anti-inflamatórios não-esteroidais odonto 2012_2
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•2 grandes classes de anti-inflamatórios : •derivados glicocorticóides (corticóides)
• via sistêmica• via local (tópica)
•Ação direta ou indireta sobre a síntese de derivados do ácido araquidônico
prostaglandinas, leucotrienos
Os fármacos anti-inflamatórios
•anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs)
•Os AINEs inibem as ciclo-oxigenases
não atuam sobre as lipo-oxigenases ⇒ aumentam a síntese de leucotrienos
•Os corticóides inibem a via da fosfolipase A2Inibição das 2 vias metabolicas do ácido araquidonico
FARMACOLOGIA DA DOR E DA INFLAMAÇÃO
Fisiopatologia da resposta inflamatória e dolorosa
Estímulo lesivo celular(físico, químico, biológico
Lesão celular e liberação de enzimas intracelulares
Liberação e ativação de mediadores endógenos
cininas: histamina, prostaglandinas, 5-HTpeptídeos: angiot, subst P e BK
acidose tecidualprodução de íons K+ e H+
Ativação do sistema do complemento
Resolução Cronificação
Amstrong, 1952, 1953Keeke e Amstrong, 1964Guzman et al.., 1962Lin e Guzman, 1968Rocha e Silva, 1964Rocha e Silva e Garcia Leme, 1972Vane, 1971Lewis e Whittle, 1977Ferreira e Vane, 1979Higgs et al.,1980Di Rosa et al., 1971Higgs et al., 1980Higgs e Flower, 1981Mobarok e Morley, 1980
Sensibilização seletiva por substâncias algésicas durante a inflamação: BK, 5-HT e PGs*
Reação inflamatória agudaalterações morfofisiológicasvasculares, infiltrado celular
*PGI2,PGE1, PGE2
FARMACOLOGIA DA DOR E DA INFLAMAÇÃO
Sistema de termorregulação
Temperatura corporal
Receptores cutâneos para frio e calor Efetuadores
Centros Termorreguladores hipotalâmicos(mediação e modulação: PGs, catecolaminas,
cininas, acetilcolina)
Fluxo sangüíneoGlândulas sudoríparasVentilação pulmonar
Pirogênios endógenos
Leucócitos e outras célulasPirogênios exógenos
Microorganismos
Milton e Wendlant, 1971 (PGE1=febre)Cooper et al., 1967Jackson, 1967 (pirogênio endógeno)Feldberg e Saxena, 1971 (PGE1=hipotálamo)Vane, 1971 (aspirina inibe PGs)Milton, 1982 (febre PGs abortivo)
Hipotálamo anterior: calor, sudorese, VDhipotálamo posterior: frio, tremor, arrepios, VC
Inibição periférica e central da atividade da enz ima c ic loox igenase e subsequente diminuição da biosíntese e liberação dos mediadores da inflamação, dor e febre (prostaglandinas).
Mecanismo de ação
Metabolismo de Fosfolipídeos - SFA
Fosfolipídeos
Fosfolipase A2
PAF
Ácido AraquîdônicoCiclooxigenases
COX-1COX-2
PGG2 PGH2 PGI2
Tromboxano Sintetase
TXA2
PeroxidaseProstaciclinaSintetase
PGF2αPGE2PGD2LTA4
5-lipooxigenase
LTB4LTC4
LTD4 LTE4LipoxinasA e B12-HETE
15-lipooxigenase
12-lipooxigenase
Eicosanóides:-Prostaglandinas- Tromboxanos- Leucotrienos
Ácido Linoléico
Mecanismo da ação antinflamatória
• Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Vane, 1971)
• inibição da liberação de histamina (Lewis e Whittle, 1977)• diminuição da migração PMN e monócitos (Di Rosa et al., 1971; Higgs et al., 1980)
Mecanismo de ação anti-inflamatória
Mecanismo da ação analgésica
• Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Moncada et al., 1978; Ferreira e Vane, 1979)
• exceção aos fenamatos que possuem ação antagonista sobre os receptores das PGs (Moncada et al., 1978; Collier e Sweatman, 1968)
Mecanismo de açãoanalgésica
Mecanismo da ação antitérmica
• Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Milton e Wendlant, 1971/ PGE como modulador na regulação da temperatura e ação antipirética relacionada com interferência na liberação de PGs; Vane, 1971)
Mecanismo de açãoAntipirética
COX-1
•enzima essencial constitutiva
•encontrada na maioria das células e tecidos
•produção de PGs para manutenção de funções fisiológicas
Ciclo-oxigenases
COX-2
•formação induzida processo inflamatório e interleucinas - IL1, IL2 e TNFα
•prostaglandinas que mediam inflamação, dor e febre
As prostaglandinas
FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DAS PROSTAGLANDINAS
• estimulação da agregação plaquetária (TXA2)• inibição (PGI)
• relaxamento vascular (PGE2, PGI) • contração (PGF, TXA)
• contração brônquica (PGF2, LCT, LTD, TXA)• relaxamento (PGE)
• proteção da mucosa gástrica (PGE1, PGI)
As prostaglandinas
FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DAS PROSTAGLANDINAS
•manutenção do fluxo renal e regulação do metabolismo de Na+ e K+ (PGE1, PGI2)
• indução contração uterina (PGE, PGF2α)
• produção de febre (PGE2)
• hiperalgesia por potencialização dos mediadores da dor• sensibilização das terminações nociceptivas periféricas
HISTÓRIA
• Hipócrates (~400a.C.): consumo da casca do salgueiro
• Dioscórides (~60a.C.): tratamento de dores de garganta e ouvido
• Estudo da Royal Society (1763): estudo do efeito antipirético da casca do salgueiro.
AINEs - SALICILATOS
• infusão plantas da casca do salgueiro• 1838: Píria isolou ác. salicílico da salicina• 1844: Cahours isolou ác. Salicílico do óleo de Gautéria (Wintergreen)• 1860: Kolbe e Lautemann obtiveram por síntese• 1897, 10 de agosto: Felix Hoffmann, químico alemão, do
1899: registro ASPIRIN
A= acetilspir= flor spireain= novos medicamentos
(Salix alba vulgaris)
MECANISMO DE AÇÃO
PRINCIPAL• Inibição da atividade da COX
– Maior inibição de COX-1 do que COX-2 (100 vezes mais seletivo para COX-1)
• Inibição irreversível (acetilação no sítio catalítico da COX)
OUTROS• Inibição da migração celular;• Supressão de algumas funções dos neutrófilos e linfócitos T• Redução da permeabilidade vascular• Redução na produção de anticorpos
AINEs - SALICILATOS
FARMACOCINÉTICA• absorção VO (estômago e intestino delgado)
– níveis plasmáticos em 30 min; pico em 2 horas• fatores que influenciam a absorção:
– composição, velocidade de desintegração e dissolução,– alimentos, pH, tempo de esvaziamento gástrico
• constante de dissociação ( pKa= 3,5)– pH 2,5 - 91% não ionizada– pH 4,5 - 91 % ionizada
AINEs - SALICILATOS
FARMACOCINÉTICA• distribuição: livres e ligados a proteína plasmática
(albumina)• BHE, B placentária, líquido sinovial, peritoneal,
saliva, fezes, leite, suor• excreção renal
– influenciada pelos fatores relacionados ao pH urinário e competição com outros ácidos orgânicos
AINEs - SALICILATOS
FARMACOCINÉTICA• metabolização e excreção
– esterases mucosa GI (hidrólise)– conjugação com glicina e ácido glicurônico
Aspirina
ác. Salicílico
glicuronídeos ác. Saliciúrico (15% urina) (75 % urina)
(10% salicilato free)
AINEs - SALICILATOS
INDICAÇÕES CLÍNICAS
• Dor aguda– Efeito entre 650 e 1000 mg (mais eficaz que a codeína)
• Febre reumática• Artrite reumatóide• Febre
– Inibição da síntese de PGs em resposta à IL-1 no hipotálamo
• Agregação plaquetária– Inibição da síntese de TXA2
AINEs - SALICILATOS
TOXICIDADE– TGI, mais freqüentes com tratamento prolongado e
elevadas doses– intolerância gástrica (dor, desconforto epigástrico,
náuseas, vômitos, anorexia)– ulceração da mucosa com sangramento– exacerbação na presença de etanol
AINEs - SALICILATOS
TOXICIDADE– mecanismo proposto:
– acúmulo de altas concentrações de HCl e da substância na mucosa
– liberação de O2, enzimas lisossômicas tecidos destruídos– diminuição síntese PG da microvasculatura
» isquemia localizada» anóxia celular
– diminuição síntese PG (PGE1 e PGE2) moduladoras da secreção
perda sangue: dose 4-5g/dia, de 3 a 8 ml/dia (norma de 0,6 ml/dia)
AINEs - SALICILATOS
TOXICIDADE– nefrotoxicidade
• ingestão crônica de AAS, fenacetina e paracetamol• 21 a 28% incidência de necrose papilar e nefrite intersticial
nos pacientes artríticos– AAS, paracetamol, pirazolônicos, ácido propiônico, derivados
do indol, paracetamol• diminuição da função renal
– hepatotoxicidade• aumento níveis de transaminase• dose-dependente• pct doenças do tecido conjuntivo• reversíveis
AINEs - SALICILATOS
CONTRA-INDICAÇÕES• pelos efeitos anticoagulantes
– terapia anticoagulante– alterações na coagulação (hemofilia, hipoprotrmbinemia,
deficiência vitamina K)– cirurgias
• pelos efeitos sobre aparelho GI– úlcera péptica– gastrite ou sangramento gastrintestinal
AINEs - SALICILATOS
Estado mórbido Possível efeito adverso do AASÚlcera gástrica sangramento,; hemorragiaAsma Crise asmáticaDiabetes Hiperglicemia ou hipoglicemiaGota Elevação dos níveis de ácido úricoGripe Síndrome de ReyeDistúrbios de coagulação Sangramento; hemorragia
AINEs – SALICILATOS
COPNTRA-INDICAÇÕES
Fármaco Possível interação com o AAS
Varfarina Sangramento / hemorragiaHeparina Sangramento / hemorragiaInsulina Hiperglicemia ou acentuação do efeito
hipoglicemianteHipoglicemiantes orais Aumento do efeito hipoglicemianteFenitoína Aumento da fração livreEtanol Sangramento / hemorragiaHipotensores Perda do efeito hipotensor
AINEs – SALICILATOS
INTERAÇÕES
MECANISMO DE AÇÃO
PRINCIPAL• Inibição não-seletiva da atividade das COX – redução na
síntese de prostaglandinas• Efeito analgésico importante
ESPECÍFICOS
• NAPROXENO:– Inibição da migração celular;
• CETOPROFENO:– Inibição da liberação de enzimas lisossômicas
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO
FARMACOCINÉTICA• absorção peto TGI
– níveis plasmáticos em 30 min; pico em 1-4 horas• fatores que influenciam a absorção:
– composição, velocidade de desintegração e dissolução,– alimentos, pH, tempo de esvaziamento gástrico
• Transporte: 90% ligados a proteínas plasmáticas
DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO
Ibuprofeno
• Metabolismo hepático (90%)• Meia-vida = 2h• Anti-artrítico• 5-15% dos pacientes apresentam efeitos GI indesejáveis• Baixa excreção no leite materno• Pode ser usado por gestantes até o terceiro trimestre• Dosagem:
• 400 mg a cada 4/6h
AINEs – Derivados do Ácido propiônico
Ibuprofeno
• Analgésico• 400-600 mg de 4/4 a 6/6h• Dose diária máxima de 2400 mg• Dose diária habitual 1200 mg
• Pré ou imediatamente pós-operatório• Alívio de dor e edema• Associado ou não a outros analgésicos
AINEs – Derivados do Ácido propiônico
AINEs – Derivados do indolIndometacina
• Potente inibidor de COX• Uso a curto prazo (intolerância)• Meia-vida = 2,5h• 90% liga-se a proteínas plasmáticas• Pico plasmático em 1-2 h• 10% é eliminado inalterado• Dosagem:
• 25 mg a cada 12/8h
AINEs – Derivados pirrólicosDiclofenaco
• Analgésico, anti-inflamatório e antipirético• Ligeiramente mais seletivo para COX-2• Meia-vida = 1-2h• 99% liga-se a proteínas plasmáticas• Pico plasmático em 2 h• Eliminação: 65% renal; 35% biliar• Dosagem:
• 100 a 200 mg a cada 8h
AINEs – Derivados do oxicamPiroxicam
• eficaz anti-inflamatório• Inibição da quimiotaxia de neutrófilos independentemente da
inibição das COX• Meia-vida = 50h• 20% apresentam efeito colateral• Pico plasmático em 3-5 h• Metabolismo e eliminação lentos• Dosagem:
• 20 mg por dia
AINEs – AcetominofenoParacetamol
• fraco anti-inflamatório; eficaz analgésico e antipirético;• Importante inibição de COX-3 no SNC;• Baixo impacto cardiovascular e sobre a coagulação• Meia-vida = 2h• Metabolismo hepático• Pico plasmático em 3-5 h• Dosagem:
• 650 a 1000 mg por dia (toxicidade em 2000/4000 mg)
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2
Ácido araquidônico
ProstaglandinasTXA2
ProstaglandinasPGI2
Proteção GIAgregação plaquetária
VasoconstriçãoFunção renal
Função renalVasodilatação
Inibição da agregação plaquetária
InflamaçãoDor
Febre
COX-2COX-1
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2
COXIBEs
• Classe de fármacos mais rapidamente estudados e sintetizados para uso comercial;
• Promessa de eliminação dos desconfortos causados pelos inibidores não-seletivos de COX;
• Surgiram na década de 90 e muitos já foram retirados do mercado.
ETORICOXIBE E LUMIRACOXIBE: o uso nunca foi aprovado nos EUA apesar da seletividade de 100 a 200 vezes maior.
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2
COXIBEs
• Redução de 50 a 60% dos casos de complicações graves to TGI relacionados ao uso de AINEs (ibuprofeno, naproxeno e diclofenaco);
• Uso prolongado de AINEs:• 100.000 hospitalizações/ano• 16.000 mortes/ano
• Complicações em odontologia ???
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2
ROFECOXIBE: o uso prolongado (18 meses) aumentou significativamente os riscos de infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.
VALDECOXIBE: o uso curto (10 dias) em pacientes que sofreram revascularização de miocárdio aumentou significativamente os riscos de infarto do miocárdio e outras complicações vasculares.
COXIBEs
Estudo Tratamento AAS (%) Risco CV população Duração
VIGOR(2000)
Rofecoxibe 50 mg
xxxxx 4% randomico 9 meses
APPROVe(2005)
Rofecoxibe 25 mg
20% 30% Adenoma coloretal
3 anos
CLASS(2000)
Celecoxibe 400 mg
20% 40% artrite 6 meses
APC(2005)
Celecoxibe 200 mg
30% 45% Adenoma coloretal
33 meses
PreSAP(2005)
Celecoxibe 400- mg
15% 45% Adenoma coloretal
33 meses
CABG(2003)
Parecoxibe 40mg
100% 100% Revascularização cardiaca
14 dias
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2Celecoxibe
• Inibidor seletivo de COX-2• Baixo impacto GI• Meia-vida = 10-12h• Metabolismo hepático• Pico plasmático em 2-4 h• Dosagem:
• 100 a 200 mg 2x por dia• Associado ao desenvolvimento de tumores; uso em pesquisa
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2Celecoxibe
• Único inibidor altamente seletivo de COX-2 disponível no mercado americano;
• Seletividade 8x maior;• Resposta semelhante aos AINEs para o tratamento de artrite;
DOR ODONTOLÓGICA
• Pós-cirurgias: 200 mg de celecoxibe < 400 mg ibuprofeno;• Reciomendação de dose de ataque de 400 mg de celecoxibe
seguido de 200 mg de 12/12h.• 400 mg de celecoxibe > 400 mg ibuprofeno
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2
Rofecoxibe (VIOXX)
• Primeiro inibidor seletivo de COX-2;• Seletividade 35x maior;• Aprovado inicialmente pela FDA para o tratamento de dor aguda;• Meia-vida: ~17h• Não-inibe a agregação plaquetária;• Anti-inflamatório: 12,5 a 25 mg 1x ao dia;• Analgésico: 50 mg 1x ao dia;• Efeitos semelhantes ao ibuprofeno no tratamento de artrites de
quadril e joelho;• Mais potente (50 mg) que o celecoxibe (200 mg);• Retirado do mercado no Brasil em 2004.
AINEs – Inibidores seletivos de COX-2
Valdecoxibe e parecoxibe
• Valdecoxibe• Aprovado pela FDA em 2002• Seletividade 30x maior para COX-2;• Muito eficaz no tratamento da dor pós-cirurgica;• Efeitos cardiovasculares graves com 3 a 10 dias de uso pós-
operatório;• Retirado do mercado em 2005.
• Parecoxibe• Pró-fármaco do valdecoxibe• Muito eficaz no tratamento da dor pós-cirurgica;• Nunca teve o uso aprovado pela FDA.