apostila de saúde ocupacional[1]
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Professora Flávia Lamin de Brito 1
Saúde Ocupacional
Aluno:___________________________________Turma_________ Ano 20___
Material Elaborado para a disciplina de Saúde Ocupacional do curso técnico em segurança do trabalho Professora Flávia Lamin de Brito
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Saúde Ocupacional
Saúde Ocupacional
É a promoção e preservação da integridade física do trabalhador, através da detecção dos fatores que
interfiram na sua saúde, tais como os riscos inerentes ao seu ambiente laboral.
Doença ocupacional é a alteração na saúde do trabalhador, provocada por fatores ambientais
associados ao trabalho. Caracteriza-se pela presença de sinais e sintomas de doenças relacionadas de
alguma forma às atividades exercidas pelo empregado em seu ambiente de trabalho.
Implicações legais para o empregador e técnicos responsáveis pela segurança nas
empresas quanto às Doenças Ocupacionais
Todo o empregador é obrigado a oferecer proteção adequada ao trabalhador no seu ambiente de
trabalho. Para executar essa tarefa, a legislação exige que cada empresa tenha uma equipe técnica
responsável por decidir e implantar processos de segurança (engenharia, equipamentos e
treinamentos de segurança) para os funcionários. Caso algum funcionário, comprovadamente,
adquira uma doença ocupacional por falta de uso de equipamentos para sua proteção, a empresa - na
figura de seu proprietário ou representante legal - assim como toda a equipe técnica podem ser
responsabilizados e sofrerem processo criminal pela lesão causada ao funcionário. Além disso, o
funcionário pode solicitar indenização pelo dano causado.
Como se Adquire uma Doença Ocupacional
A doença ocupacional pode ser adquirida através de exposição do trabalhador a agentes químicos,
físicos, biológicos ou radioativos, em situações acima do limite permitido por lei, sem a utilização de
roupas ou equipamentos de proteção coletiva ou proteção individual compatíveis com o risco
exposto.
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Doença Ocupacional X Acidente de Trabalho
Doença ocupacional: é decorrente da exposição a agentes físicos, químicos e biológicos e
ergonômicos que agridem o organismo humano. Todo trabalhador que sofrer uma intoxicação,
afecção ou infecção causado por estes agentes foi acometido por uma doença ocupacional.
Acidentes de trabalho: poder ser definidos como acidentes de ação imediata, provocados por
situações adversas. Englobam acidentes de trabalho, queimaduras, quedas, cortes e amputações de
membros, entre outros.
Riscos ocupacionais relacionados ao trabalho
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos Acidentes
Ruídos
Vibrações
Radiações ionizantes
Frio
Calor
Pressões anormais
Umidade
Poeiras
Fumos
Névoas
Neblinas
Gases
Vapores
Substâncias, compostos ou produtos químicos
em geral
Vírus
Bactérias
Protozoários
Fungos
Parasitas
Bacilos
Esforço físico intenso
Levantamento e transporte manual de peso
Exigência de postura Inadequada
Controle rígido de produtividade
Imposição de ritmos excessivos
Trabalho em turno e noturno
Jornadas de trabalho prolongadas
Monotonia e repetitividade
Outras situações causadoras do STRESS físico e/ou psíquico
Arranjo físico inadequado
Máquinas e equipamentos sem proteção
Ferramentas defeituosas e inadequadas
Iluminação inadequada
Eletricidade
Probabilidade de incêndio ou explosão
Armazenamento inadequado
Animais peçonhentos
Outras situações de risco que poderão contribuir para ocorrência de acidentes.
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A Pele
A pele é o maior órgão do corpo humano. Envolve o corpo determinando seu limite com o
meio externo. Corresponde a 16% do peso corporal e exerce diversas funções, como:
regulação térmica, defesa orgânica, proteção contra diversos agentes do meio ambiente e
funções sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato). A pele é um órgão vital e, sem ela, a
sobrevivência seria impossível.
É formada por três camadas mais os Anexos cutâneos: unhas, pêlos, glândulas
sudoríparas e glândulas sebáceas. A abertura dos folículos pilossebáceos (pêlo + glândula
sebácea) e das glândulas sudoríparas na pele formam os orifícios conhecidos como
poros.
A epiderme: é a camada mais externa da pele
Queratinócitos;
Melanócitos;
Células de Langerhans.
A derme: localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém:
Fibras protéicas;
Vasos sangüíneos;
Vasos linfáticos;
Terminações nervosas;
Glândulas: Os folículos pilossebáceos e glândulas sudoríparas, originadas na
epiderme, também se localizam na derme;
A hipoderme também chamada de tecido celular subcutâneo, a porção mais profunda da
pele é composta por feixes de tecido conjuntivo que envolve células gordurosas
(adipócitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura atua como:
Reserva energética;
Proteção contra choques mecânicos;
Isolante térmico.
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Dermatose ocupacional
As Dermatoses Ocupacionais compreendem as alterações da pele, mucosas e anexos
direta ou indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho.
Predisponentes ou causas indiretas: idade, sexo, raça, hábitos, estado cutâneo,
distúrbio da sudorese, dermatose pré-existentes, ambiente.
Causas diretas: constituídas pelos agentes biológicos, físicos, químicos ou mecânicos
presentes no trabalho que atuariam diretamente sobre o tegumento produzindo ou
agravando uma dermatose pré-existente.
Dermatite de contato por irritação
É causada pela exposição a agentes com propriedades de provocar dano tecidual. Não
existe mecanismo imunológico na reação inflamatória.
A exposição repetida a alguns irritantes leves pode, com o tempo, produzir, um efeito de
�endurecimento�. Esse processo torna a pele mais resistente aos efeitos irritantes de uma
dada substância
Dermatite de contato alérgica
A dermatite de contato alérgica resulta quando um alérgeno entra em contato com a pele
previamente sensibilizada.
O fenômeno de sensibilização depende do contato com o agente, mas também depende da
susceptibilidade da pessoa.
As dermatites de contato alérgicas só podem ser curadas quando identificada a substância
alergênica e forem evitados novos contatos desta com a pele, ou quando excepcionalmente,
for adquirida a resistência, a tolerância imunológica do agente.
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Apesar de, na maioria dos casos, não produzirem quadros considerados graves são, com
freqüência, responsáveis por desconforto, prurido, ferimentos, traumas, alterações estéticas e
funcionais que interferem na vida social e no trabalho.
prevenção
A partir da confirmação do diagnóstico da doença e de sua relação com o trabalho, os
serviços de saúde responsáveis pela atenção a trabalhadores devem implementar ações
como:
Avaliação da necessidade de afastamento (temporário ou permanente) do trabalhador
da exposição, do setor de trabalho ou do trabalho como um todo. Este procedimento
poderá ser necessário mesmo antes da confirmação do diagnóstico, diante de uma
forte suspeita;
Solicitar à empresa a emissão da CAT
Acompanhamento e registro da evolução do caso, particularmente se houver
agravamento da situação clínica com o retorno ao trabalho;
Notificação do agravo no sistema de informação de morbidade do SUS e à Delegacia
Regional do Trabalho. Dependendo das circunstâncias, o sindicato da categoria a qual
pertence o trabalhador também deverá ser informado;
Ações de vigilância epidemiológica visando a identificação de outros casos, através de
busca ativa na mesma empresa ou ambiente de trabalho, ou em outras empresas do
mesmo ramo de atividade na área geográfica;
Recomendação sobre as medidas de proteção a serem adotadas pelo empregador,
informando-as aos trabalhadores.
A proteção da saúde e prevenção da exposição aos fatores de risco envolve medidas
de engenharia e higiene industrial, mudanças na organização e gestão do trabalho e de
controle médico dos trabalhadores expostos, entre elas:
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Substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de trabalho por outro
mais seguro, menos tóxico ou lesivo;
Medidas de higiene e segurança ocupacional, como a implantação e manutenção de sistemas de ventilação local adequados e eficiente.
Adoção de sistemas de trabalho e operacionais seguros, através da classificação e rotulagem das substâncias químicas segundo propriedades toxicológicas e
toxicidade;
Diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos;
Informação e comunicação dos riscos aos trabalhadores;
Utilização de equipamentos de proteção individual;.
Medidas de controle médico e monitoramento dos trabalhadores expostos.
E fundamental garantir aos trabalhadores condições para limpeza e higiene pessoal nos
locais de trabalho, entre elas:
Existência e acesso fácil a água corrente, quente e fria, em abundância, com
chuveiros, torneiras, toalhas, e agentes de limpeza apropriados. Chuveiros de
emergência devem estar disponíveis em ambientes onde são utilizadas substâncias
químicas corrosivas. Podem ser necessários banhos por mais de uma vez por turno e
troca do vestuário em caso de respingos e contato direto com essas substâncias;
Utilização de sabões ou sabonetes neutros ou mais leves possíveis;
Disponibilidade de limpadores e toalhas de mão para limpeza sem água para óleos,
graxas e sujeiras aderentes. Nunca devem ser usados solventes, como querosene, gasolina, thinner, para limpeza da pele; eles dissolvem a barreira cutânea (camada
protetora de gordura da pele), induzem a dermatite irritativa e predispõem a dermatite
de contato;
Creme hidratante para ser usado nas mãos, especialmente se é necessário lavá-las
com frequência;
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Roupas protetoras com a finalidade de bloquear o contato da substância com a pele.
Os uniformes e aventais devem estar limpos e serem lavados e trocados diariamente. A
roupa deve ser escolhida de acordo com o local da pele que necessita de proteção e
com o tipo de substância química envolvida e incluem: luvas de diferentes
comprimentos, sapatos e botas, aventais e macacões, de materiais diversos: plástico
borracha natural ou sintética, fibra de vidro, metal e combinação de materiais.
Capacetes, bonés, gorros, óculos de segurança e proteção respiratória também podem
ser necessários; e
O vestuário contaminado deve ser lavado na própria empresa, com os cuidados
apropriados. Em caso de contratação de empresa especializada para esta lavagem,
devem ser tomadas medidas de proteção adequadas ao tipo de substância também
para esses trabalhadores.
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Sistema respiratório
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos
que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são
as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os
alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na
faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo
nasal. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas,
também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e
porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais,
responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a
boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte
superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que aparece
no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe.
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de �lingüeta� de
cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a
laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido
penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir
sons durante a passagem de ar.
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Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de
comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua
região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de
revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensão
no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios)
e engolidas ou expelidas.
Pulmões: são 2 órgãos de forma piramidal, de consistência esponjosa, considerados os
principais órgãos do sistema respiratório,. Os pulmões humanos são divididos em
segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos (superior e inferior)
e o direito possui três (superior, médio e inferior). Os pulmões são revestidos
externamente por uma membrana chamada pleura.
Nos pulmões os brônquios ramificam-se, dando origem a tubos cada vez mais finos, os
bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou
árvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas
(tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares Pulmonares, denominadas
alvéolos pulmonares.
Alvéolos pulmonares são estruturas de pequenas dimensões, localizadas no final dos
bronquíolos, onde se realiza a hematose pulmonar (trocas gasosas).
Alvéolos: são cavidades diminutas que se encontram formando os pulmões nas paredes
dos vasos menores e dos sacos aéreos. Por fora dos alvéolos há redes de capilares
sangüíneos. Suas paredes são muito tênues e estão compostas unicamente por uma capa
de células epiteliais planas, pela qual as moléculas de oxigênio e de dióxido de carbono
passam com facilidade através delas.
Hematose pulmonar é um processo químico-molecular que visa a estabilização das
trocas gasosas - oxigênio x gás carbônico - a fim de manter o equilíbrio ácido básico, ou
seja, é a troca gasosa (oxigênio por dióxido de carbono) que se realiza ao nível dos
alvéolos pulmonares.
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Capilares pulmonares são os capilares sanguíneos existentes nos pulmões.
Diafragma: A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso
que separa o tórax do abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente
com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios.
Na ventilação pulmonar o ar entra e sai dos pulmões devido a contração e ao relaxamento
do diafragma. Quando o diafragma se contrai, ele diminui a pressão nos pulmões e o ar
que está fora do corpo entra rico em oxigênio; processo chamado de inspiração.
Quando o diafragma relaxa, a pressão dentro dos pulmões aumenta e o ar que estava
dentro agora sai com o gás carbônico; processo denominado de expiração.
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As Pneumoconioses são definidas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como
"doenças pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos pulmões e reação tissular à
presença dessas poeiras".
As doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas pela inalação de partículas,
névoas, vapores ou gases nocivos no ambiente de trabalho. O local exato das vias aéreas
ou dos pulmões onde a substância inalada irá se depositar e o tipo de doença pulmonar
que irá ocorrer dependerão do tamanho e do tipo das partículas inaladas. As partículas
maiores podem ficar retidas nas narinas ou nas grandes vias aéreas, mas as menores
atingem os pulmões.
Quando atingem esses órgãos, algumas partículas se dissolvem e podem passar para a
corrente sangüínea. A maioria das partículas sólidas que não se dissolvem são removidas
pelas defesas do organismo. O corpo possui vários meios para eliminar as partículas
aspiradas. Nas vias aéreas, o muco recobre as partículas de modo que a sua expulsão por
meio da tosse seja mais fácil.
Nos pulmões, existem células removedoras (denominadas fagócitos) que �engolem� a
maioria das partículas, tornando-as inofensivas. Tipos diferentes de partícula produzem
reações distintas no organismo. Algumas � como o pólen de plantas � podem causar
reações alérgicas, como a febre do feno ou um tipo de asma. Partículas como o pó de
carvão, o carbono e o óxido de estanho não causam muita reação nos pulmões. Outras,
como o pó de quartzo e o asbesto, podem causar cicatrizes permanentes no tecido
pulmonar (fibrose pulmonar). Em quantidades importantes, certas partículas, como o
asbesto, podem causar câncer nos tabagistas.
SILICOSE
A silicose é a formação de cicatrizes permanentes nos pulmões provocada pela inalação
do pó de sílica (quartzo). A silicose é a mais antiga doença ocupacional conhecida, ocorre
em indivíduos que inalaram pó de sílica durante muitos anos.
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A sílica é o principal constituinte da areia, e, por essa razão, a exposição a essa
substância é comum entre os trabalhadores de minas de metais, os cortadores de arenito
e de granito, os operários de fundições e os ceramistas. Normalmente, os sintomas
manifestam-se somente após vinte a trinta anos de exposição ao pó.
Quando inalado, o pó de sílica atinge os pulmões, onde os fagócitos (p.ex., macrófagos)
�engolem� as partículas. As enzimas liberadas pelos fagócitos provocam a formação de
tecido cicatricial nos pulmões. Inicialmente, as áreas cicatriciais são pequenas
protuberâncias arredondadas (silicose nodular simples), mas, finalmente, essas
protuberâncias podem aglomerar-se, formando grandes massas (silicose conglomerada).
Essas áreas cicatriciais não permitem a passagem normal de oxigênio ao sangue. Os
pulmões perdem a elasticidade e a respiração exige um maior esforço.
Complicações: A silicose predispõe o organismo a uma série de co-morbidades, pulmonares e
extrapulmonares, como a tuberculose, o enfisema, a limitação crônica ao fluxo aéreo, as
doenças auto-imunes e o câncer.
Riscos Ocupacionais:
O risco de adquirir silicose depende basicamente de três fatores: concentração de poeira
respirável, porcentagem de sílica livre e cristalina na poeira e a duração da exposição. As
poeiras respiráveis são freqüentemente invisíveis a olho nu e são tão leves que podem
permanecer no ar por período longo de tempo. Essas poeiras podem também atravessar
grandes distâncias, em suspensão no ar, e afetar trabalhadores que aparentemente não
correm risco.
A poeira de sílica é desprendida quando se executa operações, tais como: cortar, serrar,
polir, moer, esmagar, ou qualquer outra forma de subdivisão de materiais como areia,
rochas, certos minérios ou concreto, jateamento de areia e transferência ou manejo e
certos materiais em forma de pó.
Profissões de risco
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Industria extrativa (mineração e atividades de extração e beneficiamento de pedras que
contenham o mineral).
Fundição de ferro, aço ou outros metais onde se utilizam moldes de areia.
Cerâmicas onde se fabricam pisos, azulejos, louças sanitárias, louças domésticas e
outros.
Produção e uso de tijolos refratários.
Fabricação de vidros (tanto na preparação como também no uso de jateamento de areia
usado para opacificação).
Perfuração de rochas na indústria da construção (túneis, barragem e estradas).
Moagem de quartzo e pedras.
Construção de fornos refratários.
Jateamento de areia (utilizado na industria naval, na opacificação de vidros, na fundição,
e polimento de peças na industria metalúrgica)
Execução de trabalho em mármore, ardósia, granito e outras pedras.
Fabricação de material abrasivo.
Mineração subterrânea.
Escavação de poços.
Atividades de protético.
Perfuração de rochas em mineração de não metálicos, como por exemplo, a mica e
feldspato.
É importante destacarmos a Construção Civil, onde os trabalhadores podem estar
expostos a grande quantidade de poeiras finas de sílica em operações como talhar, uso de
marteletes, perfuração, cortes, moagem, serra, movimentação de material e carga,
trabalho de pedreiro, demolição, jato abrasivo de concreto (mesmo se a areia não for
usada como abrasivo), varredura a seco, limpeza de concreto ou alvenaria com ar
comprimido.
Prevenção
Todas as medidas com vista a evitar o aparecimento da Silicose baseiam-se em evitar a
exposição e a inalação de poeiras finas e respiráveis contendo a sílica livre e cristalina,
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utilizando-se de tecnologias apropriadas. Isto pode ser alcançado por meio de medidas de
prevenção primária que visem:
Evitar o uso de materiais que contenham sílica livre e cristalina;
Prevenir ou reduzir a formação de poeiras;
Evitar ou controlar a disseminação de poeiras no local de trabalho;
Evitar que os trabalhadores inalem a poeira.
A prevenção primária deve seguir a seguinte hierarquia de controle:
Na fonte, que deve ser a primeira escolha, por meio de medidas como:
Substituição da areia como abrasivo por materiais menos perigosos;
Utilização de materiais numa forma menos poeirenta;
Modificação de processos de modo a produzir menos poeira;
Utilização de métodos úmidos.
Uma vez gerada a poeira, sua disseminação no local de trabalho deve ser evitada ou controlada por meio de medidas como:
Isolamento, enclausuramento de operações;
Ventilação local exaustora;
Limpeza nos locais de trabalho.
No trabalhador:
Utilização da proteção respiratória de boa qualidade, eficiente e que se adapte ao rosto
do trabalhador alem de possuir uma boa manutenção, higienização e reposição de
filtros.
Outra estratégia preventiva de grande importância consiste em promover a disseminação das informações aos trabalhadores e empregadores sobre os riscos da exposição á
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sílica e as medidas de prevenção e controle do ambiente de trabalho bem como as
medidas de higiene pessoal.
PULMÃO NEGRO
O pulmão negro (pneumoconiose dos mineiros de carvão) é uma doença pulmonar
causada por depósitos de pó de carvão nos pulmões. O pulmão negro é conseqüência da
aspiração de pó de carvão durante um período prolongado.
Complicações:
Apesar de ser relativamente inerte e incapaz de provocar reações exageradas, o pó de
carvão dissemina-se por todo o pulmão, o que é revelado nas radiografias torácicas como
pequenas manchas.
O pó de carvão não obstrui as vias aéreas. Apesar disso, anualmente, 1 a 2% dos
indivíduos com pulmão negro simples evoluem para uma forma mais grave da doença,
conhecida como fibrose disseminada progressiva, na qual ocorre a formação de cicatrizes
em grandes áreas do pulmão (com pelo menos 1 centímetro de diâmetro). A fibrose
disseminada progressiva pode piorar mesmo após o indivíduo interromper a exposição ao
pó de carvão.
O tecido pulmonar e os vasos sangüíneos pulmonares podem ser destruídos pelas
cicatrizes. Na síndrome de Caplan, um distúrbio raro que afeta mineiros de carvão que
apresentam artrite reumatóide, ocorre a formação rápida de grandes nódulos redondos de
tecido cicatricial nos pulmões. Esses nódulos podem formar-se em indivíduos que não se
expuseram de modo importante à poeira de carvão, mesmo quando eles não apresentam
pulmão negro.
Profissões de risco:
Mineiros de carvão
Prevenção:
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O pulmão negro pode ser evitado com a supressão adequada do pó de carvão do local de
trabalho. Os mineiros de carvão devem realizar um exame radiográfico a cada quatro ou
cinco anos, de modo que a doença possa ser detectada no seu estágio inicial. No caso de
ela ser detectada, o trabalhador deve ser transferido para uma área onde a concentração
de pó de carvão seja baixa, visando evitar o desenvolvimento da fibrose disseminada
progressiva. Como o pulmão negro não tem cura, a prevenção é fundamental.
ASBESTOSE
A asbestose é a cicatrização disseminada do tecido pulmonar causada pela aspiração de
pó de asbesto (amianto). O asbesto é composto por silicatos minerais fibrosos com
diferentes composições químicas. Quando inaladas, as fibras de asbesto depositam-se
profundamente nos pulmões, provocando a formação de cicatrizes.
A inalação de asbesto também pode acarretar o espessamento das duas membranas que
revestem os pulmões (pleura). Os indivíduos que trabalham com asbesto apresentam risco
de desenvolver uma doença pulmonar. Os operários do setor de demolição, que trabalham
em edifícios com isolamento que contém asbesto, também correm risco, embora menor.
Quanto mais o indivíduo se expõe às fibras de asbesto, maior é o risco de ele desenvolver
uma doença relacionada a esse material.
Complicações:
Os sintomas da asbestose aparecem gradualmente, somente após ter havido a formação
de muitas cicatrizes e os pulmões terem perdido a elasticidade. Os sintomas iniciais são
uma dificuldade respiratória discreta e a diminuição da capacidade de realizar exercícios.
Os tabagistas inveterados que apresentam bronquite crônica concomitante com a
asbestose podem apresentar tosse e sibilos.
A respiração torna-se cada vez mais difícil. Aproximadamente 15% dos indivíduos com
asbestose apresentam uma dificuldade respiratória grave e insuficiência respiratória.
Ocasionalmente, a inalação de fibras de asbesto pode provocar o acúmulo de líquido no
espaço existente entre as duas membranas pleurais (espaço pleural).
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Em casos raros, o asbesto acarreta a formação de tumores pleurais, denominados
mesoteliomas pleurais, ou no peritônio (membrana que reveste o abdômen), denominados
mesoteliomas peritoniais. Os mesoteliomas causados pelo asbesto são cancerosos e não
têm cura. Mais comumente, os mesoteliomas desenvolvem- se após a exposição à
crocidolita, um dos quatro tipos de asbesto.
O câncer de pulmão está relacionado em parte ao grau de exposição às fibras de asbesto.
No entanto, entre os indivíduos com asbestose, o câncer de pulmão ocorre quase
exclusivamente nos que também são tabagistas, sobretudo naqueles que consomem mais
de um maço de cigarros por dia.
Profissões de risco:
� Operários que mineram, moem ou manufaturam amianto;
� Operários da construção civil que instalam ou removem materiais que contêm asbesto.
Prevenção:
As doenças causadas pela inalação de asbesto podem ser evitadas com a minimização da
poeira e fibras de asbesto no local de trabalho. Atualmente, como as indústrias que usam
asbesto melhoraram o controle da poeira, uma menor quantidade de indivíduos vem
apresentando asbestose. No entanto, os mesoteliomas continuam a ocorrer em indivíduos
que estiveram expostos há quarenta anos.
O asbesto presente nas construções deveria ser removido por profissionais treinados em
técnicas seguras de remoção. Os tabagistas que tiveram contato com o asbesto podem
diminuir o risco de câncer de pulmão abandonando o vício.
ASMA OCUPACIONAL
A asma ocupacional é um espasmo reversível das vias respiratórias causado pela inalação
de partículas ou de vapores existentes no ambiente de trabalho, que atuam como irritantes
ou causam uma reação alérgica. Muitas substâncias presentes no local de trabalho podem
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causar espasmos das vias aéreas, tornando a respiração difícil. Alguns indivíduos são
particularmente sensíveis a irritantes presentes no ar.
Complicações
A asma ocupacional pode causar dificuldade respiratória, sensação de opressão no peito,
sibilos (chio de peito), tosse, espirros, coriza e lacrimejamento. Contudo, em alguns
indivíduos, o único sintoma são os sibilos noturnos. Os sintomas podem ocorrer durante a
jornada de trabalho, mas, freqüentemente, eles começam apenas algumas horas após o
indivíduo ter terminado seu expediente. Além disso, os sintomas podem aparecer e
desaparecer durante uma semana ou mais após a exposição. Por essa razão, é
freqüentemente difícil estabelecer a relação entre o ambiente de trabalho e os sintomas.
Os sintomas comumente tornam-se mais leves ou desaparecem nos finais de semana ou
durante os feriados. Eles pioram com a exposição repetida.
Profissões de risco
� Indivíduos que trabalham com cereais, madeira de cedro vermelho ocidental, sementes
de rícino, corantes, antibióticos, resinas de epóxi, chás e enzimas utilizadas na manufatura
de detergentes, malte e objetos de couro
Prevenção
As indústrias que utilizam substâncias que podem causar asma devem obedecer às
normas de controle da poeiras e vapores. No entanto, a eliminação de poeiras e vapores
pode ser impossível. Os trabalhadores com asma severa, quando possível, devem mudar
de atividade. A exposição contínua freqüentemente leva a um quadro de asma mais grave
e mais persistente.
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Periculosidade
A lei considera atividades ou operações perigosas todas aquelas que, pela natureza ou
métodos de trabalho, coloquem o trabalhador em contato permanente com explosivos,
eletricidade, materiais ionizantes, substâncias radioativas, ou materiais inflamáveis, em
condições de risco acentuado.
Exemplo: frentista de posto de combustível, operador em distribuidora de gás etc.
Adicional salarial: O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao
trabalhador um de adicional de 30% sobre seu salário. Neste cálculo não são
considerados gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. No caso de
hora extras, o adicional será calculado sobre a hora base e não sobre o valor da hora
extra.
Quem define se uma determinada condição de trabalho é ou não periculosa são os
Engenheiros ou Médicos do Trabalho registrados no Ministério do Trabalho.
Se o trabalhador trabalha em local considerado insalubre e perigoso, ele deve optar apenas por um dos adicionais. Neste caso, vale lembrar que, enquanto o adicional de
insalubridade é calculado sobre o salário mínimo, o de periculosidade é calculado sobre o
salário do trabalhador, sendo mais vantajosa a escolha pelo adicional de periculosidade.
O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a
eliminação do risco ã sua saúde ou integridade física...."
INSALUBRIDADE Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos
à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos."
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O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância fixados
pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção do adicional respectivamente de 40%,
20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.
O grau de insalubridade depende do tipo de agente insalubre a que o empregado está
exposto. Por exemplo, o agente ruído gera adicional em grau médio, enquanto a poeira,
grau máximo. Outro aspecto importante a ser considerado é que o grau não varia de
acordo com a intensidade do agente; isto é, uma concentração de poeira dez vezes
superior ao limite gera o mesmo grau de insalubridade que uma concentração duas vezes
superior ao limite de tolerância.
Professora Flávia Lamin de Brito 22
Classificação Internacional Doenças - CID Uma classificação de doenças pode ser definida como um sistema de categorias
atribuídas a entidades mórbidas segundo algum critério estabelecido. Existem vários eixos
possíveis de classificação e aquele que vier a ser selecionado dependerá do uso das
estatísticas elaboradas. Uma classificação estatística de doenças precisa incluir todas as
entidades mórbidas dentro de um número manuseável de categorias.
A Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças e de Problemas
Relacionados a Saúde é a última de uma série que se iniciou em 1893 como a
Classificação de Bertillon ou Lista Internacional de Causas de Morte. Uma revisão
completa dos antecedentes históricos da classificação é apresentada no Volume 2. Ainda
que o título tenha sido alterado visando tornar mais claro o conteúdo e a finalidade bem
como refletir a extensão progressiva da abrangência da classificação além de doenças e
lesões, permanece mantida a familiar abreviatura "CID". Quando da atualização da
classificação, as afecções foram agrupadas de forma a torná-las mais adequada aos
objetivos de estudos epidemiológicos gerais e para a avaliação de assistência à saúde.
I Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00-B99)
II Neoplasias [tumores] (C00-D48)
III Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários
(D50-D89)
IV Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00-E90)
V Transtornos mentais e comportamentais (F00-F99)
VI Doenças do sistema nervoso (G00-G99)
VII Doenças do olho e anexos (H00-H59)
VIII Doenças do ouvido e da apófise mastóide (H60-H95)
IX Doenças do aparelho circulatório (I00-I99)
X Doenças do aparelho respiratório (J00-J99)
XI Doenças do aparelho digestivo (K00-K93)
XII Doenças da pele e do tecido subcutâneo (L00-L99)
XIII Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (M00-M99)
Professora Flávia Lamin de Brito 23
XIV Doenças do aparelho geniturinário (N00-N99)
XV Gravidez, parto e puerpério (O00-O99)
XVI Algumas afecções originadas no período perinatal (P00-P96)
XVII Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas (Q00-Q99)
XVIII Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não
classificados em outra parte (R0099)
XIX Lesões, envenenamento e algumas outras conseqüências de causas externas (S00-
T98)
XX Causas externas de morbidade e de mortalidade (V01-Y98)
XXI Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde
(Z00-Z99)
Professora Flávia Lamin de Brito 24
PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
1. Definição
O Perfil Profissiográfico Previdenciário � PPP é um documento histórico-laboral do
trabalhador, elaborado pela empresa ou equiparada à empresa durante seu contrato de
trabalho. Assim, cada trabalhador possuirá um PPP para cada contrato de trabalho.
2. Finalidade
O PPP tem como finalidade:
Comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços
previdenciários, em especial, o benefício da aposentadoria especial;
Prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a
Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir
todo direito decorrente da relação de trabalho, em especial, aqueles decorrentes de
sua exposição a fatores de riscos ocupacionais;
Prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, possibilitando
que a empresa evite ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores;
Possibilitar aos administradores públicos e privados acesso a bases de
informações fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para
desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como definição de
políticas em saúde coletiva.
3. Conteúdo
Reúne, cronologicamente por período, informações administrativas, ambientais e
biológicas, já pré-existentes nos documentos primários da empresa, de forma
individualizada, por trabalhador.
A maioria das informações existentes nesses documentos primários, que estão
espalhadas por diversos setores da empresa, é registrada de forma coletiva e reflete
Professora Flávia Lamin de Brito 25
apenas um determinado período de tempo. O PPP coleta, organiza e individualiza essas
informações, bem como registra o �filme�, e não apenas a �fotografia� da vida laboral do
trabalhador, uma vez que não se limita apenas a um determinado período de tempo.
3.1. Informações Administrativas
As informações administrativas estão disponíveis normalmente no Setor de Recursos
Humanos da empresa. Exemplos: setor, cargo, função, atividades desenvolvidas, os
registros de acidentes de trabalho e o conjunto das exigências necessárias ao
desempenho das funções.
3.2. Informações Ambientais
As informações ambientais são fornecidas normalmente pelo Setor de Segurança da
empresa, por meio dos programas ambientais e demais documentos relacionados, que
são atualizados sempre que ocorrem mudanças no ambiente de trabalho ou pelo menos
uma vez por ano, tendo como responsável um Engenheiro de Segurança do Trabalho ou
Médico do Trabalho. Exemplos: fatores de riscos; sua intensidade ou concentração
(quando não forem unicamente qualitativos); a utilização de medidas de controle, com o
respectivo atestado de sua eficácia e a conclusão acerca do enquadramento ou não de
atividade com direito à aposentadoria especial.
3.3. Informações Biológicas
Estas informações são fornecidas normalmente pelo Setor Médico da empresa, por meio
dos programas médicos e demais documentos relacionados, que são atualizados sempre
que são realizados procedimentos médicos ou pelo menos uma vez por ano, tendo como
responsável um Médico do Trabalho. Exemplos: a relação de exames admissionais,
periódicos, de retorno de afastamento, de troca de função, demissionais e
complementares, relacionados aos fatores de risco identificados, com seus respectivos
resultados; as perdas de capacidade laboral temporárias ou permanentes; os agravos à
saúde.
Professora Flávia Lamin de Brito 26
4. Atualizações
Suas atualizações devem ser registradas em tempo real e ser enviadas à Previdência
Social, em meio eletrônico, em periodicidade ainda não determinada. A princípio, sugere-
se que essa periodicidade seja anual. Ainda que não haja mudanças, o PPP deverá ser
atualizado pelo menos uma vez ao ano, na mesma época em que forem revistos os
programas ambientais e médicos.
5. Assinatura e Responsabilidades
O PPP deverá ser assinado pelo Representante Legal da empresa, com poderes
específicos outorgados por procuração.
Apesar de não ser necessária assinatura, há a obrigatoriedade da indicação dos
profissionais legalmente habilitados responsáveis pelas informações ambientais e
biológicas. Quando houver mudança dos responsáveis pelas informações ambientais e
biológicas, deverão ser indicados todos os seus nomes e registros profissionais,
discriminando os períodos em que cada um prestou as informações que embasaram o
preenchimento do PPP.
O PPP possibilita a fácil identificação dos profissionais responsáveis. Com isso, há maior
preocupação por parte deles em observar os preceitos legais. Além disso, caso a empresa
seja acionada judicialmente, poderá utilizar o direito de regresso, processando os
profissionais que agiram com negligência.
.6. Entrega na rescisão do contrato de trabalho
Deve ser entregue assinado e impresso ao trabalhador na rescisão do contrato de
trabalho. A empresa deverá comprovar a entrega ao trabalhador mediante recibo, podendo
ser aceita a rubrica de entrega na própria rescisão do contrato de trabalho. O recibo de
entrega ao trabalhador deverá ser mantido na empresa por vinte anos, no mínimo.
7 Impressão
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O PPP será impresso nas seguintes situações:
Por ocasião do encerramento de contrato de trabalho, em duas vias, com
fornecimento de uma das vias para o empregado, mediante recibo;
Para fins de requerimento de reconhecimento de períodos laborados em
condições especiais;
Para fins de concessão de benefícios por incapacidade, quando solicitado pelo
INS, para fins de estabelecimento de nexo técnico e reabilitação profissional.
O PPP deverá estar disponível às autoridades competentes, que poderão solicitar sua
impressão devidamente assinado. O empregado deverá ter acesso às informações
relativas a seu PPP.
8 Penalidade
As infrações relacionadas ao PPP sujeitam à multa fiscal de cerca de R$ 1.000,00 (mil)
reais por ocorrência, nas situações a seguir:
Não seja elaborado, não esteja atualizado ou não haja comprovante de entrega
ao trabalhador na rescisão de contrato de trabalho;
Não preencha as formalidades legais, contenha informação diversa da realidade
ou omissa ou
Haja discordância entre as informações do PPP com as contidas nos programas
ambientais.
9 Condutas Criminosas
A prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsificação de documento
público, nos termos do art. 297 do Código Penal.
As informações contidas no PPP são de caráter privativo do trabalhador, constituindo
crime, nos termos da Lei n° 9.029, de 13 de abril de 1995, práticas discriminatórias
decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como sua divulgação para terceiros,
ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes.
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10. Repercussões
O PPP pode gerar inúmeras Representações Administrativas e Representações Fiscais
para Fins Penais contra a empresa e os profissionais responsáveis.
Entre algumas conseqüências podemos citar: cassação do registro profissional e ações de
ordem criminal na justiça por falsificação de documento público, práticas discriminatórias,
sonegação fiscal, exposição ao risco, lesão corporal, homicídio culposo, ressarcimento aos
cofres da Previdência relativos aos benefícios por incapacidade concedidos em razão da
negligência do gerenciamento dos riscos, entre outros.
11. Conclusão
O Perfil Profissiográfico Previdenciário:
Permite a análise holística do indivíduo, servindo como ferramenta de
investigação epidemiológica;
Promove o controle social (pela empresa, pelos trabalhadores e pelos
sindicatos);
Promove a ação estatal efetiva, a partir do cruzamento de informações para
direcionamento da ação fiscal;
Permite o desenvolvimento de políticas de saúde coletiva, de vigilância sanitária
e epidemiológica, a partir do banco de dados criado;
Diminui a burocracia tanto para a empresa, quanto para a Previdência Social,
pois condensa todas as informações necessárias, possibilitando maior brevidade no
deferimento dos benefícios e assegurando maior confiabilidade e eficácia aos
procedimentos já existentes.
Serve para inquéritos epidemiológicos em estudos de caso controle, de coortes,
ecológicos e experimentais.
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MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO DE
ACIDENTE DO TRABALHO � CAT
Maio/99
Professora Flávia Lamin de Brito 37
MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO DA COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO � CAT
I � Apresentação. II � Recomendações gerais. III � Informações gerais. IV � Preenchimento do formulário CAT. V � Conceito, definições, caracterização do acidente do trabalho,
prestações e procedimentos. VI � Legislação. VII � Anexos: anexo I - Formulário da CAT;
anexo II - Fluxo da CAT.
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I � Apresentação
O objetivo deste manual, elaborado por equipe do Ministério da Previdência e Assistência Social � MPAS, Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e Ministério do Trabalho e Emprego � MTE, é assegurar o correto preenchimento da Comunicação de Acidente do Trabalho � CAT.
A comunicação, objeto deste manual, foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97.
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou
doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão. Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato preenchimento do formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social.
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II � Recomendações gerais Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas algumas precauções para o preenchimento da CAT, dentre elas:
1 � não assinar a CAT em branco; 2 � ao assinar a CAT, verificar se todos os itens de identificação foram devida e corretamente preenchidos; 3 � o atestado médico da CAT é de competência única e exclusiva do médico;
4 � o preenchimento deverá ser feito a máquina ou em letra de forma, de preferência com caneta esferográfica; 5 � não conter emendas ou rasuras; 6 � evitar deixar campos em branco; 7 � apresentar a CAT, impressa em papel, em duas vias ao INSS, que reterá a primeira via, observada a destinação das demais vias, prevista no subitem 1.2;
8 � o formulário �Comunicação de Acidente do Trabalho � CAT� poderá ser substituído por impresso da própria empresa, desde que esta possua sistema de informação de pessoal mediante processamento eletrônico, cabendo observar que o formulário substituído deverá ser emitido por computador e conter todas as informações exigidas pelo INSS.
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III � Informações gerais 1 � Comunicação do acidente 1.1 � A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho, ocorrido com seu empregado, havendo ou não afastamento do trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o teto máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada na forma do artigo 109 do Decreto nº 2.173/97.
1.1.1 � Deverão ser comunicadas ao INSS, mediante formulário �Comunicação de
Acidente do Trabalho � CAT�, as seguintes ocorrências:
Ocorrências: Tipos de CAT:
a) acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho;
CAT inicial;
b) reinicio de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS;
CAT reabertura;
c) falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.
CAT comunicação de óbito.
1.2 � A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em seis vias, com a seguinte destinação: 1ª via � ao INSS; 2ª via � à empresa; 3ª via � ao segurado ou dependente;
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4ª via � ao sindicato de classe do trabalhador; 5ª via � ao Sistema Único de Saúde � SUS; 6ª via � à Delegacia Regional do Trabalho.
1.3 � A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a
este comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social foi registrada a CAT.
1.4 � Tratando-se de trabalhador temporário, a comunicação referida neste item será feita pela empresa de trabalho temporário. 1.5 � No caso do trabalhador avulso, a responsabilidade pelo preenchimento e encaminhamento da CAT é do Órgão Gestor de Mão de Obra � OGMO e, na falta deste, do sindicato da categoria. 1.5.1 � Para este trabalhador, compete ao OGMO e, na sua falta, ao seu sindicato preencher e assinar a CAT, registrando nos campos �Razão Social/Nome� e �Tipo�(de matrícula) os dados referentes ao OGMO ou sindicato e, no campo �CNAE�, aquele que corresponder à categoria profissional do trabalhador.
1.6 � No caso de segurado especial, a CAT poderá ser formalizada pelo próprio acidentado ou dependente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria ou autoridade pública. 1.6.1 � São autoridades públicas reconhecidas para esta finalidade: os magistrados em geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos Estados, os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e Forças Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar). 1.7 � Quando se tratar de marítimo, aeroviário, ferroviário, motorista ou outro trabalhador acidentado fora da sede da empresa, caberá ao representante desta comunicar o acidente. 1.8 � Tratando-se de acidente envolvendo trabalhadores a serviço de empresas prestadoras de serviços, a CAT deverá ser emitida pela empresa empregadora, informando, no campo próprio, o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente.
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1.9 � É obrigatória a emissão da CAT relativa ao acidente ou doença profissional ou do trabalho ocorrido com o aposentado por tempo de serviço ou idade, que permaneça ou retorne à atividade após a aposentadoria, embora não tenha direito a benefícios pelo INSS em razão do acidente, salvo a reabilitação profissional. 1.9.1 � Neste caso, a CAT também será obrigatoriamente cadastrada pelo INSS.
1.10 � Tratando-se de presidiário, só caberá a emissão de CAT quando ocorrer acidente ou doença profissional ou do trabalho no exercício de atividade remunerada na condição de empregado, trabalhador avulso, médico-residente ou segurado especial.
1.11 � Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o
próprio acidentado, seus dependentes, o sindicato da categoria, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública prevista no subitem 1.6.1. 1.11.1 � A comunicação a que se refere este item não exime a empresa da responsabilidade pela falta de emissão da CAT. 1.12 � Todos os casos com diagnóstico firmado de doença profissional ou do trabalho devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador, acompanhada de relatório médico preenchido pelo médico do trabalho da empresa, médico assistente (serviço de saúde público ou privado) ou médico responsável pelo PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional � previsto na NR nº 7), com descrição da atividade e posto de trabalho para fundamentar o nexo causal e o técnico. 1.13 � No caso de doença profissional ou do trabalho, a CAT deverá ser emitida após a conclusão do diagnóstico. 1.14 � Quando a doença profissional ou do trabalho se manifestar após a desvinculação do acidentado da empresa onde foi adquirida, deverá ser emitida CAT por aquela empresa, e na falta desta poderá ser feita pelo serviço médico de atendimento, beneficiário ou sindicato da classe ou autoridade pública definida no subitem 1.6.1. 1.15 - A CAT poderá ser apresentada no Posto do Seguro Social � PSS mais conveniente ao segurado, o que jurisdiciona a sede da empresa, do local do acidente, do atendimento médico ou da residência do acidentado.
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1.15.1 � Deve ser considerada como sede da empresa a dependência, tanto a matriz quanto a filial, que possua matrícula no Cadastro Geral de Contribuintes � CGC ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica � CNPJ, bem como a obra de construção civil registrada por pessoa física. 2 � Comunicação de reabertura 2.1 � As reaberturas deverão ser comunicadas ao INSS pela empresa ou beneficiário, quando houver reinicio de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença ocupacional comunicado anteriormente ao INSS. 2.2 � Na CAT de reabertura deverão constar as mesmas informações da época do acidente, exceto quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos à data da reabertura. 3 � Comunicação de óbito 3.1 � O óbito decorrente de acidente ou doença ocupacional, ocorrido após a emissão da CAT inicial ou da CAT reabertura, será comunicado ao INSS através da CAT comunicação de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente inicial. Anexar a certidão de óbito e quando houver o laudo de necropsia.
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IV � Preenchimento do formulário CAT Quadro I � EMITENTE I.1 � Informações relativas ao EMPREGADOR Campo 1. Emitente � informar no campo demarcado o dígito que especifica o responsável pela emissão da CAT, sendo:
(1) empregador; (2) sindicato; (3) médico assistente; (4) segurado ou seus dependentes; (5) autoridade pública (subitem 1.6.1 da Parte III).
Campo 2. Tipo de CAT � informar no campo demarcado o dígito que especifica o tipo de CAT, sendo:
(1) inicial � refere-se à primeira comunicação do acidente ou doença do trabalho;
(2) reabertura � quando houver reinicio de tratamento ou afastamento
por agravamento da lesão (acidente ou doença comunicado anteriormente ao INSS);
(3) comunicação de óbito � refere-se à comunicação do óbito,
em decorrência de acidente do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial. Deverá ser anexada a cópia da certidão de óbito e quando houver, do laudo de necropsia.
Obs.: Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por CAT inicial.
Campo 3. Razão Social/Nome � informar a denominação da empresa empregadora. Considera-se empresa na forma prevista no artigo 14 do Decreto 2.173/97: a) a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração direta, indireta e fundacional;
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b) o trabalhador autônomo e equiparado, em relação ao segurado que lhe presta serviço; c) a cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras; d) o operador portuário e o órgão gestor de mão de obra - de que trata a Lei 8.630 de 25 de fevereiro de 1993.
Obs.: Informar o nome do acidentado, quando segurado especial.
Campo 4. Tipo e número do documento � informar o código que especifica o tipo de documento, sendo:
(1) CGC/CNPJ � informar o número da matrícula no Cadastro Geral de Contribuintes � CGC ou da matrícula no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica � CNPJ, da empresa empregadora;
(2) CEI � informar o número de inscrição no Cadastro Específico do
INSS quando o empregador for pessoa jurídica desobrigada de inscrição no CGC/CNPJ;
(3) CPF � informar o número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física
quando o empregador for pessoa física; (4) NIT � informar o Número de Identificação do Trabalhador no INSS
quando for segurado especial.
Campo 5. CNAE � informar o código relativo à atividade principal do estabelecimento, em conformidade com aquela que determina o Grau de Risco para fins de contribuição para os benefícios concedidos em razão do grau de incidência da incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O código CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica) encontra-se no documento de CGC ou CNPJ da empresa ou no Anexo do Decreto nº 2.173/97.
Obs.: No caso de segurado especial, o campo poderá ficar em branco.
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Campo 6 a 9. Endereço � informar o endereço completo da empresa empregadora (art. 14 do Decreto nº 2.173/97).
Obs.: Informar o endereço do acidentado, quando segurado especial. O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município.
I.2 � Informações relativas ao ACIDENTADO
Campo 10. Nome � informar o nome completo do acidentado, sem abreviaturas. Campo 11. Nome da mãe � informar o nome completo da mãe do acidentado, sem abreviaturas. Campo 12. Data de nascimento � informar a data completa de nascimento do acidentado, utilizando quatro dígitos para o ano. Exemplo: 16/11/1960. Campo 13. Sexo - informar (1) masculino e (3) feminino. Campo 14. Estado civil - informar (1) solteiro, (2) casado, (3) viúvo, (4) separado judicialmente, (5) outros, e quando o estado civil for desconhecido informar (6) ignorado. Campo 15. CTPS � informar o número, a série e a data de emissão da Carteira Profissional ou da Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Obs.: No caso de segurado empregado, é obrigatória a especificação do número da CTPS.
Campo 16. UF � informar a Unidade da Federação de emissão da CTPS. Campo 17. Carteira de identidade � informar o número do documento, a data de emissão e o órgão expedidor. Campo 18. UF � informar a Unidade da Federação de emissão da Carteira de Identidade. Campo 19. PIS/PASEP � informar o número de inscrição no Programa de Integração Social � PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público � PASEP, conforme o caso.
Obs.: No caso de segurado especial e de médico residente, o campo poderá ficar em branco.
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Campo 20. Remuneração mensal � informar a remuneração mensal do acidentado em moeda corrente na data do acidente.
Campo 21 a 24. Endereço do acidentado � informar o endereço completo do acidentado. O número do telefone, quando houver, deverá ser precedido do código DDD do município. Campo 25. Nome da ocupação � informar o nome da ocupação exercida pelo acidentado à época do acidente ou da doença. Campo 26. CBO � informar o código da ocupação constante no Campo 25 segundo o Código Brasileiro de Ocupação. Campo 27. Filiação à Previdência Social � informar no campo apropriado o tipo de filiação do segurado, sendo: (1) empregado; (2) trabalhador avulso; (7) segurado especial; (8) médico residente (conforme a Lei nº 8.138/90).
Campo 28. Aposentado? � informar "sim" exclusivamente quando tratar-se de aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS. Campo 29. Área � informar a natureza da prestação de serviço, se urbana ou rural.
I.3 � Informações relativas ao ACIDENTE OU DOENÇA
Campo 30. Data do acidente � informar a data em que o acidente ocorreu. No caso de doença, informar como data do acidente a da conclusão do diagnóstico ou a do início da incapacidade laborativa, devendo ser consignada aquela que ocorrer primeiro. A data deverá ser completa. Exemplo: 23/11/1998. Campo 31. Hora do acidente � informar a hora da ocorrência do acidente, utilizando quatro dígitos (Exemplo: 10:45). No caso de doença, o campo deverá ficar em branco. Campo 32. Após quantas horas de trabalho? � informar o número de horas decorridas desde o início da jornada de trabalho até o momento do acidente. No caso de doença, o campo deverá ficar em branco.
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Campo 33. Houve afastamento? � informar se houve ou não afastamento do trabalho.
Obs.: É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente
ou doença relacionados ao trabalho, ainda que não haja afastamento ou
incapacidade.
Campo 34. Último dia trabalhado � informar a data do último dia em que efetivamente houve trabalho do acidentado, ainda que a jornada não tenha sido completa. Ex.: 23/11/1998.
Obs.: Só preencher no caso de constar 1 (Sim) no Campo 33.
Campo 35. Local do acidente � informar o local onde ocorreu o acidente, sendo: (1) em estabelecimento da empregadora; (2) em empresa onde a empregadora presta serviço; (3) em via pública; (4) em área rural; (5) outros.
Campo 36. CGC/CNPJ � informar o nome e o CGC ou CNPJ da empresa onde ocorreu o acidente/doença, no caso de constar no campo 35 a opção 2. Campo 37. Munícipio do local do acidente - informar o nome do município onde ocorreu o acidente. Campo 38. UF - informar a unidade da federação onde ocorreu o acidente. Campo 39. Especificação do local do acidente � informar de maneira clara e precisa o local onde ocorreu o acidente (Exemplo: pátio, rampa de acesso, posto de trabalho, nome da rua, etc.). Campo 40. Parte(s) do corpo atingida(s) � para acidente de trabalho deverá ser informada a parte do corpo diretamente atingida pelo agente causador, seja externa ou internamente;
� para doenças profissionais, do trabalho, ou equiparadas informar o órgão ou sistema lesionado.
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Obs.: Deverá ser especificado o lado atingido (direito ou esquerdo), quando se tratar de parte do corpo que seja bilateral.
Campo 41. Agente causador � informar o agente diretamente relacionado ao acidente, podendo ser máquina, equipamento ou ferramenta, como uma prensa ou uma injetora de plásticos; ou produtos químicos, agentes físicos ou biológicos como benzeno, sílica, ruído ou salmonela. Pode ainda ser consignada uma situação específica como queda, choque elétrico, atropelamento.
Campo 42. Descrição da situação geradora do acidente ou doença � descrever a situação ou a atividade de trabalho desenvolvida pelo
acidentado e por outros diretamente relacionados ao acidente. - tratando-se de acidente de trajeto, especificar o deslocamento e
informar se o percurso foi ou não alterado ou interrompido por motivos alheios ao trabalho.
- no caso de doença, descrever a atividade de trabalho, o ambiente ou as condições em que o trabalho era realizado.
Obs.: Evitar consignar neste campo o diagnóstico da doença ou lesão (Exemplo: indicar a exposição continuada a níveis acentuados de benzeno em função da atividade de pintar motores com tintas contendo solventes orgânicos, e não benzenismo).
Campo 43. Houve registro policial? � informar se houve ou não registro policial. No caso de constar 1 (SIM), deverá ser encaminhada cópia do documento ao INSS oportunamente. Campo 44. Houve morte? � o campo deverá constar SIM sempre que tenha havido morte em tempo anterior ao do preenchimento da CAT, independentemente de ter ocorrido na hora ou após o acidente.
Obs.: Quando houver morte decorrente do acidente ou doença, após a emissão da CAT inicial, a empresa deverá emitir CAT para a comunicação de óbito. Deverá ser anexada cópia da certidão de óbito.
I.4 � Informações relativas às TESTEMUNHAS
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Campo 45 a 52. Testemunhas � informar o nome e endereço completo das testemunhas que tenham presenciado o acidente ou daquelas que primeiro tenham tomado ciência do fato.
Local e data � informar o local e a data da emissão da CAT.
Assinatura e carimbo do emitente � no caso da emissão pelo próprio segurado ou por seus dependentes, fica dispensado o carimbo, devendo ser consignado o nome legível do emitente ao lado ou abaixo de sua assinatura.
Quadro II � ATESTADO MÉDICO
Deverá ser preenchido por profissional médico. No caso de acidente com morte, o preenchimento é dispensável, devendo ser apresentada a certidão de óbito e, quando houver, o laudo de necropsia.
Campo 53. Unidade de atendimento médico � informar o nome do local onde foi prestado o atendimento médico. Campo 54. Data � informar a data do atendimento. A data deverá ser completa, utilizando-se quatro dígitos para o ano. Exemplo: 23/11/1998. Campo 55. Hora � Informar a hora do atendimento utilizando quatro dígitos. Exemplo: 15:10.
Campo 56. Houve internação? - informar (1) sim ou (2) não. Campo 57. Duração provável do tratamento � informar o período provável do tratamento, mesmo que superior a quinze dias. Campo 58. Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? - informar (1)sim ou (2) não. Campo 59. Descrição e natureza da lesão � fazer relato claro e sucinto, informando a natureza, tipo da lesão e/ou quadro clínico da doença, citando a parte do corpo atingida, sistemas ou aparelhos. Exemplo: a) edema, equimose e limitação dos movimentos na articulação tíbio társica
direita; b) sinais flogísticos, edema no antebraço esquerdo e dor à movimentação da
flexão do punho esquerdo.
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Campo 60. Diagnóstico provável � informar, objetivamente, o diagnóstico. Exemplo: a) entorse tornozelo direito;
b) tendinite dos flexores do carpo. Campo 61. CID � 10 � Classificar conforme o CID � 10. Exemplo: a) S93.4 � entorse e distensão do tornozelo; b) M65.9 � sinovite ou tendinite não especificada. Campo 62. Observações � citar qualquer tipo de informação médica adicional, como condições patológicas pré-existentes, concausas, se há compatibilidade entre o estágio evolutivo das lesões e a data do acidente declarada, se há recomendação especial para permanência no trabalho, etc.
Obs.: Havendo recomendação especial para a permanência no trabalho, justificar.
Local e data � informar o local e a data do atendimento médico.
Assinatura e carimbo do médico com CRM � apor assinatura, carimbo e CRM do médico responsável.
Quadro III � INSS Campos de uso exclusivo do Instituto Nacional do Seguro Social � INSS.
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V � Conceito, definições e caracterização do acidente do trabalho, prestações e procedimentos 1 � Conceito do acidente do trabalho e doença ocupacional. 1.1 � Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. 1.1.1 � É considerado como acidente do trabalho, nos termos deste item:
a) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97; b) a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde que constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97.
1.1.2 � Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação constante do Anexo II resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social (INSS) deve equipará-la a acidente do trabalho.
1.2 � Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produz incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
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1.3 � Equiparam-se também a acidente do trabalho:
I � o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II � o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior;
III � a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;
IV � o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra;
d) independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
e) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho;
f) no percurso da residência para o OGMO ou sindicato de classe e destes para aquela, tratando-se de trabalhador avulso.
Nota: Não será considerado acidente do trabalho o ato de agressão relacionado a motivos pessoais.
1.3.1 � No período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será considerado a serviço da empresa.
1.3.2 � Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem alteração ou interrupção por motivo pessoal do percurso do segurado. Não havendo limite de prazo estipulado para que o segurado atinja o local de residência, refeição ou do trabalho, deve ser observado o tempo necessário compatível com a distância percorrida e o meio de locomoção utilizado.
1.4 � Será considerado agravamento de acidente do trabalho aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade do Setor de Reabilitação Profissional.
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1.5 � Não será considerado agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do acidente anterior.
1.6 � Quando expressamente constar do contrato de trabalho que o empregado deverá participar de atividades esportivas no decurso da jornada de trabalho, o infortúnio ocorrido durante estas atividades será considerado como acidente do trabalho.
1.7 � Será considerado como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual ou o dia em que for realizado o diagnóstico, cabendo para esse efeito o que ocorrer primeiro.
2 � Campo de Aplicação
2.1 � As prestações relativas ao acidente do trabalho são devidas:
a) ao empregado;
b) ao trabalhador avulso;
c) ao médico-residente (Lei nº 8.138, de 28/12/90);
d) ao segurado especial.
2.2 � Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho:
a) ao empregado doméstico;
b) ao empresário: titular de firma individual urbana ou rural, diretor não empregado, membro de conselho de administração de sociedade anônima, sócios que não tenham, na empresa, a condição de empregado;
c) ao autônomo e outros equiparados;
d) ao facultativo.
2.3 � A partir de 11/11/97, o aposentado por tempo de serviço, especial ou idade pelo Regime Geral de Previdência Social � RGPS que permanecer ou retornar à atividade sujeita a este regime, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional.
3. Prestações por acidente do trabalho ou doença ocupacional
3.1 � Serviço: reabilitação profissional.
3.2 � Benefícios pecuniários:
BENEFÍCIOS BENEFICIÁRIOS CONDIÇÕES P/ CONCESSÃO
DATA DE INÍCIO DATA DA CESSAÇÃO VALOR
Auxílio-doença Acidentado do - afastamento do - 16º dia de - morte; 91% do
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(esp.91) trabalho trabalho por incapacidade laborativa temporária por acidente do trabalho.
afastamento consecutivo para empregado;
- data do
afastamento demais segurados.
- concessão de auxílio-acidente ou aposentadoria;
-cessação da incapacidade;
- alta médica;
- volta ao trabalho.
salário de
benefício
Aposentadoria por invalidez
(esp.92)
Acidentado do trabalho
- afastamento do trabalho por invalidez acidentaria.
- no dia em que o auxílio-doença teria início; ou
- no dia seguinte à cessação do auxílio-doença.
- morte;
-cessação da invalidez;
- volta ao trabalho.
100% do
salário de benefício
Auxílio Acidente
(esp.94)
Acidentado do trabalho
-redução da capacidade laborativa por lesão acidentaria.
- dia seguinte a cessação do auxílio-doença.
-concessão de aposentadoria;
- óbito.
50% do
salário de benefício
Pensão
(esp.93)
Dependentes do
Acidentado do trabalho
-morte por acidente do trabalho.
- data do óbito; ou
- data da entrada do requerimento quando requerida após 30 dias do óbito.
-morte do dependente;
-cessação da qualidade de dependente.
100% do salário de benefício
Obs.: a) o valor da renda mensal da aposentadoria por invalidez será acrescida de 25% (vinte e cinco por cento) desse valor, quando comprovado através de avaliação médico pericial que o acidentado necessita de acompanhante;
b) salário de benefício- o salário de benefício consiste na média aritmética simples de todos os últimos salários de contribuição relativos aos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data de entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), apurados em período não superior a 48 (quarenta e oito) meses.
3.3 - Havendo agravamento da lesão acidentária será devida a reabertura do auxílio-doença acidentário, após a comprovação da incapacidade laborativa pela perícia médica do INSS.
3.3.1 - Para reabertura ocorrida após a cessação do auxílio-doença acidentário tendo o acidentado retornado ou não ao trabalho:
a) o reinício será na data do novo afastamento;
b) o valor será a renda mensal do auxílio-doença cessado, reajustada pelos mesmos índices de correção dos benefícios previdenciários em geral até o início da reabertura.
3.4- A prestação de assistência médica não é atribuição do INSS.
4 � Caracterização
4.1 � Os acidentes são classificados em três tipos:
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Cód.1 � acidente típico (o que ocorre a serviço da empresa);
Cód.2 � doença profissional ou do trabalho;
Cód.3 � acidente do trajeto(o que ocorre no percurso residência ou refeição
para o local de trabalho e vice-versa).
4.1.1 � Esta informação constará no campo de responsabilidade do INSS, constante na CAT, após análise administrativa dos dados sobre o acidentado e das circunstâncias da ocorrência e o devido enquadramento nas situações previstas na legislação pertinente (Lei nº 8.213/91), quando o INSS responderá o quesito �É reconhecido o direito do segurado à habilitação ao benefício acidentário?�.
4.1.2 � O INSS informará na CAT, a data do recebimento, o código da unidade, o nº do registro aporá a matrícula e assinatura do servidor responsável pela recepção da comunicação
4.2- Para que o acidente ou doença seja considerado como acidente do trabalho é imprescindível que estejam em acordo com os conceitos previstos no Decreto nº 2.172/97, sendo que a caracterização técnica deverá ser efetuada pelo Setor de Perícia Médica do INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal entre:
a) o acidente e a lesão;
b) a doença e o trabalho;
c) a �causa mortis� e o acidente.
4.2.1 - Após a habilitação o direito ao benefício dar-se-á posteriormente ao reconhecimento técnico do nexo causal entre o acidente e a lesão, a doença e o trabalho e definição do grau de incapacidade pela perícia médica do INSS na forma prevista no subitem 4.2, que ocorrerá a partir do primeiro dia de afastamento para o trabalhador avulso, segurado especial e médico residente e no caso de empregado a partir do 16º (décimo sexto) dia de afastamento do trabalho por acidente ou doença.
Nos casos de morte a avaliação quanto ao nexo "causa mortis" e o acidente ou doença do trabalho ocorrerá após a comunicação do óbito ao INSS.
4.2.2 - Não é responsabilidade do INSS a caracterização do nexo
técnico para fins de exame pré-admissional ou demissional da empresa.
.
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5. Habilitação dos benefícios acidentários 5.1 - Comunicado o acidente ou doença do trabalho o segurado ou dependente deverá comparecer ao INSS, para habilitação ao benefício, munido da seguinte documentação: - Carteira do Trabalho e Previdência Social (CTPS); - Contrato de trabalho quando não constar na CTPS; - Declaração do OGMO ou Sindicato para o trabalhador avulso; - Comprovante de inscrição no INSS, carnês de recolhimento de contribuições e o contrato de residência médica, quando tratar-se de médico residente; - PIS/PASEP, CPF, Cédula de identidade; - Relação dos 36 últimos salários de contribuição apurados até 48 meses anteriores ao mês do afastamento; - Endereço completo com CEP atualizado; - Certidão de Nascimento dos dependentes e quando for o caso, Termo de Tutela/ Curatela; - Ocorrência policial (quando houver); - Documentos que comprovem o exercício da atividade rural na condição de segurado especial; - Certidão de óbito e laudo de exame cadavérico (se houver) no caso de morte; - Documentos dos dependentes para o caso de requerimento de pensão; - Outros que se fizerem necessários a cada caso.
5.2 O INSS poderá solicitar a apresentação de outros documentos e esclarecimentos, bem como emitir pesquisas e diligências, visando a elucidação e comprovação dos fatos, para fins de caracterização ou não do acidente ou doença como do trabalho, para concessão ou indeferimento do benefício acidentário.
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VI � Legislação
Lei nº 8.213/91 com alterações da Lei nº 9.032/95 e da Lei nº 9.528/97. Decreto nº 2.172/97. Decreto nº 2.173/97.
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VII - Anexo I � Formulário CAT
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Anexo II � FLUXOGRAMA
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PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO PORTARIA Nº 3.214 DE 08/06/78 - NR7 (com redação dada pela Portaria nº 24 de 29/12/94 e Portaria nº 8 de 08/05/96) DO OBJETO A Norma Regulamentadora - NR-7, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte dos empregadores e instituições que admitam empregados, do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto de seus trabalhadores.
DAS RESPONSABILIDADES
Compete ao empregador: a) Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela
sua eficácia.
b) Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao
PCMSO.
c) Indicar dentre os médicos dos serviços especializados em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, da empresa, um coordenador
responsável pela execução do PCMSO.
d) No caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo
com a NR-4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não
da empresa, para coordenar o PCMSO.
e) Inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar
médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.
O custeio do Programa deve ser totalmente assumido pelo empregador, não
devendo haver repasse dos custos ao empregado.
DO ACOMPANHAMENTO MÉDICO
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Ficam desobrigados de indicar médico coordenador as empresas de grau de risco 1 e 2,
segundo o Quadro I do NR-4, com até 25 empregados e aquelas de grau de risco 3 e 4,
com até 10 empregados.
As empresas com mais de 25 empregados e até 50 empregados, enquadrados no grau de
risco 1 ou 2, poderão estar desobrigados de indicar médico coordenador em decorrência
de negociação coletiva e as empresas com mais de 10 empregados e com até 20
empregados, enquadradas no grau de risco 3 e 4, poderão estar desobrigadas da
indicação em decorrência de negociação coletiva assistida por profissional do órgão
regional competente em segurança e saúde no trabalho.
Especificamente em relação as escolas, como estas estão enquadradas no grau de risco
2, elas terão que indicar um médico coordenador quando tiverem mais de 25 empregados,
o que não significa que as escolas com menos de 25 empregados estejam desobrigadas a
elaborar o PCMSO.
DA ESTRUTURA
O nível de complexidade do Programa depende basicamente dos riscos existentes em
cada empresa, das exigências físicas e psíquicas das atividades desenvolvidas, e das
características biopsicofisiológicas de cada população trabalhadora.
As empresas desobrigadas de possuir médico coordenador deverão realizar as avaliações,
por meio de médico, que, para a efetivação das mesmas, deverá necessariamente
conhecer o local de trabalho.
O PCMSO deve conter no mínimo: a) identificação da empresa: razão social, CGC, endereço, ramo de atividade, grau
de risco, nº de trabalhadores distribuídos por sexo, horário de trabalho e turnos.
b) identificação dos riscos existentes.
Professora Flávia Lamin de Brito 63
c) plano anual de indicação dos exames médicos, com programação das avaliações
clínicas e complementares específicas para os riscos detectados, definindo-se
explicitamente quais os trabalhadores ou grupos de trabalhadores serão submetidos
a que exames e quando.
DO DESENVOLVIMENTO O PCMSO deve incluir, entre outros, a indicação obrigatória dos exames médicos: a) admissional;
b) periódico;
c) de retorno ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.
Estes exames compreendem a avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e
exame físico e mental, assim como exames complementares.
DOS EXAMES
O exame médico admissional: deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas
atividades.
O exame médico periódico:
a) para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem no
desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou ainda, para aqueles que
sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos a cada ano ou
intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente
de inspeção do trabalho, ou ainda como resultado de negociações coletivas de trabalho,
ou de acordo com a NR-15 para trabalhadores expostos a condições hiperbáricas.
b) para os demais trabalhadores deve ser feito anualmente, quando menores de 18 anos e
maiores de 45 anos e a cada 2 anos, para os trabalhadores entre 18 e 45 anos.
Professora Flávia Lamin de Brito 64
O exame médico de retorno ao trabalho: deverá ser realizado obrigatoriamente no 1º dia
de volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 dias por
motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.
O exame médico de mudança de função: será obrigatoriamente realizado antes da data da
mudança. Entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade,
posto de trabalho ou de setor que implique na exposição do trabalhador a risco diferente
daquele a que se estava exposto antes da mudança.
O exame médico demissional: deverá ser realizado até a data da homologação da
dispensa ou até o desligamento definitivo do trabalhador, nas situações excluídas da
obrigatoriedade de realização da homologação. O referido exame será dispensado sempre
que houver sido realizado qualquer outro exame médico obrigatório em período inferior a
135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2 e inferior a 90 dias para as empresas de
grau de risco 3 e 4.
Esses prazos poderão ser ampliados em até mais 135 dias ou mais 90 dias,
respectivamente, caso estabelecido em negociação coletiva, com assistência de
profissional indicado de comum acordo entre as partes ou da área de segurança e saúde
das DRT.
DA EXECUÇÃO DO PCMSO Para cada exame médico indicado, o médico emitirá o atestado de saúde ocupacional �
ASO em duas vias, a 1ª via ficará arquivada no local de trabalho e a segunda via será
obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na 1ª via.
Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames
complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registrados em
prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do
PCMSO, devendo ser mantidos por 20 anos após o desligamento do trabalhador.
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O PCMSO deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas ações de saúde
a serem executadas durante o ano, devendo estas serem objeto de relatório anual.
O relatório anual deverá descriminar, por setores da empresa, o nº e a natureza dos
exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de
resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano,
tomando como base o modelo proposto no quadro III desta NR.
O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na
empresa, sendo sua cópia anexada no livro de ata dessa comissão.
Poderá ser armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que este seja mantido
de modo a propiciar o imediato acesso por parte do agente de inspeção no trabalho.
As empresas desobrigadas à indicarem médico coordenador, ficam dispensadas de
elaborar relatório anual.
DOS PRIMEIROS SOCORROS Todo estabelecimento deverá ser equipado com material necessário à prestação dos
primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida, e
manter esse material guardado em local adequado, aos cuidados de pessoa treinada para
esse fim.