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APLICAÇÃO DA METODOLOGIA SCRUM EM UMA ÁREA DE ENGENHARIA DE PROCESSOS DE UMA EMPRESA DO VAREJO Luísa dos Prazeres Lopes Rio de Janeiro Fevereiro de 2017 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Renato Flórido Cameira

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APLICAÇÃO DA METODOLOGIA SCRUM EM UMA ÁREA DE ENGENHARIA

DE PROCESSOS DE UMA EMPRESA DO VAREJO

Luísa dos Prazeres Lopes

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2017

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Produção da Escola Politécnica, da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Renato Flórido Cameira

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Lopes, Luísa

Aplicação da Metodologia Scrum em uma Área de

Engenharia de Processos/ Luísa dos Prazeres Lopes – Rio

de janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.

XI, 94p.: il.; 29,7cm

Orientador: Renato Flórido Cameira

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Produção, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 62 - 65.

1. Scrum. 2.Gerenciamento de projetos 3. Gerenciamento de

projetos Ágil I. Cameira, Renato Flórido II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de

Engenharia de Produção. III. Aplicação da Metodologia

Scrum em uma Área de Engenharia de Processos.

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Agradecimentos

Agradeço imensamente aos meus pais, cujo apoio e dedicação me permitiram chegar até

aqui. Obrigada pela motivação e amor de sempre. À minha irmã Beatriz, agradeço por

fazer meus dias mais felizes.

Agradeço ao meu namorado Gabriel cujo companheirismo foi fundamental para mim,

nesse projeto e na vida. Obrigada por dividir esses momentos comigo, pela

compreensão e carinho.

Agradeço também ao professor Cameira pelo incentivo e atenção durante todo o

processo.

Agradeço aos meus amigos do curso de Engenharia de Produção por partilharem

comigo tantos momentos de alegria que já deixam saudades e que levarei sempre

comigo.

Por fim, agradeço à UFRJ, instituição que me proporcionou as melhores e mais

enriquecedoras experiências que vivi até hoje. Espero um dia ser capaz de retribur ao

menos um pouco tudo aquilo que recebi.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de engenheiro de Produção.

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA SCRUM EM UMA ÁREA DE

ENGENHARIA DE PROCESSOS DE UMA EMPRESA DO VAREJO

Luísa dos Prazeres Lopes

Fevereiro/2017

Orientador: Renato Flórido Cameira

Curso: Engenharia de Produção

Resumo: O trabalho tem como objetivo analisar a aplicação da metodologia

Scrum, normalmente utilizada para o desenvolvimento de software, na gestão do

trabalho em uma área empresarial do varejo brasileiro. Para tal, esse projeto pretende

apresentar as metodologias de gerenciamento de projetos ágil em contraponto ao

gerenciamento tradicional. A partir dessas definições o caso de estudo será explorado

para se chegar a conclusões sobre os impactos, benefícios e possíveis deficiências

encontradas com a utilização do Scrum em tal cenário.

Palavras-chave: Scrum, Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento de Projetos Ágil

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Industrial Engineer

APPLICATION OF THE SCRUM METHODOLOGY IN A PROCESS

ENGINEERING AREA OF A RETAIL COMPANY

Luísa dos Prazeres Lopes

February/2017

Advisor: Renato Flórido Cameira

Course: Industrial Engineering

Abstract: This Project aims to analyze the application of the Scrum

methodology, usually used to develop software, in the management of the work of a

team in a retail Brazilian company. In order to achieve that, this project intends to

clarify the agile project management methodologies in counterpoint of the traditional

project management methodology. Based on such definitions, the case of study will be

explored so that conclusions can be made about the impacts, benefits e possible gaps

found in the application of Scrum in such scenario.

Keywords: Scrum, Project Management, Agile Project Management

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

1.1 Metodologia ..................................................................................................... 10

1.2 Objetivo Geral .................................................................................................. 11

1.3 Objetivos Específicos ...................................................................................... 11

1.4 Limites e Limitações ........................................................................................ 12

2 O GERENCIAMENTO DE PROJETOS TRADICIONAL ................................... 13

2.1 Metodologias de Gerenciamento de Projetos .................................................. 13

2.2 O Gerenciamento de Projetos Segundo o PMI ................................................ 14

2.3 A Maturidade do Gerenciamento de Projetos nas Organizações ..................... 19

3 METODOLOGIAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ÁGEIS E A

METODOLOGIA SCRUM ............................................................................................ 22

3.1 Maturidade no Scrum ....................................................................................... 28

4 SCRUM VERSUS GERENCIAMENTO DE PROJETOS TRADICIONAL ........ 31

5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 37

5.1 Apresentação da Área de Engenharia de Processos ......................................... 37

5.2 Exemplos de Projetos nos Quais a Área se Envolve ........................................ 39

5.2.1 Projeto Onda de Devolução ...................................................................... 40

5.2.2 Solicitação de Baixa de Preço Centralizada ............................................. 40

5.3 Como o Scrum Entrou na Área ........................................................................ 41

5.4 Discussão Sobre a Aplicação do Scrum ........................................................... 45

5.5 Resultados Encontrados ................................................................................... 52

6 PROPOSTAS .......................................................................................................... 55

6.1 Percepção da Equipe Envolvida....................................................................... 55

6.2 Análise do Grau de Maturidade do Scrum na Área ......................................... 58

6.3 Orientações Futuras ......................................................................................... 58

6.3.1 Clara definição do projeto ........................................................................ 59

6.3.2 Reuniões de planejamento do Sprint ........................................................ 59

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6.3.3 Gerenciamento do Backlog do Produto .................................................... 60

6.3.4 Reunião de Revisão do Sprint .................................................................. 60

6.3.5 Reunião de Retrospectiva do Sprint ......................................................... 60

6.3.6 Reunião diária ........................................................................................... 61

6.3.7 Metas e Melhorias Resumidas .................................................................. 61

6.4 Estudos Posteriores .......................................................................................... 63

7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 64

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 66

9 Apêndice A: Mapeamento Sistemático da Literatura ............................................. 70

10 Apêndice B: Quadro Scrum utilizado no estudo de caso ........................................ 75

11 Apêndice C: Pesquisa de percepção da equipe envolvida na aplicação do Scrum . 78

12 Apêndice D: Resultados da Pesquisa de percepção da equipe envolvida na

aplicação do Scrum ......................................................................................................... 81

13 Anexo A: Tabela de comparação entre PMBOK e SCRUM .................................. 88

14 Anexo B: Tradução do questionário para avaliação do nível de maturidade do

Scrum em uma organização ............................................................................................ 94 

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Lista de Figuras

Figura 1: Ciclo de pesquisa-ação. ................................................................................... 11 

Figura 2: Relações entre grupos de processos de gerenciamento de projetos segundo.

PMBOK. ......................................................................................................................... 15 

Figura 3: Ciclo de Vida de um Projeto Clássico. ........................................................... 17 

Figura 4: Processos ao longo do ciclo de vida de um projeto. ....................................... 18 

Figura 5: Abordagem linear para o gerenciamento de projetos: O modelo cascata. ...... 19 

Figura 6: Workflow de um desenvolvimento de projeto ágil genérico. ......................... 24 

Figura 7: Replicação de uma rodada de Planning Poker. ............................................... 27 

Figura 8: Resumo do Modelo de Maturidade Ágil. ........................................................ 29 

Figura 9: Ciclo de vida do projeto segundo metodologia Scrum. .................................. 32 

Figura 10: Comparação entre as ações abordadas no Scrum e no PMBOK separadas

pelo grupo de processos de um projeto. ......................................................................... 35 

Figura 11: Espectro de complexidade de projetos: SCRUM ou PMBOK? .................... 36 

Figura 12: Metodologia de trabalho da área estudada. ................................................... 38 

Figura 13: Organograma das frentes da área de engenharia de processos. .................... 39 

Figura 14: Modelo de cartas utilizadas durante o planning poker. ................................. 43 

Figura 15: Exemplo de quadro Scrum radicional. .......................................................... 44 

Figura 16: Exemplo do post it do quadro Scrum do estudo de caso. ............................. 44 

Figura 17: Gráfico Resumo - Percepção do Nível de Dificuldade de Aplicação das

Técnicas Segundo Equipe. .............................................................................................. 56 

Figura 18: Gráfico resumo - Percepção Sobre Impacto no Consumo de Tempo nos

Projetos. .......................................................................................................................... 57 

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Aderência do Scrum aos processos tradicionais descritos no PMBOK. ....... 34 

Tabela 2 - Processos realizados antes da aplicação da metodologia e os equivalentes

adotados a partir do Scrum. ............................................................................................ 52 

Tabela 3 - Quadro resumo de sugestões e impactos esperados ...................................... 62 

Tabela 4 - Tabela Goal-Question-Metric........................................................................ 70 

Tabela 5 - Termos utilizados na pesquisa. ...................................................................... 71 

Tabela 6 - Seleção do artigo selecionado. ...................................................................... 73 

Tabela 7 - Seleção dos livros, sites e dissertações segundo critérios de inclusão. ......... 74 

Tabela 8 - Tabela resumo da lteratura selecionada......................................................... 74 

Tabela 9 - Comparativo PMBOK x Scrum. ................................................................... 93 

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Lista de Abreviaturas e Siglas

PMI – Project Management Institute

PMBOK – Project Management Body of Knowledge

OOPSLA – Object-Oriented Programming Systems, Languages and Applications

TI – Tecnologia da Informação

PDV – Ponto de Venda

MMCI – Modelo de Maturidade em Capacitação - Integração

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1 INTRODUÇÃO

No atual cenário empresarial, agilidade tornou-se uma característica essencial

para a sobrevivência de uma companhia. Dessa forma, as empresas cada vez mais

demandam sistemas que constantemente atendam às suas necessidades de mudança

(DUANE ET AL., 1999). Assim, a velocidade de entrega dos projetos torna-se crucial

para seu sucesso. Além da rapidez, a flexibilidade para atender às contínuas

modificações também se transforma em atributo necessário para a efetividade de um

projeto na empresa. Nesse contexto, metodologias tradicionais de gerenciamento de

projeto podem não ser adequadas para que diversos produtos finais sejam satisfatórios.

Dessa forma, esse projeto tem a intenção de estudar o caso da aplicação de uma

metodologia de gerenciamento ágil em uma área de processos, envolvido em diversos

projetos interdepartamentais de uma grande empresa do varejo brasileiro que

anteriormente utilizava métodos do gerenciamento de projetos tradicional para conduzir

suas iniciativas.

A área em questão foi criada com o objetivo de compreender as carências nos

processos nas lojas da empresa e, assim, ser capaz de selecionar e implementar projetos

com melhorias adequadas alinhadas ao negócio da organização. A partir do

mapeamento dos processos de negócio da empresa, a área busca encontrar os pontos

críticos e melhora-los.

Buscando uma fundamentação teórica, o primeiro capítulo desse projeto buscará

definir e entender o método tradicional de gerenciamento de projetos a partir da

literatura existente sobre o assunto e aos materiais comumente utilizados pelos

profissionais desse ramo. Em seguida, o segundo capítulo tem o objetivo de fazer o

mesmo com o método ágil. No Apêndice A é possível encontrar um mapeamento

sistemático da literatura que explicita os critérios de seleção da literatura para tal

embasamento teórico.

À luz desses esclarecimentos, no capítulo três serão apontadas as similaridades e

diferenças entre tais metodologias, além de seus pontos positivos e negativos. Após esse

embasamento, será descrita a aplicação da metodologia Scrum no cenário do estudo de

caso. Após tal análise, serão então obtidas conclusões sobre a aplicação do Scrum em

um cenário empresarial contemporâneo.

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Após examinar os resultados através de um ponto de vista teórico - pela análise

a partir de um modelo de maturidade - e outro prático - através de pesquisas de

percepção com os envolvidos - serão então estipuladas metas com o propósito de sanar

os principais pontos falhos encontrados.

1.1 Metodologia

Metodologia é o estudo da organização dos caminhos a serem percorridos, para

se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência (GERHARDT,

SILVEIRA, 2009). Ou seja, o caminho escolhido deve ser válido para que o projeto seja

consistente e atinja seu objetivo final. Dessa forma, será utilizada a pesquisa

bibliográfica para se obter o conhecimento teórico atual (estado da arte) e as

ferramentas, técnicas e métodos atuais (estado da técnica). Ademais, será investigada a

forma como as empresas habitualmente se comportam em relação ao tema (estado da

prática) e para tal será utilizada o recurso do estudo de caso. Essa foi a estratégia

escolhida, pois é utilizada ao se examinar acontecimentos contemporâneos, mas quando

não é possível manipular comportamentos relevantes. Também devido ao fato de o

poder diferenciador do estudo ser a sua capacidade de lidar com uma ampla variedade

de evidências - documentos, artefatos, entrevistas e observações (YIN, 2001) – essa

tática foi a selecionada.

Além disso, foi utilizada a técnica da pesquisa-ação. A pesquisa-ação consiste na

“identificação de estratégias de ação planejada que são implementadas e, a seguir,

sistematicamente submetidas à observação, reflexão e mudança” (GRUNDY,

KEMMIS, 1982). O primeiro passo para a pesquisa-ação é o reconhecimento, através de

uma análise situacional que busca produzir uma visão geral do contexto do caso. O

passo seguinte é, então, mudanças para a melhora da prática a partir da análise feita. Por

último é realizado o monitoramento das mudanças. A figura 1 descreve a metodologia:

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Figura 1: Ciclo de pesquisa-ação.

Fonte: TRIPP D. (2005, p. 446).

No caso desse trabalho, foram realizados os passos de investigação e

planejamento da melhora da prática devido à falta de autonomia para aplicação das

etapas seguintes.

1.2 Objetivo Geral

A essência de um estudo de caso é tentar esclarecer uma decisão ou um conjunto

de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com

quais resultados (SCHRAMM, 1971). Essa é também a natureza desse trabalho:

Compreender por quê o Scrum está sendo escolhido como uma nova metodologia de

gerenciamento de projetos, decifrar a forma como a técnica é implantada em um cenário

empresarial e, por fim, investigar suas consequências, pontos positivos e suas possíveis

deficiências.

1.3 Objetivos Específicos

O projeto tem o objetivo específico de examinar a aplicação da metodologia

Scrum na área do estudo de caso e, a partir da análise da maturidade da metodologia no

caso analisado, da percepção dos envolvidos no caso e das melhores práticas

encontradas na literatura.

Além disso, o estudo tem o objetivo de propor um plano de ação de melhorias

atravésda estipulação de métricas e metas com o objetivo de propor uma melhor

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utilização da metodologia Scrum para o gerenciamento das atividades no cenário

estudado.

1.4 Limites e Limitações

O projeto tem por limitação não aplicar, no âmbito do presente estudo, as

melhorias propostas para verificação de seus efetivos impactos. Esse ponto, mesmo

considerando que traria ganhos importantes ao estudo, não pode ser alcançado devido à

falta de autonomia e de abertura para a introdução de tais recomendações, nos tempos

disponíveis a consecução. Portanto, constadada essa limitação, atentou-se para que os

limites do trabalho fossem tais que não dependessem dessa aplicação para o alcance de

seus objetivos.

Além disso, também seria interessante que a produtividade da equipe fosse

medida antes da aplicação do Scrum, durante a utilização inicial da metodologia e após

a introdução das sugestões de melhoria. Essa comparação não foi feita porque antes do

Scrum não havia a medição de entregas da equipe, impossibilitando então tal

contraponto.

Caso tais dados estivessem disponíveis, os impactos da metodologia ágil

poderiam ser quantificados o que possibilitaria a fundamentação de futuras decisões

sobre qual metodologia de gerenciamento utilizar.

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2 O GERENCIAMENTO DE PROJETOS TRADICIONAL

Uma das definições mais tradicionais de projeto é: um esforço temporário

empreendido com um objetivo pré-estabelecido, definido e claro, seja criar um novo

produto, serviço, processo. Deve ter início, meio e fim definidos, duração e recursos

limitados, em uma sequência de atividades relacionadas (PMBOK Guide, 2013). Além

disso, segundo Dinsmore P. e Cabanis-Brewin J. (2006), um projeto deve ter algumas

características como ser um empreendimento único, ser compostos por atividades

interdependentes, criar entregáveis de qualidade, envolver recursos múltiplos e ser

impulsionado pela restrição tripla (tempo, recursos e qualidade). Por exemplo, para

aumentar o escopo de um projeto os custos e/ou o prazo do mesmo deverão ser

aumentados, ou então, a qualidade final do projeto provavelmente será negativamente

afetada.

Dado esse contexto que pode atingir altos níveis de complexidade, foi sentida a

necessidade da criação de uma disciplina relacionada ao gerenciamento de projetos por

aqueles envolvidos em tais empreendimentos. Segundo o dicionário Webster, a palavra

disciplina possui os dois seguintes significados: “as regras utilizadas para manter o

controle” e “um ramo de conhecimento apoiado por treinamento mental, moral ou

físico”. Dessa forma, o gerenciamento de projetos é uma disciplina que exige disciplina

(DINSMORE, CABANIS-BREWIN, 2006, p. 5) e estuda o ramo do planejamento,

monitoramento e controle de tais iniciativas únicas.

2.1 Metodologias de Gerenciamento de Projetos

Uma metodologia é um conjunto de orientações e princípios que podem ser

adaptados e aplicados em uma situação específica (CHARVAT, 2003). Dada a

existência de uma disciplina que estuda o gerenciamento de projetos, a metodologia

seria a direção a ser seguida a partir de tal base de conhecimento. Assim, no que diz

respeito ao gerenciamento de projetos, a metodologia seria o conjunto de diretrizes e

práticas a serem seguidas em todas as fases do ciclo de vida do projeto. Para H. Kerzner

(1999), o alcance da excelência em gerenciamento de projetos não é possível sem um

processo repetitivo que possa ser utilizado em cada projeto, além disso, segundo ele

uma metodologia de gestão de projetos deve ter também as seguintes características:

1. Um nível recomendado de detalhes;

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2. Uso de modelos;

3. Técnicas padronizadas de planejamento, programação e controle;

4. Formato padronizado de relato de desempenho;

5. Flexibilidade na aplicação nos projetos;

6. Flexibilidade para melhorias, quando necessário;

7. Facilidade de entendimento e aplicação;

8. Ser aceita e aplicada em toda a Organização.

Joslin e Müller (2015) definem os elementos de uma metodologia de

gerenciamento de projeto como processos, ferramentas, técnicas, áreas de conhecimento

e perfis de capacidade compreensiva. Esse último elemento diz respeito à flexibilidade

da metodologia em se adaptar às possíveis limitações. Estudos mostram que as

metodologias de gerenciamento de projetos não são completamente adequadas às

organizações sendo elas desenvolvidas in-house (customizadas) ou soluções off-the-

shelf (prontas) (FORTUNE ET AL., 2011; WHITE, FORTUNE, 2002). Quando isso

ocorre, os próprios gerentes de projeto customizam os métodos para que eles se

encaixem melhor em seus cenários (WELLS, 2013).

2.2 O Gerenciamento de Projetos Segundo o PMI

Tendo em mente a variabilidade e a complexidade que projetos podem atingir,

em 1969 foi fundado o Project Management Institute (PMI). O PMI é uma instituição

internacional sem fins lucrativos cujos principais objetivos são: formular padrões

profissionais de gestão de projetos, gerar conhecimento por intermédio da investigação

e promover a gestão de projetos como profissão através de seus programas de

certificação.

Com o objetivo de documentar e padronizar as práticas comumente utilizadas e

aceitas no âmbito da gestão de projetos, o PMI criou o Guia do Conhecimento em

Gerenciamento de Projetos, em inglês, Project Management Body of Knowledge (Guia

PMBOK). Segundo o guia PMBOK (2013), o gerenciamento de projetos é a aplicação

do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto para

atender aos seus requisitos. Ele é realizado pela aplicação e integração apropriadas dos

47 processos de gerenciamento de projetos, logicamente agrupados em cinco fases de

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processos sendo eles processos de início, planejamento, execução, monitoramento e

controle e encerramento.

Além disso, o guia afirma que o gerenciamento de um projeto normalmente

inclui, mas não se limita a: Identificação dos requisitos; Abordagem das diferentes

necessidades, preocupações e expectativas das partes interessadas no planejamento e

execução do projeto; Estabelecimento, manutenção e execução de comunicações ativas,

eficazes e colaborativas entre as partes interessadas; Gerenciamento das partes

interessadas visando o atendimento aos requisitos do projeto e a criação das suas

entregas; Equilíbrio das restrições conflitantes do projeto que incluem, mas não se

limitam, a: Escopo, qualidade, cronograma, orçamento, recursos e riscos.

Assim, cada um desses processos ocorre em cada ponto do ciclo de vida do

projeto e se relacionam entre si, alguns ocorrem apenas uma vez como a inicialização e

outros formam ciclos repetitivos como os processos de monitoramento e controle. De

maneira sintética, os processos se desenvolvem ao decorrer do projeto como

demonstrado na figura a seguir:

Figura 2: Relações entre grupos de processos de gerenciamento de projetos segundo.

PMBOK.

Fonte: Baseado em PMBOK (2013, p.69).

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Segundo as boas práticas descritas no PMBOK, são sugeridas as ações e

documentações necessárias em cada um desses processos. Eles estão definidos da

seguinte forma:

Processos de iniciação: Realizados para obter autorização para iniciar

projeto ou uma nova fase do mesmo. Nesses processos, o escopo inicial e as

partes interessadas no projeto devem ser definidos. Uma vez escolhido, o

gerente de projeto deve fazer o termo de abertura, documento que quando

aprovado marca a autorização para o início do empreendimento.

Processos de planejamento: Processos executados para limitar e depurar os

objetivos do projeto e desenvolver o plano de ação para que tais propósitos

sejam alcançados. Os documentos do projeto desenvolvidos nesses

processos devem percorrer todos os aspectos do escopo, tempo, qualidade,

comunicação, recursos humanos, riscos, aquisições e gerenciamento das

partes interessada. Alguns exemplos dessa documentação são: cronograma,

plano de comunicação do projeto e plano do projeto.

Processos de execução: Processos realizados para alcançar as especificações

do projeto definidas no plano de gerenciamento do projeto. Através desses

métodos, deve ser feita a coordenação das pessoas e recursos, gerenciadas

as expectativas das partes interessadas, e também integradas e executadas as

atividades do projeto. Caso seja identificada a necessidade de alguma

mudança no curso planejado inicialmente, é preciso que os documentos

originais sejam alterados através de solicitações de mudança.

Processos de monitoramento e controle: Processos utilizados para

acompanhar e analisar o andamento e o desempenho do projeto; identificar

pontos nos quais são requisitadas mudanças no plano original.

Processos de encerramento: Processos executados para finalizar todas as

atividades de todos os grupos de processos de gerenciamento do projeto.

Deve-se concluir formalmente o projeto ou a fase.

O ciclo de vida do projeto define as fases que conectam o início de um projeto

ao seu final (PMBOK, 2013). Para Vargas (2005, p. 38), as fases do ciclo de vida do

projeto dependem, intimamente, da natureza do mesmo. A linha pontilhada demonstra a

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instensidadeda execução do projeto. Na figura a seguir é possível ver o ciclo de vida de

um projeto tradicional:

Figura 3: Ciclo de Vida de um Projeto Clássico.

Fonte: VARGAS (2005, p. 35).

Como descrito anteriormente, segundo as boas práticas há uma distribuição ideal

dos processos a serem seguidos ao longo de todo esse ciclo de vida. A seguir, a figura 4

descreve resumidamente a distribuição dos processos e da documentação normalmente

requerida ao longo de um projeto.

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Fonte: Baseado em PMBOK (2013, p. 53).

Pode-se dizer que as boas práticas apresentadas no PMI são as diretrizes mais

comumente utilizadas no gerenciamento de projetos tradicional. É evidente o fato de o

fluxo do projeto ser unilateral. Uma vez cuidadosamente planejado, o projeto segue o

caminho da execução. Assim, é possível afirmar que as metodologias tradicionais de

gerenciamento de projetos possuem uma abordagem intolerante a mudanças

(WYSOCKI R., 2007). Isso não ocorre devido a falta de ciclos de feedback já que eles

são existentes mas sim devido ao tempo e esforço necessários para as mudanças. Esse

modelo, também denominado “cascata” é exibido na imagem a seguir:

Figura 4: Processos ao longo do ciclo de vida de um projeto.

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Figura 5: Abordagem linear para o gerenciamento de projetos: O modelo cascata.

Fonte: Baseado em WYSOCKI R. (2007, p. 49).

Após analisar o modelo clássico descrito fica claro que ele requer que o cliente

tenha seus requisitos o mais definidos e claros o possível antes que o planejamento

comece a ocorrer.

2.3 A Maturidade do Gerenciamento de Projetos nas Organizações

Com a crescente utilização do gerenciamento de projetos no cenário empresarial,

como descrito anteriormente, modelos com objetivo de sofisticar e otimizar esse

gerenciamento também têm ganhado importância (ALBRECHT e SPANG, 2014).

Modelos de maturidade tem o objetivo de guiar e encorajar organizações

buscarem melhorias contínuas em seus processos através de um método. O Modelo de

Maturidade em Capacitação1 - Integração (MMCI, em inglês, Capability Maturity

Model - Integration ou CMMI) tem seu foco em uma abordagem de melhoria de

processo que auxiliam organizações em adotar o melhor tipo de prática de cada área de

processo e, assim, melhorar o seu desempenho (CHRISSIS ET AL., 2003) (MENEZES,

2002).

Um nível de maturidade é caracterizado por um conjunto de áreas de processos

pré-definidos, julgados pela capacidade de atender às metas específicas e gerais

aplicáveis às várias áreas. (THESTANDISHGROUP, 2010). Essa abordagem é 1 Capacitação traduzido do termo Capability em inglês tem o sentido de “ser capaz de” e “estar apto a”.

Nesse caso, significa a avaliação sobre a organização ser capaz de aplicar as melhores präticas do modelo.

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20

altamente bem-sucedida em empresas ao redor do mundo que buscam utilizar as

melhores práticas de gerenciamento (YIN, 2011).

O CMMI possui dois tipos de representação a "contínua" e a "por estágios". A

primeira possibilita à organização utilizar a ordem de melhoria que melhor atende os

objetivos de negócio da empresa e é caracterizado pelos níveis de capacidade abaixo:

Nível 1: Processo é executado de modo a completar o trabalho necessário para a

execução de um processo.

Nível 2: É possível planejar a execução e comparar o executado com o que foi

planejado.

Nível 3: Processo é construído sobre as diretrizes do processo existente. É mantida

uma descrição documentada do processo.

Nível 4: Processo é gerenciado quantitativamente através de estatísticas e outras

técnicas.

Nível 5: Processo gerido quantitativamente é alterado e adaptado para atender às

necessidades negociais/estratégicas da empresa.

Dessa forma, a capacidade é medida por processos separadamente, onde é

possível ter um processo com um nível um e outro processo com outro.

Na outra maneira, a por estágios, é descrita uma sequência pré-determinada para

melhoria baseada em estágios, onde um estágio depende do anterior. Esse tipo é

caracterizado por Níveis de Maturidade:

Nível 1 – Inicial: Processos imprevisíveis, pobremente controlados e reativos.

Nível 2 – Gerenciado: Processos caracterizados por projetos e, na maioria dos casos

reativos.

Nível 3 – Definido: Processos proativos definidos e caracterizados pela organização.

Nível 4 – Quantitativamente Gerenciável: Processos medidos e controláveis.

Nível 5 – Otimização: Foco na melhora contínua dos processos.

Esta representação é projetada para dar a empresa uma sequência lógica de

melhorias. Além disso, também permite que a maturidade entre diferentes projetos e

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21

entre distintas organizações tenham uma mesma base de avaliação e, assim, possam ter

suas maturidades comparadas.

Levando esse conceito para a esfera do gerenciamento de projetos o PMI dá a

seguinte definição para maturidade de gerenciamento de projetos: "A maturidade de

gerenciamento de projetos organizacionais descreve a capacidade geral de uma

organização para selecionar, gerenciar e executar projetos de uma forma a suportar seus

objetivos estratégicos".

Kerzner (1999) propôs um modelo de maturidade de gerenciamento de projetos

e sugeriu que, para uma empresa atingir a excelência em gerenciamento de projetos, é

preciso percorrer cinco níveis assim como ocorre no CMMI. Nesse modelo o primeiro

nível é encontrado uma linguagem comum de gerenciamento de projetos permeia toda a

organização. O segundo nível diz respeito ao desenvolvimento de processos padrões a

serem utilizados e repetidos em todos os empreendimentos da organização. O nível três

é alcançado quando a organização é capaz de perceber a possibilidade de combinar

diversas metodologias de gerenciamento com o objetivo final de melhor gerenciar seus

projetos. O quarto nível é atingido quando a empresa é capaz de realizar benchmarking

– comparação de boas práticas do mercado com suas próprias práticas. O quinto e

último nível nada mais é do que a melhoria continua dos processos através das

descobertas obtidas através do benchmarking.

Além disso, tanto para medir o grau de maturidade do gerenciamento de projetos

de uma organização quanto para mensurar o sucesso da aplicação de alguma

metodologia, ou do próprio projeto em si, podem ser criados critérios e métricas.

Métricas trazem consistência e formalidade à gestão de projetos. Com métricas,

decisões importantes de projeto podem ser tomadas com base em informações. Em

essência, métricas trazem objetividade às ferramentas para o monitoramento de projetos

(PATAH, CARVALHO, 2012, p. 6). Ou seja, é possível estabelecer critérios e para

melhor examinar o grau de maturidade do gerenciamento de projetos em uma

organização e a partir desses dados sólidos traçar um caminho de melhoria.

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3 METODOLOGIAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ÁGEIS E A

METODOLOGIA SCRUM

O gerenciamento de projetos tradicional descrito no capítulo anterior teve sua

origem em indústrias clássicas da engenharia como a civil e a automotiva. Nesses

cenários, é possível estimar o fluxo de trabalho e visualizar de forma concreta o

progresso do projeto. Hoje em dia, como desenvolvimento tecnológico, as companhias

dependem cada vez mais no desempenho de seus sistemas informacionais, e assim,

projetos de desenvolvimento e aprimoramento de software se tornam cada vez mais

comuns no cotidiano empresarial.

Segundo Nardi (2009), administrar projetos de qualquer natureza tem sido uma

tarefa árdua, em especial na área de Engenharia de Software, em função da velocidade

com que as mudanças e as inovações acontecem. Os projetos de software, geralmente,

são marcados por fracassos em decorrência dos prazos e orçamentos não cumpridos,

além de clientes insatisfeitos com o resultado do projeto. O desenvolvimento de

software é um processo “inovativo” em contraponto ao processo preditivo da produção

tradicional de bens físicos e, dessa forma, o gerenciamento clássico se mostra muitas

vezes incapaz de atender às necessidades desses novos tipos de projeto.

Na década de 70, Winston Royce descreveu um método serial para o

desenvolvimento de software. O modelo waterfall é não iterativo composto pelas

seguintes fases em sequência: reunião das especificações para definir como o software

será, análise detalhada das especificações e design, desenvolvimento do software de

acordo com o plano, teste e, em seguida, implementação. Apesar do desenvolvimento de

novos modelos, até alguns anos atrás o modelo cascata era o método

predominantemente utilizado por mais de um terço dos desenvolvedores de software

(LAPLANTE, NEILL, 2004). A adoção desse padrão pode até auxiliar o

desenvolvimento de software, mas, em 70% dos casos que o utilizam, as entregas não

alcançam um ou mais objetivos iniciais do projeto (SOUMYADIPTA, SINGH, 2005).

Segundo o Dicionário Online da língua portuguesa, a definição de ágil é: “Que

se move de maneira rápida, veloz. Que se comporta ou trabalha de maneira eficaz e

rápida” (Disponível em: < https://www.dicio.com.br/agil >. Acesso em: 07/01/2017.).

Essa é uma característica cada vez mais necessária aos processos empresariais. A

criação de métodos de desenvolvimento de software ágil nada mais é do que uma

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resposta às novas necessidades do mercado, pois busca oferecer processos mais “leves”

e rápidos no desenvolvimento de tais produtos.

O movimento ágil teve seu início quando um grupo de desenvolvedores de

software e consultores da área publicou o “Manifesto de desenvolvimento de software

ágil” em 2001 (BECK ET AL. 2001, COCKBURN, 2002). Os valores focais descritos

no manifesto são: Indivíduos e interações sobre processos e ferramentas; Software que

funcione sobre documentação abrangente; Colaboração com o cliente sobre negociação

de contratos e responder a mudanças sobre seguir um plano.

Ou seja, os primeiros valores são considerados mais valiosos do que os

segundos. Dessa forma a prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua e

veloz de software com valor agregado. Possíveis mudanças nos requisitos, com o

objetivo de tornar o software melhor, não são mal vistas mesmo ocorrendo tardiamente

no desenvolvimento. Isso ocorre, pois, os processos ágeis buscam tirar vantagem das

mudanças que possam trazer benefícios para o cliente.

Outro ponto realçado pelo manifesto é a entrega frequente, de poucas semanas a

poucos meses, de software funcional. Além disso, pessoas do negócio para qual o

software está sendo feito e os desenvolvedores devem trabalhar diariamente em

conjunto por todo o projeto. Por outro lado, os processos ágeis promovem

desenvolvimento sustentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser

capazes de manter uma velocidade constante de entregas de maneira sustentável.

A motivação da equipe também é destacada, o manifesto afirma que o projeto

deve ser construído em torno de indivíduos motivados, e capazes de se auto gerir, que

são confiados para fazer o trabalho necessário e devem encontrar um ambiente

adequado assim como o suporte necessário.

Sobre comunicação, o manifesto declara que o método mais eficiente de

transmitir informações dentro de uma equipe de projeto é ao vivo, através de conversa

face a face. No que diz respeito a medidas de desempenho, o software funcionando é a

medida primária de progresso. E, por último o manifesto aconselha que em intervalos

regulares, a equipe reflita sobre como se tornar mais eficaz e então deve refinar e ajustar

seu comportamento de acordo com as descobertas.

A corrente do gerenciamento de projeto ágil é uma derivação do movimento de

desenvolvimento de software ágil já que tem suas raízes nos princípios descritos acima.

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A primeira vez na qual a ideia do gerenciamento de projetos ágil foi levantada

ocorreu em 1986, em um artigo escrito por Takeuchi e Nonaka publicado na Harvard

Business Review. O gerenciamento de projetos ágil utiliza principalmente dois

conceitos importantes: Minimização de riscos baseada em iterações curtas com

entregáveis claramente descritos e comunicação direta com os envolvidos no

desenvolvimento do projeto no lugar de documentação abundante (CERVONE, 2011

p.5). Ambas as características buscam ajudar o time do projeto em situações onde

mudanças imprevisíveis e rápidas precisam ser feitas.

Assim como existem diversos tipos de projetos, há também diversos métodos

ágeis. Alguns deles são: Scrum, gerenciamento de projetos extremo, gerenciamento de

projetos adaptativo e gerenciamento de projetos dinâmico. Todas essas metodologias

possuem em comum os princípios ágeis descritos acima e o Scrum é o mais amplamente

utilizado dentre esses. A ideia geral de todos eles é subdividir o projeto em pedaços

iterativos e incrementais menores. A figura abaixo demonstra o workflow de uma

abordagem iterativa para o gerenciamento de projetos genérico segundo Robert K.

Wysocki (2007):

Figura 6: Workflow de um desenvolvimento de projeto ágil genérico.

Fonte: Baseado em WYSOCKI (2007, p. 51).

O Scrum foi introduzido como uma técnica de desenvolvimento de software

ágil em 1995 (SCHWABER, SUTHERLAND, 1995). Nesse mesmo ano os autores

realizaram um workshop sobre o tema na OOPSLA (Object-Oriented Programming

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Systems, Languages and Applications), conferência anual em orientação a objetos,

programação, sistemas, linguagens e aplicações. Após esse momento, a metodologia foi

alavancada e passou a ser adotada por desenvolvedores de software ao redor do mundo.

Hoje, o Scrum é descrito como um framework que permite a abordagem de

processos adaptativos complexos ao mesmo tempo em que entregam de forma produtiva

e criativa produtos com o maior valor possível (SCHWABER, SUTHERLAND, 2016).

A capacidade de se adaptar às necessidades do cliente do projeto é, desta forma, um dos

critérios que influenciam no sucesso final de um projeto (WYSOCKI, 2007) já que hoje

em dia existe uma grande variabilidade nos requisitos dos projetos ao longo do curso do

mesmo.

De forma prática, a ideia central do Scrum é quebrar o projeto em várias

interações de tempos relativamente curtos. Em cada um desses períodos denominados

Sprints, que devem durar menos do que um mês, a equipe do projeto planeja, analisa os

requisitos do projeto, executa, testa o que foi feito e ao final apresenta para o cliente

para obter feedback. Não é esperado que o produto seja completamente entregue, mas

sim que ele seja incrementado a cada fase até que atinja sua completude. Dessa forma, o

projeto se torna o resultado dessas múltiplas interações. Isso minimiza o risco de a

entrega final ser inadequada, já que é possível identificar o desenvolvimento do produto

passo a passo (SOUMYADIPTA, SINGH, 2005).

Em seu livro “Scrum: A Arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo”,

Jeff Sutherland, “co criador” do Scrum, resume nos seguintes passos como aplicar a

metodologia:

1. Escolher um Product Owner: Essa será a pessoa é quem tem a visão do

que a equipe do projeto fará, produzirá ou realizará e deve levar em

consideração os riscos, recompensas envolvidas nas escolhas de

priorização durante o projeto.

2. Selecionar a equipe do projeto: A equipe é a responsável por concretizar a

visão do Product Owner e por isso, deve ter as habilidades necessárias

para tal. Os grupos devem ser relativamente pequenos, de três a nove

pessoas.

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3. Definir um Scrum Master: Esse é o responsável por treinar a equipe na

estrutura do Scrum. O Scrum Master tem também o papel de garantir que

equipe cumpra as práticas da metodologia e respeite seus valores.

4. Criar um backlog do produto e priorizá-lo: O backlog é o mapa do produto

e contém visão de “tudo que a equipe poderia realizar” em ordem de

prioridade. É papel de o Product Owner escolher como priorizar as tarefas

durante todo o projeto. Para tal, devem ser consultadas todas as partes

interessadas e equilibrar o que deve ser feito com o que é possível ser

feito. Cada atividade tem um grau de dificuldade definido pelo Planning

Poker. O Planning Poker se baseia na ideia de estimar o esforço de cada

tarefa a ser realizada no projeto através de um jogo de cartas. No jogo cada

envolvido no processo estima, de acordo com a opinião e a experiência

pessoal, o nível de dificuldade das tarefas do backlog. No Scrum, a escala

convencional de pontos é a sequência de Fibonacci (0,1,2,3,5,8,13 etc.).

Para estimar os pontos de cada tarefa, é atribuído um ponto para a tarefa

mais simples de todas e pontua as demais a partir dela. Ao pontuar as

atividades, passará a existir uma referência do esforço para concluir o

projeto. O objetivo é que haja um consenso através de uma discussão

rápida caso haja divergências de opinião. Dessa forma, cada atividade do

projeto é pontuada com um grau de dificuldade como descrito na imagem

a seguir:

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Figura 7: Replicação de uma rodada de Planning Poker.

Fonte: http://blog.acelerato.com/agile/utilizando-planning-poker-para-

estimar-seu-backlog/ em 09/10/2016.

5. Redefinir e estimar o backlog do produto: Os itens a serem desenvolvidos

na lista do backlog devem estar em constante análise. Só deve permanecer

o que de fato trouxer valor para o projeto e for factível de ser realizado. De

acordo com a experiência a equipe deve também modificar a graduação de

dificuldade de cada atividade.

6. Planejar o Sprint: O planejamento do primeiro Sprint é a reunião inicial do

Scrum. Nela, a equipe o Product Owner e o Scrum Master devem

consultar o backlog e prever quantas atividades será capaz de fazer no

tempo determinado para o Sprint. Após a realização de alguns ciclos, o

grupo deve verificar o número de pontos que realizou no Sprint anterior.

Essa pontuação é a velocidade do time e esse número, o objetivo é que ela

aumente a cada fase.

7. Tornar o trabalho visível: A maneira mais utilizada é a criação de um

“Quadro Scrum” que deixe visível as três colunas: A fazer, fazendo e feito.

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8. Realizar a reunião diária ou Scrum diário: Todo dia deve ser realizada uma

reunião com no máximo quinze minutos onde a equipe e o Scrum Master

se reúnem e respondem a três perguntas: “O que você fez ontem para

ajudar a equipe a concluir o Sprint? ”, “O que você fará hoje para ajudar a

equipe a concluir o Sprint? ” E “Há algum obstáculo impedindo o alcance

da meta do Sprint? ”

9. Revisar o Sprint: Reunião para a equipe demonstrar para todas as partes

interessados do projeto o que foi realizado durante o ciclo de execução.

10. Retrospectiva do Sprint: Análise do feedback das partes interessadas para

identificar possíveis falhas e corrigi-las nos Sprints futuros.

Com essa estrutura, o processo de desenvolvimento se torna capaz de lidar

melhor com todas as variáveis envolvidas no progresso do projeto já que incorcora

naturalmente os feedbacks e mudanças. Elas podem ser tanto ambientais quanto técnicas

como requisitos, prazos, recursos e tecnologia e provavelmente sofrerão modificações

com o passar do tempo. A utilização desta metodologia torna o processo de

desenvolvimento tão imprevisível e flexível quanto o cenário exigir. Como resultado, o

sistema desenvolvido torna-se capaz de alterar-se de acordo com as mudanças do

projeto e, dessa forma, se faz útil uma vez que é entregue (SCHWABER, 1995).

3.1 Maturidade no Scrum

Inspirados no CMMI descrito no capítulo anterior, Patel e Ramachandran (2009)

propuseram o Modelo de Maturidade Ágil (Agile Maturity Model). A figura 8 a seguir

resume o modelo:

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Figura 8: Resumo do Modelo de Maturidade Ágil.

Fonte: Baseado em PATEL C., RAMACHANDRAN M. (2009, p. 6).

O nível 1 caracteriza organizações que não possuem processos ágeis claramente

definidos, ou seja, opera-se a através de uma abordagem própria e pouco estabelecida.

Nesse caso, o sucesso depende totalmente nos indivíduos. Os principais problemas

enfrentados por empresas que se encontram nesse patamar é a dificuldade de cumprir o

planejamento no prazo, o orçamento e atingir a qualidade definida.

O nível 2 diz respeito a organizações que apresentam estruturas mais completas

e estruturadas de metodologia ágil. Apesar de apresentarem menos empecilhos do que

as de nível 1, ainda enfrentam alguns desafios comunicacionais. As empresas nível 2

dão particular foco aos processos de planejamento e mapeamento dos requisitos do

projeto através da utilização do jogo de cartas, Planning Poker no Scrum.

O terceiro nível, definido, foca nas práticas relacionadas a relacionamento com

cliente, entregas frequentes, comunicação e testes de qualidade. O relacionamento com

o cliente é mantido através da garantia de alta efetividade das entregas através do

profundo conhecimento de suas necessidades. Por outro lado, o desafio desse patamar é

manter a alta velocidade das entregas de maneira sustentável. Além disso, não há

gerenciamento de riscos.

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O nível 4 tem o foco exatamente na velocidade sustentável das entregas do

projeto. As principais metas são gerenciamento do projeto, agenda de trabalho definida

e cumprida, uma equipe capaz de se auto-organizar e gerenciamento de riscos. Além

disso, as organizações nesse grau medem o desempenho de seus projetos e a qualidade

do produto entregue, tanto a prática quanto a entrega são medidas quantitativamente.

O último nível diz respeito a capacidade de gerenciar o desempenho dos projetos

com o objetivo de melhorá-los continuamente. Isso é alcançado através de feedback

quantitativo dos projetos cujos resultados são efetivamente utilizados para geri-los. Esse

nível de maturidade aborda problemas relativos ao nível de satisfação tanto do cliente

quanto da equipe interna, portanto, pretende melhorar o desempenho dos projetos e

evitar possíveis falhas.

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4 SCRUM VERSUS GERENCIAMENTO DE PROJETOS TRADICIONAL

Após definir a examinar as metodologias tradicionais e ágeis é possível entender

as principais semelhanças e diferenças entre elas. Pode-se dizer que o movimento ágil

surgiu em reação aos métodos clássicos de desenvolvimento de software exatamente por

eles possuírem pontos considerados deficientes para suas necessidades. As

metodologias ágeis se apresentam como uma alternativa para o desenvolvimento de

software e guiado por documentação (ILIEVA S., IVANOV, STEFANOVA E., 2004).

Além disso, o método tradicional pode funcionar para empreendimentos palpáveis ou

definidos na fase de planejamento. Quando os requisitos são inconstantes, essa

abordagem talvez se mostre “engessada”.

Outro ponto abordado na literatura como sendo um ponto fraco do

gerenciamento de projetos tradicionais é o fato de seu foco não ser o cliente do projeto.

A maior parte da energia é direcionada para satisfazer a restrição tripla e a satisfação do

cliente acaba ficando em segundo plano. Sucesso e fracasso são tipicamente avaliadas

em agendas de reunião, orçamentos e especificações, mas não em função de alcançar

satisfação plena do cliente (FRAME J., 2002).

De forma geral, pode-se perceber que o método tradicional traz consigo

uma grande carga de documentação e “burocracia” durante todo o ciclo de vida do

projeto. Isso pode ser bom, pois aumenta a chance que todos os processos e métodos

sejam seguidos, mas, por outro lado, exige um tempo maior para que as formalidades

sejam aprovadas e os documentos elaborados.

O próprio PMBOK (2008) cita ciclos de vida de projeto adaptativos. Segundo o

guia, os métodos adaptativos geralmente são preferidos quando se lida com um

ambiente em rápida mutação, quando os requisitos e escopo são difíceis de definir

antecipadamente, e quando é possível definir pequenas melhorias incrementais que

entregarão valor às partes interessadas. No entanto, posteriores sugestões em relação a

como gerir tais ciclos de vida não são esquematizadas.

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Pode-se perceber no ciclo de vida tradicional, não há loops iterativos para

modificação do escopo das entregas do projeto. Já no ciclo de vida do Scrum, como

pode ser visto abaixo na figura 9, a mudança é intrínseca ao método através da

iteratividade.

Figura 9: Ciclo de vida do projeto segundo metodologia Scrum.

Fonte: Elaboração própria

Rodrigues (2013) mapeou os processos que aparecem no PMBOK e os

confrontou com os que são abordados pelo Scrum. Dessa forma, sua tabela original

presente no Anexo 1 foi modificada chegando a tabela comparativa a seguir onde é

possível ver quais grupos de processos tradicionais são abordados no Scrum.

Disciplina  Grupo do Processo  Ação Abordado no Scrum? 

Integração  Iniciação Desenvolver o termo de abertura do projeto  Sim 

Integração  Planejamento Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto  Sim 

Integração  Execução Orientar e gerenciar a execução do projeto  Sim 

Integração Monitoramento & Controle 

Monitorar e controlar o trabalho do projeto  Sim 

Integração Monitoramento & Controle 

Realizar o controle integrado de mudanças  Sim 

Integração  Encerramento  Encerrar o projeto ou fase  Sim 

Escopo  Planejamento  Coletar os requisitos  Sim 

Escopo  Planejamento  Definir o escopo  Sim 

Escopo  Planejamento  Criar a EAP  Não 

       

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Disciplina  Grupo do Processo  Ação Abordado no Scrum? 

Escopo Monitoramento & Controle 

Verificar o escopo Sim 

Escopo Monitoramento & Controle 

Controlar o escopo Sim 

Tempo  Planejamento  Definir as atividades  Sim 

Tempo  Planejamento  Sequenciar as atividades  Sim 

Tempo  Planejamento Estimar os recursos das atividades  Sim 

Tempo  Planejamento Estimar as durações das atividades  Sim 

Tempo  Planejamento  Desenvolver o cronograma  Sim 

Tempo Monitoramento & Controle 

Controlar o cronograma Sim 

Custos  Planejamento  Estimar custos  Não 

Custos  Planejamento  Determinar orçamento  Não 

Custos Monitoramento & Controle 

Controlar os custos Não 

Qualidade  Planejamento  Planejar a qualidade  Sim 

Qualidade  Execução Realizar a garantia da qualidade  Não 

Qualidade Monitoramento & Controle 

Realizar o controle da qualidade  Sim 

Recursos  Planejamento Desenvolver o plano de recursos humanos  Sim 

Recursos  Execução  Mobilizar a equipe do projeto  Não 

Recursos  Execução Desenvolver a equipe do projeto  Sim 

Recursos  Execução  Gerenciar a equipe do projeto  Sim 

Comunicação  Iniciação Identificar as partes interessadas  Não 

Comunicação  Planejamento  Planejar as comunicações  Sim 

Comunicação  Execução  Distribuir as informações  Sim 

Comunicação  Execução Gerenciar as expectativas das partes interessadas  Sim 

Comunicação Monitoramento & Controle 

Reportar o desempenho Sim 

Riscos  Planejamento Planejar o gerenciamento dos riscos  Não 

Riscos  Planejamento  Identificar os riscos  Sim 

Riscos  Planejamento Realizar a análise qualitativa dos riscos  Não 

Riscos  Planejamento Realizar a análise quantitativa dos riscos  Não 

Riscos  Planejamento  Planejar respostas aos riscos  Não 

Riscos Monitoramento & Controle 

Monitorar e controlar os riscos Não 

Aquisições  Planejamento  Planejar as aquisições  Não 

Aquisições  Execução  Conduzir as aquisições  Não 

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Disciplina  Grupo do Processo  Ação Abordado no Scrum? 

Aquisições Monitoramento & Controle 

Administrar as aquisições Não 

Aquisições  Encerramento  Encerrar as aquisições  Não 

Tabela 1 - Aderência do Scrum aos processos tradicionais descritos no PMBOK.

Fonte: Baseado em RODRIGUES E (2016).

Examinando a comparação conclui-se que de maneira geral, o Scrum aborda

62% dos processos descritos na metodologia tradicional. Tal abordagem pode ocorrer de

forma diferente do proposto no método clássico. Por exemplo, o desenvolvimento do

termo de abertura do projeto tem sua equivalência no Scrum através do processo de

definição de visão do projeto e a atribuição dos papéis como equivalente ao termo de

abertura. No que diz respeito ao gerenciamento do tempo, sai o tradicional controle do

cronograma e entra o controle da execução das atividades do Sprint e gerenciamento do

prazo do mesmo. Nesse sentido, o Scrum apresenta poucas ferramentas se comparado ao

PMBOK.

Agrupando os processos acordo com seus grupos como visto abaixo, pode-se

perceber que os grupos de iniciação e controle recebem menos atenção no framework do

Scrum se comparadas aos de planejamento monitoramento e controle e execução. Isso

ocorre, pois, o Scrum não possui uma fase de planejamento anterior intensa. Além disso,

controla o andamento do projeto, o encerramento de cada fase e as lições aprendidas,

mas não determina em detalhes como encerrar um projeto.

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Figura 10: Comparação entre as ações abordadas no Scrum e no PMBOK separadas pelo grupo de processos de um projeto.

Fonte: Elaboração própria.

O Scrum acaba não abordando algumas das áreas que antecedem, sucedem e

permeiam o desenvolvimento de um projeto justamente pela busca da agilidade e a

entrega de valor no menor tempo possível. Com o grande foco nos processos da etapa

de execução o método não contempla áreas que, dependendo da complexidade ou

segmento de um projeto, podem ser tão importantes quanto a entrega do produto final

(CRUZ F., 2015).

De forma geral, cada uma das abordagens apresentadas possui pontos fortes e

fracos. Assim, a metodologia deve ser escolhida de acordo com as características do

projeto. Wesley A. em 2010 propôs um caminho para a decidir as técnicas mais

apropriadas para a gestão do projeto, dependendo das especificidades do mesmo como

exibido na figura 11.

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36

Figura 11: Espectro de complexidade de projetos: SCRUM ou PMBOK?

Fonte: http://www.inovagp.com/2012/01/scrum-vs-pmbok-como-definir-em-qual-seu-

projeto-se-encaixa-melhor/. Acesso em 11/10/2016.

A classificação da complexidade do projeto, apesar de um tanto subjetiva, é feita

através da análise dos requisitos e da tecnologia envolvida. Os requisitos são

classificados como certos ou incertos e a tecnologia encaixada em uma escala de

conhecida a desconhecida.

De maneira conclusiva, o Scrum é mais apropriado para projetos complexos

onde é difícil definir a priori o escopo total do trabalho. Já a metodologia apresentada

pelas práticas do PMBOK é mais apropriada para projetos que caem no espectro

simples já que essa metodologia abrange uma série de processos que tem funcionado

para projetos onde os requisitos e a tecnologia são bem conhecidos no início do

empreendimento.

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5 ESTUDO DE CASO

Nesse capitulo será aprofundado o caso da implantação da metodologia Scrum

no gerenciamento nos projetos de uma área de negócios de uma grande empresa do

varejo brasileiro.

5.1 Apresentação da Área de Engenharia de Processos

A área a ser estudada faz parte de uma grande empresa brasileira do segmento de

varejo. A companhia possui mais de mil lojas em 410 cidades no país e apresenta um

sortimento de aproximadamente 60 mil itens que são comprados de mais de 4 mil

fornecedores. Em um dia de eventos especiais como Natal, Páscoa e Black Friday pode

atender até 2 milhões de clientes em suas lojas.

Além disso, a empresa apresenta uma cultura dinâmica onde mudança,

velocidade e resultado são fatores presentes na rotina de todos os funcionários. Como

exemplo dessa cultura, um dos princípios da empresa é “Entender velocidade, urgência

e complacência zero como fatores de vantagem competitiva duradoura”.

A partir de uma demanda não atendida dentro da companhia, havia uma carência

no suporte das demandas da diretoria de operações da empresa, foi criada a área de

engenharia de processos que será analisada. Uma das insuficiências era a baixa

integração entre as diversas áreas e departamentos da empresa. Ademais, ocorria uma

falta de conhecimento sobre a real cadeia de valor do negócio em loja e,

consequentemente, não existia a priorização para a entrada de projetos nas filiais. Por

último, também era necessária a padronização dos processos de loja através de

documentos formais. Nesse cenário foi proposta a estruturação de um departamento

focado no entendimento das carências das lojas da empresa, com o objetivo de

selecionar e implementar projetos com melhorias adequadas alinhadas ao negócio da

organização.

Assim, foi definido como propósito da área alcançar uma mudança de patamar

na operação das lojas da companhia. Foi estipulado que esse objetivo deveria ser

alcançado através de quatro princípios básicos:

Padronização: Padronizar processos;

Inovação: Ampliar os ganhos obtidos com projetos de inovação;

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Redesenho: Eliminar, simplificar e automatizar os processos de loja;

Controle: Melhorar o controle e gestão das lojas solucionando problemas.

A formação da área foi dividida em duas fases visando um melhor entendimento

das necessidades prioritárias das lojas. A primeira fase foi composta pelo levantamento

do cenário na época, ou seja, os processos, padrões, sistemas, canais e projetos vigentes.

Em seguida foi feita a validação do cenário levantado, a análise de maturidade da

operação de loja, priorização dos pontos carentes a serem trabalhados na segunda fase e

metodologia de trabalho que seria adotada. Após tais análises a área foi efetivamente

estruturada. A fase dois foi composta pelos seguintes passos e é replicada para todos os

projetos da área: Levantamento de melhorias para os processos (análise do processo

atual, benchmarking e alinhamento com a equipe de TI caso o projeto envolva sistemas

informacionais); Priorização das melhorias levantadas e projetos externos caso já

existam algum sobre o mesmo tema; Adaptação dos projetos estratégicos na

priorização; Realização de homologações e pilotos; implantação das melhorias e, por

último, treinamento da equipe de loja para a implantação do projeto.

Figura 12: Metodologia de trabalho da área estudada.

Fonte: Elaboração própria.

A área foi subdividida em duas frentes: projetos externos e redesenho de

processos.

A primeira tem as seguintes atribuições:

● Atender as demandas de mapeamentos emergenciais

● Alterar padrões existentes conforme demanda

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● Prestar suporte às demais frentes quanto ao funcionamento dos processos

● Atender Lojas para esclarecer dúvidas dos processos

Já a equipe de redesenho de processos tem as funções de:

● Priorizar projetos junto a TI e áreas envolvidas

● Acompanhar execução dos projetos:

Avaliar e aprovar escopo de abertura dos projetos;

Definir cenários de testes;

Realizar testes nas fases de homologação e Piloto;

Validar comunicados dos projetos para as Lojas;

Atender Lojas para esclarecer dúvidas dos processos.

Ambas as frentes possuem o seguinte organograma, além disso, acima dos

analistas plenos encontra-se o gestor da área:

Figura 13: Organograma das frentes da área de engenharia de processos.

Fonte: Elaboração própria.

5.2 Exemplos de Projetos nos Quais a Área se Envolve

Para entender a área e as circunstâncias no qual o Scrum foi aplicado, alguns

projetos em que o departamento estudado tipicamente se envolve serão descritos abaixo.

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Esses projetos foram selecionados por serem os realizados mais recentemente. Ambos

os projetos se encaixam nos quesitos onde o Scrum pode trazer benefícios.

5.2.1 Projeto Onda de Devolução

A onda de devolução é um processo realizado pelas lojas para devolver para os

centros de distribuição itens que devem ser devolvidos aos seus fornecedores. Isso

ocorre muitas vezes para produtos sazonais, para os quais perde o sentido mantê-los

expostos para venda quando sua época é passada e para CDs e DVDs que também já

não se apresentam mais atrativos para os clientes. Foi diagnosticado que o processo de

devolução era lento, levando em média 14 semanas. Além disso, havia um baixo

atingimento do valor devolvido – 75% (20, 5 MM pendentes).

Tendo em vista essas falhas, foi criada uma nova ferramenta para coleta de itens

através de um aparelho de Radiofrequência (móvel). Foram desenvolvidos também

funções de Atualização de estoque dos itens em background, identificação de saldo e

fornecedor do item no ato do escaneamento além da Criação de relatório de

acompanhamento do coletado pelas Lojas e da automatização do relatório dos valores

devolvidos.

O projeto sofreu diversas modificações ao longo do seu curso devido a

mudanças dos requisitos do sistema. O piloto inicialmente desenvolvido teve que sofrer

várias modificações até que se adequasse de fato à realidade da Loja. Por exemplo, o

modelo e a marca do aparelho de rádio frequência precisou ser trocado no meio do

projeto, pois não funcionava em diversas Lojas da CIA.

As áreas envolvidas no projeto eram a equipe de Tecnologia da Informação (TI)

e a equipe da área estudada em conjunto com a área responsável pela devolução. A

primeira era responsável pelo desenvolvimento da ferramenta e das suas interfaces e as

outras tinham o papel de definir quais funcionalidades a especificidades da entrega

final. Apesar do relativo sucesso final do projeto, seu prazo foi estourado devido às

mudanças que tiveram que ser feitas ao longo de seu curso.

5.2.2 Solicitação de Baixa de Preço Centralizada

Um processo comum no dia a dia da loja é a solicitação de baixa de preço, isto é,

quando um produto se encontra próximo da data de validade, o gerente pode solicitar a

permissão para que seu preço seja diminuído. No entanto, não havia na companhia um

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canal padrão para as solicitações de baixa que acabavam se perdendo em trocas de e-

mails. Isso demandava um alto tempo da equipe da loja, e da área responsável por

analisar tais pedidos. Muitas vezes as validades dos itens eram expiradas sem que

pudesse haver uma promoção, causando perdas de venda para a empresa.

O projeto tinha o objetivo, então, de criar uma ferramenta que funcionasse como

canal centralizado de pedidos, assim, além de ganhar agilidade o controle sobre as

modificações também aumentou, pois foram padronizados motivos para solicitações e

criados alertas para itens com alta incidência de vencimento.

Esse projeto apresentava um baixo nível de dificuldade e, apesar disso,

demourou um tempo substancial para que entrasse no ar (28 semanas). Isso pode ter

ocorrido devido ao alto nível burocrático encontrado durante sua execução.

5.3 Como o Scrum Entrou na Área

Como é possível perceber, a área envolve-se em muitos projetos nos quais

sistemas são desenvolvidos ou melhorados. Como na maioria das grandes empresas, a

dependência tecnológica faz com que a área da tecnologia da informação tenha grande

papel no sucesso de tais projetos e, assim, o compartilhamento e a “cooperatividade”

com equipe de TI é essencial para o atingimento de bons resultados.

A área costumava utilizar alguns artefatos do gerenciamento de projetos

tradicional. Dos processos de iniciação, para cada projeto da área era elaborado pelos

funcionários da área um Termo de Abertura que deveria ser aprovado pelos envolvidos

no projeto. Já no que diz respeito aos processos de planejamento clássicos, era feito um

Plano de Projeto que também deveria receber o aval dos envolvidos. Não havia um

processo definido de execução e nem de planejamento e controle. Ficava a escolha do

responsável pelo projeto na área desenvolver tais processos. Em alguns casos, eram

enviados relatórios de status semanais, por exemplo. O mesmo ocorria com o

encerramento dos projetos, não havia um fluxo oficial definido para tal.

Um dos projetos no qual a área foi envolvida durante o ano de 2016 consiste em

um grande empreendimento para empresa. Ele consiste em modificar todo o sistema de

PDVs (Pontos de Venda) em todas as lojas da empresa. Essa necessidade foi sentida,

pois o fornecedor do sistema vigente tornava qualquer processo de modificação moroso

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e de alto custo. A partir de tal demanda, uma grande empresa de tecnologia, líder em

comércio eletrônico na América Latina, foi contratada para desenvolver o novo sistema.

O papel da Área de Engenharia De Processos no projeto foi o de definir as

regras de negócio, ou seja, todas as normas definidas pela Cia. deveriam ser seguidas

pelo sistema. Para a definição dos Casos de Uso de cada funcionalidade foram

realizadas diversas análises junto a outras áreas da empresa como financeiro, logística

reversa, jurídico e outros.

Outra atribuição era a de melhorar os processos existentes, assim, foi feito um

mapeamento de todos os processos do sistema anterior e investigados seus pontos

críticos. Dessa forma, foram desenvolvidos casos de uso que incorporaram as regras da

Cia. e buscavam otimizar os pontos falhos para cada função do novo programa. Tal

definição de cada funcionalidade era feita em reuniões entre a equipe da área de

processos e a equipe desenvolvedora que, em conjunto, chegavam a um consenso de

como cada uma delas seria concebida no sistema.

Esse foi o momento no qual o Scrum foi apresentado à área, já que era a

metodologia utilizada pela equipe de desenvolvimento do novo software. A rapidez do

desenvolvimento do projeto e a facilidade com a qual o projeto atendia às mudanças

solicitadas agradou a equipe que estava acostumada com o gerenciamento de projetos

tradicional normalmente aplicado.

A partir desse primeiro contato, gestor da área se interessou pela nova forma de

gerir projetos e em conversas informais com os gestores da equipe de TI negociou um

treinamento de Scrum para a equipe de engenharia de processos. Algum tempo depois, o

gerente do projeto passou uma manhã explicando para os funcionários da área como o

Scrum funciona.

Após essa passagem de conhecimento, foi marcada uma data para a reunião de

planejamento do Sprint para que assim fosse iniciada a efetiva aplicação da metodologia

na área.

O primeiro passo para a aplicação foi a solicitação às para que as duas analistas

plenas listassem todas as atividades dos membros de suas respectivas equipes. Foram

incluídas na lista de tarefas tanto as atividades rotineiras do grupo, como o envio diário

de relatórios, por exemplo, até as incumbências de cada um nos projetos no qual

estavam envolvidos.

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Uma vez definidas os afazeres individuais, foi iniciado o Planning Poker. As

analistas plenas descreviam a atividade mapeada para a equipe inteira e cada um

selecionava uma das cartas mostrada na figura abaixo. As pessoas efetivamente

responsáveis pela tarefa muitas vezes interrompiam a explicação das analistas plenas

para melhor esclarecer as especificidades da incumbência. Todos então mostravam

simultaneamente a carta escolhida. Caso houvesse divergência, a pessoa que tivesse

escolhido a carta com o maior valor explicava suas razões para a decisão. O mesmo

fazia quem havia escolhido a carta de menor número. Após tais esclarecimentos cada

integrante da equipe selecionava novamente uma carta e as mostrava para todos em uma

segunda rodada. Isso era repetido até que todos tivessem escolhido cartas de mesmo

valor. O máximo de rodadas que ocorreram no jogo foram quatro. Em média, o valor da

tarefa era decidido em duas rodadas. Após uma reunião com duração de cinco horas,

todos os participantes tinham definidas as suas atividades e seus relativos pontos de

forma completa.

Figura 14: Modelo de cartas utilizadas durante o planning poker.

Fonte: <http://www.luiztools.com.br/post/planning-poker-como-estimar-tempo-de-

desenvolvimento-de-software/> Acesso em 23/10/2016.

Foi definido que o Sprint teria duração de duas semanas e teria o valor de vinte

pontos, já que essa era a configuração utilizada pela equipe de TI em seu projeto. Além

disso, a priorização das atividades foi feita inteiramente pelo gestor da área, ele decidiu

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o que entraria na fila Backlog e na fila To Do, ou seja, que deveria ser entregue nas duas

semanas seguintes e o que deveria aguardar.

Após essas definições, foi montado em uma das paredes da área o quadro Scrum

com as seguintes divisões: “Backlog”, “To Do”, “Doing”, “Approval” e “Done”. Essa

organização se diferencia do Quadro Scrum original que não possui a última divisão

relacionada à aprovação. As imagens do quadro Scrum real utilizado encontram-se no

Apêndice B.

Figura 15: Exemplo de quadro Scrum radicional.

Fonte: <http://scrumbook.com.br/help/pt-br/> Acesso em 23/10/2016.

Foi definido que cada post it teria o lay out apresentado abaixo:

Figura 16: Exemplo do post it do quadro Scrum do estudo de caso.

Fonte: Elaboração própria

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Uma vez feitos os post its, foi acordado que a cada atualização na tarefa, a

organização da parede deveria ser também refeita. Ou seja, os papéis deveriam estar

sempre no seu estágio vigente: “Backlog”, “To Do”, “Doing”, “Approval” ou “Done”.

Foi combinado também que ocorreriam as reuniões diárias do Scrum todo início de dia

além das reuniões de revisão dos Sprints a cada duas semanas.

5.4 Discussão Sobre a Aplicação do Scrum

Pode-se discutir que a reunião inicial de planejamento do Sprint somado à

preparação do quadro Scrum demandou da equipe da área um longo tempo que poderia

ter sido utilizado nas atividades efetivas do projeto. No entanto, toda mudança exige um

investimento inicial e possui uma curva de aprendizado. Dessa forma, espera-se que

tempo gasto será provavelmente recompensado após a implantação do novo método.

De fato, a clareza do que cada membro da equipe deveria fazer fez com que as

ações de tornassem mais objetivas. Por outro lado, algumas das atividades ficaram sob a

responsabilidade de “todos” diminuindo o grau de responsabilidade individual dos

membros da equipe. De qualquer maneira, diminuíram as dúvidas sobre o que deveria

ser feito nem sobre a ordem na qual as tarefas deveriam ser executadas. Além disso, a

“pressão” visual das tarefas na parede fez com que a equipe se esforçasse mais do que

na semana anterior para conseguir atingir os prazos.

Por outro lado, a empresa estudada possui conhecidamente uma cultura muito

acelerada, na qual decisões são tomadas rotineiramente de forma emergencial. Isso

ocorre muitas vezes de maneira top down, e dessa maneira, algumas outras atividades

foram “repriorizadas” durante o andamento da semana. Durante a primeira semana da

nova prática, por exemplo, toda a equipe foi obrigada a pausar as atividades dos projetos

para atender a uma demanda urgente vinda da diretoria. Além disso, ao longo do Sprint

surgiram outras demandas dos projetos que não haviam sido mapeadas inicialmente.

Dessa forma, a parede Scrum ficou desatualizada no que diz respeito a novas tarefas,

mas as que foram mapeadas tinham seus status atualizados constantemente no quadro.

Além disso, as reuniões de status diárias não foram implementadas. Isso se deu

principalmente pelo fato de o gestor no comando não privilegiar a atividade em relação

a outras tarefas.

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Abaixo uma descrição sobre como cada passo da aplicação da metodologia

ocorreu na área:

1. Escolher um Product Owner: Os projetos nos quais a área estava

envolvida já estavam em andamento e, a maioria deles, têm o

envolvimento de outras diversas áreas que não foram envolvidas no

processo de aplicação do Scrum. Em alguns desses projetos, não é claro

qual área é de fato “dona” do empreendimento e esse ponto não foi

tocado ao longo da utilização da metodologia.

2. Selecionar a equipe do projeto: A equipe já estava definida e não foi

modificada no processo de aplicação. Como já explicado, os projetos

tinham envolvidas outras pessoas de áreas distintas à estudada que não

foram incluídas na aplicação. Dessa forma, a equipe da área respeitava a

regra do Scrum, de 3 a 9 pessoas, mas o projeto como um todo não.

3. Definir um Scrum Master: Pode-se dizer que não houve um responsável

por garantir que equipe cumprisse as práticas da metodologia. O gestor

da área foi a pessoa que mais se aproximou a esse papel pois os

resultados dos Sprints deveriam ser apresentados a ele. No entanto, não

houveram cobranças em relação a ocorrência das reuniões diárias e nem

mesmo da reunião de aplicação dos Sprints.

4. Criar um backlog do produto e priorizá-lo: Esse foi passo que recebeu a

maior parte dos esforços e atenção no caso estudado. O backlog das

tarefas da área foi cuidadosamente feito pela equipe e priorizado pelo

gestor. No entanto, novas atividades que surgiram durante o Sprint não

foram incluídas no backlog e nem “repriorizadas” oficialmente.

5. Planejar o Sprint: Como explicado anteriormente, a pontuação do Sprint

foi baseada na utilizada pela equipe de TI que inspirou a utilização do

Scrum e não levou em consideração possíveis diferenças e

especificidades da área estudada.

6. Tornar o trabalho visível: O Quadro Scrum” que deixava visível as três

colunas: “A fazer”, “Fazendo” e “Feito” foi montado incluindo mais uma

coluna “Aprovação” já que para algumas tarefas era necessária a

aprovação do gestor para que a mesma fosse considerada feita. As tarefas

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colocadas no quadro tinham seus status atualizados mas novas atividades

que surgiram ao longo do Sprint não foram incluídas.

7. Realizar a reunião diária ou Scrum diário: Não foi realizada.

8. Revisar o Sprint: A reunião de revisão do primeiro Sprint acabou sendo

realizada com duas semanas de atraso.

9. Retrospectiva do Sprint: Não realizada.

Como mostrado anteriormente e presente no Anexo, Rodrigues E. (2016) fez

uma comparação entre os processos da metodologia tradicional e os abordados na

metodologia Scrum. Dessa forma, a tabela abaixo resume os processos realizados no

caso estudado antes da aplicação da metodologia e os equivalentes adotados a partir da

aplicação do Scrum:

Grupo do Processo

Metodologia Tradicional

Abordado antes?

Equivalência no Scrum Abordado

após Scrum?

Iniciação

Desenvolver o termo de

abertura do projeto

✓Sim Definição da visão do projeto e a atribuição

dos papéis ✓Sim

Planejamento

Desenvolver o plano de

gerenciamento do projeto

✓Sim

O Scrum determina como vai gerenciar o projeto, embora não

atenda a todas as áreas.

✓Sim

Planejamento Coletar os requisitos ✓Sim

Parcial, porque não determina técnicas e

ferramentas, apenas diz que é responsabilidade

do Product Owner.

✓Sim

Planejamento Definir o escopo ✓Sim

Considerando o Planning Poker deixa

bem claro os objetivos e limites do projeto.

✓Sim

Planejamento Criar a EAP X Não

O Scrum não tem nenhuma ferramenta

equivalente a Estrutura Analítica do Projeto.

X Não

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Grupo do Processo

Metodologia Tradicional

Abordado antes? Equivalência no Scrum

Abordado após

Scrum?

Planejamento Definir as atividades ✓Sim

A equipe define as atividades no Sprint

backlog. ✓Sim

Planejamento Estimar os

recursos das atividades

X Não

Faz o contrário do PMBOK. A partir dos recursos disponíveis x

tempo, determina o trabalho que a equipe é

capaz de fazer.

✓Sim

Planejamento Estimar as

durações das atividades

✓Sim

Estima quantos itens do backlog cabem no Sprint. Deste modo entendo que atende parcialmente, pois

indiretamente mostra a duração das atividades.

✓Sim

Planejamento Desenvolver o

cronograma X Não

Não desenvolve cronograma, mas mostra

os itens do backlog e atividades dentro de um

Sprint.

✓Sim

Planejamento Estimar custos X Não Não mapeia este item. X Não

Planejamento Determinar orçamento X Não Não mapeia este item. X Não

Planejamento Planejar a qualidade X Não Planeja usando os

conceitos de “Feito”. ✓Sim

Planejamento Planejar as

comunicações X Não

As comunicações já estão planejadas pelo processo (Cerimônias, artefatos e reuniões),

mas não envolvem todos os stakeholders.

✓Sim

Planejamento Identificar os

riscos X Não Não mapeia riscos, apenas impedimentos.

✓Sim

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Grupo do Processo

Metodologia Tradicional

Abordado antes? Equivalência no Scrum

Abordado após

Scrum?

Planejamento

Realizar a análise

qualitativa dos riscos

X Não Não mapeia este item. X Não

Planejamento

Realizar a análise

quantitativa dos riscos

X Não Não mapeia este item. X Não

Planejamento Planejar

respostas aos riscos

X Não Não mapeia este item. X Não

Planejamento Planejar as aquisições X Não Não mapeia este item. X Não

Execução

Orientar e gerenciar a

execução do projeto

✓ Sim Orienta e acompanha em detalhes a execução. ✓Sim

Execução Realizar a garantia da qualidade

X Não Não prevê claramente

atividades de garantia da qualidade.

X Não

Execução Mobilizar a equipe do

projeto ✓Sim Não mapeia este item. ✓Sim

Execução Desenvolver a

equipe do projeto

X Não

Prevê o desenvolvimento da

equipe no dia-a-dia e nas Reuniões de

Retrospectiva do Sprint.

X Não

Execução

Gerenciar a

equipe do

projeto

✓Sim

Não define deve ser feita

a gestão de conflitos e

avaliações de

desempenho, trabalha

com times

autogerenciáveis.

✓Sim

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Grupo do Processo

Metodologia Tradicional

Abordado antes? Equivalência no Scrum

Abordado após

Scrum?

Execução

Gerenciar as expectativas das partes

interessadas

✓Sim

Gerencia as expectativas apenas do Product

Owner e deixa a este a responsabilidade de

gerenciar expectativas de outros stakeholders.

✓Sim

Execução Conduzir as aquisições X Não Não mapeia este item. X Não

Monitoramento & Controle

Utilização de ferramentas

de monitoramento e controle

definidas

X Não

Monitora o trabalho nas extremidades dos

Sprints, como um pacote de trabalho através das Reuniões de Revisão do

Sprint.

✓Sim (Feito com

atraso)

Monitoramento & Controle

Realizar o controle

integrado de mudanças

X Não

Realiza o controle de mudanças através do

realinhamento de prioridades entre os

Sprints, verifica impactos antes de aceitar mudanças e replaneja o

Sprint.

✓Sim

Monitoramento & Controle

Verificar o escopo X Não

É o ponto mais forte do Scrum, realizado na

Reunião de Revisão do Sprint.

✓Sim (Feito com

atraso)

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Grupo do Processo

Metodologia Tradicional

Abordado antes? Equivalência no Scrum

Abordado após

Scrum?

Monitoramento & Controle

Controlar o escopo X Não

Controla escopo tanto por prioridade, quanto por completude usando

o Sprint x produto.

✓Sim

Monitoramento & Controle

Controlar o cronograma X Não

Controla a execução das atividades do Sprint e

gerencia prazo. Mas tem poucas ferramentas

comparado ao PMBOK.

✓Sim

Monitoramento & Controle

Controlar os custos X Não Não mapeia este item. X Não

Monitoramento & Controle

Realizar o controle da qualidade

X Não Verifica a qualidade (e o escopo) nas Reuniões de

Revisão do Sprint.

✓Sim (Feito com

atraso)

Monitoramento & Controle

Reportar o desempenho X Não

Reporta o desempenho de forma bem transparente.

✓Sim

Monitoramento & Controle

Monitorar e controlar os

riscos X Não Não mapeia este item. X Não

Monitoramento & Controle

Administrar as aquisições X Não Não mapeia este item. X Não

Encerramento Encerrar o projeto ou

fase X Não

Controla o andamento do projeto, mas não

determina em detalhes como encerrar o projeto,

como resolver pendencias, encerrar

contratos etc.

X Não

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Grupo do Processo

Metodologia Tradicional

Abordado antes? Equivalência no Scrum

Abordado após

Scrum?

Encerramento Encerrar as aquisições X Não Não mapeia este item. X Não

Tabela 2 - Processos realizados antes da aplicação da metodologia e os equivalentes adotados a partir do Scrum.

Fonte: Elaboração própria, baseado em Rodrigues E. (2016).

É possível perceber que nenhum ponto incluído na metodologia tradicional

utilizada pela área anteriormente com a metodologia tradicional deixou de ser abordado

com o Scrum. Pelo contrário, alguns processos que antes não eram alcançados passaram

a ser utilizados como: Estimar os recursos das atividades: Desenvolver o cronograma

(controle do tempo); Planejar a qualidade; Planejar as comunicações; Identificar os

riscos; Utilização de ferramentas de monitoramento e controle definidas; Realizar o

controle integrado de mudanças; Verificar o escopo; Controlar o escopo; Controlar o

cronograma: Realizar o controle da qualidade e reportar o desempenho.

De fato, alguns desses processos foram feitos fora do prazo inicialmente

estipulado devido ao atraso da realização da Reunião de Revisão do Sprint como

explicado anteriormente. No entanto, de maneira geral, é possível dizer que a aplicação

do Scrum aumentou o escopo do gerenciamento na área já que abordou mais processos

e métodos definidos do o que era utilizado no passado.

5.5 Resultados Encontrados

Adotar um novo conceito de trabalho muitas vezes é mais complexo do que o

imaginado inicialmente e isso não é diferente para a adoção do Scrum. É uma realidade

que diversas organizações têm adotado as novas práticas das metodologias ágeis. No

entanto, um estudo de 2012 sobre produtividade de equipes feto pela Actuation

Consulting, indicou que apenas 13% das empresas utilizadoras do Scrum aplicavam

todas as suas práticas no dia a dia e isso não foi diferente na área estudada.

A aderência à metodologia não foi forte principalmente devido ao fato que os

pontos ignorados na experiência serem essenciais para o engajamento da equipe e

consequente sucesso da aplicação.

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Em primeiro lugar, o fato de não ocorrerem reuniões Scrum diárias deixou os

envolvidos incertos sobre o real engajamento da gerência na mudança de conceito de

trabalho. Além disso, como o objetivo da reunião é o de deixar todos cientes sobre o

andamento do trabalho e engajados com as entregas do Sprint, tal propósito não foi

alcançado.

Em segundo lugar, o fato de a reunião de revisão de Sprint no prazo, onde

deveriam ter sido apresentados os resultados das duas semanas intensas de trabalho,

desmotivou o time a continuar empenhado no ritmo acelerado exigido para a finalização

de tais tarefas. Além disso, a incerteza sobre a ocorrência da reunião de priorização do

Sprint seguinte fez com que, após passado o período das duas primeiras semanas, a

equipe voltasse a rotina de trabalho anterior. Sem uma nova reunião, não houve outra

definição nem priorização das tarefas mais recentes.

Outro ponto crucial não estava no escopo da aplicação. O envolvimento na

metodologia de todos os participantes no projeto fez com que o método servisse apenas

como uma forma de gerir as tarefas individuais das pessoas da área. Para que o projeto

tenha sucesso e seja entregue mais rapidamente é necessário que todos os envolvidos

consigam caminhar na mesma velocidade acelerada.

Por último, a inexistência de uma pessoa que garantisse o seguimento da

metodologia deixou que a mesma caísse no esquecimento. O próprio comando da área

acabou por priorizar outras atividades e não dar muita importância ao prosseguimento

da implementação do Scrum.

Por outro lado, nas duas primeiras semanas onde o primeiro Sprint havia sido

definido, o fato de as tarefas a serem realizadas estarem claras e visíveis para todos

impulsionou a produtividade da equipe. Não eram necessários questionamentos sobre o

que deveria ser feito e o foco nas atividades prioritárias fomentou que elas fossem

finalizadas.

De fato, o ideal para que fosse medido o verdadeiro impacto do Scrum na área

seria a comparação da produtividade da equipe antes e depois de sua aplicação. Como

não havia medidas sobre o número de tarefas finalizadas anteriormente, em um período

comparativo ao Sprint, não é possível medir quantitativamente a modificação da

velocidade das entregas da equipe.

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Recorrendo a literatura, apesar de escassa nesse assunto, é possível perceber que

são reportados ganhos de produtividade e de qualidade nos projetos onde o Scrum é

utilizado. Pedro Serrador e Jeffrey K. Pinto, em 2014, utilizaram uma amostra de 1002

projetos provenientes de múltiplas indústrias e países para testar o efeito da aplicação

das metodologias ágeis. Após a análise dos dados, foi descoberto que a utilização de tais

métodos teve de fato um impacto positivo estatisticamente relevante no sucesso do

projeto. Tal resultado foi medido e percebido em três dimensões de sucesso dos

projetos: eficiência, satisfação dos stakeholders e percepção do desempenho do projeto

como um todo.

Karlheinz Kautz, Thomas Heide Johansen e Andreas Uldahl em 2014, também

realizaram um estudo sobre o impacto da utilização do Scrum na produtividade de

projetos e através da utilização de questionários. Com a resposta dos gerentes, foi

constatado que o desempenho da equipe aumentou significativamente. Essa conclusão

foi defendida a partir de dois diferentes pilares: transparência iterações curtas. O

primeiro diz respeito à visibilidade das tarefas, isso, segundo os gerentes, tornava

compulsório que as pessoas apresentassem publicamente seus trabalhos e por isso se

comprometessem com seus afazeres independentes do desafio encontrado. Já o segundo

está relacionado ao fato de as pequenas interações através dos Sprints o não

cumprimento de prazos dos projetos. Com a diluição das entregas, foi percebido pelos

entrevistados que os limites de tempo foram mais cumpridos.

Esses resultados favoráveis estão em linha com os resultados dos outros

conceitos e dos seus indicadores, os quais foram todos muito positivos (JOHANSEN,

ULDAHL, 2012). Por outro lado, por se tratar de um estudo qualitativo, é preciso ser

cauteloso ao analisar os resultados, pois eles são embebidos de opiniões e expectativas

pessoais.

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6 PROPOSTAS

6.1 Percepção da Equipe Envolvida

Como descrito na sessão anterior, devido a impossibilidade de medir

quantitativamente o resultado do Scrum no estudo de caso, será feita uma abordagem

qualitativa para se obter o efeito da metodologia ágil na área.

O desenvolvimento dos projetos depende significativamente no desempenho da

equipe assim como todos os processos que exigem interações humanas. Segundo Nils

Brede Moe e Torgeir Dingsøyr, Tore Dybå (2009), uma definição comumente utilizada

para equipes Scrum é: Um pequeno número de pessoas com habilidades

complementares que estão comprometidos em um propósito igual e definem conjunto

de metas de desempenho e se responsabilizam mutuamente por atingi-las.

Considerando a importância da percepção da equipe perante a experiência da

aplicação e a inexistência de dados para melhor apurar impacto do Scrum na

produtividade do time, essa seção busca, através do olhar dos envolvidos, examinar os

resultados da aplicação da metodologia.

Foi então realizado um questionário composto por nove perguntas objetivas com

o intuito de obter a percepção da equipe acerca do nível de dificuldade em implantar a

abordagem e consumo de tempo nos projetos com Scrum (Alto, médio ou baixo). Os

pontos analisados são descritos abaixo e estão alinhados com os anteriormente

explicados no capítulo 4 como sendo os tópicos essenciais do Scrum:

• Seleção de um Product Owner;

• Seleção de um Scrum Master;

• Sprints com duração de 2 semanas;

• Criação do backlog dos projetos, do Sprint e priorização das tarefas;

• Reunião de planejamento do Sprint;

• Reuniões de Scrum diárias;

• Quadro de atividades visível (Quadro Scrum);

• Reunião de revisão dos Sprints;

• Reunião de retrospectiva dos Sprints.

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Além disso, duas perguntas abertas tinham o intuito de obter impressões mais

amplas da equipe em relação a maior dificuldade e ao maior ganho da utilização do

Scrum na área. Os resultados estão apresentados na integra nos Apêndices C e D.

Segundo os entrevistados, a técnica com o maior nível de dificuldade de

implantação foi a reunião de retrospectiva dos Sprints (Reunião para análise do

feedback das partes interessadas para identificar possíveis falhas e corrigi-las nos

Sprints futuros). A técnica considerada a mais fácil de ser utilizada foi a elaboração do

quadro de atividades visível (Quadro Scrum com os status "Backlog", "To Do", "Doing"

e "Done"). De maneira geral, como é possível perceber no gráfico resumo abaixo, a

percepção do nível de dificuldade da aplicação como um todo pode ser considerado

como moderado.

Figura 17: Gráfico Resumo - Percepção do Nível de Dificuldade de Aplicação das Técnicas Segundo Equipe.

Fonte: Elaboração própria

No que diz respeito ao consumo do tempo nos projetos, duas técnicas foram

unanimemente consideradas como positivas para os prazos a seleção de um Scrum

Master (O Scrum Master tem o papel de garantir que equipe cumpra as práticas do

Scrum e respeite seus valores) e a implantação de Sprints com duração de 2 semanas.

Nível de Dificuldade de Aplicação das Técnicas Segundo Equipe

Alto

Médio

Baixo

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Por outro lado, um pequeno percentual de respondentes (14%) considerou que a

utilização da reunião de revisão dos Sprints e a reunião de retrospectiva dos Sprints

trouxeram impactos negativos no tempo dos projetos, ou seja, perdas.

Figura 18: Gráfico resumo - Percepção Sobre Impacto no Consumo de Tempo nos Projetos.

Fonte: Elaboração própria.

Como é possível visualizar no gráfico acima, a percepção é que no geral a

aplicação do Scrum trouxe benefícios para a velocidade do andamento dos projetos na

área já que a maioria das técnicas trouxe ganhos de consumo de tempo segundo os

participantes.

Quando abertamente perguntados qual o maior desafio da aplicação do Scrum,

as respostas foram predominantemente sobre a dificuldade de conseguir fazer com que a

aplicação do Scrum não se perdesse e nem fosse esquecida. Alguns também apontaram

dificuldades mais pontuais como a dificuldade de selecionar pequenas tarefas para

Percepção Sobre Impacto no Consumo de Tempo nos Projetos

Ganho Sem modificação Perda

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serem executadas até o fim do projeto para a montagem do backlog e o estabelecimento

da reunião diária.

Por outro lado, quando o questionamento foi “Qual foi o maior benefício da

aplicação do Scrum na área?”, a maioria dos respondentes encontrou na visibilidade e

definição das tarefas o ponto mais positivo da aplicação. Além disso, também foi dito

que “a melhor definição das entregas e dos esforços de cada tarefa permitiu medir

melhor o tempo de entrega de cada projeto” e o aumento da velocidade das entregas

também foi ressaltado por alguns.

6.2 Análise do Grau de Maturidade do Scrum na Área

Foi desenvolvido um questionário para avaliar qual o grau de maturidade do

Scrum em uma organização (YIN, 2011). Caso a empresa obtenha uma pontuação a

partir de 75% do questionário de certo nível isso significa que ela se encontra nele. Caso

contrário, se encaixa no nível anterior. Foi solicitado ao chefe da área que respondesse o

questionário presente no Anexo 2 relacionado ao nível 2 de maturidade Scrum, o caso

estudado pontou apenas 53%, demonstrando que ainda se encontra no primeiro nível de

maturidade da metodologia.

De fato, o nível mais baixo de maturidade é dado para qualquer organização que

utiliza o Scrum em algum nível já que não apresenta metas de definição de tais projetos

nem melhorias. Nesse patamar, as principais questões encontradas são não cumprimento

dos prazos e orçamento, baixa comunicação entre os envolvida no projeto e, finalmente,

baixa qualidade do produto entregue.

Após essa análise, pode-se perceber, que as impressões da equipe estavam de

fato alinhadas ao nível de maturidade do Scrum apresentado na área.

6.3 Orientações Futuras

Dada a análise dos processos abordados na aplicação do Scrum no caso, da

análise da maturidade e os resultados da pesquisa de percepção dos envolvidos no

projeto, algumas orientações serão dadas para que aplicação da metodologia apresente

melhores resultados. Elas estão separadas pelas esferas do Scrum e possuem um

objetivo de melhorar cada uma delas.

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6.3.1 Clara definição do projeto

a. Práticas a serem aplicadas

1. Definir um Product Owner para todos os projetos.

2. Product Owner deve ter contato direto com o usuário final (cliente) do

projeto.

3. Product Owner deve ter a visão do projeto.

b. Métrica para medir desempenho

1. % de reuniões do Scrum nas quais o Product Owner participou.

c. Meta para caso estudado

Dado que no caso de estudo, muitas vezes um Product Owner não estava

claramente definido, o primeiro passo é designar o responsável por cada um dos

projetos da área. Após tal definição, a meta para que ele esteja envolvido na aplicação

da metodologia e, assim, no andamento do projeto é que ele compareça em pelo menos

70% das reuniões de planejamento, revisão e retrospectiva do Sprint.

6.3.2 Reuniões de planejamento do Sprint

a. Práticas a serem aplicadas

1. Product Owner apresenta Backlog do produto priorizado

2. Product Owner colabora ativamente na reunião

3. Toda a equipe participa ativamente da reunião

4. Toda a equipe acredita que o planejado para o Sprint é possível de ser

realizado

b. Métricas para medir desempenho

1. % de consenso que o plano pode ser atingido

c. Meta para caso estudado

Dado o sucesso da reunião de planejamento de Sprint que ocorreu na área, a

meta definida para o percentual de consenso para que o plano possa ser atingido pode

ser definida como 90%. Caso o valor encontrado seja menor do que esse é muito

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provável que durante o Planning Poker os pontos de cada tarefa tenham sido

superestimados.

6.3.3 Gerenciamento do Backlog do Produto

a. Práticas a serem aplicadas

1. Backlog do produto devem estar sincronizados com a visão do Product Owner

2. Backlog do produto deve ser priorizado pelo Product Owner

3. Backlog do produto deve ser priorizado pelo Product Owner de acordo com

valor que agrega ao negócio

b. Métrica para medir desempenho

1. % de prioridades definidas pelo Product Owner.

c. Meta para caso estudado

Como no exemplo estudado, o Product Owner não estava envolvido no processo

e as prioridades eram definidas pelo gestor da área. Dessa forma, uma boa meta inicial é

que 70% do Backlog do produto seja priorizado por ele.

6.3.4 Reunião de Revisão do Sprint

a. Práticas a serem aplicadas

1. Equipe apresenta resultados do Sprint

b. Métrica para medir desempenho

1. % de reuniões de revisão de realizadas por Sprint no prazo

c. Meta para caso estudado

A não realização da reunião de revisão de Sprint no caso estudado levou ao

baixo engajamento da equipe e ao atraso do planejamento dos posteriores Sprints. Além

disso, expôs o baixo engajamento da gerência em relação à metodologia. Dessa forma, é

considerado de extrema importância que 100% das reuniões de revisão de Sprint sejam

realizadas no período determinado para o sucesso da aplicação.

6.3.5 Reunião de Retrospectiva do Sprint

a. Práticas a serem aplicadas

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1. Equipe apresenta resultados do Sprint para partes interessadas

2. Partes interessadas dão feedback a respeito do Sprint

b. Métrica para medir desempenho

1. % de reuniões de retrospectiva realizadas por Sprint

c. Meta para caso estudado

No caso estudado, não houve reuniões de retrospectiva de Sprint. Esse ponto

também é considerado de extrema importância para a futura aplicação do Scrum na área

já que será capaz de diagnosticar possíveis falhas e assim corrigi-las. Dessa forma, a

meta para essa métrica é a de realização de 100% das reuniões de retrospectiva dos

Sprints.

6.3.6 Reunião diária

a. Práticas a serem aplicadas

1. Equipe se reúne e responde às perguntas: “O que você fez para ajudar a

equipe a concluir o Sprint? ”, “ O que você fará para ajudar a equipe a concluir o

Sprint? ” E “Há algum obstáculo impedindo o alcance da meta do Sprint? ”

2. Reunião deve durar no máximo quinze minutos

b. Métrica para medir desempenho

1. Quantidade de reuniões diárias realizadas por semana

c. Meta para caso estudado

Para que seja mantido ritmo e o engajamento com o Scrum, uma meta de

realização de reuniões diárias ao menos duas vezes na semana ajudaria o time a

continuar fixado na metodologia.

6.3.7 Metas e Melhorias Resumidas

Dadas todas as sugestões de melhoria baseadas nos pontos falhos da implantação

da metodologia ágil, a tabela a seguir descreve as práticas e metas estipuladas com o

objetivo de aprimorar a aplicação do Scrum no caso estudado.

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Práticas a serem

aplicadas Meta Estipulada Melhoria desejada

Clara definição do projeto

Definir um Product Owner para todos os

projetos.

Product Owner comparecer em pelo

menos 70% das reuniões de

planejamento, revisão e retrospectiva do

Sprint.

Melhorar definições do projeto e manter

alinhamento constante com o Product Owner.

Reuniões de planejamento

do Sprint

Product Owner apresenta Backlog do produto priorizado e

equipe entra em consenso sobre

entregas do Sprint.

90% de consenso da equipe de que o plano

é alcançável

Gerenciar melhor expectativas da

equipe e do Product Owner.

Gerenciamento do Backlog do

Produto

Backlog do Produto priorizado

corretamente.

70% do Backlog do produto seja

priorizado pelo Product Owner.

Definir de forma mais assertiva as prioridades do projeto com a inclusão da

perspectiva do Product Owner.

Reunião de Revisão do

Sprint

Equipe apresenta resultados do Sprint.

100% das reuniões de Revisão de Sprint

realizadas no prazo determinado.

Manter equipe engajada na

metodologia e garantir que as entregas estão

caminhando como desejado.

Reunião de Retrospectiva

do Sprint

Apresentação do resultado do Sprint e feedback das partes

interessadas.

100% das reuniões de Retrospectiva de

Sprint realizadas no prazo determinado.

Verificar se entregas foram efetivas e,

através de feedback, melhorar os processos

continuamente.

Reunião diária Realizar reunião

diária.

Realização da reunião durante quinze

minutos ao menos duas vezes na semana para manter aderência

à metodologia.

Manter equipe engajada

diariamente e com foco definido de maneira clara.

Tabela 3 - Quadro resumo de sugestões e impactos esperados

Fonte: Elaboração própria.

Dessa forma, se de fato as melhorias esperadas fossem alcançadas com

implantação das sugestões, os pontos falhos encontrados através do diagnóstico da

maturidade da metodologia e da análise das entrevistas dos participantes seriam

sanados.

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6.4 Estudos Posteriores

Como explicado na seção de metodologia de pesquisa, nesse trabalho foi

utilizada a técnica da pesquisa-ação. No entanto, devido à falta de autonomia, as

sugestões de melhoria não foram implantadas. Dessa forma, posteriores estudos a

respeito da efetiva melhoria da aplicação da metodologia com as métricas e metas

propostas precisam ser feitos para que seu real impacto seja contabilizado.

Além disso, a para que sejam estudados os reais ganhos da utilização de

metodologias ágeis no gerenciamento de projetos, é necessário que seja medida a

produtividade da equipe antes e depois da utilização de tais metodologias de

gerenciamento.

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7 CONCLUSÃO

A maior vantagem de se implementar um gerenciamento de projetos ágil, e

principalmente o Scrum, é a simplicidade. Em um projeto gerenciado de maneira ágil,

os papéis são claramente definidos e, além disso, partes do produto final podem ser

entregues em ciclos rápidos de iteração e assim, funciona bem para cenários onde são

necessárias rapidez e flexibilidade.

Além disso, como cada membro do time possui uma responsabilidade particular

a propriedade do projeto permeia a equipe como um todo. Cada um tem seu papel

definido e concretizado visualmente no quadro Scrum. Sem cada uma dessas

contribuições pessoais, o produto final não alcança sua completude. Todos esses pontos,

em conjunto, tem o potencial de levar a uma maior produtividade de todos os

envolvidos.

Por outro lado, antes de embarcar em um projeto gerido com o método Scrum

são necessárias algumas precauções. Adotar um novo conceito pode ser mais difícil do

que aparenta em um primeiro momento e esse também é o caso das metodologias ágeis.

Para que os benéficos do Scrum sejam de fato alcançados é necessário que a aderência

metodologia seja mantida. Dessa forma, o apoio da gerência com o objetivo de manter a

disciplina a metodologia é essencial para o sucesso do novo gerenciamento.

De fato, foi possível perceber que o Scrum trouxe ganhos para a área, o que

ficou claro a partir a pesquisa de opinião dos envolvidos e com a comparação entre os

processos abordados na área com metodologia tradicional e os novos após a aplicação

do Scrum. Diversos novos pontos que antes não eram abordados passaram a ser tratados

no dia-a-dia. Isso talvez tenha sido verdadeiro no caso porque a metodologia tradicional

de gerenciamento de projetos não era totalmente incorporada na área.

Como descrito anteriormente, as metodologias tradicionais são melhor

aplicáveis quando o escopo do projeto é bem definido no início do projeto e não são

necessárias muitas mudanças ao longo do mesmo. A não aderência da área às

metodologias tradicionais se dava exatamente pela rotina de mudanças de requisitos

constantes. Assim, mesmo que não implantado completamente, o Scrum foi mais

adequado à realidade inconstante da área trazendo então benefícios como a percepção

da diminuição do tempo de consumo nos projetos.

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Com os benefícios encontrados em mente, a aplicação das sugestões de melhoria

tem o objetivo de sanar as falhas encontradas durante a aplicação, como a não

realização das reuniões diárias e o atraso da realização da análise do desempenho do

Sprint, e assim promover uma maior adesão ao Scrum o que provavelmente alavancaria

as vantagens da metodologia ágil na área estudada.

Assim, o objetivo especifico de examinar a aplicação do Scrum na área, a partir

da análise da maturidade da metodologia no caso analisado, percepção dos envolvidos e

as melhores práticas encontradas na literatura, estipular métricas e metas com o objetivo

de melhor utilizar a metodologia ágil para o gerenciamento das atividades no cenário

estudado também foi atingida.

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Development Game." Harvard Business Review 64, no. 1 (January–February

1986).

30. TRIPP D., 2005, Pesquisa-ação: uma introdução metodológica, Educação e

Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3. Acesso em 03/12/2016.

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69

31. VARGAS, R. V., 2005, Gerenciamento de projetos: estabelecendo

diferenciais competitivos. Rio de Janeiro, Brasport.

32. WESLEY A., 2010, Adaptative Project Framework: managing complexity

in the face of uncertainty. 1 ed. Boston EUA. Addison Wesley.

33. WELLS, H., 2013. An exploratory examination into the implications of

typeagnostic selection and application of project management methodologies

(PMMs) for managing and delivering IT/IS projects. Proceedings IRNOP

Conference, June 17–19, 2013, Oslo, Norway, p. 1–27.

34. WYSOCKI R., 2007, Effective Project Management - Traditional, Adaptive,

Extreme. 4 ed.

35. YEN, H., LI, E., NIEHOFF, B., 2008, Do organizational citizenship behaviors

lead to information system success? Testing the mediation effects of integration

climate and project management. Information and Management, Journal

Elsevier, v.45 n.6, p. 394–402.

36. YIN A., 2011, Scrum Maturity Model, M.S.c., Universidade Técnica de Lisboa,

Lisboa, Portugal.

37. YIN R. E GRASSI, 2001. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed.-

Porto Alegre: Bookman.

38. A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK®

Guide), 2013. 5 Ed. Pensilvânia, EUA, Project Management Institute Inc.

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70

9 Apêndice A: Mapeamento Sistemático da Literatura

9.1 Introdução

Um mapeamento sistemático é uma forma de identificar, avaliar e interpretar

todas as pesquisas disponíveis relevantes para uma questão de pesquisa particular.

Umas das razões para a realização de revisões sistemáticas é que esta resume as

Evidências existentes em relação a um tratamento ou tecnologia (KITCHENHAM,

2004).

9.2 Protocolo do Mapeamento

Segundo Kitchenham (2004) o protocolo de mapeamento tem o objetivo de

definir os métodos do mapeamento sistemático o que diminui a possibilidade de a

pesquisa se tornar tendenciosa.

9.3 Objetivo

A descrição do objetivo se encontra descrita segundo a abordagem Goal-

Question-Metric (GQM). A abordagem abrange informações necessárias para a

realização das tarefas de análise segundo o paradigma da avaliação orientada por metas,

tendo como componentes elementares os objetivos, as questões e as métricas (ABIB,

1998b). Ou seja, definir questões a serem respondidas baseadas em um objetivo e pode

ser observado na Tabela abaixo:

Dimensão  Definição 

Objeto de Estudo  Aplicação da metodologia Scrum. 

Propósito Explorar dificuldades, ganhos e perdas da 

aplicação da metodologia. 

Foco Explorar maneiras de como melhor aplicar a 

metodologia. 

Ponto de Vista  Equipe do projeto. 

Contexto Área empresarial de uma grande empresa do 

varejo brasileiro. 

Tabela 4 - Tabela Goal-Question-Metric.

Fonte: Elaboração própria.

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9.4 Estratégias utilizadas para pesquisa dos estudos primários

Nesta seção serão descritos: o escopo da pesquisa, o idioma considerado, os

termos utilizados e os critérios de seleção de artigos.

9.5 Escopos da Pesquisa

A fonte escolhida como base principal do escopo da pesquisa deste projeto foi a

base de periódicos da CAPES. Livros comumente utilizados por profissionais da área

foram consultados. Além disso, sites também foram pesquisados através de pesquisas

nas máquinas de busca Google e Scholar Google. Nessa revisão, o foco será nos artigos

pesquisados na Base Capes.

9.6 Idiomas dos Artigos

O idioma escolhido foi o inglês e português, pois são adotados pela grande

maioria das conferências e periódicos nacionais e internacionais relacionados com tema

de pesquisa.

9.7 Termos utilizados na pesquisa (palavras-chave)

Os termos que foram utilizados neste mapeamento foram agrupados em dois

grupos os em português e os em inglês. Na tabela abaixo, são exibidos os termos de

busca utilizados para este projeto:

Termos em português  Termos em inglês 

Scrum  Scrum 

Métodos Ágeis  Agile Method 

Gerenciamento de Projetos Ágil  Agile project Management 

Gerenciamento de Projetos Tradicional  Traditional Project Management 

Gerenciamento de Projetos  Project Management 

Tabela 5 - Termos utilizados na pesquisa.

Fonte: Elaboração própria

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9.8 Critérios para Inclusão de Artigos

Os critérios de inclusão foram os seguintes:

CI1: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas

ou métodos aplicados do Scrum;

CI2: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas

ou métodos aplicados de Métodos ágeis;

CI3: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas

ou métodos aplicados de Gerenciamento de Projetos ágil;

CI4: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas

ou métodos aplicados de Gerenciamento de Projetos.

CI5: Podem ser selecionadas publicações que apresentam conceitos, técnicas

ou métodos aplicados de Modelos de maturidade de projetos.

Além desses critérios, a data de publicação dos também foi levada em

consideração, os artigos mais recentes tiveram prioridade sobre os mais antigos.

Critérios para Exclusão de Artigos

Os critérios de inclusão foram os seguintes:

CE1: Não serão selecionadas publicações que não satisfaçam a nenhum

critério de inclusão;

CE2: Não serão selecionadas publicações em que o idioma seja diferente do

exigido

CE4: Não serão selecionadas publicações que não estejam no escopo de

gerenciamento de projetos e ou metodologias de desenvolvimento de

software.

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9.9 Extração de Dados

Após a utilização dos filtros supracitados, as seguintes fontes foram

selecionadas:

Artigo  Critério 

MENEZES W., 2009, To CMMI or Not to CMMI: Issues to Think About CrossTalk. The Journal of Defense Software Engineering. p.

9-11.

CI5 

Tabela 6 - Seleção do artigo selecionado.

Fonte: Elaboração própria.

Livros, sites e dissertações  Critério 

BASS J., 2002, The New Project Management: tools for an age of rapid change, complexity and other business realities. 2ed.

Virginia, EUA, Wiley. CI1 

BECK, K., BEEDLE, M., VAN BENNEKUM, A., COCKBURN, A., CUNNINGHAM, W.,FOWLER, M., GRENNING, J.,

HIGHSMITH, J., HUNT, A., JEFFRIES, R., KERN, J.,MARICK, B., MARTIN, R., MELLOR, S., SCHWABER, K.,

SUTHERLAND, J. AND THOMAS, D.,2001. Manifesto for Agile Software Development. Disponível em:<http://AgileManifesto.org.

/>. Acesso em: 10 de nov. 2016.

CI2 

CHARVAT, J., 2003. Project Management Methodologies: Selecting, Implementing, and Supporting Methodologies and Processes for Projects. 1 ed. Nova Jérsei, EUA. John Wiley &

Sons.

CI4 

CHRISSIS, M. B., KONRAD, M., AND SHRUM, S., 2003, CMMI Guidlines for Process Integration and Product Improvement. Boston, USA. Addison-Wesley Longman

Publishing Co.

CI5 

CRUZ F., 2013, Scrum e PMBOK unidos no Gerenciamento de Projetos. 1 ed. Brasport.

CI1, CI4 

DINSMORE P. e CABANIS-BREWIN J., 2006, The AMA Handbook of Project Management. 2 ed. America Management

Association. CI4 

JOHANSEN, T., ULDAHL, A, 2012, Measuring the Impact of the Implementation of the Project Management Method Scrum. MSc

Thesis. Copenhagen Business School, Copenhagen, Denmark. CI1, CI3 

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KERZNER, H., 1999, Strategic planning for project management using a project management maturity model. New

York, John Wiley & Sons. CI5 

REIS R., 2012, PMBOK vs Scrum. Disponível em: <https://www.oficinadanet.com.br/artigo/gerencia/pmbok-x-

scrum>. Acesso em 09/11/2016.  

   

RODRIGUES E., Comparativo PMBOK x Scrum. Disponível em: <http://www.elirodrigues.com/2012/04/02/comparativo-pmbok-x-

scrum/>. Acesso em 09/10/2016. CI1, C14 

SCHWABER K. E SUTHERLAND J., 2016, The Scrum Guide: The Definitive Guide To Scrum - The Rules Of The Game.

Disponível em: < http://www.scrumguides.org/docs/scrumguide/v1/scrum-guide-

us.pdf>. Acesso em 02/10/2016.

CI1 

SUTHERLAND J., 2014, Scrum - A arte de fazer o dobro de trabalho na metade do tempo. 1 ed. São Paulo, Basil, LeYa

Brasil. CI1, CI2 

WYSOCKI R., 2007, Effective Project Management - Traditional, Adaptive, Extreme. 4 ed.

C14 

YIN A., 2011, Scrum Maturity Model, M.S.c., Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, Portugal.

CI5 

A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide), 2013. 5 Ed. Pensilvânia, EUA, Project

Management Institute Inc. CI4 

Tabela 7 - Seleção dos livros, sites e dissertações segundo critérios de inclusão.

Fonte: Elaboração própria.

Abaixo, tabela resumo da literatura utilizada após pesquisas na Base Capes:

Palavra-chave Resultado Total após filtro

Scrum 955 3 Métodos Ágeis/ Agile Method 1436 5

Gerenciamento de Projetos Ágil / Agile project Management

954 4

Gerenciamento de Projetos / Project Management 17462 5 Maturidade de Gerenciamento de Projetos /

Project Management Maturity 1172 1

Tabela 8 - Tabela resumo da lteratura selecionada.

Fonte: Elaboração própria.

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10 Apêndice B: Quadro Scrum utilizado no estudo de caso

No apêndice, podem ser vistas as imagens do quadro Scrum com as colunas:

“Backlog”, “To Do”, “Doing”, “Approval” e “Done”. As tarefas eram coladas nas suas

respectivas colunas e caminhavam por elas de acordo com a mudança de seus status.

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11 Apêndice C: Pesquisa de percepção da equipe envolvida na aplicação do

Scrum

A pesquisa dos envolvidos foi desenvolvida baseada os tópicos essenciais do

Scrum como explicitado no capítulo 4. O questionário abaixo foi composto por nove

perguntas objetivas com o intuito de obter a percepção da equipe acerca do nível de

dificuldade em implantar a abordagem e consumo de tempo nos projetos com Scrum

(Alto, médio ou baixo). E também para entender como ocorreu a percepção a cerca da

modificação do consumo do tempo a partir da utilização da metodologia ágil.

Questionário: PARTE 1: Para responder as questões abaixo considere os critérios descritos

abaixo e seus respectivas escalas: Implementação da abordagem: Baixa: A implementação da abordagem não enfrentou resistência. Não é necessário que a equipe tenha qualquer experiência com Scrum. Média: A implementação da abordagem enfrentou pelo menos uma resistência. É necessário que a equipe tenha alguma experiência com Scrum. Alta: A implementação da abordagem enfrentou resistências. É necessário que a equipe tenha experiência e maturidade com Scrum. Consumo do tempo nos projetos Ganho: Pôde ser observado ganho na velocidade das tarefas dos projetos quando a metodologia foi aplicada. Sem modificação: Não houveram modificações na velocidade das tarefas dos projetos se comparado a execução sem o Scrum. Perda: As tarefas dos projetos consumiram mais tempo com a aplicação do Scrum. Selecione para cada técnica abaixo um dos critérios apresentados anteriormente:

1. Técnica: Seleção de um Product Owner (O Product Owner é a pessoa que define os itens que compõem o Product Backlog e os prioriza nas Sprint Planning Meetings).

(a) Critério: dificuldade em implentar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

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2. Técnica: Seleção de um Scrum Master (O Scrum Master tem o papel de

garantir que equipe cumpra as práticas do Scrum e respeite seus valores). (a) Critério: dificuldade em implentar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

3. Técnica: Sprints com duração de 2 semanas (a) Critério: dificuldade em implementar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

4. Técnica: Criação do backlog dos projetos, do sprint e priorização das

tarefas. (a) Critério: dificuldade em implentar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

5. Técnica: Reunião de planejamento do Sprint (Reunião na qual se planeja o trabalho a ser realizado no próprio Sprint).

(a) Critério: dificuldade em implementar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

6. Técnica: Reuniões de Scrum diárias. a) Critério: dificuldade em implementar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

7. Técnica: Quadro de atividades visível (Quadro Scrum). a) Critério: dificuldade em implementar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda.

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8. Técnica: Reunião de revisão dos Sprints (Reunião para a equipe demonstrar para todas as partes interessados do projeto o que foi realizado durante o ciclo de execução).

a) Critério: dificuldade em implementar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

9. Técnica: Reunião de retrospectiva dos Sprints (Reunião para análise do

feedback das partes interessadas para identificar possíveis falhas e corrigi-las nos Sprints futuros).

a) Critério: dificuldade em implementar a técnica: ( ) Baixa; ( ) Média ; ( ) Alta; ( ) Técnica não aplicada. (b) Critério: Consumo do tempo nos projetos ( ) Ganho; ( ) Sem modificação; ( ) Perda; ( ) Técnica não aplicada.

10. Você acha que a velocidade das entregas do (s) projeto (s) no qual estava

envolvido aumentou com o Scrum?

( ) Sim; () Não

11. Qual foi a maior dificuldade para a aplicação do Scrum na área?

12. Qual foi o maior benefício da aplicação do Scrum na área?

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12 Apêndice D: Resultados da Pesquisa de percepção da equipe envolvida na

aplicação do Scrum

Abaixo, estão dispostos os resultados em forma de gráfico pizza das respostas

consolidadas da do questionário respondido pela equipe da área.

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13 Anexo A: Tabela de comparação entre PMBOK e SCRUM

Nesse apêndice, é possível ver na íntegra a tabela na qual Eli Rodrigues (2013)

mapeou processos que aparecem no PMBOK e os confrontou com os que são abordados

pelo Scrum.

Disciplina Grupo do Processo

Ação Abordado

no Scrum?

Observação

Integração Iniciação

Desenvolver o termo de abertura do

projeto

Sim

Considera-se o processo de definição de

VISÃO do projeto e a atribuição dos

papéis como equivalente ao

termo de abertura.

Integração Planejamento

Desenvolver o plano de

gerenciamento do projeto

Sim

O Scrum determina como vai gerenciar o projeto, embora não atenda a todas

as áreas.

Integração Execução

Orientar e gerenciar a

execução do projeto

Sim Orienta e

acompanha em detalhes a execução

Integração Monitoramento

& Controle

Monitorar e controlar o trabalho do

projeto

Sim

Monitora o trabalho nas extremidades das sprints, como

um pacote de trabalho. Dentro da sprint é feito pela

equipe.

Integração Monitoramento

& Controle

Realizar o controle

integrado de mudanças

Sim

Realiza o controle de mudanças

atraves do realinhamento de

prioridades entre os sprints, verifica

impactos antes de aceitar mudanças e replaneja o sprint.

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Disciplina Grupo do Processo

Ação Abordado

no Scrum?

Observação

Integração Encerramento Encerrar o projeto ou

fase Sim

Controla o andamento do

projeto, mas não determina em detalhes como

encerrar o projeto, como resolver pendencias,

encerrar contratos etc.

Escopo Planejamento Coletar os requisitos

Sim

Parcial, porque não determina técnicas

e ferramentas, apenas diz que é

responsabilidade do PO.

Escopo Planejamento Definir o escopo

Sim

Considerando o "PRE-GAME",

deixa bem claro os objetivos e limites

do projeto. Além de determinar o que faz ou não parte

dele.

Escopo Planejamento Criar a EAP Não

O Scrum não tem nenhuma

ferramenta equivalente a

Estrutura Analítica do Projeto

Escopo Monitoramento

& Controle Verificar o

escopo Sim

É o ponto mais forte do Scrum,

realizado na REVIEW

MEETING.

Escopo Monitoramento

& Controle Controlar o

escopo Sim

Controla escopo tanto por

prioridade, quanto por completude

usando o sprint x product.

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Disciplina Grupo do Processo

Ação Abordado

no Scrum?

Observação

Tempo Planejamento Definir as atividades

Sim A equipe define as

atividades no Sprint backlog

Tempo Planejamento Sequenciar as

atividades Sim

Atende parcialmente. Deixa a criterio da equipe o sequenciamento,

mas não pre-determina ligacoes

logicas

Tempo Planejamento Estimar os

recursos das atividades

Sim

Faz o contrário do PMBOK. A partir

dos recursos disponiveis x

tempo, determina o trabalho que a

equipe é capaz de fazer.

Tempo Planejamento Estimar as

durações das atividades

Sim

Estima quantos itens do backlog cabem no Sprint.

Deste modo entendo que atende parcialmente, pois

indiretamente mostra a duração das atividades.

Tempo Planejamento Desenvolver o cronograma

Sim

Não desenvolve cronograma, mas mostra os itens do

backlog e atividades dentro de

um Sprint.

Tempo Monitoramento

& Controle Controlar o cronograma

Sim

Controla a execução das

atividades do Sprint e gerencia prazo. Mas tem poucas

ferramentas comparado ao

PMBOK.

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Disciplina Grupo do Processo

Ação Abordado

no Scrum?

Observação

Custos Planejamento Estimar custos

Não Não mapeia este

item

Custos Planejamento Determinar orçamento

Não Não mapeia este

item

Custos Monitoramento

& Controle Controlar os

custos Não

Não mapeia este item

Qualidade Planejamento Planejar a qualidade

Sim Planeja usando os

conceitos de DONE e READY

Qualidade Execução Realizar a garantia da qualidade

Não

Não prevê claramente

atividades de garantia da qualidade.

Qualidade Monitoramento

& Controle

Realizar o controle da qualidade

Sim

Verifica a qualidade (e o escopo) nas REVIEW

MEETING.

Recursos Planejamento

Desenvolver o plano de recursos humanos

Sim

Define claramente quem são os

recursos, papéis e responsabilidade,

embora não aborde a capacitação dos recursos, nem o

estabelecimento de um plano

Recursos Execução Mobilizar a equipe do

projeto Não

Não mapeia este item

Recursos Execução Desenvolver a equipe do

projeto Sim

Prevê o desenvolvimento da equipe no dia-a-dia

e nas RETROSPECTIVE

MEETING.

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Disciplina Grupo do Processo

Ação Abordado

no Scrum?

Observação

Recursos Execução Gerenciar a equipe do

projeto Sim

Não define como PO e SM devem se portar na gestão de

conflitos e avaliações de desempenho,

trabalha com times autogerenciáveis.

Comunicação Iniciação Identificar as

partes interessadas

Não Não mapeia este

item

Comunicação Planejamento Planejar as

comunicações

Sim

As comunicações já estão planejadas

pelo processo (Cerimônias,

artefatos e reuniões), mas não envolvem todos os

stakeholders

Comunicação Execução Distribuir as informações

Sim

Distribui informações

conforme suas cerimônias, não

avalia meio, canal e tecnologia

Comunicação Execução

Gerenciar as expectativas das partes

interessadas

Sim

Gerencia as expectativas apenas

do PO e deixa a este a

responsabilidade de gerenciar

expectativas de outros stakeholders.

Comunicação Monitoramento

& Controle Reportar o

desempenho Sim

Reporta o desempenho de

forma bem transparente, mas apenas para SM e

PO.

Riscos Planejamento Planejar o

gerenciamento dos riscos

Não Não mapeia este

item

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93

Disciplina Grupo do Processo

Ação Abordado

no Scrum?

Observação

Riscos Planejamento Identificar os

riscos Sim

Não mapeia riscos, apenas

impedimentos.

Riscos Planejamento

Realizar a análise

qualitativa dos riscos

Não Não mapeia este

item

Riscos Planejamento

Realizar a análise

quantitativa dos riscos

Não Não mapeia este

item

Riscos Planejamento Planejar

respostas aos riscos

Não Não mapeia este

item

Riscos Monitoramento

& Controle

Monitorar e controlar os

riscos Não

Não mapeia este item

Aquisições Planejamento Planejar as aquisições

Não Não mapeia este

item

Aquisições Execução Conduzir as aquisições

Não Não mapeia este

item

Aquisições Monitoramento

& Controle Administrar as aquisições

Não Não mapeia este

item

Aquisições Encerramento Encerrar as aquisições

Não Não mapeia este

item

Tabela 9 - Comparativo PMBOK x Scrum.

Fonte:<http://www.elirodrigues.com/2012/04/02/comparativo-pmbok-x-scrum/>.

Acesso em 09/10/2016.

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94

14 Anexo B: Tradução do questionário para avaliação do nível de maturidade

do Scrum em uma organização

Questionário de Alexandre Yin (2011) respondido pela chefe da área para

identificar o nível de maturidade do Scrum.

Papéis do Scrum Existem

Questão 1: Existe um indivíduo definido como Product Owner definido pelo cliente ?

( ) Sim ( x ) Não

Questão 2: Existe um indivíduo com a designação de Scrum Master ?

( ) Sim ( x ) Não

Questão 3: Existe uma equipe designada pra desenvolver o projeto com a metodologia

Scrum ?

( x ) Sim ( ) Não

Questão 4: Existe o artefato backlog do produto?

( x ) Sim ( ) Não

Artefatos do Scrum

Questão 5: Existe o backlog do sprint do produto ?

( x ) Sim ( ) Não

Questão 6: O backlog do sprint do produto é atualizado pela equipe do projeto?

( x ) Sim ( ) Não

Questão 7: O backlog do sprint do produto é atualizado após cliente ser avisado?

( ) Sim ( x ) Não

Questão 8: O backlog do sprint do produto é atualizado após cliente ser avisado?

( ) Sim ( x ) Não

Questão 9: Existe o artefato Quadro Scrum?

( x ) Sim ( ) Não

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Questão 10: O artefato Quadro Scrum é atualizado de acordo com o andamento do

projeto?

( x ) Sim ( ) Não

Reuniões Scrum

Questão 11: Existe a reunião de planejamento do Sprint?

( x ) Sim ( ) Não

Questão 12: Existe a reunião de Scrum diária?

( ) Sim ( x ) Não

Questão 13: Existe a reunião de revisão do Sprint?

( ) Sim ( x ) Não

Questão 14: Existe a reunião de retrospectiva do Sprint?

( ) Sim ( x ) Não

Usabilidade do Sprint

Questão 15: O Sprint é um conceito seguido no dia a dia?

( x ) Sim ( ) Não

Questão 16: Duração do Sprint é menor ou igual a 4 semanas?

( x ) Sim ( ) Não

Padronização

Questão17: Todos os projetos dos últimos 6 meses respondem positivamente às

perguntas anteriores?

( ) Sim ( x ) Não