apresentação na abciber 2009
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Apresentação na#abciber09, mesa Assunto-Re: Cibercultura a 8 mãos: morte, permanência, renascimento e métodos. Para uma epistemologia da cultura das redes em 16 de novembro de 2009TRANSCRIPT
Contigüidade e atravessamento das fronteiras do “sprawl” - A hibridação metodológica entre online e offline na pesquisa empírica em cibercultura
Adriana Amaral (UTP- Facinter)
[email protected]@adriamaral
TAGS• Pesquisa empírica em cibercultura
• Metodologia• Métodos Qualitativos
• Etnografia
Nome dado à megacidade composta pela junção entre todo terreno urbano existente entre Boston e Atlanta (incluindo Nova York e Washington),
nos Estados Unidos. Por isso também é conhecido pelo nome de BAMA (Boston-Atlanta-
Metropolitan Axis)
Fonte: Glossário Neuromancer 25, 2008
“é hora das ciências sociais também transitarem da subcultura ao sprawl”
(Canevacci, 2005, p.20)
Darryl, que também tem DNA de otaku, está convencido de que Taki não é membro desses Místicos, mas um personagem periférico de algum tipo –possivelmente, já que ele desenha games para um sistema telefônico japonês, uma das fontes de informações deles. Darryl diz que o nível mais elevado de jogo, para tecno-obsessivos, é sempre e puramente a própria informação, e ele acha que os Místicos podem ter focado no filme não como fãs, mas simplesmente pelo prazer de solucionar um quebra-cabeças que ninguém resolveu ainda.
Ele postula uma célula de infoteóricos profissionais de alguma espécie, que são também, nesse sentido, otaku definitivo, infojunkies. Talvez empregados do braço de pesquisa e desenvolvimento de uma ou mais corporações. (GIBSON, 2004: 199)
Insights para a discussão sobre o design da pesquisa netnográfica
Discussão sobre o termo
Desenvolvimento e apropriações
Indo a o campo Coletando e
interpretando dados online/offline
Métodos complementares
Relações pesquisador/ informantes
Noções de privacidade e ética
Casos, dicas, leituras
Discussões sobre o termo
Etnografia virtual
Christine Hine
(2000, 2005, 2009) University of Surray (UK)
Método qualitativo Internet enquanto cultura
e enquanto artefato cultural
Construção do campo Descrição densa Complexidade da CMC Validade e autenticidade
Um artefato cultural, para evitar qualquer confusão, pode ser claramente
definido como um repositório vivo de significados compartilhados produzido
por uma comunidade de idéiasShah, 2005
Etnografia Virtual
Ciberespaço não está desvinculado do offline Imersão e engajamento do pesquisador com o meio é
intermitente Todas as formas de interação são válidas não apenas a
face a face Etnografia virtual é no/de e através do online É uma metodologia que se adapta nas condições em que
se encontra A narrativa acontece depois dos fatos
Netnografia = net + etnografia
1995 – grupo de pesquisadores norte-americanos
Questão da audiência
Kozinets – relação com o marketing e o consumo
Comunidades de fãs/produtores/ consumidores
Trekkers, Bloggers, Gamers, etc
4 etapas (Kozinets, 2007)
a) Entrée cultural;
b) Coleta e análise dos dados;
c) Ética de Pesquisa;
d) Feedback e checagem de informações com os membros do grupo;
Digital Ethnography Grupo da Kansas State
University coordenado pelo pesquisador Dr. Michael Wesch
Explorar e ampliar as possibilidades da etnografia digital
Uso das ferramentas, postagens e criação de narrativas
http://www.youtube.com/watch?v=NLlGopyXT_g
The machine is us/ing us
Webnografia
Alguns autores o utilizam enquanto um termo relacionado à pesquisa aplicada de marketing na Internet (Dan & Forrest, 1999)
Outros compreender o termo como o método não restrito à etnografos e antropólogos mas sim a todos pesquisadores interessados nos complexos aspectos sociais, culturais, psicológicos relacionados com e através da Internet. (Ryan, 2008)
Ciberantropologia
Estudo dos humanos nos ambientes conectados. Baseia-se nos conceitos da antropologia ciborgue de Donna Haraway
para examinar a reconstrução tecnológica do homem e preparar o etnógrafo para lidar com uma categoria mais
ampla de “ser humano” em suas reconfigurações.
Arturo Escobar (1994)
David Hakken (1999)
Donna Haraway (1991, 1996)
Em fevereiro de 2009, através de discussões pela lista da Aoir (Association of Internet Researchers) Christine Hine
questionou o uso do termo:
Has “virtual ethnography” simply collapsed back into “ethnography”?
Proposta de “suplantação do termo netnografia” - mas cuidado nas descrições e diferenciações dos usos
online e offline (ainda manter)
Indo a campo
Construção da pesquisa Hine (2009) Definir o que e onde estudar e o que excluir a partir de um
mapeamento Questão do engajamento e da biografia do pesquisador Cuidar para não separar “o campo” como um domínio
distinto da vida cotidiana Explorar as construções culturais em um campo sem
assumir antecipadamente os seus limites Reparar traços de atividades sociais e texturas (links,
scraps, twitts, msgs) Uso de diferentes ferramentas e métodos complementares Começo e fim depende do campo
Para Kendall (2009)Início e fim do projeto dependem do contexto cultural e dos
indivíduos Definição do objeto emerge e não é pré-definida 3 Limites – Espacial, Temporal, Relacional 3 Esferas de Influência – Analítica, Ética, Pessoal Categorias são transversais
6 linhas guias para etnografia segundo Boyd (2009)
1) Ler etnografias 2) Começar pelo foco na cultura 3) Ir a campo, selecionar, observar, documentar
(salvando arquivos e até prints), questionar, analisar
4) Nunca se sentir muito confortável 5) Construção dos limites é um processo social 6) Construir sentido é um processo interpretativo
Não confundir a etapa da observação-participante com a etnografia em si. Etnografia é narrativa, relato denso, descrição e análise qualitativa dos
dados!
Decisão sobre coleta de dados online e/ou offline dependem do tipo de questionamento feito em
relação ao objeto
A escolha e manipulação de dados online e/ou offline (Orgadi, 2009)
Observar as coerências internas ao grupo/ comunidade
Estudos exclusivamente online ou offline datam do início dos estudos sobre internet
Não tratar os dados offline como mais “verdadeiros” ou autênticos do que os online.
Importância das práticas de lurking
Observar e descrever em detalhes Entrar em contato com o grupo e o que o circunda (infra-
estrutura social e técnica) Manter um diário acerca das análises – pode ser blog –
onde se vai ter um feedback com os participantes Uso de entrevistas Contextualizar os informantes
Métodos Complementares
Análises quantitativas e estatísticas
Webometria Análise de hyperlinks Análise de Redes
Sociais
Análise do Discurso Análise de Conteúdo Estudo de Caso Entrevista em
profundidade Análise Semiótica
Grau de inserção do pesquisador
“As netnografias podem variar ao longo de umespectro que vai desde ser intensamente participativa
até ser completamente não-obstrusiva e observacional”(Kozinets, 2007)
Insider
Conceito não-absoluto intencionado para designar aquelas situações caracterizadas por um grau significante de proximidade inicial entre as locações sócio-culturais do pesquisador e do pesquisado (Hodkinson, 2005)
“Privacidade é uma noção que diz respeito, entre outras coisas, à integridade individual e o direito à auto-
determinação” (Elm, 2009)
Dificuldade se encontra em decidir o que é público ou não.
Noções de Privacidade & Ética de Pesquisa
Observa-se: O que é considerado “material sensível”• Diferentes níveis de público e privado• O ambiente e as pessoas são públicos o suficiente para
serem estudados sem ter o consentimento dos informantes?• Escolher que partes dos ambientes podem ser estudadas• O que é público e privado depende da percepção, não é um
fato.• Decidir entre pedir ou não autorização
4 níveis de privacidade dos ambientes online (Elm, 2009):
1. Público – aberto e disponível a todos – chats, sites
2.Semi-público – disponível a quase todos – requer ser membro e/ou ter cadastro
3. Semi-privado – requer pertencer a organização de forma mais profunda - intranets de organizações
4. Privado – indisponível – ex álbum de fotos do Orkut fechado
Feedback com os informantes
Alguns trabalhos nacionais
ALMEIDA, Lia R. O Blog visto pela redação. Os blogs e a blogosfera nas rotinas de trabalho dos jornalistas com estudos de casos dos jornais A Tarde e Gazeta do Povo. 2009.
DUARTE, Renata F. Práticas comunicacionais e sociais dos cosplayers no Brasil: uma análise dos processos online e offline através do Orkut. 2008
FRAGOSO, Suely. Conectibilidade e geografia em sites de rede social: um olhar sobre as relações entre território e identidade e a permeabilidade on-line/off-line a partir do Orkut . 2008
RÜDIGER, Francisco. Love on-line:paixão e poder no mundo da cibercultura. 2008.
VIANA, Lucina R. Música na cibercultura: reconfiguração da estrutura do mercado a partir da desintermediação do funk brasileiro e sua produção em rede. 2009
Referências:
Virtual EthnographyHine, 2000
Doing Internet Research.Critical I ssues and Methods for Examining the Net.
Steve Jones1998.
Virtual MethodsHine (org.)
2005
Internet InquiryMarkham & Baym
2009
Online Social Research. Methods, I ssues & Ethics. JOHNS, Mark D., CHEN, Shing-Ling & HALL,G. Jon. 2004
KOZINETS, R. (2002) The Field Behind the Screen: Using Netnography for Marketing Research in Online Communities.
http://www.marketingpower.com/content18255.php
MONTARDO, S , PASSERINO, L.(2006) Estudo dos blogs a partir da netnografia: possibilidades e limitações. RENOTE, Revista Novas
Tecnologias na Educação, v. 4, 2006 .
SÁ, S . (2002). Netnografias nas redes digitais. In: PRADO, J.L. Crítica das práticas midiáticas. São Paulo: Hacker editores.
AMARAL, A. (2007) Categorização dos gêneros musicais na Internet -Para uma etnografia virtual das práticas comunicacionais
na plataforma social Last.fm. In: FREIRE FILHO, J ., HERSCHMANN, M. (orgs) Novos rumos da cultura da mídia.
Indústrias, produtos e audiências. Rio de J aneiro: Mauad.
AMARAL, A. (2008) Autonetnografia e inserção online. O papel do pesquisador-insider nas subculturas da web. http://www.compos.org.br/data/biblioteca_315.pdf
Obrigada