apostila mec solos i parte 1
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Apostila de Mecanica dos Solos da UniSantaTRANSCRIPT
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Mecnica dos Solos I
Universidade Santa Ceclia 1
UNIVERSIDADE SANTA CECLIA
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
0534 MECNICA DOS SOLOS I - TEORIA
PROFESSORES: PEDRO M.M.M. MARCO NILENE JANINI DE OLIVEIRA SEIXAS
2005
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Mecnica dos Solos I
Universidade Santa Ceclia 2
INDICE
CAPTULO 1
NDICES FSICOS
EXERCCIOS RESOLVIDOS
EXERCCIOS PROPOSTOS
CAPTULO 2
CLCULO DE PRESSES
EXERCCIOS RESOLVIDOS
EXERCCIOS PROPOSTOS
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Mecnica dos Solos I
Universidade Santa Ceclia 3
BIBLIOGRAFIA
Introductory Soil Mechanics and Foundations George B. Sowers and George F. Sowers
Third Edition
Soil Mechanics T. William Lambe and Robert V. Whitman
Introduo Mecnica dos Solos Milton Vargas
Editora Mc Graw Hill do Brasil, LTDA
Mecnica dos Solos e suas aplicaes Volume 1, 2, 3 e 4
Homero Pinto Caputo
Livros Tcnicos e Cientficos Editora S.A.
Introduo Mecnica dos Solos em 16 aulas Carlos de Souza Pinto
Oficina de Textos
www.ofitexto.com.br
Curso Bsico de Mecnica dos Solos Exerccios Resolvidos Carlos de Souza Pinto
Oficina de Textos
www.ofitexto.com.br
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Mecnica dos Solos I
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Captulo I
ndices Fsicos
1. O estado em que o solo se encontra
Num solo, s parte do volume total ocupada pelas partculas slidas, que se
acomodam formando uma estrutura. O volume restante costuma ser chamado de vazios,
embora esteja ocupado por gua e ar. Pode-se dizer, portanto, que o solo constitudo de
trs fases: partculas slidas, gua e ar.
Em princpio, as quantidades de gua e ar podem variar. A evaporao pode fazer
diminuir a quantidade de gua substituindo-a por ar. Ou a compresso do solo pode
provocar a sada de gua e ar do solo, reduzindo o volume de vazios. O solo, no que se
refere s partculas que o constituem, permanece o mesmo, mas o seu estado se altera. As
diversas propriedades do solo dependem do estado em que se encontra. Quando diminui o
volume de vazios, por exemplo, a resistncia aumenta.
Para identificar o estado do solo, empregam-se ndices que correlacionam os pesos e
os volumes das trs fases (Figura 1).
Fig. 1 Estrutura do solo, a relao entre peso e volume
Agora vamos citar os ndices fsicos.
Umidade (w) Relao entre peso da gua e peso dos slidos. expresso pela letra w. Para
sua determinao pesa-se o solo no estado natural (Ph), seca-se o solo em uma estufa a 105
graus centgrados at constncia do peso (Ps), e pesa-se novamente. Tem-se o peso das duas
fases, com que a umidade calculada. a operao mais freqente em um laboratrio de
solos. Os teores de umidade dependem do tipo de solo, mas situa-se geralmente entre 10 a
40% podendo ocorrer valores muito baixos (solos secos) ou muito altos (150% ou mais).
ar
gua
gros
Va
Vw
Vs
Vv
Vs
Volume
Pa
Pw
Ps
Peso
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%100.Ps
Pww (1)
slidos
gua
Peso
Pesow
%100.Ps
PsPhw
(2)
ndices de vazios (e) Relao entre volume de vazios e o volume das partculas slidas.
expresso pela letra e. No pode ser determinado diretamente, mas calculado a partir dos
outros ndices. Costuma se situar entre 0,5 e 1,5, mas argilas orgnicas podem ocorrer com
ndices de vazios superior a 3. (volume de vazios no caso gua, superior a 3 vezes o volume
de partculas slidas)
Vs
Vve (3)
slidos Volume
vaziosVolumee
Porosidade (n) Relao entre volume de vazios e volume total. Indica a mesma coisa que os
ndices de vazios. expressa pela letra n. Valores geralmente entre 30 a 70%.
%100.V
Vvn (4)
totalVolume
vaziosVolumen
Grau de saturao (S) Relao entre o volume de gua e o volume de vazios. Expresso pela
letra S. No determinado diretamente, mas calculado. Varia de zero (solo seco) a 100 (solo
saturado).
%100.Vv
VwS (5) S =
vaziosVolume
gua Volume
Peso especfico dos gros (ou dos slidos) ( s ) uma caracterstica dos slidos. Relao
entre o peso das partculas slidas e o seu volume. expresso pelo smbolo s .
O peso especfico dos slidos varia pouco de solo para solo, e por si s, no permite
identificar o solo em questo. necessrio para clculos de outros ndices. Os valores se
situam em torno de 27 kN/m3, sendo este valor adotado quando no se dispe do valor
especfico para o solo em estudo. Gros de quartzo (areia) costumam apresentar peso
especfico de 26,5 kN/m3 e argilas laterticas, em virtude de deposio de sais de ferro,
valores at 30 kN/m3.
s
ss
V
P (6)
slidos Volume
slidos Pesos
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Peso especfico da gua )( w Embora varie um pouco com a temperatura, adota-se sempre
como igual a 10 kN/m3, a no ser em certos procedimentos de laboratrio. expresso pelo
smbolo )( w .
Peso especfico natural )( nat Relao entre peso total do solo e seu volume total.
expresso sempre pelo smbolo ).( nat
Para sua determinao, molda-se um cilindro do solo, cujas dimenses conhecidas
permitem calcular o volume. O peso total, dividido pelo volume, o peso especfico natural.
Pode tambm ser determinado a partir de corpos irregulares, obtendo-se o volume por meio
do peso imerso na gua, para este procedimento o corpo deve ser previamente envolto na
parafina.
O peso especfico natural no varia muito entre diferentes solos, e por isto, quando no
conhecido estimado como igual a 20 kN/m3. Pode ser um pouco maior 21kN/m3 ou pouco
menor 18 kN/m3. Casos especiais, como as argilas orgnicas moles, podem apresentar peso
especfico natural de 14 kN/m3.
V
Pnat (7)
Volume
Pesonat
2. Relao entre os ndices fsicos
Dos ndices vistos acima, s trs so determinados diretamente em laboratrio:
umidade )(w ;
peso especfico dos slidos )( s e;
peso especfico natural ( ).( nat
Os demais so calculados atravs de frmulas que relacionam os ndices fsicos entre
si:
grau de saturao )(S ;
porosidade )(n e ;
ndice de vazios )(e
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Agora vamos admitir (volume de slidos) 1sV , em relao ao ndice de vazios.
s
v
V
Ve , vem: vVe
Para o volume de gua vir: eSVSV
VS v
v
w . .V w
Volume X Densidade = Pesos
Por definio: s
w
P
Pw (8)
Substituindo, vem: s
weSw
.. (9)
Tambm: Volume
Pesonat
e
eS swnat
1
.. (10)
Agora vamos admitir (volume total) V=1, em relao porosidade.
Volume X Densidade = Peso
vv VnV
Vn 1V Admitindo
O volume da gua vir:
nSVVSVV
VS wvw
v
w . .
Umidade:
ar
gua
gros
e
1
eSVw .
0
weS ..
s
ar
gua
slidos
nS. n
)1( n
1
0
wnS ..
sn ).1(
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nnS
wP
Pw
s
w
s
w
1
..
(11)
Igualando 9 e 11 vem:
nnSeS
s
w
s
w
1
....
n
ne
1 (12)
O peso especfico natural fica:
)1(..1
)1(..nnS
nnS
Volume
Pesosw
swnat
Se o solo estiver seco S=0
nsd 1 (13)
Tambm: (14) 1 e
sd
Igualando 13 e 14, vem:
(15) 11
1e
en
en ss
Relao de umidade (w)
(16) .wPsPwPs
Pww
ParPwPsP
Par = 0
Substituindo na equao 16
wPsPsP .
)1.( wPsP
Dividir pelo volume
(17) )1.(
)1.(
wdn
wV
Ps
V
P
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Exerccios Resolvidos
1) Uma amostra de argila foi colocada numa cpsula e o seu peso (P1) foi 72,49gramas.
Aps a secagem seu peso foi 61,28 gramas (P2). O peso da cpsula segundo a lista do
laboratrio (P3) 32,54 gramas. Outro ensaio no picnmetro nos deu o valor de
3/69,2 cmgs . Supondo-se que a amostra estava saturada %100S calcular:
a) Teor de umidade;
b) Porosidade;
c) ndice de vazios e;
d) Peso especfico natural
Soluo
a) grP 49,721 grP 28,612 grP 54,323
%0,3910054,3228,61
28,6149,72
32
21
PP
PPw
s
weSw
.. 05,1
1.1
69,2.39,0
.
.
w
s
S
we
512,005,11
05,1
1
e
en
3/82,105,11
69,20,1.05,1.1
1
..cmg
e
eS swnat
= 18kN/m3
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2) Uma amostra saturada tem um volume de 30dm3 e pesa 70 kg. O peso especfico dos
gros 3/79,2 cmgs
Calcular: a) ndice de vazios
b) Teor de umidade
Repetir os clculos anteriores para o caso de saturao de gua salgada ( gua salgada =
1,025 g/cm3).
Soluo
a) 3/33,2000.30
000.70cmgnat
346,01
79,20,1.33,2
1
..
e
e
e
e
eS swnat
b) %3,12123,079,2
0,1.346,0.0,1..
s
weSw
No caso de gua salgada:
352,01
79,2025,1..0,133,2
e
e
enat
%9,1279,2
025,1.352,0.0,1w
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3) Uma amostra de solo seco tem 65,0e e 3/8,2 cmgs
a) Determinar o seu peso especfico natural;
b) Em seguida foi adicionada gua amostra e S atingiu 60%. O valor de e no mudou.
Determinar ento o teor de umidade e o peso especfico natural e;
c) A amostra foi mergulhada na gua at S = 95%. Determinar o peso especfico submerso
sub
Soluo
a) 65,0e 3/70,165,01
8,2
1cmg
e
snat
= 17 kN/m3
3/8,2 cmgs S = 0 (solo seco)
b) 65,0e %9,138,2
0,1.65,0.6,0..
s
weSw
3/8,2 cmgs 3/93,1
65,01
8,21.65,0.6,0cmgnat
= 19kN/m3
6,0S
c) %95S wsw
wnate
eS
1
...'
3/07,10,165,01
8,20,1.65,0.95,0' cmg
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4) So conhecidos o teor de umidade %,24w peso especfico natural 3/88,1 mtnat , e o
grau de saturao %5,74S de uma amostra de solo. Determinar:
a) Peso especfico dos gros;
b) Peso especfico seco;
c) ndice de vazios e;
d) Porosidade
Soluo
a)s
weSw
.. e
e
w
eS ws 11,3
24,0
0,1..745,0..
3/88,11
11,30,1.745,0
1
..cmg
e
ee
e
eS swnat
95,0e
Assim: 3/96,295,0.11,3 cmgs
b)e
sd
1
95,01
96,2
d
3/51,1 cmgd
c) Calculado no item a)
d) e
en
1
95,01
95,0
n %7,48n
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5) Uma amostra de argila da cidade do Mxico tem um teor de umidade %.300w Depois
de adensada seu teor de umidade passou a ser %.100w Sabendo-se que o peso especfico
dos gros 3/65,2 cmgs determinar:
a) Peso especfico seco antes e depois do adensamento e;
b) A variao do volume da amostra, sabendo-se que a amostra inicial tinha um volume de
28,317cm3. Supor a argila saturada
Soluo
a) Antes de adensada
s
weSw
.. sw heS ... she . 65,2 .3e
95,7e
3/296,098,71
65,2
1cmg
e
sd
Depois de adensada:
65,2 .1.11 swe 65,21 e
65,21
65,2
1 1
e
sd
3/727,0 cmgd
b) Variao do volume da amostra:
d
sPV
0 grVP ds 382,8296,0.317,28.0
d
sPV
1 3
1 54,11726,0
382,8cmV
3777,16540,11317,28 cmV (59,2%)
A variao do volume associada variao do ndice de vazios,
uma vez que no h perda do material:e
e
V
V
1
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1 Lista
Exerccios de ndices Fsicos
1) So conhecidos o teor de umidade w = 24% peso especfico natural n = 1,88 t/m3, e o
grau de saturao S = 74,5% de uma amostra de solo. Determinar os seguintes ndices
fsicos:
a) peso especfico dos gros;
b) peso especfico seco;
c) ndice de vazios e;
d) porosidade
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2) Uma amostra de solo com 500cm3 de volume pesa 880gr e tem um grau de saturao
de 48%. Sabendo-se que s 28 kN/m3, determinar a massa especfica desse solo
quando S=100%.
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3) Uma amostra de solo seco tem e = 0,65 e s = 2,8 g/cm3.
a) determinar o peso especfico natural e;
b) em seguida foi adicionada gua amostra e a saturao atingiu 60%. O valor
do e no mudou. Determinar ento o teor de umidade e o peso especfico
natural.
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4) Para a moldagem de um corpo de prova em laboratrio utilizou-se uma amostra de
solo com w = 20%. Sabendo-se que o dimetro do mesmo de 3,57cm e altura 7,5
cm, calcule a quantidade de solo que necessria para moldar o corpo de prova, de
forma que o seu ndice de vazios seja 0,60.
Dados s 26,5 kN/m3.
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5) Dadas 3 amostras de um mesmo solo com umidades respectivamente iguais 7%, 12%
e 20%, se misturarmos uma poro igual de cada, qual a umidade final da mistura?
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6) Uma amostra de argila tem w=17% peso especfico dos slidos s = 26,5 kN/m3 e sua
porosidade 47%. Determinar.
a) massa especfica aparente natural;
b) massa especfica seca;
c) grau de saturao;
d) ndice de vazios e;
e) quantidade de gua que deve ser acrescentada a 1kg da amostra para que a
mesma fique saturada.
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7) Uma amostra de argila foi retirada a 2m de profundidade num terreno de vrzea nas
margens do rio Tiet, estando abaixo do nvel dgua. Sua umidade de 95%. Estime
s com este dado seu ndice de vazios e seu peso especfico natural.
Obs: O peso especfico dos gros de solo varia muito pouco, pode-se estimar que seja
26,5 kN/m3.
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8) Para construo de uma barragem de terra previsto um volume de 400.000m3 de
terra, com ndice de vazios 0,6. Dispe-se de trs jazidas A,B e C. O ndice de vazios
do solo de cada uma delas bem como a estimativa de custo do movimento de terra at
o local da barragem indicados no quadro abaixo. Qual a jazida mais barata?
Jazida E Custo do movimentode terra/m3
A 0,9 R$ 20,00
B 1,3 R$ 17,00
C 1,6 R$ 15,00
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9) Uma amostra de solo arenoso apresentava os seguintes ndices fsicos: n
=18,9kN/m3, s = 27,2 kN/m3 e w =13%. Com a elevao do nvel de gua
subterrnea a amostra foi saturada sem que houvesse variao de volume.
Pergunta-se: De quanto variou a umidade para que a saturao fosse atingida?
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Captulo II
Tenses Atuantes Num Macio de Terra
1.Introduo
Os esforos no interior de certa massa de solo so produzidos, genericamente, pelas cargas
externas aplicadas ao solo e pelo peso prprio do solo. As consideraes acerca dos esforos
introduzidos por um carregamento externo so bastante complexas e o seu tratamento,
normalmente se d, a partir das hipteses formuladas pela teoria da elasticidade.
2.Esforos Geostticos
No caso das tenses ocasionadas pelo peso prprio do solo (tenses geostticas), fcil
verificar que, se a superfcie do terreno for horizontal, as tenses totais, a uma profundidade
qualquer, so obtidas considerando apenas o peso do solo sobrejacente (Figura 2).
Sendo a superfcie do terreno, horizontal, no existem tenses de cisalhamento nos
planos horizontais, e dessa forma a tenso vertical total causada pelo solo uma tenso
principal.
Freqentemente, a massa especfica varia com a profundidade. Se o solo
estratificado e a massa especfica de cada estrato diferente (Figura 3), pode-se calcular as
tenses verticais totais da seguinte forma:
iivzY
O valor de i
Y a considerar ser a massa especfica natural ou a saturada, dependendo
das condies em que o solo se encontre.
Estando o solo submerso, podem-se calcular a tenso total , e a presso neutra
u e a tenso efetiva e
.
Vale lembrar que a tenso efetiva e
num plano qualquer, poder ser calculada
diretamente, utilizando as massas especficas submersas dos solos sobrejacentes no plano
considerado.
de fundamental importncia notar que no elemento de solo, alm da tenso vertical,
por causa do peso prprio, tambm ocorrem tenses horizontais, que so uma parcela da
tenso vertical atuante, ou seja:
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vh.k
na qual k denominado coeficiente de empuxo.
Quando no ocorrem deformaes na massa de solo, temos o coeficiente em repouso
0
kk que pode ser determinado pela Teoria da Elasticidade, admitindo-se o solo como
homogneo e isotrpico.
Figura 03 Figura 02
O conhecimento do coeficiente de empuxo de fundamental importncia para a
resoluo de muitos problemas de Engenharia de Solos (muros de arrimo, escavaes etc.),
pois permite determinar as tenses horizontais na massa de solo e, por extenso, a resultante
dessas tenses denominada empuxo.
No caso de a superfcie do terreno no ser horizontal, considerando o caso de um
talude infinito, tem-se que o peso da coluna de solo P tem a mesma linha de ao da
resultante R uma vez que eF e dF so iguais, por estarem mesma profundidade, e
tem-se a mesma linha de ao para que haja equilbrio esttico. Disso resulta que PR .
O valor de P , considerando largura unitria no plano normal ao papel, ser:
h.b.P
Porm, como ,icosbb0
icos.h.b.P0
Tem-se ainda que
icos.pN e isen.PT
Tais foras agem numa seo igual a 1xb0
, portanto:
Y
X
Z
v
h
h
Z
h1
h2
h3
N.
A
Solo 1 - 1
Solo 2 -sat 2 2 = sat - w
Solo 3 - sat 3 3 = sat 3 - w
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o
vb
P icos.h.
v
0
hb
N icos.h. 2
h
0b
T icos.isen.h.
i b
z
Ee
Ed P
R A
A
b0
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3 Princpio das Tenses Efetivas
3.1 Definies
O comportamento de solo quando submetido a carregamentos pode ser mais bem visualizado,
quando se imagina o solo composto das trs fases fsicas slida, lquida e/ou gasosa ocupando
os poros. De imediato decorre que as tenses cisalhamento induzidas devero ser suportadas
pelo esqueleto slido, uma vez que a gua (ar) no oferece resistncia ao cisalhamento.
Por outro lado as tenses normais, que se desenvolvem em qualquer plano, sero suportadas,
parte pelo esqueleto slido e parte pela fase fluida. Particularmente, no caso dos solos
saturados, teramos uma parcela de tenso normal atuando nos contactos interparticulares e a
outra parcela atuando como presso na gua situada nos vazios.
A presso que atua na gua intersticial chamada de presso neutra (u) e a sua origem pode-
se dar pelas mais variedades razes algumas delas bastante complexas, como por exemplo,
pelo cisalhamento ou adensamento do solo. A situao mais simples a que ocorre pela
submerso do solo.
Neste caso, como os poros se interligam, a gua intersticial est em contato com a gua
situada sobre o solo e, portanto a presso neutra em qualquer ponto do plano a-a ser a
presso hidrosttica.
21aaa hhhu
A presso que atua nos contatos interparticulares denominada tenso efetiva
ah
Solo
sat
A A
1h
2h
01. Perfil de solo submerso
gua w
sat
NA
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ue
Portanto, a tenso efetiva e corresponde diferena entre a tenso total e a presso
neutra u . Vale ressaltar ainda que as consideraes, aqui feitas, se aplicam somente ao caso em que no
haja movimento de gua no solo, e que a presso neutra, sendo hidrosttica, num ponto
qualquer, tenha a mesma intensidade, em qualquer direo.
1. Massa Especfica Submersa
Seja o perfil de solo esquematizado na Figura 01. A tenso total no plano a-a se dever contribuio do peso de gua e do peso de solo.
2sat1a h.h.
A presso neutra u no plano considerado corresponde presso hidrosttica.
21 hhu a Dessa forma a tenso efetiva ser:
2121 hh.h.h.u asatae
22 h.h. subasate
A massa especfica submersa ou efetiva sub , que corresponde diferena entre a massa
especfica saturada do solo e a massa especfica da gua, permite calcular a tenso efetiva, em
qualquer plano de um solo submerso.
O valor de sub pode ser obtido, tambm, tendo em conta o Princpio de Arquimedes.
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Exerccios Resolvidos
1) Determinar a distribuio das presses verticais totais, efetivas e neutras nos seguintes
profundidades: 0, -5,-10:
Profundidade Presso Total Presso Neutra Presso Efetiva
0 0 0 0
-5 1,8 x 5 = 9 0 9
-10 9+ (2,16x5)= 19,8 1x5=5 14,8
-10
-5
0
0 5 10 15 20 25
Pro
fun
did
ad
e (
m)
Presso (t/m2)
PressoTotal
PressoNeutra
PressoEfetiva
Areia 1
nat 1 = 1,8 t/m3
N.A
Areia 2
nat 2 = 2,16 t/m3
0
-5,00
-10,00
-
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2) Dado o perfil do terreno, traar um grfico mostrando a variao das presses totais,
efetivas e neutras com a profundidade.
Ponto - 3,00 2/56,452,1.3 mtt
2/56,452,13 mtxt 3/0 mtu
3/56,4 mte
Ponto 4,50
3/16,244,01
67,21.44,0.1
1
..mt
e
S sasat
3/8,756,416,2.50,1 mtt 3/5,10,1.5,1 mtu
3/3,6 mte
Ponto -17,00
wssat
wsat
'
'
3/62,10,162.0 mtsat 2/05,288,762,1.5,12 mtt
2/0,145,11.5,12 mtu 2/05,14 mte
N.A
Aterro
nat = 1,52 t/m3
Areia Fina Compacta s = 2,67 t/m2
eeee e =
Argila Cinza Mole
sub =0,62 t/m3
Areia Pouco Argilosa
e = 0,42
nat = 2,0 t/m3
e = 0,44
0,00
-3,00
-4,50
-17,00
-25,00
-
Mecnica dos Solos I
Universidade Santa Ceclia 30
Ponto 25,0
2/05,4405,280,2.8 mtt
2/220,140,1.8 mtu 2/05,22 mte
Profundidade Presso Total Presso Neutra Presso Efetiva
0 0 0 0
-3 3x1,52=4,56 0 4,56
-4,5 4,56 + 2,16 x 1,5 = 7,8 1 x 1,5 = 1,5 6,3
-17 7,8 + (1,62 x 12,5) =28,05 1,5 + (1 x 12,5) = 14 14,05
-25 28,05 + ( 2x8 ) = 44,05 14 + (1 x 8) = 22 22,05
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Pro
fun
did
ad
e (
m)
Presso (t/m2)
Presso Total
Presso Efetiva
Presso Neutra
-
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2 Lista de Exerccios
Presses
1- Determinar a distribuio das tenses totais, efetivas e neutras no perfil abaixo.
+ 2,00
0,00
gua Salgada 3/ 015,1 mt
-4,00
Argila Impermevel
w = 30% 3/7,2 cmgs e = 1,25
- 6,50 w = 15 %
NA
-8,00
Rocha
Areia Fina Siltosa 3/65,2 mts e = 0,70
-
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2) Calcular a distribuio de presses totais, efetivas e neutras no perfil abaixo:
0,00
-1,50
NA 1
gua
- 4,00
Argila Impermevel 3kN/m 16
-6,50
Areia Cinza Fina e= 0,58 w = 20%
03,2 g/cm3 32,67g/cm s
-9,00
NA 2
Areia Grossa Cinza Clara 3kN/m 21
Rocha
-
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3) Calcular a distribuio de presses verticais totais, efetivas e neutras para o perfil
mostrado na figura abaixo.
+1,50
0,00
-2,00
-6,00
-8,00
-10,00
gua
Argila Impermevel 3/ 16 mkNnat
Areia Fina Siltosa e = 0,60
w = 10%
3/7,26 mkNs Areia Grossa
w= 20% e = 0,54 3/00,27 mkNs
Rocha Alterada
NA
NA
-
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4) Determinar a distribuio das presses verticais, totais, efetivas e neutras, no perfil.
1,50
0,00
-1,50
-3,00
-6,00
-9,00
-10,00
-13,00
Aterro 3/ 8,1 mtfnat
w = 12% NA-1
n = 37,5 % 3g/cm 67,2s Argila Arenosa
3g/cm 9,1nat Areia Fina
3/0,2 cmgnat Argila Impermevel
NA 2 S = 50% e = 0,5
3/65,2 cmgs Areia Grossa
Rocha
-
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5) Traar o diagrama de presses totais, efetivas e neutras para o perfil abaixo:
+2,00
-1,00
-5,00
-12,00
NA
Argila Orgnica Mole Preta e= 1,30 3/5,2 mts
Areia mdia, pouco compacta, marrom
n = 35% 3/67,2 cmgs
Areia grossa, compacta, marrom
3/67,2 cmgs
3/60,1 cmgnat
Rocha
-
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6) Traar o diagrama de presses totais, efetivas e neutras para o perfil abaixo:
+2,00
0,00
-3,00
-5,00
-7,00
-10,00
gua
Areia Fina Cinza Clara
e = 0,8 3/65,2 cmgs
Argila Impermevel 3/6,1 mtnat
w = 10% Areia Grossa Compacta NA
e = 0,50 3/67,2 cmgs
Rocha