal entre
as centralidades de Duque de Caxias e Nova
Iguaçu e outros municípios da Baixada
Fluminense, da mesma forma que entre as
centralidades de São Gonçalo e a região norte de
Niterói, Maricá, particularmente quando se
busca transporte coletivo. Ocorre que. sistêmico
de mobilidade na metrópole é organizado de
forma a atender precariamente a demanda radial
de transporte de passageiros dirigida para o
Estudo do impacto da criação de
corredores transversais de transporte
automobilístico e de linhas de ônibus na
região.
Duque de Caxias - Nova
Iguaçu - Campo Grande
78
Centro da Rio de Janeiro.
A060 EM Transportes Transporte
Público
Alto tempo médio de deslocamento na
metrópole (o maior entre as regiões
metropolitanas do Brasil no deslocamento casa-
trabalho, chegando a 52min por viagem em
2014).
Estudo da implantação do BRT
Transniterói; BRT Transniterói
A061 EM Transportes Transporte
Público
Alto tempo médio de deslocamento na
metrópole (o maior entre as regiões
metropolitanas do Brasil no deslocamento casa-
trabalho, chegando a 52min por viagem em
2014).
Estudo da implantação do BRT na
Região da Ilha do Governador e
ampliação da faixa de BRS.
BRT/BRS Ilha do
Governador
A062 EM Transportes Transporte
Público
Alto tempo médio de deslocamento na
metrópole (o maior entre as regiões
metropolitanas do Brasil no deslocamento casa-
trabalho, chegando a 52min por viagem em
2014).
Corredor de transporte coletivo Amaral
Peixoto – Maricá;
Arsenal (São Gonçalo)
e Maricá
A063 EM Transportes Transporte
Público
Alto tempo médio de deslocamento na
metrópole (o maior entre as regiões
metropolitanas do Brasil no deslocamento casa-
trabalho, chegando a 52min por viagem em
2014).
Estudo e criação de projetos que visem
articular a integração metropolitana do
corredor de BRT TransBrasil
Rio de Janeiro
A064 EM Transportes Transporte
Ferroviário
Ausência de um sistema regional de transporte
eficiente que conecte a cidade do Rio de Janeiro
à Região Norte da Baía de Guanabara e a
Baixada Leste.
Implementação de VLT aproveitando as
linhas de trem existentes Vila Inhomirim
A065 EM Transportes Transporte
Ferroviário
Ausência de um sistema regional de transporte
eficiente que conecte a cidade do Rio de Janeiro
à Região Norte da Baía de Guanabara e a
Baixada Leste.
Implementação de VLT aproveitando as
linhas de trem existentes Saracuruna
79
A066 EM Construção
Civil Urbanismo
Ausência de conectividade entre áreas verdes;
indisponibilidade de parques e áreas de lazer e
de ambiência urbana (especialmente nas
periferias da metrópole)
Implantação de parques lineares nas
margens de Rios.
Áreas urbanas ao longo
de áreas de preservação
permanente, corpos
hídricos e corredores de
mobilidade.
80
Apêndice IV- Brainstorming para sugestão de soluções para problemas dos
stakeholders.
Ideia Ideia de solução Problema Relacionado Stakeholder
Relacionado
1 Disponibilizar publicamente os
problemas mapeados do RMRJ
Falta de um lugar fácil para obter
informações sobre infraestrutura do RJ.
Universidade e
População do RJ
2 Mapear fontes de obtenção de
informações sobre a infraestrutura
do RMRJ
Falta de um lugar fácil para obter
informações sobre infraestrutura do RJ.
Universidade e
População do RJ
3 Mapear contatos que possam
fornecer dados específicos sobre
infraestrutura do RMRJ
Falta de um lugar fácil para obter
informações sobre infraestrutura do RJ. Universidade
4 Sugerir temas de TCCs para
alunos de graduação com os
problemas mapeados em questão.
Dificuldade na escolhe de temas de TCC
na graduação. Universidade
5
Dar suporte técnico e de
networking para alunos que
resolver desenvolver alguma
solução.
Falta de confiança de alunos para a
entrada no mercado de trabalho e falta de
um lugar fácil para obter informações
sobre infraestrutura do RJ.
Universidade
6 Promover debates e discussões
sobre os temas específicos de
infraestrutura dentro da academia.
Falta de integração da academia com os
problemas reais da sociedade. Universidade
7 Levar um projeto, quando
finalizado, para implementação na
secretaria responsável
Falta de conhecimento técnico frente
entre os componentes da Assembléia
Legislativa para tomar decisões.
Universidade e
Poder Público
8
Criar um canal de comunicação
com Alerj para levar alunos e
professores para debates de
infraestrutura quando uma lei
relacionada for debatida.
Falta de conhecimento técnico frente
entre os componentes da Assembléia
Legislativa para tomar decisões.
Universidade e
Poder Público
9
Criar relatórios semestrais de
acompanhamento do governo e do
desenvolvimento de propostas em
questões relacionadas a
infraestrutura.
Falta de um lugar fácil para obter
informações sobre infraestrutura do RJ e
Falta de conhecimento técnico frente
entre os componentes da Assembléia
Legislativa para tomar decisões.
Universidade,
População do RJ
e Poder Público
10
Gerar integração entre
pesquisadores e alunos com
mesmo interesse de pesquisa e
extensão dentro das universidades
do Rio de Janeiro.
Falta de um lugar fácil para obter
informações sobre infraestrutura do RJ. Universidade
81
Apêndice V – Página do website do Integra Rio exibindo as sugestões de temas de TCC.
82
Apêndice VI – Contato das principais instituições que são influentes nos
serviços de infraestrutura.
Instituição Setor em que é
Influente Contato Observação
Casa Fluminense
Todos [email protected]
Associação da sociedade civil que
visa integrar as informações da
metrópole, juntando outras associações menores. Organiza
constantemente estudos sobre
infraestrutura, porém setorizada em cada
microrregião da RMRJ.
Centran RJ
Transporte Público e
Logística de Transportes
www.cetran.rj.gov.br/info-uteis.html
Conselho Estadual de Trânsito, órgão consultivo do
governo.
Rio Ônibus Transporte
Público faleonibus.com.br/email/
Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de
Janeiro
AGENERSA
Saneamento, Abastecimento
de Água e Drenagem Urbana.
[email protected] Agência Regulatória
de Energia e Saneamento do RJ
AGETRANSP
Transporte Público, Logística de Transportes,
Transporte Aquaviário, Transporte
Ferroviário e Ciclovias.
[email protected] Agência Regulatória
de Transportes do RJ
CEDAE Abastecimento
de Água e Saneamento
Empresa responsável por distribuição de
água e do Saneamento na cidade do RJ.
EMOP
Retrofit, Drenagem Urbana e
Urbanismo
http://www.emop.rj.gov.br/contato.asp
Empresa de Obras Públicas do RJ. Existe
em "Acesso a Informação" vários relatórios anuais e
estatítisticas sobre as obras do Governo do
Estado do RJ.
AMTU Transporte
Público (21) 2332-7969
Associação Metropolitana de
Transportes Urbanos.
83
RioTrilhos Transporte Ferroviário
Sociedade que faz parte da Secretaria de Transportes Urbanos,
porém unicamente voltado aos trilhos.
CENTRAL Logística de Transportes
http://www.central.rj.gov.br/faleconosco.html Companhia Estadual
Transportes e Logística.
CEHAB Retrofit e
Urbanismo [email protected]
Companhia Estadual de Habitação do Estado do RJ.
INEA Saneamento [email protected] Instituto Estadual do
Ambiente
Meu Rio Todos [email protected]
Associação Civil que tem objetivo de cobrar
as governantes da cidade do Rio de
Janeiro a implementação
políticas públicas prometidas durante a
gestão.
84
Apêndice VII – Página do website do Integra Rio exibindo como obter dados mais específicos.
85
Apêndice VIII – Transcrição de entrevista com colaboradores do Integra Rio.
Entrevista 1:
Entrevistado: Leon Deharbe
Tema de TCC: Análise de implementação de ciclovias em Madureira, Zona Norte.
Pergunta 1: Porque você quis fazer o seu TCC junto com o Integra Rio?
Resposta 1: “Sempre tive uma pegada social forte. O tema também é algo que eu realmente
acredito que pode melhorar a cidade e os investimentos não são tão altos para isso”.
Pergunta 2: Como foi o processo pra escolha definitiva do seu tema?
Resposta 2: “Quando eu vi o tema no site, logo depois da apresentação que eu vi do Integra
Rio, foi bem claro que era algo que eu me encantaria em desenvolver. Também porque eu
acredito muito na proposta do Integra Rio”.
Pergunta 3: Como você conseguiu as primeiras informações do seu tema?
Resposta 3: “Basicamente consultando o arquivo do PDUI que estava anexado no site”.
Pergunta 4: O que você achou das reuniões bimestrais? Como elas te ajudaram?
Resposta 4: “Me ajudou a ter segundas opiniões sobre o meu tema. Me ajudou também a ter
contato com outras instituições que cuidam do transporte do Rio, além de participar de
reuniões mensais de discussão da metrópole. Foi bem útil”.
Pergunta 5: Fazer o TCC com um tema útil pra sociedade te estimula a fazê-lo melhor?
Resposta 5: “Sim. Como eu falei, tenho uma pegada bem social nas coisas que eu faço. Se
tivesse que somente projetar uma ponte aleatória não seria tão instigante que esse trabalho
atual”.
Pergunta 6: Você está encontrando os dados específicos do seu tema com facilidade?
Resposta 6: “Sim. Procurei a AGETRANSP e a Casa Fluminense e já consegui tudo o que
queria, até então. Pra ser sincero no início eu achei que não daria em nada, sabe? Até
porque tem muita burocracia de identificação pra disponibilizar informações que são
públicas.”
Pergunta 7: Acha que o seu TCC está te ajudando a ser um profissional melhor?
Resposta 7: “Sim. De fato. Estou aprendendo melhor sobre demandas da sociedade que não
via antes na universidade puramente. Quero ser um engenheiro de transportes, e sei que é
uma ótima forma de adquirir uma ótima experiência até mesmo para um futuro trabalho”.
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Entrevista 2:
Entrevistada: Camilla Azevedo
Tema de TCC: Estudo de vazios urbanos para a criação de habitações sociais na cidade do
Rio de Janeiro.
Pergunta 1: Porque você quis fazer o seu TCC junto com o Integra Rio?
Resposta 1: “Porque quando vi a apresentação e depois no site esse tema, meus olhos
brilharam. É um tema bem relevante e eu tenho certeza que ele vai ser bem útil pra
sociedade e é uma forma de retribuir a UFRJ pelos mais de seis anos de graduação”.
Pergunta 2: Como foi o processo pra escolha definitiva do seu tema?
Resposta 2: “Na verdade foi bem simples. Quando abri no site do Integra Rio a planilha com
os temas mapeados por eles e vi esse eu já tinha certeza de que eu queria fazer. Só não sabia
direito com que professor fazer”.
Pergunta 3: Como você conseguiu as primeiras informações do seu tema?
Resposta 3: “No próprio site tem umas instruções pra buscar as primeiras informações,
‘né’? Mas depois disso fui buscando via Secretaria de Habitação mesmo e relatórios do
governo”.
Pergunta 4: O que você achou das reuniões bimestrais? Como elas te ajudaram?
Resposta 4: “Achei bem úteis. Me ajudou a ter noção de quem falar para conseguir os dados
e também como escolher minha orientadora, com que outros projetos relacionados falar
para ter ideias. Está agregando bastante, na verdade”.
Pergunta 5: Fazer o TCC com um tema útil pra sociedade te estimula a fazê-lo melhor?
Resposta 5: “Sim! Na verdade sempre achei que fazer o TCC seria bem monótono. Mas
saber que isso vai realmente ‘pro ar’ me motiva muito a ser quase que uma especialista
sobre o tema”.
Pergunta 6: Você está encontrando os dados específicos do seu tema com facilidade?
Resposta 6: “Lá no site e em uma reunião bimestral pude pegar o contato com a Casa
Fluminense e a EMOP. A princípio teve muita burocracia, fala com um, fala com outro, pra
conseguir esses dados. Mas depois desse contato inicial, quase como um quebra-gelo, eles
passaram a ser bem mais legais e agora, quando eles não sabem algo, me dizem quem sabe.
É ótimo”.
Pergunta 7: Acha que o seu TCC está te ajudando a ser uma profissional melhor?
Resposta 7: “Sim. Estou aprendendo sobre habitação. Algo que envolve engenharia civil e
também uma parte social que nunca havia explorado na faculdade. Tenho feito bastante
networking e tenho aprendido muito sobre o tema. Além de ser uma profissional melhor
estou sendo uma pessoa melhor para a sociedade.