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/ Apresentação 4• Metodologias ativas

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Page 1: Apresentação - Repositório da Produção USP

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Apresentação

4 • Metodologias ativas

Page 2: Apresentação - Repositório da Produção USP

Sonia M.Vanzella CastellarPaula Cristiane Strina Juliasz

Este volume propõe uma análise do uso de diferentes linguagens imagé-

ticas, em sala de aula, fundamentada em bases teóricas que permitem

desenvolver propostas de atividades envolvendo diferentes imagens, fixas

ou não, para estimular a construção dos saberes escolares e desenvolver

a capacidade leitora e escritora dos alunos.

A intenção é explorar e discutir como é possível, a partir de aportes dos

princípios da construção do conhecimento, estimular crianças, jovens e

adultos a se envolver com a construção do seu próprio conhecimento.

O uso das diferentes linguagens imagéticas como estratégia didática faz

parte das metodologias ativas e contribui para desenvolver a capacidade

leitora e escritora dos alunos.

As diferentes linguagens imagéticas • 5

Page 3: Apresentação - Repositório da Produção USP

Os atos relativos à construção do conhecimento que serão

apresentados por meio das metodologias ativas com o uso

de linguagens imagéticas estão fundamentados em uma

perspectiva socioconstrutivista, compreendendo que a

aprendizagem ocorre na interação entre os indivíduos do

processo, com o objetivo de torná-Ia significativa.

Em um dia, quantas imagens podem ser observadas?

O fato é que se vive hoje num contexto de inúmeros e

constantes estímulos visuais: são casas, sobrados, prédios

etc. em diversos estilos; carros de diferentes modelos;

pessoas vestidas de várias maneiras e usando adereços

diversificados; a poluição visual das cidades, com seus

muros pichados, cartazes, anúncios publicitários expostos

nos mais variados portadores, imagens da televisão e da

internet, sem esquecer das revistas e jornais. Alguns des-

ses elementos visuais sensibilizam mais, enquanto outros

passam despercebidos. A verdade é que, na sociedade

atual, a imagem vem ocupando um espaço cada vez mais

privilegiado, e isto vem se ampliando a cada dia, graças

às novas tecnologias, que permitem a criação de imagens

aprimoradas e a sua divulgação de forma instantânea.

6 • Metodologias ativas

Page 4: Apresentação - Repositório da Produção USP
Page 5: Apresentação - Repositório da Produção USP

~ I =~ ~~ 'I l' \' Isso acontece também no contexto escolar, uma vez que as imagens -

esculturas, pinturas, cartazes, mapas, fotografias, anúncios publicitários

etc. - fazem parte do cotidiano dos alunos. Esseselementos visuais que

constituem, juntamente com outros, as chamadas linguagens imagéticas

têm muito a ensinar, uma vez que estão carregados de informações sobre

a cultura e o mundo. Cabe, portanto, à escola levar o cotidiano para a sala

de aula e trabalhar a experiência dos alunos, bem como sua realidade,

garantindo o desenvolvimento das habilidades de leitura de imagens para

promover a alfabetização visual. É importante que os alunos compre-

endam as imagens em seus contextos e tenham condições de conhecer

melhor a sociedade em que vivem; e nesse processo poderão despertar

8 • Metodologias ativas

Page 6: Apresentação - Repositório da Produção USP

o olhar observador, curioso e investigador para fazer descobertas acerca

de suas próprias concepções e emoções ao observar uma imagem. Além

disso, cabe à escola contribuir para a formação de leitores autônomos e

críticos de todos os textos que os cercam, inclusive os imagéticos.

Você já deve ter ouvido falar que uma imagem vale mais que mil palavras,

não é mesmo? No entanto, é necessário compreender o contexto em

que a imagem está inserida e o que ela revela ou comunica, ou seja, é

preciso dar sentido ao recurso imagético. Analisar, de forma significativa,

fotografias, pinturas, objetos, esculturas, mapas, grafites, charges etc.,

relacionando os recursos neles contidos aos assuntos estudados, instiga

a observação e a percepção dos alunos.

As diferentes linguagens imagéticas • 9

Page 7: Apresentação - Repositório da Produção USP

Isabel Calado afirma que:

[... ] se ainda há bem pouco tempo uma imagem valia por mil pa-

lavras (admitamos que o estado de raridade que cria o valor), hoje

em dia, em muitos casos, a desmultiplicação imediata de cada

imagem retira-lhe essa possibilidade de valer (de valor) (CALADO,

2000, p. 734).

Diante disso, como entender as pinturas corporais das diferentes tribos indígenas

sem visualizar uma fotografia? Como compreender as vestimentas usadas pela

família real na chegada ao Rio de Janeiro, em 1808, sem observar uma pintura

que retrata a época? Como entender o surgimento de um tsunami sem analisar

um esquema gráfico ou observar como estão dispostas as placas tectônicas em

uma ilustração?

Uma pintura, um gráfico, uma fotografia ou qualquer outra imagem podem

permitir ao aluno a compreensão de um fato ou de um fenômeno com

mais objetividade. No contexto do processo de ensino-aprendizagem, essas

diferentes linguagens podem ser tratadas como conteúdos, como fontes de

informação, como fontes documentais, demandando uma observação cui-

dadosa para prosseguir com uma descrição e análise. Essasanálises podem

ter cunho histórico, que revelem situações sociais e culturais de uma época;

podem levar os alunos a imaginar, por exemplo, a vida das pessoas a quem

pertenceu um determinado objeto, como e para que era usado, bem como

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a localização geográfica dessas pessoas e objetos. Esse tipo de questiona-

mento introduz o pensamento histórico a partir da ideia de um objeto como

documento de uma comunidade e de um estilo de vida. Compreender as

fontes documentais como objetos, fotografias, documentos etc. é muito

importante para conhecer a memória de um lugar e de um tempo, em uma

investigação histórica.

No contexto do estudo das diferentes linguagens imagéticas, podem-se

explorar também capas de revistas, outdoors, propagandas, quadrinhos,

cinema, grafites etc., pois isso propicia ao aluno deparar-se com diversas

linguagens, cada uma com sua configuração, qualidade de definição de

imagem, uso de cores, ou seja, tudo o que contribui para que os objetivos

na produção da imagem sejam atingidos.

É importante saber e questionar o que se ensina, para que se ensina, para

quem se ensina, como se ensina, a fim de entender a dinâmica dos processos

educativos e o papel da imagem na metodologia ativa. A imagem, seja fixa

ou móvel, deve ser um elemento problematizador e não uma mera ilustração

para um aluno passivo observá-Ia. Ela deve estar atrelada ao conteúdo a ser

trabalhado e propiciar ao aluno o levantamento de hipóteses, a reflexão,

a apreciação e até a produção, a partir da análise, seja contextualizando o

conteúdo, seja desenvolvendo conceitos fundamentais como ângulo, com-

posição, foco, luz, movimento, perspectiva etc.

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