apostila protozo+ürios floresta
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRAPROFª: ANDRÉA BEZERRA DE CASTRODISCIPLINA: ZOOLOGIA APLICADA
PROTOZOÁRIOS
Características GeraisEmbora os protozoários, não sejam mais considerados animais, estando incluídos atualmente no Reino Protista,
ainda continuam sendo estudados na Zoologia.Os protozoários são protistas eucariontes, não fotossintéticos, unicelulares. A maioria dos protozoários é de vida livre, habitando mares, ambientes dulcícolas, águas salobras ou solos úmidos.
Muitas espécies são zooparasitas que dependendo, do local onde parasitam são denominados: citoparasitos, histoparasitos, hemoparasitos, enteroparasitos e mioparasitos. Os fitoparasitos são mais raros, vivendo, geralmente, na seiva das plantas, como exemplo, temos representantes do gênero Phytomonas. A simbiose e o comensalismo são frequentes. Existem formas coloniais.
Se a teca for agregada pelo protozoário, é dita autófia, e se constituída por partículas do meio (tal como grãos de areia e frustulas de diatomáceas) é dita xenófia.Os principais organóides utilizados pelo protozoários para seu deslocamento, de acordo com sua forma e organização, são os pseudópodes, os cílios e os flagelos. Os pseudópodes consistem em extensões de citoplasma circulante, que podem servir também para a captura do alimento. Os cílios são processos microscópicos com forma de cabelo, preso a uma superfície livre da célula; geralmente são numerosos, arranjados em fileiras e capazes de vibrar. Os flagelos são extensões filiformes capazes de vibração e semelhantes a longos chicotes.
A forma desses protistas pode ser fixa ou variável, no primeiro caso podem ser esféricos, ovalados, discoidais ou fusiformes. Quase a totalidade dos protozoários é microscópica, por outro lado, existem espécies gigantescas, como é o caso de Spirostomum que alcança até 3,0 mm de comprimento, contudo a maior espécie conhecida é o fóssil de Numulites com 19cm de diâmetro. Em relação a cor a maioria é hialina. Os protozoários são encontrados em todas as regiões do globo, mas predominam em ambientes tropicais e subtropicais.
Algumas espécies podem apresentar organóides de sustentação e/ou proteção constituídos por escleroproteínas, carbonato de cálcio, silício ou de sulfato de estrôncio denominados de tecas, lóricas ou carapaças.
Relação dos protozoários com a agriculturaOs protozoários estão relacionados a agricultura sob dois aspectos: como patógenos de pragas, sendo úteis em
programas de controle biológico ou como patógenos de plantas, causando prejuízos expressivos ao produtor.
Importância como Agentes de Controle BiológicoO controle biológico utilizando protozoários ocorre principalmente através da contaminação oral do
hospedeiro, ou seja, o protozoário necessita ser ingerido para iniciar o processo da doença. Outra forma é através dos ovos e transovariana. Existem relatos da transmissão por parasitas e predadores.
O inóculo é, geralmente, representado por esporos, cistos ou outra fase do desenvolvimento do protozoário.Na tabela a seguir encontramos os principais gêneros de protozoários patogênicos as pragas:
Importância como FïtopatógenosOs protozoários de interesse fitopatológico são incluídos no filo Mastigophora, Classe Zoomastigophorasida,
ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae, gênero Phytomonas. São referidos como parasitas de mais de uma centena de espécies vegetais, pertencentes às famílias:
Euphorbiaceae, Asclepiadaceae, Apocinaceae, Moraceae, Rubiaceae, Palmae, Leguminosae, Solanaceae, Sapotacea e Compositaeae.
No Brasil estão associados principalmente a palmaceas como: coqueiro (Cocos nucifera); dendezeiro (Roystonea regional), piaçava (Attala funnifera); palmeira-maripa (Maximiliana maripa) e palmeira rabo-de-peixe anã (Carioyota mites), nas quais causam a doença denominada de murcha de Phytomonas, sendo importante do ponto de vista econômico por provocar a morte das plantas.
São protozoários com predomínio da forma promastigota, medindo de 12 a 20 mm de comprimento por 1,5 mm de largura. São fusiformes e torcidos duas e três vezes em relação ao eixo longitudinal do corpo, o qual apresenta na região anterior, um flagelo variando de 10 a 15 um, que permite a mobilidade do protozoário.
Os sintomas apresentados por plantas infestadas por Phytomonas são variáveis conforme o hospedeiro e localização do flagelado na planta. Quando o protozoário localiza-se nos tubos de látex, o sintoma característico é o amarelecimento, deformação, seca e queda das folhas, sendo raramente constatados, podendo nestes casos causar subdesenvolvimento, declínio e morte.
No interior do floema do cafeeiro, Phytomonas leptorosorum provoca o amarelecimento e queda das folhas mais velhas, palidez, amarelecimento e queda de folhas novas, morte da planta após três a doze meses dos primeiros sintomas.
Em palmaceas verifica-se murcha, amarelecimento e escurecimento da folha: podridão do broto apical; necrose das inflorescências e raízes, e por fim a morte da planta.
Já plantas de mandioca apresentam clorose generalizada, subdesenvolvimento, além da ocorrência de raízes delgadas, em pequeno número, sendo este sintoma conhecido chocheamento de raízes. Estes protozoários são transmitidos de uma planta para outra por percevejos. cigarras e cigarrinhas.
Uma das maneiras de se prevenir da doença consiste em eliminar as plantas daninhas, as folhas mais velhas e as bainhas mortas, as quais podem abrigar os insetos vetores. O controle químico do vetor é fundamental para diminuição da incidência da doença.
Para o protozoário não existe ainda controle químico eficiente, embora alguns produtos já tenham sido constados eficazes in vitro, como a ciclohexemida, mas ao serem testados in vivo mostraram fitotoxicidade para o coqueiro.
Algumas espécies e híbridos de coqueiro e dendezeiro parecem menos suscetíveis a Phytomonas, todavia carecem de maiores estudos.
Principais gêneros de protozoários patogênicosFILOS ORDENS GÊNEROS HOSPEDEIROSSARCOMASTIGOPHORANúcleo simples, exceto em Foraminiferidae, locomoção por flagelos, pseudópodes ou ambos.
KINETOPLASTIDA - 1 ou 2 flagelos Blastocrithidia Diversos AMOEBIDATipicamente unicelulares, mitocondrias
MalpighamoebaMalamoebaDobelina
AbelhasOrtópterosDípteros
APICOMPLEXAComplexo apical só visível ao microscópio eletrônico, cílios ausentes, reprodução por singamia, todos parasitos.
EUGREGARINIDAMerogania ausente, gametogonia e esporogonia presente
Gregarina Diversos
NEOGREGARINIDAMerogonia dentro de tubos de Malpighi, intestino, hemocele ou tecido adiposo
Mattesia Coleópteros e Lepdópteros
EUCOCCIDIDAMerogonia presente
Adelina Coleópteros
MICROSPORAEsporos unicelulares com filamento polar, parede não perfurada contendo esporoplasma uni ou binucleado, com aparelho de extrusão.
MINISPORIDATendência geral para o desenvolvimento mínimo de organelas acessórias de esporos
ChytridiopisHessea
Coleópteros Dípteros
MICROSPORIDATendência ao máximo desenvolvimento e especialização variada de organelas acessórias de esporos
BurunellaChytridiopisDuboscquiaGurleyaNasemaOctosporeaPleistophoraTelomyxaTeloahaniaTaxoglugeaVairimorfa
FormigasColeópteros Dípteros e IsópterosDiversosDiversosDípteros, Hemípteros e LepdópterosLepdópterosColeópterosLepdópteros e OrtópterosOrtópterosColeópteros e Dípteros
CILIOPHORAOrganelas representadas por cílios curtos e contráteis, geralmente 2 tipos de núcleo.
HYMENOSTOMATIDACavidade bucal bem definida contendo membranelas com base infraciliar com 3 a 4 filas de quinetosomas espaçadas
Tetrahymena Dípteros
As principais características do inseto doente e da doença causada por protozoário são as seguintes:a) desenvolvimento retardado,b) deformação nos apêndices, pupação anormal,c) dificuldades no movimento e falta de apetite,d) secreção anal esbranquiçada,e) cutícula transparente com áreas branco-opacas ou com presença de pontos escuros,í) os protozoários formam esporos ou cistos resistentes que conseguem sobreviver em ambientes desfavoráveis,g) as epizootias* são limitadas a pequenas áreas (focos)h) os protozoários atuam lentamente sobre a população de insetos, podendo torná-la suscetível a viroses,i) podem ser disseminados pêlos ovos, o que facilita o desenvolvimento das epizootias, podendo ser utilizados em colonização,j) dificilmente são empregados com inseticidas microbianos em grandes áreas devido à dificuldade de multiplicação, sendo a maioria parasites obrigatórios.
* epizootia = doença que ataca numerosos animais ao mesmo tempo em um mesmo lugar
Importância como FïtopatógenosOs protozoários de interesse fitopatológico são incluídos no filo
Mastigophora, Classe Zoomastigophorasida, ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae, gênero Phytomonas.
São referidos como parasitas de mais de uma centena de espécies vegetais, pertencentes às famílias: Euphorbiaceae, Asclepiadaceae, Apocinaceae, Moraceae, Rubiaceae, Palmae, Leguminosae, Solanaceae, Sapotacea e Compositaeae.
No Brasil estão associados principalmente a palmaceas como: coqueiro (Cocos nucifera); dendezeiro (Roystonea regional), piaçava (Attala funnifera); palmeira-maripa (Maximiliana maripa) e palmeira rabo-de-peixe anã (Carioyota mites), nas quais causam a doença denominada de murcha de Phytomonas, sendo importante do ponto de vista econômico por provocar a morte das plantas.
São protozoários com predomínio da forma promastigota, medindo de 12 a 20 mm de comprimento por 1,5 mm de largura. São fusiformes e torcidos duas e três vezes em relação ao eixo longitudinal do corpo, o qual apresenta na região anterior, um flagelo variando de 10 a 15 um, que permite a mobilidade do protozoário.
Os sintomas apresentados por plantas infestadas por Phytomonas são variáveis conforme o hospedeiro e localização do flagelado na planta. Quando o protozoário localiza-se nos tubos de látex, o sintoma característico é o amarelecimento, deformação, seca e queda das folhas, sendo raramente constatados, podendo nestes casos causar subdesenvolvimento, declínio e morte.
No interior do floema do cafeeiro, Phytomonas leptorosorum provoca o amarelecimento e queda das folhas mais velhas, palidez, amarelecimento e queda de folhas novas, morte da planta após três a doze meses dos primeiros sintomas.
Em palmaceas verifica-se murcha, amarelecimento e escurecimento da folha: podridão do broto apical; necrose das inflorescências e raízes, e por fim a morte da planta.
Já plantas de mandioca apresentam clorose generalizada, subdesenvolvimento, além da ocorrência de raízes delgadas, em pequeno número, sendo este sintoma conhecido chocheamento de raízes. Estes protozoários são transmitidos de uma planta para outra por percevejos. cigarras e cigarrinhas.
Uma das maneiras de se prevenir da doença consiste em eliminar as plantas daninhas, as folhas mais velhas e as bainhas mortas, as quais podem abrigar os insetos vetores. O controle químico do vetor é fundamental para diminuição da incidência da doença.
Para o protozoário não existe ainda controle químico eficiente, embora alguns produtos já tenham sido constados eficazes in vitro, como a ciclohexemida, mas ao serem testados in vivo mostraram fitotoxicidade para o coqueiro.
Algumas espécies e híbridos de coqueiro e dendezeiro parecem menos suscetíveis a Phytomonas, todavia carecem de maiores estudos.
Famílias
Euphorbiaceae
Acalypha hispida Acalifa-macarrãoAcalypha reptans Rabo-de-gatoAcalypha wilkesiana Crista-de-peruCodiaeum variegatum CrótonEuphorbia cotinifolia Leiteiro-vermelhoEuphorbia fulgens Chiquita-bacanaEuphorbia ingens Cacto-candelabroEuphorbia leucocephala Cabeleira-de-velhoEuphorbia milii Colchão-de-noivaEuphorbia pulcherrima PoinsétiaPedilanthus tithymaloides Sapatinho-do-diabo
AsclepiadaceaeAsclepias physocarpa Flor-borboletaCeropegia woodii Corações-emaranhadosStapelia hirsuta Flor-estrelaStephanotis floribunda Jasmim-de-madagascar
ApocynaceaeAdenium obesum Rosa-do-desertoAllamanda blanchetti Alamanda-roxaAllamanda cathartica AlamandaAllamanda polyantha Alamanda-de-cercaCatharanthus roseus VincaHoya carnosa Flor-de-ceraMandevilla splendens DipladêniaNerium oleander EspirradeiraPlumeria rubra Jasmim-mangaThevetia peruviana Chapéu-de-napoleãoVinca major Vinca-pendente
MoraceaeArtocarpus altilis Fruta-pãoFicus auriculata Figueira-de-jardimFicus benjamina FicusFicus pumila Unha-de-gatoMorus nigra Amoreira-negra
Rubiaceae
Gardenia jasminoides GardêniaIxora chinensis Ixora-chinesaIxora coccinea IxoraMussaenda alicia Mussaenda-rosaMussaenda erythrophylla Mussaenda-vermelhaMussaenda philippica Mussaenda-brancaPentas lanceolata Estrela-do-egito
SolanaceaeBrugmansia suaveolens TrombeteiroBrunfelsia uniflora Manacá-de-cheiroCapsicum sp PimentaCestrum nocturnum Dama-da-noitePetunia integrifolia Petúnia-perenePetunia x hybrida Petúnia-comumPhysalis sp FisalisSolanum lycopersicum TomateSolanum mammosum Teta-de-vacaSolanum melongena Berinjela
MÉTODOS DE FIXAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE PROTOZOÁRIOSOs protozoários, não marinhos podem ser fixados em Bouin ou solução
de Noland's, que serve como fixador e corante.
Bouin- ácido pícrico (solução saturada) 15 partes- formalina 5 partes- ácido acético glacial 1 parte
Solução de Noland"s- solução saturada aquosa de fenol 80mS- formalina 20ml- glicerina 04ml- violeta de genciana 20me
Misturar com 1 ml de água antes de adicionar os outros ingredientes. Uma gota de reagente deve ser misturada com uma gota da cultura antes de cobrir com a lamínula.
Outros corantes podem ser utilizados, tais como:Azul de metileno: coloca-se uma gota sobre uma lâmina, deixa-se secar e
posteriormente colocar uma gota da cultura.Verde metil acidulado a 0,1% em ácido acético, visando corar o núcleo.Carmim em pó: coloca-se uma pitada sobre a lâmina e posteriormente
uma gota da cultura. Visando uma melhor observação do vacúolo digestivo.Solução de lugol: coloca-se uma gota sobre a lâmina e depois uma da
cultura. Serve para a visualização de cílios e flagelos.
Para diminuir os movimentos a fim de facilitar a observação de protozoários, pode-se utilizar alguns narcóticos, como o açúcar, o álcool isopropílico e ágar a 0,l %.
Ás vezes, fibras de algodão podem diminuir o rápido movimento dos protozoários, funcionando como um obstáculo ou rede.