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XXII CICLO DE PALESTRAS SOBRE CITRICULTURA DO RIO GRANDE DO SUL
São Sebastião do Caí - 7 e 8 de junho de 2018
ANTONIO DE GOES
Departamento de Fitossanidade
UNESP – Universidade Estadual Paulista
JABOTICABAL - SP
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Abordagens
1. Controle da pinta preta dos citros
- Aspectos gerais
- Aspectos epidemiológicos
- Métodos de controle
2. Uso de produtos cúpricos na citricultura
- Importância do cobre na nutrição das plantas
- Aspectos gerais do cobre na citricultura
- Viabilidade técnica do uso do cobre na citricultura
18951895
1920
1933
1934
1925
1927
1895
1920
1933
1934
1938
Evolução e distribuição de Guignardia citricarpa no mundo
?
2010
2010
18951895
1920
1933
1934
Evolução e distribuição de Guignardia citricarpa no mundo
2015-17
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Introdução do fungo
- Mudas infectadas
- Longas distâncias (intercâmbio comercial)
- Folhas e resíduos vegetais
- Curtas e médias distâncias
Pinta preta
Importância
✓Queda de frutos (Reduz a produtividade)
✓Reduz a qualidade visual dos frutos (Menor valor agregado)
✓Eleva o custo de produção (Impacto financeiro direto)
✓Exige logística diferenciada e permanente para controle doagente causal (Capital imobilizado)
✓Custos financeiros na rastreabilidade
✓Tolerância zero às exportações
Pinta preta
Importância✓Queda de frutos (Reduz a produtividade)
✓Reduz a qualidade visual dos frutos (Menor valor agregado)
✓Eleva o custo de produção (Impacto financeiro direto)
✓Exige logística diferenciada e permanente para controle do agente causal (Capitalimobilizado)
✓Custos adicionais na rastreabilidade
Se não controlar = Prejuízo
R$1= R$25,00
Pinta preta
Agente causal - Fungo que apresenta dois ciclos
✓ assexual (Phyllosticta citricarpa)
✓ sexual (Guignardia citricarpa)
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Fontes de inóculo
- Disseminação
- folhas secas caídas
- Incremento dos sintomas (quando a doença já presente)
- ramos secos
- frutos doentes
- folhas com sintomas
Fase sexual Silva Jr. et al., 2016
Fase assexual
Phyllosticta citricarpa (anamorfo)
Características Morfológicas
Phyllosticta citricarpa (anamorfo)
Sintomas resultantes de infecção por conídios
Alguns sintomas sintomas
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle
✓ Mudas sadias
✓ Variedades resistentes (com raras exceções, não existem)
- Shamouth ????- Lima ácida Tahiti
✓ Controle químico
✓ Controle cultural
✓ Controle biológico
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle
✓ Mudas sadias
✓ Variedades resistentes (com raras exceções, não existem)
- Shamouth ????- Lima ácida Tahiti
✓ Controle químico
✓ Controle cultural
✓ Controle biológico
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle
Alternativas mais eficientes
Controle químicoAté quando?
Controle cultural
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle químico
1. O que utilizar?
2. Quando e como utilizar?
3. Quais cuidados adicionais?
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle químico
1. O quê utilizar?
Fungicidas protetores - Cúpricos)
Fungicidas translaminares (mesostêmicos) – Estrobilurinas
E as combinações Triazóis + Estrobilurinas?
Normalmente, não justificam
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Cúpricos✓ oxicloreto de cobre
✓ hidróxido de cobre
✓ óxido cuproso
✓ sulfato de cobre (calda bordalesa)
CúpricosBenefícios
• Controle simultâneo de vários patógenos (fungos e bactérias)
• Menor custo (???????)
• Melhor compatibilidade ambiental
• Compatível com a agricultura orgânica (????Limite)
• Fonte adicional de nutriente (cobre)
Inconvenientes
• Efeito protetor/contato
• Lavável (Tenacidade vulnerável)
• Desiquilíbrio na população de insetos (cochonilhas)
• Pode causar fitotoxidade
Período de incubação (em dias) de Phyllosticta citricarpa em frutos de laranjeira ´Valência´ com vários diâmetros
Concentração
(conídios/mL
Tamanho de frutos (ø cm)/Período de incubação (dias)
1,5 cm 2,0 cm 2,5 cm 3,0 cm 5,0 cm 7,0 cm
103 * 242 184 200 83 109
104 228 215 242 167 83 26
105 266 200 167 156 26 26
106 200 184 * 167 26 26
*Não foram observados sintomas nos frutos
Período de incubação (em dias) de Phyllosticta citricarpa em frutos de laranjeira ´Valência´ com vários diâmetros
Cúpricos2. Quando e como utilizar
Queda de ¾ de pétalas, sendo repetidas 21 a 28 dias após aprimeira,
....mas também depende
Qual o destino dos frutos?
Cúpricos2. Quando e como utilizar
Dosagem (cobre insolúvel fixo ou cobre metálico)
40 a 60 mg/m3
ou
75 a 90 g/100L água
Cúpricos2. Quando e como utilizar
Queda de ¾ de pétalas, sendo repetidas 21 a 28 dias após a primeira
Dosagem (cobre insolúvel fixo ou cobre metálico)
40 a 60 mg/m3
ou
75 a 90 g/100L água
Associar óleo (mineral ou vegetal) e siliconado?Normalmente, sim
Cúpricos
3. Quais cuidados adicionais?•Dosagens adequadas
•Evitar acidificação da calda (pH 6-7)
•Volume de calda compatível com o volume de copa
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle químico
O quê utilizar?
Fungicidas Translaminares
Estrobilurinas
Azoxistrobina
Piraclostrobina
Trifloxistrobina
Redistribuição superficial
Penetração na cutícula
Atividade translaminar
Redistribuição na forma de vapor
Mobilidade
Mobilidade de fungicida do grupo das estrobilurinas(Fungicida QoI)
EstrobilurinasBenefícios
• Efeito translaminar
• Efeito preventivo e “curativo”
• Versatilidade de uso
• “Baixa” quantidade de ingrediente ativo aplicado (menor impacto ambiental)
• Compatível com os demais produtos registrados para a cultura
• Não causa fitotoxicidade
Inconvenientes
• Riscos de resistência
• Exige racionalidade do uso (resíduos, às vezes limitando as exportações)
• Custos
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle químicoO quê utilizar?
Fungicidas do grupo das estrobilurinas
+óleo (mineral ou vegetal)
Boa qualidade
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Controle químico
Eficiência ??????Depende:
- Definição correta do alvo biológico
- Definição correta do alvo químico
- Equipamento adequado
- Momento de aplicação
- Condições ambientais favoráveis
Controle químico
Como utilizar?
- Intervalos de pulverização adequados
- Dosagens indicadas pelos fabricantes
- Verificar compatibilidade entre os produtos
- Volume de calda adequado (75 a 100 mL/m3 de copa)*
- Velocidade compatível para boa cobertura (nunca superior a 4,5 km/h)
- Não aplicar quando as plantas estiverem molhadas
- Suspender as pulverizações quando umidade do ar inferior a 55%
- Desejável quando temperatura do ar inferior a 30 °C
- Vento entre 3 e 10 km/hora
Velocidade do vento(km/h) e condições de referência ambientais de referência
Scapin et al, sd.
Controle químico
Como utilizar?
Regulagem do pulverizador (Condições operacionais)
- Equipamento de proteção (EPI)
- Rotação de trabalho (TPT)
- Centro da turbina próximo ao centro da planta
- Velocidade do equipamento
- Tipos de pontas (jatos cônicos vazios; gotas de 100 a 200 µm)
- Tamanho de gotas
- Filtros
- Manômetro
Controle da pinta-preta e uso de produtos cúpricos na citricultura
Como determinar a volume de calda a ser aplicado?
Silva, 2013
Esquema para dimensionamento de copa (em m3): Altura (A) x Largura (L) x Profundidade (P)
Esquema para dimensionamento de copa (em m3): Altura (A) x Largura (L) x Profundidade (P)
Exemplo
Altura (A) – 4,2 m
Espaçamento do pomar – 7,0 m x 2,5 m
Largura (L)
Profundidade (P) - 3,0 m
Área: A x L x P
Total: 31,5 m3
Total de plantas por hectare: 571 Área total: 17.986 m3
Volume médio: 100 mL/m3
Volume de calda: 1.798 L
Silva, 2013
Esquema para dimensionamento de copa (em m3): Altura (A) x Largura (L) x Profundidade (P)
Exemplo de correção de dosagem
Dosagem indicada pelo fabricante:
300 mL do produto comercial N em 2.000L água
Volume de copa: 31,5 m3 / planta ou 17.986 m3/hectareVazão: 100 mL/m3 = 1.798 L calda/ha Volume a ser trabalhado: 75 ml/m3
Quantidade do produto corrigido: 2.000/1.798 x 300 =
333,7 mL do produto comercial N
Silva, 2013
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 190
Número de semanas após a queda das pétalas
Sempre acrescentar óleo mineral ou vegetal (0,25%)
P+SP+S P+SP P
20 21
P – Protetor (Fungicida cúprico); S - Sistêmico
PROTOCOLO DE CONTROLE DA PINTA PRETA
Estádios de desenvolvimento
P+SP+S P+SP P
PROTOCOLO DE CONTROLE DA PINTA PRETA
Silva Júnior et at, 2016
Não é receita
Controle cultural
• Bom manejo nutricional das plantas• Controle de pragas e insetos desfolhadores• Controle de doenças foliares• Renovação dos pomares• Bom manejo das plantas daninhas
- plantas em cobertura- roçadeira ecológica
• Uso de decompositores de folhas- fertilizantes nitrogenados- “pool” de microrganismos
• Renovação dos pomares• Podas (rejuvenescimento das plantas, remoção do inóculo e melhoria na
qualidade das pulverizações)
2. Uso de produtos cúpricos na citricultura
✓Importância do cobre na nutrição das plantas
✓Aspectos gerais do cobre na citricultura
✓Viabilidade técnica do uso do cobre nacitricultura
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Uso de produtos cúpricos na citricultura
Produtividade= f (genética + clima + manejo)Genética Copas e porta-enxertos apropriados (produtividade, rusticidade, qualidade dos frutos resistência a pragas e doenças)
ClimaAmbiente favorável (???????)
Manejo das plantasNutrição + manejo fitossanitário + espaçamento + controle de plantas daninhas +
podas
Importância do cobre na nutrição das plantas
Efeitos micros (significado biológico)
• há mais de 100 proteínas que contêm cobre
• 50% do cobre das plantas está contido nos cloroplastos(participa nas reações de fotossíntese)
• é parte dos receptores de etileno
• está envolvido na biossíntese dos cofatores de molibdênio(fundamental em oleaginosas para nodulação e fixação de N)
Importância do cobre na nutrição das plantasEfeitos macros (significado biológico)
- fotossíntese- respiração (transferência final de e- para o oxigênio)- metabolismo do carbono e nitrogênio- formação de lignina na parede celular- formação e fertilização dos grãos de pólen- viabilidade e formação das sementes- aumenta a resistência ao estresse
Trigo - Composição da parede celular de folhas de plantas com e sem suprimento de cobre
Conteúdo de cobre/Tecidos Suprimento de cobre
Sim Não
Matéria seca 7,1 1,0
Parece celular 46,2 42,9
Composição da parede celular em
α-celulose 46,8 55,3
Hemicelulose 46,7 41,4
Lignina 6,5 3,3
Total compostos fenólicos 0,73 0,82
Fonte: Robson et al. (1981)
Respostas aos tratamentos Suprimento de cobre
Adequado Deficiente
Matéria seca 7,9 2,4
Número de hastes por planta 14,2 8,3
Número de flores abertas por planta 13,1 0,5
Atividade enzimática
(valor relativo %)
Polifenol-oxidase 100 26
AIA oxidase 100 52
Peroxidase 100 41
Fonte: Davies et al. (1978)
Crisântemo - Florescimento e atividade enzimática em plantas
de crisântemo tratadas e não tratadas
Relação entre o suprimento de cobre, peso seco e conteúdo de cobre
em tomateiros
Cobre (µg/L)
Peso seco (g/planta) Conteúdo de cobre (mg/kg massa seca)
Raízes Brotações Raízes Caule e pecíolo Lâmina foliar
0,0 0,3 2,6 4,0 2,8 3,0
2,5 2,5 9,4 3,8 2,1 3,2
5,0 3,2 11,2 6,4 2,4 4,1
50,0 3,4 12,0 64,0 4,3 14,6
250,0 1,6 9,7 360,0 6,2 20,3Fonte: Rahimi & Bussler (1974)
Deficiência e toxicidade de cobre
Razões da deficiência de cobre
• Baixa disponibilidade no solo (?????) – 10 a 40 ppm• Insuficiência no fornecimento (????)• Insolubilização resultante de reações químicas• Antagonismo entre elementos (Zn, Al, P e N)• Baixa capacidade de absorção pelas plantas
Fatores que causam a insobilização
(Razões da deficiência)
Matéria orgânica
• Solos orgânicos (+ 8%)
• Solos calcários
• Áreas de várzeas recuperadas
Textura
• Solos argilosa + que nos de textura areno-argilosas
• + óxidos e carbonatos – diminui disponibilidade de cobre
pH do solo
• + 7 – diminui a solubilidade do cobre
Solubilidade
Sintomas de deficiências de cobre em citros
Sintomas de deficiência de cobre
• Folhas grandes e flácidas
•Presença de resinas sobre ramos e frutos
•Presença de goma sob a casca de ramos e frutos
•Manchas escuras na casca dos frutos
•Morte da extremidade apical dos ramos novos
•Morte de ramos (Westin)
Mas também pode ocorrer fitotoxicidade
Razões • Solubilização •Acidificação da calda• Temperatura do ambiente (menor que 18 °C ou
mais que 30 °C)•Mistura com adjuvantes organosiliconados•Grande deposição de calda
Sintomas e/ou efeitos da fitotoxicidade
Fitotoxidade
Manchamento de frutos
Toxidez
Queda de flores e frutos jovens
Danos no sistema radicular
Deficiência de ferro
Fitotoxicidade de cobre em citros
Fitotoxicidade de cobre em citros
Fitotoxicidade de cobre em citros
Controle de doenças fúngicas e oomicetos
- Verrugose
- Melanose
- Rubelose
- Cancro do tronco e ramos
Controle de doenças bacterianas
- Cancro cítricos
Manejo da resistência dos fungos aos fungicidas
- Mistura cobre + sistêmicos
Importância do cobre na citricultura
Rubelose
Podas de ramos secosComplexos de
fatores
Principais fontes de cobre
Controle de doenças fúngicas, oomicetos e bactérias
Hidróxido de cobreOxicloreto de cobreÓxido cuprosoSulfato de cobre pentahidratado
Principais fontes de cobre
NutrienteQuelato de cobre – 5% (nutriente + quelante)Fosfito de cobre – ácido, hidróxico ou oxicloreto de cobre + ácido fosforosoNitrato de cobre – 22% Cu + 9% NÓxido cúprico – 70%Óxido cuproso – 80%Sulfato de cobre – 11% S + 24% Cu (óxido cúprico + H2SO4)Acetato de cobre – 23% Cu (ácido acético + óxido cobre)Carbonato de cobre – 48% CuCloreto cúprico – 20% CuFormiato de cobre – 35% Cu + óxido cuprosoFosfato cúprico amoniacal – 32% Cu + 32% P2O5 + fosfato de Cu + amônia
Principais fontes de cobre
• Quelato de cobre - Na2Cu EDTA - 13%• Fosfato cúprico amoniacal - Cu(NH4)PO4 H2O - 13% -• Cloreto cúprico – CuCl2 – 17%• Óxido cúprico – CuO – 75%• Sulfato de cobre (monohidratado) - CuSO4H2O – 35% • Sulfato de cobre (pentahidratado) - CuSO45H2O - 25%• Óxido cúprico - CuO - 75% • Óxido cuproso - Cu2O - 89%
Características dos cúpricos
Cobres insolúveis (fixo)
Hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre e óxido cuproso
• Baixa solubilidade• Baixa fitotoxicidade• Maior período residual• Maior camada protetora• Maior concentração de íons cobre
Cobres solúveis
Sulfatos e nitratos de cobre
• Alta solubilidade
• Maior chance de fitotoxicidade
• Menor residual
• Menor superfície de proteção
• Menor concentração de íons cobre
Níveis médios requeridos pelas plantas
Faixa de interpretação de teores de macro e micronutrientes nas folhas padrão de citros
Uso do cobre na citricultura
Conclusões
Importante e fundamental?
SIM
• Excelente estratégia para o controle de doenças
• Micronutriente fundamental, ainda que em concentração muito baixa
COM AS APLICAÇÕES CONVENCIONAIS, AINDA HÁ A NECESSIDADE DO USO SUPLEMENTAR, NA FORMA SOLÚVEL?
Aparentemente, não, desde que empregado adequadamente
A
• Comissão Organizadora d0 XXII Ciclo de Palestras sobre Citricultura
• Prefeitura Municipal de São Sebastião do Caí
• Universidade Federal do Rio Grande do Sul
• Emater – RS
• Universidade de Caxias do Sul
• SEAPI Muito obrigado !!
ANTONIO DE GOES
UNESP – Universidade Estadual Paulista
JABOTICABAL - SP
16-32097291 16-996117717