argamassas compatÍveis para intervenÇÃo...
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OFICINA: TÉCNICAS TRADICIONAIS DE REVESTIMENTO - C.M.BEJA, CENFIC, 2007Com o apoio de: ICOMOS-PORTUGAL, Projecto MITR, C.M. Albufeira, Misericórdia de Beja
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ARGAMASSAS COMPATÍVEIS PARA INTERVENÇÃO EM
EDIFÍCIOS ANTIGOS
MARIA DO ROSÁRIO VEIGA
19-21 SETEMBRO 2007
Oficina Técnicas Tradicionais de Revestimento - BEJA
> Argamassas – Constituição e condições externas
> Argamassas antigas e revestimentos antigos
> Compatibilidade
> Revestimentos de substituição
> Técnicas de aplicação
> Casos particulares
> Casos de estudo
> Conclusões
Organização da apresentação
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Argamassas - Constituição
aéreos cal aéreaLigantes
hidráulicos cimento; cal hidráulicacal aérea e pozolanas; gesso
sintéticos resinas
Agregados areia siliciosa; agregado calcário pedra britada; pó de pedra; argila?
Água
Aditivos pozolanas; fibras; resinasAdjuvantes hidrófugos; introdutores de ar; plastificantes
Argamassas - Constituição
Cal aérea
Obtida por calcinação, a temperaturas da ordem de 800 a 1000 ºC, de rochas carbonatadas, constituídas predominantemente por carbonato de cálcio (calcário) ou por carbonato de cálcio e magnésio (calcário dolomítico)
Cal viva: CaCO3 + calor CaO + CO2
Hidratação: CaO + H2O Ca (OH)2 +calor
Endurecimento: Ca (OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O
Argamassas de cal aérea: Traços tradicionais variam entre 1:1 e 1:41:3 traço eficiente para boa granulometria
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Argamassas - Constituição
OUTROS LIGANTES: hidraulicidade (aluminatos e silicatos)
Cimento (> 1450ºC C3S +C2S + …)
Cal hidráulica (1200 a 1450ºC C2S + …)
Pozolanas naturais (produtos vulcânicos ricos em alumina e em sílica amorfa reactiva)
Pó de tijolo e outras pozolanas artificiais
Argamassas - Constituição
Gesso
O gesso natural é uma rocha sedimentar de estrutura cristalina, constituída fundamentalmente por sulfato de cálcio bi-hidratado (Ca SO4 2H2O).
O gesso usado como ligante em estuques e argamassas de gesso éobtido por cozedura a temperaturas que variam entre 130ºC e 170ºC da pedra de gesso e é constituído, fundamentalmente, por sulfato de cálcio hemi-hidratado:
Ca SO4 2H2O + calor Ca SO4 1/2 H2O + 3/2 H2O
É usado em revestimentos interiores
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Suportes
• Taipa• Adobe
•Fasquiado de madeira•Paredes pombalinas (gaiolas e tabiques)
•Alvenaria de tijolo (irregular ou regular) •Alvenaria de pedra (irregular ou regular)
argamassas com base em cal aérea (cal e terra, argila, fibras naturais)
argamassas com base em cal aérea
argamassas com base em cal aérea / cal hidráulica / cimento, conforme a a estrutura da parede
Condições externasExterior temperatura
humidade (chuva)ventoproximidade do mar poluiçãoexposiçãoágua nas fundaçõesexposição aos sais (solos, materiais, etc.)
Interior temperaturahumidade do arágua nas fundaçõesexposição aos sais (solos, materiais, etc.)
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Funções
• Aglomerantes de pedra e tijolo em alvenarias irregulares• Assentamento de blocos de pedra e de tijolos em
alvenarias regulares• Reboco exterior ou interior• Acabamento de protecção e decoração (barramentos e
estuques)• Suporte de pinturas murais, fingidos, e outras técnicas
decorativas• Colagem de azulejos
Ruínas de Tróia (séc. I) Conímbriga
Argamassas Romanas – Argamassas de cal muito bem executadas; uso de pozolanas artificiais (pó de tijolo) e naturais
Argamassas antigas
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Rebocos em ruínas de Tróia - séc. I
Argamassas antigas
Reboco em Conímbriga
Mértola – Baptistério (séc. II)
Argamassas antigas
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Argamassas Árabes - Muralha de Tavira (séc. VII)
Argamassas antigas
Argamassas Árabes – Igreja de Mértola
(antiga Mesquita)
(séc. XII)
Argamassas antigas
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Sé de Évora – Revestimentos interiores (séc. XVI-XVII)
Argamassas antigas
Sé de Elvas (séc. XVII)
Argamassas antigas
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Fingidos de azulejo (Almeida)
Convento dos Capuchos
Argamassas antigas
Hospital M. Bombarda (séc. XIX)
Parede Pombalina (séc. XVIII-XIX)
Argamassas de cal em várias camadas
Argamassas antigas
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Edifício do LNEC (1952)
Edifício em Lisboa (Prémio Valmor 1944)
Argamassas de cal aérea com acabamentos muito cuidados
Argamassas antigas
Argamassas antigas
Caracterização de argamassas antigas: no LNEC tem vindo a ser feita através de vários Projectos, dos quais se destaca presentemente o Projecto Cathedral
Caracterização química, mineralógica e microestruturalCaracterização física e mecânica
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Argamassas antigas
• Cal aérea como ligante, areias bem seleccionadas, geralmente aditivos
• Várias camadas, cada uma delas cuidadosamente preparada e aplicada
• Texturas e cores características• Grande resistência e durabilidade (exemplos com séculos
que chegaram aos nossos dias)• Testemunho de materiais e tecnologias: objectos de
estudo• Funções de revestimento, aglomerante, colagem• Bom funcionamento global das paredes gerado pela
compatibilidade de materiais e soluções construtivas
Argamassas antigas
Argamassas de cal aérea: Traços tradicionais variam entre 1:1 e 1:4 (cal aérea : areia)
• 1:3 (cal aérea : areia) é um traço eficiente se a areia tiver boa granulometria
Exs. de outras argamassas antigas (ou de argamassas que podemos usar para nos aproximarmos delas):
• 1:1:4 (cal aérea : pozolana : areia)
• 1:1:6 (cal aérea : cal hidráulica fraca ou média : areia)
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Revestimentos exteriores antigos
CamadasCamadas de regularização e protecção: Emboço; Reboco, Esboço
• argamassas de cal e areia, com adições minerais e orgânicas, aplicadas em várias subcamadas• com granulometria decrescente das camadas mais internas para as mais externas• com deformabilidade e porosidade crescentes das camadas mais internas para as mais externas
Revestimentos exteriores antigos
Camadas
Camadas de protecção, acabamento e decoração: Barramento; Pintura mineral; Ornamentação
• barramentos: massas finas de pasta de cal aplicadas em várias subcamadas, com grande importância para a protecção do reboco• coloração com pigmentos minerais ou com pintura mineral• ornamentação com stuccos, fingidos, esgrafitos, pinturas a seco ou a fresco
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a) Pintura de cal
b) Pintura com tintas de silicato
c) Pintura de fingidos (no exterior)
d) Pintura mural exterior
Revestimentos exteriores antigos: acabamentos
Os revestimentos interiores das paredes antigas tinham, em geral, constituição básica semelhante aos exteriores, diferindo essencialmente na composição das camadas de acabamento.
Camadas principais, com diferentes funções:
Camadas de regularização: emboço, reboco e esboço ou massa de esboçar.
Camadas de protecção, acabamento e decoração: barramento (ou guarnecimento); estuque ou massa de estender ou dobrar; massa de polir ou brunir; pintura (em geral mineral) simples ou de ornamentação.
Revestimentos interiores antigos
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a) Fingido de pedra ou Stucolustro
b) Fingido de mármore ou Stucomármore
c) Escaiolas (Scagliola)
d) Pintura Mural
f) Pintura a encáustica (ou a cera)
g) Pintura a óleo
h) Pintura de fingidos
i) Pintura ilusionista ou de trompe l’oeil
Revestimentos interiores antigos: acabamentos
Lisboa, década de 90, rebocos hidráulicos
Argamassas recentes
Vamos destruir argamassas centenárias e substitui-las por estes materiais “mais resistentes e duráveis”?!
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Algarve, monocamada, século XXI
Argamassas recentes
Paredes antigas e argamassas
As paredes antigas desempenhavam as funções estrutural e de protecção àágua através de espessuras elevadas, revestimentos com várias camadas, conjugação das características dos diversos constituintes.
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Paredes antigas e argamassas
As paredes antigas tinham constituição e modelo de funcionamento muito diferentes das actuais:
• Hoje evita-se a entrada da água, impermeabilizando os paramentos, aumentando a estanquidade das caixilharias, fazendo cortes de capilaridade.
• As paredes antigas, mais espessas e porosas e sem cortes de capilaridade, permitiam uma entrada de água mais fácil mas promoviam a sua rápida saída para o exterior.
eflorescências
Ascensão de água por capilaridade
criptoflorescências
Opções incorrectas
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Paredes antigas e argamassas
As patologias devidas à humidade em paredes antigas estão a ser estudadas através do Projecto Humidade em Paredes Antigas
ConservaçãoOs rebocos exteriores são muitas vezes dos primeiros elementos do edifício a mostrar degradação, devido à sua elevada exposição e às suas funções de protecção.Opções de intervenção:1. A 1ª opção deve ser a conservação do revestimento antigo:
• operações de manutenção• operações de reparação pontual
2. A 2ª alternativa a considerar é a consolidação do revestimento existente:• restituição da aderência• restituição da coesão
3. Se as anteriores hipóteses não forem viáveis, considerar a substituição parcial4. Apenas em último caso, encarar a substituição total
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Evitar a acumulação de água: correcção de infiltrações, correcção da drenagem, protecção contra escorrimentos e contra a formação de caminhos preferenciais
Reparação das lacunas no revestimento, nomeadamente nas camadas de acabamento
Tratamento com biocidas
Limpeza, nomeadamente da poluição ( SO2, NO2, CO2)
Controlo de cargas
Conservação – Medidas preventivas
Restituição da aderência: pastas de colagem àbase de cal
Restituição da coesão: se possível com produtos que regenerem o carbonato de cálcio
Colmatação de fissuras
Reintegração
Conservação – Consolidação
Projecto Conservarcal: http://conservarcal.lnec.pt
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Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?
Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?
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Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?
Marmorites: pintura ou conservação e limpeza?
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Consolidação
Consolidação
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CompatibilidadeNo caso da opção pela substituição parcial ou total, o revestimento de substituição a escolher tem que recorrer a materiais e técnicas compatíveis com os elementos pré-existentes.
Requisitos de compatibilidade:1. Funcionais:
• Não contribuir para degradar os elementos pré-existentes• Proteger as paredes• Ser duráveis e contribuir para a durabilidade do conjunto (à escala dos
edifícios antigos)
2. De aspecto:• Não prejudicar a apresentação visual, não descaracterizar o edifício• Não sofrer envelhecimento diferencial
Compatibilidade
1. Não contribuir para degradar os elementos pré-existentes• Não introduzir tensões excessivas no suporte: módulo de elasticidade baixo; aderência moderada; coeficientes de dilatação térmica e higrométrica semelhantes aos elementos antigos
• Não contribuir para reter a água no suporte:permeabilidade ao vapor de água elevada
• Não introduzir sais solúveis:não conter materiais ricos em sais solúveis (por ex. do cimento)
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Compatibilidade
2. Proteger as paredes• Proteger da acção da água e das acções climáticas em geral: absorção de
água moderada e permeabilidade ao vapor de água elevada; resistência mecânica suficiente
• Proteger de acções mecânicas de choque e erosão: resistência mecânica suficiente
• Proteger de acções químicas (poluição, sais solúveis): resistência aos sais
Compatibilidade
3. Ser duráveis• Resistência mecânica (moderada)• Aderência ao suporte e entre camadas (moderada)• Absorção de água lenta e facilidade de secagem• Resistência química• Resistência à colonização biológica
4. Aspecto Estudo prévio do revestimento antigo• Composição, textura, cor• Tecnologia de aplicação
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Compatibilidade
Características mecânicas
Argamassa Resist. à
flexãoRt
Resist. àcompr.
Rc
Módulode
Elastic.E
Aderência aosuporte
Ra
Forçasdesenvolvidaspor retracção
restringidaFr máx
RebocoexteriorRebocointerior
Refecha-mento de
juntas
Características mecânicassemelhantes às das argamassas
originais e inferiores às dosuporte.
Resistência aoarrancamento(Ra) inferior àresistência àtracção do
suporte: a roturanunca deve ser
coesiva pelosuporte.
Força máximadesenvolvida por
retracçãorestringida (Fr máx)inferior à resistência
à tracção dosuporte.
Requisitos das argamassas de substituição características mecânicas
CompatibilidadeRequisitos das argamassas de substituição
comportamento à água
Comportamento à águaEnsaios clássicos
Comportamento aos
saisComportamento
térmico Durabilidade
Argamassa Perm. ao
vapor deágua
Coefic. decapilarida
de CPorosidade
Teor desais
solúveisCaracterísticas
térmicas
Resistência àsacções climáticas;
resistência aossais
RebocoexteriorRebocointerior
Refecha-mento de
juntas
Capilaridade epermeabilidade ao
vapor de águasemelhantes às
argamassas originaise superiores às do
suporte.
Porosidade eporosimetria
semelhantes àsdas argamassasoriginais e com
maiorpercentagem deporos grandesque o suporte.
Baixo teorde sais
solúveis
Coeficiente dedilataçãotérmica e
condutibilidadetérmica
semelhantesaos das
argamassasoriginais e àsdo suporte.
Média a elevada
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CompatibilidadeRequisitos das argamassas de substituição
Características Mecânicasaos 90 dias (MPa) Comportamento à retracção restringida
UsoRt Rc E
Aderência(MPa) Frmáx
(N)G
(N.mm)CSAF CREF (mm)
Rebocoexterior
0,2 –0,7
0,4 –2,5 2000-5000 ≤ 70 ≥ 40 ≥ 1,5 ≥ 0,7
Rebocointerior
0,2 –0,7
0,4 –2,5 2000-5000
0,1 – 0,3ou rotura
coesiva peloreboco ≤ 70 ≥ 40 ≥ 1,5 ≥ 0,7
Juntas 0,4 -0,8 0,6 – 3 3000-6000
0,1 – 0,5 ourotura
coesiva pelajunta
≤ 70 ≥ 40 ≥ 1,5 ≥ 0,7
CompatibilidadeRequisitos das argamassas de substituição
Comportamento à águaEnsaios clássicos Ensaio com humidímetro
UsoSD
(m)
C(kg/m2.h0,5)
(kg/m2.min0,5)
M(h)
S(h)
H(mv.h)
Envelhecimentoartificial
aceleradoComportamento
aos sais
Rebocoexterior ≤ 0,08
≤ 12; ≥ 8(≤ 1,5; ≥ 1,0)
≥ 0,1 ≤ 120 ≤ 16 000
Rebocointerior ≤ 0,10 - - ≤ 120 -
Juntas ≤ 0,10≤ 12; ≥ 8
(≤ 1,5; ≥ 1,0)≥ 0,1 ≤ 120 ≤ 16 000
Médio:degradação
moderada nosciclos água/gelo
Teores reduzidosde sais solúveis.Resistência aos
sais existentes naparede (estudos
em curso).
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Compatibilidade
As exigências para rebocos antigos são diferentes das exigências gerais dos rebocos devido aos requisitos de compatibilidade:
• menor resistência mecânica / maior deformabilidade
• aderência moderada e extensa
• permeabilidade ao vapor de água mais elevada / maior capilaridade
• teor reduzido de sais solúveis
Rebocos de substituição
Argamassas de cimentoArgamassas de cal hidráulica naturalArgamassas de cal hidráulica artificialArgamassas de cal aérea e cimentoArgamassas de cal aéreaArgamassas de cal aérea aditivada
com pozolanas, pó de tijolo, aditivos mineraiscom “gordura”
Argamassas pré-doseadasArgamassas de ligantes especiais
Tipos de argamassas usadas
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Argamassa CaracterísticasMecânicas (MPa)
Comportamento à retracçãorestringida
Refª Composição Rt Rc E
Aderência(MPa) Frmáx
(N)G
(N.mm)CSAF CREF
(mm)
Ci4Cimento:
areia1:4
1,1Fortedema
is
3,2Forte
demais
6600Rígidodemais
0,07 (a)Insufici-
ente
135Forte
demais
60 1,9 0,5Frágil
demais
CHA3
Calhidráulica:
areia1:3
0,95Fortedema
is
2,60Forte
demais
7510Rígidodemais
0,10100
Fortedemais
60 2,8* 0,7
CACI3Cimento: calaérea: areia
1:1:30,70 1,86 5671 0,12 75 51 2,9 0,8
CA3Cal aérea:
areia1:3
0,34 1,28 40980
Insufici-ente
59 73 1,4 1,2
CAP
Cal aérea:pozolana:
areia1:0,5:2,5
0,56 2,00 4521 0,14 79 61 2,2 0,8
PD-CA Pré-doseadade cal aérea
0,63 1,5 2740 0,09 (c+a) 54 27Frágil
demais
3,8 0,6Frágil
demais
Resultados experimentais
Resultados experimentaisComportamento à água
Argamassa Ensaiosclássicos Ensaio com humidímetro
Refª ComposiçãoSD
(m)C
kg/m2.h1/2M(h)
S(h)
H(mv.h)
Envelhecimentoartificial acelerado
Ci4Cimento:
areia1:4
0,09Insufic.(para
rebocoexterior)
12,6 0,10 120 14000Excessivo
Bom: semdegradação
CHA3
Calhidráulica:
areia1:3
0,075 10,1 0,50 38 8639 Médio: descolagemnos ciclos água/gelo
CACI3Cimento: calaérea: areia
1:1:30,050 9,5 0,17 38 7408 Bom: sem
degradação
CA3Cal aérea:
areia1:3
0,050 10,1 0,17 30 9244Mau: descolagem equeda nos ciclos
calor/frio
CAP
Cal aérea:pozolana:
areia1:0,5:2,5
0,035 9,5 0,17 34 7923 Médio: degradaçãonos ciclos água/gelo
PD-CA Pré-doseadade cal aérea 0,06
1,93Insuficien
te0,75
450Excess
ivo
36720Excessivo
-
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CompatibilidadeCimento:Os rebocos só de cimento sãototalmente desaconselhados: pouco deformáveis, poucopermeáveis ao vapor de água, contêm sais solúveis que vão contaminar ainda mais as paredes antigas.Um reboco bastardo de cimento e cal aérea pode ser uma solução admissível, se não se tratar de um edifício de grande valor histórico, pois épossível doseá-lo de forma a ter uma deformabilidade (módulo de elasticidade) e uma permeabilidade à água e ao vapor aceitáveis.
Rebocos de substituição
Cal hidráulica:A cal hidráulica, muitas vezes apontada como um compromisso aceitável e prático, oferece problemas: tem características muito distintas, desde as mais próximas da cal aérea, às que se assemelham ao cimento. Assim, é necessária uma caracterização adequada das cais hidráulicas disponíveis no mercado, para se poder decidir da sua maior ou menos aptidão para o efeito, tendo em conta, nomeadamente, o seu módulo de elasticidade, a sua permeabilidade ao vapor de água e o seu teor de sais solúveis.Revestimentos pré-doseados:São comercializados como sendo com base em cal mas a maioria desses produtos são baseados em cal hidráulica e não em cal aérea e, não raro, contêm hidrófugos o que tem que ser tido em conta na selecção. A principal vantagem em relação às argamassas de cal hidráulica feitas em obra está no facto de serem, em geral, isentos de sais solúveis.
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Rebocos de substituição
Argamassas com pozolanas:
Os romanos usavam materiais pozolânicos para garantir hidraulicidade às argamassas, melhorar a sua capacidade de impermeabilização e a sua resistência à água e às acções climáticas em geral:
-Pó de tijolo;
-Pozolanas naturais, constituídas por materiais de origem vulcânica, ricos em sílica e alumina amorfas.
Rebocos de substituição
Argamassas com pozolanas:
Hoje temos muitos outros materiais com propriedades pozolânicas e épossível dosear argamassas com boas características recorrendo a esses produtos: pó de tijolo, metacaulino, microssílica, pozolanas naturais dos Açores e de Cabo Verde, etc.
Obtêm-se argamassas com as principais vantagens das argamassas hidráulicas - endurecimento em presença da água, embora mais lento que o do cimento; resistência à água; boa permeabilidade ao vapor de água - evitando as suas principais desvantagens - módulo de elasticidade elevado, sais solúveis.
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Rebocos de substituição
Cimento - não recomendadoCal hidráulica - 1:3 não recomendadoCimento e cal aérea - 1:2:9 (cimento:cal:areia) a usar só quando não for possível usar soluções mais compatíveisCal hidráulica e cal aérea - 1:1:6 (cal hidráulica:cal:areia) pode ser adequada se se usar cal hidráulica média ou fraca (NHL 3,5 ou NHL 2) isenta de saisCal aérea - 1:3 solução compatível mas tem que ser bem executada para ser durávelCal aérea e pozolana - 1:1:4 (ou outra proporções, dependendo da reactividade da pozolana) solução compatível, em princípio, dependendo da pozolana
Técnicas de aplicação
Influência dos diferentes parâmetros de aplicação:
•Redução da quantidade de água: argamassa mais resistente, mais compacta, menos fissurável, mais impermeável
•Amassadura com betoneira é inadequada, deve ser complementada com amassadura manual ou com berbequim para garantir uma misturaperfeita
•Aperto da massa contra o suporte: maior compacidade e menor fissuração
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Técnicas de aplicação
Influência dos diferentes parâmetros de aplicação:
•Mais camadas com menor espessura cada uma: menores tensões de retracção, menor fissuração e maior capacidade de impermeabilização
•Exposição à radiação solar: quando é excessiva aumenta a fissuração, quando é reduzida atrasa a carbonatação e pode comprometer o comportamento a longo prazo; escolher época de aplicação ou recomendar protecção à evaporação rápida.
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Técnicas de aplicação
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Colagem de azulejos antigos
A recolagem de azulejos antigos deve ser feita, após limpeza e dessalinização dos azulejos, com argamassa de cal aérea.
A argamassa de colagem deve ser rica (traço 1:2,5 - cal : areia).
A areia deve ser siliciosa, bem graduada, com um teor de finos mais elevado que no caso dos rebocos.
A aplicação deve ser feita numa única camada.
Paredes com sais
O “salitre” é um dos problemas mais difíceis de resolver em edifícios antigos.
As soluções usadas durante muitos anos, baseadas na impermeabilização das paredes, provocaram em muitos casos danos irreversíveis.
Outras soluções, como as injecções de resinas para provocar cortes de capilaridade, também se revelaram pouco eficazes em muitas situações.
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Paredes com sais
As soluções recomendadas actualmente baseiam-se em princípios diferentes e resumem-se praticamente a 2 tipos:
• revestimentos de transporte: é provocado o transporte dos sais dissolvidos para o reboco, onde cristalizam; para isso é preciso que o reboco tenha poros de diâmetro superior aos do suporte
• revestimentos de acumulação: é provocada a acumulação dos sais numa camada de reboco afastada da superfície; é necessário que existam duas camadas de reboco de diferente porosimetria, em que a camada de acumulação tem poros de diâmetro superior à camada mais exterior e também ao suporte.
Transporte de sais
secagem
reboco
secagemAcumulação de sais
Transporte de sais
Reboco de substituição com argamassa bastarda fraca – década de 1990
Substituição de revestimentos
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Reboco de substituição com argamassa
bastarda fraca – década de 1990
Substituição de revestimentos
Reboco de substituição com argamassa bastarda fraca –
década de 1990
1:2:9; 1:3:12
Substituição de revestimentos
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Solução de substituição com base em cal e pozolanas naturais ou
artificiais - 2005
Substituição de revestimentos
Argamassa de cal e areia
– 2006
Revestimentos azulejares (séc. XIX)
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Conservação revestimentos pigmentados de cal (séc. XX)
LNEC - A fachada antes e depois
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LNEC - A fachada antes e depois
Sé de Évora – argamassas de cal
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Após aplicação de membrana elástica (incompatibilidade funcional) - S. Paulo,
Brasil
Degradação rápida
Após extracção do revestimento de tecto -
zona de Lisboa
Opções incorrectas
Opções incorrectas
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Pintura de cal pigmentada (Estocolmo)
Materiais diferentes: envelhecimento diferencial (Budapeste, foto J. Aguiar)
Pinturas de substituição
Conclusões
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Resistência mecânica moderada e módulo de elasticidade baixo
Alguma capacidade de impermeabilização mas grande facilidade de secagem
Não conter teores significativos de sais solúveis
Para minimizar tensões devidas a deformações diferenciais devem ter características físicas semelhantes às dos elementos pré-existentes
Conservar em vez de substituir
Solução adaptada à função e às condições concretas
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Conclusões
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Os resultados experimentais mostram que as argamassas de cimento são manifestamente inadequadas;
as argamassas de cal aérea, aditivadas ou não com pozolanas apresentam as melhores características mas devem ser optimizadas nomeadamente através da melhoria das areias e das condições de cura;
as argamassas de composição intermédia podem ser aceitáveis em certos casos, ajustando as dosagens;
as argamassas pré-doseadas podem apresentar problemas, por exemplo se contiverem hidrófugos e têm que ser estudadas caso a caso.