aos teus pés

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O livro Aos teus pés é fruto de aulas nas CFCO da MCM.Não é um livro escrito para músicos, mas, para adorares que desejam conhecer a Deus.Você pode não saber cantar ou tocar qualquer instrumento, e mesmo assim ser um tremendo adorador e tocar o coração de Deus.

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Page 1: Aos Teus Pés
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Identificando as Raízes de AmarguraCopyright © 2013 Jônatas Oliveira

DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 48 do Código Penal.

1ª Edição: Agosto de 2013

Coordenação Editorial: Nilce SousaEdição: Regiane Ibernon PratesRevisão: Marcio Augusto PratesCapa, Projeto Gráfico e Diagramação: Layanne Ribeiro

Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071

MCM PublicaçõesRua Santo Antônio, 230Santo Onofre CEP: 75380-000Trindade - GO - BrasilTel. (62) 3505-7872www.mcmpovos.com

O48t Oliveira, Jonatas Aos teus pés : povos, línguas, tribos e nações / Jonatas Oliveira. – 1. ed. – Trindade, GO : MCM, 2013. 116 p.

ISBN: 978-85-63673-62-6

1. Criação. 2. Adoração. 3. Santidade. 4. Fé. 5. Conhecimento. 6. Espiritualidade. 7. Salvação. 8. Graça. I. Título. CDU: 248

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“Um homem jamais fica tão grande como no momento em que se ajoelha diante de Deus.

Jamais se torna tão distinto como no momento em que se humilha diante dEle. O homem que

se ajoelha diante de Deus pode se levantar diante de qualquer situação.”

Louis H. Evans

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Dedico este material a você, eterno adorador, que tem vivido este estilo todos os anos, meses,

dias e horas de sua vida.Dedico a você, que quer ser um

“eterno apaixonado” e anseia por Deus desesperadamente.

Vamos permanecer no melhor lugar para se viver, “Aos Teus Pés”.

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Gostaria, em primeiro lugar, de agradecer a Deus, pela graça e misericórdia que tem sido derramada todos os dias sobre mim.

À minha esposa Rayssa, tão querida, que tanto tem me abençoado através de sua vida.

Aos meus filhos Walace e Josué, que são presentes de Deus.Aos meus pais, José Milton e Ilma, que sempre me ensinaram e

oraram por mim.Aos meus pastores tão queridos, que tiveram paciência, amor

e discernimento para me discipular. Pastor José Rodrigues e pastora Lily, obrigado por nunca desistirem de mim. Mesmo

nos momentos mais difíceis, vocês me deram uma visão e um destino. Serei eternamente grato.

À pastora Nilce, que teve muita paciência neste projeto. Valeu! Sem você, possivelmente, esse trabalho não seria real. Que

Deus continue te usando.

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Conteúdo

Introdução ....................................................................................... 11

Capítulo 1 - O Princípio ................................................................ 17Deus fez tudo para você, mas fez você só para Ele ................. 19A sua distância do trono indicará o seu nível de autoridade 30O lugar mais alto que você pode estar é aos pés de Jesus ...... 36A bíblia estabelece o padrão da adoração ................................ 40

Capítulo 2 - Compreendendo o Valor do Altar .......................... 45Não existe adoração sem altar e não existe altar sem preço ... 52O nosso posicionamento devolve “Glórias a Deus”................. 55Quem descobre o valor do altar desfruta da graça .................. 57

Capítulo 3 - O Ministério Levítico e a Igreja .............................. 67Uma analogia entre o passado e o presente .............................. 69As características da igreja .......................................................... 74O princípio da consagração ........................................................ 76

Capítulo 4 - Adoração 24 Horas ................................................... 81Conceitos fundamentais sobre a adoração ............................... 83

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Base bíblica sobre a adoração 24 horas ..................................... 88Critérios para a adoração 24 horas ............................................ 92Adoração e missões ...................................................................... 96Adoração e intercessão ................................................................ 101

Bibliografia ...................................................................................... 104

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Introdução

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O livro “Aos Teus Pés” é de muito proveito a todos aqueles que têm o desejo de prosseguir na caminhada da vida cristã,

rumo ao amadurecimento da fé. Tem por objetivo principal des-pertar no coração de cada leitor o desejo profundo de se relacionar intimamente com o nosso Senhor Jesus. Ele irá despertar em você uma consciência de que todos nós somos adoradores, indepen-dente de nossos ministérios ou funções no corpo. Antes de tudo, fomos gerados para adorar.

Para trazer essa consciência, foi necessário fazermos um busca profunda em toda a história da Bíblia, que nos remete a períodos muito antigos, anteriores até mesmo aos registros da história da humanidade. É importante olharmos para trás e lembrarmos onde erramos, isto é, onde caímos, para não errarmos novamente.

“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras...” Apocalipse 2:5

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14 Aos Teus Pés

O lugar da Igreja, da noiva já foi esta-belecido pelo Pai. O meu e o seu lugar é “aos pés de Jesus”. É importante compre-endermos que Ele já fez tudo por nós, que a obra da redenção é perfeita e o plano da salvação também. Está tudo consumado. A grande questão em jogo não é se somos salvos ou não. A proposta é o entendi-

mento de que Deus sempre tem mais e mais para aqueles que o amam.

“Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que

Deus tem preparado para aqueles que o amam.” I Coríntios 2:9

Fomos criados por Deus para sermos eternos. Nossa vida aqui na Terra está definindo-a por toda a eternidade. O início de tudo é a reconciliação e a salvação. Mas não se contente com isso, porque há mais dos tesouros escondidos.

“Verdadeiramente, tu és Deus misterioso, ó Deus de Israel, ó Salvador.” Isaías 45:15

Esse texto de Isaías 45:15 fala das delícias da intimidade. E a intimidade não é apenas para músicos e, sim, para todos aqueles que amam a Deus. Você ama a Deus?

“A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais Ele dará a conhecer a sua aliança.” Salmos 25:14

Cremos que esse material irá despertar em você, adorador, um desejo incontrolável de se relacionar com o nosso amado e trará uma consciência clara sobre o calor do altar. Altar? Talvez você pense que isso seja coisa apenas do Antigo Testamento, mas não é.

O meu e o seu lugar é “aos pés de Jesus”

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Salvação é por meio da graça, mas a intimidade tem

preço

Você descobrirá o valor do altar em sua vida pessoal. “Não existe adoração sem altar e não existe altar sem preço”.

João foi alguém íntimo de Jesus aqui na Terra. Ficou conheci-do como o discípulo amado. No Evangelho segundo o seu ponto de vista, ele apresenta duas verdades principais, “graça e verdade”, isto é, “salvação e intimidade”. Para se ter intimidade, é necessário haver um alinhamento da vida com a verdade, a Palavra de Deus.

“Quem, Senhor, habitará no teu Tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça e, de coração, fala a verdade.” Salmos 15:1-2

“Salvação é por meio da graça, mas a intimidade tem preço”. Cremos que é o momento oportuno da Igreja se posicionar em Deus. Qualquer coisa ou pessoa no lu-gar errado e na hora errada é um grave problema. Vamos a um exemplo prá-tico: Um anjo fora do lugar é um de-mônio. Já pensou nisso? E você, Igreja, fora do lugar, será que continua sendo Igreja? A ordem de Deus para Moisés foi: “Fique lá” (Êxodo 24:12).

Estamos envolvidos em tantas atividades, fazendo tantas coisas, menos obedecendo ao que Deus nos mandou fazer. Estamos in-fluenciados pelo mundo e isso é muito perigoso. Cuidado!

A Igreja é a representação da tribo de Levi. Estamos aqui na Terra para trazermos a arca, isto é, manifestarmos a glória de Deus, estarmos diante dEle 24 horas, em sintonia com o céu. E que, dessa maneira, nos tornemos parecidos com Jesus e sirvamos e abenço-emos todas as nações!

Introdução

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16 Aos Teus Pés

“Por esse mesmo tempo, o Senhor separou a tribo de Levi para levar a arca da aliança do Senhor, para estar

diante do Senhor, e para servir e abençoar em seu nome até o dia de hoje. Pelo que Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como o Senhor,

teu Deus, lhe tem prometido.” Deuteronômio 10:8-9

Posicione-se. Ao caminhar nestas páginas, permita que o Espi-rito Santo te ensine e te conduza. Se necessário, em qualquer mo-mento ou lugar, pare, feche este livro, dobre os seus joelhos e adore. Não saia dessa posição. E diga para Jesus o que você entendeu, que o seu lugar é “Aos Teus Pés”.

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O Princípio

Capítulo 1

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Deus fez tudo para você, mas fez você só para Ele

“Ó, profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus. Quão insondáveis são os seus juízos, e

quão inescrutáveis, os seus caminhos. Quem, pois, compre-endeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que lhe seja recompensa-

do? Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.” Romanos 11:33-36

Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus. E está divida em vá-rios livros, que foram escritos por muitos autores, em épo-

cas diferentes, os quais nos revelam tempos e cenários diversos. Mesmo assim, precisamos entender que ela não se limita apenas ao período em que foi escrita. É viva. Por isso, nunca estará desatu-alizada. É aplicável a todos os tempos e a todas as etnias. O grande ponto é que precisamos estar atentos ao seu contexto, o que nos auxiliará na sua correta interpretação.

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A carta aos Romanos, especifica-mente, foi escrita pelo nosso irmão Paulo. Ela foi direcionada a combater o paganismo e a idolatria, baseados nos conceitos humanitários e doutrinas da época. A mensagem pregada por ele confrontava esses argumentos, dei-xando bem claro que a vida espiritual deve ser vivida pela fé e não por obras,

como era praticado anteriormente. Sendo assim, a Palavra corrige as nossas motivações e nos direciona a depender de Deus.

O que é adoração?

No conceito rudimentar e em uma visão panorâmica, adoração é quando a criatura adora ao criador. Este é um nível bem superfi-cial do entendimento desta palavra, o que, por sinal, a maioria das pessoas já conhece. Vamos aprofundar o conceito em outros níveis no decorrer deste material.

O que é idolatria?

A idolatria é exatamente o oposto do conceito de adoração. Ela acontece todas as vezes que a criatura adora a criatura. Precisamos ampliar o nosso entendimento sobre o que é criatura e idolatria. Tudo aquilo que passa a ter um valor excessivo na sua vida pode ser um objeto de idolatria. Todas as vezes que colocamos um obje-to, pessoa ou posição num lugar superior a Deus em nossos cora-ções, isso se torna idolatria. E Deus é claro a esse respeito:

“...Amarás ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Mateus 22:37

A vida espiritual deve ser vivida pela fé e não por obras

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Para explorar melhor o assunto, tomemos um exemplo. Uma pastora de Goiás relatou um testemunho que viveu com um grupo de jovens em sua cidade natal. Eles estavam trabalhando em uma música de adoração, da qual todos gostavam. Ela era utilizada pe-las equipes de louvor e de dança da Igreja. Um dia, se reuniram para subir ao monte e orar. Chegaram à casa de uma das jovens, ouvindo o determinado louvor. Foram à sorveteria, ouvindo aque-la música no carro, repetidas vezes. Chegando ao monte, pegaram o violão e a ministraram do início ao encerramento. Voltaram para as suas casas com o mesmo som.

À noite, aquela pastora sonhou que estava com um crucifixo na mão. No fundo, estavam os jovens ouvindo o hino citado. Ela passava a mão no gomo do crucifixo e gritava para eles: “De novo, de novo!”. Com o sonho, entendeu que estavam idolatrando aquela música. No dia do culto, disse à sua equipe: “De agora em diante, nós não cantaremos nem dançaremos esse louvor, pois o Senhor me disse que estamos o idolatrando!”. Aquilo que deveria ser um ins-trumento para levar ao Pai se tornou um objeto de prazer no lugar de Deus. E Ele não divide a sua glória com ninguém, como está escrito em Isaías 42:8.

Você adora aquilo com o que gasta tempo. O cantor e pastor David Quinlan tem uma frase em rela-ção a isso. Certo dia, em um Congresso de Louvor, o Senhor usou uma criança para dizer a ele: “Não adore a adora-ção!”. O que determina se algo está se tornando idolatria é a intensidade, o vigor, a força e o tempo que você des-pende para obter ou conquistar aquele objeto ou posição.

Não adore a adoração!

O Princípio

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O que você adora?

Você adora o trabalho? A escola? A família? Cuidado! Todas essas coisas podem se tornar objetos de idolatria na sua vida. Real-mente, é preciso amar o que se faz e o que se vive. Mas nada disso pode roubar todas as horas de seu dia. Não pode te afastar de Deus. Tem gente que adora a internet, a TV, o trabalho e até mesmo o seu ministério. Do ponto do Pai, sempre antes de trabalho, vem o relacionamento. Ele deve estar no centro da sua vida. Não permita que nada assuma o lugar que é só dEle em seu coração.

Seja sincero com Deus e com você mesmo. Há uma frase que diz que “os cristãos não costumam dizer mentiras; eles aprenderam a cantá-las”. Você pode se fazer algumas perguntas, que servirão como termômetro do relacionamento com o Senhor. Por exemplo: Quanto tempo você passa orando, buscando a Ele? Quanto tempo você gasta na frente da TV ou no trabalho? Gostaria de te convidar a rever as suas motivações. Reveja o que realmente tem importân-cia em sua vida. Aproveite esse momento e, se possível, dobre os seus joelhos e se renda a Deus.

Você pode ter tudo, mas você é só dEle

Você foi feito por Deus, para o louvor da sua glória. O trecho que lemos em Romanos nos revela o poder e a soberania de Deus. Tam-

bém nos leva a entender que Ele não di-vide a glória com ninguém. Não dividiu ontem, não divide hoje e nem nunca o fará. Observe como termina o texto:

“...Glória, pois, a Ele eternamente. Amém.” Romanos 11:36

Você pode ter tudo, mas você é só dEle

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Vamos avançar no entendimento do que é a criação de Deus. O salmista Davi, em um momento de intimidade com o Senhor, se mostra maravilhado com a criação e diz:

“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, quem é o homem que

dEle te lembres?...” Salmos 8:3-4

“O norte e o sul, tu os criaste...” Salmos 89:12

“Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela Palavra de Deus.” Hebreus 11:3

Deus criou todas as coisas. Por Ele foram criadas. Você crê que Deus realmente criou todas as coisas? Dia a dia, aprendemos que tudo o que Ele faz é perfeito. Você crê nessa afirmação?

O corpo humano é um exemplo da colocação que acabamos de fazer. Todos os órgãos são diferentes e cada um tem a sua função. São perfeitos em sua formação. Mesmo com todas as suas diferen-ças, dependem um do outro. Tudo é perfeito, cérebro, olho, nariz, etc. O homem inventou o chip, mas Deus, milhares de anos atrás, criou o cérebro! O livro de Gênesis nos descreve a criação do Se-nhor, passo a passo.

“No princípio, criou Deus os céus e a Terra...” Gênesis 1:1

Concordamos que tudo o que Deus faz é perfeito. Nada do que Ele criou é obra do acaso. O universo não é fruto de uma explosão, como muitos dizem, mas tudo partiu de um plano meticulosamen-te projetado. O salmista diz que o Senhor foi o construtor. Toda a existência é obra de suas próprias mãos.

O Princípio

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“...No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da Terra, e os céus são obras das tuas mãos.” Hebreus 1:10

O Senhor foi o escultor de tudo o que está nos céus e na Terra. Então, como podemos compreender o versículo seguinte?

“A Terra, porém, estava sem forma e vazia...” Gênesis 1:2

Deus não fez e não faz nada que não seja perfeito. Então, o que aconteceu neste texto? A Terra estava em uma condição de des-truição e abandono, sem forma e vazia. Ela, provavelmente, não era assim e, por algum episódio, passou àquele estado. Toda a cria-ção padecia. De um versículo para o outro, nos deparamos com um paradoxo. Parece que a Palavra de Deus está se contradizendo. Porém, entendendo o princípio de que ela jamais se contradiz, gos-taria de ampliar com você um entendimento sobre a “eternidade”.

“O Senhor me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade, fui estabele-cida (a sabedoria), desde o princípio, antes do começo da

Terra.” Provérbios 8:22-23

Precisamos fazer uma viagem a um passado muito distante, para entendermos melhor esse pensamento. A eternidade não pode ser dividida, porque, na sua essência, não existe divisão de tempo. Ela está acima do Chronos (tempo do homem). Nela, não existe nem dia nem noite. Apenas para a nossa compreensão, va-mos separá-la de maneira muito simples: eternidade passada; eter-nidade presente; e eternidade futura.

A eternidade passada é aquilo que cremos que aconteceu antes dos fatos descritos em Gênesis. É o que a Bíblia chama de prin-cípio. A eternidade presente trata-se do próprio período bíblico,

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onde está escrita a história da humanidade, desde Adão até o início de Apocalipse. E a eternidade futura refere-se aos fatos descritos em Apocalipse e os que ocorrerão.

Um adorador se move pelo tempo da eternidade. Não se prende ao tem-po cronológico. Quando ele entra na presença de Deus, perde a noção das horas, minutos e segundos. Fica horas adorando, acreditando terem se passado apenas alguns segundos. Para vivermos essas experiências da dimensão eterna de entrar no passado, presen-te e futuro, é necessário um relacionamento profundo com o Pai.

Entre os textos de Gênesis 1:1 e Gênesis 1:2, cremos que exis-tiu um período que não pode ser calculado. Porém, também não pode ser desprezado. Gostaria de chamá-lo de eternidade passada e identificá-lo como “um período que não pode ser determinado, mas que existiu”.

Vamos analisar a seguinte pergunta: Por que a Terra estava sem forma e vazia?

Linha do tempo de Deus

Na Palavra de Deus, principalmente nos livros dos profetas, en-contramos realidades que não aconteceram na linha do seu tempo. Gostaria de despertar você a pensar que a Bíblia faz várias referências que nos remetem ao passado muito mais distante ou antigo do que o próprio Gênesis e muito mais novo do que o presente ou o Apocalipse.

Isto se explica na vida de homens que ousaram ser usados pelo Senhor, decidiram ser íntimos e, por esta causa, experimentaram

Um adorador se move pelo tempo da

eternidade

O Princípio

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alguns fatos que denominamos “mistérios de Deus”. Tiveram ex-periências reais com a própria eternidade, pois Deus reina na eter-nidade. Ele é “aquele que é, que era e que há de vir”, como está descrito em Apocalipse 1:8.

Ezequiel foi um dos profetas que experimentaram da eternidade. O grande desafio para nós é nos dispormos a viver a profecia, como ele viveu. Não podemos ser apenas espectadores ou pregadores dela.

Para que você entenda o que estou tentando expressar, gostaria de abordar alguns pontos sobre a vocação de Ezequiel:

“Ele me disse: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se insurgiram contra mim; eles e

seus pais prevaricaram contra mim, até precisamente ao dia de hoje. Os filhos são de duro semblante e obstinados de cora-

ção. Eu te envio a eles e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus. E eles, quer ouçam ou deixem de ouvir, porque são casa re-

belde, hão de saber que esteve no meio deles um profeta. Tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras,

ainda que haja sarças e espinhos para contigo e tu habites com escorpiões; não temas as suas palavras, nem te assustes com os rostos deles, porque são casa rebelde.” Ezequiel 2:3-6

Essa é real vocação do ministério profético. Hoje, muito fala-mos sobre a unção profética, porém ela não tem a ver com um

estilo de música. Tem a ver com um claro entendimento de um propósito e uma compreensão do preço de ser usa-do pelo Senhor. Hoje, muitos têm ten-tado usar Deus, falam aquilo que todos querem ouvir, gravam CDs pensando na aceitação e no lucro e ainda temos coragem de dizer que são profetas.

O verdadeiro profeta nunca fala

o que as pessoas querem ouvir

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O profeta nunca será comercial, porque o verdadeiro profeta nunca fala o que as pessoas querem ouvir, mas o que realmente Deus quer falar. Observe como o Senhor trabalhou na vida de Eze-quiel, para que o mesmo pudesse experimentar o nível de relacio-namento e propósito que havia sido preparado para ele. Vejamos:

1) Inconformação: Esta é a primeira etapa que Deus trabalhou na vida desse profeta. Observe o texto:

“Tu, pois, ó filho do homem, toma um tijolo, põe-no diante de ti e grava nele a cidade de Jerusalém.” Ezequiel 4:1

“Deita-te também sobre o teu lado esquerdo e põe a ini-quidade da casa de Israel sobre ele; conforme o número dos

dias que te deitares sobre ele, levará as suas maldades. Porque eu tenho fixado os anos da sua maldade conforme o número

dos dias, trezentos e noventa dias; e levarás a maldade da casa de Israel. E, quando tiveres cumprido esses dias, deitar--te-ás sobre o teu lado direito e levarás sobre ti a iniquidade

da casa de Judá. Quarenta dias te dei, cada dia por um ano.” Ezequiel 4:4-6

Deus está levantando adoradores que tenham a mesma fome que Ezequiel tinha, aos quais Ele irá revelar os seus segredos. Estes são homens e mulheres que não se conformam com o nível espiritual que estão vivendo nos últimos anos. Estão também inconformados com a corrupção do seu país e dispostos a se posicionar no Senhor.

Você quer mais de Deus ou está bom? Permita que Ele trabalhe em sua vida, gerando, cada dia mais, dor e inconformação.

“Eu quero me apaixonar outra vez. Eu quero perder o sono outra vez, queimando de amor por ti.” Pastor Antônio Cirilo

O Princípio

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2) Desprendimento da reputação: Reputação é o que as pessoas pensam ao seu respeito. E caráter é o que Deus pensa ao seu respeito.

“O que comeres será como bolos de cevada; cozê-lo-ás sobre esterco de homem, à vista do povo.” Ezequiel 4:12

Deus não estava maltratando Ezequiel. Estava apenas, por meio de um processo, tirando dele todo sentimento de aprovação dos homens, que pudesse existir. Observe que o Senhor não queria que ele comesse o esterco, mas que o fizesse à vista de todos. Por quê?

Porque, ao abrir a boca para profetizar, seria certo que todos diriam: “Ele só pode estar falando da parte de Deus, já que é o mes-mo que vimos esses dias comendo esterco!”. Quanto menor a nossa parcela no agir do Pai, mais experimentaremos do sobrenatural em nossas vidas e ministérios. Você está disposto?

3) Desapego total com as coisas da vida: Para experimentar-mos mais de Deus, será necessário nos desprendermos de tudo o que nos afasta dEle.

“Veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, eis que, às súbitas, tirarei a delícia dos teus olhos,

mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão lágrimas. Gemes em silêncio, não faças lamentação pelos

mortos, prendes o teu turbante, metes as tuas sandálias nos pés, não cubras os teus bigodes e não comas do pão que te mandam. Falei ao povo pela manhã, e, à tarde,

morreu minha mulher; na manhã seguinte, fiz segundo me havia mandado.” Ezequiel 24:15-18

Se você deseja ter algo de Deus que nunca teve, dê a Ele algo que nunca deu. Se a sua fome pelo Senhor é maior do que o apego

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por qualquer coisa dessa vida, realmente você estará pronto para experimentar dos mistérios que estão escondidos nEle. Não rete-nha nada! Permita que Deus trabalhe em sua vida. Não tema, con-fie e deseje experimentar tudo o que está reservado para você.

O ministério profético não é apenas para os domingos ou as quartas, mas é um ministério que tem um preço a ser pago. Eze-quiel profetizou momentos além do seu tempo. Ele viveu momen-tos preciosos na eternidade. Vejamos este texto:

“Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do ho-mem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o selo da medida, cheio de

sabedoria e perfeito em formosura.” Ezequiel 28:11-12

Deus usa Ezequiel para revelar segredos da eternidade passada, do período entre o Gênesis 1:1 e o Gênesis 1:2. Vamos explicar abaixo alguns fatos e relatos bíblicos que nos ajudarão a interpretar melhor esse período.

“Estivestes no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônica, topázio, diamante,

turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que

foste criado foram preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no

meio das pedras afogueadas andavas.” Ezequiel 28:13-14

Neste texto, o rei de Tiro não é literalmente um rei, porém é um tipo que irá representar uma realidade ou verdade espiritual. Tipo quer dizer uma figura, um objeto natural que representa verdades espirituais. Vamos trabalhar rapidamente alguns exemplos para que possamos absorver todo o entendimento desta passagem.

O Princípio

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30 Aos Teus Pés

Tomemos o exemplo do Cordeiro. Jesus é o cordeiro de Deus, mas Ele não come capim. Você já imaginou Jesus comendo capim? Então, precisamos entender o que significa quando a Bíblia se refe-re a Ele dessa forma. O cordeiro tem outras características além de comer mato. É, por exemplo, manso. A representação de Jesus está ligada a mim e a você. Ele é manso e galardoador daqueles que o buscam. Então, o Cristo tem esse significado prático.

Jesus também é o Leão da Tribo de Judá. O que significa isso? Ele é o Rei do Reis, mas também é feroz. O leão é um assassino e essa representação não é contra nós e, sim, em nosso favor. Cristo se apre-senta como leão para os nossos inimigos. Mais: Judá aponta para “lou-vor”. Com isso, entendemos que, quando o louvamos, Ele se manifesta como leão em nossas causas. O Diabo sempre perderá a guerra. Ele é apenas uma presa sem saída nas mãos do Leão da Tribo de Judá.

Apenas usamos esses exemplos para avançarmos no entendi-mento do que quer dizer “tipo”. Assim, podemos entender que a Bíblia usa algumas figuras. Voltemos, então, à referência anterior. Tiro não é um rei comum e, sim, uma representação de Lúcifer. Este foi criado por Deus para estar em todo tempo diante do Tro-no. Era conhecido como “Anjo de Luz”. De acordo com o mesmo texto de Ezequiel, na “New King James Version”, de 1982, ele era responsável pela adoração no céu. Em sua criação, foi privilegiado, pois era o próprio sinete da perfeição, para ser colocado em um lugar de adoração a Deus.

A sua distância do trono indicará o seu nível de autoridade

“O Senhor reina; tremam os povos. Ele está assentado acima dos querubins; abale-se a terra.” Salmos 99:1

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O lugar de Lúcifer era no meio das pedras afogueadas. Ali era o lugar mais próximo do trono. Ele estava no monte santo do Se-nhor e no brilho daquelas pedras. Foi criado e preparado por Deus com pedras preciosas e instrumentos musicais para adoração. Era perfeito em sua aparência e em seus caminhos. Quem estava mais perto de Deus brilhava mais e exatamente por isso era chamado de “Anjo de Luz”, conforme o seu próprio nome, em hebraico, signifi-ca: “brilhante ou aquele que resplandece”.

A sua autoridade não se baseava nele mesmo, mas na distância que estava do nosso Criador. Lúcifer não tinha luz própria, mas resplandecia a glória de Deus. Por acre-ditar que, por causa da luz de Deus que em si resplandecia, poderia ser igual e dividir com Ele o Trono de Glória, cometeu o seu maior erro. Precisamos entender que brilhar não é mérito nos-so. O brilho original vem da Estrela da Manhã, que é Jesus.

Para entender melhor esse processo, precisamos conhecer a hierarquia dos anjos. A ciência que estuda os anjos, a Angelologia, explica, baseada na Palavra, alguns conceitos.

A hierarquia dos anjos

“Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és o meu filho; eu hoje te gerei?...” Hebreus 1:5

Os anjos foram criados por Deus, mas de forma diferente do homem. Eles foram criados para o serviço do Senhor. A sua cria-ção foi em massa, como as estrelas do céu. De acordo com a Ange-

Brilhar não é mérito nosso. O brilho original

vem da Estrela da Manhã

O Princípio

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32 Aos Teus Pés

lologia, existem quatro tipos de anjos. Todos eles foram feitos para louvor e adoração da glória divina. São “espíritos ministradores”.

“...E todos os anjos de Deus o adorem.” Hebreus 1:6b

“Ainda, quanto aos seus anjos, diz: Aquele que aos seus anjos faz ventos e aos seus ministros, labaredas de fogo.”

Hebreus 1:7

Antes de falarmos sobre os tipos de anjos, faz-se importante abrir um parêntese para relatar os momentos em que a Bíblia cita o “Anjo do Senhor”. Trata-se de um fenômeno chamado Teofania, comum no Antigo Testamento. Era Deus se manifestando no meio dos homens.

“Mas do céu lhe bradou um Anjo do Senhor: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!” Gênesis 22:11

Vamos, agora, à distinção dos quatro tipos de anjos:

1) Querubins: Guardiões da glória de Deus.

Lúcifer era um querubim criado com o propósito de estar dian-te de Deus. Por esta causa, possuía o nível mais alto da patente dos anjos. Era o querubim ungido. Foi feito para adoração e devolvia toda a glória para Deus. Ele era um guardião.

“E expulsou o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia,

para guardar o caminho da árvore da vida.” Gênesis 3:24

2) Serafins: Guardiões da santidade de Deus.

O nome serafim, no hebraico, significa “queimar”. Sem fogo, não

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há santidade. Estes anjos foram mencionados apenas duas vezes em toda a Bíblia, com o detalhe de estarem descritos em um mesmo texto.

“Serafins estavam por cima dEle; cada um tinha seis asas: com duas cobriam seu rosto, com duas cobriam seus pés e com duas voavam. E clamavam uns para os outros,

dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a Terra está cheia da sua glória.” Isaías 6:2-3

3) Arcanjos: Anjos guerreiros, como Miguel.

Os arcanjos são anjos de guerra a serviço de Deus e em nos-so favor, que lutam constantemente nas regiões celestiais. Muitos homens de Deus, em momentos de angústia e aflição, venceram batalhas em campos de guerra quando louvavam ao Senhor.

“Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e os seus anjos.”

Apocalipse 12:7

“Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o Diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se

atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrá-rio, disse: O Senhor te repreenda.” Judas 9

4) Anjos mensageiros, como Gabriel.

Este tipo de anjo traz recados da parte do Senhor para o homem. Antes do derramar do Espírito, o ministério dos anjos era muito mais ativo. Os mensageiros eram de extrema importância, pois traziam informações diretas para os servos tementes. Deus não habitava no homem, mas tomava-o para uma função específica e determinada. Hoje, temos o Espírito Santo, que fala dentro de nós, mas ainda exis-

O Princípio

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tem anjos que ministram a nós. A Palavra indica que muitos de nós, sem saber, hospedamos em nossas casas alguns deles.

“Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apare-ceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que

nela foi gerado é do Espírito Santo.” Mateus 1:20

Existe algo determinado para tudo o que foi criado e isto é uma verdade que nos revela um propósito. Os anjos foram criados por Deus para um serviço e uma tarefa específicos. Cada classe de anjo possui uma função e um nível de autoridade. Essa escada hierár-quica nos remete a um processo para o entendimento de adoração.

O primeiro nível relaciona-se com a Palavra de Deus aos nossos corações, a mensagem. Esse nível é representado pelo ministério dos anjos mensageiros. Na Bíblia, há relatos de que Deus se uti-lizou do serviço deles para alcançar os homens. É o exemplo de Abraão, que era alguém temente ao Senhor, porém

não era íntimo dEle. Através da aparição de anjos, o Pai o incitou a uma caminhada em direção a sua herança. Ele se tornou, pela própria Bíblia, a pessoa que mais teve visitações angelicais. Depois disso, foi considerado amigo de Deus e pai da fé.

O segundo nível nos ensina sobre uma guerra que é travada quando recebemos a Palavra de Deus em nossos corações. Quan-do isso acontece, uma batalha surge entre a nossa carne e o nosso espírito. Então, somos tentados a desistir e precisamos da ajuda do Senhor para permanecermos numa ação de entrega total a Ele. O nível de guerra é representado pelos arcanjos.

Os anjos foram criados por Deus para um serviço

e uma tarefa específicos

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O terceiro nível nos fala sobre a santidade de Deus. Ela está re-presentada na figura dos serafins, entendendo que estes são guar-diões da santidade. É impossível possuir um relacionamento com o Senhor tendo pecados nas nossas vidas. Nesta etapa, é necessá-ria uma disposição da nossa parte e uma ação completa de Deus no processo de santificação. Assim como o nome serafim significa queimar, o Pai irá queimar das nossas vidas tudo aquilo que nos afasta dEle. Este nível é que nos conduz para o próximo, para um relacionamento íntimo onde veremos a Ele “face a face”.

Ao descrever Jesus no livro de Apocalipse, o apóstolo João diz que em seus olhos há fogo. Pense comigo: Os olhos são a janela da alma e a alma é re-presentada pelo coração. Se você quiser conhecer o que há no coração do Senhor, terá que permitir que o fogo que há em seus olhos queime todos os pecados e motivações erradas em sua vida.

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor.” Hebreus 12:14

O quarto nível nos revela a glória de Deus. Quem chega a este nível já recebeu a mensagem, guerreou, venceu a carne, foi santifi-cado pelo fogo que há no altar e está a um passo para ver ao Senhor. É aí que passamos a experimentar da glória dEle. Isto é um bene-fício, mas todo benefício nos traz responsabilidades. Passamos a ser responsáveis de ministrar a Deus num lugar de intimidade, no “Santo dos Santos”. Passamos a brilhar por causa do brilho da gló-ria que é “de Deus”. O nosso dever sempre será devolver aquilo que é dEle. E sempre será, eternamente.

Moisés foi um homem que entrou no “Santo dos Santos”, expe-

Os olhos são a janela da alma e a

alma é representada pelo coração

O Princípio

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rimentou da eternidade. Ele é descrito por seu discípulo, no final do livro de Deuteronômio, como o maior profeta já existente.

“Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, com quem o Senhor houvesse tratado face a face.”

Deuteronômio 34:10

O lugar mais alto que você pode estar é aos pés de Jesus

“Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.” Ezequiel 28:15

Até o Diabo era perfeito em sua criação! E não apenas em beleza ou formosura, como relatado por vários pregadores. Também era perfeito no seu caminhar. Devemos acender em nossos corações o temor de Deus. O pecado não nasce da noite para o dia. É um pro-cesso que envolve uma autoanálise errada ao nosso próprio respeito.

Aquilo que pensamos é o que falamos. Aquilo que falamos, cer-tamente, é o que viveremos. Esse foi o princípio da queda de Lúci-fer. Mas como esse desejo foi despertado dentro dele? Para enten-dermos isso, precisamos observar atentamente o que as Escrituras Sagradas nos revelam. Então, vejamos o texto abaixo:

“Na multiplicação do teu comércio, encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso, te lancei, profana-do, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó, querubim ungido,

do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura; corrompeste a tua sabedoria por

causa do teu resplendor...” Ezequiel 28:16-17

Para maior compreensão, vamos analisar literalmente alguns termos utilizados neste texto. Primeiramente, o comércio. O que

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é o comércio? É uma compra, uma venda, uma negociação feita entre duas ou mais pessoas. No princípio do desenvolvimento da humanidade, esse comportamento nasceu pelo desejo das pessoas obterem aquilo que não tinham. Se o comércio só nasceu após a humanidade, como haveria comércio no céu?

A questão não era um objeto, mas alguém que estava disposto a negociar tudo que tinha por algo que não era seu. Gostaria que você compreendes-se o período do qual estamos nos re-ferindo desde o início deste capítulo. Estamos no entendimento de que o capítulo 28 de Ezequiel se trata de um passado muito distante, antes da cria-ção do homem. Não existem muitos relatos sobre os fatos, mas a Palavra de Deus nos traz clareza em alguns aspectos sobre perío-dos como este.

Precisamos entender que o Senhor é soberano, sempre existiu, nunca mudou e nunca irá mudar. Possui muitos atributos que o re-velam como único e Todo Poderoso. Não pode ser comparado ao homem, porém nos fez semelhantes a Ele. Somos seres tripartidos, ou seja, formados por três partes: espírito, alma e corpo. Deus é in-finitamente superior, mas possui a mesma forma. É um ser triuno, composto pela pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Gosto sempre de trabalhar com exemplos práticos, pois todas as realidades espirituais podem ser exemplificadas no natural. Quando foi falar sobre o Reino de Deus, Jesus referiu-se, muitas vezes, a uma plantação. Ora, a plantação é algo natural, que, mes-mo com limitações, é capaz de trazer uma sombra a respeito desta que é uma das maiores verdades espirituais que existem.

Alguém estava disposto a negociar

tudo o que tinha por algo que não

era seu

O Princípio

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Nesta mesma linha de pensamento, todo homem nascido de mulher é um espírito que tem uma alma e habita em um corpo. Isso é muito compreensível ao nosso entendimento. Porém, não é visível aos olhos humanos. Se estamos longe de alguém e o chama-mos pelo nome, ao se aproximar, apresenta-se apenas uma pessoa (o seu corpo). Não vemos o seu espírito e a sua alma. Assim é Deus na sua triunidade. Eles – o Pai, o Filho e o Espírito Santo - são um só em uma só pessoa.

Na eternidade passada, no céu, havia tronos e apenas um lugar ocupado e outro vazio. Lúcifer não de-sejou o lugar de Deus. O seu pecado foi querer ser igual a Ele, almejar um lugar que não era seu. Quando olhava para Deus no trono, não conseguia ver o Es-pírito Santo e Jesus. Via somente a pre-sença do Pai. O Filho só assentou-se no trono após a sua morte na cruz.

“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à di-reita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior

aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.” Hebreus 1:3-4

Em Deus, crescemos diminuindo. Quem quer crescer precisa morrer. Quem quer subir precisa descer. Esse foi o engano de Lú-cifer. Esse foi o princípio da queda. Por causa do trono, por causa da posição, negociou tudo o que Deus havia lhe dado, o lugar mais perto dEle, o brilho através de sua vida. Renegou a posição de líder da música do céu, ornamentos e enfeites de pedras preciosas.

Em Deus, crescemos diminuindo. Quem

quer crescer precisa morrer. Quem quer subir precisa descer.

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Geralmente, quem quer crescer de maneira errada está dis-posto a manipular

Lúcifer se desviou da sua função principal, que era guardar a glória e ministrar a Deus, pois os anjos são espíritos ministradores. Ele colocou toda a sua intensidade, esforço e vigor em uma tarefa que não era a adoração. A partir deste ponto, vemos claramente um objeto de desejo no seu coração.

Desejando um lugar que não era seu, conseguiu desfocar os seus companheiros por meio da sedução e da manipulação, mostrando o seu novo foco e gerando nos outros algo que não era Deus. O Senhor foi trocado por aquilo que Ele mesmo tinha criado para louvor de sua glória.

Quando pequeno, na minha criação, aprendi uma frase que di-zia mais ou menos assim: “Diga-me com quem tu andas e eu direi quem tu és!”. Pense comigo: Se você andar com pessoas de má fama, terá má fama. O contrário tam-bém é verdadeiro: Se você andar com quem tem glória, terá glória.

Lúcifer tinha em seu coração o dese-jo de se assentar à destra de Deus, não para glorificá-lo, mas para dividir a gló-ria que era só dEle.

“Tu dizias em teu coração: Eu subirei aos céus, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono e no monte da con-gregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei

acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” Isaias 14:13-14

Ele viu um trono vazio e despertou em outras pessoas o desejo

Nós iremos alcançar um lugar mais alto. O trono vazio é meu, agora o meu lugar será seu!

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pelo seu lugar. Abaixo de Deus, tinha a posição mais elevada. En-tão, começou a fazer comércio no céu, da seguinte maneira: “Se você for fiel a mim, nós iremos alcançar um lugar mais alto. Eu subo e você sobe. O trono vazio é meu e agora o meu lugar será seu!”. Assim continuou, até que um terço dos anjos fosse contaminado. Tal processo foi lento. Sabemos que algumas das características do Diabo é que é paciente e persistente. E Deus permitiu que ele ca-minhasse para a sua própria condenação.

“...Por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniquidades, pela injus-

tiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te veem.

Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais subsistirás.”

Ezequiel 28:17-19

A bíblia estabelece o padrão da adoração

Nunca podemos esquecer que, independente do lugar em que che-gamos no Senhor, sempre haverá fogo santo. Quando o pecado entrou no coração de Lúcifer, o mesmo fogo que o fazia resplandecer foi o que

o destruiu. O calor que refina o ouro é o mesmo que consome a palha. O mesmo que santifica é o que pode condenar. As razões que determinam as ações sempre estarão em nossos corações.

Jesus é o varão perfeito, o modelo perfeito. Porém, mesmo sendo Deus, nunca considerou ser igual a Deus. Ele

O calor que refina o ouro é o mesmo

que consome a palha. O mesmo que

santifica é o que pode condenar.

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é soberano e sempre sabe o fim de tudo. Por seu eterno poder, sabia que um dia seria trocado e traído por alguém bem próximo. Ainda assim, havia reservado um lugar para ser fiel. Cristo estaria sempre disposto a renunciar e a adorar. Deus Pai e Deus filho eram um.

“E Jesus clamou, e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim vê

aquele que me enviou.” João 12:44-45

“Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e

como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” João 14:9

Existem muitos exemplos em toda a Bíblia sobre adoração, mas nenhum pode ser comparado com a adoração de Jesus na cruz.

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus,

não julgou como usurpação ser igual a Deus; antes, assim mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-

-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, assim mesmo se humilhou, tornando-se obediente

até a morte e morte de cruz.” Filipenses 2:5-8

Aqui, vemos alguns pontos que nos chamam muito a atenção. Jesus, ao assumir uma forma de servo, trouxe para nós um mistério de Deus. Mas está escrito na Bíblia que não há nada no oculto que não venha a ser revelado. Esse segredo foi revelado na glorificação do Filho. O Pai sempre terá uma recompensa para aqueles que priorizarem o princípio da honra e da

O Pai sempre recompensará aqueles que

priorizarem a honra e a obediência

O Princípio

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obediência. O Senhor sempre tem uma recompensa para aqueles que o buscam, pois Ele é galardoador.

“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome

de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da Terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,

para a glória de Deus Pai”. Filipenses 2:9-11

Quando Jesus decidiu renunciar, Ele honrou ao Pai. Todas as ve-zes que renunciamos algo que nos custa, isso se torna honra e glória para Deus. Isso é adoração e adoração é o que definimos como uma entrega total. O Senhor nunca terá problemas em exaltar alguém. O problema sempre será quando alguém quiser ser exaltado.

“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas pela palavra do

seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo--se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais

excelente nome do que eles.” Hebreus 1:3-4

Por causa da sua entrega, Deus exaltou Jesus à mais alta posição no céu. Também colocou o seu nome acima de todo nome e, após a cruz, o fez assentar à sua direita, estabelecendo como o resplendor da sua glória e subjugando a Ele todas as coisas.

“Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua

direita. E disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem em pé, à destra de Deus.” Atos 7:55-56

Aquele lugar que Lúcifer perdeu, hoje, tem dono. Somos eu e você. A Igreja que adora, em espírito e em verdade, ao Senhor Jesus Cristo

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irá assumir este lugar de intimidade, de louvor e de adoração junto ao trono por toda a eternidade. Por essa razão, o Dia-bo, nosso adversário, nos odeia tanto. O que era dele é nosso. O brilho das pedras afogueadas será o lugar onde iremos ha-bitar. Esse lugar é a Sala do Trono, entre os querubins, aos pés de Jesus. O lugar mais alto que você pode estar é “aos pés de Jesus”.

“Vou subir ao lugar mais baixo, que é me humilhar a Jesus. Vou descer ao lugar mais alto, que é te servir, Jesus.”

Ministério Amigo Íntimo

O que era dele é nosso. O brilho das pedras afogueadas será o lugar onde

iremos habitar

O Princípio

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Compreendendo o Valor do Altar

Capítulo 2

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“Mas Ele lhes disse: Eu vi Satanás caindo do céu como um relâmpago.” Lucas 10:18

Como aprendemos no capítulo anterior, Deus fez tudo para nós, mas nos fez só para Ele. Lúcifer era o sinete da perfeição

e o Senhor lhe havia confiado muitas coisas. Porém, quis algo que não era seu, quis a glória. Por isso, Deus o expôs a vergonha. O pró-prio Jesus relata, nos Evangelhos, que viu ele e todos os seus anjos serem expulsos do Éden, do Monte Sião. Lúcifer perdeu a comunhão e o direito de estar 24 horas ministrando diante do Senhor.

Altar x Diabo

“E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi

atirado para a Terra e, com ele, os seus anjos.” Apocalipse 12:9

2

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Agora, entendemos o versículo de Gênesis 1:2. Por esta razão, na-quele momento, a Terra estava sem forma e vazia. Imagine comigo se um meteoro caísse na Terra. Certamente, causaria uma grande destrui-ção. Vemos nos textos que não foi apenas uma questão de Lúcifer cair, mas ele e todos os seus anjos foram lançados com muita força dos céus.

Isso nos ensina que Deus sempre irá honrar aquele que está disposto a descer. Da mesma forma, Ele sempre irá punir com a queda aquele que manipula e seduz. O Diabo foi atirado na Terra e nunca se arrependeu. E nunca irá se arrepender. Por essa causa, no fim dos tempos, será lançado para baixo mais uma vez, mas, neste caso, eternamente no lago de fogo.

Altar x Homem

A partir de Gênesis 1:3, vemos a criação da humanidade. Deus criou a Terra, o céu, o mar e tudo o que neles há. Tudo foi feito por Ele e para Ele. O Senhor agora está criando o homem com um pro-pósito. Como aprendemos no capítulo anterior, nada do que Deus faz é sem propósito. Tudo o que acontece em nossas vidas tem uma razão. Precisamos apenas compreender o porquê. E, nesse pensa-mento, indagamos: Por que o homem foi criado?

Na eternidade passada, o que observamos é que havia uma relação muito clara de serviço no céu. Havia anjos trabalhando, ministrando e servindo a Deus. Porém, essa relação não foi bem sucedida, porque quem valoriza o trabalho põe ele em primeiro lugar e, certamente, espera uma recom-pensa, um salário. Foi o que aconteceu com Satanás e os seus anjos.

Lúcifer adorava o que via e nós adoramos o que

temos

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Então, o Criador decidiu fazer o homem diferente dos anjos, cons-tituindo nele a sua própria imagem e semelhança. Desejando partilhar com o homem os mesmos sentimentos que havia em seu coração, o Senhor colocou dentro dele o seu próprio espírito. Somos um reflexo distante da pessoa de Deus. Temos a mesma estrutura de formação tripartida como a dEle, mas com a nossa fragilidade humana. Ele so-prou nas narinas do homem a sua essência, isto é, a vida.

“Então, formou o Senhor Deus o homem do pó da Terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida. E o homem

passou a ser alma vivente.” Gênesis 2:7

A palavra original utilizada neste texto é “pneuma”, que significa “espírito”. Ela afirma que o Criador colocou o espírito dentro do Adão, estabelecendo a condição para um relacionamento perfeito entre o ho-mem e Deus. Tal como Lúcifer, a humanidade foi criada de forma per-feita, porém com um propósito diferente. Lúcifer adorava o que via e nós adoramos o que temos. A adoração do querubim caído era baseada na contemplação. Hoje, a adoração do homem está ligada à com-preensão de quem Deus é dentro de nós. Isso acontece por meio de uma comu-nhão, de um partilhar no espírito.

Deus fez o homem espírito, possuindo uma alma e habitando em um corpo. Tudo o que Ele faz é eterno e tudo o que Ele minis-tra é eterno. Por esta razão, toda ministração e toda comunhão acontecem no depósito que não pode ser destruído, o espírito. Quando o espírito, por meio da comunhão, é ministrado, há um reflexo em nossa alma e em nosso corpo. Devemos adorar a Deus com todo o nosso ser. Porém, com entendimento de que Ele é Espírito e ministrará ao espírito.

Tudo o que Ele faz é eterno e tudo o que Ele ministra é

eterno

Compreendendo o Valor do Altar

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Notamos que o maior desejo do Senhor é e sempre será ter co-munhão íntima com o homem. Tanto é que busca compartilhar conosco tudo o que há em seu coração. Ele colocou o homem em um lugar privilegiado. Este lugar era reservado para a comunhão e chamado de Éden, que, no original, significa “Lugar de Delícias”. Deus tinha feito tudo para Adão, todas as coisas haviam sido en-tregues em suas mãos. Porém, este deveria usufruir de tudo em perfeito relacionamento, em comunhão com Ele.

Para melhor exemplificar, vou lhes contar uma história pessoal. Certa vez, comprei um casal de periquitos para os meus filhos e disse: “É de vocês!”. Com isso, dei total liberdade para que dessem nome aos bichos, porque não eram meus e, sim, deles. Então, co-meçaram a decidir quais seriam os nomes. Os escolhidos foram “Tico” e “Tica”. Por quê? Porque o meu filho mais novo ainda não sabia falar e aqueles eram nomes que saberia balbuciar. Ele mesmo escolheu os nomes, porque eram dele.

Deus fez todas as coisas e deu nas mãos de Adão. E, para provar que realmente tinha dado tudo a ele, disse: “Dê os nomes!”. Não era

uma tarefa. Era apenas o Senhor provan-do que havia dado um presente especial a alguém que amava muito. Deus, em sua essência, é justo e sempre permitirá que o homem escolha, que deseje estar com Ele ou não. Foi o que aconteceu no jardim.

O desejo do Diabo

O homem preferiu a ciência do conhecimento do bem e do mal, ao invés de conhecer o que havia no coração de Deus. Foi uma es-colha onde o Senhor foi trocado por um sentimento de algo novo,

O Senhor foi trocado por um

sentimento novo, isto é, a vontade de

crescer

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isto é, a vontade de crescer. A serpente havia incitado Adão e Eva a desejar aquilo que Lúcifer desejou no céu, ser igual a Deus. Ob-serve o texto abaixo:

“Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores

do bem e do mal” Gênesis 3:5

O Diabo não conhece a humilhação e, por isso, nunca irá ado-rar. Ele perdeu tudo o que tinha e fará de tudo para nos afastar de Deus. Conseguiu seduzir Adão e Eva da mesma maneira que seduziu um terço dos anjos. E sempre terá uma proposta para nos fazer distanciar do lugar de comunhão.

O homem morreu por causa do pecado. O pecado produz morte, por-que este é o critério que nos afasta do Senhor. Quanto mais perto de Deus estivermos, mais santos seremos. O homem, por suas próprias ações, foi ti-rado do jardim, foi separado de Deus por causa do pecado. E os mortos não podem adorar a Ele.

“A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te. Não esperam em tua fidelidade os que descem à cova. Os vivos somente, somente os vivos, estes te louvam como hoje

eu faço. O Senhor veio salvar-me; pelo que, tangendo os instrumentos de cordas, nós o louvaremos todos os dias de

nossa vida, na casa do Senhor.” Isaías 38:18-20

Altar está ligado a morte, renúncia e

entrega

Compreendendo o Valor do Altar

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Não existe adoração sem altar e não existe altar sem preço

Antigamente, a palavra altar significava “mesa para sacrifício”. Segundo a linguagem bíblica mais conhecida, a versão Revista e Atualizada, de João Ferreira de Almeida, ela é citada 356 vezes. Penso que, quando um assunto é repetido muitas vezes, é porque realmente devemos dar importância a ele. Altar está ligado a mor-te, renúncia e entrega. É um reconhecimento do que Deus fez e está fazendo por nós e uma prova viva de quem Ele é para nós. O primeiro altar na Bíblia é citado em Gênesis.

“Levantou Noé um altar ao Senhor e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocausto sobre o altar, e o Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mes-

mo: Não tornarei a amaldiçoar a Terra por causa do homem, porque é mal o designo íntimo do homem...” Genesis 8:20-21

Neste texto, vemos que Noé, um homem íntegro diante de Deus, ansiava ter comunhão com Ele. Ao receber a salvação, a pri-meira atitude dele foi o altar. Sendo assim, estabeleceu um lugar onde demostrava o seu reconhecimento pela pessoa do Pai e isso foi aceito pelo mesmo. A Palavra diz que o Senhor aspirou, isto é, recebeu para dentro de si a oferta de Noé.

O altar é um lugar de volta para Deus, onde oferecemos a Ele o nosso melhor. É o lugar onde todas nossas motivações, desejos e so-

nhos são postos a prova. Deus criará em nossas vidas situações onde precisaremos decidir estabelecer um altar, onde sacrifi-caremos aquilo que aparentemente mais amamos. Porém, se o fizermos, estare-mos provando que amamos a Ele acima de todas as coisas. Isso é adoração.

Deus criará em nossas vidas

situações onde precisaremos decidir estabelecer um altar

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Nas Escrituras, encontramos vários homens que compreen-deram a importância e o valor do altar. Entenderam que os seus desejos os separavam de Deus e o altar era o caminho de volta para comunhão plena com Ele. Noé, Abraão, Isaque, Jacó e Davi ergueram altares. Estes homens foram provados em suas fraquezas e aprovados por meio do altar.

Gostaria de fazer uma observação: Toda vez que houver um sacrifício ver-dadeiro, Deus virá. Abraão ficou co-nhecido como amigo de Deus. Estabe-leceu um relacionamento com Ele por meio da construção de altares em toda sua peregrinação. O patriarca ergueu quatro altares, em etapas e momentos diferentes de sua vida. Todos foram muito importantes no que se refere ao relacionamento, fortalecido nos momentos de prova.

Um exemplo prático do que estamos falando é o relacionamen-to conjugal. Quanto mais adversidades se passam juntos, mais o amor é fortalecido. Porém, sempre será necessário que alguém re-nuncie algo. Quando uma das partes não decide renunciar, o rela-cionamento pode se fragilizar e até perecer. Da mesma maneira é na nossa vida com Deus. Por meio do altar, precisamos renunciar para permanecermos tendo unidade. Somos a noiva e Ele é o noi-vo. As Escrituras Sagradas nos dizem que este é o mistério.

Abraão x Altar

Abraão chegou ao seu último estágio no relacionamento com Deus. Foi posto à prova e precisava renunciar ao seu filho, à sua

Noé, Abraão, Isaque, Jacó e Davi ergueram altares. Estes homens

foram provados em suas fraquezas e

aprovados por meio do altar.

Compreendendo o Valor do Altar

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54 Aos Teus Pés

promessa. Foi orientado a construir um altar com as próprias mãos e queimar o seu sacrifício, que não era ele próprio, não era a sua vida. Era aquilo que mais amava, Isaque.

“Depois dessas coisas, pôs Deus a Abraão à prova e lhe disse: Abraão! E este lhe respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou

Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas e vai até a terra de Moriá; oferecendo-o ali em holocausto

sobre um dos montes que eu lhe mostrarei.” Gênesis 22:1-2

Neste texto, a palavra adoração é citada pela primeira vez. Percebemos que a adoração está totalmente liga-da ao sacrifício e, dessa maneira, está ligada a uma prova. Sendo provados, decidimos avançar ou retroceder.

No Evangelho de João, vemos que a adoração é em espírito. Em todas as Escrituras, notamos que a fé não é um atributo da alma, como muitos pensam, mas do espírito, com reflexo na alma e no corpo. A adoração está completamente ligada a uma expressão de fé. Por essa razão, a verdadeira adoração acontece no espírito.

Abraão não deu crédito ao que sentia, mas se submeteu à dire-ção de Deus. Por isso, adorou. Ele entendeu o valor do altar. Sabia, pela fé, que, por meio deste sacrifício, de um preço tão alto, atrairia a presença do Senhor. Tanto que não chamou a sua entrega de sa-crifício. Mas a denominou como adoração.

“Então, disse aos seus servos: Esperai aqui com o jumen-to; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltare-

mos para junto de vós.” Gênesis 22:5

A fé não é um atributo da alma,

como muitos pensam, mas do espírito

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O nosso posicionamento devolve “Glórias a Deus”

O altar sempre será o lugar de comunhão com o Senhor, que não resiste ao cheiro suave de um sacrifício sincero, feito por amor. Abraão provou nele que era completamente diferente de Lúcifer. Dessa maneira, ao invés de afastar-se, o próprio Deus se achegou a ele. Veja o que diz o profeta Jeremias:

“Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo vosso coração, e assim diz o Senhor: Eu serei

achado de vós...” Jeremias 29:13-14

Abraão havia entendido o propósito da prova. Ele sabia que não era a morte, mas um passo em direção à intimidade com o Senhor. No capítulo anterior, aprendemos sobre Angelologia e vimos que uma das manifestações de Deus no Antigo Testamento era a apa-rição na figura de anjo. Porém, anjo algum tem o poder de receber adoração. Nenhum anjo em toda a Bíblia recebeu a referência de “O Anjo do Senhor”, como está citado no texto seguinte:

“Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar e sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar em cima

da lenha; e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. Mas do céu bradou o Anjo do Senhor:

Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, lhe disse: Não estenda a mão sobre o rapaz e nada lhe façais,

pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me ne-gaste o teu filho, teu único filho. Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e ofereceu em holocausto em lugar de seu filho.” Gênesis 22:9-13

Observe que este Anjo do Senhor é a pessoa do próprio Deus.

Compreendendo o Valor do Altar

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56 Aos Teus Pés

A Bíblia trabalha com princípios e padrões. Abraão descobriu que o ca-minho para intimidade era a entrega. Como comprovar que realmente não era apenas um anjo e, sim, a pessoa de Deus? Ninguém na Terra, nem o ho-mem, nem anjos e nem qualquer ou-tro ser pode jurar, e muito menos por

si mesmo. No texto a seguir, veremos que este anjo que é Deus, jurando por si mesmo.

“Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do Senhor a Abraão e disse: Jurei por mim mesmo, diz o Se-nhor, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplica-

rei a tua descendência como as estrelas do céu, como a areia na praia do mar...” Gênesis 22:15-17

Lembrando o que foi citado anteriormente, não existe adoração sem altar, como também não existe altar sem preço. Quanto maior a sua disposição em crescer no seu relacionamento com o Senhor, maior será a sua experiência com Ele. Abraão conseguiu, por in-termédio do altar, estabelecer um relacionamento profundo com a pessoa do próprio Deus. Em um tempo em que não era comum a manifestação divina na Terra, conseguiu não apenas atrair o seu olhar, mas Ele próprio o visitou.

Todas as vezes que você estabelecer um altar e sacrificar “aquilo que te custar”, o Senhor virá. A adoração atrai a glória, isto é, a presença manifesta dEle. Você pode ter de Deus o quanto quiser. Quem decide a distância do trono é você. Quer ser íntimo dEle? Estabeleça um altar e adore.

Abraão descobriu que o caminho para

intimidade era a entrega

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Quem descobre o valor do altar desfruta da graça

Alguém que muito nos ensinou a respeito de um relacionamen-to íntimo com o Pai foi Davi. Era um homem segundo o coração de Deus. A sua adoração, certamente, acontecia no espírito. Mas, tanto na sua vida como de qualquer outra pessoa, ela sempre en-volve as emoções, os sentimentos e as vontades. Essas coisas pre-cisam ser consideradas com atenção, porque têm o poder de nos tirar o foco e nos afastar do alvo, que é Jesus.

Davi ficou conhecido por seus dons, que eram extremamente aparentes e visíveis aos olhos de todos. Ele se tornou o maior rei na Terra de todos os tempos. Foi louvado por todos os reinos e reis contemporâneos. Fez história. Marcou não somente a sua época, mas até hoje é lembrado. A bandeira de Israel leva a sua marca. Esse rei se tornou referência, não apenas para sua geração. O dom de presidir, isto é, governar era aparente em sua vida. Possuía tam-bém alguns outros dons, que gostaria de citar:

1) Rei

“Morreu em ditosa velhice cheio de dias, riquezas e glória...” I Crônicas 29:28

Davi alcançou tudo o que um homem pode alcançar. Teve todo o respeito e admiração, conquistou incontáveis riquezas e foi respaldado por Deus em tudo o que fazia. O texto chega a fazer referência de glória.

2) Músico

“Então, os servos de Saul lhe disseram: Eis que, agora, um espírito maligno enviado de Deus te atormenta. Manda,

pois, senhor nosso, que teus servos que estão em tua pre-sença busquem um homem que saiba tocar harpa... Disse

Compreendendo o Valor do Altar

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Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, um homem que saiba tocar bem e trazei-o.” I Samuel 16:15-17

Davi foi reconhecido diante de todos como um excelente músi-co. Ele tinha muita habilidade, porque era capacitado pelo Senhor para tocar. Não apenas tocava, mas ministrava a Deus. Por essa ra-zão, a sua música se tornou conhecida em toda Israel. Ao tanger seu instrumento, espíritos malignos eram expulsos. Gostaria que você concordasse que ninguém se torna de fato conhecido em uma área se realmente não estiver entre os melhores. Aquele músico se tornou assunto na mesa do rei por causa das suas habilidades. Somente sen-do um exímio músico mesmo para ser citado entre as autoridades.

3) Poeta

“Bendize, ó, minha alma, ao Senhor e tudo que há em mim bendiga o seu santo nome.” Salmos 103:1

O poeta é alguém apaixonado, que usa de suas palavras para manifestar esse amor. Os Salmos são verdadeiras poesias, riquíssi-mas em toda a sua formação. São também canções que estão sendo lembradas ao longo dos séculos. Davi escreveu cerca de um terço dos Salmos que estão registrados nas Escrituras Sagradas. O salmo que vimos acima é de sua autoria. Ele foi alguém que expressou a sua paixão por Deus em tudo o que fazia. Por esta razão, se tornou um referencial nesta área. Direcionou esse dom e toda a sua paixão para glorificar ao Senhor.

4) Guerreiro

“Pelo que correu Davi e lançou-se sobre o filisteu, tomou-lhe a espada e desembainhou-a e o matou, cortando

lhe com ela a cabeça...” I Samuel 17:51

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O dom de guerrear era aparente em sua vida também. Con-quistou praticamente todos os seus adversários. Com o passar dos anos, deixou de ser apenas um menino e se tornou um grande guerreiro. O livro de Samuel faz referências aos homens que por ele foram treinados e que eram chamados de “valentes de Davi”. As suas vitórias se tornaram ilustres. Davi não costumava perder nenhuma batalha, pois era instruído por Deus.

O valor do altar na vida de Davi

Nessa leitura, temos trabalhado a ideia de que podemos ter tudo sem que isso seja um problema. Mas se torna, sim, um pro-blema se não soubermos o lugar onde colocamos essas coisas em nossos corações. Davi é lembrado pelos homens como rei, músico, poeta e guerreiro, entre outras coisas, mas pelo Senhor é lembrado como um homem segundo o seu coração. Foi provado em muitos momentos para devolver a glória que era de Deus. E se tornou bem sucedido, porque tudo o que se chegava a ele, devolvia ao Pai.

Os seus liderados o amavam profundamente, o admiravam e o respeitavam. Estavam dispostos a pagar qualquer preço apenas para agradar o seu reino. Certa vez, em um momento de batalha, o seu exército estava em desvantagem e ele suspirou de sede. O único poço de água estava cercado por todo o exército inimigo. Os guerreiros, apenas para satisfazer um desejo de seu rei, em segredo, invadiram o exército do inimigo, pegaram água e deram a ele.

Ao receber da água, Davi conheceu o preço que eles tinham pago e percebeu que, por trás daquele ato, havia um valor: a vida de alguém. Naquele momento, revelou o seu coração para com Deus. Ao invés de satisfazer uma necessidade, fez um sacrifício santo, puro e agradável. Ele pegou aquela água, levantou as mãos

Compreendendo o Valor do Altar

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aos céus, consagrou ao Senhor e disse para que todos ouvissem, em alta voz: “Isto é oferta de libação!”.

Haverá momentos em nossas vi-das que as pessoas, por gratidão, amor e respeito, com as melhores intenções, nos darão glória. Porém, a nossa função e posicionamento deverá ser devolver aquilo que é somente de Deus. Davi ti-nha muitas coisas, mas, em seu coração, desejava ardentemente apenas uma:

“O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem

temerei?... Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra

mim a guerra, ainda assim terei confiança.” Salmos 27:1-3

Na sua trajetória, Davi passou por adversidades e situações que naturalmente não tinham saídas. Creio que, quando escreveu este salmo, passava por uma dessas lutas. Provavelmente, estava em meio a uma guerra. Mas mostrou, em seu coração, que era alguém ínti-mo do Senhor, pois não vemos a dúvida em nenhum momento. Ele conhecia o Deus com o qual se relacionava. Nunca saia para uma guerra sem antes adorá-lo e nunca voltava dela sem dar-lhe louvor. Vemos que tudo conquistou, mas nada entrou em seu coração. O maior segredo do coração dele está registrado em Salmos 27:4.

“Uma coisa peço ao Senhor, eu a buscarei, que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida...”

Salmos 27:4

O mundo em que vivemos tenta nos impor que busquemos

Haverá momentos em nossas vidas que as pessoas, com as

melhores intenções, nos darão glória

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muitas coisas, geralmente todas ao mesmo tempo. Ele suga de nossas vidas todo vigor e intensidade que devem ser destinados a Deus. Conheci um jovem que fazia faculdade, trabalhava e, com isso, ocupava praticamente 100% do seu tempo entre atividades curriculares, seculares e ministeriais. Ele tinha um fogo ardendo dentro de si. Era um período que realmente precisava passar.

Existem momentos nas nossas vidas em que precisamos dedi-car o nosso tempo para estudar, trabalhar, etc. O problema nunca estará no realizar essas tarefas. A gran-de questão sempre será se, no mais ín-timo do nosso ser, decidimos optar por nos relacionarmos com Deus antes de tudo. Se, de todo o coração, você der ao Senhor o pouco tempo que tem, será exatamente o suficiente para Ele. Gos-taria de te despertar a não apenas ter momentos com Deus, mas viver a sua vida inteiramente para Ele.

O jovem do qual falamos tinha práticas espirituais diárias, como jejum, meditação na Palavra e períodos de oração e adora-ção. Mas, em um belo dia, ao sair da faculdade, estava atrasado e perdeu a condução. Por esta razão, teve que pegar o último ônibus para a sua cidade. Ele teria que caminhar três quilômetros a pé e no escuro, pois morava em um lugar distante.

Ao descer do ônibus, por volta de uma hora da manhã, o seu coração ardia pela presença de Deus. E o Espírito Santo disse a ele: “Me dê algo! Me oferte algo neste instante!”. O jovem pensou: “Eu já jejuei, orei, meditei na Palavra. O que posso dar a Deus depois de um dia de tanto trabalho e dificuldades?”. O Espírito Santo não lhe disse mais nada e ele começou a pensar no que ofertar a Deus.

Gostaria de te despertar a não

apenas ter momentos com Deus, mas viver a sua vida inteiramente

para Ele.

Compreendendo o Valor do Altar

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Não tinha dinheiro e já tinha cumprido as suas práticas espirituais. Estava só numa longa jornada, em um lugar muito escuro até a sua casa, quando teve uma brilhante ideia: “Todo ser que tem fôlego louve ao Senhor!”. Aliás, essa é a proposta de Salmos 150:6.

Então, disse para si mesmo: “Ainda resta o meu fôlego!”. A partir dali, mesmo caminhando, prendeu a sua respiração e falou a Deus:

“É tudo o que eu tenho!”. Continuou ca-minhando e, quanto mais o tempo pas-sava, quanto menos folego, mais pre-sença de Deus aumentava dentro dele, até o ponto de que, em alguns segun-dos, o seu fôlego acabou. Mas, naque-le momento, Jesus estava caminhando com ele na estrada escura.

Não existe uma forma prática. Existe um padrão a ser obedeci-do, que é: “Não existe adoração sem altar e nunca existirá altar sem preço”. Todas as vezes que você sacrificar, Jesus virá e marcará a sua vida. Se você deseja ser íntimo de Deus, entenda o valor do altar.

A salvação é de graça, mas a intimidade tem um preço de altar

Somos salvos por meio da graça de Deus. A salvação é “um dom inteiro de fé”. Todo dom é uma boa dádiva que vem do Pai e a salvação é esse dom que só vem dEle. O galardão, por sua vez, é “um dom inteiro de obras”. Isso significa que tudo o que fazemos de bom é por sermos guiados pelo Espírito Santo. O galardão será a nossa recompensa, a nossa coroa, que receberemos no céu, resul-tado daquilo que fizermos dos nossos dons. Ela está ligada com os atos de bondade e justiça que praticamos na Terra. Hoje, você está acumulando tesouros nos céus.

Não existe adoração sem altar

e nunca existirá altar sem preço

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Eu e você temos uma herança para ser conquistada, a nossa herança não está nesta terra a ela é uma pessoa que se chama: Jesus. Conquistamos Jesus, por meio de um relacionamento genu-íno sobre o altar. No altar o relaciona-mento é provado, alimentado e fortale-cido. Há cristãos que optaram por viver as suas vida sem altar, com essa atitude estão declarando que amam mais suas vidas do que Jesus. Con-quiste Jesus entregue tudo a Ele.

O altar sempre nos levará para baixo, para o nosso lugar, que é aos pés de Jesus. O altar é de vital importância para a nossa vida espiritual, pois nele estabeleceremos o paralelo de quem realmente somos: pobres, cegos e nus diante de um Deus Todo Poderoso, longânimo e amoroso.

“A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me...” Salmos 119:25

A glória de Deus só vem quando o fogo é acesso em nossas vidas. O primeiro capítulo de Apocalipse descreve a pessoa de Jesus, relata as suas feições por meio de figuras que nos revelam o seu caráter. Quando se refere aos seus olhos, enfatiza que eles têm chamas como fogo. Os olhos são a janela da alma. Quando você conhece uma pes-soa e é intimo dela, só de olhar neles, pode descobrir o que está em seu coração. A adoração íntima nos levará a tirar os olhos das mãos de Jesus, daquilo que Ele pode fazer por nós. Ela nos levará a olhar nos seus olhos. Assim, descobriremos o que Ele quer que façamos.

“Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos

A salvação é de graça, mas a

intimidade tem um preço de altar

Compreendendo o Valor do Altar

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Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos teus átrios... o pardal encontrou casa, a andorinha ninho para

si, onde acolha os seus filhotes; eu encontrei os teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!” Salmos 84:1-3

O desejo de Deus

Deus sempre desejou ter comunhão com o homem. Noé enten-deu o coração do Pai e estabeleceu o primeiro altar. Ele descobriu um segredo, um padrão onde se devolve ao Senhor aquilo que pode nos roubar dEle. Gerações e gerações depois, Deus desejou, mais uma vez, se relacionar com o homem e instituiu a construção de um Tabernáculo, semelhante ao que existe no céu. Os padrões para essa edificação não eram terrenos, mas celestiais, isto é, incorruptíveis.

Naquele período, o Tabernáculo era a única maneira do Senhor se relacionar com o homem. Ele era a representação da presença de Deus no meio do povo. Todos os princípios e conceitos a respeito de adoração estavam representados no Tabernáculo, de maneira visível, assim como é no céu. Ele estava dividido em três partes: Átrio, Santo Lugar e Santo dos Santos.

No salmo citado anteriormente, o autor faz referência sobre o Átrio. Nesse lugar, não havia nada de bom para a alma humana, pois só havia dois objetos, a bacia e o altar - e ambos estavam ligados à morte. A bacia era reflexiva, pois todo aquele que se aproximasse para lavar as suas mãos tinha uma imagem nítida das suas fraquezas e li-mitações humanas. O altar era onde se colocava tudo aquilo que o ho-mem tinha visto em si mesmo diante de Deus, declarando: “Senhor, tudo é teu. E eu sou teu!”. O interessante é que o salmista afirma que a alma dele desfalece, sem prazer em entregar aquilo que lhe custa.

Abraão, Davi e o salmista descobriram o valor do altar. Enten-

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deram que em Deus se cresce descendo. Isto fica muito claro na declaração do salmo. A casa do pardal fica em cima da árvore, o ninho da andorinha no ponto mais alto, mas o altar é um lugar baixo, onde nos prostramos diante do nosso Senhor e Deus.

Cuidado: Anjo fora do lugar é demônio! E o homem fora do lugar? O nosso lugar é o altar.

Compreendendo o Valor do Altar

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O Ministério Levítico e a Igreja

Capítulo 3

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“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha proprie-dade peculiar dentre todos os povos; porque toda a Terra é

minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa...” Êxodo 19:5-6

Uma analogia entre o passado e o presente

Jesus Cristo é tipificado através da vida de alguns homens do Antigo Testamento. A tipificação, como vimos, é uma

representação que nos traz clareza a respeito de verdades espiritu-ais. Moisés tipificou Jesus em sua época. Ele foi levantado por Deus para libertar o povo da escravidão do Império Egípcio, enquanto Cristo nos libertou do mundo, do império das trevas. Moisés foi um dos maiores profetas de todos os tempos, alguém que se re-lacionou com Deus face a face, mesmo estando no deserto. Ele se tornou um verdadeiro adorador e intercessor.

3

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No texto de Êxodo, vemos Deus re-velando o seu coração em um clamor, no qual declara ao povo querer ser o seu único Senhor e dono. Com isso, é como se dissesse: “A minha vontade é salvar a todos e o meu maior desejo é ser íntimo de todos”. Mas, no contexto do livro, percebemos que todo o povo teve

medo de se relacionar com o Senhor, por causa do fogo. Sempre antes da glória, teremos que passar pela prova do fogo. O caminho em direção ao “Santo dos Santos”, onde a presença se manifesta, passa pelo altar, onde o fogo está aceso 24 horas. A salvação é para todos, mas a intimidade é para poucos.

Os olhos de Jesus estão tomados de fogo. Em Êxodo, vemos que o monte estava fumegando e Deus convidando o povo a subir, mas era necessário ser santo, pois, sem santidade, ninguém vê ao Senhor. Esse é o critério de Deus para avançarmos em sua direção. As pessoas não faziam isso, porque tinham medo de ver os seus so-nhos, projetos e desejos serem queimados. Elas não o conheciam. Por isso, não entenderam o valor de se relacionar com Ele.

Por se tornarem apenas ouvintes e não experimentarem do fogo de Deus, por não possuírem um relacionamento pessoal com Ele, essas pessoas se fragilizaram. Por consequência, em toda a sua caminhada, cometeram pecados. Em razão disto, Moisés se tornou mais do que um líder. Foi um intercessor diante de Deus e também um profeta diante do povo. Em um dos episódios, os hebreus peca-ram contra o Senhor como nunca deveriam ter pecado. Eles cria-ram um objeto que trazia felicidade e prazer, “o bezerro de ouro”.

“Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te,

A salvação é para todos, mas a intimidade é para

poucos

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faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não mais

sabemos o que terá sucedido.” Êxodo 32:1

Quando Deus fez o monte fumegar, estava mostrando que o úni-co caminho para não se desviar dEle era estar todos os dias no fogo. O povo decidiu não se relacionar e apenas receber recados da parte do profeta. Moisés, em contrapartida, nunca se afastou do monte em chamas e, por isso, nunca se desviou dos propósitos divinos. No tex-to, vemos os hebreus tomarem um caminho para longe do Senhor e erguerem o bezerro de ouro, o que era abominável e, em outras pa-lavras, inaceitável. Este elemento tipifica conforto, alegria e prazeres. E isso nos revela algumas realidades que hoje a Igreja está vivendo.

“Vendo Moisés que o povo estava desenfreado, pois Arão o deixara à solta, para vergonha, no meio dos seus

inimigos, pôs-se em pé, à entrada do arraial, e disse: Quem é do Senhor vem até mim. Então, se ajuntaram a

ele todos os filhos de Levi.” Êxodo 32:25-26

Nesse período, a tribo de Levi foi separada do meio do povo de Israel. Todos pecaram. As tribos estavam ali reunidas e todos estavam contaminados pelo pecado da idolatria. A exortação de Moisés como profeta diante do povo era para todos, mas somente a tribo de Levi passou para o lado de lá. Eles esco-lheram o caminho da humilhação, da morte e da renúncia, para permanecer diante de Deus. Ali, nasceu o ministé-rio levítico, um ministério de serviço na casa do Senhor.

Por um posicionamento, essa tribo

Eles escolheram o caminho da humilhação, da morte e da renúncia, para

permanecer diante de Deus

O Ministério Levítico e a Igreja

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passou a ser propriedade exclusiva de Deus. Na língua hebraica, Levi significa “aquele que une”. Isso revela algo que, pela eterna sabedoria de Deus, já estava planejado. Essa tribo seria a represen-tação clara da Igreja de Cristo Jesus na Terra.

“Por esse mesmo tempo, o Senhor separou a tribo de Levi para levar a arca da aliança do Senhor, para estar

diante do Senhor, e para servir e abençoar em seu nome até o dia de hoje.” Deuteronômio 10:8

Hoje, cremos que a Igreja é a representação dessa mesma tribo. Da mesma maneira que todos foram chamados a um arrependimento, eu e você nos tornamos Igreja quando reconhecemos o nosso pecado diante de Deus, nos arrependemos e decidimos viver somente para servi-lo.

“Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e toda sorte de maledicências...

Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edifi-cados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim

de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.” I Pedro 2:1-5

Vemos claramente que, para nos tornarmos Igreja, é necessário nos despojarmos, isto é, abrir mão de tudo o que nos prende nesta Terra, de tudo o que nos afasta de Deus.

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, propriedade exclusiva de Deus...” I Pedro 2:9

Como para a tribo de Levi, a proposta de Deus para nós é que sejamos somente dEle e vivamos somente para Ele. O seu desejo é ser o nosso único Senhor. A tribo de Levi recebeu algumas instru-ções, que servem de parâmetro para a Igreja.

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“Pelo que Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como o Senhor, teu Deus,

lhe tem prometido.” Deuteronômio 10:9

Hoje, os nossos sacrifícios não são mais naturais. Estamos vi-vendo na graça e nenhum animal deve ser morto para apagar nos-sos pecados. Jesus Cristo veio ao mundo, morreu em nosso lugar, pagou todas as nossas dívidas, rasgou todo escrito que estava nas mãos do Diabo e tomou a chave de suas mãos. Esta obra foi perfei-ta e, de uma vez por todas, nos ligou a Deus. Ele era a única pessoa que poderia nos ligar ao Pai, por ser a única pessoa que tinha aces-so à Sala do Trono, ao Santo dos Santos no céu.

“Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguar-

dando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta,

aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.” Hebreus 10:12-14

“E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: Esta é a aliança que farei com eles,

depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as escrevereis, acrescenta:

Também de nenhum modo me lembrarei de seus pecados e das suas iniquidades, para sempre. Ora, onde há remissão

destes, já não há oferta pelo pecado.” Hebreus 10:15-18

Como Igreja, precisamos ter um novo entendimento sobre o sa-crifício. O princípio do altar não pode ser apagado. Nenhum prin-cípio pode ser quebrado, pois, se isso acontece, é provável que haja uma grande perda. O texto que lemos há pouco está diretamente ligado ao direito de salvação e não à intimidade com Deus.

O Ministério Levítico e a Igreja

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74 Aos Teus Pés

O Tabernáculo do Antigo Testamen-to foi substituído por nós, “eu e você”. Dentro do Tabernáculo, havia a arca da aliança, que representava a glória de Deus. Hoje, dentro de nós, temos o Es-pírito Santo. O apóstolo Pedro faz re-ferência de que somos casa espiritual. Paulo, na carta aos Coríntios, diz que somos templo do Espírito Santo.

Somos o Tabernáculo e, ao mesmo tempo, o altar. Por isso, diariamente, somos convidados pelo Espírito Santo a sacrificar os nossos desejos pecaminosos em oferta de amor. Isso é um reco-nhecimento por tudo o que Ele já fez por nós. Essa é a analogia perfeita: Somos um povo separado, por meio do arrependimento, como a tribo de Levi, aquela que une. Somos o lugar da habitação de Deus e também o altar, onde a nossa oferta será o nosso coração.

As características da igreja

1) Levar a arca do Senhor

Compreendendo a analogia proposta, podemos entender que a função do ministério levítico é a mesma da Igreja. Quando rece-bemos Jesus em nossos corações, como Senhor e Salvador, recebe-mos também o Espírito Santo, que passa a habitar dentro de nós. Isto está ligado à primeira característica dos levitas, que era carre-gar a arca da aliança. A Igreja precisa entender que, onde ela for, é Igreja. Sendo assim, estará sempre levando a presença do Senhor.

“...Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a Terra está cheia da sua glória.” Isaías 6:3

Somos um povo separado, por meio do arrependimento

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2) Estar diante da arca do Senhor

Não adianta apenas termos em nossos corações o Espírito San-to. Uma Bíblia fechada não passa de um livro. Um crente que não adora, que não ministra diante de Deus está fora do propósito dEle. Nunca se esqueça de que o propósito divino não foi apenas nos salvar. A salvação consiste em um plano só: que vivamos em comunhão com o Senhor.

Gostaria de te desafiar a separar todos os dias um tempo para ficar aos pés dEle, sem pedir nada, apenas expressando o seu amor. Essa é uma das funções da Igreja que foi lavada e remida com o sangue de Jesus: “ter acesso ao Santo dos Santos” e lá ficar.

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à som-bra do onipotente descansará; direi ao Senhor: Ele é o meu

refúgio, a minha fortaleza, Deus meu, em quem confio.” Salmos 91:1-2

3) Servir e abençoar

A Igreja dos dias de hoje está fugindo do padrão estabeleci-do por Deus. Não fomos criados apenas para sermos abençoados, mas fomos separados para abençoar. Compreendendo isso, nota-mos que ela nasceu, foi criada com o propósito de abençoar todas as nações da Terra. Jesus nos deu um exemplo. Veio ao mundo para servir e não ser servido. Nós fomos resgatados do império das trevas para o reino da maravilhosa luz, para servir.

Levando em consideração o entendimento que temos estabele-cido como padrão, não por nós, mas pela Palavra de Deus, fomos

Um crente que não adora, que não

ministra diante de Deus está fora do

propósito dEle

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76 Aos Teus Pés

chamados para proclamar virtudes. A palavra servir, no original grego, é “latreia”. Ela é repetida inúmeras vezes no Novo Testamen-to e está ligada diretamente ao serviço prestado ao corpo de Cristo. Nas Escrituras, é utilizado quase 50 vezes o termo “servir uns aos outros”. O propósito de Deus é que sejamos seus servos. Porém, isso não se limita a atividades litúrgicas e religiosas, mas se estende ao serviço diário aos nossos irmãos.

Hoje, na Igreja, temos um povo que vive separado, pessoas que por Deus foram vocacionadas para viver integralmente para Ele. Elas têm dedicado o seu tempo para viver para o altar e do altar. No Antigo Testamento, seriam os sacerdotes e levitas. Hoje, são os pastores e músicos.

“Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica--os... Arão apresentará os levitas como oferta movida perante o Senhor... e serão para o serviço do Senhor.” Números 8:6,11

Entendemos que existe um princípio instituído por Deus quan-do ofertamos as nossas vidas no altar. Há uma grande ligação entre a oferta e os dízimos que entregamos comumente em nossos cultos con-gregacionais. Gostaria de trabalhar esse entendimento para que você possa compreender a dimensão do que é ofertar a sua vida ao Senhor.

O princípio da consagração

Quando você pega o seu dízimo ou oferta, põe em um envelope e deposita no altar, aquele dinheiro em espécie está sendo consagrado. Consagração significa “total separação”. O dinheiro que foi consa-grado no altar nunca mais será visto fisicamente. O retorno dele virá na expansão do reino. A nossa parte no processo é a consagração e a parte de Deus é a santificação. Da mesma maneira que não veremos

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mais o dinheiro que depositamos fisicamente, aqueles que vivem do altar não devem se envolver nunca mais com os negócios do mundo.

A maior função dos músicos, hoje, nas Igrejas é viver uma vida consagra-da ao Senhor, uma vida de santidade. Quando nos reunimos como Igreja, o que chamamos de púlpito, espiritual-mente, se torna altar. As nossas reuni-ões passam a ser cultos para Deus e as canções devem servir para a glória de Deus. O grande problema é que muitas pessoas estão fazendo algo que é espiritual de maneira carnal. Vale repetir: sempre que nos reunirmos, será um culto. E tudo deve servir para a glória do Pai. Por isso, padrões e princípios não podem ser desprezados.

Neste material, estamos trabalhando para que haja uma total compreensão sobre a importância da consagração e da santificação da Igreja. Quando alguém está dirigindo um momento do culto em que outros estão sendo ministrados, essa pessoa passa a ter res-ponsabilidade por aquilo que está transmitindo. Se, supostamente, quem está à frente desse trabalho não vive uma vida consagrada - entendendo que a consagração produz a santificação - essa pessoa está profanando o altar.

O perigo da profanação do altar

Do altar, fluirá santidade ou pecado. A Igreja é comparada por Jesus como um rebanho e a Palavra de Deus, como uma fonte de águas que correm do trono. Todas as vezes que ministrarmos no altar em pecado, estamos contaminando as águas e aqueles que virão com sede beberão dela e serão contaminados. A Igreja está

A nossa parte no processo é a consagração e a parte de Deus é a

santificação

O Ministério Levítico e a Igreja

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doente, porque os levitas de hoje, ou seja, os pastores e músicos estão doen-tes em cima do altar. A Bíblia tem uma expressão forte que é utilizada aproxi-madamente 27 vezes e está ligada àque-les que profanam o altar, ministram a Deus diante do povo em pecado. Ela os chama de Filhos de Belial.

Os filhos de Belial

“Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor.” I Samuel 2:12

Eli era o sumo sacerdote de Israel e os seus filhos eram minis-tros do altar. Eles viviam uma vida de total promiscuidade, sem nenhum temor de Deus em seus corações. Aqueles homens não compreendiam o valor da função que exerciam, como também não compreendiam a importância de viverem consagrados, sem a con-taminação com as coisas do mundo. Deus se irou e fez referências a eles como “filhos de Belial”.

Para entendermos o quanto Deus estava irado com a atitude deles, precisamos entender a força dessa expressão. Ela vem do termo “bêli” que significa “não”, que vem do sentido de “sem”. Na prática, significa “inútil”, como também “bom para nada” ou “não serve para nada”. Agora, analise se, em seu coração e vida, existem as mesmas características dos filhos de Eli. Lamento informar que tudo o que você fizer para Deus com a mesma condição que eles fizeram terá o mesmo significado: uma total inutilidade! Esta refe-rência é sinônima de “satã”, que significa “malvado, nocivo e inútil”.

A Igreja está doente, porque

os levitas de hoje estão doentes em

cima do altar

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O que mais vemos hoje no meio de músicos não tratados por Deus e até mesmo pastores que vivem no altar é um espírito de arrogância, orgulho, que, pela própria ciência, é identificado como um de-mônio, isto é, um espírito de loucura. Todas as vezes que ministrarmos um culto a Deus em pecado, estaremos mi-nistrando debaixo de uma influência espiritual que não vem da parte dEle. Como vimos, isso será totalmente no-civo para o rebanho, para o corpo de Cristo, para a Igreja.

Todas as vezes que ministramos em pecado, estamos cavando a nossa própria sepultura. Nunca se esqueça de que Deus é bondoso e misericordioso, mas não confunda a bondade dEle com liberti-nagem. Ministrar em pecado, certamente, trará morte para você e para aqueles que estão próximos a você. O pecado que você tanto ama o conduzirá à morte. Quando você não mata o pecado, ele mesmo cuida de te conduzir para a sepultura.

“Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar desses erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra. Foge,

outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.”

II Timóteo 2:21:22

O pecado o conduzirá à morte. Quando você não mata o pecado, ele mesmo cuida de te conduzir para a

sepultura

O Ministério Levítico e a Igreja

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Adoração 24 Horas

Capítulo 4

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Conceitos fundamentais sobre a adoração

Ao longo deste material, temos tentado desenvolver um pensamento sobre os valores e os propósitos da adoração.

Neste capítulo, iremos estabelecer o que é e o que não é adoração, bem como alguns conceitos referentes a ela.

Por algum tempo, tentei definir a adoração com um único sig-nificado. E, algumas vezes, tive problemas teológicos com alguns amigos, em razão de cada um deles ver essa questão de maneira diferente. Então, percebi que o meu maior erro foi tentar estabe-lecer um só sentido.

Examinando alguns textos bíblicos e com o auxilio de livros de diversos autores, descobri que a adoração não pode ser definida em apenas um único significado. Ela está representada em vários conceitos. Há, pelo menos, nove deles, segundo a exegese da pala-vra, mas todos estão baseados em apenas em três, que são:

4

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84 Aos Teus Pés

1) Adoração sacrificial

No segundo capítulo deste livro, desenvolvemos o entendimen-to sobre o valor do altar. Debaixo desse conceito, percebemos que muita gente pensa que, atualmente, na Dispensação da Graça, não existam sacrifícios. Essas pessoas imaginam que tudo o que está relacionado à salvação está feito. Porém, hoje, estamos em busca da nossa herança descrita na Palavra.

Sou um filho na fé do pastor José Rodrigues (MCM – Missão Cristã Mundial). Penso que posso dizer isso, porque é o que sin-

to em meu coração e também por ter recebido dele uma visão, ou seja, um destino por meio de sua vida e minis-trações. Ele tem me ensinado, dia após dia, não apenas através de suas pala-vras, mas muito mais com sua vida. Tenho aprendido que existe mais em Deus e que nEle não existem limites.

Esse homem de Deus tem nos ensinado que temos uma he-rança a ser conquistada. Ela é uma descendência um lugar e uma pessoa. E deve ser alcançada por meio da adoração sacrificial, ou seja, por um estilo de vida. Em santidade e intimidade, estamos conquistando nossa herança que está no céu.

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim.

Novas são a cada manhã; grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto, esperarei

nEle... Ponha a tua boca no pó; talvez ainda haja esperança.” Lamentações 3:22-24,29

Em santidade e intimidade, estamos conquistando nossa herança que está no

céu

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2) Adoração íntima

Este segundo conceito está ligado a um relacionamento desen-volvido por nós mesmos, quando decidimos desfrutar da comu-nhão com Deus. A palavra comunhão significa “troca de senti-mentos”. Ela fala daqueles momentos em que estamos na presença dEle, apenas pelo prazer de ouvir a sua voz, pelo desejo de estar bem pertinho, só com o nosso amado Jesus. Imagine comigo que, em meio à adoração, nesse Lugar de Delícias, colocamos aos seus pés todos os nossos sentimentos maus e recebemos de volta tudo o que Ele tem de bom.

Com a passar do tempo, descobri que, quanto mais tempo passamos com alguém, mais parecidos ficamos com ele. É notável que passamos a andar parecido, a sorrir igual e até a gostar das mesmas coisas, não por mal, mas por fruto do relacionamento. Creio que este é o maior beneficio da adoração ín-tima: por meio da comunhão, nos tornamos um reflexo da imagem de Cristo Jesus. A Bíblia nos fala sobre o bom perfume de Cristo.

“E, graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cris-to, e por meio de nós, manifesta em todo o lugar a fragrân-cia do seu conhecimento. Porque, para Deus, somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.”

II Coríntios 2:14-15

“Porque nós não somos como muito falsificadores da Palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade,

como de Deus, na presença de Deus.” II Coríntios 2:17

Quanto mais tempo passamos

com alguém, mais parecidos ficamos

com ele

Adoração 24 Horas

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86 Aos Teus Pés

Certa vez, em um momento de adoração, tive uma visão muito clara. Vi um grande depósito de lixo, que exalava um cheiro terrí-vel. Na visão, percebi que algumas pessoas estavam ali. Notei que, no início, estavam incomodadas. Depois, detectei que elas se acos-tumaram com o mau odor. Ao saírem daquele depósito, se depara-vam com outras pessoas e todos se sentiam incomodados, porque o fedor agora estava impregnado nas roupas e naqueles indivíduos.

Logo em seguida, na mesma visão, fui levado a ver outra cena. Tratava-se de uma loja, muito fina, onde, aparentemente, havia os me-lhores perfumes que já vi. Existia naquele lugar uma fragrância sendo liberada. As pessoas que ali estavam saíram e não perceberam que, ao caminharem, estavam perfumadas, mesmo sem terem passado o per-fume, só pelo fato de estarem naquele local por muito tempo.

Então, o Espírito Santo me disse: “O depósito de lixo é o mundo. Quanto mais você se relaciona com ele, menos você sente. Porém, aquele cheiro pode-rá entrar dentro de você e tomar conta do seu corpo e da sua vida!”. Mais: “A loja de perfumes é a minha presença. Quando você ficar comigo, será impos-

sível que as pessoas não notem que esteve comigo, ainda que você não diga nada”. Como um bom perfume é conhecido, a essência de Jesus em sua vida será identificada por todos.

“Que belos são os teus amores, minha irmã, esposa minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho! E o

aroma dos teus unguentos do que o de todas as especiarias!” Cântico dos Cânticos 4:10

O depósito de lixo é o mundo.

Quanto mais você se relaciona com ele, menos você sente

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3) Adoração sacerdotal

Este tipo de adoração está ligado diretamente ao serviço. Todas as vezes que servimos com as nossas vidas na casa de Deus, se fizer-mos com a motivação correta, inteireza de coração e sem murmurar, isso chega ao Senhor como adoração. Por conceito, o serviço presta-do hoje ao corpo, que é a Igreja, é a adoração. Quando servimos aos nossos irmãos, lavando o banheiro da nossa Igreja, arrumando as cadeiras ou ministrando em cima do altar, isso é adoração. O louvor é adoração não apenas pela música, mas, especificamente, pelo ser-viço prestado ao povo como se fosse para Deus.

Em nosso ministério local, não temos uma pessoa para cuidar dos serviços de limpeza. Entendemos que isso é serviço daqueles que foram separados para a obra. Os levitas foram escolhidos para servirem na casa de Deus. Então, os nossos músicos, antes de pen-sarem que são artistas, vão sendo ministrados que, na prática, foram chamados primeiramente para serem servos de todos os irmãos.

Aprendi, também com o meu pastor, que o trabalho não muda o caráter de ninguém. Porém, tem o poder de revelá-lo. Por esta causa, todos os que ministram no altar também limpam as de-pendências do templo. Para dar exemplo, o dirigente da adora-ção, que seria o ministro principal, lava os banheiros, mostrando para os outros o seu coração.

Tudo se encaixa

A adoração 24 horas se encaixa perfeitamente em todos esses conceitos que estamos trabalhando. É necessário vivermos uma vida de santidade, isto é, sacrificando a nossa carne, separando parte do nosso tempo para nos relacionarmos com Deus. Esse relacionamen-

Adoração 24 Horas

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to tem que ser todos os dias, por meio da adoração íntima, exercen-do o nosso ministério de estar diante da arca (presença de Deus), profetizando vida sobre a nossa cidade, país e nações da Terra.

Base bíblica sobre a adoração 24 horas

Davi foi um homem segundo o coração de Deus. Ele foi um adorador que entendeu o poder da adoração. Em seu reinado esta-beleceu um ministério de levitas, organizado para ministrar e para servir na casa de Deus 24 horas. Creio que I Crônicas é mais do que um livro. É um manual para a adoração. Observe o texto:

“Porque o seu cargo seria o de assistirem aos filhos de Arão no serviço da casa do Senhor, nos átrios, e nas

câmaras, e na purificação de todas as coisas sagradas, e em qualquer trabalho para o serviço da casa de Deus, cuidan-

do dos pães da proposição, e da flor de farinha para a oferta de cereais, quer seja de bolos ázimos, quer seja do que se

assa na panela, quer seja do que é misturado com azeite, e de toda sorte de medidas e pesos; e de estarem cada manhã em pé para render graças e louvor ao Senhor, e semelhante-

mente à tarde.” I Crônicas 23:28-30

O louvor e a adoração não podem ser encarados como os momen-tos alegres que precedem a ministração da Palavra em nossas reuniões

dominicais. As sensações que temos em nossos cultos não podem ser qualificadas unicamente como adoração. Você pode ir congregar, voltar para a sua casa e não ter adorado. A adoração é muito mais do que isso. É uma arma poderosa entregue nas mãos da Igreja para a conquista das

A adoração é uma arma poderosa

entregue nas mãos da Igreja para a

conquista das nações

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nações. Cremos que ela gera um ambiente propício para experimen-tarmos um pleno avivamento. A adoração é a chave de Davi.

“E ao anjo da Igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre e ninguém fecha; e fecha e ninguém abre”

Apocalipse 3:7

A essência da adoração

Quando pesquisamos sobre adoração, somos remetidos direta-mente ao Tabernáculo. Gostaria que você observasse, nas Escritu-ras, quantas vezes elas fazem referência à palavra “continuamente” ou à expressão “todos os dias”. Por inúmeras vezes, se repetem, es-tando sempre ligadas à adoração.

“Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para manter

uma lâmpada acesa continuamente.” Êxodo 27:20

“Cantai-lhe, salmodiai-lhe, falai de todas as suas obras maravilhosas. Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o

coração dos que buscam ao Senhor. Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.” I Crônicas 16:9-11

“E deixou a Zadoque, o sacerdote, e seus irmãos, os sacerdotes, diante do Tabernáculo do Senhor, no alto que havia em Gibeão, para oferecerem holocaustos ao Senhor,

continuamente, pela manhã e à tarde, sobre o altar dos holocaustos; e isto segundo tudo o que está escrito na lei que

o Senhor tinha ordenado a Israel.” I Crônicas 16:39-40

Adoração 24 Horas

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90 Aos Teus Pés

Davi entendeu que não bastava ter a arca para ter a presença de Deus. Era preciso cultivá-la. Ele percebeu o desejo do Senhor de habitar no meio do povo e se relacionar com o homem. E passou a querer e a almejar o que o próprio Deus queria.

“E tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; porque não a buscamos nos dias de Saul.” I Crônicas 13:3

“Uma coisa peço ao Senhor, eu a buscarei, que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para

contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.” Salmos 27:4

Hoje, somos a geração online e, por isso, temos vivido um esfriamento da nossa fé. Temos nos contentado com a superficia-lidade e com a informação. Essas influências na nossa maneira de ver e de viver afetam fortemente o relacionamento com o Senhor. Precisamos ser a geração que não se contenta apenas com infor-mações sobre a pessoa de Deus e a sua presença. Necessitamos ser uma geração que o conhece, pois tem um relacionamento profundo e íntimo com Ele.

Davi buscou o modelo do céu

“Porquanto vós não a levastes na primeira vez, o Se-nhor, nosso Deus, fez rotura em nós, porque não o busca-

mos segundo a ordenança.” I Crônicas 15:13

Todas as vezes que buscarmos a Deus, Ele nos dará direções a respeito daquilo que iremos fazer. A adoração 24 horas está ligada com o processo de trazer a arca e de cultivá-la. Há um

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desejo no coração do Senhor de que pessoas se despertem e invoquem o seu nome em toda a Terra.

Davi, sendo direcionado por Deus, delegou aos levitas - e somen-te a eles - que deveriam conduzir a arca da aliança em seus ombros, ao som de músicas tocadas espontaneamente, em adoração. No texto a seguir, vemos que o próprio Deus se encarregou de ajudar os levitas neste processo, confirmando que essa é a vontade dEle para os nossos dias.

“E sucedeu que, quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis passos, sacrificava bois e carneiros cevados. E Davi saltava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava Davi cingido de um éfode de linho. Assim,

subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do Senhor, com júbilo, e ao som das trombetas.” II Samuel 6:13-15

“Santificaram-se, pois, os sacerdotes e os levitas, para fazerem subir a arca do Senhor Deus de Israel. E os filhos

dos levitas trouxeram a arca de Deus sobre os seus ombros, pelas varas que nela havia, como Moisés tinha ordenado,

conforme a palavra do Senhor.” I Crônicas 15:14-15

“Sucedeu, pois, que Davi e os anciãos de Israel, e os capitães dos milhares foram, com alegria, para fazer subir

a arca da aliança do Senhor, da casa de Obede-Edom. E sucedeu que, ajudando Deus os levitas que levavam a arca da aliança do Senhor, sacrificaram sete novilhos e sete car-neiros. E Davi ia vestido de um manto de linho fino, como

também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e Quenanias, mestre dos cantores; também Davi levava sobre

si um éfode de linho.” I Crônicas 15:25-27

A adoração 24 horas está ligada com o

processo de trazer a arca e de cultivá-la

Adoração 24 Horas

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“E todo o Israel fez subir a arca da aliança do Senhor, com júbilo, e ao som de buzinas, e de trombetas, e de cím-balos, fazendo ressoar alaúdes e harpas.” I Crônicas 15:28

Nesses textos está o padrão do Se-nhor para trazermos a presença dEle. Sacrifícios de louvor precisam ser frutos dos nossos lábios e não apenas canções. No Evangelho de João, Jesus afirma que, para adorarmos, devemos fazer isto em espírito e em verdade. 28 gerações antes, Davi, baseado na orde-

nança de Deus, entendeu o princípio e vestiu um manto de linho fino e fez com que todos que ministravam tivessem a mesma rou-pa, nos revelando que no altar todos devem estar em santidade. O linho fino fala do caráter, isto é, da verdade!

Critérios para a adoração 24 horas

1) O toque da trombeta (A importância da unidade)

A adoração 24 horas não é tarefa apenas de um ministério. É uma ferramenta para os últimos dias. A Igreja necessita entender que é um corpo, que possui muitos membros, que pode ser de mui-tas tribos. Mas é um só povo. Ela profere uma só fé e possui um só Deus, que deve ser adorado.

A adoração individual tem a sua importância. É como nos re-lacionamos com a pessoa de Deus e somos aperfeiçoados. Mas a adoração coletiva tem um propósito sobrenatural, o de fazer Cristo conhecido em nossa cidade e nas nações. Davi teve o entendimen-to de que sozinho, sem unidade, nunca poderia carregar a arca. Por

Sacrifícios de louvor precisam ser frutos dos nossos lábios e não apenas canções

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essa razão, tocou a trombeta da unidade em todo Israel. Fez isso para que, juntos, em meio à adoração, conduzissem a arca para a tenda onde seria cultivada.

Através dos ensinamentos de Davi, creio quem, nos últimos dias, experimentaremos um avivamento sobrenatural, como nun-ca antes vivemos em toda a história. Este envolverá a busca da arca, da glória de Deus. Ele não virá nos moldes convencionais, que ex-perimentamos num passado não tão distante, onde Deus levantou algumas pessoas dentre milhares para ser um instrumento de bên-ção. Mas virá por meio da adoração.

A adoração 24 horas é a chave que desencadeará esse avivamento, pois, em meio a ela, os nomes, os títulos e as fun-ções se perdem. Teremos apenas uma grande multidão de vestes brancas, lou-vando e o nome de Jesus sendo glorifi-cado e conhecido em toda a Terra.

2) A importância do discipulado

Para que tenhamos uma vida saudável, todos nós, cristãos, ne-cessitamos de alguém que nos acompanhe, nos oriente e, se ne-cessário, nos exorte. Da mesma maneira, os adoradores 24 horas precisam estar debaixo de um discipulado. Não podemos viver uma vida de santidade sem prestação de contas. Temos, em muitas Igrejas, músicos que são insubmissos e rebeldes, que geram con-tendas e divisão entre os irmãos. Esse pecado é conhecido como pecado de rebelião e, só por meio de um discipulado, essas pessoas serão tratadas e viverão uma vida de santidade.

Davi teve esse entendimento por intermédio da revelação

A adoração 24 horas é a chave que desencadeará esse

avivamento

Adoração 24 Horas

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que recebeu de Deus. Ninguém poderia ministrar diante da arca sem ter um “pai”, uma referência de autoridade. Todos os músicos do rei eram profetas, que sabiam honrar os seus pais. Isso está descrito no texto abaixo:

“Davi, juntamente com os chefes do serviço, separou para o ministério os filhos de Asafe, Hemã e Jedútun, para profetizarem com harpas, alaúdes e címbalos...

todos estes estavam sob a direção de seu pai, para a mú-sica na casa do Senhor, com címbalos, alaúdes e harpas,

para o serviço da casa de Deus. E Asafe, Jedútun e Hemã estavam sob as ordens do rei.” I Crônicas 25:1,6

3) Roupa de linho (Adoração em santidade)

Para Deus não existe meio termo. Ou se é santo ou profano. No seu altar, Ele não permitirá fogo estranho. É necessá-rio haver confissões de pecados, arrepen-dimento e humilhação. Qualquer música ou oração feita fora deste padrão será apenas barulho. Lembre-se de um dito: “A lata que faz barulho é a lata vazia!”

4) Um som profético ao invés de uma apresentação musical

Os músicos de Davi tinham o entendimento de que, em meio a suas melodias, diante da arca, deveriam profetizar sobre todo Israel e todas as nações. Não havia neles nenhum desejo de apro-vação humana, pois estavam de costas para o povo e de frente para a arca enquanto profetizavam. Os adoradores 24 horas não

Ou se é santo ou profano. No seu altar, Ele não permitirá fogo

estranho

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precisam de plateia. Eles sabem, em seu íntimo, que estão diante da pessoa mais importante de todo universo e seu único desejo é agradá-lo.

24 horas ininterruptas

A escala dos turnos, citada nas Escrituras Sagradas, comprova que realmente houve adoração 24 horas. As horas foram repartidas por meio de um sorteio. Tanto grandes e pequenos discípulos quan-to mestres deveriam adorar ao Senhor. Davi entendeu esse valor em todos os conceitos e, por esta razão, estabeleceu turnos para que Deus fosse glorificado e adorado 24 horas.

“Saiu, pois, a primeira sorte a Asafe, a saber a José; a segunda a Gedalias; e ele, e seus irmãos, e seus filhos,

ao todo eram doze. A terceira a Zacur, seus filhos, e seus irmãos, doze. A quarta a Izri, seus filhos, e seus irmãos,

doze. A quinta a Netanias, seus filhos, e seus irmãos, doze. A sexta a Buquias, seus filhos, e seus irmãos, doze. A sétima a Jesarela, seus filhos, e seus irmãos, doze. A oitava

a Jesaías, seus filhos, e seus irmãos, doze. A nona a Ma-tanias, seus filhos, e seus irmãos, doze. A décima a Simei,

seus filhos, e seus irmãos, doze. A undécima a Azareel, seus filhos, e seus irmãos, doze. A duodécima a Hasabias,

seus filhos, e seus irmãos, doze.” I Crônicas 25:9-19

“A décima terceira a Subael, seus filhos, e seus irmãos, doze. A décima quarta a Matitias, seus filhos, e seus ir-

mãos, doze. A décima quinta a Jeremote, seus filhos, e seus irmãos, doze. A décima sexta a Hananias, seus filhos, e seus

irmãos, doze. A décima sétima a Josbecasa, seus filhos, e seus irmãos, doze. A décima oitava a Hanani, seus filhos,

Os adoradores 24 horas não precisam

de plateia

Adoração 24 Horas

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96 Aos Teus Pés

e seus irmãos, doze. A décima nona a Maloti, seus filhos, e seus irmãos, doze. A vigésima a Eliata, seus filhos, e seus

irmãos, doze. A vigésima primeira a Hotir, seus filhos, e seus irmãos, doze. A vigésima segunda a Gidalti, seus filhos,

e seus irmãos, doze. A vigésima terceira a Maaziote, seus filhos, e seus irmãos, doze. A vigésima quarta a Romanti-

-Ezer, seus filhos, e seus irmãos, doze.” I Crônicas 25:20-31

Precisamos entender que o que motivou Davi não foi uma es-tratégia, mas a sua fome, o seu desejo de estar diante de Deus e ser íntimo dEle. Descobriu o poder da adoração e os seus benefícios. A Palavra nos diz que os olhos do Senhor estão passando por toda a Terra, procurando alguém que clame de todo o coração por Ele.

Cremos que o louvor estabelece um trono para Deus. Quan-do nos entregamos, Ele vem e se assenta em nosso meio. A função do adorador é trazer a arca. Os levitas foram escolhidos por Deus para conduzi-la e, quando separados, foram os úni-cos que mostraram arrependimento diante de uma repreensão (fato descrito em Êxodo 32). A única coisa que pode atrair a Deus são corações quebrantados.

“Davi, pois, deixou ali, diante da arca do pacto do Senhor, Asafe e seus irmãos, para ministrarem continuamente perante

a arca, segundo a exigência de cada dia.” I Crônicas 16:37

Adoração e missões

Assim na terra como é no céu...

O desejo de Deus é que a adoração seja contínua. Essa era a ordenança.

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“Era o número deles, juntamente com seus irmãos ins-truídos em cantar ao Senhor, todos eles mestres, duzentos e

oitenta e oito.” I Crônicas 25:7

Adoração 24 horas x 12 e 7 dias por semana – Modelo do céu

O nosso dia tem 24 horas. Por essa razão, segundo a ordenança de Deus, Davi estabeleceu turnos para que fosse possível a ado-ração contínua. Havia doze músicos adoradores por hora, por 24 horas, durante os sete dias da semana.

O que isto significa?

A adoração 24 horas anuncia sobre a Terra o governo perfeito de Deus. Ela pro-fetiza o governo do Senhor. Estabelece o reino de Deus nas nações. Essa é uma fer-ramenta profética, que declara que Cristo reinará sobre as nações. É a chave de Davi, que abrirá as portas das nações.

O desejo de Deus é que o Tabernáculo de Davi seja restaurado. Será que está com saudade da tenda? Posso afirmar para você que o Senhor não habita em templos feitos por mãos. Assim, Ele não irá restaurar uma estrutura física. Mas o texto nos leva a compreender que quer que o adoremos 24 horas. Esse é o momento profético que vivemos. É tem-po de adorarmos, até que todas as nações sejam alcançadas.

“Naquele dia, tornarei a levantar o Tabernáculo caído de Davi, e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas

ruínas, e o edificarei como nos dias da Antiguidade.” Amós 9:11

A chave de Davi é que abrirá as portas

das nações

Adoração 24 Horas

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98 Aos Teus Pés

Observe que a adoração 24 horas é uma ordenança de Deus, entregue a Davi. Ela tem um propósito muito claro estabelecido por Ele, de fazer-se conhecido nas nações. Essa ordem também foi proposta por Jesus na grande comissão. Observe o texto abaixo:

“Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o Senhor,

que faz essas coisas.” Amós 9:12

Índia e Nepal

No ano 1996, o pastor José Rodrigues recebeu uma direção do Senhor para ir à Índia. Pouco tempo depois, se mudou para lá por seis meses. Nesse período, dedicou-se a adorar todas as manhãs e a profetizar nas ruas no período da tarde. Ele foi fiel em adorar todos os dias, declarando vida de Deus sobre a Índia e sobre o Nepal. Um altar foi construído e, por isso, o Senhor veio e até hoje tem feito grandes coisas nessas nações.

Depois desse período, implantamos inúmeras Igrejas em toda a Índia, um país visivelmente fechado para o Evangelho. No Nepal, passamos a resgatar meninas que foram vendidas para a prostituição e estabelecemos várias casas para o acolhi-mento delas. Um dos diretores desse tra-balho, o pastor Silvio Silva compartilhou

conosco que, um dia, em uma reunião oficial com representantes do governo nepalês, ouviu da boca de um deles: “Não sei como, mas vocês estão mudando até as leis da nossa nação!”.

Glória a Deus! Um altar de adoração pode transformar a

Um altar de adoração pode transformar a

realidade de todo um país

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realidade de todo um país. Imagine se estabelecermos vários altares em todas as nações!

Sudão, uma experiência de fé

O Sudão sofreu muito por questões políticas. Por conta de fortes influências de grupos revolucionários que tentaram, ao longo dos anos, dominar o povo e também por causa de ditadores que se levan-taram, a nação viveu anos terríveis. Passou por um período de aproxi-madamente 70 anos em guerra civil. A sua população adulta foi prati-camente dizimada e o país entrou em um estado de profunda miséria.

No ano de 2010, nós, da MCM, iniciamos um período de consa-gração e intercessão por essa nação. Em 2011, vimos uma luz, uma esperança para ela. Era o fruto das nossas orações e do clamor do povo diante de Deus. Naquele ano, houve um referendo no Sudão, uma es-pécie de votação que dividiria o país em duas partes, pois o principal conflito era porque o lado sul era dominado e escravizado pelo norte.

No começo de 2011, recebermos a notícia, intensificamos a oração e a adoração em nossa base, para que a justiça de Deus se cumprisse naquela nação. Ao saber desse fato, fui desafiado a passar a noite em um monte, onde costumamos orar. Aquela noi-te foi muito especial. Eu e outros adoramos e profetizamos até o amanhecer. Fazia frio, estava muito escuro e chovia praticamente o tempo todo, mas permanecemos fiéis ali, adorando.

Por volta das três horas da manhã, senti, do meu coração e dos meus lábios, fluir um clamor que não era meu, mas de Deus. Não me faltaram palavras por mais de uma hora e a oração era cada vez mais intensa. Lembro que me debrucei sobre uma pedra e ali chorava muito enquanto clamava.

Adoração 24 Horas

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100 Aos Teus Pés

Durante essa experiência, eu es-tava com o rosto no chão quando vi, no escuro, uma cascavel nos ouvindo. Ela sacudia o seu chocalho. Tive muito medo, não minto, mas estava tão entre-gue à vontade de Deus de salvar aquele povo que permaneci, mesmo sabendo que poderia morrer. Enquanto clamava

a Deus, fui fortalecido com uma mensagem ministrada por meu pastor. Uma das frases de seu último sermão ecoava no meu espíri-to. Era a citação que Ester fez ao ir se encontrar com o rei Assuero: “Se perecer, pereci!” (descrito em Ester 4:16).

Por um instante, aquela cascavel fez barulho, mas, quando per-severei, ela foi embora. Isso é bíblico: “Resisti ao Diabo e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). Depois disso, o choro e o clamor aumentaram e a glória de Deus era palpável. Ao amanhecer, tínhamos uma con-vicção: Tomamos o Sudão e, agora, ele pertencia a Jesus. Após um tempo, descobrimos que o país havia sido dividido em Sudão e Sudão do Sul, como havíamos clamado diante de Deus.

Não estamos tentando dizer que, se adorarmos 24 horas, não pre-cisaremos ir pregar nas nações, mas o contrário. Se adorarmos antes, iremos apenas para colher os despojos dos nossos inimigos. Enquanto adoramos, principados estão sendo enfraquecidos, caindo e os gri-lhões do inferno que prendem as vidas estão sendo quebrados.

A nossa luta espiritual é para estabelecermos o trono de Jesus através da nossa adoração. E, por meio da intercessão, profetizar vida onde há morte. Quando formos às nações, cumprindo o “Ide”, encontraremos portas abertas, inimigos amarrados e um povo quebrantado, pronto para ouvir as boas novas de Cristo Jesus.

Na MCM, tudo, desde o início, envolve adoração, clamor e lágri-

Se perecer, pereci!

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101

mas. Todas as nossas conquistas envolvem esta chave, desde quando o nosso pastor José Rodrigues foi para a Índia pela primeira vez.

“... A chave de Davi; o que abre e ninguém fecha; e fecha e ninguém abre” Apocalipse 3:7

Faça parte desse exército. Vamos conquistar as nações juntos. Adore 24 horas e estabeleça o Reino de Deus, assim na terra como já é no céu.

Adoração e intercessão

“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com

eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça...” Lucas 18:7-8

A adoração nunca poderá ser sepa-rada da intercessão. Há um casamen-to perfeito, criado pelo Senhor, entre essas duas ferramentas. Por meio da adoração, nos relacionamos intima-mente com Ele e descobrimos os se-gredos do coração do Pai. Pela inter-cessão, declaramos na Terra o que é a vontade de Deus no céu. Jesus, o nosso Senhor, conta com a nossa adoração e intercessão 24 horas, para que a sua justiça seja estabelecida. Observe o texto:

“...E os vinte quatro anciãos prostraram-se diante do cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças cheias

de incenso, que são as orações dos santos. E entoavam um novo cântico...” Apocalipse 5:8-9

Pela intercessão, declaramos na Terra o que é a vontade de Deus

Adoração 24 Horas

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102 Aos Teus Pés

Note que as taças estão cheias, com as orações dos santos. Será que hoje temos orado o suficiente para enchê-las? A harpa repre-senta a adoração e as taças, a intercessão. Este texto nos revela o desejo de Deus ser adorado continuamente. São 24 anciãos. Cada um deles indica uma hora do nosso dia aqui na Terra.

“...Digno és de tomar o livro e de abrir os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que

procedem de toda tribo, língua, povo e nação.” Apocalipse 5:9

Veja que a letra do novo cântico anuncia a salvação de todas as nações. A adoração 24 horas, associada com a intercessão, produz “a salvação e a justiça de Deus”.

“Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi lhe dado muito incenso para

oferecê-lo com as orações de todos sobre o altar de ouro, que se acha diante do trono; e da mão do anjo subiu a presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações

dos santos. E o anjo tomou o incensário, o encheu do fogo do altar e atirou à Terra...”. Apocalipse 8:3-5

A Igreja necessita entender o momento profético que está vi-vendo. Ela precisa acender a chama e não permitir que se apague até que o nosso Senhor volte para nos buscar. Por isso, quero te desafiar a se aliar a nós nessa tarefa de estabelecermos a adoração 24 horas em sua cidade e nas nações. Entenda que essa é a vontade do Pai para os últimos dias, os quais estamos vivendo. Restaure o seu altar pessoal, una-se aos seus irmãos e seja um instrumento de Deus na conquista das nações!

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Que as minhas revelações não

sirvam de alicerce para a minha hipocrisia.

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Bibliografia

• SHEDDRusselP.AdoraçãoBíblica:OsFundamentosdaVerdadeira Adoração. Editora Vida Nova. 208p.

• BíbliaSagrada

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A MCM é uma agência missionária que visa, fundamental-mente, unir igrejas sem pretender formar uma denominação única, entendendo que a conquista das cidades e das nações para Cristo não pode ser feita por nenhuma igreja local isolada, mas existe um poder tremendo na unidade do Corpo de Cristo na conquista das batalhas.

A MCM (Missão Cristã Mundial) tem os seguintes pilares para a sua operação:

1. UNIDADE DO CORPO DE CRISTOA MCM fomenta a unidade entre os ministérios, entendendo que

cada ministério tem uma visão, governo e identidade inegociáveis e intocáveis, mas o Corpo é um e o Reino é um. A divisão é a maior vitória que satanás tem conseguido no meio cristão. Nenhum pastor ou ministério tem a revelação completa dos mistérios do Senhor Jesus. É necessário que nos humilhemos para buscar a unidade.

2. RELACIONAMENTOS MINISTERIAIS O livro de Atos dos Apóstolos revela o perfeito modelo de func-

ionamento da Igreja, como um Corpo, onde as pessoas viviam livres, mas não independentes ou isoladas umas das outras. A MCM pre-coniza este processo, encorajando e trabalhando em favor do mesmo, difundindo a visão de que ninguém deve andar sozinho, mas se dedi-car a desenvolver relacionamentos ministeriais, o que lhe trará pro-teção, crescimento e edificação.

3. POVOS NÃO ALCANÇADOS O maior objetivo da MCM é levar o nome de Jesus aos povos

não alcançados.Deus prometeu abençoar cada tribo, língua, povo e nação através

do Filho de Abraão. As últimas palavras de Jesus antes de subir ao Céu foram: “confins da Terra” Atos 1:8. Esta foi a grande ênfase do apóstolo Paulo e mais tarde de todos os apóstolos. O objetivo final da Igreja é ir aos povos não alcançados.

Conheça a MCM

Page 108: Aos Teus Pés

4. ATOS DE JUSTIÇA O linho finíssimo são os atos de justiça dos santos, vestimenta fun-

damental para as bodas do Cordeiro (Ap 19:8). É chamado da Igreja: repartir o pão com o faminto, recolher em casa os pobres desabrigados (Is 58:7), lutar contra a escravidão sexual de crianças, abrigar os órfãos de guerra, cuidar dos enfermos para ouvir do Rei naquele dia: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34 a 36).

“ ...a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.”

João 17:21

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SETORES DA MCM

UNIDADE A MCM não pretende discutir doutrinas, entendendo que cada

ministério tem uma: 1. Visão2. Governo 3. Identidade

Estes valores são inegociáveis e intocáveis, mas o Corpo e o Reino são um.

Não pregamos a formação de uma só denominação. Os rótulos são necessários, são de Deus. O nome de sua igreja identifica sua visão. A MCM visa estabelecer um processo de cobertura de ministério para ministério, formando um sistema de cobertura espiritual idêntico ao que encontramos na igreja primitiva. Para formar esta cobertura, esta-belecemos o processo de filiação de Igrejas à MCM.

Quando uma igreja se filia à MCM estabelece-se um compromisso em 2 vias: A MCM se compromete a ser um portal que conectará a igreja aos povos não alcançados.

E-mail: [email protected]

TRIBOS Ao lado das igrejas que enviaram os seus missionários com o apoio

da MCM, temos treinado obreiros locais dentro dos povos não al-cançados na África e Ásia para assumirem a liderança da igreja em seu próprio país, dentro de sua própria cultura, onde não enfrentarão problemas como barreiras transculturais, barreiras de idioma, costu-mes e vistos.

TRIBOS é o Setor da MCM que visa levantar pessoas que se en-volverão no sustento de obreiros nativos em suas próprias nações para que eles possam evangelizá-las eficazmente. A MCM atua hoje em vários países da Ásia e África.

E-mail: [email protected]

Page 110: Aos Teus Pés

MENINAS DOS OLHOS DE DEUS A exploração sexual infantil tornou-se uma epidemia mundial na

África, Ásia e mesmo no Brasil. A MCM atua no resgate dessas me-ninas menores de idade que são vendidas ou alugadas para uso sexual como se fossem uma mercadoria barata e coopera para a restauração delas por meio de casas de acolhimento, escolas, profissionalização e programas de prevenção em países da Ásia, África e Brasil.

E-mails: [email protected] [email protected]

HERDEIROS DE DEUS Este programa da MCM faz o trabalho de resgate e assistência a

órfãos de guerra e crianças em situações de risco, abrindo casas de acolhimento e/ou escolas para a formação destas crianças, tirando--as da situação de abandono e orfandade e transformando-as em Herdeiros de Deus, por meio de casas de acolhimento, escolas, pro-fissionalização e programas de prevenção em países da Ásia, África e Brasil.

E-mail: [email protected]

REDE MUNDIAL DE INTERCESSÃO A Rede Mundial de Intercessão tem o objetivo de UNIR intercessores

por todo o mundo para caminhar com um plano de jejum e oração em unidade pela queda dos príncipes das trevas que governam as nações.

Cada pessoa que se cadastrar à Rede Mundial de Intercessão receberá boletins semanais com os alvos de oração, ensino e mi-nistrações sobre missões e oração, fará parte de um plano de jejum pelos Povos da Terra.

E-mail: [email protected]

REDE MUNDIAL DE ADORAÇÃO A Rede Mundial de Adoração tem o objetivo de contribuir para

o estabelecimento de 24 Horas de Adoração a Deus de norte a sul do Brasil e ao redor de toda a terra, para que em todas as línguas, Jesus seja adorado.

E-mail: [email protected]

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CFCO O CFCO (Centro de Formação e Capacitação de Obreiros) foi

criado para ajudar igrejas no Brasil na formação de obreiros, mis-sionários e pastores.

Cursos oferecidos:1. Curso de Caráter e Missões – 2 anos2. Curso de Caráter e Adoração – 2 anos3. Intensivo – 30 dias (janeiro e julho)4. Curso Integral de Língua Inglesa – 1 ano

E-mail: [email protected]

REVISTA MCM POVOS A Revista MCMPOVOS visa ser um instrumento de Deus para

que o Evangelho de Cristo alcance todas as nações da Terra! Trata-se de uma revista diferente, de alta qualidade, dinâmica e in-

terativa; uma revista que alcança todas as faixas etárias, que traz in-formações sobre todos os programas que a MCM tem desenvolvido nas nações em parceria com as igrejas locais e palavras de edificação, entrevistas, informações sobre a realidade dos povos não alcançados pelo evangelho, unidade da Igreja, intercessão, atualidades, maravilhas da natureza, saúde, panorama, click entre os povos, entre outros.

E-mail: [email protected]

SORRISO MUNDIAL Ministério com Crianças. Visa o treinamento de líderes para

trabalhar com crianças, a produção de material infantil e a organi-zação de eventos para contribuir com a formação das crianças na visão da conquista de sua herança espiritual.

E-mail: [email protected]

MULHERES CHAMADAS MÃES Visa a formação de uma rede nacional de mulheres para ensino,

intercessão e transmissão de uma visão da conquista da herança eterna de cada mãe.

E-mail: [email protected]

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A Ação da Cruz Os 4 Níveis de Obediência

Uma Única Verdade Criando Fihos Alegres e Obedientes

Dinheiro, É Possível Ter Muito Mais!

Namoro e NoivadoFamília Arando um Campo Novo

Índia, a Fronteira do Sonho

Um Rio Chamado AmorMeninas dos Olhos de Deus

Você Quer Ser um Missionário?

Page 114: Aos Teus Pés

Ministrações em Mp3

Ação da Cruz

O Homem Medíocre, o Homem Comum e o Homem

de CaratérO Amor Nunca Falha

Confronto com a VerdadeAdorando em Santidade

Ele Virá entre Nuvens

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Derrubando os Portões do InfernoA Teologia do Cabrito

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Ministrações em DVD

Fortalezas Babilônicas Moisés: 40 Anos para Tirar as Sandálias O Escravo

Pedro: O Processo de Todo Servo

O Líder: Conquistador de Corações

Salvação, Galardão e Herança

Os 4 Níveis de Obe-diência Os 5 Efeitos do Jejum

O Processo de Deus na Formação do Nosso

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