apostila lazer e turismo ecolÓgico mÓdulo i · esta ociosidade na civilização greco-romana era...
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APOSTILA
LAZER E TURISMO ECOLÓGICO
MÓDULO I
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Sumário
1. LAZER, TURISMO E ECOLOGIA ............................................................................................... 3
2. PERCEPÇÕES E SIGNIFICADOS NAS CAMINHADAS ECOLÓGICAS .............................................. 9
3. ECOTURISMO, O TURISMO DE AVENTURA E A MÍDIA ............................................................ 14
4. EXEMPLOS DE ESPORTES DE AVENTURA ................................................................................ 17
Acquaride ................................................................................................................................ 18
Canoagem ............................................................................................................................... 18
Canyoning ............................................................................................................................... 22
Corrida de aventura ................................................................................................................ 23
Atividades verticais ................................................................................................................ 24
Espeleologia ............................................................................................................................ 24
Mountain Bike ........................................................................................................................ 25
Orientação .............................................................................................................................. 29
Parapente ................................................................................................................................ 32
Pára-quedismo ........................................................................................................................ 33
Parkour .................................................................................................................................... 34
Rafting ..................................................................................................................................... 36
Trekking .................................................................................................................................. 37
Vôo livre .................................................................................................................................. 38
Skate........................................................................................................................................ 38
Surfe ........................................................................................................................................ 39
Bodyboard .............................................................................................................................. 40
Outras Atividades ................................................................................................................... 40
5. BREVE CONCEITO DE AFAN ..................................................................................................... 43
6. INFORMAÇÕES IMPORTANTES ................................................................................................ 46
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MÓDULO I
1. LAZER, TURISMO E ECOLOGIA
Ao estudar esta apostila perceberá que se objetiva criar uma discussão
entre algumas questões sobre o Lazer, Turismo e Ecologia. Assim serão
analisados os conceitos de lazer, trabalho e a opção do turismo como uma
forma de lazer; salientando é claro o ecoturismo. Contudo, percebe-se que
estes fatores fazem parte da sociedade atual, pois a mesma vem sofrendo
diversas mudanças. Diante destas mudanças constata-se a necessidade ainda
mais freqüente da busca de uma melhor qualidade de vida. Procura-se incluir o
turismo como espaço encontrado pelo homem atual para satisfação,
relaxamento, divertimento, ou, mesmo, fuga da realidade. A opção por viagens
é fator que inclui no imaginário e que desperta o interesse do ser humano. Sair
da rotina em busca do novo parece ser objetivo de muitos, atualmente.
Mediante esta ânsia o homem vem utilizando o meio ambiente erroneamente.
Por fim será feito uma ponte destes assuntos com a Educação Física Escolar;
digo como trabalhar em meio ambiente de forma a preservá-lo.
A idéia de trabalho mudou com a industrialização, devido ao seu caráter
de tempo estipulado, com um limite arbitrário, não regulado pela natureza. Sua
organização é específica, de modo que o tempo que sobra é de livre escolha
do indivíduo. Logo, as reduções da jornada de trabalho, no decorrer da história,
foram sempre em benefício do aumento do tempo fora do trabalho. O lazer
insere-se, portanto, como opção para utilização de tempo livre.
Conforme o estudo de Camargo (1998), o trabalho nasceu do termo
latino tripalium, que designava um instrumento de tortura - naquela sociedade
escravagista, uma minoria não trabalhava e vivia apenas para o seu
desenvolvimento pessoal. Esta ociosidade na civilização greco-romana era
associada à concepção de cidadão livre, de homem completo, como aquele
que ocupava o tempo consigo mesmo e com suas atividades físicas, artísticas
e intelectuais.
O lazer surge nessa época, embora não fosse democratizado. Com a
divisão do tempo entre lazer e trabalho, os trabalhadores começam a
diferenciar o tempo de não-trabalho como sendo tempo livre. Para Boullón
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(1985), o tempo livre é o que vem depois do tempo dedicado ao trabalho, ao
descanso e a outras obrigações secundárias.
Para ocupar esse tempo, pode-se optar por diversas atividades, como a
prática de esportes, jogos, caminhadas, excursões, hobbies, viagens,
atividades culturais e outras. Em síntese, uma mescla de ações e tarefas
eleitas livremente e realizadas pelo corpo e pela mente, de forma satisfatória. É
um tempo que o homem pode desfrutar como lhe apetecer, quando os
aspectos do trabalho e das necessidades básicas estiverem satisfeitas. Para
tentar entender melhor essa realidade, partimos do princípio de que o tempo
hoje é um artigo de luxo para pessoas extremamente compromissadas com o
trabalho. Por outro lado, encantam-se com a possibilidade de sair de sua rotina
para descansar ou utilizar este tempo para aprender ou conhecer algo novo.
A criação do tempo de lazer favorece a oportunidade de sua otimização
para se fazer algo que não seja o usual. Esta opção pode ser feita pelo turismo,
com viagens escolhidas em virtude de inúmeras motivações. Não podemos
esquecer que o lazer é tão importante quanto o trabalho.
É importante destacar que cada ser humano tem uma relação com o
trabalho e com o lazer, fruto da realidade em que está inserido e dos valores
que possui. Por isso encontramos pessoas que adoram trabalhar, outras que
só querem se divertir, e também as que conseguem entender que trabalho e
lazer são partes iguais e de mesma importância para a vida sadia e que cada
um deles pode enriquecer consideravelmente o outro. Não podemos nos
esquecer que alguns precisam ter mais renda e que outros apenas preferem ter
mais dinheiro.
O problema com relação ao lazer é que geralmente se subestima o fato
de que a maior parte da humanidade ainda tem como atividade principal o
trabalho e nele gasta todo o seu tempo e energia.
O termo lazer (do latim licere, ―ser permitido‖) não é recente. Surgiu na
civilização greco-romana, já então significando o oposto de trabalho. Essa
civilização, de sociedades escravagistas, inventou a cultura do lazer, mas não
soube e nem quis democratizá-la. O ideal de cidadão daquela época era o
homem livre, ocioso, em plena expressão de si mesmo. (CAMARGO, 1998).
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O significado do termo lazer pode ser entendido por diferentes
estudiosos. Segundo Dumazedier (1980, p. 19), que é um dos pioneiros no
estudo, o lazer é:
―Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de
livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e
entreter-se, ou ainda para desenvolver sua informação ou formação
desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre
capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das
obrigações profissionais, familiares e sociais‖.
Algumas pessoas confundem o termo ócio com o termo lazer. É preciso
estabelecer que o ócio tem um caráter que não diz respeito apenas à
existência do trabalho. É diferente do lazer, como se manifesta Dumazedier
(1999, p. 28): ―que o lazer não é a ociosidade, não supre o trabalho; o
pressupõe. Corresponde a uma liberação periódica do trabalho no fim do dia,
da semana, do ano ou da vida de trabalho‖. Lazer é uma criação cultural da
sociedade, decorrente da soma de comportamentos apreendidos e
compartilhados, sob diversas condições geográficas e sociais. O lazer como
um estilo de comportamento da sociedade urbano industrial é também um fator
de geração de novos valores (CARMO, 2000, p. 30). Foi determinado pela
cultura e decorrente das conquistas sociais, principalmente da conquista de
tempo livre, que, por sua vez, permite a efetivação do lazer.
O lazer na sociedade contemporânea é alvo da atenção de grande parte
das pessoas que trabalham e precisam descansar. A necessidade de se
desligar do cotidiano para recarregar as energias perdidas na rotina desperta o
interesse por sair das cidades em busca de outros locais. É esta a atual
conotação do termo Turismo. Viajar é uma forma de estar em outro local que
não seja aquele em que se mora. No entanto, os interesses por viagens já se
enquadram em outra discussão; quer-se, aqui, apenas apontar que o turismo é
uma opção de distração, lazer, vivenciado em localidade diferente da rotineira.
Na atualidade, o lazer representa uma válvula de escape, um meio para
encontrar a liberdade e a criatividade, uma fórmula para fomentar o
desenvolvimento social e cultural, um recurso para a formação pessoal e um
direito de todo cidadão.
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Segundo Camargo (1998), hoje se percebe que nossa sociedade está
dando uma nova atenção ao lúdico e que o lazer passou a ser um item no rol
das necessidades das civilizações e dos direitos dos indivíduos. Encontramos
várias opções de entretenimento e de equipamentos de lazer, além do fato de
que há, no próprio trabalho e na escola, a preocupação com a criação de
momentos mais prazerosos. O interesse pelo tempo de lazer pode trazer
muitos benefícios para vida do cidadão. Ao desenvolver o seu bem estar físico
e mental, por meio de atividades prazerosas, o homem tende a melhorar a
qualidade de sua vida, tendo assim melhor produção em seu trabalho.
Ignarra (1998) afirma que o conceito de Turismo é uma matéria bastante
controversa segundo os vários autores que tratam desse assunto. O Turismo
está relacionado com viagens, porém não são todas as viagens que são
consideradas como Turismo. O mesmo apresenta uma definição de acordo
com a OMT (Organização Mundial do Turismo): ―o deslocamento para fora do
local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias
motivados por razões não-econômicas‖.
A partir daí apresentam-se algumas informações/definições. É
considerado Turista todo aquele que viaja com o objetivo de recreação. Já a
ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que é:
[...] toda pessoa, sem distinção de raça, sexo, língua e religião, que
ingresse no território de uma localidade diversa daquela em que tem
residência habitual e nele permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas
e máximo de seis meses, no transcorrer de um período de 12 meses,
com finalidade de turismo, recreio, esporte, saúde, motivos familiares,
estudos, peregrinações religiosas ou negócios, mas sem propósito de
imigração.
Quando o visitante não pernoita em uma localidade turística ele é
considerado excursionista. Aquele que viaja e permanece menos de 24 horas
em localidade que não seja a de sua residência fixa ou habitual, com as
mesmas finalidades que caracterizam os turistas, mas sem pernoitar nesse
local visitado, é considerado excursionista ou turista de um dia.
De acordo com a amplitude das viagens o Turismo pode ser
classificado:
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Local: quando ocorre entre municípios vizinhos;
Regional: quando ocorre em locais em torno de 200 e 300 km de
distância da residência do turista;
Doméstico: quando ocorre dentro do país de residência do turista;
Internacional: quando ocorre fora do país de residência do turista
(intracontinental ou intercontinental).
O Turismo pode ser classificado como Turismo de Massa ou
individualizado.
Turismo Individualizado: se caracteriza pela maior indiferença em
relação aos níveis de gastos, busca destinações mais distantes e
exóticas, procura os meios de transportes mais cômodos, se hospeda
em hotéis luxuosos e procura os restaurantes mais famosos.
Turismo de Massa: ao contrário, se caracteriza pó utilização de
agências de viagens para aquisição de pacotes, procura destinações
mais próximas, viagens com duração mais curta, transportes mais
baratos, hotéis econômicos, prefere destinações mais conhecidas,
escolhe os períodos de férias escolares.
Essa divisão do Turismo comporta, naturalmente, exceções. Existem
formas de Turismo individualizado, como o praticado em albergues de
juventude, onde o nível de gastos é bastante baixo, assim como existem
formas de Turismo feito em grandes grupos, mas com elevado nível de gastos,
como é o caso dos cruzeiros marítimos.
Um fenômeno bastante singular do Turismo é aquele movimento que se
estabeleceu chamar de veranismo. Trata-se do movimento de turistas para
determinadas localidades para curtir o verão. Normalmente esse movimento se
faz em direção das cidades litorâneas, onde se curte as praias e o mar.
Para que esses movimentos turísticos, nas suas mais variadas formas,
possam acontecer há necessidade da existência de alguns elementos. O
principal deles é a destinação turística, ou seja, o local procurado pelos turistas.
Essa destinação, de acordo com sua amplitude territorial, pode ser classificada
em atrativo turístico, complexo turístico, centro turístico, área turística e zona
turística.
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Atrativo turístico: é o recurso natural ou cultural que atrai o turista para
visitação;
Complexo turístico: é o atrativo turístico que já disponha de uma certa
infra-estrutura turística de alimentação, de hospedagem e de
entretenimento,mas que ainda não se constitua em centro urbano
(alguns autores classificam os complexos turísticos como um conjunto
de centros turísticos);
Centro turístico: é um aglomerado urbano que tem dentro de seu
território ou no seu raio de influência atrativos turísticos capazes de
motivar uma visitação turística;
Área turística: é um território circundante a um centro turístico que
contém vários atrativos e estrutura de transportes e comunicações entre
estes vários elementos e o centro. Alguns autores definem um mínimo
de 10 atrativos para uma área ser considerada turística;
Zona Turística: é um território mais amplo que congrega mais de um
centro turístico.
Dentre todas as definições citadas percebe-se a existência de várias
outras, sendo que quando necessários recomenda-se que recorra a outras
bibliografias.
Dando prosseguimento, ―O turismo é um fenômeno histórico sem
precedentes, na sua extensão e no seu sentido, é uma das invenções mais
espetaculares do lazer da sociedade moderna‖ (DUMAZEDIER, 1994, p. 38). É
uma manifestação do lazer contemporâneo, constituindo não apenas um
fenômeno social e cultural, mas também um novo valor criado pelo homem
pós-moderno. A busca incessante por este momento precioso de descontração
ou desligamento gerado por uma necessidade de fazer algo diferente tem-se
evidenciado no mundo atual. Esse tempo de lazer é na verdade um novo valor
social da pessoa, um direito de ela dispor de um tempo para a auto-satisfação
(TRIGO, 1998).
A opção pelas viagens para ocupação do tempo de lazer é um fator
marcante em nossa sociedade. Conhecer novos lugares, novas pessoas,
novas culturas e, principalmente, sair por um determinado tempo da rotina é o
início dessa busca por satisfação, relaxamento, divertimento, ou mesmo fuga
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da realidade. Desperta o imaginário e o interesse do ser humano. Sair da rotina
em busca do novo parece ser objetivo de muitos, atualmente.
―Nos nossos dias, a necessidade de viajar é sobretudo criada pela
sociedade e marcada pelo cotidiano. As pessoas viajam porque já não se
sentem à vontade onde se encontram, seja nos locais de trabalho, seja onde
moram‖ (KRIPPENDORF, 2000, p. 14).
Para compensação das energias perdidas no dia-a-dia e para promover
uma melhor qualidade de vida, o turismo se afirma como um importante
mecanismo de soluções para a vida das pessoas. No entanto, é preciso
observar que somente uma nova orientação para o lazer poderá fazer das
viagens uma opção que proporcione mais prazer, trocas culturais mais
significativas e maior visualização do entendimento do ser humano em relação
a si próprio e ao próximo.
2. PERCEPÇÕES E SIGNIFICADOS NAS CAMINHADAS ECOLÓGICAS
O turismo ecológico, também conhecido como ecoturismo, é um símbolo
expressivo da atual relação do homem com a natureza. A busca de uma
proximidade maior com o meio ambiente não transformado pelo homem tem
sido associada à vida rotineira, ao stress gerado pelas grandes cidades, bem
como ao uso excessivo de tecnologias na vida diária, resultando em um
interesse crescente pelas caminhadas ecológicas. Devem ter, no mesmo
período, mais de 500.000 brasileiros praticantes de atividades físicas na
natureza. A impossibilidade de relações diretas com áreas naturais nas regiões
urbanas, onde o meio natural é percebido e vivido apenas em parte, promove
em algumas pessoas, a busca de um contato maior, mais significativo e mais
sensível com a natureza.
Bruhns (2003) considera o ecoturismo como uma visita sensível do
corpo à natureza, onde a corporeidade reflete as relações físicas e perceptivas
do indivíduo com o meio ambiente. É através das experiências corporais
sensíveis que o homem toma consciência do seu papel como parte de um
sistema vivo, parte do organismo complexo e auto-regulável que é a natureza,
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porém, não como dominador, mas como participante dessa "dança" que
penetra na alma e alegra o corpo.
Ao invés de sobrepujar a natureza, o praticante se insere nela em busca
de emoções e sensações (observação da fauna e flora, reconhecimento de
plantas e pedras, pesca, excursionismo, caminhadas em trilhas...), em vez de
procurar por uma performance, tão comum nos assuntos relacionados às áreas
do esporte e da Educação Física tradicionais. Levando grupos de alunos em
idade escolar para as chamadas viagens de ecoturismo e esportes de
aventura, percebe-se o quanto as crianças perdem essa noção de tempo e
espaço cronometrado e medido. Caminhando por trilhas durante longos
períodos como se fossem apenas alguns minutos ou remando em botes de
borracha por corredeiras intermináveis como se nem existissem, elas não se
cansam, pois, na verdade, estão jogando.
As crianças são motivadas pelo poder do jogo sem se darem conta
disso. É notável como, movimentando seus corpos em busca de divertimento e
aventuras, parecem não gastar nunca suas energias. Acredita-se que o
aprendizado seja mais rico através de uma pedagogia onde o jogo se encaixe -
trocando os métodos formais e "adultos" por outros -, mostrando aos alunos
mais do que simplesmente "a caminhada pela trilha", provocando neles
estímulos para que percebam de maneira ecológica as relações entre o mundo
no qual vivem e esse outro totalmente novo no qual estão entrando.
De que adianta organizá-los em fila para percorrerem quilômetros de
trilhas se não mergulharmos juntos na natureza através dos sentidos, da
imaginação, dos desafios, da aventura e das estórias? Deve-se levá-los,
através da trilha, a descobrir, não só o próprio corpo, mas também as
sensações, prazeres, dificuldades e alegrias do contato desse corpo com o
meio ambiente. Além disso, pode-se ensinar-lhes sobre a vida, mostrando as
delicadezas e poesias da natureza, as curiosidades sobre os animais e plantas
que ali vivem e as relações complexas entre eles e os seres humanos. É o
potencial educativo do jogo que pode transformar a Educação Física na trilha,
numa verdadeira "aventura de aprender".
No entanto, percebe-se que o jogo pode manifestar-se através de
diferentes formas, inclusive nesses esportes competitivos ditos de alto nível,
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onde a procura pela performance é exatamente o fator motivador e
indispensável para que ele ocorra. Deve-se, portanto, estar atentos às
expectativas e motivações dos indivíduos com os quais vamos trabalhar, para
que estejam esclarecidos sobre os princípios que regem as práticas
ecoturísticas, tais como: lazer, conhecimento, preservação, inclusão, educação,
ética, cidadania, entre outros.
Muitas vezes o ecoturista vai caminhar numa trilha repleto de
expectativas lúdicas, onde o prazer, a alegria, a diversão, o companheirismo e
o conhecimento estariam presentes, mas nem sempre essas expectativas são
contempladas. Um exemplo seria o caso de o próprio professor de Educação
Física ou o guia de turismo, que conduz o grupo, desconhecerem um método
de intervenção apropriado que garanta tais princípios, deixando de promover
tais aspectos lúdicos na trilha.
Em vista disso, a atuação consciente do professor, ou do guia é
essencial no sentido de explicar antecipadamente os objetivos da atividade a
ser realizada. Por isso, vê-se como prioridade a capacitação desses
profissionais, através da inclusão de conteúdos específicos dessa área do
conhecimento nos currículos dos cursos de graduação em Educação Física,
Lazer e Turismo nas Universidades.
A trilha ecológica criou a oportunidade de convivência, a qual não se
extingue ao término da atividade, mas também pode levar ao desenvolvimento
de novas atividades culturais. Observa-se o aparecimento de vínculos afetivos,
contatos face a face, além de inúmeros relacionamentos sociais informais que
se manifestam nas atividades de lazer na natureza. No entanto deve-se
considerar esses fatores ao se refletir sobre as possibilidades que as
caminhadas ecológicas oferecem para reunir as pessoas com interesses
comuns, que se unem a fim de encontrar apoio mútuo e soluções para resolver
seus problemas.
Desta forma, pode-se associar de maneira voluntária e espontânea, os
participantes da trilha em novos grupos sociais. Pensando em termos de
mercado de trabalho, o ecoturismo ou as atividades de lazer e esportes na
natureza, podem ser utilizados como opções de lazer e integração para
funcionários de empresas, estudantes em formaturas, grupos de igrejas,
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famílias, entre tantos outros setores organizados da sociedade. A possibilidade
de transformação de alguns valores como solidariedade, mobilização,
cooperação e coragem, podem ser a chave de uma nova intervenção nas
áreas da Educação Física, do Lazer e do Turismo.
Nas sociedades modernas presencia-se todos os dias cenas de
individualismo e indiferença entre os seres humanos e com relação à natureza.
Essas atitudes nos fazem perceber o quanto somos egocêntricos e
imediatistas, procurando sempre por medidas rápidas e fáceis para resolver
nossos próprios problemas. E quanto aos outros, o que se faz para ajudá-los?
E quanto ao Planeta, o que se faz para preservá-lo?
Estas são questões nas quais todos deveriam pensar, pois não somos
separados de nossa sociedade ou do mundo em que vivemos, somos parte da
natureza e temos que assumir isso, caso contrário os nossos problemas
continuarão existindo. Aponta-se que uma das nossas funções enquanto
Educadores é proporcionar aos alunos os subsídios necessários para que
possam refletir sobre os papéis do ser humano na complexidade do sistema
em que está inserido.
Embora não de modo exclusivo, se verifica que as caminhadas por
trilhas em ambientes naturais proporcionam aos indivíduos vivências diferentes
daquelas que ocorrem no cotidiano urbano. Essas vivências na natureza
podem gerar nas pessoas valores criativos e transformadores, na medida em
que estimula a imaginação, os relacionamentos sociais mais espontâneos, o
enfrentamento de situações novas e de risco; além da convivência com a
natureza, ao invés de um domínio sobre ela. A transformação e a criação são
atributos necessários ao desenvolvimento da cultura humana, contribuindo
para que haja maior consciência do nosso papel como parte de um sistema
ecológico complexo e holográfico.
Conceitualmente, os esportes são o principal formato das atividades
desenvolvidas na natureza, variando das modalidades mais competitivas até as
mais brandas e participativas, e envolvendo o jogo como atividade de lazer e
entretenimento. As atividades desenvolvidas na natureza têm uma
classificação peculiar, sendo conhecidas como esportes de aventura, esportes
na natureza ou esportes relacionados ao turismo ecológico.
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Como característica, estas modalidades apresentam, além das questões
competitivas (um participante contra o outro), a interface com a aventura, o
desconhecido e o desafio de transpor barreiras pouco usuais e padronizadas
como as existentes nos esportes tradicionais. Também se valoriza a
aproximação com a natureza e a intensidade radical - para utilizar uma palavra
usual entre os praticantes destas atividades.
Tubino (1999) fez projeções para o século XXI em relação às
transformações do movimento esportivo e às novas questões do esporte.
Dentre estas tendências estão a influência da mídia, a participação estatal e a
organização internacional na Educação Física. Destaca também o papel dos
esportes na natureza, que podem gerar conflitos pela forma de utilização do
espaço e pelo aparecimento sistemático de várias modalidades associadas à
aventura e ao desafio do homem.
Estas atividades podem ser praticadas em conjunto - como as corridas
de aventura, que envolvem várias técnicas e modalidades diferentes (correr de
bicicleta, escalada e caminhada, entre outras) no trabalho em equipe; ou
podem ser apresentadas separadamente, envolvendo desafios
particularizados, normalmente sem a conotação competitiva.
As atividades ou esportes de aventura estão dispostos dentro de uma
modalidade específica do turismo, o ecoturismo. Elas dividem a opinião de
representantes de ONGs e ambientalistas quanto à forma de utilização dos
espaços naturais. Sua prática pode ser positiva, se a utilização do espaço for
criteriosa e consciente; ou contribuir, de forma irresponsável, para a destruição
da natureza.
Geralmente nesses esportes observa-se a exigência de uma variedade
de equipamentos de alta tecnologia, muitas vezes de alto custo, aumentando o
grau de exclusividade dos participantes e tornando sua prática cada vez mais
excludente. São bicicletas e barcos de fibra de carbono, cordas ou cabos
especiais, roupas especiais etc.
Assim a esportivização das atividades de aventura que visam a luta
contra o cronômetro, os rankings e os desafios vencedores, neste caso ganha
mais uma característica ligada ao consumo, ao prestígio de poucos, à exclusão
e às leis da mídia e de mercado, como muitas vezes já acontece nos esportes
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tradicionais. Como aborda Sevcenko (2001): ―Nesse sentido, os esportes da
nossa época são, de fato, exercícios de produtividade, em perfeita sintonia com
os princípios econômicos e os valores morais que regem a nossa sociedade‖
(p. 108)
3. ECOTURISMO, O TURISMO DE AVENTURA E A MÍDIA
Werblowsky (2003)
Grande parte do crescimento do ecoturismo e do turismo de aventura no
país se deve ao papel desempenhado pela mídia. São os meios de
comunicação que viram nos esportes de aventura fonte inesgotável de material
para programas de grande apelo visual. Esta mesma divulgação tem sido
impulsionadora de uma grande indústria que com ela surge. Com isso muita
gente passou a conhecer e praticar as apaixonantes atividades ligadas ao
esporte e à natureza, fazendo disto uma das maiores fontes de lazer
conhecidas.
Pouco divulgados porém são alguns subprodutos, estes negativos, desta
massiva divulgação. No afã de reproduzir nas suas vidas reais façanhas que
acompanharam com os olhos pregados na televisão, muitos adolescentes e
jovens embarcaram em uma viagem sem volta. Saíram de suas casas, nos
pontos mais remotos do país, para se pendurar numa corda ou caminhar num
despenhadeiro sem terem sido avisados que a atividade encerraria riscos, e
que estes riscos seriam minimizados e administrados se fossem tomados uma
série de cuidados com a segurança.
Coisa que o programa de tv não se preocupou em mostrar. Utilizaram-se
de equipamentos, técnicas e procedimentos inadequados, movidos pelo tão
simples e aceitável desejo de explorar, de se aventurar, de usufruir. E com
isso, muitas vezes, engrossaram as estatísticas de acidentes que poderiam
muito bem ter sido evitados. Lamentavelmente morreram na mais fina flor de
sua vida, e num momento em que se encontravam fazendo uma atividade
sadia, recomendável, rica. Com isso, um sem número de famílias no país
perdeu um promissor jovem, um garoto do bem. A busca da superação, o mito
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do herói, o desejo de conquista motivaram e motivam os jovens em todo o
mundo. É sadio, é normal.
Cabe, entretanto a todos àqueles que promovem, divulgam, incitam,
estimulam e propagam estas atividades, a responsabilidade pelas
conseqüências. Num país com baixo índice de escolaridade, onde ainda há
muito analfabetismo funcional, não é possível deixar ao alvitre do telespectador
fazer o julgamento sensato e a avaliação dos riscos envolvidos. Os meios de
comunicação, em especial os televisivos, têm a obrigação moral e social de
destinar um espaço do programa, seja 10% dele, para realizar uma
"conscientização sobre segurança", em que se abordariam todas as medidas a
serem tomadas pelo telespectador comum, caso quisesse "imitar" os feitos
recém exibidos dos "profissionais da ação e da aventura". Importa sim impedir
que turistas desavisados voltem a cair 400 metros Cachoeira da Fumaça
abaixo, ou espatifarem sua coluna cervical em meio a rochas escondidas sob
as águas nas piscinas dos Saltos 1 e 2 do Rio Preto. Cumpre não deixar mais
acontecer naufrágios em que os coletes salva-vidas eram inexistentes ou
proibidos de serem colocados.
Quantas vidas já se perderam em quedas junto à Pedra Lisa na Serra do
Mar/SP? Quantas vezes os bombeiros foram acionados para retirar corpos
presos debaixo de rapéis mal feitos sob as cachoeiras de Brotas? Não
queremos mais nossos jovens morrendo de maneira estúpida pela falta de
consciência daqueles que se valem dos apelos televisivos da aventura.
Queremos que se divulguem sim as maravilhas naturais de nosso país. Mas
com consciência, responsabilidade e comprometimento.
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Tanto nos Esportes de aventura como no Turismo de aventura
as modalidades desenvolvidas são as mesmas. O que as difere são nos
objetivos e na gestão, no seguinte sentido: Nos Esportes de aventura, os
participantes buscam autonomia na realização das atividades, eles buscam
realizar cursos de iniciação, em seguida adquirem os equipamentos e
começam a praticar os esportes como o mountain bike, o trekking de
regularidade, a corrida de aventura, a escalada em rocha, o cascading, o
espeleo entre outras; muitas vezes também estes são estimulados por
amigos já praticantes de determinada modalidade; é o que as pessoas
chamavam anteriormente de esportes radicais e hoje chamam de esportes de
aventura, o termo radical é pouco utilizado na atualidade, pois uma definição de
radical não condiz com o objetivo da atividade (verifique num dicionário a
definição de radical); entretanto utiliza-se o termo esporte radical com
estratégia de mídia até o momento.
No turismo de aventura o participante, na maioria das vezes, não busca
essa autonomia, ele pode ser uma pessoa sedentária e tudo é planejado para
que essa pessoa vivencie a atividade proposta; o que a pessoa busca é a
Profissionalismo e segurança
são indispensáveis para
a prática do turismo ecológico
e de aventura
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sensação de superação do medo, de conquista através do esporte; na maioria
das vezes, na seqüência, ele pode vir até a se tornar um praticante dos
esportes de aventura.
Esporte de aventura (no Brasil), desporto de aventura (em Portugal),
também conhecido como esporte radical (no Brasil) ou desporto radical (em
Portugal), são termos usados para designar esportes com um alto grau de risco
físico, dado às condições extremas de altura, velocidade ou outras variantes
em que são praticados.
Muitos consideram os esportes de aventura atividades essenciais para o
desenvolvimento do turismo ecológico. Esportes radicais são esportes
praticados com emoções e risco controlado, exigindo instrução e treinamento
prévio, podendo requerer o uso de equipamentos especializados. Portugal tem
sido considerado o país perfeito para muitos destes esportes.
O turismo de aventura também é um negócio, as pessoas adquirem
pacotes e podem realizar atividades de um até vários dias. Nessas atividades
preconizam-se o conforto, a qualidade, a segurança e a interação com a
comunidade local.
Nos esportes de aventura, a pratica é simplesmente esportiva ou apenas
de lazer, e pode promover o condicionamento físico ou até a performance de
alto nível.
A grande discussão é entre o Turismo e a Educação Física, os dois
profissionais querem autonomia para oferecerem essas atividades nas
comunidades. O Turismo vende Turismo de Aventura e a Educação Física
vende Esportes de Aventura e na verdade são as mesmas coisas, o que pode
diferencia-las talvez é justamente o enfoque que cada um dos profissionais
impõe para o negócio.
4. EXEMPLOS DE ESPORTES DE AVENTURA
Acquaride
Canoagem
Canyoning
18
Corrida de Aventura
Espeleologia
Mountain Bike
Orientação
Parapente
Paraquedismo
Parkour
Rafting
Trekking
Vôo livre
Skate
Surfe
Acquaride
Esporte nascido e desenvolvido no Brasil, é praticado nas aguas
brancas,ou seja nas corredeiras dos rios.O bote é individual e inflavel.
Canoagem
É um desporto náutico, praticado com canoa ou caiaque (kayak),sendo
modalidade Olímpica desde 1936. Existem várias modalidades das quais se
destacam o Freestyle, Canoagem Oceânica, Caiaque-Pólo, Maratonas,
Canoagem Velocidade e por fim a Canoagem Slalom. As duas últimas
modalidades olímpicas.
Canoagem Velocidade
A Canoagem Velocidade é a disciplina mais conhecida da canoagem.
Esta modalidade da Canoagem desenrola-se normalmente em canais
construídos artificialmente, com 2.000 metros de comprimento e 3 metros de
profundidade, sendo todo o percurso de nove pistas balizado. As competições
disputam-se em embarcações muito elegantes e rápidas, mas muito instáveis,
denominadas de: Caiaque (K1, K2 e K4) e Canoa (C1, C2 e C4). Nas canoas
apenas competem os homens. A partir de 2007 a Federação Internacional de
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Canoagem reconhecerá a pratica da mulher na Canoa. O continente americano
é pioneiro nessa modalidade.
Nos Jogos Olímpicos, realizam-se competições nas distâncias de 500 e
1000 metros. Em campeonatos mundiais e campeonatos continentais além das
distâncias olímpicas realizam-se ainda competições de 200 metros. A
modalidade é praticada em embarcações de 1, 2 ou 4 pessoas. Sendo
praticada em Caiaque denomina-se de K1, K2 e K4 conforme o número de
tripulantes da embarcação, sendo em Canoa denomina-se de C1, C2 e C4
respectivamente.
Canoagem Slalom
Modalidade Olímpica desde 1992, a Canoagem Slalom é praticada com
caiaques ou canoas em águas rápidas, em percursos que variam entre 250 e
300 metros, definidos por portas, que o canoísta deve percorrer sem faltas e no
menor tempo possível.
Pelas regras da modalidade, os canoístas devem passar por 18 a 25
―portas‖, penduradas por arames suspensos, seguindo a seqüência numérica e
o sentido indicado nelas – a favor ou contra a correnteza. O percurso deve ser
percorrido duas vezes (com a soma dos tempos) e penalidades equivalem a
um determinado número de pontos.
Cada ponto é igual a um segundo de acréscimo no tempo final. Tocar
com o corpo, a embarcação ou o remo numa das balizas da porta
ultrapassada, por exemplo, equivale a uma penalidade de dois pontos.
Irregularidades mais graves como puxar a ―porta‖ intencionalmente, cruzar a
―porta‖ na direção inversa, deixar de passar por uma ―porta‖ ou ultrapassar uma
―porta‖ de cabeça para baixo são punidas com 50 pontos, o que significa um
acréscimo de 50 segundos no tempo final. Vence quem fizer o percurso em
menos tempo, incluindo todas as penalidades.
Nas Olimpíadas, a modalidade é disputada nas categorias K1 (M/F), C1
e C2. Nos Campeonatos Mundiais, existem provas disputadas por equipe, com
três barcos de cada categoria. Veja as características dos barcos da
Canoagem Slalom:
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K1 - Caiaque para uma pessoa. Comprimento mínimo: 3,50 m. Largura mínima
0,60 m. Peso mínimo: 9 kg. C1 - Canoa para uma pessoa. Comprimento
mínimo: 3,50 m. Largura mínima 0,65 m. Peso mínimo: 10 kg. C2 - Canoa para
duas pessoas. Comprimento mínimo: 4,10 m. Largura mínima 0,75 m. Peso
mínimo: 15 kg.
Freestyle
O Freestyle é uma das mais recentes variantes da canoagem. Foi
oficialmente reconhecida pela Federação Internacional de Canoagem em
Outubro de 2004. O objetivo da competição de Freestyle é realizar num
determinado tempo várias manobras com a embarcação numa onda de rio, e
obter uma pontuação com base na quantidade de movimentos e variedade de
figuras conforme uma tabela preestabelecida.
Canoagem Oceânica
A Canoagem Oceânica é uma disciplina da canoagem que consiste em
realizar um determinado percurso no mar. São utilizadas embarcações
específicas, devido às variadas condições que se pode encontrar no decorrer
da prova.
Caiaque-Pólo
O Caiaque-pólo é uma disciplina de canoagem que se disputa numa
área de jogo de 40 por 20 metros, delimitada em piscinas, rios ou lagos, e cujo
objetivo consiste na marcação do maior número de gols na baliza adversária,
que tem com um por 1,5 metros e está suspensa a dois metros da superfície da
água.
As partidas são disputadas por dois tempos de 10 minutos e por duas
equipas de cinco elementos (três suplentes com substituições ilimitadas),
podendo a bola ser jogada com a mão ou a pagaia.
Canoagem Maratona
A Canoagem Maratona disputa-se com as mesmas embarcações da
Canoagem Velocidade, apenas diferindo no fato de serem mais leves. As
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competições realizam-se em distâncias superiores a 15 km. Durante a
competição, os atletas são obrigados a realizar um ou mais percursos em terra
correndo com a embarcação na mão, percurso durante o qual aproveitam para
se alimentar e hidratar.
Turismo / Aventura
Turismo e Aventura é uma especificidade da canoagem que não se
enquadra nos padrões de esporte competição. O objetivo principal desta
variação é a aproximação do homem com a natureza favorecendo a
compreensão da sua grandiosidade e conseqüentemente o respeito à mesma,
transformando-os em agentes multiplicadores dessa ação.
Ao mesmo tempo, na sua prática, não despreza os benefícios gerados
pela atividade esportiva, pois nesta modalidade os envolvidos na grande
maioria das vezes empregam seus esforços em "passeios" de longa distância
que trazem enormes benefícios ao sistema cardio-pulmonar, requerendo dos
praticantes que se mantenham com um bom nível de aptidão física. Isso
implica na manutenção de hábitos saudáveis de vida tanto no campo alimentar
como em outras atividades físicas complementares que manterão seus níveis
de força e capacidade cardio-pulmonar.
Os locais onde essa modalidade pode ser desenvolvida são os mais
diversos: rios, represas, lagos, mares e oceanos (para os mais destemidos e
experientes). Deve-se escolher a embarcação mais adequada para a situação
a ser enfrentada. Os caiaques do tipo oceânico são os mais propícios para
remadas que envolvam longas distâncias, são rápidos e possuem
compartimento de carga que permitem levar provisões.
As canoas canadenses, para águas abrigadas (rios, represas, lagos),
são uma opção interessante, não são tão rápidas quanto os caiaques, mas
possuem uma capacidade imensamente superior para o transporte de carga.
Numa expedição que envolva vários dias, uma ou mais canoas canadenses
são bem vindas, nelas poderão ser transportados equipamentos maiores além
de acomodarem com conforto duas pessoas.
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Canoagem Onda
Modalidade que vem ganhando muitos adeptos nos últimos anos. No
Brasil, se divide em duas classes: Kayak Surf e Waveski. No Kayak Surf, o
atleta surfa dentro de um caiaque especialmente produzido para isso. O
Waveski é praticado sobre uma prancha desenvolvida para ter melhor flutuação
e estabilidade na onda. O praticante usa um remo com duas pás e fica preso à
prancha por um cinto, mantendo os pés encaixados numa pedaleira junto ao
bico. Muitas vezes a expressão Canoagem Onda é usada para identificar
apenas o Kayak Surf.
Canyoning
O Canyoning consiste na exploração progressiva de um rio, vencendo
seu cânion acidentado, transpondo seus obstáculos verticais e anfíbios, através
de técnicas e equipamentos. Nasceu no fim da década de 70 diretamente na
Europa, mais precisamente na França e na Espanha, e só apareceu no Brasil
em 1990.
Esse esporte vem crescendo rapidamente pelo País; afinal, o Brasil, país
de maior potencial hídrico do mundo e de clima tropical, tem ótimos lugares
para a prática desse esporte. Ao contrário do que alguns pensam, o Canyoning
é esporte extremamente seguro, e utiliza equipamentos de alta tecnologia e
desempenho. Comunica sensação inexplicável de liberdade e harmonia ao
perceber que fazemos parte da natureza e estamos em contato com ela.
Este novo esporte também é uma ótima alternativa para quem quer se
livrar do "stress" e da correria do dia a dia, é, nada mais nada menos, que uma
ótima terapia. O Canyoning surgiu por volta da década de 70 na Europa, onde
Eduard Alfred Martel, contratado pelo governo francês para a exploração de
cânions na região dos Pirineus, entre Espanha e França, teve de desenvolver
técnicas especiais e acabou por fim criando um novo esporte - ciência, hoje
conhecido como Canyoning. Chegou ao Brasil em 1990 e hoje é um dos
grandes destaques da mídia e alvo de grandes empresas que, através da
colaboração com o crescimento do esporte, divulgam seu nome, crescendo
com ele.
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Corrida de aventura
Corridas de aventuras, ou competições multi esportivas, são
competições que envolvem várias modalidades de esportes de aventura. Em
geral são realizadas em ambiente natural e têm como característica uma
logística complexa, tanto na organização dos eventos como na formação e
preparação das equipes de atletas. Por envolver muitas atividades esportivas,
a quantidade de equipamentos utilizada pelos atletas é grande e a maioria é
requerida obrigatoriamente pela organização da prova.
Não há um formato obrigatório, mas o mais utilizado é com equipes de dois a
quatro atletas que precisam percorrer um trajeto marcado em mapas e cartas
topográficas que são fornecidos pela organização do evento.
Modalidades mais comuns nas Corridas de Aventura
Trekking
Corrida ou caminhadas longas em trilhas ou estradas, vencendo desníveis
topográficos.
Mountain Bike
Trecho percorrido em bicicleta.
Canoagem
Trechos de rios, mar ou lagos percorridos em canoas, caiaques ou balsas de
rafting. Algumas vezes os atletas disputam a modalidade de bóia-cross ou
aqua-ride, que é a descida de corredeiras montados em bóias de caminhão
amarradas em formato de bote.
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Atividades verticais
Desníveis verticais a serem transpostos utilizando-se de técnicas de
escalada - tirolezas, ascenções ou rapéis.
Durante toda a corrida, ainda é necessário se utilizar conhecimentos de
orientação e navegação para poder passar pelos postos de controle, os PCs,
marcados no mapa, tomando os caminhos mais curtos ou mais rápidos e
registrando a passagem da equipe no local definido pela organização em
ordem cronológica.
As competições podem ser classificadas de acordo com o tempo e
distância total percorrida pelas equipes. As corridas podem ter de 40 a 400 km
e durarem de algumas horas a vários dias e em muitas competições é somente
a menor parte das equipes inscritas que consegue completar a prova.
Espeleologia
É a ciência que estuda as cavidades naturais, explorando as cavernas
com ou sem finalidade de estudos dos ambientes subterrâneos e outros
fenômenos, nas vertentes da sua formação, constituição, características
físicas, formas de vida, e sua evolução ao longo do tempo. A Geologia,
Hidrologia, Biologia, Climatologia e Arqueologia são algumas das ciências que
contribuem para o conhecimento espeleológico. Os estudos espeleológicos
apoiam-se freqüentemente em levantamentos topográficos. A simples
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exploração ou visita das cavernas está por vezes associada à espeleologia,
embora não se deva confundir com esta ciência.
Mountain Bike
Mountain Bike (também chamado de Ciclismo de Montanha ou Mountain
Biking e comumente abreviado como MTB) é uma modalidade de ciclismo na
qual o objetivo é transpor percursos com diversas irregularidades e obstáculos.
Também considerada Atividade realizada em trilhas e/ou estradas sem
pavimentação, com bicicletas especiais para terrenos acidentados.
O termo Mountain Bike também é usado para se referir à bicicleta
adequada para a prática deste esporte, que em alguns países de língua latina é
chamada de Bicicleta todo terreno ou BTT. O Mountain Bike é praticado em
estradas de terra, trilhas de fazendas, trilhas em montanhas e dentro de
parques.
Mountain bike é um esporte que envolve resistência, destreza e auto-
suficiência. Como é comum a prática do esporte em locais isolados, o aspecto
de auto-suficiência é importante para que o ciclista consiga realizar pequenos
reparos em sua bicicleta.
Equipamento
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Exemplo de uma bicicleta Mountain Bike, com configuração adequada a
Cross-Country e Trip-Trail.
As bicicletas para mountain bike diferem das bicicletas de estrada em
diversos aspectos:
Usam pneus mais grossos, com cravos, que absorvem impactos
de forma mais eficiente e oferecem mais controle da bicicleta em
terrenos acidentados, na areia e na lama.
Usam amortecedores, para reduzir os impactos sentidos pelo
ciclista e permitir maior controle da bicicleta.
Possuem quadros reforçados e mais resistentes, especialmente
nas modalidades que incluem saltos e quedas de grandes alturas.
O guidão é mais alto, permitindo uma posição menos inclinada e
mais confortável para o ciclista.
Possuem aros de 26", em vez dos aros 700 do ciclismo de
estrada. Os aros costumam ser de parede dupla, reforçados.
Modalidades
Há várias modalidades esportivas que podem ser incluídas na categoria
Mountain Bike. O equipamento mínimo em todas elas, além de uma bicicleta
adequada, é composto de capacete, luvas, água e/ou isotônico e alimentos
(geralmente barras de cereal, frutas ou algo igualmente rico em carboidratos e
fácil de carregar).
Cross-country ou XC: É a prova disputada em um circuito
fechado, em que os competidores devem completar um certo
número de voltas para terminar a prova. Em algumas
competições internacionais essa modalidade é chamada de XCO
(Cross-Country Olímpico), tendo que obedecer alguns parâmetros
técnicos como comprimento da pista e quantidade de voltas. É
geralmente em trilha fechada, mas pode ter trechos de estrada de
terra também e em alguns casos chega a ter trechos curtos de
asfalto. Um exemplo dessa prova é o Campeonato Interestadual
de Mountain Bike.
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Trip Trail ou Maratona: É o tipo de prova em que o percurso é
longo e leva de um ponto a outro, que pode ser ou não o mesmo
do início da prova. Sendo no mesmo ponto, você só dá uma volta.
Tem o nome Trip Trail porque é praticamente uma viagem por
trilhas e estradas de terra. Quando o percurso é bem longo, pode
ser chamado também de Maratona e chega a levar dois ou até
três dias. Exemplos nacionais de provas dessa modalidade são o
Iron Biker, o Big Biker e o MTB Trip Trail Ecomotion. Esse tipo de
prova pode compor uma das modalidades de um rally, sendo as
outras com veículos automotores - como é o caso do Cerapió.
Outras vezes, uma prova de Trip Trail compõe um dos trechos de
uma Corrida de Aventura, como por exemplo o Ecomotion Pro. As
trilhas feitas por lazer pelos entusiastas do Mountain Bike
costumam ter a característica de um trip trail.
Downhill ou DH: No downhill, o ciclista passa por um percurso em
descida, com no máximo algumas poucas retas, precisando
passar por terreno bastante irregular, natural ou artificial, com
jumps (pontos de salto), gaps (vãos a serem transpostos com ou
sem ajuda de rampa) e drops (grandes degraus onde o ciclista se
deixa "cair" para transpor), enfrentando situações de bastante
risco. Nesse tipo de prova costuma-se usar um capacete full-face
(capacete fechado que protege o queixo, parecido com o de
motociclismo), joelheira com caneleira e muitas vezes colete e
cotoveleira. Os ciclistas descem um a um, com tomada de tempo
individual. Um exemplo é o Campeonato Brasileiro de Downhill,
organizado pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC).
Outra competição muito conhecida é o Downhill Urbano de
Santos, onde os competidores descem as escadarias do Monte
Serrat. Uma variação do Downhill, o Free ride, é utilizado como
forma de lazer, tendo como principal diferença a utilização de
terrenos variados, em vez de apenas descidas, além dos
passeios chamados north shores - que consistem em andar por
cima de árvores caídas ou por trajetos no alto de madeiras,
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criados dentro de florestas. Como conseqüência, a bicicleta de
Freeride apresenta algumas variações em relação ao Downhill,
como por exemplo o uso de mais de uma coroa (na relação de
marchas dianteira). Os passeios de Freeride dentro das cidades
são chamados comumente de Urban Assault e usam obstáculos
urbanos, freqüentemente escadarias, além de obstáculos
construídos de forma fixa ou obstáculos removíveis que são
montados na hora e levados embora depois. Downhill, Freeride e
4X são considerados por seus praticantes como "o lado extremo
do ciclismo".
4X: O 4X é uma modalidade que possui obstáculos derivados do
BMX em um terreno inclinado, tendo largada com gate no estilo
BMX, onde quatro competidores descem simultaneamente.
Deriva do BMX e do Dual Slalom - uma modalidade em que
desciam dois competidores por vez e que era mais parecida com
o Downhill. O Dual Slalom caiu em desuso com a introdução do
4X. Os pilotos de 4X costumam vir tanto do BMX como do
Downhill. É uma modalidade de ciclismo que tem caído nas
graças da TV aberta, tendo eventuais transmissões pela Rede
Globo.
Trial - Nessa modalidade, o percurso consiste de obstáculos
diversos para serem transpostos pelos competidores, que podem
ser compostos de cavaletes, troncos, pedras, latões, muros e até
carros. As bicicletas costumam ter quadros pequenos, reforçados,
freios hidráulicos, protetor debaixo da coroa e pneus mais vazios,
principalmente o traseiro, que além de mais vazio não tem
câmara, é mais largo e composto de uma borracha bem mole,
para aumentar o grip. Os competidores começam com
determinada pontuação e perdem pontos a cada vez que tocam o
chão com algum dos pés.
BMX: O nome deriva de Bicycle Motocross, pois as primeiras
bicicletas imitavam essas motos. As provas são disputadas em
circuito com várias voltas e obstáculos como jumps e curvas de
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parede, geralmente por competidores muito jovens, com bicicletas
menores, de aro 20". Há outras modalidades relacionadas ao
BMX, como por exemplo Vertical e Freestyle.
Enduro de Regularidade: É a prova disputada com uma planilha,
que contém as referências a serem seguidas e a média horária
estipulada pela organização. O objetivo desse tipo de competição
não é ser o primeiro a chegar, mas sim ser o mais regular.
Chegar no horário exato concede ao competidor ZERO pontos.
Para cada segundo de atraso ele será penalizado com UM ponto
e para cada segundo adiantado, TRÊS pontos. O vencedor será
aquele que obtiver o menor número de pontos. Normalmente é
disputado em duplas. A prova é disputada em estradas abertas e
trilhas fechadas.
Orientação
Atleta numa prova de Orientação
Orientação é um desporto individual que tem como objetivo percorrer
uma determinada distância em terreno variado e desconhecido, obrigando o
atleta a passar obrigatoriamente por determinados pontos no terreno (postos
de controle) e descritos num mapa distribuído a cada concorrente.
É permitido o uso de uma bússola. Os tempos gastos para percorrer o
trajeto são em função das capacidades físicas dos participantes, do treino de
ler o mapa e da rapidez de se orientarem utilizando técnicas estabelecidas,
assim como, das suas capacidades de adaptação ao terreno e da escolha
correta dos itinerários.
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Os percursos são de uma extrema variedade e as características do terreno
são diversas: areia, florestas mais ou menos densas, relevos mais ou menos
acidentados, etc.
Disciplinas da Orientação
Há diversas formas de competir. A mais comum é a Orientação
Pedestre. Também se realizam competições de Orientação de bicicleta todo-o-
terreno (BTT), Corridas aventura e Trail Orienteering, esta última, destinados a
deficientes motores. Em alguns países também são organizadas provas de
Orientação a cavalo, em canoa, em Esqui etc.
Percurso de Orientação
Como proposta de ação competitiva ou de lazer é escolhido um itinerário
havendo além de uma partida e de uma chegada, que podem ser ou não
coincidentes, outros locais obrigatórios de passagem sinalizados com uma
baliza prismática de cor laranja e branca.
Partida para uma prova de Orientação
Na partida, cada concorrente recebe um mapa onde está inscrito o
percurso a seguir. Os postos de controle são desenhados na carta com círculos
numerados e unidos por uma linha reta entre cada posto de controle.
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Atleta depois de marcar o seu cartão de controle
O concorrente é livre de escolher o seu próprio itinerário e
obrigatoriamente deve visitar esses postos de controle pela ordem correta que
se encontra expressa no mapa distribuído.
Para comprovar a passagem pelos diferentes postos de controle e
mediante a ordem imposta, o concorrente perfura um cartão de controle, que
obrigatoriamente tem que transportar, por intermédio de um alicate que se
encontra junto de cada baliza. Cada alicate tem um padrão de perfuração
diferente e correspondente a cada um dos postos de controle. Modernamente,
já é utilizado um ―chip‖ identificador por cada concorrente em substituição do
tradicional alicate.
Mapas
O mapa para Orientação é uma carta topográfica detalhada, contendo o
necessário para a competição.
Deve de obedecer a determinados requisitos como:
Representar com a maior fidelidade possível as condições do terreno na
época da competição;
Ser completa e detalhada;
Ser isentas de qualquer indicação que não sirva a finalidade;
Ser clara e fáceis de ler mesmo à noite;
Ter no seu todo uma precisão que permita usar bem os instrumentos de
navegação (Bússola e escalas);
Ser resistente ao tempo e ao manuseio durante a competição
Hoje em dia, os mapas mais comuns que se utilizam estão na escala de
1/15 000, utilizando cinco cores representando os diferentes acidentes do
terreno.
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Competição
É uma prova desportiva que pode ser praticada por todos os escalões
etários. Para tal, os concorrentes são divididos segundo determinados grupos
de idade. Existem provas individuais e de estafetas ou revezamentos.
Parapente
O Parapente ou Paraglider (Paraglider em inglês) é um aeroplano
(aeronave mais pesada do que o ar), em cuja asa (inflável e semelhante a um
pára-quedas, que não apresenta estrutura rígida) são suspensos por linhas o
piloto e possíveis passageiros. Costuma-se denominar paramotor o parapente
no qual um motor é empregado para propelir o piloto. O vôo de parapente
(conhecido em alguns Países como Paragliding) é uma modalidade de vôo livre
que pode ser praticado tanto para recreação quanto para competição
(considerado esporte radical), pode ser descrito como um híbrido entre a Asa
Delta e o Paraquedas. Diferentemente do paraquedas o parapente oferece um
vôo dinâmico, onde o piloto pode controlar sua ascendência e direção,
dependendo das condições metereológicas como velocidade do vento.
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Pára-quedismo
Quatro pára-quedistas a fazer Skydiving, também uma forma de pára-
quedismo.
O pára-quedismo é praticado por profissionais (pára-quedistas)
especializados em salto, normalmente a partir de aviões, onde o uso de um
pára-quedas (bolsa contendo uma lona de baixo peso desenhada para
aumentar a sua superfície de contato com o ar) diminui sua velocidade de
queda, não sendo por isso vôo, muito menos vôo livre, sendo possível realizar
saltos de grandes altitudes sem sofrer danos corporais. Existem várias
modalidades de salto em pára-quedas: Skydiving, Skysurfing, Salto em queda
livre, Parapente e Base Jumping.
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Parkour
Um traceur realiza um saut de bras.
Parkour, freqüentemente abreviado PK, é uma disciplina física de origem
francesa em que o participante — chamado de traceur — passa por obstáculos
da maneira mais rápida e direta possível, usando várias técnicas como pulo,
rolamento e a escalada/buildering.
Os obstáculos podem ser em qualquer ambiente, mas é mais praticado
em áreas urbanas por causa de muitas apropriadas estruturas públicas como
prédios e muros.
A prática constitui uma arte composta pelo conjunto físico e mental que
inspira seus praticantes pelas diversas capacidades humanas que pode
desenvolver. Lida com o autoconhecimento a respeito aos próprios limites, mas
com o foco na evolução pessoal constante. Essencialmente, na parte física,
Parkour é a utilização de seu corpo para se movimentar com eficiência, e não
ser impedido por um obstáculo a sua frente.
Em sua essência, Parkour é a arte do movimento ou a arte de ser útil com o
movimento. Busca a utilização de movimentos eficientes, que levam seu
praticante de um lugar ao outro, utilizando somente o que seu corpo pode
oferecer. Por isso, movimentos como saltos mortais, giros, e outros que focam
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na estética não condizem com o seu propósito principal, e segundo as
vertentes mais puristas de seus praticantes, não fazem parte de sua prática.
Sem limitações de espaços para ser praticado, o Parkour é acessível a
todos, tornando possível o desenvolvimento da forma física e coordenação
motora, além do auto conhecimento, ao mesmo tempo que desenvolve força de
vontade, determinação e coragem; força física e resistência, qualidades que
favorecem o bem estar e a qualidade de vida, educando jovens ávidos por
novas experiências.
O Parkour é tido por seus praticantes não somente como um esporte,
mas também como um estilo de vida, o caminho para "achar a si mesmo",
aprender a controlar seu próprio corpo e sua mente, tornando-se cada vez mais
apto a enfrentar obstáculos físicos e mentais. O traceur, praticante de parkour,
é potencialmente um ótimo praticante de outras atividades que necessitam de
auto-controle, agilidade, força e observação. Muitas outras qualidades são
desenvolvidas num traceur, quando ele pratica "L'Art du Deplacement" pra usar
o termo em francês. O Parkour requer absoluta concentração que seria num
efeito 3D, -- avaliação de distância, avaliação de capacidade e avaliação de
risco.
É comum a praticantes da disciplina que super avaliam sua capacidade
ou que se submetem a riscos de forma inconseqüente se envolverem em
acidentes de diversas gravidades. No Parkour o conjunto mental é combinado
ao controle e poder do corpo e do espírito. Seus praticantes costumam adotar a
seguinte frase para descrever parte de sua filosofia: "É ridículo procurar
liberdade e acabar quebrado numa cadeira de rodas". Mesmo assim o Parkour
é uma disciplina de duros treinos, em que se usando a mente centrada e o
bom-senso, e respeitando seus limites, acidentes podem ser amenizados ou
até evitados. O mais importante é treinar e evitar irresponsabilidades, por isso
acidentes relacionados a Parkour são raros, mas podem ser incrivelmente
graves devido à se subestimarem os riscos da prática e a excitação fazerem
jovens fazer algo de que não se tem certeza de que farão corretamente.
A história do Parkour no Brasil tem seu início no começo de 2004,
quando jovens de São Paulo e Brasília começaram a se aventurar nessa
prática de origem francesa, e estudar sua filosofia. Em São Paulo, o grupo hoje
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conhecido como Le Parkour Brasil começava a imitar os videos de David Belle
vistos na internet. Em Brasília, aqueles que hoje são membros da Associação
Brasileira de Parkour começavam quase que no mesmo período a estudar e
praticar o que então parecia um esporte radical, porém praticado com disciplina
e responsabilidade não possui grandes perigos.
Rafting
Rafting no rio Jacaré Pepira em Brotas-SP (Brasil)
O rafting é a prática de descida em corredeiras em equipe utilizando
botes infláveis, equipamentos de segurança. Antes de começar qualquer
descida de rafting comercial, um Instrutor da atividade passa a todos os
participantes detalhadas instruções de conduta relativas à segurança. Estas
Instruções são lembradas pelos demais instrutores durante momentos
estratégicos da descida, e seu cumprimento é fundamental para a segurança
de todos. O rafting comercial proporciona a experiência de descer o rio para
pessoas de qualquer idade e em sua maioria pessoas que nunca tiveram uma
experiência anterior, tornando o esporte acessível. Os primeiros relatos de
rafting que se tem notícia são nos rios Colorado e Mississipi. No Brasil há
diversos locais propícios à prática do rafting, entre eles: São Paulo, Rio de
Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul.
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Trekking
Trekking também é conhecido como Enduro a pé de regularidade.
Enduro de Regularidade consiste em uma trilha pré-estabelecida por uma
organização onde os integrantes das equipes recebem uma planilha contendo
os trechos a serem seguidos, suas velocidades e distâncias. A velocidade
média se encontra em metros por minuto e a distância em metros.
Existem também Postos de Controle (PC's) espalhados aleatoriamente
entre os trechos são responsáveis pela verificação da regularidade. As equipes
vão munidas apenas de calculadoras, cronômetro, bússola, muito senso de
direção e capacidade de interpretação das planilhas. Nas planilhas existem
informações desenhadas que ajudam a identificar as trilhas a serem seguidas.
Esses desenhos são: árvores caídas, cercas, rios, mata-burros, porteiras,
construções, etc.
Como o próprio nome diz, ganha a equipe que conseguir ser mais
regular, ou seja, a equipe que conseguir passar em todos os PC's com o tempo
mais próximo do desejado pela organização. Isso é obtido controlando as
distâncias e a velocidade média. Cada segundo antecipado ou atrasado é
penalizado, sendo calculado da seguinte maneira: Cada segundo que a equipe
passar atrasado no posto de controle (PC) será penalizado com 1 (um) ponto,
agora se a equipe passar um segundo adiantado a mesma receberá a
penalidade de 2 (dois) pontos, ou seja, é muito melhor atrasar do que ser
apressadinho. Lembrem-se não é corrida e sim enduro de regularidade. Ganha
quem tiver maior controle de distância, velocidade e interpretação de planilha.
As equipes podem ter de 3 até 6 membros, sendo ocupados por 3
funções distintas: Navegador(es), Contador(es) de passo(s) e Calculista(s).
Navegador: membro responsável por interpretar a planilha fornecida pela
organização.
Contador de passos: responsável por contar os passos, ou seja, controlar a
distância percorrida. Também cabe ao contador de passos juntamente com
calculista controlar a velocidade das passadas, ou seja, velocidade média.
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Calculista: faz todas as contas necessárias para a equipe se manter na
velocidade média exigida pela organização. Responsável também por
cronometrar o tempo de prova.
Todas as informações necessárias são fornecidas pela organização momentos
antes da prova.
Vôo livre
Vôo-Livre é um esporte radical, com vôo não motorizado, que utiliza a
atividade térmica e do vento para realizar vôos locais ou distantes,
possibilitando alterar tanto a velocidade quanto a trajetória e, por exemplo,
escolher o local de pouso. É, portanto, distinto do paraquedismo, base-jumping
e balonismo. As duas principais modalidades são Parapente e Asa-Delta. O
Brasil é considerado o "Hawaii" do Vôo Livre. Locais como Patú (RN), Quixadá
(CE), Governador Valadares (MG) e Brasilia (DF), são um dos locais de
renome internacional.
Skate
Um skatista realizando um frontside lipslide
O skate (pronuncia-se skêit e, por vezes,em brasileiro para esqueite) é
uma prática recreativa e desportiva que consiste em deslizar sobre o solo e
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obstáculos equilibrando-se numa pequena e estreita prancha de cerca de
sessenta centímetros de comprimento, chamada skateboard, dotada de quatro
pequenas rodas. Com a tábua de skate executam-se saltos, movimentos de
baixos a altos graus de dificuldade. No Brasil o praticante do skate recebe o
nome de skatista ou esqueitista.
O skate é freqüentemente considerado parte do grupo de atividades
denominadas esportes radicais, dado seu aspecto criativo, cuja proficiência é
verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados.
Surfe
Prática de surfe
O surfe da língua inglesa surface, já que o esporte se dá na superfície
da água, é um esporte cujas origens encontram-se na Polinésia, tendo sido
"descoberto" pelos europeus em 1778 quando o navegador inglês James Cook
chegou ao arquipélago do Havaí. Usava-se inicialmente pranchas de madeira
confeccionadas para deslizar nas ondas do mar.
Antes restrito aos havaianos, foi através de Duke Kahanamoku (1890-
1968), duas vezes medalha de ouro em provas de natação em olimpíadas - só
veio a perder para John Weissmuller (que mais tarde tornou-se o primeiro
Tarzan do cinema) - que o surf apareceu para o mundo. Kahanamoku viajou
pelos EUA, Austrália e Europa para divulgar a cultura do povo havaiano, o que
inclui a prática do esporte dos reis.
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Na década de 1950 o esporte popularizou-se na costa oeste dos
Estados Unidos da América, tornando-se uma mania entre os jovens,
principalmente nas praias da Califórnia. Durante as décadas de 70 e 80 o
esporte se espalhou por todo o mundo, dando início ao profissionalismo e
campeonatos com premiações em dinheiro.
O Surf é freqüentemente considerado parte do grupo de atividades
denominadas desportos radicais, dado seu aspecto criativo, cuja proficiência é
verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados.
Bodyboard
O Bodyboarding é um esporte radical, onde o praticante desce a onda
deitado, de joelhos ou até mesmo em pé em uma prancha que tem medidas
(médias) de 39 polegadas a 42 polegadas (podendo haver maior ou menor),
que é própria para o esporte. Para auxílio da prática do esporte o praticante,
conhecido como bodyboarder utiliza-se de pés de pato - nadadeiras - que
servem para auxiliar na entrada da onda e na execução de manobras.
O esporte que deu origem ao Bodyboard era conhecido no Havaí como
paipo-board. Os nativos usavam uma prancha feita de uma madeira leve
chamada paipo para pegar onda. No Brasil esta pratica era conhecida como
madeirite.
Cumpre salientar que o esporte não se iniciou através de uma prancha de surf
quebrada como muitos acreditam.
Outras Atividades
Asa Delta, paraglyder, paraquedismo, balonismo
Atividades esportivas de vôo, sem sentido de competição.
Bóia-cross
Descida de rios com auxílio de bóias especiais.
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Canoeing, cayaking
Navegação em rios, lagos ou oceanos com utilização de canoas a remo ou
caiaques.
Cicloturismo
Viagens/passeios de bicicleta, realizados por estradas asfaltadas e/ou sem
pavimentação.
Escalada/climbing/alpinismo
Atividade esportiva praticada em rocha ou gelo sem espírito de competição.
Estudos do meio
Visitas com fins claramente educacionais, realizadas em geral por público
escolar.
Hikking (de passear)
Caminhada de curta duração, geralmente não ultrapassa um dia.
Mergulho
Atividade esportiva praticada em ambiente aquático, com ou sem equipamento
de respiração artificial (mergulho autônomo e snorkelling), sem intuito de
competição.
Montanhismo
Nome genérico das atividades praticadas em ambiente de montanha; pode
incluir escaladas e/ou caminhadas.
Observação Astronômica
Atividade voltada para avistamento de fenômenos celestes, com ou sem ajuda
de aparelhos.
Observação de fauna e flora
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Atividade voltada para o avistamento de fenômenos de espécies particulares
(aves, borboletas, orquídeas etc.).
Pesca Esportiva
Atividade de pesque e solte.
Rapel
Do francês (rappel), é uma técnica com corda usada na escalada para o
momento da descida.
Safári fotográfico
Viagem cujo objetivo principal é a realização de fotografias.
Spa Ecoturístico
Com técnicas de relaxamento e exercícios anti-estresse.
Teal
Treinamento experimental ao ar livre, praticado por executivos de grandes
empresas, em que são simuladas situações extremas para testar as
capacidades individuais de liderança.
Tirolesa
Travessia horizontal em corda fixa suspensa ao solo
Turismo eqüestre/tropeirismo
Andar a cavalo, à moda das tropas de mula, ou passeios deste tipo.
Turismo esotérico
Tipo de viagem com atividade ao ar livre e motivação mística, espiritual ou
sobrenatural.
Turismo rural/agroturismo
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Viagem que envolve vivência sem propriedades rurais, usualmente com o
acompanhamento da rotina de seu trabalho.
OBS.: Esportes a motor e atividades afins (motociclismo, veículos off-road,
motonáutica etc.) não são considerados compatíveis com o aproveitamento
ecoturístico de áreas naturais, pela intensidade de seus impactos (erosão e/ou
compactação em trilhas, alto nível de ruído, poluição do ar) e por interferirem
em outras modalidades (jet-sky versus observação de pássaros, por exemplo).
(Diretrizes para uma política estadual de ecoturismo, da Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo)
5. BREVE CONCEITO DE AFAN
A partir do estudo de um artigo publicado na Revista APUNTS (1995),
escrito pelo professor Doutor Javier Oliveira Betrán, observa-se que diferentes
terminologias sofreram mudanças com o decorrer do tempo. Na década de
1970 surgem, nos países desenvolvidos, novas atividades físicas na natureza
que constituem um conjunto de práticas recreativas, que se desenvolvem e se
estendem aos anos de 1980 e se consolidam no atual decênio, caracterizando-
se como novos hábitos e gostos da sociedade pós-industrial. Em 1985, durante
uma reunião mundial na estação de inverno de Tignes (nos Alpes), veio a se
confirmar uma nova realidade lúdica no universo das práticas corporais.
Estas novas práticas físicas que estavam se desenvolvendo no meio
natural, inicialmente receberam o título genérico de ―La Glisse‖ (o
deslizamento), aproveitando as energias livres da natureza mediante o
deslizamento que se denominou de forma provisória como ―Novos Desportos‖
em contraponto aos esportes tradicionais.
O termo Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFAN) é uma
nomenclatura que vem sendo muito utilizada em todo o mundo, principalmente
em universidades que desenvolvem estudos referentes ao tema.
De acordo com Munhoz (2003), são muitas as nomenclaturas
designadas a este tipo de atividade. A mais divulgada pela mídia é Esportes de
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Aventura, porém outros nomes comuns são: Esportes em Integração com a
Natureza, Esportes Radicais, Esportes de Aventura na Natureza, Esportes
Californianos, Esportes em Liberdade, Esportes Selvagens, Atividades
Deslizantes de Aventura e Sensação na Natureza, Atividades Esportivas de
Diversão e Turísticas de Aventura, Esportes Tecnológicos e Novos Esportes.
Num estudo sobre a Expansão das Atividades Físicas de Aventura na
Natureza (AFAN), Cantorani (2006) faz uma discussão sobre questões
envolvendo diferentes conceitos para as atividades de aventura, em virtude
destas atividades serem praticadas por pessoas comuns.
Ao buscar um termo mais claro que o Esporte de Aventura e suas várias
terminologias, recorse-se à proposta de Betrán (2003) com a nova terminologia
(AFAN), que não utiliza o termo esporte, mas que engloba as sensações que
estão sendo buscadas pelos praticantes como o contato com a natureza,
prazer, encontro pessoal, evasão divertida e plenitude pessoal.
CLASSIFICAÇÕES DAS AFAN
Segundo as considerações da pesquisa de Carreiro (2003), percebe-se
que as relações existentes entre a atividade física e a sua prática na natureza,
têm a intenção de estabelecer uma nova ordem que reaproxime o homem e a
natureza, de forma particularizada na sua vida cotidiana.
Anualmente, além dos desafios do cotidiano nas escolas, milhares de
alunos e adultos envolvem-se com datas comemorativas como o Dia da Mata
Atlântica (17 de maio), Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), Dia da
Amazônia (5 de setembro), Dia da Árvore (21 de setembro), Dia da Natureza (4
de outubro), entre outros, que ainda se dividem entre nacionais e
internacionais. São demonstrações de respeito à natureza, como o Dia da
Árvore, onde estudantes participam de atividades que marcam datas para a
conscientização da preservação das áreas verdes. Afinal, o futuro depende das
árvores e todos gostam de sombra e ar puro. Além do mais, plantar árvores é a
ação importante que cada um pode fazer no combate ao aquecimento global.
O que a árvore representa para nós?
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Relembrando Castro Alves, para marcar sua passagem pela Terra tenha
um filho, escreva um livro e plante uma árvore. Se os dois primeiros são mais
complicados, pelo menos plante. Plantar árvores é a ação mais importante que
cada um pode fazer no combate ao aquecimento global.
A árvore está diretamente relacionada ao meio ambiente. A mais popular
imagem, representante do que se costuma chamar de natureza, converge para
a representação de uma árvore. De acordo com Santangelo (2009), quando o
ser humano pensa em meio ambiente, mata atlântica, preservação da natureza
e tudo o que se relaciona ao assunto que envolve a natureza, o que vem à sua
mente é a árvore. A árvore se conflui com o ar, o mar, a água e a terra.
As atividades ou esportes de aventura dividem a opinião de
representantes de ONGs e ambientalistas quanto à forma de utilização dos
espaços naturais. Sua prática pode ser positiva, se a utilização do espaço for
criteriosa e consciente; ou contribuir, de forma irresponsável, para a destruição
da natureza. Brunhs (2001) aponta problemas que o meio natural pode sofrer
com o lixo deixado na mata, as alterações provenientes das trilhas, o excesso
de pessoas num mesmo lugar – geralmente visitantes provenientes do meio
urbano e, principalmente, das metrópoles.
Betrán apud Munhoz (2003) reconhece que, na classificação das AFAN,
utiliza-se critérios englobados em cinco divisões:
Ambiente Físico: relacionado ao meio em que acontece a atividade,
destacando as atividades de Ar, Terra e Água. Alguns exemplos
seriam: Ar – parapente, rope swing e bungee jump; Terra –
Caminhada e mountain bike; Água – Rafting, canoagem e bóia cross.
[...] Ambiente Pessoal: relacionado às emoções, sensações e
vivências durante a prática da atividade. [...] Atividades: foram
selecionadas trinta e duas atividades para representar cada grupo
diferenciando-as pelos meios: ar, água e terra. Valorização Ético-
Ambiental: estas são atividades que ocorrem no meio natural,
ocorrendo uma troca entre o meio ambiente e as pessoas, causando
um impacto ambiental. [...] De acordo com as atividades, o número de
participantes, a intensidade da prática, a duração naquele mesmo
local, a estação do ano, o momento do dia, ao comportamento dos
participantes e a fragilidade da fauna e flora local, que determinam o
grau de impacto. Ambiente Social: estas atividades têm um forte
caráter individualista, portanto, é verificada a atitude individual do
praticante para cooperar com o grupo ou não.
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A educação traz uma importante contribuição para a construção de uma
visão integrada do ambiente. Para ultrapassar a visão fragmentada que está
presente nos planos e políticas públicas, é preciso reconhecer que a educação
ambiental, surge como uma necessidade para a construção do
desenvolvimento sustentável.
6. INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Apesar de lixos orgânicos serem biodegradáveis, este tipo de resíduo
também polui e tem efeitos negativos no meio ambiente. Para reduzir a
produção de lixo caseiro, a alternativa é reaproveitá-los – e existem várias
maneiras de fazer isso. Uma delas é a compostagem, adubo orgânico que
fortifica o solo com nutrientes naturais, podendo ser feito com cascas de frutas,
sobras de verduras e legumes e até filtro de café.
As frutas cítricas, entretanto, não servem para fazer compostagem, uma
vez que sua casca e polpa alteram o PH da terra. Mas isso não significa que
seus restos devam ir diretamente para o lixo, muito pelo contrário: são ainda
mais funcionais do que outros tipos de lixo orgânico.
O limão, por exemplo, pode ser usado como desengordurante na
cozinha: depois de preparar uma refrescante limonada, separe os bagaços e
misture um pouco com sal e bicarbonato de sódio. Evite apenas aplicar em
superfícies de mármore e outros materiais delicados e lave bem as mãos, para
evitar manchas e queimaduras.
Cascas frescas de limão, laranja ou tangerina também são ingredientes
para outro limpador multiuso desengordurante. Basta colocá-las em um pote de
vidro reutilizado, daqueles de conserva, e cobrir com vinagre branco. Após
duas semanas de descanso, coe o líquido e use no lugar de produtos químicos
para limpeza.
Móveis de madeira maciça também têm benefícios com a casca de laranja,
podendo ser polidos e lustrados com o lado interno (branco). Cascas secas da
fruta podem, ainda, dar uma mãozinha na hora de acender a churrasqueira: por
conterem substância inflamável, elas tornam o acendimento mais rápido.
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As cascas de limão têm o poder de clarear o interior da chaleira: encha-a
com água, cascas de limão e ferva tudo. Quando borbulhar, apague o fogo e
deixe por uma hora de molho. Depois, escorra e lave o utensílio normalmente.
Cascas de ambas as frutas também servem para afastar insetos indesejados:
você pode substituir o tablete de veneno daquele velho aparelho repelente por
um pedaço de casca de uma dessas frutas e manter o ambiente livre de
mosquitos, pernilongos e formigas.
RECOMENDAÇÕES
Prepare-se para a caminhada;
Saiba se você tem o preparo físico adequado para percorrer a trilha
objetivada. Caminhar no cerrado, mesmo com tempo nublado, é uma
atividade muito desgastante;
Tome um café da manhã bem reforçado. Mesmo que você não esteja
acostumado a comer logo pela manhã, faça um esforço, pois as
caminhadas exigirão muito de você, por isso é bom estar preparado;
Leve bastante água e um bom lanche, mas evite vasilhames de vidro ou
enlatados. Prefira alimentos leves como frutas, castanhas, sanduíches
(sem maionese), banana e uva desidratada;
Utilize roupas adequadas, boné e tênis ou outro calçado fechado.
Chinelos e sandálias abertas não combinam com trilhas e, se
arrebentarem, tornarão sua experiência desagradável;
Leve protetor solar e repelente;
Leve seus remédios de usos específicos, como antialérgicos, e de uso
controlado, como pressão, asma e outros;
Na época das chuvas, traga um anoraque (ou capa de chuva) e roupa
reserva para trocar após o passeio. Dica: embale roupas e
equipamentos eletrônicos em um saco estanque para mantê-los secos;
Siga as normas e as orientações dos funcionários do Parque,
condutores de visitantes e bombeiros, especialmente nas áreas de
banho, pois elas visam a proteção dos ambientes e dos próprios
visitantes;
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Observe, mas não recolha flores e pedras dos locais que você está
visitando, nem moleste os animais;
Todo lixo que você produzir deverá ser trazido de volta à cidade,
inclusive o lixo orgânico.
Quais são as regras de conduta numa viagem de ecoturismo?
"Não tire nada além de fotos, não deixe nada além de pegadas, não mate nada
além do tempo."
Guias e praticantes do ecoturismo repetem essa frase como um mantra
da natureza. E com razão. Ninguém gosta de encontrar embalagem de comida
jogada na trilha ou latinhas de refrigerante boiando num rio. Por isso, TODO e
qualquer lixo, MESMO QUE ORGANICO, deve ser embrulhado e trazido de
volta para ser despejado em local adequado. Nada de queimar ou enterrar a
sujeira produzida.
Nas caminhadas, siga pelas trilhas principais ou pelas já abertas. Os
atalhos favorecem a erosão e a destruição de raízes e plantas. Evite fazer
fogueiras, mas, se não tiver alternativa, use os galhos já caídos e ao fim
apague bem as cinzas. Cuidado com as bitucas de cigarro, que podem
provocar um estrago em regiões muito secas. Ao visitar cavernas, não toque -
e muito menos leve de suvenir - em estalactites ou estalagmites. Essas belas
esculturas naturais precisaram de milhares de anos para se formar. Deixe o
cãozinho ou o gato em casa e não grite na mata, para não assustar a fauna.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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