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Apostila Nossa estrutura triúna e o Propósito Eterno de Deus

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Apostila

Nossa estrutura triúna e o Propósito Eterno de Deus

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ÍNDICE

Apresentação ...................................................................................................... Pág. 03

1ª Lição - Nossa Estrutura Triúna ........................................................................ Pág. 04

2ª Lição – Funções do Espírito ............................................................................ Pág. 08

3ª Lição - Funções da Alma e do Corpo .............................................................. Pág. 12

4ª Lição - O Propósito Eterno de Deus ................................................................ Pág. 17

5ª Lição - O Serviço da Igreja para cumprir o Propósito de Deus ....................... Pág. 21

6ª Lição - O Ministério de Ser Testemunha ......................................................... Pág. 25

7ª Lição - O Ministério de Edificar nas Juntas e Ligamentos .............................. Pág. 28

8ª Lição - Juntas e Ligamentos de Discipulado e Companheirismo ................... Pág. 33

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APRESENTAÇÃO

“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”. Romanos 8.14

Iniciamos uma nova jornada rumo ao pleno conhecimento do nosso

chamado, como indivíduos e como Corpo de Cristo. Para não errarmos o alvo, a

meta proposta por Deus para as nossas vidas, Ele nos deu de si mesmo, fazendo

habitar em nós o Seu Espírito. O Consolador, o Espírito de vida, nos guiará por

caminhos novos, através da revelação da sua palavra.

Queremos ser guiados pelo Espírito em nosso dia-a-dia, em cada

momento, em cada decisão e escolha que fizermos. Para que isto aconteça, nos

propomos a estudar a respeito de alguns assuntos que vão servir de base para a

vida no espírito:

Espírito, Alma e Corpo: a nossa estrutura triúna, discernindo cada

função para um melhor entendimento da ação de Deus em nós. O

que ocorreu após a minha conversão? O que deve acontecer hoje

em minha vida? Deus fala comigo? Esses e outros questionamentos

deverão ser respondidos, através da revelação no espírito.

O Propósito Eterno de Deus: Deus tem um propósito para a sua

igreja e para cada um. Ser uma família, discipulado, ser testemunha,

se relacionar através de juntas e ligamentos, o serviço no corpo de

Cristo são questões que nos levarão a entender o projeto de Deus

para nós.

O material aqui apresentado visa estabelecer a visão de que somos

espírito, possuímos uma alma e habitamos um corpo, estamos inseridos no

propósito eterno de Deus para a humanidade, e através dos nossos

relacionamentos estaremos proporcionando crescimento ao corpo de Cristo e

manifestando a Sua vida em nós.

O Presbitério

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1ª Lição: “NOSSA ESTRUTURA TRIÚNA”

Alimentando-se Corretamente no Espírito A primeira coisa que uma criança recém-nascida aprende a fazer é

alimentar-se. Logo ao nascer, a criança já sabe para onde deve voltar-se a fim de se alimentar. O mesmo se dá conosco no novo nascimento. Já nas primeiras horas o nosso espírito sabe que é voltando-se para dentro que poderá alimentar-se. Ocorre que o diabo, o ensino religioso e exterior além de nossa própria tendência material, nos fazem voltar para fora. Assim, mesmo carregando a vida de Deus dentro do nosso espírito, não o desfrutamos em função do nosso viver exterior. Nosso culto, nossas orações, nossas expectativas, nosso louvor, tudo é voltado para fora. Oramos a um Deus - pensamos nós - que está lá no céu, e que de lá das maiores alturas, Ele nos ouvirá. Deus está no céu, mas a principal verdade é que Ele está dentro de nós aqui e agora mesmo.

Muitos cristãos não sabem relacionar-se com Deus e nem alimentar-se no seu espírito em função de desconhecerem os princípios divinos a respeito. Como alimentar-se? De que modo prático isso pode acontecer? Quando? Com quem? Onde? Por quê? Estas perguntas são respondidas nos artigos que se seguem. Nossa Estrutura Triúna

Todo homem é espírito, alma e corpo. A concepção geral das pessoas è a de que o homem é apenas corpo e alma. Todavia, é importante ressaltarmos que o homem é um ser triúno: corpo, alma e espírito. Em 1 Tessalonicenses 5.23 lemos: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo: sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo".

Espírito e alma não são a mesma coisa. Caso fossem a mesma coisa, qual a necessidade de separá-los? Pois, em Hebreus 4.12. Paulo nos diz que a Palavra de Deus é viva e eficaz e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito. Alma e espírito, portanto, não são mesma coisa.

Mas, qual a necessidade de estudarmos sobre esse assunto? Porque precisamos, saber que o homem é espírito, alma e corpo? Isso é fundamental sob muitos aspectos. Essa é a base para a compreensão de todo o fundamento da fé. Vejamos algumas razões pelas quais nos é imprescindível aprendermos, não apenas que o homem possui uma dimensão tríplice, mas também a necessidade de sabermos discernir o nosso próprio espírito humano.

Em primeiro lugar, Deus é espírito. Em João 4:24, lemos: ”Porque

Deus é Espírito...”. Ora, para que possamos ter contato com a matéria, precisamos ser matéria, do mesmo modo, para que possamos ter contato com Deus que é Espírito, precisamos ser um espírito. Não podemos ouvir de Deus com os nossos ouvidos físicos, nem tão pouco olhá-lo com nossos olhos da carne. Todavia, nós podemos conhecer Deus. Como viemos a conhecê-lo? Evidentemente, pelo espírito. É por meio do nosso espírito que entremos em contato com DEUS. Se falharmos em discernir o nosso próprio espírito, poderemos conhecer a Deus?

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Em segundo lugar, o próprio conhecimento espiritual é adquirido no espírito. Em 1 Coríntios 2.14 lemos: "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. Veja bem que todo conhecimento que tem valor na vida cristã é adquirido espiritualmente. As coisas espirituais se discernem espiritualmente, ou seja, pelo espírito. O homem natural, por ter o seu espírito morto, não consegue entender as coisas do Espírito, o problema é que muitos cristãos, apesar de nascidos de novo, ainda usam as suas mentes para entender coisas que só se discernem espiritualmente. Aqueles que não sabem discernir o próprio espírito, normalmente lêem a Bíblia usando as suas mentes, e, por isso, retiram tão pouco proveito dela.

Em terceiro lugar, o novo nascimento é algo que ocorre inteiramente em nosso espírito... "O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito" (Jo 3.6). Quando Adão pecou, ele morreu, e bem assim toda a sua descendência. A morte de Adão não foi de imediato uma morte física, mas espiritual. O seu espírito morreu para Deus. Não que o homem natural não tenha espírito, mas o seu espírito está morto, incapaz de manter contato com Deus. O novo nascimento é o renascer deste espírito para Deus.

Em quarto lugar, a adoração é algo que é feita no espírito. Se falharmos em perceber o nosso próprio espírito, a nossa adoração será comprometida. O máximo que iremos alcançar será um louvor no nível da mente, da alma. Deus é espírito e deve, portanto, ser adorado em espírito (Jo 4.24).

Em quinto lugar, em todo o Novo Testamento, somos exortados a andar no espírito. Neste ponto alguém pode questionar: “É, mas aí não se refere ao Espírito de Deus?” Todavia, entendemos que aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Deus, fomos unidos a Ele, amalgamados, ligados indissoluvelmente (1 Co 6.17). O Espírito Santo não habita na alma, e sim em nosso espírito humano recriado. Toda direção que o Espírito nos dá vem através do nosso espírito. O nosso espírito é a parte do nosso ser que tem a função de contactar a Deus. O espírito é como um rádio que tem a capacidade de sintonizar as ondas que vêm do trono de Deus. Falhar em discernir o próprio espírito pode ser extremamente trágico para um padrão de vida abundante. A nossa vida cristã, em última análise, consiste em sermos guiados pelo Espírito. Se eu não consigo ouvir o que o Espírito Santo está dizendo, como serei guiado por Ele?

Esse é o centro da vida cristã: Deus habita em nós na pessoa do Espírito Santo, nos moldando e nos guiando a toda verdade. Isso não pode ser mera doutrina, tem de ser revelação em nosso espírito. Esse é o ápice da revelação de Deus, que Cristo Jesus habita em nós sendo a nossa própria vida. A vida cristã consiste em duas substituições; a primeira na cruz, onde Ele morreu am nosso lugar; e a outra no nosso dia-a-dia, onde Ele vive a vida cristã por nós. Tudo é feito por sua graça: a salvação e a santificação.

Em sexto lugar, a palavra de Deus diz que somos seres espirituais.

Eu sou um ser espiritual, eu sou da natureza de Deus, fui feito à sua imagem e semelhança (Sl 82.6). Não devemos pensar que somos o nosso corpo. Nós somos espírito. E é por isso que nós somos aptos para ter comunhão com Ele, para ouvir e falar com Ele. Em 1 Coríntios 14.14, Paulo diz: "Se eu orar em outra língua, então meu espírito ora..." Veja a forma como ele diz: "se eu orar... então

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meu espírito ora". Veja que o "EU" e o "espírito" são a mesma coisa, mostrando que Paulo se via como um ser espiritual.

Evidentemente nós não somos apenas espírito, somos também alma e corpo. Em Romanos 7.18, Paulo também diz; "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne..." Veja que ele também diz que ele é matéria. Nós somos um ser triúno! A divisão que ora fazemos é apenas visando facilitar a aprendizagem. Eu sou apenas um homem e não três. Espírito, alma e corpo são partes de um único ser: o homem!

Entretanto, o nosso corpo será glorificado, pois o corpo que hoje possuímos é apenas a casa onde moramos nesta terra. Paulo nos diz em 2 Coríntios 5.1-2; que o corpo é apenas a nossa casa terrestre: quando estivermos com o Senhor, receberemos uma habitação celestial. Podemos dizer então que nós somos um espírito que tem uma alma e habita em um corpo.

Em sétimo e último lugar, somos exortados a orar sem cessar no

espírito (Ef 6.18, 1 Co 15.15). Existe um tipo de oração que é feita no nível do espírito. Como poderei fazer esse tipo de oração, se eu nem mesmo sei que possuo um espírito? A adoração é no espírito e a oração também. Vemos que a prática norma da vida cristã implica numa compreensão clara de que somos um ser espiritual, que possui uma alma e habita em um corpo.

Toda a nossa vida cristã consiste em aprendermos a exercitar o nosso espírito humano recriado para contactar o Senhor, e sermos por Ele guiados. Tudo o que nós necessitamos para alcançarmos uma vida cristã plena e frutífera já nos foi dado pelo Espírito Santo que habita em nós. Se desejarmos crescer na vida cristã, precisamos de revelação. Revelação é o conhecimento que nos é transmitido pelo Espírito Santo ao nosso espírito. Revelação não é descobrir algo que ninguém nunca tenha visto antes, pelo contrário, não existe nada novo, tudo já está escrito. Quando a luz de Deus brilha no nosso espírito, então há revelação. Se desejarmos obter revelação de Deus e de sua Palavra, precisamos aprender a perceber o nosso espírito.

Há uma grande diferença entre o conhecimento mental e o conhecimento espiritual. Talvez nunca tenhamos questionado por que há tantos filhos de Deus que conhecem a Bíblia e esse conhecimento não os afeta de forma alguma. Esse problema acontece porque conhecem a Bíblia apenas intelectualmente; não têm revelação. Por todo o Novo Testamento, nós podemos ver que a maior preocupação de Paulo era a de que os crentes tivessem revelação de Deus. Se observarmos atentamente as orações de Paulo, mencionadas nas epístolas, constataremos que o seu alvo de oração era único: Revelação. Paulo não orava pelo crescimento da Igreja. Paulo não orava por novos líderes, nem por algo semelhante. Como seria mudada a nossa prática de igreja se tornássemos, como nossas, as orações de Paulo! Simplesmente porque quando há revelação, naturalmente as pessoas serão transformadas pela ação da Palavra. Espontaneamente, a fé se manifestará, a unção e a vida de Deus irão transbordar. Efésios 1.17 "Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes...". Filipenses 1.9 "E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção...".

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Se observarmos todas estas orações veremos que o tema é único: revelação. A revelação é algo que ocorre primeiramente no nosso espírito. O Espírito Santo transmite uma verdade ao nosso espírito, e o nosso espírito, para a nossa mente. A mente por si só não pode ter revelação de Deus; é o nosso espírito que ter essa função. Muitos crentes vivem só como homens naturais, não podem discernir as coisas espirituais, pois não sabem usar seus próprios espíritos para discernir a verdade de Deus.

O Espírito Santo habita em nós, Ele fala conosco. Todos podemos testemunhar que de uma forma ou de outra já percebemos a voz de Deus em nosso homem interior. Se alguém nunca ouviu o Senhor no espírito, então, não se converteu, pois nós somos gerados pela Palavra de Deus; se Deus não falou, então não houve Palavra, e o novo nascimento não ocorreu. Em João 16.13, lemos: "Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade...”. Como o Espírito nos guia a toda verdade? Falando através de nosso espírito recriado. Se não temos ouvido a sua voz, é porque o rádio está mal sintonizado. O Senhor sempre está falando, nós é que não o ouvimos.

Alguém poderá estar se perguntando a esta altura: como posso perceber o meu espírito? Eu sei perceber o meu corpo e também sei perceber a minha alma, ou seja, minha mente e emoções, mas como posso perceber o meu espírito? Essa pergunta é importante e, na medida em que avançarmos no nosso estudo, teremos maior esclarecimento. Mas desde já podemos entender que o nosso espírito muitas vezes é chamado de coração na Bíblia (os dois termos, nos parece que são intercambiáveis), Em Romanos 2.28-29, lemos: “Porque não é judeu quem o é exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, a circuncisão a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus”. Podemos perceber Paulo explicando que o coração é o espírito, ou pelo menos é o meio pelo qual ele pode ser percebido. Não devemos pensar que o coração seja este órgão físico que pulsa em nós. Quando a Bíblia fala de coração, ela está falando de algo íntimo, das profundezas do nosso ser.

Anotações

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2ª Lição: “FUNÇÕES DO ESPÍRITO” Pela Palavra de Deus e pela experiência, podemos ver que o homem possui três partes e que cada uma delas possui a sua função específica. O corpo é a parte material, onde estão os nossos sentidos físicos, a sua função básica é manter contato com o mundo material através dos cinco sentidos. A alma, por sua vez, é a parte que nos permite ter contato conosco mesmos. Diríamos que é a parte que nos permite ter autoconsciência, ou seja, consciência de nós mesmos. A alma é o "eu", e, portanto, o centro da personalidade. O espírito é aquela parte pela qual temos comunhão com Deus. É o elemento que nos dá consciência de Deus. A alma é o centro da personalidade, mas o espírito é a parte mais importante e o centro de todo o nosso ser. É pelo espírito que podemos adorar a Deus e receber revelação. Deus habita em nosso espírito.

1. Funções do Espírito

O espírito humano possui três funções básicas: intuição, consciência e comunhão.

A Função da Intuição "E vós possuís a unção que vem do Santo, e todos tendes conhecimento”. 1

João 1.20

"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós e não tendes necessidade de que alguém vos ensine, mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou". 1 João 2.27

A intuição é a capacidade do espírito humano de conhecer, de saber, independentemente de qualquer influência exterior. É o conhecimento que chega até nós, sem qualquer ajuda da mente ou da emoção; ele chega intuitivamente. As revelações de Deus e todas as ações do Espírito Santo se tornam conhecidas por nós pela intuição do espírito. A nossa mente simplesmente nos ajuda a entender aquilo que o Espírito Santo revela ao nosso espírito.

Muitas vezes, existe algo no nosso íntimo nos impelindo a fazer algo ou nos constrangendo para que não o façamos. Essa sensação interior é a intuição do espírito. Quantas vezes, depois de fazermos alguma coisa, confessamos: “bem que dentro de mim algo me dizia para eu não fazer". Todos podemos testemunhar que, em muitas circunstâncias, passamos por experiências semelhantes a essa, o nosso espírito está funcionando, nós é que não damos crédito. A maioria de nós somos confinados a uma vida exterior e quase nunca damos crédito à voz interior no espírito.

As coisas do espírito têm de ser discernidas pelo nosso espírito (1 Co 2.14). Jesus sabia, no seu espírito, o que os outros arrazoavam. Paulo foi constrangido no espírito. Em todas essas referências, temos a forma como se manifesta a intuição do espírito. Alguém poder me perguntar a esta altura como vou saber que é intuição do espírito? Eu não sei como você vai saber, mas você vai saber. Alguém poderá lhe perguntar: como você sabe disso? E você simplesmente dirá: ''eu sei que sei“. É desta forma que perceberemos a intuição. É um saber que não tem origem na mente e nem no mundo físico.

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''Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior deles. Diz o Senhor". Jeremias 31.34

Nós vivemos hoje debaixo desta aliança. Todos são ensinados do Senhor. Você não sabe como chegou e saber disso, mas há algo em seu interior que diz que certas coisas não são verdadeiras. Certa vez uma irmã confidenciou que sentiu uma grande angústia enquanto um certo pastor estava pregando. Ela não sabia o motivo daquela angústia no espírito. Um irmão mais maduro então lhe mostrou que aquele pastor estava ensinado heresia, pois dizia que Jesus não havia ressuscitado dentre os mortos. A intuição daquela irmã havia rejeitado o ensino, ainda que a sua mente não entendesse bem a mensagem.

A intuição se manifesta pela restrição e pelo constrangimento. Por exemplo, podemos estar pensando em fazer determinada coisa. Parece muito razoável, gostamos dela, e resolvemos ir em frente. Mas algo dentro de nós, uma sensação pesada, opressiva, parece opor-se ao que a nossa mente pensou, nossa emoção aceitou e a nossa vontade decidiu. Parece dizer-nos que tal coisa não deve ser feita. Este é o impedimento, ou a restrição da intuição.

Tomemos agora um exemplo oposto. Determinada coisa parece irracional, contrária ao nosso deleite, e muito contra a nossa vontade. Mas, por algum motivo desconhecido, há dentro de nós um tipo de constrangimento, um impulso, um estímulo para que a façamos. Este é o constrangimento da intuição.

É importante ainda frisarmos que há uma diferença entre o conhecer e o entender. O conhecer está no espírito, enquanto que a entender está na mente. Conhecemos uma coisa através da intuição do espírito, a nossa mente é então iluminada para entender o que a intuição conheceu. Na intuição do espírito, conhecemos a persuasão do Espírito Santo, na mente entendemos a orientação do Espírito Santo.

O conhecimento da intuição é chamado na Bíblia de revelação. Revelação é o desvendar, pelo Espírito Santo, da verdadeira realidade de alguma coisa. Esse tipo de conhecimento é muito mais profundo que o conhecimento da mente. A unção do Senhor nos ensina a respeito de todas as coisas, pelo espírito de revelação e de entendimento.

A Função da Consciência É fácil entender a consciência. Todos nós estamos familiarizados com ela.

É a capacidade de discernir entre o certo e o errado, não segundo os critérios da mente, mas segundo uma sensação do espírito (Rm 9.1; At 17.16).

Quando comparamos estes textos vemos que a consciência está localizada no espírito humano. Testificar, confirmar, recusar, acusar são funções da consciência. Em 1 Coríntios 5.3 Paulo diz que, em seu espírito, julgou uma pessoa pecaminosa. Julgar significa condenar ou justificar, que são ações da consciência.

Muito freqüentemente, a consciência condena coisas que a nossa mente aprova. O julgamento da consciência não é segundo o conhecimento mental, mas segundo a direção do próprio Espírito Santo.

Na Bíblia existem dois caminhos: o caminho tipificado pela árvore da vida e a do conhecimento do bem e do mal. Não somos exortados na Palavra a andarmos segundo o padrão de certo e errado, mas sim a sermos guiados pelo espírito. Quando você pára diante de um cinema, qual é a sua ponderação? "Não é pornográfico, não é errado, não faz mal, portanto, eu posso assistir”. Tais ponderações não são da consciência; é a mente decidindo, independentemente. A consciência não faz ponderações, apenas decide. Há muitas coisas que

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a nossa consciência recusa, mas a nossa mente aprova. Devemos rejeitar de uma vez por todas o caminhar segundo a mente, segundo a árvore do conhecimento, e seguirmos pelo espírito, pelo princípio da vida de Deus em nós, percebido em nossa consciência.

Precisamos ser absolutos para com aquilo que Deus condena em nossa consciência. Nunca devemos tentar explicar o pecado, justificando-o. Sempre que em nossa consciência houver uma recusa, devemos parar imediatamente. Alguns tentam se justificar dizendo que não têm muita convicção se determinada coisa é errada ou não. Romanos 14.23 nos diz que tudo o que não vem de plena certeza e fé é pecado.

Só podemos servir a Deus estando com a nossa consciência limpa. Todos nós podemos testificar que a ação da nossa consciência não depende de nosso conhecimento da Bíblia. Muitas vezes sentíamos que algo era errado e só depois descobríamos aquela proibição na Bíblia. Sem que ninguém nos ensinasse, sabíamos que o nosso namoro estava errado, que as nossas finanças estavam desajustadas. Aquele que é nascido de Deus tem, no seu espírito, a voz do Espírito Santo a falar pela sua consciência. Ninguém jamais poderá dizer que não sabia. A nossa consciência tem a função de testificar conosco a vontade de Deus.

A Função da Comunhão "Meu espírito exulta em Deus meu salvador" Lucas 1.47 "O que se une ao Senhor é um só espírito com ele". 1 Coríntios 6.17 Comunhão é adorar a Deus. Toda comunhão genuína com Deus é feita no

nível do nosso espírito. Deus não é percebido pelos nossos pensamentos, sentimentos e intenções, pois Ele só pode ser conhecido diretamente em nosso espírito. Aqueles que não conseguem perceber o seu próprio espírito, não conseguem também adorar a Deus em espírito. Deus é espírito e somente o nosso espírito pode entrar em comunhão com Ele.

É no nosso espírito que nos unimos ao Senhor e mantemos comunhão com Ele. Tudo o que Deus faz, Ele o faz a partir do nosso espírito. É sempre de dentro para fora. Esta é uma maneira bem prática de sabermos o que vem de Deus e o que vem do diabo. O diabo sempre começa a agir pelo corpo, de fora, tentando atingir nossa alma. É de fora para dentro. Deus, por sua vez age de dentro para tora.

Sempre que formos adorar a Deus, devemos nos voltar para a nosso coração, pois é no nosso coração que percebemos o nosso espírito, não procure exercitar a mente na hora de adorar, exercite o espírito, mediante o coração. É por isso que a adoração com cânticos em línguas é mais eficiente, pois a nossa mente fica infrutífera e podemos exercitar o espírito livremente. Quando o fogo vier queimando, no coração, absorva-o completamente. Quando vier como um rio transbordante, beba-o completamente. A comunhão é sempre percebida no coração. Como exercitar o próprio espírito

Precisamos separar o nosso espírito de nossa alma (Hb 4.12). Se somos incapazes de separar a nossa alma do espírito, seremos incapazes de contactar o Senhor e mesmo de servi-lo.

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A maneira como Deus nos leva a perceber o nosso próprio espírito passa por três caminhos. Em primeiro lugar, devemos entender que a alma esconde, encobre o espírito assim como os ossos encobrem a medula. Se quisermos ver a medula temos de quebrar os ossos. Por isso a alma precisa ser quebrada. Sem quebrantamento é difícil percebermos o nosso espírito. Portanto, a primeira maneira que Deus usa para percebermos o nosso próprio espírito é pelo quebrantamento da alma. Nestas circunstâncias nos tornamos sensíveis a Deus em nosso espírito.

Em segundo lugar, a palavra de Deus também tem esse poder de separar alma e espírito. Deus, na verdade, usa o quebrantamento pelas circunstâncias e o poder da palavra para separar a alma e o espírito. Hebreus 4.12 diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.”

Uma terceira maneira para percebermos o nosso espírito humano é orando em línguas. Paulo diz em 1 Coríntios 14.14 que aquele que ora em línguas tem o próprio espírito orando enquanto a mente (alma) fica infrutífera. Portanto se você não ora em línguas busque do Senhor esta experiência, pois através dela você vai crescer no seu próprio espírito.

Paulo diz em Romanos 1.9 que ele serve a Deus no espírito. O mesmo se aplica a cada cristão. Precisamos aprender a exercitar o nosso espírito. A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. É como uma lâmpada que se acendeu. Jesus disse que o Espírito está pronto (Mt 26.41). A obra de Deus em nosso espírito já foi completada. Fomos regenerados, nascemos de Deus e ele agora habita em nosso espírito. A nós cabe apenas exercitá-lo.

Observe urna criança que acabou de nascer. Ela é perfeita, mas precisa, ainda ser aperfeiçoada. Ela tem uma boca perfeita, mas não sabe falar, ela possui pés perfeitos, mas não sabe andar e assim por diante. O nosso espírito está pronto, mas ainda precisa, ser aperfeiçoado pelo exercitar.

Anotações

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3ª Lição: “FUNÇÕES DA ALMA E DO CORPO”

2. Funções da Alma

A Palavra de Deus nos mostra clara e inequivocamente que a alma humana é composta por três partes: a mente, a vontade e a emoção. A alma é a sede da nossa personalidade, é o nosso "EU". É por esse motivo que, em muitos lugares, a Palavra de Deus chama o homem de "alma". As principais características do homem estão na sua alma, tais como ideais, pensamentos, amor, etc. O que constitui a personalidade do homem são as três faculdades: mente, vontade e emoções.

A Função da Vontade

"Disponha agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes o Senhor

Deus" 1 Crônicas 22.19. Buscar é uma função da vontade; vemos que a vontade está na alma. Em Jó 6.7 lemos: ''...Aquilo que minha alma recusava em tocar..." Recusar é uma função da vontade "Pelo que a minha alma escolheria, antes ser estrangulada..." Jó 7.17. Escolher também é uma função da vontade. Vemos então, por esses trechos, que a vontade é uma função da alma.

A vontade é o instrumento para nossas decisões e indisposições: queremos ou não queremos. Sem ela o homem seria reduzido a um ser autômato. É a vontade do homem que também resolve pecar ou servir a Deus. É na nossa alma que está o nosso poder de escolha.

A Função da Mente

Provérbios 2.10, 19.2 e 24.14 sugerem que a alma necessita de conhecimento. O conhecimento é uma função da mente, logo, a mente é uma função da alma.

“As suas obras são admiráveis e a minha alma o sabe muita bem'' SaImos 139.14. Saber é uma função da mente, e, portanto, também da alma. Lamentações 3.20 diz que a alma pode se lembrar e sabemos que a lembrança é função da mente. Por isso podemos afirmar que a mente é uma função da nossa alma.

A mente é a função mais importante da alma. Se a nossa mente for obscurecida, nunca poderemos chegar ao pleno conhecimento da verdade. A nossa mente é renovada para poder experimentar e entender a vontade de Deus, que é revelada em nosso espírito.

A Função da Emoção

A emoção é uma parte importante da experiência humana. As emoções

dão cor à nossa vida, todavia jamais podemos nos deixar ser guiado por elas. Isso porque a emoção é uma parte da alma. As emoções se manifestam de muitas formas: amor, ódio, alegria, tristeza, pesar, saudade, desejo, etc.

Em 1 Samuel 18.1, Cantares 1.7 e Salmos 42.1, percebemos que o amor é alguma coisa que surge em nossa alma. Provando, portanto que, dentro da alma existe uma função como a emoção.

Quanto ao ódio, podemos ver em 2 Samuel 5.8, Ezequiel 36.5 e Salmos 117.18, expressões tais como: menosprezo, aborrecimento e desprezo. Essas

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são expressões de ódio e todas elas procedem da alma. A alma, portanto, tem a função de ter emoções, tais como o ódio.

Poderíamos citar ainda a alegria em Isaías 61.10 e Salmos 86.4 como uma emoção da alma e ainda a angústia ou o desejo, 1 Samuel 30.6 e 20.4, Ezequiel 24.25 e Jeremias 44.14.

Todos os trechos que lemos até agora já servem de base para constatarmos que a alma de fato tem três funções: a mente, a vontade e a emoção. E percebemos também que o espírito do homem tem também três funções ou partes distintas: a consciência, a comunhão e a intuição. A transformação da alma

Uma das verdades mais importantes da vida cristã é o fato de que, agora, Deus habita em nós, na pessoa do Espírito Santo. Como já dissemos, Cristo agora é a nossa vida. Se falharmos em entrar em contato constante com o Espírito Santo, que habita em nosso espírito, a nossa vida, e, conseqüentemente, o nosso caráter, serão seriamente prejudicados. É realmente muito importante sermos capazes de distinguir aquilo que vem do espírito. Deus fala é no nosso espírito. Se não sabemos a diferença entre alma e espírito, como podemos discernir a voz e a vontade de Deus para nós?

A Palavra de Deus nos mostra que aqueles que andam segundo o padrão da alma são chamados carnais. Carnal não é exatamente aquele que anda na prática do pecado. Quem anda na prática do pecado, possivelmente nem tenha nascido de novo, pois “...aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado” (Jo 3.9). O carnal é aquele que sinceramente tenta fazer a vontade de Deus e conhecer a sua vontade, todavia, ele o faz exercitando a alma.

Nesse sentido, os cristãos que vivem segundo o padrão da alma tendem a seguir aquela função da alma que lhes é mais peculiar. Por exemplo, pessoas mais emotivas tendem a usar as emoções como critério de vida espiritual. Se sentem calafrios e fortes emoções, conseguem fazer a obra de Deus, mas, se estas emoções se vão, também seu ânimo se esvai. Há outros, porém, que recusam esta emotividade da alma e andam segundo o padrão da mente. Estes chegam mesmo a criticar os emotivos como sendo carnais. O que eles não percebem é que andar segundo a mente também é da alma. Estes irmãos tendem a ser extremamente críticos e naturais na obra da Deus. Geralmente, não aceitam o sobrenatural e querem colocar o Espírito Santo nos seus padrões de mente. Há ainda um terceiro tipo de cristão da alma, são aqueles que andam segundo a empolgação da vontade. Poderíamos chamá-los de crentes "oba-oba". Sempre estão empolgados para realizar alguma atividade, entretanto, o fogo se apaga logo. Não possuem perseverança alguma. Estes crentes chegam mesmo a argumentar em nome de sua pretensa sinceridade: "Se eu não estou com vontade, eu não preciso orar nem ler a Bíblia, pois, afinal, Deus não quer sacrifício". Parece muito piedoso, mas trata-se apenas de desculpas da carne para não servir a Deus. Se andarmos segundo a alma, invariavelmente cairemos em um destes três pontos, ou em todos eles. Os que andam na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8).

Não devemos pensar que a nossa alma é ruim; isto não é verdade. O erro é caminharmos confiados na sua capacidade de pensar, entender e sentir. Se andamos pela alma já não andamos por fé. Existe algo, entretanto, que devemos fazer com a alma: devemos transformá-la. Veja que o nosso espírito já foi recriado, regenerado. Toda a obra de Deus em nosso espírito já foi completada. O nosso espírito é como uma lâmpada que se acendeu dentro de nós. Ela está

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acesa e nunca mais se apagará. O novo nascimento aconteceu num instante, mas a nossa alma agora deve ser transformada. O processo de transformação da alma é algo que dura a vida inteira.

Como a nossa alma deve ser transformada? Pela renovação da mente. A mente é a primeira função da alma. Se mudarmos a mente, estaremos mudando toda a nossa vida. A única maneira de mudar a nossa mente é conformando-a com a Palavra de Deus. "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...". Romanos 12.2

Eu colaboro com o Espírito Santo na minha própria transformação na medida em que me encho com a Palavra de Deus. Com relação ao nosso espírito, devemos exercitá-lo constantemente para manter contato com Deus; e com relação à nossa alma, devemos transformá-la, mediante a renovação da nossa mente com a Palavra de Deus.

3. Funções do Corpo

A Palavra de Deus nos diz que o nosso corpo é apenas a nossa casa terrestre. É o lugar onde moramos neste mundo. A função básica do corpo é ter contato com o mundo físico. Paulo nos diz em 2 Coríntios 5.1-4 que o nosso corpo é a nossa casa terrestre, mas haverá um dia em que seremos revestidos da nossa habitação celestial. O nosso corpo não tem conserto e nem salvação. Precisamos receber outro corpo. No céu não teremos uma nova alma, mas teremos um novo corpo. O nosso espírito foi regenerado, a nossa alma está sendo transformada e o nosso corpo será glorificado. Vemos aqui os aspectos passado, presente e futuro da nossa salvação!

A Função da Sensação

A função da sensação é a porta do nosso ser. Ela se constitui nos cinco

sentidos do corpo. Tudo o que entra em nossa alma, entra através dos cinco sentidos. Se desejamos obter vitória sobre o pecado, precisamos disciplinar o nosso corpo para que, através dele, não entre nada sujo ou pecaminoso.

A Função da Locomoção

Evidentemente, é função do nosso corpo se locomover. O nosso corpo é a parte mais inferior, pois é ele que tem contato com o mundo físico, e para o corpo é impossível perceber as coisas espirituais.

A Função de Instinto Os instintos são reações do organismo que não dependem do comando da

nossa alma. São reações automáticas e em si mesmas não são pecaminosas. Entretanto, elas são a base da concupiscência da carne. Deus criou os instintos bons, mas, por causa do pecado, eles foram degenerados e hoje precisamos exercer domínio sobre eles. Há três grupos de instintos básicos: de sobrevivência, de defesa e sexual. O instinto de sobrevivência inclui o comer, o beber e as necessidades fisiológicas. São inatos; ninguém precisa ensinar a criança a mamar, ela já nasce sabendo. O

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pecado transformou esse instinto natural em glutonaria e bebedices. O instinto de defesa inclui os atos reflexos de proteção, como esquivar-se, esconder-se, proteger-se. O pecado o transformou em brigas, facções, iras e todo tipo de violência. E o instinto sexual foi corrompido para se transformar em adultério, fornicação, prostituição, sodomia e coisas parecidas. Não devemos permitir que esses instintos naturais, que permanecem em nós, mesmo depois que somos convertidos, nos controlem. O corpo deve ser um servo e não um senhor. A disciplina do corpo

Precisamos estudar as funções do corpo para compreendermos que o diabo está de fora e Deus está dentro de nosso espírito. Sendo assim tudo o que é do diabo vem de fora para dentro e tudo o que é de Deus vem de dentro (do nosso espírito) para fora.

Veja a maneira como o inimigo age. Ele primeiro procura entrar pelas portas da alma que são os sentidos do corpo. O processo sempre começa com o inimigo tentando chamar a nossa atenção. Uma vez que ele tem a nossa atenção ele tentará despertar algum instinto básico do nosso corpo. Como já vimos, os nossos instintos foram corrompidos pelo pecado e tornaram-se aliados do diabo. Quando ele desperta um instinto nós dizemos que estamos sendo tentados.

Uma vez que o instinto é despertado, o próximo passo é produzir um desejo. O desejo ainda não é pecado se ele for apenas uma forte tentação e ser tentado ainda não é pecado. O pecado acontece quando o nosso desejo se transforma em intenção. Jesus disse que qualquer um que olhar com intenção impura para uma mulher já adulterou com ela (Mt 5.28). Quando compreendemos a forma como o diabo age fica mais simples alcançar vitória sobre ele.

Além disso, há algo que a Palavra de Deus diz que devemos fazer com o nosso corpo: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional". Romanos 12.1

Devemos ofertar a nosso corpo a Deus e trazê-lo debaixo de disciplina. Disciplinar não é usar de ascetismo, mas é simplesmente não fazer a vontade do corpo. O nosso corpo e a nossa alma são a parte do nosso ser natural que é chamada de carne no Novo Testamento. O carnal, então, é aquele que vive no nível do natural, ou seja, no nível da alma e do corpo.

Algumas implicações práticas

Há uma atitude que devemos ter em relação a cada parte do nosso ser: a. O espírito deve ser exercitado - Com relação ao nosso espírito precisamos

exercitá-lo. A obra de Deus no nosso espírito está pronta, daí dizer-se que o espírito está pronto. Todavia como uma criança nasce perfeita, mas ainda precisa ser aperfeiçoada, também acontece o mesmo com o nosso espírito.

b. A alma deve ser transformada - A nossa alma deve ser transformada. Romanos 12.1 e 2 Coríntios 3.16 nos dizem como isso deve acontecer: pela renovação da mente.

c. O corpo deve ser disciplinado - Por fim o nosso corpo deve ser disciplinado como é ensinado em Romanos 12.1.

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Com relação à salvação podemos dizer:

a. O nosso espírito foi regenerado no passado - a vida de Deus foi colocada dentro do nosso espírito. E como uma lâmpada que se acendeu. A obra está completa. Por isso o Senhor disse que o espírito está pronto (Mt 26.41).

b. A nossa alma está sendo transformada no presente - o alvo de Deus é que esta vida que está no espírito possa transbordar para nossa alma a ponto de saturá-la e transformá-la.

c. O nosso corpo será glorificado no futuro - o ápice da obra de Deus é a manifestação dos filhos de Deus em glória. Com relação ao propósito de Deus podemos comparar:

a. O corpo aponta para o Egito - do ponto de vista de Deus o corpo é o lugar onde o pecado habita e, portanto não tem remédio, deveremos receber um corpo glorificado.

b. A alma aponta para o deserto - depois de termos sido salvos, precisamos nos perguntar se estamos vivendo no nível da alma ou do espírito. A vida da alma é lugar de aridez e falta de fruto. Viver pela alma é viver no deserto.

c. O espírito aponta para Canaã. A boa terra aponta para Cristo. Deus queria que Israel desfrutasse da boa terra assim como deseja que hoje desfrutemos do Senhor Jesus. Sabemos que o Senhor habita em nosso espírito, daí entendermos que é no espírito que devemos desfrutar dele. Com respeito à habitação de Deus podemos entender:

a. O corpo aponta para o átrio; b. A alma para o lugar santo; c. O espírito para o Santo dos santos. Hebreus 10.19 nos exorta a entrarmos

ousadamente no Santo dos santos. Mas onde está o santo dos santos hoje? A resposta é muito simples, está no nosso espírito. É nele que está a arca do Senhor e é a partir dele que Deus fala.

Dentro de todo rádio existe um órgão receptor. Quando sintonizamos o rádio, o receptor capta as ondas magnéticas que estão no ar. Assim acontece conosco, o nosso espírito é esse órgão receptor que capta as ondas espirituais que vêm de Deus. Nós sintonizamos o nosso espírito corretamente quando temos um espírito quebrantado, contrito e aberto diante de Deus.

Anotações

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4ª Lição: “O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS”

1. Qual o propósito eterno de Deus? O propósito eterno de Deus é aquele pelo qual Ele nos criou, e é este:

Ter uma família de muitos filhos semelhantes a Jesus, para a glória de

Deus Pai.

2. Vejamos isto na sua Palavra: “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeita-a”. (Gênesis 1.27, 28). “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. (Romanos 8.29). “Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as cousas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse por meio de sofrimentos o Autor da salvação deles. Pois, tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: A meus irmãos declarei o teu nome...” (Hebreus 2.10-12). “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo a aprovação de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado...” (Efésios 1.3-6).

“... segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus... Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra...” (Efésios 3.11, 14,15). Portanto, o propósito eterno de Deus é ter uma família de muitos

filhos semelhantes a Jesus, para a glória de Deus Pai.

3. Vejamos isto por etapas:

a. Uma família. Isto nos fala de UNIDADE. Embora unidade da igreja não esteja enfatizada nos textos acima, sabemos que os filhos de Deus, à imagem de Jesus, não podem ser brigões, facciosos e sectaristas. São irmãos e glorificam a Deus em sua unidade. Tal unidade está muito bem enfatizada nas seguintes passagens: João 17.20-22; 1 Coríntios 1.10-12; 3.1-4; 10.16,17; Efésios 4.1-6,11-16; Filipenses 1.27;2.1-4 (há ainda muitas outras).

b. De muitos filhos. Isto nos fala de multiplicação, isto é, de QUANTIDADE. Jesus quer discípulos, que fazem discípulos, que fazem

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discípulos... e assim por diante. Aquele que tem a vida de Cristo frutifica e reproduz esta vida em outros. Se os discípulos são bons não continuam poucos. Tais discípulos sabem que Deus quer uma grande família, com muitos filhos.

c. Semelhantes a Jesus. Isto nos fala de edificação de vidas, isto é,

de QUALIDADE. Deus não se alegra apenas com números. Ele não deseja ter uma família de qualquer jeito. Não quer uma “massa” de gente que vive de qualquer maneira. Quer seus filhos com uma qualidade de vida semelhante à vida de Seu Filho Jesus: humildes e mansos como Ele (Mt 11.29), que sirvam como Ele (Jo 13.14-17), que amem como Jesus amou (Jo 13.34), que preguem ao mundo como Ele o fez (Jo 17.18), que perdoem como Ele perdoou (Cl 3.13), que sejam santos como Jesus (1 Pe 1.15), que andem como Ele andou (1 Jo 2.6).

d. Para glória de Deus Pai. Isto nos fala da FINALIDADE. O coração

dos discípulos é carregado do desejo de em tudo dar glória a Deus. Se a família de Deus é formada de filhos semelhantes a Jesus, tais filhos terão como alvo glorificar a Deus como Jesus o fez. Ele disse: “Eu te glorifiquei na terra...” (Jo 17.4). Precisamos de clara revelação de que todas as coisas são do Pai e para Sua glória, como diz Paulo, o apóstolo: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém” (Rm 11.36).

4. Qual a nossa posição dentro do propósito de Deus?

Quando compreendemos e abraçamos o propósito de Deus, este propósito se constitui em nosso chamado, nossa vocação (Rm 8.28-30; 2 Tm 1.8, 9). Este chamado, esta vocação é para sermos participantes do seu propósito em dois sentidos: a) sendo filhos, à semelhança de Jesus, e b) tornando-nos cooperadores de Deus no cumprimento de Seu propósito, levando outros a entrarem neste mesmo propósito. Como já foi dito, o propósito eterno de Deus tem que ser muito mais do que o estudo deste tema neste livreto. Se um discípulo tem seus olhos iluminados pelo Espírito Santo, ele se verá como extremamente apegado a este chamado (Fl 3.12-14), desejará andar de modo digno deste chamado (Ef 4.1-3), e se esforçará para confirmar este chamado (2 Pe 1.10).

5. Um engano muito comum

Muitos cristãos são batizados e vivem anos na igreja, sem conhecer o propósito de Deus, conforme a sua palavra. Acreditam, enganadamente, que nosso alvo é chegar ao céu. Ao invés de verem o propósito de Deus do ponto de vista da sua palavra, mantêm uma idéia humanista (o homem como centro de tudo), e pensam que o propósito de Deus é a salvação dos homens. Assim, tudo gira em torno do homem com suas necessidades.

Por que ocorre isto? Porque não vêem o propósito de Deus como eterno, e sim como tendo começado com a queda, descrita no Gênesis. E claro que o pecado interferiu no propósito de Deus, mas o seu propósito é anterior à queda. É claro que Deus quer salvar todos os homens (Jo 3.16; 1 Tm 2.3,4; 2 Pe 3.9). Mas o seu propósito, como já descrevemos, estava no coração dele antes da fundação do mundo (Ef 1.4). Ele sempre quis uma família, como a que Ele mantinha com o Filho, no Espírito Santo. Ao criar o homem sem pecado, queria que o homem se reproduzisse sem pecado, aumentando a família.

Imaginemos que o propósito de Deus fosse salvar os homens. Neste caso, o pecado estaria dentro do próprio propósito de Deus, fazendo Deus cúmplice do

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pecado. Ao dizer ao homem “não coma deste fruto”, na verdade desejaria que o homem comesse e pecasse, ficando perdido e em trevas, para que Ele o pudesse salvar, cumprindo seu propósito de salvar, revelando assim o seu amor! Que tremenda confusão faz a igreja, quando desconhece o propósito eterno de Deus!

Qual o lugar da salvação, então?

A salvação é necessária por causa da queda.

6. Como o pecado interferiu no propósito de Deus?

O pecado de Adão foi uma intromissão violenta e diabólica no propósito de Deus. Por causa do pecado, o homem se tornou culpado, alvo da ira de Deus, merecendo castigo eterno, sendo expulso da presença de Deus, perdendo a comunhão com Ele (Rm 5.12), porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

Além disso, a própria natureza do homem se corrompeu. Não era mais o mesmo homem. Tornou-se uma criatura vil, corrompida. Estava morto para Deus e inútil para a realização de seu propósito (Rm 3.23). E não foi apenas Adão que se tornou inútil. Ele teve filhos à sua semelhança, à sua imagem (Gn 5.3) e, assim, toda a sua descendência ficou arruinada e inútil para o propósito de Deus (Rm 3.12).

7. Deus desistiu de seu propósito?

Não. Isaías, o profeta, diz: “Lembrai-vos das coisas passadas da Antigüidade... as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade” (lsaías 46.9,10).

O propósito de Deus é imutável (Hb 6.17). Aleluia! Aleluia!

Deus continua desejando ter uma família à sua semelhança! Agora, como todos os descendentes de Adão se fizeram inúteis para o seu propósito, Deus cria uma nova raça. Como? Pelo novo nascimento (Jo 3.3,5,7; 1 Co 15.45-49). Pelo nascimento natural (carne e sangue) pertencemos à raça de Adão, estragada e inútil. Pelo novo nascimento, nos tornamos participantes de Cristo, o último Adão, e pertencemos à família de Deus, restaurada a sua imagem em nós, uma raça celestial.

Adão, por rebeldia, perdeu a imagem de Deus (Rm 5.12). Jesus, o segundo Adão, pelo contrário, sempre fez a vontade do Pai (Jo 4.34) e em tudo o agradou (Jo 8.29), sendo obediente até a morte (Fl 2.8).

O homem agora, em Cristo, se torna uma nova criatura (2 Co 5.17), recebe uma nova natureza (2 Pe 1.4), segundo a imagem daquele que o criou (Cl 3.10). Isto acontece quando crê naquele que o Pai enviou (Jo 6.29), nega-se a si mesmo, toma a cruz e perde a vida para si mesmo (Mt 16.24,25), recebe o senhorio de Jesus (Rm 10.9) e é batizado (Mc 16.16). O plano de Deus não se perdeu. Deus não desistiu de seu bendito propósito: “Cristo em vós, a esperança da glória” (CI 1.27).

8. A salvação é um meio, não um fim.

A obra de Cristo é tão maravilhosa, tremenda, extensa, grandiosa, que nós corremos o risco de contundi-Ia com o propósito de Deus. O pecado fez um dano

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tão grande, que só uma obra como a de Jesus poderia restaurar o homem. O propósito de Deus é maior que a redenção do homem, mas a redenção do homem foi o meio de trazê-lo de volta à finalidade de Deus de ter uma família à sua imagem.

Paulo expôs isto de forma esplêndida em Colossenses 1.26-28: “...o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”.

Portanto, a obra apostólica não consistia somente em buscar a redenção do homem, mas em apresentá-lo realmente restaurado à imagem de Cristo.

Anotações

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5ª Lição: “O SERVIÇO DA IGREJA PARA CUMPRIR O PROPÓSITO DE DEUS”

Quando temos um propósito, um alvo a alcançar, devemos também dar

passos para alcançá-lo. Não podemos agir de qualquer maneira, usando qualquer estratégia, andando em qualquer direção. Devemos ter meios e estratégias e devemos dar os passos que nos conduzam ao alvo, ao propósito desejado.

Também Deus, para a realização de seu propósito, definiu recursos, estratégias e passos que a igreja deve dar para cumpri-lo. A igreja caminha no propósito de Deus e tem os recursos para cumpri-lo.

Vejamos alguns pontos importantes da estratégia divina para a igreja.

1. No povo de Deus, todos são sacerdotes.

Desde o início da formação de seu povo, Deus queria que todos da nação de Israel fossem sacerdotes (Êx 19.6). O povo rejeitou seu sacerdócio, porque ficou com medo de chegar à presença de Deus (Êx 19.12,13; 20.18-20). Então, o Senhor tomou urna das doze tribos, a tribo de Levi, e a constituiu como tribo sacerdotal. Mas seu desejo ainda era que cada um do povo fosse sacerdote. Moisés, que conhecia o coração de Deus, também suspirava que todo o povo tivesse o Espírito do Senhor e fosse profeta (Nm 11.26). Mais tarde, o Senhor prometeu que um dia iria derramar seu Espírito sobre todos (Jl 2.28,29). E Jesus falou que a realização dessa promessa capacitaria a todos os discípulos para servirem a Deus (At 1.8). Com a vinda do Espírito Santo, estabeleceu-se a igreja, e cumpriu-se a vontade de Deus de ter um povo de sacerdotes. Pedro, apóstolo na igreja, afirma:

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. 1 Pedro 2.9.

Tais palavras descrevem o rompimento da igreja com séculos de tradição judaica, de uma “casta” sacerdotal, em que apenas alguns, e por hereditariedade, podiam ser sacerdotes. Tal limitação mudou completamente com a vinda de Jesus e a descida do Espírito Santo. Percebe-se o tom de alegria exultante nas palavras de Pedro. Observe as palavras “raça”, “nação”, “povo”. Todos são Sacerdotes. Aleluia!

Mas a igreja, lamentavelmente, não soube preservar esta rica revelação e voltou aos conceitos da Antiga Aliança. Por mais que se fale, desde Lutero especialmente, sobre o sacerdócio de todos os santos, a igreja mantém, na prática, um povo dividido entre dois tipos de pessoas. Muitas igrejas (romana, episcopal, metodista e outras) as dividem em clérigos e leigos. Os clérigos são os “sacerdotes”, os leigos são o “povo comum”. Os “evangélicos” as dividem em “servos de Deus” e “ovelhas”, ou entre “os ungidos” e “os demais”. Pela tradição “evangélica”, os “servos de Deus” devem negar a si mesmos, renunciar a tudo e consagrar-se totalmente ao Senhor, dedicando-se inteiramente à sua obra. Os demais só precisam assistir, ler a Bíblia, orar um pouco, e contribuir financeiramente. Se alguns poucos fizerem mais do que isto, logo serão destacados como pessoas muito consagradas. Tais fatos são doenças que impedem o avanço do propósito de Deus.

Devemos recuperar agora a revelação que perdemos e que Deus nos deu através de seu apóstolo: somos uma nação de sacerdotes. Há um só

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chamado, uma mesma condição para todos, uma só vocação. Todos na igreja são servos de Deus, todos são sacerdotes, todos são ministros. A igreja deve dar oportunidade para que todos desenvolvam seu serviço, seu ministério. Se a igreja é um lugar para alguns “astros” do público, enquanto os demais só sentam e escutam; se ela não é um corpo onde todos podem exercer seu serviço, então é um corpo mutilado ou atrofiado. Se a igreja for assim, ela não passa de judaísmo reformado, meio caminho entre a velha e a nova aliança e não poderá caminhar para o propósito de Deus.

Quando Jesus disse “...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela...” (Mt 16.18), não estava pensando em alguns pastores, profetas, apóstolos ou evangelistas superdotados. Estava pensando em todo o seu povo, em você. Aleluia!

2. Como deve ser o serviço para a edificação da igreja?

Pelo que vimos acima, formou-se a tradição de que a igreja é edificada pelos pastores. Mas não é isto o que vemos nas Escrituras. Aprendemos sobre isto em Efésios 4.11-12. Vejamos primeiramente o versículo 11:

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”.

Observemos que Jesus não colocou na igreja apenas pastores e

evangelistas, como se pratica hoje. Há também apóstolos e profetas. Assim deve ser a igreja agora.

Então, devemos perguntar-nos: para que Jesus colocou estes ministérios? Qual é a função deles? A resposta tradicional é: foram colocados para edificar a igreja. Ao analisarmos o versículo 12, temos uma resposta clara:

“...com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo...”

Aí aprendemos claramente qual a função dos ministérios do versículo 11.

O versículo doze tem três etapas:

1ª) “com vistas ao aperfeiçoamento (correto ordenamento) dos santos”; 2ª) “para o desempenho do seu serviço (ministério)”; 3ª) “para a edificação do corpo de Cristo”.

Observação: A palavra “aperfeiçoamento” não traduz bem a palavra “KATARTISMÓS” do grego, no original do Novo Testamento, porque esta palavra realmente significa “equipar”, “coordenar” (como juntar as peças de um todo para que este funcione). Assim, a palavra “KATARTISMÓS” traduz-se melhor por “CORRETO ORDENAMENTO”.

Notemos como o texto se desenvolve em três etapas. A terceira etapa é a

edificação do corpo de Cristo. Quando dizemos que os pastores é que edificam a igreja, estamos pulando do versículo 11 para a última parte do versículo 12, deixando de fora algo muito importante: o serviço dos santos.

Para que ocorra a edificação do corpo de Cristo tem que haver, antes, o desempenho do serviço dos santos. A edificação não pode ser apenas resultado do trabalho dos pastores, mas, sim, o fruto do serviço de TODOS OS SANTOS.

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Somente quando cada membro do corpo desempenhar seu serviço é que haverá a edificação do corpo de Cristo. Por mais que os líderes se esforcem, se não houver o serviço dos demais santos, não haverá a edificação desejada do corpo de Cristo, cumprindo o propósito de Deus.

Concluindo esta parte: Podemos, assim, entender qual seja a função dos serviços do versículo 11. Eles contribuem para o correto ordenamento dos santos. Fazendo isto, os santos irão desempenhar o seu serviço. Então acontecerá a edificação do corpo de Cristo. Por isso podemos afirmar:

O CORPO DE CRISTO É QUE EDIFICA O CORPO DE CRISTO.

Para praticarmos isso, é necessário que rompamos com muito daquilo a

que estamos acostumados, porque a estrutura da igreja hoje está voltada para o funcionamento de uns poucos ministérios (serviços). Geralmente, tudo gira em torno da “pregação” de uns poucos. A maior parte do tempo, das energias e dos recursos, é canalizada para produzir grandes reuniões e grandes eventos, onde uns poucos aparecem e a grande maioria senta e ouve. Não podemos imaginar que a igreja primitiva era assim. Sem tais coisas os primeiros cristãos transtornaram o mundo.

E isso aconteceu porque entendiam e praticavam que cada santo era um sacerdote, cada um era um obreiro, cada um tinha um serviço para desempenhar.

3. Os ministérios específicos e os ministérios comuns a todos

Os ministérios encontrados em Efésios 4.11 não são dados a todos os santos. São específicos, mas surgem dos ministérios comuns. O texto diz que Jesus deu tais serviços à igreja, colocando pessoas específicas para realizá-los. Entretanto há serviços que não são só para algumas pessoas. São para todos os irmãos, nos quais todos devem ser instruídos, treinados, exercitados, para funcionarem bem. Podem ser resumidos, basicamente, em dois:

1º) ser testemunha (At 1.8; 1 Pe 2.9); 2º) edificar nas juntas e ligamentos (Ef 4.15,16; Cl 2.19).

Embora haja serviços e tarefas a serem realizadas (hospedar irmãos,

limpar e zelar pelos locais de reunião, preparar e servir à mesa do Senhor, dirigir louvores, pregar, etc.), o serviço dos santos é muito mais do que isso. Ninguém pode, por fazer tais coisas aí citadas, afirmar que está cumprindo o seu ministério, O ministério do corpo de Cristo é o de multiplicar a vida de Cristo, pelo testemunho e por meio de seus vínculos no corpo. TODOS OS SANTOS DEVEM PARTICIPAR DESTE MINISTERIO E PODEM CONTAR COM A GRAÇA E A UNÇAO DO SENHOR PARA ISSO...

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Anotações

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6ª Lição: “O MINISTÉRIO DE SER TESTEMUNHA”

Em Mateus 28.18-20 lemos que Jesus nos mandou fazer discípulos. Quando, porém, começa este serviço de fazer discípulos? Começa quando testemunhamos às pessoas, como testemunhas de Jesus. Depois as pessoas que o recebem são batizadas, e aí temos que ensiná-las a guardar tudo que Jesus ensinou.

Em Atos 1.8 está escrito que Jesus nos diz que a descida do Espírito Santo tem uma finalidade bem clara: dar-nos o poder para sermos suas testemunhas. Como o Espírito Santo, no Pentecoste, foi derramado sobre todos, então este poder é para todos, para que todos possam desempenhar este serviço que é comum a todos os santos, sem exceção.

Em 1 Pedro 2.9, o apóstolo fala que nosso papel como sacerdotes é o de proclamar as virtudes daquele que nos chamou. Isto é o mesmo que ser testemunhas.

Em 2 Coríntios 5.20, Paulo nos diz que somos embaixadores de Cristo, ou seja, representantes de Cristo diante do mundo. Isto também é ser testemunha.

Como ser testemunhas? Vejamos alguns princípios que nos ajudem. 1. Como começar? Como abordar as pessoas?

Lembremos que abordar é ir pelas bordas, sem violência. Devemos

abordar as pessoas com naturalidade e simplicidade. Para isto, devemos compreender algo muito importante. NÓS NÃO PODEMOS CONVERTER NINGUÉM. Esta é uma função do Espírito Santo (Jo 16.7,8). Nós somos apenas COOPERADORES de Deus. Nós cooperamos com o Espírito Santo dando nosso testemunho.

Vale uma pequena ilustração: não podemos fazer um pintinho. Só Deus pode. Mas podemos colocar o ovo debaixo da galinha. Assim, estamos HARMONIZANDO dois elementos da natureza: o ovo e a galinha. Esta tarefa é muito simples, mas indispensável; sem ela o pintinho não nasce.

Para produzir uma nova vida em Cristo é a mesma coisa. Nós não podemos fazê-lo. Só Deus o pode. Mas temos a tarefa de harmonizar dois elementos espirituais: a Palavra de Deus com a fome espiritual da pessoa. Não temos que produzir a fome. Isto é tarefa de Deus. Somos apenas cooperadores. Nossa tarefa é procurar pessoas que têm fome e sede de justiça, pessoas em quem o Espírito Santo está trabalhando, para podermos cooperar com Ele. (Exemplo: Atos 16.14.)

Desta forma, no primeiro contato com as pessoas, procuramos quem tem interesse em ouvir. E como se jogássemos o anzol na água para ver se o peixe belisca. A este primeiro contato chamamos de “gancho”.

A abordagem inicial deve ser assim: lançamos a palavra e esperamos o retorno. Não devemos falar o tempo todo, nem forçar, nem insistir, nem discutir. Não é hora de pregar, mas, sim, de procurar. Devemos dar a palavra do Senhor e esperar a reação. Se alguém mostra alguma abertura ou interesse, então damos continuidade. Para estas pessoas devemos dar tudo: nosso tempo, nossa dedicação, nossa amizade, nossa vida. Temos que ver estas pessoas como vidas muito preciosas. Então vamos cooperar com Deus, com todo nosso coração,

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envolvidos em amor e compaixão. Devemos vê-las como Jesus as vê (Mateus 9.36).

Atenção: Algumas pessoas podem dar a impressão de que não estão abertas, porque elas têm muitos questionamentos. Por isso, devemos estar atentos e procurar responder com amor e paciência às perguntas que fazem, pois muitas vezes são pessoas sinceras e têm dúvidas e perguntas coerentes.

2. Dando o testemunho pessoal

Uma “testemunha” é assim chamada porque pode contar FATOS

CONCRETOS, por ter participado deles ou por tê-los visto. A coisa mais simples e concreta que temos para falar é o nosso testemunho pessoal. Em Marcos 5.19, vemos como até mesmo aquele homem recentemente liberto de demônios podia dar testemunho de Jesus. Quando encontramos alguém que ouviu a palavra do Senhor e mostrou alguma reação positiva, então devemos dar a essa pessoa o nosso testemunho pessoal.

Chamamos de “testemunho pessoal” à experiência de conversão de cada um, baseado na palavra que Jesus nos deu e o que Ele fez conosco. Todos nós fomos gerados pela palavra de Deus (1 Pe 1.23). No testemunho pessoal, devemos contar de forma simples a nossa conversão. Este testemunho é dado com gozo e alegria, para comunicar aos outros a bênção da Palavra de Deus em nossas vidas.

3. Anunciando o Evangelho do Reino

Quando uma pessoa se abre para ouvir a palavra do Senhor, e está disposta a nos receber, então devemos anunciar claramente o evangelho do reino. Devemos falar tudo sobre Jesus e sobre a porta do reino (arrependimento, batismo nas águas e o dom do Espírito Santo). E importante ajudar as pessoas a verem o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, bem como lhes ensinar o que é o pecado, a independência de Deus, e a necessidade de negar-se a si mesmo para se submeterem a Deus.

Observações: 1. Não, existe uma regra fixa para o evangelismo. Cada pessoa é diferente das outras. Algumas precisam de tempo para entender, para meditar, para calcular o preço de seguir a Jesus. Não podemos apressá-las. Devemos acompanhar o Senhor, cooperando e esperando que Ele complete a obra. Entretanto, há outras pessoas que logo estão prontas, pessoas que têm muita fome e sede. Podem converter-se até no primeiro dia. Nesse caso, não devemos retardar a realização da obra de Deus. Portanto, devemos estar sensíveis, procurando discernir no Espírito a real situação de cada pessoa, para agirmos corretamente. 2. Quando um discípulo está anunciando o evangelho pela primeira vez, ele não deve fazer o contato sozinho, mas, sim, junto com alguém mais experiente. 3. Orientamos, neste momento, o uso do “folder” Qual o propósito da vida?

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4. A estratégia de Jesus e da igreja primitiva

Como Jesus fez para formar seus discípulos no ministério de ser testemunhas? Jesus estava com eles, na rua e nas casas, nas casas e na rua. Eles aprenderam a ser testemunhas, estando sempre em contato com outras pessoas. Eles estavam sempre junto com Jesus, vendo como Ele fazia. A sala de aula dos discípulos de Jesus era com as pessoas em qualquer lugar.

Até mesmo quando Jesus ensinava os doze apóstolos, Ele o fazia na rua, diante das multidões. E as multidões também ouviam o ensino de Jesus (Compare Mt 5.1-2 com Mt 7.28).

Por outro lado, vemos Jesus também usando a estratégia do “oikos”, que significa casa, lar, família e relacionamentos íntimos, como base de evangelismo e na obra de fazer discípulos, conforme Lucas 10.1 -12 e Atos 20.20.

Alguns exemplos de Jesus usando a casa: • Jesus com seus discípulos na casa dele (Mt 13.1 e 36 e Jo 1.35). • Jesus com seus discípulos na casa deles (Mc 1.29-34). • Jesus com seus discípulos na casa do “contato”, recém convertido (Mc

2.13-15). • Jesus na casa do contato (Lc 19.5-10).

Depois que Jesus subiu ao Pai, os discípulos continuaram usando a

mesma estratégia dele. Em Atos 2.46 e 5.12, vemos que os irmãos costumavam encontrar-se diariamente no templo, no “pórtico de Salomão”. Ora, este não era um lugar de reunião com bancos e púlpitos, como temos hoje. Era um lugar público onde havia muita gente. Era um lugar onde estava o povo da cidade.

Também no livro de Atos encontramos o Espírito Santo usando os relacionamentos como base de conversão de toda a casa, a família“.

Encontramos inúmeros exemplos que nos enchem de fé para salvação de toda a casa:

• Cornélio, parentes e amigos íntimos... “serás salvo, tu e toda a tua casa...” (At 10.24 e 11.14)

• Lídia, ela e toda sua casa (At 16.13-15) • Carcereiro e todos os seus (At 16.25-34) • Crispo, com toda a sua casa (At 18.8-11).

Se, hoje, quisermos que os irmãos sejam treinados para serem

testemunhas, falando aos homens com toda intrepidez, sem timidez ou medo, devemos ir às ruas e nos contatos nas casas, com eles, o maior tempo possível. Devemos “sair” de todas as formas, em grupos pequenos com alguns discípulos e também em grupos maiores. Devemos estar com os discípulos, no meio do povo, devemos ser como Jesus, amigo dos publicanos e pecadores para que eles conheçam o Senhor (Mt 9.10-13 e 11.19).

Anotações

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7ª Lição: “O MINISTÉRIO DE EDIFICAR NAS JUNTAS E LIGAMENTOS”

Este é outro ministério que Deus entregou a toda a igreja, a todos os santos. Observamos o texto de Efésios 4.16, como fizemos com o texto de Efésios 4.12; este versículo também se desenvolve em três etapas distintas;

1º) “...de quem todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas...”.

2º) “...segundo a justa cooperação de cada parte...”. 3º) “...efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em

amor“.

Aqui temos uma seqüência das palavras apostólicas sobre o edificar por meio de juntas e ligamentos. A terceira etapa do versículo contém uma tremenda afirmação; é o próprio corpo que produz o seu aumento, sua edificação. Por esta afirmativa do Espírito Santo, vemos novamente que não são os ministérios de Efésios 4.11 que produzem a edificação do corpo, mas, sim, o próprio corpo.

Como o corpo produzirá esta edificação? Aqui, como no caso dos versículos 11 e 12, não podemos chegar a essa terceira etapa sem passar pela segunda: a justa cooperação de cada parte (cada membro do corpo), e não apenas pela cooperação de uns poucos. Agora, porém, vamos à pergunta decisiva: como alcançar isto? Como levar cada membro a dar a sua justa cooperação? A resposta se encontra na primeira parte do versículo. Para que cada membro possa fazer sua parte, é necessário que todo o corpo esteja “bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas”.

Esta palavra “junta”, foi esquecida pela igreja, mas o Espírito Santo não está fazendo poesia sobre o corpo de Cristo. Não se trata de uma “figura” apenas. O Espírito Santo usa uma linguagem humana, simples, para falar-nos de uma realidade espiritual importante e profunda. Sabemos bem o que é um membro do corpo humano e, por isso, podemos entender o que é ser um membro do corpo de Cristo. Então devemos saber também o que é uma junta no corpo humano, para sabermos como são as juntas no corpo de Cristo. Então, o que é uma junta?

A junta é uma articulação que faz conexão entre os ossos. E aqui somos ajudados pelo texto de Colossenses 2.19, onde lemos: “...todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus”. Conforme o dicionário de Aurélio B. de Holanda, ligamento é uma “parte fibrosa muito resistente, que serve para ligar os ossos ou os órgãos”.

Vemos então que as juntas são as articulações e os ligamentos passam pelas juntas dando firmeza e resistência a elas. Juntas e ligamentos, portanto, servem para harmonizar o corpo humano. Cada membro do corpo deve estar no seu devido lugar de funcionamento, firmado e consolidado com os outros membros, por um vínculo específico, forte e resistente.

O corpo de Cristo, a igreja, é também assim. Seus membros precisam estar unidos por vínculos fortes, resistentes, específicos. Se a igreja não for assim, ela será mais como um amontoado de membros, uma “sacola de membros”, como diz alguém. Se os membros de um corpo não estiverem vinculados, será como um corpo esquartejado, sem harmonia nem vida. Referindo-se à igreja, que tremenda é a afirmação de Paulo em Colossenses 2.19! Se alguém, um membro do corpo de Cristo, não estiver vinculado com os demais membros, como pode nele haver vida? Paulo diz que tal membro não está

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“retendo a cabeça”. Como pode a Cabeça, Jesus Cristo, comandar um corpo esquartejado?

Portanto, a principal função dos ministérios (serviços) de Efésios 4.11, e de todos os que os ajudam, é a de ordenar os santos, em seus relacionamentos adequados, cada membro onde Deus o colocou (1 Coríntios 12.18), para que os santos realizem seu serviço e o corpo bem ajustado e com a cooperação de todos os seus membros produza o seu próprio crescimento, sua própria edificação.

Como isso se faz não está explicado em Efésios. Mas podemos vê-lo claramente no Novo Testamento, onde encontramos o ensino e exemplo de Jesus e dos apóstolos. Aí aprendemos sobre como eles praticaram estas realidades espirituais.

JUNTAS E LIGAMENTOS DE DISCIPULADO

As juntas e ligamentos no discipulado são a continuação do ministério das

testemunhas (Mt 28.18-20). Para fazer discípulos, começamos sendo testemunhas, mas depois temos que formar a vida das pessoas que se convertem ao Senhor. Após o batismo, vem a edificação do novo discípulo. É necessário ensiná-lo a guardar todas as coisas que Jesus ordenou. Observações importantes:

1. Formar é mais do que informar

Falando sobre o tema “A Luz do Mundo’, certo irmão disse: ”A luz não se ouve, a luz se vê”. Jesus, que se apresentou como a Luz do mundo, sabia que não poderia transmitir a luz de Deus apenas com palavras. Ele não era o som do mundo. Por mais que falasse, não conseguiria transmitir toda a sua glória. Suas palavras eram espírito e vida (Jo 6.63), mas a vida que estava nele era a Luz dos homens (Jo 1.4). Ele sabia que esta luz deveria ser vista e observada de perto. As pregações são necessárias e até indispensáveis, mas elas apenas cooperam na formação, não formam. A informação é importante, mas é uma pequena parte da obra. Então, como Jesus fez discípulos?

2. Fazer discípulos não é realizar uma reunião de discípulos

Observemos o chamado dos doze. Para que Jesus os chamou? Não os chamou para uma reunião de estudo bíblico ou de oração, nem para uma escola bíblica. Conforme Marcos 3.14, Jesus chamou os doze para estarem com Ele, e depois os enviou a pregar e a exercer autoridade sobre os demônios. A sentença “para estarem com ele” define a estratégia de Jesus. Ele estava estabelecendo as primeiras juntas e ligamentos do corpo, entre Ele e seus apóstolos. Ele desejava uma relação estreita com seus discípulos para transmitir-lhes a sua vida, pelo exemplo, em vida. Jesus não era um homem do púlpito, de mensagens elaboradas e entusiasmadas. Era um homem de relacionamentos, e seus discípulos aprenderam tudo vendo.

Os discípulos viram como Jesus se relacionava com os pobres, o que dizia aos ricos, como procedia com os enfermos, como respondia aos hipócritas, como expelia os demônios, como fazia quando cansado, como repreendia a tempestade no mar, como tratava as prostitutas, como reagia às mentiras e calúnias, como amava a Israel, como orava ao Pai... Estavam juntos quando ria, quando chorava, quando esbravejava e derrubava mesas, quando foi preso e quando morreu.

Que tremenda experiência! João escreveu: “o que temos ouvido, o que

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temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, com respeito ao verbo da vida...” (1 Jo 1.1). Ah! Como isso é grandioso! Se não houvesse esta relação estreita entre Jesus e os seus discípulos, as multidões não permaneceriam nos seus ensinamentos por muitos anos, depois de sua morte.

Quando Jesus mandou fazer discípulos, que entenderam os discípulos dele? Eles nunca viram um salão cheio de bancos, um conjunto musical para liderar louvores ou um púlpito. Que passou pela mente deles, quando ouviram a ordem de Jesus? Certamente, para eles era como se Jesus estivesse dizendo: “o que eu fiz com vocês, façam com os outros”. Esta missão incluía a pregação, como Jesus pregou, mas, essencialmente, referia-se a relações de discipulado.

Discipulado não é um método a mais. É a prática de Jesus. O discipulado sustenta, edifica e ajusta ao corpo, a pessoa que se converte. Tal vínculo surge de modo natural, quando, depois de pregar a outro e batizá-lo, o discípulo se sente responsável pelo “seu” novo convertido. Então cuida, ensina, vela, ampara, sofre e leva a carga dele. Assim ninguém fica só. Todo o “recém-nascido” tem um ”pai” ou “mãe” espiritual que cuida dele e o alimenta. Isto é vital para a igreja. Por isso, devemos estar sempre vigiando pelo funcionamento destas relações (Fl 4.9).

Mas precisamos entender que tal relacionamento não é apenas para os novos. Em 2 Timóteo 2.2, vemos que Paulo fala de várias gerações de discípulos. Esse texto mostra claramente como tal relacionamento prossegue para a formação de vários níveis de ministério. E neste desenvolvimento que surgirão discipuladores sobre discipuladores.

3. O que é necessário para se tornar um discípulo?

Quando estávamos no mundo, toda nossa vida era estruturada com base em padrões humanos. Em 1 Pedro 1.18 lemos que fomos “resgatados do nosso (vosso) fútil procedimento que nossos pais nos (vos) legaram”. Em outra tradução diz que fomos “resgatados de uma vã maneira de viver”. E que todas as áreas de nossa vida foram afetadas pelo pecado. Agora, Deus quer ordenar nossas vidas pelo seu padrão, até que sejamos semelhantes a Jesus. Esta transformação atinge desde a nossa mente (Rm 12.2) até os mínimos detalhes de nossa conduta (Ef 4.22 e 6.18). Nossa relação com Deus, às relações familiares, trabalho, estudo, uso do dinheiro, preparo para o casamento, lazer, santidade do corpo, uso da língua, etc., tudo deve ser ordenado pelo padrão de Deus. Na verdade, passamos por um processo de reeducação, como se lê em Tito 2.12.

Como Deus ordenará nossas vidas? Como Ele nos aconselhará? Ele dispõe de muitos meios para isso, mas, especialmente, Ele estabeleceu os relacionamentos entre os membros do corpo para reorientar-nos. É para isto que existem os vínculos no corpo: para que a vida de Deus passe de um membro para outro.

Para que alguém seja orientado é necessário que:

1º) renuncie à rebelião e à obstinação (1 Sm 15.23); 2º) saiba dar ouvido a conselhos (Pv 12.15); 3º) seja manso e humilde (Mt 11.29); 4º) seja sujeito aos irmãos (1 Co 16.16; Ef 5.21); 5º) seja submisso aos que o presidem no Senhor (Hb 13.17).

Ninguém pode ser edificado por outro irmão, se mantiver uma atitude de

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independência, orgulho ou auto-suficiência. Estas são características de quem está nas trevas. A obstinação (teimosia) é um grave pecado (1 Sm 15.23). Alguém que se considera correto aos seus próprios olhos não pode ser ensinado ou corrigido (Pv 12.15).

Há alguns que são constantemente aconselhados, mas fecham seus ouvidos e seguem seus próprios conselhos. Outros, quando corrigidos e admoestados, se justificam com mais argumentações. Invariavelmente os tais colhem amargo fruto do seu procedimento, mas, mesmo assim, não querem enxergar. Nunca aprendem, por obstinação e orgulho.

É IMPOSSÍVEL EDIFICAR QUEM NÃO SE SUBMETE

Um discípulo não é assim. Ele é como ovelha e não como a cabra que

esperneia nos braços de quem a segura. E dócil à repreensão e ama a correção. Os discípulos devem buscar ensino e conselho, devem ouvir e praticar. Somos membros do corpo de Cristo e as orientações da cabeça vêm através dos membros. Deus quer nos abençoar através dos irmãos.

4. Como deve ser aquele que discipula?

Existe um grande perigo neste ministério: o abuso da autoridade. O discipulador precisa entender que ele é servo do discípulo, não seu dono. Deve ensinar-lhe o conselho de Deus e não seus gostos e costumes pessoais. O discipulador deve preservar a iniciativa e as qualificações pessoais do discípulo e, principalmente, sua relação e dependência pessoal do Senhor.

Devemos ter em mente a visão de Deus sobre a autoridade. No mundo, a autoridade é tomada como oportunidade de posição e domínio. No reino de Deus é o contrário disso. Disse Jesus: “quem quiser tornar-se grande entre vós, será este o que vos sirva” (Mc 10.43). Ele foi o nosso exemplo. Foi quem mais se humilhou e quem mais serviu. Por isso também o Pai lhe deu toda a autoridade (Fl 2.5-11).

Devemos distinguir bem entre estas três coisas: 1ª) A Palavra do Senhor (Mt 28.18-20) — A esta o discípulo deve uma

submissão absoluta. Quando lhe damos a Palavra de Deus e ele não a recebe, está sendo rebelde e deve ser disciplinado, se não se arrepender.

2ª) Nossos conselhos (Cl 3.16) — Não se trata de uma palavra absoluta do Senhor. Exemplo: quando dizemos a um discípulo que ele não pode casar com uma mulher incrédula, estamos dando a palavra do Senhor. Mas, quando lhe dizemos que não é bom que ele case com a irmã “fulana”, apenas estamos dando um conselho. Se o discípulo rejeita o conselho, não é necessariamente um rebelde. Entretanto, aquele que nunca aceita conselhos é orgulhoso e auto-suficiente. Não pode ser edificado.

3ª) Nossas opiniões (Rm 14.1,5) — Trata-se do nosso parecer pessoal sobre este ou aquele assunto. O discípulo pode ou não concordar com nossas opiniões ou segui-Ias.

Por fim, devemos entender que, como discipuladores, devemos dar três coisas fundamentais ao discípulo:

1ª) Devemos dar a nós mesmos. Jesus não dava palavras apenas, nem

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apenas reunia os discípulos; dava-se a si próprio (Jo 13.1). Dar-se é dar o seu tempo, seu interesse, sua amizade, deixar-se envolver, ter carga, zelar, orar. Temos que dar nossa casa, nosso amor, nossa vida. 2ª) Devemos dar exemplo. Jesus era exemplo (Jo 13.15). Ele disse: “vinde e vede” (Jo 1.39), e não “vinde e ouvi”. Nós também devemos dizer “vinde e vede”. Devemos chegar a dizer: “Sede meus imitadores como também eu sou de Cristo” (1 Co 11.1). Isto não é pretensão. Jesus não era pretensioso, nem Paulo. Deus é quem nos torna exemplos, pela vida de Cristo em nós.

3ª) Devemos dar a Palavra de Deus. Jesus instruiu com a palavra (Jo 15.3). Ele constantemente mostrava a vontade do Pai. Ensinava e orientava, em toda parte, em todo o tempo, no templo, em casa, no caminho, no barco... Ele dava ensino para todas as áreas da vida. Nós temos que ensinar aos discípulos a guardarem todas as coisas que Jesus ordenou.

Anotações

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8ª Lição: “JUNTAS E LIGAMENTOS DE COMPANHEIRISMO”

Jesus não apenas estabeleceu vínculos fortes entre Ele e seus discípulos. Também relacionou os discípulos entre si. Várias vezes os enviou dois a dois (Mc 6.7). Saíam sem o Mestre! Que relação profunda tinham que desenvolver! A oração, os conselhos, a paciência, o perdão, o cuidado com o espírito de disputa, eram esses e tantos outros os pontos em que o Espírito Santo trabalhava neles, enquanto estavam nessa relação de companheirismo.

A relação de Jesus com eles era de discipulado, urna relação vertical. Esta outra relação, dois em dois, é urna relação horizontal a que chamamos companheirismo (Ec 4.9-12). Na relação de discipulado, alguém mais maduro vela por um mais novo. Na relação de companheirismo os dois se responsabilizam mutuamente por edificarem um ao outro. Em lsaías 41.6, lemos: “um ao outro ajudou, e ao seu companheiro disse: Esforça-te” (versão corrigida).

O companheirismo deve ser um relacionamento sério diante do Senhor. Não havendo isto, não haverá o desempenho de cada parte para a edificação do outro. Quando há este relacionamento específico, cada um sabe qual é sua responsabilidade. Quando não há, pensa-se que todos são responsáveis por todos, mas, de fato, ninguém se responsabiliza por ninguém.

1. Como deve ser o relacionamento no companheirismo?

O relacionamento de companheirismo deve caracterizar-se por:

1º) AMOR (Jo 13.34) — Deus não criou o homem para andar só, mas, sim, para ter um relacionamento de amigo que traga alegria e prazer de estarem juntos. O amor carrega em si lealdade e fidelidade, virtudes que nos capacitam a superar qualquer provação que possa surgir. O amor também envolve atenção, cuidado, respeito e responsabilidade. Amar é querer o bem do companheiro e o de sua família. Neste relacionamento devemos poder dizer: “O que é meu é teu”.

2º) HONRA (Rm 12.10) — Isto é estar sempre disposto a dar o primeiro lugar ao outro e ficar sempre na posição de servo. E buscar sempre os interesses do outro, mesmo que eu venha a perder.

3º) TRANSPARÊNCIA (Tg 5.16) — Isto significa confessar os pecados um ao outro. Nada esconder. Colocar a vida perante o outro sem barreiras.

4º) SUJEIÇÃO (Ef 5.21) — Grande prova de humildade é a submissão ao companheiro, pois muitas vezes é mais fácil se submeter ao discipulador, por se tratar de alguém mais maduro.

5º) LONGANIMIDADE E PERDÃO (Cl 3.12,13) – É neste relacionamento que várias áreas da vida irão se revelar e receber tratamento. E aí que o companheirismo funcionará profundamente. Diante das deficiências de caráter do outro, não devemos desanimar, mas, sim, aprender a perdoar e suportar. Então, o caráter de Cristo estará sendo formado em nós.

2. Que fazem os companheiros quando estão juntos? a) Oram juntos (Mt 18.19,20). Podem ter uma lista de oração. b) Saem juntos para pregar aos incrédulos (Mc 6.7-12). Visitam contatos juntos. c) Servem um ao outro (Gl 5.13).

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d) Edificam-se mutuamente com a Palavra (Cl 3.16), revisando os textos, a catequese, o ensino dos pastores e mestres, consolando-se, aconselhando-se, etc. (1 Ts 5.11).

e) Estimulam-se mutuamente a amar a outros e às boas obras (Hb 10.24). f) Cuidam de seus discípulos juntos (At 14.21 e 22). Observação importante:

NO COMPANHEIRISMO, A PRINCIPAL FUNÇÃO É FAZER A OBRA JUNTOS. O TRATAMENTO DO CARÁTER É CONSEQÜÊNCIA.

3. Como iniciar o relacionamento de companheirismo?

Observemos os seguintes pontos: 1. Não é necessário buscar alguém com muita afinidade. Não idealizar.

2. Não é preciso longo período de observação (não é casamento!).

3. Companheirismo pode ser entre pessoas de idades bem diferentes.

4. Pode ser uma dupla de companheiros, mas também três pessoas.

5. Pode ser com alguém mais novo ou mais maduro na fé.

6. É importante que morem o mais perto possível, para que seja funcional.

7. É necessário que sejam do mesmo sexo.

8. Orar e buscar conselho, antes de iniciar o relacionamento.

A MULTIPLICAÇÃO DE DISCÍPULOS

1. A necessidade de dar frutos

Leiamos o texto de João 15.1-8,16. Que tremendas são essas palavras de Jesus! Que advertência! Dar fruto não é uma opção. É uma conseqüência inevitável quando alguém permanece em Cristo. Perguntamos porém: que fruto é esse que devemos dar? Certamente não se trata do fruto do Espírito sobre o qual lemos em Gálatas 5.22,23. Neste sentido, há três considerações a fazer:

1ª) A linguagem: em João 15, Jesus fala do fruto do discípulo; na epístola aos Gálatas, Paulo fala do fruto do Espírito Santo, em nós.

2ª) Se examinarmos a parábola dos talentos (Mt 25.14-30), notamos que aquilo que Ele próprio deu aos seus servos, mas sim que o servo obteve, aplicando aquilo que recebeu do Senhor. Ora, o fruto do Espírito é aquilo que Deus nos dá, através da vida de Cristo em nós. Amor, alegria, paz, etc. são os talentos que Deus colocou em nossas vidas. Mas não é isto que Ele busca. Busca, sim, o lucro do que Ele deu: o fruto do discípulo.

3ª) O texto de Mateus 13.23 é claro e definitivo. Diz que o dar fruto é reproduzir a cem, a sessenta e a trinta por um. A frutificação tem a ver com reprodução.

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Conclui-se, então, que o fruto de que Jesus fala em João 15 é a reprodução, a multiplicação da sua vida. Como o discípulo dá fruto? Quando o discípulo permanece em Cristo, anda com Cristo e manifesta a vida dele, as pessoas que convivem com ele e aquelas que ele busca são tocadas por sua palavra e por sua vida. Algumas se convertem a Cristo. Outras, que já estão em Cristo, são edificadas e crescem. Assim, a vida de Cristo se reproduz através do discípulo. Este é o fruto do discípulo.

Quando entendemos isto, compreendemos melhor a importância do ministério (serviço) dos santos. É através do desempenho dos serviços comuns que cada discípulo frutificará para o Senhor. Relacionando-se nas juntas e ligamentos do corpo, edificando o companheiro, dando testemunho e edificando discípulos, cada um multiplicará a graça do Senhor que está na sua vida. Isto é frutificar.

2. Desenvolvendo o serviço dos santos nas casas

A igreja primitiva não se encerrava em templos. A única menção a templo, no Novo Testamento, é a que refere ao templo de Jerusalém. Em Jerusalém quase todos os irmãos eram judeus acostumados a freqüentar o templo. E eles continuaram indo ali por uma questão de estratégia, isto é, para estarem no meio do povo. Mas já em Jerusalém a igreja começou a reunir-se nas casas (At 2.46; 5.42). Com o crescimento numérico, esta prática se tornou cada vez mais necessária.

As igrejas que surgiram no mundo não judeu reuniam-se apenas nas casas. Toda a estrutura da igreja estava estabelecida sobre os lares (Rm 16.5,10,11,14,15; 1 Co 16.15,19; Fl 4.22; CI 4.15). Não há qualquer menção acerca de templos, catedrais, etc. A única referência a um local de encontro de discípulos é a da escola de Tirano, utilizada por Paulo, provisoriamente por apenas dois anos (At 19.9,10). Por que o Espírito Santo dirigiu a igreja desta maneira? A resposta parece óbvia. Tudo que o Senhor tem revelado sobre o correto ordenamento dos santos, o desempenho de seu serviço, as juntas, etc., não se pode praticar em grandes reuniões, com muita gente. Só é possível em pequenos grupos de discípulos.

Logo, é muito importante que cada discípulo compreenda muito bem qual é o objetivo da igreja nas casas. Cada irmão deve entender que não estamos querendo multiplicar reuniões. Cada grupo é um grupo de discípulos com seu discipulador. Não é uma porção de gente que vem para fazer estudos e orar, apenas.

Portanto, todos são discípulos que estão aprendendo a viver como tal, que estão sendo feitos à imagem de Jesus, sob o cuidado de seus discipuladores. São soldados de Cristo que se encontram para treinamento e para “limpar suas armas”. São obreiros que se encontram para avaliar o serviço que estão fazendo para o Senhor e para receber nova direção do Espírito Santo.

A igreja que se reúne na casa é uma equipe de adoração e trabalho. Que Jesus nos dê a Vitória!

“PORTANTO, MEUS AMADOS IRMÃOS, SEDE FIRMES, INABALÁVEIS, E

SEMPRE ABUNDANTES NA OBRA DO SENHOR, SABENDO QUE, NO SENHOR, O VOSSO TRABALHO NÃO É VÃO”. (1 Co 15.58)

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Anotações

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Esta Apostila foi desenvolvida a partir das seguintes fontes:

1. Curso de Maturidade no Espírito (Módulo 1) – Igreja Videira (Goiânia) 2. Propósito Eterno de Deus – Igreja em Porto Alegre