apostila texto e hipertexto
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Prof. Henrique Duque de Miranda Chaves Filho
Reitor
FACULDADE DE MEDICINA
Prof. Júlio Maria Fonseca Chebli
Diretor
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Profa. Déa Lúcia Campos Pernambuco
Diretora Geral
Prof. José Antônio de Aravena Reyes
Coordenador Geral
Prof. Maurício Aguilar Molina
Coordenador Acadêmico
ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
Profa. Darcília Maria Nagen da Costa
Coordenadora
Prof.ª. Luciene Domenici Mozzer
Professora
Prof. Aloísio Marioni Abib
Revisão textual
2
Sumário
1. Introdução .............................................................................................. 3
2. Semana 1 - As TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) e a relação
com o professor......................................................................................... 6
3. Semana 2 - Caracterizar os textos didáticos, bem como sua função no
processo educacional ....................................................................................
12
4. Semana 3 – Novas TICs para ler e escrever ................................................... 20
5. Semana 4 – Hipertexto na Teoria e na prática................................................ 26
6. Semana 5 – Hipertexto e Gêneros Digitais ...................................................... 33
7. Transpondo Barreiras ................................................................................ 42
8. Referências Bibliográficas.......................................................................... 43
9. Banco de Imagens ......................................................................................... 44
3
Introdução
Prezado Cursista,
“(...) ensino de qualidade afinado com as
exigências do mundo contemporâneo é uma
questão moral, de competência e sobrevivência
profissional.” (LIBÂNEO, 2011. P. 50)
Acabamos de concluir a primeira etapa do nosso curso. Você cursou as disciplinas
Introdutórias: Introdução ao curso e ao Ambiente Virtual e Informática Básica. Tivemos
a oportunidade de vivenciar o uso da Plataforma Moodle e de algumas ferramentas,
que, ao longo do curso, vamos utilizar, assim como, na disciplina Informática Básica,
pudemos conhecer um pouco das funções do editor de texto Word.
O momento agora é de nos aprofundar nas disciplinas ligadas ao processo de inserção
das Mídias na Educação, ou seja, iremos identificar os aspectos teóricos e práticos
referentes aos meios de comunicação no contexto das diferentes mídias e do uso
integrado das linguagens de comunicação.
Trabalharemos com a disciplina Produção de texto Didático e Hipertexto na Educação.
Texto didático é aquele que explicitamente visa a instruir, que tem
finalidades pedagógicas, que está relacionado ao ensino das ciências, das
artes, das técnicas, etc.
(http://albertofedel.blogspot.com.br/2009/06/texto-didatico.html)
4
Os objetivos da disciplina são:
caracterizar o texto didático como unidade de comunicação, analisando os
textos didáticos e de gêneros pedagógicos variados e identificando a aplicabilidade das
estratégias de leitura e produção textual escrita;
definir o conceito de hipertexto, bem como sua construção e utilização no
contexto educacional, compreendendo-o como uma ferramenta facilitadora do
processo ensino aprendizagem.
Lembre-se: você têm autonomia de buscar outras fontes além desta apostila. Use
todos os recursos que conhece. A internet é uma boa aliada. Mas, cuidado! É preciso
ter cautela ao buscar informações. Procure pesquisar em sites confiáveis.
Não se intimide! Vá em frente! Você não está sozinho! Nós, do curso de Mídias na
Educação, estamos prontos para auxiliá-lo na construção do seu aprendizado. Vamos
embarcar nesta nova aventura?!
Hoje vivemos mudanças significativas na educação. Nós, como educadores1, temos o
compromisso de nos adequarmos às novas exigências educacionais.
1 Chamo “educadores” todas as pessoas que têm o comprometimento em melhorar a
educação no nosso país.
Você já parou para pensar
quais seriam essas “novas”
exigências educacionais ou
habilidades e competências
que o professor precisa ter?
Imagem 1
5
Neste momento do curso vamos falar um pouco dessas novas exigências. Pretendemos
alcançar os seguintes objetivos:
Compreender as exigências educacionais, sua contemporaneidade, e novas
atitudes dos docentes;
Refletir sobre as TICs (Tecnologias de Informação e Conhecimento) e suas relações
com o professor;
Caracterizar os textos didáticos, bem como sua função no processo educacional;
Discutir o sentido de letramento digital;
Investigar os conceitos de Hipertexto e de Gêneros Digitais;
Investigar a função do hipertexto na educação.
Como você pode observar temos muito a aprender nesta nova etapa! Após termos
apresentado nossos objetivos, vamos dar início aos nossos estudos.
Quero apenas lembrar-lhe que a apostila é apenas um apoio à aprendizagem. Nossas
atividades serão realizadas no AVA2.
2 Ambiente Virtual de Aprendizagem – Moodle.
6
AS TIC’S (TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO) E A RELAÇÃO COM O
PROFESSOR
“Já disseram que deveríamos fazer dos livros o
que a abelha faz das flores: tirar o néctar
contido neles e fazer dele o nosso mel.”
(C. C. Colton)
Neste primeiro momento, procuraremos compreender as exigências educacionais, sua
contemporaneidade, e as novas atitudes dos docentes.
A primeira pergunta que devemos fazer é:
Para tentarmos compreender essa pergunta, precisaremos investigar a escola como
espaço para formação e desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas.
Trata-se de capacitar o aluno a selecionar informações, articulando-se com o domínio
de linguagens, de forma que seu aprendizado tenha significado.
O que deve ser a escola em face dessas novas tecnologias e realidade?
7
Segundo LIBÂNEO, 2011
“O valor do aprendizado escolar está nos significados da cultura e da ciência por meio de mediações cognitivas e interacionais providas pelo professor. Escola concebida como espaço de síntese, buscando a formação geral, preparando o aluno para uso das tecnologias, desenvolvendo sua capacidade cognitiva e operativa, formando cidadãos críticos para o exercício da cidadania crítica e formação ética.” (p.29)
A escola deve deixar de ser uma transmissora de informação e transformar-se em um
espaço de interação, troca de informações e construção do conhecimento,
possibilitando ao aluno analisar criticamente e produzir de forma a contribuir
significativamente para o seu aprendizado.
É preciso que toda a comunidade escolar esteja envolvida nesse processo de
mudança. Uma boa educação não se efetiva somente na relação professor/aluno.
Diretores, corpo docente equipe pedagógica, equipes administrativas, devem estar
focados no mesmo objetivo.
As escolas, segundo ALARCÃO (2010) “são espaços onde novas competências devem
ser adquiridas ou reconhecidas e desenvolvidas”, sendo a tecnologia o “carro chefe”
para essa transformação.
Você deve estar se
perguntando: e o professor,
como fica nessa história? O
que isso tem a ver com o
curso que estou fazendo?
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8
Pois bem, tem tudo a ver! A Tecnologia está associada às Mídias3. Se um dos
objetivos da escola é transmitir o conhecimento, as mídias possuem um papel muito
importante no processo educacional, pois é através delas que a informação vai
transitar entre os alunos.
Tudo bem! Entendemos, em poucas palavras, a função das mídias no processo
educacional.4 Mas e o professor (aquele... que interage com o aluno dia a dia) como
fica?
Chegou a hora de desvendarmos um pouco esse mistério, ou seja, essa relação
professor/tecnologia!
Devemos lembrar, antes de qualquer coisa, que o professor tem o seu lugar, como
presença indispensável e insubstituível no processo educacional do aluno. Porém, é
preciso que ele procure se adequar às novas exigências educacionais.
Recorremos novamente a Libâneo (2011),
“O novo professor precisaria, no mínimo, de adquirir sólida cultura geral, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional e dos meios de informação, habilidade de articular as aulas com as mídias e multimídias.” (p. 29-30)
Não pretendemos nesta unidade abordar todos os pontos, mas referenciar aqueles
que julgamos essenciais ao processo educacional.
3 Segundo o dicionário, Mídias é um conjunto de meios que veiculam a informação, de modo a
atingir as massas.
4 Ao longo do curso iremos nos aprofundar mais no assunto, procurando entender melhor a
inserção das mídias na educação, como se dá o processo e como utilizá-las.
9
Para falarmos das novas atitudes docentes, vamos nos apoiar no autor José Carlos
Libâneo, corroborando de forma simples e clara essas exigências.
Para ao autor são dez os “pontos que sinalizam um posicionamento do professor sobre
as novas atitudes docentes diante das realidades do mundo contemporâneo.”
Para facilitar nosso aprendizado, apresentaremos suscintamente, no formato de
quadro, esses "dez pontos". Temos como objetivo mostrar uma visão macro das
competências do professor.
COMPETÊNCIAS
1
Assumir o ensino como mediação: aprendizagem do aluno com a ajuda
pedagógica do professor.
2
Modificar a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares para uma
escola e uma prática interdisciplinares
3 Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender.
4
Persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva crítica
dos conteúdos, a habituarem-se a apreender as realidades enfocadas nos
conteúdos escolares de forma crítico-reflexiva.
5 Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e
desenvolver capacidade comunicativa.
6 Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação na sala de aula
(TV, vídeo, games, computador, internet, CD, etc...)
7 Atender à diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola
e da sala de aula.
8 Investir na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do
processo de formação continuada.
9 Integrar no exercício da docência a dimensão afetiva.
10 Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e
atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si próprios.
10
O que pretendemos nesta semana é despertar você para que reflita a respeito das
novas exigências educacionais, pois não podemos prosseguir com nossa exploração se
não entendermos bem as questões abordadas acima.
RESUMO DA SEMANA
Nesta semana tivemos a oportunidade de conhecer um pouco
a respeito das novas exigências educacionais e de sua
influência sobre o processo educacional, bem como o papel do
professor inserido nesse processo tecnológico.
Não temos a intenção de esgotar toda discussão sobre o tema
e sim de iniciarmos uma reflexão que permeará todo o curso
de Mídias na educação.
Se quiser aprofundar mais seu conhecimento a respeito das
TICs e sua relação com o professor, sugiro a leitura dos livros:
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus
professora?: novas exigências educacionais e profissão
docente. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola
reflexiva. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
11
Atividade na Plataforma
Na plataforma você encontra disponibilizado nesta semana um Fórum de discussão da
temática abordada acima. Nosso objetivo é aprofundar na plataforma as nossas
reflexões.
Não deixe de participar dessa oportunidade de interagir com os demais colegas,
postando suas ideias, bem como lendo e comentando as postagens de seus colegas.
Lembre-se: esse Fórum ficará aberto somente nesta semana!
Estamos esperando você na plataforma!
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Anotações extras
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TEXTOS DIDÁTICOS E SUA FUNÇÃO NO
PROCESSO EDUCACIONAL
“O que é difícil não é escrever muito, é dizer
tudo, escrevendo pouco. A concisão e a
brevidade, virtudes gregas, são meio caminho
para a perfeição.”
(Julio Dantas, A arte de redigir)
Após compreendermos as exigências educacionais atuais, sua contemporaneidade e as
novas atitudes dos docentes, vamos agora refletir um pouco sobre os textos didáticos,
bem como sobre suas funções no processo educacional.
No mundo contemporâneo, a palavra comunicação5 transformou-se numa
extraordinária ferramenta nas relações humanas e no comportamento individual.
O ser humano tem uma necessidade de externar seus sentimentos ou ideias. Para que
tal comunicação ocorra, vários caminhos são trilhados. O que destacaremos aqui é a
comunicação escrita.
No meio acadêmico existem várias maneiras de o aluno externar suas ideias.
Abordaremos algumas que irão corroborar6 sua caminhada ao longo do curso.
5 Comunicar implica busca de entendimento de compreensão. Em suma, contato. É uma ligação,
uma transmissão de sentimentos e ideias.
6 Você deve está pensando que palavra maluca é essa! Não se preocupe! Estou aqui para
responder. Corroborar segundo o dicionário significa: validar, fortalecer.
13
Alguns alunos têm dificuldade de produzir textos didáticos. Segundo estudiosos esse
despreparo se dá pelo fato de o aluno não estar preparado para escrevê-los, ou seja,
devido à falta de ensino sistemático desses gêneros.
Recentes pesquisas comprovaram que não é tão fácil escrever academicamente. É
preciso desenvolver capacidades para explorar as complexidades dos gêneros.
O que aqui propomos é explanar de forma simples os gêneros mais usados na nossa
vida profissional, pois a todo instante somos provocados a expor nossas ideias através
da escrita.
Tudo bem até aqui? Entende agora a importância dos registros acadêmicos?
Vamos começar conhecendo, mais profundamente, o RESUMO.
Acreditamos que a proposta pode contribuir para o trabalho do professor e do aluno
ajudando a conhecer melhor o gênero e a produzi-lo de forma adequada.
Segundo MARTINS e ZILBERKNOP (2008)
“Resumo é a apresentação concisa dos pontos mais importantes de um texto. Sua característica principal é a fidelidade às ideias do autor. A interpretação deve ficar em nível de objetividade e a estrutura implica um plano lógico, orgânico, capaz de revelar o fio condutor traçado pelo autor: introdução, desenvolvimento e conclusão. O resumo deve ter, ainda, um cunho pessoal que permita mostrar os conceitos fundamentais do texto a partir da assimilação individual de quem o redige.” (p.267)
Você consegue imaginar a importância do resumo, da resenha e da
monografia para sua vida profissional e acadêmica? Que tal começar a
refletir a respeito das possibilidades que esses gêneros oferecem?
14
O resumo indica apenas os pontos principais do texto, segundo a autora, não
apresenta dados qualitativos ou quantitativos. Informa o suficiente para que o leitor
possa ter uma ideia sobre o texto de forma global, expondo finalidades, metodologia,
resultados e conclusões.
Para escrever um resumo precisamos seguir alguns critérios, que abordaremos a
seguir.
A partir deste ponto, tudo que formos abordar estará pautado em MACHADO (2006).
A autora explica, no seu livro, o passo a passo para entendermos o resumo.
Antes de ler, resumir ou produzir qualquer texto, precisamos ter consciência de que:
a antecipação do conteúdo do texto pode facilitar a leitura;
todo texto é escrito tendo em vista um leitor potencial;
o texto é determinado pela época e local em que foi escrito;
todo texto possui um autor que teve um objetivo para a escrita daquele texto;
o texto é produzido tendo em vista o veículo em que irá circular.
A sumarização é um processo essencial para a produção de resumos, pois permite que
sejam destacados pontos importantes, podendo ser materializada em uma parte do
texto ou em um texto inteiro.
Imagem 3
Após entender o significado
do resumo, ficam as
perguntas:
Mas como se faz um?
O que ele precisa conter?
Imagem 3
15
Veja o exemplo abaixo.
Quando lemos um texto, a primeira leitura deve ser de identificação de pontos
relevantes. Abaixo descrevo alguns pontos que podem facilitar a construção do
resumo.
Um dos pontos importantes para escrever um bom resumo é compreender o texto que
será resumido.
Para a autora é preciso detectar as ideias que o autor coloca como sendo as mais
relevantes, sobretudo quando se tratar de gêneros argumentativos7. É importante
destacar:
a questão que é discutida;
a posição (tese) que o autor rejeita;
a posição (tese) que o autor sustenta;
os argumentos que sustentam ambas as posições;
a conclusão final do autor.
7 Artigos de jornal ou artigos científicos.
“Você deve fazer as atividades, pois, do contrário, não vai aprender e vai tirar
nota baixa.”
Sumarização: você deve fazer as atividades.
16
Para que o resumo seja claro e coerente, é preciso indicar as relações entre as ideias
do resumo e explicitar as relações entre as ideias do texto.
Todo resumo é baseado no texto de outro autor, portanto deve ficar claro a autoria do
texto, mencionando-se frequentemente o seu autor. Isso evita que um eventual leitor
tome o texto como sendo de autoria de quem o resumiu, o que tornaria o resumo um
plágio.
Concluindo...
Tivemos a oportunidade de explorar o gênero Resumo. Tenho certeza de que, a partir
de agora, ao realizar um resumo, você poderá refletir melhor sobre a maneira de
escrever.
Não podemos parar por aqui! Vamos continuar nossa caminhada. Agora vamos
entender um pouco de RESENHA.
Primeiramente, vamos deixar clara a diferença entre resenha e resumo. Hoje, em
nosso meio educacional, existe um grande equívoco em relação ao significado dos dois
gêneros.
Ex: No texto que escrevo faço referência a
todo instante à fonte da qual retirei o
conteúdo.
17
Observamos no elemento gráfico acima que a diferença entre resumo e resenha
baseia-se no comentário crítico e nas avaliações.
Ao escrever uma resenha acadêmica, você deve levar em consideração que estará
escrevendo para seu professor, que indicou a leitura, e, assim, deve conhecer a obra.
Portanto, a produção da resenha avaliará não só sua leitura da obra, através do
resumo, que faz parte da resenha, mas também sua capacidade de opinar sobre ela.
A autora, em seu livro, observa que:
“Quando se escreve um texto, é importante guiar o leitor para que ele possa entender as diferentes relações que queremos estabelecer entre as ideias. Essas relações são dadas por meio de palavras que organizam o que está sendo dito, ou seja, os organizadores textuais8.” (p.47)
Ao elaborar uma resenha é importante deixar claro para o leitor a fala do autor, pois se
trata de um texto cujo teor é mesclado com comentários feitos pelo resenhista. É
preciso interpretar os diferentes atos que o autor do texto original realiza no texto.
Para ajudá-lo a elaborar com eficiência uma resenha, descrevo abaixo uma tabela
utilizada pela autora para facilitar o trabalho do resenhista.
8 Conhecidos na gramática normativa como conectivos, ou seja, elementos de conexão que estabelecem
relações entre as ideias.
18
AÇÃO DO AUTOR DA OBRA
ORIGINAL VERBOS POSSÍVEIS
Estrutura e organização da
obra
Estruturar-se; dividir-se; organizar-se; concluir;
terminar; começar.
Indicação do conteúdo geral Apresentar; desenvolver; descrever; explicar;
demonstrar; mostrar; narrar; analisar; apontar;
abordar.
Indicação dos objetivos da
obra
Objetivar; ter o objetivo de; propor-se a.
Posicionamento do auto da
obra em relação à sua
crença/tese
Sustentar; contrapor; confrontar; opor; justificar;
defender a tese; afirmar.
Para construir uma resenha é preciso resumir e apresentar sua opinião de forma
argumentada sobre o texto original. É necessário que haja uma leitura atenta e
questionamentos, que poderão ser utilizados para o seu posicionamento enquanto
resenhista do texto lido.
A autora destaca como ferramenta importante para a construção o “Diário reflexivo de
leitura.”
A autora conceitua “Diário reflexivo de leitura” como sendo um relato do resenhista de
todas as etapas que utilizou para construir a resenha, tais como impressões e relações
do texto com sua vida, retornando sempre ao texto e dialogando com ele.
Vamos refletir sobre o
significado da expressão acima.
O que podemos entender como
“Diário reflexivo de leitura”?
19
Concluindo...
“A compreensão global do texto se faz necessária para que você possa compreender
não só os conteúdos do texto, mas também os efeitos que o autor quer produzir sobre
os destinatários e o modo como ele organiza e relaciona esses conteúdos para atingir
seus objetivos.” (p.85)
Para concluirmos essa unidade vamos abordar superficialmente as questões dos
artigos acadêmicos9.
Os artigos podem ser científicos, de opinião ou de revisão literária.
Abaixo descrevemos rapidamente a diferença entre os três estilos.
CIENTÍFICO OPINIÃO REVISÃO LITERÁRIA
Contém de 12 a 20 laudas;
Palavras-chave: 3 a 5;
Introdução;
Desenvolvimento (titulo,
subtítulo; itens e subitens)
Não contém pesquisa
de campo
Composta de uma
temática, sobre a qual
vários autores dialogam.
9 Em outro momento você terá a oportunidade de aprofundar-se mais a respeito do gênero.
20
Segundo Cabral (2012), um artigo deve conter os seguintes elemento:
ELEMENTOS CONCEITO
Elementos pré-
textuais
Precedem e identificam o texto do artigo. São constituídos de:
título e subtítulo (se houver), nome(s) do(s) autor(es), resumo
na língua do texto, palavras-chave na língua do texto.
Elementos textuais
São os elementos que compõem texto do artigo. Constituem-
se em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Segundo Cruz, Curty e Mendes (2003), o uso da terceira
pessoa e do sujeito indeterminado na redação garante mais
elegância e formalidade ao texto.
Elementos pós-
textuais
Servem para complementar o artigo. São constituídos de:
título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira, resumo
em língua estrangeira, palavras-chave em língua estrangeira,
nota(s) explicativa(s), referências, glossário, apêndice(s),
anexo(s).
Observe na tabela abaixo a estrutura de um artigo:
21
RESUMO DA SEMANA
Nesta semana aprendemos sobre os gêneros resenha e resumo
e suas principais características, bem como sobre suas
diferenças. Abordamos no final o gênero artigo. Não tínhamos
a intenção de nos aprofundar nos assunto. Em outro momento,
ao longo do curso, abordaremos mais profundamente o artigo
e a monografia.
Se você quiser ler mais a respeito de resenha, resumo e artigo,
consulte as leituras abaixo:
MACHADO, Anna Rachel. LOUSADA, Eliane Gouvêa.
TARDELLI, Lília Santos Abreu. Resumo. São Paulo:
Parábola Editorial, 2004.
MACHADO, Anna Rachel. LOUSADA, Eliane Gouvêa.
TARDELLI, Lília Santos Abreu. Resenha. São Paulo:
Parábola Editorial, 2004.
CABRAL, Jacqueline Dias. LOPES, Elizabeth Aparecida.
OLIVEIRA, Ilma Maria. Manual para elaboração de artigos
científicos Unileste de acordo com as normas de
documentação da ABNT. Centro Universitário do Leste de
Minas Gerais. Sistema de Bibliotecas; organização. 2012.
Disponível em:
http://www.unilestemg.br/portal/biblioteca/downloads/man
ual-para-elaboracao-de-artigos-cientificos.pdf. Acesso em:
05/11/12.
22
Atividade na plataforma
Pronto para exercitar-se no que aprendemos?! Acesse a plataforma e
verifique as atividades disponibilizadas na semana.
Não deixe de participar das atividades. Cada vez que você acessa a plataforma e realiza
as atividades propostas, mais você interage com o AVA: em nosso caso, a plataforma
Moodle.
Lembre-se do que significa AVA (Ambiente virtual de Aprendizagem).
Não demore a acessar a plataforma. Se fizer dentro do prazo as atividades, terá mais
tempo para esclarecer as dúvidas!
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Anotações extras
Não deixe para a última hora!
Acesse a plataforma e realize as atividades!
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NOVAS TIC’S PARA LER E ESCREVER
“(...) trabalhar na Internet exige rapidez na
leitura e outra habilidade muito importante,
que é saber selecionar o que se vai ler. A
capacidade de selecionar não era algo que se
exigia, há anos, na formação do leitor,
especialmente na escola.”
(MANTOAN, BARANAUSKAS, 2002 P.83; 85)
A partir de agora vamos iniciar um estudo mais aprofundado de elementos
tecnológicos inseridos no contexto educacional.
O primeiro que vamos analisar é o letramento digital, bem como suas particularidades.
Nosso objetivo com este capítulo é discutir o sentido de letramento digital e também,
de leituras digitais.
Para essa reflexão vamos nos basear no livro de Ana Elisa Ribeiro (NOVAS
TECNOLOGIAS PARA LER E ESCREVER- Algumas ideias sobre ambientes e ferramentas
digitais na sala de aula - 2012).
Você já parou para
pensar no significado de
Letramento?
E letramento Digital?
Imagem 4
24
Pois bem, pretendemos abordar o significado de letramento. Para entendermos o
sentido de letramento, vamos nos apoiar em Magda Soares e conhecer antes o sentido
de alfabetização. Em sua obra de 2003, ela explica que “alfabetização é o processo de
aquisição da tecnologia da escrita, isto é do conjunto de técnicas – procedimentos,
habilidades – necessárias para a prática da leitura e da escrita.”
A definição da autora abrange as habilidades motoras que envolvem aprender a
segurar um lápis, utilizar uma caneta e usar um equipamento como um computador.
Segundo a autora Ana Elisa Ribeiro, existem no meio acadêmico, pesquisas que
querem compreender o que as novas tecnologias significam para a comunicação. Em
virtude disso, novas pesquisas emergem sobre o letramento e sua relação direta com
as novas tecnologias.
Existem vários sentidos para letramento. Usaremos o da autora, na qual estamos
apoiando nossa aprendizagem.
Letramento relaciona-se aos
usos que as pessoas fazem
da alfabetização que tiveram
ou das práticas ligadas à
cultura escrita em que estão
envolvidas. Ou ainda, no
caso de quem não foi
alfabetizado, é possível
verificar, em sociedades
muito letradas, que essas
pessoas lidam com a escrita
de outras formas, mesmo
não sabendo ler. (p.37)
Imagem 5
Ainda não respondemos a questão do conceito de letramento! Você pode
pesquisar em outras fontes, se quiser antecipar seu aprendizado!
25
Podemos verificar que letramento tem um conceito bem amplo. E letramento digital?
O que você pensa a respeito? Já refletiu sobre a dimensão do significado da expressão
"letramento digital"?
Compreende-se que quanto mais ampla a inserção das mídias, maiores as
possibilidades de ler escrever.
Pesquisando nos estudos que convergem nessa área, percebemos que o que sustenta a ampliação do conceito de letramento para letramento digital é simplesmente a ideia de interação, ou melhor, a ação de interagir, para além de interpretar. O sujeito tem a possibilidade de, nas práticas de leitura e escrita, além de interpretar e repercutir sua interpretação no seu convívio social, avançar nas práticas interagindo com o texto, onde a interação passa a ser uma intervenção. (ARAÚJO, 2008)
Coscarelli, Riberio, 2005 define letramento digital em apenas uma frase: “É o nome que
damos então à ampliação do leque de possibilidades de contato com a escrita também
em ambiente digital (tanto para ler quanto para escrever)”.
O letramento digital envolve ações interligadas com as tecnologias como: troca de e-
mails, publicação de diários, participação em redes sociais, enfim, ações e o domínio
dos ambientes virtuais.
Na concepção da autora Ana Elisa Ribeiro a “escola e o professor vêm sendo
entendidos como multiplicadores do letramento digital. [...] mesmo que a tarefa não
pertença à escola, o uso do computador para fins de sobrevivência no trabalho ou nas
relações sociais é de suma importância para algumas comunidades.” (2012 p.42)
26
A escola, mesmo não sendo o único caminho para formar letrados digitais, continua
sendo o meio mais importante para propagar esse conhecimento, pois, levando para
dentro de seus muros essas práticas tecnológicas, poderá desenvolver, entre outras
competências, a reflexão, a autonomia e a colaboratividade dos alunos, uma vez que o
computador se tornou essencial na prática cotidiana das pessoas, abarcando
conhecimentos de leitura escritas.
Mas é preciso habilidades específicas para se atingir os objetivos do letramento digital.
Ribeiro (2012) destaca que “para se alcançar algum grau de letramento digital, as
pessoas precisam aprender ações que vão desde gestos e uso de periféricos da
máquina até a leitura de gêneros de textos publicados em ambientes on-line.”
Consideramos, porém, como mais importante em todo o processo de letramento
digital o desenvolvimento da autonomia. Hoje, no contexto educacional no qual nós
professores estamos inseridos, não há espaço para aqueles professores que esperam a
informação chegar até eles. É preciso buscá-la em qualquer lugar.
O letramento digital está dentro de um contexto amplo, sem muros ou sem fronteiras.
A Internet se tornou um grande aliado dos alunos e consequentemente dos
professores, porém é preciso que os mesmos considerem as “novas” habilidades e
competências exigidas na carreira docente.
“Mover o ponteiro do mouse, dar duplo clique,
arrastar e soltar, mover a barra de rolagem,
pressionar o enviar ou o enter, etc.” (2012 p.42)
são ações que o leitor digital tem por
obrigação dominar e são intrínsecas ao papel
da escola. O letramento deve abranger todos os
ambientes nos quais o texto seja importante. Imagem 6
27
Concluindo...
Utilizar as tecnologias no cotidiano escolar é um desafio, pois nossos alunos não são os
mesmos de dez anos atrás. Para alguns autores, eles são denominados de “nativos
digitais”. Significa que nascem inseridos nos meios tecnológicos.
Conceituar letramento digital é fácil! Estudar as teorias que permeiam o assunto não é
complicado também.
Sabemos que o processo de incorporação das tecnologias no cotidiano escolar não é
simples. Requer preparo e segurança. Não se pode mudar a forma de ensinar do dia
para a noite, é preciso que haja um planejamento por parte das escolas, com o
objetivo de capacitar os professores quanto ao uso das TIC’s10.
10 Tecnologias de Informação e Conhecimento
Imagem 7
Então o que está acontecendo nas escolas? E com
o professor? O que posso fazer? Qual o melhor
caminho? Preciso esperar por alguém ou posso
buscar meu próprio conhecimento?
28
RESUMO DA SEMANA
Nesta unidade discutimos as novas TICs para ler e escrever.
Abordamos os conceitos de letramento e de letramento digital.
Colocamos alguns pontos sobre os quais você deve refletir ao
longo de sua caminhada no texto. Não tivemos pretensão de
esgotar as discussões sobre o tema. Nosso objetivo é iniciar
um processo reflexivo. Como professores, somos a todo
instante provocados a repensar nossa prática educacional.
Abaixo listo dois livros nos quais me ancorei para essa
temática e que gostaria de compartilhar com vocês.
BETTEGA, Maria Helena Silva. A educação continuada na
era digital. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
RIBEIRO, Ana Elisa. Novas Tecnologias para ler e escrever
– algumas ideias sobre ambientes e ferramentas digitais
na sala de aula. Belo Horizonte: RHj, 2012.
29
Atividade na plataforma
Acesse a plataforma e verifique as atividades disponibilizadas na semana.
Não deixe de participar das atividades. Quanto mais você acessa a plataforma e realiza
as atividades propostas, mais interage com o AVA: no nosso caso, a plataforma
Moodle.
As atividades propostas na plataforma são para nos aprofundarmos no assunto e
refletirmos um pouco mais sobre a temática.
Não demore a acessar a plataforma. Se fizer dentro do prazo as atividades, terá mais
tempo para esclarecer as dúvidas!
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Anotações extras
Acesse a plataforma e realize as atividades!
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HIPERTEXTO NA TEORIA E NA PRÁTICA
OBJETIVO
“Do rolo ao código medieval, do livro impresso
ao texto eletrônico, várias rupturas menores
dividem a longa história das maneiras de ler”.
(R. Chartier)
Prontos para a próxima etapa! Percorreremos agora o conceito de Hipertexto. Nosso
objetivo principal é conceituar e investigar a função do hipertexto na educação.
Para esta unidade vamos nos basear nos autores Ana Elisa Ribeiro (2012), Carla Viana
Coscarelli (2012) e Luís Antônio Marcuschi (2005).
Ribeiro (2012) destaca que a “combinação e a recombinação de linguagens é uma
característica de diversos textos, em especial daqueles publicados na web.”
Comunicação e conhecimento são fundamentais na prática educativa, pois nos levam a
lugares desconhecidos, inexplorados. O processo do conhecimento humano
compreende um jogo entre o vivenciar e o simbolizar vivências, ou seja, entre o que é
pensado e o seu verdadeiro sentido.
Os processos de comunicação, nos dias atuais, têm sido modificados numa proporção
tão rápida que, muitas vezes, não damos conta de acompanhá-los. Percebe-se um
crescimento vertiginoso de gêneros textuais com a inserção da tecnologia na
educação.
31
É preciso conviver o mais rápido possível com esses avanços tecnológicos, pois não
podemos ficar à margem dos processos que envolvem a educação do séc. XXI.
O termo Hipertexto, segundo Maria Aparecida Araújo e Silva (2012), “foi proposto em
1964, por Theodor Nelson, no contexto da informática, para designar uma escrita não
sequencial e não linear.”
O pesquisador Antônio Carlos Xavier (2005) destaca que “nessa nova ordem mundial
surge a expressão “Tecnocracia11”, que tem nos imposto um formato de texto sobre o
qual os discursos doravante devem se (hiper) textualizar.”
Percorrendo as ideias do autor, define-se Hipertexto como uma “forma híbrida,
dinâmica e flexível de linguagem que dialoga com outras interfaces12 semióticas,
adiciona e acondiciona à sua superfície formas outras de textualidade”.
11 Relações econômicas do Neoliberalismo com a ideologia política e da Informática Digital no
domínio tecnológico.
12 É o meio que promove a conversação entre a máquina e o operador.
Hipertexto: protocolo da tecnocracia.
Imagem 9
Você já ouviu falar de HIPERTEXTO? Tem
alguma ideia do que seja? O que você
imagina que possa ser?
Pois bem! Essa unidade se destina a
esclarecer essas dúvidas. Vamos em
frente!!!!!!!!!
32
O hipertexto tem como um de seus objetivos mediar as relações dos sujeitos na
Sociedade de informação. Trata-se, em outras palavras, de uma linguagem tecnológica,
cujo espaço de aprendizagem não é composto apenas por palavras, mas de palavras
agregadas de elementos como sons, gráficos, diagramas, todos inseridos sobre um
mesmo espaço, amalgamados13 uns sobre os outros, formando um significado único,
de onde sentidos são complexicamente disponibilizados aos navegantes do universo
digital.
Bom, assim é o Hipertexto. Podemos, através do hipertexto, ter uma visão do mundo
virtual que nos permite enxergar informações que antes estariam restritas a um local
apenas, o que nos forçava a buscar em outras fontes as informações desejadas.
Porém, como tudo que está relacionado ao meio tecnológico, é necessário que nós
leitores tenhamos habilidades e competências intrínsecas ao gênero.
Recorremos ao autor Antônio Carlos Xavier (2005, p.172) para clarear melhor essa
questão.
O hipertexto exige do seu usuário muito mais que a mera decodificação das palavras
que flutuam sobre a realidade imediata, pois cobra-lhe intenso esforço de lançar mão
de seus conhecimentos tecnológicos. Porém, o hipertexto torna o cidadão pertencente
ao mundo, já que lhe pode fornecer dados, não completos ou totais, das mais
poderosas e influentes organizações, instituições, etc.
Podemos citar como exemplo as web páginas da internet. O hipertexto, baseado em
Xavier (2005), “[...] vem consolidar o processo de ler e entender o mundo, uma vez que
viabiliza multidimensionalmente a compreensão do leitor pela exploração superlativa
de informações, muitas delas inacessíveis sem os recursos da hipermídia.” (.172)
13 É o meio que promove a conversação entre a máquina e o operador.
33
O hipertexto é organizado de maneira diferente dos livros que estamos acostumados a
manusear. Sua característica principal está na estruturação em hiperlinks, que
funcionam como elo entre nós e o texto.
Segundo Ilsa Gualberto (2012):
O hiperlink funciona como um nó que liga os blocos textuais. Um nó pode representar um único conceito ou ideia que pode ser construída a partir de um ou mais blocos textuais. [...] A partir dos hiperlinks e dos nós (blocos textuais) nos hipertextos, o leitor pode ou não manter-se fiel àquilo que é relevante para o seu propósito. (p.40).
Clareando mais o conceito de hiperlink e parafraseando Gualberto (2012), podemos
dizer que eles são portas de entrada para outros espaços, ou seja, remetem ao leitor a
espaços (espaço – foco) contendo outros textos, que irão contribuir para a
aprendizagem.
Agora que compreendemos a estrutura dos hipertextos, vamos destacar suas
características. Para tal nos reportaremos a Marcuschi (1999).
Para o autor a característica principal do hipertexto é a “não linearidade, referente às
possíveis ligações entre partes dos textos, constituindo redes navegáveis.” (p.72)
Em outras palavras, os
hiperlinks, ou links,
podem ser comparados
às páginas dos livros,
porém no contexto
tecnológico.
Imagem 10
34
Continuando em suas reflexões, o autor apresenta outras características que explicam
a natureza do hipertexto, descritas abaixo (p.72 - 75):
VOLATILIDADE Não é estável, constituindo-se à medida que o leitor faz
suas escolhas.
TOPOGRAFIA Não é hierárquico, não existem tópicos, portanto não se
definem bem seus limites.
FRAGMENTARIEDADE É constituído pela ligação de diversas outras porções.
ACESSIBILIDADE
ILIMITADA
É capaz de acessar todo tipo de fonte enciclopédica, obras
literárias ou mesmo vídeos e músicas.
MULTISEMIOSE Possibilita a interconexão entre diversas mídias: visuais,
verbais e sonoras.
INTERATIVIDADE
Possibilitada pela multisemiose e pela acessibilidade
ilimitada, permite ao leitor uma relação com vários autores
em uma sobreposição em tempo real.
ITERATIVIDADE É recursiva: a própria manipulação pelo leitor a altera.
35
Concluindo...
Apesar de o termo hipertexto estar ligado ao contexto das novas TICs, a ideia do
conceito já havia sido defendida por outros autores, pois, além de pensar no
hipertexto como uma rede de relações e de informações interconectadas, defendeu-se
que a cognição humana não funciona de maneira linear e sim por associações,
segundo Silva (2012).
O que podemos destacar com todo esse conhecimento é que precisamos entender as
dimensões que envolvem o hipertexto, bem como sua funcionalidade para o processo
educacional e sua inserção no cotidiano do aluno.
Nós, professores, precisamos conhecer essas novas formas de interação educacional,
sejam elas digitais ou não, porque o mundo digital nos remete a um universo de
questões que, à medida que refletimos sobre ele, vamos respondendo às questões e
nos apropriando desse conhecimento.
36
RESUMO DA SEMANA
Nesta etapa discutimos o conceito de hipertexto, hiperlink, e
suas características. Procuramos não nos aprofundar muito no
assunto. O importante é que você consiga definir um hipertexto
e possa compreender suas características.
Deixo abaixo a bibliografia que consultei. Vale a pena pesquisar
na Internet e nos sites de busca. Procure pela palavra
"hipertexto". Você verá quantas informações que irão enriquecer
seu aprendizado estão disponíveis para consulta.
COSCARELLI, Carla Viana (org.) Hipertexto na teoria e
prática. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Linearização cognição e
referência: o desafio do hipertexto. 1999.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. XAVIER, Antônio Carlos (orgs.).
Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de
construção do sentido. 2 ed. Rio de Janeiro: Lucerna,
2005.
37 Anotações
extras
Atividade na plataforma
Acesse a plataforma e verifique as atividades disponibilizadas na semana. Não deixe de
realizar as atividade propostas para esta temática.
Não demore a acessar a plataforma. Se fizer dentro do prazo as atividades, terá mais
tempo para esclarecer as dúvidas!
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Não demore a realizar as atividades!
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HIPERTEXTO E GÊNEROS DIGITAIS
“Torna-se importante também ressaltar que as
perspectivas educacionais futuras estão
fortemente relacionadas às novas formas de
acesso ao conhecimento”.
(BRITO, 2008)
Após conhecermos hipertextos e suas características principais, vamos agora trabalhar
com os gêneros digitais. Ancoraremos nosso estudo principalmente em Luiz Antônio
Marcuschi.
Temos como objetivo da semana analisar as características de vários gêneros textuais
que surgem com a inserção das tecnologias na educação. Não temos a intenção de nos
aprofundar no assunto e sim iniciarmos uma reflexão dentro de uma visão macro no
processo educativo.
Você poderá buscar mais informações consultando outras referências bibliográficas.
Hoje quando pensamos em comunicações digitais o que vem a nossa mente?
Correio eletrônico?
Blog?
Linguagem da internet?
Chat?
Listas de discussões?
e-comunicação?
Bate papo virtual?
Imagem 11 Email?
39
Quando falamos em linguagem e em novas tecnologias, não podemos deixar de pensar
nas novas formas de organizar e administrar os relacionamentos interpessoais, pois a
mídia virtual é pautada na escrita.
O autor Crystal (2001), ao falar do papel da linguagem na internet e o efeito da
internet na linguagem, destaca três aspectos que considera essenciais. (p.19)
Do ponto de vista:
Continuando, o autor define o discurso eletrônico como comunicação mediada por
computador e caracterizado por expressões incomuns aos gêneros estudados.
A internet segundo Marcuschi (2005. P. 26) “tornou-se um imenso laboratório de
experimentação de todos os formatos de leitura e escrita. ”Porém, para analisar
gêneros digitais, é preciso, primeiramente, conhecer os entornos virtuais, ou seja, os
ambientes virtuais em que os gêneros estão inseridos".
40
Para tanto, recorreremos à Patrícia Wallace (2001: 19 -30), que identifica seis
ambientes virtuais, descritos abaixo.
AMBIENTES WEB (WWW)
Conhecido como www, ou web, esse
ambiente é a própria REDE: uma
combinação de bibliotecas, quiosques,
guias, jornais, shoppings, enciclopédias,
catálogos, agendas, currículos pessoais,
etc.
AMBIENTES E-MAIL (correio eletrônico)
Trata-se sobretudo de um meio de
comunicação interpessoal, com remessa
e recebimento de correspondência entre
familiares, amigos, etc..
É o mais popular dos ambientes.
AMBIENTE CHAT SÍNCRONO14
Trata-se dos ambientes em salas de bate-
papos entre várias pessoas
simultaneamente ou em ambientes
reservados (plataforma Moodle,
Facebook)
AMBIENTE MUD
O nome vem dos jogos que tinham esses
nomes e eram jogados por pessoas que
formavam uma rede de jogadores. Há
outros jogos como o MOO e o MUSH, que
permitem criar personagem, inserir
músicas, falas, etc.
AMBIENTES DE ÁUDIO E VíDEO
São caracterizados pela inserção síncrona
de vídeo e voz e servem para diversas
finalidades, em especial em conferências.
14
Que se realiza ao mesmo tempo.
41
Esse quadro serve para compreender melhor os gêneros que surgem dentro dos
ambientes, revelando que a internet não é um ambiente virtual homogêneo,
apresentando grande diversidade cultural e formatos que permitem uma maior
interação.
A seguir a autora descreve os gêneros existentes no meio virtual que estão sendo mais
estudados. (p. 29)
Dentre todos, os mais utilizados são os e-mails e os chats. Não podemos confundi-los
com programas. O fato de existirem vários programas para e-mails não significa que
fazem parte dos gêneros. Todos são mediados por tecnologias computacionais.
O e-mail surgiu por volta dos anos 1970, porém somente nos anos 1980 se
popularizou, assumindo as características atuais. O correio eletrônico é uma forma
42
assíncrona 15de comunicação. No geral os participantes são amigos ou conhecidos,
pertencentes a algum grupo. Pode apresentar uma característica de emissor a um
receptor ou de um emissor a vários receptores, dependendo do contexto e do
objetivo. Sua escrita pode ser bem elaborada ou conter uma linguagem simples.
Crystal (2001:95) assim descreve sua estrutura:
É um gênero que permite respostas. O fluxo é determinado por decisões pessoais, bem
como por condições tecnológicas. Tem como vantagem a transmissão instantânea,
encurtando o tempo recebimento.
15
Que se realiza ao mesmo tempo.
43
Citando Jonsson (1997:15):
Os e-mails introduzem traços inteiramente novos para a comunicação, tais como a colagem gerada pelo software, postagem cruzada e encadeamentos. Os e-mails não se conformam aos domínios tradicionais do discurso oral e escrito, mas transgridem. Assim, pode-se dizer que o e-mail cria seu próprio domínio de discurso no território da comunicação.
Os e-mails estão se tornando efetivamente um novo gênero, respeitando suas
características individuais, possibilitando ao usuário utilizar diversos recursos
tecnológicos.
Não podemos falar de e-mails sem falarmos um pouco de NETIQUETAS.
Imagem 13
Imagem 12
Trazendo o tema para nossa
realidade, observe que, em nosso
AVA (Moodle), temos esse gênero
disponível. Então, uma sugestão!
Aproveite o momento, acesse a
plataforma e envie e-mails para os
colegas de turma, professor e
tutor.
Você já ouviu falar nessa palavra?
Já pensou em seu significado?
Netiquetas são regras que
devemos respeitar ao redigir um
e-mail. São muito divulgadas no
meio tecnológico, mas pouco
conhecidas pelos usuários.
44
O que vamos apresentar a seguir são algumas regras de Netiqueta, baseadas na
pesquisa da bolsista Rafaela Gonzaga de Oliveira, referenciada pelo autor na página 81
do livro Hipertexto e gêneros textuais.
Evitar escrever a mensagem em caixa alta, ou seja, letras maiúsculas;
Sempre especificar o assunto da mensagem. Ajuda o destinatário a
selecionar as mensagens a serem lidas;
Clareza e objetividade são fundamentais. Evitar erros gramaticais e
mensagens grandes;
Não enviar e-mails não solicitados: correntes, aviso de vírus,
propagandas, etc.
Assinaturas nos e-mails são interessantes, desde que não sejam longas.
Não adicionar telefones e endereços;
Usar os smileys 16 como tentativa de demonstrar mais claramente o tom
de sua mensagem, na internet não se é interpretado como se
estivéssemos frente a frente conversando com alguém;
Evite flames17, e enviar ou responder material provocativo;
Ao responder um e-mail, se possível, apagar as linhas de mensagens
recebidas, deixando somente as partes essenciais da mensagem
referida;
Antes de fazer alguma pergunta ou enviar alguma mensagem para a
lista, observar a discussão;
Não mandar anexo para listas de discussões, somente quando
solicitados;
Respostas individuais devem ser respondidas somente para o
destinatário. Ter cuidado com a opção “responder a todos”;
Nunca, jamais responder um e-mail de cabeça quente. Lembrar-se: uma
vez enviado; não há como deletá-lo.
16 Ícones de denotam emoções.
17 Briga.
45
Ter acesso ao correio eletrônico é uma questão de inclusão digital, portanto torna-se
imprescindível para o nosso dia a dia.
Concluindo...
Se refletirmos sobre o nosso contexto educacional, observamos que os gêneros digitais
são utilizados por nós professores, porém precisamos associá-los a nossa prática
educacional.
Deixo como desafio pensarmos nas estratégias de inserção dos gêneros digitais e
hipertextos na prática docente.
Imagem 14
Se quiser pesquisar mais a respeito de netiquetas, acesse os
links disponibilizados pela aluna referenciada acima.
http//www.netvale.com.br/NetVale/faq/netiquetas.html
http//www.infodicas.net/artigo_003.htm
http//www. Zapnet.com.br/zapnet/netiquetas.html
46
RESUMO DA SEMANA
Durante esta semana pudemos discutir os gêneros digitais,
suas caraterísticas e quais são eles.
Aprofundamos nossa reflexão sobre o e-mail, considerado por
muitos autores o mais importante e o mais utilizado recurso
das TICs, podendo estar em vários contextos da vida
profissional, pessoal e educacional.
Abaixo algumas indicações de leituras complementares:
COSCARELLI, Carla Viana (org.) Hipertexto na teoria e
prática. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.
DEMETRIO, R. Internet. São Paulo: Érica.2001
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita.
Atividades de Retextualização. São Paulo: Cortez. 2001.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. XAVIER, Antônio Carlos (orgs.).
Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de
construção do sentido. 2 ed. Rio de Janeiro: Lucerna,
2005.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Linearização cognição e
referência: o desafio do hipertexto. 1999.
47
Atividade na plataforma
Não deixe de realizar as atividades propostas para essa temática.
Vamos discutir na plataforma os outros gêneros digitais, reforçando o que vimos até o
momento.
Não demore a acessar a plataforma. Se fizer dentro do prazo as atividades, terá mais
tempo para esclarecer as dúvidas!
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Anotações extras
Realize as atividades!
Não deixe para depois!
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TRANSPONDO FRONTEIRAS....
Estou disponibilizando alguns links abaixo, que podem servir de complemento a seu
aprendizado.
www.domniniopublico.gov.br
www.scielo.br
http://qualis.capes.gov.br/webqualis
http://www.eca.usp.br/moran
http://scholar.google.com.br
Além desses que disponibilizei, existem outros.
Compartilhe na plataforma outros links com os colegas!
Para refletir....
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquele.” Paulo Freire (1987 p. 11)
SITES
INTERESSANTES
Imagem 15
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 7 ed. São Paulo:
Cortez, 2010.
ARAUJO, Rosana Sarita de. LETRAMENTO DIGITAL: CONCEITOS E PRÉ‐CONCEITOS.
2008. Disponível em: http://www.ufpe.br/nehte/simposio2008/anais/Rosana-Sarita-
Araujo.pdf . Acesso em 05/11/12.
COSCARELLI, Carla Viana (org.) Hipertexto na teoria e prática. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2012.
CABRAL, Jacqueline Dias. LOPES, Elizabeth Aparecida. OLIVEIRA, Ilma Maria. Manual
para elaboração de artigos científicos Unileste de acordo com as normas de
documentação da ABNT. Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Sistema de
Bibliotecas; organização. 2012. Disponível em:
http://www.unilestemg.br/portal/biblioteca/downloads/manual-para-elaboracao-de-
artigos-cientificos.pdf. Acesso em: 05/11/12.
BETTEGA, Maria Helena Silva. A educação continuada na era digital. 2 ed. São Paulo:
Cortez, 2010.
DEMETRIO, R. Internet. São Paulo: Érica.2001
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? : novas exigências
educacionais e profissão docente. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MACHADO, Anna Rachel. LOUSADA, Eliane Gouvêa. TARDELLI, Lília Santos Abreu.
Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
MACHADO, Anna Rachel. LOUSADA, Eliane Gouvêa. TARDELLI, Lília Santos Abreu.
Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
50
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita. Atividades de Retextualização. São
Paulo: Cortez. 2001.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. XAVIER, Antônio Carlos (orgs.). Hipertexto e gêneros
digitais: novas formas de construção do sentido. 2 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Linearização cognição e referência: o desafio do
hipertexto. 1999.
MARTINS, Dileta Silveira. Português Instrumental: de acordo com as atuais normas da
ABNT. 27 ed. – São Paulo: Atlas, 2008.
RIBEIRO, Ana Elisa. Novas Tecnologias para ler e escrever – algumas ideias sobre
ambientes e ferramentas digitais na sala de aula. Belo Horizonte: RHj, 2012.
51
FONTE DAS IMAGENS Imagem 1: www.cristofoli.com
Imagem 2: www.janelasdoceu.blogspot.com
Imagem 3: http://mfcmamonas.no.comunidades.net/index.php?pagina=1084520550
Imagem 4: www.leituradiaria.com.br
Imagem 5: www.cristina-pensamentos.blogspot.com
Imagem 6: www.icert.com.br
Imagem 7: www.fotosearch.com.br
Imagem 8 - 15: www.googleimagens.com.br