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RELATÓRIOS DE PESQUISA EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO v.14, n. A8, p.80-92 Artigo submetido em 21/3/2014. Versão final recebida em 11/6/2014. Publicado em 20/6/2014. ANÁLISE SWOT DE UM NOVO ENTRANTE NO MERCADO BRASILEIRO DE PERFURAÇÕES DE PETRÓLEO Carlos Francisco Simões Gomes Universidade Federal Fluminense (UFF) Daniel Guerreiro Menahem Fundação Getúlio Vargas (FGV) Resumo Este trabalho apresenta uma síntese do mercado brasileiro e mundial de perfurações de poços de petróleo e gás, analisando alguns dos principais players, crescimento e projeções. É apresentado o caso da WWT International Inc., empresa de Protetores de Tubos Não-Rotacionais que tentava há anos entrar no mercado brasileiro, mas sem sucesso. A união da WWT com a empresa de comércio exterior Reimpex foi um passo estratégico que resultou na WWT do Brasil e possibilitou a aquisição de novos clientes devido à nova abordagem da Reimpex sobre os produtos. Os produtos passaram a ser apresentados como um seguro de capital nas operações. O trabalho é concluído com propostas estratégicas para que ambas as empresas continuem crescendo e é feita uma avaliação do trabalho todo. Palavras-Chave: mercado, poços de petróleo, perfuração Abstract This paper gives an overview of the Brazilian market and worldwide drilling oil and gas wells, analyzing some of the key players and growth projections. A case of WWT International Inc., a Non-Protective Tube Rotational for years trying to enter the Brazilian market, but without success. The union of WWT with the foreign trade company Reimpex was a strategic move that resulted in the WWT in Brazil and made possible the acquisition of new customers due to the new approach Reimpex took about the products. The products became presented as a capital in the insurance operations. The paper concludes with proposed strategies for both companies continue to grow and is an assessment of the whole job. Keywords: market, oil wells, drilling

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Page 1: ANÁLISE SWOT DE UM NOVO ENTRANTE NO MERCADO … · que faz um resumo do mercado de Petróleo, a terceira parte, que apresenta a empresa WWT, a quarta parte, que mostra a WWT no mercado

RELATÓRIOS DE PESQUISA EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO v.14, n. A8, p.80-92

Artigo submetido em 21/3/2014. Versão final recebida em 11/6/2014. Publicado em 20/6/2014.

ANÁLISE SWOT DE UM NOVO ENTRANTE NO MERCADO BRASILEIRO DE PERFURAÇÕES DE PETRÓLEO

Carlos Francisco Simões Gomes

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Daniel Guerreiro Menahem

Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Resumo Este trabalho apresenta uma síntese do mercado brasileiro e mundial de perfurações de poços de petróleo e gás, analisando alguns dos principais players, crescimento e projeções. É apresentado o caso da WWT International Inc., empresa de Protetores de Tubos Não-Rotacionais que tentava há anos entrar no mercado brasileiro, mas sem sucesso. A união da WWT com a empresa de comércio exterior Reimpex foi um passo estratégico que resultou na WWT do Brasil e possibilitou a aquisição de novos clientes devido à nova abordagem da Reimpex sobre os produtos. Os produtos passaram a ser apresentados como um seguro de capital nas operações. O trabalho é concluído com propostas estratégicas para que ambas as empresas continuem crescendo e é feita uma avaliação do trabalho todo.

Palavras-Chave: mercado, poços de petróleo, perfuração

Abstract This paper gives an overview of the Brazilian market and worldwide drilling oil and gas wells, analyzing some of the key players and growth projections. A case of WWT International Inc., a Non-Protective Tube Rotational for years trying to enter the Brazilian market, but without success. The union of WWT with the foreign trade company Reimpex was a strategic move that resulted in the WWT in Brazil and made possible the acquisition of new customers due to the new approach Reimpex took about the products. The products became presented as a capital in the insurance operations. The paper concludes with proposed strategies for both companies continue to grow and is an assessment of the whole job. Keywords: market, oil wells, drilling

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1. Introdução O mercado internacional era à base de trabalho da WWT Internacional, onde a empresa

estava estabelecida e tinha seu produto reconhecido. O mercado internacional também é importante, pois exalta oportunidades no Brasil.

O mercado brasileiro está evoluindo e crescendo com o apoio do governo, que conta com sua estabilidade como uma grande força contra o mercado de petróleo de outros países.

Os tipos de poços de petróleo interferem diretamente na necessidade dos serviços da WWT International. A profundidade e posição dos poços são os principais quesitos que geraram oportunidades à empresa.

A cadeia produtiva do petróleo e gás, desde sua prospecção, passando pela exploração e a distribuição dos seus produtos e serviços, é considerada uma atividade de altos riscos e incertezas durante todo o seu processamento A indústria do petróleo e gás tem registrado nos últimos anos um aumento significativo nos seus custos de exploração e produção (Araujo e Almeida, 2009).

1.1 Proposta e Metodologia

Este artigo propõe fazer uma análise SWOT da empresa WWT e propor um posicionamento estratégico para a mesma. Este artigo divide-se em introdução, a segunda parte que faz um resumo do mercado de Petróleo, a terceira parte, que apresenta a empresa WWT, a quarta parte, que mostra a WWT no mercado brasileiro, a quinta parte, que apresenta uma análise da empresa com a ferramenta SWOT, e a sexta parte que é a conclusão.

2. Mercado de Petróleo

As empresas petrolíferas têm longo histórico de formação de arranjos cooperativos como forma, principalmente, de reduzirem seus riscos em face dos elevados investimentos que são inerentes à atividade. Como exemplo cita-se a série de fusões que envolvem as grandes empresas desse importante segmento da economia mundial, conhecidas por majors, que caracterizaram os últimos quinze anos. Uma forma costumeira de associação entre as empresas de petróleo é a formação de consórcios para a participação em projetos de exploração e produção (E&P) de blocos exploratórios ofertados em leilões internacionais, que é uma das características do modelo de concessão para exploração de petróleo e gás, um dos mais utilizados pelos países produtores (Costa e Lopes, 2010).

O termo petróleo refere-se à emulsão de óleo cru, água e gás natural encontrada na natureza.

Reservatórios são rochas porosas e permeáveis que contém óleo, gás e água. Reservas são os

volumes estimados de óleo e gás recuperáveis de um reservatório de petróleo. Elas são

classificadas em provadas, prováveis e possíveis, de acordo com a probabilidade de os

volumes estimados serem economicamente produzidos. Produção é a extração de fluidos dos

reservatórios. Esses fluidos são compostos basicamente por hidrocarbonetos e água. Os

hidrocarbonetos são compostos por gás natural, condensado e óleo. Condensado é um fluido

que se apresenta na forma gasosa nas condições de temperatura e pressão do reservatório e

como líquido nas condições padrão de superfície (standard). O líquido do gás natural (LGN) é

um líquido extraído do gás natural produzido, através do processamento desse gás em plantas

industriais denominadas unidades de processamento de gás natural (Milani Junior, et al., 2005).

O Petróleo é uma das principais variáveis da economia mundial, oscilações em seu preço podem causar graves crises ou impulsionar economias. Sendo um bem estratégico de tamanha importância todos querem entrar no Mercado do Petróleo.

Apenas alguns países conseguem extrair petróleo suficiente para sua demanda interna, a maioria dos países ainda depende de importações. As exportações de Petróleo no mundo são

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basicamente controladas pela OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo), que, segundo OPEP (2012) detinha 81% das reservas mundiais de Petróleo e assim controla considerável parte da oferta de Petróleo em um mercado de enorme demanda que acaba influenciando o preço comercializado mundialmente (Figura 1).

Figura 1- Parte das reservas mundiais de petróleo bruto em 2012

Os membros atuais da OPEP são: Argélia, Angola, Equador, Iran, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela; seus membros frequentemente enfrentam problemas sérios tais como:

• Guerras civis,

• Ditaduras,

• Líderes opressores e/ou

• Grande quantidade de pessoas abaixo da linha da pobreza.

Esses problemas, nos países membros, resultam em uma organização altamente instável e perigosa para empresas petroleiras e países importadores de petróleo [1]. Talvez esses sejam os motivos que mantêm a Rússia fora do cartel.

Segundo dados da AIE (Agência Internacional de Energia), o consumo mundial de petróleo tem caído depois do ápice em 2008 quando a capacidade de produção era apenas 3,1% superior a demanda, o que fez o preço chegar a US$150 por barril. Entretanto esse consumo voltou a aumentar. Para 2014, a AIE conta ainda com uma aceleração da demanda, que deve se situar em um novo pico de 92 milhões de barris por dia, menor que antes. A Agência projeta o crescimento do consumo de petróleo em 1,1 milhão de barris (mbd) por dia em média, contra 1,2 mbd anterior . Além disso, se a AIE elevou sua estimativa para o consumo de petróleo dos EUA a curto prazo, devido a sua recuperação econômica, rebaixou sua previsão da demanda japonesa para refletir a intenção do governo japonês de recorrer de novo à energia nuclear [2]. O Gráfico 1 demonstra perspectiva de aumento nos investimentos em perfuração.

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Gráfico 1 - Investimento Global em Perfurações Offshore entre 2000 e 2015

Fonte: GBI Research

O aumento na demanda por produtos de exploração de petróleo nos anos que antecederam a crise de 2008 chegou [3] a causar inflação no preço de plataformas e grandes players mundiais, como Exxon Mobil Corp. e BP Plc, brigaram por algumas plataformas de alcance em maior profundidade e viram os preços subirem até 50.000 dólares por dia no aluguel das plataformas de águas profundas. As plataformas ou navios de perfuração são a base do sistema de perfuração e o aumento de vendas desses navios causa um aumento na demanda de equipamentos periféricos importantes na operacionalização da perfuração. Entretanto a demanda por plataformas pela Petrobras para a exploração do pré-sal causa uma nova “inflação’ pela busca de plataformas.

2.1 Mercado Nacional

O Brasil produz quantidade suficiente de petróleo para suas necessidades, mas ainda possui déficit na Balança de Petróleo. O Brasil exporta um tipo pesado de petróleo, mas para ter sua demanda de petróleo atendida, precisa importar petróleo do tipo leve, porque sua produção é muito pequena.

A descoberta e a possível futura comercialização do petróleo dos poços do pré-sal levarão o Brasil a ser um dos principais países exportadores de petróleo e juntamente com a Rússia, os dois únicos países membros do BRIC com grande produção de petróleo para impulsionar ainda mais suas economias.

O mercado brasileiro de exploração de petróleo e gás está aquecido. A descoberta do Pré-Sal impulsionou pesquisas, compras de equipamentos e outros diversos investimentos na área.

2.2. Gás Natural

A continuidade dos investimentos em exploração e produção de gás natural permitirá elevar a produção para mais de 250 milhões de m3 por dia em 2030, com uma taxa de

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crescimento média de 6,3% ao ano no período em projeção. Ainda assim, o aumento da demanda a longo prazo sinaliza a necessidade de complementação da oferta de gás natural com a importação de mais de 70 milhões de m3/dia em 2030, o que significa ampliar em 40 milhões de m3/dia a capacidade de importação atual (via gasoduto Bolívia-Brasil). Quanto à importação de gás natural liquefeito (GNL), planejada em 20 milhões de m3/dia até 2009, a necessidade de importação adicional em 2030 seria de 20 milhões de m3/dia. (Tolmasquim, 2007)

2.3. Petróleo e Derivados

Em face da política continuada de investimento em exploração e produção de petróleo, estima-se que a produção possa atingir 3 milhões de barris por dia em 2020. Do lado da demanda, o consumo de petróleo deverá seguir trajetória de vigoroso crescimento, acompanhando as condicionantes do cenário macroeconômico. Espera-se que até 2030 haja superávit no balanço de produção e consumo de petróleo. Em 2030 os derivados de petróleo manteriam a posição de liderança entre as fontes com uma participação de cerca de 30% da matriz energética brasileira. (Tolmasquim, 2007)

A Petrobras [4] em 2012 informou que assinou, contratos com as empresas Sete Brasil, Odebrecht e Etesco para o afretamento e a operação de nove navios-sonda de perfuração. Os navios serão construídos no Brasil, com percentuais de conteúdo local variando de 55 a 65%. Após a construção, as sondas serão afetadas à Petrobras por um período de 15 anos. Com essa operação, a Companhia conclui o processo de contratação de 21 sondas negociadas com a Sete Brasil. A Petrobras pode ter pressionado a inflação no mercado internacional de plataformas citado anteriormente, quando alugou as plataformas de águas profundas disponíveis no mundo.

O primeiro poço de águas ultra profundas do pré-sal a produzir petróleo comercialmente foi o Baleia Branca, na bacia de Campos, em julho de 2010, e está servindo de estudo para as operações em todos os outros poços que sequer foram perfurados ou estão sendo estudados em produção não comercial. O poço Baleia Branca está a 4.785 metros de profundidade e apesar de estar no pré-sal, pode apenas ser uma base de testes para outros poços a profundidades de até 7.000 metros, onde as condições são imprevisíveis, segundo o geólogo húngaro membro do centro de pesquisa da Petrobrás, Peter Szatmari.

Quando perfuramos abaixo do sal, entramos no reino do desconhecido. Estamos

encontrando algo inteiramente novo abaixo do oceano, como quando Colombo estava

descobrindo um novo continente [5].

Apesar do forte aquecimento do mercado de perfuração de petróleo, o país ainda é extremamente dependente de investimentos externos e equipamentos de empresa não brasileiras. Com previsões antigas de crescimento na produção, a Petrobras investe em pesquisas e inovações desde antes das descobertas recentes de poços no pré-sal. Graças a essa base avançou muito e está com equipamentos de ultima geração para desbravar este novo continente abaixo da camada de sal. Porém, a empresa não pode fazer tudo sozinha e importa ou aluga grande quantidade de equipamentos de empresas não brasileiras porque o mercado nacional não produz equipamentos competitivos ou em muitos casos nem produz tais equipamentos.

2.4. Tipos de Poços

Existem basicamente dois tipos de perfuração de poços de petróleo o Vertical e o Direcional.

Poço Vertical: Um poço é definido como vertical quando a perfuração é feita em linha reta a um ângulo de 90°, com desvio de até 5°, em relação à plataforma. Apesar de ser o caminho mais curto e aparentemente melhor, poços verticais enfrentam vários desafios para serem feitos, o que impossibilita de serem feitos na maioria dos casos.

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Poço Direcional: Na maioria dos casos, os engenheiros optam pela Perfuração Direcional, onde o sistema de perfuração faz um caminho definido de acordo com os tipos de rocha, espessura, pressão, temperatura, posição da plataforma, tamanho e forma do poço e local em que a perfuração chegará ao poço.

Os poços direcionais revolucionaram a indústria de perfuração e pode-se dizer que influenciaram a história do mundo. Uma das grandes qualidades destes poços é que eles extraem uma proporção maior de petróleo do que os verticais, possibilitando até que poços já fechados pudessem ser perfurados de novo caso fosse financeiramente viável, resultando no aumento da quantidade de petróleo mundial que possa ser extraída e prolongando a possibilidade de anos de dependência mundial do petróleo.

Apesar de ser a melhor opção, o poço direcional oferece alguns riscos (Picinin ET ali, 2010) ao equipamento de perfuração que deve ser mais resistente e dependendo da complexidade da perfuração, equipamento extra de proteção é essencial.

A figura 2 demonstra alguns tipos de poços direcionais. O poço direcional pode ser feito quando uma estrutura faz mais de uma perfuração até o poço, quando existe uma falha no terreno, quando o poço está em um local impossível de ser atingido verticalmente, caso tenha acontecido um problema e a perfuração tenha que ser refeita ou quando o poço esteja protegido por uma formação geológica. Estas são as utilidades básicas dos poços direcionais e em outras finalidades, os engenheiros usam variações destes tipos.

Figura 2 - Tipos de Poços Direcionais

Fonte: http://knol.google.com/k/po%C3%A7os-horizontais-na-engenharia-de-petr%C3%B3leo#

3. A WWT International Inc.

A WWT International Inc. é uma empresa reconhecida do ramo de equipamentos de perfuração de poços de petróleo e gás, com sua sede em Houston, porém com atuação mundial. Os produtos comercializados são o Non-Rotating Protector (protetor não rotacional de tubo de perfuração), Coiled Tubing Tractor Systems (um sistema de tração para a broca de perfuração) e, em pequena escala, Hole Covers (“tampa” que protege a abertura da perfuração).

O valor da empresa é reconhecido mundialmente, seu protetor foi utilizado com sucesso em perfurações [6] no Golfo do México, na área das Montanhas Rochosas e Texas nos Estados Unidos, Cazaquistão, Mar do Norte entre Inglaterra e Escandinávia, Qatar, Rússia, Argentina, China, Canadá e Peru.

Os protetores de tubos não-rotacionais minimizam os problemas causados pela fricção do poço com o tubo de perfuração (WWT, 2010). Sem o protetor, a fricção aquece o tubo e o

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poço em um local onde a temperatura já é mais alta e em profundidades como do pré-sal que chegam de 80 a 100 graus Celsius [7]; a temperatura e fricção causam desgaste e danos aos tubos ou poço; a rotação do tubo contra o poço desloca o tubo e por conseqüência a broca e a base mecânica na plataforma e a potência da broca é reduzida devido aos problemas citados anteriormente. A figura 2 mostra como o protetor impede o contato entre o tubo e a parte já perfurada e protegida. Essa parte da figura é especialmente importante pois é onde acaba o mar e começa a área perfurada, que sofre com deslocamentos da corrente marinha. O tubo se desgastaria contra a parede da perfuração sem os protetores.

Segundo a apresentação dos protetores, existem vários benefícios mensuráveis pela utilização do protetor, como evitar o desgaste, reduzir torque e arrasto aumentar a taxa de penetração, minimizar a instabilidade, aumentar a segurança em condições adversas, diminuir vibrações, preservar o poço para reutilização futura, aumentar o peso na broca e proteger o tubo.

Todos esses benefícios gerados pela utilização dos protetores são apenas meios para um fim maior. Os protetores são um seguro de capital, muito dinheiro é investido na operacionalização da perfuração e, enquanto a maior velocidade e eficiência na perfuração, caminho percorrido e maior segurança são fatores importantes que quando atrasam ou adiantam a perfuração influenciam no total de custos da perfuração, causam muito menos impacto do que o aluguel da plataforma que custa em média de 500.000 dólares por dia até 600.000 dólares por dia em caso de inflação [8], como ocorrido em 2008 quando a oferta de plataformas disponíveis diminuiu. Multiplicando pelo numero de dias perdidos para refazer, fechar ou consertar um poço que tenha tido problemas, mais todos os tipos de custos não previstos, o resultado final é bem maior do que se a empresa tivesse utilizado os protetores.

Figura 3 – Exemplo Prático

Fonte: http://www.wwtco.com/protectors02.html

A Figura 3 e o Gráfico 2 demonstram o ângulo máximo aceitável de segurança para perfurações offshore com e sem os protetores. Na plataforma estudada, a perfuração era feita com ângulo dos tubos de até 1,5 graus com segurança, inclusive com o mar revolto que antecedeu um furacão que passou na área e posteriormente obrigou a todos que parassem os trabalhos e deixassem a plataforma. O estudo dos dados revelou que, dos 27 dias de operação, a perfuração teria que ser suspensa em 55% dos dias por perigo de quebra do material, mas devido ao uso dos protetores, pode seguir ininterruptamente. Um cálculo simples mostra que com um custo de 500.000 dólares por dia, vezes os 15 dias perdidos resultaria em um gasto

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extra de 7.5 milhões de dólares, ou 12.000.000 de reais, desconsiderando que atrasaria a produção da plataforma. Deve-se considerar ainda o, custo de capital e que o preço do aluguel poderia subir após o fim do contrato.

Gráfico 2 – Comparação do Ângulo Máximo

Fonte: http://www.wwtco.com/protectors02.html

A WWT não vende protetores de tubos não-rotacionais, ela vende um serviço que engloba o aluguel dos protetores, estudo do ambiente e solo que será perfurado, utilização do software, a atuação de uma pessoa que coloca os protetores nos tubos e outras assistências necessárias.

4. WWT no Mercado Brasileiro

4.1 Insucesso

A WWT já possuiu negócios no Brasil. Vinte anos atrás os protetores da época estavam começando a ser usados nas perfurações que ainda engatinhavam no país, tanto tecnologicamente quanto de produção e potencial provado de aumento na produção. Eram usados protetores de metal, mais rústicos e talvez esse tenha sido o principal motivo do insucesso da época.

Em uma das perfurações, alguns protetores se soltaram do tubo de perfuração e inutilizaram o poço, pois eram muito duros para serem perfurados pelas brocas. O poço teve que ser fechado e refeito em outro lugar. O que deveria proteger a operação de atrasos acabou causando um e por consequência um aumento considerável nos gastos da perfuração. A equipe na época era constituída basicamente de pessoas de áreas operacionais e apesar de saberem tudo sobre o produto, não conseguiram vendê-lo depois do acontecido e não tinham conhecimentos de marketing e comercial que pudessem reverter à situação. Talvez esse tenha sido o motivo pelos 20 anos de insucesso.

É importante ter equilíbrio e comunicação na empresa. A equipe operacional estava de acordo com as necessidades da empresa, porém a empresa não satisfazia as necessidades do produto em relação ao mercado brasileiro depois do acontecimento. Por ser uma equipe

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basicamente de americanos, a capacidade de negociação sobre o produto que já era mal visto foi mais afetada, a diferença de culturas e talvez um preconceito com o estrangeiro inviabilizaram o negocio. O ruído ou falta de comunicação entre a equipe no Brasil e a da sede sacramentaram o insucesso do produto. A empresa, ao invés de mandar uma equipe de marketing e comercial mais hábil para concertar o estrago, manteve como estava.

Mais recentemente, entre 2000 e 2010, a empresa mandou o gerente regional da America do Sul para o Brasil com a missão de entrar novamente no mercado brasileiro, agora com um produto mais moderno e sucesso em diversas áreas do globo. Porém durante dois anos de tentativas, a WWT não conseguiu nenhum trabalho, com os mesmos erros de forma, apenas um produto mais moderno não foi suficiente para fazer diferença nos negócios da empresa no Brasil.

A Reimpex é uma pequena empresa brasileira de comercio exterior do ramo de petróleo, gás e certificações marítimas. Recentemente sob nova direção, a Reimpex estava procurando empresas para representar e durante uma procura na internet, encontrou a WWT e daí surgiu a WWT do Brasil.

As duas empresas poderiam sair ganhando com essa união, a Reimpex com uma nova representada e novas possibilidades de negócios e a WWT com uma nova equipe, totalmente adaptada ao mercado brasileiro, com conexões e uma visão diferente.

Mesmo não sendo totalmente do governo, a Petrobras é gerida por ele e um dos objetivos do governo é diminuir o desemprego e desenvolver o mercado de perfuração que atualmente depende de importações de produtos e serviços. O governo por meio da Petrobras estimula as empresas que querem trabalhar com a Petrobras a abrirem fábricas e escritórios no Brasil, buscando-se assim diminuir a dependência das filias. Embora as empresas não sejam obrigadas, esse quesito tem um forte peso no processo de escolha, até o ponto em que empresas com produtos e serviços menos qualificados e competitivos são contratadas ao invés de empresas estrangeiras.

A Petrobras é a maior contratante de produtos e serviços de perfuração de petróleo no Brasil, ela possui parceiras na maioria dos poços. Para cada contrato seu ou de suas parceiras, é preciso que a contratada esteja em seu cadastro e notas em diferentes quesitos de avaliação são consideradas para que a empresa seja contratada. Esse foi um dos piores erros da WWT, apesar de terem se cadastrado e conseguido o certificado de avaliação, diversas notas, inclusive algumas importantes, estavam baixas. Corrigir esse erro foi uma das primeiras ações da WWT do Brasil e então a empresa se tornaria uma boa fornecedora de serviços, se não fosse o acidente de 20 anos atrás.

Ambas, a WWT do Brasil e a Petrobras sabem que os protetores são mais importantes ainda nas perfurações do pré-sal, como foi dito anteriormente, o “reino do desconhecido”, porém o passado não pode ser apagado.

Não pode ser apagado, mas pode ser contornado. Devido a um acidente [9] ocorrido em uma perfuração na Bacia de Santos, a perfuração teve que ser paralisada durante duas semanas para que o erro fosse corrigido, trazendo uma grande despesa inesperada. O acidente ocorrido e a procura da WWT do Brasil, com sua nova equipe, para reabrir os negócios com a Petrobras conseguiu firmar, com a Petrobras, um teste no poço do pré-sal de menor profundidade.

Foi implantado um serviço padrão no mundo todo, um funcionário é encarregado de ficar na plataforma e prender os tubos, uma equipe estrangeira faz o estudo do poço, com dados da Petrobras, utiliza o software que diz o espaçamento ideal entre um protetor e outro e a WWT do Brasil cuida da importação e logística de transporte dos protetores, dos funcionários estrangeiros no Brasil, contrato e comunicação com a Petrobras.

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5. Análise Swot

A Análise S.W.O.T.(Strengths, Weak, Opportunities e Threats) ou análise F.O.F.A. em português (Força, Oportunidades, Fraquezas, e Ameaças) é uma ferramenta estrutural utilizada na análise do ambiente interno, para a formulação de estratégias. Permite-se identificar as Forças e Fraquezas da empresa, variáveis internas, e sob o controle da empresa, associando as Oportunidades e Ameaças, variáveis externas para a mesma, que não estão sob o controle da empresa. As Oportunidades e Ameaças são assim fatores externos de criação, no caso das Oportunidades e de destruição de valor, no caso das ameaças, os quais a empresa não pode controlar, mas que emergem ou da dinâmica competitiva do mercado em questão, ou de fatores demográficos, econômicos, políticos, tecnológicos, sociais ou legais (Dyson, 2004). As forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da empresa e relacionam-se, quase sempre, a fatores internos, e são controlaveis pela empresa. Estas são particularmente importantes para que a empresa rentabilize o que tem de positivo e reduza, através da aplicação de um plano de melhoria, os seus pontos fracos. As oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e estão relacionadas a fatores externos, que permitem a identificação de aspetos que podem constituir constrangimentos (ameaças) à implementação de determinadas estratégias, e de outros que podem constituir-se como apoios (oportunidades) para alcançar os objetivos delineados para a organização.

A seguir são apresentados os dados da matriz Swot analisada.

Pontos Fortes

A WWT possui experiência em diversas partes do globo com vários contratantes diferentes, inclusive a Petrobras que utiliza os protetores em outros países. Em perfurações no pós-sal, seu produto é bem reconhecido no exterior. (Ponto Forte 1)

A empresa já possui um escritório no país. Um dos objetivos da Petrobras é gerar empresas/empregos, não contratando empresas prestadoras de serviço de fora do país. Empresas concorrentes sem escritório no país terão que passar por todo processo para abrir um escritório, processo que especialmente no Brasil é demorado, com muita burocracia, requer tempo, trabalho e muita espera. (Ponto Forte 2)

A REIMPEX tem uma excelente equipe, tem contratos de outras representadas trabalhando para a Petrobras e outras empresas do ramo de petróleo e gás e está crescendo estruturadamente. A aproximação da REIMPEX às empresas em contratos de outras representadas pode ser um link para aproximação da WWT a essas empresas contratantes. (Ponto Forte 3)

Pontos Fracos

A WWT está pagando até hoje pelo acidente de 20 anos atrás e espera que caso tenha sucesso na Bacia de Santos, esse acidente seja esquecido, porém não se sabe se a Petrobras deixará de levar esse evento em consideração. O fato de a Petrobras ter participação em grande quantidade das perfurações do Brasil afetou ainda mais a WWT, já que as outras empresas também esbarram na Petrobras ao tentarem contratar os protetores. (Ponto Fraco 1)

Oportunidades

O mercado Brasileiro de perfuração é uma grande oportunidade. As grandes descobertas de petróleo feitas na última década podem tornar o Brasil um dos maiores produtores do mundo; possui um potencial de crescimento tecnológico de um mercado muito pouco desenvolvido. A vontade do governo que o pré-sal tenha consequências sociais, diminuindo o desemprego, treinando pessoas e desenvolvendo o mercado de perfuração e mercados periféricos que atuam em outras áreas também é uma oportunidade. A carência do mercado de diversos tipos de equipamentos e serviços que obrigam a Petrobras a importar para

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sanar essa carência de produtos e serviços, é uma oportunidade para a WWT do Brasil criada recentemente. (Oportunidade 1)

A oportunidade mais importante da WWT foi dada pela Petrobras na perfuração da Bacia de Santos, uma oportunidade concreta que, em caso de sucesso, pode trazer muito mais contratos em outros poços. (Oportunidade 2)

Ameaças

A perfuração na bacia de Santos é uma grande oportunidade, mas também uma ameaça em potencial. A WWT levou aproximadamente 20 anos para conseguir outra chance depois do acidente com os protetores antigos e dependendo do resultado da perfuração atual, pode ficar mais vários anos sem contratos ou, caso o protetor funcione, mas não tenha um resultado muito bom, a Petrobras procuraria a WWT só em casos extremos. (Ameaça 1)

Não existe nenhum protetor concorrente direto no mercado Brasileiro, porém outros produtos podem ser usados com algumas das mesmas finalidades, como diminuição de vibrações. Esses produtos também, por enquanto, não estão no mercado brasileiro. (Ameaça 2)

A distância da equipe de desenvolvimento das operações é um perigo visto que não se tem certeza de como será o ambiente nas perfurações mais profundas do pré-sal, lembrando que a perfuração da Bacia de Santos tem 4.000 metros de profundidade, mas outros poços chegam a 7.000 metros. (Ameaça 3)

Proposta Estratégica

A análise SWOT mostrou quatro grandes Estratégias para a empresa:

Estratégia A – Ponto forte 1 e Oportunidade 1: participar ativamente das licitações da Petrobras ou buscar parcerias com a Petrobras.

Estratégia B – Ponto Forte 2 e Oportunidade 2: explorar a vantagem competitiva da empresa na exploração da Bacia de Santos.

Estratégia C – Ponto Forte 3 e Ameaça 1: aproveitar a capacitação da equipe para buscar novos parceiros e buscar fazer parcerias com outras empresas que trabalhem com a Petrobras na Bacia de Santos.

Estratégia D – Ponto Fraco 1 e Ameaça 2 e Ameaça 3: usar a marketing para mostrar a atual situação da empresa, e utilizar as Estratégias A, B e C, para mostrar que empresa superou os problemas do passado.

A proposta da WWT do Brasil é mostrar a eficiência do produto nesse poço de aproximadamente 4.000 metros e futuramente fornecer protetores para serem usados em poços de até 7.000 metros. Porém, o serviço padrão aplicado pela WWT não pode ser utilizado nesse caso, é preciso que os engenheiros que trabalham no protetor estejam presentes e descubram como é o “reino do desconhecido” e seu efeito nos protetores. Variáveis como temperatura e pressão são diferentes no pré-sal, assim como a resposta de todos os equipamentos a essas e outras variáveis é imprevisível. Foi dada uma chance a WWT e essa chance requer atenção especial.

A receita advinda da primeira perfuração em um campo não é a única renda de uma empresa no ramo de exploração de petróleo. Existe a renda oriunda dos contratos de varias perfurações após essa, que podem ocorrer no mesmo campo ou em outros campos. O fato de estar presente, nas perfurações, permite estudar a geologia local, manter-se com o nome presente, e acompanhar o estado da arte, isto, gera uma vantagem competitiva e a valorização da marca da empresa.

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ANÁLISE SWOT DE NOVO ENTRANTE NO MERCADO DE PERFURAÇÕES DE PETRÓLEO

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A Petrobras é a grande contratante no Brasil, porém possui participação de diversas empresas em todos os poços, empresas que têm direito de escolha e podem agir a favor da WWT caso beneficie a perfuração do poço.

Um movimento importante pode ser ligado diretamente à marca Reimpex. Com a Reimpex crescendo, conseguindo mais representadas e tendo sucesso em seus contratos, sendo todos na área de perfuração ou certificação de navios e projetos offshore, os outros possíveis clientes dos protetores de tubos passarão a conhecer a empresa e ficarão mais abertos a propostas de produtos de outras representadas, como os protetores.

6. Conclusão

O mercado brasileiro de petróleo mostrou com características internas e externas ter a melhor prospecção de crescimento e segurança no mundo.

O Brasil e a Rússia são os únicos países em forte crescimento e com um futuro promissor como exportadores de petróleo que não precisam se preocupar com grandes revoltas populares capazes de atrapalhar a produção ou inimigos que ameacem sua produção.

Os investidores estrangeiros também estão contando fortemente com a ajuda do governo no crescimento do mercado nacional de petróleo. Isenção de impostos e outros benefícios que tragam ou até forcem empresas de fora a virem ao país para estruturar o crescimento do mercado e mais que isso, gerar emprego, renda, bem estar e outros benefícios, segundo o governo, serão direta ou indiretamente afetados pelo desenvolvimento desse mercado.

Duas grandes oportunidades no mercado nacional decorrem do subdesenvolvimento quanto a produtos e serviços que reflete a baixa concorrência aos protetores. As perfurações no pré-sal são o principal objetivo e oportunidade da WWT. O mercado é subdesenvolvido para perfurações no pós-sal e o problema intensifica quando este mercado precisa estar adaptado para algo que demanda ainda mais tecnologias e serviços mais complexos.

A fraca concorrência aos protetores é uma grande oportunidade para a WWT se estabelecer. O único produto concorrente direto não oferece o serviço que a WWT oferece e por isso é desconsiderado rapidamente. Outros produtos possuem algumas características dos protetores, mas, por serem características mais pontuais, não são concorrentes.

O melhor movimento da WWT, que não conseguia entrar no mercado brasileiro, foi se incorporar a uma pequena parte do mercado, a Reimpex, e formar a WWT do Brasil, movimento que desencadeou todo o resto. Outro contrato de utilização dos protetores foi firmado com a principal empresa de perfuração do país depois de 20 anos. Há perspectiva de novos poços em um futuro próximo e outros movimentos estratégicos no futuro.

A parte brasileira da WWT está diminuindo distancias com outras empresas do ramo de perfuração no Brasil e quem sabe um dia a WWT será parte importante no mercado mais promissor do mundo na área de perfuração.

7. Referências

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ANÁLISE SWOT DE NOVO ENTRANTE NO MERCADO DE PERFURAÇÕES DE PETRÓLEO

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