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Pós-graduação em Ciência da Computação
TALLES MARTINS MOURA
ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS DE TI
VERDE EM UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Dissertação de Mestrado
Recife
2017
TALLES MARTINS MOURA
ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS DE TI
VERDE EM UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Ciência da Computação do
Centro de Informática da Universidade
Federal de Pernambuco, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Ciência da Computação.
Orientadora: Profª. Dr.ª Patricia Cabral de
Azevedo Restelli Tedesco
Recife
2017
TALLES MARTINS MOURA
ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS DE TI
VERDE EM UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Ciência da
Computação do Centro de Informática
da Universidade Federal de
Pernambuco, como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em
Ciência da Computação.
Aprovado em: 10 / 08 / 2017
BANCA EXAMINADORA
———————————————————————–
Prof. Drª. Patrícia Cabral de Azevedo Restelli Tedesco
Centro de Informática/UFPE
———————————————————————–
Prof. Drª.Cristine Martins Gomes de Gusmão
UFPE
———————————————————————–
Prof. DrªSônia Virginia Alves França
UFRPE
À minha amada, forte e paciente esposa Luanne Oliveira.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao Deus que me deu uma mente bugada, mas que torna minha
vida mais divertida com tantas invisíveis e sufocantes lágrimas que me ensinaram a nadar
através dos dias.
À minha esposa Luanne Oliveira, que sempre esteve aqui apesar de eu ser eu, por revisar
incansavelmente meus escritos.
Aos meus pais Renato Moura e Marlene Martins, pela confiança, exemplo e ensinamentos
que me trouxeram aqui independentemente das minhas limitações.
Aos amigos Fabrine Brito e Antonio Marcos pelos direcionamentos e suporte essencial para
essa empreitada.
Aos meus irmãos Renata e Saullo, sobrinhos e familiares Cristian e Marcele pelos
encantadores, agitados e agradáveis domingos em família.
Aos meus sogros Madja Oliveira e Luis Jr. por me receberem tão bem em todas as idas à
Recife e por tantas refeições dedicadas com tamanho carinho.
A Vovó Marta pelos jantares e lanches que tanto me fortaleceram em dias de luta.
A meu amigo e cunhado Rodrigo Oliveira pelo acolhimento, parceria e suporte em todas
minhas semanas de aula.
À minha orientadora Patrícia Cabral de Azevedo Restelli Tedesco pela incrível recepção
dada a primeira vista e acolhida nos dias que se seguiram até o fim deste trabalho bem
como por sua paciente e agradável orientação.
À turma do MPROGTI que se mostrou uma família com quem contarmos nos mais
diversos momentos de necessidade, por provarem que não são menores que ninguém
mesmo depois de ouvir isso de seus heróis.
Por fim agradeço a todos que me rodeiam e fizeram dessa minha jornada, um pouco da sua,
que a força sempre esteja com vocês.
OSS!
Sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente,
sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”.
— RELATÓRIO BRUNDTLAND
RESUMO
A corroborada necessidade da Tecnologia da Informação como parte da infra-estrutura nas
instituições públicas e privadas, tem impulsionado pesquisas acerca dos efeitos negativos
ou positivos desta em consonância com o desenvolvimento sustentável. Nesse ensejo,
destaca-se, o emprego de práticas de Gestão de TI Verde ou Green IT que visam redução
nos impactos ambientais causados pelo consumo de recursos tecnológicos. Este estudo trata
de técnicas que podem ser utilizadas na rotina de ambientes institucionais e que promovam
a redução dos gastos com energia elétrica sem comprometer o seu funcionamento,trazendo
consigo uma mudança de hábito no servidor/usuário permitindo a adoção de práticas
sustentáveis em suas atividades cotidianas. Esta pesquisa é o registro da implementação da
TI Verde em nível Tático no IFTO Campus Palmas na qual se observou os impactos
casados pela adoção dessas prática bem como a recepção dos usuários as mudanças
sugeridas na rotina de utilização de suas estações de trabalho.Resultou desta pesquisa uma
lista de instruções para implantação de Boas Práticas de TI Verde nos Institutos Federais da
rede de ensino técnico e tecnológico do Governo Federal.
Palavras chave: TI Verde. Computação Verde. Sustentabilidade. Nível Tático. Instituto
Federal do Tocantins. Redução de Consumo.
ABSTRACT
The corroborated need of Information Technology as part of the infrastructure in public and
private institutions, has driven research on the negative or positive effects of this in line
with sustainable development. In this opportunity, it is worth noting the use of Green IT
Management practices Or Green IT that aim to reduce the environmental impacts caused by
the consumption of technological resources. This study deals with techniques that can be
used in the routine of institutional environments and that promote the reduction of the
expenses with electric energy without compromising its operation, bringing with it a
change of Habit in the server / user allowing the adoption of sustainable practices in their
daily activities. This research is the record of the Green IT implementation at the Tactical
level in the IFTO Campus Palmas in which the married impacts were observed by the
adoption of these practices as well as the reception of the users suggested changes in
routine use of their workstations. This research resulted in a list of instructions for the
implementation of Green IT Good Practices in the Federal Institutes of the technical and
technological education network of the Federal Government.
Keywords: Green IT. Green Computing. Sustainability. Tactical Level. Federal Institute of
Tocantins. Reduction of Consumption.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 - Gastos do IFTO Campus Palmas com o serviço de fornecimento
energético entre os anos de 2010 a 2015................................................ 43
Gráfico 2 - Gastos anuais com pagamento de pessoa Jurídica em 2015 ................. 44
Gráfico 3 - Pagamentos feitos à distribuidora de energia local ENERGISA em
2015 ....................................................................................................... 45
Gráfico 4 - Evolução do consumo de energia elétrica (MWh) ................................ 46
Foto 1 - Analisador minipa et 5060 e estação de trabalho padrão ...................... 50
Ilustração 1 - Banner distribuído em ação de conscientização 1 ................................ 58
Ilustração 2 - Banner distribuído em ação de conscientização 2 ................................ 59
Ilustração 3 - Banner distribuído em ação de conscientização 3 ................................ 59
Ilustração 4 - Banner distribuído em ação de conscientização 4 ................................ 60
Ilustração 5 - Banner distribuído em ação de conscientização 5 ................................ 60
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Principais práticas de TI Verde adotadas pelas organizações ................... 30
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resultados das buscas nos motores de pesquisa escolhidos ...................... 33
Tabela 2 – Parâmetros de consumo de energia elétrica pelos equipamentos de TI da
amostra pesquisada .......................................................................................................
52
Tabela 3 – Lista de práticas de TI Verde mais adotadas nos IF's do Brasil. ................ 55
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
1.1 Motivação e Contexto........................................................................................... 15
1.2 Objetivos................................................................................................................ 16
1.2.1 Geral ...................................................................................................................... 16
1.2.2 Específicos ............................................................................................................. 16
1.3 Estrutura da Dissertação..................................................................................... 17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 18
2.1 Sustentabilidade.................................................................................................... 18
2.2 Ambientes Institucionais e Organizacionais....................................................... 19
2.2.1 Ambientes Institucionais ..................................................................................... 19
2.2.2 Ambientes Organizacionais ................................................................................. 20
2.3 TI Verde (Green IT).............................................................................................. 21
2.4 TI Verde e as Instituições..................................................................................... 28
2.5 Práticas de TI Verde............................................................................................. 28
2.6 Trabalhos relacionados ....................................................................................... 33
2.7 Conclusão.............................................................................................................. 33
3 MÉTODO ............................................................................................................. 38
3.1 Delineamento do estudo ....................................................................................... 38
3.2 Ambiente da pesquisa .......................................................................................... 38
3.2.1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins ............ 38
3.2.2 Campus Palmas .................................................................................................... 39
3.3 Fatores de inclusão e exclusão............................................................................. 40
3.4 Procedimentos para coleta de dados .................................................................. 41
3.5 Aspectos Éticos ..................................................................................................... 41
3.6 Conclusão............................................................................................................... 42
4 RESULTADOS .................................................................................................... 43
4.1 Levantamento dos gastos com energia elétrica no IFTO Campus Palmas...... 43
4.2 Cálculo médio de consumo de uma estação de trabalho .................................. 50
4.3 Cálculo médio de consumo das estações de trabalho da amostra ................... 52
4.4 Questionário 1 (local) acerca da maturidade dos servidores do Campus
quanto ao tema ..................................................................................................... 53
4.5 Questionário 2 (macro) acerca da maturidade das equipes de TI dos
Institutos Federais quanto ao tema .................................................................... 54
4.6 Descrição da amostra e 1ª coleta de logs ............................................................ 56
4.7 Lista de ações implementadas no campus ......................................................... 57
4.8 Material instrucional (produção e aplicação) .................................................... 58
4.9 Exposição do questionário pós-experimento ..................................................... 61
4.10 Descrição da 2ª amostra e 2ª coleta de logs ........................................................ 62
4.11 Conclusão............................................................................................................... 63
5 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ................................................... 64
6 RECOMENDAÇÕES AOS INSTITUTOS FEDERAIS............................................... 66
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 67
APÊNDICE A – Questionário Local .................................................................. 70
APÊNDICE B – Questionário 2 (macro)............................................................ 74
APÊNDICE C – Questionário 3 (pós-experimento) ......................................... 77
ANEXO A –Orçamento Anual Campus Palmas de 2013 a 2017) ................... 79
13
1 INTRODUÇÃO
A corroborada necessidade da Tecnologia da Informação como parte da infra-
estruturar nas instituições públicas e privadas, tem impulsionado pesquisas acerca dos efeitos
negativos ou positivos desta em consonância com o desenvolvimento sustentável. De acordo com
o Relatório da Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento (1987), a sustentabilidade
está atrelada ao desenvolvimento desde que este garanta o atendimento das necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para atender às suas necessidades.
Um dos meios de se alcançar esse feito é através do gerenciamento e melhoramento da tecnologia
e da organização social.
Nesse ensejo, a Tecnologia da Informação (TI) tem-se dedicado ao estudo e
viabilização de maneiras de minimizar os impactos causados pela informatização dos processos
de trabalho, sobretudo o consumo desenfreado de energia. Tais iniciativas convergem em
mudanças organizacionais, que se iniciam com novas estratégias corporativas, culminando na
aplicação prática, por meio de processos e tecnologias focadas no desenvolvimento sustentável e
na responsabilidade socioambiental.
No Brasil, programas como o PROCEL (Programa Nacional de Energia Elétrica, de
1985), o PBE (Programa Brasileiro de Etiquetagem, de 1984) e o CONPET (Programa Nacional
de Racionalização do Uso de Derivados do Petróleo e do Gás Natural, de 1991) foram pioneiros
ao ter como foco a eficiência energética, ou seja, são voltados às ações diversificadas que visam à
redução de energia necessária para atender às demandas da sociedade (MME, 2010). Impelido
pelas crises energéticas, o governo brasileiro desenvolveu o Plano Nacional de Eficiência
Energética (PNEf) que objetiva “mobilizar a sociedade brasileira no combate ao desperdício de
energia, preservando recursos naturais” (MME, 2014, p. VII).
O PNEf foi aprovado por meio da portaria MME nº 594, de 18 de outubro de 2012, e
orienta as atuações dos diversos entes públicos e privados no combate ao desperdício de energia e
na construção de uma economia energeticamente eficiente. Entre as diretrizes do plano estão
prescrições quanto à eficiência energética (EE) na educação, que objetivam
• Estimular mudança cultural, por meio da aplicação dos conceitos de Política
Ambiental, Conservação e Eficiência Energética e Racionalização de Energia,
14
responsabilidade Social e Sustentabilidade, visando ao uso responsável da energia, dos
recursos do planeta, a proteção ao meio ambiente e ao clima;
• Incentivar a comunidade escolar a adotar a cultura do uso racional e de conservação
de energia, bem como a participar ativamente e de forma contínua na implantação de
projetos de EE;
• Promover a difusão e a utilização de tecnologias, práticas, técnicas e elevado
rendimento energético; (...)
• Conscientizar a população a adotar novos hábitos de consumo. (MME, 2010, p. 49)
Em 2014, foi lançado o Guia para Eficientização Energética nas Edificações Públicas,
recurso do Projeto Esplanada Sustentável (PES), instituído pela portaria interministerial nº 244,
de 6 de junho de 2012, que visa “integrar ações que visam à melhoria da eficiência no uso
racional dos recursos públicos e à inserção da variável socioambiental no ambiente de trabalho”.
No mesmo ano de 2012 o Ministério da Educação firma junto ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão o Termo de Adesão ao PES que tem como objetivos:
I - promover a sustentabilidade ambiental, econômica e social na Administração Pública
Federal; II - melhorar a qualidade do gasto público pela eliminação do desperdício e pela
melhoria contínua da gestão dos processos; III - incentivar a implementação de ações de
eficiência energética nas edificações públicas; IV - estimular ações para o consumo
racional dos recursos naturais e bens públicos; V - garantir a gestão integrada de
resíduos pós consumo, inclusive a destinação ambientalmente correta; VI - melhorar a
qualidade de vida no ambiente do trabalho; e VII - reconhecer as melhores práticas de
eficiência na utilização dos recursos públicos, nas dimensões de economicidade e
socioambientais.
Tendo, a administração pública, consolidado seus ambientes organizacionais
caracterizados pelo uso quase que indispensável dos computadores de mesa (desktop) em seus
processos de trabalho, a TI passa a ter papel relevante no desenvolvimento de métodos de
controle e redução de gastos energéticos das instituições públicas, haja vista que o consumo
sustentável das tecnologias se refere não apenas à redução do número de equipamentos e
cuidados no descarte dos materiais e componentes físicos tecnológicos, mas abrange ainda a
utilização sustentável dessas tecnologias e equipamentos em sua vida útil.
15
1.1Motivação e Contexto
Diante desse quadro analisou-se o contexto do Instituto Federal de Educação Ciência
e Tecnologia do Tocantins (IFTO), especificamente no Campus Palmas, onde nos encontramos
inseridos. Nos últimos 05 anos, o orçamento anual geral do IFTO tem apresentado baixa
representatividade em seu crescimento, chegando a somente 1,12% em 2017, em relação ao
orçamento do ano anterior. Em uma análise comparativa do orçamento do Campus Palmas,
levantamento próprio, realizado através do exame das planilhas orçamentárias disponíveis no
sítio do IFTO, observou-se que os recursos financeiros destinados a esse Campus em 2017 foi
apenas 1,13% maior do que o orçamento de quatro anos atrás (2013), com uma média anual de
ajuste de 0,22%. De 2016 para 2017 o orçamento do Campus Palmas sofreu uma redução de
19,75%. Tal redução tem impacto direto não só sobre os processos de trabalho do órgão, mas
também no consumo de recursos físicos, nos quais também se incluem os recursos de TI que, por
sua vez, têm apresentado grande necessidade de renovação. Esse negativo saldo equacional
limitou drasticamente a possibilidade de novos investimentos, aquisições e consumo de novas
tecnologias nessa instituição. Compreende-se que, com a redução orçamentária, resta otimizar a
capacidade de funcionamento dos recursos materiais ainda existentes evitando, assim, prejuízos à
produtividade da instituição, conseqüentemente se adequando aos esforços do Governo Feral em
incentivar as práticas de sustentabilidade no ambiente organizacional do serviço público.
A falta de especificidades sobre TI na legislação federal acerca de EE e
sustentabilidade na Administração Pública, deixando sem cobertura a dinâmica existente entre as
práticas e hábito do indivíduo em relação às normas as quais a sua instituição está orientada
conduziu para estudos que permitam o desenvolvimento de um conjunto de práticas que podem
ser adotadas pelas diversas edificações distribuídas entre as 149 instituições de ensino ligadas
diretamente ao orçamento do Ministério da Educação do Brasil. Destaca-se, nesse aspecto, o
emprego de práticas de Gestão de TI Verde ou Green IT têm ganhado destaque ao promover a
adoção de um conjunto de ações que visam redução nos impactos ambientais causados pelo
consumo de recursos tecnológicos, redução nos valores empregados no uso e manutenção dos
mesmos, potencializado pela constante discussão sobre esgotamento de recursos naturais não
renováveis e problemas ambientais.
16
Realizou-se, para tanto, estudo acerca de técnicas que poderiam ser utilizadas na
rotina desses ambientes institucionais que promovam a redução dos gastos com energia elétrica
sem comprometer o seu funcionamento promovendo, assim, uma mudança de hábito no
servidor/usuário permitindo a adoção de práticas sustentáveis em suas atividades cotidianas.
O Campus Palmas do IFTO foi o ambiente institucional escolhido para a realização
deste estudo por apresentar os seguintes aspectos: 1) É o ambiente de trabalho deste pesquisador,
e sobre o qual se tem familiaridade e autorização de acesso para realizar a coleta de dados da
pesquisa; 2) A constatação de que houve uma redução de 100% no orçamento do IFTO destinado
à aquisição e manutenção dos Equipamentos de Processamento de Dados em 2017, em relação ao
ano anterior (cujo orçamento foi de R$ 500.000,00) (Brasil, 2016); e 3) O IFTO ainda não possui
um plano operacional que oriente especificamente gestores de TI a promoverem um consumo
consciente dos seus recursos através de ações pontuais e estratégicas voltadas aos servidores que
fossem capazes de impactar no orçamento, como contraponto à redução dos repasses financeiros.
1.2 Objetivos
1.2.1 Geral
Analisar a implantação de técnicas de TI verde em Nível Tático no IFTO, Campus Palmas e ao
fim, sugerir recomendações aos Institutos Federais para implantação de boas práticas de TI Verde
em seus Campi. E mais o que? Recomendar boas práticas?
1.2.2 Específicos
Implantar práticas de TI verde em Nível Tático em um grupo de amostragem no Campus Palmas
do IFTO;
Comparar o comportamento dos usuários antes e após a aplicação das práticas de TI verde,
através da análise dos relatórios dos logs;
17
Estimar o impacto econômico do comportamento dos usuários no consumo de energia, pós-
experimento.
1.3 Estrutura da Dissertação
O presente capítulo apresenta informações acerca da motivação e justificativa de pesquisa
para esse trabalho bem como seus objetivos e procedimentos metodológicos adotados. O restante
da dissertação está organizado da seguinte forma:
• Fundamentação Teórica: Neste capítulo discutiram-se conceitos sobre Sustentabilidade,
Ambientes Institucionais e Organizacionais bem como TI Verde e suas práticas;
• Método do Estudo: Neste capítulo descreve-se o estudo comparativo, compreendendo
etapas quantitativas e aborda-se análise sobre o consumo de energia das estações de
trabalho no Campus Palmas do IFTO;
• Resultados: Nesse capítulo expõem-se os Levantamentos dos gastos com energia do
Campus, também se apresenta os Cálculos médios de consumo das estações de trabalho e
projeta-se o que deveria ser em valores o consumo ideal de cada estação. Descrevem-se
ainda detalhes sobre o experimento aplicado no campus e seus resultados;
• Conclusões e Trabalhos Futuros: Por fim neste capítulo registra-se a interpretação sobre
os resultados dessa pesquisa, prevêem-se ações complementares e trabalhos futuros.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo discutiremos conceitos sobre Sustentabilidade, Ambientes Institucionais e
Organizacionais, também serão apresentados os conceitos sobre TI Verde e suas práticas. Poder-
se-a observar as diferenças entre os níveis de implantação de TI Verde.
2.1 Sustentabilidade
Em 1987, o relatório Our Common Future, divulgado pela Comissão Mundial sobre o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento, definiu desenvolvimento sustentável como aquele que
“satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
suprir suas necessidades” (World Commission on Environment and Development [WCED],
1987, p. 43).
No ambiente científico, o termo sustentabilidade surgiu nas áreas de biologia e
ecologia, representando uma maior conexão entre humanidade e natureza e a conservação de um
equilíbrio dinâmico que permitisse a existência do maior número de espécies possível (SILVA,
Reis. 2011). Já nas organizações, o termo se depara com certa complexidade, uma vez que
representa um conjunto de atributos sociais, econômicos e ambientais que devem ser
internalizados para uma organização se qualificar como sustentável. Tais atributos podem
envolver desde a proteção ao meio ambiente até uma maior consciência social dos atores
produtivos (CUNHA, Christiano F.; SPEARS Eduardo E. ; Decio Zylbersztajn, 2011).
Nas organizações brasileiras a sustentabilidade começou a tornar-se realidade na
década de 1980, quando, em decorrência do aumento da consciência ecológica, mostraram-se
dispostas a arcar com o preço da inclusão dessa nova variável no processo produtivo (ARAÚJO;
Mendonça, 2007).
No Brasil, as primeiras publicações sobre sustentabilidade na área da administração
são da década de 1990. Em estudo bibliométrico, (SOUZA, Rafael B.; et al, 2011) apontaram
como destaques na contribuição para disseminar o tema, autores como: Barbieri (1997), Donaire
(1999), Jacobi (2000), Junior (2001), Layrargues (2000), Maimon (1994), Mello (2000),
19
Miranda, Samudio e Dourado (1997), Motta e Rossi (2001), Nascimento (2001), Neto e
Guimarães (2000), Sachs (1993), Souza (1993), entre outros.
Sob a percepção dos primeiros estudos compreende-se que a sustentabilidade
ambiental, seria alavancada pela limitação na utilização dos recursos esgotáveis e sua permuta
pelos renováveis, pela restrição no consumo, pela criação de tecnologias limpas, além da
concepção e consolidação de mecanismos administrativos de proteção ambiental. Por meio
desses artifícios, a sustentabilidade ambiental originaria contribuições para a superação da radical
distinção que a modernidade faz das atividades humanas e econômicas e dos sistemas naturais, e
nortearia para a perspectiva de que uma economia bem-sucedida depende de uma ecologia
saudável e vice-versa (SILVA; REIS; AMÂNCIO, 2011).
2.2Ambientes Institucionais e Organizacionais
Os itens a seguir, explanam as características e diferenças entre os ambientes
Institucionais e Organizacionais, para melhor compreender as necessidades e particularidades dos
mesmos em meio ao tema abordado nesta pesquisa.
2.2.1 Ambientes Institucionais
O ambiente institucional constitui o que alguns autores definem como as “regras do
jogo". Estas promovem o desenvolvimento das atividades econômicas, bem como as ações
políticas, legais e sociais que governam a base da produção, troca e distribuição (WILLIAMSON,
1996). Os conjuntos de normas e regras delimitam as ações estabelecidas pelo homem,
disciplinando suas ações com seus semelhantes e com o mundo, podendo também regulamentar
outras instituições, definindo os critérios que serão estabelecidos por meio das duas formas de
regras – formais e informais.
Esse ambiente ganha importância quando os custos de transação não podem ser
negligenciados. Não existindo nenhum sistema com esse custo nulo, as instituições devem ser
analisadas e consideradas ( NORTH, Douglass C. 1994). As instituições criam e delimitam o
ambiente onde ocorrerá a transação e onde as às instituições são importantes no sistema
econômico quando existem diferentes níveis de informação entre os agentes econômicos, de
incerteza no mercado, e grande número de concorrentes. Aliados a esses elementos, há os custos
20
de transação, que criam pontos críticos no desempenho econômico. Nesse ambiente turbulento e
incerto, é necessário que haja "regras" que balizem e orientem a direção a ser tomada, para que os
problemas relacionados às interações entre os agentes sejam resolvidos, e os acordos de troca
sejam estabelecidos e cumpridos. O conjunto de instituições econômicas e políticas formam a
matriz institucional da sociedade. O processo de mudança institucional é um processo moroso,
que não ocorre com facilidade, mas que se faz de maneira gradativa, em função dos
conhecimentos e habilidades adquiridos e exercidos pelos agentes. Dessa forma, a rede de
externalidades que surge de uma matriz de regras formais ou restrições informais, irá enviesar os
custos e os benefícios das escolhas em favor da estrutura existente.
Fica evidente a importância do ambiente institucional em todos os sentidos
apresentados, por poder mitigar a incerteza que existe em uma transação que pode levar a ações
oportunistas por parte das organizações envolvidas.
2.2.2 Ambientes Organizacionais
As organizações congregam grupos de indivíduos vinculados a algum propósito
comum ou afinidade em seus objetivos. Esses julgam que ações conjuntas têm um sinergismo
maior do que cada um trabalhando isoladamente, ou seja, a união das ações proporciona maior
organização para atingir os objetivos, quando são coordenadas.
A percepção de mudanças é resultado de escolhas cotidianas elaboradas pelas
organizações que podem ser realizadas com a alteração de contratos entre indivíduos e
organizações. Há ocasiões em que a recontratação requer alterações nas regras preexistentes,
desde que os agentes percebam uma possibilidade de ganho com a mudança, ainda que, por
vezes, a fonte de mudança institucional seja o aprendizado dos agentes, indivíduos ou
empresários organizados que constroem novos modelos mentais para decifrar as mudanças no
ambiente (NORTH, Douglass C. 1994).
As organizações somente conseguem atingir os resultados esperados se houver a
coordenação das ações de seus membros. O mercado, por si só, é um poderoso mecanismo de
coordenação das ações individuais. Nessa situação, cada indivíduo age de forma independente e
autônoma, decidindo quais serão seus planos de ação. A força do mercado está no fato de que,
21
por meio dele, os mais distintos objetivos podem ser perseguidos, mas ninguém tem a capacidade
de impor os seus próprios objetivos sobre os demais (SAES Maria S. M., 2000).
As organizações são estruturas formais que refletem regras institucionais
racionalizadas (MEYER, John W; ROWAN, Brian, 1977), fundamentalmente influenciando o
campo organizacional por sua presença e direção decisória (BRONZO, Marcelo; HONÓRIO,
Luiz C., 2005)
O contexto ambiental pode ser definido em termos de ambiente técnico e
institucional. No primeiro, organizações disponibilizam produtos e/ ou serviços e se baseiam na
relação de troca, enquanto no segundo componentes socioculturais ganham destaque,
caracterizados por regras e exigências sociais. As organizações devem se ajustar a fim de
alcançar apoio e legitimidade.
No contexto das organizações, observa-se a tendência para incorporar práticas e
procedimentos definidos por conceitos racionalizados, prevalecentes do trabalho organizacional e
institucionalizados na sociedade, na busca por aumentar sua legitimidade e perspectiva de
sobrevivência, independente da eficácia imediata das práticas e procedimentos adquiridos
(MEYER, John W; ROWAN, Brian, 1977).
2.3 TI Verde (Green IT)
À medida que a aquisição dos equipamentos de informática se tornou mais acessível
financeiramente, mais rápida vem sendo sua popularização (LUNARDI, Guilherme L.; DOLCI,
Pietro, C.; MAÇADA, Antônio C. G. 2010). A TI tem representado uma parte significativa e
crescente dos problemas ambientais que a sociedade se depara atualmente (MURUGESAN, San
2008). Problemas como o elevado consumo de energia elétrica (que contribui, também, para a
emissão de gases nocivos), a quantidade de insumos não-renováveis utilizada na produção de
computadores e periféricos, bem como o descarte de equipamentos obsoletos (OZTURK et al.,
2011)
O efeito negativo da TI na sustentabilidade ambiental e a magnitude do tema
sustentabilidade estimulou o interesse da academia para a realização de pesquisas sobre TI verde
22
(CHEN, Junye et al. 2008; WATSON, Richard T. et al. 2010; SISAYE,
Seleshi; BIRNBERG, Jacob G. 2010).
O uso ineficiente da TI, além de prejudicar o meio ambiente, pode resultar em
maiores custos para as organizações (MELVILLE, Nigel. 2010). Para desenvolver um ambiente
organizacional sustentável em harmonia com os anseios da sociedade atual surge o tema TI
Verdeou Computação Verde, movimento sócio técnico onde políticas, pesquisas, produtos e
práticas buscam minimizar os efeitos danosos ao meio ambiente, provocados pelo uso intensivo
da tecnologia da informação.
TI Verde é um termo genérico para as medidas e atividades do departamento de TI
das empresas que visam contribuir para os objetivos orientados pela sustentabilidade empresarial
e pela responsabilidade social corporativa (CHEN, Junye et al., 2008; SCHIMIDT, Gavin A. et
al., 2010). O conceito de ti verde ou computação verde destaca-se como um movimento sócio-
técnico que implementa políticas, práticas, estratégias e produtos (software e hardware) que
podem ajudar a melhorar e promover a sustentabilidade ambiental (SALLES, Ana C.; et al.
2013).
TI Verde pode ser definido como o conjunto de práticas sustentáveis que deixam
menos prejudicial o uso da computação. (HESS, Pablo, 2009) e surge como resposta de questões
relacionadas aos impactos ambientais.
Ainda que a TI venha representando uma parte significativa dos problemas
ambientais, a abordagem chamada de TI verde não considera mais a tecnologia como uma razão
para os problemas ambientais, mas sim como uma potencial solução (LOSS, Arcângelo, et al.,
2011).
Segundo (LUNARDI, Guilherme L.; SIMÕES, Renata; FRIO, Ricardo S. 2011), a TI
Verde ainda é um movimento recente, por isso, ainda não apresenta um conceito inteiramente
definido, tão pouco representa um conjunto predeterminado de práticas aceitas e aplicadas por
todas as organizações, Segue afirmando que a adoção de práticas de TI Verde pode gerar valor
para as organizações e para a sociedade, além de oferecer muitas oportunidades às organizações
para operar de forma mais sustentável, seja economizando gastos com energia, papel, água,
transporte, espaço físico, manutenção e descarte, ou ainda melhorando sua imagem, respeitando o
meio ambiente e valorizando seus funcionários.
23
Nesse sentido, a Tecnologia de Informação Verde pode ser considerada como aquela
que se utiliza de estudos para projetar, fabricar, utilizar e descartar produtos e subprodutos
computacionais, pressupondo efetividade para garantir níveis mínimos de impactos negativos ao
meio ambiente (MURUGESAN, San, 2010). Além disso, está atenta ao desperdício, à economia
da eficiência energética e ao custo total de propriedade, englobando o custo de descarte e
reciclagem. Compreende, ainda, instrumentos para controlar, orientar e comunicar as práticas
usadas (SCHMIDT, Nils H. et al. 2010).
Para MURUGESAN, San, 2008, TI Verde é o estudo e a prática de projetar, fabricar,
utilizar e descartar computadores, servidores e subsistemas associados (monitores, impressoras,
dispositivos de armazenamento e de rede e sistemas de comunicação), de modo eficiente e eficaz,
com o mínimo de impacto para o meio ambiente.
BROOKS, Stoney; WANG, Xuequn. 2010 dividem TI Verde em: (a) iniciativas que usam
de infra-estrutura para alterar processos organizacionais e/ou práticas para melhorar a eficiência
energética e reduzir os impactos ambientais; e (b) a introdução de produtos ambientalmente mais
saudáveis e/ou serviços.
De acordo com CARINHANA, Dermeval Jr. 2008, verde é o estudo e prática
relacionados ao projetando, fabricação, uso e descarte de computadores, servidores e associado a
subsistemas (monitores, impressoras, dispositivos de armazenamento e sistemas de rede e
comunicação) com eficiência e eficácia, com mínimo ou nenhum impacto sobre o meio ambiente.
Além disso, ele está preocupado com a eficiência energética, resíduos e posse total de custos, que
inclui a descarga e os custos de reciclagem. (SCHMIDT, Nils H. et al. 2010) adicionaram que
verde também inclui ferramentas para controlar, orientar e comunicar as práticas adotadas.
Ser verde tornou-se uma nova atividade na agenda dos líderes de TI (Gartner, Inc.
2010). As organizações que se preocupam com sua responsabilidade social e ambiental,
sustentabilidade empresarial e Green IT tem lidado com estas questões através da realização de
políticas claras na aquisição de equipamento (menos consumo de energia, material reciclado e
material não-poluente), o uso de computadores e impressoras (processos computacionais mais
eficientes, recarga de cartucho, reciclagem de papel e menos impressão) e computadores e projeto
de instalações de datacenter (virtualizados, menores as instalações com menos consumo de
energia e sistemas de ar condicionado melhores) (LUNARDI, Guilherme L. ; et al., 2011 ).
24
De fato, diversos estudos apontam que a importância da TI Verde para a organização
está intimamente relacionada com o alinhamento de TI aos negócios (ELLIOT, Steve; BINNEY,
Derek. 2008; MOLLA, Alemayehu. et al., 2008; MOLLA, Alemayehu. 2009; SCHMIDT, Nils H.
et al. 2010). Faz-se necessário, então, que a gestão corporativa torne o tema TI Verde
profundamente presente no departamento de TI para que se crie uma configuração apropriada no
contexto de uma estratégia ambiental. Desse modo, a TI Verde pode se tornar uma poderosa
iniciativa para alinhar as atividades do departamento de TI com a estratégia ambiental
corporativa, propiciando que a organização permaneça competitiva ao longo dos anos
(SCHMIDT, Nils H. et al. 2010).
(BOSE, Ranjit; LUO, Robert X. 2012) afirmam que boa parte dos estudos disponíveis
indica que a atuação da área de TI é critica para enfrentar o problema, porém precisa do
envolvimento da organização como um todo para a obtenção de resultados significativos. No
entanto existem lacunas na literatura de sistemas de informação (SI) quanto a um melhor
entendimento sobre o papel e as potenciais contribuições da TI no domínio da sustentabilidade
ambiental.(JENKIN,Tracy A.; WEBSTER, Jane; MCSHANE, Lindsay. 2011; BOSE, Ranjit;
LUO, Robert X. 2012) que precisa ser suprido. (PITT, Leyland; et al. 2011) sugerem que as
teorias tradicionais utilizadas nas pesquisas de SI são insuficientes para entender o papel dos
sistemas de informação no contexto da sustentabilidade. TI Verde aparece como um campo de
pesquisa relativamente novo, seu avanço como área de estudos requer teorização, construção de
modelos e desenvolvimento de medidas (HAIR, Joseph F. Jr. ; et al. 2009).
Nota-se assim, vários motivos e estímulos que levam a adoção de práticas de TI
Verde. (MOLLA, Alemayehu; ABARESHI, Ahmad. apud Salles, Ana C. 2012) classificam esses
motivos em quatro categorias: aqueles relacionados à ecoeficiência, à ecoeficácia, à
ecorresponsividade e à ecolegitimidade.
• Ecoeficiência: Reflete o desejo de melhorar a sustentabilidade ambiental
associada aos objetivos de redução de custos;
• Ecoeficácia: Tem origem no sistema de valores e crenças da organização
para alcançar resultados sociopolíticos, além da preocupação com o meio
ambiente;
• Ecorresponsividade: Refere-se ao desejo de melhorar a sustentabilidade
ambiental por meio de oportunidades verdes ou como resposta a ações dos
concorrentes, clientes e fornecedores;
25
• Ecolegitimidade: São ações em prol da sustentabilidade ambiental
influenciado por diferentes pressões políticas e sociais, as quais estão
expostas as organizações.
Conforme (KO, Myung; CLARK, Jan G; KO, Daijin 2011), para que a TI Verde
traga resultados, é preciso que a organização esteja consciente sobre a necessidade de abordar as
questões ambientais de uma forma mais proativa, de modo a proteger o meio ambiente, enquanto
reduz o impacto negativo de suas atividades sobre o mesmo. O apoio da alta gerência é também
um fator significativo, pois é ela que geralmente determina a forma e a direção das atitudes
gerenciais da organização (DICK, Geoffrey N.; BURNS, Max. 2011).
Autores têm salientado as vantagens que uma organização tem por ser considerada
verde (BROOKS, Stoney; WANG, Xuequn. 2010; MURUGESAN, San. 2010), sendo os
benefícios ambientais e os financeiros os principais (Brooks et al., 2010). TI Verde incorpora o
conceito do aspecto ambiental da sustentabilidade no que diz respeito à “eficiência energética e
ser ambientalmente correto”, e “planejar e investir em infra-estrutura tecnológica que sirva às
necessidades de hoje, assim como as necessidades de hoje conservem recursos e economizem
dinheiro” (POLLACK, Thomas A. 2008).
Os gastos necessários para manter a infra-estrutura de TI com servidores,
computadores, monitores e demais periféricos funcionando adequadamente já representa a
terceira maior fonte de consumo de energia dentro das grandes empresas. ( LUNARDI,
Guilherme L.; et al. 2014)
Para que a TI Verde traga resultados, é necessário que a organização esteja consciente
da necessidade de abordar questões ambientais de forma mais proativa, de modo a proteger o
meio ambiente, enquanto reduz o impacto negativo de suas atividades sobre ele (KO, Myung;
CLARK, Jan G; KO, Daijin. 2011) Fazer com que os tomadores de decisão e os indivíduos
percebam benefícios de ações em prol do meio ambiente é essencial para criar processos e
práticas mais sustentáveis nas organizações (MELVILLE, Nigel 2010).
Pesquisadores têm notado que as organizações devem adotar práticas que encorajem
o comportamento de seus funcionários para serem coerentes com as políticas de responsabilidade
ambiental que as organizações realmente dizem apoiar (PELOZA, John; HASSAY, Derek. 2006).
26
Seja definindo o uso de impressoras com impressão frente e verso, incentivando a
reciclagem de papel e, até mesmo, recomendando aos funcionários formas sobre como
economizar energia. A compreensão dessas atitudes ambientais e as mudanças de rotina que
ocorrem no nível organizacional são centrais para obter sucesso no uso da TI Verde (LUNARDI,
Guilherme L. et al 2013).
Colocar em prática a TI Verde exige mudanças tecnológicas e de comportamento. As
mudanças tecnológicas se concentram em melhorar a infra-estrutura de TI e de negócios para
torná-las ambientalmente corretas. As mudanças de comportamento, por conseguinte, podem ser
realizadas através do agir de maneira ambientalmente responsável e pelo desenvolvimento e
aplicação de políticas organizacionais alinhadas com a estratégia de TI da organização.
(LUNARDI, Guilherme L.; et al. 2011) identificaram que as práticas ligadas aos
datacenters e à substituição de equipamentos obsoletos por equipamentos mais eficientes
aparecem como as principais utilizadas somadas às práticas de conscientização, tais como as
campanhas internas focadas na redução do impacto ambiental, a escolha de fornecedores verdes e
a presença de políticas organizacionais para regular a sustentabilidade da TI.
Na TI Verde, estão compreendidas a gestão de todas as atividades e medidas do
departamento de TI voltadas a reduzir o consumo de recursos por TI. Nela ainda se incluem
instrumentos para controlar, orientar e comunicar as práticas adotadas (SCHMIDT et al., 2010)
A emissão e a utilização de energia são parâmetros significativos que precisam ser
mensurados para avaliar o impacto ambiental da TI (MOLLA, Alemayehu. 2009). O
gerenciamento inteligente da tecnologia é uma alternativa às empresas para reduzir os danos
causados ao meio ambiente, melhorar a efetividade do consumo de energia elétrica e reduzir os
custos operacionais do negócio (MELVILLE, Nigel. 2010).
Segundo (DEDRICK, Jason. 2010) existem dois desafios para a gestão de TI:
primeiro, os gerentes de TI serão requisitados para minimizar o consumo de energia, as emissões,
a ineficiência e o desperdício relacionado a TI; e, em segundo lugar (e talvez mais importante), os
gerentes de TI deverão fornecer soluções que possibilitem às empresas medir, monitorar, reportar
e reduzir o impacto ambiental que causam.
27
A literatura tem destacado diferentes vantagens de ser verde. Segundo Brooks et al.
(2010), existem duas grandes categorias de benefícios: os ambientais, associados a objetivos de
ecoequidade, e os financeiros, associados aos objetivos de ecoeficiência.
A ecoequidade refere-se à igualdade de direitos entre as gerações atuais e futuras aos
recursos ambientais disponíveis. Baseia-se na responsabilidade social que devemos ter pelas
gerações futuras que sofrerão as consequências de um consumo excessivo de recursos escassos e
da degradação do meio ambiente ocasionada pela sociedade atual. Para responder a demanda da
ecoequidade é preciso desenvolver normas corporativas e sociais coletivamente para que se
possam gerenciar os impactos causados ao meio ambiente, suprindo as necessidades de agora
sem comprometer as de amanhã. Por sua vez, a ecoeficiência refere-se à entrega de produtos e
serviços com preços competitivos que satisfazem as necessidades e trazem qualidade de vida,
enquanto progressivamente reduzem os impactos ecológicos e a quantidade de recursos utilizados
no ciclo de vida dos produtos e serviços. A ecoeficiência é essencialmente uma pressão
econômica para que as empresas busquem esse objetivo, ou seja, produzir mais com menos,
mantendo ou aumentando seus lucros.
Ainda sobre isso, (DYLLICK, Thomas; HOCKERTS, Kai. 2002, apud WATSON,
Richard T. et al., 2010), a ecoeficiência consiste na entrega de produtos e serviços com preços
competitivos que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida, enquanto
progressivamente reduzem os impactos ecológicos e a intensidade de recursos utilizados em todo
o ciclo de vida, em um nível que esteja pelo menos em linha com a capacidade do planeta. A
redução de custos motiva fornecedores a buscarem a produção eco eficiente, assim, a eco
eficiência está alinhada com os objetivos corporativos. Nesse sentido, a questão econômica é um
fator relevante, uma vez que as empresas visam ao aumento de seus lucros. Similarmente, os
consumidores respondem a pressões econômicas para reduzir seus gastos. A eco equidade, por
sua vez, refere-se à equidade entre as pessoas e as gerações e, em particular, aos direitos iguais de
todas as pessoas aos recursos ambientais. No centro da definição de sustentabilidade, está a
crença de que deve haver uma distribuição justa de recursos entre a humanidade. A eco equidade
foca a responsabilidade social pelas gerações futuras que vão pagar as consequências do consumo
excessivo de recursos escassos e da degradação do meio ambiente. Isso significa que é necessário
28
desenvolver normas corporativas e sociais que suportem a eco equidade de agora e de amanhã
(DYLLICK, Thomas; HOCKERTS, Kai. 2002, apud WATSON, Richard T. et al., 2010).
2.4 TI Verde e as Instituições
Discutindo o tema da TI verde no ambiente organizacional, o consumo de energia
sempre vem em primeiro lugar, por ser a área que mais demanda despesas dentre os outros
abordados, sendo assim, a busca por meios de manter ou aumentar o desempenho empresarial
gastando o mínimo possível de energia é constante. (TAKAHASHI, Arthur G. et al, 2009):
A pauta TI verde tornou-se realidade nas estratégias institucionais pelo mundo por
abranger diretrizes que estão voltadas a não agressão do meio ambiente e redução de custos,
focadas em pessoas, produtos e processos. Este trabalho irá explorar em seu experimento a
abordagem de processos e pessoas para comparar os resultados e possíveis projeções econômicas
proporcionadas pelas práticas nele experimentadas.
2.5 Práticas de TI Verde
As chamadas "práticas verdes" são fruto de movimentos relacionados à preservação
ambiental e sustentabilidade, que por sua vez recebem a mesma classificação. Os "Movimentos
Verdes" são uma resposta à rejeição dos antigos modelos de produção baseada no consumo
ilimitado e inimputáveis danos ao meio ambiente.
O relatório "Nosso Futuro Comum", de 1987, da Organização das Nações Unidas,
definiu Desenvolvimento Sustentável como sendo aquele que “satisfaz às necessidades do
presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas necessidades”
(World Commission on Environment and Development, 1987, p. 43).
Segundo (TAKAHASHI, Arthur G. et al, 2009), As práticas de TI Verde se dividem
em três níveis:
29
• TI Verde de incrementação tática: Não modifica a infra-estrutura de TI nem as políticas
internas, apenas incorpora medidas de contenção de gastos elétricos excessivos. São exemplos, o
uso de monitoramento automático de energia disponível nos equipamentos, o desligamento dos
mesmos nos momentos de não-uso, a utilização de lâmpadas fluorescentes e a otimização da
temperatura das salas. Estas medidas são simples de serem implementadas e não geram custos
adicionais às empresas.
• TI Verde Estratégico: Exige a convocação de uma auditoria sobre a infra-estrutura de TI
e seu uso relacionado ao meio-ambiente, desenvolvendo e implementando novos meios viáveis
de produção de bens ou serviços de forma ecológica. São exemplos, a criação de uma nova infra-
estrutura na rede elétrica visando à sua maior eficiência e sistemas computacionais de menor
consumo elétrico (incluindo novas políticas internas e medidas de controle de seus descartes),
além da preocupação com a retenção de gastos elétricos, o marketing gerado pelas medidas
adotadas pela marca é também levado em consideração.
• Deep Green IT (TI Verde "a fundo"): Mais amplo que os dois primeiros, incorpora
o projeto e implementação estrutural de um parque tecnológico visando à maximização do
desempenho com o mínimo gasto elétrico; isto inclui projetos de sistemas de refrigeração,
iluminação e disposição de equipamentos no local com base nas duas primeiras estruturas
anteriores (o que demanda um custo muito maior que as duas primeiras).
Tendo a implementação da TI Verde no nível Tático como a mais simples (com
vantagens significativas, porém limitadas), o autor afirma que se pode observar a redução do
consumo energético com o desligamento dos monitores em desuso - que representam 50% do
total dos Gastos elétricos quando o mesmo é de CRT e 30% ou menos quando são de LCD.
(TAKAHASHI, Arthur G. et al, 2009)
Na pesquisa realizada por (LUNARDI, Guilherme L.; et al. 2011) em 196 artigos,
foram identificadas 37 diferentes práticas de TI Verde adotadas pelas organizações, sendo estas
classificadas em sete categorias gerais: práticas de conscientização, datacenter verde, descarte e
reciclagem, fontes alternativas de energia, hardware, software e impressão. (Quadro 1) Embora
30
algumas dessas práticas exijam elevados investimentos (especialmente aquelas ligadas aos
datacenters, às fontes alternativas de energia e à substituição de equipamentos obsoletos por
novos), boa parte das práticas de sustentabilidade pode ser adotada sem que a saúde financeira da
empresa seja comprometida, apenas dependendo do esforço e da vontade dos usuários, e do apoio
e direcionamento da organização (LUNARDI,Guilherme L. ; et al., 2011).
Quadro 1 - Principais práticas de ti verde adotadas pelas organizações. Práticas de Conscientização:
Campanhas de conscientização Ecoequidade 13
Fornecedores verdes Ecoequidade 12
Política de sustentabilidade Ecoequidade 12
Tele trabalho/videoconferência Ecoeficiência 6
Prédio verde Ecoequidade 3
Comitês de sustentabilidade Ecoeficiência 1
Análise de eficiência energética Ecoeficiência 1
Datacenter Verde
Consolidação de servidores Ecoeficiência 36
Consolidação de desktops Ecoeficiência 14
Modernização do datacenter Ecoeficiência 13
Terceirização de servidores Ecoeficiência 2
Descarte e Reciclagem
Reciclagem de peças, cartuchos e equipamentos Ecoeficiência 14
Descarte correto Ecoequidade 12
Recolhimento de materiais Ecoequidade 8
Doação ou entrega de equipamentos Ecoequidade 6
Estímulo para os recicladores Ecoequidade 3
Leis de regulamentação
Ecoequidade 2
Trazem (incentivo à entrega do equipamento antigo na
compra de um novo)
Ecoeficácia 2
Fontes Alternativas de Energia
Uso de energias renováveis Ecoeficácia 9
Aproveitamento do calor para outros fins Ecoeficácia 1
Aproveitamento da água Ecoeficácia 1
Hardware
Equipamentos mais eficientes Ecoeficiência 25
Substituição de monitores CRT por LCD Ecoeficiência 9
Eliminação de componentes nocivos nos produtos Ecoequidade 6
Produtos novos com componentes reciclados Ecoeficácia 3
Aumento do ciclo de vida dos produtos Ecoeficiência 2
Impressão
Monitorar impressões ecoeficiência 6 6
Digitalização de documentos Ecoeficiência 6
Terceirização de impressões Ecoeficiência 6
Impressão frente e verso Ecoequidade 4
Consolidação de impressoras Ecoeficiência 3
Uso de papel reciclado Ecoequidade 2
Uso de multifuncionais Ecoeficiência 1
Software
Sistemas de gerenciamento de energia Ecoeficiência 9
Aplicativos eficientes Ecoeficiência 7
Sistemas de controle (emissão de gases, qualidade da Ecoequidade 6
31
água)
Sistema para projetar produtos mais eficientes Ecoeficácia 1
Fonte: LUNARDI, Guilherme L.; FRIO, Ricardo S.; BRUM, Marilia de M., 2011.
Observado este espectro destacaram-se 16 Práticas de sustentabilidade derivadas das
pesquisadas por LUNARDI, Guilherme L.; FRIO, Ricardo S.; BRUM, Marilia de M., 2011 que
mais se fazem presentes no cenário pesquisado neste trabalho, o IFTO Campus Palmas. São elas:
• Virtualização de Servidores: Consiste em usar apenas uma máquina física com
diversas máquinas virtuais, dedicando uma para cada servidor (podendo ser utilizado
para fomentar Internet, e-mail, armazenamento de dados entre outros serviços).
Reduzindo os custos operacionais, administrativos e financeiros, bem como de espaço
físico;
• Virtualização de estações de trabalho: O conceito deste por sua vez segue o de
virtualização de servidores, usar apenas uma máquina física com diversas máquinas
virtuais, no entanto é operado diretamente pelo usuário final. Entre suas vantagens
estão à flexibilidade e mobilidade de usuários entre estações, atualização e migração
de sistemas operacionais, manutenção entre outras;
• Uso de lâmpadas de LED: O uso deste tipo de equipamento trás consigo uma
significante redução no consumo de energia e seu descarte é considerado lixo
comum;
• Uso de Ar-condicionado central: Ligado a este item nós temos alguns fatores de
resultado positivo, sendo o primeiro a redução no custo de aquisição e manutenção de
equipamento, outro resultado o impacto ambiental resultante da menor emissão de
gazes entre outros temos a redução no consumo de energia resultante de vários
dispositivos ligados simultaneamente;
• Substituição de monitores CRT (Tubo): O uso dos Monitores CRT (Tubo) se
tornou desaconselhado com o surgimento de novas tecnologias, por levar chumbo na
fabricação de seu vidro.
32
• Uso de Eco-Fonte: A opção pelo uso desta fonte aumenta o tempo útil de um toner
ou cartucho reduzindo assim os gastos ou os impactos provenientes dos desperdícios
de impressão.
• Impressão frente e verso: A utilização deste modo de impressão reduz o consumo
de papel e impacta diretamente na aquisição do mesmo, causando redução nos gastos
e impactos ambientais.
• Impressora de uso coletivo: Centralizar o fluxo de impressão possibilita que a
administração tenha maior controle sobre a demanda bem como reduz o número de
unidades contratadas quando o serviço é terceirizado ou de manutenção quando estas
são adquiridas pela organização;
• Reciclagem de toners e cartuchos: A adoção desta medida impede que um item
plástico seja lançado aos aterros sanitários, bem como os componentes químicos que
compõe seu conteúdo.
• Reaproveitamento de papel: A reutilização dos papeis oriundos de falhas em
impressão ou de outras fontes para os mesmos impacta diretamente na aquisição de
novos insumos.
• Digitalização de documentos: Este procedimento evita problemas com falsificações
e extravios, além de o documento eletrônico ficar armazenado no datacenter da
instituição e poder ser acessado a qualquer hora, sem contar a redução no consumo de
papel produzido através do processamento de madeira;
• Descanso de tela Stand-by programado (Apagar a tela): Procedimento que
possibilita a desativação dos monitores de forma temporária e de rápida retomada de
ativação;
• Hibernação ou desligamento programado de equipamentos: Solução semelhante
ao item acima descrito, porém com desligamento total ou parcial dos dispositivos,
exigindo ativação manual dos mesmos após execução;
• Campanha de conscientização sobre o tema Sustentabilidade: Este item diz
respeito ao processo institucional de formação sobre a temática;
33
• Distribuição de material gráfico instrucional: Já aqui vemos uma das etapas
referentes ao item anterior:
• Publicação por meio eletrônico oficial (e-mail, site, intranet) de matérias
voltadas aos temas: Aqui é a etapa onde se apropria dos recursos já utilizados e
validados pela instituição, para fortalecer o processo de formação no tema proposto.
2.6 Trabalhos relacionados
No intuito de conhecer os estudos já realizados sobre o campo da TI Verde, realizou-
se uma pesquisa no motor de busca on-line SciElo, Portal CAPES e a plataforma IEEExplorer
usando a combinação de palavras-chave [TI verde; Computação verde, Sustentabilidade] em
português e em inglês, pois são palavras-chave para o desenvolvimento desse tema. Os resultados
obtidos seguem dispostos na tabela a seguir:
Tabela 1 - Resultados das buscas nos motores de pesquisa escolhidos, sendo resultados tipo "A"
publicados nos últimos 5 anos e "B" todos disponíveis.
Palavra chave Periódicos Capes IEEExplore Scielo
1-Green computing e Pt A-105
B-123
A-68
B-83
A-0
B-2
2-Green IT e Pt A-75
B-118
A-53
B-71
A-4
B-8
3-Sustaintability e Pt A-26.327
B-61.029
A-2
B-2
A-123
B-3
4-Green Tecnology e Pt A-187
B-549
0 0
Fonte: Elaboração própria.
Entre os trabalhos que serviram de base no estudo para elaboração dessa pesquisa e
considerados mais próximos ao tema da mesma, foram listados a seguir, com suas descrições e
colaborações:
1 - Estudo do consumo energético de monitores com fundo de tela preto.(MAGALHÃES, Diego
F. C. ; et al, 2009)
O trabalho apresentou um estudo sobre a economia de energia que poderia ser obtida
utilizando predominantemente a cor preta como fundo de tela de um monitor que normalmente
apresenta cores claras e mais brilhantes como fundo de tela de sites e programas. Afirma que o
34
consumo de energia por parte do monitor utilizando a cor preta é menor que o consumo de outras
cores como o branco. Um exemplo citado deste tipo de iniciativa para redução de consumo é
apresentado através do buscador Blackle, que se propõe a trabalhar como o buscador Google,
mas que utiliza predominantemente o fundo de tela preto. Concluíram que podem ser obtidos
grandes volumes de economia, tanto monetária quanto energética, através de alterações
tecnicamente simples e em um curto período de tempo.
2 - As práticas de sustentabilidade ambiental e suas influências na nova formatação institucional
das organizações (MORAIS, Dafne. O. C. ; OLIVEIRA, Natália Q. S. ; SOUZA, Elnivan. M.
2014)
Neste trabalho Morais adotou como objetivo convergir considerações entre práticas de
sustentabilidade ambiental e suas influências na nova formatação institucional das organizações
sob a lente da Teoria Institucional. Morais também notou que muitas práticas de sustentabilidade
ambiental realizadas pelas organizações são resultado de pressões do governo, da sociedade e da
concorrência, que se convertem em forças isomórficas, quais sejam: o isomorfismo coercitivo,
normativo e mimético. Sendo assim, as empresas acabam por aderir às práticas de
sustentabilidade ambiental movidas pela racionalidade coletiva.
3 - Gestão energética de edificações públicas no Brasil (OLIVEIRA, Lilian S. 2013)
O trabalho de Oliveira partindo da premissa de que até 2030 o governo brasileiro almeja
reduzir 10% do consumo de energia elétrica, a partir de ações em eficiência energética, analisa se
as metas de governo são possíveis de serem alcançadas, também propõe soluções que visam à
eficiência. Apresenta-se a evolução das ações em eficiência energética no Brasil, realiza um
levantamento sobre o quantitativo e consumo de energia elétrica de edificações públicas. A partir
dos resultados com o estudo de caso elaborado, Oliveira notou que é possível alcançar economias
de energia elétrica três vezes superiores ao almejado pelo governo. Assim são apresentadas
propostas para a implantação de um plano de negócios em eficiência energética no Brasil,
visando eliminar os atuais obstáculos institucionais, legais e financeiros que impedem maiores
avanços das atividades de eficiência energética, propondo como alternativa de relevada
importância a obrigatoriedade da certificação energética de edificações.
4 - Educação para a sustentabilidade: a construção de caminhos no instituto federal de educação,
ciência e tecnologia do rio grande do sul (ifrs) (PALMA, Lisiane C.; ALVES, Nilo B.; SILVA,
Tânia N. 2013)
O estudo de Palma teve por objetivo identificar como questões relacionadas ao assunto
Sustentabilidade estão sendo tratadas nos IFs brasileiros, especialmente no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Para tanto, foi realizada uma
pesquisa de caráter exploratório, delineado por um escopo descritivo, para verificar como a
35
sustentabilidade tem sido abordada nos cursos do IFRS relacionados ao eixo tecnológico gestão e
negócios. Palma observou que, apesar do IFRS apresentar em seus documentos uma preocupação
com o assunto, não existe uma política institucional que integre as ações relativas à
sustentabilidade na organização em geral, sendo que a introdução do tema nos cursos acontece de
formas diversas, por iniciativa de alguns professores, Contudo, projetos que buscam a inserção da
sustentabilidade em cursos da área de gestão e negócios foram identificados, como sendo
desenvolvidos nos campi Canoas e Osório.
5 - Tecnologia da Informação Verde: Um Estudo sobre sua Adoção nas Organizações (SALLES,
Ana C. et al. 2014)
A pesquisa de Salles objetivou, analisar a adoção da TI Verde nas organizações,
examinando, mais especificamente, os motivos de adoção, as práticas implantadas, os benefícios
percebidos e as dificuldades enfrentadas. Foram feitos três estudos de caso com empresas de
diferentes setores econômicos. Os resultados de seu trabalho indicam que as ações, em sua
grande maioria, enquadram-se em intersecções formadas pelas três dimensões da sustentabilidade
– ambiental, social e econômica – e por uma quarta dimensão, chamada de legal. Além disso,
mostram que a implementação parte, inicialmente, da identificação de benefícios financeiros e
operacionais, revelando que os benefícios da dimensão ambiental surgem como uma
consequência positiva das mudanças provocadas em função de aspectos econômicos e legais.
6 - Implementação de TI Verde nas organizações: uma visão estruturacional (DOLCI, Décio B.;
et al, 2015)
O trabalho de Dolci, explica a dinâmica da implementação de TI Verde nas organizações,
tendo em conta o modo de exibição estruturacionista da tecnologia. Realizou também uma
pesquisa de estudo de caso com base em casos de três empresas brasileiras. Os resultados
apresentam uma melhor compreensão da relação entre tecnologia, os indivíduos e organização
institucional.
7 - Desenvolvimento de uma escala para avaliar o grau de utilização da tecnologia da informação
verde pelas organizações (LUNARDI, Guilherme L.; ALVES, Ana P. F.; SALLES, Ana C.,
2014)
Lunardi objetivou desenvolver e validar um instrumento para avaliar o grau de utilização
da TI Verde pelas organizações. Verificou-se segundo seus estudos que a TI Verde pode ser
mensurada: pela efetividade das ações sustentáveis aplicadas à área de TI; pelo grau de
orientação ambiental e pelo nível de consciência socioambiental da organização; pelo
monitoramento das atividades de TI; e pelo grau de expertise ambiental na área de TI. A
orientação ambiental e as ações de TI Verde aparecem como as dimensões mais efetivas,
sugerindo serem as principais desencadeadoras da presença da TI Verde nas organizações. A
36
consciência socioambiental é, por sua vez, a dimensão menos efetiva, indicando que as questões
ambientais ainda não são prioridade para as empresas investigadas.
8 - Tecnologia da Informação e Sustentabilidade: Levantamento das Principais Práticas Verdes
Aplicadas à Área de Tecnologia (LUNARDI, Guilherme L.; FRIO, Ricardo S.; BRUM, Marilia
de M., 2011)
Em sua pesquisa, Lunardi objetivou identificar as principais práticas de TI Verde adotadas
pelas organizações. O estudo foi realizado a partir da análise de 196 anúncios publicados na
internet sobre esse tema, identificou 37 diferentes práticas de TI Verde, agrupadas em sete
categorias distintas: práticas de conscientização, datacenter verde, descarte e reciclagem, fontes
alternativas de energia, hardware, impressão e software.
9 - TI Verde: uma análise dos principais benefícios e práticas utilizadas pelas organizações
(LUNARDI, Guilherme L.; SIMÕES, Renata; FRIO, Ricardo S., 2013)
Desta vez Lunardi, objetivou identificar e analisar os principais benefícios e práticas de TI
Verde adotados pelas organizações. Tecendo um estudo exploratório-descritivo, cujos dados
foram obtidos e analisados a partir de 202 diferentes anúncios publicados sob a forma de artigos,
cases, entrevistas, notícias e sites institucionais, no período de 2006 a 2011. Lunardi categorizou
a partir daí as principais práticas e seus respectivos benefícios. Identificou que os principais
ganhos estão associados à redução de custos, à redução de insumos, ao menor consumo de
energia, à melhoria da imagem institucional e à redução da emissão de gases. Dentre as práticas
mais utilizadas, destacam-se a consolidação de servidores e desktops, o uso de equipamentos
mais eficientes, a reciclagem de componentes e as campanhas de conscientização.
10 - Adoção de Práticas de TI Verde nas Organizações: Um Estudo Baseado em Mini Casos
(SALLES, Ana C.; et al, 2013)
Motivada pela necessidade de se compreender melhor a relação entre estratégias de
sustentabilidade e práticas da TI Verde, Salles desenvolveu um estudo tendo por objetivo analisar
a adoção da TI Verde nas organizações, examinando, mais especificamente, motivos de adoção,
práticas aplicadas na área de TI, benefícios percebidos e dificuldades enfrentadas. Conduzindo
três estudos de caso. Ainda segundo Salles, os resultados encontrados sobre adoção da TI Verde
por empresas usuárias de TI e difusão de diferentes práticas no meio empresarial podem auxiliar
pesquisadores na compreensão do fenômeno e administradores na formulação de estratégias que
visem à sustentabilidade.
11 - Ti Verde – Implementação de Práticas Sustentáveis em Empresa de Tecnologia da
Informação (Abreu, Aline F.; Monteiro, Miriam S.; ROMITO, Paulo R. 2012)
37
O trabalho mostra a implementação de TI Verde em uma empresa de automação
comercial, visando o descarte correto e manuseio dos equipamentos eletrônicos, a fim de obter
economia de energia e papel, diminuindo os impactos ambientais. Para isso Abreu avaliou o uso
dos equipamentos tecnológicos, gasto do papel e consumo desnecessário de energia, também
avaliou a empresa com a aplicação de um questionário. Abreu utilizou técnicas para
conscientização dos funcionários, acrescentando práticas sustentáveis relacionadas à aplicação da
TI Verde em nível tático. Foram verificados em seis meses de implementação de seu estudo a
redução no consumo de energia bem como os gastos com papel.
12 - Estudo sobre o consumo de energia elétrica em aglomerados de computadores com
utilização do Framework OAR (ALBIERO, Fábio. W. 2013)
O trabalho de Albieiro apresenta um estudo sobre o consumo de energia elétrica em
aglomerados de computadores através do uso do framework OAR (Optimal Allocation of
Resources). Seu estudo visa medir a energia elétrica consumida em várias configurações de
utilização dos aglomerados. Em nível dos recursos computacionais disponíveis, também responde
questões importantes relativas à gerência de energia elétrica.
2.7Conclusão
Tendo neste capítulo compreendido a importância e a amplitude de conceitos como
sustentabilidade e TI Verde, nota-se a necessidade de maior atenção para com o pensamento
crítico em relação às ações de níveis individuais, institucionais e organizacionais. Encarando TI
Verde como um termo genérico para as medidas e atividades orientadas a sustentabilidade,
buscou-se compreender o interesse científico pelo assunto abordado.
Percebendo que o termo sustentabilidade sobressai-se ante outros como TI Verde em
número de publicações, fica evidente o quanto o assunto se mostra um campo de oportunidades
para desenvolvimento de novas pesquisas científicas. Sendo este trabalho uma direta resposta a
esta lacuna o mesmo desenvolveu-se de maneira cuidadosa como se apresenta nos capítulos que
seguem.
38
3 MÉTODO
3.1 Delineamento do estudo
Trata-se de estudo comparativo, compreendendo etapas quantitativas e aborda análise
de caso no Campus Palmas do IFTO, de modo a identificar indicadores de consumo de energia
em diversos estágios do desenvolvimento deste trabalho.
Integram as etapas deste trabalho as seguintes atividades:
1. Pesquisa de referenciais legais e teóricos sobre Sustentabilidade, TI Verde, Redução de
consumo e Gestão de TI, sobretudo no setor público;
2. Revisão bibliográfica;
3. Definição de ações a serem implementadas;
4. Coleta de dados detalhados do consumo energético do Campus;
5. Coleta de dados de usuários dos serviços de TI quanto à compreensão sobre o tema;
6. Implementação e experimento;
7. Análise dos dados coletados;
8. Descrição dos resultados do experimento.
3.2Ambiente da pesquisa
3.2.1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO) é
resultante da integração da Escola Técnica Federal de Palmas (ETF) e da Escola Agro técnica
Federal de Araguatins (EAFA), e foi criado por meio da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de
2008, que instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Atualmente o IFTO possui oito campi e três campi avançados em pleno funcionamento, além de
dezesseis pólos de educação à distância.
39
3.2.2 Campus Palmas
Oficialmente inaugurado em abril de 2003, como Escola Técnica Federal de Palmas -
o Campus Palmas possui capacidade para atender mais de 4.000 alunos, o Campus Palmas do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins integra a Rede Federal de
Educação Tecnológica e ocupa, hoje, uma área de 128.508,38 m², com aproximadamente 25 mil
m² de área construída.
Oferta cursos nas modalidades: pós-graduação, superior, técnico integrado ao Ensino
Médio, técnico subsequente, técnico EAD e Proeja. Além disso, também são ofertados cursos de
formação inicial e continuada, voltados à capacitação rápida da comunidade para o mercado de
trabalho.
As instalações físicas estão distribuídas em:
02 blocos destinados à área administrativa e consultórios médicos-odontológicos;
01 Biblioteca;
01 Laboratório da área de educação física;
05 Laboratórios da área de construção civil;
01 Laboratório de Física;
08 Laboratórios da área de indústria;
01 laboratório de biologia;
01 Laboratório de química;
14 Laboratórios de Informática;
02 Laboratórios de desenhos;
01 Telecentro;
01 Auditório com capacidade para 230 pessoas
01 Complexo Esportivo, com ginásio, campo de futebol, quadras poliesportivas e piscina
72 salas de aula;
40
Para cobrir todo este cenário descrito o Campus Palmas possui um parque
tecnológico de 611 máquinas ativas e em funcionamento, distribuídas entre laboratórios, estações
de trabalho e estações disponíveis à comunidade acadêmica. Dois modelos de computadores
desktop se destacam pela quantidade e similaridade na sua configuração e em suas taxas de
consumo descritas pelo fabricante:
a) Computadores Itautec, modelo Infoway ST4265, com 200 unidades em funcionamento e;
b) Computadores Infoway, modelo Infoway SM3332, com 80 unidades em funcionamento.
Ambos os modelos operam com o Windows 7 instalado como sistema operacional
único. Todas as máquinas foram adquiridas entre 2013 e 2014 em um total de 280 máquinas
ativas dentre as 611 totais.
3.3 Fatores de inclusão e exclusão
A partir desta definição de cenário e considerando que as demais máquinas seguem
um padrão aproximado de especificação, delimitou-se os seguintes fatores de inclusão e exclusão:
a) Fatores de inclusão:
- Modelo Infoway ST4265 e SM3332 para Computadores;
- Modelo Itautec E2011PX para Monitores;
- Modelo EVS Line Full Range BK 1000VA para Estabilizadores;
- Data de aquisição entre 2013 e 2014;
- Utilização diária 4horas ou mais;
b) Fatores de Exclusão:
- Computadores que não atendem especificação de modelo;
- Monitores que não atendem especificação de modelo;
- Equipamento adquiridos antes ou depois do intervalo de tempo entre 2013 e 2014;
- Computadores que passem menos de 4 horas ligados
Quantidade de Computadores, Monitores e estabilizadores que atendem os requisitos da
análise: 280 estações de trabalho.
Quantidade de máquinas que fizeram parte do grupo observado: 20 unidades.
41
3.4 Procedimentos para coleta de dados
Na primeira etapa foram calculados e projetados graficamente os consumos médios
mensais e anuais de uma estação de trabalho composta pelos modelos de computador e
periféricos definidos para pesquisa. Através de questionário aplicado apenas com equipes de TI
dos IF's espalhados pelo país (Apêndice B), foram levantados os dados sobre a sua maturidade
em relação ao tema abordado na pesquisa (TI Verde) e quanto às práticas já aplicadas em nível
local e nacional.
Na segunda etapa, através de abordagem direta, foi realizado um levantamento com
funcionários do Campus Palmas (voluntários) através do preenchimento de um questionário com
18 perguntas (Apêndice A) com o intuito de conhecer o perfil e os hábitos dos usuários quanto
aos recursos de T.I.
A terceira etapa consistiu na coleta de log das 20 estações de trabalho selecionadas
para a pesquisa, com o intuito de contabilizar os eventos de Startup, Shutdown e Reset e definir
um padrão de comportamento dos funcionários quanto ao uso das estações de trabalho da
amostra.
Em seguida foram listadas as ações de TI Verde em nível tático adequadas ao cenário
levantado, produzido e aplicado um material instrucional no Campus Palmas, sobre o qual os
servidores deram um feedback através de um questionário de avaliação do experimento
(Apêndice C).
Por fim, procedeu-se a uma segunda coleta de Log pós-experimento para verificar
mudanças nos hábitos no padrão de comportamento dos usuários quanto à utilização das suas
estações de trabalho.
3.5 Aspectos Éticos
Esta pesquisa se utilizou de dados voluntários e que não expunha ou acessava dados
privativos além dos logs de inicialização, desligamento e reinicialização das estações de trabalho
da amostra pesquisada, não tendo aqui nenhum impedimento para execução da mesma.
42
3.6Conclusão
Sendo este um estudo comparativo foram delimitados cenários específicos a serem
comparados. O ambiente escolhido foi o IFTO Campus Palmas, levantando os valores de gastos
com energia, orçamento do Campus, Crescimento de consumo energético. Também foram
utilizadas as estações de trabalho delineadas por um modelo definido como padrão para o
experimento, coletado e analise dos LOGs de registro de hábitos dos usuários dessas estações de
trabalho em relação ao ligamento e desligamento das mesmas.
Ainda durante o experimento foram feitas entrevistas com servidores voluntários no
Campus Palmas e em outros IF's dispostos em território nacional, foi aplicada uma campanha de
educação e conscientização quanto ao tema para depois proceder uma segunda coleta que seria
capaz de demonstrar os resultados das ações. Tais resultados estão dispostos no capítulo que
segue.
43
4RESULTADOS
4.1 Levantamento de gastos com energia elétrica no IFTO Campus Palmas
Foram realizados levantamentos no Portal da Transparência do Governo Brasileiro
para mensurar os gastos do IFTO Campus Palmas com o serviço de fornecimento energético
entre os anos de 2010 a 2015, bem como para detalhar os dados referentes ao orçamento e sua
destinação, também foram realizadas buscas nos sites governamentais para levantamento dos
programas e legislações inerentes ao tema.
Gráfico 1 - Gastos do IFTO Campus Palmas com o serviço de fornecimento energético entre os
anos de 2010 a 2015.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados no Portal da Transparência do Governo Brasileiro
Os gastos com a fornecedora de energia foram retirados do portal da transparência
como parte do esforço para validar os objetivos desta pesquisa.
Após leitura dos resultados destas buscas, que mostram o tema abordado na proposta
desse trabalho, como algo relativamente novo se observados os números de publicação em
relação a outros temas e que esses números diminuem drasticamente quando se refere à
ambientes institucionais e organizacionais da esfera governamental brasileira, passaram a ser
44
considerados 3 temas que permearão a base para construção dos argumentos deste trabalho,
sendo eles: TI Verde, Sustentabilidade e os Gastos com fornecimento de energia.
Sob a luz destas informações, compreende-se que uma instituição de ensino como o
IFTO Campus Palmas que no ano de 2017 sofreu cortes orçamentário no que se refere a TI, tende
a sucatear seus serviços como resultado da impossibilidade de novos investimentos e manutenção
dos equipamentos já adquiridos e utilizados. Em uma busca sobre o cenário de gastos do mesmo
órgão no ano de 2015 evidenciou-se que a empresa fornecedora de serviços consumidos pelo
IFTO Campus Palmas favorecida com o maior valor em Reais, foi a Energisa do Tocantins
(empresa fornecedora de energia local) vide gráfico:
Gráfico 2 – Gastos anuais com pagamento de pessoa Jurídica em 2015.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados no Portal da Transparência do Governo Brasileiro.
Com a quantia de R$ 960.681,04 (Novecentos e sessenta mil seiscentos e oitenta e
um reais e quatro centavos), que descriminados mês a mês refletem o seguinte panorama gráfico:
45
Gráfico 3 - Pagamentos feitos a distribuidora de energia local ENERGISA em 2015.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados no Portal da Transparência do Governo Brasileiro.
Em pesquisa feita junto às publicações do Governo do estado do Tocantins no
princípio dessa pesquisa, observou-se o gráfico de crescimento no consumo de energia no estado:
46
Gráfico 4 - Evolução do consumo de energia elétrica (Mwh)
Fonte: Indicadores socioeconômicos do Tocantins pag. 24 SEPLAN Gov. TO 2013
Notou-se que a segunda maior taxa de consumo e crescimento de consumo, provém
da categoria na qual o IFTO e as edificações do Campus Palmas se incluem.
Observado os registros de crescimento de consumo e tendo identificado o maior gasto
anual da instituição como sendo o fornecimento de energia elétrica, foi feito um levantamento
sobre os programas, ações e leis do governo brasileiro relacionados ao Fornecimento, produção,
eficiência, sustentabilidade, indicadores e gestão dos serviços relacionados à Energia no Brasil.
Segundo o Guia para eficiência energética nas edificações públicas / Centro de
Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL -2015 o Brasil atualmente apresenta o seguinte cenário:
Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE: Em 1984, o Inmetro iniciou, juntamente com o
Ministério de Minas e Energia, uma discussão sobre a conservação de energia, com a finalidade
de contribuir para a racionalização no seu uso no país, informando os consumidores sobre a
eficiência energética de cada produto, estimulando-os a fazer uma compra mais consciente. Esse
esforço deu início ao Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). O PBE promove a eficiência
energética por meio de etiquetas informativas a respeito do desempenho de máquinas e
equipamentos energéticos, sendo de adesão compulsória para alguns equipamentos a partir da Lei
10.295, publicada em outubro de 2001 (conhecida por “Lei de Eficiência Energética”). Há
dezenas de equipamentos etiquetados como, por exemplo, refrigeradores, congeladores verticais e
horizontais, máquinas de lavar roupa, condicionadores de ar, motores elétricos trifásicos,
47
lâmpadas fluorescentes compactas, aquecedores de água de passagem, fogões e fornos
domésticos a gás, entre outros. De 2006 a 2013, a etiquetagem de lâmpadas foi responsável por
uma economia de cerca de R$ 23 bilhões. No tocante a Refrigeradores e Condicionadores de Ar,
estima-se uma economia de R$ 6 bilhões, desde 2000.
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel: Criado em 1985,
coordenado pelo MME e operacionalizado pela Eletrobrás, o Procel é constituído por diversos
subprogramas, dentre os quais se destacam ações nas áreas de iluminação pública, industrial,
saneamento, educação, edificações, prédios públicos, gestão energética municipal, informações,
desenvolvimento tecnológico e divulgação. As ações de marketing, notadamente a etiquetagem, o
Selo e o Prêmio Procel, são responsáveis por cerca de 90% dos resultados do Programa. Desde
sua criação já foram investidos mais de R$ 1,4 bilhão, sendo o Programa responsável pela
economia estimada de cerca de 70 TW∙h, equivalente ao suprimento de 35 milhões de residências
durante um ano. Ao longo dos últimos dez anos, os programas de eficiência energética no Brasil
cresceram, em média, 15% ao ano. Em 2003, o Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica – Procel foi responsável por uma economia de energia de 1,82 TW∙h, chegando a 6,16
TW∙h, no ano de 2010 e 9,74 TW∙h em 2013. De 2003 até o presente, os refrigeradores
domésticos passaram a consumir cerca de 15% menos energia, enquanto que o número de
categorias agraciados com o Selo Procel cresceu.
Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural –
Conpet: Criado em 1991, coordenado pelo MME e operacionalizado pela Petrobras, o Conpet é
constituído por vários subprogramas, dentre os quais se destacam ações na área de transporte de
carga, passageiros e combustíveis, educação, marketing e premiação. Um destes subprogramas
atende a 22 estados da Federação e possui mais de 5.000 empresas participantes, tendo
promovido a economia de mais de 1 bilhão de litros de diesel e evitado a emissão de cerca de 2,7
milhões de toneladas de CO2 e de 60 mil toneladas de material particulado desde sua criação. De
2003 a 2013, o Selo Conpet para fogões a gás, fornos e aquecedores de água promoveu uma
economia de cerca de 6 milhões de metros cúbicos no consumo de GLP, o que representa 10
milhões de toneladas de CO2 evitado. Em 2012, foram incorporados critérios de eficiência
48
energética no novo regime automotivo, permitindo que, hoje, 70% dos automóveis vendidos no
Brasil possuam etiqueta de eficiência energética. Em junho de 2014, eram mais de 550 modelos,
em 36 marcas diferentes. Até 2017, 100% da produção nacional deverá estar etiquetada. O uso do
Selo Conpet está associado aos modelos que utilizam a Etiqueta Nacional de Conservação de
Energia, que compara os automóveis semelhantes em suas categorias desde “A”, para mais
eficientes, até “E”, para menos eficientes, e informa o consumo de combustível do veículo.
Recebem o Selo Conpet aqueles modelos eficientes em suas categorias e também eficientes na
comparação com todos os demais modelos participantes do programa.
Os Programas de EE das Concessionárias no Brasil: A Agência Nacional de Energia Elétrica -
Aneel estabelece obrigações e encargos das Concessionárias de Energia Elétrica perante o poder
concedente. Uma dessas obrigações consiste em aplicar anualmente o montante de no mínimo 0,5
% de sua receita operacional líquida, em ações que tenham por objetivo o combate ao desperdício
de energia elétrica. Desde sua criação, os programas de eficiência energética totalizaram
investimentos superiores a R$ 5,7 bilhões. Em 2013 o Programa foi responsável por uma
economia de aproximadamente 9,1 TW∙h e uma retirada de ponta de 2,8 GW. Nesse período,
foram realizados 3.219 projetos de eficiência energética, sendo substituídos mais de 800 mil
refrigeradores antigos e obsoletos por modelos novos e eficientes.
A Lei de Eficiência Energética: A Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2001, dispõe sobre a
Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, estabelecendo “níveis máximos de
consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas e aparelhos
fabricados ou comercializados no País”. É a chamada “Lei de Eficiência Energética”. Em 19 de
dezembro de 2001, o Decreto nº 4.059 veio a regulamentar a Lei, instituindo o CGIEE - Comitê
Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, encarregado de operacionalizar o
estabelecido pela lei. Estudo realizado em 2012 aponta que os equipamentos regulamentados e
em regulamentação serão capazes de reduzir o consumo de energia elétrica em 14 TW∙h/ano em
2030 e a demanda de ponta em 9 GW. Em junho de 2012, iniciou-se a gradativa retirada das
lâmpadas incandescentes ineficientes do mercado, a começar pelas de potência maior que 100
Watts. Os benefícios energéticos desta medida, nos próximos vinte anos, representarão cerca de
49
10 TW∙h/ano, equivalendo à expansão de 2.433 MW na oferta, proporcionando uma economia de
aproximadamente R$ 6 bilhões em custos de geração, transmissão e distribuição. A
implementação destas medidas são parte do esforço do governo federal no sentido de promover a
eficiência energética no Brasil, alinhando-se com as premissas e diretrizes do Plano Nacional de
Eficiência Energética (PNEf).
CGIEE: Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética; Instituído por meio
do Decreto Nº 4.059/2001, o CGIEE tem por objetivo implementar o disposto na Lei de
Eficiência Energética. Suas principais atribuições são: regulamentar os níveis máximos de
consumo de energia ou mínimos de eficiência energética de aparelhos consumidores de energia,
estabelecer Programas de Metas com indicação da evolução dos níveis a serem alcançados por
cada equipamento regulamentado e constituir Comitês Técnicos para analisar matérias
específicas. O processo de definição dos parâmetros necessários para a regulamentação dos
equipamentos se fundamenta em metodologias e regulamentos específicos, estudos de impacto e
priorização, critérios de avaliação de conformidade, e conta com laboratórios credenciados para
ensaios e testes. Tanto a Lei quanto o Decreto estabelecem a obrigatoriedade de realização de
audiências públicas para aprovação das regulamentações específicas. O CGIEE é composto pelo
Ministério de Minas e Energia - MME, que o preside, Ministério de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio – MDIC, Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, Agência Nacional de
Energia Elétrica – Aneel, Agência Nacional de Petróleo – ANP, por um representante de
universidade brasileira e um cidadão brasileiro, ambos especialistas em matéria de energia.
O Plano Nacional de Eficiência Energética: Para fazer frente ao desafio de economizar 10% de
energia no horizonte de 2030, o Plano Nacional Eficiência Energética (PNEf) objetiva alinhar os
instrumentos de ação governamental, orientar a captação dos recursos, promover o
aperfeiçoamento do marco legal e regulatório afeto ao assunto, constituir um mercado sustentável
de Eficiência Energética e mobilizar a Sociedade brasileira no combate ao desperdício de energia,
preservando recursos naturais. O MME tem a responsabilidade de coordenar as atividades de
implantação do Plano, acionando ou promovendo negociação com outros órgãos do Governo
50
Federal, Congresso Nacional, Estados, Municípios, Associações, Confederações, Universidades e
instituições representativas.
Ciente da sequência de orientações, normas e programas do governo federal quanto ao
bom uso dos recursos financeiros no consumo de energia nas instalações públicas, seguiu-se o
experimento proposto por este trabalho, descrito no capítulo que segue.
4.2 Cálculo médio de consumo de uma estação de trabalho
Registrar o consumo exato de uma estação de trabalho apresentou-se como uma tarefa
complexa, dadas as condições da rede elétrica do Campus, foi utilizado para tal, um Analisador
minipa et 5060 acoplado a uma estação de trabalho nos padrões delineados por esta pesquisa.
Foto 1 - Analisador minipa et 5060 e estação de trabalho padrão.
Fonte: Arquivo próprio.
Através das análises resultantes dessa etapa observou-se que a rede elétrica do
Campus apresentava oscilações que impediam uma medição precisa, partindo desta observação
adotou-se outro método para obter os valores desejados.
Sabendo que o consumo de energia depende, do tempo de utilização dos equipamentos e
da potencia dos mesmos, para calcular o consumo de energia elétrica de cada equipamento,
verificou-se a potência em watts (convertia-se quando este dado se apresentava em outra medida)
51
nas especificações do fabricante dos modelos escolhidos; multiplicamos a potência encontrada
pelo tempo ideal em que o equipamento Seria utilizado mensalmente e depois se dividiu por mil
para obter o consumo em kWh por mês. Utilizou-se a seguinte expressão, onde:
C: Consumo de cada aparelho em kWh por mês
P: Potência em watts
t: Tempo em horas de utilização no mês
C = (P x t) / 1.000
Para calcular o consumo de energia elétrica total, Somou-se o consumo de todos os
aparelhos. Utilizou-se a seguinte expressão, onde:
Ct: Consumo de energia elétrica total em kWh por mês
C1, C2, C3: Consumo de cada um dos equipamentos em kWh por mês.
Ct = [C1 + C2 + C3]
A potência do estabilizador se apresentou em 'VA's' e foi convertido para Watts
através da seguinte fórmula:
VA = Watts / 0,65
Os aparelhos que compõem as estações de trabalho incluídos neste cálculo são:
C1: Computador= Fonte 300W
C2: Monitor= 20W
C3: Estabilizador= 650W (1000VA's)
52
Utilizando as fórmulas citadas temos a tabela de valores ideais:
Tabela 2–Parâmetros de consumo de energia elétrica pelos equipamentos de TI da amostra
pesquisada.
Equipamento Potência
(watts)
Potência
(kW)
Horas/
mês
*8h/dia
Horas/
mês
*12h/dia
Consumo
kWh/mês
*8h/dia
Consumo
kWh/mês*
12h/dia
Computador 300 0,30 160h 240h 48 e 72
Monitor 20 0,02 160h 240h 3,2 4,8
Estabilizador 650 0,65 160h 240h 140 156
Soma 970 0,97 160h 240h 191,2 232,8 Fonte: Elaboração própria.
Levando em consideração a tarifa aplicada pela empresa concessionária dos serviços
de fornecimento de energia elétrica no Tocantins a estabelecimentos públicos1, cujo valor é de R$
0, 44688/KWH, podemos estimar que uma estação de trabalho em um setor que funcione 08
horas por dia, quando utilizada corretamente, custa R$ 85,44/Mês enquanto outra que funcione
adequadamente 12 horas diárias custa R$ 104,03 aos cofres públicos.
4.3 Cálculo médio de consumo das estações de trabalho da amostra
Aplicadas as formulas anteriormente apresentadas, chegamos aos seguintes valores:
a) Consumo ideal:
• 8 horas dia, custa R$ 85,44 por mês;
• 12 horas dia, custa R$ 104,03 por mês;
• Gasto total da amostra 10 máquinas em regime 8 horas e 10 em regime de
consumo em 12 horas de trabalho, ambas 20 dias ao mês: 3789,4
1 Tabela de valores disponível em: http://www.energisa.com.br/Paginas/informacoes/taxas-prazos-e-normas/tipos-
tarifas.aspx
53
b) Consumo pré-experimento:
• Amostra: R$ 3789,40 (consumo esperado) + 26,94 (desperdício registrado)
= 3816,34.
c) Desperdício proporcional para todo parque tecnológico
• R$ 823,01por mês;
• R$ 9876,20 ao ano.
4.4 Questionário 1 (local) acerca da maturidade dos servidores do Campus quanto ao tema
Este questionário teve por intenção compreender o nível de maturidade dos
servidores do Campus Palmas quanto ao tema TI Verde e sustentabilidade, a fim de compreender
o nível de aceitação para o experimento e estabelecer um parâmetro comparativo com os Campi
de outros Institutos, para descartar ou confirmar a idéia de cenário exclusivo.
O questionário foi aplicado numa amostra aleatória de 27 servidores voluntários de
diversos setores do Campus Palmas, o Pesquisador batia a porta das salas e perguntava se alguém
de lá estaria disposto a responder o formulário, quando alguém se voluntariava, lhe era entregue
um formulário (Apêndice A) para ser respondido sem interferência do pesquisador. Quanto ao
tema Sustentabilidade pôde-se notar que15 Servidores (55,6% desta amostra) afirmaram ter
conhecimento sobre o tema enquanto 10 pesquisados disseram ter um conhecimento parcial sobre
o mesmo e 2 consideraram não possuir conhecimento sobre sustentabilidade. Já quando
perguntados sobre TI Verde 17 servidores disseram não conhecer nada sobre o tema.
O total de 20 servidores (74,1%) trabalhava no regime de 8 horas diárias, 3
servidores (11%) em regime de 6 horas, 3 (7,4%) com 4 horas diárias e outros 3 mais que 8
horas.
Registrou-se ainda que 24 dos pesquisados (92,6%) utilizam computador para
exercer suas funções de trabalho em tempo integral, enquanto 3 utilizam parcialmente, destes
últimos apenas um mantém o computador ligado em tempo integral mesmo quando não está
utilizando.
54
Foi perguntado também se o computador do servidor era programado para desligar
o monitor automaticamente quando não estivesse em uso, 18 afirmaram que sim, 7 que não e 2
não souberam informar.
Quanto aos hábitos dos pesquisados, foi questionado se eles desligavam o monitor
ou o computador no intervalo do almoço. 10 desligavam o monitor enquanto 5 desligavam o
computador por completo neste tempo. Ainda no aspecto de seus hábitos, perguntou-se sobre o
desligamento do computador e do nobreak no fim do expediente, desta vez 20 afirmaram desligar
o computador ao passo que apenas 8 disseram desligar o nobreak. Ainda dentre os 27
respondentes 6 Afirmaram deixar os computadores ligados aos finais de semana, 23 disseram
conectar telefones ou outros dispositivos como carregadores e tablets em suas estações de
trabalho.
Perguntados se estariam dispostos a modificar seus hábitos de uso do computador,
caso necessário, para tornar o uso das estações de trabalho mais sustentáveis a fim de trazer
economia para a instituição, 21 (77,8%) respondeu estarem sim dispostos.
4.5 Questionário 2 (macro) acerca da maturidade das equipes de TI dos Institutos Federais
quanto ao tema
Este questionário teve por intenção compreender o nível de maturidade das equipes de TI
dos IF's do Brasil quanto ao tema TI Verde e sustentabilidade, a fim de estabelecer um parâmetro
comparativo com o Campus Palmas, para descartar ou confirmar a idéia de cenário exclusivo,
bem como para obter uma listagem das ações já praticadas em outras localidades. Este
questionário foi distribuído via e-mail para todos os Institutos Federais com mensagem
explicativa (Apêndice B) e obteve um total de 150 respostas de diversos IFs espalhados pelo
Brasil
Sobre o nível do cargo: O quadro administrativos de profissionais de TI dos IF's é dividido
entre técnicos e analistas, que seguem carreiras e faixas salariais diferentes, o requisito para
ambas se baseia na titularidade exigida para ingresso via concurso, sendo nível técnico com
ensino médio para Técnico e ensino superior para analistas. Ambos exercem atividades dentro
55
das repartições de TI, porém com atividades distintas. As duas categorias são consideradas
importantes no processo de abordagem e implantação da TI verde no instituto.
Nesta coleta tivemos uma participação maior da categoria de Técnicos com 80 das 150
respostas (54%), o que é importante para essa pesquisa, pois estes em sua maioria são o contato
direto com o usuário da ponta que é o alvo deste trabalho.
Sobre a Função: Foi perguntado à função no qual o respondente se enquadrava para poder
avaliar o nível de influência nas tomadas de decisões diretas. Dentre as respostas, observou-se
que 36,9% delas foi de respondentes em cargo de chefia entre diretores, gerentes ou
coordenadores.
Sobre o tema Sustentabilidade: Segundo nossa pesquisa 32% dos pesquisados disseram ter
pouco conhecimento sobre o tema, 63% do total, possui um conhecimento médio, contra 3,4%
que afirmaram ter muito conhecimento e apenas uma resposta representando 0,7% disse não
conhecer nada sobre o Tema.
Sobre o tema TI Verde ou Green IT: No cenário nacional 73% dos entrevistados
afirmaram conhecer o termo TI Verde 9,4% não tinham certeza e 17,4% disseram não conhecer o
mesmo, já em relação ao conhecimento sobre T.I. Verde, apenas 6% do total considerou conhecer
muito sobre o tema.
Sobre as ações implantadas nos IF's: Listamos as 16 Práticas de sustentabilidade derivadas
da pesquisa de LUNARDI, Guilherme L.; FRIO, Ricardo S.; BRUM, Marilia de M., 2011 e
perguntamos se o entrevistado reconhecia alguma delas em seu Instituto obtendo o seguinte
panorama de ocorrências:
Tabela 3- Lista de práticas de TI Verde mais adotadas nos IF's do Brasil.
Virtualização de Servidores 91,3 %
Virtualização de estações de trabalho 12,7 %
Uso de lâmpadas de LED 30,7 %
56
Uso de Ar-condicionado central 18,7 %
Substituição de monitores CRT (Tubo) 77,3 %
Uso de Eco-Fonte 12,7 %
Impressão frente e verso 72,7 %
Impressora de uso coletivo 86 %
Reciclagem de toners e cartuchos 42,7 %
Reaproveitamento de papel 42,7 %
Digitalização de documentos 75,3 %
Descanso de tela Stand-by programado
(Apagar a tela)
52,7 %
Hibernação ou desligamento programado de
equipamentos
32,7 %
Campanha de conscientização sobre o tema
Sustentabilidade
25,3 %
Distribuição de material gráfico instrucional 14 %
Publicação por meio eletrônico oficial (e-
mail, site, intranet) de matérias voltadas aos
temas
46 %
Fonte: Elaboração própria.
Somou-se a estes 16 tópicos outros 3 que tiveram apenas uma ocorrência, sendo eles:
• Implantação de memorando eletrônico;
• Tramitação de documentos somente em formato digital;
• Utilização do SEI * (até a data da resposta).
Sobre a existência de comissões voltadas aos problemas relacionados ao tema: Apenas
24,8% dos perguntados afirmou conhecer alguma comissão inerente ao tema desta pesquisa em
seu Instituto. 47% negou que tenha sido formada alguma comissão e 27,5% não soube responder,
alegando desconhecimento.
4.6 Descrição da amostra e 1ª coleta de logs
A coleta destes se deu por amostragem aleatória de 20 estações de trabalho
conectadas ao domínio local do Campus Palmas por duas semanas, sendo estas em meses
distintos anteriores às ações de educação e conscientização sobre o tema abordado nessa
pesquisa. Após a coleta e processamento dos Logs nela obtidos chegamos aos seguintes dados:
57
• 3 computadores (15%) desligaram o computador no horário de almoço ao menos
uma vez sendo que destes, apenas 1 (5%) o fez por mais de 3 dias;
• 7 (35%) computadores ficaram ligados por mais de um dia;
• Das as 20 maquinas analisadas 19 (95%) tiveram ocorrência de não desligamento
no almoço.
4.7 Lista de ações implementadas no campus
As ações escolhidas foram baseadas nas respostas do questionário feito com
servidores do Campus, como parâmetro de inclusão foram escolhidos itens com número de
ocorrência superior a 2, como no item 'Você desliga o computador no horário de almoço?' que
teve 22 ocorrências afirmando que não tinham o hábito de desligar. Partindo deste parâmetro e
das informações compreendidas pela literatura quanto ao tema, foram escolhidas as seguintes
ações para serem trabalhadas:
1. Conscientização coletiva através de campanha educativa sem intervenção
normativa;
2. Desenvolvimento de personagem lúdico para tornar a campanha mais aceitável
como sugestão e convite e se afastar da imagem de normatização impositiva. O
personagem escolhido possui a forma de um monitor nas cores da logomarca o
IFTO, apresenta um rosto para facilitar a percepção da mensagem através de suas
expressões, recebeu o nome de ECO;
3. Produção de material instrucional dividido em 5 partes para ser distribuído via e-
mail institucional durante uma semana. Neste material o personagem ECO fala
diretamente ao leitor do e-mail sobre sua rotina de utilização da sua Estação de
trabalho;
Os temas escolhidos e abordados foram:
a) Economia de recursos do Campus;
b) Redução de danos ao meio ambiente;
58
c) Desligamento do computador e seus periféricos no horário de almoço;
d) Desligamento do computador e seus periféricos ao fim do expediente;
e) Desligamento dos monitores quando não utilizado por tempo maior que 5 minutos;
f) Explicação sobre os equipamentos que compõe o ambiente físico de nossas instalações;
g) Utilização ideal para os aparelhos condicionadores de ar;
h) Conscientização do uso das lâmpadas;
i) Incentivo ao debate sobre o tema e ao reforço entre pares quanto ao mesmo;
j) Auto avaliação.
4.8 Material instrucional (produção e aplicação)
O material produzido foi dividido em 6 partes, sendo 5 de caráter instrucional e 1 na
forma de questionário, enviados via lista de e-mail institucional, alcançando todos os e-mails
registrados no Campus Palmas na seguinte ordem:
Ilustração 1 - Banner distribuído em ação de conscientização 1 (segunda-feira)
59
Ilustração 2 - Banner distribuído em ação de conscientização 2 (terça-feira)
Ilustração 3 - Banner distribuído em ação de conscientização 3 (quarta-feira)
60
Ilustração 4 - Banner distribuído em ação de conscientização 4 (quinta-feira)
Ilustração 5 - Banner distribuído em ação de conscientização 5 (sexta-feira)
61
Na sexta-feira, junto com o último banner, foi enviado um link do Questionário3 que
voluntariamente o destinatário do e-mail poderia responder.
4.9 Exposição do questionário pós-experimento
Este terceiro Questionário teve como finalidade observar a recepção do tema
abordado e possíveis mudanças de hábito nos relatos sobre os hábitos de uso trabalhados na ação
educativa. O questionário era respondido voluntariamente através de um link compartilhado por
e-mail institucional. (Apêndice C)
Sobre a importância das ações de conscientização: Quando perguntados sobre a importância
das ações de conscientização sobre as melhores práticas para um uso sustentável dos recursos de
TI do Campus, todos os 33 respondentes afirmaram que sim.
Se a ação mudou ao menos um dos hábitos de uso das estações de trabalho: 70% respondeu
que sim, a ação mudou ao menos um de seus hábitos quanto ao uso dos recursos de TI em suas
estações de trabalho.
Quanto ao cumprimento das atividades propostas nas ações: 36% garantiu ter cumprido
todas as ações propostas, 61% disse ter cumprido apenas algumas, na contramão tivemos apenas
uma resposta afirmando não ter seguido nenhuma das atividades sugeridas.
Das práticas mais seguidas: Com esta questão pudemos listar dentre as práticas adotadas pelos
voluntários durante esta fase da pesquisa, as mais bem aceitas baseadas no nível de ocorrências
descrito pelos próprios:
• Desligar iluminação do ambiente ao fim do expediente 66,7%;
• Desligar monitor ao se afastar da estação de trabalho 66,7%;
• Desligar estação de trabalho no fim do expediente 63,6%;
62
• Desligar estação de trabalho no intervalo de almoço 48,7%;
• Configuração da temperatura do Condicionador de ar (23º) 45,5%;
• Sugerir atividades da ação aos colegas de sala 36%;
• Desligar condicionador de ar 10 minutos antes do fim do expediente 33,3%.
Sobre a continuidade da ação para atingir 100% de adesão: Segundo 46% dos voluntários,
para se alcançar 100% de adoções das práticas de TI Verde em nível Tático, ações como as
implementadas, devem se repetir semanalmente, seguidos por 30% que acredita que mensalmente
é uma freqüência adequada, já 24% concorda que quinzenalmente é o bastante para se atingir o
objetivo.
4.10 Descrição da 2ª amostra e 2ª coleta de logs
A segunda coleta desta pesquisa foi feita nas mesmas 20 estações de trabalho da
coleta anterior, por duas semanas, sendo estas em meses distintos e posteriores às ações de
educação e conscientização sobre o tema abordado nessa pesquisa. Após a coleta e
processamento dos Logs nela obtidos chegamos aos seguintes dados:
• 20 computadores (100%) desligaram o computador no horário de almoço ao
menos uma vez sendo que destes, apenas 16 (80%) o fez por mais de 3 dias;
• Apenas 1 computador ficou ligado por mais de um dia;
• Das as 20 maquinas analisadas, 0 tiveram ocorrência de não desligamento no
almoço.
Em comparação à primeira amostra, houve um aumento de 85% no hábito de
desligar as estações de trabalho durante o horário de almoço, dos 35% que ficavam ligados por
mais de um dia 30% abandonou o hábito.
63
4.11 Conclusão
Apresentados os resultados, compreendeu-se que a categoria consumidora de energia na
qual o Campus se enquadra é a segunda que mais cresce, também que energia elétrica é sem
dúvida a retentora da maior parcela de verba destinada a pagamento de terceiros do campus.
Traçou-se o perfil dos usuários do Campus, e dos profissionais Técnicos administrativos
educacionais de TI do em todo Brasil. Com dados como estes em mãos, foi possível explorar-se o
método de implantação de TI verde em nível tático no Campus, observar seus resultados e chegar
a um ponto de conclusão em nosso trabalho como disposto no próximo capítulo.
64
5. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS
Este estudo teve por objetivo analisar a implantação de técnicas de TI verde em Nível
Tático no IFTO, Campus Palmas. Tendo feito isto, pudemos compreender os hábitos dos usuários
em relação as suas estações de trabalho, levantou-se o fato de que uma parcela destes mantinha o
computador ligado no horário do intervalo de almoço compreendido entre 12 e 14 horas outros
deixavam o computador ligado de um dia para o outro.
Muitos usuários não tinham ouvido sobre sustentabilidade e TI Verde ou sidos
instruídos sobre os melhores modos de uso das suas estações de trabalho. Observou-se também
que os técnicos servidores do Campus demonstraram disponibilidade quanto às ações desta
pesquisa. Após a aplicação do material instrucional obtivemos mudanças que alcançaram 100%
de efeito em alguns goals, como o desligamento dos computadores no horário de almoço por
exemplo
Outro fato que se destaca como resultado deste estudo é a economia proporcionada
por uma ação sem qualquer custo financeiro, através da produção e publicação de material via e-
mail institucional. Projetando sobre o parque tecnológico a proporção de valores economizados
resultantes desta ação em relação à amostra, ter-se-ia uma economia anual de aproximadamente
R$ 9.876,20 sem levar em conta outras ações possíveis de serem executadas sem custo, ainda em
nível tático que seriam capazes de ampliar esse valor economizado.
No Formulário de pesquisa com os profissionais de TI dos IF's espalhados em
território nacional, destacou-se o fato de que em apenas 1/4 das respostas houve a afirmação de
que existia algum tipo de ação ou conscientização sobre o tema em suas instituições.
Conclui-se assim que as técnicas de TI Verde em nível Tático estudadas e aplicadas
nessa pesquisa obtiveram resultados positivos na amostra analisada. É imprescindível considerar
alguns aspectos variáveis como, por exemplo a aceitação do público alvo, o tamanho do parque
tecnológico, as ferramentas e materiais de comunicação utilizadas, o nível de compreensão sobre
tema dos profissionais envolvidos, as ações escolhidas em relação a realidade da instituição, entre
outros. Todavia nesta pesquisa a literatura mesmo que pouca e carente de novas pesquisas e
publicações, mostrou-se eficiente na instrução e planejamento das ações que culminaram em um
positivo resultado.
65
Tendo em vista os resultados positivos na aplicação da literatura sobre uma amostra
no Campus Palmas, espera-se que resultados mais detalhados possam ser alcançados partindo da
inclusão de todo o parque tecnológico em exercícios e práticas não executadas neste trabalho, por
exemplo: Desligamentos programados e automáticos, papeis de paredes educativos, palestras,
utilização de recursos didáticos entre outros a serem aplicados para o campus inteiro de forma
supervisionada e registrada; feito isso haverá muito a ser processado e divulgado cientificamente
de modo a favorecer as instituições de mesma natureza que os IF's a implementarem medidas
semelhantes.
66
6. RECOMENDAÇÕES AOS INSTITUTOS FEDERAIS
Dados os resultados deste trabalho, teceu-se um roteiro de como implantar boas práticas
de TI Verde em um ambiente Institucional, baseado na estrutura dos Institutos Federais de
Educação Ciência e Tecnologia do Brasil seguindo os seguintes passos:
• Capacitação da equipe de TI e Comunicação quanto aos temas, Sustentabilidade e TI
Verde;
• Listar adequações possíveis partindo dos recursos já existentes no setor de TI.
• Implantar virtualização de serviços;
• Configuração das estações para stand-by hibernação e desligamento automáticos;
• Setorização do uso de impressoras, configuração de eco-fonte, impressão frente e verso;
• Produção de material gráfico digital para introduzir o tema no cotidiano dos servidores do
Instituto;
• Distribuição periódica via meios existentes de comunicação institucional;
• Criação de comissão permanente para formação, capacitação e monitoramento;
• Inserir no planejamento orçamentário do Instituto, adequações como a adoção de
lâmpadas LED, substituição de monitores CRT (de tubo), aquisição de eletro-eletrônicos
baseados em seu impacto ambiental;
Tendo feitas estas recomendações sugere-se por fim um aprofundamento no tema e o incentivo a
pesquisa por parte dos professores, pesquisadores e alunos das instituições interessadas na adoção
destas Boas Práticas de TI Verde e Sustentabilidade, para ampliar e consolidar os efeitos deste
método.
67
REFERÊNCIAS
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CUNHA, Christiano F.; SPEARS Eduardo E. ; ZYLBERSZTAJN, Decio. Percepção sobre
atributos de sustentabilidade em um varejo supermercadista. Academic Magazine – RAE – São
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A STRUCTURATIONAL VIEW/Implementação da TI Verde nas organizações: uma visão
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verde pelas organizações. Revista de Administração, v. 49, n. 3, p. 591–605, 2014.
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Dos Principais Benefícios E Práticas Utilizadas Pelas Organizações. Revista Eletrônica de
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PALMA, Lisiane Celia; ALVES, Nilo Barcelos; SILVA, Tânia Nunes Da. Educação para a
Sustentabilidade: a construção de caminhos no instituto federal de educação, ciência e tecnologia
do Rio Grande do Sul (IFRS). Revista de Administração Mackenzie (RAM), v. 14, n. 3, p. 83–
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PORTARIA Nº 23, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2015, MINISTÉRIO DO
PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO 2015. Disponível
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Adoption in Organizations. p. 41–63, 2016.
UNITED NATIONS. https://ambiente.files.wordpress.com/2011/03/brundtland-report-our-
common-future.pdf
69
APÊNDICE A – Questionário Local
70
71
72
73
APÊNDICE B – Questionário 2 (macro)
74
75
76
APÊNDICE C – Questionário 3 (pós-experimento)
77
78
ANEXO A - Orçamento Anual Campus Palmas de 2013 a 2017
79
80
81
82
83
"CO YVY ORE RETAMA" - Esta Terra é Nossa