aposentadoria por idade urbana - faculdade legaleefeito de carência para benefícios requeridos a...
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APOSENTADORIA POR IDADE URBANA
Prof. Gisele Paiva Instagram: @profgiselepaiva
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Base legal: CF, 201, §7º, II – Lei 8.213/91, arts 48 a 51 e Decreto 3048/99, arts 51 a 55.
• FATO GERADOR ATINGIR A IDADE NECESSÁRIA PERDA DA CAPACIDADE LABORAL: PRESUNÇÃO LEGAL ABSOLUTA.
• CONTINGÊNCIA PREVIDENCIÁRIA ASSEGURADA IDADE AVANÇADA: VELHICE.
• TRATA-SE DE UM BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA, DESTINADOS A SEGURADOS E EX-SEGURADOS (LEI 10.666/03), que atinjam a idade mínima e tenham a carência necessária, exigida pela lei 8.213/91.
Tipo de segurado
idade
Homem
65 anos
Mulher
60 anos
Homem rural
60 anos
Mulher rural
55 anos
• E a carência necessária?
• Inscritos ANTES da lei 8.213/91 (24/07/91), observa-se a tabela do artigo 142:
• O que deve ser considerado para análise da tabela é o ano em que o segurado completou a IDADE e não quando o pedido administrativo foi realizado:
• Súmula 44 da TNU “Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva de carência prevista no art. 142 da Lei nº 8.213/91 deve ser aplicada em função do ano em que o segurado completa a idade mínima para concessão do benefício, ainda que o período de carência só seja preenchido posteriormente.”
• E artigo 149, §2º, IN 77/15 no mesmo sentido.
• Inscritos DEPOIS da lei 8.213/91 (24/07/91), observa-se o artigo 25, II, da lei 8.213/91: 180 meses.
• E o período de recebimento de auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez conta como carência?
- Se o pedido for realizado administrativamente: a) o tempo de recebimento de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalado com períodos de contribuição ou atividade, é computado para efeito de carência para benefícios requeridos a partir de 19 de setembro de 2011 (Ação Civil Pública nº 2009.71.00.004103-4), até 03/11/2014 – abrangência nacional.
b) Pela decisão do RE n. 1.414.439-RS na ACP acima citada: a partir do dia 04/11/2014 somente para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná;
c) para benefícios requeridos até 18 de setembro de 2011, somente contarão para carência os períodos de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez percebidos entre 1º de junho de 1973 a 30 de junho de 1975.
• atualmente:
- ACP n. 5007252-92.2018.4.03.6183 da 6ª vara previdenciária federal de São Paulo:
- Liminar concedida em 30/01/2019: “Com esse fundamento, registro que a presente decisão surtirá efeitos em todo o território nacional com relação aos segurados que ainda não se beneficiaram de seus respectivos termos. E, por todo o exposto, entendo possível o cômputo dos períodos em gozo dos benefícios de incapacidade, para fins de carência, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalado com períodos de contribuição ou atividade .
Diante de todo o exposto , DEFIRO a liminar, inaudita altera pars, para fins de afastar a aplicação dos termos do artigo 153, §1º da Instrução Normativa INSS/PRES 77/2015, devendo ser computado para fins de carência, o período em gozo do benefício de incapacidade, bem como aqueles decorrentes de acidente do trabalho, desde que intercalados com períodos de contribuição ou atividade, conforme entendimento do Plenário do Superior Tribunal de Justiça, com efeitos em todo o território nacional, nos termos da fundamentação.”
- Se o pedido for realizado judicialmente: computa-se o período, se intercalado com atividade laborativa, independentemente da época do pedido.
“PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO LEGAL DO INSS. DECISÃO MONOCRÁTICA EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE. PERÍODOS DE AUXILIO-DOENÇA INTERCALADOS ENTRE PERÍODOS DE ATIVIDADES. POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO PARA EFEITO DE CARÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. - O caso dos autos não é de retratação. Decisão monocrática que está escorada em jurisprudência do C. SJF, sendo perfeitamente cabível na espécie, nos termos do art. 557, caput e/ou § 1º-A do CPC. - A legislação previdenciária considera o valor do auxílio-doença como salário-de-contribuição, quando o aludido benefício for recebido de forma intercalada, ou, nos dizeres da lei, entre períodos de atividade (§ 5º, art. 29 e art. 24 da Lei 8.213/91). - Se o interstício em que o segurado recebe auxílio-doença é contado como tempo de contribuição, deve, por consequência, ser computado para aferição do período de carência, se recebido entre períodos de atividades (inc. III, do art. 60 do Decreto 3.048/99)- Agravo legal não provido.” (TRF3, 8ª Turma, MS 4726 SP 0004726-64.2010.4.03.6105, relatora: Des. Fed. Vera Jucovsky, DJ: 15/10/12). (grifos nossos).
- EXISTE APOSENTADORIA COMPULSÓRIA NO REGIME GERAL DE PREVIDENCIA SOCIAL?
- No caso da aposentadoria por idade, a lei 8.213/91, em seu artigo 51, previu uma modalidade denominada de compulsória, mas que difere daquela do regime próprio.
REQUISITOS:
- É OPÇÃO do empregador;
- quando o empregado completa 70 anos – homem – e 65 anos – mulher;
- Não é permitida a oposição do empregado;
- O empregado tem direito à rescisão trabalhista, no mesmo caso de demissão sem justa causa: multa de 40% sobre o FGTS.
- E O CONTRATO DE TRABALHO?
- Pela aposentadoria por idade requerida pelo segurado, ele não é extinto, eis que trata-se de pedido facultativo.
- Pela aposentadoria por idade requerida pela empresa, nos moldes do artigo 51 da lei 8.213/91, denominada de “compulsória”, o contrato de trabalho será extinto.
- DIB
- Da data do desligamento do emprego, para pedidos requeridos até 90 dias deste, para os segurados EMPREGADO E EMPREGADO DOMÉSTICO – art. 49, I, LB;
- Da DER, para os demais casos;
Observação: No caso da aposentadoria compulsória, a baixa contratual terá a data da concessão da aposentadoria.
- CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO falecimento do segurado.
- Neste caso, existindo-se dependentes previdenciários, estes terão direito à pensão por morte.
- VALOR DO BENEFÍCIO (RMI) 70% do salário-de-benefício, acrescido de 1%, a cada grupo de 12 contribuições mensais, até o limite de 100% do salário-de-benefício.
- O fator previdenciário é optativo (do segurado).
O piso é o salário mínimo federal;
Teto é o teto previdenciário.
- QUALIDADE DE SEGURADO, É NECESSÁRIA?
- Não mais, desde a MP 83/02, hoje convertida na
lei 10.666/03.
- Necessário apenas que se tenha a idade e o número mínimo de contribuições exigido como carência da aposentadoria por idade, na data do requerimento do benefício.
- IDADE E CARÊNCIA DEVEM SER PREENCHIDOS SIMULTANEAMENTE?
- A jurisprudência de forma pacífica, entende que não.
- Basta que se tenha a idade de 60 ou 65 anos e a carência da tabela do artigo 142, LB ou 180 meses.
- A APOSENTADORIA POR IDADE PODE SER CUMULADA COM OUTRO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO?
- Somente com pensão por morte.
- Se o segurado voltar ao trabalho, somente poderá cumular-se com salário-maternidade, salário-família e reabilitação profissional.
- Com aposentadoria do RPPS também pode ser cumulada.
Aposentadoria por idade urbana e
híbrida
PROBLEMÁTICA 1: O que é o trabalho rural?
• Realização de atividade AGROECONOMICA: destinação agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial:
• Propriedade rural; • Propriedade urbana; • Prédio rústico de qualquer porção de terra ou
de solo.
• Também: Pescaria artesanal, extrativismo vegetal e seringueiro.
PROBLEMÁTICA 2: Quem são os segurados rurais? Art. 11, LB
• Empregado rural;
• Trabalhador avulso rural;
• Contribuinte individual rural;
• Segurado especial;
Seg
ura
do
Esp
ecia
l
Pessoa física
Residente
No imóvel rural
Ou em aglomerado urbano ou
rural próximo a ele
Exerce atividade rural
Individualmente Ainda que com auxílio
eventual de terceiros
Ou em regime de
economia familiar
Ainda que com auxílio
eventual de terceiros
ou com empregados
temporários
Seg
ura
do
Esp
ecia
l
Produtor Rural
Proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário
ou arrendatário rurais
Explore atividade
Agropecuária
Em área de até 4 módulos
fiscais – súmula 30 TNU
Seringueiro/ extrativista
vegetal
Nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da
Lei nº 9.985/2000
E faça dessas atividades o principal
meio de vida
O Segurado Especial Pescador Artesanal ou Assemelhados:
Mediante contrato de
parceria ou meação
Catador de algas
Deve fazer da pesca sua atividade habitual ou principal meio de vida
– sem embarcação ou de pequeno porte
Poderá exercer suas atividades de 3 formas:
Individualmente
Em regime de
economia familiar
Observador de cardumes
São assemelhados, dentre outros, ao pescador artesanal:
(10, § 6º, IN RFB 971/2009 cc. 41, II, IN INSS 77/15)
Mariscador Caranguejeiro Eviscerador
Pescador de tartarugas
A qualidade de segurado especial dos demais membros da família:
Membros contemplados
(11, VII, c, LBPS):
Cônjuge ou companheiro(a)
Requisitos:
Filho maior de 16 anos
ou equiparado
Trabalhar com o grupo familiar
Participar das atividades
de forma ativa
Equiparam-se aos filhos
(16, § 2º, LBPS) Mediante declaração escrita do segurado;
que não possua bens suficientes para o
próprio sustento e educação.
Comprovação de dependência
econômica. O enteado
O menor que esteja sob sua tutela
(11, § 6º, LBPS)
PROBLEMÁTICA 3: benefícios previdenciários dos rurais - requisitos:
Art. 39 – segurado especial - , I, LBPS: - todos em valor de salário-mínimo:
1. Quanto aos segurados:
1.1 aposentadoria por invalidez;
1.2 aposentadoria por idade:
1.2.1 Inclusive a híbrida;
1.2.2 Inclusive a do deficiente;
1.3 auxílio-doença;
1.4 salário-maternidade (39, § único);
1.5 auxílio-acidente (11, § 1º: somente segurados do I, VI e VII) – 50%
do SM. ATENÇÃO: Art. 36, §6º, Decreto 3048/99!
2. Quanto aos dependentes:
1.1 pensão por morte;
1.2 auxílio-reclusão.
Art. 39, II, LBPS (todos os previstos no art. 18 – estes também são devidos aos
demais rurais):
1. Se contribuir facultativamente, acrescentam-se aos segurados:
1.1 aposentadoria por tempo de contribuição:
1.1.1 Inclusive a do deficiente.
Aposentadoria por idade (48, LBPS):
Benefícios /
Requisitos
Aposentadoria
por idade rural
Aposentadoria
por idade
híbrida
Aposentadoria
por idade
urbana
Idade
Homem: 60
Mulher: 55
Homem: 65
Mulher: 60
Homem: 65
Mulher: 60
Tempo de
Serviço
(Carência)
Rural
Rural + Urbano
Urbano + Rural
Urbano
Aposentadoria por idade híbrida (48, § 3º, LBPS)
48, § 3o. Os trabalhadores rurais de que trata o § 1o deste artigo que
não atendam ao disposto no § 2o deste artigo, mas que satisfaçam
essa condição, se forem considerados períodos de contribuição sob
outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao completarem
65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos,
se mulher.
Aplicação do princípio da uniformidade e equivalência (isonomia)
Inexiste vedação para que o último período seja urbano
Art. 51, § 4o, RPS. Aplica-se o disposto nos §§ 2o e 3o ainda que na
oportunidade do requerimento da aposentadoria o segurado não se
enquadre como trabalhador rural. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
ACP 5038261-15.2015.404.7100 – TRF4: QUINTA TURMA – MC 01/2018:
- obriga o INSS, em via administrativa, a analisar os pedidos de aposentadoria por idade híbrida quando:
a) Segurado for urbano na data do pedido ou na data do implemento idade;
b) Seja qual for a preponderância do trabalho durante a carência;
c) houver atividade rural antes de 1991.
ATENÇÃO: decisão TNU TEMA 168 contrário ao entendimento do STJ
- PROCESSO N. 0001508-05.2009.4.03.6318: decisão em 17/08/2018
- Tempo rural sem contribuição remoto e descontínuo
- IMPOSSIBILIDADE!!!!!!
- Necessidade do tempo ser no período imediatamente anterior ao implemento do requisito etário ou da DER.
ATENÇÃO: TEMA 1007 STJ
PROCESSOS SUSPENSOS EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL DESDE 22/03/2019;
“PREVIDENCIÁRIO. PROPOSTA DE AFETAÇÃO DO RECURSO ESPECIAL AO RITO DOS
REPETITIVOS. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. APOSENTADORIA HÍBRIDA. ART.
48, §§ 3o. e 4o., DA LEI 8.213/1991. TRABALHO URBANO E RURAL NO PERÍODO DE
CARÊNCIA. REQUISITOS. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO LABOR
CAMPESINO POR OCASIÃO DO IMPLEMENTO DO REQUISITO ETÁRIO OU DO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. CONTRIBUIÇÕES. TRABALHO RURAL.
DESNECESSIDADE. UTILIZAÇÃO DE TEMPO RURAL REMOTO, EXERCIDO ANTES DE
1991. ATO DE AFETAÇÃO PELO COLEGIADO DA 1A. SEÇÃO DO STJ. OBSERVANCIA DO
ARTIGO 1.036, § 5O. DO CÓDIGO FUX E ARTS. 256-E, II, 256-I DO RISTJ. SUSPENSÃO
DO FEITO EM TERRITÓRIO NACIONAL.”
ATENÇÃO: TEMA 1007 STJ
“Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, afetar o processo ao rito dos recursos
repetitivos (RISTJ, art. 257-C) e, por unanimidade, suspender a tramitação de processos em todo território nacional, inclusive que tramitem nos juizados especiais, conforme proposta do Sr. Ministro
Relator.”
RE 1674221- SP
ENTENDIMENTO DO STJ SOBRE A APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA:
“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA. ART. 48, §§ 3º e 4º, DA LEI 8.213/1991. TRABALHO URBANO E RURAL NO PERÍODO DE CARÊNCIA. REQUISITO. LABOR CAMPESINO NO MOMENTO DO IMPLEMENTO DO REQUISITO ETÁRIO OU DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA AFASTADO. CONTRIBUIÇÕES. TRABALHO RURAL. CONTRIBUIÇÕES. DESNECESSIDADE. 1. O INSS interpôs Recurso Especial aduzindo que a parte ora recorrida não se enquadra na aposentadoria por idade prevista no art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, pois no momento do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo era trabalhadora urbana, sendo a citada norma dirigida a trabalhadores rurais. Aduz ainda que o tempo de serviço rural anterior à Lei 8.213/1991 não pode ser computado como carência.
2. O § 3º do art. 48 da Lei 8.213/1991 (com a redação dada pela Lei 11.718/2008) dispõe: "§ 3o Os trabalhadores rurais de que trata o § 1o deste artigo que não atendam ao disposto no § 2o deste artigo, mas que condição, se forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher."
3. Do contexto da Lei de Benefícios da Previdência Social se constata que a novação legislativa trazida pela Lei 11.718/2008 criou forma de aposentação por idade híbrida de regimes de trabalho, contemplando aqueles trabalhadores rurais que migraram temporária ou definitivamente para o meio urbano e que não têm período de carência suficiente para a aposentadoria prevista para os
trabalhadores urbanos (caput do art. 48 da Lei 8.213/1991) e para os rurais (§§ 1º e 2º do art. 48 da Lei 8.213/1991).
4. Como expressamente previsto em lei, a aposentadoria por idade urbana exige a idade mínima de 65 anos para homens e 60 anos para mulher, além de contribuição pelo período de carência exigido. Já para os trabalhadores
exclusivamente rurais, as idades são reduzidas em cinco anos e o requisito da carência restringe-se ao efetivo trabalho rural (art. 39, I, e 143 da Lei
8.213/1991).
5. A Lei 11.718/2008, ao incluir a previsão dos §§ 3º e 4º no art. 48 da Lei 8.213/1991, abrigou, como já referido, aqueles trabalhadores rurais que passaram a exercer temporária ou permanentemente períodos em atividade urbana, já que antes da inovação legislativa o mesmo segurado se encontrava num paradoxo jurídico de desamparo previdenciário: ao atingir idade avançada, não podia receber a aposentadoria rural porque exerceu trabalho urbano e não tinha como desfrutar da aposentadoria urbana em razão de o curto período laboral não preencher o período de carência. 6. Sob o ponto de vista do princípio da dignidade da pessoa humana, a inovação trazida pela Lei 11.718/2008 consubstancia a correção de distorção da cobertura previdenciária: a situação daqueles segurados rurais que, com a crescente absorção da força de trabalho campesina pela cidade, passam a exercer atividade laborais diferentes das lides do campo, especialmente quanto ao tratamento previdenciário.
7. Assim, a denominada aposentadoria por idade híbrida ou mista (art. 48, §§ 3º e 4º, da Lei 8.213/1991) aponta para um horizonte de equilíbrio entre as evolução das relações sociais e o Direito, o que ampara aqueles que efetivamente trabalharam e repercute, por conseguinte, na redução dos conflitos submetidos ao Poder Judiciário.
8. Essa nova possibilidade de aposentadoria por idade não representa desequilíbrio atuarial, pois, além de exigir idade mínima equivalente à aposentadoria por idade urbana (superior em cinco anos à aposentadoria rural), conta com lapsos de contribuição direta do segurado que a aposentadoria por idade rural não exige.
9. Para o sistema previdenciário, o retorno contributivo é maior na aposentadoria por idade híbrida do que se o mesmo segurado permanecesse exercendo atividade exclusivamente rural, em vez de migrar para o meio urbano, o que representará, por certo, expressão jurídica de amparo das situações de êxodo rural, já que, até então, esse fenômeno culminava em severa restrição de direitos previdenciários aos trabalhadores rurais.
10. Tal constatação é fortalecida pela conclusão de que o disposto no art. 48, §§ 3º e 4º, da Lei 8.213/1991 materializa a previsão constitucional da uniformidade e equivalência entre os benefícios destinados às populações rurais e urbanas (art. 194, II, da CF), o que torna irrelevante a preponderância de atividade urbana ou rural para definir a aplicabilidade da inovação legal aqui analisada.
11. Assim, seja qual for a predominância do labor misto no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo, o trabalhador tem direito a se aposentar com as idades citadas no § 3º do art. 48 da Lei 8.213/1991, desde que cumprida a carência com a utilização de labor urbano ou rural. Por outro lado, se a carência foi cumprida exclusivamente como trabalhador urbano, sob esse regime o segurado será aposentado (caput do art. 48), o que vale também para o labor exclusivamente rurícola (§§1º e 2º da Lei 8.213/1991). 12. Na mesma linha do que aqui preceituado: REsp 1.376.479/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, Julgado em 4.9.2014, pendente de publicação.
14. Observando-se a conjugação de regimes jurídicos de aposentadoria por idade no art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, denota-se que cada qual deve ser observado de acordo com as respectivas regras.
15. Se os arts. 26, III, e 39, I, da Lei 8.213/1991 dispensam o recolhimento de contribuições para fins de aposentadoria por idade rural, exigindo apenas a comprovação do labor campesino, tal situação deve ser considerada para fins do cômputo da carência prevista no art. 48, § 3º, da Lei 8.213/1991, não sendo, portanto, exigível o recolhimento das contribuições.
16. Correta a decisão recorrida que concluiu (fl. 162/e-STJ): "somados os 126 meses de reconhecimento de exercício de atividades rurais aos 54 meses de atividades urbanas, chega-se ao total de 180 meses de carência por ocasião do requerimento administrativo, suficientes à concessão do benefício, na forma prevista pelo art. 48, § 3º, da Lei nº 8.213/1991".
17 . Recurso Especial não provido.” (STJ, Resp 1.407.613/RS, Segunda Turma, Relator: Min. Herman Benjamin, DJ: 14/10/14).
E O AUXÍLIO-DOENÇA COMPUTA COMO CARÊNCIA PARA A
APOSENTADORIA POR IDADE RURAL????
“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. CARÁTER NÃO CONTRIBUTIVO. PERÍODOS DE AUXÍLIO-DOENÇA. APROVEITAMENTO PARA CONTAGEM DE TEMPO EM APOSENTADORIA RURAL POR IDADE QUANDO INTERCALADOS POR EXERCÍCIO DE ATIVIDADE QUE QUALIFIQUE O REQUERENTE COMO SEGURADO ESPECIAL. POSSIBILIDADE. 1. Tratando-se de benefício de caráter não contributivo, como é a aposentadoria por idade do trabalhador rural, é possível que seja computado no tempo de carência os períodos de gozo de auxílio-doença, desde que intercalados com períodos de exercício de atividade que qualifique o requerente como segurado especial. 2. Incidente da parte autora conhecido e provido.”
(TRF4 5004482-98.2013.404.7113, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relator p/ Acórdão Leonardo Castanho Mendes, juntado aos autos em 24/02/2016).
Carência dos benefícios rurais (tempo de efetivo exercício da
atividade):
Art. 25, LBPS (rol de benefícios que exigem carência); Art. 26, LBPS (rol de benefícios que não exigem carência).
Regra dos benefícios em geral (nº mínimo de contribuições mensais):
Salário-maternidade (39, § único, e artigo 25, III, LB- MP 871/19):
Para a segurada especial, fica garantida a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do início do benefício, ou, tenha 10 (dez) contribuições mensais.
Considera-se como período de carência o tempo de efetivo exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, correspondente ao número
de meses necessários à concessão do benefício requerido .
O que é carência para o segurado especial?
Carência dos benefícios rurais: tempo de efetivo exercício da
atividade:
Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, na forma da alínea "a" do inciso I (empregado), ou do inciso IV (antigo autônomo) ou VII (especial) do art. 11 desta Lei, pode requerer aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, durante quinze anos, contados a partir da data de vigência desta Lei, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício.
(Redação dada pela Lei nº. 9.063, de 1995) (Vide Lei nº 11.718, de 2008)
Art. 143, LBPS – extensão da regra do efetivo exercício da atividade:
Carência dos benefícios rurais (tempo de efetivo exercício da
atividade):
Art. 2o Para o trabalhador rural empregado, o prazo previsto no art. 143 da Lei no 8.213, de
24 de julho de 1991, fica prorrogado até o dia 31 de dezembro de 2010.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao trabalhador rural
enquadrado na categoria de segurado contribuinte individual que presta serviços de
natureza rural, em caráter eventual, a 1 (uma) ou mais empresas, sem relação de
emprego.
Art. 3o Na concessão de aposentadoria por idade do empregado rural, em valor equivalente
ao salário mínimo, serão contados para efeito de carência:
I – até 31 de dezembro de 2010, a atividade comprovada na forma do art. 143 da Lei
no 8.213, de 24 de julho de 1991;
II – de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, cada mês comprovado de emprego,
multiplicado por 3 (três), limitado a 12 (doze) meses, dentro do respectivo ano civil; e
III – de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, cada mês comprovado de emprego,
multiplicado por 2 (dois), limitado a 12 (doze) meses dentro do respectivo ano civil.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo e respectivo inciso I ao
trabalhador rural enquadrado na categoria de segurado contribuinte individual que
comprovar a prestação de serviço de natureza rural, em caráter eventual, a 1 (uma)
ou mais empresas, sem relação de emprego.
Art. 2º e 3º da Lei 11.718/2008 (ampliação do prazo do art. 143, LBPS):
PROBLEMÁTICA 4: Como comprovar a atividade rural?
• Diferença entre tempo de serviço e tempo de contribuição;
• Computa como carência – art. 55, §2º, LB e súmula 24 TNU?
• Idade mínima para o trabalho rural – STJ, STF e TNU (súmula 5);
• Prova material contemporânea – súmula 149 STJ - e prova oral.
ATENÇÃO!!!:
Julgado de 2016 (14/04/16) da TNU reconheceu o trabalho de um menor de 10 anos de idade:
Processo nº 0002118-23.2006.4.03.6303
“INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. TRABALHO RURAL. MENOR
DE IDADE INFERIOR A DOZE ANOS. RECONHECIMENTO DE EFEITOS
PREVIDENCIÁRIOS. FINALIDADE PROSPECTIVA-PROTETIVA DA NORMA. SÚMULA
05. INCIDENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. Trata-se de Incidente de
Uniformização pelo qual se pretende a reforma de acórdão oriundo de Turma Recursal
dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária de São Paulo que, mantendo a
sentença, deu provimento a pedido de concessão de aposentadoria por tempo de
contribuição, incluído período trabalhado na agricultura, por menor com idade inferior
a doze anos. 2. O INSS sustenta o cabimento do pedido de uniformização por
entender que o acórdão recorrido estaria contrário a julgado paradigma que, em
alegada hipótese semelhante, entendeu pela impossibilidade de reconhecimento da
prestação de serviço rural, para fins previdenciários, por menor de idade inferior a
doze anos. (...). 3. Sobre o tema, transcrevo o que disposto na Súmula 05 deste
Colegiado: “A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da
Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode
ser reconhecida para fins previdenciários”. 4. Diante da peculiaridade do presente
caso, teço ponderações sobre um dos fundamentos expostos no precedente que deu
origem à súmula (Processo nº 2002.70.00.005085-3, rel. Juiz Federal Francisco Barros
Dias, j. 25.03.2003), ao reconhecer a legitimidade da contagem de tempo de serviço
de menor com doze anos, não obstante o limite de 14 (quatorze) anos vigente à
época da prestação laboral. 5. Ali se apontou que “um outro argumento que milita em
favor do Recorrente é o de que a fixação por lei de idade mínima para o exercício do
trabalho pelo menor é erigida com caráter protecionista, não podendo jamais ser
usada em seu desfavor quando tenha o mesmo efetivamente trabalhado” (grifei).6.
Tal caráter protecionista deve preponderar, de modo que se evite a dupla penalização
do menor que, forçado pelas circunstâncias sociais, é conduzido ao trabalho na mais
tenra idade: representaria a sobreposição ao desgaste físico e educacional pela
necessidade da atividade laboral ao não reconhecimento dos efeitos previdenciários. 7.
Em outras palavras, além de ter que trabalhar quando deveria estar estudando,
comprometendo eventualmente não só o seu desenvolvimento físico e emocional, mas
também o seu preparo profissional necessário a obter melhores colocações no
mercado profissional, ainda se imporia aquele trabalhador infantil o ônus de não ver
reconhecido tal trabalho para efeitos previdenciários, sobretudo quando precisar se
aposentar. 8. Note-se que a norma em questão não deve ter uma aplicação
retrospectiva-punitiva do hoje beneficiário, então menor trabalhador, mas, sim,
prospectiva-protetiva, o que não se dá negando efeito previdenciário a um trabalho –
embora lamentavelmente – já desenvolvido, mas, sim, cobrando-se do Estado e da
família o cumprimento das normas impeditivas do odioso trabalho infantil. 9. Ressalte-
se que, no caso concreto, está-se falando de trabalho infantil ocorrido nos longínquos
anos 1950/1960, quando a realidade econômico-social do país era ainda mais difícil
para os cidadãos integrantes das baixas camadas, de modo que a aplicação à época
das normas trabalhistas nos rincões do país era quase que apenas idealizada. 10.
Assentado nestas razões, voto no sentido de conhecer e negar provimento ao
Incidente de Uniformização, mantendo-se os termos do acórdão recorrido.”. - A
matéria ainda se encontra se encontra sumulada em Enunciado desta Corte: Súmula
nº 5: “A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei
8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para
fins previdenciários.” - Com efeito, o atual posicionamento da TNU sobre o caso está
alinhado à jurisprudência do STJ, conforme precedente que destaco a seguir:
AGRAVO INTERNO. PREVIDENCIÁRIO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL.
PREQUESTIONAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INOVAÇÃO NO ÂMBITO DO AGRAVO
INTERNO. IMPOSSIBILIDADE. RURÍCOLA. LABOR DE MENOR DE 12
ANOS DE IDADE. RECONHECIMENTO. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. 1. É assente nesta Corte que a via especial não se presta à
apreciação de alegação de ofensa a dispositivo da Constituição da República, ainda
que para fins de prequestionamento, não sendo omisso o julgado que silencia acerca
da questão. 2. Impossível o conhecimento de questão não suscitada nas razões do
recurso especial, no âmbito do agravo interno, sob pena de inovação recursal. 3. É
firme neste Superior Tribunal de Justiça o entendimento no
sentido da possibilidade de cômputo do labor rural comprovadamente desempenhado por menor de doze anos
de idade. 4. Agravo ao qual se nega provimento. (AgRg no REsp 1150829 / SP,
Ministro CELSO LIMONGI, Sexta Turma, DJe 04/10/2010). - Com efeito, muito
embora, no caso dos autos, se trate de labor urbano efetuado por indivíduo com
menos de 12 anos de idade, entendo possível o seu cômputo como tempo de serviço.
Ora, a norma constitucional insculpida no artigo 7º, inciso
XXXIII da Constituição Federal, tem caráter protecionista,
visando coibir o trabalho infantil, não podendo servir,
porém, de restrição aos direitos do trabalhador no que
concerne à contagem de tempo de serviço para fins
previdenciários, ainda que não se trate de labor rural em regime de economia
familiar. - Em sendo assim, RECONHEÇO o labor urbano realizado pelo ora recorrente
mesmo quando tiver menos de 12 anos de idade, devendo o período de 1º/01/1963 a
20/05/1966 ser incluído em seu tempo de serviço. - Por conseguinte, DOU
PROVIMENTO ao Incidente, anulando o Acórdão recorrido, nos termos da Questão de
Ordem n. 20/TNU, com retorno dos autos à Turma de Origem para fins de aplicação
da tese jurídica segunda qual é possível o cômputo do labor efetuado por indivíduo
com menos de 12 anos de idade, ainda que não se trate de trabalho na agricultura.”
(TNU, processo n. 0002118-23.2006.4.03.6303, relator: JUIZ FED.
FREDERICO AUGUSTO LEOPOLDINO KOEHLER, DJE: 14/04/2016) (grifos
nossos).
Visão do STF:
(...) A norma editada para proteger o menor não pode, no entanto,
prejudicá-lo naqueles casos em que, não obstante a proibição
constitucional, efetivamente trabalhou. (...)
Agravo de Instrumento nº 529.694-1/RS, Segunda Turma, Rel.
Min. Gilmar Mendes, DJ 11-03-2005.
Visão do STJ: “AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO.
CÔMPUTO DO TRABALHO RURAL A PARTIR DOS 12 ANOS DE IDADE. MATÉRIA PACIFICADA NO ÂMBITO DO STJ. AÇÃO RESCISÓRIA. ADMISSIBILIDADE.
AFASTAMENTO DA SÚMULA 343/STF. 1. Predomina nesta Corte Superior de Justiça o entendimento de que a Súmula 343/STF é inaplicável quando a interpretação do texto legal for controvertida, à época da prolação da decisão rescindenda, nos Tribunais e a jurisprudência desta Corte Superior firmar-se em sentido contrário. 2. Agravo regimental improvido.” (AgRg no REsp 922094 RS 2007/0023033-0, Sexta Turma, Relator: Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJ: 02/03/2010) (grifos nossos).
TESTEMUNHAS INÍCIO DE PROVA
MATERIAL
O início de prova material:
Súmula n 149:
“A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito de benefício previdenciário.”
E o que é isso? É documento?
• prova material X prova documental;
• “início” X prova total- súmula 14 TNU;
• Contemporaneidade – MP 871/19 (artigo 55, §3º, Lei
8.213/91: “§ 3º A comprovação do tempo de serviço para fins do disposto nesta Lei, inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial, observado o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando for baseada em início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma prevista no Regulamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 871, de 2019)”;
• Súmula 34, TNU: “Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar.”
• Súmula 577, STJ: “É possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais antigo apresentando, desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob o contraditório”
Início de prova material contemporaneidade:
Art. 54. Considera-se início de prova material, para fins de
comprovação da atividade rural, entre outros, os seguintes
documentos, desde que neles conste a profissão ou
qualquer outro dado que evidencie o exercício da atividade
rurícola e seja contemporâneo ao fato nele declarado, (...)
Posição administrativa –Art. 54 , §2º da IN 77/15:
§ 2º Serão considerados os documentos referidos neste
artigo, ainda que anteriores ao período a ser comprovado,
em conformidade com o Parecer CJ/MPS nº 3.136, de 23
de setembro de 2003.
ROL LEGAL art. 106, LB:
“Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita, complementarmente à declaração de que trata o art. 38-B, por meio de (redação da MP 871/19):
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social;
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – revogado pela MP 871/19;
IV - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF - , de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua, emitidas apenas por instituições ou organizações públicas; - redação da MP 871/19;
V – bloco de notas do produtor rural;
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o §7º do art. 30 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção;
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.”
ROL REGULAMENTAR art. 62, §2º, II, RPS:
“a) contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social;
b) contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
....
e) bloco de notas do produtor rural;
f) notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;
g) documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;
h) comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção;
i) cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural;
j) licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA; ou
l) certidão fornecida pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador rural, desde que homologada pelo INSS.”
ROL NORMATIVO I - art. 47, IN 77/15:
I - contrato de arrendamento, parceria, meação ou comodato rural, cujo período da
atividade será considerado somente a partir da data do registro ou do
reconhecimento de firma do documento em cartório;
II - ...;
III - ... através do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR ou qualquer outro
documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário proprietário de
imóvel rural;
IV - bloco de notas do produtor rural;
• V - notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225
do RPS, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do
nome do segurado como vendedor;
• VI - documentos fiscais relativos à entrega de produção rural à cooperativa
agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como
vendedor ou consignante;
• VII - comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social
decorrentes da comercialização da produção;
• VIII - cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda
proveniente da comercialização de produção rural;
• IX - comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
- ITR, Documento de Informação e Atualização Cadastral do Imposto sobre a
propriedade Territorial Rural - DIAC ou Documento de Informação e Apuração do
Imposto sobre a propriedade Territorial Rural - DIAT entregue à RFB;
• X - licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA ou qualquer outro
documento emitido por esse órgão que indique ser o beneficiário assentado do
programa de reforma agrária; ou
• XI - certidão fornecida pela FUNAI, certificando a condição do índio como
trabalhador rural, observado o § 2º do art. 118.
Rol Normativo II - art. 54, IN 77/2015 – docs da parte:
I - certidão de casamento civil ou religioso;
II – certidão de união estável;
III – certidão de nascimento ou de batismo dos filhos;
IV – certidão de tutela ou de curatela;
V – procuração;
VI – título de eleitor ou ficha de cadastro eleitoral;
VII – certificado de alistamento ou de quitação com o serviço militar;
VIII – comprovante de matrícula ou ficha de inscrição em escola, ata ou boletim
escolar do trabalhador ou dos filhos;
IX – ficha de associado em cooperativa;
X – comprovante de participação como beneficiário, em programas governamentais
para a área rural nos estados, no Distrito Federal ou nos Municípios;
XI – comprovante de recebimento de assistência ou de acompanhamento de empresa
de assistência técnica e extensão rural;
XII - escritura pública de imóvel;
XIII – recibo de pagamento de contribuição federativa ou confederativa;
XIV - registro em processos administrativos ou judiciais, inclusive inquéritos, como
testemunha, autor ou réu;
XV – ficha ou registro em livros de casas de saúde, hospitais, postos de saúde ou do
programa dos agentes comunitários de saúde;
XVI – carteira de vacinação;
XVII – título de propriedade de imóvel rural;
XVIII – recibo de compra de implementos ou de insumos agrícolas;
XIX – comprovante de empréstimo bancário para fins de atividade rural;
XX – ficha de inscrição ou registro sindical ou associativo junto ao sindicato de
trabalhadores rurais, colônia ou associação de pescadores, produtores ou outras
entidades congêneres;
XXI – contribuição social ao sindicato de trabalhadores rurais, à colônia ou à associação
de pescadores, produtores rurais ou a outras entidades congêneres;
XXII – publicação na imprensa ou em informativos de circulação pública;
XXIII – registro em livros de entidades religiosas, quando da participação
em batismo, crisma, casamento ou em outros sacramentos;
XXIV – registro em documentos de associações de produtores rurais,
comunitárias, recreativas, desportivas ou religiosas;
XXV – Declaração Anual de Produtor - DAP, firmada perante o INCRA;
XXVI – título de aforamento;
XXVII – declaração de aptidão fornecida para fins de obtenção de
financiamento junto ao Programa Nacional de Desenvolvimento da
Agricultura Familiar - PRONAF;
XXVIII – ficha de atendimento médico ou odontológico;
3. Para fins de concessão dos benefícios dispostos no artigo
39, inciso I e parágrafo único, e artigo 143 da Lei 8.213/91,
serão consideradas como início de prova material
contemporânea, dentre outras, as certidões de registro civil,
eleitoral ou militar que não contenham rasuras ou retificações
recentes, e escrituras de propriedade nas quais conste
expressamente a qualificação do segurado, seu cônjuge ou
ascendente como rurícola, lavrador, agricultor ou expressões
congêneres.
ROL IIII - Memorando – Circular nº 01/2008/PFE-INSS:
ROL IV – JURISPRUDENCIAL
TNU: índice temático de jurisprudência: série de julgados sobre
quais documentos podem – e não podem – serem utilizados como início de prova material.:
Disponível:http://www.cjf.jus.br/Indice%20Tematico%20Jurisprudencia%20TNU.mht/view
Art. 47, § 1º. Os documentos de que tratam os
incisos I e III a X do caput devem ser considerados
para todos os membros do grupo familiar, para o
período que se quer comprovar, mesmo que de
forma descontínua, quando corroborados com
outros que confirmem o vínculo familiar, sendo
indispensável a realização de entrevista e, restando
dúvidas, deverão ser tomados os depoimentos de
testemunhas.
IN 77/15:
Início de prova material em nome de terceiro:
Art. 54, §1º. Para fins de comprovação da atividade do segurado
especial, os documentos referidos neste artigo, serão considerados
para todos os membros do grupo familiar.
Art. 115. Tratando-se de comprovação na categoria de segurado
especial, o documento existente em nome de um dos componentes
do grupo familiar poderá ser utilizado como início de prova material
por qualquer dos integrantes desse grupo, assim entendidos os
pais, cônjuges, companheiros, inclusive os homoafetivos e filhos
solteiros ou a estes equiparados.
- TRF da 4ª Região: súmula 73:
“Admitem-se como início de prova material do efetivo exercício de atividade rural , em regime de economia familiar , documentos de terceiros membros do grupo parental.”
-TRU/TRF4, súmula n. 09:
“Admitem-se como início de prova material, documentos em nome de integrantes do grupo envolvido no regime de economia familiar rural.”
- Advocacia Geral da União – AGU – enunciado n. 32, de 09/06/08:
"Para fins de concessão dos benefícios dispostos nos artigos 39, inciso I e seu parágrafo único, e 143 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, serão considerados como início razoável de prova material documentos públicos e particulares dotados de fé pública, desde que não contenham rasuras ou
retificações recentes, nos quais conste expressamente a qualificação do segurado, de seu cônjuge, enquanto casado, ou companheiro, enquanto durar a união estável, ou de seu ascendente, enquanto dependente deste, como rurícola, lavrador ou agricultor, salvo a
existência de prova em contrário. Referências:
Legislação: Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (Art. 55, § 3º; Art. 106; e Art. 143, II). nstrução Normativa do INSS nº 11, de 20.09.2006, (Art. 133, §§ 1º, 2º e 3º).
Jurisprudência: Superior Tribunal de Justiça: EAR/SP 719, 3ª Seção (DJ de 24/11/2004); REsp 637.437/PB, 5ª Turma (DJ de 13/09/2004); AR 1.166/SP, 3ª Seção (DJ de 26/02/2007); REsp 603.202/RS, 5ª Turma (DJ de 28/06/2004), e REsp 439.647/RS, 6ª Turma (DJ de 19/12/2002). Turma Nacional de
Uniformização: PU 200270030018765, Súmula 6 (DJ de 25/09/2003). (grifos nossos).
Início de prova material - intervalos sem comprovação:
Art. 230, §1º. Para os efeitos do disposto no caput, o trabalhador rural deverá
comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício,
ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito etário, por tempo
igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência exigida.
Art. 231. Para fins de aposentadoria por idade prevista no inciso I do art. 39 e
caput e § 2º do art. 48, ambos da Lei nº 8.213, de 1991 dos segurados
empregados, contribuintes individuais e especiais, referidos na alínea "a" do
inciso I, na alínea "g" do inciso V e no inciso VII do art. 11, todos do mesmo
diploma legal, não será considerada a perda da qualidade de segurado nos
intervalos entre as atividades rurícolas, devendo, entretanto, estar o segurado
exercendo a atividade rural ou em período de graça na DER ou na data em que
implementou todas as condições exigidas para o benefício.
Solução administrativa (arts. 230, §1º, e 231 da IN 77/15):
E essa tal autodeclaração????
Art. 38-B, lei 8.213/91: “O INSS utilizará as informações constantes do cadastro de que trata o art. 38-A para fins de comprovação do exercício da atividade e da condição do segurado especial e do respectivo grupo familiar.
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a comprovação da condição e do exercício da atividade rural do segurado especial ocorrerá exclusivamente pelas informações constantes do cadastro a que se refere o art. 38-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
§ 2º Para o período anterior a 1º de janeiro de 2020, o segurado especial comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de autodeclaração ratificada por entidades públicas credenciadas, nos termos do disposto no art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010 – PRONATER (programa nacional de assistencia técnica e extensão rural), e por outros órgãos públicos, na forma prevista no Regulamento. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
§ 3º Na hipótese de haver divergência de informações, para fins de reconhecimento de direito com vistas à concessão de benefício, o INSS poderá exigir a apresentação dos documentos referidos no art. 106. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
VIGÊNCIA:
Art. 32 DA MP 871/19:
A ratificação prevista no § 2º do art. 38-B da Lei nº 8.213, de 1991, será exigida pelo INSS após o prazo de sessenta dias, contado da data de sua publicação – 20/03/2019 Parágrafo único. No decorrer do prazo de que trata o caput, será aceita pelo INSS a autodeclaração do segurado independentemente da ratificação prevista no § 2º do art. 38-B da Lei nº 8.213, de 1991, e sem prejuízo do disposto no § 3º do referido artigo. – doc para ratificar.
MODELO PORTARIA CONJUNTA N. 01, DE 07/08/2017
Art. 38-A. O Ministério da Economia manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, observado o
disposto nos § 4º e § 5º do art. 17, e poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção e a gestão do sistema de cadastro. (Redação dada pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
§ 1º O sistema de que trata o caput preverá a manutenção e a atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à caracterização da condição de segurado especial, nos termos do disposto no Regulamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
§ 2o Da aplicação do disposto neste artigo não poderá resultar nenhum ônus para os segurados, sejam eles filiados ou não às entidades conveniadas.
§ 3o O INSS, no ato de habilitação ou de concessão de benefício, deverá verificar a condição de segurado especial e, se for o caso, o pagamento da contribuição previdenciária, nos termos da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, considerando, dentre outros, o que consta do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) de que trata o art. 29-A desta Lei.
§ 4º A atualização anual de que trata o § 1º será feita até 30 de junho do ano subsequente. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
§ 5º Decorrido o prazo de que trata o § 4º, o segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuado em época própria o recolhimento na forma prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)
§ 6º É vedada a atualização de que trata o § 1º após o prazo de cinco anos, contado da data estabelecida no § 4º.
DIFERENÇAS DO “ANTES E DEPOIS DA MP 871/19”:
- COMO ERA? Segurado especial
- Não precisava de cadastro específico para comprovação do trabalho – mas já havia previsão no artigo 45, §1º, da IN 77/15:
“As informações sobre o segurado especial constituirão o Cadastro do Segurado Especial, observadas as demais disposições deste artigo, podendo o INSS firmar convênio com órgãos federais, estaduais ou do Distrito Federal e dos Municípios, bem como com entidades de classe, em especial as respectivas confederações ou federações.”
Art. 38-A: O Ministério da Economia manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, observado o disposto nos § 4º e § 5º do art. 17, e poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção e a gestão do sistema de cadastro.
§ 1º O sistema de que trata o caput preverá a manutenção e a atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à caracterização da condição de segurado especial, nos termos do disposto no Regulamento.
§ 4º A atualização anual de que trata o § 1º será feita até 30 de junho do ano subsequente.
§ 5º Decorrido o prazo de que trata o § 4º, o segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuado em época própria o recolhimento na forma prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991.
§ 6º É vedada a atualização de que trata o § 1º após o prazo de cinco anos, contado da data estabelecida no § 4º."
COMO ERA? Segurado especial
- A lei, no seu artigo 106, estabelecia uma série de documentos para comprovar a atividade rural (“início de
prova material” – art. 55, §3º, LB), inclusive a declaração do sindicato rural, desde que homologada pelo INSS – agora revogada. (IN 77/15 artigos 47 e 54: rol de documentos).
Continuam as alterações:
"Art. 38-B. § 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a comprovação da condição e do exercício da atividade rural do segurado especial ocorrerá exclusivamente pelas informações constantes do cadastro a que se refere o art. 38-A.
§ 2º Para o período anterior a 1º de janeiro de 2020, o segurado especial comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de autodeclaração ratificada por entidades públicas credenciadas ao PRONATER, nos termos do disposto no art. 13 da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, e por outros órgãos públicos, na forma prevista no Regulamento. § 3º Na hipótese de haver divergência de informações, para fins de reconhecimento de direito com vistas à concessão de benefício, o INSS poderá exigir a apresentação dos documentos referidos no art. 106."
E A PROVA ORAL?
1. A prova testemunhal DEVE detalhar o labor agrícola realizado pelo segurado e ser uníssona
a respeito do período de trabalho nas lides do campo.
2. Tem a função de complementar/ratificar o início de prova material, demonstrado o efetivo
trabalho rural.
3. Necessidade de serem harmônicos os depoimentos das testemunhas.
Prova testemunhal – detalhes importantes:
1. O período laborado, se exercido exclusivamente ou não; 2. O local
de trabalho; 3. As atividades desenvolvidas; 4. As lavouras cultivadas;
5. A frequência do labor; 6. O regime (individual ou em economia
familiar); 7. Se houve atividade urbana intercalada e, em caso positivo,
por quanto tempo; 8. A existência de empregados ou auxiliares, e por
quanto tempo; 9. a existência de outra fonte de renda; 10. Se algum
membro familiar exerce atividade urbana, em caso positivo, se a
atividade rural é INDISPENSÁVEL ao sustento familiar.
Prova testemunhal – no mínimo, deve esclarecer:
Prof. Gisele Paiva, Prof. Gisele Paiva, advogada previdenciária,
sócia do escritório Gisele Paiva advogados associados; colunista do jornal Atibaia Hoje; advogada do sindicato dos frentistas de Guarulhos e região; pós graduada e MBA em direito previdenciário pela Faculdade Legale; pós graduada em direito público pela Faculdade Damásio de Jesus e pela Escola Paulista de Direito - EPD; professora de direito previdenciário na Central de Concursos, na ESD – Escola Superior de Direito -, no Proordem: Campinas, Goiania e Ribeirão Preto, na UNIOESTE, na Faculdade Legale e no Gisele Paiva treinamento para advogados.
Email: [email protected] Fanpage: Prof Gisele Paiva