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ÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÃÃÃÃO O O O DADADADA
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Junho de 2012
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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS 03
1 Introdução 04
2 Empreendimento e contexto da Unidade de Manejo Florestal 05
3 High Conservation Value Forests e o FSC® 06
4 Metodologia para identificação dos AVCs 07
5 Identificação dos AVCs 09
6 AAVCs identificadas ou potenciais na UMF 11
7 Manejo e Monitoramento 13
8 Revisão externa 14
9 Consulta a partes interessadas 14
10 Revisão dos critérios 15
EQUIPE TÉCNICA 16
REFERÊNCIAS 17
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LISTA DE SIGLAS
AAVC Áreas de Alto Valor de Conservação
AVC Alto Valor de Conservação
APA Área de Proteção Ambiental
ARIE Área de Relevante Interesse Ecológico
APP Área de Preservação Permanente
AVC Alto Valor de Conservação
CCMA Corredor Central da Mata Atlântica
CERFLOR Sistema Brasileiro de Certificação Floresta
CONAQ Quilombos do Brasil
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EMF Empreendimento de Manejo Florestal
ESEC Estação Ecológica
Fibria ARA Fibria Celulose S.A., Unidade Aracruz
FLONA Floresta Nacional
FSC® Forest Stewardship Council® (Conselho de Manejo Florestal)
HCV High Conservation Value
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INCAPER Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
ISO International Organization for Standardization
PARNA Parque Nacional
PES Parque Estadual
PMF Plano de Manejo Florestal
RAMSAR Convenção sobre Zonas Úmidas
RDS Reserva de Desenvolvimento Sustentável
REBIO Reserva Biológica
RESEX Reserva Extrativista
TI Terra Indígena
UFES Universidade Federal do Espírito Santo
UMF Unidade de Manejo Florestal
UPP Unidade de Planejamento da Paisagem
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1 INTRODUÇÃO
A Fibria é uma empresa brasileira, líder global do setor de celulose de
fibra curta de eucalipto, baseada integralmente em plantios renováveis.
Presente em sete Estados brasileiros (Espírito Santo, Bahia, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do
Sul) opera com cinco Unidades Industriais e uma base florestal própria
de 974,4 mil, dos quais 352 mil são destinados à conservação ambiental.
Buscando pelo aprimoramento em sua Gestão Ambiental e no âmbito
das certificações florestais, a Fibria l Unidade Aracruz conduziu uma
avaliação da sua Unidade de Manejo Florestal (UMF), seguindo
metodologia proposta pela HCV Resource Network e pelo ProForest, e
identificou quais das suas áreas possuem um Alto Valor de Conservação
(AVC). O presente resumo busca apresentar os resultados dessa
avaliação, bem como consultar as suas partes interessadas quanto aos
critérios de identificação utilizados e sobre os manejos e
monitoramentos propostos pela empresa para manter e/ou melhorar os
atributos identificados.
A Unidade Aracruz possui cerca de 331 mil hectares distribuídos pelos
Estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais, sendo
aproximadamente 35% desta área destinada à conservação. A avaliação
englobou todas as áreas próprias e arrendadas da UMF, a qual é
certificada pelas normas ISO 9001 e 9002 de gestão da qualidade; e ISO
14001 de gestão ambiental. Já os plantios florestais são certificados pelo
Sistema Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor – NBR 14789) e tem
como meta conseguir uma das principais certificações florestais, o FSC®
Forest Stewardship Council® (Conselho de Manejo Florestal).
A análise utilizou imagens e arquivos no formato shapefile da empresa e
de instituições e órgãos ambientais públicos e não-governamentais, bem
como dados de estudos e monitoramento já realizados na UMF. Até o
momento foram identificados 04 AVCs em 08 áreas, sendo 03 no Estado
da Bahia e 05 no Estado do Espírito Santo: (i) RPPN Complexo Mutum
Preto e Recanto das Antas (ES), RPPN Restinga de Aracruz (ES), Fazenda
Agril (ES), Santa Leopoldina (ES), APPs Bacia nº 15 – ARA (ES), Complexo
Aparaju (BA), Complexo Itanhetinga (BA), Alcoprado (BA).
Nas áreas identificadas estão sendo implementadas as medidas
específicas para assegurar a manutenção e melhoria dos valores
identificados e ações de monitoramento estão sendo conduzidas para
avaliar a efetividade do manejo empregado, com o objetivo de
consolidar a conservação dessas áreas e perpetuar os seus benefícios.
A análise foi conduzida por uma equipe interna multidisciplinar da Fibria e por especialistas ambientais e sociais externos e revisado por avaliadores independentes e qualificados.
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2 Empreendimento e contexto da Unidade de Manejo Florestal
Identificação e contato do UMF
Identificação Endereço Contato
Fibria, Unidade Aracruz - Estados do
Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais.
Rodovia Aracruz x Barra do Riacho, km
25. CEP 29197-900 - Aracruz - ES [email protected].
O município de Aracruz é sede da Fibria l Unidade Aracruz. Ao todo, as operações abrangem 31 municípios, sendo 17 no Espírito Santo, 08 na Bahia e 06 em Minas Gerais.
Localização geográfica da Fibria l Unidade Aracruz Fonte: Fibria Aracruz, Março de 2012
Para conhecer melhor o contexto socioambiental do empreendimento e ter mais informações sobre o manejo florestal da empresa, acesse o seu Resumo Público do Plano de Manejo da Fibria l Unidade Aracruz em http://www.fibria.com.br/web/pt/midia/publicacoes.htm
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3 High Conservation Value Forests e o FSC®
O conceito de High Conservation Value Forests (Florestas de Alto Valor de Conservação) foi desenvolvido pelo FSC® (Forest Stewardship Council®) em 1999, para inicialmente ser empregado na certificação do manejo de áreas florestais. Em seguida o seu uso foi ampliado para outras aplicações, inclusive para usos fora da certificação pelo FSC®.
O padrão para certificação do Manejo Florestal do FSC® estabelece um conjunto de 10 Princípios,
desdobrados em Critérios e Indicadores a serem adotados no manejo florestal. A aplicação destes Princípios e Critérios é uma iniciativa voluntária dos responsáveis pelo manejo florestal e a Fibria l Unidade Aracruz, está comprometida com a implementação deste padrão. Dentre eles, o princípio 9 prevê a necessidade de se avaliar a presença de Áreas com Alto Valor de Conservação (AAVC) dentro da UMF, com o propósito de manter ou ampliar os seus atributos.
Para atender ao Princípio 9, o FSC® estabelece quatro critérios:
Critério 9.1: A avaliação para determinar a presença de atributos consistentes com Florestas e Áreas de Alto Valor de Conservação será realizada de forma apropriada à escala e intensidade do manejo florestal.
Critério 9.2: A parte consultiva do processo de certificação deve enfatizar os atributos de conservação identificados e as opções para a sua manutenção.
Critério 9.3: O plano de manejo deve incluir e implementar medidas específicas que assegurem a manutenção e/ou melhoria dos atributos de conservação aplicáveis, consistentes com a abordagem de precaução. Estas medidas devem ser especificamente incluídas no resumo do plano de manejo disponível para o público.
Critério 9.4: O monitoramento anual deve ser conduzido para avaliar a efetividade das medidas empregadas para manter ou melhorar os atributos de conservação aplicáveis.
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4 Metodologia para identificação dos AVCs
Todas as áreas florestais e outras formas de vegetação natural possuem importantes valores sociais e ambientais, como proteção de bacias hidrográficas, presença de espécies ameaçadas, áreas de uso costumário pelas comunidades locais, entre outros. Áreas onde esses valores são considerados excepcionais ou de importância crítica podem ser definidas como Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC).
A chave para definir uma área como sendo de alto valor é identificar se essa área possui um ou mais atributos de Alto Valor de Conservação.
ALTO VALOR PARA CONSERVAÇÃO (AVC): valor biológico, ecológico, social ou cultural considerado notavelmente significativo ou de extrema importância em nível nacional, regional ou global. São esses valores que precisam ser protegidos.
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A designação de uma floresta ou área como AAVC não impede o manejo da área, entretanto, esse manejo deve ser planejado e implementado de forma que assegure a manutenção ou a melhoria dos valores.
Para conhecer melhor sobre o assunto acesse www.hcvnetwork.org
O Brasil ainda não possui uma interpretação nacional para definição de AVCs. Portanto, a análise baseou-se principalmente nos documentos da Rainforest Alliance e Proforest, Guia para Florestas de Alto Valor para Conservação (Jennings et al., 2003) e um documento mais recente elaborado pela Proforest, Guia de Boas Práticas para Avaliações de Altos Valores de Conservação: Orientações Práticas para profissionais e Auditores (Sterwart et al., 2008). Além destes, as interpretações e projetos de AAVCs no Brasil e em Florestas Úmidas da Bolívia, Indonésia e Malásia sforam usados como referência.
As etapas de avaliação consistiram: na interpretação dos seis AVCs no contexto regional da UMF; identificação dos AVCs que estão presentes na UMF; determinação da localização das AAVCs; elaboração de propostas de ações para garantir a proteção destas áreas e a revisão externa do diagnóstico por especialistas qualificados e independentes. No momento, uma ampla consulta pública está sendo realizada, sendo que alguns parâmetros podem sofrer mudanças com base nas sugestões que a empresa possa vir a receber.
Levantamentos de campo e coleta de dados
O trabalho compreendeu a interpretação das seis definições genéricas e globais de AVC, traduzindo-as em definições específicas e apropriadas para a região de atuação da Fibria. Na falta de uma interpretação nacional, critérios foram estabelecidos e fim de limitar cada AVC. Dada a complexidade da avaliação, a equipe analisou imagens e arquivos no formato shapefile da empresa e de instituições e órgãos ambientais públicos e não governamentais, bem como dados de estudos e de monitoramentos ambientais (avifauna, mastofauna, flora, recursos hídricos, entre outros) já realizados desde 1981 na região e na UMF, entre outros.
Dentre as várias fontes de consulta utilizadas, vale destacar: Áreas Prioritárias para Conservação do Bioma Mata Atlântica; Áreas importantes para as aves (IBA – Important Birdlife Areas); Legislações Federais e Estaduais (APP, RL, listas de espécies ameaçadas); e estudos realizados pela própria Fibria (mais de 150 estudos e monitoramentos), Unidades de Conservação e suas respectivas Zonas de Amortecimento, pontos de captação de água por concessionárias e comunidades.
Os dados coletados nos estudos e monitoramentos realizados na Fibria ficam armazenados em um Banco de Dados de Biodiversidade, o SGF-Bio (módulo computacional especializado disponível no Sistema de Gestão Florestal – SGF).
O SGF-Bio acumula os dados coletados pela Fibria l Unidade Aracruz desde 1993. Atualmente isto representa um acervo de 1671 espécies de plantas, aves, mamíferos, anfíbios, répteis, peixes e crustáceos já registrados na Unidade, sendo 10% considerados ameaçados de extinção.
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5 Identificação dos AVCs
Para contemplar adequadamente o aspecto de excepcionalidade e criticidade dos AVCs, foi realizado o processamento de informações na Base Cadastral da empresa, utilizando as informações descritas no item 4. Baseado nos dados disponíveis e nas literaturas já citadas, a equipe avaliadora estabeleceu critérios e filtros quantitativos e qualitativos foram aplicados nas áreas que compõem a base da empresa.
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AVCs Critérios
AVC 1 Diversidade de espécies
AVC 1.1 Áreas protegidas Área que é ou que está dentro de UC de proteção integral
AVC 1.2 Espécies ameaçadas e em perigo de extinção Área com concentração maior que 5 espécies criticamente ameaçadas
AVC 1.3 Espécies endêmicas Área com concentração maior que 135 espécies ameaçadas, raras e endêmicas
AVC 1.4 Uso temporal crítico Áreas com concentração maior que 100 indivíduos da mesma espécie de ave migratória em uma mesma observação
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AVC 2 Ecossistemas e mosaicos em nível de paisagem
- Fragmento de área-core1 representativo na
Unidade Ambiental da paisagem2
- Fragmento de área-core adjacente a UC de proteção integral
- Fragmento de áre-core com um tamanho capaz de manter a espécie “guarda-chuva” Tapirus Terrestris
3 (≥ 40.000ha
4).
AVC 3 Ecossistemas e habitats.
- Ecossistemas ameaçados presentes na UMF5 com
área-core representativa na paisagem da Unidade Ambiental
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AVC 4 Serviços ambientais críticos
AVC 4.1 Florestas críticas para bacias hidrográficas - Bacias ocupadas por mais de 50% de áreas da Fibria, com Índice de Disponibilidade Hídrica menor do que 30%, e presença de ponto de captação de água.
AVC 4.2 Áreas críticas para produção de água e controle de erosão
Não aplicável
7.
AVC 4.3 Áreas críticas como barreiras naturais para incêndios destrutivos
Não aplicável8.
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AVCs Critérios
AVC 5 – Necessidades das comunidades
- Área que possui recursos necessários à sobrevivência das comunidades, inclusive de renda, que não tenham alternativas prontamente disponíveis
9.
AVC 6 – Valores culturais
- Locais, habitats e paisagens que abrigam sítios sagrados ou religiosos; áreas com resquícios e/ou monumentos históricos ligados a identidade de um grupo étnico e/ou essenciais para as culturas tradicionais de comunidades locais ou povos indígenas ou de valor cultural, arqueológico ou histórico em nível mundial ou nacional.
1 Utilizou-se a abordagem de “área-core” para retirar da análise as APP que possuem formato alongado, dominado por ambiente de
borda, não atendendo às premissas do AVC em análise. Portanto, foi “excluída” uma borda de 50 metros de todas as áreas de vegetação da Fibria, e os polígonos resultantes foram considerados os verdadeiros fragmentos disponíveis na paisagem.
2 Unidades Ambientais são paisagens naturais da UMF delimitadas geograficamente e classificadas conforme as suas condições
edafoclimáticas. Considera-se que em cada Unidade Ambiental identificada as condições ambientais são mais “homogêneas”, resultando em comunidades de fauna e flora e resposta ás atividades de manejo semelhantes. O conceito de Unidade Ambiental foi utilizado pela Fibria (e por empresas e ONGs parceiras no Projeto Mosaicos Florestais Sustentáveis no âmbito do Corredor Central da Mata Atlântica) para o planejamento do sistema integrado de monitoramento da biodiversidade.
3 A anta (Tapirus Terristris) foi a espécie selecionada devido à sua presença registrada em áreas da empresa e por agregar inúmeras
características desejáveis, como: mamífero de grande porte, ameaçada de extinção, de ampla distribuição geográfica, desempenha um papel-chave na comunidade, como dispersora e predadora de sementes, bioindicadora da qualidade ambiental, dependente de ambientes florestais pouco perturbados, entre outros.
4 Área viável para suportar uma população viável de 200 antas.
5 Ecossistemas considerados raros ou ameaçados presentes na UMF: Estágio avançado, Restinga, Várzea do Rio Doce e Muçununga.
6 Em “áreas-core” significativas o sucesso de conservação do ecossistema é maior, pressões antrópicas menores e ainda possuem
maior significância na paisagem regional.
7 A UMF não possui áreas declivosas, com declividade acima de 45º, e zonas de conversão que possam expor o solo de forma crítica.
8 Não há histórico de ocorrência de incêndios de caráter destrutivo na área de abrangência da UMF. A maioria dos incêndios
ocorrido na UMF tem relação com causas antrópicas (acidental ou criminoso).
9 Uma floresta ou outro ecossistema natural pode conter o AVC 5 se comunidades locais obtêm lenha, alimento, água de beber e
para outros usos diários, forragem, medicamentos ou materiais de construção essenciais sem alternativas disponíveis. A caça e a extração ilegal de madeira não são consideradas recursos essenciais, pois são proibidas por lei.
Unidades Ambientais modeladas para a
Fibria l Unidade Aracruz
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6 AAVCs identificadas ou potenciais na UMF
Como resultado da avaliação, a Unidade Aracruz identificou 11.717,81 hectares de Áreas de Alto Valor de Conservação, consideradas com valores excepcionais ou críticos para: diversidade de espécies, manutenção de ecossistemas ameaçados, serviços ambientais, necessidade e valores das comunidades.
A Fibria também identificou outras áreas que potencialmente podem possuir os AVCs 5 e 6. Os atributos dessas áreas estão sendo confirmados com as comunidades através de processos participativos.
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COMPL. MUTUM PRETO E
RECANTO DAS ANTAS
ALCOPRADO
COMPL. ITANHETINGA
COMPL. ITANHETINGA
AGRIL E RPPN RESTINGA
DE ARACRUZ SANTA LEOPOLDINA
BACIA Nº 15 ARA
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7 Manejo e Monitoramento
Paralelamente à interpretação dos parâmetros para a identificação das AAVC para a realidade local, a Fibria elaborou propostas de manejo para garantir a proteção das áreas identificadas ou para reduzir as ameaças. Para isto, foram considerados os impactos relacionados às operações de manejo florestal, descritos na Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais da Fibria, e ameaças externas ao negócio, como caça e pesca predatória, furto de madeira nativa, incêndios por causas antrópicas, entre outros.
As principais ameaças aos AVCs, bem como as ações de manejo e os monitoramentos estabelecidos estão resumidos na figura abaixo.
É importante destacar que monitoramentos foram estabelecidos para fornecer dados importantes sobre os componentes bióticos e abióticos das AAVCs e atividades ilegais que possivelmente venham a ocorrer nessas áreas. Através do monitoramento será possível medir o resultado efetivo das ações propostas para a manutenção ou melhoria dos AVCs identificados e mais ameaças podem vir a ser identificadas. Nesse caso, ações de manejo serão estabelecidas para mitigar ou minimizar as ameaças aos AVCs. Anualmente o EMF fará uma análise crítica dos monitoramentos e ações realizadas dentro do ano corrente. O resultado será disponibilizado através do Resumo Público do Plano de Manejo da Fibria, sempre disponível em sua na página na internet.
Atualmente, o monitoramento da biodiversidade Fibria na Unidade Aracruz é realizado nos níveis da paisagem e dos ecossistemas a partir de um planejamento de longo prazo integrado à “Iniciativa Mosaicos Florestais Sustentáveis”, que envolve ONGs e empresas florestais atuantes no corredor central da Mata Atlântica. O alvo principal dessa integração é avaliar se e como as alterações no uso do solo estão afetando a biodiversidade nos fragmentos florestais da região, para subsidiar decisões e ações que impeçam ou mitiguem tais impactos. Esse novo programa unificado de monitoramento permitirá detectar mudanças na biodiversidade ao longo dos anos, por meio de uma rede integrada de estações de monitoramento,
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distribuídas por uma área de mais de 6 milhões de hectares. Mais detalhes sobre essa iniciativa: www.dialogoflorestal.org.br/publicacoes.
8 Revisão externa
O diagnóstico da avaliação de AAVCs e as medidas de proteção estabelecidas contra as ameaças
identificadas foram submetidos a revisão externa por especialistas qualificados, confiáveis e
independentes. Duas empresas de consultoria deram seus pareceres técnicos.
Empresa – RHEA Ambiental Estudos e Projetos
Empresa – ecosSistemas
9 Consulta a partes interessadas
AAVCs são, por definição, as florestas ou áreas mais notáveis ou críticas. Portanto, é importante que uma grande diversidade de opiniões e conhecimento seja usada na sua identificação, no desenvolvimento de regimes de manejo para sua manutenção, e na revisão da eficiência do manejo. O envolvimento de partes interessadas nesses processos tem no mínimo duas grandes vantagens:
- A reunião de uma variedade de experiências e conhecimento propicia um maior nível de certeza de que as decisões sobre a identificação e manejo são adequadas.
- O envolvimento de partes interessadas representa uma maior segurança para a sociedade de que os AVCs estão sendo trabalhados de maneira adequada.
Uma primeira parte da consulta foi realizada durante a elaboração do diagnóstico. Pesquisadores e especialistas foram consultados sobre os itens referentes a sua especialidade para que a Fibria tivesse segurança em suas decisões sobre a identificação e manejo adequados para os AVCs.
A segunda parte da consulta está acontecendo e contempla:
- Partes interessadas diretamente afetadas pelo manejo, principalmente em relação ao AVCs 5 e 6.
- Grupos e pessoas com interesse especial no AVC, como órgãos governamentais, ONGs conservacionistas, instituições de pesquisa e acadêmicas, entre outros.
“...opino no sentido de que o “Diagnóstico para identificação de áreas de alto valor de conservação na
Fibria Celulose S.A – Unidade Aracruz”, atende as recomendações dos guias de referência utilizados e o
produto final – a identificação e seleção de Áreas de Alto Valor de Conservação – AAVC contempla as
áreas de atuação da Fibria Celulose S.A nos estados do Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais. A proposta de
gestão das AAVCs, indicadas nos programas de monitoramento e manejo permitirão a manutenção dos
AVCs presentes e poderão ser vetores para a melhoria desses atributos ao longo do tempo”.
“Avalia-se que a metodologia desenvolvida e utilizada pela FIBRIA – Unidade Aracruz para a definição de
Áreas de Alto Valor de Conservação – AAVCs e elaboração do documento “Diagnóstico para Identificação
de Áreas de Alto Valor de Conservação na Fibria Celulose S.A. - Unidade Aracruz” é adequada e suficiente
para identificar áreas caracterizadas por uma das seis categorias de “alto valor” definidas pelo Proforest e
utilizadas pelo FSC® e pelos organismos de certificação que atuam em seu nome”.
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A consulta está ocorrendo por meio de processos participativos, reuniões direcionadas, fóruns apropriados, por correio eletrônico e internet. Na internet a consulta ficará disponível na página Fibria.
As contribuições serão registradas e respondidas pela Fibria e, caso seja necessário, ações de adequação ou de melhorias serão realizadas.
10 Revisão dos critérios
Os critérios estabelecidos pela equipe avaliadora para identificação dos AVCs serão revisados a cada 6
anos. A revisão será baseada nos resultados dos monitoramentos realizados nesse intervalo, podendo
ocorrer mudanças de status nos fragmentos hoje considerados como AAVC, bem como, demais
fragmentos poderão ser eleitos como tal.
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EQUIPE TÉCNICA
Equipe da Fibria: Ana Paula Corrêa do Carmo Engenheira Florestal e pesquisadora do Centro de Tecnologia
Ana Paula Pulito Silva Engenheira Florestal e analista de gestão ambiental
Antonio do Nascimento Gomes Engenheiro Florestal e consultor de sustentabilidade
Aroldo dos Reis Junior Geógrafo e analista de Sistemas de Informações Geográficas
Evanio Trivilim Scopel Analista do Centro de Tecnologia
Maria Rangel Gregório Bióloga e analista ambiental
Especialistas consultados:
Andressa Gatti Bióloga e Doutoranda em Biologia Animal pela UFES. É pesquisadora do Instituto Marcos Daniel, membro do Tapir Specialist Group/IUCN e coordenadora do projeto Pró-Tapir.
Paulo de Tarso Biólogo e Doutor em Ecologia pela Universidade de Brasília. Consultor associado à Fundação Pró-Natureza.
Roberto Adrián Ribaric Bacharel em Ciências Sociais pela PUC-SP e pesquisador Sênior da Matizes.
Luciana Gama Longobardi Bacharel em Ciências Sociais pela PUC-SP e pesquisadora da Matizes.
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