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ANO X - JUNHO DE 1959 - N.° 105
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508 Boletim da Ind. Gráfica
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j p atos dos mais lamentáveis temos presenciado nestes últimos tempos.O desrespeito à lei e à autoridade atingem índices rocambolescos.Ainda recentemente, vimos greves deflagradas por motivos impossíveis
de se imaginar. Já não se trata da defesa do assalariado contra condições de trabalho insuportáveis, ou contra o aumento do custo-de-vida, que se procura equilibrar com as majorações salariais. Não, são greves contra atos do Governo, que pretende dar base sólida ao crescimento em ritmo assombroso e nunca visto do País. São greves contra majorações de taxas de serviços públicos que se não podem manter com tarifas já superadas pelo custo dos materiais e da mão-de-obra. É, afigura-se-nos, o princípio do caos.
A recente agressão de que foi vítima o Presidente de uma companhia de serviços de utilidade pública, que, para ser capaz de manter em sobrevivência a empresa, se viu na contingência de despedir alguns empregados, é de estarrecer.
Estamos, parece-nos na terra do homem “que é prêso por ter cão e. .. prêso por não ter cão”.
Nossa chamada imprensa, que com raras excessões não merece o nome de imprensa, critica determinado sertor governamental porque tem excesso de funcionários. Logo a seguir, defende o agressor de um representante do poder público que “se atreveu” a despedir empregados desnecessários.
Ainda não há muito, criticava-se o candidato Juscelino Kubistchek, que prometia fazer o Brasil progredir 50 anos em 5. Hoje critica-se o Presidente que procura levar a cabo suas promessas.
Não é nosso objetivo defender esta ou aquela pessoa, êste ou aquêle setor, pretendemos, isso sim, demonstrar o papel incoerente que desempenham certas pessoas que podem influenciar o espírito do público menos avisado, mercê dos meios de publicidade de que dispõem.
Hoje, quando se iniciam as demarches sucessórias, devem os bons brasileiros meditar sôbre êsses e muitos outros fatos estampados diariamente nos jornais e escolher um candidato que mereça ser eleito, um homem que se não deixe influenciar por essa malta que não escolhe nem mede meios para vencer, por essa gente sem escrúpulos e sem caráter que não pensa no povo nem no futuro do País, mas tão só e únicamente nos seus interêsses pessoais e imediatos, sejam êles fazer fortuna ou simplesmente vender mais um número de seu jornaleco.
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Inflação, Produtividade e Renda
A Despeito da inflação aberta que domina a economia nacio
nal e que se está agravando êste ano num ritmo sem precendentes, a maioria dos que dispõem de altos e médios rendimentos só a muito custo consegue perceber e vislumbrar a realidade, dissimulada pela cortina de fumaça de ganhos mais ou menos extraordinários. No comércio, na indústria, na lavoura, nos transportes, nas atividades governamentais, em particular nas burocráticas, ninguém cogita de recorrer ao fomento da produtividade, o único elemento que pode, em determinadas condições, reduzir a influência da depreciação da moeda. Em regra geral, o salário, no Brasil, é baixo. Ainda agora, na indústria automobilística, a média dêle situa-se na casa dos 12.000 cruzeiros mensais, o que é, com efeito, muito pouco. Ora, isso não obstante, é na esfera da maquinofatura, senão o mais elevado, pelo menos um dos mais satisfatórios.
Que representam 12.000 cruzeiros para uma família de cinco pessoas, o casal e três filhos menores? O recurso, nessa hipótese, é a mulher procurar trabalho de acordo com a sua capacidade, a fim de melhorar a receita doméstica. Na marcha em que vão as coisas — só em abril, no Distrito Federal, o aumento do custo-de-vida foi de 9%, o que é um despropósito e mostra qual é a nossa realidade — não haverá eleições nem êste ano nem no vindouro, porque a agitação assumirá tal feição que poderá, inclu
sive, provocar um golpe de Estado. E é notório que correntes políticas e militares estão com essa disposição, sobretudo em face do chamado “perigo” Jânio Quadros.
O primeiro efeito da inflação é compelir os operários, nas fábricas, a trabalhar horas extraordinárias para fortalecer seus rendimentos mensais e, na classe média, obrigar a maioria de seus elementos a procurar mais de um emprêgo: — médicos, advogados, professores, bancários, comerciários, funcionários públicos, dentistas e inúmeros outros membros de profissões variadas matam-se para manter folgado padrão de vida. Dois empregos, hoje, é comum. Muitos dispõem de três, quatro e até cinco empregos. Que resulta dêsse esforço? Queda da produtividade.
O excesso de trabalho e, por conseguinte, de preocupações, reduz a eficiência de todos e, com isso, a economia é atingida, direta e indiretamente. O que é natural. Os que trabalham 8 horas diárias, recorrem a empregos noturnos. Os que só o fazem durante 6 horas, como os servidores estaduais, federais e municipais, trabalham de manhã, até as 12 horas. Como quer que seja, entretanto, o teor de produtividade baixa, sensivelmente.
A impressão, ilusória, é de que está havendo generalizado enriquecimento. Cresce o número de automóveis em circulação; os depósitos populares nas caixas econômicas e nos bancos ascendem, também; o conforto no lar difere daquele de
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20, 30 ou 40 anos antes. O fim de semana é aproveitado sempre por maior número de indivíduos de ambos os sexos. As aplicações em imóveis sobem a cifras astronômicas. Isso, é claro, sem que esqueçamos a criminosa especulação com terrenos, casas e apartamentos que anda por aí. Dizem que não há crise de habitações, mas, se aprofundarmos a pesquisa, vamos verificar que existe. Por que pululam as favelas?
Em São Paulo, em bairro da classe média, 1 apartamento de 6 dependências — sala de estar e de refeições ao mesmo tempo, 2 dormitórios, copa, cozinha e banheiro, além de quarto de empregada — custa o aluguel de 7 mil cruzeiros; trata-se, contudo, de habitação destinada a casal sem filhos ou que tenha um único filho. Mesmo assim, é exiguo. Um dormitório a mais já acresce o aluguel, que sobe para 10 ou 12 mil cruzeiros, conforme a localização. Ora, na classe média, salário de 20 mil cruzeiros do chefe da família, se não é profissional liberal, é exceção, a menos que a mulher se dedique ao trabalho fora de casa. No Rio de Janeiro, apartamentos de dois e mais quartos, na zona urbana, são oferecidos entre 15.000 e 40.000 cruzeiros mensais. Puro caso de agiotagem imobiliária, mais funesto, segundo o arquiteto e urbanista carioca J. A. Fontes Ferreira, que juros além de 12% ao ano. . .
É por isso que o assalariado recorre a casebres e favelas e que a classe média — não aquela cujos membros fazem parte de profissões liberais — vê seus rendimentos mensais absorvidos com o pagamento de aluguéis extorsivos. O custo do metro quadrado, na Capital da
República, é, em regra, de 6.000 cruzeiros, elevando-se até 9.000 cruzeiros onde haja elevadores e acabamento mais aprimorado. Preços acima dessa base são para construção de luxo, para atender gente de cabedais ilimitados.
Vejamos o problema da renda agrícola, intimamente ligada ao desenvolvimento da inflação. Segundo técnico da Subdivisão de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, a renda bruta da agricultura paulista, em 1958, subiu a pouco mais de 75 bilhões de cruzeiros. Deflacionada, contudo, pelo índice geral de preços elaborado por “Conjuntura Econômica” — em têr- mos do valor médio do cruzeiro no qiiinqüênio de 1948-52 — desce para quantia pouco superior a 23 bilhões e 451 milhões de cruzeiros. A renda bruta — sem deflator — elevou-se do índice 100 em 1948- 52 para 368 em 1958. Deflacionada, porém, não passa do indice 115, quando atingira 118 em 1957. Os agricultores ganharam menos em 1958 em relação a 1948-52.
Cabe ponderar, a propósito, que o número de lavradores aumentou, por certo, entre 1948 e 1958 — uma década — bem como o de membros de suas famílias, cujo sustentáculo é a lavoura. A quanto montaria a renda “per capita” do homem do campo?
Tudo isso mostra a necessidade de promover-se intenso esforço e larga campanha no sentido do aumento da produtividade na roça, no comércio, na manufatura, nos serviços públicos e em todos os setores das atividades não só econômicas como administrativas, culturais e as demais ligadas às primeiras ou que dela dependem. A depre-
(Continua na pág. 522)
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Técnicas de administração para uma composição lucrativa
■— por ------------------- —^ ^ —
C a m e r o n B e c k w it h
(Traduzido de "Book Production”, Fev./59).
(Continuação do n.° 97 — out. de 1959).
N o n ú m e r o d e j u l h o de “Book Pro- duction”, discutimos a seleção
treino e salário do encarregado da secção de composição. Antes de terminarmos, fizemos uma lista de considerável número de coisas que pesam sôbre o empregador — e insistimos que essas coisas andam passo a passo com uma operação aproveitável. De fato, as obrigações da direção da firma nessa área se demonstraram tão extensas, que poderão causar sérias dúvidas sôbre o lucro do investimento. Exatamente que tipo de homem e que resultado a direção poderá esperar conseguir em contrapartida ao seu gasto de tempo, dinheiro e preocupações ?
O Encarregado:
Seu trabalho e autoridade.
Em primeiro lugar, devemos definir a área de trabalho do encarregado geral e a extensão da sua autoridade e responsabilidade, de modo que todos possamos ter a mesma idéia sôbre o exato objetivo do trabalho:
O encarregado geral (no caso de uma grande secção êle poderá ter diversos assistentes) deverá cobrir a função preparatória inteira — da cópia do original até a página completa de composição. Deverão estar incluídas as operações principais de composição, leitura de provas, correções e acabamento.
Uma vez pronta a chapa, há uma variedade de caminhos a seguir, mas, até êsse ponto, é de bom alvitre manter a produção bem junto, na mesma área geral e sob a autoridade e exclusivo controle do mesmo grupo, e que êsse grupo seja encabeçado por um encarregado geral.
Essa área de trabalho tem limites naturais e tem sido genèricamente aceita na indústria gráfica, aqui na América, há muitos anos, e parece dar resultados satisfatórios; mas, o que muito fre- qüentemente acontece é uma divisão de autoridade dentro dessa área. Às vezes achamos que, por qualquer estranha peculiaridade pessoal de má administração, há um ou mais assistentes do encarregado que ficam à testa de certas atividades da composição e que respondem diretamente ao diretor da fábrica, ou proprietário, e não se consideram como parte do time regular da secção de composição.
Poder-se-á dizer que tal situação é absurda — e de fato é — contudo não é de todo incomum. Nesses casos, é geralmente sabido, também, que se acontece algo errado, a culpa é do encarregado geral “porque êle é responsável pela secção de composição”. (E podemos acrescentar que as coisas estão prontas para não funcionar numa tal “organização”).
Como vemos, freqüentemente, ainda, encontramos uma grande atrapalhada no pensamento da direção sôbre o que seja autoridade e responsabilidade. Expressões da diretoria, tais como: “eu lhe estou dando responsabilidade para. . ou, “Pela presente você fica responsável por. . .”, não valem nada a menos que, antes, seja dada suficiente autoridade. De fato, a direção da firma não pode “dar responsabilidade”. Ela pode dar, apenas, autoridade. Responsabilidade é algo que se “cria” quando um homem aceita autoridade. E tudo que se diga, se grite e se discuta no mundo não pode mudar êsse fato. Mesmo quando o encarregado geral mesmo diz “Sim, eu
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sou responsável por tôda a secção decomposição . . . ”, “Sim, eu assumo a responsabilidade . . . ”, essas palavras continuam sem qualquer valor, a menos que se lhe dê autoridade.
Às vêzes a desordem toma um aspecto diferente. Por exemplo, uma vez ví uma situação interessante exposta numa grande secção de composição do meio- oeste, quando o novo assistente da diretoria foi admitido. Êsse homem novo teve grande dificuldade ao experimentar determinar quem tinha autoridade e sôbre o que, de modo que, finalmente, êle convocou uma reunião. Foram convidados o gerente da fábrica, o superintendente, o encarregado geral, os vários chefes de turma e o pessoal chave. A maioria dêles pensava que a idéia da reunião era estúpida, mas compareceram porque o novo assistente não encontrava outro meio. Depois de tê-los todos reunidos, êle pediu sua indulgência e, então, humildemente perguntou quem era o encarregado da segunda turma. O supe- ritendente da fábrica falou e disse: ora, Joe é o encarregado da segunda turma”. Então, Joe levantou-se e disse: “bemvejamos agora, eu nunca entendi isso. Eu sempre pensei que estivesse a meu cargo olhar o acabamento”.
Absurdo ? Sim, de fato, mas não é caso virgem.
Assim, presumamos que começámos onde tôdas boas secções de composição começam — com uma o r g a n iz a ç ã o . Já temos a área de trabalho bem definida e todo o pessoal sabe suas obrigações dentro da mesma. O encarregado geral, o homem sôbre o qual iremos falar, recebeu autoridade sôbre todos os homens, máquinas e facilidades no departamento de composição, e êle sabe disso; e seus subordinados também sabem. Nossos botões estão todos abotoados e estamos prontos a partir daí.
Bases para um serviço de encarregado de primeira classe:
Assim, que tipo de homem e que resultado a direção geral espera ter ? É impossível fazer uma lista de tudo aqui, mas alguns fundamentos podem ser apontados — fundamentos que deverão ser encontrados em qualquer encarregado geral de primeira qualidade:
1. ° — Êle deve ser um homem completamente bom. Já ouvimos muitas histórias acêrca de alguns super-encarre- gados de anos passados que bebiam a noite tôda, tôdas as noites, com tipos baixos e que saiam da sargeta tôdas as manhãs para se apresentarem na fábrica como chefes impecáveis, que dirigiam com incrível brilho. Êsse tipo de história pode ser rotulado com o nome de porcaria. Se tais situações jamais existiram, eu nunca as encontrei. Ao selecionar um encarregado hoje, o empregador esperto estuda o caráter do homem o tipo do homem, por exemplo, um que êle gostaria vivesse em sua vizinhança. Êle escolhe êsse tipo de homem porque êle sabe que não está operando uma secção de composição para emergência de hoje, mas que ela deverá operar através do futuro também, e um homem completamente bom é a espécie de pessoa da qual êle pode depender e com ela edificar.
Um encarregado de grande caráter trata tanto seu empregador como seu subordinado com absoluta honestidade e respeito; êle serve de exemplo para seu pessoal — e essas coisas são expontâneas nele, porque êle foi criado assim. Êle não está meramente representando um ato ou procurando “fazer pôse”.
2. ° — Êle deve ter espírito analítico. Porque a arte de chefiar é uma coisa tão viva e mutável, o poder e o desejo de analisar torna-se tremendamente importante. Um bom encarregado conclui, quase automaticamente, que não pode necessàriamente depender de respostas que êle obteve com a experiência de ontem, porque ontem era diferente. Êle gosta de destacar o problema, separar o jôio do trigo, aplicar valores honestos e fatores de tempo e chegar à sua conclusão própria e considerada.
Êle deve ser capaz de contrastar a despeza real da despesa aparente, trabalho versus material. De fato, o encarregado realmente bom gosta de analisar, tanto que está sempre observando problemas como êste:
“Que será melhor para nós ? Cortar material branco um pouco de cada vez, com uma serra pelo acabador, à medida que chega a vez dêle ? Instalar uma máquina de cortar especial na bancada
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e fazer com que o operário dêsse setor passe todo o material por ela ? Instalar serras especiais em cada máquina de compor, de modo que tudo seja enquadrado automàticamente, à medida que a produção vai saindo ? Ou deveremos mudar para um diferente método de compor, onde todo o material será rebaixado antes ?
Òbviamente, a resposta a tais problemas conexos dependerá de uma séria análise de fatores tais como segurança, elemento humano, qualidade do produto, custo de equipamento, tempo disponível etc., etc.; e o bom encarregado gosta disso.
3. ° — Êle deve ter coragem e ambição. O bom encarregado deve ter fôrça de vontade e objetividade que lhe permitam tocar para diante e fazer as coisas do modo que êle, sinceramente, acredite devam ser feitas — e não deve dar muita atenção aos críticos que estão sempre à beira do seu caminho. Êle mantém-se absolutamente sôbre seus próprios pés a êsse respeito e, embora continuamente faça perguntas e ouça conselhos, êle os usa estritamente de acordo com suas próprias idéias e análises.
A ambição é um dever. Muitas vêzes essa característica é a primeira indicação sôbre um possível encarregado. Seu bom encarregado não pode sair simplesmente das fileiras daqueles que subscrevem a conhecida frase “o salário de operário qualificado já é bastante e não implica em dôres de cabeça”. O encarregado bem sucedido está sempre procurando progredir, ganhar mais, fazer trabalhos maiores, ser um lider e ser reconhecido como tal. Quase tôda gente quer essas coisas, mas o bom encarregado está disposto a apanhar e a fazer esforços extra para obtê-las.
4. ° — Ê deve ter paixão pela ordem:, e deve ter habilidade para manter controles e arquivos. Para êle não é suficiente dizer que “temos uma quantidade de páginas compostas em estoque”. Isso pouco significa. O bom encarregado sabe, quasi que exatamente, quantas páginas há em estoque, porque êle tem um inventário permanente que é mantido em dia sempre, e do qual êle pode servir-se a qualquer instante. Êle não
somente sabe quantas páginas, mas sabe também o tamanho da área destinada à sua guarda, o número aproximado de horas de trabalho necessárias, todo mês, para mantê-las, o pêso aproximado do chumbo e o seu valor para a emprêsa. Êle arruma um arquivo-lembrete que, automàticamente, chama sua atenção, todos os meses, para tôdas as páginas velhas ou fôrmas que estão guardadas há muito tempo. Então êle toma alguma providência sôbre as mesmas.
Hoje em dia, a direção das emprêsas olhará duvidosamente para o encarregado que, ao ser inquirido sôbre determinado clichê, responde: “Ah, sim Tom Brown — era um que tinha uma venda sôbre um ôlho, não era ? Sim, eu ví êsse clichê há cêrca de uma semana ou duas e sei onde êle está. Ei, Joe, vá no quarto dos fundos e pegue o clichê daquele sujeito que tem uma venda num ôlho. Êle está logo atrás do barril de óleo, um pouco para a direita — na mesma prateleira onde estão aquêles rôlos de provas velhas. Há algum metal e outras coisas em cima dêle, mas tire tudo de cima e você o encontrará lá”.
Uma boa memória é uma coisa excelente se devidamente usada, mas a direção da firma não quer sua secção de composição dirigida de acordo com a memória de um homem — ela a quer funcionando com organização, sistemática e fichas.
“O encarregado esperto sabe que, uma vez estabelecidas e aceitas boas normas, elas fazem de cada homem um adepto; e, então, o encarregado só poderá obter sucessos com o reconhecimento do seu pessoal”.
5.° — Êle deve ser hábil com seus subordinados. Êle procura entender verdadeiramente seu pessoal, mas nunca dá margem a confidências e nunca se coloca na posição de um psicólogo. Êle presta especial atenção aos salários pagos na secção e está apto para discutir com qualquer um o porque do seu salário, as possibilidades de melhoria ou a possibilidade de demissão.
O bom encarregado sabe não somente que “Carlito é um bom operador”, mas sabe quase exatamente qual o volume de sua produção diária e está a par da média de erros dêle, porque faz questão
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de estar bem informado a respeito da capacidade individual de seus subordinados — e estes sabem disso. Se êle repreende um dos seus auxiliares, o faz em separado e nunca discute o assunto com outros empregado. O bom encarregado quase sempre detesta demitir um empregado, mas, evidenciada a justa causa, êle não titubeia em tomar as medidas necessárias, desapaixonadamente como fecharia um cadeado.
6.° — Sua personalidade é caracterizada pela calma, paciência e objetividade. Êle não tem tempo nem inclinação para ser maneiroso. Se você não estiver fazendo seu trabalho, êle vem e diz: “você não está trabalhando”. Não há sarcasmo. E êle, invariàvelmente, lhe perguntará “ p o r q u e ” ? — e quando você responder
êle ouvirá. Essa é a verdadeira chefia. Grandes apertos de mão, acenos de braços não lhe servem, porque êle não pode utilizar êsses “shows” na composição. Em contraste, êle procura calma e serenidade. Nenhum ideal utópico.
O encarregado que possui a meia- dúzia de princípios fundamentais da lista acima é um sêr verdadeiramente humano e não há nada fictício a seu respeito. Por experiência própria, tenho conhecido encarregados que possuíam não só essas virtudes como muitas outras.
A despeito do que às vêzes ouvimos, existe muito bom material para chefia nas oficinas de hoje — e êsse material pode ser desenvolvido e tornar-se em excelentes líderes, mediante uma direção alerta e bem pensada.
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Dia da Indústria
I ô d a s as Escolas do s e n a i durante a ■*- semana de 18 a 23 de maio pro
moveram em suas aulas, estudos em homenagem ao “Dia da Indústria”-
À Escola de Artes Gráficas do s e n a i coube uma comemoração especial.
Essa comemoração se constituiu de um Concurso de Desenho realizado entre os alunos de 3.° grau, que teve por objetivo a execução cie um projeto para clichê-traço, em prêto e branco, nas medidas de 15 X 21 cm, cujos trabalhos estão todos expostos em quadro de honra no saguão de entrada da Escola.
Uma Comissão de Julgamento composta dos Srs.
Prof. João Franco de Arruda, Diretor — José C. Moneta, Sub-Diretor — Hamilton F. Saraiva, Prof. de Desenho — Francisco Rafaelli, Prof. de Desenho — Jorge F. Ferreira, Prof. de Desenho — Sr. Luiz Bernardino, Assist.-Técnico e Sr. Pérsio Simões, Instr.-Chefe.
julgou todos os projetos, tendo chegado às seguintes conclusões:
1. a) apresentar a todos os alunos concorrentes ao concurso um voto de louvor e parabéns pelo esforço despendido e pela capacidade demonstrada nos desenhos que executaram;
2. a) classificar e premiar 6 trabalhosdentre os alunos concorrentes, cujos resultados foram êstes:
l .° iAigar
M a r t im N e u m a n n (T-3-D)Ofício : Fotógrafo de Reprodução Firma : S/A Impressora Brasileira Prêmio: Cr$ 1.000,00
Observação: Êste mesmo aluno obteve aindaa classificação de 3.° colocado em mais ou tro de seu projeto, não prem iado em v irtude de já receber o l.° prêmio.
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2. ° LugarN il d o S il v e s t r e (M-3-D)Oficio : L in o t i p i s t aFirma : Folhinha Scheliga S/APrêmio: Crf 500,00
3. ° LugarG u m e r c in d o R u b io N e t t o (T-3-D) Ofício : Fotógrafo de Reprodução Firma : Fundação Casper Libero Prêmio: 300,00
4. ° LugarN il s o n M a r q u e s (T-3-D)Ofício : Tipógrafo Firma : Inds. Reunidas Irmãos
Spina S/A Prêmio: Cr$ 200,00
5. ° LugarN e r e o M a r q u e s (T-3-D)Ofício : Impressor Offset Firma : Inds. Reunidas Irmãos
Spina S/A Prêmio: Cr$ 100,00.
Durante a semana seguinte continuaram comemorando essa efeméride, cujos trabalhos de redação e leitura em Sala de Aula obedeceram ao seguinte roteiro:
1 — Biografia de pioneiros da Indústriapaulista.
2 — 0 nascimento da Indústria ( seu desenvolvimento, causas e efeitos.
3 — A Indústria paulista em geral, n.°de firmas e de empregados, na Capital, no Interior e no Estado.
4 — Indústria Gráfica e seu desenvolvimento em São Paulo.
5 — Grandes vultos do mundo, da Pátria e do Estado, que foram gráficos.
No saguão da entrada principal da Escola foram expostos em bonitos painéis todos os trabalhos realizados pelos alunos.
À Escola seu dedicado corpo docente e aos alunos os nossos cumprimentos por tão bonito resultado.
CONCURSO DE DESENHOHomenagem ao DIA DA INDUSTRIA
Realizado entre alunos de 3.o grau dos Cursos Diurnos
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0 SESI E A ASSISTÊNCIA ALIMENTAR
O urbanista economista e também sociólogo L. J. Lebret,
no seu último ensaio, Suicídio ou sobrevivência do Ocidente?, emite a opinião de que a subalimentação constitui um dos piores flagelos dos países incluídos na designação de subdesenvolvidos.
Os povos que se nutrem bem são povos otimistas e produtivos. Os que se alimentam mal são de baixa produtividade, pessimistas e propensos a agravar ainda mais a sua situação lamentável, sofrendo, além de outras, as moléstias da carência.
Tais povos, isto é, os de desenvolvimento insuficiente representam, porém, numèricamente, dois terços da população mundial.
A sua fome de calorias é crônica. Constante, a de proteínas animais. A de vitaminas, evidente. A de sais minerais, inquestionável.
Por isso, e ao ver do eminente dominicano, estamos em presença de um problema de amplitude mundial.
O SESt, desde os primórdios de seu funcionamento, deliberou enfrentar a questão com ânimo realizador e vontade de pelos meios ao seu alcance contribuir para a alimentação racional de seus milhares de beneficiários.
Com essa idéia em vista, e objetivando igualmente a defesa do salário real do trabalhador, se traçou — e executa, sem solução de continuidade — um plano de assistência alimentar de notável envergadura.
Criou uma rêde de Armazéns e de Postos de Abastecimento, onde quer que existisse atividade industrial de vulto.
Os resultados dessa iniciativa têm sido mais do que animadores. Comprova-o, entre outras evidencias, o valor das vendas de mercadorias, por preços aquém dos em vigor no mercado varejista, desde o ano de 1947:
ANOS CRUZEIROS
1947 ............................. 46.517.6651948 ............................. 94.339.7861949 ............................. 128.876.6571950 .............................. 116.180.9311951 .............................. 128.636.8061952 ............................. 229.859.7121953 .............................. 338.450.8761954 .............................. 414.354.3021955 .............................. 497.371.8011956 ............................. 708.831.4521957 .............................. 792.668.2741958 .............................. 929.709.483
Nesse período de tempo, o valor das vendas elevou-se à casa de 4.425.797.744 cruzeiros.
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Jtinho de 1959 519
Além dessa medida, o organismo sesiano vem mantendo também serviços especiais de alimentação, fornecendo refeições, dosadas, de vários tipos, colimando o combate aos males enunciados pelo padre Lebret.
O número, por exemplo, de refeições fornecidas em suas Cosinhas Distritais constitui, de seu turno, outro cometimento, de que justamente se desvanecem os que se encontram na bússola de comando dessa entidade e o seu corpo de eficientes colaboradores e funcionários:
NÚ M ERO DEANOS
REFEIÇÕES
1947 .................................. 215.0001948 .................................. 1.154.6061949 .................................. 2.626.1281950 .................................. 3.312.1391951 .................................. 4.366.7901952 .................................. 6.316.160
NÚ M ERO DE REFEIÇÕES
1953 .................................. 5.989.2271954 .................................. 6.008.4221955 .................................. 4.777.4241956 .................................. 5.509.5991957 .................................. 5.227.7171958 .................................. 5.036.803
Também no período intercalado de 1947 a 1958, o número de refeições elevou-se a 50.540.015.
Isso, sem fazermos referência às merendas, cafés, sopas escolares e outras refeições distribuídas à massa de nosso operariado e às suas famílias.
A orientação, portanto, que se traçou o sesi, nesse domínio, é a orientação certa e a fadada a produzir frutificação adequada, em benefício dos que trazem e prestam a sua cooperação ao fortalecimento econômico do Estado e da Nação.
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520 Boletim da Ind. Gráfica
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Co n s t it u i u m a v e r d a d e sediça a de que um povo mal alimen
tado é um povo dotado de fraca aptidão para o trabalho produtivo.
Nação enfermiça é nação fadada a exprimir a sua labuta cotidiana em fracos índices de produtividade.
Por outro lado, trabalhador sem saúde é trabalhador desalentado e economicamente improdutivo.
Por reconhecer que urgia levar a efeito, em nossa massa operária, transformação necessária, nesse setor, a fim de que ela se habilitasse a elevar-se econômica e socialmente, e, graças a isso, a tornar-se célula viva e atuante no tecido danação, o s e s i bandeirante abalançou-se desde os seus primórdios à execução de uma política que não hesitamos em declarar de outorga de melhor saúde aos seus milhares de beneficiários.
Já hoje, à luz de resultados de anos — e resultados auspiciosos — nos é possível asseverar que essa diretriz estava e está certa e que cumpre à mencionada entidade não esmorecer jamais na trilha que se delineou.
Há vários caminhos e meios a fim de se alcançar essa meta.
A direção do s e s i entendeu, e aliás com razão, que urgia, antes, de mais nada, oferecer ao operariado alimentos bons, sadios, por níveis de preços aquém dos em vigor no mercado varejista. Por isso é que instalou os seus Postos de Abastecimento. De 1947 a 1958,
vendeu o total de quase 4.500.000 de cruzeiros de mercadorias aos trabalhadores por preços inferiores aos prevalescentes, onde se estabeleceram tais Postos.
Era mister, contudo, ir além. Conferir ao nosso Homo Faber alimento rico e imprescindível à man- tença de sua rigidês. Daí, a criação das Cozinhas Distritais. Eis, a título de curiosidade, o número de refeições a êle servidas, nos últimos anos:
1947 . 215.000 1953 . . 5.989.2271948 . . 1.154.606 1954 . . 6.008.4221949 . . 2.626.128 1955 . . 4.777.4241950 . . 3.312.139 1956 . . 5.509.5991951 . . 4.366.790 1957 . . 5.227.7171952 . . 6.316.160 1958 . . 5.036.803
Nesse número de anos, o número de refeições atingiu ao global mais do que expressivo de 50.540.015!
Atendemos a outro aspecto daquela política: o da assistência médica.
As unidades de Serviços Prestados constaram desta relação:
1947 .. 22.550 1955 .. 282.0681948 .. 80.626 1956 .. 344.1981949 .. 124.343 1957 .. 396.8781950 .. 116.664 1958 .. 488.8531951 .. 198.040 1955 413.2091952 .. 252.658 1956 .. 430.8931953 .. 323.534 1957 .. 470.7011954 .. 375.187 1958 .. 458.5101954 .. 228.810 Total . 3.266.915
Seja-nos lícito apresentar igualmente, no setor da assitência hospitalar, o número de intervenções cirúrgicas levadas a efeito:
Junho de 1959 521
1947 ......... 80 1953 3.1741948 ........ 816 1954 2.7941949 ......... 1.852 1955 3.7481950 ........ 1.664 1956 4.4391951 ......... 1.992 1957 4.7331952 ......... 2.880 1958 4.011
Nada menos de 32.183 operações cirúrgicas, realizadas no período em tela.
As unidades de Serviços Prestados, a partir de 1950, no Serviço de Sífilis, denotam igualmente o empenho sesiano em resguardar a saúde de nosso trabalhador. Prova-o esta outra relação:
1950 . . . 64.045 1955 .. .. 98.5231951 . . . 105.071 1956 .. .. 136.41919521953
. .. 126.198
. . . 68.927 1957 .. .. 140.8971954 . . . 105.701 1958 .. .. 174.055
O Serviço Anti-Tuberculose se manteve ativo, atendendo a um dos problemas de maior acuidade de nossa organização social. Vejamos qual o número de unidades de Serviços Prestados:
1950 ........ 17.6551951 ........ 42.2511952 ........ 44.8341953 ........ 57.0601954 ........ 63.043
1955 ........ 33.676
1956 ........ 33.494
1957 ........ 30.7911958 ........ 23.491
Alguém asseverou que o Brasil era uma nação. . . de desdentados, tal a situação deplorável em que se encontra, nesse terreno, parte considerável da população nacional.
A classe trabalhadora não pode- ria, é óbvio, constituir-se em exces- são solitária. Donde, os cuidados do sesi em prestar-lhe adequada assistência dentária. Atendemos às unidades de Serviços Prestados, desde 1948:
1948. . . . 31.478 1951 . . . . 147.0781949 . . . . 45.475 1952 . . . . 248.3311950 . . . . 63.585 1953 . . . . 248.245
A política de defesa e de salvaguarda da saúde do trabalhador bandeirante não se circunscreveu às esferas mencionadas. Foi, e é, na realidade, muito mais ampla. Demonstram-no, por exemplo, o Serviço de Recenseamento Torácico, o de Assistência Hospitalar, o de Nutrição, o de Aprendizado Doméstico, o de Higiene e de Segurança Industrial, afora outros.
Os dados e algarismos exibidos servem, no entanto, para fotografar a irrupção e a vitória de uma nova e benéfica mentalidade, na estrutura social paulista.
A solidariedade entre os que trabalham e os que dirigem constitui testemunho irrecusável de que podemos lançar as bases e as raízes de uma grande civilização industrial, sem o antagonismo de classes, que a enfraquece e termina por alui-la. Mas, antes, com a argamassa da cim- patia e do auxílio mútuo — que a fortalece e a eterniza.
INFLAÇÃO . .(Continuação da pág. 512)
ciação do cruzeiro é como um tumor maligno que fere de morte o corpo vivo e o leva à decomposição até em vida. O conforto, para o homem moderno, não é mais luxo, como há 100 anos. É uma
decorrência do progresso. A moeda, que o proporciona, no entanto, embaraça a sua obtenção e o encarece tremendamente. A luta fundamental, portanto, deve ser contra a inflação. O que vemos, todavia, é inércia, passividade diante dela, à qual todos se submetem sem reação.
522 Boletim da Ind. Gráfica
CARAVANA DE GRÁFICOS PARA NOVA YORK
Visita a Exposição de Máquinas Gráficas
A exposição de máquinas gráficas, dêste ano, terá lugar em Nova York, de 6 à 12 de setembro, no Novo Coliseum. A referida exposição será de grande interesse, porque todos os principais fabricantes de maquinaria e acessórios para a indústria gráfica, tanto dos Estados Unidos, como também da Europa, participarão da mesma.
A Cia. T. Janér está tomando a iniciativa de organizar uma caravana de gráficos para assistir a exposição e visitar outras cidades, tais como, Washington e Chicago, antes do regresso ao Brasil.
Já obtivemos cotação especial para as passagens e entramos em contacto com vários hotéis nos Estados Unidos, o que nos permitiu fazer uma apreciação das despêsas, que serão de aproximadamente Cr$ 120.000,00 por pessoa.
Entramos, igualmente, em contacto com alguns dos fabricantes norte-americanos, os quais aprovaram esta idéia e prometeram ajudar-nos organizar visitas às oficinas gráficas nas diversas cidades.
O itinerário está previsto como segue: Partida do Rio à Nova York aprox. em 4/9Permanência em Nova York até o dia 12/9 Partida de Nova York à Washington em 13/9 Permanência em Washington até o dia 14/9 Partida de Washington à Chicago em .. 15/9Regresso de Chicago ao Brasil em . . . . 19/9
Até agora conseguimos uma considerável redução na passagem, a qual ficará em aproximadamente CrS 75.000,00 por pessoa, ida e volta.
A estimativa das despêsas é a seguinte:Cr$ USS
Passagem ida e volta ......... 75.000,00 -Hotéis nos Estados Unidos, de
5 à 19/9, a razão de $7.00por dia ................................ 14.000,00 98.00
Al i ment ação , aproximada-mente por dia $ 7.00 ....... 14.000,00 98.00
Despêsas diversas ................... 14.000,00 98.00Imprevistos ............................. 3.000,00
Total aproxim ado........... 120.000,00
Para conseguir a redução substancial da passagem aérea, teremos que informar a emprêsa de aviação, até o dia 15 de julho, o número das pessoas que participarão desta caravana. Ou- trossim, temos que providenciar a reserva dos hotéis nos Estados Unidos. Compreende-se que cada participante depositará a importância supra, adiantadamente; e uma vêz concluída a viagem, providenciaremos a prestação de contas, restituindo aos participantes qualquer saldo à seu favor, caso houver.
Além das visitas à exposição de máquinas gráficas e oficinas, organizaremos também outras de interêsse geral, tais como: às Nações Unidas, a Rádio City, etc. A caravana será acompanhada por pessoas da Cia. T. Janér, que falam o português, como o inglês, e assistirão os participantes durante a sua estadia nos Estados Unidos.
Esta é a primeira vêz que se toma uma iniciativa desta natureza no ramo gráfico, o que julgamos de interêsse geral e de grande proveito para todos os industriais gráficos do Brasil. Uma visita pessoal permitirá uma ampliação de conhecimentos e facilitará relações com os maiores fabricantes norte-americanos e europeus, para os industriais gráficos e seus técnicos. Solicitamos, pois, a todos os interessados em participar desta “caravana dos gráficos” avisar-nos com a maior antecedência possível, a fim de verificarmos se podemos contar com número suficiente de pessoas, para a obtenção das passagens especiais.
Para maiores detalhes pedimos dirigirem-se à Cia. T. Janér, Departamento Gráfico, em São Paulo à Av. Henry Ford, 833 — telefone: 36-0937 e no Rio de Janeiro à Rua São Luiz Gonzaga, 989 — telefone: 48-0697.
Na expectativa de poder contar com o maior número de gráficos possível para esta interessante viagem, ficamos ao inteiro dispôr da ilustre classe de industriais gráficos.
C i a . T. J a n é r
Comércio e Indústria
Junho de 1959 523
Sugerida Alteração 11a “Estabilidade Provisória”
Na última reunião das Diretorias da Federação e Centro das Indústrias, foram tratados dois assuntos pelo sr. Theo- baldo De Nigris. O primeiro se referiu ao fornecimento de atestados médicos pelo s a m d u aos seus contribuintes que, a seu ver, continua sendo feito sem muito critério, ás vêzes mediante simples solicitação do interessado, esteja ou não doente. Como se sabe — salientou — deixando de comparecer ao trabalho por motivo de doença, o empregado tem sua remuneração assegurada ao apresentar atestado médico fornecido pelo referido órgão. Nos casos normais, nada há a criticar o s a m d u , que cumpre uma das suas finalidades. Entretanto, a falta de critério que se nota algumas vêzes na concessão dêsses atestados tem motivado uma série crescente de abusos, possibilitando a ausência ao trabalho, sem que haja realmente doença que o impeça. Exemplificando, disse que um empregado de sua firma conseguira atestado que o dava como doente em determinado dia, quando chegou ao trabalho bastante atrasado. Para não sofrer desconto, apresentou o atestado médico do s a m d u . Essa
declaração lhe foi feita pelo próprio empregado.
Solicitava, assim, que as entidades se dirigissem ao novo delegado do s a m d u em São Paulo, dando conta da irregularidade e solicitando providências para coibir êsse abuso, inclusive porque repetidas vêzes os médicos são chamados para atender empregados em suas residências e êstes não se encontram doentes, desejando apenas obter o atestado que lhe permita justificar a falta ao trabalho, em prejuízo de outros que realmente precisam de socorro médico e que deixam de ser atendidos na mesma oportunidade, por falta de recursos.
A sugestão obteve aprovação do plenário, esclarecendo o sr. Oscar Augusto de Camargo, na presidência dos trabalhos, que as entidades iriam se dirigir imediatamente ao delegado do s a m d u em São Paulo, sôbre o assunto.
ESTABILIDADE PROVISÓRIAOutro assunto tratado pelo sr. Theo-
baldo De Nigris referiu-se á questão da “estabilidade provisória” de empregado
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524 Boletim da Ind. Gráfica
quando no exercício de mandato sindical. Tecendo considerações, acentuou que os tribunais trabalhistas seguem a tese de que o empregado eleito para cargo de representação sindical adquire a chamada “estabilidade provisória”, baseando-se na esdrúxula interpretação — no seu ponto de vista — do artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho, pois, que, de conformidade com o artigo 492 da mesma legislação, a estabilidade somente ocorre após o décimo ano de trabalho na emprêsa. Esclareceu que a “estabilidade provisória” se originou, inclusive, do parágrafo primeiro do artigo 540 da c l t , que diz: “Perderá os direitos de associado o sindicalizado que por qualquer motivo deixar o exercício de atividade ou de profissão”. Entendia, assim, que, uma vez despedido o empregado, o mesmo não poderá continuar na direção do seu sindicato, em decorrência de tal dispositivo legal”.
Dessa forma — acrescentou — ficaria ao livre arbítrio do patrão a destituição ou não da diretoria dos sindicatos de operários, o que constituiría evidentemente um absurdo.
Objetivando evitar êsse problema, sugeria que os órgãos técnicos da Federação e Centro das Indústrias estudassem
detidamente a matéria, no sentido de ser apresentado um anteprojeto de lei dispondo sòbre a alteração do texto do parágrafo primeiro do art. 540 da c l t , que podería ser a seguinte: “Perderá os direitos de associado o sindicalizado que por qualquer motivo deixar o exercício de atividade ou profissão, salvo se, despedido, permanecer desempregado por prazo inferior a sessenta dias”. Ressaltou considerar viável medida dessa natureza, a qual viria consultar também os inte- rêsses dos próprios trabalhadores.
Sôbre o assunto, falaram ainda os srs. Egon Felix Gottschalk e Ivo Franca- lanza, que destacaram as controvérsias existentes a respeito, uma vez que, embora admitida pela Justiça do Trabalho em São Paulo, a tese da “estabilidade provisória” não tem encontrado guarida no Tribunal Superior do Trabalho e no Supremo Tribunal Federal.
Submetida á votação, a proposta do sr. Theobaldo De Nigris foi aprovada, devendo o assunto ser encaminhado aos órgãos técnicos da Federação e Centro das Indústrias, para os necessários estudos conforme acentuou o sr. Oscar Augusto de Camargo.
(Transcrito do “O Estado de São Paulo”, 7-6-59).
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526 Boletim da lnd. Gráfica
A Prescrição nas relações decorrentes do trabalho
Tramita pela Câmara dos Deputados, desde 1957, projeto de lei determinando que “a prescrição nas relações decorrentes de emprêgo é de cinco anos”. Justificando a propositura, pondera seu autor, o deputado Elias Adaime, que o prazo prescritivo de 2 anos, consignado na legislação trabalhista, não atende ás condições contemporâneas que envolvem a relação de emprêgo. Acha que tanto o empregador, como o empregado, se utilizam de expedientes maliciosos, procurando deixar, com o escoar do referido prazo, sem defesa a parte prejudicada. Aduz, contudo, o citado parlamentar, como principal argumento para a ampliação do período prescritivo, a superioridade econômica do empregador, dizendo textualmente que “não raro o empregado não reclama seu direito para sofrer a perda maior do desemprêgo ou da perseguição crônica, na esperança de que o chefe ou diretor da companhia seja mudado”.
Prazo de prescriçãoO assistente jurídico Walter Duarte
Peixoto, da Assessoria Jurídica da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, examinou o aludido projeto, tendo sido aprovado por aquêle órgão e pelas diretorias das citadas entidades o parecer que elaborou.
Em sua manifestação, afirma, inicialmente, que o direito do trabalho, ramo que é da Ciência Jurídica, embora possuindo autonomia e caracteres próprios, não poderia, sem correr o risco de comprometer sua base científica, desprezar os dogmas e os institutos fundamentais em que se assenta a mesma ciência. E — acrescenta — um dos institutos mais fortemente marcados pelo caráter de universalidade é o da prescrição.
Acolheu-o a legislação brasileira do trabalho, estatuindo o direito consolidado que: “Não havendo disposição especial em contrário nesta Consolidação, prescreve em dois anos o direito de pleitear a reparação de qualquer ato infringente de dispositivo nela contido” (Consolidação art. 11). Pode-se dizer, assim, que êste preceito relativo à prescrição bienal impera na Consolidação das Leis do Trabalho, pois que, embora alguns dispositivos aludam a prazos menores, como o artigo 36 (reclamação contra a recusa da anotação de carteira profissional) e o artigo 853 (inquérito para apuração de falta grave), tem sido no entanto, acolhido, na doutrina e na jurisprudência, o entendimento de que, mesmo em tais hipóteses, o direito de reclamar perante os tribunais do trabalho prescreve em dois anos.
Acentua o autor do parecer que não se deve olvidar, de outra parte, que, nas omissões do direito especial, os aspectos e problemas concernentes ao instituto da prescrição deverão ser focalizados, consoante a regra do § único do art. 8.°, da mesma Consolidação, á luz do direito comum, que atuará como fonte supletiva naquilo em que não fôr incompatível com os princípios consagrados no direito do trabalho. E a inovação do projeto em estudo consiste especificamente, em ampliar de dois para cinco anos o prazo de prescrição, nas questões emergentes da relação empregaticia.
Fundamento e conveniênciaProsseguindo no exame da matéria,
declara o já citado assistente jurídico que mister se faz, de início, indagar-se, ainda que suscintamente, do fundamento da prescrição, para depois avaliar-se da conveniência da dilatação do prazo prescri-
Junho de 1959 527
tívo no direito do trabalho, tendo-se sempre em conta, é obvio, as dificuldades que caracterizam êste ramo da Ciência Jurídica. Ajunta que a busca da razão justificativa da prescrição tem dado ensejo a amplas dissertações entre os autores, não havendo por parte dêstes uniformidade de entendimento. Após citar alguns dêssses autores, continua afirmando que o fato do decurso do tempo poder ocasionar a perda de um direito encontra explicação convincente na idéia de que o interêsse social exige que não se prolongue, indefinidamente, a instabilidade das relações jurídicas. Em verdade — ressalta — tem êste instituto um sentido acentuadamente de ordem pública. Visa pôr têrmo ás situações dúbias e incertas no concerto das relações jurídicas, permitindo, em nome da paz e harmonia social, que o devedor se veja amparado contra o credor, se êste, no curso de determinado limite de tempo, não reagiu contra a violação de seu direito.
Declara, ainda, que foi, por certo, atento a êsse princípio do interêsse social, de ordem pública, sôbre que repousa a prescrição, que o legislador brasileiro cuidou, prudentemente, de fixar, no campo trabalhista, o prazo de dois anos para que a parte prejudicada pleiteasse, juridicamente, a reparação do ato violador de seu direito. Aliás — observa — o interêsse público é o objetivo mais alto do nosso direito do trabalho, pois que neste está, expressamente, inscrita a regra de que o interêsse particular ou de classe não poderá prevalecer sôbre aquêle interêsse público (Consolidação, art. 8.°).
Interêsse e coletividade
Em outro ponto do parecer, diz seu autor que é necessário ter em mente que as questões derivadadas do contrato de trabalho não dizem respeito tão só aos interêsses do empregado e do empregador nelas envolvidos, mas que tais questões afetam e abalam profundamente a estrutura da sociedade. As repercussões dos conflitos laborais transce- dem aos interêsses das partes em litígio e vão refletir-se no seio da coletividade.
Daí — comenta — o assinalado empenho do Estado em prover para que
os litígios trabalhistas sejam resolvidos no mais curto espaço de tempo possível, a fim de que a coletividade não venha a sentir os graves efeitos oriundos do retardamento da solução das controvérsias trabalhistas e da conseqüente permanência, por tempo excessivo, de uma perigosa instabilidade e incerteza nas relações entre patrões e empregados. De resto — prossegue — nota-se claramente, em nosso sistema de direito positivo, esta preocupação do legislador em dispor no sentido de que as questões trabalhistas fôssem prontamente dirimidas. Tanto isto é exato que para conhecimento e decisão de tais conflitos foi criado um órgão judiciário especial, bem como foi instituído um direito processual próprio, direito êste informado por determinados princípios, como o da oralidade e o da proposta obrigatória de conciliação, visando propiciar uma rápida solução das ações trabalhistas.
Com essas considerações — acentua — pensamos deixar claro que o projeto em causa não se recomenda à aprovação do Congresso Nacional.
Dificulta entendimentos
Em seqüência pondera que a medida sugerida pela propositura, objetivando o alargamento do prazo prescritivo nas questões decorrentes do vínculo empre- gatício, não se afina com o interêsse público, de vez que êste, como se viu, reclama uma rápida estabilização das relações jurídicas entre empregado e empregador, em benefício da tranqüilidade e harmonia social. Por via de conseqüên- cia, a mesma medida não se compadece com o espírito e o sentido que nortearam a elaboração do nosso direito do trabalho, dotado êste que foi de princípios tendentes a obstar que as situações de insegurança e incerteza no âmbito trabalhista persistissem por largo tempo. A providência alvitrada se contrapõe, ainda, à universal orientação do Direito moderno, no sentido de reduzir os prazos de prescrição, à vista do dinamismo e das condições atuais da vida em sociedade.
Ademais, — diz a seguir — é preciso pôr em relêvo que o legislador pátrio procurou cercar de tôdas as facilidades
528 Boletim da Ind. Gráfica
os entendimentos entre patrões e empregados, permitindo que verbalmente se efetue a celebração do contrato de trabalho, bem assim autorizando que a estipulação e a alteração das condições contratuais sejam acordadas tàcitamente. Logo se percebe que a dilatação do período de prescrição resultaria em prejuízo das partes litigantes e da boa distribuição da Justiça, dado que, à falta de exigências formais para o nascimento das relações empregaticiais e para as modificações nelas operadas, seria deveras
Importância
Ninguém trabalha, no comércio e na indústria, na agricultura, a não ser em busca de um salário: desde opresidente até o faxineiro, todos quantos prestam colaboração a uma empresa percebem alguma coisa, tenha o nome de salário ou o de ordenado, honorários etc. Essa troca de trabalho por dinheiro nem sempre, porém, se verifica sem dificuldades e problemas. Constituem mesmo êstes um dos aspectos mais interessantes do estudo das relações humanas no trabalho. Ainda recentemente, dois especialistas norte-americanos, os drs. Bur- leigh B. Gardner e David G. Moore, dedicaram atenção ao assunto, oferecendo- nos interessantes observações, que procuraremos compensar. O primeiro dêsses técnicos é diretor executivo da “Social Research Inc.” e o segundo é professor de Universidade de Michigan.
Que vem a ser o salário ?
O salário é uma necessidade. É o preço a pagar pelo fato de ter o industrial quem trabalhe por êle. De certa maneira, o trabalho é para êle uma utilidade que precisa comprar, assim como compra carvão ou ferro ou qualquer outro material. Neste sentido, o pagamento é mera função econômica, que deve seguir as mesmas normas de qualquer outra compra: tenta-se obter pordinheiro a maior quantidade e a melhor qualidade possível. Daí veio a idéia da oferta e procura do trabalho, situação em que empregador e empregado discutem sôbre o serviço.
problemático, em numerosos casos 0 esclarecimento dos fatos controversos, em virtude do excessivo lapso de tempo in- tercorrente entre a época da ocorrência dos fatos e a da propositura da reclamação.
Termina o autor por dizer que, face a todos os inconvenientes apontados, conclui por sugerir que a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo se manifestem contràriamente ao projeto examinado, de autoria do deputado Elias Adaime.
do salário
Para o empregador, o serviço que vende não é simples artigo de comércio, como uma chapa de aço, que êle pode comprar de acordo com a exata especificação de tamanho, pêso, grossura e eventualmente composição química, tôdas as quais êle pode testar antecipadamente mediante as condições desejadas.
O trabalho é uma comodidade sujeita a grandes riscos. A habilidade da pessoa que deve fazer o serviço pode variar de um dia para outro também ser influenciada por diversos fatores. A gerência geralmente reconhece êstes fatos e considera os salários não somente mera comodidade, mas o estímulo que leva o indivíduo a ser o melhor e o mais cons- cencioso dos empregados. Sabe tabém que o salário deve proporcionar lealdade para a companhia e entusiasmo para o trabalho. O trabalho, neste sentido, não será como uma carga de mercadorias, pois estas não se interessam por preço alto ou preço baixo, nem podem ter influência na comida.
Estabelecendo uma escala de salários para os serviços executados, a gerência geralmente deseja saber quanto os outros empregadores pagam por serviços semelhantes. Se está pagando muito mais do que pagam os outros, a companhia considera-se generosa e acha que está desperdiçando dinheiro. Muitas firmas orgulham-se de pagar mais do que o salário esperado e justificam sua atitude, alegando que podem, assim, eliminar a parte menos produtiva e promover lealdade e eficiência entre os empregados.
Junho de 1959 529
Outras firmas acham que, pagando os salários justos, os empregados não têm motivo de queixas. E ainda outras companhias costumam não pagar mais do que é absolutamente necessário e acham que, não baixando os salários, terão sérias dificuldades na concorrência de preços dos produtos.
Diferença nos salários
Em muitas indústrias, os trabalhos dependem do uso de instrumentos e de perícia manual. Por isso, fazem distinção para os trabalhos que necessitam de perícia e treinamento. Assim, o operário experimentado é melhor pago do que outro com menos experiência; o maquinista recebe mais do que o ajudante e o operador das máquinas mais do que o operário. Esta diferenciação sofre naturalmente a influência de outros fatores. Serviços que outrora acarretavam prestígio e eram por isso remunerados com alto salário, hoje, não obstante transformações técnológicas tenham reduzido sua importância, continuam a ser pagos da mesma forma.
Estudando a estrutura salarial de uma indústria, dizem os srs. Gardner e Moore, podemos observar que os salários formam uma pirâmide, com o maior número de pessoas percebendo salários menores até chegar ao chefe e a alguns executivos superiores, que recebem salários maiores. Os salários tendem a
incorporar o indivíduo em certo “status” hierárquico geral. Existe a opinião de que o salário do indivíduo deve refletir a estrutura geral, e que portanto, errado que o supervisor ganhe menos do que seu subordinado, ou que seja alguém promovido sem aumento salarial.
Na maioria das companhias podemos observar que a estrutura salarial divide as pessoas em dois grandes grupos: os que recebem salário por hora e os que percebem ordenado. Êste é pago, por quinzena ou por mês para os empregados do escritório e para os supervisores dos operários; os operários recebem por semana ou por quinzena, pelo número de horas trabalhadas.
Além desta divisão, muitas firmas separam ainda os funcionários de nível superior dos outros, simples datilógrafos e taquígrafos. Geralmente, esta separação resulta em folhas de pagamento separadas. Em algumas companhias, todos os executivos e supervisores são pagos pela principal fôlha de pagamento, que é feita no escritório central. De modo geral, considera-se um sucesso pessoal, quando se passa de fôlha de pagamento dos horistas para mensalistas e da fôlha de pagamento da filial para a da central.
A remuneração dos mensalistas não é necessàriamente maior do que o salário dos horistas. De fato, os grupos salariais mais baixos do escritório recebem às vêzes menos do que os grupos mais baixos dos horistas.
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530 Boletim da Ind. Gráfica
Avaliação de serviços
Para manter a estrutura salarial de acordo com a estrutura de diferentes serviços, muitas companhias empregam o sistema de avaliação de serviços. Neste sistema, os trabalhos são graduados na base de certos fatores — perícia,, educação, duração do treinamento, responsabilidade etc. — podendo ser estabelecida desta maneira uma escala, desde os serviços de maiores exigências, até os serviços que exigem menos. De acordo com esta classificação, prepara-se uma escala salarial, que abrange os salários mais altos, que correspondem a serviços mais exigentes, até os mais baixos, que correspondem ao grupo de menor exigência. Dêste modo, o salário por qualquer ser-
O salário vistoPara o empregado, o salário é uma
coisa mais complicada do que o simples dinheiro no bolso. Do salário adequado depende a atitude do empregado, já afetado por muitos fatores dentro da fábrica e na sociedade em geral. O salário determina suas relações com os outros na fábrica. Seu lugar na escala de salários afeta sua atitude para com João e Pedro, seus colegas de serviço, para com o empregado novo, que começa hoje, para com todos os outros com que chegue a ter contacto.
Quando é concedido aumento para um empregado do grupo, êste geralmente se julga em posição privilegiada, um pouco acima dos outros. E êstes acham que deveríam ter sido aumentados também, assegurando que são tão bons quanto êle. Sentem vagamente que sofreu seu “status” em relação áquêle e o efeito é como se tivessem tido todos seu salário diminuído. A idéia sôbre o salário justo modificou-se bruscamente: êles dificilmente admitem que o outro seja melhor trabalhador e vão dizer que não tiveram oportunidade de mostrar sua habilidade ou de se desenvolver, como êle a teve. O supervisor terá um grupo de insatisfeitos, que muito provavelmente darão as costas ao felizardo.
Além da atitude pessoal, prevalecem entre os empregados outras idéias sôbre o salário justo e sôbre diferenças no trabalho. Não se considera justo pagar
viço será determinado pelo lugar que ocupe na escala de avaliação de serviço.
Do ponto de vista da gerência êste sistema serve, por duas razões. A primeira é que se evita que os empregados se queixem de que certos serviços não são pagos suficientemente em relação a outros. Mas, se, nessa hierarquização, os serviços não se situarem de acôrdo com a idéia que a respeito tenham os empregados, pode-se contar com atritos e discussões.
A segunda razão favorável á avaliação de serviços é que facilita o próprio “controle” de custo de mão-de-obra. Cuidadosa análise de serviços e comparação da respectiva escala de salários permitem que se calcule o aproximado valor do serviço necessário.
pelo empregadoao maquinista menos do que ao seu ajudante; ao supervisor menos do que ao seu subordinado; o empregado novo não pode começar com salário superior ao daqueles que trabalham há tempo no mesmo serviço, para evitar o ressentimento e a insatisfação dos mais antigos.
Outro fato importante para o re- cebedor do salário é o efeito do pagamento fora da fábrica. A quantia recebida tem grande influência sôbre o lugar que ocupa na comunidade; pode limitar e determinar o bairro da moradia, a vizinhança, seus amigos etc. Quem ganha Cr$ 2.000,00 por semana provavelmente irá morar onde pague mais ou menos Cr$ 2.000,00 por mês de aluguel. Quando aumentar seu salário, provavelmente se mudará para lugar melhor.
As idéias de cada indivíduo a respeito de salário adequado são o reflexo daquilo que êle espera alcançar quanto ás condições de vida e conforto, recreação e seu lugar na sociedade. Seu conceito sôbre o salário adequado naturalmente se distancia mais do modo de pensar sôbre a maneira de viver, do que do tipo de serviço que executa. Do seu ponto de vista, salário adequado é aquêle que lhe possibilite viver no meio da vizinhança do mesmo modo que os vizinhos vivem; ter o carro, como êles têm; vestir-se do modo como êles se vestem; divertir-se e gastar dinheiro como êles se divertem e gastam.
Junho de 1959 531
Salário mínimo e menor aprendiz
A Consolidação das Leis do Trabalho permite que se pague ao menor aprendiz um ordenado inferior, em 50%, ao salário mínimo do adulto.
Esclarecendo o conceito de menor aprendiz, estabelece o Decreto n.° 31.546, de 6-10-1952, em seus arts. l.° e 2.°, que:
“Artigo l.° — Considera-se de aprendizagem o contrato individual de trabalho realizado entre o empregador e um trabalhador maior de 14 anos e menor de 18 anos, pelo qual, além das características mencionadas no art. 3.° da C. L. T., aquêle se obriga a submeter o empregado a formação metódica do ofício cu ocupação para cujo exercício foi admitido e o menor assume o compromisso de seguir o respectivo regime de aprendizagem”.
Art. 2.° — Entende-se como sujeito à formação profissional metódica de ofício ou ocupação, o trabalhador menor matriculado em curso do s e n a i ou s e n a c , o u em cursos por êles reconhecido, nos têrmos da legislação que lhes for pertinente.
§ l.° — Entende-se, igualmente, como sujeito àquela formação, o trabalhador menor, submetido, no próprio emprêgo, à aprendizagem metódica:
a) de ofício ou ocupação para as quais não existam cursos em funcionamento no s e n a i ou s e n a c ;
b) de ofício ou ocupação para cujo preparo existam cursos no “s e n a i o u s e n a c , quando não possam êstes aceitar a inscrição do menor, por falta de vaga, ou não mantiverem cursos na respectiva localidade.
§ 2.° — Na hipótese de falta de vaga, a que se refere a alínea “b” do parágrafo anterior, será fornecido aos interessados, pelo s e n a i
ou s e n a c , documento comproba- tório dessa circunstância”.
A Portaria n.° 43, de 27-4-53, do Sr. Ministro do Trabalho, estabeleceu a seguinte relação de ofícios que exigem aprendizagem metódica no s e n a i o u no próprio emprêgo, estabelecendo, também, os prazos para duração dêsse aprendizado, como segue:
Aprendizado a ser feito no SENAI
G rupo XII — Indústria Gráfica
44 — Compositor manual .................. 3 anos45 — Encadernador .............................. 3 ”56 — Fotógrafo de Artes Gráficas . . . . 3 ”47 — Gravador de Clichês ................... 348 — Gravador de fotolito (rapista de
fotolito) ......................................... 3 ”49 — Impressor ..................................... 3 ”50 — Impressor de off-set 3 ”51 — Mecanotipista .............................. 3 ”52 — Pautador ...................................... 3 ”53 — Retocador de fotolito ............... 354 — Tipógrafo ..................................... 3 ”
Ofícios que podem ser aprendidos na própria firma
G rupo XII — Indústrias Gráficas
290 — A judante ............................................ 1 ano291 — Crom ista ............................................. 2 anos292 — Decalcador ......................................... 3 anos293 — E tiquetista ......................................... 1 ano294 — G uincheiro ou G uindasteiro . . . 1 ano295 — M onotipista ....................................... 3 anos296 — T im b rad o r ......................................... 1 ano
Lembramos, aqui, que não basta registrar o menor como “aprendiz”, para poder pagar metade do salário mínimo do maior. É indispensável classificar o aprendiz de acordo com as relações supra e respeitar o prazo de aprendizagem. Exemplo: Aprendiz de Decalcador.
Quaisquer dúvidas sôbre o assunto poderão ser esclarecidas em consulta ao nosso Departamento Jurídico.
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538 Boletim da Ind. Gráfica
BOLETIM DA INDÚSTRIA GRAFICA NO ESTADO DE SÃO PAULO
Redação e Administração Rua Marquês de Itu, 70 — 12.° andar
Telefone: 32-4694 (Sede própria)S Ã O P A U L O
ANO X JUNHO DE 1959 N .° 105
D iretor responsável João A n d r e o t t i
RedaçãoT h eo b a ld o D e N ic.ris
J o sé N a p o l it a n o So b r in h o D r. J oão D a ll a F il h o
*Composto e impresso nas oficinas da Sao Paulo Editora S. A. — Rua Barão de Ladário, 226 — São Paulo, Brasil.
*
SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRAFICAS NO ESTADO DE
SÃO PAULO
DiretoriaTheobaldo De N igris — Presidente
José Napolitano Sobrinho — Secretário João Andreotti — Tesoureiro
S u p l e n t e s
José J. H. P ieretti, V ito r José Ciasca e Damiro de O liveira Volpe.
Conselho FiscalJorge Saraiva
José Costa Mesa Dante GiosaS u p l e n t e s
João Rocco, Bertolino Gazzi e Bruno Canton
Delegados na FederaçãoTheobaldo De N igris
Humberto Rebizzi Pertj Bomeisel
S u p l e n t e s
João V irg ílio Catalani, Curt Werner Reichenbach e Mário
Ponzini*
D el e g a c ia e m S a n to s Affonso Franco
Praça da República, 20
Serviços prestados pelo Sindicato das Indústrias Gráficas
aos seus associados ★
S E C R E T A R I A
Das 8,30 às 11,30 e das 13,30 às 17,30 horas.
Aos sábados: das 9 às 12 horas.
R. Luís P er e ir a Secretário Geral
* Distribuição de guias para recolhimento de impostos em geral.
* Impressos fiscais e modelos de impressos de comunicações.
* Serviços de Despachante, Encaminhamento de papéis nas repartições públicas. Registro de Empregados. Encaminhamento de relações de empregados. Recolhimento de Impostos e multas. Informações sobre assuntos trabalhistas, fiscais e técnicos.
* Distribuição de publicações periódicas informativas.
Departamento JurídicoDr. J o ão D a l l a F il h o
Diretor
* Defesa de associados na Justiça do Trabalho.
* Informações jurídicas trabalhistas.
Departamento Técnico* Orientação em geral sobre qualquer
assunto concernente à indústria gráfica.Palestras e conferências técnicas.
Sociedade Cooperativa de SegurosJ o sé M esa C a m p o s
Gerente Técnico
* Seguro contra acidentes no trabalho em bases bem mais compensadoras que as de Cias. particulares.
* Assistência jurídica em casos de moléstias profissionais.
D i v e r s o s* Colaboração com os serviços públicos
no desenvolvimento da solidariedade social.
* Bolsa Gráfica — Oferta e procura de empregos, Vendas, troca ou compra de máquinas e equipamentos gráficos.
* Desenvolvimento do espírito associativo e defesa dos interêsses da classe, visando o seu engrandecimento.
Não se iluda com IMITAÇÕES e COPIAS
"UFIhFI RFRfi"da legítima impressora automática K» i 1/ fc» S»< 1? L 11 VIA produtividade, a durabilidade, a garantia da impressora automática //H E I D E L B E R G // não dependem apenas do seu aspeto.
A rigorosa exatidão de suas peças; a qualidade insuperável do seu material; o seu funcionamento harmonioso e seguro, não são visíveis e não podem ser copiados. Existem somente na máquina legitima, fabricada exclusivamente na cidade de Heidelberg, na Alemanha.
O R I G I N A L H E I D E L B E R G
A ssis tên c ia técn ica .
D isposição de peças de reserva.
Garantia e fe tiva
Únicos representantes:
A fábrica “Heidelberg" não tem filiais; não cedeu a nenhuma outra fábrica os direitos de fabricação; não auto- risou cópia da impressora automática Heidelberg e nem de seus dispositivos patenteados em vigor. Por isso para produção e satisfação compre sómente a
FUNTIMOD s. a . MÁQUINAS E MATERIAIS GRÁFICOS
SÃO PAULO * Rua dos Bandeirantes, 398 * Fone 37-4639 « Caixa Postal 3855 RIO DE JANEIRO • RECIFE • PÔRTO ALEGRE • CURITIBA • BELO HORIZONTE
(V . S . recebe o revista “ N o tic ia s de H e id e lb erg" ? C a so deseje receb e-la , e screva á Funtim od)