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Apresentação do artigo "Análise ambiental do comércio bilateral Brasil-China segundo as emissões de CO2" realizada no X Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica - ECOECO realizada, no dia 19 de setembro de 2013, em Vitória-ES.TRANSCRIPT
Análise ambiental do comércio bilateral Brasil-China segundo as emissões de CO2
Marcelo F. MazzeroEstudante de doutorado em Economia Aplicada na ESALQ/USP ([email protected])
Luciana Togeiro de AlmeidaProfessora doutora no Departamento de Economia da FCL/UNESP, Campus de Araraquara ([email protected])
Sílvia Helena Galvão de MirandaProfessora doutora no Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ/USP ([email protected])
Introdução• A ideia fundamental por trás do conceito de
sustentabilidade é alterar a trajetória de progresso (DALY, 2005)▫ Essa trajetória está apoiada em uma estrutura
produtiva global com alto volume de emissões de CO2
• Evidências de que o grau de abertura de um país está correlacionado com o aumento de emissões dos gases de efeito estufa, majoritariamente emissões de CO2 (WTO; UNEP, 2009)
Introdução (cont.)
•Objetivo: conhecer o perfil ambiental da relação comercial Brasil-China considerando a substancial elevação dos fluxos comerciais no período recente (de 2002 em diante)▫Aplicação de indicadores físicos baseados
em emissões de carbono
Metodologia
•Indicadores de pressão ambiental▫Há bons indicadores físicos que captam, ao
menos parcialmente, a dinâmica biofísica dos impactos ambientais
▫O principal indicador físico de mudanças climáticas para medir Desenvolvimento Sustentável é a emissão de CO2 (UNITED NATIONS, 2007)
Metodologia (cont.)• Indicadores físicos baseados em emissões de CO2
▫Mensuram basicamente poluição atmosférica▫ Intensidade-carbono: razão entre o volume de
emissões de CO2 e o PIB (WTO; UNEP, 2009)
▫Variável: total de emissões de CO2 (BODEN; MARLAND; ANDRES, 2012) Queima de combustíveis fósseis (sólidos, líquidos e
gasosos); queima de gás em campos de petróleo; produção de cimento
As estimavas de emissões para o Brasil e para a China não se referem especificamente aos setores exportadores
Metodologia (cont.)• Intensidade-carbono das exportações (ICX)
▫Verificar a tendência geral do impacto da atividade econômica exportadora sobre o ecossistema
▫Volume absoluto em kt das emissões de CO2
▫Pressuposição: homogeneidade das emissões de carbono entre os setores produtivos voltados para o mercado interno e externo
Metodologia (cont.)• Índice de emissões de carbono das exportações (IECX)
▫ Comparar relativamente a intensidade de emissões de CO2 proveniente das exportações de um país com a de outro
▫ Três situações possíveis: IECX<1, exportações de r é mais intensiva em emissões de CO2
IECX=1, exportações apresentam a mesma intensidade-carbono IECX>1, exportações de i emite um volume maior de carbono
A Relação Comercial Brasil-China
• 1995 em diante: corrente comercial bilateral aumenta 25,4 vezes
A Relação Comercial Brasil-China (cont.)• 1990-2011:
▫ Média do índice de abertura comercial (IAC) do Brasil é somente 0,17 2,6 vezes menor do que o da China, que é 0,45 Brasil manteve praticamente inalterada a sua participação
nas exportações mundiais
A Relação Comercial Brasil-China (cont.)• Síntese:
▫Relação comercial bilateral: ganhos econômicos para ambos
▫Por outro lado, esse comércio bilateral é desigual Exportações do Brasil para a China são
concentradas em produtos primários Importações do Brasil provenientes da China se
concentram em manufaturas
Análise das Emissões de CO2 do Comércio Brasil-China• Volume total de emissões de CO2, 1990-2011 (BODEN;
MARLAND; ANDRES, 2012):▫ Brasil: queima de combustíveis fósseis aumentou
linearmente atingindo 424.406,97 kt em 2011 Combustíveis líquidos, 68,4% em 2009; sólidos (carvão), 13,1%
em 2010; outras formas (gasosos, da queima de gás em campos de petróleo e da produção de cimento), 20,9% em 2011
▫ China: grande crescimento do volume total de emissões, saltando de 2.460.744,02 kt (1990) para 9.111.807,07 kt (2011) Distribuição: carvão, 72,3% em 2011; combustíveis líquidos,
13,8% em 2011; produção de cimento, 11,3% em 2011; combustíveis gasosos e queima de gás em campos de petróleo, 2,6% em 2011
Análise das Emissões de CO2 do Comércio Brasil-China (cont.)• Indicador ICX (ponderado pela participação das
exportações em relação ao PIB)▫ Volume de emissões de CO2:
Brasil-China: saltou de 172,33 kt (1990) para 8.977,16 kt (2011)
China-Brasil: multiplicou-se por 29,2, alcançando 40.936,95 kt em 2011
Análise das Emissões de CO2 do Comércio Brasil-China (cont.)• IECX do Brasil em relação à China (emissões das
exportações Brasil-China em relação às emissões das exportações China-Brasil)▫ 1990-2011:
Variações significativas, chegando a 0,80 em 1992 e a beirar 0,10 (1996)
Abaixo de 1,0, indicando que as exportações brasileiras para a China têm menor intensidade relativa de carbono
Análise das Emissões de CO2 do Comércio Brasil-China (cont.)• Síntese: volume absoluto de emissões de CO2 das
exportações de ambos os país aumentou significativamente▫ Indica impacto ambiental negativo
• Indicadores aqui propostos estão sendo analisados sem identificar a contribuição efetiva de cada setor e dos produtos que são destinados à exportação▫ Naturalmente, o crescimento das exportações resulta
em crescimento das emissões
Análise das Emissões de CO2 do Comércio Brasil-China (cont.)• Desacoplamento relativo de impacto das
exportações▫ Questionamento no artigo refere-se setorialmente e por
produto
Considerações Finais
• Vulnerabilidade ambiental da pauta comercial do Brasil (ALMEIDA; MAZZERO, 2013)▫ Concentração em alguns poucos produtos intensivos em
recursos naturais, energia e poluição
• ICX sinaliza aumento da pressão ambiental local e global▫ Intensificação da concentração de CO2 na atmosfera
• IECX indica que o Brasil é menos intensivo em emissões do que a China▫ Há uma melhora relativa deste índice do Brasil (abaixo 1,0)
Considerações Finais (cont.)
• Resultado dos indicadores físicos: impacto ambiental negativo▫ Essa situação, futuramente, poderá trazer dificuldades ao
Brasil com relação aos seus principais parceiros comerciais, em especial a União Europeia, normalmente sensível às questões ambientais
▫ Brasil: iniciativa de adoção de políticas em prol de uma economia de baixo carbono: Plano de Agricultura de Baixa emissão de Carbono (ABC) do Ministério da Agricultura
• Aumento das emissões de CO2, na prática, significa postergar a conciliação com um desenvolvimento ambientalmente sustentável