anteprojeto da adutora de...
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APRESENTAÇÃO
O presente documento objetiva apresentar o Anteprojeto da Adutora de Quiterianópolis a partir do açude Flôr do Campo, que contribuirá com informações para
contratação do Projeto Executivo e Execução de obras e serviços de engenharia, através do
Regime Diferenciado de Contratação-RDC com base no Edital de licitação nº 12.462, Art. 9º,
04 de agosto de 2011.
O presente Estudo foi dividido em 02 capítulos, como se segue:
• O Capítulo 01 apresenta a concepção geral do projeto;
• O Capítulo 02 faz uma descrição das unidades previstas para o Sistema
Adutor proposto.
1. CONCEPÇÃO GERAL DO PROJETO
1.1. Considerações Gerais
As crescentes demandas de água de qualidade para o abastecimento das
populações urbanas e rurais em conjunto com a limitação qualitativa e quantitativa dos
recursos hídricos exigem um planejamento bem elaborado pelos órgãos
governamentais, visando adotar sistemas de abastecimento de água para toda
população.
Com o crescimento da população, principalmente nas grandes cidades que
também abrigam as migrações do interior do Estado, se torna cada vez mais difícil o
abastecimento de água para atender a demanda continuamente crescente. Essa
dificuldade atinge o município de Quiterianópolis, tanto pela crescente demanda como
pela escassez de água característica do Estado do Ceará.
A fim de dar segurança ao sistema de abastecimento de Quiterianópolis, a
Secretaria dos Recursos Hídricos-SRH está lançando este Termo de Referência o para
contratação de Empresa Especializada para Elaboração do Projeto Executivo e
Construção de obras e serviços de engenharia da Adutora do Município de
Quiterianópolis.
Do ponto de vista de capacidade, a adutora existente que atende às demandas
da cidade de Quiterianópolis apresenta boas condições funcionais e apresenta
condições técnicas de operar para atender as demandas atuais e futuras por um longo
período, através de intervenções de melhorias e ajustes nas principais unidades que
integram o sistema. Porém, o manancial utilizado (açude Colina) encontra-se acima do
limite operacional quanto ao balanço oferta x demanda, não atendendo nem mesmo a
vazão atual demandada pelos usuários existentes.
1.2. Localização e Acesso
O município de Quiterianópolis está localizado na Mesorregião do Jaguaribe,
Mesorregião Sertões Cearenses e
Microrregião Sertões de Crateús. O principal
acesso à sede do município, a partir de
fortaleza, é através da BR – 020 e CE's-176 e
187, totalizando um percurso de
aproximadamente 413 km. A Figura 1,
apresentada ao lado, mostra a localização de
Quiterianópolis em relação ao estado do
Ceará.
A Figura 2 apresenta a planta e perfil do sistema adutor proposto. Deve-se
ressaltar que as informações topográficas utilizadas neste anteprojeto são provenientes
de Modelos Digitais de Elevação (MDE) disponibilizados pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) em seu sítio eletrônico
(http:/WWW.dsr.inpe.br/topodata/acesso.php).
1.3. Capacidade do Manancial Atual
O manancial hídrico que alimenta o sistema de abastecimento da cidade de
Quiterianópolis é o açude Colina, que está situado no mesmo município. Esta barragem
barra o Rio Poti, que é afluente do rio Parnaíba no Estado do Piauí. Com capacidade
de acumulação de 3.250.000 m3, este reservatório apresenta sérios sinais de
insegurança hídrica.
De acordo com os dados de monitoramento da COGERH apresentados no
gráfico a seguir, em 10/10/12, o volume acumulado no Colina era de apenas de
360.000 m3, o que representa 11,03% da capacidade do reservatório. Atualmente o
abastecimento do município de Quiterianópolis já encontra-se em colapso, sendo
atendido por carros-pipa, pois o reservatório já atingiu o volume mínimo operacional
crítico, conforme Figura 3.
Figura 3. Dados de monitoramento do Reservatório Colina.
1.4. Manancial Proposto
Visando dar segurança ao sistema de abastecimento de água de
Quiterianópolis, a SRH se dispõe a implantar um novo sistema adutor, tendo como
manancial o açude Flor do Campo. Este reservatório, com capacidade de acumulação
de 111.300.000 m3, localiza-se no município de Novo Oriente a 38,84km de
Quiterianópolis. Suas principais características são resumidas na Tabela 1,
apresentado a seguir.
Tabela 1. Ficha Técnica do Açude Flor do Campo.
LOCALIZAÇÃO Município: Novo Oriente
Coordenada E: 314.377
Coordenada N: 9.383.891
Bacia: Sertões de Crateús
Rio/Riacho Barrado: Rio Poti
BARRAGEM
Tipo: Terra Homogênea com tapete
Capacidade (m³): 111.300.000
Bacia Hidrográfica(Km²): 647,800
Bacia Hidráulica(ha): 2.351,000
Vazão Regularizada(m³/s): 0,380
Extensão pelo Coroamento(m): 697,0
Largura do Coroamento(m): 6,00
Cota do Coroamento(m): 355,40
Altura Máxima(m): 21,14
SANGRADOURO
Tipo: Canal c/muro vertedouro (Perfil Creager)
Largura(m): 80,0
Lâmina Máxima(m): 2,70
Cota da Soleira(m): 351,0
TOMADA D'ÁGUA
Tipo: Galeria com controle de jusante
Diâmetro(mm): 700
Comprimento(m): 91,00
2. CONCEPÇÃO DO SISTEMA PROPOSTO
2.1. Projeção Populacional
2.1.1. Metodologias
O cálculo da projeção populacional é considerado uma tarefa difícil, uma vez
que depende de uma série de fatores sócio-econômicos de complexa avaliação,
submetendo-se a dinâmicas próprias da atividade antrópica que nem sempre podem
ser enquadradas em simples esquemas teóricos.
No que concerne às metodologias de pequenas áreas, pode-se classificar os
procedimentos em três categorias, a saber: interpolação ou extrapolação estritamente
matemática; métodos que envolvem variáveis sintomáticas e os métodos que levam em
consideração à dinâmica populacional.
Os métodos matemáticos são os mais indicados quando se deseja realizar
estimativas através de interpolações, pois a sua utilização em projeções de populações
está atrelada à idéia de que as tendências observadas no passado permanecerão no
futuro. No entanto; sabe-se que, quando se trabalha com população, o dinamismo é
muito grande mormente em termos de pequenas áreas, em que a mobilidade
populacional é intensa.
Na literatura, por exemplo, são mencionados modelos de projeção populacional
fundamentados na regionalização das condições sócio-econômicas por meio de análise
estatística fatorial. Porém, nesse estudo serão realizados ajustes de modelos
matemáticos aos dados históricos existentes, extrapolando as séries para períodos
futuros, tendo o cuidado de criticar eventuais incoerências nos resultados dessa
modelagem matemática.
No método matemático de projeção, o cálculo da população é feito mediante
uma equação matemática definida, cujos parâmetros são obtidos a partir de dados
populacionais de anos anteriores. Destacam-se os processos de crescimento
aritmético, geométrico e logístico, os quais partem do princípio de que o aumento da
população em função do tempo obedece, respectivamente, a uma progressão
aritmética, a uma progressão geométrica e à chamada Curva Logística. Além desses,
destaca-se a utilização das equações linear, parabólica, logarítmica, exponencial e dos
processos empíricos ou de extrapolação gráfica.
No modelo linear, supõe-se um crescimento populacional linear constante ao
longo do tempo e, portanto, requer apenas dois períodos para que se possa realizar
uma projeção. A formalização de uma equação linear é simples e pode ser definida da
seguinte forma:
Pt = Po + Ka.(t-to)
em que:
Pt = população no ano t;
Po = população no ano inicial;
Ka = coeficiente de ajuste.
No modelo exponencial, as funções são caracterizadas pelo fato de que ao
longo do tempo seus valores dobram no caso de exponenciais crescentes, ou
diminuem pela metade no caso de exponenciais decrescentes, num intervalo de tempo
constante independente do valor da função num determinado instante. Esse método é
utilizado, geralmente, quando o período da projeção não é muito distante do ano base
(último ano em que se utiliza a informação censitária e, também, o período de partida
para a projeção) e quando a tendência do crescimento da população não muda no
curto prazo. (Giraldelli, B., 1990). A equação, neste caso, é a seguinte:
No modelo geométrico, para se obter a taxa de crescimento (r) subtrai-se 1 da raiz
enésima do quociente entre a população final (Pt) e a população no começo do período
considerado (Po), multiplicando-se o resultado por 100, sendo n o número de anos do
período.
r=
No modelo logístico, há duas restrições: assíntotas inferior e superior. A
assíntota superior da logística serve para limitar o crescimento da população em
questão, o que é bastante razoável, pois não se espera que uma população cresça a
altas taxas indefinidamente. A seguir, esboça-se a equação desta metodologia:
em que:
LS é a assíntota superior;
LI é a assíntota inferior;
t é o período de projeção;
w e k são parâmetros da curva.
Para finalizar, há o método de tendência de crescimento demográfico a ibi (Madeira,
L. & Simões, C. 1972). O princípio fundamental desse método consiste na subdivisão de
uma área maior em n áreas menores, de tal forma que, ao final do processo de estimação
das populações das áreas menores, seja assegurada a reprodução da população da área
maior. A operacionalização deste método é possível através da resolução de um sistema
simples de equação:
Pi (to)= ai × P(to)+bi e Pi (t1)= ai × P(t1)+bi
em que:
Pi é a população da área menor i;
P é a população da área maior; e
to e t1 são dois períodos no tempo, onde dispomos de valores conhecidos que
são utilizados na estimativa dos parâmetros ai e bi.
2.1.2. Estudo de Projeção Populacional
O horizonte de projeto considerado é o ano de 2044, adotando como ano de
2014 como data de início da operação. A Tabela 2 apresenta os dados populacionais
da sede municipai de Quiterianópolis, relativos aos censos do IBGE realizados nos
anos de 1991, 2000 e 2010. Ainda, na tabela supracitada, é informada a metodologia
de projeção utilizada para o município contemplado no projeto, enquanto a Figura 4
apresenta o ajuste das curvas de regressão aos dados populacionais.
Tabela 2. Dados populacionais e projeção adotada.
Quiterianópolis Total1991 2069 20692000 4406 44062010 5574 55742 0 4 4 1 2 0 1 7 . 1 6 1 2 0 1 7 . 1 6
Linear0.9521R²
Cidade
População Urbana (hab)
Projeção
y = 183,23x -362495R = 0,9521²
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Figura 4. Ajuste da curva de regressão aos dados populacionais.
O sistema foi dividido em 2 (duas) unidades de recalque: a primeira aduzirá
água bruta do açude Flor do Campo até uma ETA localizado a 1.000 m da captação,
sendo esta distância estimativa; e a segunda unidade recalcará água tratada até a
sede municipal de Quiterianópolis. Dessa forma, a partir da tabela acima exposta, a
população de projeto será de 12.018 habitantes.
2.2. Consumo de Água
O consumo “per capita” foi adotado de acordo com os valores usualmente
adotados em projetos de saneamento deste porte feitos pela CAGECE como sendo de
150 L/hab.dia.
2.3. Coeficiente de Variação de Consumo
Para os coeficientes de variação do consumo de água, adotamos os valores
recomendados pelas normas NBR-9648, NBR-9649, ambas de 1996 e P-NB 568, de
1975. Dessa forma, adotou-se um coeficiente do dia de maior consumo (k1) de 1,2.
2.4. Perdas do Sistema
Para contemplar as perdas provenientes do abastecimento, além da demanda
hídrica extra necessária para lavagem dos filtros da ETA, considerou um índice de
perdas de 30%.
2.5. Vazões de Projeto
As vazões de projeto para o horizonte de projeto foram calculadas através das
equações constantes na Tabela 3.
Tabela 3. Vazões de Projeto.
Vazão (l/s) Equação
Média
Máxima Diária
de Captação
)1(400.86 ipqPQMédia −×
×=
)1(400.861
. ipkqPQ
DiáriaMáx −×
××=
)1(1ipTkqPQCaptação −×
××=
Em que:
P = População de projeto, estimada em 12.218 hab;
q = Vazão per capita, igual a 150 L/hab.dia;
K1 = Coeficiente do dia de maior consumo, adotado em 1,2;
ip = Índice de perdas do sistema, adotado em 30%;
T = Tempo, em segundos, de bombeamento diário, adotado em 21 horas.
Com base nas equações apresentadas anteriormente e na estimativa
populacional adotada, são apresentadas a seguir as demandas calculadas para a
primeira unidade de recalque:
Qmed=P×q
86400×(1−ip )=12 . 218×15086400×(1−0,30 )
=29 ,81 L/ s
máx .
diária
Qalignl¿¿¿=P×q×1,2
86400×(1−ip )=12 .218×150×1,286400×(1−0,30)
=35 ,77 L /s ¿
QCaptação=P×q×1,2T×(1−ip )
=12 .218×150×1,221×3 .600×(1−0,30)
=40 ,88L /s
2.6. Elementos para o Dimensionamento dos Sistemas Adutores e Estações Elevatórias
2.6.1. Critérios de Dimensionamento das Linhas Adutoras
No dimensionamento inicial de sistemas de adutoras, o diâmetro “econômico” foi
calculado pela “Fórmula de Bresse” dado pela seguinte expressão:
D=K √Q
No qual D é o diâmetro da adutora em metros, Q é a vazão a ser aduzida em
m³/s e K um coeficiente que varia de 0,7 a 1,5 dependendo do tipo de adutora utilizado.
No caso do presente estudo, utilizou-se K=1,2.
As perdas de carga foram calculadas pela fórmula de Hazen-Williams:
J=10 ,643Q1,85C−1,85D−4,87
No qual J é a perda de carga unitária (m/m), Q a vazão (m3/s), D o diâmetro da
tubulação (m) e C coeficiente que depende da natureza (material e estado) das
paredes dos tubos.
Vale salientar o acréscimo de 5% nas perdas de carga distribuídas, relativas às
perdas de carga localizadas ao longo da tubulação. Perdas estas caracterizadas por:
(a) tê de derivação para descargas e ventosas, (b) curvas e (c) reduções.
2.6.2. Critérios de Dimensionamento das Estações Elevatórias/Bombeamento
As instalações de bombeamento ou elevatórias são sistemas compostos por
bombas e tubulações que pressurizadas, transportam a água a fim de conduzi-la aos
pontos de consumo e outras unidades, vencendo os desníveis topográficos e as perdas
de carga ao longo das tubulações. Estas instalações são usadas, principalmente, nos
sistemas de abastecimento urbano de água, em projetos de irrigação, em estações
elevatórias de esgotos, em instalações prediais, etc.
Em uma bomba, um motor elétrico gira um ou mais rotores dentro do corpo da
bomba, movimentando o líquido e criando a força centrífuga que se transforma em
energia de pressão e cinética. A diferença de pressão na sucção e no recalque da
bomba é conhecida como altura manométrica total (AMT) e determina a capacidade da
bomba em transferir líquido, em função das pressões que deverá vencer, expressa em
energia de pressão.
A escolha de uma bomba é feita essencialmente através da determinação da
vazão e da AMT. As curvas características das bombas relacionam a vazão recalcada
com a AMT, com a potência absorvida e com o rendimento. O ponto de operação é
determinado pelo cruzamento das curvas de vazão versus altura manométrica total e
do sistema.
Como mencionado na seção anterior, o tempo de funcionamento das bombas do
sistema foi adotado em 21 h.
2.6.3. Transientes Hidráulicos
O estudo de transientes hidráulicos consiste na verificação do funcionamento da
adutora em regime transitório. Normalmente esses estudos são feitos considerando o
sistema analisado, primeiramente, sem proteção, quando são determinadas as
pressões extremas que poderão atuar nele. A partir daí são indicados os dispositivos
de proteção necessários, após o que são feitas novas simulações para verificar a
eficiência de tais dispositivos.
No caso presente, tal procedimento foi utilizado para adutoras propostas com
extensão superior a 30 m, sujeitas a bombeamento, pois o funcionamento do sistema
após a parada brusca no fornecimento de energia ou manobra equivocada das bombas
são os efeitos causadores de transientes mais susceptíveis de ocorrem durante a
operação do sistema.
Em uma instalação de recalque, quando há um desligamento das bombas de
maneira brusca, são desenvolvidas ondas de choque que percorrem a tubulação alterando
transitoriamente o comportamento das pressões internas e das vazões de adução. Neste
caso, a primeira onda que se forma é de depressão e pode provocar a separação da coluna
líquida, dependendo das condições instantâneas de pressão e do perfil topográfico da linha.
Com a vinda, em seguida, da onda de sobrepressão, há possibilidade de junção da coluna
e, em conseqüência, as pressões podem chegar a atingir valores insuportáveis para o
material das tubulações.
As equações básicas que descrevem este fenômeno são obtidas a partir dos
princípios da quantidade de movimento e da continuidade e têm a seguinte forma geral:
gA¶ H¶ x
+¶Q¶ t
+ f2DA
Q .∣Q∣=0
¶ H¶ t
+a2
gA¶Q¶ x
=0
onde:
Q = vazão no instante t;
H = pressão no instante t;
x = distância entre a origem da linha e a seção estudada;
D = diâmetro da adutora;
f = coeficiente de atrito de escoamento;
A = área da seção transversal do tubo;
a = celeridade da onda de pressão.
Existem vários processos numéricos de resolução dessas equações, porém o
mais utilizado é o Método das Características, que será aqui empregado. De acordo
com este método, a linha estudada é dividida num certo número de trechos, de modo a
se ter o histórico do transiente nos pontos de maior interesse, ou próximos a eles,
como é permitido. A partir daí, o cálculo todo se baseia na determinação dos valores de
pressão e de vazão que satisfaçam o sistema de equações acima, para um ponto
considerado e num determinado instante, desde que sejam conhecidas essas
grandezas num instante anterior.
O sistema de duas equações diferenciais parciais acima, de 1ª ordem, do tipo
hiperbólico, pode ser transformado em outro sistema de quatro equações diferenciais
ordinárias que pode ser trabalhado sob a forma de diferenças finitas. Isto permite
calcular os valores de HP e QP no ponto considerado, por meio das expressões:
H P=C P−B .QPH P=CM+B .QP
Onde CP e CM são constantes para cada seção considerada, pois dependem dos
valores de H e de Q para o instante anteriormente considerado, e B é uma função da
celeridade da onda e da área da seção transversal do tubo.
O intervalo de tempo de trânsito da onda de choque é constante para todo o histórico
do transiente, inclusive o tempo de percurso dessa onda entre as seções consecutivas,
definido como:
Dt=DLa
Onde ∆L é a extensão de cada trecho e "a" a celeridade da onda. Esta equação
corresponde ao critério de estabilidade de Courant para equações deste tipo.
Esse procedimento permite verificar se há pressões elevadas ao longo da linha
ou a possibilidade de separação da coluna líquida na tubulação, dependendo do valor
de HP em relação à cota do terreno na seção considerada. Se, nesse ponto, a pressão
calculada for inferior, em valor absoluto, à pressão de vapor da água, haverá
separação de coluna e, portanto, necessidade de se utilizarem dispositivos de
proteção. Dentre estes, os mais usuais são:
• chaminés de equilíbrio;
• tanques de amortecimento unidirecionais – TAUs;
• volante de inércia nos conjuntos elevatórios;
• tanques hidropneumáticos.
Dependendo do caso específico, pode-se empregar um ou mais desses dispositivos,
tendo em vista as condições econômicas, construtivas e funcionais de cada situação.
O estudo de transientes hidráulicos foi feito em duas etapas complementares, com a
primeira delas compreendendo o diagnóstico das linhas, caso ocorra uma paralisação brusca,
sem os dispositivos de proteção. Em seguida, constatada a necessidade de proteção, foram
escolhidos os dispositivos mais eficientes, realizando-se uma verificação de seu
funcionamento, de modo que as pressões resultantes não provocassem danos aos sistemas.
2.6.4. Critérios para Assentamento da Tubulação e para Dimensionamento dos blocos de Ancoragem
A primeira unidade de recalque será de FoFo, enquanto que a segunda será de
PVC DE FoFo, ressaltando que estas serão enterradas a uma profundidade mínima de
0,9 m acima da geratriz superior dos tubo quando o tubo for susceptível a tráfego. No
caso da impossibilidade de tráfego, o tubo poderá ser assente a um recobrimento de
0,60 m. A vala possuirá uma largura equivalente conforme NBR 12.266 (Projeto de
execução de valas assentamento de tubulações de água, esgoto ou drenagem
urbana).
Antes do assentamento dos tubos, será disposto um colchão de areia de 10 cm
a 15 cm de espessura. O reaterro deverá ser compactado em material homogêneo,
isento de pedregulhos, a um grau de compactação de 90% do Proctor Normal. O
colchão de areia poderá ser dispensado se o terreno for arenoso livre de pedras ou
qualquer material que possa causar danos à integridade física da tubulação, a critério
da fiscalização.
Nos primeiros 20 cm acima da geratriz superior do tubo, o material de reaterro
da vala deverá necessariamente ser de 1º categoria estar isento de pedregulhos e
deverá ser compactado a 90% do Proctor Normal.
Já os blocos de ancoragem serão construídos em concreto simples ou ciclópico
e terão a função de absorver os impactos causados pelas variações de fluxo nas
adutoras.
As dimensões dos blocos de ancoragem é função da pressão na tubulação, do
diâmetro do tubo, ângulo e do tipo de peça..
Foi utilizada a seguinte fórmula para o cálculo do Empuxo nas Curvas:
E=2× p×S×Sen( a2 )
Onde:
E = empuxo (kgf);
p = pressão (kgf/cm²);
a = ângulo da curva (º);
S = seção do tubo (cm²).
O volume de concreto necessário foi obtido pela expressão abaixo:
Vc= (E×Ke)c
onde:
Vc = volume de concreto (m³);
Ke = coeficiente de segurança ao escorregamento (equivalente a 1,5);
c = peso específico do concreto (equivalente a 2400 kg/m³).
2.7. Dimensionamento do Sistema Adutor
2.7.1. Captação e Adutora de Água Bruta
A captação será realizada através da instalação de tomada de água flutuante
(EE-01), cujas características são listadas a seguir:
EE-01:
• Vazão: 40,88 l/s;
• Altura Manométrica: 20 m;
• Rendimento: 70%;
• Configuração: 1+1R;
• Potência Unitária: 20 CV.
Para garantir o abastecimento da demanda do projeto, será construída uma
adutora de água bruta, que recalcará as água provenientes do Açude Angicos até uma
ETA, localizada a uma distância estimada de 1000m do açude supracitado. A vazão de
adução é igual 0,04m³/s, equivalente a 10% da vazão regularizada do açude Flôr do
Campo(0,38m³/s). O regime de adução deverá ser todo em recalque a partir da EE-01
especificada anteriormente. A seguir, são apresentadas as características hidráulicas
da AD-01:
AD-01:
• Vazão: 40,88 l/s;
• Extensão : 1.000 m;
• Diâmetro : 250 mm;
• Material: FoFo.
Um memorial de cálculo apresentando o dimensionamento das unidades de
recalque e adução se encontra no Anexo I.
2.7.2. Estação de Tratamento de Água
1.1.1.1. Processo de Tratamento
Levando-se em consideração os resultados operacionais de várias ETAs que
empregam a dupla filtração, apresentando o seu efluente dentro dos padrões de
potabilidade, foi possível deferir a concepção da ETA, empregando-se a tecnologia
citada.
Há inúmeras vantagens deste tipo de tecnologia em relação àquela com
tratamento em ciclo completo, não só em relação aos custos de implantação, como
também os relativos à operação e manutenção. Não há necessidade de unidades de
floculação e de decantação, além da coagulação ser realizada no mecanismo de
neutralização de cargas, com redução considerável de coagulante e alcalinizante em
comparação ao tratamento em ciclo completo, para o qual o mecanismo de coagulação
é predominantemente realizado no mecanismo de varredura.
Considerando as características variáveis das águas, especialmente em épocas
de chuva, a filtração direta ascendente foi prevista para funcionar com quatro
descargas de fundo intermediárias, durante a carreira de filtração, e com aplicação
simultânea de água na interface pedregulho-areia para evitar ocorrência de subpressão
quando da execução de uma descarga. Tal procedimento irá concorrer para extração
de parte do material retido no início da camada de areia e de quase a totalidade das
impurezas retidas na camada de pedregulho, aumentando com isso a duração das
carreiras de filtração. A filtração descendente funcionará como um polimento do
efluente do ascendente.
As águas provenientes da adutora seguirão à câmara de carga, onde será
aplicado o coagulante (sulfato de alumínio ou policloreto de alumínio). Após a
aplicação, existe uma grade constituída de varões redondos de aço inoxidável,
destinada à mistura do coagulante, a qual chamamos de misturador hidráulico.
Na seqüência, a água coagulada será distribuída para os filtros de fluxo
ascendente. O nível de água no interior da câmara de carga irá variar em função do
grau de retenção de impurezas nos filtros. A câmara de carga dispõe de um medidor de
nível, cuja variação indicará a necessidade da execução de descargas de fundo
intermediárias. A princípio, a filtração direta ascendente deverá funcionar com
programação de quatro descargas de fundo intermediárias, a partir da carga hidráulica
disponível e da perda de carga na tubulação e nos meios granulares limpos. Como o
efluente do filtro ascendente não necessita apresentar turbidez inferior a 1uT, pode-se
adotar granulometria e taxa de filtração maiores comparados à filtração rápida
ascendente somente.
O efluente dos filtros ascendentes é encaminhado então aos filtros de fluxo
descendente, passando por um polimento que resulta numa turbidez final inferior a
1uT. Os filtros descendentes retêm as impurezas provenientes dos ascendentes,
trabalhando com taxas de filtração maiores.
O efluente de cada filtro descendente passa então pela caixa niveladora,
descarregando em tubulação coletora de água filtrada em diâmetro adequado ao
projeto com suas subsequentes ampliações de coleta, destinando-se ao reservatório
semi-enterrado ou apoiado(água filtrada). Na tubulação de água filtrada, será
adicionado o cloro para desinfecção, e próximo à entrada do reservatório, a suspensão
de cal para correção final do pH.
A lavagem dos filtros ascendentes deverá ser realizada através de reservatório
elevado ou motobombas com velocidade ascensional de lavagem entre 0,9 e 1,1 m/min
e pressão de entrada na tubulação de 11 a 14 mca com um tempo de lavagem de 8 a
10 minutos. Para os descendentes, a velocidade deverá ser de 0,60 a 0,70m/min, com
tempo de lavagem entre 6 e 8 min.
O resultado final da dupla filtração é a produção econômica da água com
características que, consistentemente, atendem ao Padrão Brasileiro de potabilidade.
1.1.1.2. Equipamentos
• Sistema de Filtração
Cada filtro ascendente será composto de uma célula que terá forma cilíndrica
vertical, com fundo formado por troncos cônicos e em cada tronco será instalado um
difusor especial, que será interligado ao sistema tubular de distribuição de água de
lavagem e coleta do lodo no momento da descarga de fundo. Internamente, cada filtro
constará de tubulações em sistema de malha para introdução de água na interface
areia-pedregulho, calhas coletoras providas de orifícios, destinadas à coleta de água
filtrada e/ou de lavagem, que conduz à caixa coletora externa onde será distribuída a
água de lavagem para o sistema de drenagem e a filtrada para o reservatório.
O meio filtrante será composto por três camadas de areia apoiadas em oito
camadas de pedregulho, que funcionarão como leito de contato para floculação,
dispostos sobre os troncos cônicos. Cada filtro descendente será composto de uma
célula que terá forma cilíndrica vertical, com fundo plano. Internamente, cada filtro
constará de sistema tubular de coleta de água filtrada (e distribuição de água de
lavagem), calha(s) coletora(s) provida(s) de orifícios, destinada(s) à coleta de água
filtrada (proveniente do filtro ascendente) e/ou de lavagem, que conduz à caixa coletora
externa onde será distribuída a água de lavagem para o sistema de drenagem.
Acompanhando o filtro descendente, temos a caixa niveladora. Procuramos adotar
uma taxa de filtração ascendente em torno de 180 m³/m².dia e descendente de 240
m³/m².dia, seguindo as recomendações de resultados da operação de várias ETA’s
com dupla filtração instaladas.
Desta forma, o sistema de dupla filtração será constituído por 04 (quatro)
unidades, com uma célula cada, pré-fabricadas em plástico reforçado com fibra de
vidro (PRFV), sendo 02 (dois) filtros ascendentes com diâmetro de 4,00 m e 02 (dois)
filtros descendentes com diâmetro de 3,50 m.
a) Filtração Ascendente
Os dados referentes à filtração ascendente são apresentados da Tabela 4 a
seguir:
Tabela 4. Dados referentes à filtração ascendente.
Método de operação Taxa declinanteEntrada nos filtros Tubulação / difusoresSaída dos filtros Calhas ou tubos coletores (soleiras e orifícios)Método de lavagem Descargas contínuas e limpeza geralNúmero de filtros 02 unidadesDiâmetro de cada célula 4,00 mÁrea filtrante por unidade 12,57 m²
A taxa de filtração pode ser calculada a partir da seguinte equação:
T= Q×24(NF×A )
Onde:
T = Taxa de filtração (m³/m²/dia);
Q = Vazão total do Afluente (m³/h);
NF = nº de filtros;
A = Área de um filtro (m²).
o Com os filtros em operação normal teremos:
T FOp=150×24(2×12 ,57)
=143 ,20m ³/m² .dia , onde TFOp é a taxa de filtração na
operação;
o Com um filtro em lavagem ou descarga, e os demais em operação,
teremos:
T FLav=150×24(1×12 ,57 )
=286 ,40m ³/m² .dia , onde TFLav é a taxa de filtração na
lavagem.
a) Filtração Descendente
Os dados referentes à filtração ascendente são apresentados da Tabela 5 a
seguir:
Tabela 5. Dados referentes à filtração descendente.
Método de operação Taxa declinanteEntrada nos filtros Tubulação / difusoresSaída dos filtros Calhas ou tubos coletores (soleiras e orifícios)Método de lavagem Descargas contínuas e limpeza geralNúmero de filtros 02 unidadesDiâmetro de cada célula 3,50 mÁrea filtrante por unidade 9,62 m²
o Com os filtros em operação normal teremos:
T FOp=150×24(2×9,62 )
=187 ,11m ³/m² .dia , onde TFOp é a taxa de filtração na operação;
o Com um filtro em lavagem ou descarga, e os demais em operação,
teremos:
T FLav=150×24(1×9, 62 )
=374 ,22m ³/m² .dia , onde TFLav é a taxa de filtração na lavagem.
• Sistema de Lavagem
A lavagem de um filtro qualquer da bateria será efetuada quando o nível máximo
de água for atingido na câmara de carga ou no piezômetro, com água proveniente do
reservatório semi-enterrado, por meio de conjuntos moto-bombas.
α) Filtros Ascendentes
- Área do filtro = 12,57 m²
- Velocidade ascensional de lavagem = 0,90 a 1,10 m/min (usamos 1,0 m/min)
- Duração da lavagem = 8 a 10 min (usamos 10 min)
- Velocidade ascensional na interface = 0,5 a 0,6 m/min (usamos 0,50 m/min)
- Duração de descarga de fundo = 1 min
- Vazão de lavagem = 1,0 x 12,57 m2 = 12,57 m³/min = 754,20 m³/h
- Volume gasto na lavagem de um filtro = 12,57 m³/min x 10 min = 125,70 m³
- Vazão de água na interface = 0,50 m/min x 12,57 m2 = 6,28 m³/min = 377,10 m³/h
- Volume gasto na descarga de fundo = 6,28 m³/min x 1 min = 6,28 m³.
Utilizaremos 03 (três) conjuntos motobombas centrífugas, 377,10 m³/h x 12,0
mca, 25,0 CV, 1750 rpm.
Para lavagem de interface, apenas uma bomba será utilizada para fornecer a
vazão necessária, enquanto que para a lavagem geral, utilizaremos as duas bombas
em paralelo. A terceira bomba atuará como reserva.
β) Filtros Descendentes
A lavagem de cada filtro deve ser efetuada quando a perda de carga atingir 1,5
m. As características operacionais da lavagem dos filtros descendentes são:
o Velocidade ascensional de lavagem: Va= 0,65 m/min
o Vazão de água para lavagem: 0,65 m/min x 9,62 m2 = 6,25 m³/min =
375,18 m³/h
χ) Reservatório de água filtrada e elevatória de água para lavagem
Os volumes máximos de água para lavagem são os seguintes:
o Filtro ascendente: 1,0 m/min x 10 min x 12,57 m² = 125,70 m³
o Filtro descendente: 0,65 m/min x 7 min x 9,62 m² = 43,77 m³
o Aplicação da água na interface: 0,5 m/min x 1 min x 12,57 m² = 6,28 m³,
considerando as quatro descargas de fundo para cada lavagem geral,
temos: 25,14 m³.
Assumindo-se que possa ocorrer lavagem seqüencial de dois filtros, um
ascendente e outro descendente, o volume de água para lavagem para ser
armazenado será de aproximadamente = 194,61 m³
A elevatória de água para lavagem dos filtros será constituída por três conjuntos
motobombas (2+1 de reserva), do tipo centrífuga de eixo horizontal, com capacidade
de recalque de cerca de 377,10 m³/h para AMT = 12,0 mca. Para a lavagem dos filtros
ascendentes deverão operar dois conjuntos em paralelo, formando cerca de 754,20
m³/h para garantir a velocidade ascensional necessária para a expansão do leito
filtrante.
Para a lavagem dos filtros descendentes e fornecimento da água durante as
descargas intermediárias dos filtros ascendentes, deverá ser utilizada apenas uma
bomba devido as menores vazões requeridas para essas operações.
2.7.3. Estação Elevatória e Adução de Água Tratada
Uma vazão de 40,88 l/s será recalcada a sede municipal de Quiterianópolis,
através de uma estação elevatória (EE-02) e aduzida por meio de uma adutora (AD-
02), cujas características são listadas a seguir:
EE-02:
• Vazão: 40,88 l/s;
• Altura Manométrica: 206 m;
• Rendimento: 70%;
• Configuração: 3+1R;
• Potência de cada conjunto moto-bomba: 65 CV.
AD-02:
• Vazão: 40,88 l/s;
• Extensão : 36.844 m;
• Diâmetro : 250 mm;
• Material: FoFo (20,5 km) / PVC DeFoFo. (16,34 km).
A tubulação da AD-02 apresentará dois materiais: os primeiros 21.500 metros
serão em FoFo, enquanto que os 16.344 metros finais serão em PVC DE FoFo. Ainda,
um memorial de cálculo apresentando o dimensionamento das unidades de recalque e
adução se encontra no Anexo I.
2.7.4. Reservação
Conforme estabelece a NBR 12.217, os reservatórios de distribuição têm a
finalidade de regularizar as variações entre as vazões de adução e de consumo e
condicionar as pressões na rede de distribuição.
Para determinar a reservação necessária para armazenar a água tratada
proveniente da ETA, foi utilizada a máxima vazão diária, considerando consumo “per
capita” de 150l/hab/dia e perdas de 30%, necessária para atender a sede municipal de
Quiterianópolis, cuja população no horizonte de projeto é de 12.018 hab. Adotou-se a
relação de Frühling, na qual a capacidade de reservação é definida como sendo 1/3 do
volume distribuído em 24 horas.
No projeto do Sistema Adutor Proposto, serão considerados 02 reservatórios
apoiado, cada um com capacidade de 600 m³, conforme Tabela 6 a seguir.
Tabela 6. Dimensionamento das unidades de reservação.
(L/s) (m/dia)³
Parâmetro A B C D E F
Fórmula
Quiterianópolis 40.88 3531.82 1/3 1177.27 2 600
(*) Vazão necessária para atender a 12.018 hab, referente à população de Quiterianópolis para o horizonte de projeto.
Vazão(*) Taxa de Reservação
Capacidade Exigida(m)³
Quantidade de Reservatórios
Cap. Adotada para cada Res.
(m)³
×1000
400.86 A DB × DFE >×
2.7.5. Simulação de Transientes Hidráulicos
Neste item, serão apresentados para as adutoras estudadas os gráficos das
envoltórias dos níveis piezométricos, além de planilhas ilustrando as pressões máximas
e mínimas ao longo da tubulação, para as situações sem e com dispositivos de
proteção anti-golpe de aríete, o que permite avaliar quais os pontos críticos da linha de
recalque e a eficiência dos dispositivos empregados.
O estudo do fenômeno de transientes hidráulicos, causados principalmente após
a parada brusca no fornecimento de energia ou manobra equivocada das bombas,
consiste na verificação do funcionamento da adutora em regime transitório.
Normalmente esses estudos são realizados considerando o sistema analisado, a priori,
sem proteção, quando são determinadas as pressões extremas que poderão atuar
nele. A partir daí são indicados os dispositivos de proteção necessários, sendo assim
realizadas novas simulações para verificar a eficiência de tais dispositivos.
Deve-se salientar que, devido à sua reduzida extensão, não foi realizado estudo
de transientes para a AD-01.
Após a realização da simulação do transiente hidráulico para a AD-02
desprotegia contra o golpe de aríete (vide Tabela 7 e Figura 5), pode-se verificar que
os pontos mais altos sofrem atuação de ondas de pressões negativas, que atingem
valor mínimo de -29,61 mca, ameaçando colapsar a tubulação. Quanto às
sobrepressões, estas atingem valor máximo de 195,48 mca, valor tolerável pelo
material que constitui a adutora.
Tabela 7. Planilha das pressões críticas positivas e negativas da AD-02 sem dispositivos de proteção anti-golpe.
Regime Permanente
Envoltoria Máxima
Envoltória Mínima
Regime Permanente
Envoltoria Máxima
Envoltória Mínima
1 250 - 343.03 538.51 538.51 366.04 195.48 195.48 23.01 FoFo2 250.00 1,262.00 361.44 535.10 535.10 366.04 173.66 173.66 4.60 FoFo3 250.00 2,524.00 350.07 531.69 531.69 366.05 181.62 181.62 15.98 FoFo4 250.00 3,786.00 340.44 528.28 528.28 366.07 187.84 187.84 25.63 FoFo5 250.00 5,048.00 343.97 524.87 524.87 366.09 180.90 180.90 22.12 FoFo6 250.00 6,310.00 350.46 521.46 521.46 366.35 171.00 171.00 15.89 FoFo7 250.00 7,572.00 356.35 518.05 518.05 367.56 161.70 161.70 11.21 FoFo8 250.00 8,834.00 371.62 514.64 514.64 368.79 143.02 143.02 2.83- FoFo9 250.00 10,096.00 352.02 511.23 511.23 370.02 159.21 159.21 18.00 FoFo10 250.00 11,358.00 365.41 507.83 507.83 371.26 142.42 142.42 5.85 FoFo11 250.00 12,620.00 371.97 504.42 504.42 372.50 132.45 132.45 0.53 FoFo12 250.00 13,882.00 388.77 501.01 501.01 373.75 112.24 112.24 15.02- FoFo13 250.00 15,144.00 403.90 497.60 497.60 374.29 93.70 93.70 29.61- FoFo14 250.00 16,406.00 368.84 494.19 494.19 373.06 125.35 125.35 4.22 FoFo15 250.00 17,668.00 374.76 490.78 490.78 371.84 116.02 116.02 2.92- FoFo16 250.00 18,930.00 370.46 487.37 487.37 370.62 116.91 116.91 0.16 FoFo17 250.00 20,192.00 381.28 483.96 483.96 372.14 102.68 102.68 9.14- FoFo18 250.00 21,454.00 379.77 480.55 480.55 373.67 100.78 100.78 6.10- PVC DE FoFo19 250.00 22,716.00 377.45 476.75 476.75 375.65 99.30 99.30 1.80- PVC DE FoFo20 250.00 23,978.00 372.49 472.94 472.94 377.61 100.45 100.45 5.12 PVC DE FoFo21 250.00 25,240.00 373.21 469.14 469.14 379.54 95.93 95.93 6.33 PVC DE FoFo22 250.00 26,502.00 376.85 465.33 465.33 381.43 88.48 88.48 4.58 PVC DE FoFo23 250.00 27,764.00 378.55 461.53 461.53 383.28 82.98 82.98 4.73 PVC DE FoFo24 250.00 29,026.00 386.84 457.72 457.72 385.07 70.88 70.88 1.77- PVC DE FoFo25 250.00 30,288.00 382.04 453.92 453.92 386.80 71.88 71.88 4.76 PVC DE FoFo26 250.00 31,550.00 398.73 450.12 450.12 388.47 51.39 51.39 10.26- PVC DE FoFo27 250.00 32,812.00 391.49 446.31 446.31 390.06 54.82 54.82 1.43- PVC DE FoFo28 250.00 34,074.00 387.85 442.51 442.51 391.56 54.66 54.66 3.71 PVC DE FoFo29 250.00 35,336.00 408.14 438.70 438.70 408.01 30.56 30.56 0.13- PVC DE FoFo30 250.00 36,598.00 404.48 434.90 434.90 405.55 30.42 30.42 1.07 PVC DE FoFo31 250.00 37,843.00 403.79 431.14 431.14 431.14 27.35 27.35 27.35 PVC DE FoFo
Nó Distância(m)
Cota do Terreno(m)
Cota Piezométrica (m) Pressões (m.c.a.)MaterialDN
(mm)
300.00
350.00
400.00
450.00
500.00
550.00
600.00
- 5,000.00 10,000.00 15,000.00 20,000.00 25,000.00 30,000.00 35,000.00 40,000.00
Cota (m)
E x t e n s ã o ( m )
Cota do Terreno(m)
Cota Piezométrica (m) Regime Permanente
Cota Piezométrica (m) Envoltoria Máxima Cota Piezométrica (m) Envoltória Mínima
Figura 5. Gráfico das envoltórias máximas e mínimas dos níveis piezométricos na AD-02 sem dispositivos de proteção anti-golpe.
O combate às pressões negativas é realizado com a implantação de 4 ventosas
de 100 mm de diâmetro. Os dispositivos sugeridos elevam a linha correspondente à
envoltória de subpressões, reduzindo o valor crítico das subpressões para -0,12 mca,
valor acima da pressão de vapor da água (aproximadamente -10 mca), o que não
promove danos à linha de recalque, conforme Tabela 8 e Figura 6.
Tabela 8. Planilha das pressões críticas positivas e negativas da AD-02 com dispositivos de proteção anti-golpe.
Regime Permanente
Envoltoria Máxima
Envoltória Mínima
Regime Permanente
Envoltoria Máxima
Envoltória Mínima
1 250 - 343.03 538.51 538.51 384.72 195.48 195.48 41.69 FoFo2 250 1,262.00 361.44 535.10 535.10 386.21 173.66 173.66 24.77 FoFo3 250 2,524.00 350.07 531.69 531.69 387.80 181.62 181.62 37.73 FoFo4 250 3,786.00 340.44 528.28 528.28 389.38 187.84 187.84 48.94 FoFo5 250 5,048.00 343.97 524.87 524.87 390.98 180.90 180.90 47.01 FoFo6 250 6,310.00 350.46 521.46 521.46 392.58 171.00 171.00 42.12 FoFo7 250 7,572.00 356.35 518.05 518.05 394.19 161.70 161.70 37.84 FoFo8 250 8,834.00 371.62 514.64 514.64 395.80 143.02 143.02 24.18 FoFo9 250 10,096.00 352.02 511.23 511.23 397.42 159.21 159.21 45.40 FoFo10 250 11,358.00 365.41 507.83 507.83 399.04 142.42 142.42 33.62 FoFo11 250 12,620.00 371.97 504.42 504.42 400.65 132.45 132.45 28.68 FoFo12 250 13,882.00 388.77 501.01 501.01 402.27 112.24 112.24 13.50 FoFo13 250 15,144.00 403.90 497.60 497.60 403.87 93.70 93.70 0.03- FoFo14 250 16,406.00 368.84 494.19 494.19 402.13 125.35 125.35 33.29 FoFo15 250 17,668.00 374.76 490.78 490.78 400.42 116.02 116.02 25.66 FoFo16 250 18,930.00 370.46 487.37 487.37 398.72 116.91 116.91 28.26 FoFo17 250 20,192.00 381.28 483.96 483.96 397.04 102.68 102.68 15.76 FoFo18 250 21,454.00 379.77 480.55 480.55 395.47 100.78 100.78 15.70 PVC DE FoFo19 250 22,716.00 377.45 476.75 476.75 394.39 99.30 99.30 16.94 PVC DE FoFo20 250 23,978.00 372.49 472.94 472.94 392.67 100.45 100.45 20.18 PVC DE FoFo21 250 25,240.00 373.21 469.14 469.14 391.27 95.93 95.93 18.06 PVC DE FoFo22 250 26,502.00 376.85 465.33 465.33 391.64 88.48 88.48 14.79 PVC DE FoFo23 250 27,764.00 378.55 461.53 461.53 393.29 82.98 82.98 14.74 PVC DE FoFo24 250 29,026.00 386.84 457.72 457.72 394.64 70.88 70.88 7.80 PVC DE FoFo25 250 30,288.00 382.04 453.92 453.92 395.28 71.88 71.88 13.24 PVC DE FoFo26 250 31,550.00 398.73 450.12 450.12 398.63 51.39 51.39 0.10- PVC DE FoFo27 250 32,812.00 391.49 446.31 446.31 396.44 54.82 54.82 4.95 PVC DE FoFo28 250 34,074.00 387.85 442.51 442.51 394.27 54.66 54.66 6.42 PVC DE FoFo29 250 35,336.00 408.14 438.70 438.70 408.02 30.56 30.56 0.12- PVC DE FoFo30 250 36,598.00 404.48 434.90 434.90 405.55 30.42 30.42 1.07 PVC DE FoFo31 250 37,843.00 403.79 431.14 431.14 431.14 27.35 27.35 27.35 PVC DE FoFo
Ventosas
Nó Distância(m)
Cota do Terreno(m)
Cota Piezométrica (m) Pressões (m.c.a.)MaterialDN
(mm)
60.00
70.00
80.00
90.00
100.00
110.00
120.00
130.00
140.00
150.00
160.00
- 5,000.00 10,000.00 15,000.00 20,000.00 25,000.00
Cota (m)
E x t e n s ã o ( m )
Cota do Terreno Cota Piezométrica (m) Regime Permanente Cota Piezométrica (m) Envoltoria MáximaCota Piezométrica (m) Envoltória Mínima Ventosas
Figura 6. Gráfico das envoltórias máximas e mínimas dos níveis piezométricos na AD-02 com dispositivos de proteção anti-golpe.
Ainda, a partir do perfil topográfico, contabilizaram-se as quantidades de
descargas de fundo para a adutora AD-02, estimada em 79 descargas.
2.7.6. Blocos de Ancoragem Dimensionados
Inicialmente, foi quantificado o número de conexões em cada adutora,
identificando os ângulos e os tipos de peças e conexões a considerar no
dimensionamento dos blocos de ancoragem.
O dimensionamento dos blocos de ancoragem seguiu os critérios
detalhadamente expostos na Seção 2.6.4. Os blocos referentes às curvas ao longo das
adutoras foram dimensionados para pressões de serviço de 200, 150, 100 e 50 m.c.a.
A Tabela 9 apresenta a quantidade de curvas e os volumes dos blocos dimensionados,
enquanto a Figuras 7 mostra um esquema detalhando os blocos para curvas.
Tabela 9. Quantitativo de Curvas e Volume dos Blocos de Ancoragem.
Peça Quantidade Bloco Vol. Do Bloco (m)³
Vol. Total(m)³
DN 250 - PN 200 - C 11° 15' 44 B-01 1.27 55.69DN 250 - PN 200 - C 22° 30' 29 B-02 2.41 69.98DN 250 - PN 200 - C 45° 00' 5 B-03 4.80 24.02DN 250 - PN 200 - C 90° 00' 1 B-04 8.77 8.77DN 250 - PN 150 - C 11° 15' 8 B-05 0.94 7.55DN 250 - PN 150 - C 22° 30' 1 B-06 1.84 1.84DN 250 - PN 100 - C 11° 15' 29 B-07 0.62 17.87DN 250 - PN 100 - C 22° 30' 4 B-08 1.22 4.86DN 250 - PN 100 - C 45° 00' 1 B-02 2.41 2.41DN 250 - PN 50 - C 11° 15' 59 B-09 0.38 22.13DN 250 - PN 50 - C 22° 30' 23 B-10 0.75 17.25DN 250 - PN 50 - C 45° 00' 3 B-11 1.54 4.61
2 3 6 . 9 8T O T A L
A Tabela 10 apresenta o memorial de cálculo dos blocos de ancoragem
dimensionados.
Tabela 10. Memorial de Cálculo dos Blocos de Ancoragem.
Curva Ângulo (Grau Dec.)
DN(mm)
Pressão (m.c.a.)
C(kg/m)³ Ke
Área de Seção do Tubo (cm)²
E (kgf)Vol
Necessário (m)³
A (m) B (m) C (m) D (m)Vol.
Adotado (m)³
Bloco
C 11° 15 11.25 250 200 2400 1.5 490.87 1,924.56 1.203 1.50 1.50 0.75 0.75 1.266 B-01 C 22° 30 22.50 250 200 2400 1.5 490.87 3,830.59 2.394 1.86 1.86 0.93 0.93 2.413 B-02 C 45° 00 45.00 250 200 2400 1.5 490.87 7,513.97 4.696 2.34 2.34 1.17 1.17 4.805 B-03 C 90° 00 90.00 250 200 2400 1.5 490.87 13,884.01 8.678 2.86 2.86 1.43 1.43 8.773 B-04 C 11° 15 11.25 250 150 2400 1.5 490.87 1,443.42 0.902 1.36 1.36 0.68 0.68 0.943 B-05 C 22° 30 22.50 250 150 2400 1.5 490.87 2,872.94 1.796 1.70 1.70 0.85 0.85 1.842 B-06 C 11° 15 11.25 250 100 2400 1.5 490.87 962.28 0.601 1.18 1.18 0.59 0.59 0.616 B-07 C 22° 30 22.50 250 100 2400 1.5 490.87 1,915.29 1.197 1.48 1.48 0.74 0.74 1.216 B-08 C 45° 00 45.00 250 100 2400 1.5 490.87 3,756.99 2.348 1.86 1.86 0.93 0.93 2.413 B-02 C 11° 15 11.25 250 60 2400 1.5 490.87 577.37 0.361 1.00 1.00 0.50 0.50 0.375 B-09 C 22° 30 22.50 250 60 2400 1.5 490.87 1,149.18 0.718 1.26 1.26 0.63 0.63 0.750 B-10 C 45° 00 45.00 250 60 2400 1.5 490.87 2,254.19 1.409 1.60 1.60 0.80 0.80 1.536 B-11
ANEXO I – MEMORIAL DE CÁLCULO
Dimensionamento Hidráulico das Adutoras
Regime MaterialPopulaçãode
Proj.(h)
Taxa Per capita
(l/hab/dia)
Coef. de Max Diária
Tempo Diário de Bomb.
(h)
Perdas(%)
Vazão Máx. Diaria (l/s)
DN (mm)
DI(mm)
Vel. (m/s)
Extensão(m)
Cota Geratriz
Início (m)
Pressão de
Recalque (mca)
Carga início do trecho
(m)C J (m/m)
Perda Linear
(m)
Perda Local.
(m)
Perda Total(m)
Cota Geratriz Fim (m)
Carga final do trecho
(m)
Pressão no Final do Trecho (mca)
Recalque FoFo 12018 150 1,2 21 30 40,88 250,00 250,00 0,83 1.000 343,03 20,00 363,03 110,00 0,004109 4,11 0,21 4,31 356,78 358,72 1,94
Recalque FoFo 12018 150 1,2 21 30 40,88 250,00 250,00 0,83 20.500 356,78 206,00 562,78 110,00 0,004109 84,24 4,21 88,45 380,43 474,33 93,90
Recalque PVC DE FOFo 12018 150 1,2 21 30 40,88 250,00 250,00 0,83 16.344 380,43 93,90 474,33 140,00 0,002630 42,99 2,15 45,14 403,79 429,19 25,40AD-02 - Ramo II
AD-02 - Ramo I
Fórmula
Nº
AD-01 (Adutora de Água Bruta)
/ (√ )1 f-
-
87.485.1
85,1
1000
1000643,10
×
×
HO
F
ML +
−××
××
1001600.3( ED
CBA2
100014,325,0
1000
×× H
F
PJ × Q×05,0 RQ + SN − UT −
Perfil Topográfico e Linha Piezométrica do Sistema Adutor
0
100
200
300
400
500
600
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
COTA (m)
DISTÂNCIA (m)
Terreno Natural
Linha Piez.
Dimensionamento das Bombas
Onde:W - Peso específico do líquido a ser recalcado = 1000 kg/m³Q - Vazão de bombeamento = 0,04088 m³/sAMTTotal - Altura Manométrica Total = 20,00 mNb-Nº de conjuntos motor-bomba em funcionamento simultâneo = 1 motor(es)η - Rendimento do Conjunto = 70 %FServ - Fator de serviço = 1,15Desta forma, tem-se que a potência instalada em cada conjunto motor-bomba é igual à:P = Potência instalada para em conjunto motor-bomba 17,91 cv
Nº de Bombas 1 +1RPotência comercial em cada conjunto motor-bomba da estação elevatória: 20,00 cvPotência comercial total da estação elevatória: 20,00 cv
Onde:W - Peso específico do líquido a ser recalcado = 1000 kg/m³Q - Vazão de bombeamento = 0,04088 m³/sAMTTotal - Altura Manométrica Total = 206,00 mNb-Nº de conjuntos motor-bomba em funcionamento simultâneo = 3 motor(es)η - Rendimento do Conjunto = 70 %FServ - Fator de serviço = 1,15Desta forma, tem-se que a potência instalada em cada conjunto motor-bomba é igual à:P = Potência instalada para em conjunto motor-bomba 61,49 cv
Nº de Bombas 3 +1RPotência comercial em cada conjunto motor-bomba da estação elevatória: 65,00 cvPotência comercial total da estação elevatória: 195,00 cv
EE-02A potência dos motores foi calculada utilizando-se a equação a seguir. Para isto levou-se em conta o número de motores em funcionamento simultâneo.
Os motores elétricos normalmente não possuem a potência especificada, portanto foi necessário utilizar as seguintes potências comerciais:Características Adotadas para a Estação Elevatória
EE-01A potência dos motores foi calculada utilizando-se a equação a seguir. Para isto levou-se em conta o número de motores em funcionamento simultâneo.
Os motores elétricos normalmente não possuem a potência especificada, portanto foi necessário utilizar as seguintes potências comerciais:Características Adotadas para a Estação Elevatória
servb
FN
AMTQWP .75.
××
××=η serv
bF
NAMTQWP .
75.
××
××=η
servb
FN
AMTQWP .75.
××
××=η