apostila pre-vestibular brasil pré-colonial e início da colonização

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1 História do Brasil Prof. Lamarão Prof. Ms. Marco Lamarão Da Ilha de Vera Cruz ao Brasil. Em 1500, Pedro Alvarez Cabral aportava no “Novo Mundo” a fim de tomar posse daquilo que ele imaginava ser uma ilha. Por isso, denominou as nossas terras com o nome de “Ilha de Vera Cruz”. Somente em 1527, devido a importância que o Pau- Brasil adquiriu neste período, que aqui se denominou Brasil. Permanecendo cerca de um mês no Brasil e realizando duas Missas, Cabral manda retornar a Portugal uma de suas 13 naus com a “Carta de Achamento”, documento escrito pelo escrivão oficial da expedição, Pero Vaz de Caminha. Nela, se informava ao Rei o “achamento” de Terras sob seus domínios, bem como trazia as primeiras impressões desta terra ao Rei. O uso do termo “achamento”, utilizado pelo escrivão, tem sido utilizado por alguns especialistas com argumento em favor da Teoria da intencionalidade da viagem de Cabral ao Brasil. Nesta carta, Caminha descreve a falta de, à primeira vista, metais preciosos ou artigos que pudessem ser comercializados. A descrição dos índios, neste documento, revela certa simpatia pela população nativa, que é tratada, a partir da imagem de um povo ingênuo e, portanto desprovido de tanto conhecimento ou maldade, e por isso, passíveis de serem catequizados. Contudo, a reação dos portugueses com os nativos, se comparada com a reação dos espanhóis, pode ser considerada “menos entusiasmada ou surpresa”. Isto se deve, em grande medida, pelos portugueses terem quase 80 anos a mais de contatos com outras culturas que os espanhóis. Não havendo, portanto, artigos que pudessem ser comercializados na Europa, os primeiros anos após o descobrimento foi marcado por um relativo desinteresse dos Portugueses com as terras de cá. Este relativo desinteresse se explicava, em grande parte, pelo lucrativo comércio que representava as Índias naquele momento. Daqui levou-se “Pau- Brasil”, importante madeira para a confecção de móveis, instrumentos e navios, devido a sua resistência e também para o tingimento de roupas, graças a seu miolo avermelhado. Além do “Pau-Brasil”, papagaios e araras, alguns índios e algumas frutas exóticas foram levados para Portugal, para o reconhecimento das cortes lusitanas. Fragmentos d´A Carta de Achamento: “(...)A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. (...)” “Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre- Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- á nela tudo; por causa das águas que tem!”. Contudo, se o Pau- Brasil não era suficiente para mobilizar o interesse dos portugueses, o mesmo não se poderia dizer dos franceses que passaram a fazer visitas sistemáticas ao nosso litoral. Questionavam o Tratado de Tordesilhas e reivindicavam o princípio romano do utis possidetis” que afirmava que o direito da propriedade da terra é daquele que, efetivamente, ocupa-a.

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Apostila de história do Brasil sobre o inicio da colonizaçao e período pré colonial.

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Page 1: Apostila Pre-vestibular Brasil Pré-colonial e Início da Colonização

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História do Brasil Prof. Lamarão

Prof. Ms. Marco Lamarão

Da Ilha de Vera Cruz ao Brasil.

Em 1500, Pedro Alvarez Cabral

aportava no “Novo Mundo” a

fim de tomar posse daquilo que

ele imaginava ser uma ilha. Por

isso, denominou as nossas

terras com o nome de “Ilha de

Vera Cruz”. Somente em 1527,

devido a importância que o Pau-

Brasil adquiriu neste período,

que aqui se denominou Brasil.

Permanecendo cerca de um

mês no Brasil e realizando duas

Missas, Cabral manda retornar a

Portugal uma de suas 13 naus

com a “Carta de Achamento”,

documento escrito pelo escrivão

oficial da expedição, Pero Vaz de

Caminha. Nela, se informava ao

Rei o “achamento” de Terras

sob seus domínios, bem como

trazia as primeiras impressões

desta terra ao Rei. O uso do

termo “achamento”, utilizado

pelo escrivão, tem sido utilizado

por alguns especialistas com

argumento em favor da Teoria

da intencionalidade da viagem

de Cabral ao Brasil.

Nesta carta, Caminha descreve

a falta de, à primeira vista,

metais preciosos ou artigos que

pudessem ser comercializados.

A descrição dos índios, neste

documento, revela certa

simpatia pela população nativa,

que é tratada, a partir da

imagem de um povo ingênuo e,

portanto desprovido de tanto

conhecimento ou maldade, e

por isso, passíveis de serem

catequizados. Contudo, a reação

dos portugueses com os nativos,

se comparada com a reação dos

espanhóis, pode ser considerada

“menos entusiasmada ou

surpresa”. Isto se deve, em

grande medida, pelos

portugueses terem quase 80

anos a mais de contatos com

outras culturas que os

espanhóis.

Não havendo, portanto,

artigos que pudessem ser

comercializados na Europa, os

primeiros anos após o

descobrimento foi marcado por

um relativo desinteresse dos

Portugueses com as terras de

cá.

Este relativo desinteresse se

explicava, em grande parte, pelo

lucrativo comércio que

representava as Índias naquele

momento. Daqui levou-se “Pau-

Brasil”, importante madeira

para a confecção de móveis,

instrumentos e navios, devido a

sua resistência e também para o

tingimento de roupas, graças a

seu miolo avermelhado. Além

do “Pau-Brasil”, papagaios e

araras, alguns índios e algumas

frutas exóticas foram levados

para Portugal, para o

reconhecimento das cortes

lusitanas.

Fragmentos d´A Carta de

Achamento:

“(...)A feição deles é serem

pardos, um tanto avermelhados, de

bons rostos e bons narizes, bem

feitos. Andam nus, sem cobertura

alguma. Nem fazem mais caso de

encobrir ou deixa de encobrir suas

vergonhas do que de mostrar a

cara. Acerca disso são de grande

inocência. (...)”

“Até agora não pudemos saber se

há ouro ou prata nela, ou outra

coisa de metal, ou ferro; nem lha

vimos. Contudo a terra em é de

muito bons ares frescos e

temperados como os de Entre-

Douro-e-Minho, porque neste

tempo d'agora assim os achávamos

como os de lá. Águas são muitas;

infinitas. Em tal maneira é graciosa

que, querendo-a aproveitar, dar-se-

á nela tudo; por causa das águas

que tem!”.

Contudo, se o Pau- Brasil não

era suficiente para mobilizar o

interesse dos portugueses, o

mesmo não se poderia dizer dos

franceses que passaram a fazer

visitas sistemáticas ao nosso

litoral. Questionavam o Tratado

de Tordesilhas e reivindicavam o

princípio romano do “utis

possidetis” que afirmava que o

direito da propriedade da terra

é daquele que, efetivamente,

ocupa-a.

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História do Brasil Prof. Lamarão

Desta maneira, visando

organizar estas diferentes

condições, os portugueses

passam a organizar expedições

com o objetivo de reconhecer e

explorar o terreno (Expedições

de Reconhecimento) e outras

tinham como maior objetivo

proteger o litoral brasileiro de

“invasores” (Expedições guarda-

costas).

A EXPLORAÇÃO DO PAU-

BRASIL

O Pau-Brasil passaria a ser

explorado sob o Regime de

Estanco, ou seja, permitido

somente sob autorização régia.

Em 1504, foi criada a primeira

feitoria no Brasil (depósito

fortificado) pelo grupo que

adquiriu o direito do

comercializar o Pau-Brasil.

Segundo o acordo, este grupo-

liderado por Fernando de

Noronha- deveria mandar ao

Brasil seis naus por ano e

explorar, no mesmo período,

300 léguas da costa. Graças aos

seus serviços prestados à Coroa,

Fernando de Noronha foi

agraciado com a primeira

Capitania Hereditária Brasileira,

a então ilha de São João.

A exploração do Pau-Brasil

Para a exploração do Pau-

Brasil os portugueses se

utilizaram da força de trabalho

indígena, através do escambo.

Embora o escambo seja a troca

de mercadoria por outra

mercadoria, no caso brasileiro,

os portugueses trocavam

mercadorias de baixo valor (no

entanto muito admirados pelos

índios como espelhos, talheres,

colares, pentes, etc.) por

trabalho indígena. Era

responsabilidade do índio a

derrubada da árvore, seu

transporte à feitoria, bem como

prepará-la para o

armazenamento onde, somente

então, ele seria agraciado com

as bugigangas lusitanas.

A última das grandes

expedições foi a de Martim

Afonso de Souza e tinha como

objetivo primordial a ocupação

do território, ampliar o

conhecimento cartográfico

sobre a terra e expulsar os

barcos franceses. Esta expedição

marca uma virada na política

régia com relação ao Brasil.

Devido a constante ameaça dos

franceses nestas terras, além da

queda de lucro no comércio

com as Índias (motivada pela

concorrência), O Brasil passa a,

pouco a pouco, ganhar

importância no Império

ultramarino lusitano e, não

tardará muito, se tornará a mais

importante de todas as colônias

portuguesas.

Assim, em 1532, foi fundada a

Vila de São Vicente, primeiro

núcleo de povoamento efetivo

no Brasil. Ainda neste ano, a

Coroa Real irá estimular a

ocupação do território através

das Capitanias Hereditárias.

Para tanto, era necessário a

produção ou cultivo de algum

artigo que fosse valorizado na

Europa. O produto escolhido foi

o açúcar. Desta maneira, chega

ao fim o período que

denominamos Pré-colonial.

AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Devido a falta de recursos da

Coroa portuguesa para realizar o

povoamento de sua colônia no

Novo Mundo, esta preferiu

transferir a responsabilidade da

ocupação e do povoamento

para particulares. Foram

escolhidos médios e grandes

comerciantes para esta

empreitada, dividiu-se o

território em 14 faixas de terra

(ou 15 se contado Fernão de

Noronha) e delegou-se, cada

uma desta faixa a um

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História do Brasil Prof. Lamarão

responsável. Eram as capitanias

hereditárias.

As Capitanias Hereditárias

eram regulamentadas por dois

documentos básicos: (1) A Carta

de Doação (que permitia ao

donatário ao exploração e uso

da terra, contudo, a posse ainda

era do Rei); (2) Carta Foral que

estabelece os Impostos devidos

a Coroa pelo donatário, bem

como os direitos e deveres do

donatário. Dentre estes direitos

estava a possibilidade de doar

um pedaço de terra a outro

colono: a sesmaria. Uma

obrigação (quase nunca

comprida) era a obrigação da

exploração da terra em um

período máximo de 5 anos. O

donatário era, assim, a

autoridade maior dentro da

capitania.

As Capitanias Hereditárias

Não é possível afirmar que

esta medida tenha tido o

sucesso esperado, afinal das 14

Capitanias estipuladas em 1532,

somente obtiveram êxito

econômico a capitania de São

Vicente e a de Pernambuco

devido à indústria do açúcar.

São Vicente foi o primeiro

núcleo de povoamento branco

da colônia, fundada por Martim

Afonso de Souza, em 1532. O

objetivo de fundar o núcleo de

povoamento bem ao sul,

distante da metrópole, não foi

ocasional. Buscava-se

aproximar dos rios mais ao sul já

que, dali, tinha-se informações,

poder-se-ia chegar ao fabuloso

Peru, onde haviam sido

descobertas grandes jazidas de

Prata. Contribuiu para o êxito

desta vila a integração de sua

produção ao circuito mercantil

europeu, através do açúcar,

bem como sua variada produção

para a sua própria subsistência.

Outra importante função desta

vila para a colonização foi que

ela serviu de ponto de partida

para a catequização e

escravização dos índios. De um

lado, os jesuítas tiveram apoio

para fundar a cidade de São

Paulo. Por outro lado, uma

importante atividade econômica

da vila era a busca e

apresamento de índios para a

escravidão. Atividade esta que

foi fonte de tensão com os

religiosos na vila.

Pernambuco teve melhor êxito

em sua empreitada de produção

açucareira e isto se deve a dois

fatores principais: (1) maior

proximidade com a Metrópole,

diminuindo significativamente o

custo do transporte e tornando

o açúcar mais barato que em

São Vicente e (2) a existência do

solo massapé mais fértil e

propício ao cultivo do açúcar.

As demais capitanias ou não

chegaram a ser povoadas por

falta de recurso interesse dos

seus donatários, ou o

povoamento precisava muito

mais se preocupar em se

proteger dos ataques indígenas

de tribos hostis. Mesmo que em

1536, a Igreja católica tenha

proibido a escravização de

índios, ela ocorreria no Brasil, ( e

muito mais significativamente

na América Espanhola, onde foi

a base da colonização) sendo

mais um foco de tensão na

sociedade colonial, pois colocará

em conflito tanto os índios

contra os colonos quanto estes

contra a Igreja.

Contudo, populacionalmente,

as capitanias lançaram as

primeiras “sementes” daquilo

que viria a ser o Brasil Colonial,

ao darem vida aos primeiros

núcleos povoadores. O sentido

da colonização se desenhava: a

colônia deveria ter como

principal objetivo a produção de

riquezas que pudessem ser

exploradas pela metrópole,

enriquecendo-a. Para tanto, era

necessário a construção tanto

de uma estrutura de

administração que estimulasse e

controlasse estas riquezas (ao

mesmo tempo que deveria

procurar metais preciosos), bem

como de uma estrutura

econômica que possibilitasse

altos lucros no comércio

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História do Brasil Prof. Lamarão

europeu. Além disso, a

ocupação de ambos os litorais

do Atlântico Sul conferiria a

Portugal o monopólio das rotas

comerciais nesta região.

O GOVERNO-GERAL

Em 1548 a Coroa portuguesa

institui, através do Regimento

de Tomé de Souza, uma

estrutura administrativa

centralizada: O Governo-Geral.

Este “governo” teria como

tarefas principais: dar apoio e

estímulo aos colonos na

ocupação e exploração de terras

(sempre em busca de metais

preciosos, ainda mais com as

notícias da prata peruana),

combater de forma organizada

aos ataques indígenas em

diversas vilas bem como

estabelecer alianças com as

tribos amigas, organizar o

sistema de impostos e

tributação da colônia,

estabelecer feiras, além de

expulsar os franceses que, com

muita frequência, rondavam a

Costa brasileira.

Organograma Governo Geral da Colônia

Para isto, o Governador era

apoiado por três outras

autoridades: Capitão-mor

(defesa), ouvidor-mor (justiça),

provedor-mor (finanças).

Além desta estrutura

administrativa mais geral, havia,

nas maiores vilas e cidades, as

câmaras municipais, ocupadas

somente pelos homens bons

(ricos fazendeiros e donos de

escravos que tivessem o sangue

puro e comprovasse ter

nenhuma ascendência árabe,

judaica ou africana). Estas

câmaras eram, junto ao alcaide,

os responsáveis pela

administração local, tendo como

função a regulação do comércio,

a manutenção das obras

públicas, a organização dos dias

festivos, etc.

A cidade escolhida para ser a

Capital da colônia fora Salvador,

fundada para este objetivo, em

1549, situada na Capitania da

Bahia de Todos os Santos. Esta

região fora escolhida pois se

posicionava no “meridiano” dos

dois núcleos de povoação mais

importantes, devido ao fácil

acesso (era um porto natural

pois se trata de uma baía), além

de sua fertilidade. Esta capitania

tornou-se real devido ao

incidente com o seu antigo

donatário, o Bispo Francisco

Pereira Coutinho que terminou

sendo parte de um ritual de

antropofagia dos índios, após o

naufrágio do seu navio, que se

dirigia à metrópole.

O governo de Tomé de

Souza (1549-53):

Primo de

Martim

Afonso de

Souza, e

também

fidalgo, o

primeiro governador-geral do

Brasil teria pela frente uma

árdua missão. No combate aos

índios, tratou de organizar uma

missão punitiva aos índios que

comeram o bispo, tendo

declarado a “Guerra Justa” a

determinadas tribos indígenas

classificadas de hostis que, na

medida em que avançava a

colonização portuguesa, iam se

tornando mais numerosas. A

“Guerra Justa” foi motivo para o

aprisionamento e escravização

de inúmeros índios.

Além disto, Tomé de Souza foi

responsável pela introdução da

Companhia de Jesus no Brasil.

Os jesuítas serão peças

fundamentais para a

consolidação da colonização

lusitana no Brasil, em especial

no trato com os indígenas.

Também Tomé de Souza foi

responsável pela introdução das

primeiras cabeças de gado no

Brasil, dando origem a nossa

pecuária.

Contudo a implementação do

governo-geral não se deu sem

tensões. O donatário da

capitania de Pernambuco, a

mais bem sucedida da colônia,

não aceitou se submeter ao

governador geral. Esta querela

chegou até o Rei que preferiu

não interferir na bem sucedida

Tomé de Souza

Page 5: Apostila Pre-vestibular Brasil Pré-colonial e Início da Colonização

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História do Brasil Prof. Lamarão

capitania, reafirmando a sua

autonomia.

Na medida em que ia se

consolidando a colonização no

Brasil tornava-se cada vez mais

necessário o incentivo ao

crescimento populacional

brasileiro. Isto era realizado

tanto pelo estimulo do

casamento de colonos com as

nativas índias, através da

mestiçagem, como por política

de envio sistemático, por parte

da Coroa portuguesa, de

populações para a nossa terra,

destaca-se a importância de que

os degredados da metrópole

tiveram neste processo. Muitos

condenados pela justiça

metropolitana (pelos mais

diversos motivos mas,

especialmente, por motivos

religiosos) tinham como pena a

migração forçada para a colônia.

O Governo de Duarte da

Costa (1553-58):

O segundo

governo

geral não

obteve

tamanho

êxito como

o de seu

antecessor e

sucessor. Ao contrário, é mais

conhecido pro problemas

surgidos a época do que por

soluções. Problemas com a

Câmara Municipal de Salvador

ou com o Bispo da Bahia, ou

pela permanência da ameaça

indígena. Mas certamente, o

grande problema que marcou

este segundo governo foi a

invasão francesa na Baía de

Guanabara dando origem a

França Antártica. Ainda assim,

foi durante esta época que se

deu a fundação do colégio de

São Paulo, em 1554 pelos

jesuítas, que virá a se tornar

cidade.

O GOVERNO MEM DE SÁ

(1558-72):

O terceiro

governador

terá como

principal

tarefa a

expulsão dos

franceses do

território colonial que foi obtida

após ação tanto de seu

sobrinho, Estácio de Sá, quanto

dos jesuítas, responsáveis por

“quebrar” a aliança dos

franceses com a Confederação

dos Tamoios, uma aliança de

diversas tribos para combater os

portugueses. Em tupi, tamoio

significa, “os mais antigos do

lugar”. Neste processo, Estácio

de Sá funda, em 20 de janeiro

de 1565, a cidade de São

Sebastião do Rio de Janeiro,

atualmente conhecida (com

justiça) por cidade maravilhosa,

devido aos seus encantos

naturais. Esta cidade se tornará

uma capitania real, ou seja,

submetida diretamente ao Rei,

por intermédio de um

governador. Aos poucos

perceberemos o crescimento de

número de capitanias reais com

relação às capitanias

hereditárias, este processo se

acelerará quando da descoberta

do ouro, resultado de um

controle mais intenso da Coroa

com o que é produzido na

colônia.

O próximo governador-geral é

morto antes de desembarcar no

Brasil, em confronto com

corsários franceses. Em 1572, A

Coroa divide o território colonial

em duas jurisdições distintas:

norte e sul. O norte

compreendia de Pernambuco a

Porto Seguro, com capital em

Salvador. O sul compreendia da

Capitania de Ilhéus a São

Vicente. Esta divisão durou até

1578. Em 1580, devido a morte

do Rei de Portugal, sem deixar

herdeiros diretos se dá a união

do reino de Portugal com a

Espanha, pois o Rei da Espanha

é, pela linha sucessória, o

parente mais próximo. Tem

início a União Ibérica.

Duarte da Costa

Mem de Sá