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APLICATIVO PARA DIÁRIO DE BORDO ELETRÔNICO:
SKYLOGS
Fernando Venancio Pinheiro
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia de Computação e Informação da
Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Engenheiro.
Orientador: Jano Moreira de Souza
Rio de Janeiro
Junho de 2017
APLICATIVO PARA DIÁRIO DE BORDO ELETRÔNICO:
SKYLOGS
Fernando Venancio Pinheiro
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO
DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO E INFORMAÇÃO DA ESCOLA
POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO DE COMPUTAÇÃO E INFORMAÇÃO.
Autor:
_________________________________________________
Fernando Venancio Pinheiro
Orientador:
_________________________________________________
Prof. Jano Moreira de Souza
Examinador:
_________________________________________________
Examinador:
_________________________________________________
Rio de Janeiro – RJ, Brasil
Julho de 2017
Declaração de Autoria e de Direitos
Eu, Fernando Venancio Pinheiro CPF 126.910.147-11, autor da monografia Aplicativo
para Diário de Bordo Eletrônico: SkyLogs, subscrevo para os devidos fins, as seguintes
informações:
1. O autor declara que o trabalho apresentado na disciplina de Projeto de
Graduação da Escola Politécnica da UFRJ é de sua autoria, sendo original em
forma e conteúdo.
2. Excetuam-se do item 1. eventuais transcrições de texto, figuras, tabelas,
conceitos e idéias, que identifiquem claramente a fonte original, explicitando as
autorizações obtidas dos respectivos proprietários, quando necessárias.
3. O autor permite que a UFRJ, por um prazo indeterminado, efetue em qualquer
mídia de divulgação, a publicação do trabalho acadêmico em sua totalidade, ou
em parte. Essa autorização não envolve ônus de qualquer natureza à UFRJ, ou
aos seus representantes.
4. O autor pode, excepcionalmente, encaminhar à Comissão de Projeto de
Graduação, a não divulgação do material, por um prazo máximo de 01 (um) ano,
improrrogável, a contar da data de defesa, desde que o pedido seja justificado, e
solicitado antecipadamente, por escrito, à Congregação da Escola Politécnica.
5. O autor declara, ainda, ter a capacidade jurídica para a prática do presente ato,
assim como ter conhecimento do teor da presente Declaração, estando ciente das
sanções e punições legais, no que tange a cópia parcial, ou total, de obra
intelectual, o que se configura como violação do direito autoral previsto no
Código Penal Brasileiro no art.184 e art.299, bem como na Lei 9.610.
6. O autor é o único responsável pelo conteúdo apresentado nos trabalhos
acadêmicos publicados, não cabendo à UFRJ, aos seus representantes, ou ao(s)
orientador(es), qualquer responsabilização/ indenização nesse sentido.
7. Por ser verdade, firmo a presente declaração.
_________________________________________
Fernando Venancio Pinheiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Escola Politécnica – Departamento de Eletrônica e de Computação
Centro de Tecnologia, bloco H, sala H-217, Cidade Universitária
Rio de Janeiro – RJ CEP 21949-900
Este exemplar é de propriedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que poderá
incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer
forma de arquivamento.
É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre bibliotecas
deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou venha a
ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem finalidade
comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor.
i
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, e em memória do saudoso e brilhante professor
Sérgio Villas Boas.
ii
RESUMO
Os registros de voos contidos em diário de bordo de uma aeronave são obrigatoriamente
mantidos em formato de papel [1]. Por isso, a confecção de um registro de voo por um
tripulante está sujeita a erros (pois exige uma série de cálculos a serem feitos baseados
em diversos aspectos do voo) e na maioria das vezes o respectivo tripulante cria o
registro de voo no fim do voo ou de sua jornada de trabalho – quando o nível de
cansaço já é alto e sua eficiência comprovadamente reduzida [2]. E o que foi constatado
no estudo do setor é a falta de tecnologia que suporte este tipo de operação.
Para uma empresa que trabalhe com fretamentos de voo, manter e gerenciar registros na
forma de papel se torna, portanto, uma tarefa desafiadora. A compilação das horas
voadas para fins de manutenção é muitas vezes demorada, fazendo com que, por
exemplo, o setor de Controle Técnico de Manutenção da empresa sofra atraso em seu
recebimento. O acesso aos dados para fins de análise de tendências e geração de
relatórios mais amplos é inviável. Não é fácil, por exemplo, responder às seguintes
perguntas: quantas horas o tripulante A voou este ano? Quantos pousos a aeronave PP-
AAA teve nas últimas duas semanas? Entre outras.
O SkyLogs consiste num aplicativo mobile multiplataforma (Android, iOS) que permite
que o tripulante registre os aspectos essenciais de um voo realizado. Sua utilização cria
um fluxo de dados confiável, eficiente e em tempo real entre a tripulação a bordo e o
setor de operações da empresa. A partir dos dados entrados, o aplicativo realiza
automaticamente cálculos que eram antes realizados pelo tripulante responsável, dando
maior confiabilidade ao registro. Ao final de um voo, é possível enviar os dados
diretamente para o setor de operações via internet.
Palavras chave: diário de bordo, voo, aplicativo, aeronáutica.
iii
ABSTRACT
The flight records contained in an aircraft’s flight log are obligatory kept in paper
format [1]. Therefore, the act of creating a Flight Record by a crew member is error
prone (requiring a series of calculations based on many aspects of the flight) and usually
the respective crew member writes the Flight Record at the end of the flight or at the
end of his/her working journey, when the fatigue is high and his/her efficiency is
reduced [2]. And what we could observe in the aeronautical market is the lack of
technology that supports this kind of operation.
Thus, to keep and manage records in paper format inside of a company that works with
flight operations becomes, indeed, a challenging task. The compilation of flight hours to
maintenance ends is very often delayed, therefore prejudicing, for instance, the
company’s Technical Maintenance Control department in its work capacity and
confiability. The access to data for statistical analysis is barely possible. It’s not easy,
for instance, to answer the following questions: how many hours did the crew member
A flew this year? How many landings did the aircraft PP-AAA have in the last couple of
weeks? Etc.
SkyLogs is a multiplatform mobile app (Android, iOS) that allows the crew member to
record essential aspects of a flight. Its usage creates a secure, reliable, efficient and real
time data flow between Flight Record and the company’s flight operation department.
Based on the entered flight data, the app performs automatic calculations that would
have to be done by the crew member in charge, thus giving higher confiability to the
flight logs. At the end of a flight, it is possible to send the data directly to the operations
department via internet.
Key words: log book, flight, app, aeronautic.
iv
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ................................................................................................................ i
RESUMO ......................................................................................................................... ii
ABSTRACT .................................................................................................................... iii
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2 TRABALHOS RELACIONADOS ........................................................................... 3
3 MOTIVAÇÃO E PREMISSA .................................................................................. 4
4 OBJETIVOS.............................................................................................................. 4
5 RELEVÂNCIA ......................................................................................................... 5
6 CONCEITOS E REGULAMENTAÇÃO ................................................................. 5
6.1 Padronização do Diário de Bordo – IAC 5131/2002 ......................................... 5
6.2 Necessidade do preenchimento ao fim do voo – IAC 5131/2002 ..................... 6
6.3 Cansaço e produtividade após jornada de trabalho - Marco Túlio de Mello et
al., 2009 ......................................................................................................................... 6
7 A Solução .................................................................................................................. 7
7.1 Diagrama de integração e componentes da solução .......................................... 7
7.1.1 SKYTOOLS – Servidor & Base de Dados ................................................. 7
7.1.2 SKYTOOLS – Web App ............................................................................ 8
7.1.3 SKYLOGS .................................................................................................. 8
7.2 Processo de software .......................................................................................... 8
7.3 Modelagem e Processos ..................................................................................... 8
7.3.1 Processo de Configuração e Autenticação.................................................. 9
7.3.2 Tela principal e processo de criação de voo ............................................. 11
7.3.3 Processo de validação de voo após envio ao SkyTools ............................ 16
8 Implantação e Testes ............................................................................................... 17
8.1 Procedimentos de Testes e Avaliação .............................................................. 18
8.1.1 Teste em solo ............................................................................................ 18
v
8.1.2 Teste em voo ............................................................................................. 18
9 Evolução e Trabalhos Futuros ................................................................................. 19
9.1 Enriquecimento do domínio de dados compartilhados .................................... 19
9.2 Melhorias na experiência do usuário ............................................................... 19
10 Resultados ............................................................................................................ 20
10.1 Rasuras ............................................................................................................. 20
10.2 Latência ............................................................................................................ 21
10.3 Ruído ................................................................................................................ 21
10.4 Compartilhamento de dados ............................................................................ 21
11 Conclusão ............................................................................................................ 21
1
1 INTRODUÇÃO
A utilização de um Diário de Bordo é obrigatória em todo e qualquer voo, seja ele
privado ou comercial [3]. Um Diário de Bordo consiste em um livro que deve ser
mantido dentro da aeronave, e suas páginas são formatadas para possibilitar que o
tripulante realize os Registros de Voo da aeronave em questão. Um Registro de Voo
(Flight Log) consiste em um conjunto de dados referentes a um pouso e uma
decolagem. Dados principais do registro do voo são: hora de partida de motor, hora de
decolagem, hora de pouso, hora de corte de motor, número de pousos, tempo de voo
(decolagem - pouso, em decimal), tempo total (partida - corte, em decimal), tempo de
voo por instrumentos (IFR, em decimal), tempo de voo sem instrumentos (VFR, em
decimal), número de acionamentos de motor, demais ciclos de motor (em função do
modelo da aeronave), e tripulantes presentes no voo. A seguir um exemplo de folha de
diário de bordo.
Figura 1 – Exemplo de folha de diário de bordo preenchida à mão.
2
Determinados campos do Registro de Voo são campos calculados a partir das horas de
partida, decolagem, pouso e corte. São eles: tempo de voo, tempo total, tempo de voo
por instrumentos (IFR) e sem instrumentos (VFR). Estes campos são calculados a partir
de uma tabela de conversão de minutos para o formato decimal.
Figura 2 – Tabela de conversão de minutos para décimos de hora definida pela IAC 3252.
Sendo assim, faz parte da rotina do tripulante realizar cálculos para saber em quantos
minutos consiste o tempo total (partida-corte) e o tempo de voo (decolagem-pouso). Por
exemplo, dado um voo com partida às 12:07, decolagem às 12:11, pouso às 13:44 e
corte às 13:54, o tempo total seria de 12:07 à 13:54, que totaliza 1 hora e 47 minutos,
que convertendo para decimal seria 1,8; já o tempo de voo seria de 12:11 às 13:44, que
totaliza 1 hora e 33 minutos, que convertendo para decimal seria 1,5.
Diante desta mecânica necessária para realizar o Registro de Voo e das condições que o
tripulante se encontra no fim do mesmo (cansaço após longas jornadas de trabalho) [2],
a ocorrência de erros de cálculo é alta, erros estes que refletem diretamente no programa
de manutenção da aeronave, que depende dos dados de tempo total de voo para calcular
a vida útil das peças (por troca ou revisão geral) e inspeções a serem realizadas na
aeronave.
3
Além de ser obrigado a realizar e armazenar o Registro de Voo em papel, o tripulante
deve necessariamente fazê-lo no fim do voo, ao pousar a aeronave, e antes da tripulação
desembarcar. Se, por exemplo, o tripulante esquecer ou decidir não o realizar ao fim do
voo, ele poderá ser multado pela autoridade reguladora (ANAC) no momento em que
sai da aeronave [1], numa inspeção de rampa.
Diante das tecnologias existentes e da realidade sendo executada e exigida por lei para a
realização e armazenamento de Registros de Voo, se faz urgente uma solução ou ao
menos o estímulo ao estudo de soluções que vão ao encontro desta realidade. Dados os
consideráveis avanços tecnológicos dos últimos anos – principalmente a invenção dos
dispositivos móveis com elevado poder computacional, autonomia suficiente para
operar por dias e acesso à internet – um modus operandi limitado ao papel e propenso a
erros é no mínimo uma perda de tempo.
Sendo assim, a digitalização e informatização do processo de criação e armazenamento
do Registro de Voo é de suma importância para a melhoria da qualidade e
principalmente segurança de voo, requisitos primordiais para todo o setor aéreo.
Com a utilização de uma solução para Diário de Bordo Eletrônico, uma empresa de
aviação comercial ou executiva consegue diminuir a quantidade de erros humanos
cometidos, cujas consequências podem ser graves (acidentes aéreos, excesso em jornada
de trabalho, multas por falta de informação ou por dados imprecisos no arquivamento).
2 TRABALHOS RELACIONADOS
Foram encontrados trabalhos relacionados e que se assemelham de alguma forma ao
SkyLogs. A tendência de soluções do tipo é ter o piloto como protagonista, resolvendo
seus problemas, como indivíduo – ao contrário do SkyLogs, cujo protagonista é o
registro de voo e sua comunicação entre a tripulação e a empresa controladora.
As soluções encontradas não são voltadas a integrar os registros de voo de uma
respectiva aeronave à sua empresa controladora, mas fornecer ao piloto de forma
detalhada e resumida os dados de sua vida profissional, como por exemplo, total de
horas voadas em determinado modelo, quanto tempo lhe resta para refazer um exame
médico, entre outros.
4
Além disso, as soluções encontradas não atendem o piloto brasileiro, pois são
construídas tendo em vista normas da FAA (são todas de empresas estrangeiras), e não
da ANAC. Seguem dois exemplos:
a. FlightLog - Pilot's Logbook. Aplicativo para Android, voltado para armazenar
registros de voo em que o tripulante operou e controlar seus vencimentos de
carteiras. Não se integra a qualquer sistema para gestão a nível de empresa
controladora.
b. Smart Logbook. Aplicativo para Android, voltado para armazenar registros de
voo em que o tripulante operou. Realiza os cálculos automáticos de totais
voados; armazena as certificações e carteiras do piloto; apresenta mapas e
trajetórias de voo. Não se integra a qualquer sistema para gestão a nível de
empresa controladora.
3 MOTIVAÇÃO E PREMISSA
O SkyLogs foi motivado a partir da existência de um software de gerência de
manutenção e operação de aeronaves, chamado SkyTools (criado pelo autor deste
trabalho). O SkyTools é um sistema web que possibilita uma empresa de táxi aéreo ou
oficina mecânica de aeronaves a controlar os processos necessários para manter e operar
aeronaves de asa fixa ou asa rotativa, conforme a legislação vigente determinada pela
ANAC. A partir do Módulo de Operações do sistema SkyTools, surgiu a necessidade e
iniciativa de criar um aplicativo para dispositivos móveis que daria aos tripulantes a
possibilidade de enviar diretamente os registros de voo para a central de operações,
evitando ruído e atraso de comunicação.
A premissa para o correto funcionamento do SkyLogs é a existência de uma instalação
do sistema SkyTools. Toda comunicação de dados feita pelo SkyLogs é direcionada ao
servidor SkyTools e registrada em sua base de dados, sob domínio da respectiva
empresa. O SkyLogs em conjunto com o SkyTools está instalado e operando atualmente
em uma empresa de táxi aéreo do Rio de Janeiro.
4 OBJETIVOS
Os objetivos principais deste trabalho são:
5
• Retirar do papel o processo de registro de voo (digitalização total).
• Maximizar a confiabilidade dos dados de registros de voo, reduzindo os erros
humanos inerentes ao processo de registro atual.
• Reduzir ruído e aumentar a velocidade da comunicação entre a tripulação e a
central de operações.
• Tornar acessíveis a quaisquer funcionários da respectiva empresa (desde que
autorizados pela mesma) todos os dados referentes a registros de voos
realizados, em tempo real.
• Aumentar a produtividade da análise de dados e geração de relatórios realizada
pelo próprio setor de operações demais setores da empresa.
5 RELEVÂNCIA
O projeto SkyLogs foi ganhador do 3º lugar do Prêmio Aviação Conhecimento e
Inovação de 2016, idealizado pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da
República –SAC/PR. Sua relevância nacional é reconhecida no setor. A partir de sua
operação e constante melhoria, o processo brasileiro de registros de voo poderá ser
levado à um nível de qualidade ainda não visto no país.
6 CONCEITOS E REGULAMENTAÇÃO
Esta seção contém citações de documentos que fundamentam a importância e
viabilidade do desenvolvimento deste projeto.
6.1 Padronização do Diário de Bordo – IAC 5131/2002
A IAC 5131 de 2002 determina, no número 4.1.2, que uma empresa de táxi aéreo (135)
ou aviação comercial (121) pode obter autorização para utilizar procedimentos
diferentes dos estabelecidos na mesma, desde que sejam aceitas e constem no manual da
empresa. Portanto, a utilização do SkyLogs como meio principal de registro de voos é
passível de um processo de aprovação pela ANAC.
Sendo aprovado, a empresa poderá substituir os métodos antigos pelo aplicativo de
diário de bordo eletrônico. Ou enquanto não aprovado devido aos trâmites de obtenção
de autorização, a mesma pode utilizar o SkyLogs em paralelo com o diário de bordo em
6
papel. O registro de voo, neste caso, pode ser feito no aplicativo e, ao fim do voo,
passado para o papel, minimizando rasuras ou possíveis erros de cálculo.
6.2 Necessidade do preenchimento ao fim do voo – IAC 5131/2002
A mesma IAC determina, no número 9.3, que “o Diário de Bordo deve ser preenchido
de maneira que todos os dados referentes a uma etapa de voo estejam preenchidos e
assinados pelo comandante da aeronave, antes da saída da tripulação da aeronave após o
término do voo”. Portanto, seu preenchimento durante o voo ou imediatamente após seu
término é obrigatório por lei, sendo seu descumprimento passível de sanções.
Como dito anteriormente, o tripulante, mesmo depois de um voo longo e exaustivo, é
obrigado a realizar cálculos e aferições sobre os respectivos dados do voo para realizar
seu registro.
6.3 Cansaço e produtividade após jornada de trabalho - Marco Túlio
de Mello et al., 2009
No fim de um longo voo, o nível de cansaço do tripulante atrapalha sua eficiência.
Segundo a revisão da literatura sobre o piloto comercial e sua jornada de trabalho por
Marco Túlio e Mello et al., 2009, diversos são os aspectos que influenciam a
produtividade e eficiência do tripulante. Como por exemplo: os ritmos biológicos e
circadianos do indivíduo, que apontam horários específicos em que o ser humano está
mais propenso a ceder ao cansaço, e portanto, cometer erros; as alterações bruscas nos
turnos de trabalho do indivíduo, causando o efeito denominado “shift lag”, derivado do
conhecido termo “jet lag”, cujos sintomas são: mal-estar, fadiga, dificuldade no sono,
entre outros; o cronotipo do tripulante, que indica se o indivíduo é mais matutino (mais
produtivo pela manhã e tarde) ou vespertino (mais produtivo pela tarde e noite);
exposição à luz ou ausência dela durante a jornada de trabalho; entre outros.
Dado que a jornada de um tripulante pode facilmente exceder 9 horas de trabalho e que,
“após a 9ª hora de trabalho o risco de acidente aumenta de forma significativa”, é
conclusivo que a obrigatoriedade da confecção do registro de voo ao fim da jornada é
altamente propensa a erros humanos, e, portanto, o presente caso de estudo é relevante.
7
7 A Solução
7.1 Diagrama de integração e componentes da solução
Figura 3 – Arquitetura do sistema SkyLogs.
O projeto consiste em três aplicações:
7.1.1 SKYTOOLS – Servidor & Base de Dados
O servidor SkyTools é uma aplicação (também criada pelo autor deste projeto) escrita
na linguagem de programação C# (Microsoft), e utiliza-se do .NET Framework. O
banco de dados utilizado é o Sql Server 2012. O servidor fica instalado na intranet da
empresa, e disponibiliza uma API (através de uma porta específica), que é acessível
pelo aplicativo SkyLogs através da internet. A API é implementada sobre protocolo
HTTP e fornece, após um processo de autenticação via token (protocolo OAuth), dados
da respectiva aeronave e registros de voo históricos, assim como a possibilidade de
enviar um novo registro como rascunho.
8
7.1.2 SKYTOOLS – Web App
O Web App da plataforma SkyTools é executado no navegador do usuário, escrito em
javascript, e utiliza o Angular Framework (Google). É responsável por gerenciar os
rascunhos de voos enviados pelo aplicativo SkyLogs, e é a partir dele que todos os
dados e informações compiladas de voos são acessados pelo usuário. O Web App
acessa a API do servidor via HTTP, assim como o SkyLogs.
7.1.3 SKYLOGS
O SkyLogs é um aplicativo escrito utilizando-se do Ionic Framework. Este framework
de desenvolvimento funciona da seguinte maneira: o desenvolvedor implementa uma
aplicação web utilizando o Angular Framework e depois exporta a aplicação para
Android ou iOS. O Ionic Framework simula um navegador no respectivo sistema
operacional e serve a aplicação como se fosse um app nativo (de Android ou iOS).
7.2 Processo de software
A implementação das regras de negócio no aplicativo SkyLogs foi realizada através do
método TDD (Test Driven Development). Neste método, testes unitários (automáticos)
são escritos e executados até que todas as regras definidas sejam atendidas (até que os
testes passem com sucesso).
7.3 Modelagem e Processos
Abaixo uma imagem gerada pela ferramenta de desenvolvimento Microsoft Visual
Studio 2012 (a partir das classes do projeto), que representa as entidades utilizadas pelo
SkyLogs:
9
Figura 4 – Relacionamento das entidades do projeto.
A entidade central do projeto é a FlightLog. Esta representa o registro de voo
propriamente dito. Por brevidade, somente as propriedades que fazem parte do escopo
deste projeto foram exibidas no diagrama. Um registro de voo (FlightLog) contém todos
os dados técnicos do voo, e também sua lista de tripulantes (CrewMember). A
associação com o tripulante é feita através de classe associativa
(FlightLogCrewMember). Esta associação contém a função do tripulante no voo
(Comandante, Copiloto, Mecânico, Comissário de Bordo, entre outros).
Um FlightLog está associado à uma LogbookPage (página do diário), que por sua vez se
associa à um Logbook (diário de bordo).
Um FlightLogDraft representa um rascunho de registro de voo. Quando um tripulante
termina de registrar o voo no aplicativo, esta é a entidade comunicada via API para o
servidor.
7.3.1 Processo de Configuração e Autenticação
Como dito anteriormente, o aplicativo SkyLogs funciona em conjunto com o sistema
SkyTools. Antes que usuário possa realizar o login no SkyLogs e enviar registros de
voo para uma determinada aeronave, uma Credencial de Aeronave deve ser criada.
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Uma credencial (FlightLogAppCredential) é a entidade que representa a possibilidade
de login e envio de registros de voo através do SkyLogs.
Figura 5 – SkyTools: Formulário de cadastro para credencial de aeronave.
Para criar a credencial, um usuário do setor de operações da empresa deve acessar a tela
de Flight Log App no SkyTools, seleciona-se a aeronave em questão e define-se uma
senha. A senha é então criptografada utilizando o algoritmo MD5 para ser salva no
banco de dados. O MD5 é uma função de dispersão criptográfica unidirecional que
produz um valor de 128bits. Com a credencial criada é possível realizar login no
aplicativo, através do formulário abaixo:
Figura 6 – SkyLogs – Tela de login.
11
7.3.2 Tela principal e processo de criação de voo
A tela principal é composta de listas de registros de voo (FlightLog). Cada lista
representa um estado do registro de voo: Rascunho, onde o registro ainda não foi
definido por completo e ainda deve ser alterado até que se torne pronto para envio;
Pronto para envio (Outbox), onde o registro já possui todos os dados obrigatórios para
compor um registro válido e o tripulante pode clicar em Enviar assim que possuir
conexão com a internet; Enviado, indicando que o registro foi enviado mas ainda não
processado pelo setor de operações da empresa; Registro Salvo, indicando que o
registro já faz parte do registro eletrônico oficial da empresa (foi aceito pelo setor de
operações).
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Figura 7 – Tela principal SkyLogs
A primeira coluna da linha do registro de voo representa sua localização no registro
físico (em papel). A primeira linha (012/PP-NNN/2017) indica o livro do diário de
bordo. A segunda (9), a página. A terceira (19/04/2017), a data de operação do voo.
Em caso de perda de conexão, o seguinte aviso é exibido no topo da tela principal:
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Figura 8 – Aviso de servidor inacessível.
O registro do voo é feito através da seguinte tela:
Figura 9 – Tela de adição/edição de registro de voo.
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Nesta tela é possível informar em que local físico se encontra este registro (livro de
bordo e página), os dados técnicos do voo e a lista de tripulantes. As seguintes
funcionalidades foram implementadas com o objetivo de facilitar a usabilidade:
• Ao iniciar um novo registro de voo, algumas sugestões de dados para os
seguintes campos são feitas, baseadas no voo anterior. Caso não haja voo
anterior, o campo é deixado em branco:
o Diário: o mesmo do voo anterior.
o Página: a mesma do voo anterior.
o Etapa: a próxima comparado ao voo anterior. Se o voo anterior é a 2ª
etapa, esta seria a 3ª. Ao alterar a página do voo, o campo Etapa recebe o
valor “1”.
o Data: a mesma do voo anterior. Ao alterar a página do voo, o campo
Data recebe a data atual.
o De: o mesmo valor do campo Para do voo anterior, indicando que a
aeronave irá decolar do mesmo aeródromo do último pouso.
• Botão de Usar tripulação do último voo. Este botão traz automaticamente a lista
de tripulantes utilizada no registro de voo anterior. Caso não haja voo anterior, o
botão não é exibido.
• Campos calculados. Os seguintes campos são calculados automaticamente:
Tempo de Voo, IFR-R, Tempo Total, Diurno, Noturno. Estes são os campos
que, estatisticamente, possuem maior possibilidade de erro devido aos motivos
já mencionados no item 2. A seguir as fórmulas de cálculo para estes campos:
o Tempo de Voo: Pouso – Decolagem em formato decimal conforme
tabela da Figura 2.
o Tempo Total: Corte – Partida em formato decimal conforme tabela da
Figura 2.
o IFR-R: Tempo Total – VFR.
o Diurno: tempo de voo realizado entre 09:00 (GMT) e 21:00 (GMT) em
formato decimal conforme tabela da Figura 2.
o Noturno: tempo de voo realizado entre 21:00 (GMT) e 09:00 (GMT) em
formato decimal conforme tabela da Figura 2.
• Cronômetro. Ao inserir um voo para a data atual, o modo de preenchimento via
cronômetro é disponibilizado. Para isso, botões são exibidos na tela para definir
15
o acontecimento de um evento de voo. Ao tocar no botão, o respectivo campo de
horário é preenchido com o horário GMT do momento.
Figura 12 – Utilização do cronômetro para inserção de horas de voo.
O fluxo se dá da seguinte maneira:
1. Tocar em Usar Cronômetro inicia o modo de cronômetro e exibe o item 2.
2. Tocar em Partida de Motor preenche o campo Partida e exibe o item 3.
3. Tocar em Corte de Motor preenche o campo Corte e finaliza o modo de
cronômetro. Tocar em Decolagem preenche o campo Decolagem e exibe o
item 4.
4. Tocar em Pouso preenche o campo Pouso e exibe o item 5.
5. Tocar em Corte de Motor preenche o campo Corte e finaliza o modo de
cronômetro. Tocar em Decolar novamente faz com que o voo atual seja
salvo como rascunho e um novo voo seja criado com o campo Decolagem
preenchido – esta funcionalidade é muito útil para aeronaves de asa rotativa
(helicópteros).
O processo de criação de rascunhos, envio e aceitação de registros de voos se dá como
segue:
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Figura 9 – Processo de registro de voo.
Em resumo: o voo é criado e editado no SkyLogs até que esteja pronto para envio. Ao
ser recebido pela central de operações no SkyTools, o rascunho é analisado e as devidas
correções são realizadas (se aplicável). Quando o voo se torna válido sob a perspectiva
do setor de operações, ele é validado para a base de dados SkyTools e a mensagem de
voo validado com sucesso é enviada para o SkyLogs.
7.3.3 Processo de validação de voo após envio ao SkyTools
Quando o voo é enviado e recebido pela central de operações da empresa, ele fica
acessível para os usuários através de uma Inbox de voos. Ao clicar no ícone de
validação, o usuário tem a chance de revisar e editar os dados do voo antes de validá-lo
efetivamente.
Figura 10 – Inbox de voos enviados.
Ao finalizar a validação, o rascunho é removido e um novo registro de voo oficial é
criado.
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Figura 11 – Confirmação de voo validado com sucesso.
Ao realizar esta operação, o mesmo voo é visualizado como Registro Salvo no
aplicativo SkyLogs, e o tripulante tem sua confirmação de voo importado com sucesso.
8 Implantação e Testes
O SkyLogs foi implantado em uma empresa de táxi aéreo situada o Rio de Janeiro e está
em produção até a presente data. Sua implantação foi feita de forma gradual. Assim
como a maioria dos novos processos a serem implantados em qualquer empresa, se
fazem necessários treinamentos, fase de testes e homologação, onde ajustes e correções
são realizados mediante feedback dos usuários finais. É nesta fase de treinamento e
testes que o sistema adquire maturidade. Iniciaram-se testes para somente uma
aeronave, com auxílio de um tripulante que foi importante na fase de levantamento de
requisitos e definição do escopo do projeto. Após algumas iterações de testes –
correções – testes, incluímos mais aeronaves e tripulantes no sistema.
A maior dificuldade encontrada após esta etapa se deu – sem surpresa – pela barreira às
novas tecnologias criada pelos próprios usuários. Mudar o processo que os tripulantes
utilizavam em seu cotidiano foi de início um desafio, principalmente para aqueles que
tem menos intimidade com as novas tecnologias. Entretanto, esta barreira é rapidamente
ultrapassada quando os usuários percebem os benefícios que o sistema os fornece,
principalmente nas funcionalidades de preenchimento automático de dados.
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8.1 Procedimentos de Testes e Avaliação
Para avaliar o funcionamento do sistema a cada versão desenvolvida os seguintes testes
eram realizados:
8.1.1 Teste em solo
Antes de qualquer teste em voo, o usuário realizava um teste em solo, ao lado do
funcionário do setor de operações da empresa, e do autor do projeto, para que haja
supervisão de todos os envolvidos a cada passo do processo.
Seu objetivo principal era verificar se a integração entre os sistemas estava operacional
e correta. O teste consistia em:
a. Cadastrar um voo fictício no SkyLogs.
b. Conectar o dispositivo à rede móvel.
c. Enviar o voo do SkyLogs para o SkyTools.
d. Verificar se todos os dados preenchidos no SkyLogs estavam presentes no
registro recebido pelo SkyTools.
e. Descartar o registro fictício.
Caso houvesse alguma discrepância com base no comportamento esperado, as
respectivas alterações eram desenvolvidas, e o teste em solo era retomado.
8.1.2 Teste em voo
Após o sucesso do teste em solo, a versão desenvolvida passava por pelo menos um
teste em voo. Seu objetivo principal era verificar se a usabilidade em voo era simples e
intuitiva aos tripulantes, tornando de fato o processo de registro melhor. Consistia em:
a. Realizar voo utilizando o modo cronômetro do SkyLogs.
b. Ao pousar, conectar o dispositivo à rede móvel.
c. Transcrever os dados presentes no SkyLogs para o registro físico.
d. Enviar o voo do SkyLogs para o SkyTools.
e. Verificar se todos os dados preenchidos no SkyLogs estavam presentes no
registro recebido pelo SkyTools.
f. Validar o voo para a base de dados SkyTools.
Caso o usuário reportasse alguma dificuldade de uso ou erro, as respectivas alterações
eram desenvolvidas, e o teste em voo era retomado.
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9 Evolução e Trabalhos Futuros
9.1 Enriquecimento do domínio de dados compartilhados
A tendência de evolução do aplicativo SkyLogs é no sentido de melhorar gradualmente
a substituição do registro físico de registros de voo. Portanto, as versões futuras devem
conter cada vez mais dados a serem informados pelo tripulante e enviados para a central
de operações, e também a disponibilização de outras informações da aeronave para o
tripulante. Abaixo alguns exemplos:
• Ocorrências de voo. Durante um voo, o tripulante responsável (comandante)
pode se deparar com discrepâncias que devem ser reportadas para a central.
Usualmente se tratam de pequenas panes elétricas (lâmpada queimada,
interferência em algum fone de ouvido, etc.), desgastes naturais (corrosão na
funilaria externa, descostura em algum assento, etc.), ou até algo mais sério,
como desbalanceamento das hélices (no caso de um helicóptero). Com a
informação destas ocorrências via SkyLogs, a central poderia se antecipar à
resolução das discrepâncias reportadas e resolvê-las mais rapidamente.
• Próximas manutenções. Incluir a relação das próximas manutenções a serem
executadas na aeronave, conforme controle realizado pelo setor de manutenção
técnica da empresa.
• Plano de voo. Incluir todos os dados sobre o plano de voo do ponto de vista
comercial, para ciência da tripulação. Dados como: lista de passageiros (nome,
telefone, identidade, data de nascimento), contatos dos hotéis e instruções de
estadia ao chegar no destino (comum em voos internacionais), etc.
• Dados meteorológicos. Incluir dados de previsão meteorológica no local de
partida e destino (no momento da chegada).
9.2 Melhorias na experiência do usuário
Algumas ideias para melhorar a experiência do usuário e a forma de realizar a entrada
de dados surgiram durante seu desenvolvimento e implantação. Abaixo algumas delas:
• Utilizar sistema de geolocalização do aparelho móvel para determinar o
aeródromo de pouso. Este item envolveria a criação de uma base dados com a
relação de aeródromos e suas coordenadas geográficas. E então, a partir das
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coordenadas do dispositivo móvel, encontrar sugestões de aeródromos mais
próximos. A ANAC fornece a lista de aeródromos e suas coordenadas como
informação pública via internet.
• Utilizar reconhecimento de voz para popular o registro de voo em tempo real.
Este item envolveria habilitar o microfone do dispositivo móvel e tentar
reconhecer padrões na comunicação entre o tripulante e a torre de operações dos
aeródromos de decolagem e pouso. Como os procedimentos e falas são
padronizados, quando, por exemplo, o aplicativo reconhecer a frase “atenção
tripulação: preparar para decolagem”, o campo Decolagem poderia ser
preenchido com o valor do momento em questão. Como o ruído é
consideravelmente alto no cockpit de qualquer aeronave, principalmente
helicópteros, seria necessário aplicar um filtro antirruído antes de realizar o
processamento do reconhecimento de voz. Além de reconhecer o conteúdo do
que é falado, também seria possível reconhecer a identidade do interlocutor, a
fim de incluí-lo na lista de tripulantes.
10 Resultados
A utilização do SkyLogs promoveu melhorias nos seguintes aspectos:
10.1 Rasuras
Para apurar a diminuição de rasuras promovida pela utilização do SkyLogs, utilizamos o
seguinte processo, para uma determinada aeronave:
a. Contagem do total de páginas rasuradas nos 6 meses que antecederam a
implantação.
b. Contagem do total de páginas rasuradas nos 6 primeiros meses de utilização.
c. Comparação na seguinte tabela:
Antes Depois Diminuição
Total de erros 25 9 64%
Páginas com erro 17 8 53%
Foi obtida, nos primeiros 6 meses, redução em 64% do número de rasuras, e em 53% do
número de páginas com pelo menos uma rasura.
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10.2 Latência
Obtivemos diminuição considerável do tempo em que um registro de voo levava para
chegar à central de operações. No processo anterior, as folhas em papel do diário de
bordo levavam em média de 1 a 3 dias para serem recebidas e processadas. Se a
aeronave realizava voos internacionais, este tempo poderia ser de semanas (até a
aeronave voltar à base de operações). Com a utilização do SkyLogs, os registros de voo
chegam de forma individual – sem a necessidade de enviar a folha inteira – e são
recebidos assim que a aeronave pousa e se conecta à internet.
10.3 Ruído
Erradicação do ruído causado pela escrita à mão realizada pelos tripulantes. Em muitos
casos o funcionário da central de operações tinha dificuldade de compreender o que
estava escrito, e com isso precisava entrar em contato com o tripulante que o escreveu.
Este processo poderia levar horas ou até dias caso o tripulante estivesse em missão
internacional, ou sem acesso a meios de comunicação.
10.4 Compartilhamento de dados
Disponibilização dos dados de voo para toda a empresa, principalmente para a geração
de relatórios de voo (que são de envio obrigatório para a ANAC); apuração de horas de
voo e cobrança dos fretamentos realizados para os clientes; envelhecimento automático
da aeronave e seus componentes a partir dos registros – integrando o setor de operações
com o setor de manutenção técnica.
11 Conclusão
A utilização do aplicativo SkyLogs por uma empresa de táxi aéreo foi um sucesso tendo
em vista os objetivos do trabalho. Foi possível, principalmente, constatar uma
diminuição nas rasuras (64%) e aumento na velocidade de comunicação entre a
tripulação e a empresa (de 1 a 3 dias para poucos minutos).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Departamento da Aviação Civil – Ministério da Aeronáutica, IAC 3252, pp. 2, 1997.
[2] Marco Túlio e Mello et al., “O PILOTO COMERCIAL E A JORNADA DE
TRABALHO: O TEMPO DE JORNADA, O DESCANSO E OS ACIDENTES,
ASPECTOS RELACIONADOS AO FATOR HUMANO Uma revisão de literatura”,
Rev. Conexão SIPAER, v. 1, n. 1, nov. 2009.
[3] Departamento da Aviação Civil – Ministério da Aeronáutica, IAC3151, pp. 4 - 4.1.1,
2002.
[4] Código Brasileiro de Aeronáutica, Capítulo III - Art.299 - V, 1986.