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CENTRO UNIVERSITARIO CESMAC IAGO CÉSAR CAVALCANTE VIEIRA JUSCELINO SILVA DOS SANTOS ANÁLISE E ESTUDOS DE TEMPOS E MÉTODOS EM UMA INDÚSTRIA DE GELADOS NA CIDADE DE MACEIÓ-AL MACEIÓ-AL 2018/1

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CENTRO UNIVERSITARIO CESMAC

IAGO CÉSAR CAVALCANTE VIEIRA

JUSCELINO SILVA DOS SANTOS

ANÁLISE E ESTUDOS DE TEMPOS E MÉTODOS EM UMA

INDÚSTRIA DE GELADOS NA CIDADE DE MACEIÓ-AL

MACEIÓ-AL

2018/1

IAGO CÉSAR CAVALCANTE VIEIRA

JUSCELINO SILVA DOS SANTOS

ANÁLISE E ESTUDOS DE TEMPOS E MÉTODOS EM UMA

INDÚSTRIA DE GELADOS NA CIDADE DE MACEIÓ-AL

Projeto de pesquisa apresentado como requisito parcial, para conclusão do curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário Cesmac sob a orientação da professora M.Sc. Vivian Aparecida Lima Sousa.

MACEIÓ-AL

2018/1

ANÁLISE E ESTUDOS DE TEMPOS E MÉTODOS

EM UMA INDÚSTRIA DE GELADOS NA

CIDADE DE MACEIÓ-AL

Iago César Cavalcante Vieira (CESMAC)

[email protected]

Juscelino Silva dos Santos (CESMAC)

[email protected]

Vívian Aparecida Lima Sousa (CESMAC)

[email protected]

RESUMO

O trabalho foi desenvolvido, em uma indústria de gelados que fica localizada no estado de Alagoas, no município

de Maceió, que atua na fabricação de sorvetes e picolés. O presente artigo tem como finalidade, a busca por

soluções que visem a resolução do problema de falta de produtos no estoque da indústria e o atendimento da

demanda. Buscou-se, através da aplicação do estudo de tempos e métodos, à melhoria nos processos produtivos,

determinando a capacidade produtiva e o tempo de cada atividade. Para isso, utilizou-se algumas ferramentas de

apoio ao desenvolvimento do estudo, como: cronometragens das atividades desenvolvidas pelos funcionários,

determinação do número de ciclos, tempo normal e o tempo padrão por processo e produto. Através das

ferramentas utilizadas no decorrer do trabalho, obteve-se informações necessárias para o desenvolvimento do

gráfico homem-máquina, determinação da velocidade do operador, como também o fator de tolerância,

enfatizando os dados de antes e depois das melhorias efetuadas no processo de fabricação de picolés. Diante dos

resultados obtidos concluiu-se que, a empresa conseguiu um aumento da sua capacidade produtiva em cerca de 65

%, reduzindo também a quantidade de funcionários em 22%.

Palavras-chave: Cronometragem, Tempo padrão, Capacidade produtiva

1.Introdução

A indústria vem sofrendo ao longo dos anos muitas mudanças em amplitude com suas

atividades de transformação para geração de bens e serviços, atividades essas que requerem

padronização e gerenciamento eficaz e controle progressivo dos vários recursos utilizados na

configuração dos processos da organização.

Segundo Barnes (1977), O estudo de tempos e métodos, surge como um facilitador na tomada

de decisão e tem como principais funções a organização, padronização e sistematização das

atividades. Orientando os funcionários na realização de suas tarefas, padronizando o tempo

gasto pelo mesmo, os recursos a serem utilizados, desenvolvendo o modo mais adequado e

levando a empresa a produzir com mais perfeição, segurança, rapidez, facilidade e menor custo.

Antes do surgimento do estudo de tempos e métodos, as empresas não tinham muito foco no

fator dos detalhes ou passo a passo das atividades do processo, e diante de um mercado cada

vez mais competitivo, tornou-se muito importante a aplicação desse estudo, uma vez que o

surgimento da engenharia de métodos, prever o aperfeiçoamento dos processos de produção

nas empresas.

Nesse sentido, obtém-se o uso de ferramentas da engenharia de métodos para melhorar os

processos, como o estudo de tempos e movimentos, a fim de determinar a eficiência no trabalho

através da determinação de padrões para os programas de produção.

O foco do trabalho consiste na análise e estudo de tempos e métodos no processo de preparação

e fabricação de picolés em uma indústria de gelados localizada em Maceió-AL. Com o objetivo

de resolver o problema da constante falta de produtos no estoque propondo a realização de

melhorias nessas etapas produtivas, buscando reduzir o tempo de produção, padronização das

atividades e o aumento da capacidade produtiva, acarretando assim no atendimento da demanda

de produtos.

2.Referêncial teórico

Neste item, serão definidas a ideologia de diferentes autores, a respeito de temas importantes

para melhor assimilação do trabalho realizado. Deste modo, segue alguns aspectos relevantes

sobre o estudo de tempos e métodos.

2.1 Engenharia de métodos

De acordo com Souto (2002), a engenharia de métodos, engloba o trabalho de maneira

ordenada, com o propósito de criar métodos práticos e eficazes aspirando a padronização das

operações, e inclui a concepção de uma melhor organização, de um melhor método de

produção, dos processos, das ferramentas, dos equipamentos, das competências para produzir

os produtos na empresa.

Segundo Barnes (1977), a engenharia de métodos, consiste em um processo sistemático com

foco na solução de problemas, que utiliza diversas ferramentas com intuito de determinar o

melhor método a ser utilizado durante o processo de produção.

A engenharia de métodos e suas ferramentas, são triviais para garantir um melhor resultado em

qualidade do serviço, redução do tempo para o mercado e maior facilidade e economia dos

meios na fase de industrialização e de produção.

Para Souto (2002), a engenharia de métodos tem como alvo, o progresso dos processos,

procedimentos e estudo do layout da empresa, redução da fadiga do trabalhador, racionalização

de materiais e máquinas, garantia de segurança ao trabalhador e o aumento da produtividade no

processo de fabricação.

2.2 Gráfico do fluxo do processo

Conforme Barnes (1977), o gráfico do fluxo de processo, é uma técnica para registrar um

processo de forma compacta, para que se torne mais compreendido por todos e se identifique

melhorias, o gráfico mostra o caminho do processo ou seja o passo a passo de cada atividade,

desde a entrada da matéria prima ao produto acabado, e o gráfico também pode registrar o

andamento das atividades através dos departamentos.

Para a formação do diagrama de fluxo do processo, é utilizado uma simbologia padronizada

pela American Society of Mechanical Engenieers (ASME), descrita na figura 1 abaixo.

Figura 1: Símbolos das operações

Fonte: Adaptado de Tardin (2013)

A figura 1, trata-se do fluxograma que é mais usado no estudo de processos produtivos, no qual

se pode dividir uma atividade complexa em outras atividades mais simples e com número

restrito de operações que se encaixam nos símbolos estabelecidos pelo fluxograma.

Apresenta como foco, a representação de rotina simples em seu processamento analítico em

uma unidade organizacional. De acordo com Barnes (1977), suas vantagens são a rapidez de

preenchimento, a clareza na apresentação e a facilidade de leitura.

2.3 Gráfico homem-máquina

O gráfico homem-máquina, simboliza graficamente como cada recurso participa do processo

de operação, evidenciando os momentos em que estão ociosos ou sendo utilizados. Por essa

razão, esta ferramenta é tão usada para identificar gargalos e enfatizar quais recursos podem

estar com altos índices de ociosidade.

Para Tardin et al. (2013), O gráfico homem-máquina, apresenta uma operação com detalhe,

com enfoque nos movimentos do operador, de maneira que o processo possa ser analisado, e

que possa se implantar uma melhoria, e que é uma aplicação apenas em situações de trabalho

manual com muita repetição e permite apresentar um diagnóstico da operação, além de reduzir

ou eliminar movimentos inúteis.

De acordo com Moreira (2008), o gráfico homem-máquina, é uma representação gráfica que

envolve um ou mais operadores, trabalhando em uma ou mais máquinas. No instante em que

uma operação está sendo executada, o gráfico mostra tanto as ações isoladas do homem e da

máquina como as ações combinadas ou as esperas de um ou outro.

Segundo Martins; Laugeni (2002), utiliza-se símbolos para cada tipo de atividade desenvolvida

no gráfico homem-máquina, os símbolos são os informados na figura 2 logo abaixo.

Figura 2: Símbolos gráfico homem-máquina

Fonte: Adaptado de Martins; Laugeni (2002)

2.4 Cronometragem

Segundo Slack; Chambers; Johnston (2009), a cronometragem é uma técnica, para se medir o

trabalho e registrar os tempos do processo e o ritmo de trabalho em uma tarefa específica.

Oliveira (2012), acrescenta que a cronometragem, é recomendada quando há necessidade de

melhorar a produtividade e entender os detalhes que ocorrem no processo produtivo, bem como

os desperdícios de tempo.

O tempo cronometrado (TC) se obtém pela média dos tempos cronometrados para cada

elemento da operação.

Lima et al. (2016), enfatiza que para determinar o número de ciclos a serem cronometrados (n)

é necessário utilizar um método estatístico mostrado na Equação (1):

𝑛 = (𝑍∗𝑅

𝐸𝑟∗𝑑2∗( ) )

2

(1)

Onde:

Z = Coeficiente de distribuição normal padrão

R = Amplitude da amostra

Er = Erro relativo estipulado

d2 = Coeficiente em função do número de cronometragens realizadas anteriormente

= Média da amostra

2.5 Velocidade do operador

Conforme Martins; Laugeni (2002), a velocidade V do operador, é determinada subjetivamente

por parte de quem vai cronometrar, Barnes (1977), desenvolveu um teste metódico, que

possibilita avaliar a velocidade do operador, teste no qual são distribuídas 52 (cinquenta e duas)

cartas de baralho e divido em quatro compartimentos, onde se faz a distribuição continua no

sentido horário, por 5 (cinco) vezes, e é desconsiderado os 2 primeiros tempos e calculada a

média dos últimos 3 tempos.

Souza et al. (2017), esclarece que esses ciclos são cronometrados, onde as duas primeiras

medidas são descartadas e a partir das posteriores retira-se a média de tempo do operador. O

tempo ideal para a distribuição é de 30 segundos, sendo a eficiência do trabalhador a razão entre

o tempo ideal e o tempo obtido, como mostra a Equação 2:

𝑉 = (30𝑠

𝑇𝐸𝑀𝑃𝑂 𝑂𝐵𝑇𝐼𝐷𝑂) (2)

Onde:

V = Velocidade do operador

Martins; Laugeni (2002), acrescenta que se V for igual a 100% a velocidade é normal, caso V

for maior que 100% a velocidade é acelerada e se V for menor que 100% a velocidade é

considerada lenta.

2.6 Tempo Normal

Para Barnes (1977), o tempo normal, é o tempo necessário para a realização de uma operação,

sem levar em conta as possíveis interrupções e as condições operacionais especiais, ou seja,

sem considerar as tolerâncias. O Cálculo do Tempo Normal (TN) é realizado através da

Equação 3:

𝑇𝑁 = 𝑇𝐶 ∗ 𝑉 (3)

Onde:

TN = Tempo normal

TC = Tempo cronometrado

V = Velocidade do operador

2.7 Tolerâncias

De acordo com Martins; Laugeni (2002), as tolerâncias são classificadas em tolerâncias

pessoais, tolerâncias para fadiga e tolerâncias de espera as tolerâncias podem ser calculadas em

função dos tempos de permissão que cada empresa pode conceder. Nesse método, é

determinada a porcentagem de tempo p concedida em relação ao tempo de trabalho diário e

logo após será calculado tempo permissivo e o fator de tolerâncias, mostrado na equação 4 e 5

respectivamente.

𝑝 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑎𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑟

𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 (4)

𝐹𝑇 = 1

(1−𝑃 ) (5)

Onde:

FT = Fator de tolerância

P = Tempo permissivo ocioso

2.8 Tempo padrão

De acordo com Martins; Laugeni (2002), o tempo padrão, deve possuir o tempo normal

multiplicado as tolerâncias, para contrabalançar os espaços de tempo não trabalhados desta

forma o tempo padrão é como mostrado na Equação 6, e o tempo padrão por produto é obtido

dividindo o tempo padrão do processo pelas quantidades de picolés fabricadas no mesmo, como

mostrado na equação 7:

𝑇𝑃 = 𝑇𝑁 ∗ 𝐹𝑇 (6)

Onde:

TP = Tempo padrão

TN = Tempo normal

FT = Fator de tolerância

𝑇𝑃𝑃 =𝑇𝑃

𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑖𝑐𝑜𝑙é𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 (7)

Onde:

TPP = Tempo padrão por produto

2.9 Capacidade produtiva

Slack; Chambers; Johnston (2009), definem capacidade de produção, como sendo o nível

máximo de atividade de valor adicionado em determinado período em que o processo pode

realizar sob condições normais de operação.

A capacidade produtiva, serve para diagnosticar a quantidade máxima que pode ser produzida

por unidade produtiva, podendo ser a empresa toda ou uma única máquina ou funcionário em

um intervalo de tempo fixo.

Para calcular a capacidade produtiva utiliza-se a Equação 8:

𝐶𝑃 = 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

𝑇𝑃∗ 𝑛 (8)

Onde:

CP = Capacidade produtiva

TP = Tempo padrão

n = Número de funcionários

3. Metodologia

A metodologia da pesquisa, tem como objetivo gerar soluções de problemas para serem

aplicados na prática. O objeto do estudo possui características de uma pesquisa exploratória,

descritiva e bibliográfica, uma vez que Gil (2009), define que a pesquisa exploratória

proporciona maior familiaridade com o problema, buscando construir hipóteses e um

aprimoramento de ideias, e que a pesquisa descritiva apresenta técnicas padronizadas de coleta

de dados.

Cervo; Bervian (2002), acrescenta que a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e

correlaciona fatos sem manipulá-los, e que a bibliográfica procura explicar um problema a partir

de publicações e busca conhecer e analisar as contribuições científicas que aconteceram no

passado sobre um determinado problema, Gil (2009), acrescenta que a pesquisa bibliográfica é

constituída principalmente em livros e artigos científicos.

A pesquisa compreendeu às etapas mostradas na figura 3 logo abaixo.

Figura 3: Etapas da pesquisa

Fonte: Autores, 2018

Foi utilizado para o levantamento de informações a respeito do assunto tratado, uma pesquisa

in loco na empresa, a mesma realizada com o responsável na área de gerenciamento de

produção, que forneceu uma pré-análise do sistema produtivo da empresa onde foi possível

coletar dados e identificar o passo a passo da realização das atividades dos operários.

Os parâmetros utilizados para encontrar a velocidade do operador, foram pelo método de

distribuição das 52 cartas do baralho, assim, obteve-se a velocidade dos funcionários,

caracterizando um funcionário padrão e logo após realizaram as cronometragens, onde obteve-

se o número necessário para o estudo de tempo.

Posteriormente, foi feita uma análise dos dados coletados e logo após a proposição de

melhorias, realizando um gráfico do fluxo de processo, para detalhar o processo de forma

compacta, e em seguinte o gráfico homem máquina para identificar como cada recurso participa

do processo de operação e detectar os tempos ociosos dos processos.

Através do processo de cronometragem, foram calculados a velocidade do operador, tempo

normal, fator de tolerância e tempo padrão, para poder realizar os cálculos necessários a fim de

encontrar a capacidade produtiva.

4. Resultados e Discussões

Os resultados obtidos foram alcançados através da aplicação das ferramentas citadas

anteriormente, definiu-se o gráfico de fluxo do processo, gráfico homem-máquina,

cronometragens foram executadas e cálculos realizados para encontrar, a velocidade do

operador, tolerâncias, o tempo normal, o tempo padrão, e a capacidade produtiva, enfatizando

os dados de antes e depois das melhorias efetuadas no processo de fabricação de picolés.

4.1 Gráfico do fluxo de processos

Diante das observações realizadas no processo fabril, foram elaborados os seguintes gráficos

de fluxo de processo, foram elaborados os seguintes gráficos de fluxo de processo, conforme

mostrado nas figuras 4 e 5, antes e depois das melhorias, respectivamente.

Figura 4: Fluxograma do processo de fabricação dos picolés (Antes das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

O gráfico mostrado na figura 4, apresenta o processo da fabricação de picolés sabor morango,

que foi dividido em 4 etapas, a preparação inicial e mais 3 fases, e mostra o modelo o qual era

realizado.

Figura 5: Fluxograma do processo de fabricação dos picolés (Depois das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

O gráfico mostrado na figura 5, apresenta o processo da fabricação de picolés sabor morango,

que foi dividido em 4 etapas como o anterior, a preparação inicial e mais 3 fases, porém com

mudanças em alguns processos e na quantidade de operários envolvidos na linha de produção.

A preparação da embaladora e das embalagens que ocorriam na fase 2, foi realocada para fase

de preparação inicial, sendo realizado um remanejamento de 9 para 7 funcionários na linha de

produção, conseguindo assim a redução de 2 funcionários.

4.2 Gráfico homem-máquina

Após as análises realizadas nos gráficos fluxo de processo, foi possível estabelecer parâmetros

para construção dos gráficos homem-máquina, antes e depois das melhorias, como mostrado

respectivamente nos gráficos 1 e 2 abaixo.

Gráfico 1: Gráfico homem-máquina do processo de fabricação de picolés (Antes das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

No gráfico homem máquina apresentado no gráfico 1, é possível verificar, que as atividades de

início são executadas pelos funcionários 1,2 e 3 nas respectivas maquinas (M1) e (M2), no

entanto o funcionário 1 é o que mais realiza atividades, este, além de adicionar corante, aroma,

verificar sabor e textura da calda, ele também fica responsável em preparar a envasadora,

procedimento esse que leva mais tempo que os demais. Vale ressaltar que tal atividade poderia

estar sendo feita por outro operador no mesmo instante em que a calda está sendo preparada.

Gráfico 2: Gráfico homem-máquina do processo de fabricação de picolés (Depois das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

No gráfico 2, é possível verificar as mudanças que foram estabelecidas como melhorias para

uma melhor performance das atividades. Verificou-se que, todas as atividades sofreram

mudanças significativas, melhorando a redistribuição das tarefas, o fluxo do processo, a

movimentação dos funcionários a sincronia em relação ao tempo e ao posicionamento dos

colaboradores.

A exemplo do gráfico 1 onde o funcionário 1 era atribuído a várias tarefas que demandavam

tempo, no processo de melhoria, esse mesmo funcionário foi direcionado para execução de uma

única tarefa, enquanto que os demais funcionários em sincronia executavam as outras atividades

ganhando em agilidade e velocidade.

4.3 Determinação do número de ciclos

Para se iniciar os estudos de tempos e encontrar o número de ciclos necessários, foram

realizadas 4 cronometragens em cada atividade, a tabela 1 e a tabela 2 abaixo, apresentam as

cronometragens realizadas no processo de fabricação dos picolés antes e depois das melhorias,

respectivamente.

Tabela 1: Cronometragens realizadas (Antes das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Tabela 2: Cronometragens realizadas (Depois das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Foi utilizado um intervalo de confiança de 93%, logo o erro relativo foi de 7 %, a amplitude foi

encontrada pela diferença entre o maior tempo e o menor tempo, realizado nas cronometragens

de cada etapa, foram realizadas 4 cronometragens, e o valor d2 de cronometragens iniciais

encontrado na tabela de coeficientes, de 4 cronometragens foi de 2,059, como mostrado na

tabela 3 e 4 abaixo.

Tabela 3: Variáveis para se encontrar o número de cronometragens (Antes das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Tabela 4: Variáveis para se encontrar o número de cronometragens (Depois das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Com todas as variáveis necessárias para se encontrar o número de cronometragens obtidas, foi

possível através da equação 1 abaixo, calcular o número de cronometragens de cada etapa, como

mostra a tabela 5 e 6 abaixo.

𝑛 = (𝑍∗𝑅

𝐸𝑟∗𝑑2∗( ) )

2

(1)

Tabela 5: Número de cronometragens necessárias (Antes das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Tabela 6: Número de cronometragens necessárias (Depois das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Em todos os valores de N obtidos, não teve nenhum maior que as cronometragens realizadas,

portanto, não foi necessário, realizar uma nova cronometragem das atividades.

4.4 Determinação da velocidade do operador

A velocidade do operador, foi encontrada depois de se aplicar o método da distribuição do

baralho de 52 cartas, em seguida calculado a média das médias das cronometragens dos 9

funcionários, antes das melhorias, e dos 7 funcionários, depois das melhorias, como mostra as

tabelas 7 e 8 abaixo.

Tabela 7: Tempos cronometrados no teste do baralho (Antes das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Tabela 8: Tempos cronometrados no teste do baralho (Depois das melhorias)

Fonte: Autores, 2018

Foi observado que as velocidades de antes e depois das melhorias, são aceleradas, tal que, o

tempo ideal é de 100% e as velocidades obtidas foram de 129% e 126%, respectivamente, os

tempos do teste decaem com a frequência em que se realiza uma nova cronometragem, isso

acontece devido a experiência que o operador tem ao realizar com frequência a atividade.

4.5 Cálculo do tempo normal

Depois de se obter os tempos cronometrados de antes e depois das melhorias do processo, e a

velocidade V dos operadores, foi possível realizar o cálculo do tempo normal das atividades,

antes e depois das melhorias respectivamente, utilizando a equação 3 abaixo.

𝑇𝑁 = 𝑇𝐶 ∗ 𝑉 (3)

𝑇𝑁 = [(46,15 ∗ 60) ∗ 1,29]

𝑻𝑵 = 𝟑𝟓𝟔𝟎, 𝟗𝟒 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔 (𝑨𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

𝑇𝑁 = [(36,135 ∗ 60) ∗ 1,26]

𝑻𝑵 = 𝟐𝟕𝟒𝟐, 𝟓𝟕 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔 (𝑫𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

4.6 Determinação das tolerâncias

Para se obter o fator de tolerância, foi necessário a informação do tempo permitido ao

trabalhador, ir ao banheiro, tomar água e fadiga na sua jornada de trabalho diária, cujo tempo é

de 40 minutos, como também o tempo de produção que era de 6 horas diárias e depois das

melhorias, passou a ser de 7 horas diárias.

Em seguinte, foram aplicadas as equações 4 e 5, antes e depois das melhorias, respectivamente.

𝑝 = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑎𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑟

𝑗𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 (4)

𝑃 = (40

360) 𝑚𝑖𝑛

𝑃 = ( 0.11)

𝐹𝑇 = 1

(1−𝑃 ) (5)

𝐹𝑇 = (1

1 − 0,11)

𝑭𝑻 = (𝟏, 𝟏𝟑) (𝑨𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

𝑃 = (40

420) 𝑚𝑖𝑛

𝑃 = ( 0.095)

𝐹𝑇 = (1

1 − 0,095)

𝑭𝑻 = (𝟏, 𝟏𝟏) (𝑫𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

4.7 Cálculo do tempo padrão

Depois de se obter os tempos normais do processo e os fatores de tolerâncias, se pode calcular

o tempo padrão do processo, para saber o tempo padrão por produto, foi calculado a quantidade

de picolés fabricados por processo, o processo é realizado com 300 litros de calda, a picoleteira

é composta de 14 formas de 24 furos, onde no processo são utilizadas 13 vezes, resultando em

4368 picolés.

Em seguinte, foram aplicadas as equações 6 e 7, antes e depois das melhorias, respectivamente.

𝑇𝑃 = 𝑇𝑁 ∗ 𝐹𝑇 (6)

𝑇𝑃 = 3560,93 ∗ 1,13

𝑻𝑷 = 𝟒𝟎𝟎𝟔, 𝟎𝟓 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔 (𝑨𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

𝑇𝑃𝑃 =𝑇𝑃

𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑖𝑐𝑜𝑙é𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 (7)

𝑇𝑃𝑃 =4006,05

4368

𝑻𝑷𝑷 = 𝟎, 𝟗𝟐 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔 / 𝒑𝒊𝒄𝒐𝒍é (𝑨𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

𝑇𝑃 = 2742,57 ∗ 1,11

𝑻𝑷 = 𝟑𝟎𝟑𝟏, 𝟐𝟕 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔 (𝑫𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

𝑇𝑃𝑃 =3031,27

4368

𝑻𝑷𝑷 = 𝟎, 𝟔𝟗𝟒 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔 / 𝒑𝒊𝒄𝒐𝒍é (𝑫𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

4.8 Cálculo da capacidade produtiva

Antes das melhorias o tempo de produção era de 6 horas, que são 21600 segundos, pois 2 horas

era o tempo de preparação das máquinas, depois das melhorias o tempo de produção passou a

ser de 7 horas, que são 25200 segundos, com 1 hora de preparação das máquinas, os

funcionários atuam em uma única linha de produção portanto considerar n = 1, diante dessas

informações foi possível calcular a capacidade produtiva de antes e depois, respectivamente,

utilizando a formula 8.

𝐶𝑃 = 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜

𝑇𝑃∗ 𝑛 (8)

𝐶𝑃 =21600 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠

0,92

𝑪𝑷 = 𝟐𝟑. 𝟓𝟓𝟏 𝒑𝒊𝒄𝒐𝒍é𝒔 (𝑨𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

𝐶𝑃 =25200 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠

0,69

𝑪𝑷 = 𝟑𝟔. 𝟑𝟏𝟐 𝒑𝒊𝒄𝒐𝒍é𝒔 (𝑫𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓𝒊𝒂𝒔)

A seguir no gráfico 3, será apresentado os parâmetros da capacidade produtiva de antes e depois

das melhorias.

Gráfico 3: Capacidade produtiva antes X depois

Fonte: Autores, 2018

De acordo com o que relata o gráfico 3, é notório um aumento significativo de 12.661 picolés

produzidos, que foi conseguido através da análise da capacidade produtiva e o ajuste de tempo

das atividades executadas pelos operadores.

5. Conclusão

O presente estudo, comprovou a importância da engenharia de métodos para melhoria das

atividades realizadas no processo de fabricação de picolés, a indústria estudada, tinha uma

metodologia que apresentava problemas, que geravam impactos na linha produtiva, como a

falta de produtos no estoque, não conseguindo atender a demanda.

Diante dos dados colhidos e analisados e dos métodos de cronoanálise, fluxograma do processo,

gráfico homem-máquina e da determinação do tempo padrão de cada atividade. Alcançou-se

como resultados, uma melhor redistribuição das tarefas executadas pelos funcionários,

diminuindo os tempos das etapas produtivas, conseguindo assim uma redução de 2 operadores

na linha produtiva de 9 para 7 funcionários e um aumento de cerca de 65% na capacidade

produtiva, reduzindo a falta de produtos no estoque, consequentemente atendendo a demanda.

Vale salientar que a engenharia de métodos, quando aplicada de forma correta, oferece a

qualquer tipo de organização, métodos para detectarem gargalos, corrigir e melhorar seus

sistemas de produção, fazendo dessa maneira, que se tenha um sistema eficiente, e

consequentemente proporcionando um ganho de produtividade.

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

Capacidadeprodutiva

antes

Capacidadeprodutiva

depois

Série1 23551 36212

Capacidade produtiva antes

Capacidade produtiva depois

REFERÊNCIAS

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