anÁlise minerva foods beef3 09/01/2020 · do cenário externo na precificação do mercado,...
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ANÁLISE MINERVA FOODS – BEEF3 – 09/01/2020 1
Minerva Foods
BEFF3
O negócio da companhia é a produção e comercialização de carne in natura e
seus derivados, exportação de gado vivo, processamento de carne bovina, suína
e de aves. A sede fica na cidade de Barretos, São Paulo.
Fundada em 1957 pela Família Vilela de Queiroz, que trabalhava com criação
de gado e prestação de serviços de logística para transporte de gado de
fazendas para abatedouros, em 1992 a família Vilela de Queiroz compra do
Frigorífico Minerva do Brasil a primeira unidade de abate e processamento e
constitui a Indústria e Comércio de Carnes Minerva Ltda.
O IPO da companhia foi em 20 de julho de 2007 e o preço foi de R$ 18,50. Na
época a empresa captou R$ 370 milhões, que foram usados para financiar a
expansão da capacidade de abate e parte para quitação de empréstimos.
Lembrem que em 2007 os IPOs foram recordes em operações, volume
financeiro, número de investidores e ações que mais se valorizaram no primeiro
dia de negociação.
Relembrar é viver:
2019: 7 IPOs (dois no exterior), quando considerados IPOs mais follow-ons. O
ano que passou (2019) foi recorde em volume, ultrapassando 2007, porém, em
quantidade de empresas fazendo esse movimento, o ano de 2007 continua no
topo do pódio, com 80% a mais de empresas buscando dinheiro no mercado.
2018: 3 IPOs.
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2017: 9 IPOs.
2008 a 2016: 48 IPOs.
2007: 63 IPOs – negociados R$ 55,1 bilhões, sendo 68,6% de investidores
internacionais, e sim, isso é algo interessante para analisar, se você entende a
conjuntura dos mercados.
2006: 26 IPOs – negociados R$ 15,4 bilhões.
2005: 9 IPOs – negociados R$ R$ 5,4 bilhões.
2004: 7 IPOs – negociados R$ R$ 4,5 bilhões.
1995 e 2003: 6 IPOs.
Quem está há mais tempo no mercado vai lembrar das já liquidadas Laep
(controladora da Parmalat, que captou mais de R$ 1 bilhão e tinha sede em
Bermudas – paraíso fiscal), cuja promessa era um programa de melhoramento
genético das vaquinhas, aumentando muito a produtividade, e também o Banco
Cruzeiro do Sul, que foi liquidado em 2012. E como esquecer da Redecard, que
já fez OPA e era queridinha do mercado. Aliás, a valorização no dia de estreia
foi de 24%. Já a JBS, que fez IPO também em 2007, viu seus papéis caírem 12,5%
no dia do IPO.
Ambos realizaram IPO em 2007, na época onde tudo iria subir para sempre,
lembrando que naquele momento os números eram justificados por um cenário
de crescimento da economia, inflação sob controle, taxas de juro recuando e
expansão do crédito.
A Minerva (BEEF3), no dia do IPO, teve uma valorização de 3,51%, fechando o
primeiro dia cotada a R$ 19,15. Acompanhe a evolução da cotação do ativo:
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Fonte: google
Quem acompanha o que eu falo no podcast e escrevo nas análises de negócio já
está cansado de me ouvir dizer que negócios são dinâmicos, que renda variável
não é investimento que se faça sem estudar, sem entender e sem monitorar.
Vejam a cotação em 2009, imaginem os investidores que não são racionais
nesses momentos de crises mais fortes, aqueles que entram sem estudar o ativo,
sem consciência dos riscos da renda variável, sem compreender a importância
do cenário externo na precificação do mercado, aqueles que não conseguem
enxergar absolutamente nada além do caos e do desespero de ver seu
patrimônio despencando, e que acabam vendendo bons ativos no prejuízo
devido à volatilidade, que é ampliada pelo pânico desses momentos
turbulentos.
Fica difícil acreditar que a turbulência vai passar quando se está dentro dela.
Isso vale para uma viagem de avião e também para o mercado de ações, mas a
maioria passa.
No caso do negócio que estamos analisando hoje, a precificação no IPO seguiu a
lógica daquele momento, porém o cenário mudou e a cotação precisou se
adaptar à realidade.
Vamos continuar falando de BEEF3
Estrutura
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A capacidade de abate da companhia é de 9.940 cabeças de gado por dia. Ela
opera através de vinte e cinco plantas de abate de bovinos: onze estão no Brasil
e correspondem a 45% da capacidade de abate; cinco no Paraguai, que
corresponde a 20,5% da capacidade de abate; três no Uruguai, que corresponde
a 12,1% da capacidade de abate; cinco na Argentina, que corresponde a 19,1%
da capacidade de abate; e uma na Colômbia, que corresponde a 3,3% da
capacidade de abate. Além de uma planta no Brasil e duas na Argentina para o
processamento de proteínas, a capacidade de processamento é de 162 ton./dia
no Brasil e 55 ton./dia na Argentina.
Fonte: Apresentação da empresa/ RI
Exporta para mais de 100 países, nos cinco continentes. Possui quatorze
escritórios comerciais, catorze centros de distribuição: nove no
Brasil,distribuídos no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, um no Paraguai, um
na Colômbia, dois no Chile e um na Argentina.
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Fonte: http://ri.minervafoods.com
O market share da companhia nos países onde atua:
Brasil: 18%,
Colômbia: 73%
Paraguai: 44%
Argentina: 16%
Uruguai: 22%
Na América do Sul, o market share da Minerva é de 21%.
O principal mercado consumidor da proteína (carne bovina) é o Chinês – 18,7%,
seguido dos EUA, com 15,2%. Nos resultados, a empresa cita que 39% das
exportações foram para a Ásia, 16% para as Américas, 15% para a CEI
(Comunidade dos Estados Independentes), 10% para a União Europeia, 10%
parao Oriente médio, 8% para a África e 2% parao NAFTA.
Taxa de utilização de capacidade da companhia está em 78,7%, número estável
na comparação com o terceiro trimestre de 2018, já considerando a Athena
Foods, que é uma subsidiária, ou seja, controlada pela Minerva (a Athena tem
previsão de abertura de capital para 2020). Na composição da receita bruta,
quando considerada a divisão Brasil, a companhia divulgou que no terceiro
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trimestre 34% foram oriundas do mercado interno e 66% de exportações, e na
Athena, 21% mercado interno e 79% exportações. Lembrado que
aproximadamente 79% da dívida total são expostos ao dólar, e a dívida está em
3,8 dívida líquida/ebitda e com duration de 4,7 anos, e uma posição de caixa de
R$ 3,6 bilhões (3T2019), a dívida chegou a 5x (dívida líquida/ebitda) no segundo
trimestre de 2018. Obviamente o IPO da Athena é muito aguardado também
nesse sentido.
Composição Acionária da Companhia
Fonte: http://ri.minervafoods.com
Resultados do Terceiro Trimestre
Receita Bruta - R$ 4.790,7 milhões, número 4% maior que no terceiro
trimestre de 2018.
Divisão Brasil - R$ 2,3 bilhões (49%).
Athena Foods - R$ 1,9 bilhão (39%).
Divisão Trading - R$ 575,7 milhões (12%).
As exportações atingiram 68% da Receita Bruta - R$ 1.549,9 milhões.
A Receita Líquida da companhia, no trimestre, foi de R$ 4,5 bilhões,
número 4% maior que no mesmo período de 2018.
Abaixo, os números dos 9 meses/ano.
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Fonte:ITR 3 T2019
O CMV no trimestre foi de 81,5% da receita líquida, margem bruta em
19%.
As despesas com vendas representaram 6,8% da Receita Líquida, já as
despesas gerais e administrativas, 3,2%.
Ebitda de R$ 454,5 milhões, aumento de 25% em relação ao segundo
trimestre de 2019; margem ebitda de 10,1%.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 461,6 milhões, sendo R$ 265,6
milhões sem efeito caixa (variação cambial).
Dívida Líquida de R$ 6,1 bilhões, dívida líquida/ebitda 3,8x e posição de
caixa de R$ 3,6 bilhões; nos 12 últimos meses a empresa gerou de caixa
livre o valor de R$ 1,1 bilhão.
O volume consolidado de abate foi de 943,9 mil cabeças, crescimento de
10% em relação ao trimestre anterior e de 5% em relação ao terceiro
trimestre de 2018, com utilização da capacidade em 78,7% (lembrando
que os EUA trabalham com 90% da capacidade no Bovino). Aqui,
quando consideramos o principal mercado (Chinês), entra a questão das
tarifas americanas, além do sistema de confinamento, que dificulta o
certificado para exportação.
A companhia apurou um prejuízo líquido de R$ 82,7 milhões. Porém, ela
destaca que o resultado líquido ajustado, antes do imposto e contribuição
social, foi positivo em R$ 93,4 milhões, quando excluídos os efeitos não-
caixa da Correção Monetária (R$ 67,1 milhões), Variação Cambial (R$
265,6 milhões) e o Resultado do Hedge (R$ 165 milhões).
No acumulado dos últimos doze meses o prejuízo acumulado é de R$
319,52 milhões.
Prejuízo básico por ação de R$ 0,60, contra prejuízo de R$ 5,26 no terceiro
trimestre de 2018 (onde a dívida chegou a 5x).
No balanço patrimonial, a conta Lucros e Prejuízos Acumulados está
negativa em R$ 624.219, e o Patrimônio Líquido negativo em R$ 767.223.
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Em decorrência do exercício dos Bônus de Subscrição, o capital social
aumentou de R$ 116.658.553,89 para R$ 124.479.783,09.
Estratégias
A companhia informou em outubro que houve celebração de um
memorando com intenção de constituir uma joint-venture com os
chineses Xuefang Chen e Wenbo Ge, para maximizar os canais de
distribuição no mercado chinês.
A Indonésia, um dos maiores mercados para cortes halal, abriu seu
mercado para a carne bovina do Brasil e a Minerva recebeu autorização
de exportação para 5 de suas plantas.
Habilitação de mais duas plantas para exportar carne bovina para a
China (9.940 cabeças/dia por meio de 7 plantas espalhadas pela América
do Sul, um aumento de 54%).
Logo, a expectativa da gestão é de queo surto de Febre Suína Africana
vai continuar beneficiando o mercado bovino, e ela, como a maior
exportadora da proteína na América do Sul, vai ter seu faturamento
impactado positivamente.
Outro dado importante é que a companhia de não possui cliente externo
que representa mais de 10% da receita total.
A empresa faz hedge cambial, Hedge de Boi – boi a termo (compra bois
com entrega futura e utiliza a bolsa para vender contratos futuros, no
intuito de reduzir o risco direcional da arroba) e Trava da carne vendida
– através da compra de contratos futuros, no intuito de minimizar o risco
da arroba, e então trava a margem operacional que obter na venda da
carne. Você encontra as proteções na página 78 do ITR da companhia e,
na página 82, a análise de sensibilidade com cenários de valores
diferentes (dólar) e impacto nos números da companhia.
Concluindo
A empresa tem uma dívida considerável, maior parte em dólar, assim como
tem parte da receita também na moeda, aumentou faturamento e manteve
equilíbrio do CPV, habilitou novas plantas e está investindo em parcerias para
aumentar a oferta no maior mercado consumidor da proteína.
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Empresas assim como ela são cíclicas, têm seus momentos de mercado aquecido
e desaquecido, pouca e muita oferta que afeta o preço e consequentemente a
receita, afinal estamos falando de produção e comercialização de carne in
natura, boi vivo. Fica claro que a aposta é o mercado chinês, mesmo caso da
BRFS3 e negativamente para a SLC, com a queda do consumo da soja, porém é
preciso ganhar escala, otimizar a cadeia para uma gestão de custos mais eficaz
e, com isso, reduzir os prejuízos.
Nenhum negócio que gere prejuízos deve ser tratado como oportunidade pelo
fato de estar diminuindo os resultados ruins, e sim analisado como um case que
necessita de estratégias mais eficazes para reverter o que está causando os
prejuízos. No caso da Minerva, é preciso compreender que ela tem mercado,
tem capacidade ociosa para aproveitar em caso de aumento de demanda,
conseguiu novas habilitações e, com isso, a tendência é a receita aumentar e,
assim, o prejuízo diminuir. Mas repito, empresas assim são cíclicas, e precisam
ser analisadas como tal, ainda mais considerando a dívida e a necessidade de
gerar caixa para manter a simetria dos fluxos.
O mercado chinês está ajudando os negócios de proteínas por aqui, já expliquei
isso no material da Brasil Foods – a queda projetada de 25 a 30% do rebanho
suíno, aumento de importação da proteína bovina, queda do estoque de frango
por lá, etc.
Então conhecendo os números, os riscos e os gatilhos, fica mais fácil decidir o
investimento.
Informação é dinheiro.
Até a próxima semana
Patrícia Rossari
Especialista em Gestão de Negócios – Logística
Quando analisamos a compra de uma ação que está listada em Bolsa de
Valores, precisamos analisar a própria empresa, mas também o setor como um
todo. O momento atual para o setor de proteína animal está bem positivo, após
a gripe africana que contaminou muitos porcos na China e demandou mais
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carne do resto do mundo, principalmente do Brasil. E agora, no início de 2020,
um caso similar ocorrido na Polônia.
Para melhorar a situação para o setor, diferente do que projetavam vários
analistas, o dólar não caiu e seguiu na casa dos R$ 4,00 (patamar considerado
alto) durante todo o ano de 2019, e a expectativa é essa para 2020 e 2021.
Outro ponto positivo foi perceber que, recentemente, com o aumento do preço
da arroba do boi gordo pouco antes do Natal, o valor do aumento conseguiu ser
repassado ao Mercado sem maiores percalços.
Abaixo, temos dados de Ebitda e Lucro Líquido das principais empresas
listadas no setor de frigoríficos.
JBSS3 BRFS3 MRFG3 BEEF3
Ebitda
3T2019
R$ 17,3 bi R$ 3,95 bi R$ 4,0 bi R$ 1,55 bi
Ebitda
3T2018
R$ 11,7 bi R$ 1,95 bi R$ 2,2 bi R$ 1,37 bi
Variação 47,8% 102% 82% 13,1%
Receita
3T2019
R$ 194,7 bi R$ 29,2 bi R$ 45,1 bi R$ 16,9 bi
Receita
3T2018
R$ 177 bi R$ 34 bi R$ 24,5 bi R$ 15,6 bi
Variação 10% -14% 84% 8,3%
Elaborado por Dica de Hoje: Fonte: JBS, BRF, Marfrig, Minerva Foods e
Fundamentus.
Analisando a empresa, vemos que a situação atual de prejuízo e de margens
menores que as concorrentes não é algo pontual. A Minerva opera no prejuízo
há muitos anos, veja a imagem abaixo:
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Fonte: Guiainvest Pro
A grande quantidade de prejuízos acumulados ao longo do tempo, inclusive,
leva a Minerva a operar hoje em dia com Patrimônio Líquido negativo. A
companhia, hoje, possui R$ 624 milhões de prejuízos acumulados e R$ 767
milhões de passivo a descoberto.
Passivo a descoberto é o nome formal do Patrimônio Líquido negativo.
Demonstra que se a empresa fosse capaz de vender todos os seus ativos pelo
valor contábil, imediatamente, ela não teria condições de pagar todos os seus
passivos (obrigações).
Mesmo assim, vemos em qualquer site de finanças que as ações da Minerva
subiram 157% em 2019. Mais que os 122% da JBS, 61% da BRF e os 82% da
Marfrig. Se ela é a pior, por que ela foi a que subiu mais?
Existem dois motivos principais para isso:
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O primeiro deles é porque nos anos anteriores a Minerva tinha caído 53% em
2018 e 10% em 2017, então ela estava com um preço mais defasado que o da JBS,
por exemplo, que já tinha se valorizado em 2018.
Muitas pessoas olham apenas esse motivo para fazer as suas análises, deixando
a análise da empresa de lado. Se a empresa ficar ruim e com resultados
decrescentes, ela irá cair ano após ano.
O segundo motivo, aí sim, o mais importante, é que como ela é a que mais
piorou no momento ruim, ela é a que mais tem condições de melhorar.
Lembra da época de escola? Quem tinha mais condição de melhorar: aquele aluno que
só tirava 9,5 ou 10, ou o aluno que tirava 6,0? Se o aluno que tira 6,0 passar a tirar 7,5,
ele continua abaixo daquele que tira 9,5, mas ele cresceu 25%. Isso é o que acontece
hoje com a Minerva. Ela tem números piores que as outras, mas foi a que mais
melhorou.
Na imagem abaixo, vemos o quanto a Minerva melhorou nos seus resultados
operacionais ao longo dos últimos 6 anos. No entanto, a última linha fica no prejuízo,
por causa da grande dívida da companhia, que inclusive vem se reduzindo.
Fonte: Minerva Foods.
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Em 5 anos, a Receita Líquida triplicou de valor, o Ebida quase triplicou, reduzindo as
margens ligeiramente, e a participação do mercado local saiu de 33% para 38%.
Reduzindo as despesas financeiras, que pode ocorrer com a valorização do real e com a
geração de caixa que já está ocorrendo, a companhia pode voltar a gerar lucro líquido
no futuro e começar a reverter o cenário de prejuízos acumulados. Essa é a visão do
mercado para que ela tenha se valorizado mais de 150% em um ano. Mas hoje em
dia, a companhia tem mais dívida líquida que valor de mercado.
Para quem já fez meu curso do Treinamento de Crescimento Patrimonial, o TCP, sabe
que eu evito calcular preço justo de empresas como essas que não possuem patrimônio
líquido e nem mesmo lucro líquido. Nesses casos, a estratégia de desalavancagem, de
investimentos, de crescimento, de redução de despesas e de eficiência são mais
importantes que um preço justo com alta probabilidade de erro.
Mas uma forma simples de se ter uma ideia de quanto poderíamos pagar por essa
empresa é pelo cálculo do EV/Ebitda e comparando com as outras empresas do setor.
Segundo o site Fundamentus, o Valor da Firma atual, EV = R$ 11,2 bilhões.
O Ebitdados últimos 12 meses, segundo o mesmo site, é de 1,55 bilhão de reais, oque
nos leva a um indicador EV/Ebitda de 7,23x, que não é alto e nem baixo.
Uma comparação com as outras é o seguinte:
JBSS3 BRFS3 MRFG3 BEEF3
EV/EBITDA 6,86x 11,05x 4,57x 7,23x
Fonte Fundamentus. Elaborado por Dica de Hoje
O que eu quero mostrar é que o preço atual está ok, mas não tem nenhum desconto
para novas compras, salvo se tivermos um grande aumento da geração de Caixa Ebitda
nos próximos trimestres para Minerva.
A mais barata do setor segue sendo Marfrig, embora o número acima tenha alguns não
recorrentes que ajudaram a reduzir esse número, que hoje é mais próximo a 6x,
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enquanto a mais cara do setor segue sendo BRF, até por isso ela foi a que menos
cresceu em 2019. (Paty, não fica triste comigo, tá?).
Abraços e Bons Investimentos.
Daniel Nigri.
Disclosure
Elaborado pelo analista independente Daniel Isaac Nigri, CNPI 1810, este relatório é de uso
exclusivo de seu destinatário.
Este estudo é baseado em informações disponíveis ao público nos próprios sites de RI das
empresas analisadas ou comparadas, consideradas confiáveis na data de publicação. As
opiniões, aqui expressas, estão sujeitas a mudanças, por se tratarem de estimativas baseadas
em fundamentos e projeções de futuro, que podem ou não ocorrer.
As análises, informações e estratégias de investimento têm como único propósito fomentar o
debate entre o analista responsável e os destinatários. Os destinatários devem, portanto,
desenvolver as próprias análises e estratégias (ou seja, “caminhar com as próprias pernas” e
ter bom senso).
O analista responsável pela elaboração deste relatório declara, nos termos da Instrução CVM
nº 598/18, que as recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente a
sua opinião e foram elaboradas de forma independente.
O analista Daniel Isaac Nigri CNPI é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo
cumprimento da Instrução ICVM 598.
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