apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 67-68
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Segue o teu destino,Rega as tuas plantas,Ama as tuas rosas.O resto é a sombraDe árvores alheias.
A realidadeSempre é mais ou menosDo que nós queremos.Só nós somos sempreIguais a nós-próprios.
Segue o teu destino,Ama as tuas rosas.Segue o teu destino,No teu coração.
Suave é viver só.Grande e nobre é sempreViver simplesmente.Deixa a dor nas arasComo ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.Nunca a interrogues.Ela nada podeDizer-te. A respostaEstá além dos deuses.
Segue o teu destino,Ama as tuas rosas.Segue o teu destino,No teu coração.
Mas serenamenteImita o OlimpoNo teu coração.Os deuses são deusesPorque não se pensam.
1. O modo verbal predominante é o
imperativo («Segue», v. 1; «Rega», v. 2; «Ama», v. 3; «Deixa», v. 14; «Vê», v. 16; «Imita», v. 22), uma vez que o poeta adota um tom moralizador, através do qual pretende transmitir alguns conselhos que se coadunam com a sua filosofia moral.
2. Nestes versos, o sujeito poético
realça a importância de cada um se concentrar na busca da sua felicidade, valorizando a Natureza e ignorando tudo aquilo que o possa desviar da sua razão de viver e que funcione como uma «sombra» (v. 4) que o impeça de «[v]iver simplesmente» (v. 13).
3. Ao longo do poema, é evidente a
ideia de fatalismo, que perpassa nas crenças de que não se pode modificar o destino (vv. 1, 16 e 17) e de que não se lhe deve oferecer resistência (vv. 12-13 e 16-20). É essencial procurar não sofrer e aceitar a vida sem a questionar, uma vez que nunca se obterá uma resposta.
4. Na última estrofe, o sujeito poético
aconselha a imitar o Olimpo, nas figuras dos seus deuses e naquilo que eles revelam de aceitação. Só desse modo, evitando questionamentos que nada acrescentam à existência, será possível viver sem perturbações.
Segue o teu destino,Rega as tuas plantas,Ama as tuas rosas.O resto é a sombraDe árvores alheias.
A realidadeSempre é mais ou menosDo que nós queremos.Só nós somos sempreIguais a nós-próprios.
Segue o teu destino,Ama as tuas rosas.Segue o teu destino,No teu coração.
Suave é viver só.Grande e nobre é sempreViver simplesmente.Deixa a dor nas arasComo ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.Nunca a interrogues.Ela nada podeDizer-te. A respostaEstá além dos deuses.
Segue o teu destino,Ama as tuas rosas.Segue o teu destino,No teu coração.
Mas serenamenteImita o OlimpoNo teu coração.Os deuses são deusesPorque não se pensam.
TPC — Lê, ou relanceia, «O reino das marionetas» (p. 291). Entretanto, se ainda não leste a obra, vai avançando o mais possível na leitura de Memorial do Convento.